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CLIPPING DE 13/05/2016 - Gigante chinês desembarca no país e investe em porto da WTorre - Exploração de petróleo requer redução de custo, sugere UFRJ - Argentina espera que Temer freie a crise - CSN anuncia novo reajuste de 10% para o aço em junho - Rede Ipiranga vai abrir até 400 postos no ano - Terminais de contêineres vão à Justiça contra União por porto seco - PDG avalia retomar seus lançamentos em 2017 - Receita publica entendimento sobre PIS e Cofins - Dilma é afastada da Presidência por 55 votos a favor e 22 contra - Temer reduz nove pastas e oficializa escolha de ministros - Conselho da Petrobras inicia reunião para avaliar resultado trimestral - Eletrobras tem prejuízo de R$ 3,9 bilhões no primeiro trimestre de 2016

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CLIPPING DE 13/05/2016

- Gigante chinês desembarca no país e investe em porto

da WTorre

- Exploração de petróleo requer redução de custo, sugere

UFRJ

- Argentina espera que Temer freie a crise

- CSN anuncia novo reajuste de 10% para o aço em junho

- Rede Ipiranga vai abrir até 400 postos no ano

- Terminais de contêineres vão à Justiça contra União por

porto seco

- PDG avalia retomar seus lançamentos em 2017

- Receita publica entendimento sobre PIS e Cofins

- Dilma é afastada da Presidência por 55 votos a favor e

22 contra

- Temer reduz nove pastas e oficializa escolha de

ministros

- Conselho da Petrobras inicia reunião para avaliar

resultado trimestral

- Eletrobras tem prejuízo de R$ 3,9 bilhões no primeiro

trimestre de 2016

- Empresas condicionam aportes a novas obras nas

estradas

- Portos do Norte firmam-se como opção

- Com foco no investimento privado, ‗Crescer‘ promete ser

o novo PAC

- LUCRO DA QUEIROZ GALVÃO CAI 51,5% NO

PRIMEIRO TRIMESTRE

- PRUMO LOGÍSTICA ALCANÇA LUCRO DE R$ 22

MILHÕES NOS TRÊS PRIMEIROS MESES DO ANO

- CNI: aumento da participação privada abrirá caminho

para modernização

- Em posse de ministros, Temer garante programas

sociais e prega diálogo

- Primeira MP assinada por Temer institui Programa de

Parceria de Investimentos

Fonte: Valor Econômico

13/05/16

- Gigante chinês desembarca no país e investe em porto da WTorre

Por Fernanda Pires e Ivo Ribeiro

A China Communications Construction

Company (CCCC), conglomerado chinês de

infraestrutura, equipamentos pesados, e

serviços de dragagem, acaba de

desembarcar no Brasil. A primeira aquisição

de ativo do grupo no país será uma

participação no Terminal de Uso Privado

(TUP) de São Luís, no Maranh ão, projeto

multicargas da WPR, braço de infraestrutura

do grupo WTorre. O sócio chinês vai fazer

aporte de R$ 400 milhões.

O termo de compromisso entre as duas

empresa foi assinado ontem, conforme

adiantou o Valor PRO, serviço de

informação em tempo real do Valor. A CCCC entra como investidora no

terminal, cujo projeto total está orçado em R$ 1,5 bilhão. Além do aporte da

CCCC, o projeto irá captar R$ 1,2 bilhão em dívida, que deverá ser paga com

receitas da própria operação do empreendimento.

A estimativa é que o TUP leve três anos para ficar pronto. As obras devem

começar no segundo semestre, segundo informou o grupo WTorre ao Valor.

Entre as cargas que serão movimentadas estão a produção agrícola do Meio-

Oeste, fertilizantes, líquidos, carga geral e, futuramente, talvez contêineres.

A CCCC e a WPR não revelam a fatia de cada uma no projeto, que deverá ser

negociada ao fim do processo de diligência realizado pelo banco Modal,

assessor financeiro exclusivo da CCCC na região. Segundo afirmou o grupo

WTorre, o controle fica com a WPR.

O projeto será desenvolvido em uma área de 2 milhões de metros quadrados,

com acesso direto à BR135 (que liga o Maranhão a Minas Gerais) e às

1ª PARTE: 13/05/2016

Chang Yunbo, presidente do

grupo chinês na América do Sul: o

Brasil é um grande mercado; há

grande demanda por

infraestrutura e boas

oportunidades

ferrovias Carajás e Transnordestina. Terá capacidade anual para movimentar

24,8 milhões de toneladas.

A CCCC é a maior empresa de infraestrutura da China. Além de construir,

opera ativos em outros países. No fim do ano passado tinha US$ 150 bilhões

investidos em concessões de infraestrutura de transportes de

empreendimentos prontos aos ainda em construção. O conglomerado tem

capital misto, mas o controle é estatal e está listado na Bolsa de Hong Kong.

Em 2015, obteve receita equivalente a US$ 120 bilhões, sendo US$ 20 bilhões

do braço internacional.

Na noite de quarta-feira foi inaugurado em São Paulo o escritório da CCCC

South America Regional Company, holding 100% da CCCC. Foi criada para

cuidar exclusivamente de negócios na América do Sul, onde o grupo asiático

quer ter maior presença.

Hoje, a região responde por 1% do faturamento do braço internacional do

grupo. A companhia tem projetos na Argentina, no Peru e na América Central,

mas o maior potencial de crescimento é no Brasil. Até agora a CCCC atuava no

país fornecendo equipamentos e serviços de suas subsidiárias, com a ZPMC,

maior fabricante de guindastes portuários responsável por 75% do mercado

mundial , e com a Shanghai Dredging Co., dona de uma das maiores frotas de

dragas do mundo. A empresa já trabalhou nos portos de Santos (SP),

Paranaguá (PR) e Rio de Janeiro.

"É um grande mercado, há grande demanda por infraestrutura e boas

oportunidades", disse ao Valor Chang Yunbo, presidente da CCCC South

America Regional Company. A meta do grupo no país é investir em

concessões e projetos privados de infraestrutura de transportes de forma

completa, combinando vários tipos de "expertises" desde o projeto,

construção, serviços e modelagens de financiamento. Estão no radar portos,

aeroportos, rodovias e ferrovias.

"Há muitas oportunidades, mas o Brasil ainda vai sofrer nos próximos anos

escassez de capital disponível para investimento, por isso ter um parceiro

como a CCCC é magnífico", diz Eduardo Centola, sócio do banco Modal.

Yunbo confirma. Diz que a CCCC tem capacidade muito forte de mobilizar

financiamento na China, tanto com bancos estatais como com bancos

comerciais. "Somos o melhor cliente desses bancos", afirma.

Os R$ 400 milhões que serão aportados de capital no TUP da WPR integram

um pacote de US$ 1 bilhão que a companhia quer investir no Brasil. Mas não

adianta onde nem de que forma o restante do recurso será aplicado. Apenas

que os valores por projeto não devem ser menores que US$ 300 milhões. "Sem

tamanho suficiente o custo [do negócio] será alto e você não será competitivo",

diz Yunbo.

A crise econômica e política no Brasil não inibe a estratégia da CCCC. Yunbo

diz ser necessário olhar as coisas mais realisticamente. "Todo país, toda

economia tem seus problemas, não só o Brasil. Mas como investidores sempre

olhamos no longo prazo, não estamos investindo hoje e vendendo amanhã",

afirma. Para Centola, eis a maior diferença da CCCC. "Quando se tem um

horizonte como esse, a forma como se mensura o risco é muito diferente".

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Fonte: Valor Econômico

13/05/16

- Exploração de petróleo requer redução de custo, sugere UFRJ

Por Rodrigo Polito

O governo do presidente interino Michel

Temer pode acelerar discussões releva ntes

do setor petrolífero brasileiro, reduzindo os

custos de exploração e produção no país e

aumentando a atratividade dos campos

brasileiros. A avaliação é do professor Edmar

de Almeida, do Grupo de Economia da

Energia da UFRJ, que divulga hoje estudo

sobre custos e competitividade da exploração

e produção de petróleo no Brasil.

"Podemos ter um espaço com discussão mais

qualificada e mais pragmática sobre a

indústria do petróleo no Brasil. A administração anterior [da presidente afastada

Dilma Rousseff] tinha um viés muito político [sobre o setor]", afirmou Almeida.

"A discussão era muito política e essa questão de custos não estava muito no

radar do governo. Se o setor não for atraente, não vai haver investimento.

Edmar de Almeida, do Grupo de

Economia da Energia, da UFRJ: Se

o setor não for atraente, não vai

haver investimento"

" De acordo com o estudo, que será lançado durante o ciclo de debates sobre

petróleo e economia promovido pelo Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás

Natural e Biocombustíveis (IBP), as empresas e o governo brasileiro precisam

adotar uma agenda estratégica para reduzir custos de exploração e produção

no país, para manter a atratividade dos campos brasileiros, que competem por

investimentos em nível global. "Nossa idéia é levantar esse tema para que haja

atenção do governo, autoridades energéticas e empresas para essa questão

do custo", explicou Almeida.

O estudo destaca que os custos médios de investimento (capex) e de operação

(opex) de projetos de exploração e produção no mundo recuaram 25% e

13,5%, respectivamente, de acordo com dados da consultoria IHS. No Brasil,

em 2014, os projetos do présal e de grandes áreas do póssal eram viáveis

economicamente ao preço de US$ 55 o barril.

Segundo Almeida, até o momento, não foram divulgadas informações

suficientes para que seja possível saber, com exatidão, em qual proporção os

custos de exploração e produção recuaram no Brasil. Um aspecto positivo,

salientou, foi a redução de 17% do custo de extração, entre 2014 e 2015,

anunciado pela Petrobras. Apenas no pré sal, a empresa conseguiu reduzir em

9% os custos de extração, alcançando o patamar de US$ 8,3 por barril.

O estudo fez uma simulação aplicando a redução média dos custos de

investimento e operação global no cenário brasileiro. A conclusão foi que os

projetos do pré-sal e os principais campos do pós-sal passariam a ser viáveis

economicamente a US$ 45 o barril. Para Almeida,, porém, para assegurar a

competitividade do setor petrolífero, em um cenário de baixo preço do petróleo,

seria ideal que os projetos alcançassem a viabilidade no patamar de US$ 30 o

barril.

"É importante que se busque um patamar de custos seguro. Acredito que seja

difícil o preço do petróleo ficar abaixo de US$ 30 por muito tempo. Mas já

vimos ficar abaixo de US$ 40, US$ 45, portanto ainda não estamos em uma

zona confortável. E não sabemos ainda se todos os campos do présal estão

nessa faixa de US$ 45", disse.

