brasil de fato rj - 133

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RIO DE JANEIRO Ano 3 | edição 133 9 a 11 de novembro de 2015 distribuição gratuita Cidades | pág. 5 Brasil | pág. 9 Washington Possato Beth Carvalho: “Me considero uma socialista” Sambista comenta seus 50 anos de carreira, temas políticos e conta a história de um encontro com Fidel Castro ENTREVISTA EXCLUSIVA Entrevista | pág.4 OCUPAÇÕES Sem moradia digna, trabalhadores ocupam edifícios vazios com o apoio da Frente Internacionalista dos Sem- Teto (FIST). Atualmente, a cidade do Rio conta com 367 mil prédios abandonados e quase 400 mil famílias sem casa. | Cidades l pág. 7 Jovem fala sobre protesto contra Cunha Estudante que jogou dólares em Cunha, iago Pará diz que a juventude quer o deputado fora do Congresso Petroleiros em greve fazem atos em defesa da Petrobrás Os trabalhadores reivindicam aumento salarial, melhores condições de trabalho e saem em defesa da Petrobrás. Os empregados são contra a venda de ativos da estatal | Stefano Figalo / Brasil de Fato Mídia Ninja

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Page 1: Brasil de Fato RJ - 133

RIO DE JANEIRO

Ano 3 | edição 133

9 a 11 de novembro de 2015 distribuição gratuita

Cidades | pág. 5

Brasil | pág. 9

Was

hing

ton

Poss

atoBeth Carvalho: “Me

considero uma socialista”Sambista comenta seus 50 anos de carreira, temas políticos e conta a história de um encontro com Fidel Castro

ENTREVISTA

EXCLUSIVA

Entrevista | pág.4

OCUPAÇÕES Sem moradia digna, trabalhadores ocupam edifícios vazios com o apoio da Frente Internacionalista dos Sem-Teto (FIST). Atualmente, a cidade do Rio conta com 367 mil prédios abandonados e quase 400 mil famílias sem casa. | Cidades l pág. 7

Jovem fala sobre protesto contra CunhaEstudante que jogou dólares em Cunha, Thiago Pará diz que a juventude quer o deputado fora do Congresso

Petroleiros em greve fazem atos em defesa da PetrobrásOs trabalhadores reivindicam aumento salarial, melhores condições de trabalho e saem em defesa da Petrobrás. Os empregados são contra a venda de ativos da estatal |

Stefano Figalo / Brasil de Fato

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inja

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EDITORIAL

Segunda-feira, 9 de novembro, Rio de Janeiro, Brasil

º C | F26Pancada de

chuva

PREVISÃO DO TEMPO

EXPEDIENTE

Desde 1º de maio de 2013

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora com edições regionais em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. O Brasil de Fato RJ circula todas as segundas e quintas-feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais.

CONSELHO EDITORIAL:Alexania Rossato,Antonio Neiva (in memoriam), Joaquín Piñero, Kleybson Andra-de, Mario Augusto Jakobskind, Nicolle Berti, Rodrigo Marcelino, Vito Giannotti (in memoriam)

EDIÇÃO:Vivian Virissimo (MTb 13.344)

SUB-EDIÇÃO:André Vieira e Fania Rodrigues

REPORTAGEM:Bruno Porpetta e Pedro Rafael Vilela

REVISÃO: Sheila Jacob

COLUNA SINDICAL: Claudia Santiago

FOTÓGRAFO: Stefano Figalo

ESTAGIÁRIO: Victor Ohana

ADMINISTRAÇÃO: Carla Guindani

DISTRIBUIÇÃO: Kleybson Andrade

DIAGRAMAÇÃO: Juliana Braga

TIRAGEM MENSAL: 200 mil exemplares

(21) 4062 [email protected]

Essa lei pode resultar na criminalização dos movimentos sociais e limitar as liberdades fundamentais

A escalada repressora aos movimentos populares no Brasil pode ganhar mais um instrumento devastador. Não bastassem os aparatos trucu-lentos do Estado, representa-do pelas polícias, agora po-demos ter uma lei que vai tipificar os protestos sociais como ato terrorista.

O Projeto de Lei 101/2015 já havia sido aprovado na Câmara dos Deputados e agora acaba de ser modifi-cado para pior no Senado.

ONU PROTESTAO absurdo é tão grande que até mesmo relatores da Or-ganização das Nações Uni-das (ONU) alertaram que

Protestar pode ser considerado terrorismo

esse projeto gera confusão na sua interpretação. Essa lei pode resultar na crimi-

nalização dos movimentos sociais e limitar as liberda-des fundamentais.

Para a ONU, “quando leis

voltadas para a promoção da segurança podem afetar as liberdades fundamen-tais, os Estados devem sem-pre assegurar que os prin-cípios de necessidade, pro-porcionalidade e não dis-criminação sejam inteira-mente respeitados”.

MOVIMENTOS SOCIAISNessa mesma linha, entida-des ligadas à defesa dos di-reitos humanos, persona-lidades, intelectuais, cen-trais sindicais e movimen-tos sociais como UNE, MST, MTST, UBM, Conic, entre outros, lançaram um mani-festo contra a lei antiterroris-mo. Segundo eles, a proposta

representa um grande retro-cesso para os direitos de par-ticipação política no Brasil.

Como o projeto foi modifi-cado pelos senadores, a ma-téria volta à Câmara dos De-putados, onde as alterações poderão ser acatadas ou re-jeitadas. Caso os deputados rejeitem as alterações do Se-nado, o texto originalmente aprovado na Câmara é o que se tornará lei.

É preciso direcionar a pres-são à Camara dos Deputados para ao menos tentar ameni-zar esse absurdo jurídico que joga na lata do lixo todos os avanços democráticos con-quistados nos últimos anos em nosso país.

2 | Opinião Rio de Janeiro, 9 a 11 de novembro de 2015

Page 3: Brasil de Fato RJ - 133

Agên

cia

Bras

il

trabalho: uma série de ví-deos da cidade para seu show, algo parecido ao que já foi feito nas cidades de Londres e Rio de Ja-neiro. Segundo informa-ções do site Cuba Deba-te, no ano que vem a ban-da Rolling Stones vai rea-lizar um show na capital cubana, no final da turnê sul-americana.

Divulgação

Mulheres da CUT participam de encontro

Dirigentes sindicais da CUT realizaram semana passada o 6º Encontro Na-cional - Fortalecimento Político das Mulheres pa-ra a Igualdade no Mundo do Trabalho e a Autonomia Econômica. Mais de 50 di-rigentes, de 20 estados, de-bateram o feminismo no mundo sindical, diagnos-ticando os problemas de base e sugerindo propos-tas para avançar na luta das mulheres. O objetivo é fortalecer as trabalhadoras para a implementação da paridade de gênero na di-reção nacional da CUT.

