carrapatos

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ANIMAIS SINANTRÓPICOS E ECTOPARASITOSES Curso Técnico de Vigilância em Saúde Setembro /2012

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Este material faz parte das aulas do módulo 6 do Curso Tecnico de Vigilância em Saúde - Escola Politécnica Joaquim Venâncio/FIOCRUZ

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Page 1: Carrapatos

ANIMAIS SINANTRÓPICOS E ECTOPARASITOSESCurso Técnico de Vigilância em Saúde

Setembro /2012

Page 2: Carrapatos

CARRAPATOS:

Page 3: Carrapatos

- São parasitas externos (Ectoparasitas) de mamíferos, aves e répteis.- São conhecidas cerca de 800 espécies de carrapatos.-Considerados importantes vetores no ciclo evolutivo de várias enfermidades como a Doença de Lyme e a Febre Maculosa ,entre outras.-São aracnídeos: apresentam quatro pares de patas, um par de palpos,masdificilmente visualizamos a divisão cefalotórax e abdômen.

*Família Ixodidae:

- Escudo rígido, quitinoso (“carrapatos duros”);

- Desenvolvimento em duas fases: parasitária e vida livre (após abandonar o hospedeiro);

- Necessita de um ou mais hospedeiros para completar o ciclo de vida;

- Ciclo de vida: Larva – Ninfa – Adulto;

- Neste grupo estão incluídos a maioria dos carrapatos de interesse médico – veterinário.

Page 4: Carrapatos

*Família Argasidae- Não possuem escudo (“carrapatos moles”);- Ciclo de vida compreende: Ovo – Larva – Ninfas (vários estágios) – Adulto;- Seus habitats são intimamente ligados aos seres humanos e animais domésticos;- A maioria das espécies está associada às aves e algumas aos cães; - Abundante em regiões áridas, com longas estações secas

ARGASIDAE IXODIDAE

Page 5: Carrapatos

* Biologia dos Ixodídeos:

1) Larva:

- Após saírem do ovo, as larvas possuem aspecto semelhante ao do carrapato adulto.

- Apresentam dois pares de patas.

- Sexualmente imaturas.

-Permanecem inativas no solo e vegetação por vários dias, até a cutícula endurecer ,quando estarão aptas para infestar animais.

2) Ninfas:

- Após a primeira ecdise (muda), as larvas originam as ninfas, com quatro pares de patas.

- Imaturas sexualmente.

Page 6: Carrapatos

3) Adultos:

- Após a última muda,as ninfas originam os adultos jovens que poderão ser machos ou fêmeas.

- Os machos permanecem no hospedeiro por várias semanas ou meses.

- Após o acasalamento, as fêmeas se ingurgitam de sangue completamente para iniciarem a postura dos ovos.

- O encontro dos ixodídeos com os hospedeiros no campo, se dá ao acaso, muitos morrendo antes de encontrar seu hospedeiro.

- O tempo necessário para que o carrapato complete seu ciclo biológico depende do tipo de ciclo e condições climáticas, podendo variar de alguns meses (países tropicais) a anos (países de clima frio).

Page 7: Carrapatos

CICLO DE VIDA DOS IXODIDEOS

Page 8: Carrapatos

* Biologia dos Argasídeos:

1) Larvas:

- Fixam-se em seus hospedeiros por aproximadamente 7 a 10 dias.

2) Ninfas:

- Passam por varias mudas e a cada muda ocorre 1 repasto sanguíneo.

- Se alimentam muito rapidamente, como no caso dos adultos.

3) Adultos:

- Fixam-se em seus hospedeiros por aproximadamente 7 a 10 dias.

- Durante seu ciclo de vida, se reproduzem continuamente ao longo do ano.

- Acasalam-se fora do hospedeiro.

- A fêmea realiza postura após cada repasto sanguíneo.

Page 9: Carrapatos

CICLO BIOLÓGICO DOS ARGASÍDEOS

Page 10: Carrapatos

* Carrapato do Cavalo ou Carrapato Estrela (Amblyoma cajannense, Fabricius, 1787):

- Hospedeiros favoritos na fase adulta são os equinos e bovinos podendo parasitar também outros animais domésticos e também os silvestres (Capivara).

Page 11: Carrapatos

- Esta espécie ataca o ser humano nas estações secas e frias e em qual quer estágio de seu ciclo de vida.

