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CALCULO DE DEPLECAO ISOTOPICA USANDO TEORIA DE
PERTURBACAO GENERALIZADA EM UM SISTEMA SUBCRITICO
GUIADO POR UMA FONTE EXTERNA
Patricia Kelly Taipe Torres
Tese de Doutorado apresentada ao Programa
de Pos-graduacao em Engenharia Nuclear,
COPPE, da Universidade Federal do Rio de
Janeiro, como parte dos requisitos necessarios
a obtencao do tıtulo de Doutor em Engenharia
Nuclear.
Orientadores: Fernando Carvalho da Silva
Antonio Carlos Marques Alvim
Rio de Janeiro
Dezembro de 2019
CALCULO DE DEPLECAO ISOTOPICA USANDO TEORIA DE
PERTURBACAO GENERALIZADA EM UM SISTEMA SUBCRITICO
GUIADO POR UMA FONTE EXTERNA
Patricia Kelly Taipe Torres
TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO ALBERTO LUIZ
COIMBRA DE POS-GRADUACAO E PESQUISA DE ENGENHARIA (COPPE)
DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS
REQUISITOS NECESSARIOS PARA A OBTENCAO DO GRAU DE DOUTOR
EM CIENCIAS EM ENGENHARIA NUCLEAR.
Examinada por:
Prof. Fernando Carvalho da Silva, D.Sc.
Prof. Antonio Carlos Marques Alvim, Ph.D.
Prof. Aquilino Senra Martinez, D.Sc.
Prof. Ricardo Carvalho de Barros, Ph.D.
Prof. Claubia Pereira Bezerra Lima, D.Sc.
Prof. Hermes Alves Filho, D.Sc.
RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL
DEZEMBRO DE 2019
Taipe Torres, Patricia Kelly
Calculo de Deplecao Isotopica usando Teoria de
Perturbacao Generalizada em um sistema subcrıtico guiado
por uma fonte externa/Patricia Kelly Taipe Torres. – Rio
de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2019.
XIV, 58 p.: il.; 29, 7cm.
Orientadores: Fernando Carvalho da Silva
Antonio Carlos Marques Alvim
Tese (doutorado) – UFRJ/COPPE/Programa de
Engenharia Nuclear, 2019.
Referencias Bibliograficas: p. 52 – 55.
1. Calculo deplecao isotopica. 2. Teoria de perturbacao
generalizada. 3. Sistemas subcrıticos guiados por
uma fonte externa. I. Silva, Fernando Carvalho da
et al. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE,
Programa de Engenharia Nuclear. III. Tıtulo.
iii
A minha amada filha, Emilia
Domenica.
iv
Agradecimentos
Cada pessoa que conheci ao longo do meu caminho tiveram merito e proposito, a vida
as escolheu e as colocou quando eu precisava delas. Por isso, gostaria de agradecer
a todos, principalmente, a minha amada filha Emilia, por me deixar culminar este
sonho e ser forte enquanto eu nao estava com voce. A Hidmer por cuidar bem de
nossa filha. A minha mae, Teresa, por aquela fortaleza e decisao que me seguiram ate
esta etapa. Ao meu pai, Antedoro, por ser minha armadura, meu coracao, quando
sentia fraqueza. Aos meus irmaos, Rocio, por ser a mae que toda irma gostaria de
ter. Pelayo, por ser fomento e ajuda para terminar esta ultima parte do doutorado.
Efrain, pelo amor a mim e a minha filha. Ao meu orientador, Professor Fernando
Carvalho da Silva, por sua incansavel dedicacao quando trata-se de ensinar, por seu
apoio como orientador e ser humano, um eterno agradecimento. Ao meu orientador,
Professor Antonio Carlos Marques Alvim, por me aceitar como orientada (onde tudo
comecou) e pela confianca. A famılia que encontrei aqui, dizem que os amigos sao
a famılia com quem nao nasce, mas sim escolhe. Obrigada Jose, Carolina, Liliana,
Isela, Orlando, Lionel, Omar, Abraham e Rafael. Ao CNPq pelo auxılio financeiro
que possibilitou minha pesquisa durante desenvolvimento deste trabalho. A todos
que me ajudaram chegar ate este ponto, sem voces eu nao estaria aqui, Gracias
Totales.
v
Resumo da Tese apresentada a COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessarios
para a obtencao do grau de Doutor em Ciencias (D.Sc.)
CALCULO DE DEPLECAO ISOTOPICA USANDO TEORIA DE
PERTURBACAO GENERALIZADA EM UM SISTEMA SUBCRITICO
GUIADO POR UMA FONTE EXTERNA
Patricia Kelly Taipe Torres
Dezembro/2019
Orientadores: Fernando Carvalho da Silva
Antonio Carlos Marques Alvim
Programa: Engenharia Nuclear
Apresenta-se, nesta tese, o desenvolvimento de um metodo de calculo de deplecao
isotopica usando Teoria de Perturbacao Generalizada (GPT), tendo em vista a sua
aplicacao em sistemas subcrıticos guiados por uma fonte externa de neutrons.
Ao longo do ciclo de queima do combustıvel ocorrem processos que ocasionam
variacoes nas concentracoes isotopicas e induzem variacoes no fluxo de neutrons,
o que levam a mudancas nas taxas de reacoes presentes, em calculos de deplecao
isotopica. na matriz evolucao. O metodo perturbativo proposto, trata estas taxas
de reacoes como quantidades integrais. E as mudancas nestas quantidades integrais
sao tratadas como perturbacoes vindas das mudancas nas concentracoes isotopicas.
Este metodo foi aplicado em um reator subcrıtico guiado por uma fonte externa
de neutrons e os resultados obtidos mostram boa concordancia com aqueles obti-
dos pelo metodo de calculo direto. Isto assegura que o metodo proposto e uma
alternativa valida para tratar problemas deste tipo.
vi
Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Doctor of Science (D.Sc.)
ISOTOPIC DEPLETION CALCULATION WITH GENERALIZED
PERTURBATION THEORY IN A SUBCRITICAL SYSTEM DRIVEN BY AN
EXTERNAL SOURCE
Patricia Kelly Taipe Torres
December/2019
Advisors: Fernando Carvalho da Silva
Antonio Carlos Marques Alvim
Department: Nuclear Engineering
In this thesis, it is proposed and developed a method of isotopic depletion calcu-
lation using Generalized Perturbation Theory (GPT), for subcritical systems driven
by an external neutron source.
Throughout fuel burnup cycle, occur process that cause changes in the nuclide
densities and induce variations in the neutron flux, which lead to changes in reaction
rates, present in the evolution matrix, in isotopic depletion calculations. The pro-
posed perturbative method treats these reaction rates as integral quantities. And
changes in these integral quantities are treated as perturbations coming from the
changes in the nuclide densities.
This method was applied in a sub-critical reactor driven by an external neutron
source whose obtained results show good agreement with those obtained by the direct
calculation method. This ensures that the proposed method is a valid alternative
to treat problems of this kind.
vii
Sumario
Lista de Figuras xi
Lista de Tabelas xii
Glossario xiii
1 Introducao 1
1.1 Objetivo e Divisao do Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2 Calculo de Deplecao Isotopica 5
2.1 Introducao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.2 Equacao de Deplecao Isotopica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.3 Elementos da Matriz de Evolucao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.4 Equacao para o Fluxo de Neutrons . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.5 Aproximacao Quase-Estatica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.6 Medias por Regiao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.7 Metodo de Calculo Direto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
3 Calculo de Deplecao Isotopica usando GPT 15
3.1 Introducao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
3.2 Quantidades Integrais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
3.3 Equacao da Funcao Importancia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3.4 Equacao da Variacao do Fluxo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
3.5 Metodo de Calculo Perturbativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
viii
4 Fluxogramas dos Programas de Calculo 25
4.1 Introducao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
4.2 Fluxograma do Programa Metodo de Calculo Direto . . . . . . . . . . 26
4.2.1 Fluxograma do Modulo Problema de Fonte Fixa . . . . . . . . 28
4.2.2 Fluxograma do Modulo Calculo de Deplecao . . . . . . . . . . 28
4.3 Fluxograma do Programa Metodo Perturbativo . . . . . . . . . . . . 29
4.3.1 Fluxograma do Modulo Funcoes Importancias . . . . . . . . . 30
4.3.2 Fluxograma do Programa de Calculo Perturbativo . . . . . . . 30
4.3.3 Fluxograma do Modulo de Calculo de Deplecao Perturbativo . 32
4.4 Fluxograma do Modulo Problema de autovalor . . . . . . . . . . . . . 32
5 Apresentacao e Analise dos Resultados 34
5.1 Introducao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
5.2 Apresentacao do Caso Teste . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
5.3 Analise dos Resultados de Calculo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
6 Conclusoes 50
Referencias Bibliograficas 52
Apendice 56
ix
Lista de Figuras
2.1 Possıveis formas de producao ou transmutacao para um actinıdeo. . . 7
2.2 Possıveis formas de producao ou transmutacao para um PF. . . . . . 8
2.3 Discretizacao temporal do ciclo de operacao do reator . . . . . . . . . 10
4.1 Fluxograma do Programa Metodo de Calculo Direto. . . . . . . . . . 27
4.2 Fluxograma do Modulo Problema de Fonte Fixa. . . . . . . . . . . . 28
4.3 Fluxograma do Calculo de Deplecao. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
4.4 Fluxograma do Modulo Funcoes Importancias. . . . . . . . . . . . . . 30
4.5 Fluxograma do Programa de Calculo Perturbativo. . . . . . . . . . . 31
4.6 Fluxograma do Calculo de Deplecao Perturbativo. . . . . . . . . . . . 32
4.7 Fluxograma do Modulo Problema de Autovalor. . . . . . . . . . . . . 33
5.1 Configuracao do nucleo unidimensional. . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
5.2 Cadeia de deplecao dos Actinıdeos para as regioes do combustıvel. . . 37
5.3 Cadeias de deplecao dos PF. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
5.4 Cadeia de deplecao dos Actinıdeos para as regioes com Actinıdeos
Menores. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
5.5 Comparacao de algumas concentracoes isotopicas da Regiao 6. . . . . 43
5.6 Comparacao de algumas concentracoes isotopicas da Regiao 7. . . . . 44
5.7 Comparacao de algumas concentracoes isotopicas da Regiao 8. . . . . 45
5.8 Comparacao do Fator de Multiplicacao Efetivo . . . . . . . . . . . . . 47
5.9 Comparacao da Densidade de Potencia. . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
x
Lista de Tabelas
5.1 Materiais em suas respectivas regioes . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
5.2 Concentracoes isotopicas iniciais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
5.3 Parametros nucleares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
5.4 Secoes de choque microscopicas n2n . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
5.5 Secoes de choque microscopicas (em barn) . . . . . . . . . . . . . . . 40
5.6 Intervalos de tempo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
5.7 Teste do calculo da Funcao Importancia. . . . . . . . . . . . . . . . . 41
5.8 Desvios relativos percentuais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
1 Producao dos produtos de fissao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
2 Constantes de decaimento (s−1) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
xi
Glossario
PWR : Pressurized Water Reactor
AM : Actinıdeos Menores
PF : Produtos de Fissao
VQ : Veneno Queimavel
xii
Capıtulo 1
Introducao
E frequente o interesse em calcular a mudanca na multiplicacao do nucleo de um
reator causada por uma pequena mudanca na geometria ou composicao do nucleo.
