cestoides taenia echinococcus 2012
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Cestóides: Taenia e Echinococcus
Arthur Gruber
BMP0222 – Introdução à Parasitologia Veterinária
Instituto de Ciências Biomédicas Universidade de
São Paulo
AG-ICB-USP
Classificação dos
helmintos
Bilateria Acoelomata
Platyhelminthes (vermes chatos)Cestoda (vermes em fita)MonogeneaTrematodaTurbellaria
CoelomataDeuterostomia
Chaetognatha Chordata (cordados)Echinodermata (equinodermas)Hemichordata (hemicoordados)Xenoturbellida
ProtostomiaAnnelida/Echiura/Pogonophora (anelídeos)BrachiopodaBryozoa EntoproctaMollusca (moluscos)MyzostomidaNemerteaPanarthropodaPriapulidaSipuncula
PseudocoelomataAcanthocephala (vermes com cabeça
espinhosa)CycliophoraGastrotrichaKinorhynchaLoriciferaMicrognathozoaNematoda (vermes redondos)NematomorphaRotifera
Organismos celularesEukaryota
Grupo dos Fungi/MetazoaMetazoa
Eumetazoa Bilateria
Fonte: NCBI Taxonomy Browserhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/Taxonomy/Browser/
Cestóides – características
• Corpo geralmente em forma de fita
• São segmentados, providos anteriormente de um órgão de fixação (escólex) que apresenta estruturas adesivas (ex. ventosas)
• Não apresentam tubo digestivo, geralmente são hermafroditas
• Cada proglote possui um conjunto completo de órgãos reprodutivos
• Apresenta crescimento contínuo: proglotes são destacadas e eliminadas com as fezes e novas se formam.
Cestóides – características
• São parasitas obrigatórios, ciclo heteroxeno
• Adultos – parasitam tubo digestivo, dutos biliares e pancreáticos de vertebrados
• Larvas – parasitam tecidos de vertebrados e invertebrados – cistos de diferentes tipos:
• Cisticerco
• Cisto hidático
• Cenuro, etc.
Cestóides – características
• Corpo muito alongado - comprimento de centenas de vezes maior do que a largura
• Parte anterior – escólex com 4 ventosas com ou sem ganchos
• Colo ou pescoço – origina as proglotes (zona de crescimento)
• Estróbilo – cadeia de segmentos: proglotes jovens, maduras e grávidas
estróbilo
colo
ESCÓLEX
escólex Taeniasolium
Taenia saginata
Cestóides – características
Taenia taeniformis
Escólex
• Rostro ou rostelo (presente ou não)
• Ganchos (presentes ou não)
• Ventosas (podem variar)
ESCÓLEX
Taeniasolium
Taenia saginata
Cestóides – características• Escólex
Ventosas
Rostelo comganchos
Taenia solium
Cestóides – características• Escólex
Anoplocephala magna
Anoplocephala perfoliata
Cestóides – características• Forma adulta no intestino
Cestóides – característicasTegumento
• Membrana externa: há troca nutritiva e excreção de metabólitos, tem microvilosidades ou microtríquias
• Abaixo há uma faixa contínua de citoplasma rica em mitocôndrias, vacúolos e vesículas
• Fibras musculares (contração do estróbilo: resistindo aos movimentos peristálticos)
• Célula tegumentar: irregular, rica em glicogênio
• Enzimas do hospedeiro como tripsina e quimiotripsina são inativadas quando entram em contato com o tegumento do cestóide.
Cestóides – características• Nutrição e metabolismo
• Utilizam CO2, rico no habitat intestinal.
• São anaeróbicos, mas também tem a capacidade de utilizar oxigênio.
• Nutrientes absorvidos por pinocitose, difusão ou transporte ativo
• Grandes reservas de glicogênio
Cestóides – proglote
1. Ovo2. Útero3. Canal deferente4. Átrio (poro) genital5. Vagina6. Ovário7. Canal excretor longitudinal8. Vitelária9. Canal excretor transversal10.Testículos11.Canal eferente12.Receptáculo seminal13.Oótipo14.Glândulas de Mehlis
Fonte: Freitas, M.G. (1976). Helmintologia Veterinária. Editora Nobel.