SINDICALpor Claudia Santiago

Divulgação

Divulgação

Mick Jagger participa de documentário sobre Cuba

O vocalista da banda Rolling Stones, Mick Jag-ger, participa de documen-tário sobre Cuba, que será exibido pelo canal BBC, da Inglaterra. O diretor de ci-nema Julien Temple e a es-trela cubana de balé Carlos Acosta também fazem par-te do projeto.

Jagger está em Havana e também prepara outro

Juliana Paes partici-pou da campanha Outu-bro Rosa, sobre a preven-ção do câncer de mama. A atriz também doou pe-rucas para pacientes de quimioterapia.

Luana Piovani ques-tionou o racismo sofrido por Taís Araújo nas redes. A atriz ainda reclamou que já foi xingada na internet e nin-guém saiu em sua defesa.

mandoumal

mandoubem

+ VENENO A ministra da Agricultura, Kátia Abreu (PMDB), quer legalizar mais agroquímicos. Ela quer agilizar o registro de venenos que ainda estão em fase de pesquisa. O Brasil já é o país que mais consome agrotóxicos no mundo.

Empresa de energia entra em greve

Os trabalhadores da Em-presa de Pesquisa Energé-tica (EPE), subordinada ao Ministério de Minas e Energias (MME), entraram em greve semana passa-da, por tempo indetermi-nado. Os funcionários pe-dem correção salarial dos trabalhadores pelo índice de inflação. Na quarta-fei-ra (4), os trabalhadores rea-lizaram um ato em frente a empresas. Eles também protestam contra contra-tação de pessoas com car-gos comissionados, ou seja, sem concurso público.

FRASE DA SEMANA

manifestou o escritor e teólogo Leonardo Boff.

“Deus está sendo usado para encobrir lavagem de dinheiro público”

Bryan Adams

Geral | 3Rio de Janeiro, 9 a 11 de novembro de 2015

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André Vieirado Rio de Janeiro (RJ)

Denunciado por possuir contas em bancos na Suí-ça que somam R$ 5 milhões de dólares não declarados, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), passou por um momento inusitado na últi-ma quarta-feira (4). Durante uma entrevista coletiva à im-prensa em Brasília, o parla-mentar foi surpreendido por uma chuva de dólares fal-sos com seu rosto impresso nas notas. O Brasil de Fato conversou com o estudante Thiago Pará, de 26 anos, inte-grante do Levante Popular da Juventude e secretário-geral da UNE, um dos responsáveis pela intervenção que jogou os dólares em cima do deputado.

Brasil de Fato - Por que vo-cês fizeram esse ato? Thiago Pará - Fizemos a ação para chamar a atenção da sociedade e romper o cerco da mídia conservadora com o objetivo de levar a mensa-gem de que, no dia 13 de no-vembro, teremos um ato de rua pelo Fora Cunha. Eduar-do Cunha representa o que há de pior na política brasi-leira do ponto de vista ético. Basta ver as denúncias dos cinco milhões de dólares em contas secretas na Suíça e do seu envolvimento na corrup-ção da Petrobrás. Além dis-so, ele também lidera a ban-cada que visa retirar direi-tos dos jovens, dos negros, das mulheres, dos indígenas conquistados nos últimos anos. São alguns dos moti-vos que nos levaram a fazer essa ação.

“Não vamos descansar até que ele caia”, diz jovem que jogou dólares em Cunha

Lula Marques Mídia Ninja

Thiago Pará, do Levante Popular da Juventude, fala sobre o movimento que pede a saída do presidente da Câmara

Brasil de Fato - Em que con-texto se dá a intervenção da chuva de dólares? Foi uma ação pensada den-tro do Levante Popular da Juventude e se insere em um processo que estamos cha-mando de “Jornada Nacional de Lutas pelo Fora Cunha”.

Brasil de Fato - Por que a ju-ventude pede o Fora Cunha?A juventude está desacredi-tada da política feita nos ga-binetes aqui em Brasília, es-se é um primeiro ponto. Edu-ardo Cunha se transformou em símbolo do conservado-rismo. Boa parte dos jovens é contrária a esse tipo de po-lítica que restringe o direito ao aborto legal e aos métodos anticoncepcionais, que pede a redução da maioridade pe-nal, dentre outros pontos.

Brasil de Fato - Após a chu-va de dólares, Cunha acu-sou você de ser um militan-te contratado para agredir e intimidá-lo. Diferentemente dele, não temos qualquer tipo de es-quema para garantir mi-lhões de dólares para fi-nanciar qualquer ativida-de. Nós fazemos parte de um movimento social de jovens que tem uma políti-ca de autossustentação, fa-zendo rifas, festas e contri-buindo individualmente.

Brasil de Fato – Vocês e ou-tra integrante do Levante fo-ram presos. Vocês ficaram intimidados com a prisão? Quem ficou intimidado foi o próprio Eduardo Cunha. Pro-va disso foi a expressão de-le no momento em que joga-

mos os dólares falsos e tam-bém a reação dele de nos en-viar de forma truculenta para a delegacia. Vamos seguir nas ruas contra Eduardo Cunha. Não vamos descansar en-quanto ele não sair da presi-

dência da Câmara e tiver seu mandato cassado. Já estamos organizando outras ações até o dia 13 de novembro, quan-do faremos um ato nacional pedindo a cassação do atual presidente da Câmara.

Eduardo Cunha representa o que há de pior na política brasileira do ponto de vista ético

Jovem que jogou dólares em Cunha fala sobre o que o motivou

Contas com saldo de milhões geram suspeitas contra presidente da Câmara

4 | Entrevista Rio de Janeiro, 9 a 11 de novembro de 2015

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Fania Rodriguesdo Rio de Janeiro (RJ)

Beth Carvalho recebeu o Brasil de Fato para uma en-trevista exclusiva. Depois de ficar doente e internada por meses, ela está de volta. Ani-mada e em boas condições de saúde, Beth fala da come-moração dos 50 anos de car-reira, de política e a história de um encontro célebre com o líder da Revolução Cubana, Fidel Castro.

Brasil de Fato – Quando vo-cê olha para a sua história, desde as rodas de samba na casa do Tom Jobim, passan-do pelos festivais, as inúme-ras músicas gravadas, até os últimos sucessos, do que mais se orgulha?Beth Carvalho - O prazer de estar vivendo tudo isso. De ter bebido da água da fonte de grandes compositores, co-mo Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Marcos Vale, Dorival Caymmi, Caetano Veloso, Gil-berto Gil e tanta gente boa. Es-sa foi uma geração espetacu-lar. Mas também bebi muito na fonte do samba tradicional do Nelson Sargento, Carto-la, Nelson Cavaquinho, Mar-tinho da Vila, João Nogueira...

Brasil de Fato – Você com-pleta, atualmente, 50 anos de carreira. O que preparou para comemorar?Já estou comemorando. Fiz um show com meus grandes sucessos. Antes de escolher

Beth Carvalho celebra 50 anos de carreiraA diva do samba volta aos palcos para comemorar com seus fãs

as músicas fizemos uma lista com 80 sucessos. Eram mui-tas, não dava para entrar to-das, então selecionei 25 e são essas que canto no show dos 50 anos de carreira.