O documento lista um conjunto de propostas para reduzir custos. Para as

empresas, a principal sugestão é a padronização e integração de processos de

compras. Para os governos, a idéia é flexibilizar exigências de conteúdo local e

reduzir a tributação do setor. "O governo pode ajudar muito porque a maior

parte dos custos é fiscal. Os impostos representam a maior parcela de custos

do barril de petróleo no Brasil", disse Almeida.

Outro estudo, da consultoria Strategy&, ligada a PricewaterhouseCoopers

(PwC), indica que as petroleiras mundiais prevêem cortar gastos em 30% neste

ano. O documento destaca ainda que tanto as gigantes do setor quanto as

companhias estatais estão negociando descontos de 10% a 30% em contratos

com prestadores de serviço do setor.

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Fonte: Valor Econômico

13/05/16

- Argentina espera que Temer freie a crise

Por Marli Olmos

Os argentinos estão na torcida para que a nova equipe do governo brasileiro

consiga manter a taxa de câmbio nos níveis atuais e dê algum sinal, por menor

que seja, de que o Produto Interno Bruto (PIB) vai parar de se contrair a partir

do próximo ano. Para o setor produtivo argentino, essas variáveis do vizinho

são tão importantes quanto as do seu próprio país. Delas dependem a

competitividade e grande parte da atividade na Argentina.

Cada ponto de contração no PIB brasileiro golpeia a atividade econômica do

país vizinho, que destina ao mercado brasileiro 40% de sua exportação

industrial. E se o real continuasse a se desvalorizar, as exportações argentinas

perderiam cada vez mais.

Talvez por isso Diego Burzaco, economista-chefe da Inversor Global,

consultoria de finanças sediada em Buenos Aires, se refira à ascensão do

presidente interino, Michel Temer, como "um alívio provisório". A questão

política do principal parceiro comercial da Argentina não está completamente

resolvida, mas do lado econômico surgiram sinais preciosos.

A política cambial é um deles. "Quando o dólar chegou a R$ 4, surgiu um

grande temor na Argentina, principalmente pelas perspectivas de que poderia

chegar a até R$ 5 no fim do ano", afirma Burzaco. Os sinais da intenção do

governo Temer de não deixar a cotação ir muito além dos R$ 3,50 tranquiliza

os argentinos, principalmente porque não há no momento indicações de

desvalorização do peso.

Embora o câmbio já esteja defasado, analistas consideram que as autoridades

monetárias argentinas deverão continuar a intervir nos próximos meses para

impedir a desvalorização da moeda e, assim, evitar mais pressão inflacionária.

Com a economia brasileira debilitada, a atividade argentina sofre em duas

frentes, destaca Burzaco. De um lado, porque suas exportações, sobretudo de

produtos manufaturados, diminuem por falta de compradores no outro lado da

fronteira. De outro, a queda de demanda no Brasil tende a levar a indústria

brasileira a pensar no mercado argentino como destino natural para o estoque

que encalha.

O economista Dante Sica, diretor da consultoria Abeceb, diz que, entre 2011 e

2015, o intercâmbio comercial entre os dois países caiu 42% US$ 23 bilhões no

ano passado. "A relação se deteriorou mais ainda nos últimos meses e a

Argentina viu as importações crescerem", destaca. Nos quatro primeiros meses

de 2016, o déficit bilateral triplicou em relação a igual período do ano passado,

atingindo US$ 1,4 bilhão.

O governo argentino manteve posição de cautela em relação à crise política no

Brasil mesmo depois da decisão do Senado pelo afastamento da presidente

Dilma Rousseff do cargo. "Desejamos que essa discussão política complexa se

resolva da melhor maneira possível", disse o ministro-chefe de gabinete,

Marcos Peña. "O Brasil é nosso vizinho, um país irmão e principal aliado

estratégico nas questões política, econômica e cultural; tudo o que acontece lá

tem uma transcendência importante para todos nós", destacou.

O Ministério das Relações Exteriores da Argentina divulgou uma nota pouco

depois de concluída a votação no Senado, por meio da qual destacou que

"respeita o processo institucional" no Brasil e "confia que o desenlace da

situação consolide a democracia brasileira". Na nota, a chancelaria destacou,

ainda, a intenção do governo argentino de continuar dialogando com as

autoridades constituídas para continuar avançando com o processo de

integração bilateral e regional.

Para Burzaco, no entanto, o governo de Temer terá pouco a avançar tanto no

Mercosul quanto nas negociações do bloco sulamericano com a União

Europeia. "O Brasil ainda passa por uma situação institucional delicada",

afirma.

Já a escolha de Henrique Meirelles para o Ministério da Fazenda foi bem

recebida pelos analistas pela forte reputação que ele tem no mercado. "Tratase

de um profissional que consegue consenso e que parece ter claro os sacrifícios

necessários para um ajuste inevitável", diz Burzaco.

Para Sica, a região espera que Temer consiga fazer com que a crise

econômica chegue a um limite. "Seu maior desafio, agora, é conseguir apoio do

Poder Legislativo", destaca. O economista afirma, ainda, que a maior

expectativa se volta, agora, à sinalização de medidas que indiquem que haverá

uma recuperação econômica brasileira em 2017.

A mudança na política do Brasil entusiasmou os argentinos e o assunto foi o

principal tema mostrado pela imprensa durante todo o dia. Todos concordaram

que não se pode esperar por uma rápida recuperação. Mas, diante de uma

crise tão profunda um sinal de que as coisas podem melhorar já é um alento.

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Fonte: Valor Econômico

13/05/16

- CSN anuncia novo reajuste de 10% para o aço em junho

Por Renato Rostás e Ivo Ribeiro

Ostentando dívida e alavancagem considerados insustentáveis pelo mercado,

em meio a constante queima de caixa e depois de apresentar prejuízo durante

o primeiro trimestre, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) anunciou que

fará novo reajuste de preço do aço em junho e que ainda neste trimestre vai

anunciar a venda de um ativo para abater dívida.

Benjamin Steinbruch, presidente e principal acionista do grupo, participou de

teleconferência para comentar os resultados algo que não é comum na rotina

do empresário e anunciou aumento de 10% a ser implantado em junho. A

princípio, para a rede de distribuição. Mas clientes industriais serão os

próximos afetados pela medida.

Este será o terceiro reajuste no neste trimestre três na ordem de 10% cada. O

câmbio segue encarecendo o aço importado no Brasil e no mercado

internacional os preços também dispararam. Só na China, a bobina a quente

tocou os US$ 480 por tonelada. Nos cálculos de Luis Fernando Martinez,

diretor comercial da siderúrgica, ainda há um desconto de 5% a 10% no valor

do aço local, ante o importado.

"Não vejo nenhum problema em implantar esse novo preço em junho", disse

Martinez. No Brasil, a bobina é vendida a US$ 500. Outras empresas

concorrentes da CSN, como Usiminas, já haviam comentado que há espaço

para um terceiro reajuste no ano.

Sobre a venda de ativos, Steinbruch declarou no início da teleconferência que

espera se desfazer do primeiro negócio do pacote selecionado ainda neste

semestre, mas não revelou qual. Seria a primeira venda desde que o programa

de desinvestimentos foi anunciado em 2015. "Vamos ver se de fato

conseguimos fechar [um negócio]", disse o empresário.

Os negócios disponíveis para alienação são a Metalic, produtora de latas de

aço cearense; o Sepetiba Tecon (terminal de movimentação de contêineres no

Rio); ações excedentes na ferrovia MRS Logística, as ações da concorrente

Usiminas e fatias em duas hidrelétricas.

O corte nos investimentos, necessário também para conter recursos, deve ser

mais intenso do que se esperava. Steinbruch espera algo em torno de R$ 1,2

bilhão no ano passado, foram investidos R$ 2,2 bilhões. A previsão no fim de

2015 era de R$ 1,5 bilhão.

Com o desempenho operacional atual, a CSN enfrentará dificuldades. A

empresa voltou a queimar caixa os recursos disponíveis foram de R$ 12,25

bilhões para R$ 6,47 bilhões em um ano e o resultado operacional não cobre

os encargos de dívida. Só de despesas com juros, amortizações, multas e

outras encargos financeiros, a CSN perdeu R$ 868 milhões até março. Os

gastos são bem maiores do que o lucro operacional de R$ 233,9 milhões e

acima do Ebitda ajustado de R$ 733 milhões.

No primeiro trimestre, o prejuízo líquido atribuído a controladores foi de R$

836,7 milhões, ante lucro de R$ 392,1 milhões um ano antes. A receita líquida

caiu 4,2%, para R$ 3,84 bilhões. Já a dívida líquida terminou março em R$

26,65 bilhões, alta de 0,6% ante dezembro, e alavancagem foi de 8,2 vezes

para 8,7 vezes.

As vendas de aço caíram 11,4%, para 1,25 milhão de toneladas, na

comparação anual. O mercado externo ficou com 48%. Em minério de ferro, o

volume comercializado somou 8,3 milhões de toneladas com aumento de

20,7%.

As ações da empresa fecharam em queda de 3,22%, a R$ 9,63.

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Fonte: Valor Econômico

13/05/16

- Rede Ipiranga vai abrir até 400 postos no ano

Por Stella Fontes

A rede Ipiranga encerrará o ano com 350 a 400 novos postos no país, de

acordo com André Pires, diretor financeiro e de Relações com Investidores da

Ultrapar. Nos três primeiros meses do ano, a adição líquida à rede foi de 11

postos, com 12 aberturas e um fechamento, totalizando 7.241 unidades ao fim

de março.

O cenário macroeconômico desafiador que afetou os resultados da Ipiranga

nos três primeiros meses do ano, disse o executivo, permanece no trimestre

em curso, mas a expectativa ainda é de evolução em termos de volume

vendido e resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização

(Ebitda) em linha com a observada nos últimos trimestres.

De janeiro a março, o volume de vendas da Ipiranga caiu 3% na comparação

anual, na esteira da deterioração da economia doméstica, e 10% frente ao

quarto trimestre, em função da sazonalidade. O Ebitda, por sua vez, ficou

praticamente estável, em R$ 712 milhões, em relação ao primeiro trimestre de

2015.

Já a rede de varejo farmacêutico Extrafarma, que também integra o grupo

Ultra, deve retomar neste trimestre o ritmo mais forte de abertura de novas

lojas, com a inauguração de 20 unidades. Com isso, afirmou Pires, a

Extrafarma deve cumprir a meta de abertura de 60 a 80 novas lojas ao longo

do ano. "Após um primeiro trimestre sazonalmente mais fraco, estamos

trabalhando com 20 novas lojas no 2º trimestre, o que nos permite manter o

objetivo de aberturas em 2016", disse.

