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SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
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Fotos meramente ilustrativas
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SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
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Secretaria Geral de Controle Externo
Secretário: Marco Antonio Scovino
AUDITORIA OPERACIONAL
Órgão Inspecionado: Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil
Titular SMSDC: Hans Fernando Rocha Dohmann
Secretário Municipal de Saúde e Defesa Civil
Titular
SMSDC/SUBGE:
Anamaria Carvalho Schneider
Subsecretária Geral
Época da inspeção:
Fevereiro/12 a Abril/12
Período Abrangido: Julho/11 a Abril/12.
Equipe: Marcelo da Silva Ribeiro
Assessor 4ª IGE / SGCE
Matrícula 40/901.243
Natasha Escher Carvalho
Técnico de Controle Externo
Matr. 40/901.692
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ÍNDICE
1. Introdução .......................................................................................................................................................5
1.1 Escopo de auditoria e período de abrangência..................................................................................6
2. Repasses federais para implantação do complexo regulador x destinação dos recursos efetuada
pela SMSDC. ..................................................................................................................................................6
2.1 Introdução. ...............................................................................................................................................6
2.2 Recursos federais transferidos à SMSDC/RJ. ...................................................................................7
2.3 Execução orçamentária do Programa de Trabalho vinculado à regulação. ..................................8
2.4 Estrutura das unidades quanto à operação do SISREG. ...............................................................10
3. Complexo regulador. ...................................................................................................................................11
3.1 Introdução, conceito e objetivos. ........................................................................................................11
3.2 Central de Regulação...........................................................................................................................12
3.3. Programação Pactuada e Integrada (PPI) e Termos de Garantia de Acesso....................................14
3.3.1 Introdução e conceito. ..........................................................................................................................14
3.3.2 Repasses federais recebidos pelo Município relacionados ao Bloco de Média e Alta
Complexidade Ambulatorial e Hospitalar (MAC)..............................................................................15
3.3.3 Procedimentos de média e alta complexidade realizados por município de origem do
paciente, em regime ambulatorial. .......................................................................................... 16
3.3.3.1 Introdução..................................................................................................................... 16
3.3.3.2 Procedimentos de Tomografia Computadorizada realizados em regime ambulatorial,
com base no TABNET / SIA. .................................................................................................... 17
3.3.3.3 Procedimentos de ressonância magnética realizados em regime ambulatorial, com
base no TABNET / SIA. ............................................................................................................ 18
3.3.3.4 Procedimentos de endoscopia realizados em regime ambulatorial, com base no
TABNET / SIA........................................................................................................................... 20
3.3.3.5 Procedimentos de cintilografia realizados em regime ambulatorial, com base no
TABNET / SIA........................................................................................................................... 21
3.3.3.6 Procedimentos de ultrassonografia realizados em regime ambulatorial, com base no
TABNET / SIA........................................................................................................................... 22
3.3.4 Procedimentos pactuados entre os Municípios no âmbito da PPI. ......................................... 24
3.3.5 Internações Hospitalares ocorridas no âmbito do Município. ................................................. 26
3.4 Planos Operativos Anuais vigentes entre a SMSDC x entidades públicas ou particulares
prestadoras de serviços ao SUS........................................................................................................27
3.4.1 Termos de Contratualização celebrados entre a SMSDC X entidades privadas. ................... 27
3.4.2 Protocolos de Cooperação entre Entes Públicos (PCEP) formalizados entre a SMSDC X
unidades públicas federais ou estaduais de saúde. ............................................................... 28
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3.4.3 Exame das metas físicas definidas nos Planos Operativos x Oferta de procedimentos no
SISREG. .................................................................................................................................. 29
4. Regulação do Acesso aos serviços de saúde, por meio do SISREG................................................ 37
4.1 Introdução, definição e vantagens do SISREG III ...........................................................................37
4.2 Registros de consultas e exames obtidos pelo TCMRJ nas CAPs ...............................................38
4.2.1 Introdução ................................................................................................................................ 38
4.2.2 Exame dos registros de solicitação, segregados por status. .................................................. 40
4.2.3 Procedimentos pendentes de regulação ou em fila de espera. .............................................. 42
4.2.4 Avaliação do prazo entre a solicitação e a marcação do procedimento................................. 46
4.2.5 Avaliação das solicitações negadas, canceladas ou devolvidas ............................................ 48
4.2.6 Mapeamento das unidades executantes .................................................................................51
4.2.7 Agilidade do médico regulador no atendimento das demandas das unidades solicitantes.... 52
4.3 Eficiência da central de regulação quanto ao aproveitamento da oferta de serviços de saúde
disponíveis .............................................................................................................................................54
4.3.1 Introdução................................................................................................................................ 54
4.3.2 Oferta de serviços (teto) x agendamentos efetuados ............................................................. 55
4.3.3 Serviços desperdiçados relacionados às solicitações pendentes de regulação .................... 58
4.3.4 Exames destinados a internados ............................................................................................ 61
4.3.5 Absenteísmo dos pacientes na rede municipal de saúde....................................................... 64
4.4 Policlínicas SMSDC/RJ - Avaliação de produtividade e abrangência do SISREG III................66
5. Plano Municipal de Saúde 2010/2013 envolvendo o complexo regulador..........................................70
5.1 Indicadores, metas e resultados alcançados pela SMSDC/RJ......................................................70
6. Comentários finais. ......................................................................................................................................72
7. Recomendações. .........................................................................................................................................75
8. Questionamentos. ........................................................................................................................................76
9. Conclusão.......................................................................................................................................78
10. Proposta de encaminhamento. ..................................................................................................................78
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Anexos do relatório
Anexo 01 Detalhamento da execução orçamentária PT n° 18.01.10.302.0331.2852
Anexo 02 Procedimentos de ultrassonografia - Exames efetuados pelas Clínicas de Família
da SMSDC/RJ.
Anexo 03 PPI da Região Metropolitana I – Alta Complexidade Ambulatorial
Anexo 04 Planos Operativos (HUPE, IPPMG, Instituto de Psiquiatria da UFRJ (IPUB),
DARKE, CAME, CEPOA)
Anexo 05 Base de dados elaborada pelo TCMRJ, a partir dos Registros do SISREG III,
abordando avaliação do prazo de agendamento dos procedimentos.
Anexo 06 Produção Ambulatorial TABNET/SIA entre Nov/11 e Março/12 - HUPE
Anexo 07 Questionário aplicado às unidades de saúde
Anexo 08 Estudo sobre as causas de solicitação devolvidas, canceladas ou negadas, além
da avaliação do prazo do médico regulador para autorizar o procedimento.
Anexo 09 Registros pendentes de regulação no SISREG III e Vagas disponíveis no sistema
Anexo 10 Procedimentos agendados no SISREG III de Janeiro/11 a Dezembro/11
Anexo 11 Arquivos com a oferta (teto) mensal de procedimentos constante no SISREG III dos
meses de Agosto/11 e Março/12.
Anexo 12 Telas do SISREG de cateterismo, tomografia e ressonância magnética.
Anexo 13 Telas do SISREG com registros pendentes de cardiologia pediátrica e
vagas disponíveis.
Anexo 14 Avaliação das Policlínicas - Relatórios TABNET/SIA, Relação dos médicos
em atividade e Planilha com os cálculos efetuados pelo TCMRJ.
Anexo 15 Comparativo entre a oferta mensal de janeiro/12 x procedimentos marcados
no mês de janeiro/12.
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1. Introdução
Em cumprimento ao plano de inspeções aprovado por esta Corte de Contas, em
Sessão Plenária realizada em 30/01/12, conforme o processo 40/0234/12, iniciou-se a
fase de planejamento da presente auditoria operacional em fevereiro/12, em que se
estudou o tema “Complexos Reguladores”, cujas diretrizes são definidas pelo
Ministério da Saúde, por meio de Portarias, culminando na entrega de memorando da
equipe do TCMRJ à SMSDC em 16/02/12.
O assunto em tela representa resumidamente a regulação do acesso da
população aos serviços de saúde (consultas médicas e exames), seja residente no
Município do Rio de Janeiro ou em outros inseridos na região metropolitana da cidade,
levando em conta a ampla rede de saúde federal, estadual, municipal ou privada.
O Município do Rio de Janeiro, na condição de gestor pleno do SUS, precisa se
articular com todos os prestadores, com o objetivo de organizar o fluxo de atendimento
à população. O assunto será devidamente aprofundado nos tópicos seguintes.
1.1 Escopo de auditoria e período de abrangência.
A presente auditoria operacional buscou dar um entendimento global do
funcionamento dos complexos reguladores, focando seus trabalhos, sobretudo, no
fluxo de regulação de consultas e exames solicitados em regime ambulatorial, a partir
das demandas das unidades de atenção primária e policlínicas, com a utilização do
Sistema de Regulação (SISREG) disponibilizado gratuitamente pelo Ministério da
Saúde a Estados e Municípios.
A definição do escopo justifica-se em razão da rede municipal de saúde: Em
consulta ao DATASUS / CNES, em 20/12/11, são 185 unidades de atenção primária,
segregadas em clínicas de família e centros municipais de saúde, 9 policlínicas, 10
unidades de pronto atendimento pré-hopitalar (UPA), 17 hospitais e 3 maternidades.
A função primordial, definida na Carta Magna de 1988, dos Municípios é a
atenção primária, e é nesta direção que a SMSDC vem caminhando, ampliando a
cobertura da Estratégia de Saúde da Família. Ademais, o tema complexos reguladores
é vasto, conforme exposto nos itens seguintes do relatório.
A equipe do TCMRJ definiu como período de abrangência o período de Julho/11
a Março/12, podendo ser mais restrito em situações específicas, dependendo do
assunto abordado.
2. Repasses federais para implantação do complexo regulador x destinação
dos recursos efetuada pela SMSDC.
2.1 Introdução.
O Ministério da Saúde organiza os repasses federais a Estados e Municípios na
forma de blocos de financiamento, nos Termos da Portaria MS 204/07.
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Quanto aos recursos transferidos para implantação dos complexos reguladores,
a Portaria MS 2.907/09 define critérios de financiamento para a implantação e
implementação de Complexos Reguladores e informatização das unidades de saúde
integrantes do Complexo Regulador.
Segundo o art. 1º, §1º da Portaria, os repasses federais devem ser destinados à
aquisição de equipamentos para informatização, material permanente, ampliação e
adequação de área física e capacitação de recursos humanos, e serão estritamente
relacionados à operacionalização do Complexo Regulador, estrutura composta pelas
Centrais de Regulação e unidades de saúde.
Em geral, as unidades de saúde inseridas na regulação do acesso aos serviços
de saúde e a central de regulação da SMSDC (entendida como o núcleo que
operacionaliza e define regras de acesso ao SISREG) podem direcionar os recursos
financeiros para aquisição de equipamentos de informática, de estruturação de redes,
de conexão com a Internet, mobiliário adequado para atividades relacionadas ao
núcleo interno de regulação, equipamento de audiovisual (projetor multimídia,
videoconferência e audioconferência.
Nos termos do art. 2º da Portaria MS 2.907/09, o gestor da Secretaria de Saúde
deve encaminhar proposta de implantação e/ou implementação de complexo regulador
e informatização das unidades de saúde integrantes do Complexo Regulador, com
todas as etapas, por meio de ofício, dirigido ao Departamento de Regulação,
Avaliação e Controle de Sistemas, da Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério,
para análise,
Nos termos do art. 3º, a proposta homologada será legitimada pelo Ministério da
Saúde, por meio de portaria específica, em que será definido o valor financeiro a ser
liberado.
A liberação dos recursos será efetuada em 3 (três) parcelas, sendo a primeira
correspondente a 30% do valor total, e liberada após publicação de portaria específica,
mediante homologação da proposta pela Comissão Intergestores Bipartite – CIB.
A segunda parcela, correspondente a 40% do valor total, será liberada mediante
comprovação, junto ao Departamento de Regulação Avaliação e Controle de Sistemas
(DRAC/SAS/MS) da publicação oficial do processo de compra dos equipamentos já
descritos.
A terceira parcela equivalente a 30% do total, e liberada mediante demonstrativo
dos gastos efetuados nas etapas anteriores.
2.2 Recursos federais transferidos à SMSDC/RJ.
Após a fase de elaboração da proposta do gestor local, e respectiva
homologação do Ministério da Saúde, definem-se, em Portaria específica, os recursos
federais a serem transferidos a Estados e Municípios, tomando-se por base a
liberação das parcelas de acordo com o cronograma definido e comprovado pelo
gestor local.
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A Portaria MS 3.188/09 habilitou vários Entes Federativos, definindo o total de
R$ 1.137,568,00 a ser repassado à Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.
Do exame do comparativo dos recursos federais a serem transferidos, percebe-
se que a proposta da SMSDC/RJ é muito inferior à de Municípios que possuem uma
rede de saúde bem menor, conforme quadro a seguir:
UF Entidade Estados / Municípios Valor (R$)
MS SES Mato Grosso do Sul 13.233.132,44
CE SES Ceará 8.301.100,00
AC SMS Rio Branco 2.000.000,00
MG SMS Belo Horizonte 2.863.209,00
MS SMS Campo Grande 4.697.600,00
RJ SMS Rio de Janeiro 1.137,568,00
RS SMS Porto Alegre 3.425.490,00
SC SMS Florianópolis 4.700.896,51
SP SMS Ribeirão Preto 1.809.331,60
Fonte: Portaria MS 3.188/09.
Do total previsto na Portaria, R$ 767.000 foram efetivamente repassados ao
Município entre 2010 e 2011. Portanto, provavelmente a 3ª parcela correspondente ao
demonstrativo dos gastos efetuados não foi repassada.
Sem menosprezar os outros entes federados, o tamanho da rede de saúde do
Município do Rio de Janeiro não é compatível com os recursos previstos em Portaria,
os quais se vinculam à proposta da SMSDC/RJ.
A equipe do TCMRJ solicitou a proposta de implantação do complexo regulador,
porém a SMSDC/SURCA não forneceu a documentação, limitando a avaliação e a
conclusão desta Corte.
2.3 Execução orçamentária do Programa de Trabalho vinculado à regulação.
Conforme documentação fornecida pelo setor orçamentário da SMSDC, utilizou-
se o Programa de Trabalho n° 18.01.10.302.0331.2852, com subfunção nº 302
(assistência hospitalar e ambulatorial), Programa nº 331 (reestruturação do
atendimento de emergência), Proj / Ativ nº 2852 (regulação dos leitos hospitalares e
procedimentos de baixa, media e alta complexidade). O quadro a seguir ilustra as
despesas principais, sendo o total empenhado e pago entre 2010 e 2011,
respectivamente, de R$ 385.460,76 e R$ 227.446,20 (anexo 01).
Empenho Favorecido Processo Fonte Meta Valor
Empenhado Valor pago
Destinação
1945/11 Road Brazil Transportes
Rodoviários Ltda, 09/004.947/10 100 3584 61.380,00 0,00
2270/11 Sportplus Marketing
Esportivo Ltda 09/000.106/10 194 3642 110.320,00 110.320,00
2271/11 Sportplus Marketing
Esportivo Ltda 09/000.106/10 100 3642 47.550,01 47.550,01
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Empenho Favorecido Processo Fonte Meta Valor
Empenhado Valor pago
Destinação
2509/11 Andressa Panini Albissu 09/002.636/11 194 3642 68.107,88 0,00 Aquisição de cadeiras e
mesas
2947/11 Sportplus Marketing
Esportivo Ltda 09/000.106/10 100 3642 25.737,57 25.737,57
3097/11 Investiplan Computadores
e Sistemas de Refrigeracao Ltda,
09/004.475/11 194 3584 18.389,00 0,00 Aquisição de ar-
condicionado
Não consta 09/003.541/11
(1) Não consta
Seminário de Regulação
realizado em setembro/11
Não consta 09/001.749/11
(2) Não consta Aquisição de
equip. informática
Subtotal das despesas previstas neste quadro 331.484,46 183.607,58
Fonte: SMSDC/SURCA e Execução orçamentária envolvendo a regulação.
(1) Não consta no SAGOF nenhum empenho associado ao evento, cujo valor foi orçado em R$
183.607,58. (2) Não consta no SAGOF nenhum empenho associado à compra de computadores e
impressora a laser, cujo valor foi orçado em R$ 662.000,00.
A meta 3584 definida no PPA 2010/2013 refere-se à supervisão em unidade de
saúde realizada. Quanto à meta 3642, relaciona-se à internação hospitalar regulada.
Ambas as metas possuem como objetivo da ação (Projeto / Atividade 2852)
disponibilizar à população, em parceria com os demais níveis de governo, todos os
leitos hospitalares, procedimentos de baixa, média e alta complexidade.
Segundo informação obtida durante os trabalhos de campo, o processo de
aquisição de equipamentos de informática levou muito tempo a ser concluído, sendo
avaliado pela SMSDC que seria mais apropriado abrir novo procedimento
(09/001.749/2011), que ainda está em andamento no órgão. Por essa razão, não
houve nenhuma compra de equipamento de informática para atender à central de
regulação (instalada atualmente em prédio anexo ao Hospital Souza Aguiar) ou às
unidades da rede municipal de saúde com recursos federais repassados.
Do confronto entre os repasses efetivos e os recursos empenhados, conclui-se
que 50% (R$ 385.460,76 / 767.000,00) dos recursos disponíveis foram empenhados
pela SMSDC, tendo em vista e exposto no item 2.2.
Do exame do quadro anterior, verifica-se que foram empenhados e pagos R$
183.607,40 à empresa Sportplus Marketing Esportivo Ltda, cabendo ao órgão informar
o objeto das despesas, juntando aos autos a documentação comprobatória, pois em
tese a atividade da empresa não guarda relação com o Programa de Trabalho da
SMSDC.
Quanto ao Seminário de Regulação realizado em setembro/11, não foi localizado
nenhum empenho vinculado ao processo administrativo, cabendo à SMSDC
esclarecer o exposto. O processo citado no quadro anterior foi requisitado pelo
TCMRJ, porém não foi disponibilizado pela jurisdicionada.
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2.4 Estrutura das unidades quanto à operação do SISREG.
Apesar de a SMSDC não ter utilizado a linha de financiamento específica da
Portaria do Ministério da Saúde, conforme item anterior, a avaliação das unidades da
rede objeto de pesquisa, por meio de questionário, sugere que não há maiores
problemas de carência de computadores ou de conexão de Internet, necessários à
utilização do SISREG, sobretudo as unidades de atenção primária.
Essa percepção é explicável, pois os contratos de gestão celebrados com as
organizações sociais possuem recursos para modernização de equipamentos de
informática, não sendo utilizados até o momento os recursos federais disponíveis.
Outras questões do questionário abrangeram a estrutura das unidades, a saber:
Pergunta Sempre / Quase
sempre 1 Com
Frequencia 2 Poucas Vezes 3
Nunca / Quase Nunca 4
Os computadores utilizados para acessar o SISREG são bons o suficiente, permitindo o
acesso e manuseio do SISREG sem problemas? 19 5 2 8
A internet utilizada para acessar o SISREG apresenta problemas de lentidão ou conexão?
10 7 8 9
Existem operadores em quantidade suficiente na unidade para operar o SISREG, permitindo inserir
as solicitações e verificar constantemente os procedimentos devolvidos ou negados pela central
de regulação?
11 10 8 5
Os operadores do SISREG se sentem capacitados, permitindo o uso apropriado do
sistema? 23 11 0 0
Há rotatividade dos operadores do SISREG, dificultando a familiarização e uso do sistema?
1 0 5 28
Fonte: Questionário TCMRJ respondido por 34 unidades que encaminharam suas respostas.
Conforme quadro anterior, 70% (sempre / quase sempre ou com frequência 2)
das unidades (24 / 34) avaliaram positivamente os computadores utilizados para
operar o SISREG.
Por outro lado, a internet disponível nas unidades obteve pior avaliação, na
medida em que 50% (17 / 34) das unidades informaram que a internet utilizada para
operar o sistema, sempre / quase sempre ou com frequencia, apresenta problemas de
lentidão ou conexão.
As demais questões envolvendo quantidade, rotatividade e capacitação dos
operadores do SISREG não apresentam maiores problemas, segundo percepção das
unidades.
Em outra pergunta do questionário, informa-se que 127 computadores são
utilizados para operar o SISREG, pelas 34 unidades, com média de 3,74
equipamentos e 4,94 operadores por unidade.
1 Acima de 75% dos casos /
2 Entre 46% e 75% dos casos /
3 Entre 25% e 45% dos casos /
4 Abaixo de
25% dos casos.
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3. Complexo regulador.
3.1 Introdução, conceito e objetivos.
Segundo as Diretrizes do Ministério da Saúde, inseridas no Pacto pela Saúde
2006, e Portarias que normatizam o assunto, o Complexo Regulador consiste numa
organização do conjunto de ações da Regulação do Acesso à Assistência, de maneira
articulada e integrada, buscando adequar a oferta de serviços de saúde à demanda
que mais se aproxima às necessidades reais em saúde.
A constituição de Complexos Reguladores permite, aos gestores, articular e
integrar dispositivos de Regulação do Acesso como Centrais de Internação, Centrais
de Consultas e Exames, Protocolos Assistenciais com outras ações de controle,
avaliação e auditoria assistencial, assim como com outras funções da gestão como
programação e regionalização.
A implantação de centrais de internação, consultas e exames, para gerenciar os
leitos disponíveis e a agenda de consultas especializadas e Serviços de Apoio
Diagnóstico e Terapêutico (SADT), demanda um pacto com prestadores, formalizado
nos contratos, e a atualização dos cadastros de estabelecimentos, profissionais e
usuários.
Para padronizar a solicitação de internações, consultas, exames e terapias
especializadas, exigem-se protocolos para encaminhamentos, que devem estar de
acordo com os mais recentes e seguros consensos científicos.
Para criar fluxos ágeis de referência, exige-se a integração com as ações de
solicitação e de autorização de procedimentos. Ao criar o canal para a referência de
uma unidade a outra, segundo fluxos e protocolos padronizados, permite-se a
utilização mais adequada dos níveis de complexidade e viabiliza-se a atenção de
forma oportuna e adequada à necessidade do usuário.
A organização dos fluxos de referência especializada e contra-referência
intermunicipal faz exigências à conformação de uma rede hierarquizada e
regionalizada, fazendo demandas ao processo de regionalização e da Programação
Pactuada e Integrada (PPI).
Todos os municípios devem organizar a Regulação do Acesso dentro das
diretrizes da Regulação da Atenção à Saúde, mas nem todos contarão com complexos
reguladores. Assim, no mínimo, todos os municípios devem organizar uma atenção
básica resolutiva que faça solicitações padronizadas pelos protocolos,
encaminhamentos responsáveis e adequados aos demais níveis de assistência,
segundo os fluxos de referência desenhados, ainda que os estabelecimentos não
estejam localizados em seu território (definições do PDR e da PPI).
Nesta situação, o município desempenhará ao mesmo tempo, o papel de
autorizador e de unidade solicitante dentro de um complexo regulador, localizado no
município que é seu polo de referência.
Dentre os objetivos relacionados ao tema em exame, destacam-se:
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� Oferecer a melhor alternativa assistencial para a demanda do usuário,
considerando a disponibilidade assistencial;
� Organizar e garantir o acesso da população as ações e serviços de saúde em
tempo oportuno, de forma ordenada e equânime;
� Organizar a oferta de ações e serviços de saúde e adequá-las às necessidades
demandadas pela população;
� Otimizar a utilização dos recursos disponíveis;
� Fornecer subsídios aos processos de planejamento, controle e avaliação;
� Fornecer subsídios para o processo de Programação Pactuada e Integrada (PPI).
Graficamente, a implantação do complexo regulador compreende estruturas
interligadas e dependentes entre si, a saber:
Conforme exposto no item 1.2, o escopo primordial do trabalho focou na
regulação dos procedimentos ambulatoriais demandados pelas unidades que integram
a rede municipal de saúde.
Os itens a seguir detalharão as demais estruturas do gráfico, permitindo uma
visão mais apropriada do complexo regulador.
3.2 Central de Regulação.
A Central de Regulação consiste na estrutura que operacionaliza as ações da
regulação assistencial, compreende toda a ação meio do processo regulatório, ou
seja, recebe as solicitações de atendimento, avalia, autoriza e/ou regula previamente
os procedimentos e agenda, garantindo assim o atendimento aos usuários do SUS.
