brasil de fato rj - 124

16
RIO DE JANEIRO Stefano Figalo / Brasil de Fato Stefano Figalo / Brasil de Fato Ano 3 | edição 124 28 a 30 de setembro de 2015 distribuição gratuita Receba a versão digital do Brasil de Fato RJ Guarda Municipal reprime camelôs Cidades | pág.7 Cidades | pág. 5 Esportes | pág. 16 Em entrevista, o engenheiro agrônomo Jorge Dotti Cesa fala sobre a situação preocupante do uso indiscriminado de agro- Trabalhadores são lançados à informalidade e sofrem com proibição da Prefeitura do Rio O local é um espaço importante de sociabilidade 70 anos da Feira de São Cristóvão Cultura | pág. 11 FREGUESIA! Vasco vence Flamengo pela quarta vez no ano e acredita na permanência na série A, com 10 rodadas para tirar cinco pontos de desvantagem. Rubro-negro se complica na luta pela Libertadores. Agrotóxico prejudica saúde dos brasileiros tóxico no Brasil e critica a quantidade de químicos utilizados nos alimentos considerados seguros. Entrevista l pág. 4 Alexandre Maciera / Riotur Padre fala sobre intolerância Metade dos terreiros do Rio já foram atacados Paulo Fernandes / Vasco

Upload: brasil-de-fato-rj

Post on 23-Jul-2016

216 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

 

TRANSCRIPT

Page 1: Brasil de Fato RJ - 124

RIO DE JANEIROSt

efan

o Fi

galo

/ Br

asil

de F

ato

Stefano Figalo / Brasil de Fato

Ano 3 | edição 124

28 a 30 de setembro de 2015 distribuição gratuita

Rec

eba

a ve

rsão

dig

ita

l d

o B

rasi

l d

e F

ato

RJ

Guarda Municipal reprime camelôs

Cidades | pág.7

Cidades | pág. 5

Esportes | pág. 16

Em entrevista, o engenheiro agrônomo Jorge Dotti Cesa fala sobre a situação preocupante do uso indiscriminado de agro-

Trabalhadores são lançados à informalidade e sofrem com proibição da Prefeitura do Rio

O local é um espaço importante de sociabilidade

70 anos da Feira de São Cristóvão

Cultura | pág. 11

FREGUESIA! Vasco vence Flamengo pela quarta vez no ano e acredita na permanência na série A, com 10 rodadas para tirar cinco pontos de desvantagem. Rubro-negro se complica na luta pela Libertadores.

Agrotóxico prejudica saúde dos brasileiros

tóxico no Brasil e critica a quantidade de químicos utilizados nos alimentos considerados seguros. Entrevista l pág. 4

Ale

xand

re M

acie

ra /

Riot

ur

Padre fala sobre intolerância

Metade dos terreiros do Rio já foram atacados

Paul

o Fe

rnan

des

/ Vas

co

Page 2: Brasil de Fato RJ - 124

É hora de ir às ruas Pouco a pouco a situação

no país vai se configurando da forma como os que perde-ram a eleição presidencial pla-nejaram. Ou seja, dia após dia, o projeto derrotado na eleição passada vai ganhando corpo e seus operadores vão se forta-lecendo nas esferas do poder ditando as regras, mudando as leis e aplicando seus planos.

A grande maioria que votou pela continuidade de um pro-jeto ganhou mas não levou. Esse projeto vinha dando cer-to, com desemprego baixo, au-mento real do salário mínimo, aumento do poder de compra,

Não se pode aceitar essa política econômica na qual quem paga a conta da crise são os que ganham menos

É hora de pressionar por mudanças estruturais

naliza cada vez mais os po-bres. Não se pode aceitar essa política econômica na qual quem paga a conta da crise são os que ganham menos.

É hora de resistir, de de-monstrar descontentamen-to e de exigir que o governo cumpra o projeto para o qual

EDITORIAL

Segunda-feira, 28 de setembro, Rio de Janeiro, Brasil

º C | F29Tempestades com raios isoladas

PREVISÃO DO TEMPO

EXPEDIENTE

Desde 1º de maio de 2013

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora com edições regionais em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. O Brasil de Fato RJ circula todas as segundas e quintas-feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais.

CONSELHO EDITORIAL:Alexania Rossato,Antonio Neiva (in memoriam), Joaquín Piñero, Kleybson Andra-de, Mario Augusto Jakobskind, Nicolle Berti, Rodrigo Marcelino, Vito Giannotti (in memoriam)

EDIÇÃO:Vivian Virissimo (MTb 13.344)

SUB-EDIÇÃO:André Vieira e Fania Rodrigues

REPORTAGEM:Bruno Porpetta e Pedro Rafael Vilela

REVISÃO: Sheila Jacob

COLUNA SINDICAL: Claudia Santiago

FOTÓGRAFO: Stefano Figalo

ESTAGIÁRIO: Victor Ohana

ADMINISTRAÇÃO: Carla Guindani

DISTRIBUIÇÃO: Kleybson Andrade

DIAGRAMAÇÃO: Juliana Braga

TIRAGEM MENSAL: 200 mil exemplares

(21) 4062 [email protected]

investimentos sociais, a re-tirada dos direitos trabalhis-tas, pois pesam na folha de pagamento das empresas, privatização de empresas co-mo a Petrobrás, os Correios, etc. É a receita neoliberal.

A classe trabalhadora não vai aceitar passivamente a volta de um projeto que pe-

corrupto, por uma burguesia sedenta de lucros estratosfé-ricos e por um conjunto de ações articuladas por esses setores que têm como princi-pal porta-voz os meios de co-municações empresariais.

Diariamente, nos dizem que o remédio para sair da crise deve ser os cortes nos

programas sociais inclusivos, mas também exigia avanços com projetos estruturais.

GOVERNO ACUADOO que vemos é um governo acuado, perdendo cada vez mais base de sustentação e apoios. Um governo chanta-geado por um parlamento

foi eleito. É hora de ir às ruas. É hora de pressionar por mu-danças estruturais, é hora de retomar o diálogo com o po-vo para fortalecer essa luta.

ATOS NO RJNos próximos dias 2 e 3 de outubro, haverá mobiliza-ções em todo o país levan-tando essa bandeira por uma nova política econômica e para que os ricos paguem pe-la crise. Ocorrerão várias ati-vidades de rua ao longo des-ses dias. Aqui no Rio de Ja-neiro, a mobilização será no dia 2 com um ato em Niterói às 10h, e, a partir das 15h, a concentração será na Cande-lária, de onde sairá às 17h em passeata até o prédio da Pe-trobrás. Participe!

2 | Opinião Rio de Janeiro, 28 a 30 de setembro de 2015

Page 3: Brasil de Fato RJ - 124

podem ser tomadas. As medidas constam no es-

tudo Women Fast Forward, feito pela consultoria Ernst & Young (EY). O trabalho indi-ca como prioridades: “ilumi-nar o caminho para a lide-rança feminina, acelerar a mudança na cultura empresarial com polí-ticas corporativas pro-gressistas e construir um ambiente de apoio”. (ABr)

Clarice Castro / GERJ

Seminário de engenharia

A Federação Interesta-dual de Sindicatos dos En-genheiros (FISENGE), o Sindicato dos Engenhei-ros no Estado do Rio (SEN-GE), a Associação Brasilei-ra de Engenharia e Ciên-cias Mecânicas e a Esco-la Politécnica da UFRJ re-alizaram no último fim de semana o seminário “En-sino da Engenharia no Sé-culo XXI” em um hotel no centro do Rio.

