comportamento dos preços do mibel tendo em conta cenários … · 2019. 7. 14. · 4.4.2.2....

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Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto Comportamento dos Preços do MIBEL Tendo em Conta Cenários de Aumento de Veículos Elétricos António José Mendes Cruz de Sousa VERSÃO FINAL Dissertação realizada no âmbito do Mestrado Integrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores Major Energia Orientador: Prof. Dr. João Tomé Saraiva Coorientador: Eng. José Carlos Sousa Fevereiro de 2017

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Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

Comportamento dos Preços do MIBEL Tendo em Conta Cenários de Aumento de Veículos Elétricos

António José Mendes Cruz de Sousa

VERSÃO FINAL

Dissertação realizada no âmbito do Mestrado Integrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores

Major Energia

Orientador: Prof. Dr. João Tomé Saraiva Coorientador: Eng. José Carlos Sousa

Fevereiro de 2017

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© António José Mendes Cruz de Sousa, 2017

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Resumo

A proteção do meio ambiente, o aumento do preço e a progressiva escassez do petróleo têm criado

condições favoráveis para ocorrer o incremento da mobilidade elétrica com a introdução massiva de

veículos elétricos no parque automóvel de um país ou conjunto de países. O aumento do número de

veículos elétricos que se ligam à rede elétrica com o propósito de carregar as suas baterias tem grande

impacto num Sistema Elétrico de Energia, na produção de energia elétrica e por sua vez nos preços

da energia.

Assim, nesta Dissertação foi desenvolvida uma aplicação computacional que permite avaliar o

impacto do carregamento de veículos elétricos no preço do mercado diário de eletricidade existente

entre Portugal e Espanha, MIBEL. Para tal é necessário introduzir num ficheiro de Input, o número de

veículos cujas baterias se encontrem a carregar em cada hora e a potência de cada bateria, em kW.

Ao longo desta Dissertação foram realizadas simulações em relação a alguns cenários específicos

de forma a tirar conclusões quanto à variação do aumento de preços. Depois, compararam-se os

resultados mais importantes deste estudo, ou seja, a influência do aumento de veículos elétricos a

carregar (20000, 50000 e 100000), o valor da potência unitária de cada bateria (3 kW, 20 kW e 50 kW)

e os dias de muita e pouca produção hídrica, de muita e pouca produção eólica, de muita e pouca

produção térmica.

Tendo em conta os cenários descritos anteriormente é possível concluir que o aumento da

potência unitária das baterias tem um impacto maior que o aumento do número de veículos elétricos

a carregar. Quanto aos outros cenários considerados, conclui-se que nos dias de elevada produção

hídrica e pouca produção térmica o aumento percentual do preço é mais elevado se comparado com

o dos restantes dias selecionados.

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Abstract

The protection of the environment, the rising prices and the progressive oil shortage have

created great conditions for the increase of electric mobility with the massive introduction of

electric vehicles on the vehicle fleet of a country or group of countries. The increase of electric

vehicles that connect to the Electric Grid for charging their batteries has a major impact on the

Electric Power System, in the production of electric energy and on the energy prices.

So, in this Master Thesis, was developed an application that allows to evaluate the impact of the

charging electric vehicles on the price of the daily market of electricity existing between Portugal

and Spain, the MIBEL. For that, it’s necessary to introduce an Input file which contains the number

of charging vehicles every hour and the power of each battery, in kW.

This Master Thesis has simulations from specific scenarios to make conclusions about the

variation of the energy price increase. Then, the most important results of this study were compared

the influence of the increase of charging electric vehicles (20000, 50000 and 100000), the unit power

of each battery (3 kW, 20 kW and 50 kW) and the days of high and low hydroelectric production, high

and low wind production and high and low heat production.

In conclusion, the increase in unit power of batteries has a bigger impact than the increase of

the number of charging electric vehicles. In the other cases, in the days of high hydroelectric

production and low heat production, the percentage of energy price increase is higher than the other

days selected.

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Palavras-Chave

Mercados de Eletricidade, Preços, Veículos Elétricos

Keywords

Electricity Markets, Electricity Prices, Electric Vehicles

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Agradecimentos

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer ao orientador desta Dissertação, o Professor Doutor João

Tomé Saraiva, pela oportunidade de estudar este tema, pela disponibilidade apresentada e pela ajuda

despendida ao longo do semestre.

Gostaria também de gratificar a instituição, a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto,

por fornecer todas as condições para o estudo e a realização desta Dissertação.

Agradeço a colaboração, o fornecimento de dados e as discussões tidas com colaboradores da EDP

Gestão da Produção S.A., nomeadamente com o Engenheiro José Carlos Sousa.

Dirijo um agradecimento especial à minha família, particularmente aos meus pais, à minha irmã

e à minha avó pelo apoio e incentivo constantes e pelos ensinamentos de vida transmitidos.

Por último, mas não menos importante, gostaria de agradecer aos meus amigos pela ajuda, pela

boa disposição e pelo bom ambiente fundamentais na elaboração desta Dissertação.

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Índice

Resumo ............................................................................................ iii

Abstract ............................................................................................. v

Palavras-Chave ................................................................................... vii

Keywords .......................................................................................... vii

Agradecimentos .................................................................................. ix

Índice............................................................................................... xi

Lista de figuras ................................................................................... xv

Lista de tabelas ................................................................................. xxi

Abreviaturas e Símbolos ..................................................................... xxiii

Capítulo 1 .......................................................................................... 1

Introdução......................................................................................................... 1 1.1. Contexto ................................................................................................. 1 1.2. Objetivos ................................................................................................ 2 1.3. Estrutura da Dissertação ............................................................................. 2

Capítulo 2 .......................................................................................... 5

MIBEL- Mercado Ibérico de Eletricidade ..................................................................... 5 2.1. Introdução............................................................................................... 5 2.2. Dados históricos ........................................................................................ 5 2.3. Objetivos ................................................................................................ 7 2.4. Estrutura e o modelo do MIBEL ...................................................................... 7 2.4.1. Mercado grossista ................................................................................. 8 2.4.2. Mercado retalhista ................................................................................ 9 2.5. Modelos do MIBEL ...................................................................................... 9 2.5.1. Pool e Diário/intradiário ........................................................................ 9 2.5.2. Curva de oferta ................................................................................. 10 2.5.3. Curva de procura................................................................................ 10 2.5.4. Preço de Encontro do Mercado ............................................................... 11 2.5.5. Propostas Complexas ........................................................................... 13 2.5.6. Contratos bilaterais ............................................................................ 14 2.5.7. Modelo misto .................................................................................... 16

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2.5.8. Mercado de serviços de sistema .............................................................. 16 2.5.9. Estrutura temporal do MIBEL ................................................................. 16 2.5.10. Separação de mercados – Market Splitting .......................................... 18 2.6. Supervisão dos mercados ........................................................................... 20

Capítulo 3 ......................................................................................... 21

Veículos Elétricos .............................................................................................. 21 3.1. História dos veículos elétricos ..................................................................... 21 3.2. Tipo e configuração de veículos elétricos ....................................................... 22 3.2.1. Battery Electric Vehicles ...................................................................... 22 3.2.2. Hybrid Electric Vehicles ....................................................................... 23 3.2.3. Fuel Cell Vehicles ............................................................................... 24 3.3. Impacto na rede elétrica ........................................................................... 25 3.3.1. Dumb charging .................................................................................. 26 3.3.2. Smart charging .................................................................................. 27 3.3.3. Carregamento baseado na tarifa bi-horária ................................................ 27 3.4. A utilização de VE em Portugal.................................................................... 27 3.4.1. Aspetos gerais ................................................................................... 27 3.4.2. Rede de Postos de Carregamento ............................................................ 28

Capítulo 4 ......................................................................................... 31

Descrição da metodologia e da aplicação desenvolvida ................................................ 31 4.1. Introdução............................................................................................. 31 4.2. Exemplo de cálculo .................................................................................. 32 4.2.1. Reta CB ........................................................................................... 34 4.2.2. Reta AB ........................................................................................... 34 4.2.3. Novo ponto C’ ................................................................................... 36 4.2.4. Cálculo do novo preço, correspondente ao ponto B’ ..................................... 37 4.3. Pressupostos do programa desenvolvido ......................................................... 38 4.4. Funcionamento e dinâmica do programa ........................................................ 39 4.4.1. Início e leitura de dados ....................................................................... 41 4.4.2. Tratamento dos dados ......................................................................... 44

4.4.2.1. Definição temporal ...................................................................... 44 4.4.2.2. Download dos ficheiros das curvas agregadas de oferta e de procura do MIBEL

45 4.4.2.3. Leitura dos ficheiros das curvas agregadas de oferta e de procura do MIBEL 46 4.4.2.4. Não ocorrência de market splitting .................................................. 47 4.4.2.5. Ocorrência de market splitting ....................................................... 52 4.4.2.6. Apresentação e escrita de resultados ............................................... 57

4.4.2.6.1. M – Voltar ao Menu ................................................................ 58 4.4.2.6.2. S – Apresenta os resultados no ecrã da janela ............................... 58 4.4.2.6.3. W – Escrever os resultados obtidos num ficheiro Excel, com o formato

“.xls” ...................................................................................... 59 4.4.2.6.4. E – Fechar o programa ........................................................... 60

4.5. Utilização de uma interface gráfica .............................................................. 60 4.6. Melhorias que podem ser efetuadas .............................................................. 61

Capítulo 5 ......................................................................................... 63

Resultados....................................................................................................... 63 5.1. Introdução............................................................................................. 63 5.2. Pressupostos considerados ......................................................................... 64 5.3. Níveis de carregamento ............................................................................ 64 5.4. Análise de resultados ............................................................................... 65 5.4.1. Dia comum ....................................................................................... 66

5.4.1.1. Cenário 1 – número de veículos elétricos 20000 (5000 para PT e 15000 para ES) e nível 1 de carregamento (3 kW) ........................... 68

5.4.1.2. Cenário 2 – número de veículos elétricos 50000 (10000 para PT e 40000 para ES) e nível 1 de carregamento (3 kW) ....................................................... 72

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5.4.1.3. Cenário 3 – número de veículos elétricos 100000 (20000 para PT e 80000 para ES) e nível 1 de carregamento (3 kW) ....................................................... 75

5.4.1.4. Cenário 4 – número de veículos elétricos 20000 (5000 para PT e 15000 para ES) e nível 2 de carregamento (20 kW) .......................................................... 79

5.4.1.5. Cenário 5 – número de veículos elétricos 20000 (5000 para PT e 15000 para ES) e nível 2 de carregamento (50 kW) .......................................................... 83

5.4.2. Dia com muita produção hídrica ............................................................. 87 5.4.3. Dia com muito pouca produção hídrica ..................................................... 92 5.4.4. Dia com muita produção eólica .............................................................. 97 5.4.5. Dia com muito pouca produção eólica ..................................................... 102 5.4.6. Dia com muita produção térmica ........................................................... 107 5.4.7. Dia com muito pouca produção térmica ................................................... 112 5.4.8. Dia de mudança da hora de inverno para a hora de verão ............................. 117 5.4.9. Dia de mudança da hora de verão para a hora de inverno ............................. 121 5.4.10. Comparação entre dias ................................................................ 125

5.4.10.1. Influência do aumento do número de veículos elétricos ........................ 125 5.4.10.2. Influência do aumento da potência unitária de cada bateria .................. 127 5.4.10.3. Influência dos dias selecionados anteriormente .................................. 129

Capítulo 6 ....................................................................................... 133

Conclusão ...................................................................................................... 133

Referências ..................................................................................... 137

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Lista de figuras

Figura 2.1 - Estrutura organizacional do MIBEL. ................................................................. 8

Figura 2.2 - Curvas agregadas de oferta e procura e o ponto de interseção correspondente ao preço de encontro do mercado e à quantidade negociada. ........................................... 11

Figura 2.3 - Representação gráfica da Função de Benefício Social. ....................................... 13

Figura 2.4 - Tipos de negociações utilizadas por Portugal no MIBEL (dados referentes a outubro de 2015)......................................................................................................... 15

Figura 2.5 - Horário dos mercados intradiários do MIBEL. ................................................... 18

Figura 2.6 - Estrutura e funcionamento do market splitting................................................ 19

Figura 3.1 - Nissan Leaf. ........................................................................................... 23

Figura 3.2 – Toyota Prius. ......................................................................................... 24

Figura 3.3 – Toyota Mirai. ......................................................................................... 25

Figura 4.1 – Curvas agregadas de oferta e de procura para a hora 17 do dia 17/10/2016. ............ 32

Figura 4.2 – Preço horário do mercado diário. ................................................................. 32

Figura 4.3 – Curvas agregadas de oferta e de procura, contendo os pontos C, A e B. .................. 33

Figura 4.4 – Curvas agregadas de oferta e de procura, contendo a reta yCB. ........................... 34

Figura 4.5 – Curvas agregadas de oferta e de procura, contendo a reta yAB. ........................... 35

Figura 4.6 – Curvas agregadas de oferta e de procura, contendo a reta yC’B’. ......................... 37

Figura 4.7 – Janela de apresentação. ........................................................................... 42

Figura 4.8 – Células onde se introduzem os dados temporais e os dados relativos aos veículos elétricos a carregar. .......................................................................................... 42

Figura 4.9 – Excerto da função example_read_input do código. ........................................... 44

Figura 4.10 – Excerto dos ciclos for do código. ................................................................ 45

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Figura 4.11 – Excerto da construção dos links para o download dos ficheiros das curvas e do preço marginal presente no código. ....................................................................... 45

Figura 4.12 – Utilização da função URLDownloadToFile para extrair os ficheiros....................... 46

Figura 4.13 – Utilização da função example_read_first para testar a existência dos ficheiros....... 47

Figura 4.14 – Excerto da função exemple_read do código. ................................................. 48

Figura 4.15 – Utilização da função URLDownloadToFile para extrair os ficheiros....................... 48

Figura 4.16 – Utilização da função example_read2 para calcular o preço marginal. ................... 49

Figura 4.17 – Excerto da função exemple_read_VE_Power_single do código. ........................... 50

Figura 4.18 – Cálculo do novo preço da energia, da diferença de preços e da percentagem de aumento de preço. ............................................................................................ 51

Figura 4.19 – Passagem de todos os valores para a estrutura precos_mercado_valor. ................. 51

Figura 4.20 – Utilização da função URLDownloadToFile para extrair os ficheiros das curvas de Portugal e de Espanha. ....................................................................................... 52

Figura 4.21 – Utilização da função URLDownloadToFile para extrair o ficheiro do preço marginal de Portugal e de Espanha. ................................................................................... 53

Figura 4.22 – Excerto da função example_readPTES do código. ........................................... 54

Figura 4.23 – Cálculo do novo preço da energia, da diferença de preços e da percentagem de aumento de preço para o caso de Portugal. ............................................................. 55

Figura 4.24 – Passagem de todos os valores para a estrutura precos_mercado_valor2. ............... 56

Figura 4.25 – Cálculo do novo preço da energia, da diferença de preços e da percentagem de aumento de preço para o caso de Espanha. .............................................................. 57

Figura 4.26 – Passagem de todos os valores para a estrutura precos_mercado_valor3. ............... 57

Figura 4.27 – Apresentação dos resultados do programa no ecrã. ......................................... 58

Figura 4.28 – Apresentação dos resultados do programa no ficheiro Excel. .............................. 59

Figura 4.29 – Apresentação dos resultados do programa no ficheiro Excel. .............................. 60

Figura 4.30 – Interface gráfica do programa. .................................................................. 61

Figura 5.1 – Diagrama de produção térmica. .................................................................. 66

Figura 5.2 – Diagrama de produção hídrica. .................................................................... 66

Figura 5.3 – Diagrama de produção hídrica. .................................................................... 66

Figura 5.4 – Diagrama de produção eólica. ..................................................................... 67

Figura 5.5 – Gráfico do preço horário do mercado diário obtido no site da OMIE. ...................... 67

Figura 5.6 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo. ............................................. 70

Figura 5.7 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo. ............................................. 70

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Figura 5.8 – Gráfico horário da diferença entre o preço novo e do preço antigo, ou seja, a variação absoluta. ............................................................................................ 71

Figura 5.9 – Gráfico horário da variação percentual do preço novo em relação ao preço antigo. ... 71

Figura 5.10 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo. ........................................... 74

Figura 5.11 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo. ........................................... 74

Figura 5.12 – Gráfico horário da diferença entre o preço novo e do preço antigo, ou seja, a variação absoluta. ............................................................................................ 74

Figura 5.13 – Gráfico horário da variação percentual do preço novo em relação ao preço antigo. .. 75

Figura 5.14 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo. ........................................... 78

Figura 5.15 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo. ........................................... 78

Figura 5.16 – Gráfico horário da diferença entre o preço novo e do preço antigo, ou seja, a variação absoluta. ............................................................................................ 78

Figura 5.17 – Gráfico horário da variação percentual do preço novo em relação ao preço antigo. .. 79

Figura 5.18 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo. ........................................... 82

Figura 5.19 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo. ........................................... 82

Figura 5.20 – Gráfico horário da diferença entre o preço novo e do preço antigo, ou seja, a variação absoluta. ............................................................................................ 82

Figura 5.21 – Gráfico horário da variação percentual do preço novo em relação ao preço antigo. .. 83

Figura 5.22 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo. ........................................... 86

Figura 5.23 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo. ........................................... 86

Figura 5.24 – Gráfico horário da diferença entre o preço novo e do preço antigo, ou seja, a variação absoluta. ............................................................................................ 86

Figura 5.25 – Gráfico horário da variação percentual do preço novo em relação ao preço antigo. .. 87

Figura 5.26 – Diagrama de produção hídrica. .................................................................. 88

Figura 5.27 – Diagrama de produção hídrica. .................................................................. 88

Figura 5.28 – Gráfico do preço horário do mercado diário obtido no site da OMIE. .................... 88

Figura 5.29 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo. ........................................... 91

Figura 5.30 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo. ........................................... 91

Figura 5.31 – Gráfico horário da diferença entre o preço novo e do preço antigo, ou seja, a variação absoluta. ............................................................................................ 91

Figura 5.32 – Gráfico horário da variação percentual do preço novo em relação ao preço antigo. .. 92

Figura 5.33 – Diagrama de produção hídrica. .................................................................. 92

