brasil de fato rj - 135

16
RIO DE JANEIRO Ano 3 | edição 135 16 a 18 de novembro de 2015 distribuição gratuita Cidades| pág. 7 Divulgação Cultura | pág.11 CONFLITO Neste domingo (15), franceses prestaram homenagem às vítimas do atentado de sexta. Em entrevista ao Brasil de Fato, o cientista político Pedro Bocca descreve as origens do Estado Islâmico e comenta os interesses em disputa por potências mundiais na Síria. | Mundo l pág. 8 Ilha Grande: paraíso pertinho do Rio Saiba dicas de como gastar menos dinheiro para chegar ao local MetrôRio será processado por artistas agredidos Fotos Públicas EBC Memória Mídia Ninja Esportes | pág. 15 Cidades | pág. 4 Golaço de Neymar é uma obra de arte Mulheres exigem saída de Cunha Jogada genial do craque será lembrada por nossos netos Manifestação reuniu 5 mil pessoas na Cinelândia Vídeo que mostra a forte agressão sofrida por músicos na estação Central do Brasil teve grande repercussão nas redes sociais

Upload: brasil-de-fato-rj

Post on 24-Jul-2016

224 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

 

TRANSCRIPT

Page 1: Brasil de Fato RJ - 135

RIO DE JANEIRO

Ano 3 | edição 135

16 a 18 de novembro de 2015 distribuição gratuita

Cidades| pág. 7

Div

ulga

ção

Cultura | pág.11

CONFLITO Neste domingo (15), franceses prestaram homenagem às vítimas do atentado de sexta. Em entrevista ao Brasil de Fato, o cientista político Pedro Bocca descreve as origens do Estado Islâmico e comenta os interesses em disputa por potências mundiais na Síria. | Mundo l pág. 8

Ilha Grande: paraíso pertinho do RioSaiba dicas de como gastar menos dinheiro para chegar ao local

MetrôRio será processado por artistas agredidos

Fotos Públicas

EBC

Mem

ória

Míd

ia N

inja

Esportes | pág. 15Cidades | pág. 4

Golaço de Neymar é uma obra de arte

Mulheres exigem saída de Cunha

Jogada genial do craque será lembrada por nossos netos

Manifestação reuniu 5 mil pessoas na Cinelândia

Vídeo que mostra a forte agressão sofrida por músicos na estação Central do Brasil teve grande repercussão nas redes sociais

Page 2: Brasil de Fato RJ - 135

EDITORIAL

Segunda-feira, 16 de novembro, Rio de Janeiro, Brasil

º C | F26Pancadas de

chuva esparsas

PREVISÃO DO TEMPO

EXPEDIENTE

Desde 1º de maio de 2013

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora com edições regionais em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. O Brasil de Fato RJ circula todas as segundas e quintas-feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais.

CONSELHO EDITORIAL:Alexania Rossato,Antonio Neiva (in memoriam), Joaquín Piñero, Kleybson Andra-de, Mario Augusto Jakobskind, Nicolle Berti, Rodrigo Marcelino, Vito Giannotti (in memoriam)

EDIÇÃO:Vivian Virissimo (MTb 13.344)

SUB-EDIÇÃO:André Vieira e Fania Rodrigues

REPORTAGEM:Bruno Porpetta e Pedro Rafael Vilela

REVISÃO: Sheila Jacob

COLUNA SINDICAL: Claudia Santiago

FOTÓGRAFO: Stefano Figalo

ESTAGIÁRIO: Victor Ohana

ADMINISTRAÇÃO: Carla Guindani

DISTRIBUIÇÃO: Kleybson Andrade

DIAGRAMAÇÃO: Juliana Braga

TIRAGEM MENSAL: 200 mil exemplares

(21) 4062 [email protected]

Marcha das Mulheres Negras realizará uma ação nacional no dia 18 de novembro em Brasília

Apesar das inegáveis con-quistas alcançadas nas últi-mas décadas, os indicadores socioeconômicos não dei-xam dúvida: a discrimina-ção racial e de gênero são os principais motivos da exclu-são social no Brasil.

Os dados oficiais reafirmam que, embora a população ne-gra tenha sido beneficiada pe-las políticas inclusivas dos úl-timos anos, ela permanece como a principal vítima das desigualdades, fruto da dis-criminação e do racismo.

Sendo assim as mulheres negras são as que mais sofrem com as consequências des-sa discriminação, que só gera pobreza, violência e exclusão.

São elas que ocupam os

Mulheres negras pelo “bem viver”

piores postos de trabalho, que enfrentam as condições mais precárias de saúde, transpor-te, moradia e educação e que representam o maior percen-tual de vítimas de violên-cia no país. Essa condição foi imposta a 49 milhões de mulheres e gerou um país de impossibilidades.

PELO BEM VIVERÉ com o objetivo de dar visibili-dade a esse conjunto de proble-mas que a Marcha das Mulhe-res Negras Contra o Racismo, a Violência e Pelo Bem Viver rea-lizará uma ação nacional no dia 18 de novembro em Brasília.

A ação contará com uma di-versidade de mulheres que ocuparão as ruas para de-

monstrar sua força de auto-or-ganização e afirmar seu prota-gonismo e capacidade de pro-por alternativas a todas essas violações históricas.

Essa marcha, na atual con-juntura de retrocessos, vem na busca de direitos básicos nega-dos ao povo negro. O mais cen-tral é o direito à vida, que vem

sendo violado sistematica-mente, com o genocídio do po-vo negro e com o aumento do número de homicídios de mu-lheres negras que não são di-vulgados em dados oficiais.

POVO NEGRO QUER TER VOZA ação tem como principal ob-jetivo questionar diretamente essa estrutura de poder, atra-vés da luta por representativi-dade. As mulheres negras vêm dizer que o povo negro historicamente discrimina-do quer ter voz e quer partici-par da política, reivindicando o seu lugar de direito na cons-trução e na condução desse país que ergueram e que sus-tentam com as próprias mãos!

2 | Opinião Rio de Janeiro, 16 a 18 de novembro de 2015

Page 3: Brasil de Fato RJ - 135

Div

ulga

ção

cias como o THC sejam utili-zadas para tratamento de do-enças como epilepsia, mal de Parkinson e esclerose múlti-pla. Embora o processo esteja na justiça, o juiz federal Mar-celo Rabello tomou a decisão em caráter provisório, pois entendeu que, caso uma deci-são não fosse tomada com ra-pidez, haveria riscos de danos à saúde pública. (ABr)

Ant

onio

Cru

z /

Agê

ncia

Bra

sil

Marcos Santos / USP Imagens

13o vai injetar R$ 173 bilhões

O pagamento do décimo terceiro salário deve inje-tar na economia cerca de R$ 173 bilhões até dezem-bro de 2015, segundo esti-mativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômi-cos (Dieese). Em 2014, fo-ram R$ 158 bilhões. O va-lor representa 2,9% do Pro-duto Interno Bruto (PIB). De acordo com o Diee-se, aproximadamente 84,4 milhões de brasileiros de-vem receber o décimo ter-ceiro salário este ano.

SINDICALpor Claudia Santiago

Lula Marques

Fernando Frazão / Agência Brasil

Justiça libera medicamentos feitos de maconha

A Justiça Federal do Distri-to Federal determinou na se-mana passada que a Agência Nacional de Vigilância Sani-tária (Anvisa) retire o THC, encontrado na maconha, da lista de substâncias proi-bidas. Pela decisão, a Anvi-sa tem até esta semana para cumprir a ordem judicial.

A determinação tem como objetivo permitir que substân-

A atriz Fernanda Mon-tenegro não poupou crí-ticas àqueles que pedem a volta da ditadura militar no país. Em recente entre-vista a um jornal paulista, a artista afirmou que “pe-dir a volta dos militares é coisa de doentes mentais”.

