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RIO DE JANEIRO Divulgação Wikicommons Stefano Figalo / Brasil de Fato Ano 3 | edição 128 15 a 18 de outubro de 2015 distribuição gratuita Facebook Sambas de terreiro ficaram no passado Cultura | pág.11 Cultura | pág. 10 A presidenta Dilma Rousseff fez seu mais duro discurso contra tentativa da oposição de abrir um processo de im- peachment. Na terça-feira (13), ela subiu o tom após deci- Desde a década de 1970 esse tipo de samba perdeu a importância nas escolas Técnico não passa de um “torcedor” à beira do campo. Concorda? Dunga é o atraso no futebol brasileiro Esportes | pág. 15 MORDAÇA No Dia dos Professores, educadores denunciam lei proposta pela Família Bolsonaro que reduz a liberdade pedagógica nas escolas. Cidades l pág. 5 são do STF de barrar temporariamente a manobra traçada por Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e pela oposição. Brasil l pág. 9 NPC lança livro-agenda Projeto resgata histórias de resistência de brasileiros. Chico Mendes (foto) é exemplo. Divulgação / CBF Dilma reage e classifica impeachment de “golpe”

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WikicommonsStefano Figalo / Brasil de Fato

Ano 3 | edição 128

15 a 18 de outubro de 2015 distribuição gratuita

Facebook

Sambas de terreiro ficaram no passado

Cultura | pág.11

Cultura | pág. 10

A presidenta Dilma Rousseff fez seu mais duro discurso contra tentativa da oposição de abrir um processo de im-peachment. Na terça-feira (13), ela subiu o tom após deci-

Desde a década de 1970 esse tipo de samba perdeu a importância nas escolas

Técnico não passa de um “torcedor” à beira do campo. Concorda?

Dunga é o atraso no futebol brasileiro

Esportes | pág. 15

MORDAÇA No Dia dos Professores, educadores denunciam lei proposta pela Família Bolsonaro que reduz a liberdade pedagógica nas escolas.

Cidades l pág. 5

são do STF de barrar temporariamente a manobra traçada por Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e pela oposição.

Brasil l pág. 9

NPC lança livro-agendaProjeto resgata histórias

de resistência de brasileiros. Chico

Mendes (foto) é exemplo.D

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Dilma reage e classifica impeachment de “golpe”

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Eduardo Cunha foi ree-leito pela terceira vez de-putado federal pelo estado do Rio de Janeiro em 2014 na legenda do PMDB e, se-gundo os dados do TSE, ob-teve 232.708 votos. Foi a ter-ceira maior votação, ficando atrás apenas de Clarissa Ga-rotinho e Jair Bolsonaro. No início dessa legislatura, as-sumiu o posto de presidente da Câmara dos Deputados.

Cunha tem como base elei-toral os chamados “setores evangélicos” e defende ban-deiras consideradas conser-vadoras que estão avançan-do no congresso sob sua ar-ticulação e coordenação. Em sua eleição para presiden-te da Câmara, contou com apoio massivo da chama-da bancada BBB (Bala, Bíblia e Boi), ou seja, dos represen-tantes das indústrias de ar-mas, dos setores evangélicos e dos ruralistas.

Constam, como doadores de sua milionária campa-nha para deputado, empre-sas do calibre do Bradesco, Ambev, Coca-Cola, Santan-der, Safra, entre outras, que juntas somam o equivalen-te a quase 7 milhões de reais. Talvez seja esse o grande mo-tivo que o levou a manobrar nas sessões da Câmara para que não fosse aprovado o fim do financiamento empresa-rial para partidos e políticos.

Até aqui, poderíamos dizer que tudo isso é parte do jogo

Já há uma reação forte da sociedade para que Cunha seja julgado e responsabilizado

EDITORIAL

Quinta-feira, 15 de outubro, Rio de Janeiro, Brasil

º C | F31Sol

PREVISÃO DO TEMPO

EXPEDIENTE

Desde 1º de maio de 2013

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora com edições regionais em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. O Brasil de Fato RJ circula todas as segundas e quintas-feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais.

CONSELHO EDITORIAL:Alexania Rossato,Antonio Neiva (in memoriam), Joaquín Piñero, Kleybson Andra-de, Mario Augusto Jakobskind, Nicolle Berti, Rodrigo Marcelino, Vito Giannotti (in memoriam)

EDIÇÃO:Vivian Virissimo (MTb 13.344)

SUB-EDIÇÃO:André Vieira e Fania Rodrigues

REPORTAGEM:Bruno Porpetta e Pedro Rafael Vilela

REVISÃO: Sheila Jacob

COLUNA SINDICAL: Claudia Santiago

FOTÓGRAFO: Stefano Figalo

ESTAGIÁRIO: Victor Ohana

ADMINISTRAÇÃO: Carla Guindani

DISTRIBUIÇÃO: Kleybson Andrade

DIAGRAMAÇÃO: Juliana Braga

TIRAGEM MENSAL: 200 mil exemplares

(21) 4062 [email protected]

te Collor, Cunha tem seu no-me envolvido em escândalos de superfaturamento e cor-rupções. Em 1999 assumiu a presidência da Compa-nhia Estadual de Habitação, com apoio do então governa-dor Anthony Garotinho. Du-rou apenas seis meses nesse posto, sendo afastado por de-núncias de irregularidades em contratos.

PROPINARecentemente, Cunha foi de-nunciado ao Supremo Tri-bunal Federal, pela Procura-doria-Geral da República, por corrupção e lavagem de di-nheiro. Ele é acusado de rece-ber R$ 5 milhões em pro-

e ainda que pudéssemos dis-cordar de sua ideologia e po-sições políticas, Cunha está jogando conforme as regras. Só que não!

CORRUPÇÃODesde 1992, quando foi presi-dente da antiga Telerj, no-meado pelo então presiden-

pina, e teve a confirmação de depósito em contas na Su-íça. Em recente depoimento à CPI da Petrobrás, negou que tivesse contas não declaradas.

Essa é a ficha resumida do presidente da Câmara dos De-putados. Felizmente, tudo in-dica que não seguirá por mui-to tempo. Já há uma reação forte da sociedade para que Cunha seja julgado e respon-sabilizado; o STF está anali-sando se aceita a denúncia do MPF; e já foi aberta uma de-núncia contra ele no Conselho de Ética da Câmara. Aguarde-mos cenas do próximo capí-tulo. Enquanto isso, devemos continuar a empunhar nossa bandeira, #Fora Cunha!

