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1 Kant Idealismo alemão – Iluminismo (Aufklärung) europeu Prof. Giorgio Romano 4a aula http://tidia.ufabc.edu.br:8080/ Membership: Prof. Giorgio Romano

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Page 1: Aula 4 kant - Estado e Relações de Poder - UFABC

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KantIdealismo alemão – Iluminismo

(Aufklärung) europeu

Prof. Giorgio Romano4a aula

http://tidia.ufabc.edu.br:8080/Membership: Prof. Giorgio Romano

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Nasceu 1724 na Prússia (Frederico, o Grande)

Morreu 1804

Revolução Americana: 1776

Revolução Francesa: 1789

1781 Crítica da Razão Pura

Depois Crítica da Razão Prática e Crítica do Julgamento

1795 Paz Perpétua

Immanuel Kant – século 18Immanuel Kant – século 18

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Dialoga com Rousseau e David Hume

Hume atacou base do direito natural e defendeu separação razão, fatos e valores (empirismo moderno)

1739/1740 Tratado da Natureza Humana Kant considerou as conclusões de Hume inaceitáveis

(ceticismo) .

Teleologia / metafísica: estudo filosófico dos fins/ propósitos=> ver na história um processo linear em direção à racionalização, à estruturação do Estado, ao progresso.

Immanuel Kant – século 18Immanuel Kant – século 18

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Possibilidade de o homem seguir por sua própria razão.

Abdicação da religião em favor da razão como suprema autoridade intelectual.

Razão/ entendimento que nos fornece categorias a priori – aqueles que não vêm da experiência - que nos permitem emitir juizos sobre o mundo.

Filosofia racional > pretensão de universalidade.

A república ideal é objetivamente necessária e universalmente válida.

Immanuel Kant – Ótimismo iluminstaImmanuel Kant – Ótimismo iluminsta

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A razão incorpora os valores e os fatos gerando valores absolutos (para Engels: filosfia idealista mistificadora)

O conhecimento não é mera reflexão dos objetos, ele parte do sujeito, da mente humana que produz a imagem das coisas e as organiza para explicar o universo

O ser humano só age com autodeterminação se é guiado pela moral e a razão e não pelos instintos, os sentidos, as necessidades ou inclinações.

Immanuel Kant – Força da RazãoImmanuel Kant – Força da Razão

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Racionalismo moderno universalisa a razão humana:

reconhecimento de que a natureza humana é fonte do direito natural

admissão da existência, em épocas remotas, do estado de natureza

contrato social como origem da sociedade existência de direitos naturais inatos

(pertencem à natureza)

Immanuel Kant – Racionalismo Immanuel Kant – Racionalismo modernomoderno

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“Todos os seres humanos são, pela sua natureza, igualmente livres e independentes, e possuem certosdireitos inatos, dos quais, ao entrarem no estado desociedade, não podem, por nenhum tipo de pacto, privarou despojar sua posteridade; nomeadamente, a fruição davida e da liberdade, com os meios de adquirir e possuir apropriedade de bens, bem como de procurar e obter afelicidade e a segurança”

Art. 1o. Declaração de Direitos da Virgínia, 1787

Immanuel Kant – século 18Immanuel Kant – século 18

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“Os homens nascem livres e permanecemlivres e iguais em direitos. As distinçõessociais só podem fundar-se na utilidadecomum” Declaração Universal dos Direitos do Homem edo Cidadão, 1789

Kant enxergava na Revolução Francesa uma tentativa de instaurar o domínio da razão e daliberdade. Pronuncia-se favorável em particular àsecularização resultante => Friedrich Wilhelm II oproíbe se pronunciar sobre temas religiosos.

Immanuel Kant – século 18Immanuel Kant – século 18

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Ilustração/Esclarecimento (Anfklärung): saída dohomem de sua menoridade... fazer uso deentendimento sem a condução de um outro...usarsue próprio entendimento.

“ ...a passagem à maioridade seja tida como muito difícil e perigosa pela maior parte da humanidade (e por todo o belo sexo) deve-se a que os guardiões de bom grado se encarregam da sua tutela”.

