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CAIO CORAGEM NOGUEIRA NERY
VICTOR SILVA NERY
AVALIAÇÃO QUANTO A UTILIZAÇÃO DE BEBIDAS
ESPORTIVAS E EROSÃO DENTÁRIA EM ATLETAS DE ALTO
RENDIMENTO
Nova Friburgo
2015
CAIO CORAGEM NOGUEIRA NERY
VICTOR SILVA NERY
AVALIAÇÃO QUANTO A UTILIZAÇÃO DE BEBIDAS
ESPORTIVAS E EROSÃO DENTÁRIA EM ATLETAS DE ALTO
RENDIMENTO
Monografia apresentada à Faculdade de Odontologia da Universidade Federal Fluminense / Campus Universitário de Nova Friburgo como Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Odontologia.
Orientador: Prof. Dr. LEONARDO DOS SANTOS ANTUNES
Co-orientadora: Profa. Dra. LÍVIA AZEREDO A ANTUNES
Nova Friburgo
2015
N443a Nery, Caio Coragem Nogueira.
Avaliação quanto a utilização de bebidas esportivas e erosão dentária em atletas de
alto rendimento. / Caio Coragem Nogueira Nery ; Victor Silva Nery ; Prof. Dr Leonardo
dos Santos Antunes, orientador ; Profª. Drª Lívia Azeredo Alves Antunes, co-
orientadora. -- Nova Friburgo, RJ: [s.n.], 2015.
35f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) –
Universidade Federal Fluminense, Campus Nova Friburgo, 2015.
1. Odontologia. 2. Erosão dentária. 3. Bebida esportiva. 4. Atletas. I. Nery, Victor
Silva. II. Antunes, Leonardo dos Santos, Orientador. III. Antunes, Lívia Azeredo Alves,
Co-orientadora. IV. Título
CDD M617.6
CAIO CORAGEM NOGUEIRA NERY
VICTOR SILVA NERY
AVALIAÇÃO QUANTO A UTILIZAÇÃO DE BEBIDAS ESPORTIVAS E
EROSÃO DENTÁRIA EM ATLETAS DE ALTO RENDIMENTO
Aprovada em: _______/______/_______
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. _________________________________________________________
Instituição: ______________________________Assinatura:_________________
Prof. Dr. _________________________________________________________
Instituição: ______________________________Assinatura:_________________
Prof. Dr. _________________________________________________________
Instituição: ______________________________Assinatura:_________________
Nova Friburgo
2015
Monografia apresentada à Faculdade de Odontologia da Universidade Federal Fluminense / Campus Universitário de Nova Friburgo como Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Odontologia
Dedicatória
Esta monografia é dedicada a Deus por estar permitindo a
realização deste sonho, aos nossos pais e nossas mães pelo apoio
incondicional, e principalmente a duas pessoas fundamentais
responsáveis pelo nosso crescimento acadêmico e como ser humano.
Nossos mestres, orientadores e amigos Leonardo e Lívia Antunes.
RESUMO
A utilização desenfreada de bebidas esportivas muitas vezes acontece devido
ao desconhecimento sobre a composição de cada uma e isso gera uma grande
confusão na hora da eleição de qual solução utilizar durante o treinamento.
Existem diferenças pontuais entre elas, principalmente na formulação, o que
causa diferentes efeitos sobre o corpo durante a utilização. Dessa forma a
pesquisa teve como objetivo, avaliar o conhecimento dos atletas, quanto à
forma e os efeitos do tipo de hidratação no seu corpo. Para tanto foram
entrevistados 108 atletas da cidade de Nova Friburgo (RJ), profissionais e
amadores, através de questionários semi-estruturados e padronizados. Os
dados foram tabulados e analisados (SPSS 16.0), sendo obtida a frequência
(%) e a relação dos mesmos (Teste qui-quadrado, p<0,05). Quando
questionados sobre a informação quanto ao tipo de hidratação, 74 atletas
(68,52%) disseram ter um tipo de orientação a respeito. A maioria informou que
a orientação vinha de profissionais de educação física (33,33%) e nutricionistas
(25,92%). O tipo de líquido usado na hidratação em 100 atletas (92,59%) foi a
água e o segundo mais usado foi o isotônico por 42 atletas (38,89%).
Chegamos a um ponto muito importante quando observamos que a maioria dos
atletas não ultrapassa o tempo de 1 hora de exercício intenso, seja no treino -
70 atletas (64,81%) ou competição - 91 atletas (84,26%) e sendo o segundo
líquido mais usado na hidratação o isotônico, onde temos que a sua indicação
é para exercícios intensos que excedem o tempo de 1 hora. Observou-se
também que o refluxo gastresofágico – 5 atletas (23,81%) e a frequência de 1 a
3 vezes por semana na corrida –10 atletas (47,62%), tiveram correlação com a
erosão dentária, dentre os 21 atletas com erosão. Quando avaliamos a relação
do uso de isotônicos com a erosão dentária, tivemos um p-valor de 0,36 (maior
que 0,05 mostra-se irrelevante) por tanto foi irrelevante. Conclui-se por tanto
que a erosão dentária não teve correlação com o uso de isotônicos, porém o
refluxo gastresofágico e a frequência da prática da corrida estiveram sim
relacionados com essa patologia, dentre as variáveis também analisadas na
pesquisa. Porém a informação que os atletas dizem ter sobre hidratação e a
ausência de procura ao dentista para tais informações mostrou-se errada.Cabe
ao dentista destacar melhor a sua função na orientação e tratamento esportivo.
ABSTRACT
The rampant use of these beverages often happens because of ignorance
about the composition of each, and this creates a lot of confusion on election
time which solution to use during training. There are slight differences between
them, especially the formulation which cause different effects on the body
during use. Thus the research aimed to evaluate the knowledge of athletes, the
form and the effects of the type of hydration in your body. Therefore, we
interviewed 108 athletes in the city of Nova Friburgo (RJ), professional and
amateur, through semi-structured and standardized questionnaires. Data were
tabulated and analyzed (SPSS 16.0), and obtained the frequency (%) and the
relationship of these (Chi-square test, p <0.05). When asked about the
information regarding the type of hydration 74 athletes (68.52%) said they had
some kind of guidance about. Most reported that guidance came from physical
education professionals (33.33%) and nutritionists (25.92%). The type of liquid
used in hydration athlete 100 (92.59%) was water and the second most
commonly used for isotonic was 42 athletes (38.89%). We have reached a very
important point when we observe that most athletes do not exceed a time of 1
hour of intense exercise, whether in training - 70 athletes (64.81%) or
competition - 91 athletes (84.26%) and being the second liquid used in more
hydration isotonic, where we have the indication is for intense workouts that
exceed the 1-hour time. It was also observed that gastroesophageal reflux - 5
athletes (23.81%) and frequently 1 to 3 times per week at -10 running athletes
(47.62%) had correlation with dental erosion, among athletes 21 with erosion.