Figura 5.34 – Diagrama de produção hídrica. .................................................................. 92

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Figura 5.35 – Gráfico do preço horário do mercado diário obtido no site da OMIE. .................... 93

Figura 5.36 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo. ........................................... 96

Figura 5.37 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo. ........................................... 96

Figura 5.38 – Gráfico horário da diferença entre o preço novo e do preço antigo, ou seja, a variação absoluta. ............................................................................................ 96

Figura 5.39 – Gráfico horário da variação percentual do preço novo em relação ao preço antigo. .. 97

Figura 5.40 – Diagrama de produção eólica. ................................................................... 97

Figura 5.41 – Gráfico do preço horário do mercado diário obtido no site da OMIE. .................... 98

Figura 5.42 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo. .......................................... 101

Figura 5.43 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo. .......................................... 101

Figura 5.44 – Gráfico horário da diferença entre o preço novo e do preço antigo, ou seja, a variação absoluta. ........................................................................................... 101

Figura 5.45 – Gráfico horário da variação percentual do preço novo em relação ao preço antigo. . 102

Figura 5.46 – Diagrama de produção eólica. .................................................................. 102

Figura 5.47 – Gráfico do preço horário do mercado diário obtido no site da OMIE. ................... 103

Figura 5.48 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo. .......................................... 106

Figura 5.49 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo. .......................................... 106

Figura 5.50 – Gráfico horário da diferença entre o preço novo e do preço antigo, ou seja, a variação absoluta. ........................................................................................... 106

Figura 5.51 – Gráfico horário da variação percentual do preço novo em relação ao preço antigo. . 107

Figura 5.52 – Diagrama de produção térmica. ............................................................... 107

Figura 5.53 – Diagrama de produção térmica. ................................................................ 107

Figura 5.54 – Diagrama de produção térmica. ................................................................ 108

Figura 5.55 – Gráfico do preço horário do mercado diário obtido no site da OMIE. ................... 108

Figura 5.56 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo. .......................................... 111

Figura 5.57 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo. .......................................... 111

Figura 5.58 – Gráfico horário da diferença entre o preço novo e do preço antigo, ou seja, a variação absoluta. ........................................................................................... 111

Figura 5.59 – Gráfico horário da variação percentual do preço novo em relação ao preço antigo. . 112

Figura 5.60 – Diagrama de produção térmica. ............................................................. 112

Figura 5.61 – Diagrama de produção térmica. ................................................................ 112

Figura 5.62 – Diagrama de produção térmica. ................................................................ 113

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xix

Figura 5.63 – Gráfico do preço horário do mercado diário obtido no site da OMIE. ................... 113

Figura 5.64 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo. .......................................... 116

Figura 5.65 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo. .......................................... 116

Figura 5.66 – Gráfico horário da diferença entre o preço novo e do preço antigo, ou seja, a variação absoluta. ........................................................................................... 116

Figura 5.67 – Gráfico horário da variação percentual do preço novo em relação ao preço antigo. . 117

Figura 5.68 – Gráfico do preço horário do mercado diário obtido no site da OMIE. ................... 117

Figura 5.69 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo. .......................................... 120

Figura 5.70 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo. .......................................... 120

Figura 5.71 – Gráfico horário da diferença entre o preço novo e do preço antigo, ou seja, a variação absoluta. ........................................................................................... 120

Figura 5.72 – Gráfico horário da variação percentual do preço novo em relação ao preço antigo. . 121

Figura 5.73 – Gráfico do preço horário do mercado diário obtido no site da OMIE. ................... 121

Figura 5.74 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo. .......................................... 124

Figura 5.75 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo. .......................................... 124

Figura 5.76 – Gráfico horário da diferença entre o preço novo e do preço antigo, ou seja, a variação absoluta. ........................................................................................... 124

Figura 5.77 – Gráfico horário da variação percentual do preço novo em relação ao preço antigo. . 125

Figura 5.78 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo (para 20000, 50000 e 100000 veículos elétricos). ........................................................................................... 126

Figura 5.79 – Gráfico horário da diferença entre o preço novo e do preço antigo, ou seja, a variação absoluta (para 20000, 50000 e 100000 veículos elétricos). ............................... 126

Figura 5.80 – Gráfico horário da variação percentual do preço novo em relação ao preço antigo (para 20000, 50000 e 100000 veículos elétricos). ...................................................... 127

Figura 5.81 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo para potências unitárias de 3 kW, 20 kW e 50 kW. ............................................................................................... 128

Figura 5.82 – Gráfico horário da diferença entre o preço novo e do preço antigo, ou seja, a variação absoluta para potências unitárias de 3 kW, 20 kW e 50 kW. .............................. 128

Figura 5.83 – Gráfico horário da variação percentual do preço novo em relação ao preço antigo para potências unitárias de 3 kW, 20 kW e 50 kW. .................................................... 129

Figura 5.84 – Gráfico horário do preço antigo, contendo todos os cenários estudados. .............. 130

Figura 5.85 – Gráfico horário do novo preço, contendo todos os cenários estudados. ................ 130

Figura 5.86 – Gráfico horário da diferença entre o preço novo e do preço antigo, ou seja, a variação absoluta, contendo todos os cenários estudados. .......................................... 131

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xx

Figura 5.87 – Gráfico horário da variação relativa percentual do preço novo em relação ao preço antigo, contendo todos os cenários estudados. ................................................. 131

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xxi

Lista de tabelas

Tabela 2.1 — Horário das sessões do MIBEL (fuso horário espanhol). ...................................... 17

Tabela 2.2 — Horário limite de cada sessão do mercado intradiário do MIBEL (fuso horário espanhol). ...................................................................................................... 17

Tabela 2.3 — Horário das sessões do MIBEL (fuso horário espanhol) ....................................... 18

Tabela 4.1 — Coordenadas dos pontos C, A e B. ............................................................... 33

Tabela 4.2 — Declive e ordenada na origem das retas CB e AB. ............................................ 35

Tabela 4.3 — Exemplo de construção de um perfil de carregamento. .................................... 36

Tabela 4.4 — Coordenada do ponto C’. ......................................................................... 36

Tabela 4.5 — Coordenadas do ponto B’. ........................................................................ 38

Tabela 5.1 — Valores introduzidos no ficheiro “Input.xls”. ................................................. 68

Tabela 5.2 — Valores obtidos pelo programa para o dia 7/4/2016......................................... 69

Tabela 5.3 — Valores introduzidos no ficheiro “Input.xls”. ................................................. 72

Tabela 5.4 — Valores obtidos pelo programa para o dia 7/4/2016......................................... 73

Tabela 5.5 — Valores introduzidos no ficheiro “Input.xls”. ................................................. 76

Tabela 5.6 — Valores obtidos pelo programa para o dia 7/4/2016......................................... 77

Tabela 5.7 — Valores introduzidos no ficheiro “Input.xls”. ................................................. 80

Tabela 5.8 — Valores obtidos pelo programa para o dia 7/4/2016......................................... 81

Tabela 5.9 — Valores introduzidos no ficheiro “Input.xls”. ................................................. 84

Tabela 5.10 — Valores obtidos pelo programa para o dia 7/4/2016. ...................................... 85

Tabela 5.11 — Valores introduzidos no ficheiro “Input.xls”. ................................................ 89

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xxii

Tabela 5.12 — Valores obtidos pelo programa para o dia 9/4/2016. ...................................... 90

Tabela 5.13 — Valores introduzidos no ficheiro “Input.xls”. ................................................ 94

Tabela 5.14 — Valores obtidos pelo programa para o dia 9/12/2016...................................... 95

Tabela 5.15 — Valores introduzidos no ficheiro “Input.xls”. ................................................ 99

Tabela 5.16 — Valores obtidos pelo programa para o dia 30/11/2016. .................................. 100

Tabela 5.17 — Valores introduzidos no ficheiro “Input.xls”. ............................................... 104

Tabela 5.18 — Valores obtidos pelo programa para o dia 23/12/2016. .................................. 105

Tabela 5.19 — Valores introduzidos no ficheiro “Input.xls”. ............................................... 109

Tabela 5.20 — Valores obtidos pelo programa para o dia 28/11/2016. .................................. 110

Tabela 5.21 — Valores introduzidos no ficheiro “Input.xls”. ............................................... 114

Tabela 5.22 — Valores obtidos pelo programa para o dia 8/5/2016. ..................................... 115

Tabela 5.23 — Valores introduzidos no ficheiro “Input.xls”. ............................................... 118

Tabela 5.24 — Valores obtidos pelo programa para o dia 27/3/2016..................................... 119

Tabela 5.25 — Valores introduzidos no ficheiro “Input.xls”. ............................................... 122

Tabela 5.26 — Valores obtidos pelo programa para o dia 30/10/2016. .................................. 123

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xxiii

Abreviaturas e Símbolos

Lista de abreviaturas

BEV Battery Electric Vehicles

BMW Bayerische Motoren Werke AG

CE Comissão Europeia

CEME Comercializador de Eletricidade para a Mobilidade Elétrica

CESUR Contratos de Energia para a Comercialização de Último Recurso

CMVM Comissão do Mercado de Valores Mobiliários

CNE Comisión Nacional de Energía

CNMV Comisión Nacional del Mercado de Valores

ERSE Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos

ES Espanha

EU European Union

EUA Estados Unidos da América

FCV Fuel Cell Vehicles

HEV Hybrid Electric Vehicles

IDE Integrated Development Environment

ISV Imposto Sobre Veículos

IUC Imposto Único de Circulação

IVA Imposto sobre o Valor Acrescentado

MIBEL Mercado Ibérico de Eletricidade

OE Orçamento de Estado

OMEL Operador del Mercado Ibérico de Energia

OMI Operador do Mercado Ibérico

OMIE Operador do Mercado Ibérico, Polo Espanhol

OMIP Operador do Mercado Ibérico, Polo Português

PDBF Programa Diário Base de Funcionamento

PDV Programa Diário Viável Final

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xxiv

PDVP Programas Diários Viáveis provisórios

PHEV Parallel Hybrid Electric Vehicles

PHF Programa Horário Final

PRE Produção em Regime Especial

PT Portugal

RAM Random Access Memory

REN Redes Energéticas Nacionais

RRC Regulamento de Relações Comerciais do Setor Elétrico

SAE Society of Automotive Engineers

SEE Sistemas Elétricos de Energia

SHEV Series Hybrid Electric Vehicles

S-PHEV Series-Parallel Hybrid Electric Vehicles

VE Veículos Elétricos

VW Volkswagen

V2G Vehicle-to-Grid

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Capítulo 1

Introdução

1.1. Contexto

A necessidade constante da proteção do meio ambiente, o aumento do preço e a escassez

das matérias primas petrolíferas têm criado condições para ocorrer o incremento da mobilidade

elétrica com a introdução massiva de veículos elétricos no parque automóvel desempenhando

um papel crucial no sistema elétrico de um país ou de aglomerados de países (mercados). Por

outro lado, a variação da carga promove mudanças nos preços de mercado da energia elétrica.

Estas alterações dos preços da energia elétrica têm impacto significativo na economia de um

país nomeadamente no setor energético. A utilização em massa de veículos elétricos permite

a redução da utilização de veículos automóveis com motor de combustão interna e, por

conseguinte, a diminuição de emissões de gases nocivos para o meio ambiente. A juntar a este

aspeto, há ainda a evolução tecnológica que os veículos elétricos vão sofrendo ao longo dos

anos, especialmente no que diz respeito à sua autonomia, à sua duração de carregamento das

baterias e à localização de postos de abastecimento. Neste contexto, cabe aos governos

implementar políticas e criar leis que promovam o desenvolvimento tecnológico e a

sustentabilidade ambiental.

O aumento do número de veículos elétricos que se ligam à rede elétrica com o propósito

de carregar as suas baterias tem grande impacto num Sistema Elétrico de Energia. Este aumento

implica o aumento substancial do consumo de energia, o que pode trazer problemas na

operação da rede. Como tal, é necessário estudar as consequências do aumento da carga no

sistema. Um dessas consequências importantes é o impacto que o uso deste tipo de veículos

tem na produção de energia elétrica e por sua vez nos preços da energia.

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2 Introdução

2

Portugal encontra-se integrado, juntamente com a Espanha, no Mercado Ibérico de

Eletricidade (MIBEL). Este mercado procura regular, organizar e explorar as zonas referentes

aos 2 países, bem como a gestão das suas interligações. Com a proliferação dos veículos

elétricos no parque automóvel ibérico, os Governos de Portugal e Espanha necessitam de

encontrar soluções para resolver os problemas que ela traz, ou seja, o impacto nos preços da

energia elétrica de mercado e o aumento do consumo de energia elétrica. De forma a fomentar

a eficiência energética, o Governo português criou incentivos para a aquisição de veículos

elétricos e integração do carregamento de baterias dos veículos elétricos na rede elétrica.

1.2. Objetivos

Esta dissertação tem como principal objetivo estimar os novos preços da energia elétrica

no MIBEL, considerando situações em que o número de veículos elétricos a carregar a sua

bateria no parque automóvel ibérico aumenta, situações em que a potência de cada bateria

aumenta e situações em que existe maior ou menor produção de determinadas fontes de

energia, como a energia hídrica, a energia eólica ou a energia térmica.

As simulações a realizar pretendem perceber o impacto dos veículos elétricos nas redes de

um Sistema Elétrico de Energia, neste caso concreto, de Portugal e de Espanha. Outro objetivo

é perceber a estrutura e o modelo de funcionamento do MIBEL e tirar conclusões acerca da

mudança de paradigma na produção de energia, principalmente, por parte de fontes renováveis

e no consumo de energia elétrica motivada pelo aumento do número de veículos elétricos.

Outro aspeto importante a considerar são as caraterísticas dos veículos elétricos em termos

de tipos de carregamento das suas baterias, diferenças construtivas e tecnológicas e o aumento

de consumo de energia que resulta da sua proliferação no parque automóvel ibérico.

1.3. Estrutura da Dissertação

Esta dissertação é constituída por seis capítulos, o primeiro dos quais é a introdução a este

documento. Neste capítulo é abordado o contexto em que surge esta dissertação e faz-se um

resumo dos objetivos a atingir e do que se pretende realizar ao longo desta dissertação.

No Capítulo 2 apresenta-se uma abordagem ao MIBEL (Mercado Ibérico de Eletricidade),

nomeadamente, aos dados históricos, à estrutura e ao modelo de operação, à definição do

mercado em pool e do modelo misto, à caraterização das curvas de oferta e procura e à

obtenção do Preço de Encontro do Mercado e da Função de Benefício Social. Por fim, define-

se o conceito de market splitting e aborda-se a supervisão dos mercados.

O Capítulo 3 incide sobre a temática dos veículos elétricos, abordando-se a evolução

histórica dos veículos elétricos. De seguida, são identificados os tipos e a configuração de

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3

veículos elétricos, a sua integração na rede elétrica e os problemas que podem causar aos

Sistemas Elétricos de Energia. No final deste Capítulo é abordado o enquadramento legal em

vigor em Portugal em relação aos veículos elétricos e é referido o desenvolvimento da rede de

postos de carregamento.

No Capítulo 4 procede-se à descrição da metodologia e da aplicação desenvolvida, ou seja,

é explicado todo o processo de cálculo para a obtenção do novo preço da energia elétrica

devido ao carregamento dos veículos elétricos. Primeiramente é apresentado um exemplo, com

recurso a cálculos matemáticos, do novo preço da energia elétrica. Posteriormente, são

detalhadas as técnicas utilizadas para o programa que foi desenvolvido, como a definição do

algoritmo do programa e a explicação sequencial e pormenorizada de todas as suas etapas.

No Capítulo 5 são definidos os cenários a analisar de forma a obter resultados completos e

amplos no cálculo do novo preço da energia elétrica. Seguidamente, são considerados

pressupostos para realizar as simulações dos cenários definidos anteriormente. Com a aplicação

descrita no Capítulo anterior são realizados testes para calcular o novo preço, sendo

apresentados os resultados obtidos. Para cada simulação efetuada, é realizada uma análise

parcial aos resultados alcançados. No fim deste Capítulo é apresentada uma análise global aos

resultados obtidos e são retiradas conclusões mais relevantes.

No último Capítulo, o Capítulo 6, são apresentadas as conclusões desta dissertação relativas

ao comportamento dos preços do MIBEL, tendo em conta cenários de crescimento do número

de veículos elétricos.

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4 Introdução

4

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Capítulo 2

MIBEL- Mercado Ibérico de Eletricidade

2.1. Introdução

Até aos anos 90, as empresas do setor elétrico podiam produzir, transportar, distribuir e

comercializar a sua própria energia, sem existir concorrência num determinado espaço

geográfico. A partir daí, e de modo a acabar com as barreiras geográficas, os monopólios e

abusos de poder, a União Europeia aprovou Diretivas Europeias com regras e leis comuns para

a produção, o transporte e a distribuição. A Diretiva Europeia 96/92/CE [1] foi aprovada em

1996 pela Comissão Europeia e estabeleceu regras gerais de organização do setor elétrico, bem

como regras para a exploração das redes elétricas (redes de transporte e de distribuição). O

processo de liberalização do setor foi sendo aprofundado e em 2003 foi apresentada a Diretiva

2003/54/CE [2], que teve por objetivo apresentar melhorias na produção, transporte e

distribuição, nomeadamente a criação de entidades reguladoras e assegurar a garantia de

abastecimento do consumo.

No final dessa década, e devido a especificidades dos países e dificuldades geográficas,

foram-se criando vários mercados regionais (agrupando países vizinhos), no sentido de criar,

progressivamente, um único mercado de energia a nível europeu. Em 2000, o Governo de

Portugal fez uma proposta à Espanha, para criar e desenvolver um novo mercado regional de

energia elétrica, que dá pelo nome de MIBEL.