O senador mineiro e ex-governador Aécio Neves utilizou aeronaves públicas para transportar políticos, celebridades, empresários e outras pessoas não ligadas à administração pública en-tre os anos de 2003 e 2010.

mandoumal

mandoubem

MARIANAA Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil reconheceu situação de emergência no município de Mariana (MG) em razão do rompimento das barragens da Samarco/Vale. Após o reconhecimento da situação, o governo poderá ampliar as ações de assistência e reconstrução das áreas prejudicadas.

Desemprego fica estável

O taxa de desocupa-ção no mês de setem-bro ficou igual a do mês anterior: 7,6%. Somente nas regiões pesquisadas, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estimou que 1,9 milhões de pessoas este-jam desempregadas.

FRASE DA SEMANA

escreveu o cantor Caetano Veloso após sua passagem recente por Israel. “Mas agora eu a quero sentindo-me muito mais próximo dos palestinos do que jamais me imaginei”, completou.

”Eu quero a paz que se mostra desde sempre impossível”,

Will Cox

Geral | 3Rio de Janeiro, 16 a 18 de novembro de 2015

Page 4: Brasil de Fato RJ - 135

André Vieirado Rio de Janeiro (RJ)

As mulheres mais uma vez mostraram seu poder de mo-bilização. Na última quin-ta-feira (12), cerca de cinco mil pessoas, em sua maioria mulheres, lotaram as ruas do centro do Rio de Janeiro para protestar contra o Projeto de Lei 5069, de autoria do depu-tado carioca Eduardo Cunha (PMDB) e que dificultará o aborto em casos de estupro. A atividade foi a segunda em menos de um mês e seguirá até a derrubada do projeto.

A atividade contou com a presença de uma rica diversi-dade de mulheres. De várias idades, cores e profissões. “É muito importante estarmos aqui. Esse PL é um retroces-so para os direitos que as mu-lheres têm conquistado sobre o próprio corpo. Deveríamos

Mulheres lotam centro em ato contra Cunha

estar avançando e não retro-cedendo. Que bom que tem gente para lutar, é por isso que estou aqui”, disse Clarice Falcão, do Porta dos Fundos.

Outro ponto importante da atividade foi sua construção, que se deu através de reuni-ões amplas e abertas. “A im-portância desse ato é mostrar a força das mulheres diante desses ataques do Congresso Nacional ao direito das mu-

lheres, como é o caso do Pro-jeto de Lei 5069, que demons-tram o aumento do conser-

vadorismo. As mais afetadas com isso somos nós, mulhe-res”, conta a feminista e inte-grante da organização do ato Mariana Jardim, de 26 anos.

FORA CUNHAO ato também exigia a saí-da de Cunha, que é presiden-te da Câmara dos Deputados e é acusado de corrupção pe-lo Ministério Público Federal. “É uma vergonha para o Bra-sil ter como presidente da Câ-mara um deputado com di-nheiro escondido na Suíça. Estamos na rua também para pedir sua saída. É uma vergo-nha para as mulheres, é uma vergonha para o país”, exi-giu a técnica em enfermagem Maria Santana, de 39 anos.

MULHERES NEGRASSegurando uma das faixas, seguia uma comissão de mulheres negras. Segundo o Mapa da Violência 2015 di-vulgado na semana passa-da, o número de homicídios das mulheres negras cresceu quase 20% no período entre

2003 e 2013. Esse também foi um dos temas levados à rua. “As mulheres negras são as que mais sofrem com as agressões do companheiro e do Estado. Estamos aqui pa-ra dar um basta a essa esca-lada de violência”, reclamou Elen Melo, de 52 anos, mili-tante do movimento negro.

MÃES E FILHOSOutra cena bastante comum nos atos organizados recen-temente é a presença de mães com seus filhos e filhas. A ce-nógrafa Lara Monnerat, de 29 anos, compareceu com sua filha Ila, de três anos. Ela es-teve, junto a outras mães, carregando a faixa “ser mãe é uma escolha”, em referência às leis que proíbem as mu-lheres de abortar e não deci-dir sobre o próprio corpo.

“Precisamos respeitar a mu-lher. Nós temos o direito de decidir o que é melhor para a gente, somos donas do nos-so próprio corpo e não é o Es-tado que devemos dizer o que temos que fazer. É fundamen-tal o respeito, até nessa ques-tão do aborto”, reivindicou.

Manifestação também defendeu a legalização do aborto

Cerca de cinco mil pessoas pediram a saída de Eduardo Cunha. A atividade foi a segunda em menos de um mês e seguirá até a derrubada do projeto

Deveríamos estar avançando e não retrocedendo. Que bom que tem gente para lutar por isso

Clarice Falcão, cantoraPRÓXIMO ATOA próxima atividade acon-tecerá no dia 25 de no-vembro. O local e horário serão definidos nas próxi-mas reuniões do coletivo.

Fotos: Midia Ninja

Ato também foi realizado em São Paulo

4 | Cidades Rio de Janeiro, 16 a 18 de novembro de 2015

Page 5: Brasil de Fato RJ - 135

Fania Rodriguesdo Rio de Janeiro (RJ)

Nossa imagem in-comoda algumas pessoas, mas isso acontece porque nós, mulheres negras, estamos ocupando espaços que antes a gente não ocupava

O orgulho está na pele, no cabelo e na história dos seus antepassados. Assumir-se ne-gra já é em si uma postura po-lítica. Portanto, falar da beleza da mulher negra inclui abor-dar o significado de reafirmar essa negritude.

A ideia de ter cabelo alisa-do nunca seduziu a produto-ra audiovisual Jessyca Lires, de 21 anos. Ela explica que o simples fato dela assumir quem ela é de verdade já cau-sa reação na sociedade. “Nos-so corpo é um espaço de re-sistência. Em qualquer lugar que a gente chega causa um impacto. Manter nossos ca-belos assim é um posiciona-mento político, é uma forma de resistir”, afirma Jessyca.

O racismo ainda está lon-ge de acabar, mas as in-tegrantes do coletivo Me-ninas Black Power não se deixam intimidar. Elas de-cidiram escancarar toda a beleza e a exuberância dos seus cabelos crespos.

“Nossa imagem incomo-da algumas pessoas, mas is-so acontece porque nós, mu-lheres negras, estamos ocu-pando espaços que antes a gente não ocupava. E es-se incômodo é transmitido em forma de racismo”, diz a estudante de comunicação Karina Vieira, de 31 anos.

Entretanto, o preconcei-to nem sempre é tão escanca-rado. De acordo com Karina, muitas vezes ele vem disfar-çado de brincadeiras e piadas. “Mas racismo não tem graça”, destaca a universitária.

Jovens negras assumem o cabelo crespo com muita personalidadeAs mulheres negras realizam a primeira marcha nacional em Brasília, no dia 18 de novembro, onde vão reafirmar seus direitos

VIOLÊNCIAAs mulheres negras são as maiores vítimas de violên-cia no Brasil. Segundo os dados do Mapa da Violên-cia 2015, o feminicídio de negras cresceu 54% em 10 anos, entre 2003 e 2013, en-quanto o número de mulhe-res brancas mortas caiu 10% no mesmo período.

Suzane Santos trabalha com publicidade afirmati-va em comunidade do Rio e articuladora cultural. Quem vê a bela jovem, de 22 anos, não imagina que ela pode ser agredida por conta de sua aparência física. Mas foi.

“Uma vez estava atraves-sando uma passarela, em

que estava recebendo um elogio. Minha estética não agrada, só meu corpo que interessa”, afirma Suzane.

DESIGUALDADEAs mulheres negras conti-nuam recebendo as meno-res remunerações no mer-cado de trabalho. Para as Meninas Black Power, essa questão não está separada de sua estética. “Estamos na base da pirâmide social pelo racismo. Isso também é uma forma de violência. Somos agredidas quando nos negam o direito de usar nosso cabelo, nossas tran-ças e nossos turbantes”, diz Karina Vieira.