SINDICALpor Claudia Santiago

Divulgação

Robe

rto

Pariz

otti

/ CU

T

EBC Memórias

Wilson Dias / Agência Brasil

Equidade de gênero no mercado de trabalho vai demorar 80 anos

Apesar do aumento de mulheres no mercado de tra-balho nas últimas décadas, a equidade com os homens po-de levar até 80 anos, segundo o Relatório Global de Equida-de de Gênero, do Fórum Eco-nômico Mundial. Para tentar diminuir esse tempo, equiva-lente a uma geração, pesquisa feita com líderes de 400 empre-sas ao redor do mundo indicou que três medidas prioritárias

O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), conhe-cido por seus comentários preconceituosos, inovou em suas ofensas ao chamar os imigrantes de escória do mundo. Mandou péssimo.

O cantor Emicida man-dou muito bem ao falar sobre racismo no progra-ma Altas Horas. Ele de-fendeu que o Brasil não vive uma democracia ra-cial e disse que a cultu-ra no país é de a opressão gritar e o oprimido ficar calado. Grande crítica.

mandoubem

mandoumal

OPERAÇÃO VERÃO A Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro antecipou para o último final de semana a “Operação Verão”. Segundo o órgão, a operação, que estava programada para começar no dia 03 de outubro, foi antecipada devido aos últimos acontecimentos nas praias da zona sul.

disse o prefeito Eduardo Paes ao defender o reforço do policiamento nas praias da zona sul do Rio.

Caravana dos bancários

Como forma de pressio-nar os banqueiros a avan-çar nas contrapropostas da mesa única de negociação, os bancários estão se mo-bilizando em todo o país, com manifestações e pa-ralisações. No Rio de Janei-ro, o Sindicato dos Bancá-rios vem agitando as agên-cias com caravanas que convocam a categoria a se mobilizar cada vez mais e pedem o apoio dos clien-tes, lembrando que eles também são explorados pelos banqueiros.

“A falta de autoridade está se tornando tanta que o sujeito vai para a praia de Ipanema. É preciso autoridade”,

PIOR FRASE DA SEMANA

Tani

a Re

go /

Agên

cia

Bras

il

Geral | 3Rio de Janeiro, 28 a 30 de setembro de 2015

Page 4: Brasil de Fato RJ - 124

Divulgação

Divulgação / Seagro

Agrotóxicos: situação se tornou insustentável para os brasileiros

Camila Marinsdo Rio de Janeiro (RJ)

Esta medida é um exemplo vivo da força do poder econômico das multinacionais

Na prática, o que são ali-mentos seguros? De que forma o cidadão e a cidadã podem ter certeza da segu-rança dos alimentos que es-tão consumindo?Jorge Dotti Cesa - Alimentos seguros, na prática, são aque-les que apresentam uma de-terminada qualidade, que não cause danos à saúde do consumidor. Na atual dinâ-mica do mundo consumis-ta, fica muito difícil para o ci-dadão comum ter esta garan-tia de forma 100% segura. Os próprios limites de tolerân-cia de resíduos de determi-nadas substâncias químicas são muitas vezes questiona-dos por estudos diferentes. O uso indiscriminado de agro-tóxicos é hoje, com certeza, o principal problema.

No Brasil, há preocupação com o aumento do uso de agrotóxicos nos alimentos. Qual a sua avaliação sobre esse aumento?É o principal desafio atual. Precisamos produzir para alimentar nove bilhões de pessoas no mundo. Não res-ta dúvida de que, no mode-lo atual de produção, a tec-nologia e o uso de agrotóxi-cos são necessários para ga-rantir produtividade e volu-me de produção. Mas temos que racionalizar e fortalecer outras formas de produção, com menor uso ou até sem uso, como no caso da pro-dução orgânica e agroecoló-gica. À custa do discurso de que é necessário usar agro-tóxicos, a situação foi se tor-nando insustentável.

Confira entrevista sobre alimentos seguros e soberania alimentar com o engenheiro agrônomo Jorge Dotti Cesa

Está em construção no país a Política Nacional de Agroe-cologia e Produção Orgânica. Quais os principais desafios?Como muita coisa no Bra-sil, as políticas públicas têm muitos pontos positivos. Fal-ta a sua efetividade em maior escala e adoção por parte de diversos órgãos federais e es-

taduais de instrumentos de efetivo apoio para essas for-mas de produção mais segu-ras e sustentáveis. Já tivemos muitos avanços, mas ainda tímidos frente ao potencial e à importância da produção agroecológica e orgânica.

Principalmente nos super-mercados, os alimentos or-gânicos são identificados com selo e são bem mais ca-ros ao consumidor. Por que existe esse impacto no valor dos alimentos orgânicos?Os selos são a garantia de que o produto é orgânico, permi-tindo também a rastreabili-dade e a identificação do res-ponsável técnico pela produ-

ção. Tudo isso gera custo. Em muitos casos, a produção or-gânica dá mais trabalho para ser produzida. Como a oferta ainda é menor que a procura, muitos supermercados exa-geram nas suas margens de lucro. Em feiras locais ou pe-quenos armazéns especiali-zados em orgânicos, os pre-ços são bem menores. Além do selo de certificação, exis-te também o processo parti-cipativo de certificação, em que os próprios produtores e até consumidores de peque-nas feiras fazem uma autofis-calização da produção.

Recentemente, a Câmara Federal aprovou uma pro-posta que retira a necessi-dade da rotulagem dos ali-mentos transgênicos. Quais os impactos dessa medida?Esta medida é um exemplo vi-vo da força do poder econômi-co das multinacionais. A infor-mação no rótulo do que está sendo consumido é um direi-to do consumidor (artigo 6º do CDC). A rotulagem com a le-tra “T” foi uma conquista nes-te sentido. Agora tivemos um retrocesso na Câmara Federal. Afinal, se os transgênicos não fazem mal a saúde, por que tanta preocupação em omi-tir a informação de que de-terminado alimento foi pro-duzido com o uso de transge-nia? Precisamos pressionar o Senado para reverter isto.

Para engenheiro agrônomo, uso indiscriminado de agrotóxicos é problemático

4 | Entrevista Rio de Janeiro, 28 a 30 de setembro de 2015

Page 5: Brasil de Fato RJ - 124

Stefano Figalo / Brasil de Fato

André Vieirado Rio de Janeiro (RJ)

Para aqueles que não têm a licença e precisam desse trabalho para sustentar a família, resta correr da repressão da Guarda Municipal

Em agosto deste ano, a ta-xa de desemprego chegou a 7,6%, segundo dados do Ins-tituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para fu-gir deste cenário de desocu-pação ou por estarem cansa-dos de seus atuais empregos, muitos trabalhadores veem a atividade informal como uma alternativa. No Rio de Janeiro, para desempenhar a função de camelô é neces-sária uma permissão da Pre-feitura. Para aqueles que não têm a licença e precisam des-se trabalho para sustentar a família, resta correr da repres-são da Guarda Municipal.

