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Direito CivilParte Geral

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Direito Civil

Carlos Roberto Gonçalves

Parte Geral

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••••••••••••••

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CAPÍTULO I

1 CONCEITO DE DIREITO. DISTINÇÃO ENTRE O DIREITO E A MORAL

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2 DIREITO POSITIVO E DIREITO NATURAL

3 DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO

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4 DIREITO PÚBLICO E DIREITO PRIVADO

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5 A UNIFICAÇÃO DO DIREITO PRIVADO

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CAPÍTULO II

6 A CODIFICAÇÃO

7 O CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO

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1. Conceito de direito

Segundo Radbruch, é o conjunto das normas gerais e posi-tivas que regulam a vida social. Origina-se a palavra “di-reito” do latim , significando aquilo que é reto, que está de acordo com a lei.

2. Distinção entre o direi-to e a moral

As normas jurídicas e as morais têm em comum o fato de constituírem normas de comportamento. No entanto, dis-tinguem-se preci puamente pela (que no direito é imposta pelo Poder Público para constranger os indivíduos à observância da norma e na moral somente pela cons-ciência do homem, sem coerção) e pelo , que na moral é mais amplo.

3. Direito positivo e di-reito natural

é o ordenamento jurídico em vigor em de-terminado país e em determinada época. É o direito posto.

é a ideia abstrata do direito, o ordenamento ideal, correspondente a uma justiça superior.

4. Direito objetivo e direito subjetivo

é o conjunto de normas impostas pelo Es-tado, de caráter geral, a cuja observância os indivíduos podem ser compelidos mediante coerção ( ).

( ) é a faculdade indivi-dual de agir de acordo com o direito objetivo, de invo-car a sua proteção.

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5. Direito pú-blico e direi-to privado

é o direito que regula as relações do Estado com outro Estado, ou as do Estado com os cidadãos.

é o que disciplina as relações entre os indivíduos como tais, nas quais predomina ime diatamente o interesse de ordem particular.O direito civil, o direito comercial, o direito agrário, o direi-to marítimo, bem como o direito do trabalho, o direito do consumidor e o direito aeronáutico integram o direito pri-vado. Há divergência no tocante ao direito do trabalho, que alguns colocam no elenco do direito público. Os de-mais ramos pertencem ao direito público.

1. A Codifi-cação

No período colonial vigoravam no Brasil as Ordenações Filipinas. Com a Independência, em 1822, a legislação portuguesa continuou sendo aplicada entre nós, mas com a ressalva de que vigoraria até que se elaborasse o Código Civil. Várias tentativas foram feitas, mas somente após a proclamação da República, com a indicação de Clóvis Be-viláqua, foi o Projeto de Código Civil, por ele confecciona-do, encaminhado ao Congresso Nacional, em 1900, sen-do aprovado em janeiro de 1916 e entrando em vigor em 1º de janeiro de 1917.

2. O Código Civil brasi-leiro

O Código Civil de 2002 resultou do Projeto de Lei n. 634/75, elaborado por uma comissão de juristas, sob a supervisão de Miguel Reale, que unificou, parcialmente, o direito privado.Contém 2.046 artigos e divide-se em: Parte Geral, que trata das , dos e dos

, e Parte Especial, dividida em cinco livros, com os se-guintes títulos, nesta ordem: Direito das Obrigações, Direi-to de Empresa, Direito das Coisas, Direito de Família e Di-reito das Sucessões.O atual Código manteve a estrutura do Código Civil de 1916, afastando-se, porém, das concepções individualis-tas que o nortearam, para seguir orientação compatível com a socialização do direito contemporâneo.

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1 CONTEÚDO E FUNÇÃO

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2 FONTES DO DIREITO

3 A LEI E SUA CLASSIFICAÇÃO

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4 VIGÊNCIA DA LEI

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5 OBRIGATORIEDADE DAS LEIS

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6 A INTEGRAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS

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7 APLICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS

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8 CONFLITO DAS LEIS NO TEMPO

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9 EFICÁCIA DA LEI NO ESPAÇO

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1. Conteúdo

Contém normas que tratam de normas em geral. Enquan-to o objeto das leis em geral é o comportamento humano, o da LICC é a própria norma, pois disciplina a sua elabo-ração e vigên cia, a sua aplicação no tempo e no espaço, as suas fontes etc. Dirige-se a todos os ramos do direito, salvo naquilo que for regulado de forma diferente na legis-lação específica.

2. Funções da LICC

A LICC tem por regulamentar:a) o início da obrigatoriedade da lei; b) o tempo de obri-gatoriedade da lei; c) a eficácia global da ordem jurídica, não admitindo a ignorância da lei vigente; d) os mecanis-mos de integração das normas, quando houver lacunas; e) os critérios de hermenêutica jurídica; f) o direito intertem-poral; g) o direito internacio nal privado brasileiro; h) os atos civis praticados, no estrangeiro, pelas autoridades consulares brasileiras.

3. Fontes do direito

A lei é o objeto da LICC e a principal fonte do direito. São consideradas do direito a lei, a analogia, o costume e os princípios gerais de direito; e não a doutrina e a jurisprudência. Dentre as formais, a lei é a fonte , e as demais são fontes .

4. Caracterís-ticas da lei

a) : dirige-se, abstratamente, a todos. b) : impõe um dever, uma conduta. É a que distingue a norma das leis físicas.c) : autoriza que o lesado pela vio lação exija o cumprimento dela ou a reparação pelo mal causado.d) : perdura até ser revogada por outra lei. Al-gumas normas, entretanto, são temporárias, como as que constam das disposições transitórias e as leis orçamentárias.e) .

5. Classifica-ção das leis

a) Quanto à : dividem-se em e . As primeiras são as que ordenam ou proíbem

determinada conduta de forma absoluta, não podendo ser derrogadas pela vontade dos interessados. Normas

em geral são permissivas ou supletivas e costumam conter a expressão “salvo estipulação em contrário”.

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5. Classifica-ção das leis

b) Sob o prisma da sanção, dividem-se em mais que per-feitas, perfeitas, menos que perfeitas e imperfeitas.

são as que impõem a aplicação de duas san-ções (prisão e obrigação de pagar as prestações alimentí-cias, p. ex.). São as que preveem a nulidade do ato, como punição ao infrator. Leis menos que perfeitas são as que não acarretam a nulidade ou anulação do ato, so-mente impondo ao violador uma sanção. E são as leis cuja violação não acarreta nenhuma consequência, como as obrigações decorrentes de dívidas de jogo e de dívidas prescritas.c) Segundo a sua , as leis são

. As primeiras são também chamadas de materiais, porque tratam do direito material. As segundas, também chamadas de processuais, traçam os meios de realização dos direitos.d) Quanto à sua , as normas classificam-se em:

(constantes da Constituição, às quais as de-mais devem amoldar-se), (as que se situam entre a norma constitucional e a lei ordinária), (as elaboradas pelo Poder Legislativo) e (as elabora-das pelo Executivo, por autorização expressa do Legislativo).

6. Vigência da lei

Início de sua vigência

A lei só começa a vigorar com sua pu-blicação no , quando en-tão se torna obrigatória. A sua obriga to-riedade não se inicia no dia da publi ca-ção (LICC, art. 1o), salvo se ela própria assim o determinar. O intervalo entre a data de sua publicação e a sua entrada em vigor denomina-se .

Duração da

Foi adotado o critério do , porque a lei entra em vigor na mesma data, em todo o país, sendo simultânea a sua obrigatoriedade. A anterior LICC prescrevia que a lei entrava em vigor em prazos diversos nos Estados, conforme a distância da Capital. Seguia, assim, o critério do .

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6. Vigência da lei

Cessação da vigência

Hipóteses

Em regra, a lei per-manece em vigor até ser revo gada por ou-tra lei (princípio da

). Pode ter vigência temporária, quando o legislador fixa o tempo de sua duração.