Brasil de Fato – Aqui no Rio terá algum show popular nessas comemorações?Provavelmente vamos fa-zer um show no Parque Ma-dureira, porque a gravação do meu último DVD foi fei-ta lá. Ainda não temos data. A gente vai comemorar es-ses 50 anos desde agora até o ano que vem, porque come-cei tarde, em setembro. En-tão tenho direito a comemo-rar até o próximo setembro.

Brasil de Fato – A música Vou Festejar, gravada por você, foi utilizada em uma manifestação da direita contra o governo Dilma. O que achou disso?Fiquei indignada. É muita falta de informação utilizar uma música que significou tanto para a esquerda. Vou Festejar sempre foi emprega-

da em momentos de protes-tos contra a direita. No entan-to, a direita teve a cara de pau de utilizar essa música em uma manifestação deles. Fiz uma crítica severa a isso e es-pero que eles não usem mais.

Brasil de Fato – Na entrada da sua casa há retratos do Che Guevara e Hugo Chávez. Vo-cê já chegou a se encontrar com alguns dos líderes políti-cos que admira?Sim. Com Fidel Castro, Hugo Chávez, Leonel Brizola, Dar-cy Ribeiro, que foi meu vizi-nho em Maricá, com Nicolas Maduro [presidente da Vene-zuela], João Pedro Stédile.

Brasil de Fato – Como foi o en-contro com o Fidel Castro?Foi maravilho. Fui para Cuba junto com alguns artistas de uma novela que estava pas-sando na época (1994), pa-ra cantar em um programa de televisão. E tivemos um encontro com o Fidel, que a gente não esperava.

Brasil de Fato – Do que você se lembra desse encontro?Vou contar agora o momento mais importante da minha vida. Fidel perguntou quem tinha uma nota de 1 real. Eu tinha. Ele pegou a cédu-la e disse: “Essa nota não tem cheiro, não vale nada”. E con-tou uma história. “Quando o Che Guevara era ministro da Economia, o peso cuba-no não valia nada. Mas, daí ele assinou uma nota de pe-so cubano e com essa nota

nós construímos um hospi-tal”. Fidel então pegou a nota de um real e falou: “Agora as-sina Beth”. Assinei e ele disse: “Agora essa nota vale”.

Brasil de Fato – Beth, você é comunista?Me considero uma socialista. O comunista é algo que vai mais além. A gente ainda não conseguiu chegar lá.

Brasil de Fato – E como vo-cê vê o conservadorismo e os radicalismos hoje?Fico muito triste, muito apa-vorada e com muito medo dessa adoração ao militaris-mo que algumas pessoas cul-tivam. Estão fazendo a apo-teose do golpe militar. Uma coisa de doido. Essas pessoas não têm noção do que foi a di-tadura militar no Brasil.

Bebi muito na fonte do samba tradicio-nal do Nelson Sar-gento, Cartola, Nel-son Cavaquinho, Martinho da Vila, João Nogueira

Beth afirma que deve fazer show popular no Parque Madureira

Washington Possato

Cidades | 5Rio de Janeiro, 9 a 11 de novembro de 2015

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André Vieirade Nova Iguaçu (RJ)

Aqueles que interpretaram a bíblia foram os que fizeram a doutrinação contra os gays

Marcos Gladstone, pastor

Na contramão de muitas religiões que colocam a ho-mossexualidade como uma doença, um grupo de evan-gélicos tem utilizado a fé co-mo ferramenta para comba-ter o preconceito. Fundada pelo casal de pastores Mar-cos Gladstone e Fabio Iná-cio, a Igreja Contemporâ-nea surgiu em 2006 em um pequeno sobrado no bair-ro da Lapa, no Rio de Janei-ro. Hoje, além de igrejas na capital, a religião tem filiais na baixada fluminense e em estados como São Paulo e Minas Gerais.

A diferença da Contempo-rânea para outras denomi-nações evangélicas não es-tá no culto, mas no público que frequenta a igreja. Por ali, gays, lésbicas e travestis podem expressar sua crença sem serem desrespeitados por sua orientação sexual. “Pensava que eu era o úni-co gay no mundo que ama-va Jesus. Mas não era. Fun-damos nossa igreja de uma forma muito simples, mas aos poucos foram chegando mais pessoas e tivemos que abrir outras igrejas”, conta o pastor Marcos Gladstone, pouco antes de subir ao al-tar da filial da igreja em No-va Iguaçu.

O líder religioso explica que a razão para a maior parte do público ser de homossexu-ais é o fato de estes serem re-jeitados em outras igrejas. Pa-

Fundada por casal gay, igreja prega o amor sem preconceitos

“Jesus nunca condenou a homossexualidade”

ra o pastor, a discriminação praticada por algumas religi-ões é fruto de uma má inter-pretação da bíblia. “Jesus ama todas as pessoas sem precon-ceitos e nunca condenou a ho-mossexualidade. Aqueles que interpretaram a bíblia foram

os que fizeram a doutrina-ção contra os gays. Jesus nun-ca estava entre os fariseus, os maiorais. Ele estava com os cegos, com os doentes, com as prostitutas, com aqueles que são excluídos”, critica.

SEM PRECONCEITOIntegrante da Igreja Contem-porânea, a funcionária pú-blica Marcele Almeida, de 28 anos, considera que a cha-mada “cura gay” pregada por algumas igrejas é, na verda-de, uma falta de respeito. “Eu congregava em outro lugar, mas sofria muito com as lon-gas horas de sessão para me ‘curar’. Decidi sair dessa igre-ja aos 17 anos e me assumi lés-bica. Aqui na Contemporânea sou respeitada”, conta.

Frequentada por casais gays, Igreja Contemporânea utiliza a fé como ferramenta para combater o preconceito

Stefano Figalo / Brasil de FatoStefano Figalo / Brasil de Fato

Stefano Figalo / Brasil de Fato

Igreja Contemporânea foi fundada pelos pastores Marcos Gladstone (foto) e Fabio Inácio

6 | Cidades Rio de Janeiro, 9 a 11 de novembro de 2015

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Depois de ocupar o prédio em 2004, nos unimos aos movimentossociais e percebe-mos que o proble-ma da moradianão é só nosso

Evelyn Clemente, da FIST

Evelyn Clemente, de 49 anos, nunca teve casa pró-pria. O dinheiro que ganha-va como camelô e depois co-mo trabalhadora de um bu-ffet, mal dava para o susten-to da família. Hoje ela mora em uma ocupação na Praça da Cruz Vermelha, no Cen-tro do Rio, com duas filhas e o marido. O apartamen-to humilde não tem mais do que 6m², mas para Evelyn esse é seu palácio.

“Esse prédio estava aban-donado há muitos anos. O dono devia mais de 800 mil reais em impostos e foi a lei-lão várias vezes. E a gente pagando um aluguel absur-do”, afirma Evelyn. Ela faz parte da Frente Internacio-nalista dos Sem-Teto (FIST) e assim como milhares de pessoas, vive em ocupação no Rio de Janeiro.