Immanuel Kant – século 18Immanuel Kant – século 18

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“A história da humanidade pode ser encarada, em geral, como a realização do plano secreto da natureza paraestabelecer uma Constituição política perfeita...”

e

“relação entre Estados que seja perfeitamente adequada a esse fim”.

Comandos a priori da razão: os homens devem organizar-se segundo o direito, adotar a forma republicana degoverno e estabelecer a paz internacional.

Immanuel Kant – século 18: Immanuel Kant – século 18: Ilustração/ ilumunismo (Afklärung)Ilustração/ ilumunismo (Afklärung)

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Suposição da existência de certos princípioscomo uma idéia superior de Justiça, aosquais os homens não se podem/devemcontrapor=> ademais das leis "particulares“que cada povo tem que estabelecer para sipróprio, há uma lei "comum" conforme ànatureza. Comando da lei variava de acordo com olugar, mas o que era "por natureza" deveria ser omesmo em qualquer lugar

Direito natural Direito natural

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Todas as leis humanas deveriam ser medidas pela sua conformidade com o direito natural.

No cristianismo: direito natural se confundecom direito divino (Tomás de Aquino, século 13)

O pensamento jusnaturalista dos séculosXVII (Hugo Grócio) e XVIII: direito naturalindependente da teologia (Deus não se importa com os assuntos humanos)

Direito natural Direito natural

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Novas idéias predominantes: atribuíam a verdade das ciências à razão, não mais à

entidade teológica sobre-humana essência do direito se encontra na natureza humana e na natureza

das coisas, inexistindo elemento religioso

Direito natural continua um direito que antecede esubordina o direito positivo de origem política ou social.Este não deveria entrar em conflito com as regras dodireito natural e, se entrar, pode perder sua validade/legitimidade direitos descritos na Declaração não simplesmente

como fundados na decisão da assembléia que os aprovou, mas na natureza mesma do homem

Direito natural e a RazãoDireito natural e a Razão

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Conceito positivista do direito: o problema que se coloca não é a busca do bem, mas de equilíbrio de poderes. Na raiz dessa crítica está o relativismo ético –condições principais da democracia, porque o relativismogarantiria a tolerância e o respeito recíproco das pessoas

Thomas Jefferson, (seguindo John Locke) menciona"direitos inalienáveis

art 38 Corte Internacional Princípios gerais de direitoreconhecidos pelas maioria das ´nações civilizadas´ comofonte Direito Público Internacional

Crítica ao Direito natural Crítica ao Direito natural

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direito natural, que vale em toda parte, ao positivo, que vale apenas em alguns lugares

o direito natural é imutável no tempo, o direito positivo muda (ou universalidade no espaço, mas não imutabilidade no tempo, também o direito natural pode mudar no tempo);

fonte do direito funda-se na antítese natura-potestas populus

o direito natural é aquele que conhecemos através de nossa razão

o direito natural estabelece aquilo que é bom, o direito positivo estabelece aquilo que é útil

Direito natural x Direito positivoDireito natural x Direito positivo

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os comportamentos regulados pelo direito natural são bons ou maus por si mesmos, enquanto aqueles regulados pelo direito positivo são por si mesmos indiferentes e assumem uma certa qualificação apenas porque (e depois que) foram disciplinados de um certo modo pelo direito positivo: é justo aquilo que é ordenado, injusto o que é vetado.

• Lei natural – não requer promulgação pública• Lei positiva (direito público) – vontade do legislador

Direito natural x Direito positivoDireito natural x Direito positivo

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Contrato originário legitima o Estado: legislador encarregado de zelar pelo bem comum cidadãos que se submetem voluntariamente às leis

vigentesContrato originário não constitui a sociedade: ele a explicatal como ela deve ser (padrão racional da sociedade)

Ato pelo qual o próprio povo se constitui em Estado:

“...todos abrem mão de sua liberdade externa a fim dereavê-la de novo como membros de uma república, isto é,enquanto povo visto como Estado”.

Contrato originárioContrato originário

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“...ele abandonou completamente sua liberdade selvagem,sem lei, a fim de recuperá-la por inteiro num âmbito derelações legais de dependência...essa dependência derivade sua própria vontade legislativa”.

