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Noções de Direito Tributário – Pacote Teoria e Exercícios Auditor de Controle Interno da SEAP/DF 2014 - Especialidade: Finanças e Controle Professor: MURILLO LO VISCO Prof. Murillo Lo Visco www.pontodosconcursos.com.br 1 AULA 06 – CRÉDITO TRIBUTÁRIO (Parte 1) Olá, concursando! Nas últimas aulas, estudamos as normas gerais relativas à Legislação Tributária e à Obrigação Tributária, matérias abrangidas pelos arts. 96 a 138 do CTN. Com esta Aula vamos iniciar o estudo do Crédito Tributário. Trata-se do tema do item 16 da disciplina Noções de Direito Tributário no edital do concurso para Auditor de Controle Interno da SEAP/DF: 16. O crédito tributário: conceito; constituição do crédito tributário; suspensão da exigibilidade do crédito tributário; extinção do crédito tributário; exclusão do crédito tributário; garantias e privilégios do crédito tributário. Esse item do edital será dividido em duas aulas. O Título do CTN dedicado ao crédito tributário começa no art. 139 e se estende até o art. 193, dividindo-se em seis capítulos. Além das disposições gerais (Capítulo I), o Código dispõe sobre a constituição do crédito tributário (Capítulo II); a suspensão de sua exigibilidade (Capítulo III); sua extinção (Capítulo IV); sua exclusão (Capítulo V) e suas garantias e privilégios (Capítulo VI). Nesta Aula, iremos percorrer o caminho até o capítulo da suspensão do crédito, com base na seguinte estrutura: 1. CRÉDITO TRIBUTÁRIO ......................................................................... 3 2. LANÇAMENTO..................................................................................... 6 2.1. Legislação material que rege o lançamento ................................. 8 2.2. Legislação formal que rege o lançamento.................................. 10 2.3. Alteração do lançamento .......................................................... 12 2.3.1. Impugnação do sujeito passivo .....................................................12 2.3.2. Recurso de ofício ...........................................................................13 2.3.3. Revisão de ofício ............................................................................14 2.4. Mudança no critério jurídico ..................................................... 14 3. MODALIDADES DE LANÇAMENTO ..................................................... 16 3.1. Lançamento de ofício ................................................................ 16 3.2. Lançamento por declaração ...................................................... 17 3.3. Lançamento por homologação .................................................. 19 3.4. Arbitramento do valor tributável .............................................. 21

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AULA 06 – CRÉDITO TRIBUTÁRIO (Parte 1)

Olá, concursando!

Nas últimas aulas, estudamos as normas gerais relativas à Legislação Tributária e à Obrigação Tributária, matérias abrangidas pelos arts. 96 a 138 do CTN.

Com esta Aula vamos iniciar o estudo do Crédito Tributário. Trata-se do tema do item 16 da disciplina Noções de Direito Tributário no edital do concurso para Auditor de Controle Interno da SEAP/DF:

16. O crédito tributário: conceito; constituição do crédito tributário; suspensão da exigibilidade do crédito tributário; extinção do crédito tributário; exclusão do crédito tributário; garantias e privilégios do crédito tributário.

Esse item do edital será dividido em duas aulas. O Título do CTN dedicado ao crédito tributário começa no art. 139 e se estende até o art. 193, dividindo-se em seis capítulos. Além das disposições gerais (Capítulo I), o Código dispõe sobre a constituição do crédito tributário (Capítulo II); a suspensão de sua exigibilidade (Capítulo III); sua extinção (Capítulo IV); sua exclusão (Capítulo V) e suas garantias e privilégios (Capítulo VI).

Nesta Aula, iremos percorrer o caminho até o capítulo da suspensão do crédito, com base na seguinte estrutura:

1. CRÉDITO TRIBUTÁRIO ......................................................................... 3

2. LANÇAMENTO ..................................................................................... 6

2.1. Legislação material que rege o lançamento ................................. 8

2.2. Legislação formal que rege o lançamento .................................. 10

2.3. Alteração do lançamento .......................................................... 12

2.3.1. Impugnação do sujeito passivo .....................................................12

2.3.2. Recurso de ofício ...........................................................................13

2.3.3. Revisão de ofício ............................................................................14

2.4. Mudança no critério jurídico ..................................................... 14

3. MODALIDADES DE LANÇAMENTO ..................................................... 16

3.1. Lançamento de ofício ................................................................ 16

3.2. Lançamento por declaração ...................................................... 17

3.3. Lançamento por homologação .................................................. 19

3.4. Arbitramento do valor tributável .............................................. 21

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4. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO ................. 23

4.1. Hipóteses de suspensão da exigibilidade do crédito tributário .. 23

4.2. Efeitos da suspensão da exigibilidade do crédito tributário ....... 24

4.3. Moratória .................................................................................. 25

4.3.1. Créditos abrangidos pela moratória ..............................................26

4.3.2. Moratória concedida em caráter individual ..................................27

4.4. Parcelamento ............................................................................ 29

4.5. Demais hipóteses de suspensão da exigibilidade do crédito tributário .......................................................................................... 30

5. PRINCIPAIS PONTOS DA AULA ........................................................... 32

6. QUESTÕES DE CONCURSOS ANTERIORES .......................................... 37

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Note que o crédito tributário nada mais é do que o resultado da formalização do direito que corresponde ao próprio objeto da obrigação tributária. Não é outra a razão pela qual o CTN afirma que:

Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta.

Ou seja, sem a existência de uma obrigação tributária, não há que se falar em crédito tributário, pois este decorre daquela. Mas o contrário não é verdadeiro. A obrigação tributária, que nasce com a ocorrência do fato gerador, tem existência por si só. Inclusive, há casos em que a obrigação tributária nasce e morre, sem que nunca tenha sido constituído o respectivo crédito tributário. Trata-se, por exemplo, dos casos em que o direito da Fazenda Pública é acometido pela decadência, conforme veremos na próxima Aula.

Note como a autonomia da obrigação tributária em relação ao respectivo crédito é marcante no art. 140 do CTN:

Art. 140. As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem.

Para compreender o conteúdo desse artigo, imagine que o fato gerador tenha ocorrido e que a obrigação tributária tenha se originado, mas o respectivo crédito tributário tenha sido constituído de maneira completamente irregular, por servidor incompetente e sem observar as formalidades exigidas em lei. Por consequência, o crédito foi devidamente anulado. Numa circunstância como essa, novo crédito pode ser constituído? Sim, enquanto o direito da Fazenda Pública não for acometido pela decadência, novo crédito pode ser constituído. E por que isso acontece? Porque o cancelamento do crédito tributário não afeta a obrigação tributária que lhe deu origem.

Na mesma linha, podemos afirmar que a isenção é a dispensa do pagamento de um tributo devido, porque a isenção exclui a exigibilidade do crédito (CTN, art. 175), mas não afeta a obrigação que lhe deu origem e que torna devido o tributo.

Da mesma forma, se um imóvel é oferecido como garantia ao crédito tributário, a obrigação tributária não se converte em hipotecária, pois as garantias atribuídas ao crédito não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem.

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Considerando que o crédito tributário corresponde ao direito da Fazenda Pública devidamente formalizado, é natural que a sua integridade seja objeto de proteção legal, até mesmo como decorrência do princípio da Indisponibilidade do Interesse Público. Nesse sentido, confira a redação do art. 141 do CTN:

Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas garantias.

Perceba que a exigibilidade do crédito, ou mesmo as suas garantias, não podem ser livremente manejadas pelo servidor público. Nesse sentido, o art. 141 do CTN encontra-se em plena harmonia com o art. 3º, afinal, tributo é prestação cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

Até aqui vimos o que é o crédito tributário e como ele se relaciona com a obrigação que lhe deu origem. Nos próximos itens vamos ver como o crédito é constituído.

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2. LANÇAMENTO

Entre os arts. 142 e 150, o CTN cuida da constituição do crédito tributário. Logo no art. 142, o Código esclarece que o crédito tributário é constituído pelo lançamento. Acompanhe:

Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.

Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.

Portanto, o crédito tributário é constituído pelo lançamento, ato privativo da autoridade administrativa. Quanto a isso não há qualquer dúvida. Mas, antes de avançar no estudo do lançamento, é preciso desde logo esclarecer que essa não é a única maneira de constituir o crédito tributário.