Revogação

: é a supres-são da força obriga-tória da lei, retiran-do-lhe a eficácia — o que só pode ser feito por outra lei.

: a) (supressão total da

norma anterior); b) (supressão par-

cial); c) (quan-do a lei nova declara que a lei anterior fi-ca revogada); d)

(quando houver in-compatibilidade entre a lei velha e a nova (LICC, art. 2o, § 1o).

Critérios para solucionar o conflito de leis no tempo

— o das disposições transitórias;— o dos princípios da e

da norma. É retroativa a norma que atinge efeitos de atos jurídi-cos praticados sob a égide da norma revogada. É irretroativa a que não se aplica às situações constituídas anterior-mente. Não se pode aceitar esses prin-cípios como absolutos, pois razões de ordem político-legislativa podem reco-

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6. Vigência da lei

Critérios para solucionar o conflito de leis no tempo

mendar que, em determinada situação, a lei seja retroativa, respeitando o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada (LICC, art. 6o, §§ 1o e 2o).

7. Obrigato-riedade das leis

Sendo a lei uma ordem dirigida à vontade geral, uma vez em vigor, torna-se obrigatória para todos. Segundo o art. 3o da LICC, ninguém se escusa de cumpri-la, alegando que não a conhece. Tal dispositivo visa garantir a eficácia glo-bal da ordem jurídica (teoria da ).

8. Integração das normas jurídicas

: é o preenchimento de lacunas, mediante aplica-ção e criação de normas individuais, atendendo ao espírito do sistema jurídico.

:a) . Figura em primeiro lugar na hierarquia do art. 4o da LICC. Consiste na aplicação a hipótese não prevista em lei de dispositivo legal relativo a caso semelhante. A

consiste na aplicação de uma norma exis-tente, destinada a reger caso semelhante ao previsto. A

baseia-se em um conjunto de normas, para obter elementos que permitam a sua aplicação ao caso concreto não previsto, mas similar.b) . É a prática uniforme, constante, pública e geral de determinado ato, com a convicção de sua necessidade. Em relação à lei, três são as espécies de costume: o

, quando sua eficácia obrigatória é reconhecida pela lei; o , quando se destina a suprir a lei, nos casos omissos; e o , que se opõe à lei.c) . São regras que se encontram na consciência dos povos e são universalmente aceitas, mesmo não escritas. Orientam a compreensão do sistema jurídico, em sua aplicação e integração, estejam ou não incluídas no direito positivo.A equidade não constitui meio supletivo de lacuna da lei, sendo mero auxiliar da aplicação desta.

9. Interpre-tação das normas jurídicas

: Interpretar é descobrir o sentido e o alcance da norma. A hermenêutica é a ciência da interpretação das leis. Como toda ciência, tem os seus métodos, a saber:a) quanto à , classifica-se em autêntica, juris pru-dencial e doutrinária. Interpretação é a feita pelo

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9. Interpre-tação das normas jurídicas

próprio legislador, por outro ato; jurisprudencial é a fixada pelos tribunais; e doutrinária é a realizada pelos estudiosos e comentaristas do direito;b) quanto aos , a interpretação pode ser feita pelos métodos:— ou , consistente no exame do texto nor-mativo sob o ponto de vista linguístico, analisando-se a pontuação, a ordem das palavras na frase etc.;— , identificado pelo emprego de raciocínios lógi-cos, com abandono dos elementos puramente verbais;— , que considera o sistema em que se insere a norma, não a analisando isoladamente; — , que se baseia na investigação dos anteceden-tes da norma, do processo legislativo, a fim de descobrir o seu exato significado;— ou , que objetiva adaptar o sen-tido ou a finalidade da norma às novas exigên cias sociais.

10. Eficácia da lei no espaço

Em razão da soberania estatal, a norma tem aplicação dentro do território delimitado pelas fronteiras do Estado. Esse princípio da , entretanto, não é absolu-to. A necessidade de regular relações entre nacionais e es-trangeiros levou o Estado a permitir que a lei estrangeira tenha eficácia em seu território, sem comprometer a sobe-rania nacional, admitindo, assim, o sistema da

.O Brasil segue o sistema da moderada, sujeita a regras especiais, que determinam quando e em que casos pode ser invocado o direito alienígena (LICC, arts. 7o e s.).

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LIVRO I

TÍTULO I

CAPÍTULO I

1 CONCEITO DE PESSOA NATURAL

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2 DAS INCAPACIDADES

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2.1. INCAPACIDADE ABSOLUTA

2.1.1. OS MENORES DE DEZESSEIS ANOS

2.1.2. OS PRIVADOS DO NECESSÁRIO DISCERNIMENTO POR ENFERMIDADE OU DEFICIÊNCIA MENTAL

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o

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2.1.3. OS QUE, MESMO POR CAUSA TRANSITÓRIA, NÃO PUDEREM EXPRIMIR SUA VONTADE

2.2. INCAPACIDADE RELATIVA

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2.2.1. OS MAIORES DE DEZESSEIS E MENORES DE DEZOITO ANOS

2.2.2. OS ÉBRIOS HABITUAIS, OS VICIADOS EM TÓXICOS E OS DEFICIENTES MENTAIS DE DISCERNIMENTO REDUZIDO

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2.2.3. OS EXCEPCIONAIS SEM DESENVOLVIMENTO MENTAL COMPLETO

2.2.4. OS PRÓDIGOS

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2.2.5. OS ÍNDIOS

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3 CESSAÇÃO DA INCAPACIDADE

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Page 54: Civil Geral

4 COMEÇO DA PERSONALIDADE NATURAL

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5 EXTINÇÃO DA PERSONALIDADE NATURAL

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6 INDIVIDUALIZAÇÃO DA PESSOA NATURAL

6.1. NOME

6.1.1. CONCEITO

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6.1.2. NATUREZA JURÍDICA

6.1.3. ELEMENTOS DO NOME COMPLETO

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6.1.4. IMUTABILIDADE DO NOME

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6.2. ESTADO

6.2.1. ASPECTOS

6.2.2. CARACTERES

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6.3. DOMICÍLIO

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CAPÍTULO II

7 CONCEITO

8 FUNDAMENTOS E CARACTERÍSTICAS

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9 DISCIPLINA NO CÓDIGO CIVIL

9.1. OS ATOS DE DISPOSIÇÃO DO PRÓPRIO CORPO

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9.2. O TRATAMENTO MÉDICO DE RISCO

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9.3. O DIREITO AO NOME

9.4. A PROTEÇÃO À PALAVRA E À IMAGEM

9.5. A PROTEÇÃO À INTIMIDADE

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CAPÍTULO III

10 DA CURADORIA DOS BENS DO AUSENTE

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11 DA SUCESSÃO PROVISÓRIA

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12 DA SUCESSÃO DEFINITIVA

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1. ConceitoÉ o ser humano considerado sujeito de direitos e deveres (CC, art. 1o). Para ser pessoa, basta existir.

2. Capaci-dade

: é a maior ou menor extensão dos direitos de uma pessoa. É, portanto, a medida da personalidade.

: a) de direito ou de gozo, que é a aptidão que todos possuem (CC, art. 1o) de adquirir direitos; b) de fato ou de exercício, que é a aptidão para exercer, por si só, os atos da vida civil.

3. Incapaci-dade

ConceitoÉ a restrição legal ao exercício dos atos da vida civil.

Espécies

Absoluta

A que acarreta a proi-bição total do exer cício dos atos da vida civil (art. 3o). O ato somente po de-rá ser pratica do pe lo re-pre sen tan te le gal do in-ca paz, sob pe na de nuli-dade (art. 166, I).É o caso dos menores de 16 anos, dos privados do necessário discernimento e dos que, mesmo por motivo transitório, não pu-derem exprimir sua von-tade (art. 3o, I, II e III).

