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 Comentários aos artigos 19 a 35 do Código de Processo Civil - Seção III Das despesas e das multas Escrito por Márcia Regina Lusa Cadore Weber Sáb, 24 de Novembro de 2007 00:00  Art. 19. Salvo as disposições concernentes à justiça gratuita, cabe às partes prover as despesa § 1 o  O pagamento de que trata este artigo será feito por oc § 2 o  Compete ao autor adiantar as despesas relativas a ato  Na Seção III do Capítulo II do Título II do Livro I trata o Código de Processo Civil “Das despesas e das mu ltas”. A norma contida no art. 19 eviden cia que a prestação da tutela  jurisdicional incumbida ao E stado deve ser, de regra, custea da pelas partes. Trata-se, no dizer de Humberto Theodoro Junior do “ônus financeiro do processo” [1] . Afinal, o ajuizamento de determinada ação gera a prática de inúmeros atos pelo juiz e pelos serventuários e auxiliares da justiça, atos esses que têm custos a serem suportados pelas partes.  Por isso, assevera Araken de Assis “para acudir ao Estado e resolver seu litígio, o titular do direito à justiça deve avaliar, além das perspectivas de êxito na causa, o custo do processo, pois o Estado cobra pelo simples fato de alguém utilizar seus serviços judiciários, e por cada ato individualmente considerado (art. 19 §1° do CPC)” [2] .  Ao comentar o art. 19 do CPC Pontes de Miranda diz que despesas judiciais são todos os gastos que se fazem em juízo, durante algum processo, a partir dos selos e mais dispêndios da própria petição, quer se paguem pelos atos processuais, quer por outra causa, inclusive por falta de alguma das partes. As despesas compreendem as custas, os honorários dos advogados, as multas às partes, o que desembolsou para que se verificassem as perícias, as custas da perícia, a condução e a indenização às testemunhas, os pareceres dos jurisconsultos de que lançou mão à parte para seu esclarecimento ou efeito de melhor tratamento em público da matéria, etc [3] .  Adverte, contudo, que nem todas estas despesas são “processuais”, sendo exemplo de despesa extraprocessual o pagamento de pareceres.  Já “Custas”, para o mesmo autor, são “aquela parte das despesas judiciais que, relativas à  1 / 31

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Comentários aos artigos 19 a 35 do Código de Processo Civil - Seção III Das despesas e das multas

Escrito por Márcia Regina Lusa Cadore WeberSáb, 24 de Novembro de 2007 00:00

Art. 19. Salvo as disposições concernentes à justiça gratuita, cabe às partes prover as despesa

§ 1 o O pagamento de que trata este artigo será feito por oc

§ 2o

Compete ao autor adiantar as despesas relativas a ato 

Na Seção III do Capítulo II do Título II do Livro I trata o Código de Processo Civil “Dasdespesas e das multas”. A norma contida no art. 19 evidencia que a prestação da tutela jurisdicional incumbida ao Estado deve ser, de regra, custeada pelas partes. Trata-se, no dizer

de Humberto Theodoro Junior do “ônus financeiro do processo” [1] . Afinal, o ajuizamento dedeterminada ação gera a prática de inúmeros atos pelo juiz e pelos serventuários e auxiliaresda justiça, atos esses que têm custos a serem suportados pelas partes.

 

Por isso, assevera Araken de Assis “para acudir ao Estado e resolver seu litígio, o titular dodireito à justiça deve avaliar, além das perspectivas de êxito na causa, o custo do processo,pois o Estado cobra pelo simples fato de alguém utilizar seus serviços judiciários, e por cadaato individualmente considerado (art. 19 §1° do CPC)”

[2].

 

Ao comentar o art. 19 do CPC Pontes de Miranda diz que despesas judiciais são todos osgastos que se fazem em juízo, durante algum processo, a partir dos selos e mais dispêndios daprópria petição, quer se paguem pelos atos processuais, quer por outra causa, inclusive porfalta de alguma das partes. As despesas compreendem as custas, os honorários dosadvogados, as multas às partes, o que desembolsou para que se verificassem as perícias, as

custas da perícia, a condução e a indenização às testemunhas, os pareceres dos jurisconsultosde que lançou mão à parte para seu esclarecimento ou efeito de melhor tratamento em públicoda matéria, etc [3] .

 

Adverte, contudo, que nem todas estas despesas são “processuais”, sendo exemplo dedespesa extraprocessual o pagamento de pareceres.

 

Já “Custas”, para o mesmo autor, são “aquela parte das despesas judiciais que, relativas à

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informação, propulsão e terminação do processo são taxadas por lei; e hão de ser contadascontra a parte vencida segundo o princípio geral de direito processual Victus victori expensas 

condenatur  , que ésuscetível de, em todo o caso, de maior ou menor atenuação da lei”

[4], podendo ser judiciais (como, por exemplo, atos processuais em que intervém servidor público)ou extrajudiciais (honorários de advogado).

 

A par da amplitude do conceito trazido por Pontes de Miranda, no qual se inserem entre asdenominadas despesas judiciais, mais especificamente nas custas, os honorários pagos aosadvogados, tem-se que o Código de Processo Civil “não incluiu os honorários advocatícios noconceito de despesas, ao menos no de despesas em sentido estrito [5] ”, tratando-os como

categoria à parte.

 

Nesse sentido, Celso Agrícola Barbi [6] afirmando que “Em uma conceituação genérica,despesas do processo devem abranger todos os gastos feitos como conseqüência dele, taiscomo custas, indenização de viagem, diária a testemunhas, honorários de advogado (...). Masa conceituação do Código é diferente; no artigo 20 distingue despesas e honorários deadvogado”. No conceito legal de despesas para Barbi inserem-se: as custas, contadas deacordo com os Regimentos próprios, as indenizações de viagem das testemunhas ou das

partes quando estas, por exemplo, devem comparecer à audiência de conciliação, despesascom viagem de advogados residentes fora da Comarca e as diárias de testemunhas, salvo sesujeitas ao regime celetista, porque, em tal caso, não perde a remuneração devida pelo dia,sendo seu depoimento considerado como serviço púbico[7]. Podem ser consideradas, ainda, como despesas do processo a remuneração do depositário(art. 149,caput 

do CPC) e demais auxiliares do juízo (art. 139 do CPC)[8]

.

 

Controverte-se na doutrina acerca da natureza jurídica das custas, afirmando HumbertoTheodoro Junior [9] e Arruda Alvim [10] que as mesmas têm natureza tributária, sendo emsentido contrário o entendimento de Moniz de Aragão[11]e de Celso Agrícola Barbi[12]

. Antônio Souza Prudente[13]

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entende que no conceito amplo de custas ou despesas processuais, podem ser distinguidas asde natureza tributária (taxas judiciárias) e não tributária (tais como as decorrentes dediligências dos Oficiais de Justiça e realização de perícias). O artigo 39, par. 2° da Lei n°4.320/64 considera como dívida ativa não tributária custas processuais devidas à Fazenda

Pública. No entanto, o E. STF tem reiteradamente afirmado que as custas judiciais são taxas[14].

 

O debate ganha relevância na medida em que, atribuída natureza tributária às custasprocessuais indistintamente, submetem-se as mesmas aos princípios do direito tributário:instituição e aumento por lei, anterioridade, etc.