Além do lançamento, que é ato privativo da autoridade administrativa, o crédito tributário também pode ser constituído por iniciativa do próprio contribuinte. Isso ocorre por meio de declarações ou confissões de dívida que acompanham pedidos de parcelamento. Esse entendimento se encontra gravado, de maneira bem didática, na seguinte súmula do STJ:

Súmula 436/STJ: A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco.

Diante disso, embora seja correto afirmar que o crédito tributário é constituído pelo lançamento, não é correto afirmar que o crédito tributário somente pode ser constituído por meio do lançamento. Como se nota, a formalização do crédito tributário pode se dar de outras maneiras, não ficando restrita ao lançamento.

Voltando ao art. 142 do CTN, perceba como o lançamento é atividade vinculada e privativa da autoridade fiscal. Além disso, note como o lançamento efetivamente confere os atributos de certeza (quem deve e por que deve) e liquidez (quanto deve) ao direito da Fazenda Pública. Por meio do lançamento, a autoridade administrativa:

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• confere certeza ao direito da Fazenda Pública na medida que verifica a ocorrência do fato gerador da obrigação e identifica o sujeito passivo; e

• confere liquidez ao direito da Fazenda Pública determinando a matéria tributável, calculando o montante do tributo devido e, sendo o caso, “propondo” a penalidade cabível.

Questão interessante se refere à natureza do lançamento, se constitutiva ou declaratória. Em outras palavras, o lançamento constitui um direito ou apenas declara sua existência? Considerando que o direito da Fazenda Pública nasce com a ocorrência do fato gerador, podemos afirmar, com toda certeza, que o lançamento não constitui o referido direito, apenas declara sua existência.

Por outro lado, da leitura do art. 142 do CTN não resta dúvida de que o lançamento constitui o crédito tributário, que corresponde ao direito da Fazenda Pública devidamente formalizado.

Portanto, parece mais correta a corrente doutrinária que afirma ter o lançamento uma natureza mista: ao mesmo tempo em que declara a existência da obrigação tributária, o lançamento constitui o crédito tributário.

Outra questão interessante se resume à seguinte pergunta: lançamento é ato ou procedimento? Ainda que o art. 142 do CTN tenha sido expresso no sentido de que o lançamento é procedimento, é praticamente pacífica a ideia de que o lançamento é um ato singular, resultante de um procedimento fiscal. Ao longo de uma fiscalização, a autoridade fazendária colhe informações, realiza várias intimações, conduz diligências, examina documentos e, eventualmente, até toma depoimentos. Todas essas atividades compõem o procedimento fiscal que converge para a feitura de um único ato, o lançamento fiscal, normalmente concretizado sob a forma de um auto de infração ou uma notificação de lançamento.

Mas tenha muito cuidado! Embora o lançamento seja um ato, em provas de concursos públicos não pode ser considerada incorreta a reprodução da letra do art. 142 do CTN, referindo-se a ele como procedimento.

Quanto à determinação da matéria tributável, o CTN contém uma previsão específica para o caso de o valor ser expresso em moeda estrangeira:

Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação.

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Primeiramente, note, mais uma vez, a presença da cláusula “salvo disposição de lei em contrário”. Segundo a regra geral estabelecida pelo CTN, quando o valor tributário estiver expresso em moeda estrangeira, a conversão em moeda nacional deve ser efetuada segundo o câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação.

Quando o examinador explora esse conhecimento, ele normalmente aborda a questão de maneira literal, negando a cláusula “salvo disposição de lei em contrário”. Desse modo, estaria incorreta uma afirmação como a seguinte: quando o valor tributário estiver expresso em moeda estrangeira, a conversão em moeda nacional deve sempre ser efetuada segundo o câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação. Isso não é verdade. Por conta da cláusula “salvo disposição de lei em contrário”, a lei pode estabelecer regra diversa, por exemplo, determinando que a conversão em moeda nacional deve ser efetuada segundo o câmbio do dia do pagamento.

2.1. Legislação material que rege o lançamento

O art. 144 do CTN contém uma importante regra, que confirma o caráter declaratório do lançamento:

Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.

Portanto, os elementos essenciais da dívida (também denominados “materiais”), tais como o fato gerador, o sujeito passivo, a base de cálculo e a alíquota, são definidos pela lei vigente na data de seu surgimento, ou seja, no momento da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária. E nem poderia ser diferente, afinal, a dívida não surge com o lançamento. Na verdade, a dívida é apenas formalizada por meio do lançamento.

Neste ponto você deve ter bastante cuidado: no lançamento, para fins de determinação dos elementos materiais da dívida, deve ser aplicada a lei vigente na data de ocorrência do fato gerador, inclusive nos casos em que ela tenha sido modificada, em benefício dos contribuintes, por exemplo, com uma redução de alíquota.

Lembre-se que essa é a regra: o lançamento reporta-se à data de ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente. No lançamento, excepcionalmente, pode ser aplicada uma lei que tenha alterado a lei

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Art. 144 [...]

§ 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros.

Neste momento, é preciso ficar claro que os elementos que definem a obrigação tributária são determinados pela lei vigente na data de ocorrência do fato gerador (CTN, art. 144, caput). No entanto, no exercício da atividade de fiscalização, a autoridade fazendária pode fazer uso de prerrogativas que lhe tenham sido conferidas pela legislação que esteja em vigor no momento em que é efetuado o lançamento, ainda que tais prerrogativas não estivessem previstas na data de ocorrência do fato gerador (CTN, art. 144, § 1º).

Por exemplo, suponha que ao longo do ano de 2010, um comerciante tenha efetuado várias vendas não contabilizadas, omitindo receitas e alimentando o chamado “caixa 2”. Para comprovar essa infração e lançar os tributos devidos, a autoridade fiscal teria que comprovar a realização das vendas, e demonstrar que os respectivos registros contábeis haviam sido omitidos. Essa prova seria muito difícil de produzir.

Agora imagine que em meados de 2013 tenha sido editada uma lei com um novo critério de apuração da matéria tributável, que consiste numa hipótese de presunção de omissão de receitas. Com esse novo critério legal, para comprovar a omissão de receitas, ainda que de maneira indireta, basta ao auditor fiscal comprovar a realização de pagamentos sem a devida contabilização. A tese por trás da lei é a seguinte: para realizar pagamentos não contabilizados, o contribuinte utiliza dinheiro também não contabilizado, oriundo do “caixa 2”.

Note que assim deixa de ser necessária a efetiva comprovação da própria omissão de receitas; para comprovar a (anterior) omissão de receitas, basta comprovar a (posterior) realização de pagamentos não contabilizados. Trata-se de uma presunção relativa, que admite prova em contrário por parte do contribuinte.

Admita, agora, que em 2014 um auditor tenha sido designado para fiscalizar aquele mesmo comerciante, em relação às obrigações referentes ao ano de 2010. Nesse caso, ainda que em 2010 não estivesse prevista a presunção legal de omissão de receitas conhecida como “pagamentos não contabilizados”, ela poderia ser utilizada no lançamento realizado em 2014, afinal, de acordo com o § 1º do art.

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144 do CTN, “aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração”.

Perceba a lógica que fundamenta o § 1º do art. 144 do CTN: a nova legislação adjetiva não altera os elementos da obrigação tributária, apenas dispõe sobre novas formas como esses mesmos elementos serão apurados.

Por fim, é preciso observar que a parte final desse dispositivo veda a atribuição retroativa de responsabilidade tributária a terceiros. Nada mais lógico. Embora represente, de fato, uma maior garantia atribuída ao crédito tributário, a atribuição de responsabilidade tributária a terceiros é matéria relativa à sujeição passiva, de natureza claramente material. Por isso mesmo, há quem diga que essa ressalva nem seria necessária.

2.3. Alteração do lançamento

Uma vez efetuado o lançamento, o contribuinte deve ser notificado para que possa exercer seu direito de defesa. Segundo o art. 145 do CTN, após a notificação, o lançamento somente pode ser alterado no curso do processo administrativo fiscal, ou em decorrência de uma revisão de ofício.