• Após a fertilização formação e liberação dos ovos: podem ser liberados pelos poros uterinos, rompimento da proglote dentro do hospedeiro ou por sua eliminação e desintegração no meio ambiente.
• Os ovos contém no seu interior um embrião hexacanto (possuem 6 ganchos), também chamado oncosfera, o qual está protegido por uma casca estriada, escura e espessa denominada embrióforo.
Cestóides – ciclo biológico
Ovos de Taenia Fonte: DPDx Parasite Image Libraryhttp://www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/Image_Library.htm
ganchosganchos
• Os ovos contendo o embrião hexacanto são ingeridos por hospedeiros intermediários (HI).
• No tubo digestivo a casca é digerida liberando o embrião.
• As oncosferas invadem a mucosa intestinal, atingem a circulação linfática ou venosa e migram para os órgãos.
• O tipo de larva formada varia em função da espécie do cestóide.
• Hospedeiro definitivo (HD) se alimenta de tecido do HI contendo formas larvais
• No tubo digestivo do HD digestão dos tecidos do HI e liberação da larva.
• Os escólex fixa-se por meio das ventosas e acúleos crescimento e diferenciação das proglotes adulto.
• Adulto pode viver por muitos anos
Cestóides – ciclo biológico
A. Coracídio
B. Larva procercóide
C. Larva pré-cercóide
D. Cisticerco
E. Cenuro
F. Estrobilocerco
G. Cisticercóide
H. Cisto hidático
Tipos de estágios larvais
• Larva cisticerco vesícula cheia de líquido contendo um único escólex invaginado fixado, às vezes denominado proto-escólex.
• É a forma larval encontrada em algumas espécies do gênero Taenia e ocorre apenas em hospedeiros vertebrados.
Tipos de estágios larvais
• Larva estrobilocerco escólex evaginado que se liga ao cisto por meio de uma cadeia de proglotes.
• As proglotes são digeridas pelo hospedeiro definitivo, deixando apenas o escólex intacto. Ex. Taenia taeniaeformis
Tipos de estágios larvais
• Cisticercóide vesícula quase sem líquido com um único escólex invaginado.
• Ocorre em hospedeiros invertebrados, é a forma larval de Moniezia e Anoplocephala.
Tipos de estágios larvais
•Larva cenuro semelhante a um cisticerco, mas com numerosos escólices invaginados que brotam da parede cística e permanecem invaginados. Ex. Taenia multiceps
Tipos de estágios larvais
Fonte: Rev. Bras. Parasitol. Vet. (Online) vol.19 no.4 Jaboticabal Oct./Dec. 2010
• Cisto hidático grande cisto cheio de líquido, revestido por epitélio germinativo, contém numerosas vesículas originadas por brotamento interno que formam escólex no seu interior. Estas vesículas prolígeras são denominadas de “areia hidática”. O cisto é coberto por uma cápsula fibrosa. Ocorre em hospedeiros vertebrados, é a larva característica do Echinococcus granulosus.
Tipos de estágios larvais
Fonte: http://radiographics.rsna.org/content/21/suppl_1/S255/F8.expansion
Nomenclatura dos cestóidesFormas adultas e larvais
O nome clássico era Cysticercus fasciolaris. Atualmente a forma larval é chamada de Strobilocercus fasciolaris
Classe Cestoda Fazem parte da Classe Cestoda quatro ordens:• Cyclophyllidea cestódeos com 4 ventosas parasitas do
homem e dos animais domésticos, tem 5 famílias de interesse veterinário:
• Taeniidae• Anoplocephalidae• Dilepididae• Davaineidae• Hymenolepididae
• Pseudophyllidea cestódeos com 2 pseudobotrias, parasitos do homem e dos animais domésticos; tem uma família de interesse veterinário: Diphyllobothriidae
• Tetraphyllidea cestódeos com 4 botrias (fendas no escólex), parasitos de peixes, anfíbios e répteis
• Trypanoryncha cestódeos com 4 botrias e 4 tentáculos espiníferos, parasitos de peixes.