 

Em precedente jurisprudencial exarado pelo STJ [15] foi elaborada esclarecedora classificaçãoacerca dos gastos feitos com o processo. Na ementa consta:

 

“Custas são o preço decorrente da prestação da atividade jurisdicional, desenvolvida peloEstado-juiz através de suas serventias e cartórios. Emolumentos são o preço dos serviços

praticados pelos serventuários de cartório ou serventias não oficializados, remunerados pelovalor dos serviços desenvolvidos e não pelos cofres públicos. Despesas, em sentido restrito,são a remuneração de terceiras pessoas acionadas pelo aparelho jurisprudencial, nodesenvolvimento da atividade do Estado-juiz”.

Pertinente acerca do tema despesas com o processo, genericamente consideradas, fazer-sereferência à taxa judiciária, acerca da qual nunca houve dúvida quanto à natureza tributária.

 

Segundo Araken de Assis, ressalvada a menção contida no artigo 1.212, parágrafo único doCPC, o atual CPC não a menciona, tendo-a inserido na “noção ampliada de custas” [16] .Contudo, ela remanesce devida, nos termos da legislação local própria. Antônio SouzaPrudente entende que a taxa judiciária é espécie do gênero custas. No entanto, para esseautor, sua exigência seria inconstitucional frente ao art. 5°,caput 

e incisos XXXIV,a 

e XXXV da Lei Maior, que asseguram a igualdade, o direito de petição e de acesso ao PoderJudiciário, entendimento este que, todavia, não tem encontrado amparo na jurisprudência

[17].

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Escrito por Márcia Regina Lusa Cadore WeberSáb, 24 de Novembro de 2007 00:00

 

Em decisão proferida pelo E. Superior Tribunal de Justiça no Recurso Especial n° 31.914-4-SP[18]

restou assentado que (a) o artigo 19 do CPC não tem aplicação à taxa judiciária que é distinta,portanto, das despesas ali tratadas (b) é legítima a exigência da taxa judiciária. Veja-se excertodo voto do Relator:

 

“Não existe, entretanto, a pretensa incompatibilidade. O artigo 19 não cuida do pagamentoda taxa judiciária, tributo devido aos Estados, mas das despesas dizendo com os atos a serempraticados no processo. Cogita-se de custas e emolumentos que cabem a quantos atuem no

processo. O pagamento da taxa judiciária interessa apenas ao Estado, dela credor”.

Há que se referir, ainda, que as multas, na sistemática do Código de Processo Civil, não seinserem nas despesas previstas no artigo 19 do CPC, na medida em que são penalidades,decorrentes da condenação em razão da “falta de alguém, em vez de condenação nas custas,que é simples discriminação de direitos e obrigações quanto às custas do processo” [19] .

 

Assente que o ajuizamento de demanda enseja a prática de vários atos pelos serventuários da justiça ou outros auxiliares do juízo com a realização de gastos, bem como a eventualrealização de despesas pelas testemunhas, justifica-se a regra da antecipação para que aspessoas que auxiliam no processo não tenham que esperar pelo seu término para receber oque lhes é devido.

 

A regra da antecipação aplica-se ao processo de conhecimento, ao processo cautelar e aosprocedimentos especiais. No cumprimento da sentença e na execução de títulos extrajudiciais,

igualmente, tem lugar a antecipação.

 

O §1° do artigo 19 do CPC não esclarece se os pagamentos devem ser feitos antes ou depoisda realização do ato, contrariamente ao que dispunha o art. 56 do anterior estatuto processual,segundo o qual o pagamento deveria ocorrer tão logo concluído o ato. Essa regra, lecionaBarbi deve prevalecer, até porque alguns atos somente terão custo determinado após aefetivação [20] .

 

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As despesas relativas aos atos determinados de ofício pelo Juízo ou requerido pelo MinistérioPúblico devem ser adiantadas pelo autor, segundo o parágrafo 2° do artigo 19, considerandoque este, de regra, tem maior interesse no rápido desfecho do litígio.

 

Se a parte deixar de atender o ônus financeiro processual que lhe é atribuído, o ato processualque requereu não será realizado. Se requereu a oitiva de testemunha, mas não pagou a verbanecessária a sua intimação não será realizado o depoimento respectivo. Pode, eventualmente,a falta do ato a ser realizado impedir o andamento do processo como, por exemplo, a nãocitação do litisconsorte necessário porque não efetuado o necessário preparo para suaintimação. Nesse caso, poderá haver a extinção do feito sem apreciação do mérito, nos termosdos arts. 267, incisos II e III do CPC. Conseqüência, ainda, do não pagamento de custasrecursais, pode ser a deserção do recurso.

 

Gratuidade da Justiça:

 

Examinado o conceito de despesa no processo e a oportunidade de seu recolhimento nostermos do CPC, cumpre enfrentar a exceção posta ao início da norma contida no artigo 19 doreferido diploma: a existência de justiça gratuita. Se o Estado chamou a si a prestação

 jurisdicional, impondo ônus financeiro àqueles que pretendam utilizar os serviços judiciários, éde rigor que a ordem jurídica contenha mecanismos que viabilizem o acesso da populaçãomenos favorecida economicamente, sob pena de restar frustrada a garantia de acesso aoPoder Judiciário (art. 5°, inciso XXXV, da CF/88).

 

Atualmente, o artigo 5°, inciso LXXIV, da Constituição Federal de 1988, assegura “assistência jurídica integral e gratuita” aos que provarem a insuficiência de recursos. Anteriormente, noplano infraconstitucional, já havia a Lei n° 1.060, de 05. 02.1950. Essa lei que estabelece

normas para concessão de assistência judiciária aos “necessitados”, bastando que, para tanto,haja declaração de impossibilidade de pagamento das custas do processo e honorários deadvogado, sem prejuízo do sustento próprio e da família, não foi revogada pela Carta Magnade 1988, sendo compatível com o disposto no art. 5°, inciso LXXIV. [21]

 

Tratando do benefício da gratuidade, Araken de Assis distingue três institutos: primeiro, aassistência jurídica integral que compreende consulta e orientação extrajudiciais,representação em juízo e gratuidade no respectivo processo; a assistência judiciária, enquanto

serviço público organizado, consistente na defesa do assistido [22] e, finalmente, a gratuidadeda justiça, sendo esta a gratuidade de todas as custas e despesas, judiciais, ou não, relativas a

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atos necessários ao desenvolvimento do processo e à defesa dos direito do beneficiário em juízo, de que trata a Lei n° 1.060/50.

 

A gratuidade da justiça prevista na Lei n° 1.060/50 tem por objeto isentar aquele que necessitade todas as despesas do processo, tais como as custas, indenizações de viagem,remuneração do assistente técnico, etc. Seu espectro, pois, é mais restrito, como se viu, doque a assistência jurídica integral e gratuita prevista na Constituição Federal.

 

A Lei n° 1.060/50 arrola, no artigo 3°, o objeto da gratuidade, em rol que deve ser entendidocomo meramente exemplificativo [23] .

 

No que pertine a esse rol cumpre destacar a alteração legislativa havida [24] , que acrescentouas despesas com a realização do exame de código genético – DNA que for requisitado pelaautoridade judiciária nas ações de investigação de paternidade ou maternidade”.