“Depois de ocupar o pré-dio em 2004, nos unimos aos movimentos sociais e percebemos que o problema da moradia não é só nosso. Fomos tomando consciên-cia de outras questões tam-bém”, destaca a moradora. Hoje a luta é para melhorar as condições de vida das 32 famílias que moram nes-sa ocupação, chamada de Betinho, em homenagem a Herbert de Sousa.

CASA SEM GENTESegundo o coordenador da FIST, o advogado André de Paula, o Rio de Janeiro acu-mula um dos maiores nú-meros de edifícios fechados.

Prédios abandonados viram moradia de famílias humildesFIST afirma que esse ano completa 5 anos sem despejos em ocupações no Rio

Fania Rodriguesdo Rio de Janeiro (RJ)

“Atualmente há 367 mil pré-dios abandonados na cidade. A maioria na região central. Existem tantos imóveis vazios quanto pessoas precisando de casa”, ressalta o coordenador da FIST. O movimento defen-de que não pode haver gen-te sem casa enquanto houver casa sem gente.

Esse é o caso de Lucia-ne Gaudino da Silva, de 33 anos, que mora na Ocupação Betinho, depois que seu espo-so perdeu o emprego e a fa-mília ficou sem casa. O casal e os três filhos foram despeja-dos por falta de pagamento do aluguel.

“Sem lugar para morar os cinco fomos parar na casa da minha mãe, que morava em um pequeno quartinho no Centro”. Depois que con-seguiu um espaço na ocu-pação, Luciane ganhou no-vo ânimo e viu sua vida me-lhorar. Hoje ela está termi-nando a faculdade de Peda-gogia e já trabalha em uma escola como estagiária.

Há 10 anos, as 32 famílias da Ocupação Betinho batalham na Justiça o direito de perma-necer no prédio. Este é mes-mo caso da Ocupação Fidel Castro, na Lapa. As 30 famí-lias, que moram lá há quatro, vivem sob ameaça de despejo.

“Dia 4 de novembro saiu uma decisão judicial que vai definir a desocupação ou nossa permanência”, explica o morador Anderson Batis-ta do Nascimento. Deficien-te visual, Anderson vive com cinco irmãos, a mãe e três so-

brinhos, em um apartamen-to de dois cômodos de 7m².

AUMENTA O DÉFICIT Luciane e Evelyn represen-tam a história de mais de 6 milhões de brasileiros que não possuem casa própria, segundo o Senso de 2010.

No Rio, cresceu a falta de

moradia nos últimos anos. A estimativa é que faltam cer-ca de 397 mil casas, no esta-do, segundo a pesquisa so-bre o Déficit Habitacional Brasileiro da Fundação João Pinheiro, feita em parceria com o Ministério das Cida-des, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Programa das Nações Uni-das para o Desenvolvimento (PNUD), com dados de 2012.

No ano anterior faltavam 376 mil domicílios. Entre-tanto, os dados do Senso de 2010 mostram que naque-le ano o déficit habitacional era de 220 mil casas.

Mesmo o Programa Mi-nha Casa Minha Vida não conseguiu conter o aumen-to por falta de moradia. No Rio de Janeiro a especulação imobiliária, provocada pelos grandes eventos, como a Co-pa e as Olimpíadas, agrava ainda mais a situação.

Não pode haver gente sem casa enquanto houver casa sem gente

Stefano Figalo / Brasil de Fato

Stefano Figalo / Brasil de Fato

Anderson, morador da Ocupação Fidel Castro, luta pelo direito à moradiaLuciane Gaudino sonha com uma vida melhor para sua família

Cidades | 7Rio de Janeiro, 9 a 11 de novembro de 2015

Page 8: Brasil de Fato RJ - 133

Putin tem 89% de aprovação

Segundo uma pesquisa da Fundação Opinião Pú-blica, 85% dos russos ava-liam positivamente a ges-tão de Vladimir Putin.

A popularidade do presi-dente subiu 2% em compa-ração com setembro. Além disso, 86% dos entrevista-dos responderam que con-fiam no presidente. A pesquisa também in-cluía a pergunta “em quem você votaria se as eleições fossem realizadas no pró-ximo domingo?”. 74% dos entrevistados escolheram Putin, seguido pelo liberal Vladimir Zhirinovsky, com 4%, e o comunista Guen-nadi Ziuganov, com 3%. A consulta foi realizada no dia 25 de outubro. (Abr)

EM FOCO

Divulgação

Divulgação

Divulgação

MEIO AMBIENTE A França proibiu o uso de sacolas plásticas descartáveis. A medida passa a valer a partir do dia 1º de janeiro de 2016. Segundo o Ministério da Ecologia francês, 75% das descargas de resíduos no mar são de plástico.

Nos dias 4 e 5 de novembro de 2005, foi realizada a IV Cú-pula das Américas, na cidade argentina de Mar del Plata.

Na ocasião, os presidentes do continente, liderados por Hugo Chávez, Néstor Kir-chner e Lula, disseram não ao tratado de livre comércio proposto pelos Estados Uni-dos. A chamada Área de Li-vre Comércio das Améri-cas (Alca) estabelecia regras comerciais que favoreciam apenas os Estados Unidos e seus empresários.

10 anos do não à Alca

A derrota da Alca inaugu-rou uma nova etapa, muito mais independente, nas re-lações comerciais e políticas entre os países da América Latina e os Estado Unidos.

Depois disso, esses países alcançaram um longo perí-odo de crescimento e distri-buição de renda. No Brasil, 40 milhões de pessoas saí-ram da pobreza. Na Argen-tina, a pobreza atingia 54% da população, em 2003. Em 2008 esse índice era de 27% e, em 2012, era de 19%. (Abr)

Divulgação

Uma empresa canadense chamada DataWind prome-te fazer um celular de baixo custo com acesso a internet, e-mail e aplicativos como Facebook e WhatsApp. O sis-tema operacional será feito com programas livres, sem custo, como o Linux.

As primeiras vendas serão realizadas na Índia, mas a expectativa é que o produto chegue a outros mercados,

como o Brasil por exemplo. Essa companhia canadense já fabrica o tablet mais bara-to do mundo, vendido a R$ 175, também na Índia.

O aparelho não conta-rá com tecnologias super-modernas, justamente por-que o fabricante optou pe-los baixos custos de produ-ção. Porém, ele chega com a promessa de levar internet a milhões de pessoas. (Abr)

Smartphone mais barato do mundo custará R$ 55

8 | Mundo

Novo smartphone tem potencial para popularizar uso da internet no mundo

Movimentos sociais da América Latina derrotaram proposta dos EUA de livre comércio

Rio de Janeiro, 9 a 11 de novembro de 2015

Page 9: Brasil de Fato RJ - 133

do Rio de Janeiro (RJ)

Não existe a pos-sibilidade de fal-tar gás de cozi-nha e combustível para os setores estratégicos da sociedade

Emanuel Cancella, do Sindipetro

Divulgação/FUP

Divulgação/FUP

Antonio Cruz/ Agência Brasil

Barragem rompe em Minas Gerais

O rompimento de duas barragens da mineradora Samarco, empresa da Va-le do Rio Doce, foi respon-sável pela morte de, ao me-nos, uma pessoa; pelo de-saparecimento de dezenas; e pela inundação do distri-to de Bento Rodrigues, em Minas Gerais.