Afortunadamente, se esta mudanca ou perturbacao e suficientemente pequena, o
calculo de criticalidade original nao tera que ser repetido, podendo-se usar metodos
bem conhecidos da Teoria de perturbacao, os quais expressam a mudanca correspon-
dente a multiplicacao em termos do fluxo de neutrons que caracteriza o nucleo nao
perturbado (DUDERSTADT e HAMILTON, 1976).
Os metodos da Teoria de Perturbacao tem sido uteis em Fısica de Reatores, desde
o trabalho pioneiro de (WIGNER, 1945). Como feito por (WIGNER, 1992), contri-
buicoes adicionais foram introduzidas por (USACHEV, 1964). Outras contribuicoes
iniciais tambem foram desenvolvidas nas aplicacoes nucleares por (LEWINS, 1965),
(POMRANING, 1965), (GANDINI, 1967), (STACEY, 1974), (CACUCI et al., 1980)
e outros. Varios trabalhos tem sido desenvolvidos usando Teoria de Perturbacao,
estendendo sua aplicabilidade para calculos de projeto de reator, como por exemplo,
calculo de criticalidade, calculos de deplecao, calculos de blindagem e problemas de
cinetica pontual. Dentre estes trabalhos os metodos da Teoria de Perturbacao tem
sido amplamente usados para realizar analise de sensibilidade em Fısica de Reato-
res (ABDEL-KHALIK, 2012), (REARDEN, 2004) e (CACUCI, 1981), calculos de
deplecao isotopica (WILLIAMS, 1979), (DA SILVA e THOME, 1987), (DOWNAR,
1992) e (KALLFELZ et al., 1977) e analise de sistemas subcrıticos (DA SILVA et al.,
1
2012), (GONCALVES et al., 2015) e (GONCALVES et al., 2017).
Deve ser mencionado que muitos formalismos da Teoria de Perturbacao exis-
tem na literatura, como mencionado por (GANDINI, 2001), dentre estes, os tres
formalismos mais proeminentes sao:
a) Teoria de Perturbacao Generalizada (GPT). Foi adotado primeiro por
(USACHEV, 1964) e depois exclusivamente desenvolvido por (GANDINI,
1967). (USACHEV, 1964), fazendo uso exclusivo do Princıpio de Conservacao
de Importancia, desenvolveu esta Teoria de Perturbacao para respostas linea-
res no fluxo de neutrons em um reator sob condicoes de estado estacionario.
A funcao importancia de neutrons corresponde a contribuicao de uma dada
partıcula, inserida em um dado instante e em um dado ponto do espaco de fase,
a uma quantidade integral de interesse. Este enfoque foi desenvolvido, em pro-
blemas estaticos (GANDINI, 1969) e (GANDINI et al., 1986), problemas de-
pendente do tempo (GANDINI, 1978), problemas de analises de sensibilidade
(GANDINI et al., 1977), (GANDINI, 1990) e (LIMA et al., 1998), e sistemas
subcrıticos (GANDINI, 1997), (GANDINI, 2001), (GANDINI e SALVATO-
RES, 2002) e foi chamado de Teoria de Perturbacao Generalizada (GPT) por
GANDINI (1987).
b) Formalismo Variacional. Adotado por (LEWINS, 1965) e STACEY (1974),
esta abordagem esta baseada em prıncipios variacionais e foi desenvolvida por
(LEWINS, 1965), (POMRANING, 1965), (STACEY, 1974) e (WILLIAMS,
1979). Ela fornece uma forte base teorica para Teoria de Perturbacao e tem
uma aplicacao ampla em Fısica de Reatores. (SLESAREV e SIROTKIN, 1971)
introduzem os princıpios variacionais nos esquemas de diferencas finitas para
resolver a equacao de transporte de neutrons, alem de outras aplicacoes.
c) Formalismo Diferencial. Proposto por (OBLOW, 1976) e incluindo o forma-
lismo matricial desenvolvido por (CACUCI et al., 1980). As aplicacoes iniciais
foram feitas no campo termo-hidraulico por (OBLOW, 1978). Um formalismo
2
rigoroso da abordagem diferencial para Teoria de Perturbacao foi estabelecida,
em particular, o formalismo matricial foi desenvolvido fazendo uso dos mes-
mos prıncipios empregados para determinar a funcao importancia (CACUCI
et al., 1980), baseados neste formalismo surge o procedimento de analises de
sensibilidade adjunta (CACUCI et al., 2005), que tem aplicacao para simular
caracterısticas termo-hidraulicas escoamento bifasico em LWR.
Cada um dos formalismos mencionados acima tem seu proprio merito, embora
parecam muitos diferentes, todos eles sao equivalentes entre si (GREENSPAN,
1975). Os formalismos Variacional e Diferencial fornecem uma estrutura matematica
estrita, enquanto GPT e uma abordagem orientada a fısica baseada no Princıpio de
Conservacao de Importancia, sendo, por tanto, uma abordagem heurıstica.
A analise da deplecao isotopica e uma tarefa de grande relevancia realizada no
ciclo de operacao do reator, por isso na Fısica de Reatores sempre sao desenvolvidos
metodos que melhorem e/ou otimizem os metodos que realizam o calculo de de-
plecao, para assim, ter uma resposta antecipada frente a possıveis complicacoes que
ponham em risco a seguranca do nucleo, durante a evolucao do ciclo do combustıvel.
Estudos previos, (GANDINI, 1975), (KALLFELZ et al., 1977) e (DA SILVA e
THOME, 1987), tem demonstrado que a GPT e uma forte ferramenta, frente a
outros metodos numericos (NAKAMURA, 1977) e (STACEY, 2004), para reduzir o
custo operacional do calculo de deplecao sem sacrificar a precisao dos resultados.
1.1 Objetivo e Divisao do Trabalho
Esta tese de doutorado tem como objetivo desenvolver um metodo capaz de calcular
as concentracoes isotopicas usando a GPT, elaborada para um sistema subcrıtico
guiado por uma fonte externa de neutrons. Para isto, ele considera a variacao no
tempo das concentracoes isotopicas, devido a queima do combustıvel, como sendo
perturbacoes causadas no sistema. Assim, a GPT pode ser usada para calcular as
perturbacoes nas Quantidades Integrais de interesse, devido a deplecao isotopica.
3
Com isto, a proposta desta tese, que e o metodo perturbativo ao qual espera-se
atingir, trata a integral dos fluxos de neutrons como quantidades integrais.
Esta tese esta dividida em 5 capıtulos, onde no capıtulo 2 sera detalhado o
calculo de deplecao isotopica na sua forma convencional e sera definido o Metodo
de Calculo Direto. Aqui serao apresentadas as equacoes de deplecao e as demais
definicoes pertirnentes.
No capıtulo 3, e estabelecido o formalismo da GPT no qual se baseia esta tese. E
definida a quantidade integral de interesse e sua funcao importancia associada. Aqui
tambem e deduzida a equacao para a variacao do fluxo de neutrons e determinado
seu termo de fonte. Alem disso, neste capıtulo e apresentado o Metodo Perturbativo
para Calculo de Deplecao Isotopica desenvolvido.
No capıtulo 4, sao apresentados os fluxogramas que descrevem os programas com-
putacionais desenvolvidos para a realizacao dos calculos apresentados nos resultados
numericos da tese.
No capıtulo 5, sao apresentados os resultados de um caso teste simples, usado
para validar o Metodo Perturbativo, para calculo de deplecao, desenvolvido nesta
tese.
E, finalmente, no capıtulo 6, sao apresentadas as conclusoes que nos deixam este
trabalho.
4
Capıtulo 2
Calculo de Deplecao Isotopica
2.1 Introducao
Durante a operacao de um reator nuclear ocorrem inumeras mudancas na com-
posicao do nucleo, que envolve uma variedade de processos, onde calcular o calculo
do fator de multiplicacao efetivo (keff ), distribucao de potencia e concentracoes
isotopicas torna-se uma tarefa de principal importancia. Estudos, que antecipem
o desenvolvimento da evolucao da queima do combustıvel sao elaborados sempre
(WILLIAMS, 1979), (DOWNAR, 1992), (ALVIM et al., 2011), para assegurar o
correto funcionamento e seguranca do reator.
E importante ter uma analise de deplecao ao longo da queima porque elementos
altamente radiotoxicos e radioativos sao produzidos, e armazenados como AM e PF
no rejeito nuclear.
2.2 Equacao de Deplecao Isotopica
Mudancas das concentracoes isotopicas devido a variacao do fluxo de neutrons, que
ocorrem ao longo do ciclo de operacao do reator, sao descritas pelas equacoes de
deplecao. O calculo destas concentracoes em qualquer posicao do nucleo do reator,
em qualquer instante de tempo, pode ser feito usando a seguinte equacao de deplecao
5
isotopica:
∂
∂tN(~r, t) = EN(~r, t) , (2.1)
onde N(~r, t) e o vetor das concentracoes isotopicas e E e a matriz de evolucao, assim
definidos, respectivamente:
N(~r, t) ≡
N1(~r, t)
N2(~r, t)
...
Ni(~r, t)
...
NI(~r, t)(t)
e
E ≡
e11(~r, t) e12(~r, t) · · · e1I(~r, t)
e21(~r, t) e22(~r, t) · · · e2I(~r, t)
.... . .
...
eI1(~r, t) eI2(~r, t) · · · eII(~r, t)
,
sendo Ni(~r, t) a concentracao isotopica do nuclıdeo i na posicao ~r, no instante t, e I
e o numero total de nuclıdeos na cadeia de deplecao.
2.3 Elementos da Matriz de Evolucao
As interacoes nucleares, fazem variar as concentracoes isotopicas e mudam a identi-
dade dos nuclıdeos que aparecem na matriz de evolucao. Deste modo, as equacoes
que descrevem os processos de producao e consumo dos nuclıdeos, ou seja, actinıdeos
e produtos de fissao, sao mostrados a seguir.
1. Para os Actinıdeos: Assumimos as seguintes formas, como mostrado na
Figura 2.1, para um actinıdeo ser produzido ou se transmutar:
6
Figura 2.1: Possıveis formas de producao ou transmutacao para um actinıdeo.