PÉROLA NEGRA“A gente nasce preta, mula-ta, parda, marrom, dentre outras, mas tornar-se negra é uma conquista”, diz a mili-tante Lélia Gonzalez. Tomar consciência é só o começo, mas é um começo importan-te. Por isso, o cabelo das ne-gras não é só uma questão de moda. É a afirmação da histó-ria dos antepassados, da resis-tência cultural e identidade.

Deste modo, as bandei-ras levantadas pelo fim da violência contra a mulher, o racismo e as desigualda-des estão atreladas à luta pe-lo direito de usar o cabelo afro e estética que reafirma a identidade negra.

Stefano Figalo / Brasil de Fato

Stefano Figalo / Brasil de Fato

Ramos, dois homens passa-ram por mim e um dele me chamou de ‘gostosa’. Olhei feio e um deles disse que eu tinha que agradecer por-

Jessyca Lires: “Em qualquer lugar que a gente chega causa impacto” Suzane Santos fala sobre a importância de assumir a negritude

Cidades | 5Rio de Janeiro, 16 a 18 de novembro de 2015

Page 6: Brasil de Fato RJ - 135

Fania Rodriguesdo Rio de Janeiro (RJ)

Skate, macaco hidráulico e celular. Apenas neste ano a PM do Rio matou três pes-soas ao confundir esses ob-jetos com armas de foto. No último dia 5, um policial da UPP do Vidigal, atirou e ma-tou um adolescente, depois de confundir um skate com uma arma. No momento da abordagem, havia quatro adolescentes entre 15 e 16 anos, de classe média-alta, moradores do Leblon e da Barra da Tijuca. Os policiais foram afastados.

No dia 30 de outubro, um sargento da PM confundiu um macaco hidráulico com um fuzil. Atirou e matou dois mototaxistas, na Pa-vuna. O policial confessou o crime, mas não foi preso.

Em abril, o menino Edu-ardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, estava na porta de ca-sa, no Alemão, com um celu-lar na mão, quando foi atin-gido com um tiro na cabeça. O policial que atirou estava a 10 metros de distância, se-gundo o pai de Eduardo.

Esses três casos mostram a falta de preparo dos agentes da PM do Rio. Os moradores das comunidades sofrem na pele essa violência policial. “A PM não está preparada, já parte logo para o conflito sem verificar quem se trata. Isso piorou com as UPPs por-que eles não separam mora-dores de traficantes. Para a

Engano cometido por PMs é cada vez mais comumSó esse ano policiais militares mataram três pessoas depois de confundirem objetos com armas de fogo

PM todos são iguais nas co-munidades”, disse Jeferson Dias, 26 anos, morador do Cerro Corá.

AUTOS DE RESISTÊNCIAAs mortes causadas por poli-ciais, os chamados autos de resistência, também cresce-ram. Só na capital fluminen-se, segundo dados do Insti-tuto de Segurança Pública (ISP), os autos de resistência cresceram praticamente 47% entre junho e agosto desse ano, em comparação com o mesmo período em 2014.

Mais de 90% dos proces-sos de autos de resistên-cias são arquivados em me-nos de três anos, segundo uma pesquisa do profes-sor da UFRJ, Michel Misse. De acordo com ele, todos os autos de resistências ins-taurados em 2005 foram ar-quivados em 2008.

Para o delegado da polí-cia civil, Orlando Zaccone, a impunidade pode incentivar que esses casos continuem acontecendo. “Quando a Jus-tiça arquiva um auto de resis-tência está dizendo que essa

morte está dentro da lei e que essa letalidade causada por policiais é legal”, diz Zaccone, que também é doutor em Ci-ências Sociais e pesquisador do tema.

A advogada da Justiça Glo-bal, Natália Damazio, tam-bém critica a conduta do ju-diciário no julgamento de crimes cometidos por poli-ciais. “A versão do policial é a que conta. Nesses casos, toda investigação é feita, não para encontrar a verdade, mas com o objetivo de confirmar a legitimidade das mortes”,

afirma a advogada. “No caso do menino Edu-

ardo, o Ministério Público deveria fiscalizar a investiga-ção, mas isso não acontece. Os juízes mandam arquivar quase 100% dos casos de as-sassinatos cometidos por po-liciais”, confirma a advogada.

Os policiais militares ain-da tentaram modificar a ce-na do crime, retirando o cor-po de Eduardo, o que só não ocorreu por mobilização da família e vizinhos. Após se-

Stefano Figalo / Brasil de Fato

PM mata por engano e execuções ficam impunes

Os juízes mandam arquivar quase 100% dos casos de assassinatos cometidos por policiais

Natália Damazio, advogada

te meses de investigações, o inquérito policial concluiu que a ação da PM ocorreu em uma situação de confron-to com traficantes, que o ti-ro foi dado acidentalmente e, por isso, a ação foi legítima. A família contesta a versão da polícia e diz que foi execução.

6 | Cidades Rio de Janeiro, 16 a 18 de novembro de 2015

Page 7: Brasil de Fato RJ - 135

Queremos cons-truir um Projeto de Lei que con-temple todos

Léo Gonzaga, músico

André Vieirado Rio de Janeiro (RJ)

Andar de metrô no Rio de Janeiro não é uma das tare-fas mais fáceis. Em horários de pico, os vagões ficam abarrotados e a viagem tor-na-se ainda mais cansativa. Esse é o espaço de trabalho de muitos músicos, atores e palhaços que se apresen-tam nas composições com o objetivo de levar arte aos passageiros e tornar a via-gem mais curta. Mas nem tudo são flores. O principal obstáculo para levar arte às pessoas é o próprio metrô. Não é difícil ouvir relatos de artistas que contam que foram expulsos das esta-ções de forma violenta pe-los seguranças da empresa.

Um caso ganhou aten-ção recentemente. No dia 5 de novembro deste ano, en-quanto faziam a última via-gem em direção a suas ca-sas, por volta de 23h30, três músicos ligados ao Coletivo AME (Artistas Metroviários) encontraram cinco seguran-ças da empresa MetrôRio/Invepar. Segundo os artistas, os seguranças os obrigaram a parar de tocar e a descer na estação Central do Bra-sil. Os músicos denunciam que chegando à estação, fo-ram agredidos pelos funcio-nários do metrô.

“Não existe nenhuma lei que nos proíba de fazer apre-sentações artísticas. Nós fa-lamos isso para os seguran-ças, mas mesmo assim eles nos retiraram do vagão”, conta Yuri Genuncio, in-tegrante do Coletivo AME. “Começamos a falar que não iríamos descer, porque eles não tinham o direito. Eu es-tava apenas gravando, mas

Artistas agredidos vão processar MetrôRioCaso está sendo investigado pela Polícia Civil

eles foram muito agressivos conosco e nos obrigaram a sair”, denuncia Thiago Da-gotta, integrante do coletivo que registrou em seu celular toda a agressão.

14 seguranças. Quem esta-va me imobilizando era o Guimarães, o chefe de se-gurança”, lembra Thiago.

NÃO É PROIBIDOFazer apresentações dentro dos vagões não é proibido. Um projeto em tramitação na Alerj, de autoria do depu-tado André Ceciliano (PT), pretende regulamentar es-sa atividade. Por sua parte, os artistas cobram participar da construção da lei. “Que-remos construir um Projeto de Lei que contemple todos. Queremos participar dessa construção, debater com to-dos os envolvidos. O Projeto de Lei não pode ser aplicado de cima para baixo”, reivin-dica Léo Gonzaga, também integrante do Coletivo AME.