A rede encerrou o primeiro trimestre com 261 lojas próprias, um aumento de 35

unidades na comparação anual e de 7 lojas em relação ao quarto trimestre. Ao

fim de março, 38% das unidades em operação possuíam até três anos, frente a

32% um ano antes.

Na Oxiteno, a retração da economia segue exercendo pressão sobretudo na

venda de especialidades químicas, de forma que o mix de vendas deverá ficar

"ainda mais concentrado em commodities, influenciando a margem média" do

segundo trimestre, disse Pires.

Conforme o executivo, a margem esperada para o ano, quando o câmbio

estava entre R$ 3,80 e R$ 4, pode não se confirmar, devido à volatilidade

cambial, e ficar em um intervalo menor. Nos níveis atuais, de R$ 3,50, esse

intervalo cai para US$ 250 a US$ 300 a tonelada. No primeiro trimestre, essa

margem foi de US$ 279.

Na Ultragaz, a expectativa para o segundo trimestre é de "resultados similares

aos observados nos últimos trimestres devido às iniciativas comerciais em

andamento". No trimestre, o Ebitda da empresa somou R$ 109 milhões, com

alta de 50% na comparação anual.

Para a Ultracargo, a previsão é a de que a tendência observada para os

terminais, sem considerar Santos (SP), se mantenha nos três meses até junho.

Em relação ao terminal santista, a Ultracargo obteve as autorizações

necessárias e iniciou em fevereiro a segunda fase dos trabalhos de retirada

dos equipamentos danificados pelo incêndio em abril do ano passado.

Esses trabalhos devem se encerrar em agosto e possibilitarão a confecção do

laudo que vai determinar as causas do acidente. Com isso, o terminal pode

requerer ao fim do ano a licença para voltar a operar normalmente.

A analistas, o diretor financeiro destacou ainda que o Ebitda consolidado do

primeiro trimestre foi o 39º consecutivo, com crescimento na comparação

anual. De janeiro a março, esse resultado ficou em R$ 1,06 bilhão, frente a R$

987 milhões no mesmo intervalo de 2015. "O resultado comprovou a resiliência

do modelo de negócios, mesmo em cenário que continua desafiador", afirmou.

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Fonte: Valor Econômico

13/05/16

- Terminais de contêineres vão à Justiça contra União por porto seco

Por Francisco Góes

A possibilidade de concessão de novas licenças de portos secos no país está

levando os terminais de contêineres a questionarem na Justiça a União e a

Receita Federal. A discussão tem como pano de fundo o rentável mercado

logístico para cargas do comércio exterior, sobretudo na importação. O embate

envolve os chamados Centros Logísticos e Industriais Aduaneiros (CLIAS),

uma espécie de porto seco que presta serviços de movimentação e

armazenagem de cargas alfandegadas. A polêmica ganhou força em abril a

partir de uma decisão judicial obtida pela Associação Brasileira dos Terminais

de Contêineres de Uso Público (Abratec).

A entidade, que reúne os terminais de contêineres do país, conseguiu liminar

na 5ª Vara Cível da Justiça Federal de São Paulo para suspender todos os

processos administrativos em curso nas superintendências regionais da

Receita Federal que tenham por objeto o licenciamento e alfandegamento de

CLIAS pendentes de liberação depois de encerrada a vigência da Medida

Provisória 612/13. A MP expirou em agosto de 2013 e não foi convertida em lei.

O que está em jogo é uma questão de concorrência uma vez que muitas das

empresas da Abratec, que começaram investindo em terminais marítimos,

expandiram suas atividades para o segmento de portos secos no qual

ingressaram depois de disputar licitações da Receita Federal. A prestação de

serviços de armazenagem, em especial na importação, é atividade muito

rentável, dizem fontes.

Segundo especialistas, embora CLIAS e portos secos tenham a mesma função

prestar serviços de movimentação e armazenagem para cargas de importação

e exportação ambos têm regimes jurídicos diferentes. Os portos secos são

concedidos mediante processos licitatórios da Receita Federal e têm prazos

fixos para operar, podendo ser renovável. Já os CLIAS são autorizados por

licenças e operam por prazo indeterminado desde que cumpram as exigências

determinadas pela Receita.

Na ação, a Abratec argumenta que a Receita Federal passou a permitir, no fim

de 2015, quase três anos depois do término da vigência da MP 612/13, que

interessados na obtenção de licenças apresentassem novos documentos para

dar andamento aos pedidos de CLIAS. O entendimento da Abratec é de que a

Receita Federal tenta atribuir uma "inusitada" pós-eficácia à MP 612/13. "A

concessão de licenças sem base legal e a iniciativa da Receita Federal geram

instabilidade no setor portuário", diz na ação o advogado da Abratec, José

Roberto Castro Neves, do escritório Ferro, Castro Neves, Daltro & Gomide

Advogados.

A Advocacia Geral da União (AGU) afirmou que foi citada na ação em 4 de

maio, assim como também foi intimada da concessão da liminar em favor da

Abratec. A AGU recebeu os autos do processo no dia 6, para analisar e

preparar o recurso cabível. "A medida judicial a ser adotada ainda não foi

apresentada", disse a AGU, que representa a União, ré na ação.

Segundo a Abratec, a Receita, por meio da nota Coana 447/15, passou a

permitir que interessados na obtenção de licenças de CLIAS apresentem novos

documentos a partir do fim de 2015. Quando a MP 612/13 expirou havia 83

pedidos de CLIAS em análise na Receita, sendo que 60% do total (50 licenças)

correspondiam a antigos portos secos que tinham interesse em migrar para o

modelo de CLIAS.

A Receita Federal afirmou que, ao contrário do que afirma a Abratec, a nota

Coana 447/15, não tenta atribuir "pós-eficácia" à MP 612/13. "A nota visa

somente orientar, padronizar e uniformizar procedimentos e entendimentos no

âmbito da Receita Federal quanto ao saneamento de irregularidades fiscal e

documental dos processos administrativos de licenciamento dos recintos

[CLIAS]." Não há que se falar em inconstitucionalidade e nulidade da nota

Coana 447/15 por violação aos princípios da legalidade uma vez que esse

documento possui caráter "meramente orientativo", informou a Receita Federal.

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Fonte: Valor Econômico

13/05/16

- PDG avalia retomar seus lançamentos em 2017

Por Chiara Quintão

A PDG Realty considera, "potencialmente", voltar ao mercado no próximo ano,

conforme o presidente, Márcio Tabatchnik Trigueiro. "A principal batalha foi

vencida", disse o executivo, referindose à reestruturação da dívida da PDG.

"Vamos olhar para frente e nos dedicar, assim que implementarmos a

reestruturação, a ver onde retomar mercado." A decisão de lançamentos

dependerá também do setor e das taxas de financiamento.

Segundo Trigueiro, a incorporadora tem reserva de terrenos de qualidade, em

praças como Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador, que permitem a retomada

de lançamentos. "Temos equipe e conhecimento de mercado. A perspectiva é

de redução de juros e, no médio prazo, de retomada da confiança e a

estabilização da queda do emprego", disse. Os focos para potenciais

lançamentos são média e média-baixa rendas e, eventualmente, loteamentos.

Produtos do Minha Casa, Minha Vida e de altíssimo padrão não estão na mira.

No início de maio, a PDG anunciou assinatura de memorando não vinculante

para reestruturação de R$ 3,7 bilhões em dívidas com o Banco do Brasil, a

Caixa Econômica Federal, o Bradesco e o Itaú Unibanco. O prazo de

pagamento de dívidas corporativas e seus respectivos juros foi postergado

para 2020. Os termos ainda serão regidos por contratos. Os bancos vão

oferecer também recursos para obras, distratos, marketing, despesas gerais e

administrativas, pagamento de corretagem e tributos.

Como a PDG terá recursos para os desembolsos com distratos, a tendência é

que os cancelamentos de vendas aumentem no terceiro e no quarto trimestre.

Para o segundo trimestre, a expectativa é manter os níveis de janeiro a março.

No terceiro trimestre, a PDG deve ter campanha para acelerar a

comercialização de estoques. A incorporadora não fez nenhuma campanha,

neste ano, por falta de dinheiro. Há perspectiva de mais repasses no terceiro

trimestre, com a aceleração das obras, que será possibilitada pelo acordo com

os bancos, e com a esperada alta de vendas.

A Vinci Partners controladora da companhia fez empréstimo de R$ 50 milhões

à PDG, com vencimento em três anos e vai oferecer recursos adicionais até R$

50 milhões caso seja necessário para despesas gerais e administrativas.

A PDG registrou prejuízo líquido de R$ 410 milhões no primeiro trimestre, 2,53

vezes superior ao do mesmo período de 2015. A receita líquida caiu 78,9%,

para R$ 139,8 milhões. A margem bruta ficou negativa em 11,4%, ante o

indicador positivo de 15,6% um ano antes. Segundo o diretor financeiro e de

relações com investidores, Mauricio Teixeira, a PDG só terá margem positiva e

crescente à medida que acelerar obras, reconhecer receita e fizer lançamentos.

A empresa teve o sétimo trimestre consecutivo de geração de caixa.

Ontem, o presidente da Tecnisa, Meyer Nigri, informou que a empresa vai

retomar lançamentos neste ano. O foco serão projetos residenciais com valor

unitário de até R$ 400 mil, na Região Metropolitana de São Paulo. Nigri disse

não esperar bons resultados para o ano, devido ao baixo volume de

lançamentos desde 2015. No primeiro trimestre, a empresa não apresentou

projetos e, em 2015, lançou apenas R$ 22 milhões.

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Fonte: Valor Econômico

13/05/16

- Receita publica entendimento sobre PIS e Cofins

Por Adriana Aguiar

A Receita Federal entendeu que incide PIS e Cofins-Importação nos contratos

de compartilhamento de custos entre empresas. O posicionamento está na

Solução de Consulta nº 50, publicada recentemente no Diário Oficial da União.

A decisão surpreendeu advogados porque o órgão vinha sinalizando pela não

incidência dos tributos nessa situação.

Segundo a nova solução de consulta, incide PIS e Cofins-Importação inclusive

em operações realizadas no âmbito de acordos de repartição de custos e

despesas, em qualquer de suas modalidades. O caso analisado pela Receita

Federal envolvia contrato de rateio de despesas em grupo econômico

estrangeiro.

Nesses contratos de compartilhamento de custos e despesas (costsharing),

comum entre grandes grupos econômicos, a matriz arca com despesas totais

em nome dos demais e depois solicita o reembolso dos valores devidos por

cada unidade.