Da Figura 2.1 vemos que a producao do nuclıdeo i pode ser devida a captura
radiativa de um neutron pelo nuclıdeo i − 1, ao decaimento-α do nuclıdeo j,
e/ou a reacao n2n do nuclıdeo i + 1. Por sua vez, ele pode se transmutar
devido ao decaimento β− ou captura de um neutron, neste caso dando origem
ao nuclıdeo i+1. Tais reacoes vem descritas na equacao de deplecao do nuclıdeo
i, que tem a seguinte forma geral:
∂
∂tNi(~r, t) = ei,i−1(~r, t)Ni−1(~r, t) + ei,i+1(~r, t)Ni+1(~r, t)+
+ei,j(~r, t)Nj(~r, t) + ei,i(~r, t)Ni(~r, t) , (2.2)
onde:
ei,i−1(~r, t) ≡ 10−24G∑
g=1
σi−1cg φg(~r, t) , (2.3)
ei,i+1(~r, t) ≡ 10−24G∑
g=1
σi+1n2n,gφg(~r, t) , (2.4)
ei,j(~r, t) ≡ λj (2.5)
e
ei,i(~r, t) ≡ −(λi + 10−24G∑
g=1
(σicg + σi
fg)φg(~r, t)) . (2.6)
2. Para os Produtos de Fissao: Agora, asumimos as seguintes formas, como
mostrado na figura 2.2, para um Produto de Fissao(PF) ser produzido ou se
transmutar
7
Figura 2.2: Possıveis formas de producao ou transmutacao para um PF.
Na Figura 2.2 e observado que a criacao do produto de fissao i e devido a
contribuicao dos actinıdeos que sofrem fissao e/ou tambem devida a captura
do seu antecesor (i − 1). Por sua vez, ele pode se transmutar devido ao
decaimento β− e/ou quando captura um neutron. Assim, tais reacoes vem
descritas na equacao de deplecao do PF i, que tem a seguinte forma geral:
∂
∂tNi(~r, t) =
If∑j=1
ei,j(~r, t)Nj(~r, t) + ei,i−1(~r, t)Ni−1(~r, t)+
+ei,i(~r, t)Ni(~r, t) , (2.7)
onde:
ei,j(~r, t) ≡ 10−24γi,jG∑
g=1
σjfgφg(~r, t) , (2.8)
ei,i−1(~r, t) ≡ λi−1 (2.9)
e
ei,i(~r, t) ≡ −(λi + 10−24G∑
g=1
σicgφg(~r, t)) . (2.10)
Nas equacoes de deplecao dos actinıdeos e dos PF aparecem as secoes de choque
microscopicas de absorcao (σiag), captura (σi
cg), fissao (σifg) e reacao n2n (σi
n2n,g) do
nuclıdeo i para o grupo g de energia, com g = 1, G. λi e a constante de decaimento
do nuclıdeo i e γi,j e a fracao da fissao de um actinıdeo j para produzir o produto
de fissao i. Notamos que os elementos da matriz de evolucao estao em funcao da
posicao e do tempo, e requerem previo conhecimento do fluxo de neutrons.
8
2.4 Equacao para o Fluxo de Neutrons
Observamos que a analise de deplecao do combustıvel envolve uma variedade de
processos nucleares que afetam o fluxo de neutrons. Por isso, procuramos resolver
a equacao de difusao, na formulacao de multigrupos de energia, com fonte externa
de neutrons (mantida constante), ao longo do ciclo de operacao do reator.
1
υg
∂
∂tφg(~r, t)− ~∇ ·
(Dg(~r, t)~∇φg(~r, t)
)+ Σtg(~r, t)φg(~r, t) =
= χg
G∑g′=1
νΣfg′(~r, t)φg′(~r, t) +G∑
g′=1
Σgg′(~r, t)φg′(~r, t) + sext,g(~r) ; g = 1, G ,(2.11)
sendo υg a velocidade dos neutrons do grupo g; φg e o fluxo de neutrons do grupo
g; Σtg e secao de choque macroscopica total do grupo g; χg e o espectro de fissao
do grupo g; νΣfg′ e o produto do numero medio de neutrons emitidos na fissao
pela secao de choque macroscopica de fissao do grupo g′; Σgg′ e a secao de choque
macroscopica de espalhamento do grupo g′ para o grupo g; sext,g e a fonte externa
de neutrons de grupo g; e Dg e o coeficiente de difusao do grupo g. Esta equacao de
difusao de neutrons usa como condicao de contorno o Fluxo Nulo fora das regioes
do nucleo do reator, estas condicoes estao amplamente descritas em (TAIPE, 2014).
Alem disso, a secao de choque macroscopica total e o coeficiente de difusao, sao
da seguinte forma:
Σtg(~r, t) = Σcg(~r, t) + Σfg(~r, t) +G∑
g′=1
Σg′g(~r, t) , (2.12)
e
Dg(~r, t) =1
3Σtrg(~r, t), (2.13)
com
Σcg(~r, t) =I∑
i=1
Ni(~r, t)σicg , (2.14)
Σfg(~r, t) =
If∑i=1
Ni(~r, t)σifg , (2.15)
9
Σgg′(~r, t) =I∑
i=1
Ni(~r, t)σigg′ , (2.16)
Σtrg(~r, t) =I∑
i=1
Ni(~r, t)σitrg (2.17)
e
νΣfg(~r, t) =
If∑i=1
Ni(~r, t)νσifg , (2.18)
onde If e o numero de nuclıdeos fissionaveis. Como e notado, a deplecao isotopica se
da a medida que o ciclo de queima avanca e com ela venham modificacoes nas secoes
de choque macroscopicas, que por consequencia acarreta perturbacoes no fluxo de
neutrons, exigindo assim um novo calculo no tempo.
2.5 Aproximacao Quase-Estatica
Embora as concentracoes isotopicas variem exponencialmente no tempo, a forma
espacial do fluxo de neutrons varia lentamente com o tempo. Sendo assim, para
intervalos de tempo [t`, t`+l) nos quais o perıodo de queima (ou ciclo de queima)
[t1, tL+1] e dividido, como e ilustrado na figura 2.3, a chamada Aproximacao Quase
Estatica e usada, onde:
φg(~r, t) ∼= φg(~r, t`); para t ∈ [t`, t`+l).
Assim, para analisar o nucleo de um reator, durante o seu perıodo de queima,
utiliza-se uma sequencia de calculos estaticos, para obter o fluxo de neutrons, in-
tercalados com os calculos das equacoes de deplecao dependentes do tempo para
determinar todas as concentracoes isotopicas no nucleo do reator.
Figura 2.3: Discretizacao temporal do ciclo de operacao do reator
A aproximacao quase-estatica implica que ∂∂tφg(~r, t) = 0 para t` ≤ t ≤ t`+1, o
10
que torna a equacao (2.11), como segue
−~∇ ·(Dg(~r, t`)~∇φg(~r, t`)
)+ Σtg(~r, t`)φg(~r, t`) = χg
G∑g′=1
νΣfg′(~r, t`)φg′(~r, t`)+
+G∑
g′=1
Σgg′(~r, t`)φg′(~r, t`) + sext,g(~r) ; g = 1, G , (2.19)
onde os parametros nucleares, dados pelas equacoes (2.12) a (2.18), sao agora escritos
em termos das concentracoes isotopicas Ni(~r, t`), as quais sao obtidas atraves da
equacao (2.1), que torna-se da seguinte forma:
∂
∂tN(~r, t) = E`N(~r, t) ; t` ≤ t ≤ t`+1 , (2.20)
com os elementos da matriz de evolucao E` agora sendo calculados para φg(~r, t`).
Para as equacoes (2.3), (2.4) e (2.8), por exemplo, ter-se-ia:
ei,i−1(~r, t`) ≡ 10−24G∑
g=1
σi−1cg φg(~r, t`) , (2.21)
ei,i+1(~r, t`) ≡ 10−24G∑
g=1
σi+1n2n,gφg(~r, t`) (2.22)
e
ei,j(~r, t`) ≡ 10−24γi,jG∑
g=1
σjfgφg(~r, t`) . (2.23)
Note-se que o desenvolvimento da Equacao de difusao de neutrons multigru-
pos dado por (2.19), trabalha com a condicao de contorno de Fluxo Nulo, descrito
amplamente em (TAIPE, 2014).
11
2.6 Medias por Regiao
Em geral, o nucleo do reator e dividido em regioes nas quais os parametros nucleares
sao uniformes, ou seja, para uma regiao de volume Vm, tem-se que
Σcg(~r, t`) =I∑
i=1
Nmi (t`)σ
icg ≡ Σm
cg(t`) , (2.24)
Σfg(~r, t`) =
If∑i=1
Nmi (t`)σ
ifg ≡ Σm
fg(t`) , (2.25)
Σgg′(~r, t`) =I∑
i=1
Nmi (t`)σ
igg′ ≡ Σm
gg′(t`) , (2.26)
Σtrg(~r, t`) =I∑
i=1
Nmi (t`)σ
itrg ≡ Σm
trg(t`) (2.27)
e
νΣfg(~r, t`) =
If∑i=1
Nmi (t`)νσ
ifg ≡ νΣm
fg(t`) , (2.28)
para ~r ∈ Vm.
Aplicando o operador media 1Vm
∫Vm
(·)dV a equacao (2.20) segue que,
d
dt
( 1
Vm
∫Vm
N(~r, t)dV)
=1
Vm
∫V
E`(~r)N(~r, t)dV . (2.29)
Como Ni(~r, t) = Nmi (t) para ~r ∈ Vm, da equacao (2.29) segue que
d
dtNm(t) = Em
` Nm(t) ; t` ≤ t ≤ t`+1 , (2.30)
onde:
Em` ≡
1
Vm
∫Vm
E`(~r)dV . (2.31)
Com isso, os elementos da matriz de evolucao Em` sao dados por
emi,j(t`) ≡1
Vm
∫Vm
ei,j(~r, t`)dV , (2.32)
12
ou seja, por exemplo, para as equacoes (2.21) a (2.23), tem-se que
emi,i−1(t`) = 10−24G∑
g=1
σi−1c,g φ
mg (t`) , (2.33)
emi,i+1(t`) = 10−24G∑
g=1
σi+1n2n,gφ
mg (t`) , (2.34)
e
emi,j(t`) = 10−24γi,jG∑
g=1
σjfgφ
mg (t`) , (2.35)
com
φmg (t`) ≡
1
Vm
∫Vm
φg(~r, t`)dV . (2.36)
Uma vez que o fluxo de neutrons e determinado, de acordo com a equacao (2.36),
e tendo Nm(t`) conhecido, pode-se escolher um metodo numerico para resolver a
equacao (2.30), para t ∈ [t`; t`+1], com o qual o vetor solucao Nm(t`+1) e obtido.
2.7 Metodo de Calculo Direto
O procedimento convencional, usado ate agora para realizar o calculo de deplecao
isotopica sera chamado de Metodo de Calculo Direto. Neste metodo sao resolvidas
as equacoes para obtencao do fluxo de neutrons, equacao (2.19), no inicio de cada
intervalo de tempo [t`; t`+1). Com os fluxos e as concentracoes isotopicas conhecidos
em t`, pode-se resolver a equacao de deplecao isotopica, equacao (2.30), e ,finalmente,
determinar as concentracoes isotopicas em t`+1. Para um melhor entendimento, o
resumo deste procedimento e mostrado a seguir:
1. Resolver a equacao (2.19) para obter φg(~r, t`), valido no intervalo [t`; t`+1).
2. Calcular φmg (t`) usando a equacao (2.36).
3. Calcular os elementos da matriz de evolucao, emi,j(t`).
4. Resolver a equacao (2.30), para obter as concentracoes isotopicas no instante
t`+1.