2.2. Dados históricos

Desde a sua criação, o MIBEL foi implementado gradualmente na tentativa de se chegar a

uma convergência entre Portugal e Espanha. Para o desenvolvimento do MIBEL, destacam-se,

cronologicamente, os seguintes acontecimentos [3]:

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6 MIBEL- Mercado Ibérico de Eletricidade

6

• novembro de 2001: assinatura do Protocolo de colaboração entre Portugal e Espanha

para criação do Mercado Ibérico de Eletricidade, MIBEL;

• março de 2002: criação do modelo de organização do MIBEL;

• outubro de 2002: criação do Operador do Mercado Ibérico (OMI) integrando dois polos:

um espanhol com o mercado à vista (spot market) – o OMEL - e um polo em Portugal,

orientado para o novo mercado a prazo – OMIP;

• agosto de 2003: definição das regras para o funcionamento do mercado no âmbito do

MIBEL;

• abril de 2004: a Assembleia da República aprova a criação de um Mercado Ibérico de

Eletricidade através do acordo assinado entre a República Portuguesa e o Reino de Espanha;

• outubro de 2004: assinatura, em Santiago de Compostela, do Acordo entre a República

Portuguesa e o Reino de Espanha;

• novembro de 2005: XXIª Cimeira Luso-Espanhola de Évora onde foi definido o calendário

do arranque do MIBEL, assinado o Acordo e criado o Conselho de Reguladores;

• novembro de 2006: XXIIª Cimeira Luso-Espanhola de Badajoz onde se apresentou o Plano

de Compatibilização Regulatória;

• março de 2007: assinatura do Plano de Compatibilização Regulatória;

• julho de 2007: através do Decreto-Lei nº 264/2007, foram integrados os dois mercados

liberalizados e foram estabelecidas novas regras quanto à compra de eletricidade pelo

comercializador (de último recurso) e o cumprimento do principio da garantia de potência;

• janeiro de 2008: XXIIIª Cimeira Luso-Espanhola de Braga em que foi assinado o Acordo

que fez a revisão do Acordo assinado a outubro de 2004 em Santiago de Compostela;

• janeiro de 2009: XXIVª Cimeira Luso-Espanhola de Zamora onde foi constituído,

definitivamente, o Operador do Mercado Ibérico (OMI) pela integração dos organismos

operadores dos dois países;

• novembro de 2009: realização de um estudo com o objetivo de efetuar uma avaliação do

desempenho e funcionamento do MIBEL, de maneira a fornecer dados e propor soluções aos

Governos de Portugal e Espanha;

• junho de 2010: Conferência do Conselho de Reguladores intitulada “Os novos desafios do

MIBEL” em que se fez o balanço dos três anos de funcionamento do mercado ibérico de

eletricidade e discutir uma estratégia para o futuro do MIBEL;

• maio de 2011: assinatura, em Madrid, de um memorando de entendimento entre a CMVM,

CNE, CNMV e ERSE para uma melhor cooperação, troca de informações e coordenação da

supervisão do MIBEL;

• julho de 2012: realização de um estudo sobre a “Integração da PRE no MIBEL e na

operação dos respetivos sistemas elétricos” por parte do Conselho de Reguladores do MIBEL;

• fevereiro de 2014: acoplamento do MIBEL com os mercados do noroeste europeu;

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7

• maio de 2014: integração do MIBEL com os restantes mercados regionais europeus de

eletricidade;

• julho de 2016: realização de uma conferência em Madrid sobre o impacto do MIBEL sobre

os consumidores e as PME’s.

2.3. Objetivos

A assinatura de um protocolo entre os governos de Portugal e Espanha para a criação do

MIBEL foi motivada pelos seguintes objetivos [3]:

• melhorar e estruturar o mercado liberalizado;

• conseguir uma maior harmonia de preços na Península Ibérica, nomeadamente igualar o

preço de referência único entre Portugal e Espanha;

• trazer benefícios, sobretudo a redução de custos, para os consumidores de energia

elétrica dos dois países;

• promover a competitividade e a livre concorrência entre as empresas do setor;

• garantir a transparência, objetividade, imparcialidade e o livre acesso ao mercado;

• obrigar as empresas a cumprir os regulamentos de maneira a trabalharem positivamente

para o aumento da eficiência económica, energética e ambiental;

• criar condições para uma melhor integração no mercado interno europeu de energia;

• melhorar a segurança no abastecimento de energia elétrica e a fiabilidade da rede;

• auxiliar no cumprimento de metas Europeias para a energia e o clima.

2.4. Estrutura e o modelo do MIBEL

O MIBEL foi pensado de forma a integrar e incorporar os mercados de eletricidade de

Portugal e Espanha. Como tal, este mercado foi sendo formado pela criação do Operador do

Mercado Ibérico (OMI), contendo estes dois polos: o Operador del Mercado Ibérico de Energía

(OMEL) localizado em Espanha, que contempla os mercados diários e intradiários (mercados à

vista) e o Operador do Mercado Ibérico (OMIP) situado em Portugal, que gere o mercado a prazo

[4], [5], [6]. Esta estrutura encontra-se ilustrada na Figura 2.1.

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8 MIBEL- Mercado Ibérico de Eletricidade

8

Figura 2.1 - Estrutura organizacional do MIBEL.

Sucintamente, na sua composição, o MIBEL é baseado em ofertas diárias em que se

remuneram os produtores de energia ao preço marginal ou são realizados contratos bilaterais

entre os produtores e os comercializadores com duração máxima de dois anos.

A melhor maneira de compreender o MIBEL e a sua organização é realizar a sua subdivisão

em mercado grossista e mercado retalhista [5] e [6]. No primeiro mercado, os agentes

produtores procuram obter colocação para a eletricidade e os agentes que precisam dela

procuram comprá-la para consumo próprio ou para fornecimento/comercialização a clientes

finais. Já no mercado retalhista, ocorre a disputa do fornecimento da eletricidade por parte

dos agentes retalhistas de forma a assegurar, posteriormente, o fornecimento aos

consumidores finais.

2.4.1. Mercado grossista O mercado grossista do MIBEL é composto por uma grande variedade de modelos de

contratação de eletricidade, que assentam nos diversos tipos de funcionamento do setor da

energia elétrica, nos quais existe um equilíbrio entre a produção e o consumo [5] e [6].

Portanto, é possível encontrar:

• Mercado spot de contratação em Pool (ou em bolsa) – gerido pela OMEL, em que existe

a contratação diária e a contratação intradiária (ajustes intradiários) e que se negoceia a

venda e a compra de eletricidade para o dia seguinte ao dia em que ocorre a negociação;

• Mercado de contratação a prazo – gerido pela OMIP em que, com base em liquidação

física (venda de energia) ou liquidação financeira (remunerações), se efetuam contratos de

produção e compra de energia elétrica;

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9

• Mercado de contratação bilateral, em que são celebrados contratos entre um agente de

procura e um agente de oferta, de forma livre (preços, termos e condições) e de acordo

com a capacidade dos Operadores de Sistema. Ou seja, os agentes podem realizar a

aquisição de energia elétrica para diversos prazos temporais;

• Mercado de serviços de sistema de forma a garantir o equilíbrio entre o consumo e a

produção de eletricidade em tempo real, assegurando o controlo de frequência e o controlo

de tensão/potência reativa.

2.4.2. Mercado retalhista O mercado retalhista do MIBEL desenvolveu-se graças à liberalização do setor de energia

elétrica, isto é, os consumidores podem decidir entre dois modelos de contratação de

eletricidade [5] e [6]:

• contratação em mercado regulado, em que são aplicadas tarifas integrais reguladas;

• contratação em mercado liberalizado, em que existe uma negociação entre a procura e

a oferta. Os termos e condições dos contratos são definidos por estas entidades, mas, é

aplicado um preço regulado para a componente do Acesso às Redes.

2.5. Modelos do MIBEL

Como resultado do mercado grossista do MIBEL, obtém-se três principais modelos de

mercados: modelo de mercado em pool (diário e intradiário), contratos bilaterais e modelo

misto (Pool comum + contratos bilaterais) [7].

2.5.1. Pool e Diário/intradiário Este modelo consiste na utilização de estratégias a curto prazo de modo a equilibrar a

produção e o consumo. Este equilíbrio é obtido através de propostas realizadas pelos

produtores e propostas realizadas pelos comercializadores e consumidores finais. Esta

contratação à vista (ou também denominada de mercado spot) é efetuada no dia anterior

àquele em que é implementado o resultado final das propostas de compra/venda aceites pelas

entidades produtoras e pelos consumidores autorizados. A este processo dá-se o nome de Day-

ahead Market. No mercado spot os ativos são negociados para entrega imediata ao contrário

dos mercados a prazo em que, como o nome indica, os ativos são negociados para entrega

futura [7].

Os mercados a curto prazo estão estruturados de forma a reagir positivamente a variações

de carga e a refletir essas variações nos preços. Sendo assim, é possível colocar em

funcionamento centrais elétricas, cada uma com custos marginais diferentes, sempre tendo em

conta a otimização do funcionamento do sistema a curto prazo.

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10 MIBEL- Mercado Ibérico de Eletricidade

10

O modelo em pool tem como principal função efetuar o planeamento da operação do

sistema elétrico para o dia seguinte. Este modelo integra entidades que fazem propostas para

vender energia e por outras entidades (comercializadores e consumidores) que fazem ofertas

de compra de energia elétrica.

Neste mercado, e num intervalo de tempo de um dia, o preço indicado para cada período

de tempo é determinado para 24 ou 48 períodos de 1 hora ou meia hora, respetivamente.

Portugal encontra-se inserido na negociação efetuada pela OMIE, ou seja, o fuso horário de

referência considerado é o espanhol (mais uma hora que em Portugal). São realizados 24

despachos económicos um para cada hora do dia seguinte, em que os agentes especificam, para

cada intervalo, propostas de compra/venda, com o preço mínimo (para venda) e máximo (para

compra) e a localização na rede onde se injeta ou se absorve a potência necessária para o

efeito. Os preços indicados pelos agentes produtores correspondem a preços marginais de

produção.

O Operador de Mercado recebe e organiza as propostas de compra e de venda por parte dos

agentes (produtores, comercializadores e consumidores elegíveis). Este mercado opera pelo

cruzamento das curvas agregadas de ofertas de compra e venda dos vários agentes. Cada oferta

possui a hora e o dia a que corresponde, assim como o preço e a quantidade de energia

necessária. Tendo como critério o preço, as ofertas de compra são ordenadas de forma

decrescente de preço e as ofertas de venda são ordenadas por ordem crescente do preço.

2.5.2. Curva de oferta Na curva de oferta, para cada uma das horas do dia seguinte, as ofertas são ordenadas pelo

preço ascendente. No MIBEL, na zona espanhola, as centrais nucleares e a produção em regime

especial (PRE) são consideradas na parte inicial da curva devido ao preço marginal ser muito

baixo. As centrais hídricas em albufeira posicionam-se na zona alta da curva, já que o preço

marginal poderá ser mais elevado refletindo o valor de utilização da água.

Em Portugal, as PRE’s são consideradas na zona inicial da curva bem como as centrais

fio-de-água devido a terem reduzida capacidade de armazenar água. Na zona intermédia, estão

ordenadas as centrais de ciclo combinado a gás natural e as centrais térmicas a carvão tendo

como critérios o rendimento e o fornecimento de combustível. Na parte superior desta curva,

encontram-se as centrais térmicas a fuelóleo, usadas em casos de emergência, por exemplo

quando grande parte dos recursos hídricos ou eólicos apresentam reduzidos valores de produção

[5] e [7].

2.5.3. Curva de procura Na parte superior da curva de procura encontram-se a procura que advém dos fornecedores

regulados. Pelo contrário, a parte inferior e a zona intermédia da curva de procura contêm a

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11

procura correspondente aos comercializadores do mercado livre e às centrais hídricas com

bombagem [5] e [7].

Desde 1 de julho de 2008, com eliminação da tarifa integral de alta tensão, ocorreu um

aumento da quantidade de energia adquirida pelos comercializadores para os seus

fornecimentos em Espanha. Já em Portugal a partir de 2009, houve um aumento das compras

dos comercializadores para o seu fornecimento, devido ao custo superior para a energia

prevista nas tarifas reguladas.

2.5.4. Preço de Encontro do Mercado O preço de mercado é obtido no cruzamento entre a curva agregada da oferta e a curva

agregada da procura e corresponde ao menor preço a que a oferta consegue satisfazer a procura

[5], [6] e [7]. Este mecanismo encontra-se ilustrado na Figura 2.2.

Figura 2.2 - Curvas agregadas de oferta e procura e o ponto de interseção correspondente ao preço de encontro do mercado e à quantidade negociada.

No MIBEL, todos os agentes compradores adquirem energia ao mesmo preço e os vendedores

recebem o mesmo preço por ela. Este preço, ou seja, a ordenada do ponto de interseção da

curva de oferta e de procura é designado por preço marginal único (Preço de Encontro do

Mercado – Market Clearing Price) e a energia elétrica correspondente é a Quantidade Negociada

(Market Clearing Quantity).

Em resumo, o que se obtém deste mercado e para cada hora do dia seguinte é um preço a

pagar aos produtores e a pagar pelo consumo, as quantidades de energia que serão produzidas

por agentes produtores e as quantidades a consumir.

Tendo em consideração as propostas de compra e de venda, o mercado em pool pode ser

modelizado pela formulação matemática apresentada de (2.1) a (2.4) [7].

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12 MIBEL- Mercado Ibérico de Eletricidade

12

(2.1)

sujeito a:

(2.2)

(2.3)

(2.4)

Nesta formulação:

é o número de propostas de compra;

é o número de propostas de venda;

é o preço que a carga i está disposta a pagar pelo consumo de energia;

é o preço que a produção j pretende receber por unidade de energia fornecida;

é a potência despachada relativa à carga i;

é a potência despachada relativa à produção j;

é a potência da proposta de compra da carga i;

é a potência da proposta de venda da unidade de produção j.

Num mercado em pool e para uma dada hora do dia seguinte pretende-se maximizar o

benefício que resulta da utilização da energia elétrica em relação ao seu preço. Os

consumidores avaliam se o preço a pagar pela energia é viável para sua utilização. A este

beneficio dá-se o nome de Função de Benefício Social (Social Welfare Function) [5] e [7], que

corresponde à área entre as curvas agregadas das ofertas de compra e de venda, ou seja, a

área a sombreado da Figura 2.3.

Ng

1j

Nd

1i max Z gj

ofgjdi

ofdi PCPC

Ng

1j

Nd

1igjdi PP

ofdidi PP 0

ofgigi PP 0

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13

Figura 2.3 - Representação gráfica da Função de Benefício Social.

2.5.5. Propostas Complexas No MIBEL, para além das ofertas descritas nos subcapítulos anteriores (designadas de

Propostas Simples), podem também ser apresentadas Propostas Complexas [5] e [7]. Estas

propostas utilizam-se sempre que existe um valor mínimo para a produção, de taxas de tomada

ou diminuição de carga em centrais térmicas, ou devido à existência de várias centrais hídricas

no mesmo curso de água e ao mesmo tempo, as albufeiras possuem pouca capacidade.

Através de propostas complexas, as propostas de venda dos geradores podem ser

organizadas por blocos, no máximo de 25 por período horário, em que o objetivo consiste em

ajustar as ofertas de venda à curva de custos dos geradores. Este ajustamento é uma forma de

aproximar as propostas apresentadas por blocos de produção à forma da curva de custo dos

geradores.

As ofertas de venda são organizadas em bloco e o 1º bloco pode ser declarado indivisível,

isto é, o bloco é despachado na sua totalidade se o Operador de Mercado aceitar a proposta

associada a esse bloco. Isto permite obter informações referentes a mínimos técnicos dos

geradores. Sempre que se passa de um período para o período seguinte, os valores de potência

dos geradores têm rampas de subida ou de descida conforme se justifique aumentar ou diminuir

a sua potência podendo estes valores ser igualmente incluídos nas propostas complexas.

No MIBEL existe ainda a possibilidade de um gerador poder fixar um valor mínimo de

remuneração que pretende obter durante o dia. Esta condição de remuneração mínima é

avaliada somando os produtos de potência produzida pelo preço de mercado durante o dia. Se

esta remuneração diária for inferior ao valor mínimo pretendido pelo gerador, este é retirado

do despacho. Este mecanismo permite refletir os custos de arranque e de paragem dos

geradores no despacho realizado pelo Operador de Mercado.

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14 MIBEL- Mercado Ibérico de Eletricidade

14

2.5.6. Contratos bilaterais O mercado de contratos bilaterais apareceu no MIBEL visto que no mercado com modelo

em pool os agentes compradores não conseguem identificar os agentes produtores, que estão

a vender energia, e as entidades produtoras não conseguem descobrir quem são as entidades

que estão a comprar energia elétrica. Como consequência disso, surgiram os contratos

bilaterais que são contratos assinados entre duas partes, com liberdade de preço do serviço,

duração, condições de fornecimento, qualidade de serviço e valores de potência. Este modelo

cobre os riscos apresentados pelos mercados de curto prazo e pelos mercados centralizados no

que se refere por exemplo à volatilidade dos preços.

Num contrato bilateral [5] e [7], a negociação é efetuada apenas entre os

produtores/retalhistas ou consumidores. O acordo é ponderado antes de ser realizado, tendo

sempre em conta a previsão do consumo. Isto tem como inconveniente a possibilidade de existir

uma diferença entre os preços contratados e os preços registados de produção e consumo

(custos marginais de curto prazo mais voláteis e incerteza no fluxo financeiro entre os agentes

produtores e os agentes de consumo). Sendo assim, os preços finais da energia elétrica são

acordados tendo em conta os seguintes critérios: preços de compra, custos das perdas, preços

dos serviços de sistema, e custos de apoio às energias renováveis e medidas de apoio à

eficiência energética.

Os preços praticados no mercado de contratos bilaterais têm como principal vantagem a

garantia da sua estabilidade, já que se diminui o risco de intervenientes influenciarem

negativamente os preços, aumentando-os através de licitações muito elevadas. Nesse sentido,

os contratos bilaterais podem funcionar como estabilizadores dos preços praticados. A hipótese

de ocorrer volatilidade nos preços de mercado diário aumenta a importância destes contratos.

Por outro lado, pode existir a possibilidade de se realizar um mau contrato, atendendo a

que o preço, sendo fixo, está sujeito a riscos como: erros de previsão, estimativas erradas de

carga e instabilidade no preço de matérias primas como o combustível, o que faz com que o

preço acordado na negociação possa ser muito superior ao preço do mercado em bolsa (modelo

em Pool).