Para o advogado Sergio André Rocha, do Andrade Advogados Associados, a

solução de consulta traz uma visão equivocada sobre a tributação de contratos

internacionais de compartilhamento de custos. Segundo o advogado, o próprio

órgão já sinalizava que seria apenas um reembolso de despesas, o que não

geraria receita e não seria tributado. Ele cita as Soluções de Consulta nº 8, de

2012, nº 23, de 2013 e nº 21, de 2015 que tratam do tema.

Porém, em 2015, com a Solução de Consulta nº 43, que tratou do pagamento

de Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre

reembolso, Rocha ressalta que a Receita entendeu que esse rateio de

despesas seria prestação de serviços e, por isso, incidiria a contribuição, o que

pode indicar que houve uma mudança de entendimento da Receita.

Por outro lado, o advogado destaca que a nova solução de consulta pode ter

um problema inicial, no pedido do contribuinte, segundo o relatório da consulta.

Isso porque ao que parece, tratase de um contrato de prestação de serviços

com conteúdo de contrato de compartilhamento. "Formalmente se tratou de um

contrato de prestação de serviços", diz Rocha.

Mesmo assim, esse novo posicionamento gerou confusão, segundo o

advogado. "Espero que a Receita volte a discutir essa matéria em nova solução

Cosit, até porque esse não era um caso claro de contrato de compartilhamento

internacional", afirma.

O advogado Fabio Calcini, do escritório Brasil Salomão & Matthes Advocacia,

também entende que a solução de consulta seria ilegal. "Uma vez que, se não

houver remuneração (margem de lucro) no contrato de cost sharing, inexiste

caráter remuneratório, impossibilitando referida tributação, sobretudo, quando

somamos à esta interpretação o princípio constitucional da capacidade

contributiva", afirma.

Calcini lembra que o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) já

reconheceu que o reembolso de despesas afasta a incidência de tributos, como

Imposto de Renda (IRPJ) e CSLL, bem como PIS e Cofins. "Exatamente pelo

fato de que inexiste o lucro, mas mero reembolso.

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Fonte: O Globo

12/05/2016

- Dilma é afastada da Presidência por 55 votos a favor e 22 contra

Depois de sessão no Senado que durou mais de 20 horas, vice Michel Temer assume o governo

POR CRISTIANE JUNGBLUT E EDUARDO BRESCIANI

2ª PARTE: 12/05/2016

Despedida. Dilma Rousseff e o ministro Jaques Wagner em uma janela do Palácio do Planalto:

depois do afastamento determinado pelo Senado, a petista deve deixar o cargo hoje cercada de

movimentos sociais e acompanhada de Lula - Adriano Machado / Reuters / 11-5-2016

BRASÍLIA — Na alvorada que sucedeu a uma noite aparentemente infinita, o

Senado Federal, pela segunda vez desde a redemocratização, tomou a

decisão de afastar do cargo um presidente da República eleito pelo voto

popular, 24 anos depois da queda de Fernando Collor de Mello. A decisão,

tomada por 55 votos a 22, confirmou o que dias antes já era tido como fato

consumado: o afastamento de Dilma Rousseff, primeira mulher eleita

presidente do Brasil, e a interrupção do ciclo de 13 anos e meio do PT no

poder.

Hoje mesmo, Dilma será notificada e terá de abandonar suas funções. Ato

contínuo, assume a Presidência da República o vice-presidente Michel Temer,

que tem pressa em se instalar e dar início às medidas que planeja para retirar a

economia da recessão e pacificar a sociedade. Para isso, terá inicialmente até

180 dias — prazo máximo para o Senado processar e julgar a presidente. Se

ao fim do processo o impeachment for consumado, Temer assumirá a cadeira

definitivamente.

Diferentemente de Itamar Franco, que em 1992 pediu o adiamento de sua

posse, Michel Temer assume o posto hoje com o governo quase pronto e uma

série de medidas preparadas para serem apresentadas imediatamente. Com

um Ministério essencialmente composto de políticos partidários — quase todos

seus ministros serão deputados, senadores ou ex-parlamentares —, o

peemedebista passa ao comando do país pregando uma pauta oposta à do PT:

quer viabilizar já as reformas trabalhista e previdenciária, promover o

encolhimento do Estado, reduzindo o intervencionismo que marcou os

governos do PT, e estimular a participação do setor privado, especialmente na

infraestrutura.

Assim, a abertura do processo de impeachment significa também o fim de um

projeto de poder que moldou o país nos últimos anos. Ainda que o sucessor da

cadeira mantenha uma gestão repleta de semelhanças na forma fisiológica de

distribuir o poder.

Após a primeira mulher presidente, Temer também forma agora um Ministério

totalmente composto de homens, e sem nenhum negro.

UM DIA PREVISÍVEL

Durante todo o dia de quarta-feira, o clima foi de previsibilidade e esgotamento

com um processo que já dura mais de cinco meses e dividiu o Brasil. A maior

preocupação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), era

abreviar as longas horas de discursos que apenas prolongariam a chegada a

um resultado já conhecido. Tentativas, todas elas, frustradas. Sem qualquer

pretensão real de alterar o desfecho da votação, senadores aliados ao governo

insistiam em discursos de 15 minutos com a perspectiva de verem, no futuro,

suas posições ―contra o golpe‖ registradas nos livros de História. A oposição

tampouco economizou. Assim, a sessão acabou durando mais de 20 horas e

só se encerrou às 6h33m de hoje.

No início da tarde, o ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki

sepultou a única esperança que ainda restava ao governo de adiar seu fim.

Também relator da Operação Lava-Jato — que contribuiu de forma definitiva

para o enfraquecimento do PT —, o ministro negou liminar pedida pelo governo

para anular todo o processo de impeachment. A partir de então, restou aos

senadores da minguada base de Dilma investir em falas duras contra os

adversários.

O plenario do Senado durante a sessão que analisa a admissibilidade do processo de

impeachment da presidenta Dilma Rousseff - Daniel Marenco / Agencia O Globo / Daniel

Marenco / Agencia O Globo / 11-5-2016

Na longa sessão, o tom foi sensivelmente mais solene que o espetáculo

esdrúxulo visto na Câmara em 17 de abril, quando os deputados aprovaram a

abertura do processo. Chamou mesmo a atenção o discurso do ex-presidente

Collor, hoje senador, que apontou ―irresponsabilidades‖ cometidas pelo

governo Dilma e revelou que ―alertou‖ a presidente sobre a possibilidade de

sofrer um impeachment, do alto de sua experiência como alvo desse processo.

Em uma espécie de desabafo, com atraso de mais de duas décadas, Collor

reclamou pelo fato de o rito do impeachment que sofreu ter sido tão mais curto

que o de Dilma. E fez seu próprio diagnóstico do momento, que considera o

―ápice de todas as crises‖: ―Vivemos espasmos da democracia‖.

Enquanto os senadores discursavam, apenas uma pequena manifestação na

Câmara dava uma demonstração do que Temer poderá enfrentar daqui para

frente. Com cartazes e um enorme banner onde se lia ―Temer jamais será

presidente. Sempre golpista‖, um grupo de parlamentares e assessores do PT

e do PCdoB fazia o derradeiro ato contra o impeachment antes de o Senado

aprovar o afastamento de Dilma. ―Temer, o ilegítimo‖ era o mote da campanha.

Do lado de fora do Congresso, a fraca mobilização popular pouco lembrava os

milhões de brasileiros que foram às ruas nos dias que precederam a aprovação

pela Câmara. Mas a ausência de mobilização popular não deve ser

interpretada como um sinal de que Temer navegará por águas plácidas.

Se por um lado o peemedebista poderá contar com ―alguma lua de mel‖,

conforme previu ontem o tucano e neoaliado Aécio Neves, por outro, terá a

militância da esquerda — que encontrou na luta contra o impeachment a

coesão que não tinha há tempos — sempre a postos na tentativa de derrubá-lo.

E não somente nos 180 dias que podem durar o processo até o julgamento

final de Dilma Rousseff. A promessa é manter-se no front enquanto durar sua

estadia no Palácio do Planalto.

A ascensão do vice peemedebista ao poder, novamente por via indireta, como

ocorreu com Itamar Franco em 1992, põe fim a 22 anos de polarização entre

PSDB e PT como protagonistas nacionais. Como resultado, abre-se ampla

margem de incertezas sobre o surgimento de novos personagens no cenário

das eleições de 2018.

Em sua despedida, Dilma deve deixar o cargo hoje cercada de movimentos

sociais e acompanhada por aquele que a trouxe pelas mãos ao Planalto, o ex-

presidente Lula. Com o ocaso do PT, torna-se incerto o futuro do lulismo, que

chegou a ser aprovado por oito em cada dez brasileiros.

No exterior, as dúvidas sobre o futuro do país também reverberam. Ontem, no

Vaticano, o Papa Francisco voltou suas orações ao país, ressaltando o

―momento de dificuldade‖, e pediu iluminação divina para que o Brasil siga por

estradas de harmonia e de paz, com a ajuda da oração e do diálogo. Diálogo

que, hoje, é um grande desafio diante do cenário de ruptura que marcou o

processo de impeachment.

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Fonte: O Globo

12/05/2016

- Temer reduz nove pastas e oficializa escolha de ministros

Presidente em exercício dará posse a equipe nesta quinta-feira às 15h

Temer assina termo de posse ao aldo de aliados - Reprodução / Twitter

BRASILIA - O presidente em exercício, Michel Temer, oficializou a escolha de

21 ministros, que tomarão posse, no Palácio do Planalto, às 15h desta quinta-

feira. Temer foi notificado do afastamento de Dilma Rousseff às 11h20 e desde

então passou a atuar como presidente.

Com a recriação do GSI, Temer terá 23 ministérios, reduzindo em nove o

número atual, que são 32 pastas.

Temer criou o Ministério da Fiscalização, Transparência e Controle, acabando

com a Controladoria-Geral da União. O peemedebista também decidiu recriar o

Gabinete de Segurança Institucional com status de ministério. Ontem, ele

chegou a confirmar a indicação do pastor Marcos Pereira (PRB) para o

Ministério do Desenvolvimento, mas recuou pela pressão feita por senadores

do PMDB, DEM e PSDB.

Faltam, ainda as indicações dos ministros da Integração e Minas e Energia.