Relativa

A que permite que o inca-paz pratique atos da vida civil, desde que assistido, sob pena de anulabilida-de (art. 171, I). É o caso

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3. Incapaci-dade

Espécies Relativa

dos maiores de 16 e me-nores de 18 anos, dos ébrios habituais, toxicô-manos e deficientes men-tais, que tenham discerni-mento reduzido, dos ex-cepcionais, sem desenvol-vimento mental completo e pródigos (art. 4o, I a IV). Certos atos, porém, po-dem os maiores de 16 e menores de 18 anos prati-car sem a assistência de seu representante legal, como, ., fazer testa-mento (art. 1.860) e ser testemunha (art. 228, I).

Cessação da incapacidade

Cessa a incapacidade quando desapare-ce a sua causa. Se esta for a menorida-de, cessará em dois casos: a) pela maio-ridade, aos 18 anos; e b) pela emanci-pação, que pode ser voluntária, judicial e legal (art. 5o e parágrafo único).

4. Começo da personalida-de natural

A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida — o que se constata pela respiração. Antes do nascimento não há personalidade. Mas o art. 2o do Códi-go Civil ressalva os direitos do nasci turo, desde a concep-ção. Nascendo com vida, ainda que venha a falecer instan-tes depois, a sua existência, no tocante aos seus interesses, retroage ao mo mento de sua concepção. Encontrando-se os seus direitos em estado potencial, sob condição suspen-siva, o nascituro pode praticar atos necessários à sua con-servação, como titular de (art. 130).

5. Individua-lização da pessoa natural

Pelo nome Conceito

Nome é a designação pe-la qual a pessoa se iden-tifica no seio da família e da sociedade.

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5. Individua-lização da pessoa natural

Pelo nome

Elementos

Prenome e sobrenome (CC, art. 16). Algumas pessoas têm o , sinal que distingue pessoas de uma mesma família (Júnior, Neto). é desig-nação que se dá à forma cortês de tratamento (Sr., Dr.). O prenome pode ser livremente escolhido pe-los pais, desde que não exponha o filho ao ridícu-lo (LRP, art. 55, parágra-fo único). O sobrenome indica a origem familiar da pessoa.

Alteração

a) quando houver erro grá-fico e mudança de sexo;b) quando expuser seu portador ao ridículo;c) quando houver apelido público notório;d) quando houver neces-sidade de proteger teste-munhas de crimes;e) em caso de homonímia;f) quando houver

de uso;g) em caso de tradução de nomes estrangeiros, de adoção, de reconheci-mento de filho, de casa-mento e de dissolução da sociedade conjugal.

Pelo estado Conceito

Estado é a soma das quali-ficações da pessoa na so-ciedade, hábeis a produzir efeitos jurídicos. É o seu modo particular de existir.

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5. Individua-lização da pessoa natural

Pelo estado

Aspectos

: diz respeito às características físicas da pessoa (idade, sexo, cor, altura).

: indica a sua si-tuação na família, em re-lação ao matrimônio e ao parentesco.

: concerne à posi-ção do indivíduo na so-ciedade política.

Caracteres

: o estado é uno e indivisível e regu-lamentado por normas de ordem pública.

: trata-se de bem fora do comércio, inalie ná vel e irrenunciável.

: não se perde nem se adquire o estado pela prescrição.

Pelo domicílio

Conceito

Domicílio é a sede jurídi-ca da pessoa. É o local onde responde por suas obrigações.

Espécies

a) ou : é o determinado pela lei.b) , que pode ser ou . Ge-ral, quando escolhido li-vremente pela pessoa. O

pode ser o (CC, art. 78)

e o (CPC, art. 111).

Mudança

Muda-se o domicílio, trans-ferindo a residência com a intenção manifesta de o mudar (CC, art. 74).

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6. Extinção da personalida-de natural

a) (CC, art. 6o, 1a parte).b) (art. 8o).c) (art. 6o, 2a parte).d) (art. 1.816).

7. Direitos da personali-dade

Conceito

São direitos subjetivos da pessoa de de-fender o que lhe é próprio, ou seja, a sua integridade física (vida, corpo), inte-lectual e moral.

Características

Os direitos da personalidade são ina lie- ná veis, irrenunciáveis, imprescri tí veis, abso-lutos (oponíveis ), impe nho-ráveis e vitalícios.

Disciplina no Código Civil

O Código Civil disciplina:a) os atos de disposição do próprio cor-po (arts. 13 e 14);b) o direito à não submissão a trata-mento médico de risco (art. 15);c) o direito ao nome e ao pseudônimo (arts.16 a 19);d) a proteção à palavra e à imagem (art. 20);e) a proteção à intimidade (art. 21).

8. Da ausên-cia

Conceito

é a pessoa que desaparece de seu domicílio sem dar notícia de seu pa-radeiro e sem deixar um representante ou procurador para administrar-lhe os bens (art. 22).

Fases

A situação do ausente passa por três fases:a) fase da curadoria (arts. 22 a 25);b) fase da sucessão provisória (arts. 26 a 36);c) fase da sucessão definitiva (arts. 37 a 39).

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TÍTULO II

13 CONCEITO

14 NATUREZA JURÍDICA

14.1. TEORIAS DA FICÇÃO

14.2. TEORIAS DA REALIDADE

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15 REQUISITOS PARA A CONSTITUIÇÃO DA PESSOA JURÍDICA

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16 CLASSIFICAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA

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Page 81: Civil Geral

17 DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

Page 82: Civil Geral
Page 83: Civil Geral

18 RESPONSABILIDADE CIVIL DAS PESSOAS JURÍDICAS

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Page 85: Civil Geral

19 EXTINÇÃO DA PESSOA JURÍDICA

Page 86: Civil Geral

TÍTULO III

20 DOMICÍLIO DA PESSOA NATURAL

20.1. CONCEITO

Page 87: Civil Geral

20.2. ESPÉCIES

21 DOMICÍLIO DA PESSOA JURÍDICA

Page 88: Civil Geral

1. Conceito

São entidades a que a lei confere personalidade, capa-citando-as a ser sujeitos de direitos e obrigações. Atuam na vida jurídica com personalidade diversa da dos indivíduos que as compõem.

2. Natureza jurídica

Teorias da ficção

a) : desenvolvida por Savigny, sus-tenta que a pessoa jurídica constitui uma cria-ção artificial da lei.b) : afirma que a pessoa jurí-dica é criação dos juristas, da doutrina.A que se faz a tais teorias é que o Estado é uma pessoa jurídica. Dizer-se que o Estado é uma ficção é o mesmo que dizer que o direito, que dele emana, também o é.

Teorias da realidade

a) : sustenta que a pessoa jurídica é uma realidade sociológica, que nas-ce por imposição das forças sociais.b) ou : assemelha--se à primeira. Considera as pessoas jurídicas organizações sociais destinadas a um serviço ou ofício, e por isso personificadas.c) : entendem seus adeptos, especialmente Ihering, que a personificação dos grupos sociais é expediente de ordem téc-nica, a forma encontrada pelo direito para re-conhecer a existência de grupos de indivíduos, que se unem na busca de fins determinados.

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2. Natureza jurídica

Teorias da realidade

As primeiras são criticadas porque não expli-cam como os grupos sociais adquirem perso-nalidade.

3. Classifi-cação

Quanto à naciona-lidade

a) Nacionais.b) Estrangeiras.

Quanto à estrutura interna

a) Corporação ( ): con-junto ou reunião de pessoas. Dividem-se em

e , que podem ser.

b) Fundação.

Quanto à função

Pessoas ju-rídicas de direito pú-blico

ExternoNações estrangeiras.Santa Sé.Organismos internacionais

Interno

Adminis-tração direta

União, Estados, Distrito Fede-ral, Territórios, Municípios.