13
5. Repetir os passos 1− 5 ate o intervalo de tempo final L.
Os resultados obtidos pelo Metodo de Calculo Direto, serao usados como re-
ferencia, para verificacao da precisao dos resultados obtidos com o metodo de de-
plecao, usando a GPT, desenvolvido nesta tese.
14
Capıtulo 3
Calculo de Deplecao Isotopica
usando GPT
3.1 Introducao
A analise de deplecao e uma das tarefas mais importantes, que e feita para o nucleo
do reator, alem de exigir um grande custo operacional quando o calculo de deplecao
isotopica e realizado. Estudos previos que usam a GPT, para realizar o calculo
de deplecao isotopica (GANDINI, 1967), (GANDINI et al., 1977), (KALLFELZ
et al., 1977), (GANDINI, 1997) e (GANDINI, 1987) e (DA SILVA e THOME, 1987),
mostram a reducao do custo operacional, sem sacrificar a precisao dos resultados.
Neste capıtulo e apresentado um metodo alternativo para o calculo de deplecao
isotopica, onde faz-se uso da Teoria de Perturbacao Generalizada (GPT). Para isto,
considera-se a variacao no tempo das concentracoes isotopicas, devido a queima
do combustıvel, como perturbacoes causadas no sistema. Assim, a GPT pode ser
usada para calcular as perturbacoes nas Quantidades Integrais de interesse, devido
a deplecao isotopica. As Quantidades Integrais podem ser as taxas de reacoes ou
integrais do fluxo de neutrons, por exemplo.
A metodologia da GPT (GANDINI, 2001) usada para desenvolver o tema desta
tese se apoia, principalmente, em dois fundamentos essenciais, descritos a seguir.
15
Conceito de Importancia: A importancia de um neutron e a provavel contri-
buicao deste neutron a um processo arbitrario detectavel (Quantidade Inte-
gral), em um instante t entre t1 e tF .
Prıncipio de Conservacao de Importancia (GANDINI, 1969): A im-
portancia de um neutron em um instante t, antes de tF , e igual a importancia
total de sua provavel prole em qualquer instante mais tarde, antes de tF .
Sendo assim, a definicao das Quantidades Integrais de interesse se faz necessaria.
E isto e feito a seguir.
3.2 Quantidades Integrais
Os elementos da matriz de evolucao contem as taxas de reacoes, com as quais traba-
lha o metodo de calculo de deplecao isotopica desenvolvido nesta tese. Sendo assim,
para o exemplo das equacoes (2.33) a (2.35), os elementos da matriz de evolucao
podem ser representados da seguinte forma:
emi,i−1(t`) ≡ 10−24Tmc,i−1(t`) , (3.1)
emi,i+1(t`) ≡ 10−24Tmn2n,i+1(t`) (3.2)
e
emi,j(t`) ≡ 10−24γi,jTmf,j(t`) , (3.3)
onde as taxas de reacoes de captura (Tmc,i(t`)), fissao (Tm
f,i(t`)) e n2n (Tmn2n,i(t`)), do
nuclıdeo i, dependem do fluxo de neutrons da seguinte forma:
Tmc,i(t`) ≡
1
Vm
G∑g=1
σicg
∫Vm
φg(~r, t`)dV , (3.4)
Tmf,i(t`) ≡
1
Vm
G∑g=1
σifg
∫Vm
φg(~r, t`)dV (3.5)
16
e
Tmn2n,i(t`) ≡
1
Vm
G∑g=1
σin2n,g
∫Vm
φg(~r, t`)dV , (3.6)
estas taxas de reacoes podem ser escritas na seguinte forma generica:
Tmx,i(t`) ≡
1
Vm
G∑g=1
σix,gQ
mg (t`) , (3.7)
com
Qmg (t`) ≡
∫Vm
φg(~r, t`)dV . (3.8)
Considerando a mudanca no tempo das concentracoes isotopicas, devido a
queima de combustıvel, como perturbacoes causadas no sistema, o metodo da GPT
pode ser usada para calcular as perturbacoes nas quantidades integrais de interesse,
devido a deplecao isotopica. Uma vez que a deplecao isotopica implica mudancas
do fluxo de neutrons e este, por sua vez, comparece nas taxas de reacoes, equacao
(3.7), as Quantidades Integrais de interesse, para a GPT, sao as seguintes:
Qmg′ (t1) ≡
∫Vm
φg′(~r, t1)dV ; para g′ = 1, G e m = 1,M , (3.9)
com φg(~r, t1) sendo solucao da equacao (2.19) no instante de tempo t1, qual seja,
−~∇ ·(Dg(~r, t1)~∇φg(~r, t1)
)+ Σtg(~r, t1)φg(~r, t1) = χg
G∑g′=1
νΣfg′(~r, t1)φg′(~r, t1)+
+G∑
g′=1
Σgg′(~r, t1)φg′(~r, t1) + sext,g(~r) ; g = 1, G , (3.10)
onde tem-se:
Σtg(~r, t1) = Σcg(~r, t1) + Σfg(~r, t1) +G∑
g′=1
Σg′g(~r, t1) , (3.11)
e
Dg(~r, t1) =1
3Σtrg(~r, t1), (3.12)
17
com
Σcg(~r, t1) =
If∑i=1
Ni(~r, t1)σicg , (3.13)
Σfg(~r, t1) =
If∑i=1
Ni(~r, t1)σifg , (3.14)
Σgg′(~r, t1) =
If∑i=1
Ni(~r, t1)σigg′ , (3.15)
Σtrg(~r, t1) =
If∑i=1
Ni(~r, t1)σitrg , (3.16)
e
νΣfg(~r, t1) =
If∑i=1
Ni(~r, t1)νσifg , (3.17)
onde If e o numero de nuclıdeos fissionaveis.
Mas, a quantidade integral dada pela equacao (3.9) pode ser assim reescrita:
Qmg′ (t1) =
G∑g=1
∫V
s+g (~r)φg(~r, t1)dV ; g′ = 1, G e m = 1,M , (3.18)
com
s+g (~r) =
1 para ~r ∈ Vm e g = g′
0 para ~r /∈ Vm e/ou g 6= g′. (3.19)
Definidas as quantidades integrais de interesse, as funcoes importancias a elas
associadas, podem ser definidas como sera visto a seguir.
18
3.3 Equacao da Funcao Importancia
Para a quantidade integral dada pela equacao (3.18), a funcao importancia associada(ψ∗(m,g′),g(~r)
)e solucao de
−~∇ ·(Dg(~r, t1)~∇ψ∗(m,g′),g(~r)
)+ Σtg(~r, t1)ψ
∗(m,g′),g(~r) = νΣfg(~r, t1)
G∑g′′=1
χg′′ψ∗(m,g′),g′′(~r)+
+G∑
g′′=1
Σg′′g(~r, t1)ψ∗(m,g′),g′′(~r) + s+g (~r) ; g = 1, G , (3.20)
lembrando que s+g (~r) so e diferente de zero para g = g′ e ~r ∈ Vm. Observa-se que
tantas funcoes importancias quanto for o produto do numero de regioes (M) pelo
numero de grupos de energia (G) devem ser calculadas.
Alem disso, de acordo com a Relacao de Reciprocidade de Fontes da GPT, a
quantidade integral dada pela equacao (3.18) tambem pode ser assim calculada:
Qmg′ (t1) =
G∑g=1
∫V
ψ∗(m,g′),g(~r)sext,g(~r)dV ; para g′ = 1, G e m = 1,M ,
(3.21)
lembrando que, neste caso, a funcao importancia ψ∗(m,g′),g(~r) esta associada a regiao
m e ao grupo g′, de acordo com s+g (~r) definida pela equacao (3.19). Deve ser no-
tado que a aplicacao direta da Relacao de Reciprocidade de Fontes (GANDINI,
1987) serve para verificar se ψ∗(m,g′),g(~r) esta sendo bem calculada, comparando-se os
resultados dados pelas equacoes (3.21) e (3.9).
Agora, admitindo que a deplecao isotopica causa perturbacoes no fluxo de
neutrons, ou seja, que
φg(~r, t`) ≡ φg(~r, t1) + δφg(~r, t`) , (3.22)
da equacao (3.9) tem-se que
Qmg′ (t`) ≡
∫Vm
φg′(~r, t`)dV =G∑
g=1
∫V
s+g (~r){φg(~r, t1) + δφg(~r, t`)
}dV , (3.23)
19
ou seja, lembrando da equacao (3.18), tem-se que:
Qmg′ (t`) = Qm
g′ (t1) + δQmg′ (t`) , (3.24)
com
δQmg′ (t`) ≡
G∑g=1
∫V
s+g (~r)δφg(~r, t`)dV . (3.25)
Observa-se que a equacao (3.25) tambem e uma quantidade integral com o mesmo
s+g (~r) da equacao (3.18), porem para a variacao do fluxo de neutrons. Entao, por
ter o mesmo s+g (~r) que a equacao (3.18), a funcao importancia, associada a esta
quantidade integral (equacao (3.25)), e a mesma dada pela equacao (3.20).
Aqui tambem poder-se-ia usar a Relacao de Reciprocidade de Fontes, mas, para
isso, a equacao que governa a variacao do fluxo precisa ser obtida. Isto e feito a
seguir.