Existem dois tipos de possibilidades de concretizar um relacionamento entre entidades

produtoras e comercializadoras ou consumidoras através de contratos bilaterais:

• contratos bilaterais financeiros – os preços reagem às constantes variações da oferta e

da procura. De forma a contrariar o risco de volatilidade dos mercados de energia a curto

prazo, os agentes que contratam energia tentam precaver-se contra variações indesejadas

dos preços obtidos nestes mercados. Deste modo, são aplicados diferentes modelos de

contratos como, por exemplo, contratos às diferenças (Contracts for Differencies, CFD),

contratos de futuros e contratos de opções. Os contratos às diferenças foram criados de

forma a diminuir a volatilidade nos preços de mercado e para estabilizar o valor a receber

pelas entidades produtoras e a pagar pelos agentes consumidores. Acontece que, nos

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15

intervalos de tempo em que o preço-alvo (Target Price) for superior ao preço de mercado,

os agentes consumidores pagam a diferença entre o preço-alvo e o preço de mercado, aos

agentes produtores. Pelo contrário, quando o preço de mercado for superior ao Target

Price, os agentes produtores pagam a diferença entre o preço de mercado e o Target Price,

aos agentes consumidores. Nos mercados de futuros existem os contratos de futuros em

que as entidades que contratam energia elétrica fazem a sua reserva, com um preço

específico e durante um tempo determinado. Estes contratos possuem um risco elevado,

visto que a energia elétrica reservada tem de ser consumida até ao fim do prazo

estabelecido, o que pode ocasionar situações em que ocorrem grandes prejuízos financeiros

(nomeadamente quando o preço de mercado a curto prazo diminuir em relação ao preço

acordado no contrato de futuro). Os contratos de opções conferem a possibilidade de

utilizar ou não, a energia elétrica, o que confere uma vantagem na utilização e no

planeamento da exploração dos mercados e dos sistemas elétricos de longo prazo;

• contratos bilaterais físicos – são contratos realizados a longo prazo (1 ano ou mais) e

contemplam o preço do serviço a fornecer, as condições de fornecimento (qualidade de

serviço, modulação de potência durante o período da contratação e a localização onde a

potência vai ser injetada ou absorvida). A localização dos nós onde se injeta ou absorve

potência faz com que este tipo de contratos tenha influência nos trânsitos de potências do

sistema, daí a sua denominação de contratos físicos. Nestes contratos, o agente vendedor

coloca a energia elétrica na rede e o agente comprador absorve a energia elétrica

contratada. O preço e as condições contratuais são negociáveis, o que faz com que devido

ao prazo ser longo, o preço seja seguro e estável.

Em Portugal, e consultando os dados do MIBEL referentes a outubro de 2015, conclui-se que

o mercado diário (ou em Pool) é o mais utilizado e em segundo lugar aparece o mercado de

contratos bilaterais físicos (com 24%, tendo assim alguma influência em Portugal), tal como

indica na Figura 2.4.

Figura 2.4 - Tipos de negociações utilizadas por Portugal no MIBEL (dados referentes a outubro de 2015).

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16 MIBEL- Mercado Ibérico de Eletricidade

16

2.5.7. Modelo misto Este modelo é assente na combinação dos dois tipos de plataformas de contratação

descritos, ou seja, existe um mercado centralizado em bolsa (tipo pool) e um mercado de

contratos bilaterais físicos e financeiros, em simultâneo. Isto faz com que haja um aumento da

possibilidade de escolha na aquisição de energia elétrica por parte dos agentes

comercializadores e consumidores [5] e [7]. Por exemplo, os consumidores finais têm a opção

de comprar a energia de que necessitam em bolsa, ao valor de mercado, ou por outro lado,

negociar com os fornecedores e assinarem contratos bilaterais físicos desde que forneçam toda

a informação técnica (potência, nós de absorção ou injeção de potência e modulação de

potência) ao Operador de Sistema. Como consequência deste modelo misto haverá uma

concorrência acrescida e uma tendência geral de redução de preços.

2.5.8. Mercado de serviços de sistema Os mercados de serviços de sistema referem-se à aquisição de produtos para além da

energia ativa, isto é, a contratação de regulação secundária e da reserva de regulação ou

reserva terciária. Estas atividades estão relacionadas com a fiabilidade, a continuidade e a

segurança da operação do sistema elétrico e são negociadas através de ofertas comunicadas

por agentes autorizados ao Operação do Sistema [8].

Com a criação do MIBEL, pretende-se que os serviços de sistema sejam o mais homogéneos

possíveis entre os sistemas elétricos de Portugal e Espanha, de modo a que a prazo possa vir a

existir um Operador do Sistema Ibérico completamente operacional.

De acordo com o artigo 151º do Regulamento de Relações Comerciais do Setor Elétrico

(RRC), a aquisição de energia e potência para os serviços de sistema é considerada como

contratação de energia elétrica através do mercado grossista.

2.5.9. Estrutura temporal do MIBEL Diariamente, no mercado diário do MIBEL, nomeadamente na OMEL, acontece a transação

de energia elétrica que cobre a procura para cada hora do dia seguinte. Às 10 horas de cada

dia, o mercado é encerrado e, passado uma hora, os resultados do calculo do preço de encontro

para a energia elétrica do dia seguinte são conhecidos. Para além do preço de mercado, às 11

h do dia anterior ao fornecimento de energia elétrica também é possível conhecer informações

relativas a entregas físicas (posições abertas transacionadas do mercado a prazo, solicitações

e execução de leilões regulados – leilões de capacidade virtual e os leilões de Contratos de

Energia para a Comercialização de Último Recurso, CESUR) [5] e os resultados de leilões de

capacidade de interligações da rede de transmissão.

Seguidamente, é integrada informação relativa aos contratos bilaterais físicos e, entre

as 11 e as 14 horas, é fornecido o programa diário base de funcionamento (PDBF) para os

diversos sistemas. Com isto, de seguida, e devido ao encontro entre o mercado diário e o

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17

mercado de contratos bilaterais é necessária realizar uma análise pormenorizada da operação

do sistema para cada hora do dia seguinte verificando-se nomeadamente as restrições técnicas,

trabalho que é efetuado pelos Operadores de Sistema dos dois países. Quando as restrições

técnicas são cumpridas, obtêm-se os programas diários viáveis provisórios (PDVP).

Posteriormente, às 16 horas, é publicado o programa diário viável final (PDV final) contendo

informações do mercado de regulação secundária. O quadro da Tabela 2.1 possui os horários

das sessões do mercado diário e intradiário e o seu esquema temporal. O resultado final de

cada uma das 6 sessões é apresentado no programa horário final (PHF). Devido à progressiva

integração do MIBEL nos mercados europeus, o horário das sessões foi alterado [5], [8] e [9].

Esta sequência está indicada na Tabela 2.2.

Tabela 2.1 — Horário das sessões do MIBEL (fuso horário espanhol).

Tabela 2.2 — Horário limite de cada sessão do mercado intradiário do MIBEL (fuso horário

espanhol).

SESION

SESION

SESION

SESION

SESION

SESION

Apertura de Sesión 17:00 21:00 01:00 04:00 08:00 12:00

Cierre de Sesión 18:45 21:45 01:45 04:45 08:45 12:45

Casación 19:30 22:30 02:30 05:30 09:30 13:30

Recepción de

desagregaciones de

programa

19:50 22:50 02:50 05:50 09:50 13:50

Publicación PHF 20:45 23:45 03:45 06:45 10:45 14:45

Horizonte de

Programación (Periodos

horarios)

27 horas

(22-24)

24 horas

(1-24)

20 horas

(5-24)

17 horas

(8-24)

13 horas

(12-24)

9 horas

(16-24)

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18 MIBEL- Mercado Ibérico de Eletricidade

18

No mercado intradiário do MIBEL é transacionada energia elétrica através de 6 sessões de

diárias de negociação cujos momentos de ativação e horizonte temporal são indicados na Figura

2.5. A primeira sessão permite negociar energia para 28 horas, ou seja, as 4 últimas horas do

dia negociação (D-1) e as 24 horas do dia seguinte ao da negociação (D). Na segunda sessão são

abrangidas as 24 horas do dia seguinte ao dia de negociação. A terceira sessão inclui 20 horas

(as últimas 20 horas do dia D) e a quarta sessão abrange 17 horas (as últimas 17 horas do dia

D). A quinta sessão abrange 13 horas (as últimas 13 horas do dia D). Por fim, a sexta sessão

forma o preço para as últimas 9 horas do dia D.

Este modelo é assente na combinação dos dois tipos de plataformas de contratação

No MIBEL, para além das ofertas descritas nos subcapítulos anteriores (designadas de

Tabela 2.3 — Horário das sessões do MIBEL (fuso horário espanhol)

Figura 2.5 - Horário dos mercados intradiários do MIBEL.

2.5.10. Separação de mercados – Market Splitting No MIBEL existem momentos em que os trânsitos nas linhas de interligação entre Portugal

e Espanha resultantes dos despachos horários realizados pelo Operador de Mercado poderiam

exceder a sua capacidade, ou então existem deficiências na organização da produção e no

comportamento dos agentes. Quando isso acontece, os mercados entre os dois países separam-

se e passam a operar individualmente, ocorrendo o market splitting ou separação de mercados.

Com este mecanismo, são obtidos preços para cada zona (portuguesa e espanhola). Neste

mecanismo, quando as restrições na interligação não são violadas o sistema é tratado como um

único mercado e, quando a capacidade de interligação é ultrapassada, são obtidos preços

diferentes para cada zona (portuguesa e espanhola) [5] e [6]. Ou seja, sempre que os preços

das duas áreas são diferentes diz-se que existe um spread de preços entre elas. Este mecanismo

encontra-se ilustrado na Figura 2.6.

Para diminuir os efeitos de market splitting, os agentes de supervisão devem assegurar a

segurança do mercado e os agentes de mercado não deverão ter comportamentos

anticoncorrenciais, de modo a não criar artificialmente diferenças de preços entre Portugal e

Espanha.

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19

Figura 2.6 - Estrutura e funcionamento do market splitting.

Nos anos iniciais de funcionamento do MIBEL (2007 e 2008) o mecanismo de Market Splitting

foi ativado em cerca de 85% das horas desses anos. Posteriormente, com a entrada em serviço

de novas linhas de interligação e o aumento da produção ligada às redes de distribuição, as

redes de transporte começaram a ficar menos sobrecarregadas. Como consequência, nos anos

mais recentes o mecanismo de Market Splitting foi utilizado em 10 a 15% das horas do ano. Isto

significa que em 2014 e 2015 existiu um preço comum a Portugal e Espanha em 85 a 90% das

horas desses anos.

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20 MIBEL- Mercado Ibérico de Eletricidade

20

2.6. Supervisão dos mercados

Para um correto funcionamento do MIBEL e uma progressiva integração nos mercados

elétricos europeus, o Acordo de Santiago de Compostela (em 2004) prevê regras para a

supervisão dos mercados do MIBEL. Entre estas regras está estabelecido que a supervisão destes

mercados é realizada pelos organismos de supervisão do país onde estes foram criados, sendo

regidos pela legislação desse país [8].

Nessa data, Portugal e Espanha fundaram o Conselho de Reguladores, que integra

elementos da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários - CMVM e da Entidade Reguladora

dos Serviços Energéticos - ERSE, de Portugal e da Comisión Nacional del Mercado de Valores -

CNMV e da Comisión Nacional de Energía - CNE, de Espanha [10].

Este Conselho de Reguladores tem como obrigação a emissão de pareceres à aplicação de

multas e sanções devido a infrações cometidas no MIBEL, organizar e estruturar o modo de

supervisão do MIBEL e emitir propostas ou alterações para o desenvolvimento futuro do MIBEL.

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Capítulo 3

Veículos Elétricos

3.1. História dos veículos elétricos

Nos próximos anos prevê-se a ocorrência de uma transição do sistema de transportes atual

(dominado por veículos movidos a produtos petrolíferos) para um sistema de transportes

maioritariamente composto por veículos elétricos. Este sistema baseado em veículos elétricos

e utilizando preferencialmente energia de fontes renováveis é benéfico, tanto para o setor dos

transportes como para o setor da energia e para o meio ambiente.

A utilização de veículos elétricos tem como principais vantagens a diminuição do consumo

massivo de derivados de produtos com reservas limitadas como o petróleo, o aumento da

utilização de fontes de energia renováveis, a diminuição da intermitência e imprevisibilidade

da produção elétrica nas horas de vazio, de forma a aumentar a independência energética e a

diminuir a poluição ambiental.

A história dos veículos elétricos começou com a invenção do motor elétrico e a sua

aplicação na primeira carruagem elétrica [11] por Robert Anderson, entre 1832 e 1839. Durante

esse tempo, entre 1834 e 1842 foi desenvolvido o primeiro veículo elétrico de estrada com

baterias elétricas não recarregáveis por Thomas Davenport e Robert Davidson. Seguidamente,

várias empresas e investigadores deram seguimento a esta invenção.

Nos finais do século XIX, a França e o Reino Unido foram os pioneiros no desenvolvimento

de veículos elétricos e em 1899, o belga Camille Jenatzy desenvolveu um carro de corrida

elétrico chamado “La Jamais Contente” [11], o primeiro a ultrapassar os 100 km/h.

No início do século XX, os EUA começaram a dar mais ênfase ao assunto e a desenvolver

esta tecnologia. Nesta altura surgiu a primeira frota de táxis elétricos em Nova Iorque,

contruídos pela empresa de transportes elétricos Wagon Company. Nessa altura, os veículos

elétricos eram os mais procurados porque tinham as vantagens de não serem poluentes e de

produzirem poucas vibrações e ruído. Os veículos elétricos reuniam todas as caraterísticas para

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22 Veículos Elétricos

22

serem bem-sucedidos mas, a partir dos anos 20, com a descoberta de petróleo no estado do

Texas e o início da produção em série de veículos com motores de combustão interna por Henry

Ford, o mercado dos veículos elétricos teve uma queda acentuada [11].

Nas décadas de 1970 e 1980, devido a questões ambientais como a poluição do ar, o CO2 e

a excessiva dependência do petróleo e o seu custo, os EUA e outros países desenvolvidos foram

forçados a trabalhar na evolução de veículos elétricos. A partir daí e até aos dias de hoje foram

realizados acordos, aprovados regulamentos e medidas para fomentar a utilização de veículos

elétricos. Entretanto, os veículos híbridos (veículos que possuem um motor de combustão

interna e um motor elétrico com o objetivo de diminuir o consumo de combustível e as emissões

de gases poluentes) têm sido utilizados como uma alternativa imediata numa fase de transição

para os veículos 100% elétricos [12], [13] e [14].

As empresas do ramo automóvel com maior impacto no setor (Toyota, Nissan, BMW, General

Motors, Renault, Ford, Tesla, entre outras) [15] têm apresentado protótipos e veículos de teste

de forma a preparar a entrada em massa de veículos elétricos no parque automóvel. A Tesla

Motors foi criada com o propósito de desenvolver veículos elétricos em exclusivo. Esta empresa

é a líder mundial no progresso dos veículos elétricos (Tesla Model S). No mercado automóvel

nacional estão disponíveis alguns modelos de veículos elétricos ligeiros de passageiros tais como

o Nissan Leaf, o Renault Zoe, o BMW i3, o VW e-Golf e o Kia Soul EV.

3.2. Tipo e configuração de veículos elétricos

Por definição, um veículo elétrico é movido em parte ou no seu todo por um motor que

utiliza energia elétrica. A configuração de um veículo elétrico depende da energia elétrica que

é transformada em energia mecânica para fazer o veículo mover-se. Ou seja, esta configuração

compreende os veículos puramente elétricos, em que a sua propulsão é inteiramente elétrica

e outros tipos de veículos híbridos em que a propulsão resulta de um misto entre a combustão

e a energia elétrica.

Sendo assim, identificam-se três classes de veículos elétricos [14], [16] e [17]:

• os veículos totalmente elétricos – BEV, Battery Electric Vehicles;

• os veículos híbridos – HEV, Hybrid Electric Vehicles;

• os veículos de célula de combustível – FCV, Fuel Cell Vehicles.

3.2.1. Battery Electric Vehicles Os veículos totalmente elétricos são aqueles cuja propulsão tem por fonte unicamente a

energia elétrica presente nas suas baterias a fim de fazer o veículo mover-se [14] e [16]. As

baterias têm em geral baixa autonomia, pelo que há necessidade frequente de ligar estes

veículos à rede elétrica para as carregar. Outro aspeto importante a ter em atenção resulta da

necessidade de estudar a ligação destes veículos à rede e o seu funcionamento como carga nos

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23

Sistemas Elétricos de Energia, o que pode levar à necessidade de novos investimentos nas redes.

Outra desvantagem é o custo de um veículo deste tipo, que é ainda muito elevado (mesmo

tendo em conta incentivos governamentais).

Por outro lado, com a evolução da tecnologia foi possível aumentar o espaço livre do veículo

para os passageiros e para a carga na bagageira. A tecnologia também permitiu um avanço no

carregamento de baterias através da travagem regenerativa (regenerative braking) em que o

motor recupera a maior parte da energia normalmente convertida em calor pelos travões do

veículo.

Dados atuais revelam que o BEV mais vendido mundialmente é o Nissan Leaf (ver Figura

3.1), seguido do Tesla Model S.

Figura 3.1 - Nissan Leaf.

3.2.2. Hybrid Electric Vehicles Os veículos híbridos fazem uso de um motor de combustão interna e de um motor elétrico

com a bateria que o alimenta. O motor de combustão interna está ininterruptamente em

funcionamento, salvo os casos em que é desligado em paragens curtas (sistema start and stop)

ou o veículo se desloca a baixas velocidades. Neste tipo de veículos também é utilizada a

tecnologia da travagem regenerativa do motor elétrico já referida. Estes fatores contribuem

para o aumento da eficiência do motor de combustão e permitem a poupança de algum

combustível e a diminuição de emissões de gases poluentes.

