cestoides taenia echinococcus 2012

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Cestóides: Taenia e Echinococcus Arthur Gruber BMP0222 – Introdução à Parasitologia Veterinária Instituto de Ciências Biomédicas Universidade de São Paulo AG-ICB-USP

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Page 1: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

Cestóides: Taenia e Echinococcus

Arthur Gruber

BMP0222 – Introdução à Parasitologia Veterinária

Instituto de Ciências Biomédicas Universidade de

São Paulo

AG-ICB-USP

Page 2: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

Classificação dos

helmintos

Bilateria Acoelomata

Platyhelminthes (vermes chatos)Cestoda (vermes em fita)MonogeneaTrematodaTurbellaria

CoelomataDeuterostomia

Chaetognatha Chordata (cordados)Echinodermata (equinodermas)Hemichordata (hemicoordados)Xenoturbellida

ProtostomiaAnnelida/Echiura/Pogonophora (anelídeos)BrachiopodaBryozoa EntoproctaMollusca (moluscos)MyzostomidaNemerteaPanarthropodaPriapulidaSipuncula

PseudocoelomataAcanthocephala (vermes com cabeça

espinhosa)CycliophoraGastrotrichaKinorhynchaLoriciferaMicrognathozoaNematoda (vermes redondos)NematomorphaRotifera

Organismos celularesEukaryota

Grupo dos Fungi/MetazoaMetazoa

Eumetazoa Bilateria

Fonte: NCBI Taxonomy Browserhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/Taxonomy/Browser/

Page 3: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

Cestóides – características

• Corpo geralmente em forma de fita

• São segmentados, providos anteriormente de um órgão de fixação (escólex) que apresenta estruturas adesivas (ex. ventosas)

• Não apresentam tubo digestivo, geralmente são hermafroditas

• Cada proglote possui um conjunto completo de órgãos reprodutivos

• Apresenta crescimento contínuo: proglotes são destacadas e eliminadas com as fezes e novas se formam.

Page 4: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

Cestóides – características

• São parasitas obrigatórios, ciclo heteroxeno

• Adultos – parasitam tubo digestivo, dutos biliares e pancreáticos de vertebrados

• Larvas – parasitam tecidos de vertebrados e invertebrados – cistos de diferentes tipos:

• Cisticerco

• Cisto hidático

• Cenuro, etc.

Page 5: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

Cestóides – características

• Corpo muito alongado - comprimento de centenas de vezes maior do que a largura

• Parte anterior – escólex com 4 ventosas com ou sem ganchos

• Colo ou pescoço – origina as proglotes (zona de crescimento)

• Estróbilo – cadeia de segmentos: proglotes jovens, maduras e grávidas

estróbilo

colo

ESCÓLEX

escólex Taeniasolium

Taenia saginata

Page 6: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

Cestóides – características

Taenia taeniformis

Escólex

• Rostro ou rostelo (presente ou não)

• Ganchos (presentes ou não)

• Ventosas (podem variar)

ESCÓLEX

Taeniasolium

Taenia saginata

Page 7: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

Cestóides – características• Escólex

Ventosas

Rostelo comganchos

Taenia solium

Page 8: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

Cestóides – características• Escólex

Anoplocephala magna

Anoplocephala perfoliata

Page 9: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

Cestóides – características• Forma adulta no intestino

Page 10: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

Cestóides – característicasTegumento

• Membrana externa: há troca nutritiva e excreção de metabólitos, tem microvilosidades ou microtríquias

• Abaixo há uma faixa contínua de citoplasma rica em mitocôndrias, vacúolos e vesículas

• Fibras musculares (contração do estróbilo: resistindo aos movimentos peristálticos)

• Célula tegumentar: irregular, rica em glicogênio

• Enzimas do hospedeiro como tripsina e quimiotripsina são inativadas quando entram em contato com o tegumento do cestóide.

Page 11: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

Cestóides – características• Nutrição e metabolismo

• Utilizam CO2, rico no habitat intestinal.

• São anaeróbicos, mas também tem a capacidade de utilizar oxigênio.

• Nutrientes absorvidos por pinocitose, difusão ou transporte ativo

• Grandes reservas de glicogênio

Page 12: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

Cestóides – proglote

1. Ovo2. Útero3. Canal deferente4. Átrio (poro) genital5. Vagina6. Ovário7. Canal excretor longitudinal8. Vitelária9. Canal excretor transversal10.Testículos11.Canal eferente12.Receptáculo seminal13.Oótipo14.Glândulas de Mehlis

Fonte: Freitas, M.G. (1976). Helmintologia Veterinária. Editora Nobel.