As autorizações são realizadas por equipe de autorizadores, já as regulações
são realizadas por médicos reguladores, orientados por protocolos, respeitando
prioridades, critérios clínicos de necessidade dos usuários, e disponibilidade de oferta,
visando garantir a integralidade e equidade do atendimento à saúde em todos os
níveis, o acesso ordenado e ágil aos recursos assistenciais necessários para cada
Complexo Regulador
Protocolos de Cooperação entre Entes
Públicos
Programação Pactuada e Integrada
Termos de Contratualização com
Entid. Privadas
Central de Regulação
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demanda, com critérios pactuados e transparentes, respeitando os princípios de
regionalização e hierarquização.
O Complexo Regulador é composto por uma ou mais estruturas de Centrais de
Regulação, que recebem as solicitações de atendimento, processam e agendam, e
são classificadas da seguinte forma:
� Central de Regulação de Urgência: sua ação é executada conforme disposto na
Portaria MS n. º 2048/02, que regula o atendimento pré-hospitalar de urgência,
realizado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU. A partir do
momento em que o paciente necessita de uma internação será acionada a Central
de Regulação de Internações.
� Central de Regulação de Internações: é responsável pela regulação dos leitos
hospitalares dos estabelecimentos de saúde vinculados ao SUS, próprios,
contratados ou conveniados. O escopo da central de internações hospitalares deve
ser configurado com os leitos das diversas clínicas, de UTI e de retaguarda aos
prontos-socorros.
� Central de Regulação de Consultas e Exames em regime ambulatorial: é
responsável pela regulação do acesso dos pacientes às consultas especializadas,
aos Serviços de Apoio Diagnose e Terapia – SADT, bem como aos demais
procedimentos ambulatoriais especializados ou não.
No caso da Central de Regulação da SMSDC/RJ, utiliza-se o sistema SISREG III
para consolidar os prestadores de serviços, as unidades solicitantes, os
procedimentos a serem ofertados, etc, permitindo o agendamento automático (pelo
sistema) ou regulado (pelo médico regulador) de consultas e exames. O SISREG III
será abordado com mais profundidade no item 4.
A Secretaria Estadual de Saúde exerce função primordial na construção de uma
malha reguladora, a fim de organizar o fluxo assistencial de saúde entre os Municípios.
O gráfico a seguir ilustra a organização do complexo regulador no âmbito Estadual.
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Fonte: Apresentação em Power Point da Secretaria Estadual de Saúde sobre regulação
(dtr2001.saude.gov.br/sas/.../CGRA/Ap.Rio de Janeiro.ppt) – material disponível na internet.
OBS: A apresentação cita dados até 2005. Portanto, é possível que ocorrido eventual mudança no
gráfico.
3.3. Programação Pactuada e Integrada (PPI) e Termos de Garantia de Acesso.
3.3.1 Introdução e conceito.
Programação Pactuada e Integrada da Assistência em Saúde é um processo
instituído no âmbito do Sistema Único de Saúde onde, em consonância com o
processo de planejamento, são definidas e quantificadas as ações de saúde para
população residente em cada território, bem como efetuados os pactos intergestores
para garantia de acesso da população aos serviços de saúde.
Tem por objetivo organizar a rede de serviços, dando transparência aos fluxos
estabelecidos e definir, a partir de critérios e parâmetros pactuados, os limites
financeiros destinados à assistência da população própria e das referências recebidas
de outros municípios.
Os principais objetivos do processo de programação pactuada e integrada (PPI)
são:
� Buscar a equidade de acesso da população brasileira às ações e serviços de saúde
em todos os níveis de complexidade;
� Orientar a alocação dos recursos financeiros de custeio da assistência à saúde pela
lógica de atendimento às necessidades de saúde da população;
� Definir que os limites financeiros para a assistência de média e alta complexidade
de todos os municípios serão compostos por parcela destinada ao atendimento da
população do próprio município em seu território e pela parcela correspondente à
programação das referências de outros municípios;
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
15
� Possibilitar a visualização da parcela dos recursos federais, estaduais e municipais,
destinados ao custeio de ações de assistência à saúde;
� Fornecer subsídios para os processos de regulação do acesso aos serviços de
saúde;
� Contribuir para a organização das redes regionalizadas e hierarquizadas de
serviços de saúde;
� Possibilitar a transparência dos pactos intergestores resultantes do processo de
programação pactuada e integrada da assistência. e assegurar que estejam
explicitados no Termo de Compromisso para Garantia de Acesso, conforme
Portaria MS nº 1097/06.
Conforme as diretrizes do Ministério da Saúde, os 92 Municípios que compõem o
Estado do Rio de Janeiro precisam de intensa articulação, sob a coordenação da
Secretaria Estadual de Saúde, a fim de organizar e racionalizar o fluxo de atendimento
dos serviços de média e alta complexidade ambulatorial e hospitalar de saúde às suas
populações.
A SMSDC/RJ, como gestora plena do Sistema Único de Saúde em seu território,
é um ator importante, sobretudo no contexto da região metropolitana da cidade, e deve
atuar em conjunto com as unidades federais e estaduais em seu território.
Os Municípios de Belford Roxo, Duque de Caxias, Itaguaí, Magé, Mesquita,
Nilópolis, Nova Iguaçu, Queimados, São João de Meriti, Japeri e Seropédica integram
a região Metropolitana I, e juntos representam a maior demanda de procedimentos
ambulatoriais de média e alta complexidade hospitalar.
3.3.2 Repasses federais recebidos pelo Município relacionados ao Bloco de
Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar (MAC).
Assim como há recursos federais específicos para implantação de centrais de
regulação, por meio do Bloco de Gestão do SUS, o Bloco de Média e Alta
Complexidade Ambulatorial e Hospitalar organiza os repasses da união, em
decorrência dos serviços prestados pelos demais Entes Federativos, sendo definido
um limite financeiro (teto) de repasse, baseado no histórico de produção de serviços
de saúde.
As Pactuações (PPI) entre gestores municipais, coordenadas pelo Estado, e
homologadas pelo Governo Federal, no âmbito da Comissão Intergestora Tripartite
(CIT) são consideradas para efeito de repasse, a fim de que o Município que
efetivamente presta o serviço seja ressarcido, em decorrência do atendimento às
populações de outras regiões, conforme citado nos objetivos da PPI no item anterior.
Segundo informações da SMSDC/SURCA, o Município do Rio celebrou
recentemente as respectivas PPIs com outros gestores, e parte dos recursos federais
do limite financeiro do MAC já as contempla. O quadro a seguir ilustra o exposto.
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
16
PPI de Assistência à Saúde - Previsão de repasses federais anuais ao Fundo Municipal de Saúde – Teto Financeiro MAC
Assistência Ambulatorial e Hospitalar
Próprio Referenciado
Incentivos permanentes de
custeio (1) Ajustes Estabelecimentos
sob gestão estadual Retenções no
FNS Total
589.811.448,98 98.674.286,16 52.861.225,02 202.204.813,17 (21.000.000,00) (58.324.067,11) 864.227.706,22
Fonte: SMSDC / SURCA c/c MS/SISMAC (consulta ao sistema em abril/12) – Recursos anuais
relacionados à PPI Assistencial (integrados ao limite financeiro anual do MAC).
Obs: Não constam valores de TCEP com transferências realizadas ao FES, e de Valores recebidos de
outras UFs.
(1) Os incentivos desta coluna referem-se ao SAMU, Centro de Referência Saúde do Trabalhador,
INTEGRASUS, IAPI, Fideps e Incentivo de Adesão à Contratualização.
Conforme quadro anterior, do total de R$ 688.485.735,14 alocados para
Assistência Ambulatorial e Hospitalar, 14,33% (98.674.286,16 / 688.485.735,14)
referem-se ao atendimento da população referenciada (outros Municípios).
De acordo com documentação fornecida pela SMSDC/SURCA, os recursos de
assistência ambulatorial e hospitalar, transferidos referentes à população referenciada,
dividem-se praticamente iguais, em 50% para cada.
Apesar da celebração das PPIs entre os gestores, os correspondentes Termos
de Compromisso para Garantia de Acesso (TCGA), que efetivamente vinculam e
obrigam o Município do Rio de Janeiro a prestar o serviço pactuado na PPI, ainda não
foram celebrados, pois os procedimentos e respectivas quantidades requeridos pelos
outros gestores municipais ainda dependem de um melhor ajuste.
3.3.3 Procedimentos de média e alta complexidade realizados por município de
origem do paciente, em regime ambulatorial.
3.3.3.1 Introdução
Através do Sistema de Informações Ambulatoriais (TABNET/SIA) da SMSDC, é
possível verificar a produção dos procedimentos de média e alta complexidade
ambulatorial e hospitalar realizados por Município de origem do paciente e por unidade
executante.
Cabe destacar que os procedimentos foram selecionados por sua relevância, e
não necessariamente por fazerem parte das PPIs então celebradas entre os vários
gestores municipais. É possível que alguns exames sequer tenham sido pactuados
com determinados Municípios.
O objetivo do exame, através do TABNET / SIA, é visualizar o fluxo de pacientes
de determinados procedimentos importantes, segundo sua origem de Município, bem
como das unidades executantes das demandas.
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17
3.3.3.2 Procedimentos de Tomografia Computadorizada realizados em regime
ambulatorial, com base no TABNET / SIA.
Os quadros a seguir ilustram a pesquisa efetuada no Sistema de Informações
Ambulatoriais (TABNET/SIA) da SMSDC de vários tipos de tomografia (tomografia
computadorizada de coluna cervical com ou sem contraste / tomografia
computadorizada de coluna torácica com ou sem contraste / tomografia
computadorizada do crânio, etc)
Grupo Procedimentos com finalidade diagnóstica / Diagnóstico por tomografia (cod SIGTAP 0206)
Vl. Aprovado Qtd.
Aprovada Qtd.
Apresentada Vl.
Apresentado
População do Município/RJ
4.281.136,16 36.802 95.961 11.432.093,86
População referenciada atendida no
Município/RJ
1.047.996,49 8.238 15.367 1.918.234,64
Município de origem do paciente
Total 5.329.132,65 45.040 111.328 13.350.328,50
População do Município/RJ
1.541.299,08 13.826 15.268 1.706.510,59
População referenciada outros Municípios
8.542,63 75 79 9.043,05
Unidades executantes SMSDC/RJ x Município do
Paciente Total geral 1.549.841,71 13.901 15.347 1.715.553,64
Total Geral 5.329.132,65 45.040 111.342 13.351.696,46
Esfera Federal 1.972.532,63 15.401 44.402 5.735.115,97
Esfera Estadual 999.850,37 9.129 43.101 4.880.330,20
Esfera Municipal 1.549.841,71 13.901 15.349 1.715.789,71
Esfera Administrativa x Pacientes
atendidos no Município/RJ
Esfera Privada 806.907,94 6.609 8.490 1.020.460,58
Fonte: TABNET SIA SMSDC - Produção de Tomografias de Julhol/2011 a Março/2012 (9 meses)
Do exame do quadro anterior, verifica-se que foram apresentadas, no período de
Jul/2011 a Mar/2012, 111.342 tomografias de todos os tipos, porém apenas 45.040
foram aprovadas para efeito de faturamento ao SUS.
O Sistema de Informações Ambulatoriais do DATASUS contém pré-requisitos ou
críticas que avaliam o procedimento apresentado. Provavelmente, um destes impediu
o faturamento da tomografia. Tal fato ocorreu, sobretudo, com as unidades federais e
estaduais. O Hospital Federal dos Servidores do Estado apresentou 14.686 exames
no período, porém nenhum foi aprovado. Por essa razão, decidiu-se apresentar as
colunas de qtd. aprovada e apresentada. Essa questão será novamente abordada
oportunamente.
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
18
Das 13.901 tomografias aprovadas realizadas pelas unidades da SMSDC/RJ,
99,46% (13.826 / 13.901) correspondem a pacientes residentes no Município do Rio
de Janeiro. Portanto, as unidades da SMSDC praticamente atendem à sua demanda
interna. Visto de outra ótica, a população referenciada de outros Municípios recebe
suporte, sobretudo, de outras esferas públicas ou particulares, uma vez que dos 8.238
aprovados, a SMSDC/RJ responde por 75 procedimentos, ou 0,91% do total.
Conclui-se que dos 36.802 exames aprovados, de pacientes residentes no
Município, as unidades da SMSDC/RJ realizaram 37,57% do total (13.826 / 36.802),
sendo os demais atendidos por unidades públicas (federais e estaduais) e particulares.
O item 3.3.4 aborda os exames de tomografia sob outra ótica, sendo verificado
que os Municípios integrantes da região Metropolitana I não pactuaram o
procedimento em suas respectivas PPIs com a SMSDC/RJ.
3.3.3.3 Procedimentos de ressonância magnética realizados em regime
ambulatorial, com base no TABNET / SIA.
Os quadros a seguir ilustram a pesquisa efetuada no Sistema de Informações
Ambulatoriais (TABNET/SIA) da SMSDC de vários tipos de ressonância magnética,
cujo controle dos repasses e financiamento está inserido no Bloco de Média e Alta
Complexidade (MAC).
Grupo Procedimentos com finalidade diagnóstica / Diagnóstico por Ressonância Magnética (cod SIGTAP 0207)
Vl. Aprovado Qtd.
Aprovada Qtd.
Apresentada Vl.
Apresentado
População do Município/RJ
1.636.951,25 6.081 8.548 2.299.957,50
População referenciada atendida no
Município/RJ
673.690,00 2.504 3.797 1.021.183,75
Município de origem do paciente
Total 2.310.641,25 8.585 12.345 3.321.141,25
Total Geral 2.310.641,25 8.585 12.345 3.321.141,25
Esfera Federal 1.104.575,00 4.098 4.809 1.295.656,25
Esfera Estadual 199.060,00 740 846 227.547,50
Esf. Admini. x Pacientes
atendidos.no Município/RJ Esfera Privada 1.007.006,25 3.747 6.690 1.797.937,50
Fonte: TABNET SMSDC / SIA – Produção de Ressonância Magnética de Jul/2011 a Março/2012 (9
meses).
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19
Grupo de Procedimentos de Ressonância Magnética - Exames efetuados segundo unidades executantes
Estabel-CNES-RJ Vl. Aprovado Qtd. Aprovada
Qtd. Apresentada
Vl. Apresentado
2273454 MS INCA Hospital do Câncer I 539.650,00 2.008 2.590 696.062,50
2280167 UFRJ Hospital Universitário Clementino Fraga
560.356,25 2.073 2.073 560.356,25
2295210 Centro de Reab Inf Evandro C A Sarah Rio 0 0 1.982 532.662,50
2295334 SOS SCAN Serviços Médicos Ltda 788.243,75 2.933 3.313 890.368,75
2698854 Cent Med Nuclear Guanab - Matriz 137.600,00 512 969 260.418,75
Total 2.277.316,25 8.461 12.076 3.248.847,50
Fonte: TABNET SMSDC / SIA – Produção de Ressonância Magnética de Jul/2011 a Março/2012 (9
meses).
Conforme os quadros anteriores, 69,54% (8.585 / 12.345) das ressonâncias
apresentadas foram aprovadas. O Centro de Reabilitação da Rede Sarah não obteve
nenhum procedimento aprovado para efeito de faturamento junto ao SUS.
Do total de exames aprovados, 70,83% (6.081 / 8.585) referem-se a pacientes
residentes no Município do Rio de Janeiro, e nenhuma das unidades executantes
pertence à SMSDC/RJ, sendo as unidades federais a locomotiva de atendimento das
demandas.
A tarefa do Município como gestor pleno local é organizar o fluxo assistencial e
os protocolos de regulação 2 (utilizando o SISREG como ferramenta operacional para
marcação dos procedimentos), celebrar os Termos de Contratualização com as
entidades privadas prestadoras de serviços ao SUS e promover os respectivos
pagamentos com base nos procedimentos realizados. Outrossim, deve-se promover a
celebração dos PCEPs com as unidades públicas federais e estaduais.
O item 3.3.4 aborda os exames de ressonância magnética sob outra ótica, sendo
verificado que os Municípios integrantes da região Metropolitana I não pactuaram o
procedimento em suas respectivas PPIs com a SMSDC/RJ, o que não é apropriado.
Os exames efetuados pelas entidades privadas no Município, por exemplo,
serão cobrados à SMSDC/RJ, na qualidade de gestora plena, porém, sem a
contrapartida dos recursos correspondentes, em razão da inexistência de pactuação
entre os Municípios.
2 Instrumentos utilizados para orientar o acesso de forma organizada, hierarquizada, criteriosa e
transparente. Permitem estabelecer critérios de classificação de risco, padronizar as solicitações para internações e estabelecer fluxo de solicitação para as unidades executantes dos serviços.
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3.3.3.4 Procedimentos de endoscopia realizados em regime ambulatorial, com
base no TABNET / SIA.
Os quadros a seguir ilustram a pesquisa efetuada no Sistema de Informações
Ambulatoriais (TABNET/SIA) da SMSDC de vários tipos de endoscopia (colonoscopia,
laparoscopia, videolaparoscopia, etc), cujo controle dos repasses e financiamento está
inserido no Bloco de Média e Alta Complexidade (MAC).
Grupo Procedimentos com finalidade diagnóstica / Diagnóstico por Endoscopia (cod SIGTAP 0209)
Vl. Aprovado Qtd.
Aprovada Qtd.
Apresentada Vl.
Apresentado
População do Município/RJ
963.670,05 16.075 29.009 1.652.795,10
População referenciada atendida no
Município/RJ
199.764,82 3.089 5.623 328.833,61
Município de origem do paciente
Total 1.163.434,87 19.164 34.632 1.981.628,71
População do Município/RJ
219.353,44 4.036 7.177 371.824,47
População referenciada outros Municípios
7.230,88 118 146 8.579,36
Unidades executantes SMSDC/RJ x Município do
Paciente Total geral 226.584,32 4.154 7.323 380.403,83
Total Geral 1.163.434,87 19.164 34.632 1.981.628,71
Esfera Federal 674.990,41 11.000 21.109 1.218.814,68
Esfera Estadual 259.813,54 3.967 6.141 379.605,18
Esfera Municipal 226.584,32 4.154 7.323 380.403,83
Esfera Administrativa x Pacientes
atendidos no Município/RJ
Esfera Privada 2.046,60 43 59 2.805,02
Fonte: TABNET SMSDC / SIA – Produção de Endoscopia de Jul/2011 a Março/2012 (9 meses).
Do total de exames aprovados, 83,88% (16.075 / 19.164) referem-se a pacientes
residentes no Município do Rio de Janeiro, sendo que a SMSDC/RJ foi responsável
por 25,10% (4.036 / 16.075) dos atendimentos. Do exame da rede assistencial, as
unidades federais têm peso expressivo, respondendo pela maioria dos exames
realizados no território do Município/RJ.
Dos atendimentos da SMSDC/RJ, 97,16% (4.036 / 4.154) são relacionados aos
pacientes residentes em seu território.
Quanto à população referenciada de outros Municípios, a SMSDC proveu 3,82%
(118 / 3.089) dos exames, ficando a cargo das demais esferas públicas ou privadas a
assistência dos pacientes que efetuaram os exames no território da SMSDC/RJ.
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21
3.3.3.5 Procedimentos de cintilografia realizados em regime ambulatorial, com
base no TABNET / SIA.
Os quadros a seguir ilustram a pesquisa efetuada no Sistema de Informações
Ambulatoriais (TABNET/SIA) da SMSDC de vários tipos de cintilografia enquadradas
no grupo de procedimentos com finalidade diagnóstica, sub-grupo diagnóstico por
medicina nuclear, cujo controle dos repasses e financiamento está inserido no Bloco
de Média e Alta Complexidade (MAC).
Grupo Procedimentos com finalidade diagnóstica / Diagnóstico por medicina nuclear in vivo (cod SIGTAP 0208)
Vl. Aprovado Qtd.
Aprovada Qtd.
Apresentada Vl.
Apresentado
População do Município/RJ
1.651.532,64 6.588 8.398 2.253.317,12
População referenciada atendida no
Município/RJ
794.861,88 3.180 4.149 1.106.809,08
Município de origem do paciente
Total 2.446.394,52 9.768 12.547 3.360.126,20
Total Geral 2.446.394,52 9.768 12.547 3.360.126,20
Esfera Federal 570.983,67 2.534 5.232 1.468.476,52
Esfera Estadual 307.120,65 1.593 1.668 321.739,29
Esf. Admini. x Pacientes
atendidos.no Município/RJ
Esfera Municipal - - 5 713,39
Esfera Privada 1.568.290,20 5.641 5.642 1.569.197,00
Fonte: TABNET SIA - Procedimentos com finalidade diagnóstica / Diagnóstico por medicina nuclear in
vivo, de Julhol/2011 a Março/2012 (9 meses).
Grupo de Procedimentos de Cintilografia – Estabelecimentos relevantes
Estabel-CNES-RJ Vl. Aprovado Qtd. Aprovada
Qtd. Apresentada
Vl. Apresentado
2269783 UERJ Hospital Univ Pedro Ernesto 277.605,27 1.343 1.416 290.410,31
2273454 MS INCA Hospital do Câncer I 370.180,42 1.280 2.121 548.975,15
2280132 MS INC Instituto Nacional de Cardiologia
0,00 0 1.793 704.595,72
2280167 UFRJ Hospital Universit Clementino Fraga
200.803,25 1.254 1.254 200.803,25
2298732 Cent Med Nuclear Guanab - Tijuca 325.358,66 1.178 1.178 325.358,66
2698854 Cent Med Nuclear Guanab - Matriz 1.242.931,54 4.463 4.464 1.243.838,34
Fonte: TABNET SIA - Procedimentos com finalidade diagnóstica / Diagnóstico por medicina nuclear in
vivo, de Julhol/2011 a Março/2012 (9 meses).
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
22
Do total de exames aprovados, 66,45% (6.588 / 9.768) referem-se a pacientes
residentes no Município do Rio de Janeiro, e nenhuma das unidades executantes
pertence à SMSDC/RJ. O Centro de Medicina Nuclear Guanabara foi responsável por
58% dos atendimentos (5.641 / 9.768) totais aprovados.
A equipe desta Corte requisitou os Termos de Contratualização e respectivos
Planos Operativos Anuais (que detalham os procedimentos e respectivos quantitativos
acordados entre a SMSDC e as entidades particulares prestadoras de serviços ao
SUS). Porém, não consta entre eles o Plano Operativo (POA) do Centro de Medicina
Nuclear Guanabara, o que não atende às normas do Ministério da Saúde. Tais
instrumentos são fundamentais para dar transparência e segurança jurídica entre as
partes, consoante as diretrizes da União.
3.3.3.6 Procedimentos de ultrassonografia realizados em regime ambulatorial,
com base no TABNET / SIA.
Os quadros a seguir ilustram a pesquisa efetuada no Sistema de Informações
Ambulatoriais (TABNET/SIA) da SMSDC de vários tipos de ultrassonografia
enquadradas no grupo de procedimentos com finalidade diagnóstica, sub-grupo
diagnóstico por ultrassonografia, cujo controle dos repasses e financiamento está
inserido no Bloco de Média e Alta Complexidade (MAC).
Grupo Procedimentos com finalidade diagnóstica / Diagnóstico por ultrassonografia (cod SIGTAP 0205)
Vl. Aprovado Qtd.
Aprovada Qtd.
Apresentada Vl.
Apresentado
População do Município/RJ
3.905.239,46 131.671 184.026 5.466.868,98
População referenciada atendida no
Município/RJ
276.918,15 8.257 15.234 541.775,71
Município de origem do paciente
Total 4.182.157,61 139.928 199.260 6.008.644,69
População do Município/RJ
2.556.460,07 87.706 107.136 3.081.929,35
População referenciada outros Municípios
26.947,77 841 1.006 32.101,61
Unidades executantes SMSDC/RJ x Município do
Paciente Total geral 2.583.407,84 88.547 108.142 3.114.030,96
Total Geral 4.182.157,61 139.928 201.400 6.072.555,42
Esfera Federal 598.705,11 18.110 44.478 1.506.968,22
Esfera Estadual 685.645,78 21.123 30.741 972.825,00
Esfera Municipal 2.583.407,84 88.547 110.119 3.167.818,14
Esfera Administrativa x Pacientes
atendidos no Município/RJ
Esfera Privada 314.398,88 12.148 16.062 424.944,06
Fonte: TABNET SIA - Produção de procedimentos de ultra-sonografia de Julhol/2011 a Março/2012 (9
meses).
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
23
Do total de procedimentos aprovados, 94,10% (131.671 / 139.928)
correspondem a pacientes residentes no Município do Rio de Janeiro, e realizados por
todas as unidades de saúde de todas as esferas.
A SMSDC/RJ responde quase que exclusivamente à sua demanda interna, pois
88.547 exames efetuados aprovados, 99,05% (87.706 / 88.547) correspondem a
pacientes residentes no Município do Rio de Janeiro.