#ForaCunha!2 | Opinião Rio de Janeiro, 15 a 18 de outubro de 2015

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prioridade para rit-mos mais relaxantes. Tem uma hora que a mente não suporta mais e não adianta estudar sem qualidade. É recomendá-vel parar, sair da con-centração e ir em busca de alívio para a mente ”, explica o psicanalista Miguel Velasco. (ABr)

Alexandre Macieira / Riotur

Servidores Federais

Segundo o balanço mais recente do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, mais de 750 mil servidores, que represen-tam cerca de 61% do to-tal de 1,22 milhão de fun-cionários, já assinaram a proposta do governo. A oferta do Executivo é um reajuste de 10,8% es-calonado em dois anos. A primeira parcela será pa-ga somente em agosto de 2016. O adiamento do re-ajuste, que tradicional-mente entra na folha de pagamento de janeiro, é parte do pacote do gover-no para redução de des-pesas no ano que vem.

SINDICALpor Claudia Santiago

Divulgação

Divulgação

Reprodução

Ouvir música pode ajudar no Enem

Depois de passar horas de-bruçado sobre os livros estu-dando para o Exame Nacio-nal do Ensino Médio (Enem), que tal dar uma pausa e ou-vir música? Na reta final pa-ra o exame, marcado para 24 e 25 de outubro, a música po-de ser uma aliada.

“A recomendação é orga-nizar uma playlist com as músicas preferidas, dando

Após ser vítima de um episódio de racismo em um shopping da Zona Sul do Rio de Janeiro, a professora Magna Domingues le-vou para a sala de aula o de-bate sobre direitos sociais e raciais. Mandou bem!

A CCR Barcas, res-ponsável pelo transpor-te aquático entre Rio e Niterói, mandou mal ao anunciar que pretende romper o contrato para a prestação de serviços. O governador do Rio classifi-cou como “jogo de merca-do”, mas quem perde nes-sa história é o usuário.

mandoumal

mandoubem

CRISTO Um dos maiores cartões-postais do Rio de Janeiro, o Cristo Redentor completou na última segunda-feira (12) 84 anos. O monumento foi inaugurado em 1931, no alto do Morro do Corcovado, na Floresta da Tijuca. A escultura foi projetada pelo engenheiro Heitor da Silva Costa e pelo pintor Carlos Oswald e esculpida pelo francês Paul Landowski.

disse o cantor Leoni durante a premiação do Congresso em Foco 2015. “É um sistema que permite que as oligarquias políticas se aliem às oligarquias econômicas e tenham seus interesses atendidos”, completou o artista.

Relatório sobre a ditadura

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) lan-çou durante seu 12º Con-gresso o relatório da Co-missão Nacional da Me-mória, Verdade e Justiça da CUT. O projeto resga-ta a memória histórica de trabalhadores, militantes e sindicalistas e de suas organizações e sindicatos que sofreram durante a ditadura com mortes, tor-turas, intervenções e dela-pidação de patrimônio..

FRASE DA SEMANA

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“A corrupção não é obra de um ou dois partidos”

Geral | 3Rio de Janeiro, 15 a 18 de outubro de 2015

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A Secretaria de Estado de Transportes do Rio de Janeiro (Setrans) anun-ciou que recebeu um pe-dido de negociação ami-gável da CCR Barcas, con-cessionária do grupo CCR que administra o sistema de transporte aquaviário no Estado, com o objetivo de devolver a concessão de serviço das barcas. O contrato vale até 2023. De acordo com os números da agência reguladora, a Agetransp, a empresa so-fre prejuízo de R$ 156 mi-lhões e, para ter equilí-brio operacional, a passa-gem deveria subir de R$ 5 para R$ 8.

Incêndio deve deixar 800 pessoas sem trabalho

da Agência Brasil

O incêndio que atingiu no último domingo (11) o mercado popular da Uru-guaiana, conhecido como Camelódromo, no centro do Rio de Janeiro, destruiu 204 boxes e atingiu, de for-ma indireta, 170. Por causa do fogo, aproximadamen-te 800 pessoas não terão co-mo trabalhar nas próximas semanas até a liberação e reconstrução do espaço.

O prefeito do Rio de Janei-ro, Eduardo Paes, reuniu-se na manhã de segunda-feira (12) com os presidentes das duas associações de lojistas do mercado e com uma co-missão de dez comercian-tes. De acordo com a prefei-tura, as ações de recupera-ção estrutural da parte afe-tada pelo fogo teriam início já nesta semana. A previ-são é que os trabalhos este-

jam concluídos em até três meses. Até que os boxes es-tejam prontos para reabrir, a ideia é usar outros boxes que estão desocupados e até espaços em outras áre-as da cidade.

A prefeitura também se comprometeu a conversar com a Caixa Econômica Fe-deral, para que seja oferecida uma linha de crédito a fim de que os comerciantes paguem suas contas e recuperem su-as mercadorias. A prefeitura ainda não sabe se o incêndio foi criminoso ou acidental.

Tomaz Silva / Agência Brasil

Divulgação

Divulgação

11ª Para-da LGBT em Niterói

Com o tema “O amor vence o ódio: na luta con-tra o retrocesso”, a 11ª Pa-rada do Orgulho LGBT de Niterói será realizada no próximo domingo (18), a partir das 15h. A concen-tração será em frente ao Museu de Arte Contem-porânea (MAC).

O evento terá cinco trios elétricos. O trio ofi-cial, de abertura, passa-rá pela área litorânea da praia em direção à Con-cha Acústica, no Centro.

O evento é organizado pelo Grupo Diversidade Niterói (GDN) e conta com o apoio da Coordenadoria de Direitos Difusos e En-frentamento à Intolerân-cia Religiosa (CODIR), da Prefeitura de Niterói.

“Enquanto houver pre-conceito, nós precisamos ir às ruas para mostrar que existimos”, destaca o orga-nizador Felipe Carvalho.

A Setrans deu início a um processo administra-tivo junto à Secretaria da Casa Civil e à Procurado-ria Geral do Estado do Rio de Janeiro para avaliar a solicitação da CCR, que permanecerá operando no serviço de transporte até que uma decisão seja tomada. Segundo a Secre-taria, uma nova licitação pode ser realizada.

Quarta maior empresa de transporte aquaviário do mundo, a concessio-nária Barcas é controla-da pelo grupo CCR desde julho de 2012 e opera seis linhas, oito estações e 24 embarcações.

Prejuízo de empresa é avaliado em R$ 156 milhões

Fogo afetará 800 trabalhadores do Camelódromo da Uruguaiana

CCR Barcas quer fim de concessão

Camelódromo: fogo atingiu 370 boxes

4 | Cidades Rio de Janeiro, 15 a 18 de outubro de 2015

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Na semana em que se co-memora o Dia dos Professo-res (15 de outubro), profissio-nais da educação denunciam a tentativa da prefeitura do Rio e do governo do estado de acabar com a liberdade peda-gógica nas escolas públicas.

O projeto de lei Escola sem partido, apresentado pelo ve-reador Carlos Bolsonaro (PP), quer limitar o debate políti-co e científico dentro da sa-la de aula. A família Bolsona-ro está apresentando o proje-to nas esferas municipal, es-tadual e federal. O deputa-do estadual Flavio Bolsonaro (PP) está propondo a mudan-ça para a Assembleia Legisla-tiva do Rio de Janeiro (Alerj), e o pai, Jair Bolsonaro (PP), o faz no Congresso Nacional.