 

Ainda de mencionar-se, a lição de Araken de Assis, no sentido de que a gratuidade da justiça

não alcança as despesas extraprocessuais:

 

Em que pese a resistência da doutrina, à gratuidade refogem as despesas que não se exauremno processo, principalmente aquelas geradas em decorrência de seu desfecho. O art. 9° da Lein° 1.060/50, com efeito, isenta o beneficiário das despesas concernentes aos ‘atos doprocesso até decisão final do litígio, em todas as instâncias.’ Casos há em que, por causa dasolução da lide, surgem despesas de outra ordem, só indiretamente relacionadas com aprestação jurisdicional. Exemplo frisante é a averbação da sentença de separação consensual

( art. 1.124 do CPC, c/c 167, II, n° 14, da Lei n° 6.015/73). Só norma específica tornarágratuito ato do Registrador [25] .

 

Os beneficiários da gratuidade da justiça são indicados no art. 2°, § único da Lei n° 1.060/50:nacionais e estrangeiros residentes no país que não possam custear as custas do processo eos honorários de advogado, sem prejuízo do sustento próprio ou da família.

 

Não se exige que o beneficiário da justiça gratuita esteja em estado de miserabilidade. Basta

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que não possa custear as verbas referidas ou parte delas. Presente essa situação fática, nãoreleva seja o beneficiário da gratuidade da justiça, eventualmente, proprietário de um imóvel.Nesse sentido, decisão prolatada no Recurso Especial n° 168.618-SP pelo E. STJ, 4ª Turma,Rel. o Min. Barros Monteiro, julgado em 08.09.98 e publicado no D.J.U de 09.11.98, pág. 111.

Tem-se assim, que

 

“o artigo 2°, parágrafo único se funda, exclusivamente, numa equação econômica: a noçãode necessidade decorre da inexistência de recursos financeiros, apuradas entre a receita e adespesa, capazes de atender ao custo da demanda. E a avaliação objetiva da figura donecessitado não emprega standarts prévios, definindo a renda máxima da pessoa, sempremotivo de críticas” [26] .

Como beneficiários da gratuidade da Justiça Araken de Assis [27] aponta “categorias depessoas, na sociedade contemporânea de massas, reunidos sob a feliz designação decarentes organizacionais,” concluindo que o sentido de o conceito de necessidade posto noartigo 5°, inciso LXXIV da Lei Maior ostenta sentido amplo, não se circunscrevendo àinsuficiência de recursos econômicos.

 

Também no que se refere ao alcance subjetivo da gratuidade da justiça, tem sido entendimento

da doutrina que o artigo 5° , inciso LXXIV não distingue entre pessoas físicas e jurídicas, noâmbito da assistência jurídica, que é mais abrangente do que a gratuidade prevista na Lei1.060/50. Assim, configurada a impossibilidade de a pessoa jurídica suportar das despesas doprocesso importaria em afronta à garantia constitucional de acesso à justiça (artigo 5°, incisoXXXV), o benefício da gratuidade deve lhe ser estendido, nada obstante a limitação quanto aotema contida na Lei n° 1060/50. [28]

 

A gratuidade da justiça prevista na Lei n° 1.060/50, distinta da assistência judiciária integral

prevista na Constituição Federal, que será prestada por órgão do Estado. Assim, mesmo que oartigo 5°, inciso LXXIV da Lei Maior contenha inequívoca exigência de que o interessadorealize prova da insuficiência de seus recursos , não revogou o artigo 4°, “caput”, da Lei n°1.060/50.

 

 

Art. 20. A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou e os h

§ 1º O juiz, ao decidir qualquer incidente ou recurso, condenará nas despesas o vencido.

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§ 2º As despesas abrangem não só as custas dos atos do processo, como também a indenização de v

§ 3º Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez por cento (10%) e o máximo de vinte por cento

a)o grau de zelo do profissional;

b) o lugar de prestação do serviço;

c) a natureza e importância da causa, o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu

§ 4 o Nas causas de pequeno valor, nas de valor inestimáve

§ 5 o Nas ações de indenização por ato ilícito contra pessoao do ref 

Trata-se, no dizer de Pontes de Miranda, de jus cogens e não há qualquer especialização deações para que incida o artigo 20, sendo pressuposto único de aplicação da mencionada regrater havido perda na causa, pelo autor ou pelo réu, ou quem seja perdente[29]

.

 

Chiovenda assim justifica a condenação do vencido:

 

O fundamento dessa condenação é o fato objetivo da derrota e a justificação desse instituto

está em que a atuação da lei não deve representar uma diminuição patrimonial para a parte acujo favor se efetiva; por ser interesse do Estado que o emprego do processo não se resolvaem prejuízo de quem tem razão, e por ser, de outro turno, interesse do Estado de que oemprego do processo não se resolva em prejuízo que os direitos tenham um valor tanto quantopossível nítido e constante. Esse é o resultado a que conduz o desenvolvimento do direitoprocessual, segundo o qual não há, em princípio, condenação nas custas senão para oslitigantes de má-fé; em seguida, transcorre um período intermédio, no qual, não se percebendoa natureza exata natureza do instituto, se aplicam à condenação nas custas princípiospeculiares ao direito civil (culpa), para chegar-se, enfim, à condenação absoluta [30] .

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Trata-se, pois, do fundamento teórico do princípio da sucumbência, que consiste em atribuir àparte vencida a responsabilidade por todos os atos no processo, independentemente “culpa”.

 

Na opinião de Yussef Said Cahali, contudo, o princípio da sucumbência “não exaure aproblemática da responsabilidade pelos encargos do processo, como, também, não desfruta deautonomia bastante para ser considerada princípio informador absoluto do nosso sistemaprocessual. [...]aqui tal como acontece com o processo italiano, seu modelo mais próximo), élícito afirmar que o princípio legislativo da causalidade é latente [31] ”.

 

Prossegue o autor afirmando que, em determinados casos, a aplicação do princípio da

sucumbência fere o da eqüidade. Em tais hipóteses, a obrigação de pagar as despesas judiciais desaparece sempre que a parte, embora vencida, demonstre, com seucomportamento, não ter dado causa à lide. Tal entendimento encontra guarida no direito pátriono artigo 22 do CPC, do qual se infere que a parte, que por sua conduta no processo, fizer comque esse se prolongue desnecessariamente, e, com isso, acarretar despesas injustificadas,com elas arcará, mesmo se restar vencedora na demanda.

 

Conclui Cahali que, rigorosamente, o sistema adotado pelo CPC não pode ser reduzido um

princípio único. Afirmar-se que o legislador adotou simplesmente a regra da sucumbência seriaadmitir existirem derrogações expressivas ou deixar sem explicação plausível as diversasregras inseridas no sistema processual, sobre as quais o preceito da sucumbência não oferecenenhuma aplicação.

 

De todo modo, seja em do princípio causalidade, seja em razão do princípio da sucumbência, apretensa ausência de culpa do sucumbente causador da instauração do processo não interfere,de qualquer modo, na sua responsabilidade pelo pagamento dos honorários advocatícios

devidos à parte contrária.

 

A regra posta no caput do art. 20 não se aplica apenas às custas processuais, mas também àsdemais despesas processuais, tais como indenização de viagem das testemunhas, das partese do advogado, honorários do perito ( §2°). Aplica-se, ainda, aos honorários advocatícios (par.2° do CPC).

 

Os honorários advocatícios, ainda pudessem ser inseridos numa conceituação genérica de

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despesas decorrentes do processo, foram tratados como categoria à parte pelo CPC.