Reinaldo, de 26 anos, come-çou bem cedo a trabalhar co-mo camelô, aos 11 anos. Já vendeu um pouco de tu-do, mas hoje tem uma barra-quinha de óculos. “Eu ven-dia fruta, mas como é que eu vou correr com um carrinho? Cansei de ter minha merca-doria apreendida. Daí come-cei a vender óculos”, desaba-fa. Ele é um dos trabalhado-res informais que ainda lutam para conquistar a permis-são. Além dele, sua mãe, de 60 anos, também tenta conse-guir a liberação. “Minha mãe está esperando há três anos a permissão. Eles mandam ir lá

Camelôs denunciam repressão da Guarda MunicipalTrabalho informal é alternativa ao desemprego

toda semana, mas ela nunca conseguiu”, reclama.

O camelô lembra ainda a dificuldade de encontrar outras formas de sustento. “Quando perdemos a merca-doria, ficamos sem chão. Se reagimos, somos tratados co-mo bandidos e vamos pra de-legacia. Lá o delegado nos diz que não é pra trabalhar na rua, mas sim de carteira as-sinada. Eu te pergunto, cadê esses empregos com carteira assinada?”, completa.

REPRESSÃOVitor, de 33 anos, outro am-bulante que também ven-de óculos no Centro do Rio, compartilha das ideias de seu colega de profissão. So-

bre a repressão, o traba-lhador é direto. “A gente vi-ve uma situação crítica. Os guardas [municipais] não deixam a gente trabalhar. Como é que vamos ganhar o dinheiro para sustentar nos-sa família?”, questiona o ca-melô que há 10 anos está no mercado informal.

O trabalhador explica o que fazem no momento em que chega a Guarda Munici-pal. “A gente precisa pegar a nossa mercadoria e sair cor-rendo. Se a gente não correr eles pegam a nossa mercado-ria, quebram a nossa tábua,

o cavalete, a nossa banqui-nha”, afirma.

IMIGRANTESNascida na Bolívia, Maria vive há três anos no Rio de Janeiro. Buscando uma vida melhor, ela e outros três irmãos deixa-ram seu país para vender rou-pas na região central do Rio. Para ela, seria necessário que a Prefeitura criasse um pro-grama especial para legalizar o trabalho informal de pesso-as que estão numa situação parecida com a dela. “É mui-to ruim ter que ficar correndo pra não ter a mercadoria apre-

endida. Nós gostamos muito do Rio e gostaríamos de ficar. O melhor seria se o governo [municipal] olhasse mais pa-ra a gente”, contou a bolivia-na. Em algumas cidades, co-mo em São Paulo, ações de re-conhecimento aos imigran-tes latino-americanos estão

se consolidando. A Feira da rua Coimbra, da qual 90% dos participantes são boli-vianos, foi regularizada no final do ano passado após 11 anos de luta.

Por meio de sua assessoria, a Secretaria de Ordem Pú-blica comunicou que sobre as novas permissões “exis-te uma fila de espera de can-didatos que fizeram o ca-dastramento de 2009” e que “não há previsão para aber-tura de novas vagas”.

Em busca de sustento, camelôs enfrentam repressão da Guarda Municipal

Prefeitura controla permissões para desempenhar a função de camelô

Stef

ano

Figa

lo /

Bras

il de

Fat

o

Cidades | 5Rio de Janeiro, 28 a 30 de setembro de 2015

Page 6: Brasil de Fato RJ - 124

Tragédia na Arábia Saudita

Mais de 700 pessoas mor-reram e 860 ficaram feri-das, na semana passada, em um tumulto de peregri-nos em Mina, perto de Me-ca, segundo a Defesa Civil da Arábia Saudita.

Em janeiro de 2006, 364 peregrinos morreram em um tumulto na mesma re-gião. No primeiro dia da festa de Adha, perto de dois milhões de peregrinos co-meçaram o ritual de ape-drejamento de Satanás, no Vale de Mina, no Oeste da Arábia Saudita. O ritual da Eid Al Adha (Grande Fes-ta ou Festa do Sacrifício) dura quatro dias e é cele-brado pelos muçulmanos de todo o planeta.

EM FOCO

Divulgação/ TMM 24

Presidencia da Colombia

Freddy Zarco / ABI

BOLíVIA O Congresso da Bolívia aprovou, na semana passada, o projeto de lei de reforma parcial da Constituição que permitirá ao presidente, Evo Morales, se candidatar para um quarto mandato nas eleições de 2019.

Familiares e amigos dos estudantes de Ayotzinapa, no estado mexicano de Guer-rero, lembraram a data de um ano do desaparecimento dos 43 estudantes. Os jovens foram levados por policiais depois de uma abordagem violenta dos militares. O fato aconteceu na noite do dia 26 de setembro de 2014, quan-do os estudantes, que viviam em regime de internato, vol-tavam para a escola depois de promover ações para ar-recadar recursos para o colé-gio rural de Ayotzinapa.

Depois de um ano do de-

Desaparecimento de estudantes do México completa um ano

Caso envolvendo 43 estudantes mexicanos ainda não foi resolvido

saparecimento, o caso ainda não foi resolvido e os corpos dos estudantes não aparece-ram. Além disso, os colegas dos 43 estudantes mexica-nos desaparecidos sofreram novas agressões na semana passada. A polícia de Guerre-ro voltou a reprimir os estu-dantes, no momento em que um grupo de pais e colegas dos jovens se preparava pa-ra pegar alguns ônibus até a capital de Guererro, Chilpan-cingo, para realizar um pro-testo. Dois estudantes fica-ram feridos e um caminhão foi incendiado. (Telesur)

Tomaz Silva / Agência Brasil

O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, e o prin-cipal líder das Forças Arma-das Revolucionárias da Co-lômbia (Farc), Rodrigo Lon-doño, conhecido como “Ti-mochenko”, anunciaram na semana passada que che-garam a um acordo sobre a transição jurídica que vai pôr fim a meio século de conflito.

Na ocasião, foi anunciado-que até março de 2016 o go-

verno e a guerrilha vão assi-nar o acordo final dos diálo-gos de paz, que acontecem em Havana, em Cuba.

“Um adeus definitivo à últi-ma e mais longa guerra da Co-lômbia. Acordamos que as Farc começarão a deixar as armas no máximo 60 dias após a assi-natura do Acordo Final”, infor-mou o mandatário na conta do Twitter da Presidência colom-biana. (PrensaLatina)

Acordo vai pôr fim a meio século de conflito na Colômbia

FARC e governo da Colômbia anunciam acordo de paz

6 | Mundo Rio de Janeiro, 28 a 30 de setembro de 2015

Page 7: Brasil de Fato RJ - 124

“Há uma escalada de perseguição religiosa”Padre Luís Correa Lima, da PUC, alerta para o aumento da intolerância

Fania Rodriguesdo Rio de Janeiro (RJ)

No estado do Rio de Janeiro existem cerca de 500 terreiros. A metade deles já sofreu ataques e perseguições

Comissão aprova polêmico Estatuto da Família

A Comissão Especial so-bre Estatuto da Família, do Congresso, aprovou, na últi-ma quinta (24), uma polêmi-ca lei (PL 6.583/13) em que prevalece o conceito tradi-cional, excluindo do texto os casais homoafetivos.