Em greve em todo o país, os trabalhadores da Petrobrás têm intensificado as ações com o objetivo de dialogar com a população e pressio-nar a empresa para que nego-cie com a categoria. Ao todo, 17 sindicatos ligados à Fede-ração Única dos Petroleiros (FUP) e à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) aderi-ram à paralisação.

Entre as pautas de rei-vindicações, além de ques-tões trabalhistas, um pon-to é central na mobilização: a defesa da maior empre-sa brasileira, a Petrobrás. “A greve está bastante forte em todo o Brasil e está cres-cendo. Nossa greve é con-

O sindicato Metabase con-testa o número de mortes e avalia que os desapareci-dos podem chegar a mais de uma centena. “São toneladas de lama, um vilarejo desapa-receu. De 620 pessoas, as in-formações que temos é que 500 foram localizadas. No lo-cal havia pelo menos quatro equipes de trabalhadores, que não tinham menos de 10 pessoas cada”, diz Jerônimo

Castro, do Metabase.Entidades sociais avaliam

que o rompimento não foi um mero acaso ou aciden-te. Pelo contrário, ele pode-ria ter sido evitado. “Não é um acidente, é um aconte-cimento de total responsa-bilidade das empresas”, afir-ma Marcio Zonta, membro do Movimento Nacional pe-la Soberania Popular Frente à Mineração (MAM).

Organizações sociais denunciam responsabilidade da empresa

Petroleiros continuam em greveCategoria denuncia perseguição aos dirigentes sindicais

André Vieirade Nova Iguaçu (RJ)

tra a venda de ativos (ações da empresa), contra o des-monte da Petrobrás”, afirma Emanuel Cancella, secretá-rio-geral do Sindicato dos Petroleiros do Rio (Sindipe-tro) e da FNP.

Apesar dos rumores, Can-cella garante que a popula-ção não terá os serviços es-senciais afetados com a pa-ralisação. “Não existe a possi-bilidade de faltar gás de cozi-nha e combustível para os se-tores estratégicos da socieda-de, isso é uma questão de hon-ra para a gente. Queremos que a greve seja sentida no bol-so dos investidores. São esses que vão reclamar do governo porque vão ver que os seus lu-cros vão diminuir”, comple-menta Cancella.

CONCLUSÃO DE OBRASSegundo Simão Zanardi, pre-sidente do Sindipetro Caxias e diretor da FUP, a conclusão de três obras também consta

na lista de reivindicação. “São três obras fundamentais pa-ra a geração de empregos no país: a fábrica de fertilizantes no Mato Grosso do Sul, a Re-finaria Abreu e Lima em Per-nambuco e o Comperj no Rio de Janeiro. Além de gerar em-

pregos, a conclusão dessas obras vai reforçar nossa sobe-rania”, cobrou o sindicalista.

PERSEGUIÇÃOPara Zinardi, além da dificul-dade nas negociações com a empresa, a greve tem sido

marcada por perseguição à categoria. “Estamos sofren-do um ataque aos dirigentes sindicais. Vários companhei-ros nossos estão sendo presos por fazer greve e estão sendo enquadrados como crimino-sos”, denuncia.

Greve já atinge todo o país e se posiciona em defesa da Petrobrás

Zé Maria, coordenador da FUP, em ato da greve na Reduc, em Duque de Caxias

Brasil | 9Rio de Janeiro, 9 a 11 de novembro de 2015

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Samba perdedor alcançou con-sagração muito maior do que o samba escolhi-do para o desfile

Em 1975, o Império Ser-rano fez seu enredo em homenagem a Zaquia Jor-ge, vedete do teatro de re-vista. No ano de 1950, ela era a proprietária do úni-co teatro de rebolado do subúrbio carioca: o Tea-tro de Revista Madureira, no bairro que dava nome ao local.

Zaquia ficou conheci-da como a estrela de Ma-dureira, ou a vedete do subúrbio. Morreu afoga-da na praia da Barra da Tijuca em 1957, no auge de sua carreira, com ape-nas 33 anos. A famosa música “Madureira cho-rou” foi composta em sua homenagem.

O que pouca gente sabe é que a música “Estrela de Madureira”, composta por Acyr Pimentel e Ubiraja-ra Cardoso, e eternizada na voz de Roberto Ribeiro, era, na verdade, um sam-ba-enredo derrotado na escolha do hino que o Im-pério Serrano levaria para a avenida na homenagem de 1975. A letra, com os cé-lebres versos “E o trem de luxo parte / para exaltar a sua arte / que encantou Madureira”, caiu na graça do povo.

NA CADÊNCIA | Diogo Coelho

Estrela de Madureira: samba derrotado brilhou

SAMBA CONSAGRADOO samba escolhido na qua-dra da Verde e Branco de Madureira para represen-tar a escola naquele ano foi o de autoria do compositor Avarese. A música chegou

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AGENDA DA SEMANA

O quê: Filme conta a história de mãe que vê filho hiperativo sendo expulso do reformatório por ter incendiado a cafeteria local e ferido um garoto. Onde: Anfiteatro Gustavo Dutra da UFRRJ – BR 465, km 7, Seropédica.Quando: Quarta-feira (11), às 19h.Quanto: 0800

O quê: Fotógrafo Marcelo Cavalcanti refaz fotografias de Augusto Malta, retratando a história da cidade do Rio de Janeiro. Onde: Centro Cultural Light – Avenida Marechal Floriano, 168, Centro.Quando: De segunda a sexta, de 10h às 17h. Até 20/11.Quanto: 0800

O quê: O show Dida Nascimento e Convidados reúne artistas da Baixada que participaram do cenário reggae, com uma sonoridade bastante original.Onde: Rua Dom Adriano Hipólito, 10, Moquetá, Nova Iguaçu.Quando: Terça-feira (10), às 20h.Quanto: R$ 10 (R$ 5 meia).

O quê: Misturando teatro, cinema, performance e artes visuais, o espetáculo conta a vida de jovens cujas vidas foram atravessadas pelo atual sistema político. Onde: Espaço Sesc Copacabana – Rua Domingos Ferreira, 160, Copacabana.Quando: Ter a sáb, 21h. Dom, 20h. Até 29/11.Quanto: R$20.