 

O §1° do artigo 20 refere-se apenas a incidentes havidos no curso da demanda e aosrecursos. Existindo decisão sobre eles, o juiz deverá condenar nas despesas o vencido noincidente ou no recurso. São despesas específicas e não abrangem as despesas da causapropriamente dita. Há que se distinguir entre incidentes em que a decisão acerca das despesasas atribui definitivamente ao vencido, daqueles em que esta atribuição é provisória, porque ovencido, ao final, arcará com todos os custos.

 

Como exemplo do primeiro tem-se o atentado, previsto nos arts. 879 a 886 do CPC. Mesmo

que, ao final, o vencido na ação de atentado, venha a ser vitorioso na ação principal, arcarácom as custas decorrentes do atentado. Como exemplo do segundo, pode ser citado oincidente de falsidade, previsto nos arts. 390 a 395 do CPC. A condenação de despesas aliimposta é provisória e a parte que ficar vencida na ação principal pagará também aquelasdespesas.

 

No que se refere à ação declaratória incidental, ensina Celso Barbi que “como há novademanda inserida no mesmo processo da ação principal, a sentença que a julgar deverá

considerar separadamente cada uma dessas ações para fins de condenação em custas judiciais e honorários advocatícios” [32] .

 

O §2° do artigo 20 explicita o alcance das despesas processuais a serem suportadas pelovencido, já anteriormente examinado.

 

O conceito de sentença, para fins do artigo 20 do CPC, é o de provimento judicial que resolve omérito da demanda ou determina a extinção do feito sem essa resolução [33] .

 

Nas hipóteses de pluralidade de partes pode haver decisão incidente excluindo qualquer doslitisconsortes. Em tais hipóteses, diz Cahali, “é tranqüila a jurisprudência no sentido de que,cuidando o despacho saneador de excluir da ação uma das partes ativas, por não terlegitimidade para tanto, inegável que a natureza terminativa induz juridicamente à prestaçãoproporcional dos ônus da sucumbência pelo excluído em favor do vencedor; do mesmo modo,

a exclusão do incidente de um dos réus do processo, ‘por não possuir legitimidade passiva narelação processual, põe fim ao litígio contra ele interposto, cabendo a imposição imediata da

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verba honorária, nos termos do artigo 20 do CPC’, entendimento que é válido no caso dedesistência da ação contra um dos réus, ou de exclusão do litisdenunciado” [34] .

 

Havendo denunciação da lide diverge a doutrina quanto à distribuição da verba honorária nadenunciação à lide feita pelo réu. Barbi afirma que vencedor o denunciante na ação principaldeve arcar com os honorários advocatícios do denunciado, porque na ação de garantia ouregresso foi denunciante vencido [35] . Em sentido contrário, atribuindo o pagamento da verbahonorária ao autor da ação contra o denunciante na hipótese de improcedência, a lição deHugo Carvalho Ramos Magalhães [36] . Considerando anatureza da denunciação da lide, parece mais adequada a primeira solução.

 

Em que pese dispensável o pedido expresso de condenação do réu ao pagamento dehonorários advocatícios [37] , “nem mesmo por exceção nosso Direito reputa desnecessário oprovimento judicial que declare o efeito do julgado quanto aos honorários, constituindo seudevedor aquele que deu causa ao processo, para condena-lo ao respectivo pagamento. Assim,se a sentença omite a condenação do vencido na honorária advocatícia, o vencedor deverecorrer dela, para cobrir-se da coisa julgada, que lhe retiraria a possibilidade de haver doshonorários” [38] .

 

No entanto, se dando provimento integral ao recurso de apelação, a instância ad quem 

modifica o dispositivo da sentença reformada, sem fazer referência aos ônus da sucumbência,é de se entender tenha, por igual, invertido a condenação imposta na decisão reformada[39]”.

 

Não pode haver, contudo, pena de reformatio in pejus , elevação da verba honorária sem

recurso da parte contrária.

 

É cabível a fixação de honorários advocatícios no processo cautelar, desde que hajainstauração da lide e existência do contraditório [40] “. No processo cautelar, os honorários deadvogado são devidos, se houver litígio e, portanto, sucumbência (RSTJ 36/420, 48/395,63/411(...). Do contrário, o juiz ao proferir sentença na ação principal, levará em conta, parafixar honorários, a existência do processo cautelar.”

 

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Comentários aos artigos 19 a 35 do Código de Processo Civil - Seção III Das despesas e das multas

Escrito por Márcia Regina Lusa Cadore WeberSáb, 24 de Novembro de 2007 00:00

Nos termos das Súmulas 512 do E. STF e 105 do E STJ não é cabível a fixação de honoráriosadvocatícios no Mandado de Segurança. Igualmente descabe a fixação de verba honorária emliquidação de sentença seja por arbitramento, seja mediante artigos [41] .

 

A novel disciplina do cumprimento da sentença não trata da fixação de honorários advocatícios.Entretanto, adequada é a fixação, no caso de descumprimento no prazo de quinze dias. Issoporque os honorários fixados na sentença referem-se ao trabalho anteriormente desenvolvidopelo patrono do vencedor. E, para além disso, a fixação da verba honorária em tal hipótesecompatibiliza-se com a idéia de estimular o devedor ao cumprimento espontâneo.

 

De resto, como adverte Araken de Assis, “embora seja prematuro apontar o beneficiado com areforma, já se poderia localizar o perdedor: o advogado do exeqüente, às voltas com difícilprocesso e incidente” [42] .

 

Havendo fixação de verba honorária no cumprimento, o que ocorrerá em caso de impugnação?Sustenta-se na doutrina o descabimento da fixação de honorários em caso de ser desacolhidaa impugnação [43] , vez que não se trata de improcedência de ação.

 

Contudo, tendo em vista o trabalho acrescido ao advogado e, ainda, precedentes acerca dafixação da verba honorária nos casos do acolhimento de exceção de pré-executividade, poderávir a jurisprudência a inclinar-se pelo cabimento. Havendo rejeição da impugnação, oshonorários fixados na decisão respectiva substituirão aqueles fixados anteriormente. Acolhida ainconformidade do devedor, os honorários serão fixados a seu favor.

 

Celso Agrícola Barbi recorda que a inserção de patamar mínimo e máximo para a fixação doshonorários teve origem em emenda parlamentar baseada na insatisfação dos advogados coma fixação excessivamente modesta de honorários pelos juízes e Tribunais [44] .

 

Zelo profissional está ligado à pessoa do advogado, traduzindo-se no cuidado, no interesse, nadedicação, na vigilância, no deslevo aplicado ao trabalho. Para Cahali a referência feita aolocal da prestação de serviço diz com a necessidade de sopesar-se para fixação da verbahonorária a necessidade de deslocamento para cumprimento de precatórias ou diligência

similares. Um causa em que se discute matéria de direito complexa é mais simples do queaquela na qual se discute matéria pacificada na jurisprudência, o que deve ser considerado [45

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Escrito por Márcia Regina Lusa Cadore WeberSáb, 24 de Novembro de 2007 00:00

] .O trabalho realizado pelo advogado deve compreender não só a prática de atos do processo,como a realização de audiência, mas a atividade desenvolvida fora dele, desde querelacionada. O tempo de trabalho diz não só com o tempo de duração do processo, mas tempo

gasto com o preparo das razões apresentadas.[46]

 

O parágrafo 4° trata da fixação de honorários nas hipóteses de causas de pequeno valor e asde valor inestimável, nas causas em que não houver condenação, nas causas em que forvencida a Fazenda Pública e nas execuções embargadas ou não indicando como critério a“apreciação eqüitativa do juiz”, atendidas as normas das alíneas “a”, “b” e “c’” do parágrafoterceiro, antes examinadas. Nesses casos não prevalecerá a limitação prevista no par. 3° do

artigo 20.