Fazendo o estudo destes veículos, identificam-se quatro tipos de HEV [14] e [16]:

• os SHEV - Series Hybrid Electric Vehicles – estes veículos possuem um motor de

combustão interna e um motor elétrico (com a bateria) e o seu funcionamento consiste na

transmissão de energia exclusivamente a partir do motor elétrico. A função do motor de

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24 Veículos Elétricos

24

combustão interna é fazer rodar o veio do gerador elétrico que carrega a bateria. Esta

fornece energia ao motor elétrico que, por sua vez, transmite energia mecânica às rodas;

• os PHEV – Parallel Hybrid Electric Vehicles – neste caso existem duas formas de fazer

com que as rodas recebam energia mecânica: uma pelo motor de combustão interna e outra

pelo motor elétrico. O sistema é mais complexo do que um SHEV visto que é necessário

acoplar o motor elétrico e o motor de combustão interna;

• os S-PHEV – Series-Parallel Hybrid Electric Vehicles – estes veículos possuem as duas

formas de utilização de energia, série e paralelo, o que permite que o motor de combustão

possa ter duas funções: recarregar a bateria através do motor elétrico e transmitir energia

mecânica às rodas do veículo. Têm custos de instalação e de manutenção maiores que dois

tipos anteriores e são mais complexos de implementar;

• os Plug-In HEV - Plug-In Hybrid Electric Vehicles – neste caso o carregamento das baterias

é realizado com recurso a tomadas comuns. Este tipo de veículos apenas utiliza a energia

elétrica para a sua locomoção e quando as baterias descarregam o motor de combustão

interna é colocado em funcionamento, evitando a obrigatoriedade da paragem do veículo.

Os Hybrid Electric Vehicles são bastante usados a nível mundial e um exemplo disso são as

vendas que o Toyota Prius (ver Figura 3.2) tem atingido

Figura 3.2 – Toyota Prius.

3.2.3. Fuel Cell Vehicles Os Fuel Cell Vehicles utilizam oxigénio proveniente do ar e a compressão do hidrogénio

para provocarem uma reação química, que faz com que haja produção de energia suficiente

para carregar as baterias e fazer movimentar o veículo [14] e [16]. É uma tecnologia que não

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25

é poluente, mas utiliza hidrogénio que é de difícil acesso. Trata-se portanto de uma tecnologia

que é muito dependente da obtenção e da produção de hidrogénio.

Um exemplo de um Fuel Cell Vehicle é o Toyota Mirai, lançado em 2016 (ver Figura 3.3).

Figura 3.3 – Toyota Mirai.

3.3. Impacto na rede elétrica

Um sistema de transportes maioritariamente composto por veículos elétricos,

nomeadamente quando estão ligados à rede elétrica, pode causar problemas e inconvenientes

aos Sistemas Elétricos de Energia. Dentro dos problemas identificados nas redes estão a possível

criação de desequilíbrios entre a produção e o consumo, diminuição da qualidade de energia e

desequilíbrio dos níveis de tensão.

Os veículos elétricos que poderão ter mais impacto na rede são aqueles em que há a

possibilidade de se ligarem diretamente à rede para fazer o carregamento das suas baterias,

aos quais se dá o nome de PEV – Plug-In Hybrid Electric Vehicles. Quando ocorre um aumento

exponencial de veículos que se conectam com a rede elétrica para carregarem as baterias,

existe também um aumento da carga do SEE. Este aumento pode provocar deficiências na rede

de distribuição devido a aumentos de perdas, quedas de tensão e trânsitos de potências

elevados. Podem ocorrer também interrupções no fornecimento de energia caso um número

elevado de veículos elétricos façam o carregamento das baterias no período de maior consumo

de energia elétrica.

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26 Veículos Elétricos

26

No sentido de melhor monitorizar e controlar a procura de energia elétrica e o trânsito de

potência unidirecional da rede para os veículos, está sendo desenvolvida uma nova tecnologia

de integração de veículos na rede em que haja a possibilidade de existir um trânsito de potência

bidirecional: da rede para o veículo e vice-versa, a que se dá o nome de “Vehicle-to-Grid”

(V2G). Esta inovação permite que os veículos forneçam energia à rede, o que implica que os

PEV e as suas baterias passem a poder ser utilizados como uma fonte geradora de energia.

Como consequência, os veículos podem vender energia e assim fornecer serviços remunerados

ao Sistema Elétrico. Os V2G apresentam vantagens tais como: gestão mais equilibrada e

rentável da rede (em termos de níveis de tensão e de frequência), é uma solução para combater

a intermitência das fontes de energia renováveis, pode servir de emergência no abastecimento

porque admite uma rápida integração da energia das baterias na rede e a criação de estratégias

mais atrativas para a aquisição de veículos elétricos pelos consumidores, através da

remuneração deste tipo de serviços.

Os veículos elétricos apresentam um nível de potência relativamente baixo, o que acarreta

um impacto reduzido nos preços de mercado de eletricidade. Por conseguinte, o que acontece

na realidade é que um agente agregador de veículos elétricos estabelece contratos com um

elevado número de proprietários de veículos e, assim, negoceia a compra de energia no

mercado (em ambiente de mercado ou em contratos bilaterais). No MIBEL, este agente

agregador negoceia no mercado diário as necessidades dos seus clientes para o dia seguinte.

Também pode recorrer ao mercado intradiário para corrigir necessidades energéticas não

previstas no mercado diário. A atuação deste agente agregador de veículos elétricos permite

atenuar a incerteza da previsão de procura de energia elétrica e aumentar a escala da

negociação de energia, tal como a gestão do carregamento de frotas de veículos elétricos. Esta

gestão tem de ser cuidada por forma a diminuir a influência da introdução de veículos elétricos

na rede. Como tal são aplicadas três principais estratégias de carregamento [16] e [17]:

Carregamento cego – “Dumb charging”;

Carregamento inteligente – “Smart charging”;

Carregamento baseado na tarifa bi-horária.

3.3.1. Dumb charging Nesta estratégia, o carregamento dos veículos elétricos é iniciado assim que o utilizador do

mesmo liga o veículo à rede, o que provoca um aumento da carga, podendo congestionar as

redes de distribuição e aumentar o preço da eletricidade. Ou seja, este carregamento é

realizado sem qualquer controlo por parte do agente agregador.

Estima-se que o período de tempo em que esta estratégia poderá ter maior impacto é

quando ocorre a chegada ao emprego (pela manhã), ou o regresso das pessoas a casa, após um

dia de trabalho (final da tarde).

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27

3.3.2. Smart charging No carregamento inteligente, o agente agregador tem o poder de controlar quando é

realizado o carregamento das baterias, de forma a contribuir para que as redes operem de

forma mais adequada. Desta maneira e com base na previsão do consumo de energia ao longo

do dia, o agente pode gerir a ligação de veículos (para carregamentos) na rede, otimizar o seu

carregamento e a compra e venda de energia em mercado.

O Smart charging implica o estudo da introdução de veículos elétricos em redes inteligentes

(Smart Grids), em que o agente agregador procura soluções para os problemas criados pela

ligação de grande número de veículos à rede.

3.3.3. Carregamento baseado na tarifa bi-horária Esta estratégia combina o carregamento cego, dumb charging, e o carregamento

inteligente já que o agente agregador não tem controlo sobre os períodos em que ocorre o

carregamento dos veículos elétricos, mas os proprietários dos veículos são induzidos a carregar

as baterias do veículo em períodos de tarifas mais reduzidas como as previstas em tarifas bi-

horária ou tri-horária. Sempre que os utilizadores tomam esta opção, diminuem os picos de

consumo e os impactos negativos para a rede.

3.4. A utilização de VE em Portugal

3.4.1. Aspetos gerais Em Portugal, existe uma primazia na utilização de transporte individual ao invés do

transporte coletivo. Sendo assim, estima-se que o número de veículos elétricos tenha tendência

para aumentar e os Governos têm tentado acelerar a sua massificação no parque automóvel

português através da aprovação de condições mais favoráveis à sua aquisição [18].

O Decreto-Lei nº39/2010 [20], de 26 de abril, debruça-se sobre três tópicos: incentivo à

aquisição e à utilização de veículos elétricos, promoção da igualdade e universalidade nos

regimes de mobilidade elétrica e introdução do carregamento de baterias de veículos elétricos,

integrando-os na rede [16] e [17].

Posteriormente, de acordo com a Diretiva 2014/94/EU [21] do Parlamento Europeu, foi

redigido o Decreto-Lei nº90/2014 [22], de 11 de junho, que promoveu alterações ao regime

jurídico da mobilidade elétrica. Este decreto incide sobre a exploração dos pontos de

carregamento das baterias (aberto em mercado concorrencial, com acesso a todos os

interessados na instalação ou na exploração de infraestruturas de carregamento), a utilização

de contadores inteligentes para monitorizar dados importantes para as redes e a existência de

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28 Veículos Elétricos

28

pontos de carregamento privados e dispositivos acessíveis ao público mediante cartões de

registo, ou pontos de carregamento em estacionamentos públicos.

No Orçamento de Estado (OE 2016), o Governo definiu que o incentivo fiscal ao abate de

veículos em fim de vida, tendo em vista a aquisição de um veículo elétrico, é de 2250 €. A

aquisição e os custos, importação, aluguer, utilização ou reparação de Plug-In Hybrid Electric

Vehicles estão isentos de IVA. Está também prevista, para particulares e empresas, a isenção

do pagamento de Imposto Sobre Veículos (ISV) e do Imposto Único de Circulação (IUC).

3.4.2. Rede de Postos de Carregamento Atualmente, já existem em diversos países alguns mecanismos de carregamento de veículos

elétricos em fase de implementação ou estudo. Prevê-se que o perfil do local onde ocorra o

carregamento dos veículos elétricos possa ser em casa, no trabalho ou em algum espaço

público. O fator mais importante a ter em conta é a dispersão geográfica dos pontos de

carregamento, ou seja, a possibilidade de o mesmo veículo poder ser carregado em vários locais

distintos. De forma a tornar o desenvolvimento da rede mais sustentável devem-se usar

contadores inteligentes de forma a obter dados sobre o carregamento.

No caso português, foi implementada uma rede de postos de carregamento mais ou menos

dispersada pelo país, chamada “Mobi.E” [17] e [19]. No ano de 2012, Portugal pretendia ter

uma rede de postos de carregamento com 1300 postos de carregamento normal e 50 postos de

carregamento rápido. Consultando o respetivo site (www.mobie.pt) a dia 7 de outubro de 2016,

verifica-se que existem 447 postos de abastecimento em operação. A diferença principal entre

o carregamento normal (em corrente alternada) e o carregamento rápido (em corrente

contínua) é a sua duração, sendo que um carregamento normal demora entre 6 a 8 horas e o

rápido demora 20 a 30 minutos. Por outro lado, deve-se utilizar carregamento normal para

utilização diária e distâncias curtas, enquanto o carregamento rápido é sugerido para grandes

deslocações ou situações de emergência.

Para efetuar o abastecimento de um veículo elétrico na rede é necessária a obtenção de

um cartão Mobi.E [19], ligado a um agente Comercializador de Eletricidade para a Mobilidade

Elétrica - CEME. Aquando do carregamento das baterias do veículo é possível consultar o

processo e monitorizar o perfil de carregamento, através da Internet e de aplicações móveis.

O preço de um carregamento é calculado através da soma do preço da eletricidade fixada em

mercado livre com o custo de utilização da infraestrutura.

Pelo Decreto-Lei nº39/2010 [20], de 26 de abril, estabeleceu-se que é obrigatório que os

locais de estacionamento em prédios novos ou que foram recentemente reconstruídos possuam

um local de carregamento ou uma tomada elétrica para o carregamento das baterias dos

veículos elétricos. Devido a questões técnicas e de segurança, nas quais o facto de os veículos

elétricos terem requisitos e especificações diferentes de um qualquer eletrodoméstico, é

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29

também obrigação do seu proprietário saber se a instalação elétrica cumpre os prossupostos

técnicos e legais exigidos e descritos na Portaria nº 252/2011 [23] de 27 de junho.

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30 Veículos Elétricos

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Capítulo 4

Descrição da metodologia e da aplicação desenvolvida

4.1. Introdução

Com o objetivo de calcular o valor dos preços do MIBEL, ou seja, os preços da energia

elétrica no Mercado Ibérico de Eletricidade e a cada hora, foi desenvolvida uma aplicação

informática que calcula o novo preço do MIBEL, introduzindo apenas o número de veículos cujas

baterias se encontrem a carregar a cada hora e a potência de cada bateria, em kW.

Desta forma, foi utilizado um programa já existente, fornecido pela EDP Produção, que

permite extrair os ficheiros das curvas agregadas de oferta e procura, bem como o preço horário

do mercado diário em formato “.xls” (Microsoft Office Excel). Este programa utiliza a página

web do Operador de Mercado – OMIE – nomeadamente,

www.omie.es/files/flash/ResultadosMercado.swf, para retirar os ficheiros necessários para

encontrar o preço da energia elétrica correspondente ao ponto de interseção da curva agregada

de procura com a curva agregada de oferta para um determinado período de tempo escolhido

pelo utilizador. Em seguida é calculado, com a introdução do impacto dos veículos elétricos, o

deslocamento para a direita da curva agregada das compras. Este deslocamento implica um

novo ponto de interseção das curvas agregadas da procura e das ofertas de venda e, como

consequência, um novo preço da energia elétrica.

Inicialmente, apresenta-se um exemplo de cálculo do novo preço para uma data e hora

especificadas, em que é efetuado o cálculo do novo preço do MIBEL, retirando os dados

necessários da página web do Operador de Mercado.

Posteriormente, detalham-se as condições e os pressupostos considerados para a

construção do programa de cálculo. E, por fim, é descrito o funcionamento do programa,

incluindo trechos de código e explicações em que se pormenoriza o processo de download dos

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32 Descrição da metodologia e da aplicação desenvolvida

32

ficheiros do site da OMIE, bem como o cálculo do preço do MIBEL e a apresentação dos

resultados.

4.2. Exemplo de cálculo

Nesta subsecção pretende-se expor, com recurso a cálculos matemáticos, um exemplo de

cálculo do novo preço da energia elétrica. Tome-se como exemplo, o dia 17 do mês 10

(outubro), do ano 2016, à hora 17 (fuso horário espanhol). Na Figura 4.1 são apresentadas as

curvas agregadas de oferta (O.C. casada) e de procura (O.V. casada). Na Figura 4.2 encontra-

se delimitado por uma oval a cor verde o preço marginal de Portugal e Espanha, para a hora

17.

Figura 4.1 – Curvas agregadas de oferta e de procura para a hora 17 do dia 17/10/2016.

Figura 4.2 – Preço horário do mercado diário.

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33

Com o objetivo de obter as equações das retas que aproximam linearmente o as curvas

agregadas de procura e de oferta, calculam-se as coordenadas dos pontos C e A indicados na

Figura 4.3. Para se determinar os pontos C, A e B é indispensável descarregar os ficheiros em

que se encontram os dados necessários para o seu cálculo. Para o ponto C, executa-se o

somatório de todos os valores de Energia de Compra para os quais o Preço de Compra é igual a

180,30 €/MWh. No caso do ponto A, procede-se de modo semelhante, realizando-se o somatório

de todos os valores de Energia de Venda para os quais o Preço de Venda é igual a 0 €/MWh.

Para calcular as coordenadas do ponto B, o Operador de Mercado disponibiliza o Preço Marginal

no sistema português e espanhol, bem como a Energia Total do MIBEL. Na Tabela 4.1 são

apresentados os resultados obtidos para os pontos C, A e B, em que a Energia é a abcissa e o

Preço é a ordenada de cada ponto, como é descrito na Figura 4.3.

Tabela 4.1 — Coordenadas dos pontos C, A e B.

Figura 4.3 – Curvas agregadas de oferta e de procura, contendo os pontos C, A e B.

Como se pode observar na Figura 4.3, entre o ponto C e o ponto B existem muitas

irregularidades, o que faz com que seja difícil determinar, matematicamente, pontos entre

estes dois valores. Como tal, foi utilizada uma aproximação linear, através de uma reta que

une os pontos C e B. Com o propósito de determinar o declive, , dessa reta, é utilizada a

formulação matemática apresentada em (4.1) e graficamente traçada na Figura 4.4.

Pontos Energia (MWh)

Preço (€/MWh)

C 23133,1 180,30

A 12930,3 0

B 30069,7 59,69

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34 Descrição da metodologia e da aplicação desenvolvida

34

4.2.1. Reta CB = + (4.1)

=−−

=59,69 − 180,3

30069,7 − 23133,1= −

120,616936,6

≈ −0,01739

= −120,616936,6

+ ⇔ 180,3 = −120,616936,6

× 23133,1 + ⇔

= 180,3 +120,616936,6

× 23133,1 ⇔ ≈ 582,5263

Nesta formulação:

é o valor do preço;

é o declive da reta CB;

é o valor da energia;

é a ordenada na origem da reta CB.

Figura 4.4 – Curvas agregadas de oferta e de procura, contendo a reta yCB.

Seguidamente, procede-se de forma análoga para os pontos A e B. O objetivo é obter o

declive e a ordenada na origem da reta AB. A formulação matemática é apresentada em (4.2)

e na Figura 4.5 está traçada a reta que liga o ponto A ao ponto B.

4.2.2. Reta AB

= + (4.2)

=−−

=59,69 − 0

30069,7 − 12930,3=

59,6917139,4

≈ 0,00348

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35

=59,69

17139,4 + ⇔ 0 =

59,6917139,4

× 12930,3 + ⇔ = −59,69

17139,4 × 12930,3 ⇔

≈ − 45,0313

Nesta formulação:

é o valor do preço;

é o declive da reta AB;

é o valor da energia;

é a ordenada na origem da reta AB.

Figura 4.5 – Curvas agregadas de oferta e de procura, contendo a reta yAB.

Substituindo as incógnitas por valores, obtém-se os declives e as ordenadas na origem das

retas CB e AB que são apresentadas na Tabela 4.2, assim como as equações da reta CB e AB

apresentadas em (4.3) e (4.4).

Tabela 4.2 — Declive e ordenada na origem das retas CB e AB. Retas declive b

CB -0,017387 582,5263

AB 0,003483 -45,0313

= −0,017387 + 582,5263 (4.3)

= 0,003483 − 45,0313 (4.4)

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36 Descrição da metodologia e da aplicação desenvolvida

36

4.2.3. Novo ponto C’ Com a introdução da influência do carregamento das baterias dos veículos elétricos é

imperativo calcular um novo ponto da curva de procura, correspondente ao ponto C’ da Figura

4.6. Este ponto é a soma do valor da Energia já obtida para o ponto C (calculado anteriormente)

com o valor energia resultante do número de veículos elétricos a carregar nessa hora. Para

determinar este valor de Energia é preciso construir um perfil de carregamento, em que é

necessário especificar:

• o número de Veículos Elétricos a carregar em Portugal, nessa hora;

• o número de Veículos Elétricos a carregar em Espanha, nessa hora;

• a potência que cada bateria consome numa hora de carregamento.