Adminis-tração in-direta

autarquias, in-clusive as as-sociações pú-blicas, funda-ções públicas e as demais en-tidades de ca-ráter público criadas por lei.

Pessoas ju-rídicas de direito pri-vado (art. 44)

: entidades que não têm fins lucrativos, mas morais, cul-turais, desportivos ou beneficentes.

: têm fim eco-nômico e são constituídas, em ge-ral, por profissionais liberais ou presta dores de serviços.

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3. Classifi-cação

Quanto à função

Pessoas ju-rídicas de direito pri-vado (art. 44)

: também vi-sam lucro. Distinguem-se das so cie-dades simples jurídicas porque têm por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito ao re-gistro previsto no art. 967 do CC.

: acervo de bens que recebe personalidade para a realização de fins determi-nados (art. 62, parágrafo único).

: têm fins pastorais e evangélicos e tratam da complexa questão da fé, distinguin-do-se das demais associações civis.

: têm fins políti-cos, não se caracterizando pelo fim econômico ou não.

: embora não mencio-nados no art. 44 do CC, têm a natureza de associação civil (CF, art. 8o; CLT, arts. 511 e 512).

4. Requisi-tos para a constituição da pessoa jurídica

a) vontade humana criadora (intenção de criar uma entidade distinta da de seus membros)

b) obser-vância das con-dições legais

— ato constitutivo

(associações) (sociedades)

(fundações)

— registro público

: na Junta Comercial;

: na OAB;

: no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas (LRP, arts. 114 e s.).

— aprova-ção do Governo

algumas pessoas jurídicas preci-sam ainda de autorização do Exe-cutivo (CC, art. 45).

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4. Requisi-tos para a constituição da pessoa jurídica

c) liceidadede seus objetivos (CC, art. 69)

Objetivos ilícitos ou nocivos causa de extinção da pessoa jurídica.

5. Descon-sideração da persona-lidade jurí-dica

A teoria da desconsideração da personalidade jurídica () permite que o juiz, em casos de

fraude e de má-fé, descon sidere o princípio de que as pes-soas jurídicas têm existência distinta da de seus membros e autorize a penhora de bens particulares dos sócios (CC, art. 50; CDC, art. 28).

6. Respon-sabilidade civil das pessoas jurídicas

a) : as pessoas jurídicas, desde que se tornem inadimplentes, respondem por perdas e danos (CC, art. 389). Têm responsabilidade objetiva por fato e ví-cio do produto e do serviço (CDC, arts. 12 a 25).b) : as pessoas jurídicas de

(corporações, fundações etc.) respondem ci-vilmente pelos atos de seus prepostos, tenham ou não fins lucrativos (CC, arts. 186 e 932, III).A responsabilidade das pessoas jurídicas de por ato de seus agentes é objetiva, sob a modalidade do

. A vítima não tem o ônus de provar culpa ou dolo do agente público, mas somente o dano e o nexo causal. Admite-se a inversão do ônus da prova. O Estado se exonerará da obrigação de indenizar se provar culpa exclu-siva da vítima, força maior e fato exclusivo de terceiro. Em caso de culpa concorrente da vítima, a indenização será re-duzida pela metade (CF, art. 37, § 6o; CC, art. 43).

7. Extinção da pessoa jurídica de direito privado

a) : por deliberação de seus membros, confor-me previsto nos estatutos ou na lei.b) : em razão de motivo determinante na lei — CC, art. 1.034.c) : quando as pessoas jurídicas dependem de autorização do Governo e praticam atos nocivos ou contrá-rios aos seus fins.d) : resulta da morte de seus membros, se não ficou estabelecido que prosseguirá com os herdeiros.

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7. Extinção da pessoa jurídica de direito privado

e) : quando se configura algum dos casos de disso-lução previstos em lei ou no estatuto e a sociedade continua a existir, obrigando um dos sócios a ingressar em juízo.

8. Domicílio da pessoa jurídica de direito público

O art. 75 do Código Civil declara que o domicílio da União é o Distrito Federal; dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; e do Município, o lugar onde funcione a administra-ção municipal. O das demais pessoas jurídicas é o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos.

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LIVRO II

22 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS

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23 CLASSIFICAÇÃO

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23.1. BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS

23.1.1. BENS IMÓVEIS E BENS MÓVEIS

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23.1.2. BENS FUNGÍVEIS E INFUNGÍVEIS

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23.1.3. BENS CONSUMÍVEIS E INCONSUMÍVEIS

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23.1.4. BENS DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS

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23.1.5. BENS SINGULARES E COLETIVOS

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23.2. BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS

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23.3. BENS QUANTO AO TITULAR DO DOMÍNIO

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23.4. BENS QUANTO À POSSIBILIDADE DE SEREM OU NÃO COMERCIALIZADOS

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1. Conceito

são coisas materiais ou imateriais, úteis aos homens e de expressão econômica, suscetíveis de apropriação.

é gênero do qual bem é espécie. A dos bens é feita segundo critérios de importância científica.

2. Bens con-siderados em si mesmos

a) : os que têm existência física, material. : os que têm existência abstrata, mas valor econômi-

co, como o crédito, p. ex.b) : os que não podem ser removidos de um lugar para outro sem destruição e os assim considerados para os efeitos legais (arts. 79 e 80). Dividem-se em:— imóveis por (art. 79, 1a parte);— por acessão (art. 79, 2a parte);— por ou (art. 79, 3a parte); e— por (art. 80). c) : os suscetíveis de movimento próprio ou de re-moção por força alheia (art. 82). Classificam-se em:

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2. Bens con-siderados em si mesmos

— , que se subdividem em semoventes (os que se movem por força própria, como os animais) e

(os que admitem remoção por força alheia);— ; e— (arts. 82 e 83). d) : os bens móveis que podem e os que não podem ser substituídos por outros da mesma espé-cie, qualidade e quantidade (art. 85).e) : os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância (consumíveis de ), sendo também considerados tais os destinados à alienação (consu-míveis ). : são os que admitem uso reiterado, sem destruição de sua substância (art. 86).f) : os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor ou prejuí-zo do uso a que se destinam (art. 87). Os bens podem ser

(os que não se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição de valor ou prejuízo), por (as servidões, as hipote-cas) ou por vontade das partes (convencional).g) : os que, embora reunidos, são considerados na sua individualidade (uma árvore, p. ex.). : os encara-dos em conjunto, formando um todo (uma floresta, p. ex.). Abrangem as (rebanho, biblio teca — art. 90) e as de direito (herança, patri mônio — art. 91).

3. Bens reci-procamente considerados

Espécies

: o bem que tem existência pró-pria, que existe por si.

: aquele cuja existência de-pende do principal (art. 92).

Princípio básico

O bem acessório segue o destino do prin-cipal, salvo estipulação em contrário. Em consequência: a) a natureza do acessório é a mesma do principal; b) o proprietário do principal é proprietário do acessório.

Espécies de bens acessórios

a) : são as utilidades que uma coi-sa periodicamente produz. Dividem-se, quanto à origem, em ,

e ; e, quanto ao estado, em

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3. Bens reci-procamente considerados

Espécies de bens acessórios

, ou , , e .

b) : são as utilidades que se re-tiram da coisa, diminuindo-lhe a quanti-dade.c) : os bens móveis que, não constituindo partes integrantes, se desti-nam, de modo duradouro, ao serviço ou ornamentação de outro (art. 93).d) : podem dar-se por forma-ção de ilhas, aluvião, avulsão, abando-no de álveo e plantações ou constru-ções (art. 1.248, I a V).e) : acréscimos, melhora-mentos ou despesas em bem já existen-te. Classificam-se em necessárias, úteis e voluptuárias (art. 96).