 

Nas causas de pequeno valor, o percentual de 20% sobre o valor da causa ou da condenaçãopode revelar-se insuficiente para remunerar o trabalho do advogado, razão pela qual omagistrado não fica adstrito aos critérios do § 3°. Da mesma forma no que diz com as causasde valor inestimável, nas quais o valor da causa, em geral, é atribuído apenas para fins fiscais,o que o torna inadequado para a fixação de honorários, os quais deverão ser calculados combase nos elementos postos no § 3°, mediante apreciação eqüitativa do juiz.

 

Como anota Cahali, invocando precedente jurisprudencial “percebe-se que o legislador, entreas exceções do par. 4°, deu à Fazenda Pública um tratamento especial, porque ela não é umente concreto, mas a própria comunidade, representada pelo governante que administrador epreposto [47] ”. Mais recentemente decidiu o E. STJ que, ao arbitrar honorários advocatíciosnas hipóteses do parágrafo 4º do art. 20 do CPC, o juiz não está obrigado adstrito aos limitesmínimos e máximo previstos no par. 3º do mesmo artigo [48] .

 

Tendo a regra inserta no par. 4° deixado certa liberdade ao julgador, na medida em quecontempla sua apreciação eqüitativa, não há ilegalidade na fixação de honorários em valorcerto, sendo, contudo, inviável a fixação em salário mínimo, a teor da Súmula 201 do E. STJ.

 

Nos termos do § 5° do artigo 20 do CPC as indenizações por ato ilícito contra pessoa, o valorda condenação será a soma das prestações vencidas com o capital necessário a produzir a

renda correspondente às prestações vincendas. A referência feita ao artigo 602 e par. 2º doCPC, fica prejudicada em razão da revogação dos mesmos pela Lei 11.232/05. As normas

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contidas nos dispositivos revogados foram praticamente reproduzidas no art.485-Q e par. 2º [49].

 

 

Art. 21. Se cada litigante for em parte vencedor e vencido, serão recíproca e proporcionalmente

Parágrafo único. Se um litigante decair de parte mínima do pedido, o outro responderá, por inteiro, p 

Após a edição da Lei n° 8.906/94 houve controvérsia a respeito dessa norma processual, na

medida em que, segundo a aludida lei, os honorários pertenceriam ao advogado [50] . Quantoa essa regra da Lei nº 8.906/94 diz Tesheiner que “trata-se de norma criticável, de manifestocunho corporativo, por inexistir relação jurídica, quer material, quer processual, entre uma partee o advogado da outra”[51].

 

O Superior Tribunal de Justiça editou súmula acerca do tema, compatilizando as normas do

Estatuto da Advocacia e do CPC. Diz a Súmula de nº 306: " Os honorários advocatíciosdevem ser compensados quando houver sucumbência recíproca, assegurado o direitoautônomo do advogado à execução do saldo sem excluir a legitimidade da própria parte" .

 

 

Art. 22. O réu que, por não argüir na sua resposta fato impeditivo, modificativo ou extintivo do d 

A responsabilidade pela verba honorária, na hipótese tratada na norma, nada tem a ver com ofato objetivo da sucumbência; funda-se na procrastinação da lide em função do comportamentoprocessual do demandado, com característica de sanção processual, tendo como finalidadeevitar que o réu dê causa a tal procrastinação. Refere Barbi que os fatos mencionados noartigo 22 são relativos ao direito substancial e à relação jurídica processual, destacando que “oréu na resposta deve alegar objeções que tiver, relativas à validade, desenvolvimento emodificação da relação processual, e as relativas ao direito substancial pretendido pelo autor.Se não o fizer, ou o fizer mais tarde, ainda assim, o juiz deverá conhecer desses fatos. Mas oréu será condenado nas custas devidas a partir do saneamento do processo, apesar de

vencedor na causa. E a sentença não poderá condenar o autor vencido a pagar honorários aoadvogado do réu” [52] .

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Art. 23. Concorrendo diversos autores ou diversos réus, os vencidos respondem pelas despesa 

A norma do artigo 23 do CPC, aplicável em casos de litisconsórcio ativo, passivo ou recíproco,refere-se à proporção do interesse de cada um na causa ou no direito dela decidido. ParaCahali a norma do artigo 23 é válida apenas para o caso de os litisconsortes ativos e passivosserem abrangidos pelo mesmo dispositivo enunciado na sentença terminativa do processo e,quando isso ocorre os honorários legais máximos de 20% devem ser divididos em proporção,não sendo admissível a condenação do autor no máximo de 20% para cada réu vencedor,devendo ser observado o mesmo critério na situação inversa de réus vencidos. Mas, “se um

dos autores é excluído da demanda, deverá pagar honorários ao procurador do réu, emboraeste seja vencido por outro autor, bem como deverá satisfazer as custas processuais, emproporção na forma do art. 21. Do mesmo modo, se um dos réus foi excluído da lide (...)” [53] .

 

 

Art. 24. Nos procedimentos de jurisdição voluntária, as despesas serão adiantadas pelo requer 

Nos procedimentos de jurisdição voluntária as despesas devem ser adiantadas pela pessoaque der início ao procedimento, mas divididas de forma proporcional, posteriormente, entre osinteressados.

 

Quando os procedimentos de jurisdição voluntária se organizam e se desenvolvem comlitigiosidade (ex. interdição), a regra da sucumbência é inteiramente aplicável, pelo menos nocaso de vir a ser rejeitado o pedido e inclusive no que pertine à imposição de verba honorária [

54].

 

 

Art. 25. Nos juízos divisórios, não havendo litígio, os interessados pagarão as despesas propor 

Os juízos divisórios operam simples transformação da relação entre os interessados. Quem vaia juízo pedir a divisão apenas exercita um direito, e nada pede contra ninguém. Deste modo, a

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regra do art. 25 do CPC diz que nos juízos divisórios, não havendo litígio, os interessadospagarão as despesas proporcionalmente a seus quinhões. Se surgir litígio, contudo, aplica-se aregra do art. 20 do CPC.

Art. 26. Se o processo terminar por desistência ou reconhecimento do pedido, as despesas e o

§ 1 o Sendo parcial a desistência ou o reconhecimento, a re

§ 2 o Havendo transação e nada tendo as partes disposto q 

Havendo desistência da ação ou sendo reconhecido do pedido, as despesas serão arcadaspela parte que desistiu ou reconheceu, de acordo com o caput do artigo 26 do CPC, observadaa proporcionalidade, se a desistência ou o reconhecimento forem parciais. Depois decontestada a lide, dúvida não pode haver quanto à necessidade de imposição de verbahonorária em favor do réu.

 

No silêncio das partes e havendo transação, as despesas devem ser dividas igualmente.

 

No que se refere aos honorários advocatícios diz o artigo 24, par. 4° da Lei n° 8.906/94, que“O acordo feito pelo cliente do advogado e a parte contrária, salvo aquiescência do profissional,não lhe prejudica os honorários, quer os convencionados, quer os concedidos por sentença.”