Tabela 4.3 — Exemplo de construção de um perfil de carregamento.

Número de Veículos Portugal 2076

30000 Espanha 27924

Potência de uma bateria 3 kW Duração do Carregamento 1 h

Energia horária 3 kWh

Energia consumida pelos Veículos Elétricos

90000 kWh 90 MWh

Posteriormente, obtém-se o número de Veículos Elétricos a carregar no MIBEL (somando o

número de Veículos Elétricos a carregar em Portugal com o número de Veículos Elétricos a

carregar em Espanha, nessa hora) e a Energia horária consumida pelas baterias dos Veículos

Elétricos, nessa mesma hora, como é indicado pelas equações (4.5) e (4.6).

= 23133,1 ℎ (4.5)

= + 90 ⇔ = 23133,1 + 90 ⇔ = 23223,1 ℎ (4.6)

Na Tabela 4.4, está apresentado o novo valor de Energia, ou seja, as coordenadas do

ponto C’.

Tabela 4.4 — Coordenada do ponto C’.

Novo ponto Energia (MWh)

Preço (€/MWh)

C’ 23223,1 180,30

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37

4.2.4. Cálculo do novo preço, correspondente ao ponto B’ Conhecendo o valor de Energia associada ao ponto C’ e utilizando o declive da reta CB

( ), é possível traçar uma nova reta, a reta C’B’ e definir a equação da mesma, como se

demonstra nas equações (4.7) a (4.9). Seguidamente, é obtido o ponto de intersecção das retas

AB e C’B’, isto é, o ponto B’. A ordenada deste ponto é o preço da energia elétrica, enquanto

que a abcissa é o valor da Energia. Na Figura 4.6 é apresentado um exemplo meramente

figurativo do traçado da reta C’B’ e da obtenção do ponto B’.

Figura 4.6 – Curvas agregadas de oferta e de procura, contendo a reta yC’B’.

= (4.7)

= + (4.8)

= (4.9)

= −120,616936,6

+ ⇔ 180,3 = −120,616936,6

× 23223,1 + ⇔

= 180,3 +120,616936,6

× 23223,1 ⇔ ≈ 584,0912

59,69

17139,4 + −

59,6917139,4

× 12930,3 = −120,616936,6

+ 180,3 +120,616936,6

× 23223,1

=180,3 + 120,61

6936,6 × 23223,1 − − 59,6917139,4 × 12930,3

59,6917139,4 + 120,61

6936,6⇔

≈ 30144,6816 ℎ

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38 Descrição da metodologia e da aplicação desenvolvida

38

= −120,616936,6

180,3 + 120,61

6936,6 × 23223,1 − − 59,6917139,4 × 12930,3

59,6917139,4 + 120,61

6936,6

+ 180,3 +120,616936,6

× 23223,1 ⇔ ≈ 59,95 €/ ℎ

O novo valor do preço do MIBEL na hora em estudo, bem como o novo valor de Energia

encontram-se na Tabela 4.5.

Tabela 4.5 — Coordenadas do ponto B’.

4.3. Pressupostos do programa desenvolvido

Este programa foi construído com o propósito de calcular o novo preço de mercado num

intervalo de tempo definido pelo utilizador (habitualmente um dia completo), utilizando as

curvas agregadas de oferta e de procura, o valor do preço de mercado para em cada hora desse

período, o número de Veículos Elétricos que se encontram a carregar em cada hora desse

período e a potência unitária de cada Veículo Elétrico a carregar.

Assim sendo, para a sua correta utilização e para tirar o máximo proveito deste programa,

foram tidos em conta os seguintes aspetos que serão pormenorizados na subsecção seguinte:

• através da página web do Operador de Mercado – OMIE,

www.omie.es/files/flash/ResultadosMercado.swf, descarregam-se os ficheiros das curvas

agregadas de oferta e de procura e o ficheiro do preço horário do mercado diário;

• como foi demonstrado matematicamente ao longo da subsecção 4.2, o cálculo das curvas

agregadas de oferta e de procura é efetuado através uma aproximação linear, isto é, para

cada curva é calculada a equação da reta que as modeliza;

• para cada hora escolhida pelo utilizador e com o deslocamento para a direita da curva

agregada de oferta, o novo preço de mercado é determinado pela intersecção da curva

agregada de oferta com a da nova curva agregada de procura;

Retas AB C'B'

Valor antigo de energia, B (MWh) 30069,7

Novo valor de energia B’, (MWh) 30144,7

Diferença entre os valores de energia (MWh) 75,0

Preço antigo, B (€/MWh) 59,69

Novo preço B’, (€/MWh) 59,95

Diferença entre B’ e B (€/MWh) 0,26

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39

• a introdução de dados é realizada num ficheiro chamado de “Input.xls”, presente na

pasta “Input”, no mesmo diretório em que se encontra o ficheiro do programa;

• no ficheiro “Input.xls”, da célula B1 à célula B8 são introduzidos, respetivamente: o ano

inicial, o ano final, o mês inicial, o mês final, o dia inicial, o dia final, a hora inicial e a

hora final, sujeitos a algumas regras pormenorizadas na subsecção 4.4;

• no mesmo ficheiro, a partir da célula C2 (inclusive) inserem-se os valores dos números

de Veículos Elétricos a carregar a partir da hora inicial considerada anteriormente, até à

hora final definida (cada linha corresponde a um intervalo de uma hora);

• o mesmo acontece com o valor da potência consumida pelas baterias dos Veículos

Elétricos, introduzidos a partir da célula E2 (inclusive);

• nas horas em que ocorre o fenómeno de market splitting, a célula da coluna C

corresponde ao número de Veículos Elétricos a carregar em Portugal e a célula da coluna D

corresponde ao número de Veículos Elétricos a carregar em Espanha;

• a introdução incorreta de dados faz com que o programa deixe que funcionar

corretamente, o que obriga o utilizador a reiniciar o programa;

• o programa foi desenvolvido utilizando a linguagem de programação C++, no IDE

(Integrated Development Environment) Visual Studio, da empresa Microsoft;

• o programa foi desenvolvido no sistema operativo Windows e não foi testado em nenhum

outro sistema operativo;

• a hora considerada no programa coincide com a hora definida pelo Operador de Mercado,

a OMIE, ou seja, o fuso horário de referência considerado é o Espanhol.

4.4. Funcionamento e dinâmica do programa

O programa, tal como está construído, destina-se a calcular o novo preço do mercado da

energia elétrica do MIBEL, introduzindo dados temporais (o ano inicial, o ano final, o mês

inicial, o mês final, o dia inicial, o dia final, a hora inicial e a hora final) e dados relativos aos

veículos elétricos (o número e a potência consumida em cada hora).

Como tal, iniciando o executável, a consola é aberta na sua pagina inicial e o ficheiro

“Input.xls” é aberto automaticamente, com o propósito de o utilizador introduzir os conjuntos

de dados acima descritos, necessários para o programa realizar os cálculos. É importante

realçar que o ficheiro “Input.xls” necessita de estar na pasta “input”. Por sua vez, esta pasta

tem de estar localizada no diretório em que se encontra o ficheiro executável “Cálculo dos

preços MIBEL - Veículos Elétricos.exe”. Seguidamente, após ser fechado o ficheiro “Input.xls”

e premida uma tecla qualquer, o programa é capaz de, com ligação à Internet, descarregar os

ficheiros disponibilizados na página do Operador de Mercado Ibérico e calcular o novo preço de

mercado para cada hora de intervalo de tempo especificado. No final dos cálculos, aparece na

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40 Descrição da metodologia e da aplicação desenvolvida

40

consola um conjunto de opções para o utilizador escolher o que pretende fazer. Entre estas

opções estão: voltar ao menu inicial e iniciar outro cálculo do novo preço de mercado (podendo

alterar dados do ficheiro “Input.xls”), apresentar os resultados no ecrã da consola, escrever os

resultados num ficheiro com a extensão “.xls” ou simplesmente fechar o programa.

O programa apresenta algumas especificidades, próprias da sua forma de construção ou de

exceções de cálculo que provêm de situações ocasionais tais como, a existência de market

splitting em determinadas horas, ou de dias com mudança de hora, que são detalhadas,

pormenorizadamente, nos itens seguintes.

Em resumo, a dinâmica de funcionamento do programa é descrita pelo seguinte algoritmo:

1. Introdução dos dados temporais (o ano inicial, o ano final, o mês inicial, o mês final, o

dia inicial, o dia final, a hora inicial e a hora final), por parte do utilizador;

2. Leitura dos dados de entrada, introduzidos pelo utilizador, isto é, os dados temporais;

3. Verificação da validade dos dados temporais introduzidos;

3.1. Se os dados introduzidos forem inválidos, o programa volta ao ponto 1;

4. Realização de um conjunto de iterações para simular o avanço temporal (hora, dia, mês

e ano). Para cada hora:

4.1. Download do ficheiro das curvas agregadas de oferta e de procura do MIBEL

existente no site da OMIE;

4.2. Caso o ficheiro exista (não ocorre market splitting):

4.2.1. Leitura do ficheiro e extração dos dados relativos à energia e ao preço dos

pontos C e A, referidos na Figura 4.3;

4.2.2. Download do ficheiro dos preços marginais da zona portuguesa e da zona

espanhola existente no site da OMIE;

4.2.3. Leitura do ficheiro e extração dos dados relativos à energia e ao preço do ponto

B, referido na Figura 4.3;

4.2.4. Leitura do ficheiro “Input.xls” e extração dos dados relativos a veículos

elétricos a carregar (o número e a potência unitária consumida em cada hora)

introduzidos pelo utilizador no ponto 1;

4.2.5. Realização de cálculos para determinar o novo preço de mercado, o ponto B’,

referido na Figura 4.6;

4.2.6. Passagem dos valores das variáveis (o ano, o mês, o dia, a hora, o país, o

número de veículos elétricos que se encontram a carregar, a potência consumida por

cada veículo elétrico, o valor do preço antigo, o valor do novo preço, a diferença

entre o novo preço e o preço antigo e percentagem de aumento de preço) para uma

estrutura de dados;

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41

4.3. Caso o ficheiro não exista, ou seja, há market splitting:

4.3.1. Download dos ficheiros das curvas agregadas de oferta e de procura da zona

portuguesa e da zona espanhola, existentes no site da OMIE;

4.3.2. Leitura desses ficheiros e extração dos dados relativos à energia e ao preço dos

pontos C e A, para Portugal e para Espanha;

4.3.3. Download do ficheiro dos preços marginais da zona portuguesa e da zona

espanhola existente no site da OMIE;

4.3.4. Leitura do ficheiro e extração dos dados relativos à energia e ao preço do ponto

B, para Portugal e para Espanha;

4.3.5. Leitura do ficheiro “Input.xls” e extração dos dados relativos a veículos

elétricos a carregar em Portugal e em Espanha, separadamente, e a potência

consumida em cada hora. Estes dados foram introduzidos pelo utilizador no ponto 1;

4.3.6. Realização de cálculos para determinar novo preço de mercado na zona

portuguesa, o ponto B’;

4.3.7. Passagem dos valores das mesmas variáveis de 2.2.6 para outra estrutura de

dados;

4.3.8. Realização de cálculos para determinar o novo preço de mercado na zona

espanhola, o ponto B’;

4.3.9. Passagem dos valores das mesmas variáveis de 2.2.6 para outra estrutura de

dados;

5. Realizados os cálculos o utilizador escolhe uma das seguintes opções:

5.1. Premir a tecla M regressando ao ponto 1;

5.2. Premir a tecla S e mostra os resultados na janela ou no ecrã;

5.2.1. Premir a tecla M regressando ao ponto 1;

5.2.2. Premir a tecla E e fecha o programa.

5.3. Premir a tecla W e exporta os resultados para um ficheiro Excel (extensão “.xls”);

5.3.1. Premir a tecla M regressando ao ponto 1;

5.3.2. Premir a tecla E e fecha o programa.

5.4. Premir a tecla E e fecha o programa.

4.4.1. Início e leitura de dados O programa inicia-se com a abertura do ficheiro executável “Cálculo dos preços MIBEL -

Veículos Elétricos.exe”. Depois, é exibida no ecrã da consola uma página de apresentação com

o nome da instituição de ensino, o título desta Dissertação, bem como os nomes do estudante,

orientador e coorientador, conforme é apresentado na Figura 4.7.

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42 Descrição da metodologia e da aplicação desenvolvida

42

Figura 4.7 – Janela de apresentação.

Simultaneamente, e de forma automática, é aberto o ficheiro “Input.xls”, onde se

introduzem todos os dados indispensáveis para calcular o novo preço da energia elétrica. Na

Figura 4.8, são apresentados o modelo e as células em que se devem ser introduzidos os valores

que serão utilizados para efetuar os cálculos.

Figura 4.8 – Células onde se introduzem os dados temporais e os dados relativos aos veículos elétricos a carregar.

Como se pode observar pela figura anterior, entre as células B1 e B8 é definido o espaço

temporal pretendido para calcular o novo preço. Na célula B1 introduz-se o valor no ano inicial,

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43

na célula B2 coloca-se o ano final, na B3 o mês inicial e na B4 o mês final. Na célula B5 escreve-

se o valor do dia inicial e na célula B6 o valor do dia final. Por fim, nas células B7 e B8 são

definidos os valores da hora inicial e da hora final, respetivamente.

Seguidamente, inserem-se os dados relativos aos Veículos Elétricos, isto é, o número de

veículos elétricos a carregar por hora, no MIBEL ou, quando há market splitting, de forma

separada em Portugal e em Espanha. Desta forma, estes dados são colocados entre as colunas

C, D e E do ficheiro “Input.xls”. Na coluna C, mais precisamente a partir da célula C2,

introduzem-se os números dos veículos elétricos a carregar em cada hora. De salientar ainda

que cada linha corresponde a uma hora. Em horas em que haja market splitting, na coluna C

são colocados os valores do número dos veículos elétricos a carregar em Portugal e, na coluna

D ficam colocados os valores do número dos veículos elétricos a carregar em Espanha.

Por sua vez, na coluna E, nomeadamente a partir da célula E2, introduzem-se os valores da

potência consumida por cada veículo elétrico a carregar em cada hora. Mais uma vez, realça-

se que cada linha corresponde a uma hora.

O número de linhas a utilizar é definido pelo número de horas, ininterruptas, em que ocorre

o estudo, ou seja, pela expressão (4.10).

º ℎ = (ℎ − ℎ + 1) × ( − + 1) ×( ê −

ê + 1) × ( − + 1) (4.10)

Posteriormente, e após a introdução dos dados necessários para o cálculo do novo preço de

mercado, guarda-se e fecha-se o ficheiro “Input.xls”. Se os dados introduzidos forem inválidos,

o programa apresenta a mensagem “Dados temporais inválidos!!! Introduzir novamente os

dados temporais”, abrindo novamente o ficheiro “Input.xls” e retornando à página inicial.

Quando os dados introduzidos estão corretos, guarda-se e fecha-se o ficheiro “Input.xls”. O

programa inicia os cálculos assim que uma tecla é premida. A Figura 4.9, mostra a função

example_read_input, através da qual o programa lê do ficheiro “Input.xls”, os dados temporais

e os dados relativos aos Veículos Elétricos.

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44 Descrição da metodologia e da aplicação desenvolvida

44

Figura 4.9 – Excerto da função example_read_input do código.

4.4.2. Tratamento dos dados Após a introdução correta dos dados (através do ficheiro “Input.xls”), o programa faz uso

dos mesmos para calcular o novo preço de mercado em cada hora pretendida. Como tal, nas

próximas subsecções é aprofundado o código correspondente ao processo de cálculo detalhado

na Secção 4.2.

4.4.2.1. Definição temporal Tendo em conta que alguns valores provenientes do ficheiro de introdução de dados

“Input.xls” são referentes a dados temporais (ano, mês, dia e hora), a dinâmica de cálculo

utilizada para este programa baseia-se na implementação de quatro ciclos for (recurso utilizado

para executar ações até que a condição especificada seja cumprida):

• um ciclo para cada hora, desde a hora inicial definida até à hora final definida;

• um ciclo para cada dia, desde o dia inicial definido até ao dia final definido;

• um ciclo para cada mês, desde o mês inicial definido até ao mês final definido;

• um ciclo para cada ano, desde o ano inicial definido até ao ano final definido.

Estes ciclos estão incorporados uns dentro dos outros, ou seja, o ciclo das horas está dentro

do ciclo dos dias, que por sua vez está dentro do ciclo dos meses e este dentro do ciclo dos

anos, como se indica na Figura 4.10. Desta forma, é possível percorrer todas as horas

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45

necessárias, de todos os dias, meses e anos, conforme sejam introduzidos os dados temporais

no ficheiro “Input.xls”.

Figura 4.10 – Excerto dos ciclos for do código.

4.4.2.2. Download dos ficheiros das curvas agregadas de oferta e de procura do MIBEL

Seguidamente, e dentro dos ciclos definidos na subsecção anterior, são extraídos da

Internet os ficheiros das curvas agregadas de oferta e de procura do MIBEL existentes no site

da OMIE. Desta maneira, utilizando o valor da variável hora, da variável dia, da variável mês e

da variável ano constrói-se um link, que permite descarregar um determinado ficheiro de

curvas agregadas de oferta e de procura do site da OMIE. Isto quer dizer que, alterando a

variável hora, dia, mês ou ano, o link também se altera e o ficheiro a descarregar também é

diferente, conforme a Figura 4.11.

Figura 4.11 – Excerto da construção dos links para o download dos ficheiros das curvas e do preço marginal presente no código.

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46 Descrição da metodologia e da aplicação desenvolvida

46

Depois de obtido o link, usa-se a função URLDownloadToFile, para descarregar o ficheiro

do site da OMIE, como se constata na Figura 4.12. Esta função retorna a mensagem “Download

das curvas de mercado terminado....”, se o download for bem-sucedido. Este ficheiro é

colocado na pasta “output” que se situa no mesmo diretório em que se encontra o ficheiro

executável “Cálculo dos preços MIBEL - Veículos Elétricos.exe”. O ficheiro “.xls” tem a

denominação de “hora dia-mês-ano.xls”.