O sindicato dos professo-res vê com preocupação es-sa iniciativa. “A escola já não tem partido político. O que eles querem é uma escola sem ideologia. Esse projeto acaba com a liberdade de ex-pressão do professor e limita o que ele pode dizer em sa-la de aula”, destaca o coorde-nador do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educa-ção (Sepe), Marcelo Santana.

LEI DA MORDAÇAProfessor da rede de ensino municipal e estadual, Mar-celo afirma que, caso o pro-jeto seja aprovado, os edu-cadores podem ser proibi-dos de discutir os problemas

Esse projeto acaba com a liberdade de expressão do professor e limita o que ele pode dizer em sala de aula

Marcelo Santana, do Sepe

Que sentido tem o ensino se ele não puder ser aplicado na vida?

Lucilia Aguiar, professora

Paes e Pezão querem limitar liberdade de professores“Lei da mordaça” é apresentada pela família Bolsonaro na Alerj e na Câmara de Vereadores

Fania Rodriguesdo Rio de Janeiro (RJ)

cotidianos com enfoque so-cial. “O professor de Histó-ria, por exemplo, não pode-rá falar de certas revoluções e ataques contra o povo po-bre. Essa é a ‘lei da morda-ça’ para o trabalho pedagó-gico”, denuncia o professor.

Para a professora de Socio-logia da rede estadual, Lu-cilia Aguiar, essa lei pre-

judica a aprendizagem dos alunos. “Ficará mais difícil fazer a ponte entre os dife-rentes conhecimentos. Que sentido tem o ensino se ele não puder ser aplicado na vi-da?”, questiona a educadora.

Segundo o vereador do Rio, Renato Cinco (PSOL), o pro-jeto Escola sem partido con-ta com apoio de uma gran-de parte dos vereadores go-vernistas. “É possível que ele seja votado ainda esse ano. É preciso ter mobilização e pressão popular, pois corre-mos o risco de esse projeto ser aprovado”, diz Cinco.

O vereador é contra a ini-ciativa e explica seus moti-vos: “Esse projeto não só res-tringe o debate político, co-mo abre caminho para o fundamentalismo religioso. Também vão tentar impedir a discussão científica dentro

das escolas, como por exem-plo, da teoria da evolução”, alerta Renato Cinco.

METAS ABUSIVASOutro tema crítico é a me-

ta de aprovação de alunos. “Somos muito pressionados pra fazer aprovação quase automática. Essas metas são muito prejudiciais. Isso vi-

ra uma chantagem na rela-ção entre professor e aluno. Em alguns casos mais gra-ves, a direção altera a nota que o professor deu”, aponta a professora Lucilia Aguiar.

Temas como esses fazem do Dia do Professor mais uma data na agenda de luta dos educadores do Rio de Ja-neiro. Durante uma assem-bleia do Sepe, no dia 8 de outubro, foram aprovadas a participação dos professo-res em atos contra algumas políticas públicas que afe-tam a educação. Como é o caso do protesto do dia 15 de outubro, contra a lei anti-terrorista, e no dia 23 de ou-tubro no ato contra o ajuste fiscal com outras entidades. E no dia 11 de novembro os trabalhadores da rede esta-dual vão realizar uma para-lisação de 24h.

Projetos propostos pela família Bolsonaro na Câmara, na Alerj e no Congresso Nacional prejudicam educação pública

Stefano Figalo / Brasil de Fato

Cidades | 5Rio de Janeiro, 15 a 18 de outubro de 2015

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Palestinos quebram cerca na fronteira com Israel

Em meio a uma onda de violência, dezenas de pa-lestinos derrubaram uma cerca na divisa entre a Fai-xa de Gaza e Israel e entra-ram no território israelen-se essa semana. Para con-ter a entrada de palestinos, as forças de segurança de Israel responderam com tiros para o alto e bombas de gás lacrimogêneo.

Nos últimos dias, ma-nifestantes de Gaza têm se reunido na fronteira com Israel e atirado pe-dras e coquetéis molotov em alvos militares do ou-tro lado da cerca. Na últi-ma sexta-feira (09/10), pri-meiro dia dos protestos, a polícia israelense atirou contra os manifestantes e matou seis jovens palesti-nos. (OperaMundi)

EM FOCO

Anistia Internacional

Divulgação

Noah / ABN

BOLíVIAA II Conferência Mundial dos Povos sobre Mudança Climática e Defesa da Vida reuniu milhares de pessoas em Cochabamba, na Bolívia, na última segunda-feira (12). Esse é um dos mais importantes encontros de lideranças indígenas e movimentos sociais da América Latina.

Um protesto reuniu mi-lhares de pessoas no último domingo (11) em Ankara, capital da Turquia, um dia após a marcha pela paz ter terminado com pelo menos 95 mortos. “As pessoas da Turquia querem a paz”, di-zia um dos cartazes exibi-dos na Praça da República.

O alvo dos protestos é o pre-sidente turco Recep Tayyp Erdogan, também acusado de apoiar o Estado Islâmi-co em zonas povoadas pe-lo povo curdo. Os curdos lu-

Turquia: milhares protestam contra o presidente

Protesto repudiou violência ordenada pelo presidente turco

Cristina Kirshner apoia o candidato Daniel Scioli

tam por independência e au-tonomia em seus territórios e há anos travam uma disputa com o governo turco.

Para os opositores, Erdo-gan tem interesse em esti-mular a violência para ga-nhar mais votos nas eleições que serão realizadas em no-vembro. “Nossos corações sangram, mas não atuare-mos com espírito de vin-gança, nem de ódio”, afir-mou Selahattin Demirtas, líder do partido de esquerda HDR. (OperaMundi)

Divulgação

A menos de 10 dias das elei-ções presidenciais na Argen-tina, o candidato do partido governista à Presidência da Argentina, Daniel Scioli, am-pliou sua liderança nas inten-ções de voto, de acordo com uma pesquisa da consultoria Management & Fit, publicada neste domingo (11).

Scioli, da Frente para Vitó-ria, lidera as intenções de vo-to com 38,6%, seguido pe-

lo prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, com 27,9 %. No mês passado, Scioli tinha 36% e Macri 29 %. As eleições argentinas serão realizadas no dia 25 de outubro.

As pesquisas também apon-tam que haverá segundo tur-no, já que nenhum candidato ultrapassou a maioria necessá-ria para vencer as eleições. O se-gundo turno está marcado pa-ra o dia 22 de novembro. (ABr)

Candidato de Cristina lidera pesquisas

6 | Mundo Rio de Janeiro, 15 a 18 de outubro de 2015

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Além do transporte lota-do que têm que enfrentar diariamente, os trabalhado-res que precisam se locomo-ver para o centro e para a zo-na sul ganharam uma nova preocupação: o de extrapo-lar o tempo do Bilhete Úni-co e ter que pagar outra pas-sagem. Desde o início de ou-tubro, diversas linhas que se-guem para a zona sul da ci-dade foram extintas. No úl-timo domingo (11), cinco li-nhas deixaram de circular, somando até o momento 16 que já não existem mais. Até o final do ano, um total de 78 itinerários será eliminado.