 

A Medida Provisória n° 2226/2001, acrescentou ao art. 6° da Lei n° 9.469/97, o §2º, no

sentido de que nos acordos ou transações celebrados pela Fazenda Pública para extinguir ouencerrar processo judicial, inclusive nos casos de extensão administrativa de pagamentospostulados em juízo, implicará sempre a responsabilidade de cada uma das partes pelopagamento dos honorários de seus respectivos advogados, mesmo que tenham sido objeto decondenação transitada em julgado.

Art. 27. As despesas dos atos processuais, efetuados a requerimento do Ministério Público ou

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A doutrina tem feito interpretação desse dispositivo que diferencia o tratamento dispensado àFazenda Pública quando esta é parte e quando sua intervenção no processo não é feita nestaqualidade. Assim, a lição de Barbi [55] : “A Fazenda Pública pode atuar em juízo como autoraou como ré, em defesa de seus direitos. Nesse caso, se vencida, cabe-lhe a responsabilidade

pelas custas e honorários de advogado do vencedor, na forma das regras gerais do artigo 20 eseu § 4°. Mas se sua intervenção não tem esse caráter, mas sim a de mera atividadefiscalizadora, como, v.g., para verificar o pagamento de tributos ou contribuições que lhe sejamdevidas, aí terá aplicação a regra do artigo 27.

 

No Recurso Especial n° 366.005-RS, antes citado, a Ministra Eliana Calmon faz interpretaçãono sentido que o dispositivo refere-se à oportunidade do pgaamento:

 

“Foi magistralmente interpretado o dispositivo pelo Ministro Humberto Gomes de Barros,indicação de Theotonio Negrão: ‘A exegese ampliativa do dispositivo inscrito no artigo 27conduz à irracionalidade. Estou convencido, porém, de que não se pode atribuir esta anomaliaao legislador. Com efeito, o artigo 27 do Código de Processo Civil, diz, in verbis : (...) Comose vê a disposição legal não outorgava isenção. Cuidava, somente, da oportunidade em queseriam efetuados os pagamentos das despesas dos atos, não das despesas necessárias àsexecuções dos atos. Atenta para esta sutileza do legislador, a 2ª Turma do Tribunal Federal de

Recursos, conduzida pelo E. Ministro José Cândido, proclamou: ‘Se a autarquia requer períciae o perito oficial pleiteie adiantamento para as despesas necessárias, deve a requerente provertais despesas’”. 

Ao final, conclui a Ministra que a Fazenda Pública deve arcar com as despesas de postagemdas cartas de citação e que o artigo 1212 do CPC só tem aplicação aos atos processuais queestão sujeitos a selos, emolumentos, taxas ou contribuições de qualquer natureza e não aoserviço prestado por terceiras pessoas. No mesmo sentido, aliás, a Súmula 232 do E. STJ: AFazenda Pública quando parte no processo, fica sujeita à exigência do depósito prévio doshonorários do perito.”

 

Conforme se verifica, o v. acórdão atribui à Fazenda a responsabilidade pelo adiantamento dasdespesas para a execução de determinado ato, excluindo de qualquer pagamento os atos

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remunerados por custas. No entanto, não é pacífico o entendimento do que seriam despesaspara execução de atos não remunerados pelas custas processuais.

 

Decisão proferida em 04.02.2003 no Recurso Especial n° 446361, Rel. o Min. Luiz Fux, 1ªTurma foi no seguinte sentido:

 

“O sistema processual exonera a Fazenda Pública de arcar com quaisquer despesas, pro 

domo sua 

, quando litiga em juízo, suportando, apenas as verbas decorrentes da sucumbência ( art. 27 e

1.212, parágrafo único do CPC). Tratando-se de execução fiscal é clara a lei quanto àexoneração, consoante se colhe dos artigos 7° e 39 da Lei n° 6.830/80. Enquanto nãodeclarada inconstitucional a lei, cumpre ao STJ velar pela sua aplicação. A citação postalconstitui-se ato processual cujo valor está abrangido nas custas processuais, as quais sereferem ao custeio dos atos não abrangidos pela atividade cartorial, como é o caso doshonorários do perito e diligências promovidas por Oficial de Justiça. Como a Fazenda Públicanão está obrigada ao pagamento de custas, não há que se exigir o prévio adimplemento do“quantum” equivalente à postagem de carta citatória”[56].

 

A decisão acima, como se viu, considerou também o disposto na Lei de Execuções Fiscais,segundo o qual a Fazenda Pública não está sujeita ao pagamento de custas e emolumentos. A

práticas de atos judiciais de seu interesse independerá de preparo ou de prévio preparo.

 

O E STJ, presente o entendimento acerca das despesas necessárias à execução dos atosprocessuais, editou a Súmula 190, segundo a qual na execução fiscal processada perante aJustiça Estadual, cumpre à Fazenda antecipar despesas com oficiais de justiça.

 

Resta mencionar, ainda, quanto à Fazenda Pública, que a Lei Federal n° 9.028/95, de certaforma reiterando o disposto no art. 1.212, parágrafo único, do CPC, dispôs que a União, suas

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autarquias e fundações são isentas de custas e emolumentos e demais taxas judiciárias emquaisquer foros ou instâncias, sendo de salientar-se que, inclusive em regimentos respectivospodem ser encontradas disposições que isentam a Fazenda Pública das custas. [57]

 

Também com referência ao Ministério Público tem-se que as despesas com atos processuaispor ele requeridas são pagas ao final pelo vencido, em complemento ao artigo 19, par. 2° doCPC. Mas, para Barbi [58] , quando o Ministério Público age como autor, tem aplicação o artigo20, que contém o princípio geral sobre responsabilidade por despesas e honorários deadvogado. Invocando, dentre outras, esta lição de Barbi, a Primeira Câmara Cível do Tribunalde Justiça de nosso Estado já decidiu que uma vez improcedente ação civil pública ajuizadapelo Ministério Público, ao Estado deve ser atribuído o pagamento das despesas do processo,que deverá ser descontada da verba orçamentária destinada ao Ministério Público

[59].

Art. 28. Quando, a requerimento do réu, o juiz declarar extinto o processo sem julgar o mérito (o

 

), o autor não poderá intentar de novo a ação, se 

Nos termos do artigo 267, inciso III do CPC, a paralisação do processo por mais de 30 dias, poromissão do autor, acarreta a extinção do feito sem resolução do mérito.

 

A regra do art. 28 tem aplicação a outros casos de extinção do feito sem apreciação do mérito,razão pela qual deveria feito remissão ao artigo 268 do CPC e não apenas ao par. 2° do art.267, que refere-se ao incido III deste dispositivo.

 

Na lição de Cahali: “Não obstante a remissão ao art. 28, feita pelo o artigo 267, par. 2°,referindo-se apenas aos seus incisos II e III, e reciprocamente, à remissão feita pelo art. 28exclusivamente ao art. 267, par. 2°, não padece de dúvidas que as regras aqui estatuídas sãoigualmente aplicáveis nos demais casos de extinção do processo sem julgamento do mérito,exceto quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência e coisa julgada” [60] .