Espírito do contrato originário: conformar a forma de governo à idéia do contrato => “...antigas formas empíricas

(positivamente definidas na legislação) do Estado, cuja única serventia é sujeitar o povo, têm de ser transformadas na forma originária (racional) que é a única que faz da liberdade o seu princípio”.

“Constituição republicana...o fim último de todo o direito público”.

Contrato originárioContrato originário

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Constituição republicana: a lei é autônoma, manifesta a vontade do povo ( e

não a vontade de indivíduos ou grupos particulares) => Liberdade política exige que a esfera pública se mantenha imune a influências particulares

cada pessoa pode valer-se da coação pública para garantir seus direitos (incl propriedade)

As leis de direito público se referem apenas à forma jurídica da convivência entre os homens. Leis de conteúdo substantivo exceção: para prover a subsistência dos que não podem viver por sues próprios meios (garantir o Estado jurídico)

De Contrato Originário à ConstituiçãoDe Contrato Originário à Constituição

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Transição à sociedade civil é um dever universal eobjetivo, decorre a priori da razão. Passagem deum estado a outro não obedece a motivos deutilidade, mas é imperativo moral: o estado civil éa realização da idéia da liberdade.

Propriedade:• originalmente todos têm a posse coletiva de todos os

bens.• base legal para a posse individual é o ato da vontade

coletiva que a autoriza.

Sociedade CivilSociedade Civil

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as disposições naturais estão destinadas a desenvolver-se completamente e conforme um fim

no homem isso acontece apenas na espécie (não em nível individual)

o propósito mais elevado da natureza: o desenvolvimento de todas as disposições humanas => A natureza encaminha o homem para “a realização de uma sociedade civil universal que estabelece universalmente o direito”.

“O meio empregado pela natureza para propiciar o desenvolvimento de todas as disposições humanas é o sue antagonismo...que...é a causa de um ordenamento segundo leis dessa sociedade”.

Tese da história universalTese da história universal

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o homem tem duas faces: inclinação para associar-se com outros, porque em

sociedade ele se sente mais humano forte propensão a se isolar dos outros, porque deseja

fazer tudo em seu próprio proveito “... impulsionado pela vaidade, desejo de poder ou

ganância, busca uma posição entre seus semelhantes, que ele não tolera, mas dos quais não pode prescindir”.

“Sem essas características da insociabilidade...todos os talentos permaneceriam ocultos, não desenvolvidos...”.

Antagonismo kantianoAntagonismo kantiano

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Obs antagonismo em Rousseau (Locke, Hobbes) negativoporque antítese da sociabilidade. Em Kant competição e guerra mediações para o progresso.Forma de superar hiato entre razão e matéria da existênciasocial. Compare Adam Smith: homem procura maximizarlucro no mercado, promovendo a prosperidade geral.

• Não somos inerentes e inalteravelmente bons, mas temos a predisposição ao progresso moral.

• Garantir o progresso: liberdade de opinião, de imprensa, alargamento do debate público.

• Progresso (aperfeiçoamento moral) como resultante não intencional da interação humana.

Antagonismo kantianoAntagonismo kantiano

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Kant (como Rousseau) rejeita dilema hobbesiano: liberdade sem paz ou paz sem liberdade (submissão aoEstado). Resposta: Liberdade e Estado as leis do soberano são as leis que nos demos a nós

próprios Estado como instrumento necessário da liberdade de

sujeitos individuais

Roussau: individuo exerce somente liberdade na medidaem que integra o sujeito coletivo.

Kant: primazia do indivíduo.

Estado de direitoEstado de direito

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Estado de natureza: a posse física ( indivíduos não podemter certeza de sua segurança contra a violência mútua) Xposse de jure (abandonar o estado de natureza: unir-se atodos os demais, sujeitando-se a uma coerção pública legalexterna)

Em relação a uma posse externa uma vontade unilateralnão pode servir como uma lei coercitiva para todos =>somente vontade coletiva, universal e dotado de poder écapaz de fornecer a necessária garantia.