PROCESSO JUDICIALOs artistas agredidos afir-maram que vão entrar na justiça contra a MetrôRio de-vido à agressão. O caso é in-vestigado pela 4ª DP, da Pra-ça da Bandeira. Segundo a assessoria da Polícia Civil, “as imagens de câmeras de

Fotos: Stefano Figalo / Brasil de Fato

Yuri Genuncio

Léo Gonzaga

Thiago Dagotta

Artistas foram agredidos por seguranças do

MetrôRio

segurança foram analisadas e os seguranças irão pres-tar depoimento. Agentes es-tão em diligências na busca de informações que possam ajudar no caso”.

Já o MetrôRio afirmou que “amparados pela Lei 6.149/74 e Decreto Estadual 2.522/79, o Corpo de Segurança da

Concessionária está auto-rizado a agir sempre que o comportamento de algum usuário comprometa a se-gurança dos demais passa-geiros, perturbe a ordem ou comprometa a operação”. Sobre a apuração de algum excesso de força, a empresa não comentou.

VIOLÊNCIA FORA DA ESTAÇÃOMesmo sendo expulsos dos vagões, os músicos denun-ciam que as agressões por parte dos seguranças se-guiram, com a participa-ção do chefe de seguran-ça da empresa, identifica-do como Guimarães. “Além de estar correndo para não apanhar dos seguranças, eu ainda via meus amigos sendo espancados pelos se-guranças. Eram uns 13 ou

Cidades | 7Rio de Janeiro, 16 a 18 de novembro de 2015

Page 8: Brasil de Fato RJ - 135

8 | Mundo

Fotos Públicas Fotos Públicas

Brasil de Fato – Quais são as raízes do conflito que re-sultou no ataque em Paris? Pedro Bocca - O Estado Islâ-mico se origina no Iraque du-rante a ocupação dos Estados Unidos (EUA). Após a ocupa-ção dos EUA, começa a cres-cer uma disputa religiosa in-terna entre sunitas e xiitas, já que o governo provisório elei-to com o apoio dos EUA é xii-ta e passa a reprimir a maio-ria sunita. É neste contexto que nasce o Estado Islâmico, sunita, em 2004. Os EUA fa-zem vista grossa diante des-sa disputa, já que isso facilita-va a dominação do território no Iraque. Com isso o Esta-do Islâmico ganha força e ho-je mais da metade do Iraque é dominado por eles. Com a ex-plosão da Primavera Árabe e o início da guerra civil na Sí-ria, o grupo viu a oportuni-dade de expansão de fron-teira e a tomada do territó-rio sírio com o objetivo de criar um Estado em toda a região. No início do proces-so, as potências ocidentais acharam conveniente, mas isso fugiu do controle.

Brasil de Fato - O que as po-tências têm feito atualmente diante desse cenário?Há duas coalizões. Uma de defesa do governo da Síria de Bashar Al-Assad, que reú-ne Rússia, Irã, Libano e Síria e que atua por terra com o ob-jetivo de expulsar o Estado Is-lâmico da Síria. Por outro la-

“Estado Islâmico não representa povo árabe”

Vivian Virissimodo Rio de Janeiro (RJ)

Após os ataques do Estado Islâmico que resultaram em mais de 130 mortes, o sentimento de solidariedade ao povo francês tomou o noticiário, as conversas e as redes sociais em todas as partes do mundo. Para entender as razões do atentado e o que está sendo disputado por potências mundiais na Síria, o Brasil de Fato entrevistou o cientista político Pedro Paulo Bocca.

do, há ações coordenadas por Estados Unidos, França, en-tre outros, de bombardeios aéreos. Essas ações estão mais vinculadas aos rebeldes sírios, com a proposta de der-rubada de Assad.

Brasil de Fato – O que teria sido o estopim para o ataque da última sexta-feira?A França tem tido protagonis-mo no combate ao Estado Is-lâmico, após o ataque ao jor-nal Charlie Hebdo, ainda que os atentados não tenham rela-ção direta com o EI. Além dis-so, o país é identificado como o principal oponente europeu porque está fornecendo arse-nal aéreo para os ataques da

coalizão. Na semana passada, a França explodiu uma plata-forma de petróleo na frontei-ra entre Síria e Iraque. Atu-almente, o grupo extremista está numa dinâmica de criar um cenário de instabilidade e tensão como resposta aos paí-ses que o tem atacado: explo-diram um avião da Rússia que resultou em mais de 200 mor-tes, fizeram um atentado em Beirute, no Líbano, que dei-xou mais de 40 mortos.

Brasil de Fato - Que impacto terá para os refugiados que já moram em território europeu, especialmente na França?A França já tinha problemas com a população islâmica, que soma entre 8 e 9% da po-pulação do país. A tendên-cia é de fechamento da políti-ca europeia, aumento da per-seguição aos árabes e cresci-mento do nacionalismo eu-ropeu que vai cobrar ações enérgicas da Europa. É bom lembrar que o Estado Islâmi-co não representa a imensa maioria do povo árabe, inde-

pendente de sua filiação reli-giosa. Pelo contrário, quem mais sofre com a ação destes grupos é a própria população árabe. Os refugiados são re-fugiados porque fogem jus-tamente desses grupos, que destruíram suas cidades, seu país e sua cultura. Estima-se que, só em 2015, mais de 10

mil sírios e iraquianos foram assassinados nas ofensivas do Estado Islâmico.

Brasil de Fato - Após os ata-ques na França, vários paí-ses estão anunciando que vão endurecer as medidas contra os refugiados. Que re-percussão isso terá?As intervenções no territó-rio sírio e no Iraque tendem a aumentar e isso ampliará o contingente de refugiados. A tendência haja deslocamen-tos para a Rússia e outros pa-íses. Os números gerais de sí-rios e iraquianos que ingres-sam na Europa já são peque-nos se comparados ao núme-ro total de cerca 11 milhões que tiveram que sair das su-as terras. A Turquia recebeu sozinha mais refugiados do que a Europa, que teria re-cebido 800 mil pessoas.

Quem mais sofre com a ação do Estado Islâmico é a própria população árabe

Milhares se solidarizam com mortes em atentado na França Povo sírio foge para outros países

Rio de Janeiro, 16 a 18 de novembro de 2015

Page 9: Brasil de Fato RJ - 135

Ocupação de escola em protesto em SP

Estudantes ocuparam cinco escolas estaduais na capital paulista. Eles pro-testam contra a reorgani-zação das instituições de ensino proposta pela Se-cretaria da Educação, que vai provocar o fechamen-to de 94 escolas e a transfe-rência de cerca de 311 mil estudantes, em 2016.

Desde o início do mês pas-sado, quando a proposta foi comunicada para os direto-res das unidades, vários pro-testos foram realizados no estado. Os atos foram orga-nizados pelo Sindicato dos Professores do Ensino Ofi-cial no Estado de São Paulo (Apeoesp), a Central de Mo-vimentos Populares (CMP) e a União dos Movimentos de Moradia (UMM), entidades que compõem o Fórum dos Movimentos Sociais do Es-tado de São Paulo. (ABr)

EM FOCO

Divulgação

DEMARCAÇÃOIndígenas foram recebidos pelo ministro Ricardo Berzoini na semana passada. Mobilizados em Brasília, eles protestam contra a PEC 215, que transfere do Poder Executivo para o Congresso a prerrogativa das demarcações de terra.

Antonio Cruz / Agência Brasil

Desde o início da sema-na passada, as atividades da Empresa Brasil de Comuni-cação (EBC), que é respon-sável – entre outros veícu-los – pela TV Brasil e Agên-cia Brasil, foram interrom-pidas. Os trabalhadores rei-vindicam um reajuste sala-rial acima da inflação e o fim dos privilégios de cargos co-missionados. A greve ocor-re nas quatro sedes da em-presa, que ficam em Brasí-lia, Rio de Janeiro, São Pau-lo e Maranhão.