- Suas larvas e ninfas são comumente conhecidas como:

* “Micuim”;

* “Carrapato pólvora”;

* “Carrapato-fogo”;

* “Carrapato meio-chumbo”;

* “Carrapatinho”.

Amblyoma cajannese

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* As larvas e ninfas provocam no ser humano:

→Prurido interno;

→Lesão granulomatosa ao redor da cintura e nas pernas, que pode levar vários meses para cicatrizar.

→É o vetor e reservatório da FEBRE MACULOSA.em humanos, causada pela Rickettsia rickettsii,zoonose que circula entre carrapatos e hospedeiros vertebrados.

*FEBRE MACULOSA:

I – Introdução:

- Doença infecciosa febril aguda, que pode ser de difícil diagnóstico;

- Seu quadro clínico pode variar e os sintomas iniciais são inespecíficos:

→ Febre;

→ Cefaleia;

→Mialgia Intensa;

→ Mal estar generalizado;

Page 13: Carrapatos

→Náuseas e vômitos;

→Hexantema maculopapular após 6º dia da doença.

→ Nos casos graves, é comum o aparecimento de:

→Edema de membros inferiores;

→Hepatoesplenomegalia;

→ Manifestações GI;

→Manifestações renais;

→ Manifestações pulmonares;

→ Manifestações neurológicas;

→ Manifestações Hemorrágicas

* Pacientes não tratados precocemente podem evoluir para formas graves e cerca de 80% se não diagnosticados e tratados a tempo podem evoluir para óbito.

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* Vetores:

- Carrapatos do gênero Amblyoma (Amblyoma cajannense; Amblyoma cooperi; Amblyoma aoreolatum).

* Reservatórios:

- Os equídeos, além de transportadores dos carrapatos, podem atuar como sentinelas quando altamente infectados, semelhante ao cão que é um reservatório doméstico potencial.

- Acredita-se que a capivara, também possa estar envolvida neste ciclo, embora não existam estudos comprovando se este roedor é um reservatório silvestre de Rickettsia.

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*CICLO EVOLUTIVO:

1) Larva faz o repasto no 1º hospedeiro, período que dura aproximadamente 5 dias e após vai para o solo novamente.

2) Após os 25 dias, sofre ecdise e se transforma em Ninfa.

3) Dentro de 1 período que pode variar em até um ano, a ninfa procura um novo hospedeiro permanecendo neste e por 1 período de 5 a 7 dias fazendo o repasto . E após este período vai para o solo.

4) Cai no solo novamente e dentro de 25 dias sofre nova ecdise gerando formas adultas jovens fêmeas ou machos.

5) Dentro de 7 dias estas formas adultas jovens estarão aptas para iniciar o 3º estagio parasitário, podendo permanecer sem alimento durante 1 período de 24 meses, até encontrarem 1 novo hospedeiro.

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II – Medidas Preventivas:

- Higiene e monitoramento dos locais onde os carrapatos podem ser encontrados.

- Apara mato ou gramado próximos à locais de criação animal, para expor os carrapatos à condições adversas.

- Ao entrar em locais sabidamente infestados, utilizar roupas claras que facilitem a visualização dos carrapatos.

- Evitar sentar no solo e expor partes do corpos desprotegidas à vegetação infestada.

- Nunca arrancar o carrapato. Remove-lo com movimento rotatório.

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III – Métodos de Controle

*Controle Químico:

- Existem no mercado produtos veterinários de diferentes grupos químicos;

- As medidas de controle dependem da espécie e da região onde se encontram;

- É importante a descontaminação dos animais, regulamente para que haja eliminação das várias fases do carrapato e para impedir a reprodução no hospedeiro.

 

Page 18: Carrapatos

*Caso Suípa* : Abril de 2011

“Secretaria de Saúde investiga caso de febre maculosa no RioEm abril, funcionária da Suipa morreu vítima da doença.Secretaria orientou Suipa a suspender doação de animais.”

*Caso de Petrópolis*:

“Confirmados três casos de febre maculosa no Rio07 de novembro de 2005 • 20h49 • atualizado às 21h41”

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CURSO TÉCNICO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE

MÓDULO 6 - SETEMBRO 2012

LUCIANA ASSUMPÇÃO BORGES DE OLIVEIRA

CRMV RJ 3567