Cestóides da família Taeniidae de importância médica
veterinária ESPÉCIE HD LOCALIZAÇÃO MORFOLOGIA HI LOCALIZAÇÃO FORMA LARVAL
Taenia saginata
Homem Int. Delgado
Até 15m Bovinos, ovinos caprinos
Musculatura Cysticercus bovis
T. solium Homem Int. Delgado
Até 8m Suínos, cão, gatobovinos, equino (raro)
homem (zoonose)
MusculaturaSNC
Cysticercus cellulosae
T. multiceps Canídeos Int. Delgado
0,4 a 1m Bovino, ovino, caprino, suíno, homem (raro)
Encéfalo Coenurus cerebralis
T. hydatigena Canídeos Int. Delgado
Até 5m Ovinos,bovinos, suínos Fígado,cav.peritoneal
Pleura,pericárdio (raro)
Cysticercustenuicollis
T. ovis Canídeos Int. Delgado
Até 2m Ovinos Musculatura Cysticercusovis
T. pisiformis Canídeos Int. Delgado
0,3 a 1m Coelhos,lebresRatos (raro)
Fígado,cav.peritoneal
Cysticercus pisiformis
T. serialis Canídeos Int. Delgado
Até 0,7m Coelhos Subcutâneo,tec.conjuntivo intermuscular
Coenurusserialis
T. taeniformis GatoCão (raro)
Int. Delgado
0,15 a 0,6m Ratos,camundongosMorcegos (raro)
Fígado,cav.peritoneal
Cysticercus (Stroblilocerc
us)fasciolaris
Echinococcus granulosus
Canídeos Int. Delgado
Até 6mm Ovinos, bovinos, caprinos, cervideos,
Primatas,suinos,coelho, homem (zoonose)
Pulmões,fígadoCav.peritoneal
Hidátide ouCisto
hidático
Taenia spp.
Cestóides - Classificação Platyhelminthes
Cestoda
Cestodaria
Eucestoda
Classe
Sub-classe
Cyclophyllidea
Ordem
Taeniidae
Família
Taenia spp.
Gênero
Filo
Echinococcus
Taenia solium
• Adultos medem 2 a 3 metros em média, podendo chegar a 8 metros.
• Apresentam um escólex globoso, medindo 1 mm de diâmetro, rostelo com ganchos e 4 ventosas arredondadas.
• Rostelo com duas fileiras concêntricas de ganchos.
Taenia solium – morfologia
Ventosas
Rostelo comganchos
Taenia solium - escólex
Ventosas Rostelo com ganchos
• O colo é curto e delgado, o estróbilo possui 700 a 900 proglotes
• Apresenta cor branca de aspecto leitoso e a superfície é lisa e brilhante
Taenia solium – morfologia
• As papilas genitais dispõem-se de forma alternada, o útero do segmento grávido possui 7 a 12 ramos laterais e cada proglote tem cerca de 30.000 a 40.000 ovos.
Taenia solium – morfologia
• Hospedeiro definitivo: homem.
• Hospedeiro intermediário: suíno, raramente o cão, o gato, os ruminantes, os eqüinos e o próprio homem.
• Localização:
• Adultos intestino delgado do homem
• Larvas (cisticercos) Cysticercus celullosae observado no tecido conjuntivo interfascicular dos músculos sublinguais, mastigadores, diafragma, músculo cardíaco e no cérebro.
• Distribuição: maior prevalência na América Latina, Índia, África e em determinadas regiões do Oriente Médio.
• América Latina: 75 milhões de pessoas vivem em áreas endêmicas e cerca de 0,5 milhão de pessoas são acometidas pela cisticercose.
• Cisticercose é a maior causa epilepsia em humanos em todo o mundo.