A Prefeitura do Rio justifi-ca a ação como forma de di-minuir o trânsito na zona sul. Como alternativa, estão sen-do criadas linhas de integra-ção para substituir as ante-riores. Se a intenção é dimi-nuir o engarrafamento, não é essa a realidade de muitos trabalhadores. Carla de Sou-za, de 44 anos, trabalha co-mo empregada doméstica no bairro do Flamengo, zo-na sul. Moradora do Recreio dos Bandeirantes, ela passou um aperto na semana passa-da ao ter que pagar uma pas-sagem a mais.

Trabalhador paga o preço da redução de ônibusPassageiros reclamam que o tempo do Bilhete Único não é suficiente

André Vieirado Rio de Janeiro (RJ)

“Quando estava vindo tra-balhar enfrentei vários en-garrafamentos. Quando che-guei para pegar o segun-do ônibus, já tinha passado o tempo do Bilhete Único e eu tive que pagar outra pas-sagem. É um absurdo”, re-clamou Carla de Souza. Pa-ra pagar uma única passa-gem, o trabalhador precisar pegar o segundo ônibus em até 2h30 depois de passar o cartão no primeiro. Para ela, o prefeito Eduardo Paes de-veria conhecer mais a reali-dade e conversar com quem depende do serviço para fa-zer qualquer mudança.

SEGREGAÇÃOMoradora de Campo Gran-de, na zona oeste, Marina Ribeiro, de 42 anos, utiliza três conduções todos os dias para chegar à Cinelândia,

no centro, onde trabalha como cientista social. Essa mudança só piorou a nos-sa vida. Diminuir as linhas de ônibus num momento da cidade em obras gerou um transtorno enorme porque a gente precisa fazer mais baldeação. A gente gasta um tempo enorme e o Bilhete Único não atende”, apontou. Para ela, isso gera uma se-gregação espacial da cida-de, ou seja, uma parcela da população tende a ser exclu-

ída ou ter seu trajeto dificul-tado a determinadas áreas.

Marina é uma das tantas usuárias de um serviço de-ficitário. Com as novas mu-danças, ela também enfren-ta dificuldade para utilizar o Bilhete Único. “Eles dizem que a gente ganha uma pas-sagem, mas quem realmen-te ganha? É o mesmo em-presário do transporte. O Bilhete Único é um acordo entre a Prefeitura e os em-presários de ônibus. A redu-ção das linhas de ônibus faz o mesmo: facilita a vida das empresas de ônibus porque eles devem ganhar mais com isso”, completou.

PREFEITURA RESPONDESegundo a Secretaria Mu-nicipal de Transportes (SM-TR), a redução das linhas de ônibus “foi criada para dar mais organização ao uso das faixas preferenciais pa-ra ônibus, reduzir o interva-lo entre as linhas e o número de veículos emitindo gases poluentes, além de melhorar a fluidez no trânsito, o tempo de deslocamento e, sobretu-do, o conforto dos usuários do transporte público”.

Redução de linhas de ônibus dificultou integração com o Bilhete Único

Quando cheguei para pegar o segundo ônibus, já tinha passado o tempo do Bilhete Único

Carla de Souza, do Recreio dos Bandeirantes

Stefano Figalo / Brasil de Fato

Stefano Figalo / Brasil de Fato

Cidades | 7Rio de Janeiro, 15 a 18 de outubro de 2015

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A presidenta Dilma Rou-sseff fez na noite desta ter-ça-feira (13) seu mais du-ro discurso contra a tentati-va da oposição, combinada com o presidente da Câma-ra dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de abrir um processo de impeach-ment. Em pronunciamen-to no congresso da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em São Paulo, ela de-safiou seus opositores a pro-varem que existe algum fa-to jurídico contra sua con-duta pessoal. “Eu me insur-jo contra o golpismo e suas ações conspiratórias. Quem tem força moral, reputa-ção ilibada [pura] e biogra-fia limpa para atacar minha honra? Quem?”, indagou.

Dilma também decidiu su-bir o tom após decisão do Supremo Tribunal Fede-ral (STF) de barrar tempora-riamente a manobra traçada por Eduardo Cunha para tra-mitação de um eventual pro-cesso de afastamento. O STF, por meio dos ministros Teori Zavascki e Rosa Weber, con-cedeu três liminares suspen-dendo todos os procedimen-tos anunciados por Cunha em resposta à questão de ordem feita por deputados de oposição, em setembro, quando questionaram como deveria ser o trâmite do pedi-do de afastamento.

Com as manifestações do STF, Eduardo Cunha tem agora duas opções: aceitar e dar encaminhamento aos pedidos ou arquivá-los, sem

Dilma reage e chama impeachment de “golpe”Governo obtém liminares no Supremo que impedem Cunha de levar adiante estratégia de afastamento da presidenta

Pedro Rafael Vilela, de Brasília (DF)

possibilidade de que a opo-sição apresente recurso da decisão em plenário. As li-minares ainda serão julga-das pelo plenário do Supre-mo nas próximas semanas.

REJEIÇÃO DAS CONTASPartidos de oposição querem agora apresentar novo pe-dido de impeachment e in-cluir denúncias de que o go-verno continuou praticando as chamadas “pedaladas fis-cais” em 2015. Governistas foram à tribuna da Câmara para rebater a insistência. “É

bom que a população saiba o que são essas famosas pe-daladas. Tentar cassar a pre-sidenta Dilma porque ela au-mentou os pagamentos do Bolsa Família e as políticas sociais é uma grande piada de mau gosto”, afirmou o de-putado Jorge Solla (PT-BA).

Em entrevista ao Brasil de Fato, o advogado Igor Tama-sauskas avalia que o proces-

so de cassação do manda-to presidencial por conta de rejeição das contas causa-ria uma insegurança jurídica nas instituições do país. “Em 2012, 30% dos municípios em São Paulo tiveram suas con-tas rejeitadas. Imagina se is-so abre precedente para cas-sação de mandato. Vai fragi-lizar as nossas instituições e vamos regredir muito na

nossa história política insti-tucional brasileira”, aponta.

O deputado Jorge Solla ain-da ironizou a articulação dos partidos de oposição para barrar o mandato de Dilma, enquanto se calam diante das graves revelações contra o presidente da Câmara, que segue no cargo. “Quer dizer que desviar dinheiro para a Suíça para pagar as contas da esposa de Eduardo Cunha, pode, agora pagar o Bolsa Fa-mília é motivo de impeach-ment?”, questionou, em re-ferência às novas denúncias contra Eduardo Cunha. Do-cumentos do Ministério Pú-blico da Suíça, comprovam que Cunha e seus familiares mantiveram ao menos qua-tro contas bancárias no pa-ís europeu, com saldos que somavam mais de R$ 23 mi-lhões, oriundos de propina desviada da Petrobrás. Quase 50 parlamentares de sete par-tidos assinaram representa-ção contra ele no Conselho de Ética da Câmara, que po-de levar à cassação do seu mandato parlamentar.