A proposta do relator, o deputado Diego Garcia

(PHS-PR), recebeu 17 vo-tos favoráveis e 5 contra. O texto segue agora para o plenário da Câmara. Du-rante a sessão, os deputa-dos contrários à propos-ta, entre eles parlamen-tares do PT, PcdoB e PTN, tentaram adiar a votação, apresentando uma série de requerimentos. Todos foram derrubados. (Abr)

Stefano Figalo / Brasil de Fato

Cresce a intolerância re-ligiosa no Brasil e no Rio de Janeiro. Segundo a Secre-taria dos Direitos Humanos da Presidência da Repúbli-ca, o disque 100 recebe uma denúncia a cada três dias por intolerância religiosa.

Entre os anos 2011 e 2014, foram registradas 504 ocor-rências pelo disque denún-cia. Só em 2013 foram 231 denúncias por discrimina-ção religiosa, mais que o dobro do ano anterior.

O padre jesuíta Luís Correa Lima, professor de História e Teologia da PUC-Rio, confir-ma o aumento da intolerân-cia. “A gente está tendo uma escalada crescente de perse-guição religiosa. No Rio, só na zona norte, cerca de 50 pais-

de-santo foram expulsos de comunidades não pacifica-das, por conta de uma asso-ciação entre o tráfico e pasto-res neopentecostais”, destaca o padre jesuíta.

ATAQUES A TERREIROSEmbora a PUC seja uma uni-versidade católica, a institui-ção tem um trabalho de ma-peamento de terreiros de re-ligiões de matriz africana,

em todo o Brasil. Tudo é feito através do Núcleo Interdisci-plinar de Preservação da Me-mória Afrodescendente, que já tem mais de dez anos. Es-se mapeamento é importante porque ele ajuda na elabora-ção de políticas públicas, de-vido a uma parceria entre a PUC-Rio e o governo federal.

“Muitos desses terreiros estão em situação vulnerá-vel, tanto do ponto de vis-ta ambiental, quanto social. No estado do Rio de Janeiro existem cerca de 500 terrei-ros. A metade deles já sofreu ataques e perseguições”, res-salta padre Luís.

O religioso explica que, no passado, a igreja Católica também perseguiu as religi-ões de matriz africana, mas hoje a realidade é outra. “A igreja demonizava essas reli-giões, mas isso mudou com o Concílio Vaticano II (1961)”,

garante. O documento fi-nal desse Concílio diz que “a igreja não rejeita nada que há de justo e santo nas religi-ões não cristãs”.

Surfista, descolado e com ar jovial, o padre Luís tem uma visão moderna a respei-to do papel da igreja Católi-

ca e dos diálogos que devem existir entre as religiões. Es-se jeitão também o aproxima da juventude. O padre conta ainda que mantém uma rela-ção de amizade e cordialida-de com um dos pais-de-san-to mais respeitados do Rio, o Babalawo Ivanir dos Santos.

Texto será analisado no plenário da Câmara

do Rio de Janeiro (RJ)

Padre Luís fala sobre pesquisa que mapeia terreiros no Brasil

Cidades | 7Rio de Janeiro, 28 a 30 de setembro de 2015

Page 8: Brasil de Fato RJ - 124

Instituto cobra o cumprimento de exigências ambientais. Sem a licença, a concessionária fica impedida de encher o reservatório

Maiana Dinizda Agência Brasil

Ibama não libera operação de Belo Monte

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Re-cursos Naturais Renováveis (Ibama) emitiu parecer em que nega a emissão da licen-ça de operação da Usina Hi-drelétrica de Belo Monte, no Pará, até que a concessioná-ria Norte Energia, respon-sável pela usina, comprove o cumprimento de todos os itens previstos no programa de compensações ambien-tais. Sem a licença, a em-

presa fica impedida de en-cher o reservatório e dar início à geração de energia no empreendimento.

O documento do Ibama enumera 12 exigências que precisam ser comprovadas pela empresa, como a im-plantação de oito pontes pa-ra adequar o sistema viário de Altamira, obras de sane-amento nas cidades de Res-saca e Garimpo do Galo, re-manejamento de popula-ções de áreas que serão ala-gadas, além da limpeza de resíduos na área do futuro lago. As pendências listadas

pelo Ibama foram verifica-das em campo nos últimos 45 dias por fiscais do órgão.

A Norte Energia afirmou, por meio de nota, que os itens apontados estão concluídos e que a comprovação será feita, como, por exemplo, “as obras de acesso viário, a supressão de vegetação e a parte de sa-neamento, necessitando ape-nas que seus registros foto-gráficos sejam enviados ao Ibama”. Segundo a empre-sa, a comprovação será feita por meio de mapas de locali-zação das interferências, des-crição das obras e fotos. (ABr)

Ibama faz 12 exigências para liberar a licença da Usina Belo Monte

EBC Memória

8 | Brasil Rio de Janeiro, 28 a 30 de setembro de 2015

Page 9: Brasil de Fato RJ - 124

Não queremos que o ajuste fis-cal caia sobre o trabalhador, nem sobre projetos so-ciais, mas sim que sejam taxadas as grandes fortunas

Thiago Pará, se-cretário-geral UNE

André Vieirado Rio de Janeiro (RJ)

O discurso de “justiça com as próprias mãos” vem crescendo em larga esca-la na mídia e nas redes so-ciais. Isso tem a ver com a marginalização dos mora-dores de áreas periféricas, que na sua grande maioria são negras/os. Esse discur-so é usado para legitimar a violência contra jovens ne-gras/os, faveladas/os e su-

OPINIÃO | Jeferson Dias

“Justiça com as próprias mãos” cresce em larga escala na mídia e nas redes sociais

Justiceiros: perigo para a população das favelas

grupos de bandidos (que se dizem “justiceiros”) vem dos roubos cometidos por menores. Esses delitos re-presentam uma parcela mínima dos cometidos em geral. Para esses grupos, to-dos que vêm de favelas e re-giões carentes ou negras/os representam um perigo pa-ra sua segurança.

SEGREGAÇÃONo Rio de Janeiro, assim como em todo o Brasil, não há valorização dos es-paços periféricos e ocorre o sucateamento das ins-tituições que garantem a ressocialização de jovens que cometem infrações, como é o caso do DEGA-SE. Além disso, a segrega-ção, defendida por esses grupos, reparte a cidade. Para eles, lugar de pobre e preto é nas favelas.

A cidade é para todas e todos. Esse tipo de atitude justifica a banalização da violência contra os jovens de periferias e favelas, que no seu cotidiano já sofrem com a violência do Estado e da polícia.

Jeferson Dias é morador da favela do

Cerro Corá e militante do Levante Popular

da Juventude

burbanas/os. Estes sofrem racismo e violência, quan-do têm o seu direito de ir e vir retirado, ou quando são impedidas/os de sair de seus bairros pela polícia.

Em 2014 um jovem foi co-vardemente agredido, pre-so em um poste com uma corrente de bicicleta. Nos últimos finais de sema-na, moradores da zona sul agrediram menores que estavam dentro de um ôni-bus que rumavam para a zona norte no final do dia.

A justificativa para a cria-ção e legitimação desses

EBC Memória

Dilma Rousseff assumiu seu segundo mandato em 2015 com o lema “Brasil: Pátria Educadora”. Como medida para conter a cri-se financeira que atraves-sa o país, a mandatária cor-tou recursos de setores es-senciais à população. So-mente da educação foram cortados mais de R$ 10 bi-lhões. Contrários à medida de corte da presidenta Dil-ma, estudantes de todo o Brasil estarão reunidos no próximo dia 6 de outubro em Brasília num ato para pressionar o governo a re-ver seu posicionamento.