OS 21 MINISTROS ANUNCIADOS

- Gilberto Kassab, ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações

- Raul Jungmann, ministro da Defesa

O senador Romero Jucá assume a Casa Civil - Andre Coelho / Agência O Globo

- Romero Jucá, Planejamento, Desenvolvimento e Gestão

- Geddel Vieira Lima, ministro-chefe da Secretaria de Governo

- Sérgio Etchegoyen, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional

- Bruno Araújo, ministro das Cidades

- Blairo Maggi, ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

O novo ministro da Economia, Henrique Meirelles - Andre Coelho / Agência O Globo

- Henrique Meirelles, ministro da Fazenda

- Mendonça Filho, ministro da Educação e Cultura

- Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil

- Osmar Terra, ministro do Desenvolvimento Social e Agrário

- Leonardo Picciani, ministro do Esporte

- Ricardo Barros, ministro da Saúde

- José Sarney Filho, ministro do Meio Ambiente

- Henrique Alves, ministro do Turismo

O senador José Serra assume o Ministério das Relações Exteriores - André Coelho / Agência O

Globo

- José Serra, ministro das Relações Exteriores

- Ronaldo Nogueira de Oliveira, ministro do Trabalho

- Alexandre de Moraes, ministro da Justiça e Cidadania

- Mauricio Quintella, ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil

- Fabiano Augusto Martins Silveira, ministro da Fiscalização, Transparência e

Controle (ex-CGU)

- Fábio Osório Medina, AGU

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Fonte: O Globo

12/05/2016

- Conselho da Petrobras inicia reunião para avaliar resultado trimestral

Balanço será divulgado nesta quinta após o fechamento do mercado

POR RAMONA ORDOÑEZ

Fachada da sede da Petrobras, no Centro do Rio - Guilherme leporace / Agência O Globo

RIO - Começou há pouco nesta quinta-feira a reunião do Conselho de

Administração da Petrobras para aprovar os resultados da companhia no

primeiro trimestre deste ano. De acordo com executivos próximos, a reunião

está acontecendo normalmente com a presença do presidente da Petrobras,

Aldemir Bendine.

Os participantes da reunião não escondem, contudo, a preocupação quanto ao

futuro da Petrobras e de seus diretores, com o afastamento da presidente

Dilma Rousseff por 180 dias aprovada pelo Senado na madrugada de hoje.

Bendine foi indicado para o cargo, que assumiu em fevereiro do ano passado,

pela presidente Dilma.

A preocupação entre os conselheiros não é tanto em relação à simples troca de

comando da Petrobras, mas a uma alteração no momento difícil que a

companhia atravessa. Abalada pelo maior escândalo de corrupção de sua

história revelado pela Operação Lava-Jato, em 2014, e com queda dos preços

internacionais do petróleo, a companhia enfrenta sérias dificuldades

financeiras.

No ano passado teve um prejuízo total de R$ 34,8 bilhões, e detém uma das

maiores dívidas empresariais do mundo. No final de dezembro do ano

passado, a dívida líquida ficou em R$ 391,9 bilhões,. Em dólar o endividamento

líquido ficou em US$ 100 bilhões.

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Fonte: O Globo

12/05/2016

- Eletrobras tem prejuízo de R$ 3,9 bilhões no primeiro trimestre de 2016

Perda nas distribuidoras e contingências judiciais puxaram resultado para baixo

POR O GLOBO

Eletrobras no Rio -

Nadia Sussman / Bloomberg

RIO - A Eletrobras registrou prejuízo de R$ 3,898 bilhões no primeiro trimestre

de 2016, frente a um lucro de R$ 1,255 bilhão no mesmo período do ano

passado e um prejuízo de R$10,327 bilhões registrado no quarto trimestre de

2015 de acordo com balanço divulgado nesta quarta-feira.

A receita operacional líquida foi de R$ 6,761 bilhões e a soma dos Ebitda (lucro

antes de juros, impostos, depreciação e amortização) das empresas

controladas pela Eletrobras foi positiva de R$ 766 milhões.

Em comunicado, a companhia afirma que a perda trimestral se deve

principalmente aos custos para contingências judiciais de R$ 2,949 bilhões, em

especial o empréstimo compulsório de R$ 2,814 bilhões. O prejuízo de R$

1,169 bilhão nas distribuidoras também puxaram o resultado para baixo.

A estatal afirma, no entanto, que a redução de 29,9% das despesas com

pessoal, material e serviços frente ao último trimestre de 2015 foi destaque

positivo no balanço, além da reversão de contratos onerosos no valor de R$

101 milhões.

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Fonte: Estadão

12/05/2016

- Empresas condicionam aportes a novas obras nas estradas

JOSÉ ROBERTO GOMES, ENVIADO ESPECIAL / BARCARENA (PA) E CLARICE COUT - O ESTADO DE S.PAULO

Lançamento do edital para obras de pavimentação da BR-163 ainda não tem data prevista para

ocorrer

Em Barcarena (PA), além das cargas provenientes de Miritituba, entre 15% e

20% da mercadoria percorre toda a distância entre o produtor e o porto de

caminhão. Trechos com buracos e poças d‘água remanescentes das chuvas

são uma pequena mostra do trajeto que os caminhoneiros fazem pela BR-163.

A Archer Daniels Midland (ADM), que desde 2015 opera em Vila do Conde o

Terminal de Grãos Ponta da Montanha (TGPM), em parceria com a Glencore,

diz que a concessão da BR-163 e a construção da Ferrogrão têm igual

importância para que o escoamento da produção agrícola pelo Norte continue

crescendo. ―Os dois projetos são complementares e abrem oportunidades para

todo o País‖, disse Eduardo Rodrigues, diretor de Logística da ADM.

Terminal de Grãos Ponta da Montanha, em Barcarena

A Cargill também atrela a expansão de seus investimentos na região à

melhoria das estradas. Em novembro deste ano, pretende inaugurar uma ETC

própria em Miritituba, com capacidade para escoar 3 milhões de toneladas.

Hoje, utiliza os serviços da Transportes Bertolini para carregar as barcaças

com produto do médio-norte mato-grossense. ―Dependemos das melhorias na

BR-163‖, disse Ricardo Cerqueira, gerente de Projetos e Operações Portuárias

da empresa. Até agora, contudo, não há expectativa sobre data para o

lançamento de edital para obras nos 200 km sem pavimentação da rodovia.

Para se instalar no município paraense, a Cargill investiu R$ 180 milhões,

destinados entre outros itens a três silos com capacidade para 54 mil

toneladas. ―A construção da ETC começou em janeiro de 2015. Pretendemos

dar início aos testes em outubro deste ano e estarmos totalmente operáveis em

janeiro de 2017‖, afirmou.

Até que o complexo da companhia esteja pronto, a Bertolini continuará

carregando as barcaças em Miritituba, que de lá seguem para o terminal

próprio da Cargill em Santarém (PA) – estrutura que foi ampliada para 5

milhões de toneladas após investimentos de R$ 240 milhões. Conforme

Cerqueira, o potencial de escoamento da Cargill pelo Arco Norte praticamente

equivale ao que se encontra hoje no Sul e Sudeste. Enquanto Santarém pode

movimentar 5 milhões de toneladas, Santos e Paranaguá podem embarcar 3

milhões cada, totalizando 6 milhões de toneladas.

A Bertolini também presta serviços para a ADM, que diz não ter projeto para

uma estação própria de transbordo em Miritituba por enquanto. Hoje, segundo

Eduardo Rodrigues, da ADM, a companhia concentra atenção no Terminal de

Grãos Ponta da Montanha (TGPM), em Barcarena, por onde escoou 1,5 milhão

de toneladas em 2015 e deve chegar a 2 milhões (+33%) em 2016.

A Bunge investiu R$ 700 milhões nas instalações em Miritituba e Vila do

Conde, em Barcarena. Uma joint venture entre a empresa e o Grupo Amaggi

opera as barcaças que levam soja de Miritituba a Barcarena. Cada comboio é

composto por 20 barcaças, que chegam a transportar 40 mil toneladas no total,

suficiente para retirar 1 mil caminhões das estradas. Do total dos produtos

recebidos pela Bunge em Barcarena, 85% chegam pelos rios; o restante, por

estradas. Em 2015, o terminal da Bunge movimentou 2 milhões de toneladas,

perto do limite da capacidade de 2,5 milhões VOLTAR

Fonte: Estadão

12/05/2016

- Portos do Norte firmam-se como opção

JOSÉ ROBERTO GOMES, ENVIADO ESPECIAL / BARCARENA (PA) E CLARICE COUT - O ESTADO DE S.PAULO

Arco Norte já concentra cerca de 20% das exportações de soja do País

Do município de Barcarena, no Pará, saem navios carregados com toneladas

de soja rumo à África, Ásia e Europa, em uma operação quase silenciosa. O

Porto de Vila do Conde, na cidade, em nada lembra a balbúrdia dos portos

brasileiros. A calmaria que a reportagem do Broadcast Agro observou no local,

em meados de abril, é reflexo de uma série de fatores, como a forte

mecanização, o transporte fluvial, com comboios de barcaça, e o atraso na

colheita da soja.

Se estendendo de Rondônia até a Bahia, a nova rota de escoamento da

produção agrícola tem seus principais portos e investimentos no Pará,

firmando-se como opção viável aos tradicionais terminais do Sul e Sudeste,

que ainda embarcam 80% da soja. Somente no ano passado, as exportações

totais pelo chamado Arco Norte foram de 20 milhões de toneladas, 54%

superiores às de 2014, segundo o Ministério da Agricultura. Para 2016, a

previsão é de novo crescimento, mas não sem um atraso nos embarques. O

tempo seco no Centro-Oeste no segundo semestre de 2015 atrasou o plantio, e

a chuva, em fevereiro, prejudicou a colheita e o transporte de soja pela BR-163,

principal eixo rodoviário do Arco Norte.

A atratividade do escoamento pela região – o custo mais barato em relação aos

Portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR) – só não é maior justamente porque

as ligações entre as áreas produtoras e terminais nos rios amazônicos

apresentam graves deficiências. A BR-163 tem mais de 200 km sem

pavimentação. Já o projeto da Ferrogrão, elaborado por tradings e que prevê

ferrovia de 1 mil km entre o médio-norte de Mato Grosso e Miritituba, distrito de

Itaituba no sudoeste do Pará, às margens do Rio Tapajós, ainda não saiu do

papel, apesar de promessas do governo federal.

Solucionados esses entraves, a expansão na movimentação de grãos pelo

Arco Norte pode ser ainda maior. Com todos os investimentos que vêm sendo

feitos na região, 20% da soja exportada pelo Brasil passa por ali. Mas a

estimativa é de que toda a produção de soja e milho de regiões acima do

paralelo 16, que passa pelo Mato Grosso, possa ser escoada pelo Arco Norte

com maior vantagem competitiva à medida que investimentos em áreas

públicas e privadas se concretizarem, segundo o consultor em infraestrutura e

logística da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Luiz

Antônio Fayet. Esta produção, em 2014, representou 57,9% da safra nacional

dos dois grãos.