4. Bens quanto ao titular do domínio

Bens públicos

Conceito: são os do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de di-reito público interno (art. 98).Espécies: de uso comum do povo, de uso especial e dominicais (art. 99).Caracteres: inalienabilidade (art. 100), imprescritibilidade (CF, art. 91, parágra-fo único) e impenhorabilidade.

Bens particu-lares

Por exclusão, são todos os outros bens não pertencentes a qualquer pessoa ju-rídica de direito público interno, mas a pessoa natural ou jurídica de direito pri-vado (art. 98).

5. Bens fora do comércio

São os bens (insus cetíveis de apropriação pelo homem), os (bens de uso comum e de uso especial, bens de incapazes), e os indisponíveis pela (deixados em tes-tamento ou doa dos, com cláusula de inalienabili dade).Incluem-se entre os legalmente inalienáveis os direitos da personalidade (arts. 11 a 21), bem como os órgãos do corpo humano, cuja comerciali zação é vedada pela CF (art. 199, § 4o).

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LIVRO III

TÍTULO I

CAPÍTULO I

24 CONCEITO

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Page 112: Civil Geral

25 CLASSIFICAÇÃO DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS

25.1. UNILATERAIS, BILATERAIS E PLURILATERAIS

25.2. GRATUITOS E ONEROSOS, NEUTROS E BIFRONTES

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25.3. “INTER VIVOS” E “MORTIS CAUSA”

25.4. PRINCIPAIS E ACESSÓRIOS

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25.5. SOLENES (FORMAIS) E NÃO SOLENES (DE FORMA LIVRE)

25.6. SIMPLES, COMPLEXOS E COLIGADOS

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25.7. FIDUCIÁRIOS E SIMULADOS

26 INTERPRETAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO

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Page 117: Civil Geral

27 ELEMENTOS DO NEGÓCIO JURÍDICO

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28 RESERVA MENTAL

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CAPÍTULO II

29 INTRODUÇÃO

30 CONTRATO CONSIGO MESMO (AUTOCONTRATO)

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CAPÍTULO III

31 INTRODUÇÃO

32 CONDIÇÃO

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33 TERMO

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34 ENCARGO OU MODO

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1. Fato jurídico

ConceitoFato jurídico é todo acontecimento da vida relevante para o direito, mesmo que seja fato ilícito.

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1. Fato jurídico

Classificação

Fatos naturais

ordinários (nascimento, morte etc.)

extraordinários (raio, tempes-tade etc.)

Fatos humanos (atos jurí-dicos em sentido amplo)

lícitos

a) ato jurídico em sentido estrito;b) negócio jurídico;c) ato-fato jurídico.

ilícitos

Atos lícitos

a) : o efeito da manifestação da vontade está predeter-minado na lei. Basta a mera intenção. É sempre unilateral.b) : é, em regra, bilateral. Exige vontade qualificada. Permite a criação de situações novas e a obtenção de múlti-plos efeitos. A manifestação de vontade tem finalidade negocial: criar, modificar, extinguir direitos. Mas há alguns poucos

, em que ocorre o seu aperfeiçoamento com uma única manifesta-ção de vontade e se criam situações jurídi-cas: testamento, instituição de fundação etc.c) : ressalta-se a conse-quência do ato, o fato resultante, sem se levar em consideração a vontade de prati-cá-lo. Assim, o louco, pelo simples achado do tesouro, torna-se proprietário de parte dele, porque esta é a consequência prevista no art. 1.264 do Código Civil para quem o achar em terreno alheio.

2. Classifica-ção dos negócios jurídicos

a) unilaterais, bilaterais e plurilaterais;b) gratuitos e onerosos, neutros e bifrontes;c) e ;d) principais e acessórios;e) solenes (formais) e não solenes (de forma livre);f) simples, complexos e coligados; eg) fiduciários e simulados.

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3. Interpre-tação do negócio jurídico

a) Nas declarações de vontade se atenderá mais àdo que ao sentido literal da

linguagem (art. 112). Prevalência da teoria da vontade.b) Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração (art. 113).c) Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpre-tam-se restritivamente (art. 114).d) Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambí-guas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente (art. 423).e) A transação interpreta-se restritivamente (art. 843).f) A fiança não admite interpretação extensiva (art. 819).g) A intenção das partes pode ser apurada pelo modo como vinham executando o contrato, de comum acordo.h) Deve-se interpretar o contrato, na dúvida, da maneira menos onerosa para o devedor.i) As cláusulas contratuais não devem ser interpretadas iso-ladamente, mas em conjunto com as demais.

4. Elementos do negócio jurídico

Essenciais

Requisitos de existên-cia

a) manifestação da vontade;b) finalidade negocial;c) idoneidade do objeto.

Requisitos de valida-de (art. 104)

a) capacidade do agente;b) objeto lícito, possível, de-terminado ou determi ná vel;c) forma prescrita ou não de-fesa em lei.

Acidentais condição, termo e encargo.

5. Requisitos de existência

a) , que pode ser expressa, tácita ou presumida. O pode ser interpretado como ma-nifestação tácita quando a lei, as circunstâncias ou os usos o autorizarem (art. 111). A vontade, uma vez manifestada, obriga o contratante, segundo o princípio da

( ), ao qual se opõe o da onerosidade excessiva (art. 478).A manifestação da vontade “subsiste ainda que o seu autor haja feito a de não querer o que mani-festou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento”

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5. Requisitos de existência

(art. 110). Ocorre a quando um dos decla-rantes oculta a sua verdadeira intenção. O negócio é consi-derado inexistente ( ) se o declaratário tinha co-nhecimento da reserva, tudo não passando de uma farsa.Como o contrato é um acordo de vontades, não se admite a existência de contrato consigo mesmo, salvo se o permitir a lei ou o representado (art. 117).b) : intenção de criar, conservar, modi-ficar ou extinguir direitos.c) : a vontade deve recair sobre obje-to apto, que possibilite a realização do negócio que se tem em vista, uma vez que cada contrato tem objeto específico.

6. Requisitos de validade

a) : aptidão para intervir em negó-cios jurídicos como declarante ou declaratário. A incapaci-dade de exercício é suprida, porém, pelos meios legais: a representação e a assistência (art. 1.634, V). Não se con-funde com , que é a incapacidade para a prática de determinados atos.b) é o que não atenta contra a lei, a moral ou os bons costumes. O objeto deve ser também . Quando , o negócio é nulo. é a que emana de leis físicas ou naturais. Deve ser absoluta. Ocorre a impos sibilidade do objeto quando o orde-namento jurídico proíbe negócios a respeito de determinado bem (art. 426). A ilicitude do objeto é mais ampla, pois abrange os contrários à moral e aos bons costumes, além de não ser impossível o cumprimento da prestação. O objeto deve ser, também, ou .c) . Deve ser a prescrita ou não defesa em lei. Em regra, a forma é livre, a não ser nos casos em que a lei exija a forma escrita, pública ou particular (art. 107). Há três espécies de formas: , ou (é a exigida pela lei) e (convencionada pelas partes (art. 109). A forma pode ser, também, e

. A primeira, quando determinada forma é da substância do ato, indispensável, como a escritura pública na aquisição de imóvel (art. 108); a segunda, quando a forma destina-se a facilitar a prova do ato (lavratura do as-sento de casamento no livro do registro (art. 1.536).

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7. Elementos acidentais do negócio jurídico

Conceito

São de três espécies: condição, termo e en-cargo. Tais elementos acidentais são intro-duzidos facultativamente pela vontade das partes e não são necessários à essência do negócio jurídico.

Condição

: é a cláusula que, derivando ex-clusivamente da vontade das partes, subor-dina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto (art. 121) . Só são conside-radas condição, portanto, as convencio-nais, e não as impostas pela lei.