Page 13: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

• Após a fertilização formação e liberação dos ovos: podem ser liberados pelos poros uterinos, rompimento da proglote dentro do hospedeiro ou por sua eliminação e desintegração no meio ambiente.

• Os ovos contém no seu interior um embrião hexacanto (possuem 6 ganchos), também chamado oncosfera, o qual está protegido por uma casca estriada, escura e espessa denominada embrióforo.

Cestóides – ciclo biológico

Ovos de Taenia Fonte: DPDx Parasite Image Libraryhttp://www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/Image_Library.htm

ganchosganchos

Page 14: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

• Os ovos contendo o embrião hexacanto são ingeridos por hospedeiros intermediários (HI).

• No tubo digestivo a casca é digerida liberando o embrião.

• As oncosferas invadem a mucosa intestinal, atingem a circulação linfática ou venosa e migram para os órgãos.

• O tipo de larva formada varia em função da espécie do cestóide.

• Hospedeiro definitivo (HD) se alimenta de tecido do HI contendo formas larvais

• No tubo digestivo do HD digestão dos tecidos do HI e liberação da larva.

• Os escólex fixa-se por meio das ventosas e acúleos crescimento e diferenciação das proglotes adulto.

• Adulto pode viver por muitos anos

Cestóides – ciclo biológico

Page 15: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

A. Coracídio

B. Larva procercóide

C. Larva pré-cercóide

D. Cisticerco

E. Cenuro

F. Estrobilocerco

G. Cisticercóide

H. Cisto hidático

Tipos de estágios larvais

Page 16: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

• Larva cisticerco vesícula cheia de líquido contendo um único escólex invaginado fixado, às vezes denominado proto-escólex.

• É a forma larval encontrada em algumas espécies do gênero Taenia e ocorre apenas em hospedeiros vertebrados.

Tipos de estágios larvais

Page 17: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

• Larva estrobilocerco escólex evaginado que se liga ao cisto por meio de uma cadeia de proglotes.

• As proglotes são digeridas pelo hospedeiro definitivo, deixando apenas o escólex intacto. Ex. Taenia taeniaeformis

Tipos de estágios larvais

Page 18: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

• Cisticercóide vesícula quase sem líquido com um único escólex invaginado.

• Ocorre em hospedeiros invertebrados, é a forma larval de Moniezia e Anoplocephala.

Tipos de estágios larvais

Page 19: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

•Larva cenuro semelhante a um cisticerco, mas com numerosos escólices invaginados que brotam da parede cística e permanecem invaginados. Ex. Taenia multiceps

Tipos de estágios larvais

Fonte: Rev. Bras. Parasitol. Vet. (Online) vol.19 no.4 Jaboticabal Oct./Dec. 2010

Page 20: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

• Cisto hidático grande cisto cheio de líquido, revestido por epitélio germinativo, contém numerosas vesículas originadas por brotamento interno que formam escólex no seu interior. Estas vesículas prolígeras são denominadas de “areia hidática”. O cisto é coberto por uma cápsula fibrosa. Ocorre em hospedeiros vertebrados, é a larva característica do Echinococcus granulosus.

Tipos de estágios larvais

Fonte: http://radiographics.rsna.org/content/21/suppl_1/S255/F8.expansion

Page 21: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

Nomenclatura dos cestóidesFormas adultas e larvais

O nome clássico era Cysticercus fasciolaris. Atualmente a forma larval é chamada de Strobilocercus fasciolaris

Page 22: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

Classe Cestoda Fazem parte da Classe Cestoda quatro ordens:• Cyclophyllidea cestódeos com 4 ventosas parasitas do

homem e dos animais domésticos, tem 5 famílias de interesse veterinário:

• Taeniidae• Anoplocephalidae• Dilepididae• Davaineidae• Hymenolepididae

• Pseudophyllidea cestódeos com 2 pseudobotrias, parasitos do homem e dos animais domésticos; tem uma família de interesse veterinário: Diphyllobothriidae

• Tetraphyllidea cestódeos com 4 botrias (fendas no escólex), parasitos de peixes, anfíbios e répteis

• Trypanoryncha cestódeos com 4 botrias e 4 tentáculos espiníferos, parasitos de peixes.