Percebe-se que dos 131.671 exames aprovados, de pacientes residentes no
Município, as unidades da SMSDC/RJ atendem a 66,61% (87.706 / 131.671) do total,
sendo os demais assistidos pelas unidades federais, estaduais, ou particulares.
Quanto à população referenciada residente em outro Município, e que efetuou os
exames no território de abrangência da SMSDC/RJ, (841 / 8.257), a Secretaria
respondeu por 10,19% do total, e a maioria dos pacientes foi provida pelas demais
esferas.
Considerando que as clínicas de família possuem equipamento de ultra-
sonografia, e que há uma diferença expressiva entre o quantitativo de apresentados x
aprovados, é oportuno demonstrar o exposto, conforme quadro a seguir. O anexo 02
detalha o exposto.:
Grupo de Procedimentos de ultrassonografia - Exames efetuados pelas Clínicas de Família da SMSDC/RJ.
Estabel-CNES-RJ Vl.
Aprovado Qtd.
Aprovada Qtd.
Apresentada Vl.
Apresentado
3784975 SMSDC CF ZILDA ARNS 0 0 431 11.103,95
6029841 SMSDC CF ROGERIO ROCCO 25.666,85 993 993 25.666,85 6568491 SMSDC CF MARIA SEBASTIANA DE
OLIVEIRA 0 0 894 24.120,25
6618871 SMSDC CF JAMIL HADDAD 41.212,05 1.549 2.343 62.998,10
6660185 SMSDC CF DEOLINDO COUTO 45.015,85 1.713 1.976 51.847,95
6664075 SMSDC CF FELIPPE CARDOSO 7.114,80 294 1.496 39.764,45
6677711 SMSDC CF DALMIR DE ABREU SALGADO 32.880,65 1.357 1.357 32.880,65
6681379 SMSDC CF HERBERT JOSE DE SOUZA 1.064,80 44 1.546 40.713,20
6688152 SMSDC CF ISABEL DOS SANTOS 459,8 19 1.407 37.294,40
6713564 SMSDC CF ANNA NERY 53.565,60 2.018 2.068 54.775,60
6742130 SMSDC CF EMYGDIO ALVES COSTA FILHO 50.509,25 1.940 1.940 50.509,25
6808077 SMSDC CF ANTHIDIO DIAS DA SILVEIRA 39.463,05 1.529 1.582 40.759,40
6820018 SMSDC CF BARBARA STARFIELD 0 0 1.060 26.834,50
Fonte: TABNET SIA - Produção de procedimentos de ultra-sonografia de Julhol/2011 a Março/2012 (9
meses).
Percebe-se que há unidades que aprovam 100% dos exames apresentados, não
havendo nenhuma perda de faturamento junto ao Ministério da Saúde. Por outro lado,
há unidades que a proporção de exames aprovados é baixíssima, e algumas delas
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
24
não faturaram nenhuma ultrassonografia, demandando investigação da SMSDC, para
identificar e corrigir os erros cometidos.
3.3.4 Procedimentos pactuados entre os Municípios no âmbito da PPI.
Os itens anteriores buscaram demonstrar o atendimento aos usuários do SUS no
Município do Rio de Janeiro, sejam neste residentes ou não, a partir de exames
ambulatoriais relevantes de alta complexidade, bem como visualizar a participação de
cada esfera pública ou privada.
O item em exame direciona a abordagem para os procedimentos mais
relevantes de média e alta complexidade ambulatorial identificados no quadro que os
consolida, enfocando Municípios integrantes da Região Metropolitana I.
Com base na documentação fornecida pela SMSDC/SURCA, e utilizando os
dados do TABNET/SIA, foi possível verificar em que medida pacientes de outros
Municípios (encaminhador) são atendidos na Cidade do Rio de Janeiro, a partir dos
acordos firmados entre as partes, nos quais são definidas cotas de atendimento para
cada procedimento, tendo em vista os conceitos já citados da PPI no item 3.3.1. O
quadro a seguir ilustra o exposto. O anexo 03 detalha o exposto.
Comparativo de procedimentos de alta complexidade ambulatorial – PPI X TABNET SIA – Região Metropolitana I
Município Encaminhador Belford Roxo
Duque de
Caxias Magé Mesquita Nilópolis
Nova Iguaçu
Queima-dos
São João de Meriti
Cota Física anual Município Encaminhador
387 673 377 293 123 Não
pactuado 65 362
SIA - Qtd apresentada
anual proporc 392 919 143 147 149 619 115 673
Cintilogra-fias
Qtd apres / Cota Física
1,01 1,37 0,38 0,50 1,21 --- 1,76 1,86
Cota Física anual Município Encaminhador
Não pactuado
Não pactuado
Não pactuado
Não pactuado
Não pactuado
Não pactuado
Não pactuado
Não pactuado
Tomografia SIA - Qtd
apresentada anual proporc
1.569 2.680 492 413 864 3.073 617 2.005
Cota Física anual Município Encaminhador
Não pactuado
Não pactuado
Não pactuado
Não pactuado
Não pactuado
Não pactuado
Não pactuado
Não pactuado
Ressonância Magnética SIA - Qtd
apresentada anual proporc
407 667 109 131 141 519 181 424
Cota Física anual Município Encaminhador
3543 6165 1726 1342 1126 6111 984 3319 Exames
Imunohema-tológicos SIA - Qtd
apresentada anual proporc
0 0 0 0 0 0 0 0
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
25
Município Encaminhador Belford Roxo
Duque de
Caxias Magé Mesquita Nilópolis
Nova Iguaçu
Queima-dos
São João de Meriti
Cota Física anual Município Encaminhador
7.112 12378 3465 2695 2261 12268 1976 6663
SIA - Qtd apresentada
anual proporc 159 227 44 47 59 145 35 163
Pré-transfusio-
nal
Qtd apres / Cota Física
0,02 0,02 0,01 0,02 0,03 0,01 0,02 0,02
Cota Física anual Município Encaminhador
3273 5696 1594 1240 1040 5645 909 3066 Processa-mento de sangue SIA - Qtd
apresentada anual proporc
0 0 0 0 0 0 0 0
Cota Física anual Município Encaminhador
4699 8178 2289 1781 1494 8106 1306 4402
Sorologia Total SIA - Qtd
apresentada anual proporc
0 0 0 0 0 0 0 0
Fonte: SMSDC/SURCA c/c TABNET/SIA
Obs: Os exames Imunohematológicos, pré-transfusional, processamento de sangue e sorologia total,
compõem procedimentos de hemoterapia.
Em função de diferenças consideráveis entre as quantidades aprovadas e
apresentadas, decidiu-se utilizar esta última, já que provavelmente o exame foi
efetuado, embora não faturado por algum motivo.
A pesquisa efetuada pelo TCMRJ envolveu o período de julho/11 a março/12
(nove meses). Porém, considerando que as cotas de procedimentos acordadas entre
os Municípios são anuais, fez-se a projeção para o período de 12 meses (produção do
período ÷ 9 x 12). Tal procedimento não gera problemas na análise, já que as
quantidades mensais apresentadas no SIA são equivalentes e de pouca variação,
sendo representativas para os meses de 2012. Vale dizer, os dados levantados pelo
TCMRJ são uma ferramenta gerencial da SMSDC/RJ para avaliação do cumprimento
da PPI de ambos os gestores.
A equipe do TCMRJ tomou por base os quantitativos da PPI vigente, cujo mês
de referência é janeiro/12, conforme informado pela SMSDC/SURCA.
Feitas as considerações preliminares, passemos ao exame do quadro anterior:
� Cintilografia: No caso dos pacientes residentes em Belford Roxo, atendidos no
Município/RJ, verifica-se total aderência entre os exames realizados, ou a realizar,
com o que foi acordado na PPI, com variação a maior de apenas 2%.
Por outro lado, as projeções indicam que próximo de 619 exames de residentes em
Nova Iguaçu, fizeram ou farão cintilografia, sem que este Município tem acordado
previamente com a SMSDC/RJ (gestor pleno).
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
26
Destarte, em função dos efeitos financeiros correspondentes, é oportuno que a
SMSDC acompanhe a avalie a evolução dos exames, adotando as medidas
cabíveis, tendo em vista as diretrizes da PPI.
Tomografia: A situação dos exames de tomografia é preocupante, pois apesar da
qtd de exames efetuados pelos residentes de outros Municípios, não houve
pactuação na PPI.
Conforme consta no item 3.3.3.2 (que trata deste exame), o prestador privado
participa em 15% dos exames realizados no Rio de Janeiro. Nesta hipótese, o ente
privado vai apresentar a fatura à SMSDC/RJ (referente a pacientes de outros
Municípios) responsável pelo pagamento dos serviços, na qualidade de gestor
pleno do SUS em seu território de jurisdição. É esse tipo de distorção que a PPI
busca corrigir, segundo consta no item 3.3.1, e por esse motivo o Ministério da
Saúde procura direcionar os recursos a quem arca com o serviço prestado,
conforme os repasses federais verificados no item 3.3.2.
Exames de hemoterapia: A situação dos exames de hemoterapia é inversa em
relação à tomografia. O Município/RJ se comprometeu com cotas de atendimento à
pacientes de outros Municípios, porém, nenhum deles foi contemplado. Segundo os
dados do TABNET/SIA, todos os exames foram realizados em pacientes da
Cidade/RJ. Conforme o sistema, o grande prestador é o Instituto de Hematologia
HEMORIO, vinculado à Secretaria Estadual de Saúde. Destarte, cabe à SMSDC/RJ
adotar as medidas para minimizar as distorções e honrar os compromissos
assumidos em PPI, apesar de os Termos de Garantia de Acesso não terem sido
firmados, tendo em vista o exposto no item 3.3.1.
3.3.5 Internações Hospitalares ocorridas no âmbito do Município.
Embora o foco do presente trabalho seja os procedimentos realizados em regime
ambulatorial, é oportuno que se tenha uma visão das internações hospitalares no
Município do Rio de Janeiro, e da proporção do atendimento das esferas
administrativas.
Para tal fim, consultou-se o Sistema de Informações Hospitalares da SMSDC/RJ
(TABNET / SIH), compreendendo o período mais recente disponível, de julho/11 a
dezembro/11, que tem como base o DATASUS do Ministério da Saúde, permitindo
uma pesquisa mais detalhada. Os quadros a seguir ilustram o exposto.
Internações Hospitalares ocorridas no Município do Rio de Janeiro.
SITUAÇÃO (aih) TOTAL AIH aprovada AIH rejeitada
Contratado 4.498 4.332 166
Contratado optante SIMPLES 1.758 1.666 92
Federal 53.733 44.522 9.211
Estadual 25.520 21.891 3.629
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
27
SITUAÇÃO (aih) TOTAL AIH aprovada AIH rejeitada
Municipal 55.976 52.247 3.729
Filantrópico 2.877 2.471 406
Filantrópico isento tributos e contr.sociais 5.829 5.174 655
Total 150.191 132.303 17.888
Fonte: TABNET SMSDC / SIH – Internações no período de julho/11 a dezembro/11 (6 meses)
SIH - Internações Hospitalares, segundo Município de origem do paciente, efetuadas nas unidades executantes da SMSDC/RJ
População residente no Município/RJ 51.781
População Referenciada atendida no território Município/RJ 4.195
População total atendida no território Município/RJ 55.976
Fonte: TABNET SMSDC / SIH – Internações no período de julho/11 a dezembro/11 (6 meses).
Internações Efetuadas nas unidades mais relevantes, sob o enfoque de AIH.
Hospital RJ (CNES) Total de Internações
2270269 SMSDC Hospital Mun Miguel Couto 6.601
2270609 SMSDC Hospital Mun Lourenço Jorge 5.313
2280183 SMSDC Hospital Mun Souza Aguiar 3.781
2280248 SMSDC Maternidade Carmela Dutra 3.903
5717256 SMSDC Hospital Mun Ronaldo Gazolla 6.397
Total Geral 55.976
Fonte: TABNET SMSDC / SIH – Internações no período de julho/11 a dezembro/11 (6 meses).
Do exame dos quadros anteriores, verifica-se que houve, no total, 150.191
internações no período em questão, sendo que as unidades da SMSDC/RJ
responderam por 37,26% (55.976 / 150.191), com atendimento da população
referenciada de outros Municípios representando 7,49% (4.195 / 55.976) de suas
internações.
Percebe-se a relevância dos hospitais federais no atendimento da população no
Município/RJ, correspondendo a 35,78% do total das internações (53.733 / 150.191).
3.4 Planos Operativos Anuais vigentes entre a SMSDC x entidades públicas ou
particulares prestadoras de serviços ao SUS.
3.4.1 Termos de Contratualização celebrados entre a SMSDC X entidades
privadas.
Na qualidade de gestora plena em seu território, a SMSDC deve verificar a
demanda existente por serviços de saúde, para adequar sua oferta.
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
28
Quando verificada carência de cobertura assistencial não suprida por meios
próprios, a SMSDC pode buscar parcerias com as entidades privadas prestadoras de
serviços ao SUS, conforme dispõe a Portaria MS 1.034/10, formalizadas por contrato
ou convênio.
O Plano Operativo é o instrumento que integra e detalha os ajustes entre o ente
público e a instituição privada, devendo conter elementos que demonstrem a utilização
da capacidade instalada necessária ao cumprimento do objeto do contrato, a definição
de oferta, fluxo de serviços e pactuação de metas, conforme define o art. 7º da
Portaria MS 1.034/10.
A SMSDC formalizou 35 Termos de Contratualização e os respectivos Planos
Operativos com entidades privadas, sendo que aproximadamente 20 deles
relacionados à Terapia Renal Substitutiva (hemodiálise), cuja regulação cabe à
Secretaria Estadual de Saúde. Sendo assim, a oferta deste procedimento não consta
no SISREG III no âmbito da SMSDC/RJ.
3.4.2 Protocolos de Cooperação entre Entes Públicos (PCEP) formalizados
entre a SMSDC X unidades públicas federais ou estaduais de saúde.
Os PCEPs são instrumentos jurídicos que visam formalizar a prestação de
serviços de saúde por parte das unidades públicas federais ou estaduais no âmbito do
Município/RJ, conforme Portaria MS 161/10, tendo em vista a condição de gestora
plena da SMSDC/RJ.
Da mesma forma que os Termos de Contratualização, o Plano Operativo é
utilizado para detalhar a oferta dos procedimentos e respectivas quantidades, além
das metas pactuadas.
Conforme informações da SMSDC/SURCA, após amplo ciclo de reuniões, o
PCEP dos seis hospitais federais (Andaraí, Ipanema, Lagoa, Cardoso Fontes,
Bonsucesso e dos Servidores do Estado) foi finalizado e assinado pelo então Ministro
da Saúde, José Gomes Temporão, pela SMSDC e SESDEC em cerimônia realizada
no Hospital Federal dos Servidores do Estado, novembro de 2010.
No entanto, em 2011, sob a nova gestão Federal, retomou-se a discussão do
PCEP para elaboração dos Planos Operativos Anuais – POA, e teve início um novo
ciclo de reuniões cujo produto não foi concluído. Em 2012, as reuniões estão em curso
para finalização do processo.
Apesar de não avançar com as seis unidades federais mencionadas, a
SMSDC/RJ pactuou os respectivos Planos Operativos com outros hospitais federais e
estaduais ligados, principalmente, às universidades, a saber: Hospital Universitário
Pedro Ernesto (HUPE), Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira
(IPPMG) da UFRJ, Instituto de Psiquiatria da UFRJ (IPUB), Associação Brasileira de
Assistência aos Cancerosos - Hospital Mário Kröeff, Maternidade Escola da UFRJ,
Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (UFRJ), Hospital Universitário Gaffrée e
Guinle – HUGG (UNIRIO).
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
29
3.4.3 Exame das metas físicas definidas nos Planos Operativos x Oferta de
procedimentos no SISREG.
Após a celebração dos Termos de Contratualização e dos Protocolos de
Cooperação já citados, que dão segurança jurídica e transparência às pactuações
efetuadas, há que se operacionalizar e sistematizar a oferta de serviços à população.
O SISREG III é o sistema disponibilizado gratuitamente pelo Ministério da
Saúde, via web, e utilizado pela SMSDC para agendamentos dos procedimentos
colocados à disposição das unidades prestadoras de serviços (executantes), a partir
das solicitações das unidades de saúde também registradas no SISREG III. Ou seja, a
lógica é que as unidades executantes e respectivos procedimentos ofertados nos
instrumentos já mencionados sejam inseridos no sistema.
Destarte, promoveu-se o confronto entre os Planos Operativos vigentes,
vinculados à assistência ambulatorial, disponibilizados pela SMSDC/SURCA e os
registros de procedimentos ofertados (teto físico) relativos ao mês de março/12, em
caráter ambulatorial, disponibilizados pela Central de Regulação. Ou seja,
procedimentos relacionados à assistência hospitalar (internação) não foram
considerados. O resultado é ilustrado a seguir. O detalhamento consta no anexo 04:
Comparativo entre os procedimentos disponibilizados nos POAS x Oferta (teto) mensal do SISREG III
Assistência Ambulatorial - Qtd Mensal disponível no POA Entidade
prestadora Especialidades da Entidade
Prestadora Grupo
02 Grupo
03 Grupo
04 Total
Oferta ambula-
torial SISREG
março/12
Hospital Universitário
Pedro Ernesto
Angiologia, Cirurgia Plástica, Dermatologia, Endocrinologia, Psicologia Medica, Psiquiatria,
Urologia, Geriatria e Gerontologia.
82.194 22.242 538 104.974 1.670
UFRJ (IPPMG)
Consultas em Pediatria, Cardiologia, Dermatologia, Endocrinologia,
Neurologia, Reumatologia, Ginecologia e Obstetrícia.
19.127 9.865 21 29.013 109
Renascer
Atendimento fisioterapêutico nas alterações motoras, Atendimento fisioterapêutico em paciente com
transtorno respiratório sem complicações sistêmicas.
0 3.260 0 3.260 0
Obreiros do Bem
Consulta em nutrição, em psiquiatria e terapia ocupacional.
0 528 0 528 174
Nova Guanabara
Radiografia de coluna, braço, clavícula, consultas em fisiatria e
ortopedia 150 11.700 0 11.850 0
Instituto de Psiquiatria da UFRJ (IPUB)
Diagnóstico em Laboratório Clínico, Diagnósticos em Especialidades,
Consultas / Atendimentos / Acompanhamentos
2289 8475 0 10.764 70
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
30
Comparativo entre os procedimentos disponibilizados nos POAS x Oferta (teto) mensal do SISREG III
Assistência Ambulatorial - Qtd Mensal disponível no POA Entidade
prestadora Especialidades da Entidade
Prestadora Grupo
02 Grupo
03 Grupo
04 Total
Oferta ambula-
torial SISREG
março/12
DARKE
Fundoscopia, ceratometria, tonometria, tratamento oftalmológico
de pac c/glaucoma binocular, consulta medica em atenção
especializada
4.130 1.681 190 6.001 1.705
Ação Cristã Vicente Moretti
Cuidados Prolongados em Neurologia, bem como em
especialidades ambulatoriais afins à Área de Reabilitação,
40 5640 0 5.680 135
CAME
Consulta medica em atenção especializada, tratamento
oftalmológico de pac c/glaucoma binocular, fundoscopia, ceratometria, tonometria, fotocoagulacao a laser
4132 1681 326 6.139 1.314
Total 112.062 65.072 1.075 178.209 5.177
Fonte: SMSDC / SURCA (Planos Operativos) e Central de Regulação (Oferta de procedimentos março/12)
Obs: UFRJ (IPPMG) - Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira.
Grupo 02: Procedimentos com finalidade diagnóstica, segregado em subgrupos de exames (tomografia,
ultrassonografia, ressonância magnética, endoscopia, radiologia, etc).
Grupo 03: Procedimentos clínicos, segregado em subgrupos (consultas médicas, fisioterapia,
hemoterapia, tratamentos clínicos e odontológicos, etc)
Grupo 04: Procedimentos cirúrgicos, segregado em subgrupos (cirurgia do aparelho circulatório, da visão,
de mama, do aparelho digestivo, etc).
Os Grupos 2, 3 e 4 são codificados de acordo com o código SGTAP - Sistema de Gerenciamento da
Tabela de Procedimentos do SUS.
Preliminarmente, registre-se que a oferta ambulatorial mensal do SISREG, no
quadro anterior, foi calculada a partir da escala semanal. Portanto, considerou-se o
mês de 4,35 semanas, conforme orientação do Ministério da Saúde. A Central de
Regulação arredonda a oferta semanal por 5 semanas, fazendo com que o cálculo do
teto mensal oscile um pouco em relação aos cálculos do TCMRJ, o que, no entanto,
não prejudica a avaliação. Naturalmente, o mês não tem 5 semanas, fazendo com que
a oferta mensal no SISREG, computada pela Central de Regulação, seja ligeiramente
maior.
Do exame do quadro anterior, verifica-se que apenas 2,90% (5.177 / 178.209) do
quantitativo de procedimentos pactuados, de caráter ambulatorial, nos Planos
Operativos constam nos registros do SISREG III, da Central de Regulação da SMSDC,
o que evidencia a grande limitação e baixíssima abrangência do sistema. Vale dizer, a
discrepância entre os quantitativos demonstra a precariedade do processo regulatório
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
31
no âmbito da SMSDC/RJ, fato preocupante, sobretudo em face de sua relevância, na
qualidade de gestora plena do SUS.
Tal situação não significa necessariamente que as unidades prestadoras sejam
ociosas do ponto de vista de produtividade, pois os registros de produção constantes
no Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA/SUS) devem ser muito diferentes.
Os sistemas têm finalidades distintas. O SISREG III, dentre outras, registra,
organiza e promove os agendamentos dos procedimentos solicitados das unidades de
saúde. Ao passo que o SIA registra a produção das unidades. Porém, o mais
adequado é que os registros de oferta e agendamentos do SISREG III sejam
semelhantes aos de produção do SIA.
Considerando que uma das finalidades do SISREG III é racionalizar e maximizar
a cobertura assistencial, a partir da capacidade instalada das unidades prestadoras, é
provável que vagas disponíveis estejam sendo desperdiçadas pela limitação de
abrangência do SISREG III. Por outro lado, existem dezenas de milhares de
solicitações de pacientes aguardando meses, pendentes de marcação. A título
exemplificativo, citemos os procedimentos ligados à oftalmologia, considerado um dos
críticos, conforme item 4.2.4 do relatório. O detalhamento consta no anexo 05.
Procedimentos de oftalmologia solicitados por unidades de saúde da SMSDC (unidades básicas e policlínicas), entre agosto e setembro/11.
Qtd registros unidades selecionadas por prazo (em dias)
de atendimento (exclui os devolvidos, cancelados e negados)
CAP Procedimentos Até 30
31 a 60
% registros até 60 dias
61 a 90
91 a 120
Acima de 120
Total
5.1 121 2 19,77% 6 0 493 622
2.1 11 0 5,67% 0 0 183 194
3.3 197 0 38,18% 4 0 315 516
5.3 - UBS 7 0 2,12% 1 0 322 330
5.3 - PLFF 75 0 86,21% 0 0 12 87
3.1
Consulta em oftalmologia - geral
5 0 1,62% 0 0 304 309
Subtotal - Consulta em oftalmologia - geral
416 2 20,31% 11 0 1.629 2.058
2.1 7 35 67,74% 9 0 11 62
3.1
Grupo - procedimentos ambulatoriais em oftalmologia 132 188 86,96% 24 1 23 368
Total Geral 555 225 31,35% 44 1 1.663 2.488
Fonte: Registros do SISREG III com as solicitações efetuadas pelas unidades de saúde selecionadas.
Consulta efetuada no sistema junto às CAPs entre 15/02/12 e 09/03/12.
Grupo – Procedimentos ambulatoriais em oftalmologia – compreende 22 procedimentos constantes nos
grupos 2 e 4 do Plano Operativo do Centro Médico Darke (fundoscopia / tonometria / ultra-sonografia de
globo ocular, tratamento cirúrgico de pterígio, etc.)