Nesse sentido, é a seguinte a redação do art. 145 do CTN:

Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em virtude de:

I - impugnação do sujeito passivo;

II - recurso de ofício;

III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149.

2.3.1. Impugnação do sujeito passivo

Uma vez notificado, o sujeito passivo tem prazo para pagar o crédito ou impugnar o lançamento. Se apresentar uma impugnação, considera-se instaurado um litígio, que deve ser levado à apreciação da autoridade julgadora.

Caso concorde com os argumentos apresentados na impugnação, a autoridade julgadora pode promover a alteração do lançamento.

Vale dizer que, para os efeitos do art. 145, o termo “impugnação” deve ser entendido em sentido amplo, abrangendo, inclusive, os recursos contra decisões de

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2.3.3. Revisão de ofício

A revisão do lançamento por iniciativa de ofício da autoridade administrativa é medida destinada à correção de eventuais vícios contidos no lançamento, nas hipóteses em que não for instaurado o processo por meio da impugnação do contribuinte.

De qualquer forma, a revisão do lançamento só pode ser realizada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública (CTN, art. 149, parágrafo único).

Um caso real de revisão de ofício, validada pelo STJ, envolveu o erro no cadastro da área do imóvel, utilizada para fins de lançamento do IPTU:

A revisão do lançamento decorreu de erro de fato, qual seja, a área cadastral do imóvel era inferior à sua área real. Em hipóteses tais, o art. 145, III, c/c o art. 149, VIII, do CTN, autorizam a revisão. No entanto, conforme se extrai do art. 173, I, do mesmo código, somente podem ser revistos lançamentos cujo direito de constituição do crédito tributário não esteja decaído. Assim, os efeitos da revisão atingirão apenas os lançamentos ocorridos no qüinqüênio anterior (RMS 11.271).

Como se nota no excerto acima reproduzido, o chamado “erro de fato” autoriza a revisão do lançamento já notificado ao sujeito passivo. O mesmo não acontece em relação ao “erro de direito”, conforme veremos no próximo item.

2.4. Mudança no critério jurídico

No art. 145, o CTN discrimina as hipóteses de alteração do lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo. No artigo seguinte, o Código estabelece o contrário. Trata-se da situação que não autoriza a revisão do lançamento. Nesse sentido, confira a redação do art. 146 do CTN:

Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução.

Considerando que “critério jurídico” deve ser entendido como sendo uma “interpretação possível dada à norma jurídica”, o art. 146 do CTN estabelece que a

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mudança no entendimento adotado pela Administração Tributária não autoriza a revisão do lançamento já efetuado.

Note que o art. 146 do CTN não veda a mudança de entendimento a respeito de uma norma jurídica. As mudanças de interpretação fazem parte do Direito. São fruto da evolução das relações sociais e também do pensamento daqueles que aplicam as normas jurídicas.

Como contraponto a essa dinâmica, o art. 146 do CTN é norma que se destina a conferir necessária segurança jurídica à relação tributária. Segundo esse dispositivo, novas interpretações da lei somente podem ser produzir efeito quanto a fato gerador ocorrido após a sua introdução. Trata-se da proibição de alteração do lançamento já efetuado com justificativa no chamado “erro de direito”.

Por exemplo, suponha que, a partir da interpretação das normas aplicáveis, determinada atividade empresarial era sistematicamente enquadrada pela fiscalização federal no percentual de 8% do lucro presumido. Posteriormente, o órgão central da Administração Tributária federal responde uma consulta dando o entendimento no sentido de que a referida atividade se enquadra, na verdade, no percentual mais elevado, de 32%. Depois de tomar conhecimento dessa nova orientação, um auditor fiscal pode passar a adotá-la em seus novos lançamentos, mas não pode efetuar lançamentos complementares de 24% (= 32% – 8%) em relação às fiscalizações já encerradas com base, exclusivamente, nesse novo entendimento da Administração.

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3. MODALIDADES DE LANÇAMENTO

Quando analisamos o art. 142 do CTN, vimos que lançamento é ato privativo da autoridade administrativa. No entanto, ainda que privativo, pode haver participação do sujeito passivo na sua realização, residindo nesse ponto a diferença essencial entre as modalidades de lançamento previstas pelo CTN.

De acordo com o Código, são três as modalidades de lançamento, ordenadas no sentido do aumento da participação do sujeito passivo: de ofício (art. 149), por declaração (art. 147) e por homologação (art. 150).

Entre esses dispositivos se encontra a previsão de arbitramento (art. 148) que, conforme veremos adiante (item 3.4), não corresponde a uma modalidade autônoma de lançamento.

3.1. Lançamento de ofício

Nessa modalidade de lançamento, a participação do sujeito passivo é pouca ou inexistente. Em outras palavras, para efetuar o lançamento de ofício (ou direto), a autoridade fiscal age por impulso próprio, valendo-se de informações de que já dispõe, ou que tenham sido coletadas em procedimento de fiscalização instaurado em razão do conhecimento da ocorrência de alguma irregularidade.

Confira abaixo a redação do art. 149 do CTN, reproduzida com destaques acrescidos:

Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos:

I - quando a lei assim o determine;

II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legislação tributária;

III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade;

IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória;

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V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte;

VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária;

VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação;

VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento anterior;

IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial.

Note que, exceto quanto ao inciso I, todos os demais envolvem algum problema ou situação irregular. No inciso I, há a previsão para o lançamento direto, normalmente utilizado quanto aos tributos que incidem sobre a propriedade (IPVA e IPTU). Nesses casos, como a Administração Tributária mantém cadastrados os bens e seus respectivos proprietários, ela normalmente já dispõe de todas as informações necessárias ao lançamento, de modo que pode efetuá-lo de maneira direta, sem a participação do sujeito passivo.

Nos demais incisos encontra-se a previsão para o lançamento de ofício, ou para a revisão de lançamento anteriormente efetuado (sob essa ou mesmo sob outra modalidade), em casos envolvendo alguma irregularidade. Perceba que se trata de casos que envolvem erro, omissão ou fraude praticada pelo sujeito passivo, ou mesmo pela autoridade fiscal responsável pelo lançamento anterior.

No caso de revisão de lançamento anterior, o parágrafo único do art. 149 CTN apenas esclarece que deve ser observado o prazo decadencial, que iremos estudar na próxima Aula:

Art. 149. [...]

Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública.

3.2. Lançamento por declaração

No lançamento por declaração, a participação do sujeito passivo é mais intensa. Por isso mesmo, a doutrina costuma denominá-lo de lançamento misto. Ele se encontra previsto no art. 147 do CTN, nos seguintes termos:

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Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação.

Perceba que, segundo essa modalidade, o contribuinte deve oferecer à autoridade fiscal as informações necessárias para a realização do lançamento. É a chamada “matéria de fato”, indispensável para o lançamento.

De posse das informações fornecidas pelo contribuinte, cabe à autoridade fiscal aplicar o direito que rege a matéria de fato, formalizando o crédito tributário.

Em razão do trabalho gerado para a Administração Tributária, essa modalidade de lançamento encontra-se em desuso. Mas um bom exemplo para ilustrar seu funcionamento envolve o ITBI. Na aquisição de um imóvel, para obter a escritura que deve ser levada a registro, o adquirente deve primeiro comprovar o pagamento do imposto incidente na operação.

Para efetuar o pagamento do ITBI, o adquirente deve se dirigir à repartição municipal, prestar as informações sobre o negócio realizado, e aguardar a realização do lançamento. Nesse caso, cabe ao contribuinte fornecer sua identificação, os dados do imóvel, o valor do negócio e outras informações pertinentes. Trata-se, apenas, de matéria de fato. Por sua vez, cabe à Administração municipal verificar se existe o direito a algum benefício fiscal aplicável em razão das características da pessoa, do imóvel ou mesmo negócio. Cabe também à Administração municipal determinar a matéria tributável, a alíquota aplicável e calcular o tributo devido. Perceba, portanto, que o servidor municipal irá aplicar o direito sobre a matéria de fato oferecida pelo contribuinte. Essa é a essência do lançamento misto.

Nos parágrafos do art. 147, o CT cuida da retificação da declaração, nos seguintes termos:

Art. 147 [...]

§ 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento.