A proposta da empresa é de 3,5% para os próximos dois anos. “É muito inferior à inflação do período [úl-timos 12 meses], que está sendo registrada de quase 10%. Se a gente considerar o cenário econômico ad-verso do ano que vem, po-demos ter uma perda sala-rial de quase 15%”, avaliou Gésio Passos, diretor do Sindicato dos Jornalistas do

Greve na EBC pede reajuste e fim de privilégios

Distrito Federal (SJDF). A EBC, a empresa públi-

ca federal ligada à Secreta-ria de Comunicação Social da Presidência da Repúbli-ca, possui cerca de dois mil funcionários. Ela é respon-sável pela TV Brasil, Agên-cia Brasil, Portal EBC, Ra-dioagência Nacional e oi-to rádios públicas, como as Rádios Nacional do Rio de Janeiro e de Brasília e as Rádios MEC AM e FM.

Um abaixo-assinado en-dereçado ao ministro-che-fe da Secretaria de Comu-nicação Social da Presi-dência da República, Edi-nho Silva, pede o fim dos privilégios na empresa pú-blica. “Um secretário-exe-cutivo no ministério, cargo de segundo escalão, ganha menos que um gerente na EBC, que é o quarto esca-lão na empresa. É isso que a gente não entende”, disse Passos. (Brasil de Fato)

Trabalhadores paralisam atividades nas quatro sedes da EBC

A presidente Dilma Rou-sseff anunciou multa de 250 milhões às empresas res-ponsáveis pelas duas barra-gens que romperam na últi-ma quinta-feira (5), em Ma-riana (MG). A barragem per-tence à mineradora Samar-co, controlada pelas empre-sas Vale e BHP Billiton.

A ministra do Meio Am-biente, Izabella Teixeira clas-sificou o ocorrido como “ca-tástrofe ambiental” e lembrou que “a responsabilidade am-biental é da empresa empre-endedora”. “Se couber aplica-ção de multa por parte da área federal, nós aplicaremos, se-remos rígidos. Não tem essa história de achar que a pes-

Mariana: multa de R$ 250 milhões Samarco/Vale

soa não pune. Vai ter punição. Tem que, pela legislação bra-sileira, restaurar ambiental-mente”, afirmou a ministra.

Pelos cálculos do Institu-to Brasileiro do Meio Am-biente e dos Recursos Natu-rais Renováveis (Ibama), 50 milhões de metros cúbicos de lama foram liberados no ecossistema com o rompi-mento das barragens. A on-da de lama que se formou destruiu Bento Rodrigues e chegou ao Espírito Santo.

A avaliação sobre os im-pactos ambientais só pode-rá ser feita após a estabilidade da lama e a liberação das áre-as pela Defesa Civil, de acor-do com o ministério. (ABr)

Ministério do Meio Ambiente classifica rompimento como “catástrofe ambiental”

José Cruz / Agência Brasil

Rove

na R

osa

/ Agê

ncia

Bra

sil

Brasil | 9Rio de Janeiro, 16 a 18 de novembro de 2015

Page 10: Brasil de Fato RJ - 135

SEMPRE VI NOVELA | Joaquim VelaAGENDA DA SEMANA

O quê: Filme de suspense brasileiro conta sobre história de investigação sobre o desaparecimento de uma criança. Com Leandra Leal.Onde: Anfiteatro Gustavo Dutra da UFRRJ – BR 465, km 7, Seropédica.Quando: Quarta (18), 19h.Quanto: 0800

O quê: Evento organizado pelo coletivo Toca do Café, a Batalha do Federa ocupa a Praça do Federal com muito rap e outros elementos da cultura hip hop. Onde: Praça do Federal – Valverde, Nova Iguaçu.Quando: Quinta-feira (19), às 19h.Quanto: 0800

O quê: Exposição homenageia os 20 anos da estreia da série infantil, com cenários, fotos, figurinos originais e objetos cenográficos do programa.Onde: Centro Cultural Banco do Brasil – Rua Primeiro de Março, 66, Centro.Quando: De quarta a segunda, das 9h às 21h. Quanto: 0800

O quê: Espetáculo conta história de João Francisco dos Santos, transformista que passou a usar o codinome Madame Satã no Carnaval de 1942.Onde: Sesc Tijuca – Rua Barão de Mesquita, 539, Tijuca.Quando: Sexta a domingo, às 20h. Até 29/11.Quanto: R$ 20 (R$ 10 meia).

Satã, um show para Madame

Artéria 40 anos

Castelo Rá-Tim-Bum

O Lobo Atrás da Porta

Batalha do Federa

Div

ulga

ção

Div

ulga

ção

Div

ulga

ção

Div

ulga

ção

Div

ulga

ção

Div

ulga

ção

SUGESTÕES:[email protected]

O mensageiro entre dois mundos

O quê: Narrado por Gilberto Gil, documentário contra sobre a vida do fotógrafo Pierre Verger e mostra como o francês radicou-se em Salvador da Bahia em 1946.Onde: Sala de Cultura da UFRRJ – BR 465, km 7, Seropédica.Quando: Quinta (19), 20h.Quanto: 0800

O quê: Exposição reúne 60 obras, entre serigrafias, objetos, vídeos, áudios e plataforma digital publicadas em quatro décadas na revista Artéria.Onde: Caixa Cultural – Av. Almirante Barroso, 25, Centro.Quando: Terça a domingo, 10h às 20h. Até 20/12.Quanto: 0800

10 | Cultura

Ciganerey, um carioca de 50 anos, foi incum-bido da missão de entoar o hino mangueirense na Avenida em 2016

Ser intérprete oficial de uma das mais tradicionais escolas de samba do Rio, a de maior torcida, pos-to que durante décadas foi ocupado simplesmente por Jamelão. A tarefa, que já não é das mais fáceis, torna-se ainda mais desa-fiadora quando recebida a poucos meses do carnaval.

Foi o que aconteceu com Ciganerey, um carioca de 50 anos que foi incumbido da missão de entoar o hino mangueirense na Avenida em 2016, após o repentino falecimento de Luizito, no mês de setembro.

Ciganerey era o segundo intérprete da Mangueira, aonde chegou em 2010, e foi o escolhido pelo presiden-te Chiquinho para assu-mir o posto que era de Lui-zito. A escolha foi coerente com o que ocorreu quan-do Jamelão deixou de ser a voz da escola, pouco antes de morrer: Luizito era o se-gundo intérprete da escola.

Ciganerey iniciou sua carreira de intérprete na década de 80, no Enge-nho da Rainha. Na época, era conhecido como Pau-linho Poesia (seu nome de batismo é Paulo Rober-to da Silva). Foi na década de 90, quando migrou pa-ra a Paraíso do Tuiuti, que

A nova voz da Mangueira

assumiu o nome artístico pelo qual é conhecido até hoje. Teve passagens ain-da pelo Arranco do Enge-nho de Dentro e pela Ale-gria da Zona Sul. Em 2008, retornou ao Paraíso do

Tuiuti, onde permaneceria como cantor dos sambas até o momento de ser al-çado a intérprete oficial da Mangueira (o regulamen-to impede que um intér-prete oficial da Série A seja também intérprete oficial do Grupo de Acesso).

BATISMO DE FOGOO batismo de fogo de Ci-ganerey ocorrerá na ma-drugada de segunda-fei-ra de carnaval, quando a Verde e Rosa pisar na avenida, encerrando os desfiles do Grupo Espe-cial, pela primeira vez em muitos anos sem Luizito no carro de som.