Thiago Pará, secretário-ge-ral da União Nacional dos Es-tudantes (UNE), explica os objetivos da mobilização. “A ideia central é mobilizar em todo o país cerca de quatro ou cinco mil estudantes para o ato. Queremos combater os cortes na educação. Também vamos combater os projetos

Estudantes se mobilizam contra cortes na educaçãoAtividade terá ato em Brasília, mas debates também ocorrerão por todo o país

que prevejam a revisão da lei de partilhas, além de cobrar a implementação do Plano Na-cional de Educação (PNE)”, conta o líder estudantil.

taxadas as grandes fortu-nas”, completa.

ATIVIDADES NO RIODe caráter nacional, a ativi-dade puxada pela UNE conta também com a participação das entidades locais. No Rio de Janeiro, a União Estadu-al dos Estudantes (UEE) es-tá preparando um seminá-rio para o próximo dia 3 de outubro, em local que será definido nos próximos dias. Uma delegação também dei-xará o estado para se juntar a outras caravanas que segui-rão para Brasília.

Para a secretária-geral da UEE-RJ, Ingrid Figueiredo, o debate neste momento de-veria ser outro. “A gente es-tá num cenário bem comple-xo de aumento de demanda de novas vagas para universi-tários e de limite de recursos, principalmente com os cortes na educação, o que é gravíssi-mo. Deveríamos estar deba-tendo como sair da crise sem cortar dinheiro da educação e de outros setores importantes para a população”, avalia.

Estudantes organizam protesto em Brasília contra cortes na educação

Memória EBC

O estudante lembra tam-bém que não cabe ao tra-balhador sofrer com a crise financeira mundial. “Não queremos que o ajuste fis-cal caia sobre o trabalha-dor, nem sobre projetos so-ciais, mas sim que sejam

Cidades | 9Rio de Janeiro, 28 a 30 de setembro de 2015

Page 10: Brasil de Fato RJ - 124

Preocupante! Sou de uma ge-ração formada nesse exemplo e a geração da minha pequena segue os passos

Quem tem um curumim em casa, na faixa dos três aos oito anos, sabe bem co-mo nossos miúdos sofrem por conta da telenovela Carrossel do SBT, que atin-ge picos de audiência e bo-as doses de racismo.

Na Escola Mundial, tran-sitam dezenas de pessoas e somente três são negras: a faxineira Graça (Márcia de Oliveira), que represen-ta uma nordestina caricata, subalterna e atrapalhada; a pequena Laura (Aysha Be-nelli), ridicularizada por ser gordinha e comilona, que interpreta o estereótipo da negra/boazinha/iludida; e o famoso Cirilo (Jean Pau-lo Campos), apelido pejora-tivo de muitos meninos ne-gros, que faz o tipo do ne-gro/inocente/ingênuo.

Cirilo é apaixonado por Maria Joaquina (Larissa Manoela), garota rica, so-berba e preconceituosa, e é chamado de “Chocolate” por Paulo (Lucas Santos), menino branco e malicio-so. Além disso, Cirilo sem-pre cai nas armadilhas por-que tem o “coração puro” e vê bondade em tudo, co-mo se estivesse num mun-do amável e sem conflitos.

Esse tocante poderia ser positivo, já que é uma dis-cussão pertinente no uni-verso infantil. Mas o que

SEMPRE VI NOVELA | Michel Yakini

Carrossel e o racismo do horário nobre

incomoda é a constância de racismo e estereótipos, con-firmando o padrão de com-portamento e direcionan-do o desfecho pra teoria do sangue vermelho. Ou seja, somos ofendidos na teleno-vela inteira e depois, “deixa pra lá…”, “que besteira…”, “somos todos humanos…”.

Preocupante, camará! Sou de uma geração formada nes-se exemplo e a geração da mi-nha pequena segue os passos.

Aqui em casa, a estratégia é mirar as causas e amenizar os efeitos, mas o projeto Carros-sel é de massa e contínuo.

Percebi que ficar no si-lêncio é pior, pois tudo in-dica que se a gente continu-ar embarcando nesse Car-rossel, o dado da diversida-de vai estacionar no “ande uma casa e volte mais dez”, e vai ser difícil nossa mole-cada sair ilesa desse atraso.

Michel Yakini é escritor e produtor cultural

Divulgação

Telenovela do SBT atinge picos de

audiência e boas doses de racismo

AGENDA DA SEMANA

O quê: Filme com Paulo José será exibido em projeto sobre filmes do diretor e dramaturgo Domingos Oliveira, que completa 50 anos de carreira este ano. Onde: Oi Futuro Flamengo – Rua Dois de Dezembro, 63, Catete.Quando: Quarta (30), às 20h.Quanto: 0800

O quê: Exposição reúne 54 trabalhos de 36 artistas, como Cândido Portinari, Emiliano Di Cavalcanti, Alfredo Volpi e Tomie Ohtake.Onde: Museu Nacional de Belas Artes – Av. Rio Branco, 199, Centro.Quando: Ter a sex, 10h às 18h. Sáb e dom, 12h às 17h.Quanto: R$ 8

O quê: Com curadoria de Marcia Mello, mostra de Re-nan Cepeda expõe 23 regis-tros de câmeras dos anos 50. Onde: Espaço Sesc – Rua Domingos Ferreira, 160, Copacabana.Quando: Seg de 14h às 20h / Qui e sex de 13h às 18h / Dom de 13h às 17h. Até 31/01Quanto: 0800

O quê: Mostra em que artistas usam a fotografia para tratar de questões como ausência, solidão, memória, entre outros temas.Onde: Centro Cultural da Justiça Federal – Av. Rio Branco, 241, Centro. Quando: De terça a domingo, das 12h às 19h. Até 11/10. Quanto: 0800

O quê: O bar abre espaço para programações e apresentações de bandas de rock independentes, com covers e repertórios de própria autoria.Onde: Nalla’s Bar – Rua Robert Schumann, 193, Jardim América.Quando: De quarta-feira a domingo, a partir de 19h.Quanto: 0800

O quê: Espetáculo é sobre duas velhinhas irreverentes que se recusam a morrer.Onde: Centro Cultural Banco do Brasil – Rua Primeiro de Março, 66, Centro.Quando: Quarta e quinta, às 19h30. Sex a dom, às 17h30 e 19h30. Até 4/10.Quanto: R$10 (R$ 5 meia)

Bagaceira 15 anos – interior

Juventude

Nalla’s Bar

Deveria ser cego o homem invisível?

O Meu de Todo Mundo

Narrativas poéticas

Maria do Carmo Oliveira / Divulgação

Divulgação

Divulgação

Divulgação

Divulgação

Renan Cepeda / Divulgação

10 | Cultura Rio de Janeiro, 28 a 30 de setembro de 2015

Page 11: Brasil de Fato RJ - 124

Alexandre Macieira/ Riotur

Riotur

Alexandre Macieira / Riotur

Local foi espaço importante de sociabilidade da comunidade mi-grante, bem como de preservação dos costumes

O pedacinho do nordes-te no Rio de Janeiro comple-ta 70 anos este mês. No dia 18 de setembro, a Feira de São Cristóvão - Centro Luiz Gon-zaga de Tradições Nordes-tinas, também chamada de Feira dos Nordestinos, cele-brou sete décadas mantendo viva a cultura dos imigrantes que chegavam ao bairro da zona norte da cidade desde a década de 1940.