§ 2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de ofício pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela.

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Nota
presta informações sobre a matéria de fato (informações necessárias) para que a autoridade fiscal possa aplicar a matéria de direito (alíquota, matéria tributável e calcular o tributo)
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Perceba que o § 1º se refere à retificação por iniciativa do contribuinte, enquanto que o § 2º dispõe sobre a retificação promovida de ofício pela autoridade fiscal.

De acordo com o § 1º, a retificação por iniciativa do contribuinte que tenha por objetivo a redução ou a exclusão do tributo somente é possível enquanto não efetuada a notificação do lançamento. Isso porque, após a notificação do lançamento, o lançamento somente pode ser alterado por iniciativa do contribuinte mediante impugnação, conforme vimos no item 2.3.1.

Se a retificação for efetuada após a notificação do lançamento e implicar aumento de tributo, a Administração poderá efetuar lançamento complementar, desde que ainda não tenha se esgotado o prazo para constituir o seu direito (CTN, art. 149, parágrafo único).

De qualquer forma, conforme esclarece o § 2º do art. 147, erros notórios podem ser corrigidos de ofício, sem a provocação do declarante. É o caso. Por exemplo, da declaração de bens não sujeitos à incidência do imposto de importação entre aqueles que devem se submeter ao regime de tributação simplificada aplicável à bagagem acompanhada.

3.3. Lançamento por homologação

O lançamento por homologação é a modalidade que conta com a participação do sujeito passivo no maior nível de intensidade. Sob essa modalidade, o próprio sujeito passivo apura e paga o tributo devido, independentemente de qualquer exame prévio da autoridade fiscal. E o lançamento propriamente dito se opera com o ato em que a autoridade fiscal expressamente homologa o pagamento antecipado.

Confira, nesse sentido, a redação do caput do art. 150 do CTN:

Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.

Perceba como, nesse caso, é maior a responsabilidade do contribuinte. Para determinar o valor do tributo a pagar, o próprio contribuinte tem que enquadrar a matéria de fato ao direito aplicável. Em outros termos, ele mesmo tem que determinar qual é a alíquota aplicável, quais as exclusões da base de cálculo que são admitidas, qual o valor da parcela eventualmente isenta, que despesas são

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dedutíveis, quais créditos da não cumulatividade são legítimos, e assim por diante. Note, com isso, que a Administração “transfere o trabalho” para o contribuinte, ficando na posição de expectador investido do poder para concordar ou não concordar com o procedimento adotado pelo contribuinte. Por essa razão, é a modalidade com maior aplicação prática na atualidade.

Muito embora seja comum se deparar com a expressão “autolançamento” referindo-se a essa modalidade, não pode haver qualquer dúvida quanto ao fato de que o lançamento é realizado pela autoridade fiscal, no momento em que expressamente homologa o pagamento antecipado pelo contribuinte.

Nessa mesma linha, o § 1º do art. 150 esclarece que o pagamento antecipado pelo obrigado extingue o crédito, sob condição resolutória da sua homologação. Em outras palavras, caso seja posteriormente homologado, o pagamento extingue a dívida desde o momento em que é realizado.

Dessa forma, enquanto não homologado o pagamento realizado pelo sujeito passivo, não se pode considerar definitivamente extinto o crédito tributário e, obviamente, nem a obrigação que lhe deu origem.

Por isso mesmo, caso a autoridade fiscal não concorde com o procedimento adotado pelo contribuinte, pode ser efetuado um lançamento de ofício complementar. Isso é possível porque, ainda que já tenha sido efetuado o pagamento, a obrigação tributária se mantém preservada até que seja definitivamente extinto o respectivo crédito, por meio da homologação do pagamento. É justamente esse o teor dos §§ 2º e 3º do art. 150:

Art. 150 [...]

§ 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito.

§ 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação.

Até este ponto, já deu para perceber como é crucial o ato da Administração que homologa o pagamento antecipado. Sob a ótica do sujeito passivo, claramente se percebe a indefinição que se instala desde o momento em que o pagamento é realizado até a sua posterior homologação. Afinal, com a homologação do pagamento, a dívida é considerada extinta, e o contribuinte pode respirar aliviado. Por outro lado, havendo discordância por parte da autoridade fiscal, normalmente é efetuado um lançamento de ofício complementar.

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Observando essa situação, o legislador do Código ponderou que o “poder homologatório” do fisco não poderia se estender indefinidamente no tempo. Como forma de estabilizar as relações e prover a necessária segurança jurídica à parte que ocupa o polo passivo da obrigação, o § 4º do CTN estabelece a “homologação tácita” do pagamento, nos seguintes termos:

Art. 150 [...]

§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.

Portanto, em relação aos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, ocorrendo o fato gerador e o pagamento antecipado, a autoridade fiscal tem prazo certo para homologar o procedimento adotado pelo contribuinte. Caso a autoridade se mantenha inerte, a homologação se opera tacitamente, e a dívida é considerada extinta. Por essa razão, podemos afirmar que se trata de um prazo decadencial, pois seu transcurso fulmina o próprio direito.

Nesse sentido, o Código estabelece que o prazo para homologação é de cinco anos, com termo inicial na data de ocorrência do fato gerador. No entanto, neste momento há duas ressalvas a serem feitas:

• outro prazo pode ser fixado em lei, que deve ser complementar, devido à eficácia do CTN em decorrência do que dispõe a CF, no inciso III do art. 146;

• havendo comprovação da ocorrência de dolo, fraude ou simulação, o prazo de decadência dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação não se inicia na data de ocorrência do fato gerador, conforme veremos em momento oportuno.

3.4. Arbitramento do valor tributável

No art. 148, o CTN dispõe sobre o arbitramento do valor tributável, que pode ser efetuado pela autoridade fiscal nos casos em que o contribuinte omite informações relevantes ao lançamento, ou faz declaração de valor incompatível com a realidade, e que por isso mesmo não pode ser aceita pela Administração Tributária. Confira abaixo a redação desse dispositivo do Código:

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Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial.

Desde logo é importante ficar claro que o arbitramento não representa uma modalidade autônoma de lançamento. Na verdade, ele está relacionado à apuração do valor que servirá como base de cálculo de tributo lançado de ofício “sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado”.

Portanto, podemos afirmar que o arbitramento do valor tributável pode estar inserido em qualquer procedimento fiscal, independentemente de qual seja a modalidade de lançamento originalmente exigida.

Por exemplo, considere o seguinte caso de arbitramento da base de cálculo de tributo originalmente sujeito ao lançamento por declaração. No desembarque de viagem internacional, passageiro em viagem de retorno ao País declara que traz em sua bagagem um equipamento eletrônico que informa ter adquirido no exterior por US$ 800. O auditor que recebe a declaração de bagagem acompanhada, confere os documentos apresentados e não lhes atribui credibilidade. Consulta sua base de dados e verifica que um equipamento similar não pode ser adquirido por menos de 2 mil. Finaliza o procedimento lançando o tributo sobre a base de cálculo arbitrada.

Mais tarde, desembarca outro passageiro que declara ter adquirido no exterior notebook similar por apenas US$ 1 mil. Alega que perdeu a documentação que comprovaria tal valor. O auditor conclui que a declaração do passageiro não merece fé e parte para o arbitramento da base de cálculo. Por fim, lavra um auto de infração (lançamento de ofício) cobrando o tributo mais multa de ofício.

Perceba, no exemplo acima, que o arbitramento é um mecanismo de que dispõe a autoridade administrativa para encontrar a base de cálculo que utilizará para efetuar o lançamento de ofício.

Por fim, merece registro o fato de que, caso não concorde com valor arbitrado pela autoridade fiscal, o contribuinte tem direito a avaliação contraditória, administrativa ou judicial.

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4. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Conforme vimos no item 1, com o lançamento do crédito tributário, o direito da Fazenda, que já existia desde a ocorrência do fato gerador, torna-se líquido, certo e, por consequência, exigível.

O principal efeito da exigibilidade do crédito tributário é autorizar a sua cobrança. Inicialmente, a cobrança é administrativa. Caso o sujeito passivo não pague a dívida, a Administração Tributária encontra-se autorizada a promover a cobrança judicial, por meio da ação de execução fiscal.