Page 23: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

Cestóides da família Taeniidae de importância médica

veterinária ESPÉCIE HD LOCALIZAÇÃO MORFOLOGIA HI LOCALIZAÇÃO FORMA LARVAL

Taenia saginata

Homem Int. Delgado

Até 15m Bovinos, ovinos caprinos

Musculatura Cysticercus bovis

T. solium Homem Int. Delgado

Até 8m Suínos, cão, gatobovinos, equino (raro)

homem (zoonose)

MusculaturaSNC

Cysticercus cellulosae

T. multiceps Canídeos Int. Delgado

0,4 a 1m Bovino, ovino, caprino, suíno, homem (raro)

Encéfalo Coenurus cerebralis

T. hydatigena Canídeos Int. Delgado

Até 5m Ovinos,bovinos, suínos Fígado,cav.peritoneal

Pleura,pericárdio (raro)

Cysticercustenuicollis

T. ovis Canídeos Int. Delgado

Até 2m Ovinos Musculatura Cysticercusovis

T. pisiformis Canídeos Int. Delgado

0,3 a 1m Coelhos,lebresRatos (raro)

Fígado,cav.peritoneal

Cysticercus pisiformis

T. serialis Canídeos Int. Delgado

Até 0,7m Coelhos Subcutâneo,tec.conjuntivo intermuscular

Coenurusserialis

T. taeniformis GatoCão (raro)

Int. Delgado

0,15 a 0,6m Ratos,camundongosMorcegos (raro)

Fígado,cav.peritoneal

Cysticercus (Stroblilocerc

us)fasciolaris

Echinococcus granulosus

Canídeos Int. Delgado

Até 6mm Ovinos, bovinos, caprinos, cervideos,

Primatas,suinos,coelho, homem (zoonose)

Pulmões,fígadoCav.peritoneal

Hidátide ouCisto

hidático

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Taenia spp.

Page 25: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

Cestóides - Classificação Platyhelminthes

Cestoda

Cestodaria

Eucestoda

Classe

Sub-classe

Cyclophyllidea

Ordem

Taeniidae

Família

Taenia spp.

Gênero

Filo

Echinococcus

Taenia solium

Page 26: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

• Adultos medem 2 a 3 metros em média, podendo chegar a 8 metros.

• Apresentam um escólex globoso, medindo 1 mm de diâmetro, rostelo com ganchos e 4 ventosas arredondadas.

• Rostelo com duas fileiras concêntricas de ganchos.

Taenia solium – morfologia

Ventosas

Rostelo comganchos

Page 27: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

Taenia solium - escólex

Ventosas Rostelo com ganchos

Page 28: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

• O colo é curto e delgado, o estróbilo possui 700 a 900 proglotes

• Apresenta cor branca de aspecto leitoso e a superfície é lisa e brilhante

Taenia solium – morfologia

Page 29: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

• As papilas genitais dispõem-se de forma alternada, o útero do segmento grávido possui 7 a 12 ramos laterais e cada proglote tem cerca de 30.000 a 40.000 ovos.

Taenia solium – morfologia

Page 30: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

• Hospedeiro definitivo: homem.

• Hospedeiro intermediário: suíno, raramente o cão, o gato, os ruminantes, os eqüinos e o próprio homem.

• Localização:

• Adultos intestino delgado do homem

• Larvas (cisticercos) Cysticercus celullosae observado no tecido conjuntivo interfascicular dos músculos sublinguais, mastigadores, diafragma, músculo cardíaco e no cérebro.

• Distribuição: maior prevalência na América Latina, Índia, África e em determinadas regiões do Oriente Médio.

• América Latina: 75 milhões de pessoas vivem em áreas endêmicas e cerca de 0,5 milhão de pessoas são acometidas pela cisticercose.

• Cisticercose é a maior causa epilepsia em humanos em todo o mundo.