3.4 Equacao da Variacao do Fluxo
Uma vez que a deplecao isotopica e considerada como a perturbacao que intervem
no sistema, segue que
Dg(~r, t`) = Dg(~r, t1) + δDg(~r, t`) , (3.26)
Σtg(~r, t`) = Σtg(~r, t1) + δΣtg(~r, t`) , (3.27)
Σgg′(~r, t`) = Σgg′(~r, t1) + δΣgg′(~r, t`) , (3.28)
e
νΣfg(~r, t`) = νΣfg(~r, t1) + νδΣfg(~r, t`) . (3.29)
Onde, para ~r ∈ Vm, tem-se que
Dg(~r, t`) =1
3Σmtrg(t`)
; para ` = 1, L , (3.30)
20
com
Σmtrg(t`) =
I∑i=1
Nmi (t`)σ
itrg (3.31)
e
δΣtg(~r, t`) =I∑
i=1
[{Nm
i (t`)−Nmi (t1)}(σi
cg + σifg +
G∑g′=1
σig′g)]
, (3.32)
δΣg′g(~r, t`) =I∑
i=1
{Nm
i (t`)−Nmi (t1)
}σig′g , (3.33)
e
δνΣfg(~r, t`) =I∑
i=1
{Nm
i (t`)−Nmi (t1)
}νσi
fg . (3.34)
Substituindo a equacao (3.22) e as equacoes (3.26) a (3.29) na equacao (2.19)
vem
−~∇ ·({Dg(~r, t1) + δDg(~r, t`)
}[φg(~r, t1) + δφg(~r, t`)
])+
+{
Σtg(~r, t1) + δΣtg(~r, t`)}[φg(~r, t1) + δφg(~r, t`)
]=
= χg
G∑g′=1
{νΣfg′(~r, t1) + δνΣfg′(~r, t`)
}[φg(~r, t1) + δφg(~r, t`)
]+
+G∑
g′=1
{Σgg′(~r, t1) + δΣgg′(~r, t`)
}[φg(~r, t1) + δφg(~r, t`)
]+ sext,g(~r) . (3.35)
Agora, rearrumando a equacao (3.35) e lembrando da equacao (3.9), a equacao
que governa a variacao do fluxo de neutrons (δφg(~r, t`)) e da seguinte forma:
−~∇ ·(Dg(~r, t1)~∇δφg(~r, t`)
)+ Σtg(~r, t1)δφg(~r, t`) =
= χg
G∑g′=1
νΣfg′(~r, t1)δφg′(~r, t`) +G∑
g′=1
Σgg′(~r, t1)δφg′(~r, t`) + ξg(~r, t`) , (3.36)
21
onde:
ξg(~r, t`) ≡ ~∇ ·(δDg(~r, t`)~∇φg(~r, t`)
)+ χg
G∑g′=1
δνΣfg′(~r, t`)φg′(~r, t`)+
+G∑
g′=1
δΣgg′(~r, t`)φg′(~r, t`)− δΣtg(~r, t`)φg(~r, t`) , (3.37)
Como a funcao importancia associada a quantidade integral dada pela equacao
(3.25) e a mesma dada pela equacao (3.20), segundo a Relacao de Reciprocidade de
Fontes da GPT, a equacao (3.25) tambem pode ser assim calculada:
δQmg′ (t`) =
G∑g=1
∫V
ψ∗g(~r)ξg(~r, t`)dV . (3.38)
Substituindo a equacao (3.37) na equacao (3.38), resulta em
δQmg′ (t`) =
G∑g=1
∫V
ψ∗g(~r){~∇ ·(δDg(~r, t`)~∇φg(~r, t`)
)+
+χg
G∑g′′=1
δνΣfg′′(~r, t`)φg′′(~r, t`) +G∑
g′′=1
δΣgg′′(~r, t`)φg′′(~r, t`)−
−δΣtg(~r, t`)φg(~r, t`)}dV . (3.39)
Observa-se que a GPT desprezaria produtos de perturbacoes, como por exemplo
δΣtg(~r, t`)δφg(~r, t`). Mas, para este tipo de problema que esta sendo tratado nesta
tese, Calculo de Deplecao Isotopica, uma aproximacao diferente sera considerada,
como explicitado na proxima secao.
3.5 Metodo de Calculo Perturbativo
Como a utilizacao da atual formulacao da GPT, que despreza produtos de per-
turbacoes, na equacao (3.39) ter-se-ia φg(~r, t1) no lugar φg(~r, t`) para ` ≥ 1. No
entanto, foi verificado que ao fazer esta aproximacao os resultados obtidos usando a
atual formulacao da GPT apresentavam altos desvios em comparacao com os resul-
22
tados do Metodo de Calculo Direto.
Logo, levando em consideracao que as concentracoes isotopicas do Xenonio e
Samario atingem o equilıbrio depois de aproximadamente 6 dias (instante t3 nos
calculos), adotou-se o fluxo de neutrons deste instante na equacao (3.39), a qual
pasou a ser da seguinte forma:
δQmg′ (t`)
∼=G∑
g=1
∫V
ψ∗g(~r){~∇ ·(δDg(~r, t`)~∇φg(~r, t3)
)+
+G∑
g′′=1
[χgδνΣfg′′(~r, t`) + δΣgg′′(~r, t`)
]φg′′(~r, t3)−
−δΣtg(~r, t`)φg(~r, t3)}dV para ` ≥ 4 . (3.40)
Entao, na elaboracao de um procedimento para o calculo de deplecao isotopica
usando a GPT, um Metodo de Calculo Perturbativo para este fim foi desenvol-
vido e este metodo tem como base a equacao (3.40). E, como pode ser visto,
a equacao (3.40) depende tanto das funcoes importancias (ψ∗(m,g′),g(~r)) quanto do
fluxo de neutrons em t3 (φg(~r, t3)). Sendo assim, uma vez obtidas as correspon-
dentes funcoes importancias (que sao calculadas uma unica vez), que sao tantas
quanto o produto de M (numero de regioes) por G (numero de grupos de energia),
o seguinte procedimento e seguido:
1. Resolver a equacao (2.19) para obter φg(~r, t`) no intervalo [t`; t`+1).
2. Calcular φmg (t`) usando a equacao (2.36).
3. Calcular os elementos da matriz de evolucao, emi,j(t`).
4. Resolver a equacao (2.30), para obter as concentracoes isotopicas no instante
t`+1.
5. Repetir os passos 1− 4 nos intervalos de tempo ` = 1, 2 e 3.
6. Calcular δQmg′ (t`) usando a equacao (3.40).
7. Calcular Qmg′ (t`) usando a equacao (3.24).
23
8. Calcular os elementos da matriz de evolucao, emi,j(t`).
9. Resolver a equacao (2.30), para obter as concentracoes isotopicas no instante
t`+1.
10. Repetir os passos 6− 9 para ` ≥ 4 ate o intervalo de tempo final L.
Deve ser notado que o procedimento deste Metodo Perturbativo inicia como o
Metodo de Calculo Direto, para os intervalos de tempo ` = 1, 2 e 3, com o Calculo
do fluxo de neutrons resolvendo-se a equacao (2.19). A partir de ` ≥ 4 os calculos
de deplecao prosseguem utilizando a equacao (3.40) e nao mais o calculo iterativo
do fluxo de neutrons.
24
Capıtulo 4
Fluxogramas dos Programas de
Calculo
4.1 Introducao
Na implementacao do Metodo Perturbativo proposto para calculos de deplecao
isotopica usando a GPT, foram elaborados programas em linguagem FORTRAN
com a finalidade de verificar a validade do metodo proposto, comparando os seus
resultados com aqueles de um Metodo de Calculo direto.
O programa para o Metodo de Calculo Direto consta de dois modulos. O pri-
meiro, chamado de Problema de Fonte Fixa resolve a equacao da difusao de neutron
com uma fonte externa de neutrons. E o segundo, chamado de Calculo de Deplecao,
que realiza o calculo das concentracoes isotopicas.
O programa para o Metodo Perturbativo tem tres modulos. O primeiro, que e
independente dos outros dois, chamado de Funcoes Importancias, e encarregado de
calcular as funcoes importancias para cada grupo de energia e cada regiao. E os
outros dois modulos, que pertencem ao chamado Programa de Calculo Perturbativo,
resolvem as equacoes de deplecao isotopica , usando GPT.
Deve ser observado que existe um modulo chamado Problema de Autovalor. Este
modulo e encarregado de calcular o fator de multiplicacao efetivo, independente do
25
metodo de calculo de deplecao isotopica utilizado. A sua finalidade e apenas verificar
se o sistema permanece subcrıtico ao longo do perıodo de queima.
A seguir sao apresentados os fluxogramas que explicam, de uma forma geral, o
funcionamento dos programas dos respectivos modulos. Os nomes de cada um deles
definem suas funcoes.
4.2 Fluxograma do Programa Metodo de Calculo
Direto
Na Figura 4.1 apresenta-se o fluxograma do modulo de controle do Programa
Metodo de Calculo Direto. Este programa se encarrega do calculo das concentracoes
isotopicas da maneira convencional. E isto e feito mediante o recalculo, em cada
instante de tempo, dos parametros nucleares, dos fluxos medios por regiao, usando
o modulo Problema de Fonte Fixa, e do calculo das concentracoes isotopicas, usando
o modulo Calculo de Deplecao.
26
Figura 4.1: Fluxograma do Programa Metodo de Calculo Direto.
27
4.2.1 Fluxograma do Modulo Problema de Fonte Fixa
O fluxograma do modulo Problema de Fonte Fixa, que e encarregado de obter o
fluxo de neutrons para cada calculo de deplecao isotopica, e apresentado na Figura
4.2.
Figura 4.2: Fluxograma do Modulo Problema de Fonte Fixa.
4.2.2 Fluxograma do Modulo Calculo de Deplecao
O fluxograma do modulo Calculo de Deplecao, que realiza o calculo das concen-
tracoes isotopicas, e apresentado na Figura 4.3. Uma vez calculada a matriz
evolucao, para cada intervalo de tempo, o metodo Matriz de Transicao (ALVIM
et al., 2011) e usado para resolver as equacoes de deplecao e, assim, obter as con-
centracoes isotopicas no instante final do intervalo.
28
Figura 4.3: Fluxograma do Calculo de Deplecao.
4.3 Fluxograma do Programa Metodo Perturba-
tivo
Como no Metodo Perturbativo sao necessarias as funcoes importancias, primeiro
e apresentado o fluxograma do modulo de calculo destas funcoes. E, em seguida,
os fluxogramas relacionados aos modulos de calculo do Metodo Perturbativo desen-
volvidos sao apresentados. Nestes modulos os programas se encarregam do calculo
das concentracoes isotopicas usando a Teoria de Perturbacao Generalizada. No pro-
grama, primeiro, para ` ≤ 3, o reator se comporta como um sistema nao perturbado,
onde as concentracoes isotopicas sao determinadas pelo Metodo de Calculo Direto,
cujos modulos foram apresentadas nas secao 4.2. E, segundo, para ` ≥ 4, o reator se
comporta como um sistema perturbado, onde as concentracoes isotopicas, para es-
tes intervalos de queima, sao determinadas pelo Metodo Perturbativo desenvolvido
nesta tese.
29
4.3.1 Fluxograma do Modulo Funcoes Importancias
Este e um modulo independente, chamado Funcoes Importancias, que calcula as
funcoes importancias e as reserva ate que sejam requeridas no Metodo Perturbativo.
A Figura 4.4 apresenta o fluxograma deste modulo.
Figura 4.4: Fluxograma do Modulo Funcoes Importancias.
4.3.2 Fluxograma do Programa de Calculo Perturbativo
Na Figura 4.5 e apresentado o fluxograma do modulo de controle do Programa de
Calculo Perturbativo, onde se pode observar toda a estrutura de calculo do Metodo
Perturbativo desenvolvido para calculo de deplecao isotopica em reatores subcrıticos
guiados por uma fonte externa de neutrons.
30
Figura 4.5: Fluxograma do Programa de Calculo Perturbativo.
31
4.3.3 Fluxograma do Modulo de Calculo de Deplecao Per-
turbativo
Na Figura 4.6 e apresentado o fluxograma do modulo de Calculo de Deplecao Pertur-
bativo, onde se pode observar que para ` ≤ 3 os calculos sao feitos usando o Metodo
de Calculo Direto, ou seja, onde o fluxo de neutrons e recalculado. E que para ` ≥ 4
a equacao (3.40) passa a ser usada nos calculos das concentracoes isotopicas.
Figura 4.6: Fluxograma do Calculo de Deplecao Perturbativo.
4.4 Fluxograma do Modulo Problema de autova-
lor
O modulo Problema de Autovalor e utilizado so para verificar a subcriticalidade do
nucleo do reator, ou seja, para se ter a certeza que a queima de combustıvel nao
muda esta condicao do nucleo do reator. Na Figura 4.7 e apresentado o fluxograma
32
deste modulo.