Porém, sob certas circunstâncias, ainda que devidamente constituído, o crédito tributário não pode ser cobrado em razão de ter sua exigibilidade suspensa. Trata-se das hipóteses previstas de modo exaustivo no art. 151 do CTN.

Antes de iniciar o estudo das hipóteses previstas no art. 151 do CTN, vale ressaltar que o crédito tributário regularmente constituído somente pode ter sua exigibilidade suspensa nos casos previstos pelo próprio Código (art. 141), e somente a lei pode dispor sobre esse tema (art. 97, inciso VI). Além disso, a lei que disponha sobre a suspensão da exigibilidade do crédito deve ser interpretada de maneira literal (art. 111, inciso I).

4.1. Hipóteses de suspensão da exigibilidade do crédito tributário

O art. 151 do CTN contém um rol exaustivo de hipóteses que suspendem a exigibilidade do crédito tributário. Confira a redação do dispositivo:

Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:

I - moratória;

II - o depósito do seu montante integral;

III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo;

IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança.

V - a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial;

VI - o parcelamento.

As hipóteses previstas nos incisos I (moratória) e VI (parcelamento) receberam algum detalhamento do próprio CTN, conforme veremos adiante, nos

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itens 4.3 e 4.4. As demais foram apenas citadas, porque se inserem num contexto de litígio entre a Fazenda e o sujeito passivo, de modo que são reguladas na legislação processual. Elas serão o objeto do item 4.5 da nossa Aula.

Antes de passar para o exame da moratória, é oportuno mencionar os efeitos produzidos por essas hipóteses.

4.2. Efeitos da suspensão da exigibilidade do crédito tributário

Conforme vimos acima, o efeito mais notório que decorre da verificação concreta de alguma das hipóteses listadas no art. 151 do CTN é o impedimento da cobrança do crédito, administrativa ou judicialmente. Desse modo, quando o crédito tributário já estiver constituído, as hipóteses listadas no art. 151 do CTN efetivamente suspendem sua exigibilidade.

Porém, é possível (e bastante comum) a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada (incisos IV e V) em ações judiciais propostas preventivamente pelo sujeito passivo, antes mesmo de o crédito tributário estar constituído. Nesses casos, o fisco não fica impedido de constituir o crédito, de modo que pode (deve) efetuar o lançamento, até mesmo para impedir que seu direito seja acometido pela decadência. No entanto, ao efetuar o lançamento sob essas circunstâncias, a autoridade fiscal deverá observar que a exigibilidade do crédito estará suspensa por medida judicial, o que, na prática, impede a imposição de multa pela falta pagamento do tributo e a estipulação de prazo para cumprimento da obrigação.

Com a suspensão da exigibilidade do crédito a Fazenda Pública também fica impedida de promover sua inscrição na Dívida Ativa, medida preparatória para fins de ajuizamento da execução fiscal.

Outro efeito decorrente da verificação concreta de alguma das hipóteses listadas no art. 151 do CTN é a possibilidade de obtenção de uma certidão com efeito de negativa (art. 206), que permite o exercício de direitos que dependam da apresentação da prova de quitação dos tributos.

Por outro lado, a suspensão da exigibilidade do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias relacionadas com a obrigação principal cujo crédito esteja suspenso (CTN, art. 151, parágrafo único). Por exemplo, mesmo dispondo de uma liminar em mandado de segurança relacionada com a cobrança do IPI sobre seus produtos, a pessoa jurídica deve continuar a emitir as notas fiscais e a fazer a correta escrituração dos livros fiscais.

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4.3. Moratória

A moratória provoca a dilação do prazo para pagamento do tributo. Circunstâncias que implicam dificuldade financeira de modo generalizado entre os contribuintes, como crises econômicas ou condições climáticas adversas e prolongadas, podem justificar a concessão do benefício.

Segundo o art. 152 do CTN, a moratória pode ser concedida em caráter geral ou individual. Quando concedida em caráter geral, a fruição do benefício decorre diretamente da lei. Quando concedida em caráter individual, a lei autoriza que a autoridade competente reconheça o benefício para quem demonstrar o cumprimento dos requisitos para sua fruição.

Em regra, pode conceder moratória em caráter geral o ente tributante que detém a competência tributária relativa ao tributo objeto do benefício (CTN, art. 152, I, “a”). No entanto, o CTN estabelece que, em certos casos, a União pode conceder moratória geral de tributos estaduais ou municipais (CTN, art. 152, I, “b”). Trata-se da chamada “moratória heterônoma”, que pode ser concedida desde que a União também conceda moratória em relação aos tributos federais e às obrigações de direito privado (entre os particulares). Obviamente, uma medida tão drástica como a moratória heterônoma somente poderia ser adotada de modo legítimo diante de uma circunstância bastante séria!

Além disso, de modo coerente com as razões que levam à concessão da moratória, o benefício pode ficar restrito a determinada região ou categoria de sujeitos passivos, atingidos pelo evento que tenha justificado a concessão do benefício. É o que prevê o parágrafo único do art. 152 do CTN:

Art. 152 [...]

Parágrafo único. A lei concessiva de moratória pode circunscrever expressamente a sua aplicabilidade à determinada região do território da pessoa jurídica de direito público que a expedir, ou a determinada classe ou categoria de sujeitos passivos.

Por exemplo, se uma enchente de grandes proporções arrasa um distrito industrial, o governo do Estado pode cogitar a concessão de moratória relativa ao ICMS em benefício dos contribuintes do imposto atingidos pelo evento climático extremo.

No art. 153, o CTN enumera as previsões indispensáveis na lei que concede a moratória:

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Art. 153. A lei que conceda moratória em caráter geral ou autorize sua concessão em caráter individual especificará, sem prejuízo de outros requisitos:

I - o prazo de duração do favor;

II - as condições da concessão do favor em caráter individual;

III - sendo caso:

a) os tributos a que se aplica;

b) o número de prestações e seus vencimentos, dentro do prazo a que se refere o inciso I, podendo atribuir a fixação de uns e de outros à autoridade administrativa, para cada caso de concessão em caráter individual;

c) as garantias que devem ser fornecidas pelo beneficiado no caso de concessão em caráter individual.

No rol acima, perceba que existe a possibilidade de pagamento parcelado do tributo abrangido pela moratória. De qualquer modo, é importante ressaltar que essa modalidade de moratória não se confunde com o parcelamento.

Conforme veremos no item 4.4, o parcelamento é medida rotineira na Administração Tributária, que permite a recuperação de créditos vencidos, em regra, sem a dispensa da cobrança de juros e multa de mora.

Por outro lado, a moratória é medida excepcional, justificada pela ocorrência de evento ou circunstância que não esteja sob o controle do contribuinte. E como implica a dilação do prazo de pagamento dos tributos, e natural que não sejam exigidos os juros e nem a multa de mora.

4.3.1. Créditos abrangidos pela moratória

O art. 154 do Código Tributário Nacional dispõe sobre os créditos abrangidos pela moratória, nos seguintes termos:

Art. 154. Salvo disposição de lei em contrário, a moratória somente abrange os créditos definitivamente constituídos à data da lei ou do despacho que a conceder, ou cujo lançamento já tenha sido iniciado àquela data por ato regularmente notificado ao sujeito passivo.

Parágrafo único. A moratória não aproveita aos casos de dolo, fraude ou simulação do sujeito passivo ou do terceiro em benefício daquele.

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Portanto, no silêncio da lei, somente podem ser agraciados com a moratória os créditos já constituídos ou que estejam com o lançamento em curso. No entanto, em razão da ressalva feita pelo próprio CTN, se a lei assim dispuser, podem ser abrangidos pela moratória créditos para os quais o lançamento nem sequer tenha se iniciado à data de início de vigência da lei concessiva.

Como se nota, existe a possibilidade de que a moratória projete seus efeitos para frente, abrangendo também os créditos tributários que nem sequer tenham sido constituídos. Dependendo da extensão do evento que tenha justificado sua concessão, é plenamente razoável aceitar que o benefício alcance, inclusive, as dívidas vincendas.