Taenia solium
Taenia solium Verme adulto noIntestino delgado do homem
Proglotes grávidas se destacam e passam pelas fezes
Homem ingere carne suína crua ou mal passada
Oncosfera se desenvolve em cisticerco no músculo
Cisticerco no músculo
Cisticerco se transforma em verme adulto
Oncosfera no intestino migra para os músculos no suíno
OvoApós ingestão, oncosfera eclode, migra para algum sítio e se transforma em cisticerco
Taenia solium • No trato digestivo o embrião hexacanto é liberado pela ação
dos sucos gástricos e da bile
• Há penetração ativa da larva na mucosa e circulação sanguínea
• Há formação do cisticerco na musculatura
Cisticercos isolados de carne
Taenia solium - cisticerco
No hospedeiro definitivo
• No intestino, o cisticerco são liberados pela digestão da carne, o escólex desinvagina por ação da bile
• As ventosas se fixam à mucosa e o rostro insinua-se entre as vilosidades
• A vesícula atrofia-se e há o crescimento do estróbilo
Taenia solium
Particularidades do ciclo biológico:
• O homem pode apresentar a teníase (parasitismo com vermes adultos) ou a cisticercose (presença de formas larvais formando cisticercos).
• O homem pode desenvolver a cisticercose pela ingestão acidental de ovos de T. solium ou por retroperistaltismo até o estômago (auto-infecção) de oncosferas liberadas após a digestão de proglote grávida.
• Após três meses da infecção: proglotes grávidas eliminadas nas fezes, geralmente em número de 3 a 6 por vez.
• Os ovos podem permanecer viáveis no ambiente por até 12 meses.
• O cisticerco demora 3 meses para se formar a partir da infecção do suíno.
• Infecção crônica (após 8 meses): o cisticerco pode sofrer calcificação.
Taenia solium
• Hospedeiro definitivo: tênias adultas podem causar anorexia ou apetite exagerado, náuseas, vômitos, diarréias alternadas com constipação, dores abdominais, perda de peso, manifestações alérgicas e neurológicas.
• Muitas destas perturbações digestivas podem ser decorrentes de irritações nas terminações nervosas do plexo nervoso simpático provocadas pela movimentação do rostro ou rostelo.
• Hospedeiro intermediário:
• Suínos infectados com cisticerco os sinais clínicos são inaparentes
• Cisticercose em humanos: forma larval olhos, cérebro e tecido subcutâneo podendo levar a alterações patológicas como cegueira, nódulos no olho, transtornos neurológicos...
Taenia solium - sintomas
• Suínos podem se infectar com água, alimentos contaminados com ovos.
• Tipos de infecção no homem:
• Teníase – pela ingestão de carne crua ou mal passada contendo cisticercos
• Cisticercose – pela ingestão de ovos presentes em alimentos contaminados com ovos, ou por re-infecção com a oncosfera por retroperistaltismo.
Taenia solium - epidemiologia
• Legislação
• Inquéritos e vigilância epidemiológica
• Medidas de controle da carne
• Inspeção rigorosa dos músculos mastigadores (masseter) , da língua, faringe esôfago e coração
• Também diafragma e outros músculos esqueléticos
• Encontro de 1 cisticerco vivo: carne destinada à salsicharia
• Poucos cisticercos vivos: salga ou fabricação de banha
• Muitos cisticercos: condenação
• Medidas ecológicas e de proteção ambiental
• Educação sanitária
Taenia solium Controle
Diagnóstico:
• Exame de fezes: pesquisa de proglotes (hospedeiro definitivo)
• Verificação de cisticerco na carcaça (hospedeiro intermediário).
• Detecção de cisticerco no homem (tomografia, pesquisa de anticorpos).
Tratamento:
• Suíno: não há tratamento eficaz que elimine os cisticercos.
• Homem: cirúrgico, praziquantel e a niclosamida (somente para os vermes adultos) podem ser empregados.
Taenia solium Diagnóstico e tratamento
• Hospedeiro definitivo: Homem
• Hospedeiro intermediário: Bovino, raramente ovinos e caprinos. Não há cisticercose no homem.
• Localização:
• Adulto: intestino delgado do homem
• Larvas (cisticercos): Cysticercus bovis musculatura esquelética e cardíaca, pulmões e fígado do hospedeiro intermediário.
Taenia saginata – introdução
• Distribuição: mundial
• Importância na Medicina Veterinária:
• Cisticerco na musculatura do animal condenação parcial ou total da carcaça (prejuízo econômico).
• Países em desenvolvimento: 30 a 60% de animais infectados detectados durante a inspeção das carcaças.
• Países desenvolvidos: menos de 1%
Taenia saginata – introdução
• Adultos medem entre 5 a 15 m, o escólex é cubóide, SEM rostelo nem ganchos, o colo é longo e delgado.