Figura 4.7: Fluxograma do Modulo Problema de Autovalor.
No caso do problema de autovalor, o termo de fonte bg,` e assim definido:
bg,` ≡
S1,` + E12,`ϕ
(i−1)2 ; g = 1
S2,` + E21,`ϕ(i)1 ; g = 2
(4.1)
com
Sg,` ≡1
k(i−1)eff
Sfg . (4.2)
33
Capıtulo 5
Apresentacao e Analise dos
Resultados
5.1 Introducao
Neste capıtulo sao apresentados os resultados obtidos com o Metodo de Calculo
Perturbativo e sua comparacao com os resultados obtidos pelo Metodo de Calculo
Direto. As equacoes (2.19) e (3.20) sao resolvidas usando o Metodo de Diferencas
Finitas (TAIPE, 2014) e as equacoes de deplecao, equacao (2.30), sao resolvidas do
Metodo de Matriz de Transicao (ALVIM et al., 2011).
Tambem e apresentada a configuracao adotada na realizacao dos calculos. As
dimensoes, distribuicao e composicao isotopica para cada regiao do nucleo, assim
como os parametros nucleares, as cadeias de deplecao usadas e os dados nucleares,
dos materiais que correspondem a configuracao do nucleo do reator.
Finalmente, sao apresentados algumas concentracoes isotopicas, fatores de mul-
tiplicacao efetiva, densidade de potencia, respectivos desvios, e porcentagens de
trasmutacao, alem da analise dos resultados obtidos.
34
5.2 Apresentacao do Caso Teste
A fim de demonstrar a aplicabilidade do Metodo de Calculo Perturbativo, um caso
simples, porem significativo, foi usado. Para isto, foi considerado o caso de um
sistema subcrıtico, unidimensional e de dois grupos de energia, guiado por uma
fonte externa de neutrons, localizada no centro do nucleo subcrıtico. Na figura 5.1,
mostra-se a configuracao do nucleo do reator, na qual e observada a disposicao das
regioes e suas dimensoes, onde a = 10cm.
Figura 5.1: Configuracao do nucleo unidimensional.
Pode ser visto na Figura 5.1 que, as regioes 1 e 9 contem o refletor, as regioes
2-3 e 6-8 contem o combustıvel, e a regiao 5 contem a fonte externa de neutrons.
Esta fonte, que e mantida constante no tempo, e dada por
Sext,g(x) =
1012δ1g neutrons/cm3s ; para x ∈ regiao 5
0 ; para x /∈ regiao 5
,
sendo que δ1g e o Delta de Kronecker.
Os materias estruturais que complementam a composicao isotopica do nucleo do
reator sao dados na Tabela 5.1.
35
Tabela 5.1: Materiais em suas respectivasregioes
Regiao MateriaisCombustıvel Uranio, 10B, H2O e STRM1
Refletor H2O e STRMFonte Externa STRM1 STRM: material estrutural.
A cadeia de deplecao nas regioes do combustıvel e composta por 17 nuclıdeos e e
apresentada na Figura 5.2. As cadeias para os produtos de fissao considerados neste
calculo sao apresentadas na Figura 5.3. Ja a cadeia de deplecao usada nas regioes
dos AM e composta por 15 nuclıdeos e e apresentada na Figura 5.4. Note-se que a
cadeia usada na regiao dos AM e a mesma usada na regiao do combustıvel, salvo
que nesta sao excluıdos os nuclıdeos 238U e 239Np.
36
Figura 5.2: Cadeia de deplecao dos Actinıdeos para as regioes do combustıvel.
Figura 5.3: Cadeias de deplecao dos PF.
37
Figura 5.4: Cadeia de deplecao dos Actinıdeos para as regioes com ActinıdeosMenores.
38
As concentracoes isotopicas iniciais e alguns parametros nucleares, usados nos
calculos, sao apresentadas nas Tabelas 5.2 e 5.3, respectivamente.
Tabela 5.2: Concentracoes isotopicas iniciais.
Combustıvel AMNuclıdeo Concentracao2 Nuclıdeo Concentracao
234U 0.126020E-5 237Np 1.390E-6235U 0.152537E-3 241Am 8.775E-8238U 0.702007E-2 242mAm 1.112E-910B3 0.147846E-4 242Am 3.041E-10
243Am 2.041E-7242Cm 3.338E-8244Cm 3.534E-810B3 0.147846E-4
2 As concentracoes isotopicas sao dadas em atomos/barn.cm3 (HAECK et al.)
Tabela 5.3: Parametros nucleares
Dado g Valor (cm−1)
Σtr,g1 0.243009E+02 0.804673E+0
ΣSTRMc,g
1 0.271398E-32 0.103122E-2
Σg→3−gs,STRM
1 0.146344E-32 0.0
ΣH2Oc,g
1 0.158293E-32 0.505096E-2
Σg→3−gs,H2O
1 0.158057E-12 0.0
Nas Tabelas 5.4 e 5.5 sao mostradas as secoes de choque microscopicas dos
nuclıdeos usados nos calculos e presentes nas cadeias de deplecao.
Tabela 5.4: Secoes de choque microscopicas n2n
Nuclıdeo σn2n (b)236U 3.1846659E-03238U 6.1297184E-03239Pu 2.4906395E-03240Pu 8.4665918E-04241Pu 8.6386986E-03
39
Tabela 5.5: Secoes de choque microscopicas (em barn)
Nuclıdeo g σcg σfg νσfg σg→3−gs
234U1 0.184693E+02 0.566605E+00 0.148682E+01 0.239508E-022 0.490885E+02 0.218728E+00 0.514448E+00 -
235U1 0.379149E+01 0.847703E+01 0.207452E+02 0.313969E-022 0.466859E+02 0.272112E+03 0.663055E+03 -
236U1 0.877102E+01 0.346561E+00 0.883709E+00 0.193505E-022 0.263981E+01 0.2446200E-01 0.5667860E-01 -
238U1 0.815563E+00 0.116086E+00 0.323430E+00 0.206684E-022 0.137578E+01 0.1349560E-04 0.3363230E-04 -
237Np1 0.169043E+02 0.582883E+00 0.172221E+01 -2 0.135725E+03 0.9307270E-02 0.2453220E-01 -
238Pu1 0.484273E+01 0.172715E+01 0.526204E+01 0.338794E-022 0.218858E+03 0.664218E+01 0.192291E+02 -
239Pu1 0.544562E+01 0.923134E+01 0.267070E+02 0.247503E-022 0.404398E+03 0.728951E+03 0.208987E+04 -
240Pu1 0.226074E+03 0.676660E+00 0.208910E+01 0.653193E-032 0.181564E+03 0.3948630E-01 0.110680E+00 -
241Pu1 0.524341E+01 0.167068E+02 0.493534E+02 0.262850E-022 0.253379E+03 0.722447E+03 0.212782E+04 -
241Am1 0.271720E+02 0.758288E+00 0.263524E+01 0.378865E-022 0.607092E+03 0.338266E+01 0.109557E+02 -
242mAm1 0.690154E+01 0.483433E+02 0.158107E+03 0.267449E-022 0.942812E+03 0.458573E+04 0.149678E+05 -
242Pu1 0.370922E+02 0.491756E+00 0.154724E+01 0.152298E-022 0.103677E+02 0.5287930E-03 0.1485910E-02 -
243Am1 0.509104E+02 0.496144E+00 0.177188E+01 0.02 0.438253E+02 0.4740130E-01 0.155137E+00 -
242Cm1 0.369541E+01 0.402363E+00 0.157539E+01 0.228482E-022 0.814242E+01 0.145342E+01 0.499975E+01 -
244Cm1 0.133482E+02 0.972437E+00 0.364166E+01 0.145735E-022 0.523725E+01 0.285150E+00 0.986619E+00 -
135Xe1 0.111639E+03 - -2 0.153220E+07 - -
149Sm1 0.953017E+02 - -2 0.480351E+05 - -
10B1 0.436439E+02 - - 0.953950E-022 0.104512E+04 - - -
40
A operacao do nucleo do reator deu-se por um perıodo de queima de 300 dias,
que foi dividido em 22 intervalos de tempo (∆t` ≡ t`+1 − t`) como mostrado na
Tabela 5.6.
Tabela 5.6: Intervalos de tempo
` ∆t` (dias)1 32 33 14
4,. . . ,12 2013,. . . ,22 10
5.3 Analise dos Resultados de Calculo
O primeiro teste realizado foi para verificar se as funcoes importancias estavam bem
calculadas, o que se traduz pela confirmacao da Relacao de Reciprocidade de Fontes.
Na Tabela 5.7, sao mostrados os valores das Quantidades Integrais Qmg′ (t1) dadas
tanto pela equacao (3.9) quanto pela equacao (3.21).
Tabela 5.7: Teste do calculo da Funcao Importancia.
Regiao Grupo Equacao Equacao(m) (g′) (3.9) (3.21)
11 2.281546590875647E+01 2.281546590875649E+012 2.750613151379487E+01 2.750613151379495E+01
21 3.020636011805127E+02 3.020636011805133E+022 6.737423352888246E+01 6.737423352888260E+01
31 3.831353841090166E+02 3.831353841090163E+022 2.312076762783856E+02 2.312076762783857E+02
41 4.610666943173988E+03 4.610666943173997E+032 9.329665810285653E+02 9.329665810285662E+02
51 1.884318130654638E+03 1.884318130654636E+032 3.516548496721858E+02 3.516548496721852E+02
61 4.610666943173982E+03 4.610666943173979E+032 9.329665810285637E+02 9.329665810285645E+02
71 3.831353841090146E+02 3.831353841090152E+022 2.312076762783845E+02 2.312076762783845E+02
81 3.020636011805100E+02 3.020636011805114E+022 6.737423352888182E+01 6.737423352888207E+01
91 2.281546590875614E+01 2.281546590875632E+012 2.750613151379447E+01 2.750613151379464E+01
41
Ve-se dos resultados apresentados na Tabela 5.7 a excelente concordancia dos
dois calculos, comprovando que as funcoes importancias estao bem calculas. Com
isto feito, pode-se proceder os calculos de deplecao usando o Metodo Perturbativo
desenvolvido. Os resultados obtidos sao apresentados a seguir.
Como a geometria do nucleo do reator e simetrica (ver Figura 5.1), somente
serao mostrados os resultados para as regioes 6 e 8, e para a regiao dos AM, regiao
7. Assim, a comparacao dos resultados do Metodo Perturbativo com aqueles do
Metodo de Calculo Direto foi feita usando o desvio relativo percentual, dado pela
seguinte expressao:
Desvio(i, t`) =(
1− NGPTi (t`)
NDiretoi (t`)
)x100% , (5.1)
onde NGPTi (t`) e a concentracao istopica obtida pelo Metodo Perturbativo e
NDiretoi (t`) e a concentracao istopica obtida pelo Metodo de Calculo Direto, para o
nuclıdeo i.