Estado de direitoEstado de direito

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Sociedade civil – Constituição – EstadoUnião que procede do interesse de todos em participar deuma sociedade juridicamente regulada =>cidadão1) liberdade legal: obedecer somente a lei à qual ele deu

seu consentimento2) igualdade civil : não ter entre seus concidadãos

ninguém superior a ele (outra pessoa, possuindo ele a faculdade moral de obrigá-la juridicamente tanto quanto ela pode obrigá-lo)

3) independência civil (com próprios direitos e poderes como um membro da república)

Estado de direitoEstado de direito

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Agir segundo o direito é uma exigência da ética (e não dedireito)Idéia da reciprocidade: obrigação para cada um dos demaisa respeito o que é deles.

A liberdade paradoxalmente requer a coerção: é justa quando exercida pela vontade geral do povo unido numasociedade civil, contra o exercício da liberdade queobstaculiza a liberdade de outro(s)

A autorização para usar a coerção é vinculada ao direitocontra quem o viole (prevenção de um impedimento àliberdade)

Estado de direitoEstado de direito

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O Imperativo Universal: “age como se a máxima de tua ação devesse tornar-se, por tua vontade, lei universal da natureza”.

O Imperativo Prático: “age de tal modo que possas usar a humanidade, tanto em tua pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre como um fim ao mesmo tempo e nunca apenas como um meio”.

Trata-se uma obrigação incondicional, ou uma obrigação que temos independentemente da nossa vontade ou desejos =>grande pilar para a construção da idéia de direitomoderno: minha liberdade vai até onde esbarra na dooutro

Estado de direito: Imperativo Estado de direito: Imperativo CategóricoCategórico

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A Declaração dos direitos do Homem e do

Cidadão

Art. 4.º A liberdade consiste em poder fazer tudo que não prejudique o próximo: assim, o exercício dos direitos naturais de cada homem não tem por limites senão aqueles que asseguram aos outros membros da sociedade o gozo dos mesmos direitos. Estes limites apenas podem ser determinados pela lei.

Estado de direito: Imperativo Estado de direito: Imperativo CategóricoCategórico

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Kant opõe-se explicitamente ao utilitarismo como doutrinamoral (leis reguladores do comportamento sãoinstrumentais com respeito aos valores materiais)

A razão define objetivamente o dever ser,mas os homens por sua constituição subjetiva nãoconduzem necessariamente à realização daquela finalidademoralAgora: o princípio subjetivo da ação (que varia segundo asituação e o indivíduo) não determina valor moral. => a conduta moral é vinculada a uma norma universal. As normas morais que nos conduzem são elaboradas por nós mesmos enquanto seres racionais=> Obedecer as suas próprias leis é ser livre.

Estado de direito: Imperativo Estado de direito: Imperativo CategóricoCategórico

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Tudo na natureza funciona segundo leis. Somente um ser racional tem a capacidade de agira segundo a representação das leis, agir segundo princípios.

Problema: a vontade não é em si mesmo inteiramente conforme a razão (natureza imperfeita do homem)

Solução: comando imperativo – princípio objetivo que constrange a vontade (bom)

Princípios objetivos? Princípios validos para todo ser racional X sensações, princípios puramente subjetivos que valem apensar para a sensibilidade dessa ou daquela pessoa (agradável).

Estado de direito: Imperativo Estado de direito: Imperativo CategóricoCategórico

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Formas de conhecimentoA priori: conhecimento puro, produz juízos

necessários e universais; extrai do sujeito aquilo que já está contido nele

A posteriori: conhecimento emprírico, reduz-se aos dados fornecidos pelas experiências sensíveis

A consciência original e inalterável, não é umarealidade propriamente, mas aquilo que tornapossível a realidade=> dedução transcendentalnada impõe de subjetivo à realidade

a priori – a posterioria priori – a posteriori

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• A razão cria o mundo moral =>a moral é concebida como independente de todos os impulsos e tendências naturais ou sensíveis