Taenia solium

Page 31: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

Taenia solium Verme adulto noIntestino delgado do homem

Proglotes grávidas se destacam e passam pelas fezes

Homem ingere carne suína crua ou mal passada

Oncosfera se desenvolve em cisticerco no músculo

Cisticerco no músculo

Cisticerco se transforma em verme adulto

Oncosfera no intestino migra para os músculos no suíno

OvoApós ingestão, oncosfera eclode, migra para algum sítio e se transforma em cisticerco

Page 32: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

Taenia solium • No trato digestivo o embrião hexacanto é liberado pela ação

dos sucos gástricos e da bile

• Há penetração ativa da larva na mucosa e circulação sanguínea

• Há formação do cisticerco na musculatura

Page 33: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

Cisticercos isolados de carne

Page 34: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

Taenia solium - cisticerco

Page 35: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

No hospedeiro definitivo

• No intestino, o cisticerco são liberados pela digestão da carne, o escólex desinvagina por ação da bile

• As ventosas se fixam à mucosa e o rostro insinua-se entre as vilosidades

• A vesícula atrofia-se e há o crescimento do estróbilo

Taenia solium

Page 36: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

Particularidades do ciclo biológico:

• O homem pode apresentar a teníase (parasitismo com vermes adultos) ou a cisticercose (presença de formas larvais formando cisticercos).

• O homem pode desenvolver a cisticercose pela ingestão acidental de ovos de T. solium ou por retroperistaltismo até o estômago (auto-infecção) de oncosferas liberadas após a digestão de proglote grávida.

• Após três meses da infecção: proglotes grávidas eliminadas nas fezes, geralmente em número de 3 a 6 por vez.

• Os ovos podem permanecer viáveis no ambiente por até 12 meses.

• O cisticerco demora 3 meses para se formar a partir da infecção do suíno.

• Infecção crônica (após 8 meses): o cisticerco pode sofrer calcificação.

Taenia solium

Page 37: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

• Hospedeiro definitivo: tênias adultas podem causar anorexia ou apetite exagerado, náuseas, vômitos, diarréias alternadas com constipação, dores abdominais, perda de peso, manifestações alérgicas e neurológicas.

• Muitas destas perturbações digestivas podem ser decorrentes de irritações nas terminações nervosas do plexo nervoso simpático provocadas pela movimentação do rostro ou rostelo.

• Hospedeiro intermediário:

• Suínos infectados com cisticerco os sinais clínicos são inaparentes

• Cisticercose em humanos: forma larval olhos, cérebro e tecido subcutâneo podendo levar a alterações patológicas como cegueira, nódulos no olho, transtornos neurológicos...

Taenia solium - sintomas

Page 38: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

• Suínos podem se infectar com água, alimentos contaminados com ovos.

• Tipos de infecção no homem:

• Teníase – pela ingestão de carne crua ou mal passada contendo cisticercos

• Cisticercose – pela ingestão de ovos presentes em alimentos contaminados com ovos, ou por re-infecção com a oncosfera por retroperistaltismo.

Taenia solium - epidemiologia

Page 39: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

• Legislação

• Inquéritos e vigilância epidemiológica

• Medidas de controle da carne

• Inspeção rigorosa dos músculos mastigadores (masseter) , da língua, faringe esôfago e coração

• Também diafragma e outros músculos esqueléticos

• Encontro de 1 cisticerco vivo: carne destinada à salsicharia

• Poucos cisticercos vivos: salga ou fabricação de banha

• Muitos cisticercos: condenação

• Medidas ecológicas e de proteção ambiental

• Educação sanitária

Taenia solium Controle

Page 40: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

Diagnóstico:

• Exame de fezes: pesquisa de proglotes (hospedeiro definitivo)

• Verificação de cisticerco na carcaça (hospedeiro intermediário).

• Detecção de cisticerco no homem (tomografia, pesquisa de anticorpos).

Tratamento:

• Suíno: não há tratamento eficaz que elimine os cisticercos.

• Homem: cirúrgico, praziquantel e a niclosamida (somente para os vermes adultos) podem ser empregados.

Taenia solium Diagnóstico e tratamento

Page 41: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

• Hospedeiro definitivo: Homem

• Hospedeiro intermediário: Bovino, raramente ovinos e caprinos. Não há cisticercose no homem.

• Localização:

• Adulto: intestino delgado do homem

• Larvas (cisticercos): Cysticercus bovis musculatura esquelética e cardíaca, pulmões e fígado do hospedeiro intermediário.

Taenia saginata – introdução

Page 42: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

• Distribuição: mundial

• Importância na Medicina Veterinária:

• Cisticerco na musculatura do animal condenação parcial ou total da carcaça (prejuízo econômico).

• Países em desenvolvimento: 30 a 60% de animais infectados detectados durante a inspeção das carcaças.