Atualmente são cerca de 700 barracas e 100 restaurantes com produtos típicos do norte e nordeste, mas o começo foi bastante informal. A profes-sora de história da Universida-de do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Sylvia Nemer, resgatou os folhetos de cordéis e histó-rias orais sobre a Feira de São Cristóvão para seu doutora-do e tem um livro publicado sobre o tema. De acordo com ela, a versão oficial conta que o cordelista Raimundo San-ta Helena leu no dia 18 de se-tembro de 1945, no Campo de São Cristóvão, um cordel que tinha feito sobre o fim da Se-gunda Guerra Mundial.

Sylvia explica que há ou-tra versão histórica, cantada nos cordéis de mestre Azu-lão, de que a feira foi surgin-

Para matar a saudade do nordesteFeira de São Cristóvão completa 70 anos neste mês. Local já foi palco de nomes imortais da música brasileira

Akemi Nitaharada Agência Brasil

Feira de São Cristóvão

mantém viva a cultura

nordestina

do ao longo da década de 40 a partir de um movimento de nordestinos que desem-barcavam e ficavam acam-pados esperando um local para morar ou um trabalho.

MIGRANTES“Como era o ponto final dos caminhões chamados de pau de arara e foi um mo-

mento de crescimento ur-bano muito acentuado, ali era um local de contratação de mão de obra para pedrei-ros e porteiros de edifício, as ocupações tradicionais dos migrantes nordestinos nes-se período. Teve algumas fi-guras, entre elas a do João Gordo, que teria iniciado es-se comércio de produtos do nordeste para cá e daqui pa-ra o nordeste, porque o mes-mo caminhão, que vinha trazendo gêneros e pessoas, levava produtos daqui para o nordeste”, acrescentou.

Seja qual for a versão, a historiadora destaca que o local foi um espaço impor-tante de sociabilidade des-sa comunidade migrante, bem como de preservação dos costumes, que perma-nece até hoje.

NOMES IMORTAISPalco de nomes imortais da música brasileira, a Fei-ra de São Cristóvão já re-cebeu Luiz Gonzaga e Ja-ckson do Pandeiro e ain-da recebe ícones como Zé Ramalho, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo, Quinte-to Violado e Maria Bethâ-nia, que foi homenageada no local em junho pelos 50 anos de carreira.

Em 2003 a feira foi trans-ferida para o local fechado que ocupa hoje, dentro de um pavilhão de exposições que foi reformado, e é ad-ministrada pela prefeitura. De acordo com o presiden-te da Feira, Helismar Leite, o local recebe a mesma vi-sitação que o Cristo Reden-tor, com cerca de 300 mil pessoas por mês.

Início das atividades da Feira de São Cristóvão teria sido no ano de 1945

São cerca de 700 barracas e 100 restaurantes com produtos típicos

Cultura | 11Rio de Janeiro, 28 a 30 de setembro de 2015

Page 12: Brasil de Fato RJ - 124

Eleito presidente da Central Única dos Traba-lhadores no estado do Rio de Janeiro durante o nos-so 15º Congresso Estadual, realizado em agosto passa-do, me vejo diante da res-ponsabilidade de consoli-dar os avanços obtidos pe-los dois mandatos do com-panheiro Darby Igayara à frente da central.

Além de dar continuida-de à política de levar a ban-deira vermelha da CUT aos quatro cantos do estado, sempre nas ruas em defesa dos direitos dos trabalha-dores, da democracia e do Brasil, a nova direção e eu não pouparemos esforços para reforçar a solidarieda-de e os laços de classe entre os sindicatos.

Vamos dobrar a aposta na interiorização da central. Nosso objetivo é fazer com que todas as regiões do esta-do contem com referências estruturais e políticas da CUT. E, por estar conven-cido de que o papel da cen-tral na vida política do pa-ís ganhará ainda mais rele-vância nos próximos anos, é fundamental que os diri-gentes eleitos para o qua-driênio 2015/2019 se dedi-quem exclusivamente às ta-refas da CUT-RJ.

CRISE POLíTICAAmpliar e aprofundar as alianças da central com os movimentos sociais é outro ponto de honra pa-ra nós. Especialmente nes-te período turbulento em que vivemos, marcado por uma grave crise política e

OPINIÃO | Marcelo Rodrigues

Frederico Santana Rick

A política econômica ne-odesenvolvimentista dos úl-timos anos recompôs a clas-se trabalhadora, melhorando sua capacidade de luta, como demonstra o aumento do nú-mero de greves nesse período.

Essa geração que entrou no mundo do trabalho no último período se encontra órfã de referências. É essa ampla parcela da socieda-de que está em disputa, po-dendo ser canalizada para o projeto da direita ou da es-querda. Eis o nosso desafio.

Não os disputaremos se não formos inventivos e ou-sarmos criar novas formas de diálogo e organização. A tare-fa parece simples, mas não é, pois exige romper com uma tática que perdurou ao longo das últimas décadas. Ao não apostarmos numa clara de-marcação à esquerda de nos-so projeto, ao não politizar-mos os ganhos sociais obti-dos, ao ficarmos contidos pe-la política de conciliação de classes, não construímos ba-se social mobilizável e cons-ciente que permita o apro-fundamento das mudanças em nosso país.

É preciso cons-truir um novo bloco histórico, político e social, capaz de apontar para o novo

Não aceitamos que o ajuste fiscal do governo se faça às custas do sacrifício dos trabalhadores. Para que os ricos paguem pela crise, insistiremos na taxação das grandes fortunas

Tirar lições da crise e construir o novo (3)*

Somos fortes, somos CUT

por dificuldades econômi-cas crescentes.

Ao mesmo tempo em que reafirmamos a dis-posição de ir às últimas consequências para bar-rar a articulação golpista da direita, seguiremos fir-mes na luta por mais di-reitos para a classe traba-lhadora e mais democra-cia em nosso país.

Esses parecem ter sido nos-sos maiores limites; do con-trário, o que explica que nes-se momento, após mais de 12 anos de governos Lula e Dil-ma, não sejamos capazes de alterar a correlação de forças a nosso favor?

as lutas econômicas e corpora-tivas que seguiremos fazendo.

CONSTITUINTEPelo muito que temos deba-tido, é possível afirmar que a luta por uma Assembleia Constituinte para a realiza-ção da reforma do sistema político é esta bandeira com potencial integrador e poli-tizador. Como foram as lutas pela Anistia e pelas Diretas Já, no início dos anos 80, que, guardadas as enormes dife-renças, possuem alguma se-melhança com o período em que vivemos, de possível re-tomada das lutas sociais.

Toda crise é oportunidade de superação. O que não podemos é titubear no caminho a seguir. É preciso afirmar a necessida-de de um projeto popular para o Brasil, tirar lições da crise e construir o novo sem medo de dizermos a que viemos.

Frederico Santana Rick é militante das

pastorais sociais e da Consulta Popular

*Terceira parte.Íntegra:.brasildefato.com.br/node/32931

Não aceitamos que o ajus-te fiscal do governo se faça às custas do sacrifício dos tra-balhadores. Para que os ri-cos paguem pela crise, insis-tiremos na taxação das gran-des fortunas e heranças, na elevação dos impostos pa-ra os ganhos de capital e nu-ma reforma tributária pro-gressiva, com base no prin-cípio distributivo elementar, segundo o qual quem pode mais paga mais e quem po-de menos paga menos.