A floresta que anda

Borboletário Fiocruz

Dida Nascimento

Mommy

Augusto Malta Revival

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SUGESTÕES:[email protected]

Invictus

O quê: Longa-metragem fala sobre a trajetória de Nelson Mandela após sua eleição como presidente da África do Sul. Onde: Museu Ciência e Vida – Rua Ailton da Costa, Jardim Vinte e Cinco de Agosto, Duque de Caxias.Quando: Quinta (12), às 14h30.Quanto: 0800

O quê: Único na cidade, o borboletário é ornamentado por plantas e habitado por curiosas espécies de borboletas.Onde: Borboletário Fiocruz – Avenida Brasil, 4365, Manguinhos.Quando: Ter a sex, de 9h às 16h30 (c/ agendamento). Sáb, de 10h às 16h (livre)Quanto: 0800

a ser gravada até por Jame-lão, que lançou um disco cantando todos os sambas--enredo de 1975. O trecho final da letra dizia: “O pas-sado é presente / e neste teatro-passarela / Ela res-plandece novamente / Ba-leiro-bala / Grita o menino assim / Da Central a Madu-reira / É pregão até o fim”.

O samba que entrou para a história e até hoje é can-tado nas rodas, porém, foi o derrotado, gravado depois por Roberto Ribeiro. De-ve ser caso único na histó-ria em que o samba perde-dor alcançou consagração muito maior do que o sam-ba escolhido para o desfile.

Letra homenageia Zaquia, vedete do teatro de revista

10 | Cultura Rio de Janeiro, 9 a 11 de novembro de 2015

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A fraternidade e as memó-rias são os temas que condu-zem o espetáculo “Irmãos de sangue”, uma criação da companhia franco-brasileira Dos à Deux. Com dramatur-gia, direção, coreografia e ce-nário de André Curti e Artur Luanda Ribeiro, a peça faz duas únicas apresentações na Arena Abelardo Barbosa, no dia 10 novembro (terça), às 19h e 21h, com entrada gra-tuita. Depois de mais de du-as décadas na França, a Cia. Dos à Deux passou a ter du-as sedes há quatro anos, sen-do uma Paris e outra no Rio – onde reformaram um cortiço de 1846 no bairro da Glória. O lugar é a sede do grupo no Brasil e está se estabelecendo como um espaço para abri-gar residências artísticas.

Em “Irmãos de sangue”, o grupo retoma o tema da família que esteve presen-

te nos dois trabalhos ante-riores: “Saudade em terras d’água” (Prêmio do públi-co no Festival de Avignon, em 2005) e “Fragmentos do desejo” (Prêmio Shell 2010 na categoria “Especial”). Em cena, André Curti e Ar-tur Luanda Ribeiro condu-zem uma coreografia ges-

tual precisa ao lado dos ato-res Raquel Iantas e Daniel Leuback. Em uma atmosfe-ra onírica, a peça investiga os laços fraternos e os con-flitos que marcam a convi-

vência familiar. A história se passa no centro das relações entre três irmãos e sua mãe, alternando momentos entre o passado e o presente.

No cenário, o minimalis-mo foi trabalhado de for-ma orgânica e mutável por Curti e Ribeiro. Poucos ele-mentos materiais, como uma mesa e uma grande gangorra, evocam memó-rias fraternais e a presença da mãe. Como nas criações

Local: Arena Abelardo Barbosa (Rua Soldado Elizeu Hipólito, 138 - Guaratiba)Tel.: (21) 3404-7980Quando: 10 de novembro (terça), às 19h e 21hLotação: 330 lugares Entrada franca

A história se passa no centro das relações entre três irmãos e sua mãe, alternando momentos entre o passado e o presente

Irmão de sangue na Arena Abelardo BarbosaApós sucesso de crítica e público, peça faz duas apresentações gratuitas na terça-feira (10)

do Rio de Janeiro (RJ)

anteriores, a música origi-nal de Fernando Mota se funde na dramaturgia ges-tual, sublinhando o não-di-to e o amor fraternal incon-dicional.

O espetáculo foi indica-do ao Prêmio Shell 2014 em quatro categorias (Ator, Di-reção, Cenário e Ilumina-ção). Foi vencedor nas cate-gorias “Melhor Cenário” e “Melhor Ator”, este dividido entre Curti e Ribeiro.

IRMÃOS DE SANGUE

Mesa e uma grande gangorra

evocam memórias fraternais e a

presença da mãe

Espetáculo foi indicado ao Prêmio Shell 2014 em

quatro categorias

Em Irmãos de sangue, o grupo retoma o tema da família

Xavier Cantat Renato Mangolin

Renato Mangolin

Cultura | 11Rio de Janeiro, 9 a 11 de novembro de 2015

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Do mesmo diretor de Cortina de Fumaça, Ar-mados e O Estopim, vem aí Olympia, um filme so-bre a corrupção e opres-são exercida por políticos nos dias atuais. O filme retrata diferentes países, mas já que ano que vem tem Olimpíadas no Rio, essa historia não deve fi-car muito longe daqui.

INDEPENDENTEOlympia dificilmente vai receber patrocínio de al-guma marca. Até porque seu diretor, Rodrigo Mac Niven, não pediu e nem vai pedir apoio público ou privado. O cinema que ele tem feito só é possível ser realizado de uma ma-neira, e essa maneira en-volve você que está lendo esse texto agora.

Conheci Rodrigo ao as-sistir “Cortina de Fuma-ça” em 2011. Mas, nos aproximamos mesmo no filme O Estopim, que con-tou o que aconteceu com o Amarildo, na Rocinha.

TALENTO Peço a quem não assistiu a nenhum dos filmes de Ro-drigo, que o faça, pois to-dos estão disponíveis na internet. Tenho certeza

“Olympia”, o Filme

que depois de assistir vo-cê vai entender mais ain-da o que estou falando.

Rodrigo não é mais um maluco com uma câmera na mão e uma ideia na ca-beça. Ele tem um talento estrondoso e está cercado de pessoas criativas e ha-bilidosas. Alguma coisa me diz que esse será o melhor entre todos os seus filmes, pois agora vai poder con-tar com todos nós. Confira: www.catarse.me/olympia

A FIM DE PAPO | Mc Leonardo

Olympia é um filme sobre a corrupção e opressão exercida por políticos nos dias atuais

12 | Opinião

Levantamento recente do IBGE mostra que a presen-ça de brasileiros no Facebook não para de crescer. Hoje, 92 milhões de pessoas acessam a rede todos os meses. Esta-mos falando de nada mais nada menos do que 45% da população brasileira.

O lado positivo dessa for-te inclusão digital contrasta com um preço a pagar pelo progresso: o uso da rede para cometer crimes, com desta-que para os cometidos con-tra a honra.

O anonimato, apesar de não ser total – é possível, com tempo e dinheiro, desmasca-rar qualquer perfil falso –, é difícil de ser quebrado. Além da necessidade de autoriza-ção judicial para rompê-lo, há que contratar peritos etc, a menos que a agressão seja notória e tipificada em lei, co-mo no caso do racismo.

MOÇA DO TEMPOO caso envolvendo, Maju Coutinho, a “moça do tem-po” revela o quão grande é a dificuldade de localizar e pu-nir criminosos digitais. Ape-sar da grande notoriedade que o caso ganhou, com mais de uma reportagem no maior telejornal do país, acabou fi-cando tudo por isso mesmo.