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
32
Plano Operativo Centro Médico Darke x SMSDC
Grupo 02- procedimentos com finalidade diagnóstica
Procedimentos Qtd estimada
0205020089 ultra-sonografia de globo ocular / orbita (monocular) 59
0211060011 biometria ultrassônica (monocular) 123
0211060054 ceratometria 1046
0211060100 fundoscopia 1046
0211060127 mapeamento de retina com gráfico 120
0211060143 microscopia especular de córnea 135
0211060151 potencial de acuidade visual 124
0211060186 retinografia fluorescente binocular 152
0211060259 tonometria 1046
02.05.02.002-0 paquimetria ultrassônica 75
Subtotal grupo 2 (inclui outros procedimentos não demonstrados neste quadro) 4.130
Grupo: 03-procedimentos clínicos
Procedimentos Qtd estimada
03.01.01.007-2 consulta medica em atenção especializada 714
03.01.01.010-2 consulta para diagnóstico de glaucoma (gonioscopia,tonometria ou
minicurva diária de pressão ocular, biomicroscopia de fundo) 42
03.03.05.001-2 acompanhamento e aval de glaucoma 125
03.03.05.003-9 tratamento oftalmológico de pac c/glaucoma binocular (1ª linha) 350
03.03.05.006-3 tratamento oftalmológico de pac c/glaucoma monocular (1ª linha) 175
Subtotal grupo 3 (inclui outros procedimentos não demonstrados neste quadro) 1.681
Grupo: 04-procedimentos cirúrgicos
Procedimentos Qtd estimada
0405050364 tratamento cirúrgico de pterígio 16
0405050372 facoemulsificacao c/ implante de lente intra-ocular dobrável 90
Subtotal grupo 4 (inclui outros procedimentos não demonstrados neste quadro) 190
Fonte: SMSDC/SURCA – Plano Operativo Centro Médico Darke.
SISREG III – Oferta de procedimentos em março/12 - Centro Médico Darke
Descrição Presencial ou fila de
espera Regulado 1a vez
local Retorno Total
semanal
Total mensal (
x 4,35) Consulta em oftalmologia - avaliação cirúrgica 30 --- --- --- 30 131
Consulta em oftalmologia - geral --- 70 --- --- 70 305
Grupo - procedimentos ambulatoriais em oftalmologia 70 222 --- --- 292 1.270
Total de oferta de procedimentos 100 292 --- --- 392 1.705
Fonte: SMSDC / Central de Regulação – Ofertas (teto) de procedimentos de março/12.
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
33
Para a adequada compreensão, os quadros anteriores precisam ser analisados
em conjunto.
Do total de 2.058 consultas de oftalmologia solicitadas pelas unidades, apenas
418 foram agendadas em um prazo considerado adequado ou aceitável (até 60 dias),
conforme avaliação feita ao longo dos trabalhos de campo com as CAPs e as
unidades, equivalente a 30,31% do total.
Verifica-se que daquele total, 1.629 registros aguardavam por um prazo superior
a 120 dias, representando 79,15% (1.629 / 2.058). Portanto, em uma primeira análise
parece haver forte demanda reprimida (demanda muito maior que a oferta).
No teto de oferta de consultas de oftalmologia de março/12 no SISREG III,
constam apenas 436 consultas mensais. Porém, o Centro Médico Darke disponibilizou
756 (714 + 42), conforme Plano Operativo pactuado com a SMSDC (Anexo 04).
Portanto, 320 pacientes a mais poderiam ser atendidos, apenas em um mês. Em cinco
meses (outubro/11 a fevereiro/12), 1.600 vagas a mais estariam disponíveis no
SISREG III, eliminando a espera excessiva dos pacientes das unidades verificadas
entre agosto/11 e setembro/11.
A análise referente ao Centro Médico Darke também é aplicável Clinica
Oftalmológica Came, pois do quantitativo de 6.139 procedimentos colocados à
disposição no respectivo Protocolo (Anexo 04), apenas 1.314 constam no SISREG III,
limitando a capacidade operacional da Central de Regulação da SMSDC/RJ.
Outro fato que contribui para a excessiva demora, a que os pacientes ficam
submetidos, é relacionado à oferta de procedimentos configurados no SISREG III
direcionados à regulação. No caso das consulta em oftalmologia – geral, todas as
vagas foram direcionadas para a tela do médico regulador, que vai avaliar o pedido de
outro médico da unidade solicitante, podendo agendar, negar ou devolver o pedido, o
que de fato não faz sentido.
Qual seria a necessidade e a coerência de uma consulta de oftalmologia passar
pelo crivo de um médico regulador, tendo em vista que o médico da unidade
solicitante, quem efetivamente avaliou o paciente, entendeu ser necessário
encaminhá-lo à avaliação de um oftalmologista? No item 4.3, essa questão da
regulação e suas implicações serão abordadas com profundidade.
Conforme os esclarecimentos da SMSDC/SURCA, nenhum Plano Operativo foi
formalizado com os seis hospitais federais (Andaraí, Ipanema, Lagoa, Cardoso Fontes,
Bonsucesso e dos Servidores do Estado). De fato, dos 42 arquivos fornecidos pelo
órgão, nenhum se refere a eles.
� Hospital Universitário Pedro Ernesto – Plano Operativo x SISREG x SIA.
Demonstrou-se o quadro de oftalmologia, citando um dos prestadores de
serviços atuante com essa especialidade.
Considerando o gigantismo e a relevância do Hospital Universitário Pedro
Ernesto, no contexto do complexo regulador, cabe aprofundá-lo, detalhando a oferta
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
34
de procedimentos apresentada no quadro que consolida os Planos Operativos dos
prestadores de serviços (Anexo 04). Os quadros a seguir discriminam os
procedimentos ambulatoriais inseridos no grupo 3 do SIGTAP (Procedimentos
clínicos).
POA Hospital Universitário Pedro Ernesto - Detalhamento das Consultas da Atenção Especializada
03.01.01.004-8 Consulta de Profissionais de Nível Superior na Atenção Especializada (Exceto Médico)
Profissional - CBO Produção Contratual
Mensal Profissional - CBO
Produção Contratual
Mensal
223208-Cirurgião dentista - clínico geral 70 223710-Nutricionista 1.000
223268-Cirurgião dentista - traumatologista bucoma 400 223810-Fonoaudiólogo 400
223505-Enfermeiro 1.180 251510-Psicólogo clínico 750
223605-Fisioterapeuta 600 251605-Assistente social 600
223620-Terapeuta ocupacional 25 Total 5.025
POA Hospital Universitário Pedro Ernesto - Detalhamento das Consultas da Atenção Especializada
03.01.01.007-2 Consulta Medica em Atenção Especializada
Profissional - CBO Produção Contratual
Mensal Profissional - CBO
Produção Contratual
Mensal 223102-Médico alergista e
imunologista 250 223136-Médico infectologista 260
223104-Médico anestesiologista 10 223138-Médico mastologista 100
223105-Médico angiologista 340 223139-Médico nefrologista 280
223106-Médico cardiologista 770 223140-Médico neurocirurgião 400
223111-Médico cirurgião pediátrico 100 223142-Médico neurologista 350
223112-Médico cirurgião plástico 140 223144-Médico oftalmologista 1.040
223113-Médico cirurgião torácico 70 223145-Médico oncologista 390
223115-Médico clínico 1.160 223146-Médico ortopedista e traumatologista 190
223117-Médico dermatologista 790 223147-Médico otorrinolaringologista 420
223125-Médico endocrinologista e metabologista 730 223149-Médico pediatra 570
223126-Médico fisiatra 300 223151-Médico pneumologista 230
223128-Médico gastroenterologista 420 223152-Médico proctologista 30
223131-Médico geriatra 150 223153-Médico psiquiatra 780
223132-Médico ginecologista e obstetra
1.000 223155-Médico reumatologista 1.000
223133-Médico hematologista 390 223157-Médico urologista 800
223134-Médico hemoterapeuta 40 Total Geral 13.500
Fonte: Plano Operativo HUPE 2011/2012
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
35
Conforme consta no Plano Operativo 2011/2012 do HUPE, o “Hospital
disponibiliza as atividades pactuadas para a Rede de Serviços do SUS, submetendo-
as aos dispositivos de controle e regulação progressivamente implantados /
implementados pelo Gestor Municipal. A regulação progressiva, considerando a rede
de serviços SUS como um todo, visa possibilitar a oferta de alternativas mais
adequadas às necessidades de atenção à saúde do usuário.
A partir dos acordos estabelecidos com as instâncias gestoras e da
implementação dos dispositivos de regulação, espera-se o incremento do
acesso dos usuários do SUS e o fortalecimento do perfil de atendimento do
Hospital em consultas, internações clínicas / cirúrgicas, exames e
procedimentos de média / alta complexidade e transplantes”. (Grifos nossos).
SISREG III – Oferta de Procedimentos em Março/12 - Hospital Universitário Pedro Ernesto
Descrição Presencial ou fila de
espera Regulado 1a vez
local Retorno Total
semanal Total mensal
( x 4,35)
Consulta em cirurgia de cabeça e pescoço - geral --- 1 --- --- 1 4
Consulta em fisioterapia 2 2 9
Consulta em otologia --- --- --- 5 5 22
Consulta em otorrinolaringologia - geral 1 1 4
Consulta em rinologia --- --- --- 5 5 22
Total de oferta de procedimentos 288 53 33 10 384 1.670
OBS: O total de procedimentos inclui outros procedimentos não demonstrados neste quadro, cujo objetivo
foca apenas as consultas em atenção especializada de médicos ou não.
Do comparativo dos quadros verifica-se que a oferta de consultas especializadas
no SISREG III (Anexo 04) é praticamente desprezível, se consideramos os
quantitativos constantes no Plano Operativo pactuado entre o HUPE x SMSDC/RJ, já
que apenas 9,01% (1.670 / 18.525) do potencial pactuado estão no sistema.
Por outro lado, dezenas de milhares pacientes aguardam meses por uma
consulta especializada (médicos e outras categorias), conforme registros do SISREG,
demonstrados nos itens 4.2.3, 4.2.4 e 4.3.3, dentre eles referentes à oftalmologia,
como já demonstrado.
Conforme já mencionado, a baixa oferta de serviços no SISREG III da
SMSDC/RJ não significa necessariamente que as unidades estejam operando de
forma ociosa. Sendo assim, decidiu-se consultar o TABNET/DATASUS/SIA, que
registra a produção dos estabelecimentos de saúde, permitindo fazer vários tipos de
pesquisa. O resultado é exposto a seguir, confrontando a pactuação prevista no POA x
produção registrada no SIA (Anexo 06).
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
36
HUPE - Comparativo da Média Mensal de Produção (TABNET / SIA) x Produção Pactuada no POA
Profissional-CBO Nov/11 Dez/11 Jan/12 Fev/12 Mar/12 Total Média
Mensal SIA
POA HUPE - Mensal
% Produt. SIA / POA
225109 Medico Nefrologista
58 32 16 49 80 235 47 280 17%
225112 Medico Neurologista
540 387 340 302 623 2.192 438 350 125%
225115 Medico Angiologista
96 122 129 125 73 545 109 340 32%
225120 Medico Cardiologista
549 341 368 258 446 1.962 392 770 51%
225127 Medico Pneumologista
120 198 186 131 319 954 191 230 83%
225135 Medico Dermatologista
1.519 829 1.095 1.207 1.440 6.090 1.218 790 154%
225165 Medico Gastroenterologista
103 340 240 92 104 879 176 420 42%
225255 Medico Mastologista
20 12 - - 10 42 8 100 8%
225265 Medico Oftalmologista
1.210 868 663 913 994 4.648 930 1040 89%
225270 Medico Ortopedista E
Traumatologista 472 232 207 258 518 1.687 337 190 178%
225285 Medico Urologista
764 429 334 424 632 2.583 517 800 65%
Fonte: TABNET / SIA - Qtd. Aprovada por mês atendimento segundo profissional-CBO - HUPE
Procedimentos: 0301010064 (consulta medica em atenção básica) e 0301010072 (consulta medica em
atenção especializada)
Os dados em azul referem-se à boa proporção entre a produção SIA / POA, ao
passo que aqueles em vermelho ilustram que há grande capacidade ociosa, tendo em
vista o que foi pactuado com o Gestor Pleno do SUS. Nos procedimentos em que o
percentual supera 100%, a produção foi superior ao pactuado no POA. Pode-se
perceber que em regra a produção entre os meses não sofre grandes oscilações.
Por outro lado, é possível mensurar a oferta desperdiçada, chegando-se a uma
perda de 1.610 procedimentos mensais, ou 8.050 para o período de cinco meses. Vale
dizer, apenas nas especialidades analisadas, cerca de 8.000 pacientes deixaram de
ser atendidos, nas especialidades, que, em sua maioria, são consideradas críticas do
ponto de vista da espera de atendimento a que os pacientes são submetidos.
Apenas em cardiologia, em apenas um mês, foram desperdiçadas 378 consultas
(770 - 392), tomando-se por base a média mensal do período de 392 consultas. Em
cinco meses, aproximadamente 1.890 pacientes deixaram de ser atendidos.
O Hospital Universitário Pedro Ernesto é um bom exemplo, porém há que se ter
a devida abrangência da dimensão do desperdício existente e de seus efeitos,
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
37
ampliando a análise para todos os tipos de grupos e subgrupos de procedimentos, e
de todas as unidades prestadoras, tarefa que cabe à SMSDC/RJ, na condição de
gestora plena do SUS, em seu território, a fim de otimizar a regulação e reduzir o
tempo de espera dos pacientes.
A equipe do TCMRJ verificou o Município de origem dos pacientes, sendo
constatado que 100% deles residem no Município/RJ, atendendo, portanto, à
demanda interna da SMSDC/RJ.
No Plano Operativo do HUPE, consta também a informação da capacidade
plena de produção, sendo verificado que a variação é pequena (menos de 5%). Ou
seja, o hospital coloca à disposição do gestor pleno do SUS (SMSDC/RJ)
praticamente todo o seu potencial avaliado pela própria unidade.
� Unidades que compõem a rede de saúde da SMSDC/RJ.
Foram abordadas anteriormente as pactuações celebradas entre a SMSDC/RJ e
os prestadores particulares e públicos de outras esferas. Outrossim, a Secretaria vem
se esforçando para formalizar os PCEPs com os seis hospitais federais já citados.
Por outro lado, a SMSDC conta com uma rede própria de nove Policlínicas e
dezessete hospitais. Porém, apenas o Hospital Ronaldo Gazolla, administrado por
empresa privada, possui contrato formalizando a oferta de vagas ao SISREG.
Segundo os registros do SISREG III, o hospital responde, aproximadamente, por
37,35% dos cerca de 730.000 procedimentos agendados de janeiro/11 a dezembro/11,
relacionados à assistência ambulatorial, tendo em vista o exposto no item 4.2.6.
Conforme informação da SMSDC/SURCA, durante os trabalhos de campo, a
Secretaria estuda firmar, com as unidades que compõem sua rede, Termos de
Compromisso, a fim de definir parâmetros de produção de procedimentos. Algo similar
aos Planos Operativos. Tal medida é crucial para dar transparência e propiciar o
monitoramento do cumprimento das regras pactuadas, além de ampliar a cobertura
assistencial de saúde à população. Nada mais natural, já que, se a SMSDC/RJ vem
buscando a pactuação dos Planos Operativos com os seis hospitais federais já
citados, deve fazer o mesmo com suas próprias unidades de saúde.
4. Regulação do Acesso aos serviços de saúde, por meio do SISREG.
4.1 Introdução, definição e vantagens do SISREG III
O sistema informatizado é uma das ferramentas de destacada importância para
a organização dos processos de trabalho de regulação, na medida em que favorece a
otimização dos recursos de saúde, maior controle dos recursos financeiros e
organização dos fluxos 3.
Para que seja implantado, é necessária a organização prévia de outros
instrumentos de gestão (afins às áreas de Controle, Regulação e Programação) como
a Legislação do SUS; Parâmetros de Necessidade (Portaria nº 1.101/02); Análise de
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
38
Saúde; Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES); Cartão Nacional de
Saúde (CNS); Oferta de Serviços; Programação Pactuada Integrada – PPI; Contratos;
Conformação das Redes; Protocolos e Sistemas de Informação.
O SISREG III, desenvolvido pelo Ministério da Saúde, objetiva gerenciar todo o
Complexo Regulatório (Rede Básica à Internação Hospitalar), visando à humanização
dos serviços, maior controle do fluxo e otimização na utilização dos recursos, além de
integração da regulação com as áreas de avaliação, controle e auditoria.
É composto de módulos independentes: ambulatorial e hospitalar. O módulo de
APAC se encontra em desenvolvimento. Vantagens do Sistema 3:
� Gratuito (aquisição e manutenção), acesso via web (não depende de instalação) e
fácil operacionalização;
� Gera BPA – Boletim de Produção Ambulatorial;
� Permite apropriação da oferta dos serviços;
� Permite organização da fila de espera;
� Opera com Critérios de Classificação de Risco;
� Permite disponibilização de cotas, tanto para os munícipes como para os
pactuados;
� Interoperabilidade com o Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde,
Cartão Nacional de Saúde e Tabela Unificada (SIGTAP);
� Eliminação de filas na Central de Regulação;
� Agendamento de procedimentos entre os municípios em tempo real;
� Eliminação da necessidade de deslocamento para realização de marcações;
� Transparência da disponibilização de cotas pactuadas na PPI;
� Permite inserção da PPI e capacidade de monitoramento do cumprimento da PPI.
4.2 Registros de consultas e exames obtidos pelo TCMRJ nas CAPs
4.2.1 Introdução
Durante a fase de planejamento, executada entre os meses de fevereiro/12 e
março/12, a equipe TCMRJ visitou a Central de Regulação e as CAPs 2.1, 3.1, 3.3,
5.1, 5.3, escolhidas de acordo com a cobertura da Estratégia de Saúde da Família,
porém, com a preocupação de abranger regiões diversificadas, das Zonal Sul à Oeste
da Cidade.
Foram obtidas no total 42.517 solicitações de consultas e exames, entre
agosto/11 e setembro/11, das 29 unidades consideradas mais relevantes, quanto à
quantidade de registros constantes no SISREG III.
Ao longo da fase de planejamentos e dos trabalhos de campo, foi possível
entender o funcionamento da regulação pelo SISREG na perspectiva das unidades
3 Material desenvolvido pela Secretaria Estadual de Saúde da Bahia / Superintendência de Gestão de Sistemas e Regulação de Atenção à Saúde (SUREGS), visando à capacitação de gestores municipais e técnicos da área.
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
39
solicitantes. Após a consulta médica, o paciente pode necessitar de exames ou
consultas especializadas, que são solicitados por uma requisição, contendo uma breve
descrição do quadro clínico do paciente e a devida justificativa da necessidade do
respectivo exame/consulta. Essa é encaminhada a um responsável pelo NIR (Núcleo
Interno de Regulação) da Unidade para solicitar o pedido de vaga no SISREG.
De acordo com questionário aplicado em algumas Unidades solicitantes, 50%
demoram cerca de 3 dias para inserir o pedido no SISREG. Porém cerca de 16%
levam mais de 15 dias. Dessa forma, as unidades esperam acumular alguns pedidos
para inseri-los no SISREG posteriormente. Essa demora deve ser evitada ao máximo
para minimizar o tempo de espera do paciente pela consulta.
Após o preenchimento do cadastro do paciente e seleção do exame/consulta
pretendido no SISREG III, três possibilidades podem ocorrer:
1. O pedido vai para uma fila de espera, ficando com o status de “pendente em fila de
espera”. Nesse status, o próprio sistema marca a consulta quando a vaga for
disponibilizada. O único critério na marcação dos exames/consultas nessa
modalidade é a data da solicitação, portanto os mais antigos têm prioridade.
2. O pedido vai para análise na Central de Regulação, sendo avaliado por um médico
regulador. Nesse momento, o médico se atenta à necessidade da consulta/exame
para o paciente, mediante a análise do quadro clínico relatado pelo médico
solicitante. Caso o médico regulador entenda que esse exame/consulta é
necessário, efetua-se a marcação em alguma das unidades executantes onde
houver vagas disponíveis. Enquanto ela não é agendada, o status desse pedido no
SISREG fica “pendente de regulação”.
3. Há vagas no momento da solicitação, e a marcação consegue ser efetuada.
Infelizmente identificamos poucas especialidades em que é possível realizar esse
tipo de agendamento, o tipo ideal de marcação, porquanto seria possível o
agendamento presencial, isto é, na presença do paciente, evitando demoras
prolongadas no agendamento e possíveis falhas na comunicação entre a Unidade
e o paciente.
O SISREG trabalha com um período de agenda aberta de 30 dias, dessa forma
a cada novo dia, mais um dia é disponibilizado para agendamento. Todos os dias o
programa envia um relatório para as Unidades Solicitantes indicando quais pedidos
foram agendados. Cabe à Unidade verificar esse relatório diariamente para avisar o
paciente da marcação. Esse aviso, normalmente feito por contato telefônico, constitui
um problema para as Unidades uma vez que, algumas vezes, o paciente não é
localizado por dificuldades no estabelecimento do contato.
Após o agendamento da consulta/exame, a solicitação passa para o status de
“aprovada” (regulada) ou “aprovada fila de espera” (fila de espera). Existem ainda
outros possíveis status no SISREG:
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
40
� “Devolvidos” – são as solicitações que foram analisadas pelo médico regulador,
porém foram devolvidas para a Unidade para que ela complete com informações
necessárias a fim de que se tenha uma maior clareza do quadro clínico do paciente,
para que o médico regulador possa avaliar a necessidade da consulta/exame. A
devolução ocorre também nos casos em que há grande demora de visualização da
solicitação pelo regulador, ou de demora na disponibilidade de vaga, perguntando
para a Unidade se o paciente ainda tem necessidade do solicitado, devido ao
tempo já decorrido.
� “Reenviados” – São as solicitações que tinham status de “devolvidas” e que foram
agora respondidas pela Unidade, retornando ao regulador. Estas solicitações
possuem prioridade de solução por parte do mesmo.
� “Cancelados” – São as solicitações que foram canceladas pela Unidade.
� “Negados” – São solicitações negadas pelo médico regulador, geralmente por haver
duplicidade de pedidos.
4.2.2 Exame dos registros de solicitação, segregados por status.
Nas visitas às CAPS a equipe do TCMRJ requisitou o histórico dos registros das
solicitações efetuadas através do SISREG, nos meses de agosto e setembro de 2011,
no âmbito ambulatorial, ou seja, incluindo exames e consultas médicas, sendo
disponibilizado em planilha de Excel instantaneamente pela CAP ainda no dia da
visita.
A escolha desses meses teve como objetivo a avaliação dos status das
solicitações num período retroativo de 6 a 7 meses, que foi considerado pela equipe
como ideal para avaliar as solicitações que ainda se encontram pendentes. Através
dessa escolha, criou-se um histórico de 42.517 registros, com todas as solicitações
aprovadas, pendentes em fila de espera e de regulação, bem como as solicitações
canceladas, devolvidas ou negadas, cujo consolidado pode ser visualisado na tabela a
seguir. Essa tabela permite fazer uma análise comparativa entre as solicitações das
CAPS, bem como uma análise global de como se encontra o status das solicitações
efetuadas há cerca de 6/7 meses, considerando a data de corte aquela em que foi a
visita da respectiva CAP.
CAP
Aprova-dos
todos
Cance-lados
Cance-lado
Fila de espera
Devol-vidos
Nega-dos
Pendente Fila de Espera
Pendente regulação
Total Global
% Aprov. / Total Global
% CDN / TOTAL
% Pendente
/ Total Global
CAP
5.1 7.923 258 82 460 59 1.494 1.159 11.435 69,29% 7,51% 23,20%
CAP
3.1 4.202 198 172 78 40 1.316 583 6.589 63,77% 7,41% 28,82%
CAP
3.3 7.857 1.322 212 225 45 1.202 619 11.482 68,43% 15,71% 15,86%
CAP
2.1 2.848 166 102 84 74 397 620 4.291 66,37% 9,93% 23,70%
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
41
CAP
Aprova-dos
todos
Cance-lados
Cance-lado
Fila de espera
Devol-vidos
Nega-dos
Pendente Fila de Espera
Pendente regulação
Total Global
% Aprov. / Total Global
% CDN / TOTAL
% Pendente
/ Total Global
CAP 5.3 - UBS
2.442 35 11 243 40 869 584 4.224 57,81% 7,79% 34,40%
CAP 5.3 - PLFF
4.369 44 0 0 1 23 59 4.496 97,18% 1,00% 1,82%
Total 29.641 2.023 579 1.090 259 5.301 3.624 42.517 69,72% 9,29% 20,99%
Fonte: SISREG - Registros de solicitação de procedimentos (consultas + exames) efetuados pelas unidades mais
relevantes das CAPs em questão, entre agosto/11 e setembro/11 – Total de 42.517.
OBS: CDN = Solicitações canceladas, devolvidas ou negadas.
Destaque-se a posição global dos status “Aprovados” e “Pendentes” desse
período: cerca de 69,72% e 20,99% respectivamente. Duas CAPS distanciam-se da
média, das quais tecemos alguns comentários: CAP 5.3 e CAP 3.1.