Dilma aumentou o tom contra manobras

arquitetadas por Cunha

Antônio Cruz / Agência Brasil

Eu me insurjo contra o golpismo e suas ações conspiratórias

Dilma Rousseff, presidenta

Brasil | 9Rio de Janeiro, 15 a 18 de outubro de 2015

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Os sambas de terreiro versa-vam sobre o cotidiano da co-munidade, seus personagens e histórias locais

Nos desfiles de carna-val nos anos 30 do sécu-lo passado, era comum as escolas de samba apre-sentarem, além dos sam-bas-enredo daquele ano, outros sambas que eram compostos ao longo do ano pelos compositores da escola. Eram os cha-mados sambas de terrei-ro, depois também co-nhecidos como sambas de quadra (já que os ter-reiros de terra batida, com o tempo, foram cimenta-dos). Há também quem os chame de sambas ju-ninos, pois eram feitos no meio do ano, em meses distantes do carnaval.

Geralmente, os sambas de terreiro versavam sobre o cotidiano da comunida-de, seus personagens e his-tórias locais. Também po-diam exaltar a escola, nu-ma variante do samba exal-tação. A partir de meados de década de 1970, com o processo de comercia-lização e agigantamento dos desfiles das escolas de samba, os sambas de ter-reiro foram sendo relega-dos a segundo plano, per-dendo sua importância.

NA CADÊNCIA | Diogo Coelho

Sambas de Terreiro: uma tradição que ficou no passado

SEM RENOVAÇÃOEm alguns casos, passa-ram a ser apenas “sambas de esquenta” antes dos desfiles, ou, nos ensaios nas quadras, servem para animar o público enquan-to o samba enredo do ano não entra em cena. Com essa perda de prestígio, deixaram de ser compos-

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AGENDA DA SEMANA

O quê: Evento conta com declamação de poemas, exibição de vídeos, livros, fanzine, lambe-lambe, apresentações teatrais, bate-papo e até microfone aberto.Onde: Praça do Federal, Bairro Valverde - Nova Iguaçu.Quando: Sexta (16), às 19h.Quanto: 0800

O quê: Exposição conta a trajetória do Banco do Brasil no contexto da história econômica e financeira do país.Onde: Centro Cultural Banco do Brasil – Rua Primeiro de Março, 66 – Centro.Quando: De quarta a segunda, das 9h às 21h. Até 31 de dezembro.Quanto: 0800

O quê: A retrospectiva pelos 40 anos de carreira do artista apresenta cem ilustrações publicadas em livros infanto-juvenis.Onde: Cidade das Artes - Avenida das Américas, 5.300 – Barra da Tijuca. Quando: De ter a dom, das 10h às 18h. Até 8/11.Quanto: 0800

O quê: O artista apresenta dez pinturas em acrílica sobre tela com referência à arte de efeitos visuais, como ilusão de ótica, e abstrata, destacando linhas e formas geométricas.Onde: Centro Cultural Candido Mendes – Rua da Assembleia, 10 – Centro.Quando: De seg a sex, de 12h às 19h.Quanto: 0800

O quê: Batalha de MC’s conta com diversas atrações de rap e hip hop, como Válvula de Skape, Drope THC e Karioka. Onde: Praça do Skate - Av. Dr. Mario Guimarães, Centro – Nova Iguaçu.Quando: Domingo (18), 16h. Inscrições no local, a partir das 15h.Quanto: 0800

O quê: Com texto e música de Noel Rosa, o espetáculo homenageia um dos mais talentosos compositores cariocas de toda a MPB.Onde: Centro Cultural Correios – Rua Visconde de Itaboraí, 20, Centro.Quando: Qui a dom, 19h. Até 13 de dezembro.Quanto: R$ 20.

A Noiva do Condutor

Sarau Valverde - Brincadeira é Coisa Séria

Batalha do Kwanza

Rui de Oliveira – Traços de uma história

Átila Toledo – Beira-Mar

O Banco do Brasil e sua história

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tos novos sambas de ter-reiro: os sambas hoje to-cados são os já consagra-dos. Não há renovação.

Em 2006, por iniciati-va do Noca da Portela, a Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro chegou a promover um concur-so de sambas de quadra. Mas não vingou. É uma pena que essa tradição já não exista mais.

Sambas de terreiro perderam a importância na década de 1970

10 | Cultura Rio de Janeiro, 15 a 18 de outubro de 2015

Page 11: Brasil de Fato RJ - 128

Muitas vezes já ouvimos falar que “brasileiro é bon-zinho”, “não sabe lutar por seus direitos” e frases bem parecidas. No entanto, se buscarmos saber um pou-co mais sobre nossa histó-ria, vemos que não é bem assim. Ao longo dos últimos séculos, homens, mulheres, negros, negras, indígenas, camponeses, estudantes e operários, do e no Brasil, so-nharam com um país me-lhor para a maioria. E ousa-ram dedicar suas vidas para a conquista desse sonho.

São essas histórias de re-sistência que o Núcleo Pi-ratininga de Comunicação (NPC) quer resgatar com seu livro-agenda recém-lançado, que tem como te-ma Lutadores e lutadoras na história do Brasil. Há dez anos, o NPC vem publi-cando materiais como este, que servem como uma im-portante fonte de informa-ção e formação para quem os tem em mãos. É como se fosse um livro didático que, a cada dia, apresenta um pedacinho da nossa histó-ria. Já abordamos assuntos como as lutas das mulhe-res, a história da América Latina e a comunicação dos trabalhadores. Agora, em 2016, apresentamos, a cada página, dois ou mais bravos combatentes. São nomes como o de Dandara, Nísia Floresta, Chico Prego, San-to Dias, Tião Carpinteiro,

Livro-Agenda apresenta personagens das histórias de luta do BrasilTer em mãos esse material é essencial para fortalecer a organização dos trabalhadores

Sheila Jacobdo Rio de Janeiro (RJ)

José Porfírio, Ana Rosa Ku-cinski e tantos outros.

O objetivo é resgatar alguns personagens históricos des-conhecidos, fazer com que outros não caiam no esque-cimento e incentivar os lei-tores a conhecerem um pou-co mais sobre essas e tantas outras trajetórias. Queremos, também, que o material sirva de inspiração para o momen-to atual, marcado por tanta intolerância, tanta manifes-tação de ódio e tanto ataque aos direitos dos trabalhado-res e dos mais pobres.