Divulgação / Riotur

Verde e Rosa recebe novo intérprete do samba-enredo

Rio de Janeiro, 16 a 18 de novembro de 2015

Page 11: Brasil de Fato RJ - 135

Um paraíso chamado Ilha Grande

Praias, cachoeiras e muitas histórias na costa verde do Rio

André Vieirado Rio de Janeiro (RJ)

Pertinho do Rio de Janeiro, um paraíso para um final de semana ou para uma vida in-teira. Localizada no municí-pio de Angra dos Reis, na cos-ta verde fluminense, a Ilha Grande se destaca por suas lindas praias e por sua inten-sa história. Para chegar, exis-tem algumas opções. A pri-meira, e mais cara, é pegar ônibus no Terminal Novo Rio e seguir até Conceição do Ja-careí ou Angra dos Reis e de lá pegar um barco. A outra, e muito mais barata, é ir fazen-do baldeação. No box ao lado, detalhamos essa dica.

A Ilha Grande foi, primei-ramente, ocupada pelos ín-dios Tamoios, que habitavam do litoral de Cabo Frio (RJ) a Ubatuba (SP) e foram escra-vizados e assassinados pelos colonizadores. O lugar ser-viu de morada também pa-ra piratas que cruzavam os mares entre os séculos XVI e XIX. Não é difícil encontrar um morador por lá que narre

histórias de tesouros enterra-dos por aquelas terras.

O local também ficou co-nhecido por abrigar impor-tantes presos políticos, co-mo o escritor alagoano Gra-ciliano Ramos, e figuras co-nhecidas da boemia cario-ca, como Madame Satã, de-tidos em antigos presídios do lugar, que hoje estão de-sativados. Na Ilha, a parte com maior movimentação é a Vila do Abraão, ponto de chegada da maioria dos bar-cos e com grande oferta de hotéis, pousadas e campin-gs. É do Abraão também que saem barcos para os princi-pais passeios da Ilha.

PRAIA E CACHOEIRAPor se tratar de uma ilha, por todo lugar tem praia. Mas não são praias quaisquer, são da-quelas que hipnotizam qual-quer pessoa com sua água cristalina e sua areia bran-ca. A praia de Lopes Mendes, por exemplo, é considerada uma das mais belas do mun-do. Para quem gosta de água doce, a dica é conhecer o Po-ção e a Cachoeira da Feiticei-ra. E o melhor: dá para fazer tudo caminhando pela tri-lhas, bem sinalizadas, saindo do Abraão.

1. DIRETO E CARO

ENTRE R$ 56 E R$ 79,00Saindo da Rodoviária No-

vo Rio, pegar ônibus para Conceição de Jacareí ou pa-ra Angra dos Reis. De am-bas as cidades, saem barcos e escunas em diferentes ho-rários em direção a Abraão, o centro da Ilha Grande.

QUANTO? Ônibus Rio - Angra dos Reis (ou Conceição) = entre R$ 41,00 e R$ 49,00De Angra ou Conceição - Ilha Grande = preços variam entre R$ 15,00 e R$ 30,00, de-pendendo do barco

2. PINGANDO E BARATO

ENTRE R$ 20,90 E R$ 47,50Para quem tiver tempo e quiser economizar uma boa grana, a dica é ir fazendo o famoso “pinga pinga”, a bal-deação. O primeiro passo é pegar ônibus para a rodovi-ária de Duque de Caxias ou Itaguaí. De qualquer uma das duas, pegar outro ôni-bus para Conceição do Ja-careí e de lá para Abraão, na Ilha Grande.

QUANTO? Ônibus Central do Brasil - Itaguaí = R$ 7,50Itaguaí - Conceição do Ja-careí = R$ 10,00Conceição do Jacareí - Ilha Grande = preços variam entre R$ 15,00 e R$ 30,00, dependendo do barco

DICA EXTRAChegar até Conceição do Jacareí custa R$ 5,90 com o Bilhete Único Intermu-nicipal.

COMO CHEGAR?

Existem duas formas de

chegar até a Ilha: uma mais cara e a outra

baratinha

Fotos Tania Rêago / Agência Brasil

Cultura | 11Rio de Janeiro, 16 a 18 de novembro de 2015

Page 12: Brasil de Fato RJ - 135

Nossa Constituição Fe-deral traz no rol dos di-reitos sociais a proteção à maternidade. Inicialmen-te, o salário-maternidade surgiu como forma de pro-teção do trabalho femini-no, mas atualmente é uma forma de igualdade de tra-tamento entre o trabalho do homem e da mulher.

Tem por objetivo substi-tuir a remuneração da se-gurada durante o período necessário de afastamento do trabalho. É direito das trabalhadoras urbanas e rurais a licença à gestante, com duração de 120 dias, com início no período en-tre 28 dias antes do parto e a data da ocorrência deste.

Terão direito ao benefício a segurada empregada, do-méstica, trabalhadora avul-sa, segurada especial, contri-buinte individual e facultati-va. As seguradas empregadas, domésticas e as trabalhado-ras avulsas são dispensadas do cumprimento de carência para obtenção do benefício.

Para a contribuinte indi-vidual, especial e a facul-tativa, a carência é de 10 contribuições mensais. O mesmo direito foi garan-tido para a mãe adotiva. O salário-maternidade é pa-go diretamente pelo INSS.

A intenção ao retirar do

empregador essa oneração e transferi-la ao INSS foi a de eli-minar qualquer discrimina-ção entre homens e mulheres no momento da contratação.

EMPRESA CIDADÃA Lei 11.770/2008 instituiu o Programa Empresa Cida-dã, que permite a prorroga-ção da licença por mais 60 dias, o que elevaria o perí-odo para 180 dias, median-te incentivos fiscais às em-presas. Contudo, nem to-das as empresas aderiram

Saiba sobre o salário-maternidade

ao programa. Em regra, o benefício é pago com base na remuneração integral da trabalhadora. Mesmo estando a segurada da pre-vidência social desempre-gada, mas mantida a qua-lidade de segurada, faz jus ao recebimento do benefí-cio previdenciário de salá-rio-maternidade.

Ana Isabel Vignati é advogada trabalhista

NOSSOS DIREITOS | Ana Isabel Vignati

O salário-materni-dade atualmente é uma forma de igualdade entre o trabalho do ho-mem e da mulher

12 | Opinião

Ainda não inventaram na-da melhor do que a impren-sa para garantir a circulação da pluralidade de informa-ções. Não se sabe de melhor insumo para a vida social autônoma que a capacidade de agir de forma consciente e bem informada. O direito à informação livre é uma con-quista e expressão das socie-dades democráticas.

Este é o lado otimista da liberdade de imprensa. Mas também há a manifestação cheia de contradições na realidade da indústria da informação. A liberdade de imprensa é traduzida como liberdade de empresa; a li-berdade de informar é, por vezes, tomada como liber-dade de ofender.

Se a justiça comum tem seu rito próprio para fazer frente a danos morais, o Pro-jeto de Lei recém sancionado define o caminho para co-brar a reparação pela ofen-sa ou mentira publicada nos meios de comunicação.

NADA ESTÁ PROIBIDOA nova legislação não traz constrangimento à liberda-

Ofensa não é imprensa

de de informar, apenas afir-ma o primado da responsa-bilidade. Nada está proibi-do, a não ser a mentira e as afrontas à honra. Se uma agressão à honra sai na capa de um jornal ou é proferida em um telejornal em horá-

rio nobre, a decisão judicial levará em conta as mesmas condições, espaço e tempo. Não vai mais adiantar pu-blicar desmentidos miúdos e cifrados em rodapés ou entre cartas de leitores.

MEIAS VERDADESOs veículos e entidades em-presariais chiaram. O que era esperado. E contra-atacaram com mentiras e meias verda-des, o que também não es-panta. Disseram que já exis-tem meios legais para exigir

direito de resposta, sem ex-plicar que podem demorar anos e custar caro ao injuria-do (o que consagra o assassi-nato de reputação).