A CAP 3.1 mostrou possuir menor proporção de solicitações aprovadas, com um
total de 63,77% e por outro lado, grande percentagem de solicitações pendentes,
totalizando 28,82%; contrastando com a CAP 5.3 que apresenta 78,11% de
aprovação e 17,60% de pendências.
Uma análise mais minunciosa sobre o grande percentual de aprovações da CAP
5.3, comparativamente às demais, revela que a Policlínica Lincoln de Freitas foi a
grande responsável pelo aumento da média. Isso porque obteve 97,18% das
solicitações aprovadas nesse período. A razão para este fato vincula-se à grande
quantidade de oferta de procedimentos, inserida no SISREG, direcionada à própria
unidade (agenda local).
Essa agenda é destinada aos pacientes que retornam ao médico, depois de sua
primeira consulta, sendo que essas vagas são visíveis apenas à própria policlínica,
são reservadas apenas aos seus pacientes, e dessa forma, a unidade solicitante e
executante são as mesmas, o que permite uma aprovação muito mais rápida.
A CAP 5.1 apresentou grande percentual de solicitações devolvidas pelo médico
regulador, atingindo cerca de 4% de todas as solicitações. Uma análise mais detida
revelou que a CMS Dr. Eithel Pinheiro de Oliveira Lima foi a maior responsável por
essa alta da média, que possui cerca de 8% das solicitações devolvidas, além da CMS
Waldyr Franco, com cerca de 5%.
A devolução da solicitação pelo médico regulador normalmente é com o objetivo
de requisitar detalhes da solicitação e exames complementares para justificar a
necessidade de determinada consulta ou exame. Dessa forma a devolução indica que
a solicitação encontra-se incompleta, indicando a necessidade de treinamento dos
operadores solicitantes. Ela não é desejável porque gera atrasos na aprovação das
solicitações uma vez que o pedido vai e volta do médico regulador para a Unidade
solicitante e enquanto isso a solicitação fica pendente até a solução necessária.
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
42
A CAP 3.3 possui uma alta percentagem de cancelamentos das consultas e
exames, representando cerca de 16,8% das solicitações aprovadas. Esse alto número
dos cancelamentos pode revelar que as unidades dessa CAP possuem grande
preocupação em efetuar o cancelamento do agendamento no SISREG.
De acordo com o questionário aplicado nas unidades, o cancelamento da
solicitação é dado por desistência do paciente principalmente pela distância da
Unidade executante da residência do paciente e pela demora para o agendamento.
Muitas vezes a demora é tanta que o paciente não necessita mais a consulta/exame,
por já ter providenciado outros meios de realizá-los, já ter falecido ou não possuir mais
o mal que levou à solicitação. Outros motivos menos expressivos revelados pelas
Unidades são a falta de comunicação ao paciente pela unidade solicitante, a falta de
dinheiro para pagar a passagem de ônibus e horário da marcação muito cedo,
dificultando a chegada à Unidade.
Este estudo revelou ainda que apenas 50% das Unidades faz ou solicita o
cancelamento no SISREG em 75% das vezes no caso de desistência da vaga pelo
paciente. O cancelamento pela Unidade é de extrema importância uma vez que libera
a vaga para o agendamento de um novo paciente, diminuindo o absenteísmo. É
necessário um treinamento eficiente por parte da Central da Regulação às pessoas do
NIR das Unidades de modo a conscientizá-las da importância do cancelamento caso o
paciente desista da consulta. O questionário encontra-se na íntegra no Anexo 07.
4.2.3 Procedimentos pendentes de regulação ou em fila de espera.
O que determina se uma consulta/exame é regulada ou lista de espera é a
configuração da vaga no SISREG feita pela Central de Regulação. Não foi identificado
pela Equipe TCMRJ nenhum critério relativamente a essa configuração. A título de
exemplo selecionamos a especialidade médica de oftalmologia, cuja configuração das
vagas semanais do mês de março de cada Unidade executante encontra-se resumida
no quadro a seguir:
SISREG III - Oferta (teto) semanal de consultas em Oftalmologia - Geral
Unidade Executante Fila De Espera Regulado Retorno
Centro Médico Darke 70
Eye Center 150 25
HUGG 36
Hospital Da Lagoa 8
SASE Realengo 8
Santa Casa Hospital Da Gamboa 10
Hospital Municipal Da Piedade 9 139
Hospital Municipal Miguel Couto 16
Hospital Municipal Francisco Da Silva Telles 40 20
Policlínica Helio Pellegrino 25 20 25
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
43
Unidade Executante Fila De Espera Regulado Retorno
Policlinica Lincoln De Freitas Filho 20
Policlinica Rodolpho Rocco 30 30 30
Policlinica Manoel Guilherme Da Silveira Filho 36
Fonte: SMSDC/Central de Regulação - Oferta semanal de procedimentos (teto) março/12
A partir da tabela acima, pode-se observar que para a mesma especialidade,
existem vagas tanto em fila de espera como reguladas, dependendo da unidade
executante. Há casos ainda como as Policlínicas Helio Pellegrino e a Rodolpho Rocco,
em que há os dois tipos de vagas, confirmando a falta de padronização.
As vagas de retorno são configuradas para que apenas o próprio executante
tenha acesso a marcá-las, ou seja, é a agenda local inserida no SISREG. O Hospital
Municipal Piedade por exemplo possui 139 vagas de retorno e apenas 9 vagas abertas
ao Sistema. A Policlínica Lincoln de Freitas possui vagas apenas configuradas como
retorno.
Ao solicitar a vaga no SISREG, apenas uma opção pode ser selecionada, ou
seja, o solicitante deve informar se ele pretende uma vaga regulada ou de fila de
espera. A falta de padronização gera dúvidas uma vez que o solicitante não sabe qual
das opções agendará mais rapidamente. Através do questionário aplicado nas
Unidades Solicitantes, constatou-se que cerca de 35% das Unidades possuem
dúvidas em mais de 25% das vezes para definir se o procedimento é agendado pela
central de regulação (regulado) ou diretamente pelo SISREG (fila de espera). A falta
de padronização tem gerado problemas no SISREG, elencados abaixo:
� Várias solicitações iguais para o mesmo paciente
A fim de conseguir o agendamento mais rapidamente, algumas unidades têm
feito várias solicitações para a mesma pessoa, envolvendo o mesmo procedimento,
tentando a opção regulada e a fila de espera, o que gera duplicidades de solicitações
e perda das vagas. Retiramos um exemplo da CAP 3.3 para ilustrar o ocorrido:
Cod. solicitação
Data solicitação
Nome do Paciente (pseudônimo)
Especialidade Data
agendada Status
38355233 12/08/2011 AZH Consulta em Clinica
Medica 08/09/2011 Aprovado
38355314 12/08/2011 AZH Consulta em Clinica
Medica 08/09/2011 Aprovado
38355375 12/08/2011 AZH Consulta em Clinica
Medica 08/09/2011 Aprovado
41258325 30/09/2011 CLCF Consulta em Oftalmologia -
Geral -----
Pendente regulação
41257244 30/09/2011 CLCF
Consulta em Oftalmologia - Geral
----- Pendente fila espera
Fonte: SISREG - Registros de solicitação de procedimentos (consultas + exames) efetuados pelas unidades mais
relevantes das CAPs em questão, entre agosto/11 e setembro/11.
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
44
O quadro anterior ilustra dois casos diferentes: o primeiro trata de três
solicitações agendadas para a mesma paciente e mesma especialidade médica.
Todos os agendamentos foram realizados para o mesmo dia, e certamente, haverá
pelo menos duas vagas perdidas.
O segundo caso vincula-se a duas solicitações para consulta em oftalmologia,
que devido à dúvida do solicitante, foram feitas para ambas as opções (fila de espera
e regulado), gerando sobrecarga de demanda, ao mesmo tempo um que uma vaga em
algum momento provavelmente será perdida.
� Geração de filas desproporcionais às vagas
Nos casos em que há vagas tanto para regulado como para fila de espera,
muitas vezes, cria-se uma demanda grande para uma opção com quantidade de
vagas muito pequenas. Há casos em que a maioria das solicitações encontra-se na
opção com menor número de vagas, enquanto a outra, com mais vagas, possui uma
demanda muito menor. Vejamos o exemplo da especialidade de Angiologia:
Há semanalmente 21 ofertas de consulta em angiologia direcionadas à
regulação no SISREG III, e 119 vagas para a lista de espera (referência: mês
março/12). Esse pequeno número de vagas reguladas criou uma demanda de 3.874
solicitações pendentes nessa modalidade, desde maio de 2010. Por outro lado a
pendência da fila de espera inicia-se somente em abril de 2011.
Esses problemas poderiam ser evitados caso houvesse uma padronização com
somente uma opção (regulada ou fila de espera) para cada consulta/exame. A equipe
do TCMRJ entende que deve-se restringir ao máximo a regulação das consultas
especializadas, o que ajuda também a desafogar os médicos reguladores que
possuem pendências em excesso, caso este que será devidamente detalhado nos
itens 4.2.7 e 4.3.
Através dos 42.517 registros obtidos nas CAPS visitadas, montou-se uma base
de dados, em que o total de pendências de regulação e fila de espera é ilustrado no
quadro a seguir. O detalhamento das pendências encontra-se no Anexo 05.
Solicitações de procedimentos efetuadas entre agosto/11 e setembro/11 por 29 unidades selecionadas.
Consolidado CAPS Pendente fila espera Pendente regulação Total Geral
CAP 5.3 892 643 1535
CAP 3.3 1202 619 1821
CAP 2.1 397 620 1017
CAP 5.1 1494 1159 2653
CAP 3.1 1316 583 1899
TOTAL 5301 3624 8925
Fonte: SISREG III - Registros de solicitação de procedimentos (consultas + exames) efetuados pelas unidades mais
relevantes das CAPs em questão, entre agosto/11 e setembro/11.
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
45
De acordo com o quadro, há, nas 5 CAPS visitadas até o dia da visita, 8.925
consultas e exames ainda não marcados, desde agosto e setembro de 2011, sendo
5.301 em fila de espera e 3.624 à espera de regulação dos médicos. Porém o fato de
a fila de espera possuir mais pendências não significa que o seu agendamento será
mais demorado visto que isso irá depender do número de vagas de cada uma dessas
opções. Dentre essas pendências, identificamos as consultas especializadas e
exames mais representativos, evidenciados na tabela a seguir (Íntegra no Anexo 05).
Procedimento Qtd
Pendente Fila Espera
Qtd Pendente
Regulação Total
% Em Relação Ao
Total de Pendências
Consulta em Oftalmologia - Geral 723 905 1628 18,24%
Consulta em Ortopedia - Geral 1148 286 1434 16,07%
Consulta em Neurologia - Geral 624 0 624 6,99%
Consulta em Angiologia - Geral 455 81 536 6,01%
Grupo - Exames Ultra-Sonograficos 514 0 514 5,76%
Consulta em Pequenas Cirurgias 216 185 401 4,49%
Endoscopia Digestiva Alta 362 0 362 4,06%
Teste de Esforço ou Teste Ergométrico 2 61 194 255 2,86%
Consulta em Alergologia Infantil 45 197 242 2,71%
Consulta em Urologia - Geral 0 207 207 2,32%
Consulta em Cirurgia Pediátrica - Geral 189 0 189 2,12%
Consulta em Cirurgia Geral - Geral 0 166 166 1,86%
Consulta em Oftalmologia - Pediatria 116 23 139 1,56%
Consulta em Cirurgia Vascular - Geral 16 114 130 1,46%
Consulta em Ginecologia - Laqueadura 95 0 95 1,06%
Consulta em Endocrinologia 16 73 89 1,00%
Fonte: SISREG - Registros de solicitação de procedimentos (consultas + exames) efetuados pelas unidades mais
relevantes das CAPs em questão, entre agosto/11 e setembro/11.
O quadro indica os exames/consultas pendentes em fila de espera e regulação
em todas as CAPS, segregados em especialidades. Constata-se que especialidades
importantes, como oftalmologia e ortopedia, ocupam os lugares com maior número de
pendências, com 18,24% e 16,07% respectivamente, seguidos por neurologia, com
cerca de 7%, e angiologia, com 6%.
Esses dados revelam a gravidade da situação, indicando uma grande e
demorada fila virtual no acesso às vagas. Dos pacientes que necessitavam de
consulta há 6/7 meses em ortopedia, por exemplo, especialidade que normalmente
requer um atendimento rápido devido às fortes dores e complicações que um
problema ortopédico ocasiona, 1434 ainda não foram atendidos, considerando apenas
as 5 CAPS visitadas. Esse número é muito maior se for considerada a cidade inteira.
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
46
Provavelmente o paciente que apresenta o problema de saúde hoje, já não vai
mais o ter quando a consulta for agendada e vai faltá-la. Isso gera uma “bola de neve”,
porque essa consulta perdida, talvez fosse de grande utilidade para o paciente que
teve uma solicitação recentemente, mas que só vai conseguir agendá-la futuramente,
data em que provavelmente, também resolverá seu problema por outros meios. A
população que necessita da saúde pública fica assim desamparada, tendo que
procurar meios particulares para o acesso à saúde, permanecer com o problema ou
até falecer à espera da vaga.
4.2.4 Avaliação do prazo entre a solicitação e a marcação do procedimento
Através dos registros das solicitações recolhidas nas CAPs visitadas foi possível
determinar o tempo de agendamento dividido em consultas especializadas e exames,
conforme quadro a seguir, sendo que o respectivo detalhamento consta em anexo.
Para esse estudo foram selecionados 33 exames e consultas que representam 75%
da demanda total das Unidades. O Anexo 05 detalha integralmente o exposto.
Avaliação do prazo de agendamento dos procedimentos mais expressivos
Procedimen-tos
CAP ate 60 dias 60 a 120
dias > 120 dias
Procedimen-tos
CAP ate 60 dias
60 a 120 dias
> 120 dias
3.1 5,66% 0,00% 94,34% 2.1 88,24% 0,00% 11,76%
3.3 36,88% 0,00% 63,13% 3.3 100,00% 0,00% 0,00%
5.1 12,13% 0,00% 87,87% 5.1 98,08% 0,00% 1,92%
5.3 - PLFF 100,00% 0,00% 0,00% 5.3 - PLFF 100,00% 0,00% 0,00%
5.3 - UBS 2,42% 0,00% 97,58% 5.3 - UBS 79,66% 0,00% 20,34%
consulta em angiologia -
geral
Total 44,00% 0,00% 56,00%
consulta em pneumologia -
geral
Total 97,64% 0,00% 2,36%
2.1 60,00% 1,25% 38,75% 2.1 7,77% 9,71% 82,52%
3.1 6,78% 0,00% 93,22% 3.1 85,26% 1,05% 13,68%
3.3 45,26% 0,81% 53,93% 3.3 89,47% 1,05% 9,47%
5.1 23,90% 1,47% 74,63% 5.1 68,31% 1,76% 29,93%
5.3 - PLFF 100,00% 0,00% 0,00% 5.3 - PLFF 83,33% 16,67% 0,00%
5.3 - UBS 23,49% 0,00% 76,51% 5.3 - UBS 93,01% 3,50% 3,50%
consulta em cardiologia -
geral
Total 54,89% 0,53% 44,58%
consulta em cirurgia geral -
geral
Total 71,04% 2,62% 26,33%
2.1 80,00% 20,00% 0,00% 2.1 4,55% 31,82% 63,64%
3.1 73,77% 0,00% 26,23% 3.1 0,00% 5,88% 94,12%
3.3 99,25% 0,38% 0,38% 3.3 19,91% 4,98% 75,11%
5.1 89,82% 0,00% 10,18% 5.1 21,15% 2,88% 75,96%
5.3 - PLFF 100,00% 0,00% 0,00% 5.3 - PLFF 100,00% 0,00% 0,00%
5.3 - UBS 96,05% 3,29% 0,66% 5.3 - UBS 4,29% 2,86% 92,86%
Consulta em dermatologia -
geral
Total 94,81% 0,69% 4,49%
Consulta em endocrinolo-
gia
Total 34,34% 5,12% 60,54%
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
47
Procedimen-tos
CAP ate 60 dias 60 a 120
dias > 120 dias
Procedimen-tos
CAP ate 60 dias
60 a 120 dias
> 120 dias
2.1 100,00% 0,00% 0,00% 2.1 12,70% 42,86% 44,44%
3.1 100,00% 0,00% 0,00% 3.1 10,23% 2,84% 86,93%
3.3 100,00% 0,00% 0,00% 3.3 39,24% 10,76% 50,00%
5.1 100,00% 0,00% 0,00% 5.1 23,27% 16,98% 59,75%
5.3 - PLFF 100,00% 0,00% 0,00% 5.3 - PLFF 100,00% 0,00% 0,00%
5.3 - UBS 100,00% 0,00% 0,00% 5.3 - UBS 15,79% 9,02% 75,19%
consulta em
gastroentero-logia - geral
Total 100,00% 0,00% 0,00%
consulta em neurologia -
geral
Total 50,10% 8,66% 41,25%
2.1 5,67% 0,00% 94,33% 2.1 3,25% 0,81% 95,93%
3.1 1,62% 0,00% 98,38% 3.1 1,31% 0,00% 98,69%
3.3 38,18% 0,78% 61,05% 3.3 23,89% 0,72% 75,39%
5.1 19,77% 0,96% 79,26% 5.1 24,20% 0,23% 75,57%
5.3 - PLFF 86,21% 0,00% 13,79% 5.3 - PLFF 100,00% 0,00% 0,00%
5.3 - UBS 2,12% 0,30% 97,58% 5.3 - UBS 0,96% 0,00% 99,04%
consulta em oftalmologia -
geral
Total 20,31% 0,53% 79,15%
consulta em ortopedia -
geral
Total 16,59% 0,40% 83,01%
2.1 89,47% 10,53% 0,00% 5.1 21,43% 0,00% 78,57%
3.1 97,19% 2,81% 0,00% 5.3 - PLFF 14,29% 0,00% 85,71%
3.3 99,71% 0,29% 0,00% 5.3 - UBS 0,00% 0,00% 100,00%
5.1 94,03% 5,97% 0,00%
5.3 - PLFF 100,00% 0,00% 0,00%
5.3 - UBS 97,88% 2,12% 0,00%
consulta em otorrinolarin-
gologia - geral
Total 97,23% 2,77% 0,00%
grupo - diagnostico
por ressonância magnética
Total 14,29% 0,00% 85,71%
2.1 0,00% 0,00% 100,00% 3.1 6,60% 0,00% 93,40%
5.1 2,69% 0,00% 97,31% 5.1 85,86% 0,00% 14,14%
5.3 - PLFF 100,00% 0,00% 0,00% 5.3 - PLFF 48,39% 48,39% 3,23%
5.3 - UBS 3,41% 0,00% 96,59% 5.3 - UBS 74,19% 3,23% 22,58%
consulta em pequenas cirurgias
3,84% 0,00% 96,16%
teste de esforço ou
teste ergométrico 2
47,12% 6,16% 46,72%
2.1 0,00% 12,28% 87,72% 2.1 5,45% 29,32% 65,23%
3.1 4,95% 0,90% 94,14% 3.1 4,56% 33,43% 62,01%
3.3 42,05% 1,14% 56,82% 3.3 25,16% 19,87% 54,97%
5.1 3,45% 5,17% 91,38% 5.1 82,88% 17,12% 0,00%
5.3 - PLFF 12,50% 0,00% 87,50% 5.3 - PLFF 100,00% 0,00% 0,00%
5.3 - UBS 0,88% 0,88% 98,25% 5.3 - UBS 72,43% 27,57% 0,00%
endoscopia digestiva alta
Total 8,49% 2,98% 88,52%
mamografia
bilateral para rastreamento
Total 45,26% 23,08% 31,66%
Fonte: SISREG III - Registros de solicitação de procedimentos (consultas + exames) efetuados pelas unidades mais
relevantes das CAPs em questão, entre agosto/11 e setembro/11.
O questionário aplicado nas Unidades revelou que o prazo considerado
adequado pelas Unidades para agendamento das especialidades médicas e exames é
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
48
majoritariamente de 30 dias. Nenhuma Unidade considerou prazo acima de 60 dias
como adequado para nenhuma especialidade médica ou exame. A equipe TCMRJ
optou por uma posição mais conservadora e considerou como prazo adequado para
marcações no SISREG de até 60 dias.
Conforme se observa do quadro acima apresentado, as únicas consultas em
que todas as unidades na maioria das vezes conseguem agendamento em um prazo
adequado (60 dias) são as seguintes especialidades: otorringolaringologia geral
(97,23%), gastroenterologia geral (100%), pneumologia geral (97,64%) e dermatologia
geral (94,81%).
Por outro lado as consultas especializadas e exames com grande dificuldade de
agendamento (acima de 120 dias) pelas unidades são diagnóstico por ressonância
magnética (85,71%), oftalmologia geral (79,15%), ortopedia geral (83,01%),
endocrinologia (60,54), angiologia geral (56%), e consulta em pequenas cirurgias
(96,16%).
A Policlínica Lincoln de Freitas é tratada de forma separada do restante das
unidades básicas da CAP 5.3, a fim de não distorcer a análise, pois enquanto os
pacientes são atendidos com rapidez na Policlínica, na grande maioria dos
procedimentos, as seis unidades básicas de saúde, objeto de exame do TCMRJ, na
região da CAP 5.3, sofrem dificuldades para agendar os mesmos procedimentos da
Policlínica, conforme evidenciado no quadro anterior. Tal fato ocorre porque boa parte
da oferta de procedimentos no SISREG III está direcionada ao próprio Lincoln de
Freitas, fazendo com que haja um tratamento diferenciado em relação às demais.
Ficou evidenciado através do quadro a discrepância existente entre as CAPS
para conseguir agendamento nas diferentes especialidades médicas e exames. A
mamografia é um exemplo desse caso, em que as CAPS 5.1 e 5.3 conseguem em
mais de 70% das vezes agendamento em até 60 dias, enquanto que esse prazo de
atendimento é conseguido em apenas 4,56% das vezes na CAP 3.1; 5,45% na CAP
2.1 e 25,16% na CAP 3.3.
Tal discrepância também ocorre no caso da endoscopia digestiva alta, em que
88,52% das solicitações são atendidas num prazo acima de 120 dias, porém a CAP
3.3 consegue esses agendamentos, em 42,05% das vezes, num prazo de até 60 dias.
A CAP 3.1, ao contrário das outras, tem grande dificuldade em obter
agendamento em teste de esforço ergométrico, demorando em 93,40% dos casos
mais de 120 dias para conseguir o exame. Cardiologia geral é outro exemplo desse
caso: a CAP 2.1 consegue agendamento para essa especialidade, em 60% das vezes
em até 60 dias enquanto que a CAP 3.1 em 93,22% das vezes demora acima de 120
dias.
4.2.5 Avaliação das solicitações negadas, canceladas ou devolvidas
Com o objetivo de avaliar as solicitações negadas, canceladas ou devolvidas, a
equipe TCMRJ escolheu aleatoriamente um total de 240 solicitações feitas em agosto
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
49
e setembro pelas CAPs visitadas que foram devolvidas, negadas ou canceladas. Cada
CAP preencheu os dados requeridos pela equipe TCMRJ das solicitações escolhidas:
data do pedido no SISREG, data da visualização pelo médico regulador, e o motivo
que levou a Central a negá-la ou a devolvê-la.
Esse estudo permitiu-nos calcular o tempo de demora da visualização da
solicitação pelo regulador e a relação que ela possui com a prioridade da solicitação
(azul, verde, amarelo ou vermelho), itens esses que serão devidamente aprofundadas
no item 7.2.7. Além disso, permitiu-nos mapear os motivos que levam aos respectivos
status ora analisados.
O estudo concluiu que a devolução do regulador para as unidades é feita
sobretudo pelos seguintes motivos. O detalhamento completo consta no Anexo 08.
Principais motivos de devolução fr (%)
1) Demora excessiva do regulador 35,04
2) Histórico do paciente não se encaixa com a especialidade solicitada (erro na definição do procedimento solicitado)
17,09
3) Quadro clínico do paciente mal detalhado, faltando informações necessárias ao exame do regulador
14,96
4) Solicitação não informa se determinados exames já foram efetuados, conforme exigido nos protocolos de regulação
9,83
5) Duplicidade de solicitações do mesmo procedimento no SISREG 7,26
6) Procedimento lançado erronamente em regulação, porém deveria ser em fila de espera (marcado diretamente pelo SISREG
3,42
7) Falta de vaga no procedimento solicitado 3,42
8) Outros 8,97
Fonte: SISREG III - Registros de solicitação de procedimentos (consultas + exames) efetuados pelas unidades mais
relevantes das CAPs em questão, entre agosto/11 e setembro/11.