EXTENSA PESQUISAO Livro-Agenda do NPC de 2016 é resultado de uma ex-tensa pesquisa em livros, biografias, sites, jornais, fil-mes e documentários, além de indicações feitas por com-panheiros. Também conta-mos com a gentil colabora-ção de pesquisadores e mi-litantes de referência no pa-ís inteiro. Eles tiveram a di-fícil tarefa de apresentar, em poucas linhas, um breve pa-norama de lutas como o mo-vimento feminista, o movi-mento negro e as resistên-

Livraria Antonio Gramsci A agenda “Lutadores e

lutadoras na história do Brasil” custa R$ 25,00 e pode ser comprada no Centro do Rio ou pela in-ternet. Interessados po-dem ir à Livraria Anto-nio Gramsci, que fica na

Rua Alcindo Guanaba-ra, 17, térreo, Cinelândia. Também enviamos para o país inteiro. Basta fazer os pedidos pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (21) 2220-4623.

O objetivo é resgatar alguns personagens históricos desconhecidos, e fazer com que outros não caiam no esquecimento

cias dos escravos. Também há, na abertura dos me-ses, artigos sobre a luta pe-la distribuição de terra, as várias formas de combate à ditadura civil-militar brasi-leira e muitos outros aspec-tos desse grande mosaico de lutas e histórias.

Sheila Jacob é professora e jornalista do

Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC).

Cultura | 11Rio de Janeiro, 15 a 18 de outubro de 2015

Page 12: Brasil de Fato RJ - 128

Essa pergunta era feita pelo saudoso Dicró em um de seus sambas. Depois da pergunta, ele emendava a resposta: “Aluguei um ca-minhão, vou levar a famí-lia pra praia de Ramos”.

Quem escuta essa mú-sica hoje pode até estra-nhar ter uma praia em Ramos, mas deve pro-curar saber quantos são os bairros que possuíam praias em torno da Baía de Guanabara.

Meus pais chegaram a frequentar a praia de Ra-mos. Já eu frequentei a de São Conrado, que mesmo longe da Baía, sempre im-própria para banhos, e des-de que me conheço por gen-te as duas praias mais boni-tas (em minha opinião) são impraticáveis para banho. Falo das praias do Flamen-go e a de Botafogo.

Se a Baía de Guanaba-ra um dia for tratada co-mo deve ser, a população, além de ganhar mais de 20 quilômetros de praia, vai ter o prazer que tiveram os mais velhos, pois vai poder mergulhar com segurança em um cenário com o Pão de Açúcar de fundo.

A FIM DE PAPO | Mc LeonardoMário Augusto Jakobskind

A tragédia ocorrida em um hospital de Kunduz, no Afeganistão, em que um bombardeio aéreo provo-cou 22 mortos, entre pacien-tes e médicos, inclusive do grupo Médicos sem Frontei-ras, é realmente um “crime de guerra”, como conside-rou a Organização das Na-ções Unidas (ONU).

E, o que é ainda pior, os res-ponsáveis pelo atendimen-to médico do hospital avi-saram às partes envolvidas nos combates na região que o hospital deveria ser poupa-do. Além de o apelo não ter sido levado em conta, quan-do os bombardeios se inicia-ram houve mais avisos que não foram atendidos.

A lamentável ocorrência merece algumas reflexões em termos de cobertura da mídia hegemônica nacio-nal e internacional, algo bem oportuno e que ajuda a en-tender melhor o fenômeno da manipulação da informação.

Foi visível o pouco desta-que dado à tragédia, provo-cada, ao que tudo já indicava em um primeiro momento, pela Força Aérea dos Estados Unidos, que operava na região quando houve o bombardeio.

Cobertura sobre o bombardeio ao hospital dos Médi-cos Sem Frontei-ras ajuda a enten-der o fenômeno da manipulação da informação

Praia em Madurei-ra é a “política do pão que o diabo amassou no circo pegando fogo”!

Domingo de sol, adivinha pra onde nós vamos?

PRAIA EM MADUREIRA?Realizar obras que levam praia aonde não se tem, tendo tanto a fazer pelas praias existentes no Rio de Janeiro, é algo que bei-ra o deboche.

Desde o Império Roma-no que se fala na tal “po-lítica do pão e circo”. Pois

se é essa a política que va-mos ter que aceitar na ci-dade, que ela seja feita de maneira mais eficaz.

Que esse “pão e circo” não seja de mentira, e que as pessoas não tenham dificuldades para chegar a qualquer bairro que te-nha praia de verdade.

Sinceramente, para mim a inauguração de uma praia em Madureira é a “política do pão que o dia-bo amassou no circo pe-gando fogo”!

mesmo hospital tivesse sido desativado, ficando os afe-gãos da região atingida sem hospitais de emergência?

Menos de 24 horas antes, os mesmos jornalões e no-ticiários de televisão proce-deram de outra forma em relação ao bombardeio aé-reo da Rússia a alvos terro-

Tragédia com cobertura jornalística tendenciosa

ristas, incluído o Estado Is-lâmico, na Síria.

Desta vez, o noticiário, com base em fontes do Pentágo-no, revelava com estardalha-ço que os caças russos atin-giram civis, tendo sido apre-sentados vídeos com crian-ças feridas. Vídeos questio-náveis quanto à relação com os bombardeios de caças rus-sos. O desmentido de Moscou apareceu de forma secundá-ria, quase de passagem.

VERSÃO DA OTANOu seja, a verdade do Pentá-gono reinou absoluta, mas a versão russa ficou em segun-do plano. Prevaleceu a versão estadunidense e da Organi-zação do Tratado do Atlânti-co Norte (OTAN), que se limi-ta a criminalizar o Presidente sírio Bashar al Assad, como o grande e único vilão do con-flito no país árabe.

Tais fatos dão bem a ideia de como caminha a mídia hegemônica, tanto em ter-mos de cobertura interna-cional, como a nacional e a da área econômica.

Mário Augusto Jakobskind é do Conselho Editorial

do Brasil de Fato RJ

Divulgação

COBERTURA BUROCRÁTICAFoi uma cobertura burocrá-tica em que os editores evi-taram, de todas as formas, incriminar os Estados Uni-dos, apesar das evidências. Podem imaginar o que fa-riam esses editores se even-tualmente a Rússia fosse responsável por um bom-bardeio em um hospital? E que algumas horas depois o

População ganharia 20 Km de praia com tratamento da Baía

12 | Opinião Rio de Janeiro, 15 a 18 de outubro de 2015

Page 13: Brasil de Fato RJ - 128

Mousse de chocolateBOA E BARATA

Ingredientes

• 3 ovos

• 200g de chocolate meio amargo

• 2 colheres (sopa) de açúcar

• 1 lata de creme de leite

Modo de preparo

Bata as gemas até dobrarem de volume. Junte o açúcar e continue batendo. Derreta o chocolate e acrescente à ge-mada. Junte o creme de leite, batendo sempre. Por fim, as claras em neve (bem batidas mesmo) misturando rapida-mente na batedeira. Adicione, se quiser, licor de cacau para dar um gostinho suave (pode ser 3 ou 4 colheres de sopa). Leve à geladeira e sirva-se!