When the relationship between the use of isotonic with dental erosion, had a p-
value of 0.36 (greater than 0.05 seems irrelevant) was therefore irrelevant. It
follows therefore that tooth erosion did not correlate with the use of sports
drinks, but gastroesophageal reflux and frequênciada practice of running but
were related to this pathology, also among the variables analyzed in the study.
But the information that athletes say they have about hydration and lack of
demand to the dentist for such information proved to be wrong. It is up to the
dentist better highlight its role in steering and sporty handling.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 8
2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................ 13
3 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................ 18
3.1 Aspectos Éticos ....................................................................................... 18
3.2 Tipo De Estudo ....................................................................................... 18
3.3 Sujeito Da Pesquisa ................................................................................ 19
3.4 Critérios De Elegibilidade ........................................................................ 19
3.5 Metodologia ............................................................................................ 19
3.6 Exame Clínico...........................................................................................18
3.7 Análise Estatística ................................................................................... 19
4 RESULTADOS .............................................................................................. 20
5 DISCUSSÃO ................................................................................................. 26
6 CONCLUSÃO ............................................................................................... 30
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 30
ANEXOS............................................................................................................32
9
1 INTRODUÇÃO
Nos dias atuais a busca por exercícios e modalidades esportivas está cada
vez mais presente na sociedade, essa busca muitas vezes é movida pela vaidade,
levando a pessoas buscarem essas atividades que podem levar a conquista do tão
sonhado corpo perfeito. Existe também o lado mais racional dessa moeda, onde
indivíduos buscam essas alternativas para a melhora da saúde física e mental e da
qualidade de vida, ou pela prática do esporte, seja ele profissional ou
amador. Apesar da expansão e grande divulgação da importância das praticas
esportivas para a melhora da saúde geral o que muitos praticantes desconhecem
são os cuidados que devem ser tomados para se evitar o aparecimento de
patologias ocasionais dos esportes, como a erosão dentária. Procurando melhor
desempenho durante a prática dessas atividades, muitos indivíduos buscam
alternativas que contemplem um melhor rendimento e otimização dos resultados.
Uma das opções mais procuradas englobam as bebidas energéticas e o grupo de
soluções esportivas conhecidas como isotônicos. Esses dois grupos de bebidas
possuem diferenças cruciais que são:
Bebidas isotônicas são soluções de osmolaridade semelhante aos fluidos do
nosso corpo, não gaseificadas para não distenderem o intestino e o estomago, com
baixa quantidade de carboidratos para sua rápida absorção e que chegam ao
sangue através do processo osmótico. Repõe as perdas ocorridas pela transpiração,
de água eletrólitos e sais minerais, mantendo o equilíbrio hidroeletrolítico do corpo,
são reidratantes típicos, mais não refrigerantes (GHORAYEB, AMPARO &
PERRONE, 2013).
Bebidas energéticas são bebidas não alcoólicas, consideradas refrigerantes,
que prometem energia extra, imediata, estimulando o estado de vigília e melhorando
10
a resistência física, além disso, prometem promover sensação de bem estar
(GHORAYEB, AMPARO & PERRONE, 2013).
Após a exposição dessas diferenças devemos pensar no uso generalizado e
desenfreado de bebidas esportivas (isotônicos) e energéticas por adolescentes e
atletas de um modo geral, muitos desses indivíduos procuram de maneira errônea
soluções para a reidratação, reposição de eletrólitos e de sais minerais nas
milagrosas bebidas energéticas, a falta de informações verdadeiras e consistentes
podem levar a danos ao sistema nervoso, visto que essas bebidas possuem um alto
teor de cafeína em sua composição, o que não é compatível com um quadro
satisfatório de saúde.
Apesar das diferenças citadas tanto na composição como na função de cada
bebida, ambas possuem potencial de erosão dentária semelhante. Atletas que
realizam a prática de exercícios de longa duração e alta intensidade estão sujeitos a
um quadro de hipossalivação decorrente da desidratação que é causada mediante a
perda excessiva de água durante a transpiração (SHAW & SMITH, 1999). A saliva é
uma ferramenta de suma importância na proteção dental, pois é capaz de realizar o
mecanismo de tampão onde temos a elevação do pH do meio oral até a
neutralização dos ácidos protegendo a estrutura dental da desmineralização
(JÄRVINEN, RYTÖMAA & HEINONEN, 1991). Com o quadro de alta transpiração o
atleta busca a reidratação através do uso de isotônicos ou de forma errônea em
energéticos, mas a maioria dessas bebidas apresenta um pH ácido (pH 3 - 4)
(BARTLETT et al, 1998). Um pH nessa faixa esta associado a desmineralização do
esmalte sendo agravado pelo quadro de hipossalivação apresentado. A maioria
dessas soluções apresenta em sua composição o ácido cítrico que se mostra
altamente erosivo, pois tem efeito desmineralizante sobre o esmalte mesmo após a
neutralização do pH (SHAW & SMITH, 1999).
Mediante a explanação de diversas desvantagens e perigos causados pelas
bebidas citadas, muitos se perguntam qual seria uma opção inteligente para a
substituição das soluções esportivas. Para prevenir diversas complicações de saúde
e o tipo de erosão dentária citado, é sugerido o uso de água e água de coco que
podem proporcionar reidratação necessária sem provocar danos às estruturas
dentárias.
11
Deixando de lado os isotônicos e olhando um pouco mais para o lado da
erosão propriamente dita, temos a ideia de que além de ser uma patologia
multifatorial ela desencadeia uma sequência de novos problemas. Entre eles estão
sensibilidade dentária, cárie e fraturas coronárias.
Contando uma pequena história sobre a erosão podemos mostrar qual sua
relação com esses outros problemas. A erosão dental é definida como perda
progressiva e irreversível de tecido dental duro por processo químico que não
envolve ação bacteriana, perda essa que expõe a dentina e os túbulos dentinários,
que por sua vez tornam os dentes mais sensíveis a estímulos externos
(sensibilidade dentária), assim como à doença cárie (BRANCO & VALDIVIA, 2008).
Devemos lembrar também que a perda de estrutura dentária pela erosão nos leva a
um quadro de fragilidade, onde trincas e fraturas se tornam mais comuns.
Em Odontologia do Esporte temos algumas relações etiológicas da erosão
dentária com a prática esportiva, mas para evitar qualquer forma de equivoco até
mesmo a título de pesquisa, devemos lembrar que é uma patologia multifatorial e
mesmo ao analisarmos um praticante de atividade esportiva com erosão dentária,
devemos desconfiar que outros fatores pudessem estar por trás da patologia,
diferentes do uso de isotônicos.
Dentre os fatores que podem desencadear o surgimento da erosão estão o
estilo de vida levado pelo individuo e a influencia de fatores ambientais. A
esteriotipação dos padrões de beleza atuais também podem ter grande influencia no
surgimento dessa patologia, pessoas na busca incessante por perder peso investem
em medicamentos que podem acelerar esse processo, chás com baixo pH, bebidas
acidas com baixo teor de açúcar e o alto consumo de frutas. A bulimia também pode
ser desencadeada por essa busca desenfreada da “beleza” (MACHADO NAG et a,
2007).