Nas Figuras 5.5, 5.6 e 5.7, sao apresentadas a evolucao de algumas concentracoes
isotopicas, obtidas por ambos metodos, nas regioes 6, 7 e 8, respectivamente. Para
isto, foram escolhidos os graficos de seis nuclıdeos que mostraram maiores desvios
na comparacao dos resultados. Ja na Tabela 5.8 sao mostrados os desvios relativos
percentuais ao fim dos 300 dias do periodo de queima, para todos os nuclıdeos das
cadeias de deplecao.
42
0 2 0 4 0 6 0 8 0 1 0 0 1 2 0 1 4 0 1 6 0 1 8 0 2 0 0 2 2 0 2 4 0 2 6 0 2 8 0 3 0 0
1 , 3 x 1 0 - 4
1 , 4 x 1 0 - 4
1 , 4 x 1 0 - 4
1 , 5 x 1 0 - 4
1 , 5 x 1 0 - 4
1 , 6 x 1 0 - 4
Conc
entra
cao U
235 (
atomo
s/b.cm
)
I n s t a n t e d e t e m p o ( d i a s )
D i r e t o G P T
0 2 0 4 0 6 0 8 0 1 0 0 1 2 0 1 4 0 1 6 0 1 8 0 2 0 0 2 2 0 2 4 0 2 6 0 2 8 0 3 0 0
0 , 0
5 , 0 x 1 0 - 8
1 , 0 x 1 0 - 7
1 , 5 x 1 0 - 7
2 , 0 x 1 0 - 7
Conc
entra
cao N
p239
(atom
os/b.
cm)
I n s t a n t e d e t e m p o ( d i a s )
D i r e t o G P T
0 2 0 4 0 6 0 8 0 1 0 0 1 2 0 1 4 0 1 6 0 1 8 0 2 0 0 2 2 0 2 4 0 2 6 0 2 8 0 3 0 0- 2 , 0 x 1 0 - 6
0 , 0
2 , 0 x 1 0 - 6
4 , 0 x 1 0 - 6
6 , 0 x 1 0 - 6
8 , 0 x 1 0 - 6
1 , 0 x 1 0 - 5
1 , 2 x 1 0 - 5
1 , 4 x 1 0 - 5
Conc
entra
cao P
u239
(atom
os/b.
cm)
I n s t a n t e d e t e m p o ( d i a s )
D i r e t o G P T
0 2 0 4 0 6 0 8 0 1 0 0 1 2 0 1 4 0 1 6 0 1 8 0 2 0 0 2 2 0 2 4 0 2 6 0 2 8 0 3 0 0- 2 , 0 x 1 0 - 1 3
0 , 02 , 0 x 1 0 - 1 3
4 , 0 x 1 0 - 1 3
6 , 0 x 1 0 - 1 3
8 , 0 x 1 0 - 1 3
1 , 0 x 1 0 - 1 2
1 , 2 x 1 0 - 1 2
1 , 4 x 1 0 - 1 2
1 , 6 x 1 0 - 1 2
1 , 8 x 1 0 - 1 2
Conc
entra
cao A
m242
(atom
os/b.
cm)
I n s t a n t e d e t e m p o ( d i a s )
D i r e t o G P T
0 2 0 4 0 6 0 8 0 1 0 0 1 2 0 1 4 0 1 6 0 1 8 0 2 0 0 2 2 0 2 4 0 2 6 0 2 8 0 3 0 0
0 , 0
5 , 0 x 1 0 - 1 0
1 , 0 x 1 0 - 9
1 , 5 x 1 0 - 9
2 , 0 x 1 0 - 9
2 , 5 x 1 0 - 9
3 , 0 x 1 0 - 9
Conc
entra
cao I
135 (
atomo
s/b.cm
)
I n s t a n t e d e t e m p o ( d i a s )
D i r e t o G P T
0 2 0 4 0 6 0 8 0 1 0 0 1 2 0 1 4 0 1 6 0 1 8 0 2 0 0 2 2 0 2 4 0 2 6 0 2 8 0 3 0 0- 2 , 0 x 1 0 - 9
0 , 0
2 , 0 x 1 0 - 9
4 , 0 x 1 0 - 9
6 , 0 x 1 0 - 9
8 , 0 x 1 0 - 9
1 , 0 x 1 0 - 8
1 , 2 x 1 0 - 8
1 , 4 x 1 0 - 8
1 , 6 x 1 0 - 8
Conc
entra
cao S
m149
(atom
os/b.
cm)
I n s t a n t e d e t e m p o ( d i a s )
D i r e t o G P T
Figura 5.5: Comparacao de algumas concentracoes isotopicas da Regiao 6.
43
0 2 0 4 0 6 0 8 0 1 0 0 1 2 0 1 4 0 1 6 0 1 8 0 2 0 0 2 2 0 2 4 0 2 6 0 2 8 0 3 0 0
0 , 0
1 , 0 x 1 0 - 1 5
2 , 0 x 1 0 - 1 5
3 , 0 x 1 0 - 1 5
4 , 0 x 1 0 - 1 5
5 , 0 x 1 0 - 1 5Co
ncen
traca
o U23
6 (ato
mos/b
.cm)
I n s t a n t e d e t e m p o ( d i a s )
D i r e t o G P T
0 2 0 4 0 6 0 8 0 1 0 0 1 2 0 1 4 0 1 6 0 1 8 0 2 0 0 2 2 0 2 4 0 2 6 0 2 8 0 3 0 0
7 , 6 x 1 0 - 8
7 , 8 x 1 0 - 8
8 , 0 x 1 0 - 8
8 , 2 x 1 0 - 8
8 , 4 x 1 0 - 8
8 , 6 x 1 0 - 8
8 , 8 x 1 0 - 8
Conc
entra
cao A
m241
(atom
os/b.
cm)
I n s t a n t e d e t e m p o ( d i a s )
D i r e t o G P T
0 2 0 4 0 6 0 8 0 1 0 0 1 2 0 1 4 0 1 6 0 1 8 0 2 0 0 2 2 0 2 4 0 2 6 0 2 8 0 3 0 03 , 5 x 1 0 - 8
3 , 6 x 1 0 - 8
3 , 7 x 1 0 - 8
3 , 8 x 1 0 - 8
3 , 9 x 1 0 - 8
4 , 0 x 1 0 - 8
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0 2 0 4 0 6 0 8 0 1 0 0 1 2 0 1 4 0 1 6 0 1 8 0 2 0 0 2 2 0 2 4 0 2 6 0 2 8 0 3 0 03 , 5 x 1 0 - 8
3 , 6 x 1 0 - 8
3 , 7 x 1 0 - 8
3 , 8 x 1 0 - 8
3 , 9 x 1 0 - 8
4 , 0 x 1 0 - 8
Conc
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0 , 0
1 , 0 x 1 0 - 1 4
2 , 0 x 1 0 - 1 4
3 , 0 x 1 0 - 1 4
4 , 0 x 1 0 - 1 4
5 , 0 x 1 0 - 1 4
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entra
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135 (
atomo
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)
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0 , 0
1 , 0 x 1 0 - 1 4
2 , 0 x 1 0 - 1 4
3 , 0 x 1 0 - 1 4
4 , 0 x 1 0 - 1 4
5 , 0 x 1 0 - 1 4
6 , 0 x 1 0 - 1 4
7 , 0 x 1 0 - 1 4
8 , 0 x 1 0 - 1 4
Conc
entra
cao P
m149
(atom
os/b.
cm)
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D i r e t o G P T
Figura 5.6: Comparacao de algumas concentracoes isotopicas da Regiao 7.
44
0 2 0 4 0 6 0 8 0 1 0 0 1 2 0 1 4 0 1 6 0 1 8 0 2 0 0 2 2 0 2 4 0 2 6 0 2 8 0 3 0 0
7 , 0 x 1 0 - 3
7 , 0 x 1 0 - 3
7 , 0 x 1 0 - 3
7 , 0 x 1 0 - 3
7 , 0 x 1 0 - 3
7 , 0 x 1 0 - 3
7 , 0 x 1 0 - 3
7 , 0 x 1 0 - 3Co
ncen
traca
o U23
8 (ato
mos/b
.cm)
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D i r e t o G P T
0 2 0 4 0 6 0 8 0 1 0 0 1 2 0 1 4 0 1 6 0 1 8 0 2 0 0 2 2 0 2 4 0 2 6 0 2 8 0 3 0 0- 2 , 0 x 1 0 - 9
0 , 0
2 , 0 x 1 0 - 9
4 , 0 x 1 0 - 9
6 , 0 x 1 0 - 9
8 , 0 x 1 0 - 9
1 , 0 x 1 0 - 8
1 , 2 x 1 0 - 8
1 , 4 x 1 0 - 8
Conc
entra
cao N
p239
(atom
os/b.
cm)
I n s t a n t e d e t e m p o ( d i a s )
D i r e t o G P T
0 2 0 4 0 6 0 8 0 1 0 0 1 2 0 1 4 0 1 6 0 1 8 0 2 0 0 2 2 0 2 4 0 2 6 0 2 8 0 3 0 0- 1 , 0 x 1 0 - 9
0 , 0
1 , 0 x 1 0 - 9
2 , 0 x 1 0 - 9
3 , 0 x 1 0 - 9
4 , 0 x 1 0 - 9
5 , 0 x 1 0 - 9
6 , 0 x 1 0 - 9
7 , 0 x 1 0 - 9
8 , 0 x 1 0 - 9
Conc
entra
cao P
u241
(atom
os/b.
cm)
I n s t a n t e d e t e m p o ( d i a s )
D i r e t o G P T
0 2 0 4 0 6 0 8 0 1 0 0 1 2 0 1 4 0 1 6 0 1 8 0 2 0 0 2 2 0 2 4 0 2 6 0 2 8 0 3 0 0
0 , 0
5 , 0 x 1 0 - 1 6
1 , 0 x 1 0 - 1 5
1 , 5 x 1 0 - 1 5
2 , 0 x 1 0 - 1 5
Conc
entra
cao C
m242
(atom
os/b.
cm)
I n s t a n t e d e t e m p o ( d i a s )
D i r e t o G P T
0 2 0 4 0 6 0 8 0 1 0 0 1 2 0 1 4 0 1 6 0 1 8 0 2 0 0 2 2 0 2 4 0 2 6 0 2 8 0 3 0 0
0 , 0
5 , 0 x 1 0 - 2 2
1 , 0 x 1 0 - 2 1
1 , 5 x 1 0 - 2 1
2 , 0 x 1 0 - 2 1
Conc
entra
cao C
m244
(atom
os/b.
cm)
I n s t a n t e d e t e m p o ( d i a s )
D i r e t o G P T
0 2 0 4 0 6 0 8 0 1 0 0 1 2 0 1 4 0 1 6 0 1 8 0 2 0 0 2 2 0 2 4 0 2 6 0 2 8 0 3 0 0
0 , 0
5 , 0 x 1 0 - 1 1
1 , 0 x 1 0 - 1 0
1 , 5 x 1 0 - 1 0
2 , 0 x 1 0 - 1 0
Conc
entra
cao P
m149
(atom
os/b.
cm)
I n s t a n t e d e t e m p o ( d i a s )
D i r e t o G P T
Figura 5.7: Comparacao de algumas concentracoes isotopicas da Regiao 8.