 

Art. 29. As despesas dos atos, que forem adiados ou tiverem de repetir-se, ficarão a cargo da p 

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Além do adiamento ou da repetição, Pontes de Miranda aponta outra situação: “c) o da perdada oportunidade de se praticar o ato ou a diligência”, como, por exemplo, morte da testemunha.Segundo ele, “as despesas podem ter sido pagas, pelo adiamento ou pelas despesasrealizadas, aplicando-se a mesma regra do artigo 29 à hipótese” [61] . O justo motivo, segundoo mesmo autor [62] , émenos forte do que “força maior”, havendo maior discricionariedade do Magistrado na suaapreciação do que no caso do artigo 31, adiante examinado.

  Art. 30.

 

Quem receber custas indevidas ou excessivas é obrigado a restituí-las, i 

Custas indevidas são as que não tem previsão no regimento ou na lei. Excessivas são aquelasexigidas em valor maior do que o devido. A multa aí tratada é penalidade e distingue-se dascustas do processo. Deverá, de acordo com o artigo 35 do CPC, ser revertida ao Estado.

 

Art. 31. As despesas dos atos manifestamente protelatórios, impertinentes ou su 

Atos protelatórios são os que retardam o feito, impertinentes são aqueles estranhos à ação esupérfluos são atos desnecessários.

 

Duas condições, pois, são necessárias para aplicação do art. 31: que os atos sejammanifestamente protelatórios, impertinentes ou supérfluos, e haja impugnação da outra parte,que pode ser feita antes ou depois do ato. Constatada a existência de tais atos, “na sentença o juiz deve condenar o vencido, mas a condenação não passa à outra parte, que impugnou o atoou os atos e foi vencida na causa, o dever de prestar o importe. Seria absurda tal solução” [63].

 

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Escrito por Márcia Regina Lusa Cadore WeberSáb, 24 de Novembro de 2007 00:00

 

Art. 32. Se o assistido ficar vencido, o assistente será condenado nas custas em proporção à a 

Quando terceiro tiver interesse jurídico em que a sentença seja favorável a uma das partes,prevê o artigo 50 do CPC sua intervenção no feito na qualidade de “assistente”. Se a parteassistida restar derrotada, de acordo com o artigo 32 do CPC, o assistente será condenado nascustas em proporção das atividades que houver exercido no processo. Tem o juiz de verificarquando, desde quando e até quando o assistente tomou parte no processo, verificar quais osatos a que deu causa, etc [64] .

 

Art. 33. Cada parte pagará a remuneração do assistente técnico que houver indicado; a do peri 

A disposição, contida no artigo 33 do CPC, deve ser interpretada de forma conjunta com osarts. 19 e 20, par. 2°. “A expressão pagar significa simples adiantamento de dinheiro para asdespesas, atendendo, assim, à norma do artigo 19 (...) Quando for proferida sentença final,haverá a fixação definitiva da responsabilidade pelas despesas já feitas. E essaresponsabilidade, segundo o art. 20 do CPC, cabe ao vencido(...) O §2° dói artigo 20 completao esclarecimento do assunto, porque, ao determinar quais são as despesas referidas no artigo ,diz que elas abrangem a remuneração do assistente técnico” [65] .

 

A possibilidade de o juiz determinar o depósito do valor correspondente à remuneração doperito, inserida pela Lei n° 8.952/94, evita eventual ausência de pagamento e fixa aoportunidade de faze-lo.

Art. 34 . Aplicam-se à reconvenção, à oposição, à ação d 

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Escrito por Márcia Regina Lusa Cadore WeberSáb, 24 de Novembro de 2007 00:00

A oposição ocorre quando uma pessoa pretende, no todo ou em parte, a coisa ou o direito queé objeto de uma ação entre outras pessoas. A lei processual lhe faculta, desde logo, ingressarno processo na qual estas outras pessoas são parte [66] . Nesse caso, o opoente, assumecondição de autor e coloca o autor e réu do processo como réus, eis que contra estes propõe

ação. Sendo uma ação, a oposição se sujeita às regras antes examinadas quanto às despesasdo processo e honorários de advogado.

 

Na ação declaratória incidental, se o juiz julgar procedente a ação principal e a declaratóriaincidental, aplica-se a regra do art. 20 do CPC. Se a declaratória incidental foi procedente e aação principal improcedente, deve ser aplicado o disposto no art. 21 do CPC, que diz respeito àcompensação.

 

Nos feitos de jurisdição voluntária, não haverá aplicação das regras relativas a honorários,salvo se surgir litígio, quando então se aplica a regra da sucumbência quanto às despesas ehonorários.

 

Tratando-se a reconvenção de demanda proposta pelo réu contra o autor, no mesmo processoem que se desenvolve a ação ajuizada por esse, sujeita-se às mesmas regras das ações no

que diz com despesas processuais e honorários de advogado.

 

 

Art. 35. As sanções impostas às partes em conseqüência de má-fé serão contadas como custa 

Se forem várias as partes opostas à que praticou o ato de má-fé, a quantia será pelas mesmas

divida, na proporção do interesse na causa. Se o ato de má-fé foi praticado apenas contra um,somente este é beneficiado.

 

Referências Bibliográficas

 

ALVIM, ARRUDA. Código de Processo Civil Comentado. Vol. 2. Ed. RT, 1975

 

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Comentários aos artigos 19 a 35 do Código de Processo Civil - Seção III Das despesas e das multas

Escrito por Márcia Regina Lusa Cadore WeberSáb, 24 de Novembro de 2007 00:00

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MAGALHÃES, Hugo Carvalho. Os Honorários Advocatícios e as Custas Processuais na

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TESHEINER, José Maria. Honorários Advocatícios-Compensação Admissível. Disponível

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THEODORO JUNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil, 1. Rio de Janeiro:Forense, 1994

 

[1] THEODORO JUNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil, 1. Rio de Janeiro:Forense, 1994, pág. 88

 

[2] ASSIS, Araken de. Benefício da Gratuidade. Ajuris, Porto Alegre, n. 73, julho/1998, pág.162 e seguintes.

 

[3] PONTES DE MIRANDA. Comentários ao Código de Processo Civil, Tomo I. Rio deJaneiro: Forense, 1975, pág. 408.

 

[4] Ob. cit. pág. 409

 

[5] CAHALI, Yussef Said. Honorários Advocatícios. 3ª ed. rev. atual. e ampl.. São Paulo:Editora Revista dos Tribunais, 1997.

 

[6] BARBI. Celso Agrícola. Comentários ao Código de Processo Civil, Vol. I, arts. 1° a 153.

Rio de Janeiro: Forense, 2002, pág. 135.

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[7] Barbi, Comentários, pág. 136

 

[8] Araken de Assis, Gratuidade, pág. 165.

 

[9] Theodoro Junior, Curso, pág. 88.

 

[10] ALVIM, ARRUDA. Código de Processo Civil Comentado. Vol. 2. Ed. RT, 1975, p. 172.

 

[11] MONIZ DE ARAGÃO. Comentários ao Código de Processo Civil, vol. 2, Forense,1983, p. 395

 

[12] Parecer publicado na Revista Forense n° 235/58

 

[13] PRUDENTE, Antônio Souza. Custas Processuais. AJURIS. Porto Alegre, Ano XXII, 1995,pág. 281 e segs. Neste artigo o autor faz críticas à decisão do E. STF prolatada no Rext. N°116.208-MG. Rel. Min. Moreira Alves, D. J. de 08.06.90, no qual atribuiu-se às custas natureza jurídica de tributo.