Afirmaram ainda que se trata de uma forma de con-trole externo da mídia, sem explicar que as decisões cumprem um trâmite legal. E, ainda, que se trata de cer-ceamento da liberdade de opinião, quando na verda-de se incentiva ao máximo a abertura prévia dos diferen-tes atores envolvidos.

NOTÍCIA MELHORSe para as empresas o horizon-te é de derrota, para os jornalis-tas não deixa de ser um estí-mulo para o exercício profis-sional legítimo. Se tudo fun-cionar bem, a notícia passa a mandar de novo no territó-rio que está ocupado por in-teresses e suas estratégias de moralização, entretenimento e engodo. Todo mundo vai ser obrigado a pensar bem antes de publicar algo. Não pode ha-ver notícia melhor para o leitor.

João Paulo Cunha é jornalista

A liberdade de informar é, por vezes, tomada como liberdade de ofender

João Paulo Cunha

Trabalhadoras urbanas e rurais têm o direito à lincença

Divulgação

Rio de Janeiro, 16 a 18 de novembro de 2015

Page 13: Brasil de Fato RJ - 135

Suflê de cenouraBOA E BARATA

Ingredientes• 2 cenouras grandes,

cozidas e amassadas

• 1 colher de manteiga

• 1 cebola ralada

• 1 pitada de sal

• 300 ml de leite

• 2 colheres de farinha de trigo

• 100 g de parmesão ralado

• 3 gemas e claras separadas

Modo de preparo Cozinhe as cenouras, amasse e

reserve-as. Frite a cebola na man-teiga. Adicione a farinha dissolvi-da no leite, adicione as 3 gemas, uma a uma em fogo baixo. Se o creme estiver muito espesso, adi-cione mais leite. Acrescente o par-mesão, desligue o fogo e junte a ce-noura ao creme. Acrescente deli-cadamente as claras em neve, pa-ra que não se perca o ar.

É essencial que a receita seja ae-rada o suficiente pro ar quente ex-pandir e o suflê crescer.

Coloque em uma forma de vi-dro untada com margarina e quei-jo ralado e asse por aproximada-mente 20 minutos.

Div

ulga

ção

Div

ulga

ção

Sempre esqueço algumas coisas, como o lugar on-de deixei meu telefone, aniversários, etc. Isso é sinal de alguma doença?

Vilma, 46 anos, professora

AMIGA DA SAÚDE

Dúvidas sobre saúde? Encaminhe e-mail para [email protected] / [email protected]

Tempo de preparo40 minutos

Rendimento4 porções

Querida Vilma, é mui-to comum as pessoas se queixarem da própria me-mória, mas isso, na gran-de maioria das vezes, não está relacionado a nenhu-ma doença. Falhas de me-mória podem ocorrer com qualquer um em todas as idades. Excesso de infor-mações, distração e es-tresse são causas frequen-tes de maior dificuldade de memorização. Isso é muito comum, principal-mente se consideramos que estamos cercados por todo tipo de informação, cada uma tentando pren-der mais a nossa atenção. Quando a perda de memó-ria passa a prejudicar nos-

so cotidiano já é sinal que pode haver algo mais sé-rio. Nesse caso, é melhor procurar ajuda. 

Sofia Barbosa Coren MG 159621-Enf

DICA DE: Juju na Cozinha

fb.com/receitasjujunacozinha

Variedades | 13Rio de Janeiro, 16 a 18 de novembro de 2015

Page 14: Brasil de Fato RJ - 135

14 | Variedades

Cheia 25/11

LUA DA SEMANAMINGUANTE

FASES DA LUA

Tempo cheio de mudanças e também de novidades. É provável que queira iniciar projetos.

Esta época que se inicia será marcada pela organização e pela concretização de alguns objetivos.

Período de situações de ansiedade e impaciência. Histórias do passado poderão aparecer.

Época marcada pelo bem-estar e pela estabilidade, uma vez que estará mais comunicativo.

A conjuntura é de ambição e força de vontade. O lado criativo e empreendedor estará em alta.

A estabilidade em que se encontra vai fazer com que não tenha medo de arriscar em novas situações.

Tempos de isolamento e introspecção. A nível profissional, estará mais observador e responsável.

Terá de se esforçar para conseguir responder tudo o que é pedido. Tempos de maior responsabilidade.

Tempo de mudanças em relação a hábitos e atitudes. Aproveite para mudanças na alimentação.

Período de determinação e inspiração. É provável que queira iniciar uma nova atividade ou um curso.

No campo profissional, vai sentir que chegou a hora de analisar tudo o que fez até agora.

Se está num relacionamento, momento ideal para tomar decisões mais sérias. O período é mais emocional.

Minguante 3/12

Nova Até 10/11

Crescente 19/11

Rio de Janeiro, 16 a 18 de novembro de 2015

Page 15: Brasil de Fato RJ - 135

Neymar é um craque genial. No nível desses caras que fazem você sorrir quan-do sai uma figu-rinha de dentro do pacote

TOQUES CURTOS | Bruno Porpetta

Para contar aos netos

CBH / Divulgação

Div

ulga

ção

O eterno ídolo do bas-quete dos EUA e, em espe-cial, do Los Angeles Lake-rs, Magic Johnson, entrou de cabeça na candidatu-ra aos Jogos Olímpicos de 2024 da cidade onde se consagrou. A lenda se tor-nou vice-presidente do co-mitê da candidatura.

Johnson se somou a ou-tras personalidades locais, como a líder sindical Ma-ria Elena Durazo e a na-dadora Janet Evans, am-bas também vice-presi-dentes do comitê. A deci-são sobre a sede dos Jogos sai em setembro de 2017 e Los Angeles concorre com Paris (FRA), Roma (ITA), Hamburgo (ALE) e Budapeste (HUN).

BINÓCULO

No final de semana pas-sado, Barcelona e Villareal se enfrentavam no Camp Nou. O time da casa vencia por 2 a 0, gols de Neymar e Suárez, e a partida já cami-nhava para o seu final.

Por volta dos 40 minu-tos do segundo tempo, Neymar rouba uma bo-la no meio-campo e lança Suárez pela esquerda. O uruguaio põe na frente e cruza para o meio da área, encontrando Neymar.

Daí em diante, nem o ci-nema, as artes plásticas, o teatro, ou qualquer outra forma de arte no planeta é capaz de descrever, sem correr o risco de diminuir o grau de beleza do tercei-ro gol do Barça.

Neymar domina com a bar-riga, vê o zagueiro se aproxi-mando e... para! Para tudo!

Congele essa imagem na sua mente.

Depois disso, se dá um abismo entre o bom jogador e o craque genial. Porque é isso que o Neymar é, um cra-que genial. No nível desses caras que fazem você sorrir quando sai uma figurinha de dentro do pacote.

O bom jogador, o eficien-te, joga a bola para frente e usa seus pulmões ultra ca-librados, seus músculos ul-tra definidos, sua velocida-de de leopardo correndo

atrás de um cachorrinho indefeso. Sai na cara do go-leiro e enche o pé.

Tudo bem, é gol. Gol é gol. Vale a mesma coisa para o placar, ou para a artilharia.

Em uma segunda hipóte-se, o zagueiro chega no ata-cante e o derruba. É pênal-ti. Com a nossa imagina-ção fazendo dar tudo certo, também é gol. Na melhor das hipóteses, bola de um lado, goleiro do outro.

Um dos principais pro-blemas para os Jogos Olím-picos do Rio 2016 foi solu-cionado em reunião entre a presidenta Dilma Rousseff, o governador Luiz Fernan-do Pezão e o prefeito Edu-ardo Paes. Trata-se do pa-gamento da energia elétri-ca temporária utilizada du-rante o evento.

Reunião bate o martelo sobre energia nos Jogos

Encontro definiu participação conjunta dos governos federal e estadual

Com a variação cambial do dólar, desde o orçamento ini-cial até os dias de hoje, o cus-to da energia elétrica suple-mentar variou de R$ 290 mi-lhões para R$ 460 milhões. O governo federal, que arcaria com todo o custo, se recusava a pagar essa diferença.