• Países desenvolvidos: menos de 1%

Taenia saginata – introdução

Page 43: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

• Adultos medem entre 5 a 15 m, o escólex é cubóide, SEM rostelo nem ganchos, o colo é longo e delgado.

Taenia saginata – morfologia

Page 44: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

• O estróbilo é composto por 1.200 a 2.000 proglotes

• Primeiro terço: proglotes mais largas que longas

• Terço médio: proglotes quadradas

• Terço posterior: proglotes mais longas que largas.

Taenia saginata – morfologia

Page 45: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

• Papilas genitais irregularmente alternadas

• Útero da proglote grávida tem 15 a 30 ramos laterais de cada lado.

• Cada proglote grávida contém 80.000 a 250.000 ovos, que podem resistir por vários meses nas pastagens.

Taenia saginata – morfologia

Page 46: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

• Quando os ovos são ingeridos pelo bovino há eclosão e ativação do embrião hexacanto pela ação dos sucos digestivos e da bile

• A oncosfera penetra na mucosa intestinal atingindo a circulação sanguínea

• Há desenvolvimento do cisticerco nos músculos esqueléticos e cardíaco

Taenia saginata – morfologia

Page 47: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

• O Cysticercus bovis, é branco-acinzentado de aproximadamente 1 cm de diâmetro, cheio de líquido, no qual pode-se encontrar o escólex.

• Geralmente observado no coração, língua e músculos masseter e intercostais. Em infecções maciças pode acometer demais músculos esqueléticos.

Taenia saginata – morfologia

Page 48: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

• Semelhante aos demais ciclos dos cestóides

• Particularidades:

• Proglotes grávidas destacam-se do estróbilo individualmente, possuem movimentos próprios, podem atingir o ânus e o exterior independentemente do ato da defecação.

• O cisticerco somente é infectante ao homem após 12 semanas de seu desenvolvimento, quando atinge aproximadamente 1 cm de diâmetro.

• O cisticerco pode continuar infectivo por semanas a anos no hospedeiro intermediário.

• Após a infecção, o período de patência no homem inicia-se dentro de 2 a 3 meses.

Taenia saginata – ciclo biológico

Page 49: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

Sintomas:

• Semelhantes ao causados pela T. solium.

Diagnóstico:

• Hospedeiro definitivo:

• Exame visual (presença de proglotes nas fezes, cama, roupas íntimas).

• Exame parasitológico de fezes.

• Hospedeiro intermediário: não é feito na prática in vivo

• Necroscópico inspeção rotineira das carcaças.

Taenia saginata Sintomas e diagnóstico

Page 50: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

A prevalência e intensidade do parasitismo estão relacionadas:

• Número de ovos produzidos e lançados pelo hospedeiro definitivo

• Mecanismo de dispersão dos ovos (principalmente T. saginata cujas proglotes podem se contrair)

• Longevidade dos ovos nas diferentes condições ambientais

Taenia saginata - Epidemiologia

Page 51: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

• Tratamento: não há tratamento efetivo através das drogas contra os cisticercos.

• Controle

• Evitar que bovinos tenham acesso à água contaminada com esgoto de origem humana.

• Ingerir carne bovina bem passada

• Inspeção sanitária em abatedouros

Taenia saginata – tratamento

Page 52: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

• “Profilaxia do Complexo Teníase-Cisticercose”, que baseia-se nos seguintes procedimentos:

• Inspeção das carcaças localização dos cisticercos

• Carcaças parasitadas devem ser tratadas ou terem um destino adequado, levando-se em consideração o grau de infecção:

• Encontro de 1 a 5 cisticercos: tratamento pelo congelamento ou salga.

• Encontro de 6 a 20 cisticercos: tratamento pelo calor (carne industrial)

• Mais de 20 cisticercos: condenação total da carcaça

• Educação sanitária orientar a população para o consumo de carne inspecionada, diminuir consumo de carne crua ou mal passada, esclarecer sobre a importância do destino adequado das excretas.

Teníase-Cisticercose - controle

Page 53: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

• Hospedeiro definitivo: cão e canídeos silvestres

• Hospedeiro intermediário: ruminantes, suínos

• Forma larval: Cysticercus tenuicollis, vulgarmente conhecido como "bolha d'água".

• Localização:

• Adulto: intestino delgado do cão

• Forma larval nas serosas, fígado, cavidade peritoneal e mais raramente na pleura e no pericárdio do hospedeiro intermediário.