De acordo com a tabela acima, a demora na visualização pelo médico regulador
constitui-se a maior causa das devoluções das solicitações, ocupando 35,04%. Esse
assunto será devidamente aprofundado no item 7.2.7. Segue um exemplo de como é
dada a devolução pelo regulador devido ao excesso do tempo decorrido (Íntegra no
Anexo 08).
código solicitação
data solicit.
consulta solicitada
justificativa demora
do regulador
39159094 25/08/11 Otorrinolaringo-logia pediátrica
Face ao tempo decorrido favor informar caso haja necessidade ainda de consulta, data do
ultimo atendimento, sintomas atuais e tratamentos já realizados. favor reinserir caso
necessário
150 dias
Fonte: SISREG III - Registros de solicitação de procedimentos (consultas + exames) efetuados pelas unidades mais
relevantes das CAPs em questão, entre agosto/11 e setembro/11.
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
50
O quadro anterior trata de uma solicitação para otorrinolaringologia pediátrica que,
devido à demora do regulador em visualizá-la (5 meses), o médico reenvia à unidade
solicitante para que ela investigue se ainda há necessidade da consulta, pedindo a
atualização de todos os sintomas e tratamentos efetuados. É importante destacar que
nesses casos, a demora não é dada pela falta de vagas, mas pela demora da
regulação. Reforça-se a partir disso o questionamento a respeito da real necessidade
de vagas reguladas para o caso de consultas especializadas, haja vista a grande
representatividade da demora da visualização pelo regulador, mesmo no caso de
haver vagas. Se essas consultas fossem configuradas para fila de espera, o sistema
agendaria automaticamente conforme o surgimento das vagas. Além da demora para
o paciente, esse problema constitui dois trabalhos desnecessários: o do regulador, ao
devolver a solicitação; e o da unidade, em ter que investigar se ainda há a
necessidade da consulta, gastando tempo e dinheiro.
Para a marcação de alguns procedimentos ou consultas, a regulação exige que
se tenham em mãos alguns exames, que devem ser devidamente citados, além do
detalhamento do quadro clínico do paciente, ao solicitar a vaga regulada. Através de
questionário aplicado, 16 das 34 unidades pesquisadas sempre / quase sempre
sabem com clareza quais são essas exigências. A falta de um protocolo bem definido
acessível pelas Unidades constitui um problema que leva a solicitações incompletas,
gerando cerca de 25% das devoluções, como no caso abaixo:
código solicitação
data solicitação
procedimento solicitado
justificativa demora do regulador
38491469 15/08/11 histeroscopia diagnóstica
Pacientes que realizam histeroscopia necessitam de ultra realizada até 6 meses e
preventivo ate 1 ano. favor enviar as datas dos exames.
115 dias
Fonte: SISREG III - Registros de solicitação de procedimentos (consultas + exames) efetuados pelas unidades mais
relevantes das CAPs em questão, entre agosto/11 e setembro/11.
O paciente acima necessita de uma histeroscopia (inspeção médica da cavidade
uterina através de endoscopia). Para realizá-lo, o médico regulador entende é
necessário que o paciente já tenha feito anteriormente ultra-sonografia e preventivo,
com validade de 6 meses e 1 ano respectivamente. A Unidade, ao solicitar o pedido
não informou se o paciente já tinha realizado esses exames, e por conta disso a
solicitação foi devolvida. Nesses casos destaca-se a morosidade que todo o processo
leva até o agendamento. No caso em concreto, o paciente encontrava-se à espera de
marcação há praticamente 4 meses, e só então será informado que necessita retornar
ao médico de clínica geral para que ele solicite mais dois exames, que certamente
levarão tempo a serem agendados, para a partir de então solicitar novamente a
histeroscopia.
Erros na escolha da consulta/exame como regulado ou fila de espera causam
cerca de 7% das devoluções, exemplificado a seguir:
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
51
código solicitação
data solicitação
consulta solicitada Justificativa
demora do regulador (dias)
38912675 22/08/2011 patologia cervical
Essa solicitação não foi atendida,ainda, pois foi colocada em fila de espera, estou devolvendo
para ter ciencia. consulta em patologia cervical é para ser regulada e não fila de espera, favor reenviar para regulação para ser atendida.
87
Fonte: SISREG III - Registros de solicitação de procedimentos (consultas + exames) efetuados pelas unidades mais
relevantes das CAPs em questão, entre agosto/11 e setembro/11.
O quadro anterior refere-se a um paciente, cuja prioridade da solicitação é
vermelha, que necessitava de uma consulta em patologia cervical. O solicitante, por
falta de conhecimento, fez o pedido erroneamente e optou por fila de espera, quando
deveria direcionar a solicitação à regulação. O regulador demorou 87 dias para
detectar o erro no pedido da vaga. Enquanto isso o paciente, com prioridade vermelha,
espera a solução de problemas burocráticos entre o médico regulador e o solicitante.
Esse fato reforça o que foi discutido no item 4.2.5 sobre a falta de informação das
Unidades em escolher adequadamente a opção regulado ou fila de espera.
4.2.6 Mapeamento das unidades executantes.
Durante a fase de planejamento, a equipe desta Corte mapeou as unidades
executantes, identificando as mais expressivas, com base nos 42.517 registros obtidos
junto às CAPs.
Foram obtidos, posteriormente, arquivos oriundos dos registros do SISREG III,
com a produção ambulatorial dos procedimentos agendados por cada um dos 84
prestadores, de janeiro/11 a dezembro/11, totalizando próximo de 730.000
agendamentos. Sendo assim, julgou-se utilizar as informações obtidas na Central de
Regulação, já que abrange todo o universo. O quadro a seguir ilustra o exposto.
SISREG III – Produção Ambulatorial dos prestadores de serviços entre Janeiro/11 e Dezembro/11
Unidade Executante Agenda-mentos
% Agendado / Total Geral
Unidade Executante Agenda-mentos
% Agendado / Total Geral
Came Clinica de Atendimento Médico Especializada
7.762 1,06% Hospital Univ Pedro Ernesto 8.474 1,16%
CEDIR 23.066 3,16% Hosp Mun Francisco S. Telles 13.626 1,87%
Cent Med Nuclear da Guanab Matriz 11.261 1,54% Hospital da Piedade 34.213 4,69%
Centro Medico Darke 10.070 1,38% Hospital Mun Raphael P Souza 10.257 1,41%
Clín. Escola Faculd. Bezerra de Araujo 10.353 1,42% Hospital Mun Rocha Maia 15.768 2,16%
Eye Center 14.221 1,95% Hospital Mun Ronaldo Gazolla 272.275 37,35%
Life Imagem Cachambi 13.888 1,90% Polic Antonio Ribeiro Netto 23.312 3,20%
Sase Realengo 8.109 1,11% Polic Carlos Alberto Nascimento 22.921 3,14%
Hospital São Zacharias 23.281 3,19% Polic Helio Pellegrino 8.304 1,14%
Sos Scan Servicos Médicos 35.321 4,84% Polic Lincoln de Freitas Filho 25.655 3,52%
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
52
SISREG III – Produção Ambulatorial dos prestadores de serviços entre Janeiro/11 e Dezembro/11
Unidade Executante Agenda-mentos
% Agendado / Total Geral
Unidade Executante Agenda-mentos
% Agendado / Total Geral
Polic Newton Alves Cardozo 8.669 1,19% Polic Manoel Guil Da Silveira 30.877 4,24%
Hospital do Andaraí 747 0,10% Hospital de Ipanema 3.235 0,44%
Hospital Univ. Clementino Fraga Filho 4.755 0,65% UFRJ - Inst de Neur Deolindo
Couto 1.159 0,16%
Hosp dos Servidores do Estado 1.388 0,19% Hospital Federal da Lagoa 3.284 0,45%
Subtotal 646.251 (88,64% - vinculado às unidades deste quadro)
Total Geral 729.044 (100%)
Fonte:.SMSDC / Central de Regulação.
O quadro anterior ilustra o baixo nível de procedimentos agendados para os
Hospitais e Institutos Federais, evidenciando a pequena abrangência do SISREG III,
quando comparado à produção ambulatorial das unidades no TABNET/SIA, a exemplo
do exposto no quadro comparativo no item 3.4.3. Tal situação ocorre com todos ou
outros hospitais federais não citados no quadro, com participação próxima de 0,60%.
O Hospital Municipal Ronaldo Gazolla possui grande representatividade no
percentual de agendamentos realizados, com 37,35% do total. Isso ocorre porque o
HMRG é a única unidade executante que possui 100% dos procedimentos são
regulados pelo SISREG, incluindo tanto a agenda de primeira vez como a agenda de
retorno, conforme informado pelo preposto da unidade, durante os trabalhos de
campo.
4.2.7 Agilidade do médico regulador no atendimento das demandas das
unidades solicitantes
A agilidade do médico regulador é medida pelo tempo que o mesmo demora
para dar uma solução à solicitação de vaga regulada: agendando, negando ou
devolvendo. Através do preenchimento, pelas CAPs 2.1, 3.1, 3.3, 5.1 e 5.3, da data de
visualização do médico regulador de 511 solicitações selecionadas dos meses de
agosto e setembro de 2011, foi possível calcular o tempo de demora (em dias) dessa
visualização, através da subtração da data da solicitação com a data da visualização.
O quadro a seguir ilustra o exposto. O detalhamento completo consta no Anexo 08.
Avaliação do tempo em que o médico regulador leva para apreciar a solicitação das unidades
Prazo Fi %
1 a 15 dias 139 27,20%
16 a 30 dias 66 12,92%
31 a 45 dias 34 6,65%
46 a 60 dias 32 6,26%
Acima de 60 dias 240 46,97%
Fonte: SISREG - Registros de solicitação de procedimentos (consultas + exames) efetuados pelas unidades mais
relevantes das CAPs em questão, entre agosto/11 e setembro/11.
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
53
A tabela indica que cerca de 47% das solicitações demora mais de 60 dias para
ser visualizada pelo médico. Isso é um indicador que pode revelar que muitas vezes a
demora em se conseguir uma consulta é dada, não por falta de vagas, mas pela
demora na avaliação e no agendamento pelo médico regulador.
Ao solicitar a vaga, a unidade escolhe um nível de prioridade entre as existentes:
vermelha (prioridade zero – emergência, necessidade de atendimento imediato),
amarelo (prioridade 1 – urgência, atendimento o mais rápido possível), verde
(prioridade 2 – prioridade não urgente) e azul (prioridade 3 – atendimento não
urgente). Ao contrário das vagas configuradas para fila de espera, os critérios de
agendamento das vagas reguladas não são exclusivamente pela antiguidade da
solicitação. Com o objetivo de estudar qual o critério utilizado pelo regulador para
agendamento da consulta/exame, o tempo de visualização da solicitação foi
confrontado com a prioridade escolhida pelo solicitante, e as conclusões estão
apresentadas no quadro abaixo:
Avaliação do atendimento do médico regulador, segundo a classificação de risco
Vermelho (Prioridade 0)
Amarelo (Prioridade 1)
Verde (Prioridade 2)
Azul (Prioridade 3)
1 a 15 dias 46,48% 22,16% 11,11% 26,58%
16 a 30 dias 11,27% 8,11% 11,11% 17,30%
31 a 45 dias 1,41% 8,65% 0,00% 7,17%
46 a 60 dias 2,82% 9,73% 11,11% 4,22%
Acima de 60 dias 38,03% 51,35% 66,67% 44,73%
Fonte: SISREG - Registros de solicitação de procedimentos (consultas + exames) efetuados pelas unidades mais
relevantes das CAPs em questão, entre agosto/11 e setembro/11.
Do quadro anterior, conclui-se que a única prioridade relativamente respeitada é
a vermelha, que é visualizada mais rapidamente que as demais, em 46,48% dos casos
em até 15 dias. Todas as demais não são observadas pela regulação uma vez que
não tem relação nenhuma com a visualização do médico.
Porém, a escolha da prioridade vermelha nos casos mais urgentes não garante a
efetiva visualização pelo regulador, mas apenas uma maior probabilidade de
visualização em até 15 dias. Isso porque há cerca de 38% de solicitações de
prioridade vermelha que demoraram acima de 60 dias para que fossem visualizadas.
Essa demora de atendimento do médico regulador só seria justificável caso não
houvesse vagas disponíveis. Entretanto observou-se o contrário, assunto esse que
será devidamente discutido no item seguinte.
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
54
4.3 Eficiência da central de regulação quanto ao aproveitamento da oferta de
serviços de saúde disponíveis
4.3.1 Introdução
Caso não forem bem geridas, as vagas reguladas podem se constituir num
grande problema, pondo em questão os seus possíveis benefícios. A regulação pode
ser muito benéfica para o sistema, porém apenas se conseguir ser eficiente o
suficiente para atender a demanda sem que haja sobra de vagas, e se seguir um
critério definido no atendimento das solicitações. Com tamanha fila virtual à espera de
consultas e exames, muitas vezes por mais de um ano, a possível sobra de vagas por
falta de eficiência na regulação pode constituir-se num dos mais graves problemas
administrativos da saúde.
Segundo consulta ao SISREG III nos dias 05/03/12 e 19/04/12, efetuada pela
central de regulação, por solicitação da equipe do TCMRJ, com o objetivo de conhecer
com profundidade o sistema, havia, respectivamente, 134.460 e 157.214 solicitações
pendentes de regulação na tela do médico regulador, conforme demonstrado pelas
telas do SISREG a seguir. O detalhamento do exposto encontra-se no Anexo 09.
Fonte: Tela SISREG III (módulo Ambulatorial) / Solicitações pendentes de regulação – pesquisa em 05/03/12.
Fonte: Tela SISREG III (módulo Ambulatorial) / Solicitações pendentes de regulação – pesquisa em 19/04/12.
Comparando as duas telas do SISREG III, conclui-se que em apenas 45 dias,
entre 05/03/12 e 19/04/12, houve acréscimo de 22.754 (157.214 – 134.460)
solicitações das unidades, no estoque de registros pendentes de regulação, a cargo
do médico regulador. As razões dessa situação serão aprofundadas nos itens
seguintes.
A dimensão da fila virtual (porém real, não física) de solicitações não atendidas
reveladas acima pode levar a pensar, num primeiro momento, que há falta de vagas
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
55
disponíveis para a população. Ou seja, que a demanda seria muito maior que a oferta
de serviços de saúde.
Entretanto, segundo o item 4.3.2 a seguir, na realidade, o grande problema é o
péssimo gerenciamento da oferta de procedimentos disponível no SISREG, efetuado
pela Central de Regulação. Os itens a seguir desdobrarão o tema em questão.
4.3.2 Oferta de serviços (teto) x agendamentos efetuados
Com o objetivo de mensurar qual o aproveitamento da oferta de serviços de
saúde, foi feito um comparativo histórico nos meses de setembro/11 a dezembro/11,
entre as consultas e exames agendados e as vagas disponíveis no SISREG III,
segregados por unidade executante. Os resultados encontram-se no quadro a seguir.
O Anexo 10 detalha os procedimentos agendados de jan/11 a dez/11.
SISREG III - Exame dos Procedimentos Agendados x Oferta (teto) de procedimentos existentes
Qtd Procedimentos Agendados no SISREG Oferta (teto) de procedimentos existentes no
SISREG Entidade Prestadora
set/11 out/11 Nov/11 dez/11 Total set/11 out/11 nov/11 dez/11 Total
% agenda- mento
CEDIR 2296 2.132 2.287 2.647 9.362
2758 2758 2584 2584 10.684 87,63%
Eye Center 2.129 2.297 1.731 3.171 9.328
4785 4785 4785 4785 19.140 48,74%
Life Imagem Cachambi
1.120 1.250 1.280 1.420 5.070
1392 1392 1392 1392 5.568 91,06%
SASE Realengo 821 768 800 866 3.255
883 883 874 874 3.514 92,63%
Hospital São Zacharias
2196 2.075 1.678 1.455 7.404
2149 2149 2071 2071 8.440 87,73%
Hosp Francisco da
S Telles 1291 1.383 1.009 970 4.653
3141 3141 3210 3210 12.701 36,63%
Hospital da Piedade 3586 3.123 2.142 1.449 10.300
9831 9831 9109 9109 37.880 27,19%
Hospital Rocha Maia 1427 1.395 1.391 1.434 5.647
2088 2088 2410 2410 8.996 62,77%
Hospital Ronaldo Gazolla
24.306 22.866 22.458 24.234 93.864
27957 27957 28349 28349 112.613 83,35%
Polic Carlos Alberto
Nascimento 1.613 1.926 1.870 2.152 7.561
2884 2884 3010 3010 11.788 64,14%
Polic Manoel Guil da Silveira 2.276 3.494 2.295 2.186 10.251
3858 3858 4137 4137 15.991 64,11%
Policlinica Lincoln de
Freitas Filho 2.570 3.652 2.828 1.954 11.004
5264 5264 4467 4467 19.461 56,54%
Hospital Univ Pedro Ernesto
1.450 1.332 1.280 0 4.062
1810 1810 1801 1801 7.221 56,25%
Demais Unidades de
Saúde 20.570 21.918 19.393 20167 82.048
48567 48850 47385 47385 192.187 42,69%
Total 67.651 69.611 62.442 64.105 263.809
117.367 117.650 115.584 115.584 466.187 56,59%
Fonte: SMSDC / Central de Regulação. Quadro elaborado a partir dos arquivos requisitados pelo TCMRJ,
relacionados aos registros do SISREG III.
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
56
Verifica-se no quadro anterior que, nos meses de setembro a dezembro de 2011,
houve 466.187 vagas, das mais diversas especialidades médicas e exames,
disponíveis para agendamento no SISREG. Porém, apenas 263.809 foram
efetivamente agendadas, revelando um aproveitamento de cerca de 57%. Sendo
assim, apenas no quadrimestre em exame, 202.378 procedimentos foram
desperdiçados. O detalhamento dos procedimentos agendados e da oferta mensal
encontram-se, respectivamente, nos Anexos 10 e 11.
As Unidades possuem perfis muito diferentes em relação ao aproveitamento das
vagas. O Hospital Municipal da Piedade possui 27% de aproveitamento, revelando o
menor percentual dentre as unidades estudadas. Por outro lado, o SASE Realengo e a
Life Imagem Cachambi (ambas privadas) possuem os melhores aproveitamentos, com
cerca de 93% e 91% respectivamente.
Uma análise da configuração das vagas dessas unidades no sistema revelou
que aquelas que apresentaram melhor aproveitamento possuem 100% delas
configuradas como “fila de espera”, o que significa que o SISREG III agenda
automaticamente as solicitações, sem intermédio do médico regulador.
Por outro lado, o Hospital da Piedade possui 70% e 74% das vagas configuradas
como vagas para retorno, 3% das vagas reguladas e apenas 27% das vagas para lista
de espera (ofertas de setembro a dezembro/11). Essa situação apresentada indica
que as vagas configuradas para lista de espera possuem melhor aproveitamento que
as demais. Tal resultado encontra-se corroborado na tabela a seguir:
Configuração da oferta de procedimentos por unidade executante constante no SISREG
III entre setembro/11 a dezembro/11.
Lista de espera Reguladas Retorno
Hospital da Piedade 27% / 23% 3% 70% / 74%
SASE 100% 0% 0%
Life Imagem 100% 0% 0%
Fonte: SMSDC / Central de Regulação.
OBS.: Em amarelo: Período de agosto e setembro/11. Em verde: Período de novembro e dezembro/11.
No SASE e Life Imagem os percentuais são idênticos para o quadrimestre.
O direcionamento da oferta de procedimentos no SISREG III (regulação, fila de
espera, retorno) precisa ser cirúrgico, a fim de agendar 100% das vagas disponíveis.
No caso do Hospital da Piedade, concentrar as vagas para retorno dos pacientes é
inadequado, já que se presume um agendamento e comparecimento anterior do
paciente, o que não ocorre entre 30% e 40% dos casos, devido ao alto índice de
absenteísmo na rede municipal de saúde.
De acordo com os arquivos fornecidos pela Central de Regulação, referentes a
agosto/11 a dezembro/11 as vagas disponíveis no SISREG foram assim distribuídas:
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
57
Configuração da oferta de procedimentos no SISREG III entre setembro/11 a dezembro/11.
Fila de Espera Reguladas Retorno
Setembro/11 40,84% 32,87% 26,29%
Outubro/11 40,74% 33,03% 26,23%
Novembro/11 42,96% 25,80% 31,24%
Dezembro/11 42,96% 25,80% 31,24%
Fonte: SMSDC / Central de Regulação – Oferta (teto) de procedimentos.
As vagas de lista de espera são a melhor opção essencialmente por dois
motivos:
1) A marcação da consulta é feita automaticamente pelo SISREG assim que a vaga é
disponibilizada enquanto que as vagas reguladas só são agendadas depois da
visualização pelo médico regulador, logo, sem agilidade do médico essas vagas
serão desperdiçadas, o que de fato ocorre, conforme já exposto no item 4.2.7;
2) As vagas de retorno só podem ser marcadas pela própria Unidade executante,
assim, se não há demanda suficiente na própria unidade para essas vagas, haverá
sobra de vagas.
O quadro anterior demonstrou o aproveitamento da oferta de procedimentos por
prestador, sendo oportuno que se tenha uma visualização em relação aos
procedimentos. O quadro a seguir ilustra o exposto, referente ao mês de janeiro/12. O
Anexo 15 detalha o exposto.
SISREG III – Comparativo entre a oferta mensal de janeiro/12 x procedimentos marcados no mês de janeiro/12.
código unificado
descrição
oferta mensal Jan/12
Demanda regulador jan/10 a jan/12
Marcados no mês -
jan/12
Vagas não
utilizadas jan/12
% aproveita-mento em
jan/12
301010072 Consulta em angiologia - geral 1.301 2.657 765 536 58,82%
301010072 Consulta em cardiologia - geral 3.689 2.137 2.351 1.338 63,73%
301010072 Consulta em cirurgia geral - geral 2.984 9.346 2.021 963 67,73%
301010072 Consulta em dermatologia - geral 4.372 777 1.976 2.396 45,20%
301010072 Consulta em endocrinologia 1.610 2.499 1.063 547 66,05%
301010048 Consulta em fisioterapia 4.333 2.259 2.716 1.617 62,69%
301010064 Consulta em ginecologia 3.537 1.743 2.069 1.468 58,50%
301010072 Consulta em neurologia - geral 3.002 1.737 1.803 1.199 60,07%
301010072 Consulta em oftalmologia - geral 3.950 21.702 1.798 2.152 45,52%
301010072 Consulta em ortopedia - geral 6.908 9.783 2.288 4.620 33,12%
301010072 Consulta em otorrinolaringologia - geral 4.624 771 1.538 3.086 33,26%
301010064 Consulta em pediatria 3.419 3.982 663 2.756 19,39%
301010072 Consulta em proctologia - geral 1.283 1.965 697 586 54,32%
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
58
SISREG III – Comparativo entre a oferta mensal de janeiro/12 x procedimentos marcados no mês de janeiro/12.
código unificado
descrição
oferta mensal Jan/12
Demanda regulador jan/10 a jan/12
Marcados no mês -
jan/12
Vagas não
utilizadas jan/12
% aproveita-mento em
jan/12
301010072 Consulta em reumatologia - geral 1.475 1.316 1.036 439 70,25%
301010072 Consulta em urologia - geral 3.019 8.396 2.048 971 67,84%
Grupo - exames ultra-sonograficos 10.823 454 5.610 5.213 51,84%
Grupo - procedimentos ambulatoriais
em oftalmologia 6.355 3.086 2.213 4.142 34,82%
204030188 Mamografia bilateral para rastreamento 6.573 52 4.189 2.384 63,73%
Sub Total – Procedimentos mais expressivos (elencados neste quadro)
73.257 74.662 36.844 36.413 50,29%
Total Geral (computa os procedimentos em geral) 125.382 133.081 58.199 67.183 46,42%
Fonte: Arquivo fornecido pela SMSDC / Central de Regulação.
OBS: Oferta (teto) mensal (ajustada TCMRJ) = oferta semanal x 4,35 semanas. É possível que o teto da
Central de regulação seja ligeiramente maior, pois utiliza 5 semanas para efeito de cálculo do teto mensal.
OBS: Marcados no mês: Total de agendamentos realizados pelo médico regulador e fila de espera
(SISREG III), independentemente da data de solicitação.
Pelas evidências expostas, conclui-se que a configuração do SISREG III deve
ser ajustada, a fim de reduzir o direcionamento de oferta dos procedimentos
ambulatorial para regulação ou retorno, possibilitando maior eficiência do sistema
quanto ao aproveitamento dos serviços de saúde disponíveis, reduzindo, em
contrapartida, o tempo em que o paciente aguarda para ser atendido (conforme item
4.2.4) bem como o estoque de solicitações pendentes de regulação, que cresce a
cada mês, tendo em vista o exposto no item 4.3.1.