Figura 4.12 – Utilização da função URLDownloadToFile para extrair os ficheiros.

4.4.2.3. Leitura dos ficheiros das curvas agregadas de oferta e de procura do MIBEL

Posteriormente, o código é definido por uma condição if que divide o código em duas partes

distintas:

• uma em que, naquela hora, não ocorre o fenómeno de market splitting e o mercado

funciona como um só, com um preço comum para a zona portuguesa e a zona espanhola

(MIBEL);

• outra em que, naquela hora, ocorre o fenómeno de market splitting e há separação do

mercado em duas zonas, Portugal e Espanha, com dois preços distintos;

A condição que determina a ocorrência de market splitting é determinada pela função

example_read_first. Esta função, apresentada na Figura 4.13, testando-se a existência do

ficheiro das curvas agregadas de oferta e de procura do MIBEL. Isto é, se o programa encontrar

o ficheiro com a denominação “hora dia-mês-ano.xls” na pasta “output”, imprime a mensagem

“Sucess opening file...” e retorna o valor 0; por sua vez, se o programa não encontrar esse

ficheiro, imprime a mensagem “Cannot open file...” e retorna o valor -1. Quando a função

example_read_first retorna o valor 0, implica que naquela hora não ocorre o fenómeno de

market splitting. Pelo contrário, quando a função example_read_first retorna o valor -1,

implica que naquela hora ocorre o fenómeno de market splitting.

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47

Figura 4.13 – Utilização da função example_read_first para testar a existência dos ficheiros.

4.4.2.4. Não ocorrência de market splitting A não ocorrência de market splitting, leva a que o mercado ibérico não se divida em duas

zonas (portuguesa e espanhola) e atue como uma área só. Posto isto, o programa efetua a

leitura do ficheiro com a ajuda da função example_read, que consiste em calcular as ordenadas

(energia e preço) dos pontos C e A, definidos na secção 4.2. Relativamente ao ponto C, a função

example_read efetua o somatório de todos os valores da coluna “Energía Compra/Venta” em

que os valores da coluna “Tipo Oferta” sejam iguais ao caracter “C” e que os valores da coluna

“Ofertada (O)/Casada (C)” sejam iguais ao caracter “C”. Em relação ao ponto A procede-se de

forma semelhante, ou seja, a função example_read efetua o somatório de todos os valores da

coluna “Energía Compra/Venta” em que os valores da coluna “Tipo Oferta” sejam iguais ao

caracter “V” e que os valores da coluna “Ofertada (O)/Casada (C)” sejam iguais ao caracter

“C”, como se pode observar na Figura 4.14.

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48 Descrição da metodologia e da aplicação desenvolvida

48

Figura 4.14 – Excerto da função exemple_read do código.

De seguida, são extraídos da Internet os ficheiros dos preços marginais da zona portuguesa

e da zona espanhola existentes no site da OMIE. Desta maneira, utilizando a variável dia, da

variável mês e da variável ano constrói-se um link, que permite descarregar um determinado

ficheiro que contém o preço do mercado diário, em €/MWh, do site da OMIE. Isto é, alterando

a variável dia, mês ou ano, o link também altera e o ficheiro a descarregar também é diferente,

conforme a Figura 4.11.

Depois de obtido o link, e da mesma maneira que acontece para os ficheiros das curvas

agregadas de oferta e de procura do MIBEL usa-se a função URLDownloadToFile, para

descarregar o ficheiro do site da OMIE, como é demonstrado na Figura 4.15. Este ficheiro é

colocado na pasta “output”, que se situa no mesmo diretório onde se encontra o ficheiro

executável “Cálculo dos preços MIBEL - Veículos Elétricos.exe”. O ficheiro “.xls” tem a

denominação de “dia-mês-ano.xls”.

Figura 4.15 – Utilização da função URLDownloadToFile para extrair os ficheiros.

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Seguidamente, o programa executa a leitura do ficheiro com o recurso à função

example_read2, que consiste em calcular as ordenadas (energia e preço) do ponto de

intersecção da curva agregada de oferta com a curva agregada de procura, designado de ponto

B e definido na Secção 4.2. Em relação a este ponto, naquela hora, esta função calcula o preço

marginal (ordenada do ponto B), em €/MWh e a energia total do mercado ibérico, em MWh, o

que corresponde à abcissa do ponto B. O código utilizado nessa função encontra-se exposto na

Figura 4.16.

Figura 4.16 – Utilização da função example_read2 para calcular o preço marginal.

Posteriormente, o programa lê os dados do ficheiro “Input.xls”, relativos ao número de

veículos cujas baterias se encontrem a carregar e a potência unitária de cada bateria a cada

hora, em kWh. Esta leitura é realizada através da função example_read_VE_Power_single, que

lê os dados do ficheiro “Input.xls” descritos anteriormente e os guarda nas variáveis VE e

Power, que são utilizadas para efetuar os cálculos do novo preço do MIBEL, conforme se

apresenta na Figura 4.17.

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50 Descrição da metodologia e da aplicação desenvolvida

50

Figura 4.17 – Excerto da função exemple_read_VE_Power_single do código.

De forma sequencial, e com os valores das variáveis VE e Power, procede-se aos cálculos.

Primeiramente, obtém-se o valor da energia consumida pelo carregamento das baterias dos

veículos elétricos, multiplicando o seu número pelo valor, convertido em MWh, da variável

Power. A este valor de energia soma-se o valor de energia do ponto C e obtém-se um novo valor

de energia, o qual se designa como C’. Este ponto C’ corresponde ao valor da energia incluindo

a que é consumida pelos veículos elétricos para qual o preço de compra é igual a 180,30 €/MWh.

Tal como é apresentado na Secção 4.2, calcula-se a equação da reta CB que une os pontos

C e B, nomeadamente o declive e a ordenada na origem. Pelos mesmos motivos, acontece a

mesma coisa para os pontos A e B, determinando-se o declive e a ordenada na origem da reta

AB. Com a obtenção do ponto C’ e sabendo que as retas CB e C’B’ têm o mesmo declive,

encontra-se o ponto de intersecção das retas AB e C’B’, isto é, o ponto B’ cuja ordenada é o

preço da energia elétrica e a abcissa é o valor da Energia. Posteriormente, também é calculada

a diferença entre o novo preço e o preço antigo (guardada na variável dif) e a percentagem de

aumento de preço (guardada na variável perc). Estas formulações matemáticas estão expostas

na Figura 4.18.

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51

Figura 4.18 – Cálculo do novo preço da energia, da diferença de preços e da percentagem de aumento de preço.

Por fim, guardam-se todos os valores na estrutura “precos_mercado_valor”, como se

observa na Figura 4.19. São estes o ano, o mês, o dia, a hora, o país, o número de veículos

elétricos que se encontram a carregar, a potência consumida por cada veículo elétrico, o valor

do preço antigo, o valor do novo preço, a diferença entre o novo preço e o preço antigo e

percentagem de aumento de preço.

Figura 4.19 – Passagem de todos os valores para a estrutura precos_mercado_valor.

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52 Descrição da metodologia e da aplicação desenvolvida

52

4.4.2.5. Ocorrência de market splitting Por outro lado, sempre que ocorre o fenómeno de market splitting, os mercados entre

Portugal e Espanha separam-se e passam a operar individualmente. Isto implica que nas horas

em que há market splitting o programa se comporta de maneira diferente, ou seja, na mesma

hora, realiza os cálculos do novo preço da energia elétrica para Portugal e os cálculos do novo

preço da energia elétrica para Espanha.

Sendo assim, o programa extraí, do site da OMIE, dois ficheiros:

• um ficheiro relativo às curvas de curvas agregadas de oferta e de procura em Portugal;

• um ficheiro relativo às curvas de curvas agregadas de oferta e de procura em Espanha.

Os ficheiros são extraídos pelo mesmo processo já descrito na subsecção 4.4.2.2., isto é,

utilizando o valor da variável país, da variável hora, da variável dia, da variável mês e da

variável ano constrói-se um link que, usando a função URLDownloadToFile, permite fazer

download destes ficheiros.

Esta função retorna a mensagem “Download das curvas de mercado (market splitting - PT)

terminado....”, se o download do ficheiro relativo a Portugal for bem-sucedido, enquanto que,

a função retorna a mensagem “Download das curvas de mercado (market splitting - ES)

terminado....”, se o download do ficheiro relativo a Espanha for bem-sucedido, conforme a

figura 4.20.

Figura 4.20 – Utilização da função URLDownloadToFile para extrair os ficheiros das curvas de Portugal e de Espanha.

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53

Este ficheiro é colocado na pasta “output”, que se situa no mesmo diretório onde se

encontra o ficheiro executável “Cálculo dos preços MIBEL - Veículos Elétricos.exe”. O ficheiro

“.xls” tem a denominação de “hora dia-mês-anoPT.xls” no caso do ficheiro relativo a Portugal

e “hora dia-mês-anoES.xls” para o ficheiro espanhol.

Seguidamente, com a ajuda da função example_read, executam-se duas leituras para

calcular as ordenadas (energia e preço) dos pontos C e A para Portugal e para Espanha. Da

mesma maneira que na subsecção 4.4.2.4., a função example_read efetua o somatório de todos

os valores da coluna “Energía Compra/Venta” em que os valores da coluna “Tipo Oferta” sejam

iguais ao caracter “C” e que os valores da coluna “Ofertada (O)/Casada (C)” sejam iguais ao

caracter “C”. Em relação ao ponto A procede-se de forma semelhante, ou seja, a função

example_read efetua o somatório de todos os valores da coluna “Energía Compra/Venta” em

que os valores da coluna “Tipo Oferta” sejam iguais ao caracter “V” e os valores da coluna

“Ofertada (O)/Casada (C)” sejam iguais ao caracter “C”, como se pode observar na Figura 4.14.

Este procedimento é executado quer para o caso português como para o caso espanhol.

De seguida, são extraídos da página web do Operador de Mercado os ficheiros dos preços

marginais da zona portuguesa e da zona espanhola existentes no site da OMIE. Desta maneira,

utilizando o valor da variável dia, da variável mês e da variável ano constrói-se um link, que

permite descarregar um determinado ficheiro que contém o preço do mercado diário, em

€/MWh, do site da OMIE. Isto é, alterando a variável dia, mês ou ano, o link também altera e

o ficheiro a descarregar também é diferente, conforme a Figura 4.11.

Depois de obtido este link, e da mesma forma que acontece para os ficheiros das curvas

agregadas de oferta e de procura do MIBEL, usa-se a função URLDownloadToFile, para

descarregar o ficheiro do site da OMIE, como é indicado na Figura 4.21. Este ficheiro é colocado

na pasta “output” que se situa no mesmo diretório onde se encontra o ficheiro executável

“Cálculo dos preços MIBEL - Veículos Elétricos.exe”. O ficheiro “.xls” tem a denominação de

“dia-mês-ano.xls”.

Figura 4.21 – Utilização da função URLDownloadToFile para extrair o ficheiro do preço marginal de Portugal e de Espanha.

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54 Descrição da metodologia e da aplicação desenvolvida

54

Seguidamente, o programa executa a leitura do ficheiro com o recurso à função

example_readPTES, que consiste em calcular as ordenadas (energia e preço) do ponto de

intersecção da curva agregada de oferta com a curva agregada de procura, designado de ponto

B, quer para o caso português quer para o caso espanhol. Estes detalhes são pormenorizados

na Secção 4.2. Em relação a este ponto, naquela hora, para Portugal, esta função calcula o

preço marginal português (ordenada do ponto B), em €/MWh e a energia total de venda do

sistema português somada à energia exportada de Espanha para Portugal, em MWh, o que

corresponde à abcissa do ponto B. Já no caso de Espanha, a função calcula o preço marginal

espanhol (ordenada do ponto B), em €/MWh e a energia total de venda do sistema espanhol

somada à energia importada por Espanha a Portugal, em MWh, o que corresponde à abcissa do

ponto B. O código utilizado nessa função encontra-se exposto na Figura 4.22.

Figura 4.22 – Excerto da função example_readPTES do código.

Posteriormente, o programa lê os dados do ficheiro “Input.xls” relativos ao número de

veículos cujas baterias se encontrem a carregar em Portugal e em Espanha e a potência unitária

de cada bateria a cada hora, em kWh. Esta leitura é realizada através da função

example_read_VE_Power_single, que lê os dados do ficheiro “Input.xls” descritos

anteriormente e os guarda nas variáveis VEPT (para Portugal), VEES (para Espanha) e Power,

que são utilizadas para efetuar os cálculos do novo preço do MIBEL para os dois países, conforme

foi apresentado na Figura 4.17.

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55

De forma sequencial, e com os valores das variáveis VEPT, VEES e Power, procede-se aos

cálculos. Para o caso de Portugal, primeiramente, obtém-se o valor da energia consumida pelo

carregamento das baterias dos veículos elétricos em Portugal, multiplicando o seu número pelo

valor, convertido em MWh, da variável Power. A este valor de energia soma-se o valor de

energia do ponto C e obtém-se um novo valor de energia, o qual se designa como C’. Este ponto

C’ corresponde à energia já considerando a energia consumida pelas baterias dos veículos

elétricos, para a qual o preço é igual a 180,30 €/MWh.

Tal como é apresentado na Secção 4.2, calcula-se a equação da reta CB que une os pontos

C e B, nomeadamente o declive e a ordenada na origem. Pelos mesmos motivos, procede-se de

forma semelhante para os pontos A e B, determinando-se o declive e a ordenada na origem da

reta AB. Com a obtenção do ponto C’ e sabendo que as retas CB e C’B’ têm o mesmo declive,

encontra-se o ponto de intersecção das retas AB e C’B’, isto é, o ponto B’ cuja ordenada é o

preço da energia elétrica e cuja abcissa é o valor da Energia. Posteriormente, também é

calculada a diferença entre o novo preço e o preço antigo (guardada na variável dif) e a

percentagem de aumento de preço (guardada na variável perc). Estas formulações matemáticas

estão expostas na Figura 4.23.

Figura 4.23 – Cálculo do novo preço da energia, da diferença de preços e da percentagem de aumento de preço para o caso de Portugal.

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56 Descrição da metodologia e da aplicação desenvolvida

56

Por fim, guardam-se todos os valores na estrutura “precos_mercado_valor2”, como se

observa na Figura 4.24. São estes o ano, o mês, o dia, a hora, o país, o número de veículos

elétricos que se encontram a carregar, a potência consumida por cada veículo elétrico, o valor

do preço antigo, o valor do novo preço, a diferença entre o novo preço e o preço antigo e

percentagem de aumento de preço.

Figura 4.24 – Passagem de todos os valores para a estrutura precos_mercado_valor2.

No caso de Espanha, procede-se exatamente da mesma maneira, à exceção dos da

localização dos valores, como se pode verificar pelas Figuras 4.25 e 4.26. O ano, o mês, o dia,

a hora, o país, o número de veículos elétricos que se encontram a carregar, a potência

consumida por cada veículo elétrico, o valor do preço antigo, o valor do novo preço, a diferença

entre o novo preço e o preço antigo e percentagem de aumento de preço são guardados na

estrutura ”precos_mercado_valor3”, ao invés da estrutura ”precos_mercado_valor2”.

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57

Figura 4.25 – Cálculo do novo preço da energia, da diferença de preços e da percentagem de aumento de preço para o caso de Espanha.

Figura 4.26 – Passagem de todos os valores para a estrutura precos_mercado_valor3.

4.4.2.6. Apresentação e escrita de resultados Quando o programa termina os quatro ciclos for (hora, dia, mês e ano), os cálculos já se

encontram concluídos. Como tal, o programa apresenta um conjunto de opções para o

utilizador escolher a que mais lhe convém:

• M – Voltar ao Menu;

• S – Apresentar os resultados no ecrã da janela;

• W – Escrever os resultados obtidos num ficheiro Excel, com o formato “.xls”;

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58 Descrição da metodologia e da aplicação desenvolvida

58

• E – Fechar o programa.

4.4.2.6.1. M – Voltar ao Menu Quando se carrega na tecla “M”, o programa volta à página inicial e o ficheiro de introdução

de dados, “Input.xls” é aberto. Esta instrução tem como objetivo, a possibilidade de, após

serem calculados os valores pretendidos inicialmente, ser possível alterar os dados de entrada

e refazer os cálculos.

4.4.2.6.2. S – Apresenta os resultados no ecrã da janela Quando se carrega na tecla “S”, o programa utiliza as estruturas precos_mercado_valor,

precos_mercado_valor2 e precos_mercado_valor3 para imprimir os valores do ano, do mês, do

dia, da hora, o nome do país, os valores do número de veículos elétricos que se encontram a

carregar, da potência consumida por cada veículo elétrico, o valor do preço antigo, o valor do

novo preço, da diferença entre o novo preço e o preço antigo e da percentagem de aumento

de preço e apresentá-los no ecrã, por ordem cronológica, como se constata pela Figura 4.27.

Figura 4.27 – Apresentação dos resultados do programa no ecrã.

De seguida, o utilizador pode selecionar entre:

• M – Voltar ao Menu;

• W – Escrever os resultados obtidos num ficheiro Excel, com o formato “.xls”;

• E – Fechar o programa.

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59

4.4.2.6.3. W – Escrever os resultados obtidos num ficheiro Excel, com o formato “.xls”

Quando se prime na tecla “W”, o programa utiliza a função write_big_sheet_splitted para

escrever os resultados obtidos em tabelas num ficheiro Excel com o formato “.xls”. Esta função

faz com que as primeiras onze colunas da primeira linha do ficheiro sejam preenchidas por,

respetivamente, ano, mês, dia, hora, país, número de veículos elétricos que se encontram a

carregar, potência consumida por cada veículo elétrico, valor do preço antigo, valor do novo

preço, diferença entre o novo preço e o preço antigo e percentagem de aumento de preço.

Por conseguinte, tal como se observa na Figura 4.28, por baixo de cada coluna são

introduzidos os valores das estruturas precos_mercado_valor, precos_mercado_valor2 e

precos_mercado_valor3. Isso é possível com recurso a um ciclo for que percorre desde a

segunda linha do ficheiro (número um) até ao número de linhas, calculado pela expressão

(4.11).