De qualquer forma, com o fundamento para a concessão da moratória é a dificuldade financeira experimentada em razão de evento ou circunstância que não esteja sob o controle do contribuinte, é natural que o benefício não aproveite aos casos de dolo, fraude ou simulação do sujeito passivo ou do terceiro em benefício daquele (art. 154, parágrafo único).

4.3.2. Moratória concedida em caráter individual

O art. 155 contém uma regra aplicável à moratória concedida em caráter individual, mas que é referida pelo próprio CTN na regulamentação de outros benefícios (parcelamento: art. 155-A; remissão: art. 172; isenção: art. 179; e anistia: art. 182).

É a seguinte a redação do art. 155 do CTN:

Art. 155. A concessão da moratória em caráter individual não gera direito adquirido e será revogado de ofício, sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não cumprira ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão do favor, cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora:

I - com imposição da penalidade cabível, nos casos de dolo ou simulação do beneficiado, ou de terceiro em benefício daquele;

II - sem imposição de penalidade, nos demais casos.

Parágrafo único. No caso do inciso I deste artigo, o tempo decorrido entre a concessão da moratória e sua revogação não se computa para efeito da prescrição do direito à cobrança do crédito; no caso do inciso II deste artigo, a revogação só pode ocorrer antes de prescrito o referido direito.

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4.4. Parcelamento

Conforme vimos no item 4.3, parcelamento é uma medida rotineira na Administração Tributária, que permite a recuperação de créditos vencidos, devidos por contribuintes inadimplentes que desejam retornar à condição regular perante o fisco.

Segundo dispõe o art. 155-A do CTN, parcelamento é matéria de lei específica a ser editada pelo ente político competente para instituir o tributo. Em todo caso, devido à semelhança dos institutos, as disposições relativas à moratória se aplicam subsidiariamente ao parcelamento (§ 2º).

Como regra, o parcelamento do crédito tributário não exclui a incidência de juros e multas (§ 1º). Portanto, a inclusão de juros e multas na consolidação da dívida a ser parcelada é a regra geral estabelecida pelo CTN, eficaz no silêncio da lei específica que regulamentar o parcelamento.

No mesmo artigo, o § 3º prevê a edição de outra lei específica para dispor sobre o caso de parcelamento requerido por devedor em recuperação judicial. Trata-se de uma lei diferente da “lei geral de parcelamento”, que cuida especificamente do caso dos devedores em situação ainda mais delicada, que inclusive os levaram a se submeter ao regime da recuperação judicial.

Caso o ente político não tenha editado a lei específica para parcelamento de débitos tributários do devedor em recuperação judicial, deve ser aplicada sua “lei geral de parcelamento”. Nesse caso, se o prazo de parcelamento previsto na lei geral do ente da Federação for inferior ao prazo previsto na lei federal específica (§ 4º).

Para que fique claro o sentido do § 4º do art. 155-A do CTN, suponha que a lei federal específica para parcelamento de débitos tributários do devedor em recuperação judicial estabeleça prazo de 96 meses. Agora suponha que o Município ‘X’ não tenha editado sua lei específica para essa situação, e que sua lei geral de parcelamento de débitos tributários estabeleça prazo de 60 meses. Nesse caso, se um devedor de tributos municipais de ‘X’ estiver em recuperação judicial e requerer parcelamento de sua dívida tributária, deve ser aplicada a lei geral de parcelamento do Município ‘X’, considerando o prazo de 96 meses previsto na lei específica federal.

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Perceba também que, diferentemente do que ocorre na via administrativa, o simples ingresso na via judicial não suspende a exigibilidade do crédito tributário. Para produzir esse efeito na via judicial, o contribuinte tem que obter uma medida liminar (cautelar) ou tutela antecipada.

Uma vez negado o provimento judicial de urgência (cautelar ou tutela antecipada), o contribuinte pode conseguir a suspensão da exigibilidade do crédito tributário mediante o depósito do montante integral. Para produzir esse efeito, o depósito tem que corresponder ao valor que a Fazenda Pública entende devido. Além disso, o depósito tem que ser em dinheiro. Nesse sentido é o entendimento consolidado pelo STJ:

Súmula 112/STJ: O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se for integral e em dinheiro.

No final do litígio, se a decisão judicial que transitar em julgado for favorável ao contribuinte, o crédito tributário será extinto (CTN, art. 156, X), e o depósito poderá ser levantado pelo contribuinte. Por outro lado, se a decisão final for desfavorável ao contribuinte, o depósito será convertido em renda da Fazenda Pública e o crédito tributário será extinto (CTN, art. 156, VI).

Por fim, vale ainda ressaltar que na esfera administrativa o depósito também tem sua utilidade. Ainda que a suspensão da exigibilidade do crédito já resulte da mera apresentação da impugnação tempestiva, o depósito administrativo é uma providencia que deve ser considerada com atenção pelo contribuinte, pois ele estanca a fluência de juros de mora, impedindo que a dívida cresça demasiadamente, considerando nossas altas taxas de juros e os longos prazos verificados na solução dos conflitos, que não raro ultrapassam uma década.

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5. PRINCIPAIS PONTOS DA AULA

• Crédito tributário é o direito da Fazenda Nacional que já se encontra revestido dos atributos de liquidez e certeza, e dotado de exigibilidade.

• O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta.

• As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem.

• O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos pelo CTN, fora dos quais não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas garantias.

• Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.

• Mas a entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal também constitui o crédito tributário, ficando dispensada qualquer outra providência por parte do fisco.

• O lançamento tributário tem natureza mista: ao mesmo tempo em que declara a existência da obrigação tributária, o lançamento constitui o crédito tributário.

• Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação.

• O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.

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• Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros.

• O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em virtude de:

� impugnação do sujeito passivo;

� recurso de ofício;

� iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149 do CTN.

• A modificação introduzida, de ofício ou em consequência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução.

• O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos:

� quando a lei assim o determine;

� quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legislação tributária;

� quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade;

� quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória;

� quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade que lhe compete no âmbito do lançamento por homologação;

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� quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária;

� quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação;

� quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento anterior;

� quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial.

• A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública.

• O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação.

• A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento.

• Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de ofício pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela.

• O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.

• O pagamento antecipado pelo obrigado extingue o crédito, sob condição resolutória da sua homologação.

• Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.

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• Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial.

• O crédito tributário regularmente constituído somente pode ter sua exigibilidade suspensa nos casos previstos pelo próprio Código.

• Somente a lei pode dispor sobre a suspensão da exigibilidade do crédito tributário.

• A lei que disponha sobre a suspensão da exigibilidade do crédito deve ser interpretada de maneira literal.

• Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:

� moratória;

� o depósito do seu montante integral;

� as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo;

� a concessão de medida liminar em mandado de segurança.

� a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial;

� o parcelamento.

• Com a suspensão da exigibilidade do crédito a Fazenda Pública fica impedida de promover sua inscrição na Dívida Ativa.

• Outro efeito decorrente da verificação concreta de alguma das hipóteses listadas no art. 151 do CTN é a possibilidade de obtenção de uma certidão com efeito de negativa.

• Em regra, pode conceder moratória em caráter geral o ente tributante que detém a competência tributária relativa ao tributo objeto do benefício. No entanto, o CTN estabelece que, em certos casos, a União pode conceder moratória geral de tributos estaduais ou municipais.

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• A lei concessiva de moratória pode circunscrever expressamente a sua aplicabilidade à determinada região do território da pessoa jurídica de direito público que a expedir, ou a determinada classe ou categoria de sujeitos passivos.

• Salvo disposição de lei em contrário, a moratória somente abrange os créditos definitivamente constituídos à data da lei ou do despacho que a conceder, ou cujo lançamento já tenha sido iniciado àquela data por ato regularmente notificado ao sujeito passivo.

• A moratória não aproveita aos casos de dolo, fraude ou simulação do sujeito passivo ou do terceiro em benefício daquele.

• A concessão da moratória em caráter individual não gera direito adquirido e será revogado de ofício, sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não cumprira ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão do favor, cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora:

� com imposição da penalidade cabível, nos casos de dolo ou simulação do beneficiado, ou de terceiro em benefício daquele;

� sem imposição de penalidade, nos demais casos.

• Como regra, o parcelamento do crédito tributário não exclui a incidência de juros e multas.