Taenia saginata – morfologia
• O estróbilo é composto por 1.200 a 2.000 proglotes
• Primeiro terço: proglotes mais largas que longas
• Terço médio: proglotes quadradas
• Terço posterior: proglotes mais longas que largas.
Taenia saginata – morfologia
• Papilas genitais irregularmente alternadas
• Útero da proglote grávida tem 15 a 30 ramos laterais de cada lado.
• Cada proglote grávida contém 80.000 a 250.000 ovos, que podem resistir por vários meses nas pastagens.
Taenia saginata – morfologia
• Quando os ovos são ingeridos pelo bovino há eclosão e ativação do embrião hexacanto pela ação dos sucos digestivos e da bile
• A oncosfera penetra na mucosa intestinal atingindo a circulação sanguínea
• Há desenvolvimento do cisticerco nos músculos esqueléticos e cardíaco
Taenia saginata – morfologia
• O Cysticercus bovis, é branco-acinzentado de aproximadamente 1 cm de diâmetro, cheio de líquido, no qual pode-se encontrar o escólex.
• Geralmente observado no coração, língua e músculos masseter e intercostais. Em infecções maciças pode acometer demais músculos esqueléticos.
Taenia saginata – morfologia
• Semelhante aos demais ciclos dos cestóides
• Particularidades:
• Proglotes grávidas destacam-se do estróbilo individualmente, possuem movimentos próprios, podem atingir o ânus e o exterior independentemente do ato da defecação.
• O cisticerco somente é infectante ao homem após 12 semanas de seu desenvolvimento, quando atinge aproximadamente 1 cm de diâmetro.
• O cisticerco pode continuar infectivo por semanas a anos no hospedeiro intermediário.
• Após a infecção, o período de patência no homem inicia-se dentro de 2 a 3 meses.
Taenia saginata – ciclo biológico
Sintomas:
• Semelhantes ao causados pela T. solium.
Diagnóstico:
• Hospedeiro definitivo:
• Exame visual (presença de proglotes nas fezes, cama, roupas íntimas).
• Exame parasitológico de fezes.
• Hospedeiro intermediário: não é feito na prática in vivo
• Necroscópico inspeção rotineira das carcaças.
Taenia saginata Sintomas e diagnóstico
A prevalência e intensidade do parasitismo estão relacionadas:
• Número de ovos produzidos e lançados pelo hospedeiro definitivo
• Mecanismo de dispersão dos ovos (principalmente T. saginata cujas proglotes podem se contrair)
• Longevidade dos ovos nas diferentes condições ambientais
Taenia saginata - Epidemiologia
• Tratamento: não há tratamento efetivo através das drogas contra os cisticercos.
• Controle
• Evitar que bovinos tenham acesso à água contaminada com esgoto de origem humana.
• Ingerir carne bovina bem passada
• Inspeção sanitária em abatedouros
Taenia saginata – tratamento
• “Profilaxia do Complexo Teníase-Cisticercose”, que baseia-se nos seguintes procedimentos:
• Inspeção das carcaças localização dos cisticercos
• Carcaças parasitadas devem ser tratadas ou terem um destino adequado, levando-se em consideração o grau de infecção:
• Encontro de 1 a 5 cisticercos: tratamento pelo congelamento ou salga.
• Encontro de 6 a 20 cisticercos: tratamento pelo calor (carne industrial)
• Mais de 20 cisticercos: condenação total da carcaça
• Educação sanitária orientar a população para o consumo de carne inspecionada, diminuir consumo de carne crua ou mal passada, esclarecer sobre a importância do destino adequado das excretas.
Teníase-Cisticercose - controle
• Hospedeiro definitivo: cão e canídeos silvestres
• Hospedeiro intermediário: ruminantes, suínos
• Forma larval: Cysticercus tenuicollis, vulgarmente conhecido como "bolha d'água".
• Localização:
• Adulto: intestino delgado do cão
• Forma larval nas serosas, fígado, cavidade peritoneal e mais raramente na pleura e no pericárdio do hospedeiro intermediário.