Em relação ao ambiente como fator desencadeador é importante citar
exemplo de trabalhadores industriais que exercem suas funções e estão expostos
diariamente a ácidos inorgânicos. Trabalhadores alocados em fabricas de dinamites
(acido sulfúrico e nítrico), indústria de baterias (acido sulfúrico), fábrica de
galvanização (acido hidroclorídrico), outras fabricas envolvidas no processo de
limpeza e de ácidos. Trabalhadores que exercem essas funções apresentaram
erosão principalmente nas bordas incisais de dentes anteriores (BRANCO &
12
VALDIVIA, 2008).
Diante dessa condição multifatorial da patologia citada, temos que nos
preocupar em não recriminar logo de cara o uso de isotônicos, tendo em vista que
outros fatores causadores ou agravantes podem estar presentes na vida de um
atleta. Após traçar os devidos quesitos do trabalho, temos que o estudo objetivou
traçar o perfil dos atletas relativo ao que possuem de orientação quanto a sua forma
de hidratação e a sua relação com algumas patologias, considerando algumas
variáveis, uma vez que são indivíduos que constantemente estão expostos a
desgaste físico seguido de desidratação.
13
2 REVISÃO DE LITERATURA
As bebidas energéticas e os isotônicos, também conhecidos como bebidas
esportivas, vem ganhando amplo espaço no dia a dia de atletas profissionais, atletas
amadores e cidadãos ditos comuns que praticam atividades físicas por diversos
motivos, seja em busca de qualidade de vida, manutenção e melhoria da saúde ou
simplesmente por estética. Com grande preocupação em otimizar treinamentos e
obter melhores resultados, pessoas em geral recorrem a utilização dessas soluções
para a reposição de água e eletrólitos que são perdidos pelo suor durante a
realização do exercício, mas o que muitos desconhecem são as diferenças
existentes entre esses dois tipos de bebidas. Diversos fatores podem nos fazer
entender o fenômeno de popularidade que essas soluções alcançaram ao longo do
tempo, o custo relativamente baixo e o fácil acesso tornam cada vez maior a
comercialização e o uso por parte de pessoas que não conhecem a composição e
indicação dos produtos, fazendo com que surjam danos visíveis ao sistema humano.
Ambas as bebidas possuem indicações especificas e conhecer bem tais
indicações evitam os danos, mas o que muitos usuários desconhecem são as
diferenças cruciais que existem na composição desses produtos.
As bebidas esportivas são bebidas que podem conter carboidratos, minerais,
eletrólitos e aromatizantes e que se destinam a repor água e eletrólitos perdidos
através do suor durante o exercício. Em contraste, o termo "bebida energética"
refere-se a um tipo muito diferente de bebida. Bebidas energéticas também contêm
14
substâncias que agem como estimulantes não nutritivos, como a cafeína, guaraná,
taurina, ginseng, L -carnitina, creatina, e / ou glucuronolactone, com efeitos
ergogênicos ou de melhoria de desempenho pretendidos (COMMITTEE ON
NUTRITION AND THE COUNCIL ON SPORTS MEDICINE AND FITNESS, 2011).
Devido a grande diferença na composição de cada bebida, é natural que elas
possuam indicações e contra indicações que irão nortear o uso e ajudarão os
usuários a ter maior noção sobre o que essas substâncias podem causar no sistema
humano.
O consumo da bebida isotônica deve ser feito de preferência com ela bem
fria. Está indicado para repor as perdas de mais de 2% do peso do indivíduo por
sudorese ou então após exercícios intensos por mais de uma hora. A escolha do
melhor isotônico leva em conta aquele que contém entre 6% a 8% de carboidrato
(maltodextrina ou frutose), pois manterá lenta a absorção da glicose, prevenindo
hipoglicemia pós-exercício. Como a sede já é sinal de desidratação, a sua correção
deve ser prevenida antes, mantida durante e estendida até o final da primeira hora
após a atividade física. Alguns costumam usar a equação Peso Perdido x 100 / Peso
Corporal, e no caso do resultado ser maior que dois, deve-se ingerir um isotônico.
Se o resultado for menor ou igual a dois, a ingestão de água já é suficiente. O
resultado dessa equação indica também a quantidade em litros, de líquidos que o
indivíduo deve ingerir para normalizar a hidratação com plena recuperação
(GHORAYEB , AMPARO & PERRONE , 2013).
Segundo a ANVISA, “este produto não deve ser consumido por crianças,
gestantes, idosos e portadores de enfermidades”. O uso indiscriminado, sem noção,
como refrigerante, por crianças e mesmo por jovens, além de gestantes, deve ser
evitado e sem dúvida, alertado pelo médico. A mesma atitude é assumida em
relação aos hipertensos, diabéticos e renais, com a recomendação de não consumi-
los como regra geral. Um ponto fundamental é o de que o médico precisa saber se o
cliente faz uso dessa bebida, para poder revisar o tratamento. Afinal este é um
produto feito basicamente para atletas, não é um simples refrigerante (GHORAYEB,
AMPARO & PERRONE, 2013).
Já os energéticos possuem um publico alvo diferenciado não possuem
nenhuma indicação médica ou fisiológica como os isotônicos. A sua qualificação é
15
exagerada, pois não produzem energia como se imagina e no máximo, nas
quantidades permitidas, têm pequeno efeito no sistema nervoso central, tirando o
sono e diminuindo a fadiga. Apresentam doses elevadas de cafeína,
aproximadamente três vezes mais do que uma xícara de café, além de outras
substâncias estimulantes que combinadas com bebidas alcoólicas podem causar
efeito devastador sobre órgãos e sistemas.
Em 2007, 51% dos estudantes universitários haviam consumido pelo menos
uma bebida energética no mês anterior, e 54% dos que tinham misturaram com
álcool enquanto a festa (BERGER & ALFORD, 2009). Relatos de casos anteriores
haviam ligado bebidas energéticas com morte súbita cardíaca, vasoespasmo
coronariano, síndrome de taquicardia postural reversível, e arritmias graves,
incluindo a fibrilação ventricular (HIGGINS, TUTTLE & HIGGINS, 2010).
O que podemos concluir é que nos tempos atuais, atletas amadores, cidadãos
comuns e toda a equipe médica devem estar alerta para o consumo de substâncias
isotônicas e deve-se atentar principalmente para as bebidas energéticas misturadas
ou não aos alcoólicos destilados (vodka, whisky, gin), quando decidem fazer
atividades físicas e esportivas. As suas complicações cardiovasculares, além de
contabilizadas pelo mundo afora, já são discutidas por muitos cientistas como uma
verdadeira epidemia (GHORAYEB, AMPARO & PERRONE, 2013).