: futuridade e incerteza. As con-dições subordinadas a evento passado ou presente são denominadas condições

.:

a) Quanto à : podem ser lícitas e ilícitas (art. 122, 1ª parte).b) Quanto à : e

.

c) Quanto à

casuais

potesta- tivas

puramente potes-tativasimplesmente po-testativa

mistas

são as condições no início pu-ramente potestativas, que se convertem em simplesmente potestativas em razão de fato superveniente.d) Quanto ao :

e .: as condições impossíveis

os negócios jurídicos que lhes são subordina-dos, quando suspensivas, assim como as ilí-citas, incompreensíveis e contraditórias (art. 123). Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas (art. 124).

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7. Elementos acidentais do negócio jurídico

Termo

: é o momento em que começa ou se extingue a eficácia do negócio jurídico.

: a) termo convencional, termo de direito, termo de graça; b) termo inicial (

) e final ( ); c) termo certo e incerto; d) termo impossível (art. 135); e) termo essencial e não essencial. É

quando o efeito pretendido deva ocor-rer em momento bem preciso, sob pena de, verificado depois, não ter mais valor (data para a entrega de vestido para uma cerimônia).

: é o intervalo entre o termo inicial e o final (arts. 132 a 134).

Encargo ou modo

: cláusula acessória às liberalida-des, pela qual se impõe um ou

ao beneficiário. É admissível tam-bém em declarações unilaterais, como na promessa de recompensa.

: o encargo não suspende a aquisi-ção nem o exercício do direito (art. 136). Sendo ilícito ou impossível, considera-se não escrito (art. 137). Difere da

porque esta impede a aquisição do direito. E da , porque não con-duz, por si só, à revogação do ato. O insti-tuidor do benefício poderá ou não propor a ação revocatória, cuja sentença não terá efeito retroativo.

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CAPÍTULO IV

35 INTRODUÇÃO

36 ERRO OU IGNORÂNCIA

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37 DOLO

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38 COAÇÃO

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39 ESTADO DE PERIGO

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40 LESÃO

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41 FRAUDE CONTRA CREDORES

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41.1. HIPÓTESES LEGAIS

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41.2. AÇÃO PAULIANA

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41.3. FRAUDE CONTRA CREDORES E FRAUDE À EXECUÇÃO. PRINCIPAIS DIFERENÇAS

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1. Espé cies

: erro, dolo, coação, estado de pe-rigo, lesão.

: fraude contra credores.Tornam anulável o negócio jurídico (art. 171, II). É de 4 anos o prazo para a propositura da ação anu-latória (art. 178).

2. Erro ou ignorância

Conceito

É a falsa ideia da realidade. No erro, o agente engana-se sozinho. Quando é induzido em erro pelo outro contratante ou por terceiro, caracteriza-se o dolo.

RequisitosNão é qualquer espécie de erro que tor-na anulável o negócio jurídico. Para tan-to deve ser , e .

Erro substan-cial

É o que:a) interessa à ;b) diz respeito ao da declaração;c) concerne a alguma das

do objeto;d) versa sobre da pessoa;e) sendo , não implica recusa à aplicação da lei (art. 139).

Erro escusável

Conceito

É o erro justificável, exata-mente o contrário de erro grosseiro, de erro decor-rente do não emprego da diligência ordinária.

Critérios para sua aferição

a) critério do homem médio ( ). Compara a conduta do agente com a da média das pessoas. Foi adota-do no art. 138 do novo Código Civil;

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2. Erro ou ignorância

Erro escusávelCritérios para sua aferição

b) critério do : considera, em ca-

da hipótese, as condições pessoais de quem alega o erro.

Erro realÉ o erro efetivo, causador de real prejuí-zo ao interessado.

Erro acidental

É o que se opõe ao substancial e real, porque se refere a circunstâncias de so-menos importância e que não acarretam efetivo prejuízo, ou seja, a qualidades secundá rias do objeto ou da pessoa.

Erro obstativo ou impróprio

É o que impede ou obsta a própria for-mação do negócio, tal a gravidade do engano, tornando-o inexistente, como acontece no direito italiano no tocante ao erro sobre a natureza do negócio. No Brasil, porém, tal erro torna o negó-cio apenas anulável.

3. Dolo

Conceito

É o induzimento malicioso de alguém à prática de um ato que lhe é prejudicial, mas proveitoso ao autor do dolo ou a terceiro.

Espécies

a) Dolo (quando é a causa do negócio) e dolo (quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo). Só o primeiro acarreta a anulabilidade.b) e . O primei-ro é tolerável no comércio em geral. O segundo causa a anulação do negócio.c) Dolo e dolo (

ou — art. 147).d) Dolo e dolo (de ambas as partes). Na última hipótese, nenhuma delas pode reclamar em juízo, porque ninguém pode valer-se da pró-pria torpeza.

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3. Dolo Espécies

e) Dolo da ou de . O de terceiro só acarreta a anulabilidade se a outra parte, beneficiada, o conhe-cia. Se não, cabe apenas pedido de perdas e danos contra o autor do dolo (art. 148).f) Dolo da e do . O do representante de uma das par-tes só obriga o representado a responder até a importância do proveito que teve. Se for do representante , o representado responderá solidariamente com ele por perdas e danos, por ter es-colhido mal o mandatário (art. 149).

4. Coação

Conceito

É toda ameaça ou pressão exercida so-bre um indivíduo para forçá-lo, contra a sua vontade, a praticar um ato ou reali-zar um negócio.

Espécies

a) , exercida mediante o em-prego de força física. Inocorre qualquer manifestação da vontade e, por isso, o negócio é inexistente.b) ou , em que o coator faz uma grave ameaça à vítima, deixando--lhe uma opção: praticar o ato exigido ou correr o risco de sofrer as consequên-cias de ameaça que lhe foi feita. Trata-se de uma coação psicológica. É esta que torna anulável o negócio jurídico.c) Da ou de . A de ter-ceiro só acarreta a anulabilidade se a ou-tra parte, beneficiada, a conhecia. Se não, cabe apenas pedido de perdas e da-nos contra o autor da coação (art. 155).

Requisitos da coação

a) Deve ser a causa do negócio. b) Deve ser , ou seja, incutir na ví-tima um fundado temor. Levam-se em

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4. CoaçãoRequisitos da coação

conta as condições pessoais da vítima, no apreciar a gravidade da ameaça. Não se considera coação o simples

(art. 153, 2a parte).c) Deve ser , contrária ao direito. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito (art. 153, 1a parte).d) A ameaça deve ser de causar dano

ou .e) Deve constituir ameaça de prejuízo à pessoa ou a bens da vítima, ou a pes-soas de sua família. Se a coação disser respeito a pessoa não pertencente à fa-mília do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houve coa-ção (art. 151, parágrafo único).

5. Estado de perigo

Conceito

Configura-se quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pes-soa de sua família, de grave dano co-nhecido pela outra parte, assume obri-gação excessivamente onerosa. Tratan-do-se de pessoa não pertencente à fa-mília do declarante, o juiz decidirá se-gundo as circunstâncias (art. 156 e pa-rágrafo único).

Efeitos

O Código Civil considera anulável o negócio realizado em estado de perigo. Não será anulado, todavia, se a obriga-ção assumida não for excessivamente onerosa. Se o for, deverá o juiz, para evitar o enriquecimento sem causa, apenas reduzi-la a uma proporção ra-zoável, anulando o excesso e não todo o negócio jurídico.

6. Lesão ConceitoÉ o prejuízo resultante da enorme des-proporção existente entre as prestações de um contrato, no momento de sua

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6. Lesão

Conceitocelebração, determinada pela premente necessidade ou inexperiência de uma das partes (art. 157).

Elementos da lesão

a) elemento objetivo: manifesta despro-porção entre as prestações recíprocas;b) elemento subjetivo: inexperiência ou premente necessidade.