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Amiga da saúde, se há tanta necessidade de doação de sangue, por que se colocam tantos empecilhos e muitas pessoas não podem doar?

Milton, 42 anos, motorista

AMIGA DA SAÚDE

Dúvidas sobre saúde? Encaminhe e-mail para [email protected] / [email protected]

Tempo de preparo20 minutos

Rendimento10 porções

MANDE SUA [email protected]

Caro Milton, apesar de a doação sanguínea ser ne-cessária para salvar vidas, ela não deve colocar a saú-de de ninguém em risco. Algumas contraindicações são para proteção do doa-dor, como pressão arterial alterada, desnutrição, ci-rurgias recentes, gestação etc. Outras são para evitar transmissão de doenças, como aplicação recente de piercings ou tatuagens, se-xo desprotegido, extração de dentes em menos de se-te dias, etc. O sangue doa-do é examinado, mas algu-mas doenças ficam um pe-ríodo sem aparecer nos tes-tes após a infecção. Assim,

uma pessoa que tenha si-do exposta a alguma situ-ação de risco recente não deve doar sangue. Para os doadores é fornecido ates-tado, aceito em todo o ter-ritório nacional, possibi-litando a todos se afastar do trabalho para realizar esse ato de solidariedade.

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Sofia Barbosa Coren MG 159621-Enf

Variedades | 13Rio de Janeiro, 15 a 18 de outubro de 2015

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14 | Variedades

Cheia 27/10

LUA DA SEMANANOVA

FASES DA LUA

O equilíbrio está acentuado no campo financeiro. Preze por uma alimentação balanceada.

Se souber aquilo que realmente quer, irá ultrapassar os obstáculos que poderão surgir.

Deixe que a juventude do seu espírito se irradie através do seu corpo. Não gaste mais do que pode.

Seja mais carinhoso com a pessoa amada. O tempo é de muita lealdade e reflexão.

Tempo de muita nostalgia. Não seja envergonhado e demonstre todos os seus sentimentos.

Pronuncie boas palavras, elas são a manifestação dos nossos pensamentos. Procure paz espiritual.

Tente não andar muito tenso. Tenha mais determinação e trabalhe seu espírito de iniciativa.

Evite os problemas e as discussões. Essa nunca foi nem será a melhor forma de resolver as questões.

Lute sempre pela sua felicidade, não se deixe vencer pelos obstáculos. Procure praticar esportes.

Poderá surgir um crescimento inesperado do seu poder material. Encare os desafios como oportunidades.

Esteja atento a tudo o que o rodeia. Fale apenas a respeito de coisas boas e belas.

Permita que a sua relação seja mais liberal. É tempo de poder, prosperidade, riqueza e abundância.

Minguante 3/11

Nova Até 19/10

Crescente 20/10

Rio de Janeiro, 15 a 18 de outubro de 2015

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O futebol brasi-leiro não é pior que o do Chile. Só está um século atrasado. E, se depender da dire-ção do nosso fu-tebol, ficará dois

TOQUES CURTOS | Bruno Porpetta

O bobo e o arcaico

Ricardo Cassiano / PCRJ

Rafael Ribeiro/CBF

O cavaleiro brasilei-ro Rodrigo Pessoa, de 42 anos, cogita se aposentar após os Jogos Olímpicos do Rio 2016. Ele declarou, em coletiva na Sociedade Hípica Paulista, que pre-tende, após a Olimpíada, pensar em outras ativida-des que ele gostaria de fa-zer, mas não tem tempo.

Esta possível despedi-da aconteceria após uma marca importante na car-reira do cavaleiro e na his-tória olímpica brasileira. Pessoa, caso confirme sua participação em 2016, dis-putará sua sétima edição dos Jogos, quebrando re-corde que pertencia, além dele próprio, ao iatista Tor-ben Grael e ao mesatenista Hugo Hoyama, que dispu-taram os Jogos seis vezes.

BINÓCULO

A nova ordem mundial do futebol é o famoso “não existe mais bobo”. Dian-te dessa premissa, um ad-versário como a Venezue-la se torna um páreo duro, no qual vencer por 1 a 0 já é uma bênção.

A entrevista coletiva da-da pelo meia Willian, da seleção, é desesperadora. Significa o reconhecimen-to implícito de que não as-sustamos mais ninguém. A camisa da seleção brasi-leira pesa, mas o time está muito aquém desse peso.

O “não existe mais bobo” no futebol é uma desculpa esfarrapada para resultados bisonhos. Mas também é um reflexo do que se tornou o futebol, um jogo de corre-corre, uma disputa entre jo-gadores fortes, altos e ápi-dos. A técnica só vem em segundo plano, além da su-premacia da tática.

Uma boa estratégia de jogo pode decidir mais que várias individualida-des. O jogo coletivo preva-lece, enquanto um punha-do de bons jogadores, que não formam um time, so-fre. Este é o Brasil de hoje, o Brasil de Dunga.

Temos, sem dúvida, vários bons jogadores. Muitos de-les se destacam nos melho-res campeonatos da Europa, são titulares de suas equipes,

mas o vazio de inspiração na seleção não se dá por culpa deles. Não temos treinador. Não temos jogo coletivo.

Dunga, por mais que via-je a jogos pelo mundo, não passa de mais um “torce-dor” à beira do campo. ão vai além da escola de trei-nadores em que o “vamos lá, vamos lá” e o “pega, pe-ga, pega” é o máximo que conseguem produzir. Ou o “joga bola no craque e ele

No último final de sema-na, aconteceu o evento-tes-te das competições de mou-ntain bike (MTB), em De-odoro. Diferentemente do BMX, onde as reclamações sobre a pista tomaram con-ta da opinião dos atletas, no MTB foram só elogios.

A competição foi vencida

Mountain Bike passa no teste olímpico

Evento-teste da modalidade recebeu elogios de atletas e dirigentes

pela italiana Eva Lechner no feminino e pelo suíço Nino Schurter no masculi-no. O único motivo de recla-mação foi o calor excessivo, que chegou a 35ºC durante a prova. Com relação à pista, nenhum problema foi apon-tado pelos atletas.

Dirigentes como Peter Van Den Abeele, diretor de provas de estrada da União Ciclística Internacional (UCI), e Paul Da-vis, gerente de competições de MTB do Rio 2016, ficaram ex-tremamente satisfeitos com to-dos os aspectos da prova. (BP)

Dunga é o atraso no nosso futebol, exaltando valores ao invés do jogo

O Brasil voltou da Coreia do Sul com a segunda colocação no ranking geral de meda-lhas dos Jogos Mundiais Mi-litares. Na avaliação do Bri-gadeiro Carlos Augusto Ama-ral, diretor desportivo do Mi-nistério da Defesa, os objeti-vos foram cumpridos.