Porém, o caso de Taís é dife-rente dos outros porque a dele-gacia especializada conseguiu identificar um grupo de 30 pessoas, do Rio e de São Paulo, que se reuniu por meio de um grupo no WhatsApp para pro-mover ataques contra Taís.

Isso só ocorreu porque um dos envolvidos, um jovem de 18 anos, de São Paulo, postou

Caso Taís Araújo tem potencial para conter racismo

um comentário no Facebook dizendo que não tinha medo de ser identificado e postou o nome completo e o CPF. Atra-vés dele, a polícia identificou o grupo. A arrogância do tal “jovem de 18 anos” ironica-mente pode permitir a pri-meira apreensão de crimino-sos racistas.

LEI CAÓO importante neste momen-to, portanto, é não relaxar, não desistir, pois, até aqui, a Lei Caó, que definiu os crimes re-sultantes de preconceito de raça ou de cor no país, pratica-mente não tem sido usada.

É muito cedo para dizer que o caso Taís Araújo dará em alguma coisa. Porém, se essa quadrilha de três deze-nas de pessoas for desbara-tada, o Brasil poderá assistir à primeira punição de verda-de ao racismo em toda a sua história. Sim, por incrível que pareça não há notícia de al-

guém ter ido parar na cadeia por crimes racistas.

A imagem de dezenas de pes-soas sendo condenadas crimi-

nalmente e, no limite, amargan-do uma temporada atrás das grades, faria justiça à maioria afrodescendente do povo brasi-leiro. Não seria pouco, pois não?

Eduardo Guimarães é blogueiro

Se essa quadrilha de três dezenas de pessoas for desbaratada, o Brasil poderá assistir à primeira punição de verdade ao racismo em toda a sua história

Eduardo Guimarães

Rio de Janeiro, 9 a 11 de novembro de 2015

Page 13: Brasil de Fato RJ - 133

Chips de pão sírioBOA E BARATA

Ingredientes• Pão sírio

• Mistura de temperos

• Sal

• Azeite

Modo de preparoCorte o pão sírio em pequenos

triângulos, como se corta pizza. Separe as duas faces do pão pa-ra que os chips fiquem bem cro-cantes, distribua-os em uma as-sadeira, pincele azeite sobre as fatias, salpique sal e o tempero (alho, cebola e sal desidratados, por exemplo). É possível usar ou-tras combinações, como alho e alecrim, ou até uma versão do-ce com açúcar mascavo e cane-la. Leve ao forno pré-aquecido a 200 ºC por 10 minutos.

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Olá amiga da saúde, vejo que atualmente é muito comum as pessoas terem dor de estômago. Por que isso acontece?

Paola Braga, 29 anos, educadora infantil

AMIGA DA SAÚDE

Dúvidas sobre saúde? Encaminhe e-mail para [email protected] / [email protected]

Tempo de preparo15 minutos

Rendimento3 porções

Querida Paola, para um bom funcionamento do nosso sistema digestivo, al-gumas coisas são funda-mentais: escolher bem os alimentos, mastigar direi-to, fazer intervalos de no máximo três horas entre as refeições e evitar situa-ções de estresse. Entretan-to, vivemos numa socieda-de que não favorece a boa alimentação. Nesses dias de hoje, as pesso-as são muito explo-radas no trabalho e é praticamente im-possível escapar da correria e do estres-se. Isso faz com que muitas pessoas aca-bem se descuidando

da alimentação e da saú-de e tenham problemas de estômago, além de tan-tos outros. O uso exagera-do de agrotóxicos nos ali-mentos também contri-bui para dores de estôma-go e nos predispõem a do-enças como câncer, gas-trites e úlceras.

Sofia Barbosa Coren MG 159621-Enf

DICA DE: Juju na Cozinha

fb.com/receitasjujunacozinha

Variedades | 13Rio de Janeiro, 9 a 11 de novembro de 2015

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14 | Variedades

Nova 11/11

LUA DA SEMANAMINGUANTE

Crescente19/11

Minguante Até 10/11

Cheia 25/11

FASES DA LUA

Seja honesto consigo próprio e com a pessoa que ama, pois a verdade melhora o relacionamento.

Poderá sentir que a pessoa amada está distante, mas não será nada tão alarmante.

A pessoa amada andará mais carinhosa, o relacionamento pode ficar ainda mais harmonioso.

Dar-se excessivamente pode ser um defeito e não uma qualidade. Não sofra as dores do outro.

Lembre-se de que o casamento também tem o seu lado positivo. Não seja precipitado nas suas decisões.

Cuidado com o que fala, poderá magoar alguém. Se pretende investir financeiramente, esta é a hora.

Tenha mais confiança em si próprio e cuide da sua aparência. Tente aliviar o stress que traz acumulado.

Evite discussões com a pessoa amada. Dê valor ao seu trabalho, e só terá a ganhar com isso.

Não abuse da sorte, trate a pessoa amada como gostaria de ser tratado. A semana é de bem-estar.

Seja carinhoso com a pessoa amada. Sua competência não vai passar despercebida no trabalho.

O amor ideal nunca será o adequado à sua realidade. Enfrente as suas dúvidas com serenidade.

Uma pessoa que conhece há muito tempo pode converter-se em alguém muito especial.

Rio de Janeiro, 9 a 11 de novembro de 2015

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Sócrates Brasileiro Sam-paio de Souza Vieira de Oli-veira, ou simplesmente Ma-grão para aqueles que du-rante 15 anos dividiram os gramados com ele, foi um dos maiores gênios da histó-ria do futebol brasileiro.

Não bastasse sua geniali-dade em campo, Sócrates se notabilizou por sua atuação política. Ele participou da lu-ta pela redemocratização do país e, principalmente, pro-moveu uma grande reflexão sobre o papel que os operá-rios da bola têm na constru-ção de uma sociedade mais justa. Uma reflexão digna do seu “xará” grego.

A Escola Nacional Flores-tan Fernandes (ENFF), es-paço de formação intelectu-al do Movimento dos Traba-lhadores Rurais Sem-Terra (MST), batizou o seu cam-po de futebol com o nome de Sócrates. A escola fica em Guararema, no interior de São Paulo.

O campo Dr. Sócrates Bra-sileiro, fazendo jus à vida do eterno ídolo corintiano e da seleção brasileira, além de um espaço onde a bola rola-rá com alegria, também ser-ve de estímulo à reflexão.

A direção da escola vem promovendo debates políti-cos que tenham o futebol co-mo temática. Com artistas, intelectuais, torcedores, joga-dores e jornalistas debaten-do o futebol brasileiro e suas relações com a sociedade, o campo dá vida ao homenage-ado. Da mesma forma, o ho-menageado acaba por dar vi-da ao campo também.

Sócrates, o campo que produz reflexãoEscola Nacional Florestan Fernandes batiza o campo de futebol com o nome do jogador

A VIDA NO CAMPOPara dar ao campo de futebol da escola um novo espírito, al-gumas reformas serão feitas. Uma arquibancada, vestiários, gramado e outras intervenções darão ao campo Dr. Sócrates uma cara de estádio, onde pul-sa o amor pelo futebol em seu sentido mais popular.