4.3.3 Serviços desperdiçados relacionados às solicitações pendentes de
regulação
Todos os dias, muitas vagas reguladas são desperdiçadas, enquanto a
pendência de solicitações aumenta mês a mês. Conforme item 4.2.3, as consultas
especializadas com maiores pendências são oftalmologia, ortopedia, neurologia,
angiologia e consulta em pequenas cirurgias.
A seguir será demonstrado, através da tela do próprio SISREG, o tamanho da
demanda das solicitações, a data da pendência mais antiga, e a quantidade de vagas
que sobram todos os dias para essas especialidades. A consulta em oftalmologia geral
é a que ocupa a posição mais crítica, sendo responsável por cerca de 18% de todas
as pendências, de acordo com o estudo realizado nas CAPs visitadas.
Em pesquisa ao sistema em 16/04/2012, efetuada pela Central de Regulação,
requisitada pela equipe do TCMRJ, constavam 24.800 consultas em oftalmologia geral
pendentes de regulação, sendo que a mais antiga datava de 04/04/2011, ou seja, o
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
59
paciente estava à espera de consulta há mais de um ano, conforme tela do SISREG III
a seguir.
Note-se que o total de solicitações da tela é um pouco superior, pois o sistema,
por algum motivo, computou, em “consultas em oftalmologia – geral”, outras
especificações de consulta em oftalmologia., conforme detectado quando da análise
visual das telas. O detalhamento do exposto consta no Anexo 09.
Fonte: SISREG III / Módulo Ambulatorial – registros pendentes de agendamento na tela do médico regulador
O médico regulador, ao verificar solicitações pendentes, seleciona, em tese, o
registro (paciente) mais antigo a ser agendado. Após essa etapa, o sistema abre
outras telas relacionadas às vagas disponíveis, por unidade executante, permitindo ao
médico regulador efetuar o agendamento, levando em conta o desejo da unidade
solicitante para realização do procedimento.
Apesar de toda essa demanda para consulta em oftalmologia-geral, ao acessar o
SISREG III, em 16/04/12, constatou-se muitas vagas disponíveis para agendamento
das consultas, inclusive no próprio dia 16/04/12, as quais certamente foram perdidas,
pois não haveria tempo hábil para que a unidade solicitante verificasse que o
procedimento foi agendado, e avisasse a tempo o paciente do local e hora a que deve
se dirigir. As telas do SISREG III ilustram o exposto, todas referentes à vagas em
oftalmologia-geral. O Anexo 09 detalha o exposto.
Fonte: SISREG III / Oferta de vagas de oftalmologia – geral disponíveis no sistema
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
60
Fonte: SISREG III / Oferta de vagas de oftalmologia – geral disponíveis no sistema
Consideram-se perdidas as vagas disponíveis e não utilizadas no próprio dia
(16/04/2012) e as do dia seguinte (17/04/2012), por não haver tempo hábil para
informar o paciente do agendamento, totalizando 29 vagas em apenas 2 dias. Caso
essas vagas estivessem configuradas para lista de espera, o SISREG as agendaria
automaticamente.
Esse mesmo problema ocorre com outras especialidades importantes, com alto
número de pendências, conforme a tabela a seguir (registros SISREG III em
16/04/2012):
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
61
Especialidade médica /
Exame Regulados
Data da pendência
mais antiga
Solicitações
pendentes de
regulação
Vagas perdidas no
próprio dia e no dia
seguinte
Mapeamento de retina 28/10/2011 514 102
Cardiologia geral 08/07/2011 3.505 4
Ortopedia geral 21/02/2011 11.330 4
Dermatologia geral 22/07/2011 955 8
Ginecologia geral 02/09/2011 1.920 14
Fisioterapia geral 24/03/2011 3.180 3
Otorrinolaringologista geral 11/04/2011 807 4
Pneumologia geral 11/03/2011 228 11
Mastologia geral 01/03/2012 21 17
Fonte: SISREG III – consulta em 16/04/12.
O quadro anterior revela grande quantidade de vagas perdidas todos os dias,
apesar de haver muitos pacientes à espera da consulta por muitos meses.
Destaque-se o exame de mapeamento de retina, que apenas em 2 dias, foram
desperdiçados 102 exames, apesar de haver pacientes à espera de realizá-los a
quase 6 meses, conforme anexo 09.
Há que se avaliar a necessidade de direcionar os procedimentos de consulta
médica de especialidade para o médico regulador, em razão do exposto, pois uma
mudança na configuração dessas vagas reguladas no SISREG III para lista de espera
resolveria grande parte desses problemas.
Só é possível quantificar a demanda reprimida, se 100% das vagas disponíveis
forem agendadas, para, a partir de então, quantificar as solicitações não agendadas.
Atualmente é impossível quantificar essa demanda uma vez que, como demonstrado
no item 4.3.2, apenas 57% das vagas disponíveis do SISREG são agendadas.
O SISREG III apresenta-se como um bom programa de gerenciamento de
regulação do acesso aos serviços de saúde, mas precisa ser bem administrado e
configurado.
4.3.4 Exames destinados a internados
O SISREG III possui vagas para exames reservadas a pacientes internados.
Essa reserva é importante e deve ser feita para garantir que os internados tenham
atendimento prioritário e imediato. Ou seja, quando da necessidade de realização de
um dado procedimento em um paciente internado, porém a unidade onde se encontra
não consegue realizá-lo, é necessário solicitar o exame por meio do SISREG III. Neste
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
62
caso, o paciente é transportado por ambulância à unidade executante, para tal fim,
retornando à sua unidade de origem que solicitou o procedimento.
É preciso ter cautela para calcular o número de vagas reservadas para essa
finalidade, pois a sua falta implica pacientes internados não atendidos, enquanto o seu
excesso, em desperdício de vagas que poderiam ser utilizadas para atender pacientes
no âmbito ambulatorial.
A Equipe TCMRJ selecionou três exames para avaliar a quantidade de vagas
reservadas a internados, quais sejam cateterismo, tomografia e ressonância
magnética. Compararam-se as vagas reservadas para internação e o total de exames
realizados nos meses de Janeiro/12 a Março/12, a fim de verificar a pertinência das
vagas reservadas.
Por outro lado, verificou-se se havia pendência de agendamento dos mesmos
exames no módulo ambulatorial do SISREG III, e o tempo de espera do paciente pelo
exame. A consulta ao sistema foi realizada em 24/04/2012, e os registros encontram-
se consolidados no quadro abaixo. O Anexo 12 detalha o exposto.
SISREG III – Módulo de Internação SISREG III – Módulo Ambulatorial
Produção Internados
Exame Jan/12 Fev/12 Mar/12
Vagas reservadas
para internação
Solicitações Ambulatoriais
pendentes
Data da solicitação
ambulatorial mais antiga
Cateterismo 68 40 81 108 1.673 05/08/2010
Tomografia 240 188 215 909 4.956 25/11/2011
Ressonância Magnética
57 54 146 216 4.478 03/06/2011
Fonte: SISREG III – Módulos ambulatorial e de internação – consulta em 24/04/12.
O quadro revela que há sobra de vagas reservadas para internação em todos os
exames analisados, enquanto há grande número de solicitações pendentes no âmbito
ambulatorial.
No caso do cateterismo, há pacientes à espera do exame desde 05/08/10
enquanto sobraram vagas em todos os meses estudados: 40 em janeiro/12, 68 em
fevereiro/12 e 27 em março/12. O anexo 12 detalha o exposto.
No caso da tomografia foram desperdiçadas 4.013 vagas nos três meses
analisados, o que corresponde a 86% das vagas para internação. Isso significa que
acabaria a fila de espera para tomografia em regime ambulatorial, que possui 4.956
solicitações, em pouco mais de três meses, caso houvesse uma correta distribuição
dessas vagas, conforme detalhamento no anexo 12.
A ressonância magnética também apresentou grande sobra de vagas,
totalizando 391 vagas nos três meses, enquanto há 4.478 solicitações pendentes,
desde 03/06/2011 na parte ambulatorial, conforme exposto no anexo 12.
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
63
No entanto, além da necessidade de haver melhor distribuição das vagas, é
necessário aproveitar as que já se encontram disponíveis para marcação ambulatorial.
Isso porque se verificou que para esses exames analisados, além de haver sobra de
vagas reservadas para a internação, também há oferta de exames não utilizada no
âmbito ambulatorial do SISREG III.
O desperdício de vagas reservadas à internação deve-se ao descompasso entre
o quantitativo de vagas disponíveis no SISREG III e a demanda efetiva das mesmas.
No entanto, a sobra de vagas ambulatoriais decorre da deficiência na regulação já
relatada no item 4.3.2.
No dia da visita à Central de Regulação em que se analisaram as vagas para
internados, a Equipe TCMRJ simulou um agendamento desses exames no âmbito
ambulatorial, sendo identificado que havia disponibilidade de vagas no próprio dia e
nos dias seguintes, apesar da grande quantidade de solicitações pendentes de
regulação, comprovando-se, mais uma vez, o desperdício de vagas. Destaca-se a
tomografia pelo alto número de vagas perdidas, conforme os estratos das telas do
SISREG:
Fonte: SISREG III, em 24/04/12 – Módulos ambulatorial e de internação – Vagas disponíveis de
tomografia.
Há dezenas de vagas disponíveis
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
64
4.3.5 Absenteísmo dos pacientes na rede municipal de saúde
O termo absenteísmo é usado para designar as ausências dos pacientes nas
consultas já agendadas por algum motivo interveniente. O conhecimento dessa taxa é
de extrema importância para a adoção de medidas que busquem minimizá-la a fim de
evitar a perda das vagas.
O SISREG possui uma ferramenta que quantifica o absenteísmo através da
confirmação da consulta pelo código chave. Esse código é gerado quando do
agendamento da consulta pelo próprio SISREG, e é apresentado pelo paciente
quando ele comparece à consulta. Para se dar a confirmação da presença do paciente
no SISREG, basta a Unidade executante inserir esse código.
No entanto, de acordo com dados da Central de Regulação, apenas o Hospital
Ronaldo Gazolla faz o efetivo controle do absenteísmo. Foram levantados os
percentuais de confirmação de algumas unidades executantes, que se encontram
consolidados na tabela a seguir:
Confirmados (%) ENTIDADE PRESTADORA
set/11 out/11 nov/11 dez/11
CEDIR 0 0 5,9 0
Eye Center 24,8 43,9 22,5 14
Life Imagem Cachambi 0 0 0 0
Sase Realengo 28,6 35,7 4,5 9,4
Hospital Sao Zacharias 38,1 36,2 40,7 40,4
Hosp Francisco Da S Telles 0 0 0 0
Hospital Da Piedade 21,1 21,6 28,6 38,6
Hospital Rocha Maia 10,8 15,1 2,5 2,6
Hospital Ronaldo Gazolla 68,5 67,9 67,6 66,9
Polic Carlos Alberto Nascimento 39,5 37,9 38,2 33,9
Polic Manoel Guil Da Silveira 25,3 27,7 35,8 31,9
Policlinica Lincoln de Freitas Filho 0 17,5 0 0
Hospital Univ Pedro Ernesto 2,4 19,5 26,0 0,0
Fonte: SMSDC / Central de Regulação
A tabela mostra que o Hospital Ronaldo Gazolla apresenta valores coerentes
nos meses estudados, que ronda os 32%. As demais unidades, pelo contrário, não
fazem o efetivo controle do absenteísmo, apresentando taxas de confirmação de
presença não lineares. Muitas dessas unidades simplesmente não realizam controle
nenhum e apresentam dados de 0% de presença, como o Hospital Francisco da Silva
Telles e a Life Imagem Catumbi.
A utilização do SISREG como ferramenta de confirmação de presença e
faturamento é de grande importância para a transparência uma vez que facilita o
confronto entre os pacientes agendados e os que efetivamente compareceram,
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
65
evitando a cobrança de pacientes inexistentes. No entanto, apesar de o SISREG
possuir essa ferramenta, atualmente o faturamento é feito de outra forma.
Sabendo que a taxa de aproveitamento das vagas do SISREG é em média, de
57%, e tendo por base a taxa de absenteísmo apresentada pelo Hospital Ronaldo
Gazolla, de 32%, pode-se considerar que apenas 38,8% da oferta (teto) total do
SISREG III são efetivamente utilizadas. Cabe destacar que o absenteísmo levado em
conta foi confirmado por entrevista em outras Unidades executantes.
Medidas que podem ser tomadas para diminuir o absenteísmo:
� Agilidade no agendamento das consultas, evitando demoras prolongadas;
� Agendamento de consultas em locais próximos à residência do paciente;
� Cancelamento por parte das unidades solicitantes de pacientes que desistiram da
vaga, a fim de possibilitar o agendamento de outro paciente;
� Relembrar o paciente da consulta agendada.
Segundo questionário aplicado nas unidades solicitantes, 47% delas nunca
relembram o paciente ou o fazem em menos de 25% das vezes.
O SISREG permite a configuração de locais prioritários no agendamento de
consultas e exames, permitindo o agendamento em locais próximos à unidade
solicitante. No entanto atualmente, a única configuração detectada pela equipe
TCMRJ é a impossibilidade de uma policlínica solicitar vaga à outra.
4.3.6 Hospital Municipal Ronaldo Gazolla.
O Hospital Ronaldo Gazolla é o exemplo de como o SISREG é um bom
programa caso seja bem configurado e utilizado por uma equipe comprometida com a
correta alimentação de dados e com a transparência. Esse hospital é a única Unidade
do Município que possui 100% das suas vagas disponibilizadas no SISREG
aumentando acesso das vagas à população. Além disso, de acordo com o que foi
discutido no item 4.3.5,é também o único que confirma a presença dos seus pacientes,
possuindo uma taxa fidedigna do absenteísmo.
Para assegurar um bom funcionamento, de acordo com entrevista realizada no
Hospital, a agenda do dia seguinte é impressa no final de todos os dias para garantir
que uma possível falha no programa não interfira com a rotina do Hospital.
De acordo com a diretora da Unidade, as consultas em que ocorre menor
comparecimento de pacientes e consequentemente maior perda de vagas são a
cardiologia e neurologia pediátricas. Constatou-se que, de todas as especialidades
oferecidas no Hospital Ronaldo Gazolla, essas consultas são as únicas sujeitas
exclusivamente à regulação.
No dia 24/04/2012 inspecionou-se o SISREG com o objetivo de descobrir o
pouco comparecimento de pacientes nessa especialidade e descobriu-se que se trata
de mais uma especialidade com vagas perdidas devido à falta de eficiência da
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
66
regulação. Havia 3 vagas disponíveis para o Ronaldo Gazolla para o dia seguinte
(25/04/2012), além de outras 3 vagas para o próprio dia e dia seguinte em outras
unidades, apesar de haver 532 solicitações pendentes, sendo a mais antiga de
10/06/2011. Os extratos das consultas disponíveis encontram-se evidenciados a
seguir. O Anexo 13 detalha o exposto.
Fonte: SISREG III em 24/04/12 – vagas disponíveis módulo ambulatorial – consulta em cardiologia
pediátrica
Fonte: SISREG III III em 24/04/12 – vagas disponíveis módulo ambulatorial – consulta em cardiologia
pediátrica
Esse fato confirma a necessidade de se avaliar a real necessidade dessas vagas
estarem sujeitas à regulação. A equipe TCMRJ entende que deveria-se alterar sua
configuração para fila de espera a fim de que ocorra o agendamento automático pelo
SISREG.
4.4 Policlínicas SMSDC/RJ - Avaliação de produtividade e abrangência do
SISREG III.
4.4.1 Introdução e Metodologia de Cálculo.
En função da relevância das nove Policlínicas da SMSDC/RJ, no contexto da
regulação do acesso, buscou-se avaliar em que medida o SISREG é abrangente, a
partir do confronto entre a oferta de procedimentos ambulatoriais no sistema em
março/12 ÷ Produção apresentada no TABNET/SIA de março/12.
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
67
Outro objetivo foi avaliar o grau de produtividade das Policlínicas examinadas, a
partir do confronto entre TABNET/SIA de março/12 ÷ Potencial de produção baseado
no quadro de médicos das unidades, por especialidade.
O potencial de produção considerou o quantitativo de médicos em exercício no
mês de março/12, por especialidade, e respectivas cargas horárias semanais de
trabalho, informados pelas CAPs e pelas Policlínicas.
A equipe do TCMRJ, primeiramente, consultou a relação de médicos no
DATASUS/CNES em 11/04/12, e respectiva jornada de trabalho semanal. A fim de
eliminar distorções na análise decorrentes de erros ou defasagens existentes no
CNES, decidiu-se encaminhar os arquivos às CAPs e Policlínicas, para que
promovessem ajustes na relação do CNES.
Foi solicitado pelo TCMRJ que fossem informados eventuais desligamentos ou
afastamentos, por motivo de férias ou licença, por parte dos médicos, assim como
diferença de carga horária semanal constante no CNES. Os arquivos foram devolvidos
pelas CAPs e Policlínicas, com as observações e correções necessárias,
possibilitando uma avaliação apropriada.
A partir do quadro de médicos correto em exercício, em março/12, consoilidou-se
a jornada de trabalho semanal dos profissionais por especialidade, convertendo-a em
mensal, utilizando-se quatro semanas.
Com base nas informações obtidas durante os trabalhos de campo, foi
considerado o parâmetro de 20 minutos, em média, por consulta especializada,
chegando-se a um total de produção. Tal prazo é conservador, já que a Portaria MS
1.101/02, que estabelece parâmetros de cobertura assistencial no âmbito do Sistema
Único de Saúde, prevê a realização de 4 consultas médicas por hora, ou 15 minutos
por procedimento.
Para melhor entendimento citemos um caso concreto, envolvendo a Policlínica
Antônio Ribeiro Neto, a saber:
Cálculo do Potencial de Produção Mensal
Procedimento Qtd médicos CH Semanal
Total CH Mensal
Total Potencial de
produção mensal
Consulta em Cardiologia 3 64 256 768
OBS.: CH Mensal = CH Semanal x 4. Potencial de produção: 256 x 3 consultas/hora = 768.
A partir da capacidade instalada, conclui-se que o potencial da unidade é de 768
consultas em cardiologia, tomando-se por base os dados de março/12. O quadro a
seguir ilustra a análise do TCMRJ das Policlínicas em exame. O detalhamento
completo encontra-se no Anexo 14.
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
68
Poli Antonio Ribeiro Netto Poli Carlos Alberto
Nascimento Poli Manoel Guilherme da
Silveira Poli Rodolpho Rocco Poli Paranhos Fontenelle
Poli Lincoln de Freitas
PROCEDIMENTOS RELEVANTES % abran-
gência SISREG
Produtividade das
Policlínicas
% abran-gência
SISREG
Produtividade das
Policlínicas
% abran-gência
SISREG
Produtividade das
Policlínicas
% abran-gência
SISREG
Produtividade das
Policlínicas
% abran-gência
SISREG
Produtividade das
Policlínicas
% abran-gência
SISREG
Consulta em Angiologia - Geral
----- ----- ----- ----- 12% 51% 42% 71% ------ ----- 0%
Consulta em Cardiologia - Geral
40% 67% 26% 32% 58% 14% 0,00% 86% 28% 65% 63%
Consulta em Dermatologia - Geral
82% 48% 65% 70% 126% 51% 213% 44% 0,00% 100% 46%
Consulta em Endocrinologia
19% 54% 0,00% 66% ----- ----- 29% 62% 0,00% 81% 61%
Consulta em Gastroenterologia - Geral
0% 38% 0,00% 49% 126% 49% 65% 28% 26% 83% 181%
Consulta em Mastologia - Geral
----- ----- 227% 28% 148% 26% ----- ----- 0,00% 19% 162%
Consulta em Neurologia - Geral
17% 69% 0,00% 61% 0% 0% 11% 86% 33% 45% 45%
Consulta em Otorrinolaringologia -
Geral 44% 69% 0,00% 120,00% 48% 92% 0,00% 54% ----- ----- 330%
Consulta em Pneumologia - Geral
0% 0% ----- ----- 90% 36% 0,00% 50% 13% 53% 100,38%
Consulta em Reumatologia - Geral
10% 51% ----- ----- 57% 90% 1099% ----- 18% 82% -----
Consulta em Urologia - Geral
37% 88% 105% 58% 107% 34% ----- ----- ----- ----- -----
Consulta em Ortopedia - Geral
94% 33% ----- ----- ----- ----- 42% 26% ----- ----- 19%
Total Geral 43% 52% 34% 59% 80% 39% 60% 47% 12% 68% 65%
OBS 1) % abrangência do SISREG: (Oferta de procedimentos ambulatoriais no SISREG III em março/12 ÷ Produção TABNET/SIA de março/12).
OBS 2) Produtividade das Policlínicas: (Produção TABNET/SIA de março/12 ÷ Potencial de produção baseado no quadro de médicos do CNES, ajustado pelas CAPs e Policlínicas, devido a erros do DATASUS/CNES.
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
69
OBS 3) Consulta em Angiologia – Policlínicas Antônio Ribeiro Neto, Carlos Alberto Nascimento, e
Paranhos Fontanelle: Não há oferta de angiologia no SISREG III em março/12. Não consta
médico angiologista no quadro de pessoal em março/12.
OBS 4) Consulta em Ortopedia - Policlínicas Carlos Alberto Nascimento e Paranhos Fontanelle: Não há
oferta de ortopedia no SISREG III em março/12. Não consta médico ortopedista no quadro de
pessoal em março/12.
Do quadro anterior, chegam-se às seguintes conclusões:
� Na avaliação do consolidado das consultas, a Policlínica José Paranhos Fontenelle
apresenta pior desempenho, com apenas 12% de abrangência do SISREG III. As
Policlínicas Antònio Ribeiro Neto e Carlos Alberto Nascimento também possuem
baixo alcance do SISREG III, com 43% e 34%, respectivamente. Em sentido
contrário a estas unidades, a oferta de procedimentos mensal de março/12 da
Policlínica Guilherme da Silveira, constante no SISREG III, representa 80% da
produção das consultas analisadas em conjunto, no comparativo com o
TABNET/SIA.
Quando dos trabalhos de campo, a direção da Policlínica Antônio Ribeiro Neto
informou que cerca de 40% dos procedimentos (exames e consultas) realizados
ficam disponíveis no SISREG III, e os 60% seriam destinados para agenda local
(retorno), cujos agendamentos são efetuados manualmente, a partir da escala
semanal dos médicos, não passando pelo sistema.
� O resultado esperado em relação à abrangência do SISREG III é um percentual
abaixo de 100%, pois a oferta de vagas no sistema tende a ser menor que a
produção registrada no TABNET/SIA. Portanto, percentuais muito acima de 100%
indicam ociosidade, e o indicador de produtividade tende a ser baixo nestes casos.
Ou seja, os resultados tendem a ser inversos.
De fato, no caso das consultas em mastologia, percebe-se a Policlínica Carlos
Alberto Nascimento apresenta 227% de abrangência no sistema, ao passo que o
indicador de produtividade é de apenas 28%. Embora com percentuais diferentes,
a lógica se mantém na Policlínica Manoel da Silveira.
� Quanto ao potencial de produção, a Policlínica José Paranhos Fontenelle
apresenta resulatdo menos pior, com percentual de 68%. O índice global poderia
ser mais favorável, caso a produtividade em consultas de mastologia e neurologia
não fosse baixa, com 19% e 45%, respectivamente.
Segundo informado pela CAP 3.1, havia dois médicos mastologistas nesta
Policlínica em atividade em março/12, com jornada de trabalho semanal total de 36
horas, ou 144 horas mensais, sendo possível a realização de 432 consultas em
mastologia (144 horas x 3 consultas por hora).
Conforme o TABNET/SIA (Filtros: Qtd. Aprovada por Mês Atendimento segundo
Profissional-CBO / Procedimento: Consulta Médica em Atenção Básica e Consulta
Médica em Atenção Especializada) consta a quantidade apresentada de 83
procedimentos em março/12, o que representa um indicador de produtividade de
19% (83/432).
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
70
5. Plano Municipal de Saúde 2010/2013 envolvendo o complexo regulador.
5.1 Indicadores, metas e resultados alcançados pela SMSDC/RJ.
O Plano Municipal de Saúde 2010/2013 da SMSDC/RJ envolve alguns
indicadores e metas a serem atingidas envolvendo o complexo regulador. A
SMSDC/SURCA disponibilizou os resultados alcançados apenas de 2011. O quadro a
seguir ilustra o exposto.