Erosões dentárias se fazem presentes em uma grande parte da população mundial,
mas o desconhecimento e a falta de informações sobre fatores e agentes, que levam
ao aparecimento dessas lesões, fazem com que a prevalência aumente e que o
agravamento seja algo constante, levando muitas vezes a uma mudança na forma e
na cor do elemento dentário, acarretando problemas estéticos e podendo gerar uma
alteração de função.
A erosão é um tipo de lesão dentária e é definida como perda progressiva e
irreversível de tecido dental duro por processo químico que não envolve ação
bacteriana. Diversos fatores contribuem no processo da erosão do esmalte, sejam
esses oriundos de fontes extrínsecas ou intrínsecas. Enquanto as fontes extrínsecas
estão relacionadas a hábitos alimentares e estilo de vida, as causas intrínsecas
podem ser provocadas por doenças sistêmicas, o que faz do cirurgião-dentista um
profissional decisivo no diagnóstico dessas alterações. Para que esse diagnóstico
seja feito de forma segura, possibilitando a indicação de um tratamento eficaz, o
16
conhecimento de sinais, sintomas e forma de evolução é imprescindível (BRANCO
et al, 2008).
Identificada, a erosão dentária pode ser classificada de acordo com a
extensão das lesões e com o número de faces dentárias que se mostram afetadas
por elas. A classificação comumente encontrada na literatura divide a erosão dental
em classes, sendo elas: Classe I: lesões superficiais, envolvendo somente esmalte;
Classe II: lesões localizadas, envolvendo menos de um terço da superfície de
dentina; Classe III: lesões generalizadas, envolvendo mais de um terço da superfície
de dentina. A classe III ainda se subdivide em lingual; lingual e palatina; incisal e
oclusal; envolvimento severo de muitas superfícies (ECCLES, 1979).
Alguns tipos de tratamentos se fazem viáveis para que sejam contornadas as
sequelas deixadas pelo aparecimento da erosão, dependendo do grau de desgaste
dental, a reabilitação completa dos dentes afetados pode ser realizada por meio do
uso de resinas compostas, restaurações cerâmicas, pinos e núcleos metálicos
fundidos e restaurações metálicas fundidas (BARRON et al, 2003). Os tratamentos
minimamente invasivos (restaurações diretas em resina composta) são preferíveis
sempre que se tenha quantidade de estrutura dental suficiente para realização de
um tratamento restaurador satisfatório (pelo menos > 50%), na ausência de um
remanescente dental apropriado para o tratamento, restaurações extensas podem
ser aplicadas com sucesso (MACHADO et al, 2007). Tratamentos mais invasivos,
como restaurações indiretas metalocerâmicas ou em cerâmica pura são ótimas
opções em perdas dentais acentuadas, podendo ser utilizadas tanto em região
anterior quanto em posterior (LITTLE, 2002; BARRON et al, 2003; SMALES &
BEREKALLY, 2007). Lesões em ponta de cúspides e pequenos defeitos de contorno
podem ser restaurados com resinas compostas que são ótimas opções estéticas e
devolvem a função de maneira adequada.
Quando a causa da erosão não é identificada facilmente, o cirurgião-dentista pode
encontrar-se num dilema, já que ao adiar o procedimento restaurador pode levar à
maior deteriorização das estruturas dentais. Por outro lado, a manutenção das
restaurações em cavidade oral ácida constitui desafio que pode resultar em falha
precoce delas, levando o paciente a uma condição pior do que a encontrada no
início do tratamento (BARRON et al, 2003). Por este motivo, quando a causa da
17
erosão dental não for identificada, alguma forma de reconstrução dental é
necessária, mas o tratamento da causa deve ser prioritário. Alguns fabricantes
recomendam o uso de pastas dentais específicas para os pacientes que sofrem com
os efeitos da erosão ácida.
Após destacar de uma forma geral, dados importantes sobre as bebidas
esportivas e da erosão dental, temos que nos ater ao ponto onde elas se
correlacionam na vida dos esportistas, no caso corredores. Atletas que realizam a
prática de exercícios de longa duração e alta intensidade estão sujeitos a um quadro
de hipossalivação decorrente da desidratação que é causada mediante a perda
excessiva de água durante a transpiração. A saliva é uma ferramenta de suma
importância na proteção dental, pois é capaz de realizar o mecanismo de tampão
onde temos a elevação do pH do meio oral até a neutralização dos ácidos
protegendo a estrutura dental da desmineralização. Com o quadro de alta
transpiração o atleta busca a reidratação através do uso de isotônicos ou de forma
errônea em energéticos, mas a maioria dessas bebidas apresenta um pH ácido (pH
3 - 4). Um pH nessa faixa esta associado a desmineralização do esmalte sendo
agravado pelo quadro de hipossalivação apresentado. A maioria dessas soluções
apresenta em sua composição o ácido cítrico que se mostra altamente erosivo, pois
tem efeito desmineralizante sobre o esmalte mesmo após a neutralização do pH
(SHAW & SMITH, 1999; JÄRVINEN , RYTÖMAA , HEIONONEN, 1991).
Entende-se que nos dias atuais o nível competitivo nos esportes está cada
vez mais elevado e qualquer detalhe é crucial para o melhor rendimento do atleta.
Logo o dentista do esporte começa a ter uma posição relevante na composição das
equipes esportivas
18
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 ASPECTOS ÉTICOS
Este trabalho foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa. Assim os atletas
incluídos neste estudo foram esclarecidos sobre o objetivo do estudo, a importância
de sua execução para o meio científico e de sua participação na mesma, com
posterior assinatura do Termo de Consentimento Esclarecido – TCLE (anexo 10.2).
3.2 TIPO DE ESTUDO
Pesquisa transversal, de caráter investigativo, que em um primeiro momento
visa analisar, com base nos resultados encontrados, o conhecimento dos atletas no
que diz respeito a bebidas isotônicas e energéticas quanto a suas diferenças e os
riscos de erosão dentária.
Foi utilizada tanto a metodologia qualitativa, quanto à quantitativa. A primeira
se faz necessário para que se possa conhecer o perfil da população estudada. A
segunda é de extrema importância para que se possa chegar a um número
satisfatório de participantes, com o objetivo de se ter resultados significantes.
Para a análise quantitativa dos resultados, os dados foram tabulados
em um programa estatístico (SPSS 16.0) e analisados através dos testes estatísticos
pertinentes.
19
3.3 SUJEITOS DA PESQUISA
Atletas profissionais e amadores
3.4 CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE
Como critério de inclusão, atletas que pratiquem corrida e participem de
competições. Foram excluídos deste estudo os sujeitos que não assinaram o termo
de consentimento, atletas que não quiseram responder a pesquisa e atletas que não
responderam o questionário completamente.
3.5 METODOLOGIA
Foi aplicado um questionário semi-estruturado aos atletas corredores de
diversos grupos de corridas e para corredores não participantes de grupos de
corridas a fim de avaliar o nível de conhecimento e hábitos dos atletas em Nova
Friburgo.