Marcelo Rodrigues (Marcelinho) é pre-

sidente da CUT-RJ

É preciso construir um no-vo bloco histórico, político e social, capaz de apontar para o novo e se apresentar como alternativa. Essa construção não é simples, exige paciên-cia. O novo não nasce do na-da, mas sim a partir do que já temos construído. É preciso muita dedicação e trabalho, e isso exigirá ainda mais dos nossos dirigentes sociais.

É preciso nos unificarmos em torno de uma bandeira po-lítica que nos permita romper o cerco da direita e canalizar

12 | Opinião Rio de Janeiro, 28 a 30 de setembro de 2015

Page 13: Brasil de Fato RJ - 124

Mousse de maracujáBOA E BARATA

Ingredientes

• 1 lata de creme de leite

• 1 lata de leite condensado

• 1 lata de suco de maracujá (use a mesma medida do leite condensado)

• Polpa de 1 maracujá

• 1 xícara (chá) de água

• ½ xícara (chá) de açúcar

Modo de preparo

Coloque o creme de leite, o leite condensado e o suco de maracujá no liquidificador e bata bem. Despeje em formi-nhas individuais. Em seguida, leve à geladeira até ficar firme. Desenforme. Para a cobertu-ra, misture a polpa, a água e o açúcar e leve ao fogo até for-mar uma calda rala. Sirva so-bre o doce.

Div

ulga

ção

Oi Amiga da Saúde, minha menstruação é irregu-lar. Isso pode ser indício de algum problema de saúde?

Jéssica Leandra, 19 anos, estudante

AMIGA DA SAÚDE

Dúvidas sobre saúde? Encaminhe e-mail para [email protected]

Tempo de preparo30 minutos

Rendimento5 porções

MANDE SUA [email protected]

Querida Jéssica, caso sua menstruação esteja mes-mo irregular, pode ser devi-do a algum desarranjo que precisa ser investigado. Mas precisa ver se realmente es-tá irregular, pois a maioria de nós se confunde quan-do a menstruação não che-ga sempre no mesmo dia do mês, mesmo isso sendo na-tural. Você deve contar o interva-lo entre o primei-ro dia de uma menstruação e o primeiro dia da próxima. Esse é o ciclo menstrual, que pode ser de 25, 30, 35 dias, etc (varia mui-

to em cada mulher). Se ele for sempre igual ou com pe-quenas variações, está re-gular. Irregular seria um ci-clo com grandes variações, quando você nunca sabe o dia em que a menstrua-ção chegará. É comum ela ser desregulada nos primei-ros anos da adolescência ou perto da menopausa.

Div

ulga

ção

Variedades | 13Rio de Janeiro, 28 a 30 de setembro de 2015

Page 14: Brasil de Fato RJ - 124

14 | Variedades

Cheia Até 3/10

Minguante 4/10

Nova 12/10

Crescente 20/10

LUA DA SEMANACHEIA

FASES DA LUA

Para se sentir em harmonia com o parceiro, reserve o fim de semana apenas para ambos.

A sua vida amorosa vai se apresentar mais equilibrada, conferindo uma maior autoestima.

Faça um esforço maior para ouvir as outras pessoas, ninguém é dono absoluto da verdade.

Terá prazer pela forma como as suas atividades evoluem, a nível pessoal e profissional.

As suas convicções podem levá-lo a atingir os seus objetivos se associadas à sua serenidade.

Tente quebrar com a rotina do seu cotidiano, experimente surpreender o ser que você ama.

Se estiver disposto a lutar por aquilo que deseja, terá mais chances de alcançar os seus objetivos.

Os seus amigos mais chegados manifestarão grande simpatia e respeito pela sua pessoa.

Deverá dedicar-se à resolução de problemas antigos para que a vida evolua positivamente.

Uma discussão mais acalorada poderá terminar um relacionamento já por si muito fraco.

Quaisquer informações que surjam relativas aos seus relacionamentos poderão perturbá-lo.

Deverá alterar a sua postura no campo dos afetos, se pretende evoluir sem criar dramas.

Rio de Janeiro, 28 a 30 de setembro de 2015

Page 15: Brasil de Fato RJ - 124

Me perguntavam sobre um bom local para trei-namento e, até bem pouco tempo atrás, não tinha o que dizer

As equipes es-trangeiras que-rem levar a dis-puta para Búzios, onde a raia é mais adequada à per-formance de seus atletas

“Algumas críticas à Baía têm requintes de ‘tapetão’”O Brasil de Fato RJ entrevistou o presidente da Federação de Triathlon do Rio, Julio Alfaya

Bruno Porpettado Rio de Janeiro (RJ)

Divulgação / COB

Divulgação

Divulgação / COB

Há 30 anos, a Federação de Triathlon do Rio luta pe-la popularização do espor-te, que mistura três práti-cas nobres – natação, corri-da e ciclismo – e está inscrita no programa olímpico desde Sydney, em 2000.

Conversamos com o pre-sidente Julio Alfaya sobre as condições do esporte na cidade às vésperas dos Jo-gos Olímpicos e, em meio a tantas críticas à poluição da Baía de Guanabara, ele fu-giu do tom comum.

Brasil de Fato - Quais pro-blemas o Triathlon enfren-ta no Brasil?Julio Alfaya - O esporte amador, em geral, sempre passou e continuará pas-sando por dificuldades, pois depende de recursos para sua subsistência em um pa-ís com tantas mazelas em temas importantes, como segurança, educação e saú-de, por exemplo.

Vez por outra temos su-cesso na comercialização de patrocínios, mas não há continuidade nos projetos.

Além da parte financei-ra, o Triathlon é uma moda-lidade de difícil execução, pois necessita de grandes espaços públicos para rea-lização de provas. Não é co-mo vôlei, basquete ou fute-

bol, que dependem apenas de uma quadra ou campo.

Brasil de Fato - Para o Rio 2016, qual o nível da prepa-ração dos atletas brasilei-ros e quais as dificuldades?Sou muito pessimista neste as-pecto, pois quase não há pla-nejamento técnico adequa-do, mais uma vez por ques-tões financeiras. No Brasil quase tudo acontece nos dois anos que antecedem os Jogos e aí já é tarde para a formação de atletas. Vivemos da garra e determinação de alguns heróis, com poucos recursos e grande habilidade natural, que acaba sendo mal lapidada pela falta de planejamento.

Brasil de Fato - No ciclismo, quais os maiores problemas enfrentados no treinamento?O ciclismo necessita de gran-des espaços, com bom asfalto e bloqueio ao trânsito de ve-ículos. Muitos pais me per-guntavam sobre um bom lo-cal para treinamento de seus filhos e, até bem pouco tem-po atrás, não tinha o que dizer a eles. 

Após a morte do atleta Pedro Nikolai, no Leblon, o prefeito Eduardo Paes as-sinou um decreto que blo-queia o Aterro do Flamengo de terça a quinta-feira, no período das 4h às 5h30 da manhã. É o horário que te-mos para o treinamento de nossos atletas, nesta área que foi batizada de APCC - Área de Proteção ao Ciclis-mo de Competição.