“EIXO III: FORTALECIMENTO E APERFEIÇOAMENTO DA CAPACIDADE DE GESTÃO MUNICIPAL”
Diretriz Estratégica 4. Ampliar, organizar e regular o acesso aos serviços ambulatoriais e hospitalares
Objetivos
1. Adequar e ampliar o processo de regulação
Metas (MC = meta cumulativa) Meta 2011
Resultado 2011
Justificativa
1) Realizar a substituição do SISREG II pelo III em todas as unidades que hoje já se encontram sob regulação municipal e utilizam esse sistema
100% 100%
2) Efetivar a implementação dos NIR nas unidades hospitalares municipais
100% 100%
3) Efetivar a implantação dos NIR nas unidades ambulatoriais municipais
100% 100%
4) Regular leitos hospitalares e procedimentos de baixa, média e alta complexidades ordenando o acesso aos serviços de assistência à saúde - MC
40% 74% O resultado é referente às AIH.
5) Criar o Complexo Regulador do Município do Rio de Janeiro a partir da criação de pólos reguladores da atenção ambulatorial especializada nas 10 AP - MC
50% 100% Consideramos as unidades municipais.
6) Regular os agendamentos de todos os procedimentos e consultas médicas especializadas
100% 100% Consideramos as unidades que estão sob regulação.
7) Inserir no sistema de regulação todas as unidades de saúde Universitárias e privadas já contratualizadas
100% 100%
Todas estão na regulação, porém há variação do percentual de inserção dos procedimentos e internações.
8) Inserir no sistema de regulação todas as unidades de saúde da SMSDC - MC
60% 100% inclusas as UPA e as Unidades de Atenção Primária
9) Inserir no sistema de regulação todas as unidades de saúde estaduais e federais - MC
20% 100%
10) Modernizar e equipar a Central de Regulação -MC
70% 100%
11) Dotar 100% das unidades de saúde municipais de infraestrutura compatível com as necessidades de funcionamento do sistema de regulação adotado (conectividade e equipamentos de informática) - MC
70% 100% Todas as unidades estão equipadas, porém a conectividade ainda é variável.
Fonte: SMSDC / SURCA
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
71
Do exame do quadro anterior, a SMSDC/RJ atingiu todas as metas com folga.
Porém, em face dos itens anteriores do relatório, cabem as seguintes ponderações:
� Indicador 5:
A criação de complexos reguladores envolve uma gama de ações por parte da
SMSDC/RJ em seu território, dentre elas a pactuação dos Protocolos Operativos (a
partir dos Termos de Contratualização com prestadores privados, dos Protocolos de
Cooperação entre Entes Públicos com os hospitais federais, e dos Termos de
Compromisso com unidades próprias da SMSDC/RJ).
Há grandes prestadores privados (Centro de Diagnósticos Avançados Recreio –
CEDIR / Life Imagem / Hospital São Zacarias / Centro Médico Nuclear da Guanabara /
Centro Médico Sase Realengo / SOS SCAN SERVICOS MEDICOS, etc) que não
formalizaram os respectivos Termos de Contratualização e Planos Operativos.
Ademais, as próprias unidades da rede da SMSDC/RJ não possuem Termos de
Compromisso com a definição de regras de procedimentos e quantitativos a serem
disponibilizados, com o objetivo de ampliar a regulação do acesso aos serviços de
saúde. Apenas o Hospital Ronaldo Gazolla possui instrumento similar.
Ou seja, o arcabouço do complexo regulador não está devidamente criado.
Ademais, a SMSDC, como gestora plena, não pode pensar apenas em suas unidades,
conforme consta na justificativa, sendo, portanto, uma avaliação parcial.
� Indicador 6:
O alcance da meta de 100% de Regulação dos agendamentos de todos os
procedimentos e consultas médicas especializadas é questionável. Conforme itens 4.4
(que demonstra a abrangência do SISRE III nas Policlínicas) e 3.4.3 (que confronta a
qtd pactuada nos Planos Operativos x produção no SIA x ofertas no SISREG III), o
alcance do sistema é bastante limitado, estando longe de regular todos os
agendamentos e consultas.
� Indicadores 7, 8 e 9.
Os indicadores tratam da inserção das unidades particulares e públicas
(municipais, federais e estaduais) no SISREG III.
De fato, constam 84 unidades de saúde cadastradas no SISREG III, inclusive os
hospitais federais e prestadores privados que não formalizaram os Planos Operativos.
A construção dos indicadores não é apropriada, pois simplesmente inserir as unidades
no sistema é inócuo. O importante é verificar em que medida o SISREG III é utilizado
para efeito de marcação de consultas e exames, comparando seus registros com a
produção informada no Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA), conforme já
demonstrado.
SGCE/4a Inspetoria Geral de Controle Externo
72
� Indicador 11.
O resultado de 100% informado pela SMSDC/SURCA, quando à infraestrutura
das unidades de saúde municipais compatível com as necessidades de funcionamento
do sistema de regulação deve ser visto interpretado com ressalva.
A partir de dezembro/09, as unidades básicas de saúde começaram a ser
gerenciadas por organizações sociais, por meio de contratos de gestão, celebrados
pela SMSDC / SUBPAV. Ainda no primeiro semestre de 2010 todas as unidades foram
contempladas com esses contratos, em que havia recursos significativos para
aquisição de equipamentos de informática e melhoria de rede de internet.
Conforme item 2.2, a Portaria MS 3.188/09 autorizou repasses de R$
1.137.568,00 para implementação do complexo regulador no Municipio/RJ, sendo
efetivamente transferidos ao tesouro municipal cerca de R$ 767.000,00.
O item 2.3 trata da execução orçamentária do Programa de Trabalho vinculado à
regulação, mencionando-se o processo 09/001.749/2011, relacionado à aquisição de
equipamentos de informática, sem haver, no entanto, qualquer empenho para tal fim.
Conforme informação fornecida por servidores da SMSDC/SURCA durante os
trabalhos de campo, a Secretaria já havia aberto processo seletivo anterior, com o
mesmo fim. Todavia, em razão de problemas diversos, o órgão entendeu que os
equipamentos que então seriam adquiridos não eram mais pertinentes. Destarte, novo
processo foi aberto (09/001.749/2011) para aquisição de equipamentos, ainda em
andamento.
Portanto, a meta pode ser considerada como alcançada, porém por intermédio
da SMSDC/SUBPAV e não da SMSDC/SURCA.
6. Comentários finais.
Ao longo dos últimos três anos, as equipes do TCMRJ vêm identificando
excessiva demora das unidades para conseguir agendar consultas médicas de
especialidades e exames de natureza ambulatorial a seus pacientes, nas visitas
técnicas às unidades de atenção primária, bem como no relatório de auditoria
operacional realizada em 2009 no âmbito do PROMOEX (Programa de Modernização
do Sistema de Controle Externo dos Estados e Municípios Brasileiros), envolvendo a
Estratégia de Saúde da Família, processado sob o nº 40/0884/10.
À época da auditoria operacional, embora o tema regulação não fosse tema
diretamente relacionado ao escopo daquela auditoria, a equipe do TCMRJ decidiu
abordá-lo (não com toda a profundidade que o assunto requer, porém suficiente para
entendê-lo), já que durante a fase de planejamento percebeu-se a angústia e a intensa
reclamação das unidades básicas de saúde, quanto ao agendamento dos
procedimentos já citados. Vale dizer, essa excessiva demora impactava diretamente
na Estratégia de Saúde da Família, pois os pacientes ficavam constantemente
reclamando com as equipes de saúde da família, uma vez que suas demandas por
consultas de cardiologia, oftalmologia, etc levavam meses a serem atendidas.
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À época em 2009, o agendamento de consultas especializadas e exames
complementares era efetuado, em regra, manualmente, pois as unidades básicas
encaminhavam normalmente por e-mail planilhas de Excel padronizadas às CAPs, que
promoviam os agendamentos, de acordo com a oferta disponível. Ou seja, as
Coordenadorias gerenciavam os agendamentos em suas respectivas áreas de
atuação, na grande maioria dos casos.
Em 2009, a Central de Regulação da SMSDC já operava o SISREG, com a
expectativa de mudança de versão do II para o III. Porém, cerca de 35% das unidades
básicas estavam habilitadas a usar o sistema, e havia próximo de 15 prestadores de
serviços inseridos no sistema, com destaque para os Hospitais Ronaldo Gazolla e
Jesus e SOS SCAN (privado).
Atualmente, estão cadastrados no SISREG III 84 prestadores de serviços, sendo
20 privados, 25 federais ou estaduais e 39 municipais, sendo o Hospital Ronaldo
Gazolla a grande referência da SMSDC/RJ. Portanto, houve expressivo crescimento
de unidades executantes no âmbito do sistema.
Com o aumento dos prestadores, houve também crescimento dos tipos de
procedimentos e do volume de consultas e exames solicitados no âmbito do SISREG
III. Conforme os arquivos oriundos do sistema, são aproximadamente 245 tipos de
consultas e exames constantes no módulo ambulatorial.
Apesar do avanço expressivo, em termos absolutos, as deficiências da
regulação do acesso aos serviços de saúde continuam basicamente as mesmas. A
abrangência do SISREG III, como instrumento centralizador de solicitação das
demandas das unidades, continua bastante limitada, como ocorria em 2009, pois as
evidências apontam nesse sentido. O item 3.4.3 demonstra que as ofertas de
procedimentos constante no sistema são muito menores que aquelas pactuadas com
os prestadores de serviços nos Planos Operativos.
O Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), apesar de sua relevância e de
seu potencial de atendimento, conforme demonstrado em seu Plano Operativo,
responde por apenas 1,16% dos cerca de 730.000 agendamentos efetuados entre
janeiro/11 e dezembro/11, no módulo ambulatorial do SISREG III, sendo superado
pela Policlínica Antonio Ribeiro Neto (pertencente à SMSDC/RJ), cuja
representatividade é de 3,20% do total. Apesar de o HUPE representar 36% (1,16% /
3,20%) dos agendamentos efetuados pela unidade municipal, o Hospital possui
próximo de 1.200 médicos (consulta ao DATASUS/CNES em 30/05/12), ao passo que
a Policlínica possui cerca de 80 médicos. Essa diferença no âmbito do SISREG III
ocorre e é fácil de ser explicada analisando o quadro comparativo no item 3.4.3, em
que se demonstra que do quantitativo de 105.074 ofertas, em Assistência
Ambulatorial, apenas 1.670, aproximadamente, constam no SISREG III, ou
insignificantes 1,60% (1.670 / 105.074).
Situação idêntica ocorre com o Centro Médico Darke, especializada em
oftalmologia, justamente uma das especialidades mais críticas. Dos 6.001
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procedimentos constantes no Plano Operativo, apenas 1.705 estão inseridos no
SISREG III, ou 28% (1.705 / 6.001) do total.
Os Planos Operativos derivados dos instrumentos firmados entre a SMSDC com
os prestadores são fundamentais, porém, inócuos se não forem devidamente
registrados no SISREG III.
A SMSDC/RJ vem buscando ao longo do tempo firmar os Protocolos de
Cooperação com os seis hospitais federais, conforme já citado no item 3.4.2, como
pré-requisito para ampliar a regulação do acesso via SISREG III.
Todavia, não celebra Termos de Compromisso (instrumento que teria mesmo
objetivo daqueles firmados com os demais prestadores) com suas próprias unidades
da rede municipal de saúde, de modo a dar maior transparência e propiciar o
monitoramento do cumprimento das regras pactuadas, além de ampliar a cobertura
assistencial de saúde à população.
Consoante item 4.4, a abrangência do SISREG III nas seis Policlínicas
estudadas também é muito limitada, pois a oferta de procedimentos no sistema,
confrontada com a produção ambulatorial extraída do TABNET/SIA, varia entre 12%
(Poli Paranhos Fontenelle) a 80% (Poli Manoel Guilherme da Silveira). Ademais, o
estudo efetuado demonstra que a produtividade das Policlínicas é baixa, próxima de
60%, quando confrontados os dados de produção do TABNET/SIA com o potencial de
produção baseado no efetivo de médicos das unidades.
Quanto ao tempo que o paciente aguarda pela consulta médica especializada ou
exame, não se vislumbram avanços palpáveis, conforme avaliação efetuada no item
4.2.4 abrangendo os procedimentos mais demandados pela rede (com exceção de
consultas em gastroenterologia, dermatologia, cirurgia geral e otorrinolaringologia
geral), pois a demora continua excessiva, da mesma forma que era em 2009. A base
de dados elaborada pelo TCMRJ, com avaliação de 30.434 registros de
procedimentos (do total de 42.517), demonstra que 54% dos agendamentos são
efetuados até 60 dias, prazo este considerado adequado, conforme consulta aos
profissionais das CAPs e às unidades de saúde por questionário.
Os registros do SISREG III demonstram que há uma incrível fila de espera dos
pacientes aguardando o médico regulador agendar a consulta, desde janeiro/2010,
conforme item 4.3.1, totalizando 157.000 registros.
Há que se destacar que a fila não se restringe ao médico regulador, pois
conforme levantamento amostral do TCMRJ, constante no item 4.2.2, a quantidade de
procedimentos aguardando o agendamento automático do SISREG III (fila de espera)
é maior do que aqueles pendentes do médico regulador. Tal fato nos traz indícios de
que o universo em fila de espera seja ainda maior que 157.000.
Ou seja, é muito provável que haja uma fila silenciosa aguardando o
agendamento de suas demandas, num total de mais de 300.000 pacientes. Enquanto
isso, a SMSDC desperdiça todos os meses dezenas de milhares de vagas disponíveis.
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Consoante o item 4.3.2, no quadrimestre de setembro/11 a dezembro/11 foram
desperdiçados 202.378 exames e consultas.
Concluindo, o gestor pleno (SMSDC/RJ) tem em suas mãos uma gama de
prestadores públicos e privados, dos mais diversos, que poucos municípios do Brasil
possuem. Em face das circunstâncias, os dados levam a crer que não há demanda
maior que a oferta, indicando que o problema é de mau gerenciamento do complexo
regulador.
Com o tamanho da rede de saúde que tem a SMSDC, é impossível gerenciar a
regulação do acesso aos serviços de saúde, como antigamente, baseado em contatos
pessoais entre os profissionais da rede ou com planilhas de Excel.
O SISREG III provavelmente tem suas limitações, como todo sistema tem,
porém não há outro caminho a trilhar, pois são inúmeras as vantagem que ele oferece,
elencadas no item 4.1.
Espera-se que o presente relatório do Tribunal de Contas do Município do Rio de
Janeiro seja instrumento importante de aprimoramento das ações desenvolvidas pela
SMSDC/RJ, pois o maior beneficiário é o Cidadão que usa a rede de saúde instalada
no Município do Rio de Janeiro, no âmbito do SUS, seja ele residente ou não na
Cidade.
7. Recomendações.
A partir do exposto ao longo deste relatório, sugere-se à jurisdicionada a adoção
das seguintes recomendações:
7.1 Promova a celebração dos Termos de Compromisso de Garantia de Acesso com
os demais Municípios, informando aqueles já assinados e a previsão de
conclusão daqueles em fase de negociação com os gestores, tendo em vista o
exposto no item 3.3.2;
7.2 Acompanhe a evolução dos procedimentos de alta complexidade ambulatorial
realizados em pacientes oriundos de outros Municípios, não objeto de pactuação
em PPI, por meio do TABNET/SIA, a fim de minimizar desequilíbrios financeiros,
adotando as medidas corretivas cabíveis, tendo em vista o ocorrido com exames
de tomografia e ressonância magnética, e cintilografia (não pactuado com Nova
Iguaçu) mencionados nos itens 3.3.3.2 e 3.3.3.3 c/c item 3.3.4;
7.3 Promova a celebração de Termo de Contratualização ou Convênio, bem como o
respectivo Plano Operativo com o Hemorio, principal prestador de serviço de
serviço de hemoterapia, pois não consta da relação e dos arquivos fornecidos
pela SMSDC/SURCA, tendo em vista o exposto no item 3.3.4;
7.4 Promova a celebração de Termos de Compromisso com as unidades
prestadoras que integram a rede municipal de saúde, com parâmetros de
produção de oferta de procedimentos, a fim de ampliar a regulação do acesso,
tendo em vista o exposto no item 3.4.3;
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7.5 Promova a inserção integral dos procedimentos constantes nos Planos
Operativos no SISREG III, a fim de ampliar a abrangência e a capacidade do
sistema, tendo em vista o exposto no item 3.4.3;
7.6 Promova mudanças na configuração do SISREG III, de forma a reduzir o
percentual excessivo de procedimentos direcionados ao agendamento do médico
regulador, o que contribui para o baixo percentual de 57% de aproveitamento das
vagas disponíveis, tendo em vista o exposto no item 4.3 e seus subitens;
7.7 Promova mudanças na configuração do SISREG III, de forma a reduzir o
percentual excessivo de procedimentos direcionados à agenda local (retorno),
pois o absenteísmo em torno de 35% reduz a possibilidade de o paciente voltar à
unidade para uma nova avaliação, contribuindo para o baixo percentual de 57%
de aproveitamento das vagas disponíveis, tendo em vista o exposto no item
4.3.2.
7.8 Aprimore os indicadores de saúde, a fim de que se possa ter uma avaliação mais
real do funcionamento do processo regulatório no âmbito do Município/RJ, tendo
em vista o exposto no item 5;
7.9 Elabore indicadores de saúde, com as respectivas metas, relacionados ao
percentual de solicitações aprovadas; aos prazos para agendamento dos
procedimentos, a partir da solicitação das unidades; à abrangência do SISREG,
a partir do confronto entre oferta de procedimentos no SISREG III x produção no
TABNET SIA;
7.10 Aprimore a oferta exames de cateterismo, tomografia e ressonância magnética
direcionada ao módulo de internação do SISREG III, pois os registros do sistema
apontam que os quantitativos reservados são muitos superiores à demanda,
redirecionando parte do excedente ao módulo ambulatorial do sistema, tendo em
vista o exposto no item 4.3.4.
8. Questionamentos.
Tendo em vista o exposto no presente relatório, sugere-se que a SMSDC:
8.1 Junte aos autos a proposta de implantação do complexo regulador, vinculada ao
repasse federal previsto na Portaria MS nº 3.188/09, tendo em vista o exposto no
item 2.2;
8.2 Esclareça os valores empenhados e pagos à empresa Sportplus Marketing
Esportivo Ltda, informando sua relação com o Programa de Trabalho vinculado à
regulação, o objeto da contratação e finalidade, juntando aos autos a
documentação comprobatória, tendo em vista o exposto no item 2.3;
8.3 Informe os recursos utilizados para realização do Seminário de Regulação
realizado em setembro/11, Programa de Trabalho, empenhos emitidos,
liquidados e pagos, e respectivas fontes de recursos, juntando aos autos a
documentação comprobatória, tendo em vista o exposto no item 2.3;
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8.4 Justifique as razões da discrepância entre as quantidades apresentadas x
aprovadas, quanto aos exames de ultrassonografia, realizados nas Clínicas de
Família da SMSDC, e adote as medidas corretivas para sanar a questão,
juntando aos autos a documentação comprobatória, tendo em vista o exposto no
item 3.3.3.6;
8.5 Informe se há algum tipo de restrição ou empecilho para realização de exames
de hemoterapia em pacientes oriundos de outros Municípios, tendo em vista que,
embora sejam expressivos (conforme quadro consolidado fornecido pela
SMSDC/SURCA) não constam no TABNET/SIA (Sorologia Total, Processamento
de sangue, Exames Imunohematológicos) tendo em vista o exposto no item
3.3.4.
8.6 Informe o andamento do processo de celebração dos PCEPs com os hospitais
federais (Andaraí, Ipanema, Lagoa, Cardoso Fontes, Bonsucesso e dos
Servidores do Estado) e respectivos Planos Operativos, bem como a estimativa
para sua efetiva aplicação, tendo em vista o exposto no item 3.4.2;
8.7 Justifique por que as ofertas colocadas à disposição nos Planos Operativos dos
prestadores de serviços não estão inseridas integralmente no SISREG III, e as
razões de tanta discrepância, tendo em vista o exposto no item 3.4.3;
8.8 Justifique as razões da existência de mais de 157.000 registros de pacientes
aguardando o agendamento por parte do médico regulador, informando as
medidas corretivas a serem adotadas para extinguir estas pendências;
8.9 Justifique a exigência de avaliação pelo médico regulador referente às consultas
médicas especializadas, solicitadas pelos profissionais das unidades que
efetivamente assistem ao paciente, os quais têm mais legitimidade para avaliar a
necessidade de encaminhamento a um médico especialista, tendo em vista o
exposto nos itens 4.2.3, 4.2.5 e 4.3.1;
8.10 Justifique as razões que levam à Central de Regulação a direcionar
simultaneamente a oferta de serviços, do mesmo procedimento, para fila de
espera, regulação e retorno, fato comum que ocorre com vários procedimentos,
e não apenas em oftalmologia, como exposto no item 4.2.3. Tal medida pode
confundir o operador do SISREG na hora de definir a solicitação em sua
unidade;
9. Conclusão
Em face do exposto, submete-se o presente relatório à consideração superior,
propondo:
9.1 Que seja determinado à SMSDC que justifique o constante no item 8;
9.2 Que a SMSDC se manifeste sobre as recomendações propostas no item 7, e,
considerando-as cabíveis, junte aos autos o Plano de Ação com os respectivos
prazos de implementação das mesmas,
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Considerando a natureza da Auditoria Operacional e o impacto das ações da
Central de Regulação, para toda a rede municipal de saúde, é oportuno que esta Corte
monitore os efeitos das providências a serem adotadas, tendo em vista as
recomendações e o Plano de Ação a ser elaborado pelo órgão. Sendo assim, é
oportuno que a SMSDC/RJ, encaminhe futuramente, em apartado, em abril/13,
mediante Ofício, em meio impresso e em planilha de Excel (inserir em CD)
9.3 Estudo comparativo mensal mencionando, para cada tipo de procedimento de
caráter ambulatorial, os quantitativos agendados no SISREG III x total de oferta
(teto) respectiva disponível no sistema, compreendendo os meses de
novembro/12 a fevereiro/13, conforme estrutura do Anexo 15;
9.4 Estudo individualizado, de cada procedimento de caráter ambulatorial, com os
quantitativos pendentes de regulação e fila de espera, com data de referência da
pesquisa ao SISREG III na primeira quinzena de março/13;
9.5 Oferta (teto) de serviços mensal de procedimentos ambulatoriais, constante no
SISREG III, por unidade executante, segregando a oferta em regulação, agenda
local, presencial ou fila de espera, compreendendo os meses de meses de
novembro/12 a fevereiro/13, conforme estrutura do Anexo 11;
9.6 Estudo com o quantitativo de procedimentos constante nos Planos Operativos
dos Prestadores de Serviços versus os respectivos quantitativos constantes no
SISREG III, conforme Quadro “Comparativo entre os procedimentos
disponibilizados nos POAS x Oferta (teto) mensal do SISREG III”, constante no
item 3.4.3;
9.7 Estudo comparativo, por procedimento de caráter ambulatorial, entre total de
solicitações efetuadas no SISREG III (estejam estas aprovadas, pendentes,
negadas, canceladas ou devolvidas), as ofertas (teto) constantes no sistema
compreendendo os meses de meses de novembro/12 a fevereiro/13, com vistas
a verificar se há equilíbrio entre oferta e demanda, e eventuais demandas
reprimidas.
10. Proposta de encaminhamento.
Por fim, sugere-se o encaminhamento de cópia do presente relatório, juntamente
com os anexos:
� À Comissão de Saúde da Câmara Municipal/RJ, tendo em vista que auditorias
operacionais efetuadas pelo TCMRJ precisam ser encaminhadas ao Legislativo,
nos termos do Regimento Interno desta Corte.
� Ao Conselho Municipal de Saúde, para ciência e adoção das medidas cabíveis,
observadas as suas atribuições.
Adicionalmente, considerando que os serviços prestados pela Central de
Regulação (subordinada à Subsecretaria Geral - SMSDC/SUBGE) exercem grande
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influência na rede municipal de saúde, sugere-se que os respectivos titulares da
SMSDC/SUBPAV e SMSDC/SUBHUE se manifestem no presente relatório, e dele
tomem ciência, pois na prática são clientes da Central de Regulação, a fim de que
possam discutir internamente entre as Subsecretarias, aprimorar e tornar mais
eficiente o complexo regulador em todas as suas dimensões.
Natasha Escher Carvalho
Técnico de Controle Externo Matr. 40/901.692
Marcelo da Silva Ribeiro Assessor 4ª IGE/SGCE
Matr. 40/901.243