O pré-teste foi aplicado em 10 atletas para avaliar o nível de entendimento
(excluídos da amostra final). Questionário foi desenvolvido com perguntas gerais e
específicas.
3.6 EXAME CLÍNICO
Os exames foram feitos na luz natural, com auxílio de espátulas de madeira e
com um único examinador, confiando maior fidedignidade e confiabilidade à
pesquisa.
Classificação da erosão (Eccles, 1979)
CLASSE I: lesões superficiais, envolvendo somente o esmalte;
CLASSE2: lesões localizadas, envolvendo menos de um terço da superfície de
dentina;
CLASSE3: lesões generalizadas, envolvendo mais de um terço da superfície de
dentina;
Classe3 foram ainda subdivididas em superfícies:
a) lingual;
b) lingual e palatina;
c) incisal e oclusal;
d) envolvimento severo de muitas superfícies.
20
3.7 ANÁLISES ESTATÍSTICAS
Para a análise quantitativa dos resultados, os dados foram tabulados no
programa estatístico (SPSS 16.0) com digitação única, propiciando à pesquisa uma
maior fidedignidade e confiabilidade. Utilizou-se a frequência como metodologia
estatística para posterior discussão dos resultados. Foi aplicado, ainda, o teste qui-
quadrado em nível de 5% de significância (p<0,05), para estabelecer relação entre
variáveis de interesse.
21
4 RESULTADOS
Foram entrevistados 108 atletas profissionais e amadores, com média de idade
34.20 anos, sendo 62,04% do gênero masculino. A quantidade de vezes que o atleta
corre durante a semana, há quanto tempo corre e o tempo gasto em competição e
treinamento, podem ser observados na tabela 1.
Tabela 4.1. Caracterização dos atletas.
Variáveis 108 (100%)
Idade (DP) 34.20 (11.45) Gênero (%) Masculino 67 (62.04) Feminino 41 (37.96) Classificação econômica A1 1 (0.92) A2 17 (15.74) B1 34 (31.48) B2 33 (30.55) C1 15 (13.89) C2 5 (4.63) D 2 (1.85) E 1 (0.92) Corrida durante a semana (%) 1 a 3 vezes 72 (66.67) 4 ou mais vezes 36 (33.33) Há quanto tempo corre (%) Até 01 ano 44 (40.74) Mais de 01 ano até 3 anos 18 (16.67) Mais de 3 anos 46 (42.59) Tempo gasto treinamento Até 01 hora 70 (64.81) Até 02 horas 26 (24.07 Até 03 horas 12 (11.11) Tempo gasto competição Até 01 hora 91 (84.26) Até 02 horas 11 (10.19) Até 03 horas 6 (5.55)
22
A maioria dos atletas (68,52%) revelou ter algum tipo de orientação sobre
hidratação, onde os principais responsáveis por essa orientação foram os
profissionais de educação física (33,33%) e os nutricionistas (25,92%). A
preocupação em grande maioria de se hidratar independente da estação (61,11%)
foi um ponto positivo no que tange o tipo de orientação que receberam dos devidos
profissionais, como podemos observar na tabela 2.
Tabela 4.2. Caracterização dos atletas com relação a hidratação.
Corredores 108 (100%)
Orientação sobre hidratação (%) Sim 74 (68.52) Não 34 (31.48) Responsável pela orientação (%) Médicos 19 (17.59) Fisioterapeuta 6 (5.55) Preparador físico 15 (13.88) Técnico, treinador ou diretor de equipe 19 (17.59) Professor de Ed. Física 36 (33.33) Nutricionista 28 (25.92) Amigos 9 (8.33) Outros 2 (1.85) Líquidos utilizados na hidratação Água 100 (92.59) Isotônicos 42 (38.89) Energéticos 7 (6.48) Coca cola 3 (2.78) Sucos / Refrescos 22 (20.37) Cerveja 1 (0.93) Café 2 (1.85) Maior preocupação quanto a hidratação Verão 35 (32.41) Inverno 2 (1.85) Independente da estação 66 (61.11) Não me preocupo 5 (4.63) Forma de se hidratar Beber um litro de uma só vez 2 (1.85) Beber 0,25L a cada 15 min 43 (39.81) Beber 0,5L a cada 30 min 30 (27.78) Não tenho ideia 33 (30.56)
23
Quando perguntados sobre o horário da sua hidratação em treinamentos e
competições, antes, durante e após o exercício, com as frequências dadas como
nunca, raramente, às vezes ou sempre, a grande maioria dos atletas revelou
reidratar-se após os exercícios, onde 97 atletas (89,81%) reidrata sempre após o
treino e 92 atletas (85,19%) reidrata sempre após as competições (Tabela 3).
Quanto à prevalência e a classificação de erosão dentária dentre os 108
atletas (100%), apenas 21 deles (19,44%) possuíam algum tipo de erosão e as
erosões se restringiram as classes 1 – 9 atletas (42,86%) e classe 2 – 12 atletas
(57,14%) (Tabela 4).
Tabela 4.3. Horário da hidratação nos treinamentos e competições.
Nunca Raramente Ás vezes Sempre
Hidratação antes do treinamento 9 (8.33) 4 (3.70) 31 (28.70) 64 (59.26)
Hidratação antes da competição 10 (9.26) 9 (8.33) 27 (25) 62 (57.40)
Hidratação durante treinamento 10 (9.26) 10 (9.26) 31 (28.70) 57 (52.78)
Reidratação durante competição 11 (10.18) 6 (5.56) 34 (31.48) 57 (52.78)
Reidratação após treinamento 1 (0.93) 1 (0.93) 9 (8.33) 97 (89.81)
Reidratação após competição 4 (3.70) 2 (1.85) 10 (9.26) 92 (85.19)
Tabela 4.4. Prevalência e classificação da erosão dentária.
Corredores
Erosão dentária (%) Sim 21 (19.44) Não 87 (80.56) Classificação (%) Classe 1 9 (42.86) Classe 2 12 (57.14) Classe 3 0 (0)
24
Dentre a relação das variantes que foram determinadas com a erosão
dentária, a única que se mostrou relevante com um p-valor de 0,05 foi a que mostra
o número de vezes que o atleta corre durante a semana, onde os corredores que
praticam de 1 a 3 vezes na semana apresentaram relevante relação com a erosão
dentária, foram 10 corredores (47,62%) que apresentaram erosão dentária dentre os
21 atletas (19,44%) totais com erosão dentária (Tabela 5).
Tabela 4.5. Relação de determinadas variantes com a erosão dentária.