O ciclo de debates que man-tém os vínculos ideológicos entre o MST e o Dr. Sócrates começou com Luiz Gonzaga Belluzzo, economista e apai-

xonado pelo Palmeiras. Nesta terça-feira (10), continua com Juca Kfouri, José Trajano e Lú-cio de Castro, três amantes do futebol e amigos de Sócrates.

Ao longo de 2016, as reformas no campo darão ainda mais sentido para esta união entre futebol e política. Será um local onde a paixão popular encon-trará a luta do povo brasileiro por um país mais igual, a mes-ma luta de Sócrates.

Sócrates é con-siderado um dos maiores gênios da história do futebol brasileiro

O gramado que dará vida ao campo de futebol Dr. Sócrates e suas instalações

Bruno Porpettado Rio de Janeiro (RJ)

Arquivo

Divulgação/MST

Arquivo

Sócrates, eterno ídolo corintiano

Jogador também atuou na seleção brasileira

Esportes | 15Rio de Janeiro, 9 a 11 de novembro de 2015

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16 | Esportes

Fla, enfim, volta a vencer

Gol de Dátolo corta o barato do TimãoO Corinthians, que ven-

ceu o Coritiba no Itaque-rão por 2 a 1 no sábado (7), dependia de um tropeço do Atlético-MG neste do-mingo (8) contra o Figuei-rense para se sagrar cam-peão ainda nesta rodada. Quase deu.

O Galo empatava em 0 a 0 com o time catarinense, em Florianópolis, e teve no golei-ro Victor um dos seus maio-res destaques, tamanha a quantidade de gols perdidos pelo ataque do Figueira.

Mas o Galo acabou achan-do o gol que lhe deu a vitó-

ria e, consequentemente, a chance de ainda brigar pe-lo título aos 45 do segundo tempo, com Dátolo.

O Corinthians lutará pelo título contra o Vasco, no dia 19 deste mês, em local ainda inde� nido no Rio de Janeiro. (BP)

Brasileirão 201534a RODADA

Classi� cação Série A

Paulo Fernandes/ Vasco

Jogadores comemoram o gol e veem “milagre” mais perto

O Flamengo conseguiu voltar a vencer ao derrotar o Goiás por 4 a 1 no Mara-canã. Após uma sequência negativa de sete derrotas nos últimos oito jogos, o ti-me rubro-negro volta a ba-ter um time da zona de re-baixamento.

O destaque do jogo, com dois gols e uma assistên-cia, foi Alan Patrick. Ele re-tornava de punição interna no clube após o episódio da festa em que ele, Marcelo Cirino, Paulinho, Everton e Pará foram � agrados. O grupo � cou conhecido co-mo “Bonde da Stella”.

Os outros dois gols foram de Kayke, que substituía Guerrero. O gol do Goiás foi marcado por Erik. (BP)

Zona de classi� cação para Libertadores Zona de rebaixamento para Série B

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P J V SGCorinthians 76 34 23 37Atlético-MG 65 34 20 18Grêmio 59 34 17 17Santos 54 34 15 16São Paulo 53 34 15 7Internacional 53 34 15 -1Sport 52 34 13 15Ponte Preta 50 34 13 4Palmeiras 48 34 14 10Cruzeiro 48 34 13 5Flamengo 47 34 15 -4Atlético-PR 46 34 13 -4Fluminense 43 34 13 -9Chapecoense 43 34 11 -6Figueirense 36 34 9 -15Avaí 35 34 9 -22Goiás 34 34 9 -9Coritiba 34 34 8 -16Vasco 33 34 8 -28Joinville 31 34 7 -15

Sáb. 07/11 17h

Sáb.0 7/11 19h30

Sáb. 07/10 19h30

Sáb. 07/11 21h

Dom. 08/11 17h

Dom. 08/11 17h

Dom. 08/11 17h

Dom. 08/11 17h

Dom. 08/11 18h

Dom. 08/11 19h30

1 X 0

2 X 1

2 X 1

2 X 3

0 X 2

4 X 1

2 X 1

0 X 1

0 X 0

1 X 0

AVA

CAM

CAP

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PAL

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SAN

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SPO

VAS

Vasco vence e vê sonho mais pertoVasco vence o Palmeiras no Palestra Itália por 2 a 0 e pode escapar do rebaixamento

Segundo as contas de Zi-nho, auxiliar-técnico do treinador Jorginho, o Vas-co precisaria vencer quatro dos cinco jogos restantes para seguir na primeira di-visão. Agora, faltam só três.

O Vasco mandou a lógica às favas ao derrotar o Palmeiras, em São Paulo, por 2 a 0. Fo-ram grandes as atuações de Rafael Silva e Nenê, especial-mente o segundo, que mar-caram os gols da vitória.

Nem parecia que o Pal-meiras disputava uma vaga no G-4 e, tampouco, que jo-gava em sua casa. Quem to-mou a iniciativa do jogo foi o Vasco, que já não vencia há cinco jogos e tinha uma distância de cinco pontos para o primeiro time fora da zona de rebaixamento.

Pressionando desde o iní-cio um Palmeiras apático, não demorou muito para o Vasco abrir o placar. Ainda no pri-meiro tempo, aos 34 minutos,

Bruno Porpettado Rio de Janeiro (RJ)

Nenê cobra escanteio na ca-beça de Rafael Silva, marcan-do 1 a 0 para o Vasco.

Seis minutos depois, foi Rafael Silva que brigou pe-la bola na intermediária. Ele serviu Nenê, que con-tou com o vacilo do zaguei-ro Victor Hugo para receber livre, esperar a saída do go-leiro Fernando Prass e to-car por cobertura para am-

pliar o marcador.No segundo tempo, ape-

sar do Palmeiras querer dar uma satisfação aos mais de 28 mil torcedores presentes no estádio e buscar chegar ao gol vascaíno, o Gigante da Colina foi muito seguro du-rante a partida. Sem vacilar, acabou por manter o resulta-do que o deixa a apenas dois pontos da saída da degola.

Neymar faz golaço e Barça lidera

O placar do Camp Nou já apontava 2 a 0 para o Barce-lona contra o Villareal qua-se no � nal da partida. O re-sultado dava a liderança do Campeonato Espanhol ao time catalão devido à der-rota do Real Madrid.

O jogo já estava resolvi-do, porém, aos 39 minu-tos do segundo tempo, os espectadores da vitória do Barça tiveram uma espécie de bônus. Foi um lance da-queles que, facilmente, fa-riam o público sair e pagar ingresso novamente.

Neymar recebeu passe longo de Suárez, dominou com a barriga, deu um len-çol nele próprio e no zaguei-ro de costas, girou e bateu de primeira. Um golaço para coroar a grande fase do cra-que e sacramentar o placar de 3 a 0 para o Barça. (BP)

Rio de Janeiro, 9 a 11 de novembro de 2015