• Na via administrativa, a simples apresentação de uma impugnação tempestiva contra o lançamento já é causa suficiente para suspensão da exigibilidade do crédito tributário.

• Diferentemente do que ocorre na via administrativa, o simples ingresso na via judicial não suspende a exigibilidade do crédito tributário. Para produzir esse efeito na via judicial, o contribuinte tem que obter uma medida liminar (cautelar) ou tutela antecipada.

• Uma vez negado o provimento judicial de urgência (cautelar ou tutela antecipada), o contribuinte pode conseguir a suspensão da exigibilidade do crédito tributário mediante o depósito do montante integral.

• O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se for integral e em dinheiro.

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6. QUESTÕES DE CONCURSOS ANTERIORES

(FCC/ Procurador da Assembleia Legislativa do Estado da Paraíba/2013)

1. Considere as seguintes afirmações:

I. A falta de emissão de nota fiscal em operações isentas de venda de mercadorias não é suficiente para que esta obrigação acessória se transforme em obrigação principal com relação à penalidade pecuniária.

II. A concessão de tutela antecipada em ação judicial ou de parcelamento suspendem a exigibilidade de crédito tributário e são causas de dispensa do cumprimento das obrigações acessórias correspondentes à obrigação principal cujo crédito seja suspenso.

III. Lei específica deve tratar das formas e condições para a concessão de parcelamento.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) II e III.

b) II.

c) III.

d) I e III.

e) I.

(ESAF/ Analista-Tributário da Receita Federal do Brasil/2012)

2. Avalie as três proposições abaixo, à luz do Código Tributário Nacional, e responda a questão correspondente, assinalando a opção correta.

I. Os condôminos de um imóvel são solidariamente obrigados pelo imposto que tenha por fato gerador a respectiva propriedade.

II. Segundo entendimento do STJ, a expressão 'crédito tributário' não diz respeito apenas a tributo em sentido estrito, mas alcança, também, as penalidades que incidam sobre ele.

III. No lançamento por homologação, a legislação impõe ao sujeito passivo o dever de pagar, sem que o fisco tenha previamente examinado a matéria ou cobrado o tributo.

Contém ou contêm erro:

a) apenas as duas primeiras proposições.

b) apenas a primeira.

c) apenas a segunda.

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d) apenas a terceira.

e) nenhuma, pois as três estão certas.

(FCC/ Auditor-Fiscal de Rendas do Estado de São Paulo/2009)

3. Nos termos do Código Tributário Nacional, são três as modalidades de lançamento: de ofício, por declaração e por homologação. O lançamento de ofício é cabível

a) apenas para os tributos sujeitos ao lançamento por homologação.

b) quando o contribuinte ou terceiro declara à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato indispensável à sua efetivação.

c) para todo e qualquer tributo, mesmo no caso de anterior e regular lançamento em outra modalidade.

d) apenas no caso do sujeito passivo não cumprir com a obrigação acessória.

e) para aquele tributo cujo anterior lançamento por homologação tiver sido comprovadamente feito com omissão ou inexatidão, por parte de pessoa legalmente obrigada.

(ESAF/ Analista-Tributário da Receita Federal do Brasil/2009)

4. Sobre o lançamento, procedimento administrativo que faz nascer a obrigação tributária, é correto afirmar que:

a) por meio do lançamento, constitui-se o crédito tributário, apontando o montante devido correspondente à obrigação tributária principal, que abrange o tributo, mas não abrange eventuais penalidades pecuniárias pelo descumprimento da obrigação tributária.

b) o lançamento é indispensável para o recebimento do crédito tributário (por exemplo, nos casos de crédito consignado em pagamento e na conversão de depósito em renda), em qualquer situação.

c) o tributo, por força do CTN, é lançado mediante atividade administrativa plenamente vinculada, não sendo admissíveis impugnações de quaisquer natureza.

d) a forma do lançamento dependerá do regime de lançamento do tributo e das circunstâncias nas quais é apurado, sendo que, por não seguir o princípio documental, não necessariamente conterá a totalidade dos elementos necessários à identificação da obrigação surgida.

e) ainda quando de fato seja o lançamento feito pelo sujeito passivo, o Código Tributário Nacional, por ficção legal, considera que a sua feitura é privativa da

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autoridade administrativa, e por isto, no plano jurídico, sua existência fica sempre dependente de homologação por parte da autoridade competente.

(ESAF/ Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil/2009)

5. Sobre o lançamento, com base no Código Tributário Nacional, assinale a opção correta.

a) O lançamento é um procedimento administrativo pelo qual a autoridade fiscal, entre outras coisas, declara a existência de uma obrigação tributária.

b) Ao se estabelecer a competência privativa da autoridade administrativa para efetuar o lançamento, permitiu-se a delegação dessa função.

c) No lançamento referente à penalidade pecuniária, a autoridade administrativa deve aplicar a legislação em vigor no momento da ocorrência do fato gerador.

d) A legislação posterior à ocorrência do fato gerador da obrigação que instituir novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliando os poderes de investigação da autoridade administrativa, não se aplica ao lançamento.

e) A aplicação retroativa de legislação tributária formal pode atribuir responsabilidade tributária a terceiros.

(ESAF/ Agente Fiscal de Rendas do Município do Rio de Janeiro/2010)

6. O lançamento regularmente efetuado é revisto pela autoridade nas seguintes hipóteses, exceto:

a) quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legislação tributária.

b) quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado a declaração a que seja obrigada, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade.

c) quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação.

d) quando a lei ou regulamento assim o determine.

e) quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial.

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(FCC/ Auditor-Fiscal de Tributos Estaduais de Rondônia/2010)

7. O lançamento tributário

a) não pode, após regularmente notificado ao sujeito passivo, ser alterado de ofício pela autoridade administrativa.

b) depende sempre de prévia declaração do sujeito passivo ou de terceiro, na forma da legislação tributária.

c) reporta-se à data da ocorrência do fato gerador e rege-se pela lei vigente ao tempo da prática do lançamento.

d) não pode ser revisto de ofício pela autoridade competente.

e) é regido pela legislação vigente que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou fiscalização.

(FCC/ Auditor-Fiscal de Tributos Municipais de São Paulo/2012)

8. Um contribuinte do Imposto Predial e Territorial Urbano − IPTU possuía um imóvel urbano com área construída equivalente a 250 m2. Após a reforma que promoveu nesse imóvel, no final do ano de 2009, a área construída, passou a ser de 400 m2. Essa reforma foi feita sem o conhecimento nem a autorização das autoridades municipais competentes, com o intuito de evitar o aumento do valor do IPTU lançado para esse imóvel.

Independentemente das sanções que esse contribuinte possa sofrer pelas irregularidades cometidas, foi constatado que, nos anos de 2010 e 2011, a prefeitura daquele município lançou o IPTU em valor menor do que o devido, pois considerou como construída a área de 250 m2, e não de 400 m2.

Em setembro de 2011, ao tomar conhecimento de que a área construída do referido imóvel havia sido aumentada sem a devida comunicação à municipalidade, a fiscalização municipal, em relação ao IPTU,

a) pode revisar de ofício apenas o lançamento do IPTU referente ao exercício de 2011, pois foi nesse exercício que o fisco constatou a existência de aumento da área construída.

b) não pode fazer coisa alguma, pois os lançamentos do IPTU referentes aos exercícios de 2010 e 2011 já haviam sido feitos e estavam revestidos de definitividade.

c) pode revisar de ofício os lançamentos do IPTU referentes aos exercícios de 2010 e 2011, para apreciar fatos anteriormente desconhecidos (o aumento da área construída), não havendo prazo limite para o início dessa revisão, pois o

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contribuinte agiu com dolo ao deixar de informar a Fazenda Pública municipal a respeito da ampliação da área construída.

d) desde que autorizado judicialmente, pode rever de ofício os lançamentos do IPTU referentes aos exercícios de 2010 e 2011, para apreciar fatos anteriormente desconhecidos (o aumento da área construída), devendo essa revisão do lançamento, porém, ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública.

e) pode revisar de ofício os lançamentos do IPTU referentes aos exercícios de 2010 e 2011, para apreciar fatos anteriormente desconhecidos (o aumento da área construída), devendo essa revisão do lançamento, porém, ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública.