Custo. Mesmo com as dificuldades e eventuais atrasos no transporte, pelas

estimativas do governo do Pará, Estado que concentra o maior número de

portos da região, o custo logístico para o produtor do Centro-Oeste exportar por

Vila do Conde, em Barcarena, ou Santarém é de US$ 20 a US$ 30 por

tonelada menor do que enviar a produção para Santos e Paranaguá. De olho

nesses cálculos, as principais tradings com operações no País estão investindo

na região há pelo menos três anos. Por ali, elas teriam, também, uma rota mais

curta para chegar ao canal do Panamá e, de lá, até o principal comprador da

oleaginosa brasileira, a China.

Miritituba tornou-se um grande polo de Estações de Transbordo de Cargas

(ETCs), nas quais toda a carga que chega do Centro-Oeste por caminhões é

transferida para barcaças que rumam em comboios por rio para os portos do

Norte. Lá, a Cargill finaliza sua própria ETC e a Bunge já conta com estação

em atividade. ADM e Glencore utilizam os serviços da Transportes Bertolini,

enquanto Multigrain, Cofco Agri e Nidera fazem os grãos chegarem a

Barcarena por meio da empresa de logística Hidrovias do Brasil.

A Amaggi também escoa parte de sua produção pelo Pará, por meio de

parceria com a Bunge, e a Louis Dreyfus Commodities tem interesse em

instalar estruturas próprias para movimentação de grãos em Barcarena e em

Rurópolis. Para chegar a Miritituba, porém, a carga proveniente do Centro-

Oeste precisa percorrer um longo caminho pelas rodovias 163 e 230 (a

chamada Transamazônica), ambas com diversos trechos sem pavimentação. VOLTAR

Fonte: Estadão

12/05/2016

- Com foco no investimento privado, ‘Crescer’ promete ser o novo PAC

ADRIANA FERNANDES E MURILO RODRIGUES ALVES - O ESTADO DE S.PAULO

Programa de Temer vai focar em concessões, nas parcerias público-privadas, além das

privatizações

BRASÍLIA - Com o afastamento iminente hoje da presidente Dilma Rousseff do

cargo pelo Senado Federal, o vice-presidente, Michel Temer, vai lançar o

Crescer, o Programa de Crescimento e Geração de Emprego e Renda. Temer

quer fazer do programa a marca do seu governo, como o Programa de

Aceleração do Crescimento (PAC) foi da gestão petista. No entanto, o

programa de Temer promete dar estímulo aos investimentos privados por meio

de concessões, parcerias público-privadas, além de privatizações.

O Crescer ficará diretamente ligado à Presidência da República. Segundo

apurou o Estado, o ex-ministro Moreira Franco será o secretário executivo do

programa, mas não terá status de ministro como inicialmente estava previsto

no desenho da equipe de governo. A decisão foi tomada a partir da estratégia

do PMDB de reduzir o número de ministérios na Esplanada, depois das críticas

de que iria repetir o mesmo modelo de loteamento dos cargos da presidente

Dilma para garantir o apoio dos partidos nas votações do Congresso.

Diferença. O desenho do Crescer difere do modelo do PAC porque vai

priorizar, segundo aliados do vice, o emprego. Ou seja, a importância da

concessão de cada obra estará atrelada ao número de vagas formais de

trabalho que o empreendimento for gerar. O eventual governo pretende fazer

uma campanha para atrair os investidores estrangeiros considerados

fundamentais neste momento em que as maiores construtoras brasileiras estão

envolvidas na Lava Jato.

A equipe do vice já mapeou com os empresários quais concessões despertam

mais interesse. Não descartam mudança nas regras dos leilões que vêm sendo

estruturados pela equipe da presidente, como o dos aeroportos de Fortaleza,

Salvador, Florianópolis e Porto Alegre.

Criado em 2007 pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PAC foi uma

tentativa da gestão petista de aumentar os investimentos, com o apoio do setor

público, para garantir um crescimento mais rápido da economia, o que poderia

ajudar nas contas públicas. Desde o ano passado, o PAC está comprometido

por causa da frustração de arrecadação, que exigiu cortes nos investimentos. A

ideia da equipe de Temer é aproveitar apenas os empreendimentos que são

atrativos à iniciativa privada em uma nova roupagem, mas sem a marca do

PAC. ―O Estado deve transferir para o setor privado tudo o que for possível em

matéria de infraestrutura‖, diz o documento A Travessia Social, da Fundação

Ulysses Guimarães, do PMDB.

O governo Dilma sempre foi criticado pela forma como tratou as concessões,

principalmente, por estabelecer regras que espantaram investidores e travaram

os leilões. Em entrevista ao Estado, Moreira Franco afirmou que, caso Temer

assuma a Presidência, será modificado o modelo pelo qual há fixação de taxas

de retorno dos investimentos feitos pelas empresas. A regra, sempre criticada e

associada a um excesso de intervencionismo do governo no setor privado, fixa

qual deve ser o lucro máximo para investimentos adicionais feitos nos

empreendimentos.

―Ainda não tive condição de definir a remodelagem, mas certamente não terá

esse tipo de equívoco‖, afirmou Moreira. Para ele, as regras devem ser mais

claras e transparentes, condição necessária para o sucesso dos leilões. VOLTAR

Fonte: petronoticias.com.br

12/05/2016

- LUCRO DA QUEIROZ GALVÃO CAI 51,5% NO PRIMEIRO TRIMESTRE

A Queiroz Galvão Exploração e

Produção (QGEP) registrou no primeiro

trimestre de 2016 um lucro líquido de

R$ 46,5 milhões, valor 51,5% menor do

que foi registrado durante o mesmo

intervalo de 2015. No quarto trimestre

do ano passado, a companhia havia

registrado prejuízo de R$ 159,4

milhões.

Já a receita líquida da empresa no período ficou em R$ 143,8 milhões –

número 14,1% maior na comparação com os R$ 126 milhões registrados no

mesmo intervalo de 2015. O Ebitdax (lucro antes de juros, impostos,

depreciação e amortização mais as despesas de exploração com poços secos

ou subcomerciais) fechou o trimestre em R$ 85,1 milhões – crescimento de

17,1% usando a mesma base de comparação.

A empresa ainda destacou que a produção de gás no campo de Manati, onde a

QGEP possui 45% de participação, foi a maior registrada em dois anos, com 6

milhões de metros cúbicos produzidos por dia no primeiro semestre do ano.

VOLTAR

Fonte: petronoticias.com.br

12/05/2016

- PRUMO LOGÍSTICA ALCANÇA LUCRO DE R$ 22 MILHÕES NOS TRÊS PRIMEIROS MESES DO ANO

A Prumo Logística fechou o primeiro

trimestre com lucro de R$ 22,8 milhões,

segundo o último balanço divulgado pela

empresa. Em relação ao principal ativo

da companhia, o Porto do Açu, foram

investidos R$ 160,8 milhões nos três

primeiros meses de 2016. Ao todo, o

empreendimento já soma R$ 10,1 bilhões

em investimentos.

O Ebitda registrado no período foi de R$ 13,5 milhões. As despesas financeiras

somaram R$ 193,3 milhões, compostas principalmente de juros, corretagens e

variação monetária. Já as receitas financeiras totalizaram R$ 184 milhões.

O diretor financeiro da Prumo, Eugênio Figueiredo (foto), destacou que o ano

de 2016 apresenta mais desafios que 2015, mas ressaltou que o início das

operações dos novos terminais no Porto do Açu abre uma perspectiva diferente

para os clientes. No primeiro trimestre do ano, começou a operação da unidade

da Brasil Port Logística Offshore no Porto do Açu. A Petrobrás assinou um

contrato para utilizar seis berços da base e é a primeira cliente da unidade.

VOLTAR

Fonte: tnpetroleo.com.br

12/05/2016

- CNI: aumento da participação privada abrirá caminho para modernização

Com investimentos de apenas 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em infraestrutura, o Brasil convive com estradas de má qualidade, portos ineficientes, falhas no fornecimento de energia e inúmeros problemas de logística que encarecem a produção e tiram a capacidade das empresas de competirem no mercado internacional. ―A superação desses obstáculos depende da efetiva participação do setor privado no investimento e na gestão dos serviços‖, afirma o gerente-executivo de Infraestrutura da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Wagner Cardoso.

Ele destaca que o aumento da disponibilidade dos serviços de infraestrutura nas áreas de energia, transportes e saneamento básico é um desafio urgente a ser enfrentado pela gestão de Michel Temer. ―Os prejuízos da falta de expansão, manutenção e modernização destes serviços são altos, e o setor produtivo nacional sente os efeitos desta deterioração‖, ressalta o gerente da CNI. Exemplo disso está no estudo da CNI Sudeste Competitivo. Conforme o trabalho, um investimento de R$ 63,2 bilhões na malha da região Sudeste propiciaria uma economia anual de até R$ 8,9 bilhões com o transporte de cargas para o setor produtivo.

Os obstáculos e as medidas necessárias para ampliar e modernizar a infraestrutura serão abordados na série especial que a Agência CNI de Notícias publica a partir desta quinta-feira (12) e nas próximas cinco semanas, sempre às quintas-feiras, com exceção do feriado de 26 de maio. As próximas reportagens serão sobre: o fortalecimento das agências reguladoras; a participação privada no saneamento; concessões e modelos para o aumento da participação privada nos transportes; e ampliação da oferta do gás natural.

AGENDA PARA SAIR DA CRISE - Neste momento de mudança no governo federal, a CNI reafirma a necessidade de o país atrair o capital privado para ampliar os investimentos e modernizar a infraestrutura. Entre as 36 propostas da Agenda para o Brasil sair da Crise, documento que a CNI entregou a Michel Temer, há nove medidas para a área de infraestrutura.

Conforme o Mapa Estratégico da Indústria 2013 - 2022, que traduz a visão de futuro do Brasil, a infraestrutura é um dos dez fatores-chave para o crescimento sustentado da economia. Para o país ter uma rede de transporte integrada e eficiente, garantia no abastecimento de energia e saneamento básico, o Mapa destaca que é preciso aumentar os investimentos na área dos atuais 2,45% do PIB para 3,65% em 2017 e chegar a 5% do PIB em 2022.

Atualmente, o Brasil ocupa a 76ª posição entre 144 países no quesito infraestrutura no ranking Global Competitiveness Report 2014/2015, patamar abaixo dos países no mesmo estágio de desenvolvimento. O estudo Competitividade Brasil 2014 (veja infográfico), elaborado pela CNI, reforça a

má colocação brasileira. Em infraestrutura e logística, o país aparece na 14ª posição entre 15 países pesquisados. Em todos os modais o país recebe avaliações negativas e não registra avanços desde 2010.