• Importância na Medicina Veterinária: perdas econômicas pelo descarte das vísceras contendo cistos em abatedouros
Taenia hydatigena – introdução
• Adultos com até 5 m de comprimento.
• Escólex com duas fileiras de acúleos de 1 mm de diâmetro, colo com a largura do escólex.
Taenia hydatigena – morfologia
• Típico de cestóides, com as seguintes particularidades:
• Oncosferas migram pelo fígado por aproximadamente 4 semanas antes de emergirem e se fixarem no peritôneo.
• Após a fixação, cada oncosfera se desenvolve em um cisticerco.
Taenia hydatigena – ciclo biológico
• Migração das oncosferas pode causar “hepatite cisticercosa”, que pode ser fatal.
• A resposta imune do hospedeiro é capaz de destruir os cisticercos em desenvolvimento com a formação de nódulos esverdeados de aproximadamente 1 cm de diâmetro na superfície do órgão.
Taenia hydatigena – ciclo biológico
Taenia hydatigena – lesões
• Clínico: sintomatologia, presença de proglotes nas fezes, às vezes se observa um emaranhado de tênias pendentes no ânus.
• Laboratorial: pesquisa de ovos nas fezes pelo método de sedimentação espontânea (Hoffmann).
• ELISA e imunofluorescência indireta podem ser usados
• Tratamento: praziquantel
• Controle: não alimentar cães com vísceras
Taenia hydatigena Diagnóstico e tratamento
Espécie Taenia solium Taenia saginata
Taenia hydatigena
Taenia taeniaeformis
Taenia multiceps
Hospedeiro definitivo
Homem homem cão Felinos carnívoros (cão)
Hospedeiro intermediário
Suíno bovino Ruminante, suíno
roedores Herbívoros
Local forma larval musculatura esquelética e
cardíaca
musculatura esquelética e
cardíaca
serosas fígado e cavidades
abdominais
cérebro
Forma larval Cysticercus celullosae
Cysticercus bovis
Cysticercus tenuicollis
Cysticercus (Strobilocercus)fasciolaris
Coenurus cerebralis
Importância suínos infectados
com cysticercus:
sinais clínicos inaparentes.Humano se
ingerir o ovo pode se tornar
HI.
A presença da forma larval
na musculatura
do animal leva a liberação parcial da
carcaça ou até seu descarte
total
Nos HIs leva a
descarte de vísceras com as formas
infectantes
A forma larval determina achados clínicos e
patológicos no fígado de
roedores.
Tênias de importância médica veterinária
Echinococcus granulosus
Echinococcus granulosus – introdução
•Cepas ou subespécies:
• Echinococcus granulosus granulosus
• Echinococcus granulosus equinus
•Hospedeiro definitivo:
• E. g. granulosus: cão e canídeos silvestres (menos a raposa vermelha)
• E. g. equinus: cão e raposa vermelha
•Hospedeiro intermediário:
• E g. granulosus: ruminantes domésticos e silvestres, homem, primatas, suínos, coelhos.
• E. g. equinus: eqüinos e asininos
• HD cão doméstico
• HI ovino, homem (acidental)
• O homem pode adquirir a infecção pela ingestão de oncosferas da pelagem dos cães ou de alimentos contaminados com fezes de cães hidatidose (zoonose). Os cistos hidáticos tem crescimento lento e só são percebidos alguns anos após a infecção. Há citações de cistos de até 50 litros de líquido em humanos. A ruptura pode causar choque anafilático e morte.
• Ciclo silvestre entre canídeos e ruminantes selvagens, se baseia na predação ou ingestão de cadáveres.
• Importância econômica: condenação nos abatedouros.
Echinococcus granulosusCiclo biológico
Localização:
• Adultos: intestino delgado do cão
• Larvas (cistos hidáticos): fígado e pulmões (principalmente) do HI.
Distribuição:
• E. g. granulosus: mundial
• E. g. equinus: Europa, principalmente.
Echinococcus granulosus Localização e distribuição
• Adulto: tem cerca de 6 mm de comprimento, sendo uma das menores espécies de tenídeos conhecidas, quase invisível a olho nú.
• Escólex típico de tenídeo de 0,3 mm de largura, com rostro e dupla coroa de acúleos, colo curto, estróbilo constituído por 3 ou 4 segmentos, sendo que o último é grávido e ocupa cerca de metade do seu comprimento, cada segmento possui uma única abertura genital.