(FCC/ Auditor-Fiscal de Tributos Municipais de São Paulo/2012)

9. Um determinado tributo, cuja legislação de regência determine aos seus contribuintes a emissão do correspondente documento fiscal, com sua posterior escrituração no livro fiscal próprio, seguida da apuração do valor devido no final de cada período de competência e, finalmente, do subsequente recolhimento do valor apurado junto à rede bancária, tudo sem a prévia conferência do fisco, ficando essa atividade desenvolvida pelo contribuinte sujeita à posterior análise e exame pelo agente do fisco, que poderá considerá-la exata ou não, caracteriza a forma de lançamento denominada

a) extemporâneo.

b) de ofício.

c) por homologação.

d) por declaração.

e) misto.

(ESAF/ Analista de Comércio Exterior do MDIC/ 2012)

10. Constituem hipóteses de revisão de ofício do lançamento efetuado pela autoridade administrativa, exceto quando

a) deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento anterior.

b) se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária.

c) se comprove falsidade, erro ou omissão quanto aos elementos definidos pela autoridade administrativa como sendo de declaração obrigatória.

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d) a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade. e) se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação. (ESAF/ Assistente Técnico Administrativo do MF/2009)

11. Nos termos do Código Tributário Nacional, o lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos, exceto:

a) quando a lei assim o determine.

b) quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legislação tributária.

c) quando se suspeite que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação.

d) quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória.

e) quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade.

(ESAF/ Analista Técnico de Políticas Sociais do MPOG/2012)

12. Avalie os itens a seguir e assinale a opção correta.

I. Após o sujeito passivo ser regularmente notificado, o lançamento de determinado tributo poderá ser modificado em face de impugnação ou recurso.

II. O lançamento de tributo pode ter por base declaração do sujeito passivo ou de terceiro, na forma da legislação.

III. Ocorre o lançamento por homologação quando o sujeito passivo tem o dever de antecipar o pagamento de tributo sem interferência da autoridade administrativa.

a) Somente o item I está correto.

b) Somente os itens I e II estão corretos.

c) Os itens I, II e III estão corretos.

d) Somente os itens II e III estão corretos.

e) Somente os itens I e III estão corretos.

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(FCC/ Auditor-Fiscal de Rendas do Estado de São Paulo/2013)

13. César Augusto, Agente Fiscal de Rendas, notando a ocorrência de fato gerador, sem que tal fato fosse reportado ao Fisco, lavrou Auto de Infração e Imposição de Multa cobrando imposto e penalidades da HAL Materiais de Informática Ltda. O instrumento do Auto de Infração e Imposição de Multa foi entregue juntamente com a documentação que o instruía à autuada e esta o recebeu, por meio de pessoas com poderes para tanto, formalizando assim a regular notificação do sujeito passivo.

Considerando a situação fática exposta, exclusivamente com base no Código Tributário Nacional, o lançamento tributário pode ser alterado por

I. impugnação da HAL Materiais de Informática Ltda.

II. recurso de ofício, caso haja no presente caso decisão em processo administrativo que reduza o crédito tributário.

III. iniciativa de ofício da autoridade administrativa, quando se notar que o prazo prescricional do lançamento já decorreu.

IV. iniciativa do próprio Agente Fiscal de Rendas, após o decurso do prazo de defesa sem a apresentação de impugnação, quando se notar que apurou a quantia de imposto a ser pago em montante superior ao devido nas operações fiscalizadas.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II.

b) II e III.

c) II, III e IV.

d) I e IV.

e) III e IV.

(FCC/ Defensor Público no Estado do Amazonas/2013)

14. Em caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, o não pagamento antecipado pelo sujeito passivo traz como consequência a

a) exclusão do crédito tributário, que deverá, portanto, ser lançado de ofício pelo fisco, sob pena de prescrição.

b) necessidade do fisco em lançar de ofício, o que acontecerá com a lavratura de Auto de Infração e Imposição de Multa, sob pena de decadência.

c) extinção da obrigação tributária em cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador pela decadência, caso o fisco não realize o autolançamento neste prazo.

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d) suspensão da exigibilidade do crédito tributário até que o fisco lavre Auto de Infração e Imposição de Multa.

e) presunção de existência do crédito tributário por parte do fisco, que deve imediatamente inscrevê-lo em dívida ativa e propor execução fiscal.

(ESAF/ Agente Fiscal de Rendas do Município do Rio de Janeiro/2010)

15. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:

a) o depósito de seu montante integral e a concessão de medida liminar em mandado de segurança, exclusivamente.

b) o depósito de seu montante integral, a compensação e a concessão de liminar em mandado de segurança.

c) a interposição de reclamações ou recursos administrativos, a prescrição, a decadência e concessão de liminar em mandado de segurança.

d) o depósito de seu montante integral, o parcelamento, a concessão de liminar em mandado de segurança ou de tutela antecipada em outras espécies de ação judicial.

e) a compensação, a transação, a concessão de medida liminar em mandado de segurança e a remissão.

(ESAF/ Analista de Comércio Exterior do MDIC/ 2012)

16. Assinale a opção que, a teor do disposto no Código Tributário Nacional, não constitui hipótese de suspensão da exigibilidade do crédito tributário.

a) Recurso interposto ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.

b) Adesão, por parte do contribuinte, a parcelamento.

c) Depósito de montante integral para garantia do juízo.

d) Consignação em pagamento.

e) Concessão de antecipação de tutela em ação judicial.

(ESAF/ Assistente Técnico Administrativo do MF/2009)

17. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário, propiciando-se ao interessado certidão positiva com efeitos de negativa, exceto:

a) a moratória.

b) a transação.

c) o parcelamento.

d) a concessão de medida liminar em mandado de segurança.

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e) as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo.

(FCC/ Auditor do TCE-SP /2013)

18. Diante de uma catástrofe em região serrana de determinado Estado, foi concedida a dilação do prazo para pagamento do IPVA incidente sobre veículos automotores emplacados nos municípios atingidos pela situação de calamidade pública, passando a ser devido referido imposto até o último dia útil do corrente exercício financeiro. No mesmo ato, o Estado também concedeu isenção de IPTU aos imóveis localizados nas regiões afetadas pela situação. Nesse caso,

I. a dilação do prazo para pagamento do IPVA caracteriza moratória, causa de exclusão do crédito tributário.

II. a isenção concedida pelo Estado-membro é inconstitucional, por não possuir competência para conceder isenção sobre imposto municipal.

III. foi concedida moratória regional, revestindo-se de caráter geral para determinada região.

IV. é inadmissível a concessão de isenção a determinada região da entidade tributante, salvo na hipótese apresentada, por se tratar de isenção heterônoma.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II.

b) III e IV.

c) I e III.

d) II e IV.

e) II e III.

(FCC/ Auditor do TCE-SP/2013)

19. Determinado contribuinte ingressa com Ação Anulatória de Débito Fiscal com pedido de tutela antecipada e efetua o depósito do valor que entende devido, não correspondente a importância integral do Auto de Infração e Imposição de Multa (AIIM) que pretende anular. Concedida a antecipação da tutela requerida e expedido mandado de citação, a exigibilidade do crédito tributário estará suspensa em razão

a) da concessão da tutela antecipada.

b) do depósito do montante que o autor entende devido.

c) do pedido de tutela antecipada.

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AULA 06 – CRÉDITO TRIBUTÁRIO (Parte 1)

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d) da propositura da Ação Anulatória de Débito Fiscal.

e) do pagamento.

(FCC/ Auditor-Fiscal de Rendas do Estado de São Paulo/2009)

20. A suspensão da exigibilidade do crédito tributário

I. autoriza a emissão de certidão positiva com efeito de negativa.

II. autoriza a emissão de certidão negativa de débitos.

III. dispensa o cumprimento das obrigações acessórias.

IV. não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I e II.

b) I e III.

c) I e IV.

d) II e III.

e) II e IV.

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GABARITO

1. C 2. E 3. E 4. E

5. A 6. D 7. E 8. E

9. C 10. C 11. C 12. C

13. A 14. B 15. D 16. D

17. B 18. E 19. A 20. C