Especialista em infraestrutura, o economista Cláudio Frischtak defende que o novo governo anuncie uma agenda de medidas com baixo impacto fiscal para ser implementada imediatamente. ―É preciso adotar um conjunto de medidas de curto prazo e a um custo baixo, mas com impacto relevante para atrair a participação privada nas obras de infraestrutura‖, sugere Frischtak.

―Em primeiro lugar, é preciso definir que a melhoria da qualidade do serviço de infraestrutura não é uma agenda de governo, mas do Estado. Os investidores - tanto os que vão operar quanto os que vão financiar as obras - precisam de garantias de médio e longo prazo. Para isso, é preciso ter um mínimo de estabilidade nas regras‖, completa o economista.

Segundo ele, é imprescindível que, superada a crise, o Brasil amplie os investimentos em infraestrutura para algo em torno de 5% a 6% do PIB ao ano. Frischtak destaca que há diferentes modelos para o aumento da participação privada na infraestrutura. Ele defende que o formato da participação privada - privatização, concessão ou parcerias público-privadas (PPPs) - seja avaliado caso a caso. No entanto, o economista afirma que, no momento, as concessões se mostrem mais as adequadas em setores como o portuário, o rodoviário e o aeroportuário. Segundo ele, as PPPs são alternativas viáveis em muitas situações, sobretudo para a área de saneamento, setor em que há empresas públicas em situação financeira equilibrada.

Para Cláudio Frischtak, o momento é mais do que oportuno para a definição de uma nova agenda de infraestrutura. Ele avalia, no entanto, que as mudanças mais significativas dependerão de pressões da sociedade. ―Não tenho dúvida de que haverá mudanças. Os absurdos mais extremos certamente serão corrigidos. Em um primeiro momento, é preciso que o governo faça uma avaliação do que deve seguir adiante, do que deve ser paralisado, do que pode repassar ao setor privado e do que deve ser concluído pelo próprio governo‖, opina. ―O Brasil tem uma sociedade civil desenvolvida, empresas sofisticadas e um Estado que funciona muito mal, cuja capacidade de execução é terrível‖, acrescenta.

ATRASOS NAS OBRAS - A CNI considera que um dos mais importantes problemas da agenda de infraestrutura no Brasil é o atraso das obras. Algumas chegam a durar décadas até serem concluídas e não são poucos os casos de empreitadas inacabadas. ―Tal situação afeta consumidores e empresas, acarreta desperdício de recursos públicos e compromete o desenvolvimento do Brasil‖, avalia Wagner Cardoso.

De acordo com o estudo Infraestrutura: o custo do atraso e as reformas necessárias, elaborado pela CNI em 2014, as perdas para a economia e os cofres públicos resultantes da demora na execução de obras prioritárias chega a R$ 28 bilhões. Para o gerente da CNI, a gestão dos projetos é complexa e demanda qualificação, fixação eficiente de prazos, decisões técnicas e coordenação entre as diversas atividades desenvolvidas em cada projeto.

Consultor na área de transporte e logística, o ex-presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL) Bernardo Figueiredo afirma que qualquer investimento em infraestrutura pressupõe participação privada e pública. ―Não tem mágica. Sem dinheiro público, é preciso conceder o que já está pronto para a iniciativa privada fazer novos investimentos, modernizar e administrar‖, diz, citando como exemplos rodovias, portos e aeroportos.

Segundo Figueiredo, parte das soluções para a modernização da infraestrutura está listada em estudos e diagnósticos apresentados por diferentes entidades, mas nunca colocadas na prática como deveriam ter sido. ―Temos diagnósticos amplos, a convergência em torno de apontar quais são os investimentos prioritários é enorme. A própria CNI desenvolveu o Brasil Competitivo, que enumera vários projetos necessários para desenvolver a infraestrutura e integrar melhor o país‖, pontua, ao defender que as sugestões sejam encampadas pelo poder público. ―Reduzir custo é o grande objetivo para aumentar a competitividade‖, completa

QUALIDADE NA REGULAÇÃO – A melhora dos serviços de infraestrutura no Brasil também passa, na avaliação da CNI, pelo fortalecimento das agências reguladoras, uma vez que a qualidade das ações regulatórias é um dos fatores determinantes para a realização do investimento privado. Para o gerente de Infraestrutura da CNI, a existência de instituições que garantam a segurança do investidor e uma clara definição das atribuições do Estado e das agências são fatores preponderantes para o País reverter o elevado déficit em infraestrutura.

A agência reguladora deveria somente fazer o contraponto entre as expectativas do setor produtivo que ela regula e as expectativas do mercado que atende, dando diretriz regulatória para preços de tarifas, novos projetos e regulamentando o dia a dia do respectivo setor‖, destaca Wagner Cardoso.

Fonte: Agência CNI de Notícias/Redação

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Fonte: O Globo

12/05/2016

- Em posse de ministros, Temer garante programas sociais e prega diálogo

Presidente interino manifesta apoio à Lava-Jato em seu primeiro pronunciamento

POR LETÍCIA FERNANDES

O presidente em exercício, Michel Temer, discursa durante a posse dos novos ministros. -

Daniel Marenco / Agencia O Globo / 12-5-2016

BRASÍLIA — Em seu primeiro pronunciamento já na condição de presidente

interino, Michel Temer (PMDB-SP) pregou o diálogo e a união do povo

brasileiro e de todos os poderes para garantir a governabilidade. O

peemedebista citou a presidente afastada Dilma Rousseff, afirmando que tem

por ela "absoluto respeito institucional", mas criticou palavras "propagadoras de

mal estar entre os brasileiros". Temer garantiu, "em letras garrafais", que vai

manter os programas sociais executados pelos governos petistas, cuja maior

vitrine é o Bolsa Família, e sinalizou ainda que dará seguimento às

investigações da Operação Lava-Jato. Ele deu posse aos 23 ministros nesta

quinta-feira.

— Faço questão de declarar meu absoluto respeito institucional à senhora

presidente Dilma Rousseff. Não discuto aqui as razões pelas quais foi afastada,

apenas sublinhar a importância do respeito às instituições e observância à

liturgia no trato das questões institucionais. Temos que recuperar uma certa

cerimônia institucional, em que as palavras não sejam propagadoras do mal

estar entre os brasileiros, que sejam propagadoras da paz, solidariedade,

equilíbrio. Tudo que disse faz parte de um ideário não em busca da

unanimidade, mas como início de diálogo, a busca de entendimento.

PROGRAMAS SOCIAIS

O presidente interino garantiu que vai manter os programas sociais executados

pelos governos petistas, como o Bolsa Família, o Pronatec, o Fies e o ProUni.

Temer voltou a falar em um governo de "salvação nacional" para tirar o país da

crise e disse que o reequilíbrio das contas públicas é a saída para voltar a

crescer e gerar empregos. Temer afirmou que é preciso prestigiar programas

que deram certo em outras gestões, em vez de manter o hábito de "destruir o

que foi feito".

— Reafirmo, e o faço em letras garrafais: vamos manter os programas sociais,

o Bolsa Família, Pronatec, Fies, Prouni, Minha Casa Minha Vida, entre outras,

são projetos que deram certo e terão sua gestão aprimorada. Precisamos

acabar com o hábito que existe no Brasil em que, assumindo outrem no

governo, você tem que destruir o que foi feito. Ao contrário, você tem que

prestigiar aquilo que deu certo, aprimorá-los e fazer outros programas úteis

para o país — disse Temer, reafirmando que nenhuma reforma vai alterar

direitos já adquiridos pelos brasileiros:

— Quero fazer uma observação: nenhuma dessas reformas alterará os direitos

adquiridos pelos cidadãos.

DESEMPREGO

O presidente interino, que assumiu na manhã desta quinta-feira, após

oficializado o afastamento de Dilma Rousseff, afirmou que o principal e primeiro

desafio de sua gestão será reduzir o desemprego. Ele citou como esforços

primordiais também a redução da inflação, o incentivo à indústria, aos

trabalhadores e micro, pequenos e médios empresários. Temer disse que é

importante sinalizar aos investidores internacionais com uma "resposta rápida".

— Com base no diálogo, adotaremos políticas adequadas para incentivar a

indústria, comércio, serviços, trabalhadores e agricultura, tanto a familiar

quanto o agronegócio. Especialmente apoiando os micro, pequenos e médios

empresários, além de modernizar o país, realizando maior objetivo do governo:

reduzir o desemprego.

GOVERNABILIDADE E LAVA-JATO

Temer disse que é preciso governar em conjunto, e pediu não só o apoio da

classe política, mas a da sociedade brasileira:

— Temos que governar em conjunto. Nós vamos precisar muito da

governabilidade, e ela exige, além do que chamo de governança, apoio da

classe política, precisa também de governabilidade, apoio do povo, que precisa

colaborar e aplaudir as medidas. A classe política, unida ao povo, conduzirá ao

crescimento do país — disse, reiterando a importância dos instrumentos de

controle e apuração de irregularidades, e disse que a Lava-Jato se tornou uma

"referência":

— A moral pública será permanentemente buscada por instrumentos de

controle e apuração de desvios. Nesse contexto, a Lava-Jato tornou-se

referência e deve ter prosseguimento e proteção contra qualquer tentativa de

enfraquecê-la.

O presidente interino, Michel Temer, e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, durante a

cerimônia de posse dos novos ministros - Daniel Marenco / Agencia O Globo / 12-5-2016

RECUPERAÇÃO DA ECONOMIA

Quase sem voz, Michel Temer afirmou que, quanto antes consiga reequlibrar

as contas públicas, mais rápido o país retomará o crescimento e a economia.

— Quanto mais cedo formos capazes de reequilibrar as contas públicas, mais

rápido retomaremos o crescimento. Primeira medida nessa linha está aqui

representada, já eliminamos vários ministérios da máquina pública, e ao

mesmo tempo não vamos parar por aí. Já estão encomendados estudos para

eliminar cargos comissionados, sabidamente na casa de milhares de funções

comissionadas — disse.

BANCO CENTRAL

Para o peemedebista, é importante que haja harmonia entre os poderes, sem

interferência de um no outro. Essa é uma das maiores críticas do Congresso

Nacional ao Judiciário, que por vezes interferiu no Legislativo para garantir o

funcionamento do poder.