• Importância na Medicina Veterinária: perdas econômicas pelo descarte das vísceras contendo cistos em abatedouros

Taenia hydatigena – introdução

Page 54: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

• Adultos com até 5 m de comprimento.

• Escólex com duas fileiras de acúleos de 1 mm de diâmetro, colo com a largura do escólex.

Taenia hydatigena – morfologia

Page 55: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

• Típico de cestóides, com as seguintes particularidades:

• Oncosferas migram pelo fígado por aproximadamente 4 semanas antes de emergirem e se fixarem no peritôneo.

• Após a fixação, cada oncosfera se desenvolve em um cisticerco.

Taenia hydatigena – ciclo biológico

Page 56: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

• Migração das oncosferas pode causar “hepatite cisticercosa”, que pode ser fatal.

• A resposta imune do hospedeiro é capaz de destruir os cisticercos em desenvolvimento com a formação de nódulos esverdeados de aproximadamente 1 cm de diâmetro na superfície do órgão.

Taenia hydatigena – ciclo biológico

Page 57: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

Taenia hydatigena – lesões

Page 58: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

• Clínico: sintomatologia, presença de proglotes nas fezes, às vezes se observa um emaranhado de tênias pendentes no ânus.

• Laboratorial: pesquisa de ovos nas fezes pelo método de sedimentação espontânea (Hoffmann).

• ELISA e imunofluorescência indireta podem ser usados

• Tratamento: praziquantel

• Controle: não alimentar cães com vísceras

Taenia hydatigena Diagnóstico e tratamento

Page 59: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

Espécie Taenia solium Taenia saginata

Taenia hydatigena

Taenia taeniaeformis

Taenia multiceps

Hospedeiro definitivo

Homem homem cão Felinos carnívoros (cão)

Hospedeiro intermediário

Suíno bovino Ruminante, suíno

roedores Herbívoros

Local forma larval musculatura esquelética e

cardíaca

musculatura esquelética e

cardíaca

serosas fígado e cavidades

abdominais

cérebro

Forma larval Cysticercus celullosae

Cysticercus bovis

Cysticercus tenuicollis

Cysticercus (Strobilocercus)fasciolaris

Coenurus cerebralis

Importância suínos infectados

com cysticercus:

sinais clínicos inaparentes.Humano se

ingerir o ovo pode se tornar

HI.

A presença da forma larval

na musculatura

do animal leva a liberação parcial da

carcaça ou até seu descarte

total

Nos HIs leva a

descarte de vísceras com as formas

infectantes

A forma larval determina achados clínicos e

patológicos no fígado de

roedores.

Tênias de importância médica veterinária

Page 60: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

Echinococcus granulosus

Page 61: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

Echinococcus granulosus – introdução

•Cepas ou subespécies:

• Echinococcus granulosus granulosus

• Echinococcus granulosus equinus

•Hospedeiro definitivo:

• E. g. granulosus: cão e canídeos silvestres (menos a raposa vermelha)

• E. g. equinus: cão e raposa vermelha

•Hospedeiro intermediário:

• E g. granulosus: ruminantes domésticos e silvestres, homem, primatas, suínos, coelhos.

• E. g. equinus: eqüinos e asininos

Page 62: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

• HD cão doméstico

• HI ovino, homem (acidental)

• O homem pode adquirir a infecção pela ingestão de oncosferas da pelagem dos cães ou de alimentos contaminados com fezes de cães hidatidose (zoonose). Os cistos hidáticos tem crescimento lento e só são percebidos alguns anos após a infecção. Há citações de cistos de até 50 litros de líquido em humanos. A ruptura pode causar choque anafilático e morte.

• Ciclo silvestre entre canídeos e ruminantes selvagens, se baseia na predação ou ingestão de cadáveres.

• Importância econômica: condenação nos abatedouros.

Echinococcus granulosusCiclo biológico

Page 63: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

Localização:

• Adultos: intestino delgado do cão

• Larvas (cistos hidáticos): fígado e pulmões (principalmente) do HI.

Distribuição:

• E. g. granulosus: mundial

• E. g. equinus: Europa, principalmente.

Echinococcus granulosus Localização e distribuição

Page 64: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

• Adulto: tem cerca de 6 mm de comprimento, sendo uma das menores espécies de tenídeos conhecidas, quase invisível a olho nú.