Presença erosão (n=21)
Ausência erosão (n=87)
P-valor
Idade (DP) 36.14 (12.50) 33.74 (11.21) 0.395 Gênero (%) Feminino 10 (47.62) 31 (35.63)
0.30 Masculino 11 (52.38) 56 (64.37) Corrida durante a semana (%) 1 a 3 vezes 10 (47.62) 61 (70.11)
0.05 4 ou mais vezes 11 (52.38) 26 (29.89) Trabalha em fábricas Sim 1 (4.76) 3 (3.45)
0.58 Não 20 (95,24) 84 (96.55) Nada piscina clorada Sim 0 (0) 4 (4.60)
0.41 Não 21 (100) 83 (95.40) Bebidas ácidas (vinho, suco de fruta, refrigerante) Sim 16 (76.19) 70 (80.46)
0.43 Não 5 (23.81) 17 (19.54) Escova seus dentes imediatamente após alimentar-se Sim 16 (76.19) 60 (68.97) 0.51 Não 5 (23.81) 27 (31.03) Escova com cerdas duras / pasta arenosa demais / duração longa escovação Sim 6 (28.57) 22 (25.29) 0.75 Não 15 (71.43) 65 (74.71)
Nota: *Teste Qui quadrado; ** T-test; negrito indica significância estatistica (p≤0.05).
25
Para melhor confiabilidade da pesquisa foram colocadas em questão algumas
alterações sistêmicas que estão associadas a possíveis casos de erosão dentária,
logo elas foram variantes relevantes a serem analisadas, tendo em vista que o uso
de isotônicos não seria o único fator que pode estar relacionado aos casos de
erosão dentária. Dentre as alterações colocadas em questão apenas uma teve
relevância para ser considerado no estudo, com p-valor de 0,05, o refluxo
gastroesofágico mostrou ter relação com os casos de erosão dentária relatados na
pesquisa. (Tabela 6)
Tabela 4.6. Relação de determinadas alterações sistêmicas com a erosão dentária.
Presença erosão (n=21)
Ausência erosão (n=87)
P-valor
Vômitos (%) Sim 5 (23.81) 14 (16.09)
0.29 Não 16 (76.19) 73 (83.91) Regurgitação (%) Sim 2 (9.52) 1 (1.15)
0.09 Não 19 (90.48) 86 (98.85) Refluxo gastroesofágico (%) Sim 5 (23.81) 7 (8.05)
0.05 Não 16 (76.19) 80 (91.95) Doença do Refluxo Gastroesofágico (%) Sim 2 (9.52) 1 (1.15)
0.09 Não 19 (90.48) 86 (98.85) Bulimia (%) Sim 0 (0) 0 (0)
- Não 21 (100) 87 (100) Anorexia (%) Sim 0 (0) 0 (0)
- Não 87 (100) 87 (100) Xerostomia (%) Sim 1 (4.76) 3 (3.45)
0.58 Não 20 (95.24) 84 (96.55) Radioterapia (%) Sim 0 (0) 1 (1.15)
0.80 Não 21 (100) 86 (98.85) Hemodiálise (%) Sim 0 (0) 0 (0)
- Não 21 (100) 87 (100)
Nota: *Teste Qui quadrado; ** T-test; negrito indica significância estatistica (p≤0.05).
26
Quando colocamos em questão o ponto principal da pesquisa, em relacionar a
erosão dentária com o uso de isotônicos, vimos que os dois não se correlacionam,
pois obtivemos com Teste qui-quadrado um P-valor de 0,36. Mesmo após esse
resultado vale destacar que a população com erosão ficou bem próxima do estudo
no qual nos embasamos, que foi de 30,4% de acordo com Salas et. al. no seu
estudo de prevalência da erosão dentária na população, onde nosso estudo teve a
taxa de 21,43% da população estudada usuária de isotônicos com erosão.(Tabela 7)
Tabela 4.7. Relação do uso de isotônicos com erosão dentária.
Presença erosão (n=21)
Ausência erosão (n=87)
P-valor
Água 9 (14.52) 53 (85.48) 0.36
Isotônicos 9 (21.43) 33 (78.57) Nota: *Teste Qui quadrado; negrito indica significância estatistica (p≤0.05).
27
5 DISCUSSÃO
A prática de esportes tem sido cada vez mais aperfeiçoada com o tempo,
juntamente com as variantes que podem levar o esporte cada vez mais ao seu auge,
os detalhes têm sido cada vez mais determinantes no desempenho dos atletas,
principalmente quando falamos de alto rendimento esportivo. Partindo desse
princípio e de alguns estudos como o de Bartlett et. al. (1998), onde a erosão
dentária foi encontrada em 57% dos jovens que faziam uso de alguma forma de
bebidas energéticas e/ou isotônicos em sua amostra, nós consideramos válido esse
tipo de avaliação no que tange relacionar erosão dentária com o uso de bebidas
esportivas em atletas corredores. Com os padrões elevados dos esportes hoje em
dia, esse tipo de patologia não pode mais ser algo que passa despercebido por
treinadores e atletas, cabendo então ao dentista galgar posições na área esportiva
de forma cada vez mais atuante, pois são os profissionais de maior relevância para
um diagnóstico precoce e orientação para prevenção de injúrias ou patologias
orofaciais. Dessa forma, este estudo teve o intuito de traçar o perfil dos atletas
relativo ao que possuem de orientação quanto a sua forma de hidratação e a sua
relação com algumas patologias, considerando algumas variáveis, uma vez que são
indivíduos que constantemente estão expostos a desgaste físico seguido de
desidratação.
As bebidas esportivas surgiram como uma boa opção para a reidratação de
atletas que praticam diversas atividades esportivas e apesar de sua grande
popularidade devem ser utilizadas de maneira orientada, respeitando uma indicação
correta, que é definida a partir do desgaste do atleta e do tempo que esse individuo
28
se dedica a atividade que se propõe, como indica Ghorayeb, N et. al. (2013) no
estudo onde destacam as que o consumo da bebida isotônica deve ser feito de
preferência com ela bem fria, está indicado para repor as perdas de mais de 2% do
peso do indivíduo por sudorese ou então após exercícios intensos por mais de uma
hora, o que foi possível observar no estudo é que os atletas desconhecem esse tipo
de informação já que a grande maioria dos atletas se exercita por no máximo 1 hora
seja em treino (70 indivíduos - 64,81%) ou em competição (91 indivíduos - 84,26%)
e boa parte dos entrevistados faz uso de isotônico como forma de reidratação (42
indivíduos - 38,89%/ foi a segunda bebida mais utilizada para a reidratação pelos
entrevistados). Segundo COMMITTEE ON NUTRITION AND THE COUNCIL ON
SPORTS MEDICINE AND FITNESS 2011 essas bebidas podem conter carboidratos,
minerais eletrólitos e aromatizantes e se destinam a repor água e eletrólitos perdidos
através do suor durante o exercício.