• Liberdade como postulado necessário da vidamoral

• O mundo natural: dominado pela necessidade

O mundo da liberdade: dominado pela ideia de fim

a priori – a posterioria priori – a posteriori

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DiferenciarLegalidade: conformidade da ação à norma(na esfera jurídica o homem é responsável perante osdemais)

Moralidade: conformidade da ação pelo dever(na esfera dos deveres morais, o homem é responsávelperante si mesmo)

Liberdade = liberdade de agir segundo leisConceito negativo da liberdade: ausência de determinaçõesexternas do comportamento (liberdade como autonomia)

Estado de direito: Imperativo Estado de direito: Imperativo CategóricoCategórico

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cidadão ativo: apto a votar (direito de conduzir o Estado, elaborar leis)

cidadão passivo: os que dependem de outro para o seusustento (subsistência e proteção) Ex. menores, mulheres –carecem de personalidade civil

“ elementos passivos do Estado, podem ainda assim exigir que os outros os tratem segundo as leis da liberdade e igualdade naturais...igualdade segundo a qual cada um é capaz de passar da cidadania passiva à cidadania ativa”.

Cidadania x igualdadeCidadania x igualdade

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Há, em cada Estado, três espécies de poderes: o poderlegislativo, o poder executivo das coisas que dependem dodireito das gentes, e o executivo das que dependem dodireito civil (...) Chamaremos este último o poder de julgare, o outro, simplesmente o poder executivo do Estado”(Montesquieu, Do espírito das leis, Livro XI, capítulo VI)

Kant: Unidade da vontade geral (Estado) composta de:• Soberania (legislador)• Governante (poder executivo• Poder judiciário

Estado de direito – trias políticaEstado de direito – trias política

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1) Segundo as pessoas que possuem o poder soberano:- autocracia (um possui o poder)- aristocracia ( alguns se associam para juntos possuírem o poder)- democracia (todos possuem o poder)

2) Maneira pela qual o Estado utiliza o seu poder:- republicano - despótico

Formas de organização do EstadoFormas de organização do Estado

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Republicanismo = princípio de organização do Estado que estabelece a separação entre o poder executivo (o governo) e o legislativo

Despotismo = execução autônoma pelo Estado das leis que ele mesmo decretou (vontade pública é administrada pelo governante como se fosse a sua própria vontade)

Formas de organização do EstadoFormas de organização do Estado

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Todos os Estados existentes se fundamentam no consenso => povo unificado sob a vontade legislativa geral em virtude do pacto originário => dever de obediência às leis vigentes ainda que elas sejam injustas.

• Em princípio as reformas necessárias para aperfeiçoar a constituição no sentido republicano devem ser efetuadas pelo soberano através do poder legislativo.

• Nenhuma Constituição pode outorgar ao povo o direito à revolta, sob pena de contradizer-se.

• A idéia do contrato originário obriga todo legislador a considerar suas leis como podendo ter sido emanadas da vontade coletiva de todo o povo (legitimidade de toda a lei pública).

Revolução x ReformaRevolução x Reforma

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Direito de necessidade: destronamento tirano. Se os direitos do povo são violados, não há injustiça em depor o tirano.

O sucesso eventual de uma revolta demonstra que a necessária suposição de que o soberano detinha efetivamente o poder supremo era falsa.

Para destruição de um despotismo pessoal ou da opressão gananciosa ou tirânica, mas não realizará “nunca uma verdadeira reforma nas maneiras de pensar”. => novos preconceitos servirão tão bem quanto os antigos para atrelar as grandes massas não pensantes.

Revolução x ReformaRevolução x Reforma

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Dois contratos: nacional e internacional (comunidadejurídica internacional para dar forma racional a um novomundo e a paz entre as nações).Estados em suas relações externas vivem ainda em estadonão-jurídicoA paz é um princípio moral a priori. Mas precisa de umacordo real => Liga das nações para a paz. Não constituium soberano por sobre os estados nacionais.Federação dos Estados: obrigação de não intromissãouma associação (colaboração entre iguais) -princípio dasubsidiaridadeObs. Isso pressupõe a república como regime político nos países

contratantes. Estado de natureza é estado de guerra

Paz PerpetuaPaz Perpetua