• Escólex típico de tenídeo de 0,3 mm de largura, com rostro e dupla coroa de acúleos, colo curto, estróbilo constituído por 3 ou 4 segmentos, sendo que o último é grávido e ocupa cerca de metade do seu comprimento, cada segmento possui uma única abertura genital.

Echinococcus granulosus – morfologia

Page 65: Cestoides Taenia Echinococcus 2012

Ventosas

Poro genital

Poro genital

Testículos

Ovário

Glândulas vitelogênicas

Útero

Echinococcus granulosus – morfologia

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• Cisto hidático ou hidátide: tem até 20 cm de diâmetro, presentes no fígado e pulmões ou cavidade abdominal.

• Formado por membrana externa e epitélio germinativo interno, do qual se originam cápsula prolígeras.

Echinococcus granulosus – morfologia

Cisto hidático

Cápsula fibrosa (origem do hospedeiro)

Cápsula fibrosa (origem do parasita)

Cápula prolígera

Camadagerminativa

Protoescólex

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• Hidátides filhas podem se formar por brotamento interno ou externo podendo atingir outras partes do organismo do hospedeiro.

Echinococcus granulosus – morfologia

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• O HD se infecta ao ingerir vísceras do HI com cisto hidático larvas adultos no tubo digestivo do cão (cerca de 7 semanas) as proglotes grávidas se destacam e vão para o meio ambiente com as fezes.

• Os ovos se disseminam HI se infecta ingerindo ovos nas pastagens ou em alimentos contaminados larvas hexacanto sistema porta fígado ou pela circulação vão ao pulmão e cérebro.

• Oncosferas (embrião hexacanto) são resistentes e podem sobreviver no ambiente por cerca de 2 anos.

• Cisto hidático ou hidátide atinge a maturidade em seis a doze meses.

• Em ovinos: Maior parte das hidátides se formam nos pulmões, também se formam no fígado.

• Eqüinos e bovinos: maioria se forma no fígado.

Echinococcus granulosus – ciclo biológico

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Echinococcus granulosus – ciclo biológico

do cestoide

ad

ulto

s

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• Hospedeiro definitivo: geralmente é assintomático. Em infecções maciça pode ocorrer episódios de diarréia catarral hemorrágica.

• Hospedeiro intermediário: sintomas relacionados ao local e ao tamanho da hidátide, pode ocorrer compressões de outros órgãos.

• hidatidose hepática hiporexia, ruminação alterada, diarréia, emagrecimento progressivo e hepatomegalia.

• hidatidose pulmonar tosse sibilante, pode ocorrer taquipnéia e dispnéia.

• Pode ocorrer degeneração da hidátide com calcificação.

• Se um cisto hidático se romper pode ocorrer choque anafilático e desenvolvimento de cistos secundários em outras regiões do corpo.

Echinococcus granulosus – patogenia

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Echinococcus granulosus – lesões

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Echinococcus granulosus – lesões

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• Clínico: pouco elucidativo, sintomatologia pouco evidente

• Laboratorial: pesquisa de proglotes nas fezes dos cães (difícil, proglotes pequenas e escassas).

• ELISA – coproantígenos em fezes de canídeos

• Outros testes sorológicos – reatividade cruzada com Taenia

• Necroscópico: encontro dos pequenos cestóides no intestino delgado (HD), presença do cisto hidático (HI).

• Humanos - diagnóstico por imagem (cisto hidático), ELISA

Echinococcus granulosusDiagnóstico

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• Cães: praziquantel ou arecolina (aumenta a eliminação dos parasitas adultos).

• Animais hospedeiros intermediários - desnecessário

• Homem: excisão cirúrgica dos cistos hidáticos, albendazol.

Echinococcus granulosusTratamento

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• Canídeos silvestres – controle pouco viável

• Cães: tratamento preventivo, impedir acesso às vísceras, destruição das vísceras parasitadas.

• Humanos - educação sanitária e medidas de higiene

Echinococcus granulosus – controle

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Bibliografia

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• Roberts, L.S.; Janovy Jr, J. & Schmidt, P. (2004). Foundations of Parasitology. Seventh Edition. McGraw-Hill Science/Engineering/Math, USA.

• Soulsby, E.J.L. (1982). Helminths, Arthropods and Protozoa of Domesticated Animals. 7th Edition. Lea & Febiger, Philadelphia, USA.

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