45
Pela analise dos resultados mostrados nas Figuras, 5.5, 5.6 e 5.7, pode-se consta-
tar que apesar delas corresponderem aos casos com maiores desvios nos resultados,
que o Metodo Perturbativo resulta numa boa alternativa para este tipo de problema.
Tabela 5.8: Desvios relativos percentuais.
Nuclıdeo Regiao 6 Regiao 7 Regiao 8234U 0.01 0.13 0.00235U 0.01 -0.51 0.01236U -0.08 -1.08 -0.35238U 0.00 – 0.00237Np -0.17 0.01 -0.33238Pu -0.24 -0.12 -0.68239Np -0.73 – -1.22239Pu -0.11 -0.45 -0.31240Pu -0.13 0.01 -0.69241Pu -0.34 -0.56 -1.02241Am 0.18 0.03 -0.28242mAm 0.08 0.02 -0.82242Am -0.31 -1.00 -1.54242Pu -0.36 -0.20 -1.41243Am -0.09 0.01 -1.40242Cm -0.04 -0.15 -0.94244Cm -0.49 -0.03 -1.92135I -0.51 -1.25 -1.26
135Xe -0.29 -0.86 -1.16149Pm -0.52 -1.24 -1.26149Sm -0.09 -0.20 -0.14
Da Tabela 5.8 verifica-se que o maior desvio relativo e −1.92%, que corresponde
ao Actinıdeo Menor 244Cm o qual esta no final da cadeia de deplecao e na regiao
mais externa do nucleo, regiao 8. Alem disso, deve ser ressaltado que nesta regiao
estao presentes os maiores desvios relativos percentuais, obtidos durante o calculo.
Na regiao 6 o maior desvio e −0.73%, que corresponde ao nuclıdeo 239Np, sendo que
os menores desvios relativos, encontram-se nesta regiao, que cerca a regiao da fonte
externa. Ja na regiao 7, o maior desvio e −1.25% correspondente ao PF 135I.
Complementarmente, os graficos da evolucao no tempo dos fatores de multi-
plicacao e das densidades de potencia, sao apresentados nas Figuras 5.8 e 5.9, res-
pectivamente.
46
0 2 0 4 0 6 0 8 0 1 0 0 1 2 0 1 4 0 1 6 0 1 8 0 2 0 0 2 2 0 2 4 0 2 6 0 2 8 0 3 0 00 , 9 3 0
0 , 9 3 5
0 , 9 4 0
0 , 9 4 5
0 , 9 5 0
0 , 9 5 5
k eff
I n s t a n t e d e t e m p o ( d i a s )
D i r e t o G P T
Figura 5.8: Comparacao do Fator de Multiplicacao Efetivo
Do grafico dado pela Figura 5.8, que mostra a comparacao dos fatores de multi-
plicacao efetivo obtidos durante o perıodo de queima, pode-se observar que o nucleo
do reator permanece subcrıtico durante todo o perıodo de queima, com fatores de
multiplicacao efetivo de 0.95339, no instante inicial, e 0.93964, no instante final. Isto
esta em concordancia com o calculo direto, onde os fatores de multiplicacao efetivo
vao desde 0.95339 ate 0.93966 atraves do perıodo de queima.
Ja no grafico dado pela Figura 5.9 e apresentada a comparacao das densidade de
potencia obtidas. De onde pode ser visto que a densidade de potencia gerada pelo
reator foi desde 16.86 W/cm3 no instante inicial, ate 12.37 W/cm3 no instante final.
Este comportamento esta em concordancia com aqueles obtidos pelo Calculo Direto,
cuja densidade de potencia vai desde 16.86 W/cm3 ate 12.30 W/cm3 ao longo do
perıodo de queima.
47
0 2 0 4 0 6 0 8 0 1 0 0 1 2 0 1 4 0 1 6 0 1 8 0 2 0 0 2 2 0 2 4 0 2 6 0 2 8 0 3 0 0
1 1
1 2
1 3
1 4
1 5
1 6
1 7
����
���
������
���
�����
� �
I n s t a n t e d e t e m p o ( d i a s )
D i r e t o G P T
Figura 5.9: Comparacao da Densidade de Potencia.
Observa-se que para o calculo da densidade de potencia as seguintes equacoes
foram usadas:
i. Para o Metodo de Calculo Direto:
P (t`) = ω8∑
m=2
2∑g=1
{ I∑j=1
Nmj (t`)σ
jf,g
}φmg (t`) ; para ` ≥ 1 ,
onde ω = 3.25x10−11 J , e a energıa liberada por fissao.
ii. Para o Metodo de Calculo Perturbativo:
ii.1. para ` = 1, 3:
P (t`) = ω8∑
m=2
2∑g=1
{ I∑j=1
Nmj (t`)σ
jf,g
}φmg (t`) .
ii.2. para ` ≥ 4:
P (t`) = ω8∑
m=2
I∑j=1
{Nm
j (t`)σjf,gQ
mg′ (t1) +Nm
j (t1)σjf,gδQ
mg′ (t`)
},
48
com δQmg′ (t`) dado pela equacao (3.40).
Sendo I = 17 para as regioes do combustıveis (2,4,6 e 8) e I = 15 para as
regioes dos AM (3 e 7).
49
Capıtulo 6
Conclusoes
O desenvolvimento desta tese de doutorado teve como objetivo o Calculo de deplecao
isotopica usando a GPT em um sistema subcrıtico guiado por uma fonte externa de
neutrons. Para isto, foi criado um metodo que realiza este calculo, o qual foi chamado
Metodo de Calculo Perturbativo. Este tem como premissa considerar os fluxos de
neutrons como quantidades integrais.
Em vista disso, e dito que o sistema tem dois comportamentos. No inıcio do
periodo de queima, se comporta como um sistema nao perturbado, e depois, como
um sistema perturbado. Desta forma, quando o sistema se comporta como nao per-
turbado utilizam-se os mecanismos de calculo de deplecao convencionais (Metodo de
Calculo Direto), o qual se apoia calculo iterativo do fluxo de neutrons no inıcio de
cada intervalo de tempo em que o perıodo de queima e dividido. Agora, quando o sis-
tema se comporta como perturbado, a GPT pode ser utilizada, desde que a deplecao
isotopica seja considerada como perturbacoes causadas no sistema. As perturbacoes
nas quantidades integrais foram, entao, calculadas usando a metodologia da GPT,
atraves do calculo das funcoes importancia associadas as quantidades integrais de
interesse (os fluxos medios nas regioes). Estas funcoes importancia, que foram em
numero igual ao produto do numero de regioes (M) pelo numero de grupos (G),
sao calculadas somente para o instante inicial t1. Contrario ao calculo do fluxo de
neutrons que e feito, ao longo dos intervalos do ciclo de combustıvel, proprio de um
Metodo de Calculo Direto.
50
Os resultados gerados pelo Metodo de Calculo Perturbativo foram muito signifi-
cativos, quando comparados aos resultados de referencia (Metodo de Calculo Direto).
Os baixos desvios relativos percentuais mostram resultados bastante precisos, tendo
no final do perıodo de queima o maior desvio de apenas -1.92%, correspondente ao
nuclıdeo 244Cm, localizado na regiao mais externa do nucleo ativo. Adicionalmente,
foi observado que, os fatores de multiplicacao efetivo e a densidade da potencia, se
mantiveram dentro da faixa dos mesmos resultados dados pelo Metodo de Calculo
Direto.
Portanto, pode-se concluir que os resultados apresentados validam o Metodo
Perturbativo proposto para calculos de deplecao isotopica de sistemas subcrıticos
com fonte externa de neutrons. Alem disso, como este metodo muda a ideia da
formulacao atual da GPT, pode-se dizer que e um metodo inovador.
Aproveita-se para deixar como sugestao a sua aplicacao a reatores que operam
crıticos e verificar se a mesma ideia pode ser aplicada para este tipo de reator.
51
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55
Apendice
Os signos que aparecem nos coeficientes dos emi,j(t), que indicam se o processo nuclear,
ao qual descrevem, sao de consumo ou de geracao do nuclıdeo i respeito ao nuclıdeo
j, sao apresentados na seguinte matriz:
−1
1 −1
1 −1
−1
1 −1
1 −1
1 0
1 −1
1 −1
1 −1
−1
0.115 −1
0.885 0
1 −1
1 1 −1
−1
1 −1
γ18,1 γ18,2 γ18,3 · · · γ18,17 0
γ19,1 γ19,2 γ19,3 · · · γ19,17 0 −1
γ20,1 γ20,2 γ20,3 · · · γ20,17 0 0 0
0 0 0 · · · 0 0 0 0 −1
onde γi,j sao a producao dos produtos de fissao, dada pela Tabela 1.
Os parametros βi,j distintos de zero presentes nos elementos da matriz evolucao,
56
para a reacao n2n nas cadeias de deplecao usadas neste estudo, sao da seguinte
forma:
β2,3 = 1 β3,3 = −1 β4,4 = −1 β5,4 = 1 β6,8 = 1
β8,8 = −1 β8,9 = 1 β9,9 = −1 β9,10 = 1 β10,10 = −1
Os parametros Λi,j distintos de zero presentes nos elementos da matriz evolucao,
para as cadeias de deplecao usadas neste trabalho, estao relacionadas as constantes
de decaimento (apresentadas na Tabela 2):
Λ1,6 = λ238Pu Λ11,10 = λ241Pu Λ17,17 = −λ244Cm
Λ6,6 = −λ238Pu Λ12,12 = −λ242mAm Λ18,18 = −λ135IΛ6,16 = λ242Cm Λ13,12 = λ242mAm Λ19,18 = λ135IΛ7,7 = −λ239Np Λ13,13 = −λ242mAm Λ19,19 = −λ135Xe
Λ8,7 = λ239Np Λ14,13 = 0.173λ242Am Λ20,20 = −λ149PmΛ9,17 = λ244Cm Λ16,13 = 0.827λ242Am Λ21,20 = λ149PmΛ10,10 = −λ241Pu Λ16,16 = −λ242Cm
Tabela 1: Producao dos produtos de fissao
j Actinideγi,j
i = 18(135I) i = 19(135Xe) i = 20(149Pm)1 234U 0 0 02 235U 0.0630 0.0024 0.01073 236U 0.0563 0.0016 0.01374 238U 0.0683 0.0003 0.01615 237Np 0.066 0.0088 0.01276 238Pu 0 0 07 239Np 0 0 08 239Pu 0.0645 0.0115 0.01249 240Pu 0.0675 0.0070 0.013710 241Pu 0.0707 0.0023 0.015211 241Am 0 0 012 242mAm 0 0 013 242Am 0 0 014 242Pu 0.0690 0.0026 0.016215 243Am 0 0 016 242Cm 0 0 017 244Cm 0 0 0
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Tabela 2: Constantes de decaimento (s−1)
λ238Pu 0.2503E−09
λ239Np 0.3408E−09
λ241Pu 0.1494E−08
λ242mAm 9.1445E−09
λ242Am 0.1203E−04
λ242Cm 0.4925E−07
λ244Cm 0.1213E−08
λ135I 0.2913E−04
λ135Xe 0.2118E−04
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