Echinococcus granulosus – morfologia
Ventosas
Poro genital
Poro genital
Testículos
Ovário
Glândulas vitelogênicas
Útero
Echinococcus granulosus – morfologia
• Cisto hidático ou hidátide: tem até 20 cm de diâmetro, presentes no fígado e pulmões ou cavidade abdominal.
• Formado por membrana externa e epitélio germinativo interno, do qual se originam cápsula prolígeras.
Echinococcus granulosus – morfologia
Cisto hidático
Cápsula fibrosa (origem do hospedeiro)
Cápsula fibrosa (origem do parasita)
Cápula prolígera
Camadagerminativa
Protoescólex
• Hidátides filhas podem se formar por brotamento interno ou externo podendo atingir outras partes do organismo do hospedeiro.
Echinococcus granulosus – morfologia
• O HD se infecta ao ingerir vísceras do HI com cisto hidático larvas adultos no tubo digestivo do cão (cerca de 7 semanas) as proglotes grávidas se destacam e vão para o meio ambiente com as fezes.
• Os ovos se disseminam HI se infecta ingerindo ovos nas pastagens ou em alimentos contaminados larvas hexacanto sistema porta fígado ou pela circulação vão ao pulmão e cérebro.
• Oncosferas (embrião hexacanto) são resistentes e podem sobreviver no ambiente por cerca de 2 anos.
• Cisto hidático ou hidátide atinge a maturidade em seis a doze meses.
• Em ovinos: Maior parte das hidátides se formam nos pulmões, também se formam no fígado.
• Eqüinos e bovinos: maioria se forma no fígado.
Echinococcus granulosus – ciclo biológico
Echinococcus granulosus – ciclo biológico
do cestoide
ad
ulto
s
• Hospedeiro definitivo: geralmente é assintomático. Em infecções maciça pode ocorrer episódios de diarréia catarral hemorrágica.
• Hospedeiro intermediário: sintomas relacionados ao local e ao tamanho da hidátide, pode ocorrer compressões de outros órgãos.
• hidatidose hepática hiporexia, ruminação alterada, diarréia, emagrecimento progressivo e hepatomegalia.
• hidatidose pulmonar tosse sibilante, pode ocorrer taquipnéia e dispnéia.
• Pode ocorrer degeneração da hidátide com calcificação.
• Se um cisto hidático se romper pode ocorrer choque anafilático e desenvolvimento de cistos secundários em outras regiões do corpo.
Echinococcus granulosus – patogenia
Echinococcus granulosus – lesões
Echinococcus granulosus – lesões
• Clínico: pouco elucidativo, sintomatologia pouco evidente
• Laboratorial: pesquisa de proglotes nas fezes dos cães (difícil, proglotes pequenas e escassas).
• ELISA – coproantígenos em fezes de canídeos
• Outros testes sorológicos – reatividade cruzada com Taenia
• Necroscópico: encontro dos pequenos cestóides no intestino delgado (HD), presença do cisto hidático (HI).
• Humanos - diagnóstico por imagem (cisto hidático), ELISA
Echinococcus granulosusDiagnóstico
• Cães: praziquantel ou arecolina (aumenta a eliminação dos parasitas adultos).
• Animais hospedeiros intermediários - desnecessário
• Homem: excisão cirúrgica dos cistos hidáticos, albendazol.
Echinococcus granulosusTratamento
• Canídeos silvestres – controle pouco viável
• Cães: tratamento preventivo, impedir acesso às vísceras, destruição das vísceras parasitadas.
• Humanos - educação sanitária e medidas de higiene
Echinococcus granulosus – controle
Bibliografia
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• Roberts, L.S.; Janovy Jr, J. & Schmidt, P. (2004). Foundations of Parasitology. Seventh Edition. McGraw-Hill Science/Engineering/Math, USA.
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• Urquhart, G.M.; Armour, J.; Duncan, J.L.; Dunn, A.M. & Jennings, F.W. (1998). Parasitologia Veterinária. Tradução da 2a Edição. Guanabara Koogan, Brasil.