Brasil é bem avaliado nos Jogos Mundiais MilitaresSegunda colocação no ranking de medalhas cumpre objetivos traçados

A meta traçada pelo Minis-tério era estar entre os cinco primeiros no ranking. O Bra-sil conquistou 34 ouros, 26 pra-tas e 24 bronzes, ultrapassando a China por duas medalhas de ouro de vantagem. A Rússia li-derou com folga o ranking, com 59 ouros, 43 pratas e 33 bronzes.

Atletas e dirigentes ficaram satisfeitos com as condições da pista

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O grande destaque da de-legação brasileira, compos-ta por 282 atletas que disputa-ram 24 modalidades, foi a na-tação, que trouxe 28 medalhas para o país, sendo 10 de ouro, uma a menos que os chineses. O judô trouxe 11 medalhas, sendo cinco ouros. (BP)

Recorde e despedida?

resolve”. Isso para não fa-lar do fator comportamen-tal que define convoca-ções e escalações.

Ou seja, o futebol brasilei-ro não é pior que o do Chile. Só está um século atrasado. E a depender da direção do nosso futebol, ficará dois.

Enquanto isso, reduzi-mos nossa mediocridade ao “não existe mais bobo no futebol”. Existe, sim. Os bobos somos nós.

Esportes | 15Rio de Janeiro, 15 a 18 de outubro de 2015

Page 16: Brasil de Fato RJ - 128

16 | Esportes

Fla leva 3 a 0 do Figueira e se complica

Eficiência do Flu derrota São Paulo

Boas notícias para o Vasco na quarta-feira

O Vasco recebe nesta quinta-feira (15) a Chape-coense, em uma disputa direta na fuga da zona de rebaixamento, no Mara-canã, às 19h30.

No treino de quarta-feira (14), a novidade ficou por conta do trabalho normal

do atacante Eder Luis, que passou por duas cirurgias no joelho e está afastado dos gra-mados desde o início do ano. Ele ainda não deve entrar em campo para substituir o sus-penso Jorge Henrique.

Além disso, a rodada desta quarta-feira foi perfeita pa-

ra o Vasco. O Figueirense, mesmo que ruim na ta-bela, venceu o Flamengo e o Avaí foi derrotado pe-lo Sport, por 3 a 0. Uma vi-tória coloca o Vasco a ape-nas três pontos do primei-ro time fora da zona de re-baixamento. (BP)

São Paulo cria várias oportunidades, mas Flu mata o jogo e faz 2 a 0

O Fluminense recebeu o São Paulo no Maracanã pre-cisando vencer para afastar de vez qualquer possibilida-de de rebaixamento. De for-ma eficiente, conseguiu fa-zer 2 a 0 no tricolor paulista.

O jogo marcava o retor-no de Fred, Cícero e Gus-tavo Scarpa ao time, já que eles estiveram fora da der-rota contra o Santos por 3 a 1, na Vila Belmiro, antes da paralisação para os jogos das eliminatória para a Co-pa de 2018.

O time carioca provou a famosa máxima de que fu-tebol é bola na rede. Mesmo com menos posse de bola e criando menos chances de gol, o Flu foi certeiro e con-seguiu derrotar o São Paulo.

No primeiro tempo, o São Paulo conseguiu contro-lar a bola e assustou o golei-ro Diego Cavalieri com um belo chute por cobertura de Paulo Henrique Ganso, que

Bruno Porpettado Rio de Janeiro (RJ)

acertou o travessão.Apesar de toda a posse de

bola do São Paulo, foi o Flu que abriu o placar. Aos 30 minutos do primeiro tempo, após co-brança de escanteio vinda da esquerda do ataque tricolor, Fred se antecipou à marcação e fuzilou de cabeça.

Após o intervalo, mal deu tempo para os times se ajus-tarem em campo. Aos três minutos, uma bola foi lan-çada pela direita do ataque

Brasileirão 201530a RODADA

Classificação Série A

Nelson Perez / Fluminense

tricolor para Marcos Júnior, que cortou o zagueiro e ba-teu com curva no ângulo. Um golaço!

Depois do segundo gol, o São Paulo tentou ter mais ati-tude e partir para cima do Flu. Até criou boas chances, mas seus atacantes esbarra-vam na boa marcação, ou na falta de pontaria, o que dei-xou o placar do mesmo jeito e aliviou os nove mil torcedo-res presentes no Maracanã.

Fred comemora mais um gol com a camisa tricolor do Flu

O Flamengo foi a Flo-rianópolis (SC) enfren-tar o Figueirense, que não vencia há cinco jogos em casa, buscando seguir na luta pela vaga na Liberta-dores da América.

O time catarinense, que luta para não cair, foi pa-ra cima do rubro-negro. O Flamengo, muito acuado, não conseguia produzir nada ofensivamente, dan-do campo para o Figuei-rense manter a pressão.

A persistência do Fi-gueira deu resultado. Aos 21 minutos, após Cante-ros escorregar e dar a bo-la de graça para o ataque alvinegro, ela foi rolada para Clayton, que bateu no canto de Paulo Victor e abriu o placar.

O jogo não mudou muito a partir do gol. O Fla continuava sem ins-piração e pouco produ-zia. No segundo tempo, o time ensaiou uma me-lhora, mas praticamen-te só chegava com chutes de fora da área.

Tamanha inoperân-cia foi castigada mais uma vez, aos 20 minu-tos da etapa final. Clay-ton aproveitou uma so-bra de bola após rebatida mal feita por Everton e empurrou para as redes, marcando o seu segundo gol no jogo.

O Fla se desorganizou novamente e virou presa fácil do Figueira, que aca-bou ampliando, com Du-du tocando no canto com categoria, aos 42 minutos.

O próximo desafio do Fla será no Maracanã, no domingo (18), às 16h, con-tra o Internacional. (BP) Zona de classificação para Libertadores

Zona de rebaixamento para Série B

3 X 0

X

2 X 2Qua 14/10

21h

Qua 14/1021h

Qua 14/1021h

Qui. 15/1019h30

Qua 14/1021h

Sab. 3/1021h

Qua 14/1019h30

Qua 14/1019h30

Qui. 15/1019h30

Qui. 15/1021h

2 X 1

3 X 0

2 X 0

0 X 1

3 X 1

X

X

AVA

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CAP

CHA

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CFC

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FIG FLA

FLU

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P J V SGCorinthians 61 29 18 26Atlético-MG 59 30 18 22Grêmio 52 29 15 16Santos 46 29 13 14São Paulo 46 30 13 4Palmeiras 45 30 13 13Flamengo 44 30 14 -3Internacional 44 30 12 -3Ponte Preta 44 30 11 2Sport 43 30 10 12Fluminense 40 30 12 -6Atlético-PR 39 30 11 -3Cruzeiro 38 30 10 1Chapecoense 34 29 9 -8Figueirense 34 30 9 -13Avaí 33 30 9 -19Coritiba 33 30 8 -11Goiás 31 29 8 -1Vasco 27 29 7 -29Joinville 27 30 6 -14

Rio de Janeiro, 15 a 18 de outubro de 2015