- o curso no vai ser um curso de metafsica, mas sobre o que foi () a metafsica.

- sobre a diferena entre homens e animais na perspectiva poltica de Plato:

dar origem a uma constituio tirnica, quando a aspirao liberdade toma conta de todas as esferas de atuao do homem democrtico, como podemos perceber na seguinte passagem da Repblica.___ Aos que se submetem aos governantes, falei, os cidados insultam tendo-os como pessoas que optaram pela servido e que nada valem; aos governantes que se assemelham aos governados e aos governados que se assemelham aos governantes, em particular e em pblico, elogiam e prestam honras. Numa cidade desse tipo, no ser foroso que a exigncia da liberdade abranja tudo?

___ Como poderia deixar de ser?

___ E que ela finalmente chegue at os bichos, fazendo nascer a anarquia?

___ O que queres dizer com isso?

___ Por exemplo, o pai se acostuma, disse, a fazer-se de criana, a sentir medo de seus filhos, o filho tem medo do pai e nem respeita nem teme seus genitores, a fim de ser livre; o meteco torna-se igual a um cidado e um cidado a um meteco e, da mesma forma, um estrangeiro. (PLATO, 562d L6)[footnoteRef:1] [1: Sobre a passagem da constituio democrtica para a constituio tirnica, conferir tambm 564a.]

- Transitions and Borders, p. 1: as fronteiras entre animais, homens e mquinas envolvem interaes entre metafsica, teoria do conhecimento, tica, experimentos, observaes, teologia, cincia, metforas, artes mecnicas. Traar essas fronteiras era uma maneira de determinar a natureza dessas atividades.

- as diferenas de graus no geram diferenas qualitativas (a no ser no sentido em que, eliminando gradativamente a confuso das ideias, a racionalidade aparece mas ela j estava l). As mquinas infinitas e as mquinas artificiais: diferena de graus produzindo uma diferena de natureza? No pode ser.

- os animais domsticos como posio na fronteira entre humanidade e animalidade. Domesticao e domnio: talvez o fascnio dos humanos com a domesticao no releve nem apenas de sua utilidade nem apenas de uma vontade de poder, mas justamente dessa necessidade de construir um ponto de passagem, uma soleira.- ver Deconstruction and Petting, de Joseph Lavery, de Demenageries (citando Kafka, The Cares of a Family Man) (Die Sorge des Hausvaters): talvez comear meu texto com esse conto. I ask myself, with no purpose, what is likely to happen to him? Can he possibly die? Anything that dies has had some aim in life, some kind of activity, which has worn out; but that does not apply to Odradek. Am I to suppose, then, that he will always rolling down the stairs, with ends of thread trailing after him, right before the feet of my children, and my childrens children? He does no harm to anyone that one can see; but the idea that he is likely to survive me I find almost painful.Ver Lavery, p. 136: Odradek um misto de mquina e animal. Ver Descartes. Ver Leibniz: mquina infinita.- como possvel explicar a passagem gradual da imaginao animal para o conhecimento das verdades necessrias dos seres racionais? A soluo de Leibniz a de afirmar que essas verdades sempre j estiveram l, de forma virtual, em todas as formas de vida. O progresso da razo a eliminao progressiva dos obstculos que nos impediam de perceb-las. Todos os animais j so virtualmente homens. O caminho j est traado. por um direcionamento da ateno que passamos a ver as verdades necessrias.- Monsieur des Cartes with his man, the generation of whom costs so little, but who so little resembles a true man (Leibniz, citado no livro Divine Machines, p. 10; G VI, 543).

- ver o uso de uma linguagem poltico-jurdica na Monadologia: as mnadas dominantes dotadas de esprito participam de uma sociedade com Deus, sendo sditos desse Prncipe divino.- notar, porm, como Lavery (p. 134) enfatiza a leitura da natureza como uma srie de encontros inter-espcies.