Durante a realização da pesquisa outro dado que se mostrou de extrema
importância para o andamento e resultado final do trabalho, foi a presença de atletas
que apresentavam uma patologia frequentemente relacionada à erosão dental, a
doença do refluxo gastroesofágico (DRGE). “A DRGE ocorre devido a relaxamento
involuntário do esfíncter esofágico superior, permitindo o refluxo dos ácidos
estomacais para o interior da cavidade oral. A erosão dental em dentes posteriores
constitui importante achado para o diagnostico da doença. As complicações podem
incluir ulcera esofágica, risco de desenvolvimento de carcinoma esofágico, aspiração
pulmonar e hemorragia gastrointestinal. Alguns medicamentos como nitratos e
bloqueadores de cálcio e o fumo parecem estar relacionados à DRGE” (BRANCO et.
al. 2008). Após a conclusão do estudo foi importante observarmos que a patologia
estava diretamente ligada ao aparecimento da erosão dental, já que boa parte dos
atletas que relatou essa patologia esteve associada à erosão se mostrando
relevante com p-valor de 0,05(5 indivíduos de 12 dos que relataram doença do
refluxo gastroesofágico possuíam casos de erosão dental – 23,81%), o que reforça a
colocação de variantes como essa doença sistêmica, entre outras vista no estudo de
Branco et. al. (2008).
Com todos os resultados computados e incluídos na pesquisa conseguimos
constatar que a erosão dentária não possuía relação direta com o uso de isotônicos,
já que quando relacionamos os 21 indivíduos com erosão dental encontrados no
29
presente estudo com o uso de isotônicos tivemos que 9 (21,43%) dos 42 atletas que
relataram usar a bebida esportiva apresentaram a patologia e com isso chegamos a
um p-valor de 0,36 o que torna a variante irrelevante. Mesmo com esses resultados
nós podemos observar que a população com erosão dentária se aproximou de forma
significativa da pesquisa Sallas, MMS et. al. (2015) onde através de uma revisão de
literatura sistemática de 22 artigos obteve a estimativa global da prevalência de
erosão dentária de 30,4%, sendo que no presente estudo tivemos a prevalência de
21,43% dos atletas usuários de isotônicos com erosão (9 indivíduos).
O Código de Ética Odontológico prega como sendo um dos deveres
fundamentais do cirurgião-dentista, “promover a saúde coletiva no desempenho de
suas funções, cargos e cidadania, independentemente de exercer a profissão no
setor público ou privado.” (CFO 2012). Desta forma cabe ao cirurgião dentista
desenvolver estratégias para levar informações tanto para aos corredores quanto
para qualquer outro profissional envolvido na prática esportiva, sendo capaz de
desenvolver ações que promovam a saúde de todos, seja para as patologias aqui
citadas assim como para qualquer outra forma injúria que se faça relativa à
competência do dentista.
30
6 CONCLUSÃO
Considerando-se os aspectos que permearam os dados coletados nesse
estudo, pode-se concluir que:
Não se observou relação entre a ingestão de isotônicos e a prevalência de
erosão dentária.
A frequência da prática de corrida e o refluxo gastroesofágico esteve
relacionada a erosão dentária;
O conhecimento sobre hidratação pelos atletas que participaram do estudo é
limitado.
31
REFERÊNCIAS
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gastroesophageal reflux disease. J Can Dent Assoc. 2003; nº 69, p 84-9;
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potential explanatory factors. Br Dent J. 1998;v 184, nº 3, p 125–129;
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tratamento. Revista de Odontologia da UNESP. 2008; v 37, n°3, p 235-242;
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CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA – CFO. Código de Ética Odontológica.
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diferenças cruciais. Rev DERC. 2013; v 19, nº 1, p 11-12;
32
HIGGINS JP, TUTTLE TD, HIGGINS CL. Energy beverages: content and
safety. Mayo Clin Proc. 2010; nº 85, p 1033–1041;
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Oral Radiol Endod. 2002; nº 93, p 138-43;
MACHADO NAG et al. Dental wear caused by association between bruxism and
gastroesophageal reflux disease: a rehabilitation report. J Appl Oral Sci. 2007; nº
15, p 327-33;
NEVILLE, WB et al. Patologia oral e maxilo facial. Segunda edição. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan. 2004; p 5.
SHAW L, SMITH AJ. Dental erosion: the problem and some practical solutions. Br
Dent J. 1999; v 186, nº 3, p115–118;
SALAS, MMS et al. Estimated prevalence of erosive tooth wear in permanent teeth of
children and adolescents: An epidemiological systematic review and metaregression
analysis. Journal of dentistry. 2015; nº 43, p 42–50;
SMALES RJ, BEREKALLY TL. Long-term survival of direct and indirect restorations
placed for the treatment of advanced tooth wear. Eur J Prosthodont Restor Dent.
2007; nº 15 , p 2-6.
33
ANEXOS
ANEXO A – Questionário padronizado
Data Nome
Data de nascimento Sexo M F
Telefone Celular
Esporte praticado A quanto tempo pratica
Qts vezes semana
Tempo gasto competição Tempo gasto treinamento
Classificação econômica
Quantidade de itens 0 1 2 3 4 ou +
Televisão em cores
Rádio
Banheiro
Automóvel
Empregada mensalista
Máquina de lavar
Videocassete e/ou DVD
Geladeira
Freezer (aparelho independente ou parte da geladeira duplex)
Grau de instrução
Analfabeto/ Primário incompleto Analfabeto/ Fundamental 1 Incompleto
Primário completo/ Ginasial incompleto Fundamental 1 Completo / Fundamental 2 Incompleto
Ginasial completo/ Colegial incompleto Fundamental 2 Completo/ Médio Incompleto
Colegial completo/ Superior incompleto Médio Completo/ Superior Incompleto
Superior completo Superior Completo
Trabalha em fábrica (dinamite, baterias, galvanização ou fabricas envolvidas com limpezas ou ácidos?
Não Sim
Pratica natação rotineiramente em piscina clorada (3X ou mais semana) Não Sim
Faz uso rotineiro de algum medicamento ou drogas? Não Sim
Quais medicamentos ou drogas?
Ingere muitos alimentos ácidos, incluindo frutas, molhos para saladas e iogurte?
Não Sim
Bebe bebidas ácidas usualmente, tais como vinho, suco de frutas e refrigerantes?
Não Sim
Escova seus dentes imediatamente após alimentar-se? Não Sim
Utiliza uma escova de cerdas duras ou pasta dental arenosa demais e/ou escova os dentes por um período muito longo?
Não Sim
Seus dentes doem quando você ingere comidas ou bebidas quentes/ doces/geladas, ou quando você escova ou passa fio dental, ou quando passa algum tempo em um ambiente frio?
Não Sim
Os seus dentes têm uma aparência de vidro ou transparentes, amarelados, arredondados, lisos e brilhantes, com pequenas trincas?
Não Sim
Apresenta ou já apresentou alguma das condições abaixo:
34
Vômitos Bulimia
Regurgitação Anorexia
Refluxo gastroesofágico Xerostomia
Doença do Refluxo Gastroesofágico Radioterapia
Hemodiálise
HISTÓRICO ODONTOLÓGICO
Última visita ao dentista Frequência visita ao dentista
Quantas vezes por dia escova os dentes
Quantas vezes por dia usa o fio dental
Sua gengiva costuma sangrar ao escovar os dentes ou passar fio dental? Não Sim
Sente dificuldade, dor ou barulho, ao abrir ou fechar a boca? Não Sim
Aperta ou range os dentes? Não Sim
Sente que tem dificuldade de respirar pelo nariz? Não Sim
Respiração predominantemente no repouso Nasal Bucal
Respiração predominantemente durante exercício Nasal Bucal Mista
Você já teve alguma orientação sobre qual a melhor maneira de se hidratar? Não Sim
Em caso afirmativo: Quem prestou a orientação?