O acordo acabou envolven-do o governo estadual, que passa por grave crise finan-ceira. Para isso, Pezão edi-tará a segunda lei de isen-ção de ICMS, onde poderá conseguir R$ 150 milhões com a Light, distribuidora de energia do Rio. (BP)

Os Jogos Olímpicos do Rio 2016 não correm o risco de um boicote russo, em retalia-ção ao possível banimento do atletismo do país após os es-cândalos de ocultação de re-sultados positivos de doping.

O Ministro dos Esportes, Vi-

Rússia descarta boicote após punição no atletismoMinistro dos Esportes russo tentará mediar situação com a IAAF

taly Mutko, descartou essa pos-sibilidade em entrevista à agên-cia de notícias Associated Press. Segundo o membro do governo russo, esta hipótese não existe, pois significaria uma interferên-cia do governo no esporte local.

Além disso, Mutko preten-

Reunião entre as três esferas de governo e dirigentes definiu a questão

Divulgação

de conversar com Sebastian Coe, presidente da Federa-ção Internacional de Atletis-mo (IAAF, sigla em inglês). Ele quer tentar uma solução ne-gociada para o problema com os atletas do país, evitando punições a inocentes. (BP)

Magic Johnson entra na parada

Mas era o Neymar. O cra-que genial.

Ele dá um lençol de cos-tas, reproduz os movimen-tos da Terra – rotação e translação – e busca a bo-la de primeira. Não é só um gol. Não é só um golaço. É uma obra de arte!

Daquelas que se pendu-ram na parede dos maio-res museus do mundo, pa-ra que um dia possamos mostrá-las aos netos.

Qualquer relato é insuficiente para definir o golaço

de Neymar

Esportes | 15Rio de Janeiro, 16 a 18 de novembro de 2015

Page 16: Brasil de Fato RJ - 135

16 | Esportes

Vitória sonolenta do Flamengo

Botafogo pode ser campeão sexta

Brasileirão 201535a RODADA

Classificação Série A

Rafael Ribeiro / CBF

Após ir mal contra argentinos, Neymar terá Douglas Costa ao seu lado

No dia em que com-pletou 120 anos, o Fla-mengo jogou para o gasto e venceu o Or-lando City por 1 a 0 do-mingo (15) no Mara-canã. O amistoso teve ritmo lento e público pequeno, que só se ani-mou quando Paulo Vic-tor defendeu um pênal-ti no primeiro tempo, e quando Luiz Antonio cobrou falta para mar-car o gol que deu a vitó-ria aos rubro-negros na segunda etapa.

Em crise pela má campanha no Campe-onato Brasileiro (7 der-rotas nas últimas 9 ro-dadas) e com poucas chances de chegar ao G-4, eram poucos os atrativos do jogo. No primeiro tempo, o Or-lando City teve as me-lhores chances através dos pés de Carlos Rivas, que perdeu boa oportu-nidade aos 27. Dois mi-nutos depois, o juiz deu pênalti para o time dos Estados Unidos e Bryan Róchez perdeu.

Na volta do intervalo, o técnico Oswaldo de Oliveira trocou os 11 jo-gadores e o jogo seguiu sem atrações. De bom, só o retorno de Ederson após lesão. No come-ço, Canteros protago-nizou lance bizarro e, de frente pro gol, chu-tou tão torto que a bo-la saiu pela lateral. Aos 24, Luiz Antonio co-brou falta fraco, mas a bola passou pelo meio da barreira, desviou e matou o goleiro. 1 a 0 e clima de fim de festa no Maracanã. (LR) Zona de classificação para Libertadores

Zona de rebaixamento para Série B

1o

2o

3o

4o

5o

6o

7o

8o

9o

10o

11o

12o

13o

14o

15o

16o

17o

18o

19o

20o

P J V SGCorinthians 76 34 23 37Atlético-MG 65 34 20 18Grêmio 59 34 17 17Santos 54 34 15 16São Paulo 53 34 15 7Internacional 53 34 15 -1Sport 52 35 13 12Cruzeiro 51 35 14 8Ponte Preta 50 34 13 4Palmeiras 48 34 14 10Flamengo 47 34 15 -4Atlético-PR 46 34 13 -4Fluminense 43 34 13 -9Chapecoense 43 34 11 -6Figueirense 36 34 9 -15Avaí 35 34 9 -22Goiás 34 34 9 -9Coritiba 34 34 8 -16Vasco 33 34 8 -28Joinville 31 34 7 -15

Dom. 15/11 17h

Qua. 18/11 19h30

Qua.18/11 21h

Qua.18/11 21h

Qua.18/11 21h

Qui. 19/11 19h30

Qui. 19/11 19h30

Qui. 19/11 22h

Qui. 19/11 22h

Qui. 19/11 22h

3 X 0

X

X

X

X

X

X

X

X

X

AVA

CAM

CAP

CHA

COR

CFC

CRU

FIG

FLA

FLU

GOI

GRE

INT

JEC

PAL

PON

SAN

SAO

SPO

VAS

Pra fechar bem o ano, Brasil precisa vencerBrasil encara Peru na Bahia precisando embalar nas Eliminatórias

O Brasil precisa vencer o Peru nesta segunda (16) pa-ra terminar o ano na zona de classificação para a Copa do Mundo da Rússia. Com Neymar sozinho no ataque, o time do técnico Dunga en-cara os peruanos pela quarta rodada das Eliminatórias às 22h, na Fonte Nova, em Sal-vador, que terá casa cheia pa-ra o duelo. Domingo (15), o técnico Dunga comandou treino fechado à imprensa e fez mistério, mas a tendên-cia é que a seleção entre em campo com formação seme-lhante à que encerrou o em-pate por 1 a 1 com a Argenti-na na última sexta-feira (13), em Buenos Aires.

O jogo contra os peruanos é o último compromisso oficial do Brasil no ano. Em quarto lugar e ainda sem apresentar um futebol empolgante, a es-perança é Neymar, que pas-sou em branco diante dos ar-gentinos e terá a companhia

O Botafogo pode ser campeão da Série B nesta sexta-feira (20), se vencer o ABC no es-tádio Mané Garrincha, em Brasília. Com mais três pontos, o alvinegro chegaria a 71 e não se-ria mais alcançado pe-los vice-líderes América

Leandro Resendedo Rio de Janeiro (RJ)

de Douglas Costa na frente, no lugar do atacante Ricardo Oliveira. Sem uma referência fixa no ataque, Dunga preci-sará mexer na defesa: Gil de-ve ser o substituto de David Luiz, expulso contra a Ar-gentina, e fará a dupla de za-ga com Miranda.

Se dentro de campo o ti-me ainda busca identida-de, a inspiração pode vir do

retrospecto. O Brasil nunca perdeu jogando na Fonte No-va, onde esteve pela última vez em 2013, quando derro-tou a Itália por 4 a 2 pela Copa das Confederações. No con-fronto contra o Peru, a sele-ção leva ampla vantagem: não perde desde 1975 e der-rotou o país em junho com gols da nova dupla de ataque, Neymar e Douglas Costa.

-MG e Vitória, que só po-dem ir a 69.

Mesmo já garantido na Série A do ano que vem, o clima ficou tenso após a derrota do alvinegro em casa por 3 a 0 para o Santa Cruz, no sábado. Jogado-res reclamaram das vaias dos torcedores quando a

partida ainda estava 0 a 0. “A gente está sofrendo vaia o ano todo. Quan-do está ganhando é mo-le vir”, criticou o volan-te Willian Arão, que re-conheceu a má atuação do time, mas disparou contra o comportamen-to da torcida. (LR)

Rio de Janeiro, 16 a 18 de novembro de 2015