— Temos pouco tempo, mas, se nos esforçarmos, é suficiente para fazer as

reformas que o Brasil precisa. Quero ressaltar a importância da harmonia entre

os poderes, a determinação da própria Constituição no sentido de que cada

órgão do poder tem suas tarefas, ninguém pode interferir em nenhum outro

poder porque a Constituição diz que os poderes são independentes e

harmônicos entre si.

O peemedebista fez uma sinalização para "tranquilizar" o mercado e disse que

pretende dar garantias para fortalecer a atuação do Banco Central na condição

de "condutor" das políticas monetária e fiscal. Ele falou também em eficiência

dos gastos públicos, o que, segundo ele, não tem sido uma das preocupações

do governo Dilma.

— Serão mantidas todas as garantias que a direção do Banco Central hoje

discuta para fortalecer sua atuação como condutora da política monetária e

fiscal — afirmou, dizendo que o país vive, hoje, uma "democracia da

eficiência".

PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS

Temer repetiu o que já tinha falado no discurso que foi divulgado antes da

votação do impeachment na Câmara: a importância das Parcerias Público-

Privadas, e defendeu um estado mínimo, que cuide apenas das questões

primordiais, como Saúde e Educação. O resto, disse, será entregue à iniciativa

privada:

— Queremos incentivar de maneira significativa as Parcerias Público Privadas,

na medida em que esse instrumento poderá gerar emprego no país. Sabemos

que o estado não pode tudo fazer, depende da atuação dos setores produtivos,

empregadores de um lado e trabalhadores de outro. São esses dois polos que

irão criar nossa prosperidade. Ao estado, por óbvio compete cuidar da

segurança, saúde, educação, dos espaços e setores fundamentais, que não

podem sair da órbita pública. O restante terá que ser compartilhado com

iniciativa privada.

REFORMAS

Michel Temer citou as reformas trabalhistas e da Previdência como pautas

"controvertidas" e disse que só dará prosseguimento a elas se for cumprido o

objetivo, que é o pagamento aos aposentados e a geração de emprego. Ele

admitiu que é uma "agenda difícil", mas reafirmou que ela será norteada pelo

diálogo e por uma "conjugação de esforços":

— Há matérias controvertidas, como a reforma trabalhista e previdenciária. A

modificação que queremos tem como objetivo, e só se este for cumprido elas

serão levadas adiante, o pagamento das aposentadorias e geração de

emprego. Tem como garantia a busca da sustentabilidade para assegurar o

futuro. Essa agenda difícil, complicada, será balizada de um lado pelo diálogo,

e de outro pela conjugação de esforços.

PACTO FEDERATIVO

Temer citou algumas das matérias que pretende ver aprovadas pelo Congresso

Nacional. Ele citou a revisão do pacto federativo como uma das principais

medidas, com o objetivo de dar autonomia verdadeira aos estados e municípios

sob a égide de uma federação real, ao contrário da "federação artificial" que,

segundo ele, há hoje.

— Estados e municípios precisam ganhar autonomia verdadeira, sob a égide

de uma federação real, não sob a égide de uma federação artificial como

vemos atualmente. A força da União, temos que colocar isso na nossa cabeça,

deriva da força dos estados e municípios — disse, ao defender que seu

governo organize "as bases do futuro".

Para aprovar esse tipo de medida, o presidente interino disse que aposta na

"compreensão" dos brasileiros para a necessidade da aprovação desta e de

reformas como a trabalhista e previdenciária.

— Quando editarmos uma norma referente a essas reformas, será pela

compreensão da sociedade brasileira, e é para isso que nós queremos uma

base parlamentar sólida, que nos permita conversar com a classe política e

também com a sociedade. Executivo e Legislativo precisam trabalhar em

harmonia e de forma integrada, até porque no Congresso estão representadas

todas as correntes de opinião da sociedade brasileira, lá estão todos os votos,

portanto temos que governar em conjunto — defendeu o peemedebista.

LEMA "ORDEM E PROGRESSO"

Temer citou uma frase que leu em um outdoor de um posto de gasolina para

dizer que não falará mais em crise, e que vai focar em trabalhar para melhorar

as condições do país. Ele admitiu que tem pouco tempo, mas que se esforçará

para encampar as mudanças necessárias. O lema de seu governo será "ordem

e progresso", as mesmas palavras escritas na bandeira do Brasil.

— A partir de agora não podemos mais falar em crise, vamos trabalhar. Nosso

lema é ordem e progresso, a expressão da nossa bandeira não poderia ser

mais atual, como se hoje tivesse sido redigida — disse.

PEDIDO DE CONFIANÇA

Ele se dirigiu aos brasileiros, em sua primeira fala pública como presidente

interino, e falou em confiança para que, com a união entre todos, o país possa

superar desafios:

— Minha primeira palavra ao povo brasileiro é a palavra confiança, confiança

nos valores que formam o caráter de nossa gente, na vitalidade da nossa

democracia, confiança na recuperação da economia nacional, nos potenciais

do nosso país, em suas instituições sociais e políticas e na capacidade de que,

unidos, poderemos enfrentar os desafios desse momento que é de grande

dificuldade.

Temer também disse que quer fazer "ato religioso com o Brasil", de "religação"

dos brasileiros com "valores fundamentais". O presidente pediu que Deus

abençoe a ele, sua equipe e todos os brasileiros.

— Fundado num critério de alta religiosidade, o que queremos agora fazer com

o Brasil é um ato religioso, ato de religação de toda a sociedade brasileira com

os valores fundamentais do nosso país. Por isso peço a Deus que abençoe a

todos nós, para estarmos sempre à altura dos grandes desafios que temos pela

frente. Muito obrigada e um bom Brasil para todos nós — disse, encerrando

seu discurso.

TENTATIVA DE INVASÃO

Enquanto o presidente em exercício, Michel Temer, fazia seu primeiro

pronunciamento na Presidência, manifestantes do lado de fora do Palácio do

Planalto entraram em confronto com Polícia Militar, que usou gás de pimenta

para dispersar os militantes. Eles protestavam contra a posse de Michel Temer

e tentaram invadir o palácio.

Um pouco antes, os manifestantes ultrapassaram a cerca que protege o

Palácio do Planalto e deitaram na rampa. Em seguida, foram retirados do local.

Segundo a PM, eram cerca de 200 pessoas no local a favor e contra o

impeachment. Um grupo de mulheres pró-Dilma chegou a se acorrentar na

cerca que protege o Planalto, como protesto.

Em São Paulo, protesto organizado por movimentos sociais fechou os dois

sentidos da Avenida Paulista. O grupo pró-Dilma, acompanhado por um

caminhão de som, saiu em marcha em direção ao prédio da Fiesp, local do

acampamento pró-impeachment, onde queimaram patos de papelão. O pato é

um símbolo, criado pela Federação das Indústrias de São Paulo, do movimento

pelo afastamento da presidente Dilma.

OS MINISTROS DO GOVERNO TEMER

Alexandre de Moraes, ministro da Justiça e Cidadania

Blairo Maggi, ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Bruno Araújo, ministro das Cidades

Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil

Fabiano Augusto Martins Silveira, ministro da Fiscalização, Transparência e

Controle (ex-CGU)

Fernando Filho, ministro de Minas e Energia

Geddel Vieira Lima, ministro-chefe da Secretaria de Governo

Gilberto Kassab, ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações

Helder Barbalho (PMDB-PA), ministro de Integração Nacional.

Henrique Alves, ministro do Turismo

Henrique Meirelles, ministro da Fazenda

José Sarney Filho, ministro do Meio Ambiente

José Serra, ministro das Relações Exteriores

Leonardo Picciani, ministro do Esporte

Marcos Pereira, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Mauricio Quintella, ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil

Mendonça Filho, ministro da Educação e Cultura

Osmar Terra, ministro do Desenvolvimento Social e Agrário

Raul Jungmann, ministro da Defesa

Ricardo Barros, ministro da Saúde

Romero Jucá, Planejamento, Desenvolvimento e Gestão

Ronaldo Nogueira de Oliveira, ministro do Trabalho

Sérgio Etchegoyen, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional

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Fonte: Estadão

12/05/2016

- Primeira MP assinada por Temer institui Programa de Parceria de Investimentos

ADRIANA FERNANDES E MURILO RODRIGUES ALVES - O ESTADO DE S.PAULO

Apontado como o PAC de Temer, programa quer garantir a expansão da infraestrutura

BRASÍLIA - A primeira medida provisória (MP) assinada pelo presidente em

exercício Michel Temer criou o Programa de Parcerias de Investimento (PPI),

batizado pela equipe do vice de Crescer, com enfoque na geração de

empregos, como antecipou a edição de hoje do Estado. O programa, que é

apontado como o PAC de Temer, quer garantir a "expansão com qualidade" da

infraestrutura, com "tarifas e preços adequados", fortalecendo o papel

regulador do Estado e a autonomia das agências reguladoras.

A MP também autoriza o BNDES a constituir o Fundo de Apoio à Estruturação

de Parcerias. Do fundo sairão os recursos para o pagamento dos serviços de

estruturação e liberação das parcerias aprova das pelo PPI. Segundo o texto

da MP, ao qual o Broadcast teve acesso, o prazo inicial do fundo será de dez

anos, renovável por igual período.

Novo programa será vinculado à presidência da República

O novo programa será vinculado à presidência da República e terá à frente o

ex-ministro e ex-governador Moreira Franco. Sua missão será supervisionar

todas as operações em que o Estado fará parcerias com a iniciativa privada

para gerar investimentos em infraestrutura.

O PPI será dirigido por uma secretaria-executiva, que será o braço operacional

do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da

República, criado na mesma medida provisória. Esse conselho terá o próprio

presidente em exercício Michel Temer como presidente.

Além do presidente da República e do secretário-executivo do PPI, farão parte

do conselho os ministros da Casa Civil , Fazenda, Planejamento, Transportes,

Meio Ambiente e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento

Econômico e Social (BNDES).

O conselho vai elaborar o calendário e a lista das parcerias, concessões,

PPPs, arrendamentos e outros tipos de contratos. A execução propriamente

dita - desde os estudos prévios de engenharia, jurídico, ambiental e econômico,

além da elaboração dos editais e dos leilões - ficará a cargo dos ministérios

com a supervisão e o apoio do PPI, que ajudará a coordenar todas as ações

para que as parcerias sejam feitas com transparência e agilidade.

Segundo o governo de Temer, o novo formato vai corrigir distorções do modelo

usado até então pela equipe da presidente Dilma Rousseff. De acordo com o

texto da MP, o PPI pretende retirar entraves burocráticos e excessos de

interferência do Estado nos processos de concessão. E vai também proibir

expressamente as empresas responsáveis pelos estudos prévios de participar

do leilão das outorgas. VOLTAR