 

[14] ADIN –MC 1926, na apreciação da medida liminar pelo Tribunal Pleno, Rel o Min.Sepúlveda Pertence, j. em 19.04.99, DJ de 10.06.99; ADIN n° 1707, apreciação da medidaliminar, Relator o Min. Moreira Alves, j. em 01.07.98, D.J. de 16.10.98.

 

[15] STJ, 2ª Turma, RESp 366005, Rel. Ministra Eliana Calmon, j. em 17.12.2002, DJ de10.03.2003.

 

[16] Araken de Assis, Gratuidade da Justiça, pág. 165

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[17] Na ADIN 1707, a legitimidade constitucional da taxa judiciária é expressamente admitida,salvo alíquota excessiva.

 

[18] STJ, Recurso Especial n° 31.394-4-SP, Terceira Turma, Relator: Min. Eduardo Ribeiro, j.em 22.06.1993, publicado na Revista de Jurisprudência do STJ n° 50, pág. 328 e seguintes.

 

[19] Pontes de Miranda. Comentários, pág. 411.

 

[20] Barbi, Comentários, pág. 133.

 

[21] Conforme entendimento exarado pela Segunda Turma do E. STF no RecursoExtraordinário n° 205029, Rel. Ministro Carlos Velloso, j. em 26.11.96, DJ de 07.03.97 e RTJ163/415.

 

[22] Araken de Assis, Gratuidade..., Ajuris, pág. 163

 

[23] O art. 3° da Lei 1.060/50 enumera: taxas judiciárias, selos, emolumentos e custas,despesas com publicações, indenizações com testemunhas, honorários advocatícios e periciaisdespesas com exame de DNA.

 

[24] Lei 10.317, de 06.12.01.

 

[25] Araken de Assis, Gratuidade..., Ajuris, pág. 169/170. Este entendimento doutrináriobaseia-se em julgamento prolatado pelo 2° Grupo Cível do E. Tribunal de Justiça do Estadodo Rio Grande do Sul, 2° Grupo de Câmaras Cíveis, MS 593093404, 10-11-95, Rel. Des.Araken de Assis, publicado na RJTJRS 176/341.

 

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[26] Araken de Assim, Gratuidade..., pág. 172

 

[27] Araken de Assis, Gratuidade...pág. 173- O autor aponta exemplos de gratuidade da justiça independentemente da necessidade econômica a designação de defensor público aoréu nos termos do art. 261 do CPP e assistência judiciária prestada nas causas de menor valoreconômico ( art. 9°, par. 1° da Lei n° 9.099/95)

 

[28] No Tribunal de Justiça do Estado do RS resta pacificado o entendimento no sentido dapossibilidade de concessão do benefício da assistência judiciária gratuita, desde que hajacomprovação da impossibilidade de custeio das custas - Agravo de Instrumento Nº

70014801575, Décima Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: LuísAugusto Coelho Braga, Julgado em 03/04/2006. No mesmo sentido o entendimento do STJ:REsp 809651, 1ª Turma, Rel. Min. Francisco Falcão, DJ 13.03.2006 p. 229.

 

[29] Comentários, pág. 416

 

[30] CHIOVENDA, Giusepe. Instituições de direito processual civil. Campinas, Bookseller,2002, 3v, pp.242 e 243

 

[31] CAHALI, Yussef Said. Honorários Advocatícios. 3ª ed., rev. ampl. e atual. São Paulo. Ed.Revista dos Tribunais, 1997, pp. 51 e segs.

 

[32] Barbi, Comentários..., pág. 76.

 

[33] Arts. 162, par. 1º, 267 e 269 do CPC, todos na redação dada pela Lei nº 11.232/2005.

 

[34] Cahali, Honorários Advocatícios, pág. 78/79

 

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[35] Comentários, pág. 262.

 

[36] MAGALHÃES, Hugo Carvalho. Os Honorários Advocatícios e as Custas Processuais nadenunciação de lide feita pelo réu. Revista de Processo, n° 65, pág. 225/226.

 

[37] Súmula 256 do E. STF. No mesmo sentido o Recurso Especial n° 3052-RJ, STJ, 3ªTurma, Rel. o Min. Eduardo Ribeiro, j. em 11.09.90, DJU de 09.01.90, pág. 10.894.

 

[38] Cahali, Honorários..., pág. 107. Também na mesma senda decisão prolatada no RESp12.585-SP, STJ, 3ª Turma, Rel. o Min. Dias Trindade, j. em 09.09.91, DJU de 30.09.91, p.13.484.

 

[39] Este é o entendimento do E. STJ, conforme acórdão publicado na Revista deJurisprudência do STJ, n° 132/17, oriundo da Corte Especial, entendimento, contudo, criticadopor Cahali (ob.cit. pág. 122/124).

 

[40] Cahali, ob. cit. pág. 336

 

[41] ASSIS, Araken de. Cumprimento da Sentença. Rio de Janeiro: Forense, 2006, pág. 135.

 

[42] ASSIS, 2006, p. 264.

 

[43] TESHEINER, José Maria Rosa (Coord). Nova Sistemática Processual Civil. Caxias doSul: Plenim, 2006, p. 132.

 

[44] Comentários, pág. 137

 

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[45] Cahali, Honorários, pág. 462 . Para o autor as despesas de viagem do advogado nãoestariam incluídas no artigo 20, par. 2° do CPC, contrariamente à Celso Agrícola Barbi.

 

[46] Cahali, Honorários...pág. 467 e segs.

 

[47] Cahali, Honorários, pág. 491-RJTJSP 116/148 e RTJ 85/978

 

[48] STJ, 1ª Seção, EREsp 653087-SC, Rel. Min. José Delgado, j. em 13.04.2005, DJ de

18.09.2005, p. 183.

 

[49] Art. 475-Q. Quando a indenização por ato ilícito incluir prestação de alimentos, o juiz,quanto a esta parte, poderá ordenar ao devedor constituição de capital, cuja renda assegure opagamento do valor mensal da pensão.§ 2 o O juiz poderá substituir a constituição docapital pela inclusão do beneficiário da prestação em folha de pagamento de entidade dedireito público ou de empresa de direito privado de notória capacidade econômica, ou, arequerimento do devedor, por fiança bancária ou garantia real, em valor a ser arbitrado de

imediato pelo juiz.

 

[50] A Lei nº 8.906/94 dispõe acerca do Estatuto da Advocacia e seu art. 23 diz que oshonorários são do advogado

 

[51] Disponível na internet via < http://www.tex.pro.br/wwwroot/42de02122002/caminho.htm>

.

 

[52] BARBI, Comentários, págs. 151 e 152. Cita como exemplo de objeção de direitoprocessual incapacidade das partes e de direito substancial o pagamento.

 

[53] CAHALI, Honorários.pág. 177/179

 

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[54] Cahali, Honorários..., pág. 877

 

[55] Comentários...pág. 158

 

[56] D.J. de 24.02.2003-pág. 198.

 

[57] Cahali, Honorários...pág. 488

 

[58] Comentários, pág. 158

 

[59] TJRGS, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n° 5920668-8, j. em 16.03.93, rel. o Des.Araken de Assis.

 

[60] Honorários, pág. 659

 

[61] Comentários, pág. 431.

 

[62] Comentários, pág. 432.

 

[63] Pontes de Miranda...Comentários, pág. 435.

 

[64] Pontes de Miranda, Comentários, pág. 435

 

[65] Barbi, Comentários, pág. 166

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[66] Art. 56. Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre quecontrovertem autor e réu, poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição contra

ambos.

 

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