Médico Fisioterapeuta Livros Preparador Físico
Diretor da equipe Revistas Técnico Amigos
Prof. de Ed. Física Treinador Pais Nutricionista
Outros___________________
Costuma se reidratar: Nunca Quase nunca As vezes Sempre
Antes do treinamento? Antes da competição?
Durante o treinamento? Durante a competição? Após o treinamento? Após a competição? Qual tipo de liquido você utiliza para se reidratar? (pode marcar mais de uma opção)
Água Isotônico Refrescos Energéticos
Coca-Cola® Sucos naturais Cerveja Café
Outras________________________ Sua preocupação quanto à necessidade de hidratar-se é mais frequente: No verão No inverno Independente da
estação Não me preocupo
Como você acha que deveria ser feita uma hidratação: Beber um litro de uma só vez
Beber 0,25 L para cada 15 min
Beber 0,5 L para cada 30 min
Não tenho ideia
Você tem o costume de pesar-se antes e depois de um treinamento ou competição? Sim, frequentemente
Sim, mas não frequente
Quase nunca Nunca
Sabe a diferença na composição e na função dos isotônicos e bebidas energéticas?
Não Sim Quais diferenças? Observou efeitos erosivos nos dentes após consumo de bebidas isotônicas ou energéticas?
Não Sim Você apresenta sensibilidade nos dentes? (quente ou frio) Não Sim Maior parte da exposição solar ocorre durante as at. esportivas? Não Sim Faz uso de protetor labial durante o período de exposição solar? Não Sim
35
Com qual frequência está exposto aos raios solares?
Conhece os efeitos no corpo (lábios) da exposição prolongada ao sol sem a devida proteção?
Não Sim Quais efeitos? Já observou presença de lesões sobre os lábios?
Não Sim Como se apresentavam?
Outras observações importantes:
AVALIAÇÃO DA CONDIÇÃO BUCAL
EROSÃO Quais dentes?
Presente
Ausente
CLASSIFICAÇÃO
Classe I
Classe II
Classe III- A
Classe III- B
Classe III- C
Classe III- D
ATIVIDADE PATOGÊNICA
Ativa
Latente
Obs: Marcar os dentes com erosão e escrever as faces afetadas, classificação e atividade patogênica. CLASSIFICAÇÃO Classe I: lesões superficiais, envolvendo somente esmalte; Classe II: lesões localizadas, envolvendo menos de um terço da superfície de dentina;
MAXILA
11 21
12 22
13 23
14 24
15 25
16 26
17 27
18 28
MANDÍBULA
41 31
42 32
43 33
44 34
45 35
46 36
47 37
48 38
36
Classe III: lesões generalizadas, envolvendo mais de um terço da superfície de dentina. Classe III foram ainda subdivididas em superfícies:
a) lingual; b) lingual e palatina; c) incisal e oclusal; d) envolvimento severo de muitas superfícies.
ATIVIDADE PATOGÊNICA Erosão ativa: erosão em progresso, clinicamente diagnosticada através da espessura delgada das paredes de esmalte. O esmalte encontra-se fosco; Erosão latente: erosão paralisada ou inativa, sendo clinicamente diagnosticada pela espessura menos delgada de esmalte. O esmalte encontra-se brilhante.
Eccles JD. Dental erosion of nonindustrial origin. A clinical survey and classification. J Prosthet Dent. 1979;42(6):649-53.
37
ANEXO B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 15.2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Título do Projeto: Estudo das alterações e patologias decorrentes da prática esportiva. Pesquisador Responsável: Leonardo dos Santos Antunes Instituição do Pesquisador Responsável: Universidade Federal Fluminense Telefones para contato: (21)988911919 O(a) Sr.(a) está sendo convidado(a) a participar do projeto de pesquisa: “ESTUDO DAS ALTERAÇÕES E PATOLOGIAS DECORRENTES DA PRÁTICA ESPORTIVA” de responsabilidade do pesquisador Leonardo dos Santos Antunes. O presente estudo tem como objetivo avaliar os riscos a determinadas alterações e patologias que os esportistas estão submetidos durante a prática do esporte. Este estudo se justifica, uma vez que permite avaliar as alterações e patologias decorrentes da prática esportiva. Existem estudos que mostram que o conhecimento prévio a respeito da comunidade a ser trabalhada é um dado de extrema importância para o planejamento e avaliação de ações em saúde bucal, buscando-se estratégias a partir dos dados coletados. Os riscos dessa pesquisa são mínimos, uma vez que será aplicado apenas um questionário, realizado exame clinico bucal e coletado saliva. Não será realizado qualquer procedimento que interfira na rotina do esportista. Os eventuais riscos inerentes a etapa do exame clínico são desconforto, incomodo e sensibilidade. Será respeitado sempre os valores culturais, sociais, morais, religiosos e éticos, como também os hábitos e costumes, do entrevistado. Em contrapartida, a investigação proporcionará a detecção do conhecimento de esportistas quanto ao uso de bebidas energéticas e isotônicas assim como sobre o uso do protetor labial. Caso seja observada alguma alteração ou patologia na cavidade bucal, o esportista será convidado a realizar tratamento na faculdade. Os dados encontrados servirão de base de orientação para a criação de palestras e panfletos auto-explicativos para informar e atentar aos esportistas sobre a importância da utilização racional de bebidas energéticas e isotônicas e do protetor labial, a fim de evitar doenças e problemas estéticos, emocionais e funcionais. Será realizado entrevista (duração média de 10 minutos) com questionário semi-estruturado, contendo perguntas sobre a utilização de bebidas energéticas e isotônicas assim como sobre o uso do protetor labial. Será realizado exame bucal e coleta de saliva para definir seus parâmetros. As informações fornecidas pelo senhor(a) serão confidenciais e a sua privacidade será preservada. Os participantes que desejarem, poderão ter acesso aos dados da pesquisa em qualquer momento, contatando o pesquisador responsável. A sua participação é voluntária. Você pode desistir em qualquer momento sem punição ou perda removendo seus dados do banco de dados do projeto. Você será indenizado caso ocorra eventuais danos decorrentes da pesquisa. Qualquer tipo de gastos eventuais relativos a transporte e alimentação serão ressarcidos. Declaro, ainda, que este termo será emitido em duas vias e que você receberá uma cópia do mesmo. Nova Friburgo, _____ de ______________ de _________ Eu, ____________________________________, RGnº_____________________, declaro ter sido informado e concordo em participar, como voluntário, do projeto de pesquisa acima descrito. ______________________________________________________________ Assinatura __________________________ ______________________________ Testemunha Pesquisador responsável