Brasil de Fato - Quais são os favoritos e quem pode sur-preender nos Jogos?O favoritismo, infelizmen-te, é de atletas de outros pa-íses que estão num pata-mar diferenciado. Temos excelentes atletas, mas a lu-ta é muito difícil, até desi-gual. Do Brasil, temos chan-ces com a atleta Pâmela Oli-veira, que deve ficar entre as vinte melhores.

o nível de poluição que va-mos oferecer a todos os atle-tas. No Triathlon, transferi-mos a realização de nossas provas da Praia do Flamen-go para o Recreio, e houve uma grande melhora.

Mas é importante registrar

que algumas críticas à Baía de Guanabara têm um vi-és puramente esportivo e re-quintes de “tapetão”. As equi-pes estrangeiras querem le-var a disputa para Búzios, on-de a raia é mais adequada à performance de seus atletas.

Brasil de Fato - O Rio vem en-frentando problemas com as condições das águas. Como isso tem afetado o Triathlon?Poderia ser o grande legado das Olimpíadas, mas, pelo jeito, vamos varrer esta su-jeira para debaixo do tape-te. Fico envergonhado com

Alfaya, da Federação de Triathlon

Falta de planejamento técnico prejudica modalidade

Triathlon necessita de grandes espaços públicos para realização de provas

Esportes | 15Rio de Janeiro, 28 a 30 de setembro de 2015

Page 16: Brasil de Fato RJ - 124

16 | Esportes

Bauru não resiste ao Real Madrid no Mundial de Basquete

Vasco vira o placar e Fla vira freguês

Hamilton rende homenagens a Senna

Com a vitória no Gran-de Prêmio do Japão de F-1, no autódromo de Suzuka, na madrugada de sábado (26) para domingo (27), o pi-loto inglês Lewis Hamilton igualou o número de vitórias de uma lenda da categoria, o brasileiro Ayrton Senna.

Foi a 41ª vitória de Hamil-ton, que postou em sua conta no Twitter uma homenagem à marca alcançada. Um re-trato de Ayrton Senna, ainda com sua Lotus preta, senta-do na pista, atrás de seu car-ro, onde o inglês o chama de “ídolo”, “o maior” e “rei”.

A marca foi conquista-da justamente onde Sen-na ganhou seus três títu-los mundiais, no Japão. O pódio foi completado pe-los alemães Nico Rosberg e Sebastian Vettel. O bra-sileiro Massa chegou em 17º lugar. (BP)

Flamengo saiu na frente no primeiro tempo, mas Vasco virou no segundo para 2 a 1

Vasco e Flamengo se en-frentaram no Maracanã, na quente tarde deste domin-go (27), com objetivos bem diferentes.

O Fla buscava voltar a vencer, após duas derrotas, para seguir sonhando com a Libertadores. Já o Vasco queria manter a boa sequ-ência no Campeonato Bra-sileiro, interrompida ape-nas pela derrota na Copa do Brasil para o São Paulo du-rante a semana, para fugir da zona do rebaixamento.

O jogo esteve na média das demais partidas entre as du-as equipes. Fraco tecnica-mente, sem grandes lances de perigo, truncado no meio-campo e bastante pegado.

As exceções neste panora-ma foram muito poucas. No primeiro tempo, apenas dois lances de emoção. Um para o Flamengo, aos 11 minutos, em bola cruzada por Jorge pela esquerda. Guerrero es-

Bruno Porpettado Rio de Janeiro (RJ)

corou de cabeça para Emer-son completar para o gol.

Depois disso, só uma bola bem enfiada para Leandrão no comando de ataque vasca-íno, que forçou uma boa saída de Paulo Victor nos pés dele.

No segundo tempo, o Vasco voltou mais determi-nado a mudar o resultado da partida. Aos oito minu-tos, Leandrão perdeu um gol fácil, mas não demorou muito a empatar o jogo.

Brasileirão 201528a RODADA

Classificação Série A

Paulo Fernandes / Vasco

Aos 12 minutos, em co-brança de falta, o capitão Rodrigo soltou uma bom-ba por cima da barreira sem chance para Paulo Victor, que ainda chegou a tocar na bola, mas não evitou o gol.

Na empolgação, o Vas-co continuou pressionan-do e quatro minutos depois chegou à virada. Jorge pôs a mão na bola dentro da área. Pênalti cobrado por Nenê e números finais na partida.

O Vasco, de Rodrigo, vence o Flamengo pela quarta vez no ano. Freguesia

Após ter vencido a pri-meira partida, no Ibira-puera, em São Paulo, por 91 a 90, o Bauru precisa-va de uma vitória simples para se sagrar campeão intercontinental de clu-bes contra o Real Madrid, mas não foi dessa vez.

O time espanhol ven-ceu a segunda partida, também no ginásio pau-listano, por 91 a 79, e con-quistou seu quinto título intercontinental, sendo o segundo contra brasilei-ros. O Real Madrid con-quistou o mundial inter-clubes contra o Sírio Li-banês, em 1981, no mes-mo Ibirapuera.

Para o Bauru, restou o consolo do cestinha da partida. O armador Ri-cardo Fischer marcou 26 pontos. O MVP (sigla em inglês para “jogador mais valioso”) do tor-neio foi Sergio Llull, do Real Madrid.

O jogo foi decidido lo-go no início, já que o Bau-ru passou metade do pri-meiro quarto sem acertar uma cesta sequer. Com isso, o Real abriu uma vantagem de 12 pontos que acabou sendo deter-minante para o título.

O s pl a nos do Bau-ru, após a perda do títu-lo, estão relacionados aos amistosos que a equipe fará nos Estados Unidos, na fase de pré-tempora-da das equipes da NBA. O time do interior paulista enfrenta o New York Kni-cks, no dia 7 de outubro, e o Washington Wizards, no dia 11, pelo NBA Global Games. (BP) Zona de classificação para Libertadores

Zona de rebaixamento para Série B

3 X 1

2 X 2

1 X 3Dom. 27/9

16h

Dom. 27/916h

Dom. 27/916h

Dom. 27/916h

Dom. 27/911h

Dom. 27/911h

Sab. 26/921h

Sab. 26/918h30

Dom. 27/918h30

Dom. 27/918h30

2 X 0

1 X 2

1 X 2

3 X 1

1 X 1

2 X 0

3 X 0

AVA

CAM

CAP

CHA

COR

CFCCRU

FIG

FLA

FLU GOI

GRE

INT

JEC

PAL

PON

SAN

SAO

SPO

VAS

P J V SG1o Corinthians 60 28 18 262o Atlético-MG 53 28 16 183o Grêmio 51 28 15 164o Palmeiras 45 28 13 185o Santos 43 28 12 126o São Paulo 43 28 12 57o Flamengo 41 28 13 -28o Internacional 41 28 11 -39o Ponte Preta 40 28 10 110o Sport 40 28 9 1011o Atlético-PR 38 28 11 -212o Fluminense 37 28 11 -613o Cruzeiro 36 28 10 114o Coritiba 33 28 8 -615o Avaí 32 28 9 -1616o Goiás 31 28 8 017o Chapecoense 31 28 8 -1218o Figueirense 28 28 7 -1719o Vasco 26 28 7 -2920o Joinville 24 28 5 -14

Rio de Janeiro, 28 a 30 de setembro de 2015