Espécies

a) ou : quando a lei exige, além da necessidade ou inexperiência do lesionado, o dolo de aproveitamento da outra parte;b) ou : quando a lei limita-se à exigência de obtenção de vantagem desproporcio-nal, sem indagação da má-fé da parte beneficiada. É a espécie adotada pelo Código Civil de 2002.

Efeitos

O Código considera a lesão um vício do consentimento, que torna anulável o negócio (art. 178, II). Faz, porém, uma ressalva: não se decretará a anulação “se for oferecido suplemento suficiente ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito” (art. 157, § 2o).

7. Fraude contra cre-dores

Conceito

É vício social. Configura-se quando o de-vedor desfalca o seu patrimônio, a ponto de se tornar , com o intuito de prejudicar os seus credores. Caracteriza--se a quando o ativo, ou seja, o patrimônio de devedor, não é suficiente para responder pelo seu passivo.

Hipóteses legais

a) Nas . Para anulá-las os credores terão de provar: o

(que a alienação reduziu o devedor à insolvência) e o

(a má-fé do terceiro adquirente).

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7. Fraude contra cre-dores

Hipóteses legais

b) Nas alienações a (art. 158). Nesses casos os credores não precisam provar o , pois a lei presume o propósito de frau-de. A (ou perdão) também constitui uma liberalidade, que reduz o patrimônio do devedor.c) Quando o devedor já insolvente paga a credor quirografário

(art. 162).d) Quando o devedor já insolvente con-cede a algum cre-dor, colocando-o em posição mais van-tajosa do que os demais (art. 163).

Ação pauliana ou revocatória

Tem natureza : anula as alienações ou concessões fraudulentas, determinando o retorno do bem ao patri mônio do devedor.

: dos credores quiro-grafários, que já o eram ao tempo da alie nação fraudulenta (art. 158). Os credores com garantia real só poderão ajuizá-la se a garantia se tornar insufi-ciente (art. 158, § 1o).

: do devedor insol-vente e da pessoa que com ele celebrou a estipulação considerada fraudulenta, bem como dos terceiros adquirentes, que hajam procedido de má-fé (art. 161).

Fraude à execução

a) é incidente do processo civil, regula-do pelo direito público, enquanto a fraude contra credores é regulada no direito civil;b) pressupõe demanda em andamento, capaz de reduzir o alienante à insolvên-cia (CPC, art. 593, II). Configura-se quan-do o devedor já havia sido . A alie-nação fraudulenta feita antes da citação caracteriza fraude contra credores;

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7. Fraude contra cre-dores

Fraude à execução

c) pode ser reconhecida mediante sim-ples petição, nos próprios autos. A frau-de contra credores deve ser pronuncia-da em ação pauliana, não podendo ser reconhecida em embargos de terceiro (STJ, Súmula 195);d) a má-fé do terceiro adquirente deve ser provada, para a caracterização da fraude contra credores nas alienações onerosas, bem como da fraude à exe-cução, conforme dispõe a Súmula 375 do STJ;e) torna ineficaz, em face dos credores, o negócio jurídico; a fraude contra cre-dores o torna anulável.

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CAPÍTULO V

42 INTRODUÇÃO

43 ATO INEXISTENTE, NULO E ANULÁVEL

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44 DIFERENÇAS ENTRE NULIDADE E ANULABILIDADE

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45 DISPOSIÇÕES ESPECIAIS

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46 SIMULAÇÃO

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1. Introdução

A expressão “invalidade” abrange a nulidade e a anulabi-lidade do negócio jurídico. A doutrina menciona também o negócio jurídico (quando lhe falta algum ele-mento estrutural, como o consentimento, p. ex.).O negócio é quando ofende preceitos de ordem pú-blica, que interessam à sociedade (arts. 166 e 167). É

quando a ofensa atinge o interesse particular de pes-soas que o legislador pretendeu proteger (art. 171).

2. Nulidade e anulabili-dade

Espécies de nulidade

a) (anulabilidade);b) ou (quando a lei de-clara nulo determinado negócio) e

ou (quando a lei se utiliza de expressões como “não pode”, “não se admite” etc.)

Diferençasa) A é decretada no inte-resse privado da pessoa prejudicada.

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2. Nulidade e anulabili-dade

Diferenças

A é de ordem pública e decre-tada no interesse da própria coletividade.b) A pode ser suprida pelo juiz, a requerimento das partes (art. 168, parágrafo único), ou sanada pela confirmação (art. 172). A não pode ser sanada pela confirmação nem suprida pelo juiz.c) A não pode ser pro-nunciada de ofício. A , ao con-trário, ser pronunciada pelo juiz (art. 168, parágrafo único).d) A só pode ser ale gada pelos prejudicados, enquanto a

pode ser arguida por qualquer inte-ressado, ou pelo Ministério Público (art. 168).e) Ocorre a decadência da

em prazos mais ou menos curtos. A nunca prescreve (art. 169).f) O negócio produz efeitos até o momento em que é decretada a sua invalidade. O efeito é, pois,

(natureza desconsti tutiva). O pro-nunciamento judicial de pro-duz efeitos , isto é, desde o mo-mento da emissão da vontade (nature-za declara tória).

3. Disposi-ções espe-ciais

a) A invalidade do instrumento não induz a do negócio jurídi-co sempre que este puder provar-se por outro meio (art. 183).b) A invalidade parcial de um negócio jurídico não o pre-judicará na parte válida, se esta for separável (art. 184).c) Se o negócio jurídico for nulo, mas contiver os requisitos de outro, poderá o juiz fazer a sua , sem decretar a nulidade (art. 170).

4. Simulação ConceitoÉ uma declaração enganosa da vonta-de, visando aparentar negócio diverso do efetivamente desejado.

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4. Simulação

Espécies

a) : as partes não realizam ne-nhum negócio. Apenas fingem, para criar uma aparência de realidade;b) : as partes procuram ocultar o negócio verdadeiro, prejudicial a tercei-ro ou realizado em fraude à lei, dando--lhe aparência diversa. Compõe-se de dois negócios: o , aparente, e o , oculto, mas verdadeira-mente desejado.

Efeitos

Acarreta a nulidade do negócio simula-do. Se relativa, subsistirá o negócio dis-simulado, se válido for na substância e na forma (art. 167).

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TÍTULO II

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TÍTULO III

47 CONCEITO

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48 RESPONSABILIDADE CONTRATUAL E EXTRACONTRATUAL

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49 RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL

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50 RESPONSABILIDADE SUBJETIVA E OBJETIVA

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51 IMPUTABILIDADE E RESPONSABILIDADE

51.1. A RESPONSABILIDADE DOS PRIVADOS DE DISCERNIMENTO

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51.2. A RESPONSABILIDADE DOS MENORES

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52 PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL

52.1. AÇÃO OU OMISSÃO

52.2. CULPA OU DOLO DO AGENTE

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52.3. RELAÇÃO DE CAUSALIDADE

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52.4. DANO

53 ATOS LESIVOS NÃO CONSIDERADOS ILÍCITOS

53.1. A LEGÍTIMA DEFESA

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53.2. O EXERCÍCIO REGULAR E O ABUSO DE DIREITO

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53.3. O ESTADO DE NECESSIDADE

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1. Conceito

Ato ilícito é o praticado com infração ao de não lesar a outrem. Tal dever é imposto a todos nos arts. 186 e 927 do Código Civil. Também o comete aquele que prati-ca (art. 187).

2. Responsa-bilidade con-tratual e ex-tracontratual

O acarreta a responsabilidade de indenizar as perdas e danos (art. 389). Quando a res-ponsabilidade deriva de infração ao (art. 927), diz-se que ela é ou .

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2. Responsa-bilidade con-tratual e ex-tracontratual

Nas duas a consequência é a mesma: obrigação de ressar-cir o prejuízo causado. Na , o inadimplemento se presume culposo. Na segunda, a culpa deve ser provada.

3. Responsa-bilidade pe-nal e respon-sabilidade civil

Na , o agente infringe uma norma penal, de direito público. Na , o interesse diretamente lesado é o priva-do. A primeira é : responde o réu com a privação de liberdade. A responsabilidade civil é : é o patrimônio do devedor que responde por suas obrigações.

4. Responsa-bilidade subjetiva e responsabili-dade obje-tiva

Diz-se ser a responsabilidade quando se esteia na ideia de culpa. A prova da culpa passa a ser pressuposto necessário do dano indenizável.A teoria se funda no risco. Prescinde da culpa e se satisfaz apenas com o dano e o nexo de causalidade.O Código Civil filiou-se, como regra, à teoria subjetiva, sem prejuízo da adoção da responsabilidade objetiva em vários dispositivos esparsos (arts. 927, parágrafo único, 933 etc.).

5. A respon-sabilidade dos privados de discerni-mento

Sendo o privado de discernimento um inim putável, não é ele responsável civilmente. A responsabilidade é atribuída ao seu representante legal (curador, tutor, genitor). Se este, todavia, não dispuser de meios suficientes, responde o pró-prio incapaz. A indenização, que deverá ser equitativa, não terá lugar se privá-lo do necessário (art. 928, , e pa-rágrafo único). Nesse caso, a vítima ficará irressarcida.

6. Pressupos-tos da res-ponsabilida-de extracon-tratual

a) ação ou omissão

ato próprio;ato de terceiro;fato da coisa e do animal.

b) culpa

dolo

culpa em sentido estrito

a) imprudência, ne-gligência e imperícia;b) grave, leve e levís-sima.

c) relação de causalidade

É o nexo causal ou etiológico entre a ação ou omissão do agente e o dano verificado.

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6. Pressupos-tos da res-ponsabilida-de extracon-tratual

c) relação de causalidade

Vem expressa no verbo “causar” empre-gado no art. 186. Sem ela não existe a obrigação de indenizar.

d) dano

É pressuposto inafastável, sem o qual ninguém pode ser responsabilizado ci-vilmente. Pode ser (material) ou (moral).

7. Excluden-tes da ilici-tude

a) : quando e praticada contra o pró-prio agressor (art. 188, I). Se, por erro de pontaria, terceira pessoa foi atingida, o agente deve reparar o dano, mas terá ação regressiva contra o agressor (art. 930). A legítima defesa também não exime o réu de indenizar o dano, pois somente exclui a culpabilidade e não a antijuri-dicidade do ato.b) (art. 188, I). Mas o de direito é considerado ato ilícito (art. 187).c) (art. 160, II). A deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, não cons-tituem atos ilícitos. Nem por isso quem os pratica fica libe-rado de reparar o prejuízo que causou. Mas terá ação re-gressiva contra quem criou a situação de perigo (arts. 929 e 930).

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TÍTULO IV

CAPÍTULO I

54 INTRODUÇÃO

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55 CONCEITO E REQUISITOS

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56 PRETENSÕES IMPRESCRITÍVEIS

57 PRESCRIÇÃO E INSTITUTOS AFINS (PRECLUSÃO, PEREMPÇÃO E DECADÊNCIA)

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Page 197: Civil Geral

58 DISPOSIÇÕES LEGAIS SOBRE A PRESCRIÇÃO

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Page 200: Civil Geral

59 DAS CAUSAS QUE IMPEDEM OU SUSPENDEM A PRESCRIÇÃO

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60 DAS CAUSAS QUE INTERROMPEM A PRESCRIÇÃO

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CAPÍTULO II

61 CONCEITO E CARACTERÍSTICAS

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62 DISPOSIÇÕES LEGAIS SOBRE A DECADÊNCIA

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1. Prescrição

Espéciesa) aquisitiva (usucapião);b) extintiva.

Conceito de prescrição extintiva

Para Clóvis Beviláqua, prescrição extinti-va “é a perda da ação atribuída a um direito, e de toda a sua capacidade de-fensiva, em consequência do não uso dela, durante determinado espaço de tempo”.

Requisitosa) violação do direito;b) inércia do titular;c) decurso do tempo fixado em lei.

Pretensões imprescritíveis

a) as que protegem os direitos da perso-nalidade;b) as que se prendem ao estado das pessoas;c) as de exercício facultativo;d) as concernentes a bens públicos;

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1. PrescriçãoPretensões imprescritíveis

e) as que protegem o direito de proprie-dade, que é perpétuo;f) as de reaver bens confiados à guarda de outrem.

2. Prescrição e institutos afins

a) . É de ordem processual. Consiste na perda de uma faculdade processual, por não ter sido exercida no momento próprio.b) . Também é de natureza processual. Consiste na perda do direito de ação pelo autor contumaz, que deu causa a três arquivamentos sucessivos (CPC, art. 268, pa-rágrafo único). Não extingue o direito material nem a pre-tensão, que passam a ser oponíveis somente como defesa.c) . Atinge diretamente o direito e, por via oblí-qua, extingue a ação (é o próprio direito que perece). A prescrição extingue a pretensão (art. 189).

3. Decadên-cia

ConceitoÉ a perda do direito potestativo pela inércia do seu titular no período deter-minado em lei.

Distinção entre prescrição e decadência

O Código de 2002 optou por uma fór-mula segura: são somente os prazos discriminados na Parte Geral, nos arts. 205 (regra geral) e 206 (regras especiais), sendo todos os demais, estabelecidos como comple-mento de cada artigo que rege a maté-ria. Para evitar discussões sobre se a ação prescreve, ou não, o Código ado-tou a tese da prescrição da .

Disposições legais

Decadência : deve o juiz conhe cê--la de ofício (art. 210).Decadência : a parte a quem aproveita pode alegá-la em qual-quer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação (art. 211).Não se aplicam à decadência as nor-mas que impedem, suspendem ou inter-rompem a prescrição, salvo estipulação em contrário (art. 207).

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3. Decadên-cia

Disposições legais

Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, I.É nula a renúncia à decadência fixada em lei (art. 209).

4. Disposi-ções legais sobre a pres-crição

Dois são os requisitos para a validade da renúncia da : a) que esta já esteja consumada; b) que não preju-

dique terceiro (art. 191).Os prazos de prescrição por acordo das partes (art. 192).A prescrição pode ser alegada em

, pela parte a quem aproveita (art. 193), (CPC, art. 219, § 5o).

Os e as pessoas jurídicas têm ação contra os seus assistentes ou representantes que

(art. 195).A prescrição iniciada contra uma pessoa contra o seu sucessor (art. 196).

5. Causas que impe-dem ou sus-pendem a prescrição

Arts. 197, 198, 199 e 200 do Código Civil.

6. Causas que inter-rompem a prescrição

Art. 202 e seus incisos. Ressalte-se que outras causas de interrupção da prescrição são previstas em leis especiais.

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TÍTULO V

63 INTRODUÇÃO

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64 MEIOS DE PROVA

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1. ConceitoÉ o meio empregado para demonstrar a existência do ato ou negócio jurídico.

2. RequisitosDeve ser (não proibida por lei), (ade-quada à demonstração dos fatos em questão) e

(esclarecedora dos fatos controvertidos).

3. Princípios

Não basta alegar: é preciso provar, pois (nada alegar e alegar e

não provar querem dizer a mesma coisa).O que se prova é o fato alegado, não o direito a aplicar, pois é atribuição do juiz conhecer e aplicar o direito (

).O ônus da prova incumbe a quem alega o fato e não a quem o contesta.Os fatos notórios independem de prova.

4. Meios de prova

a) confissão judicial e extrajudicial;espontânea e provocada;expressa e presumida (ficta) pela revelia.

b) documentopúblico;particular.

c) testemunhasinstrumentárias;judiciárias.

d) presunçãolegal ( ) e comum ( );absoluta ( ) e relativa (

).

e) perícia exame;vistoria.

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