Figura 4.28 – Apresentação dos resultados do programa no ficheiro Excel.

º ℎ = ú ℎ +

ú ℎ × 2 (4.11)

O programa contém uma condição if, que faz a distinção da(s) estrutura(s) a imprimir.

Isto é, sempre que a variável splitted for igual a 1 (ocorre market splitting), o programa escreve

no ficheiro “.xls” os valores relativos a Portugal e a Espanha, usando a estrutura

precos_mercado_valor2 e precos_mercado_valor3, respetivamente. Por outro lado, quando a

variável splitted for igual a 0 (não há market splitting), o programa escreve nesse ficheiro os

valores relativos ao MIBEL, ou seja, utilizando a estrutura precos_mercado_valor, como se

comprova na Figura 4.29.

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60 Descrição da metodologia e da aplicação desenvolvida

60

Quando se carrega na tecla “S”, o programa utiliza as estruturas precos_mercado_valor,

Figura 4.29 – Apresentação dos resultados do programa no ficheiro Excel.

Seguidamente, o programa abre o ficheiro em que foram escritos os resultados, denominado

“Resultados dia-mês-ano.xls” e presente na pasta “output”, e imprime a mensagem “Escrita

do ficheiro Excel concluída!!!!”. Por fim, o utilizador pode escolher entre voltar ao Menu,

premindo a tecla M, ou fechar o programa, carregando na tecla E.

4.4.2.6.4. E – Fechar o programa Quando se carrega na tecla “E”, o programa fecha todos os processos que tem abertos

relacionados com ele e encerra.

4.5. Utilização de uma interface gráfica

Para ajudar o utilizador a ter uma utilização mais simples e mais visual do programa, foi

construída uma interface gráfica, que se destina a calcular o novo preço do mercado da energia

elétrica do MIBEL, mas de uma forma mais intuitiva. Esta interface foi desenvolvida com o

auxílio do programa Qt Creator 4.0.3, um IDE (Integrated Development Environment) que

permite criar interfaces gráficas dos programas escritos na linguagem C++. Sendo assim, a

interface possui três janelas:

• uma janela de iniciação em que se apresenta, o nome da instituição de ensino, o título

desta Dissertação, bem como os nomes do estudante, orientador e coorientador, presente

na Figura 4.30;

• uma janela onde se processam todos os cálculos;

• uma janela onde, já finalizados os cálculos, são processados os resultados.

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61

Figura 4.30 – Interface gráfica do programa.

4.6. Melhorias que podem ser efetuadas

Através da construção e desenvolvimento do programa, a partir da linguagem C++, foram

identificados alguns aspetos que podem ser aperfeiçoados, de modo a se obter uma versão

melhorada do programa que contenha mais funcionalidades para o utilizador. Sendo assim, é

possível aproveitar o código usado nesta Dissertação, em C++, como ponto de partida para

editar ou incrementar o número de funcionalidades.

De algumas mudanças que podem ser introduzidas no programa, salientam-se as seguintes:

• alterar o modo de funcionamento dos quatro ciclos for, de forma a poder realizar

cálculos, em meses consecutivos com número de dias diferente, ou seja, por exemplo

poder, só com uma utilização calcular o novo preço para um mês com 31 dias e,

seguidamente, para um mês com 30 dias;

• determinar, calculando todos os dias em que não existem curvas agregadas de oferta e

procura, de forma a que o programa não tente descarregar ficheiros de dias não aplicáveis

(por exemplo, caso de anos bissextos);

• não permitir que o programa utilize demasiada memória RAM, ao abrir os ficheiros Excel

das curvas agregadas de oferta e de procura do MIBEL (ou de Portugal e de Espanha, se

houver market splitting) e do preço do mercado diário;

• introduzir a possibilidade de o programa, de forma automática, construir todos os

gráficos necessários ao estudo de determinados casos;

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62 Descrição da metodologia e da aplicação desenvolvida

62

• estudar outras maneiras, mais eficazes, para melhorar a rapidez do processamento do

programa (realização mais rápida dos cálculos necessários).

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Capítulo 5

Resultados

5.1. Introdução

De forma a estudar todos os cenários que um ano civil possui, obter resultados completos

e abrangentes, analisar o impacto do aumento de número de veículos elétricos e tirar

conclusões úteis e eficientes, foram consultados os diagramas de produção hídrica, produção

eólica e produção térmica disponíveis no site da REN e foram selecionados determinados dias

do ano que se indicam em seguida:

• um dia comum – dia 7 de abril de 2016;

• um dia com muita produção hídrica – dia 9 de abril de 2016;

• um dia com muito pouca produção hídrica – dia 9 de dezembro de 2016;

• um dia com muita produção eólica – dia 30 de novembro de 2016;

• um dia com muito pouca produção eólica – dia 23 de dezembro de 2016;

• um dia com muita produção térmica – dia 28 de novembro de 2016;

• um dia com muito pouca produção térmica – dia 8 de maio de 2016;

• dia de mudança da hora de inverno para a hora de verão – dia 27 de março de 2016;

• dia de mudança da hora de verão para a hora de inverno – dia 30 de outubro de 2016.

O programa descrito no Capítulo 4 foi desenhado de modo que a especificação do número

de veículos elétricos a carregar no MIBEL, ou em Portugal e Espanha, separadamente (quando

ocorre market splitting), seja realizada de maneira flexível, isto é, fica ao critério do utilizador

os números a introduzir no ficheiro “Input.xls”. O mesmo sucede para o valor da potência

unitária de cada bateria, em kW.

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64 Resultados

64

5.2. Pressupostos considerados

Para se alcançar resultados amplos e eficazes, são tidos em conta alguns aspetos

relacionados com os dados dos veículos elétricos a introduzir, como o número de veículos a

carregar em cada hora de um determinado período definido previamente (neste caso

particular, 24 horas ou 23 e 25 horas, para os dias de mudança de hora).

Assim sendo, para a introdução destes dados foram considerados alguns procedimentos:

• para todas as datas mencionadas em 5.1, foi considerado que, nas horas em que não há

market splitting, o número de veículos elétricos a carregar era de 20000;

• nas horas em que ocorre market splitting, o número de veículos elétricos a carregar em

Portugal era de 25% do total e em Espanha era de 75% do total;

• para todas as datas mencionadas em 5.1, foi considerado que, quer haja market splitting

ou não, o valor da potência unitária de cada bateria, é de 3 kW;

• escolha de um dia (neste caso o dia 7 de abril de 2016) para estudar o efeito do aumento

de veículos elétricos (mantendo a potência unitária de cada bateria em 3 kW);

• escolha de um dia (neste caso o dia 7 de abril de 2016) para estudar o efeito da alteração

do valor da potência unitária de cada bateria (considerando níveis de carregamento),

mantendo o número de veículos elétricos a carregar, quando não há market splitting, em

20000 e, quando ocorre market splitting, 5000 para Portugal e 15000 para Espanha.

5.3. Níveis de carregamento

A norma J1772, da responsabilidade da Society of Automotive Engineers (SAE), define que

existem três níveis de carregamento de veículos elétricos, com três níveis de potência

diferentes [26]:

• Nível 1: com valores standard de 1,5 kW e 3 kW;

• Nível 2: com valores standard de 10 kW e 20 kW;

• Nível 3: com valor standard de 40 kW e valores superiores.

Quanto à utilização, os carregadores de nível 1 e 2 são adequados para utilização

doméstica, enquanto que os carregadores de nível 3 são mais utilizados em estações de serviço,

infraestruturas públicas e em frotas de veículos elétricos. O nível 1 é considerado como

carregador lento enquanto que os níveis 2 e 3 são considerados como carregadores rápidos.

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65

5.4. Análise de resultados

Para que fosse efetuada uma apresentação completa e ampla dos resultados e obter

conclusões eficazes, optou-se por organizá-los de modo a ser possível fazer uma leitura mais

acessível dos mesmos.

Sendo assim, para cada dia selecionado são apresentados os diagramas de produção, seja

hídrica, eólica ou térmica do site da REN, ou todos, no caso do “dia comum” (7 de abril de

2016). Para este dia são realizados cálculos do novo preço, quer para o aumento do número de

veículos elétricos a carregar, quer para os três níveis de carregamento indicados.

No caso de aumento do número de veículos elétricos a carregar foi calculado o novo preço

da energia com três valores de veículos elétricos diferentes, mas com o valor da potência

constante e fixado em 3 kW:

• 20000 (para as horas sem market splitting) e 5000 em Portugal e 15000 em Espanha (para

as horas de market splitting);

• 50000 (para as horas sem market splitting) e 10000 em Portugal e 40000 em Espanha

(para as horas de market splitting);

• 100000 (para as horas sem market splitting) e 20000 em Portugal e 80000 em Espanha

(para as horas de market splitting);

Para o caso deste dia, para estudar o efeito do aumento do valor da potência unitária de

cada bateria foi calculado o novo preço da energia com três valores potência diferentes, mas

com o número de veículos elétricos a carregar constante, isto é, 20000 (para as horas sem

market splitting) e 5000 em Portugal e 15000 em Espanha (para as horas de market splitting):

• 3 kW (Nível 1);

• 20 kW (Nível 2);

• 50 kW (Nível 3).

Nos restantes dias, em que se estuda o efeito da produção hídrica, eólica e térmica, os

valores utilizados são 20000 (para as horas sem market splitting) e 5000 em Portugal e 15000

em Espanha (para as horas de market splitting) para o número de veículos elétricos a carregar

e 3 kW para o valor da potência unitária de cada bateria.

Para cada dia selecionado, é apresentado em forma de tabela e de gráficos um conjunto

de resultados referentes ao ano, mês, dia, hora, país (MIBEL, PT ou ES), valor do preço antigo,

valor do novo preço, diferença entre o novo preço e o preço antigo, percentagem de aumento

de preço, número de veículos elétricos que se encontram a carregar e potência consumida por

cada veículo elétrico, tal como é apresentado, na Secção 4.4.2.6.3 quando se prime a tecla

“W”.

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66 Resultados

66

Através destes testes, com cenários diferentes, pretende-se estudar o impacto do aumento

do número de veículos a carregar na curva agregada de compra e no novo preço da energia

elétrica do MIBEL.

5.4.1. Dia comum Para este caso, selecionou-se um dia do ano com um misto de produção hídrica, produção

eólica e produção térmica, de forma aleatória. O dia escolhido para realizar este teste foi o

dia 7 de abril de 2016. As Figuras 5.1, 5.2, 5.3 e 5.4 apresentam os diagramas de produção

hídrica, produção eólica e produção térmica retirados do site da REN [24] e [25], para este dia.

Figura 5.1 – Diagrama de produção térmica. Figura 5.2 – Diagrama de produção hídrica.

Figura 5.3 – Diagrama de produção hídrica.

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67

Figura 5.4 – Diagrama de produção eólica.

Como se pode observar pelas figuras anteriores, existe bastante produção hídrica através

de albufeiras e de fios de água, alguma produção eólica a partir das 19 horas e alguma produção

térmica, a partir das centrais a carvão.

Seguidamente, na Figura 5.5 é apresentado o gráfico com o preço horário do mercado diário

descarregado do site da OMIE.

Figura 5.5 – Gráfico do preço horário do mercado diário obtido no site da OMIE.

Por inspeção da Figura 5.5, conclui-se que para as horas 8 e 9, o preço da energia é

diferente em Portugal e em Espanha, o que implica que ocorre market splitting. Nas restantes

horas, visto que o preço da energia nos dois países é igual, não ocorre market splitting.

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68 Resultados

68

5.4.1.1. Cenário 1 – número de veículos elétricos 20000 (5000 para PT e 15000 para ES) e nível 1 de carregamento (3 kW)

Para este cenário foi fixado o número de veículos elétricos em 20000 (para as horas sem

market splitting) e 5000 em Portugal e 15000 em Espanha (para as horas de market splitting).

O valor da potência consumida por cada veículo elétrico escolhido é do nível 1 de

carregamento, ou seja, 3 kW. Na Tabela 5.1, apresentam-se os valores horários introduzidos

no ficheiro “Input.xls”. Deve referir-se que de acordo com estas indicações, se está a assumir

que se encontram em permanência 20000 veículos elétricos em carregamento. Se se admitir

que o carregamento lento tem a duração de 8 horas, então isto significaria que na verdade

estão em carregamento neste dia 60000 veículos elétricos.

Se o utilizador pretender, pode por exemplo preencher apenas as linhas correspondentes

às horas 1 a 8 para simular a existência de 20000 veículos elétricos a carregar no período

noturno e início da manhã.

Tabela 5.1 — Valores introduzidos no ficheiro “Input.xls”.

Hora VE (VEPT se MS) VE ES Power

1 20000 - 3 2 20000 - 3 3 20000 - 3 4 20000 - 3 5 20000 - 3 6 20000 - 3 7 20000 - 3 8 5000 15000 3 9 5000 15000 3

10 20000 - 3 11 20000 - 3 12 20000 - 3 13 20000 - 3 14 20000 - 3 15 20000 - 3 16 20000 - 3 17 20000 - 3 18 20000 - 3 19 20000 - 3 20 20000 - 3 21 20000 - 3 22 20000 - 3 23 20000 - 3 24 20000 - 3

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69

De seguida e, colocando o programa em funcionamento obtêm-se os resultados

apresentados na Tabela 5.2.

Tabela 5.2 — Valores obtidos pelo programa para o dia 7/4/2016.

Ano Mês Dia Hora País Preço

Antigo, B (€/MWh)

Preço Novo, B' (€/MWh)

Diferença (€/MWh) Percentagem (%)

Número de

Veículos Elétricos

Potência de um

VE (kWh)

2016 4 7 1 Mibel 21.00 21.14 0.14 0.69 20000 3 2016 4 7 2 Mibel 16.00 16.12 0.12 0.77 20000 3 2016 4 7 3 Mibel 13.97 14.08 0.11 0.79 20000 3 2016 4 7 4 Mibel 13.05 13.16 0.11 0.83 20000 3 2016 4 7 5 Mibel 13.49 13.60 0.11 0.83 20000 3 2016 4 7 6 Mibel 17.37 17.53 0.16 0.93 20000 3 2016 4 7 7 Mibel 21.75 21.95 0.20 0.91 20000 3 2016 4 7 8 PT 27.69 27.81 0.12 0.42 5000 3 2016 4 7 8 ES(CAS) 28.00 28.12 0.12 0.42 15000 3 2016 4 7 9 PT 28.10 28.21 0.11 0.38 5000 3 2016 4 7 9 ES(CAS) 30.75 30.87 0.12 0.38 15000 3 2016 4 7 10 Mibel 30.00 30.15 0.15 0.52 20000 3 2016 4 7 11 Mibel 28.59 28.74 0.15 0.54 20000 3 2016 4 7 12 Mibel 27.10 27.26 0.16 0.58 20000 3 2016 4 7 13 Mibel 26.14 26.29 0.15 0.58 20000 3 2016 4 7 14 Mibel 24.44 24.59 0.15 0.60 20000 3 2016 4 7 15 Mibel 22.57 22.72 0.15 0.66 20000 3 2016 4 7 16 Mibel 21.86 22.02 0.16 0.72 20000 3 2016 4 7 17 Mibel 21.94 22.10 0.16 0.73 20000 3 2016 4 7 18 Mibel 21.39 21.56 0.17 0.80 20000 3 2016 4 7 19 Mibel 20.43 20.60 0.17 0.82 20000 3 2016 4 7 20 Mibel 22.00 22.16 0.16 0.72 20000 3 2016 4 7 21 Mibel 25.29 25.44 0.15 0.59 20000 3 2016 4 7 22 Mibel 28.69 28.83 0.14 0.49 20000 3 2016 4 7 23 Mibel 26.14 26.29 0.15 0.58 20000 3 2016 4 7 24 Mibel 23.69 23.86 0.17 0.71 20000 3

Utilizando a Tabela 5.2, é possível construir os gráficos das Figuras 5.6, 5.7, 5.8 e 5.9. Deve

notar-se que nas horas 8 e 9 existe market splitting, isto é, existe preço antigo e preço novo

tanto para Portugal como para Espanha. De referir ainda que o preço tem os seus valores

máximos entre as 8 horas e as 11 horas (devido ao consumo de energia da indústria) e na hora

22 (devido ao aumento consumo doméstico).

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70 Resultados

70

Figura 5.6 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo.

Figura 5.7 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo.

Posteriormente, os gráficos das Figuras 5.8 e 5.9 foram construídos calculando a variação

absoluta e a variação relativa percentual, definidas pelas expressões (5.1) e (5.2).

çã = − (5.1)

çã = × 100 (%) (5.2)

10.00

15.00

20.00

25.00

30.00

35.00

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia Comum

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

10.00

15.00

20.00

25.00

30.00

35.00

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia Comum

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

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71

Figura 5.8 – Gráfico horário da diferença entre o preço novo e do preço antigo, ou seja, a variação

absoluta.

Figura 5.9 – Gráfico horário da variação percentual do preço novo em relação ao preço antigo.

No gráfico da figura 5.8, apresenta-se, para cada hora, a variação absoluta, ou seja, a

diferença entre o preço novo e o preço antigo. Estes valores correspondem à coluna

“Diferença” da Tabela 5.2 e exprimem-se em €/MWh. Nota-se que, para todas as horas do dia

estudado, a variação absoluta varia entre 0,10 e 0,15 €/MWh, valores reduzidos comparados

com os valores dos preços (antigo e novo) presentes nos gráficos das Figuras 5.6 e 5.7.

Finalmente, o gráfico da Figura 5.9 indica variação percentual, isto é, o valor, em

percentagem, do aumento de preço, do preço novo em relação ao antigo. Por inspeção do

gráfico, verifica-se que os valores não ultrapassam 1%, o que implica que o aumento de preço

é bastante reduzido.

0.00

0.20

0.40

0.60

0.80

1.00

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24Varia

ção

rela

tiva

perc

entu

al (%

)

Horas

Dia comum

0.00

0.05

0.10

0.15

0.20

0.25

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Varia

ção

abso

luta

(€/M

Wh)

Horas

Dia comum

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72 Resultados

72

5.4.1.2. Cenário 2 – número de veículos elétricos 50000 (10000 para PT e 40000 para ES) e nível 1 de carregamento (3 kW)

Neste caso foi alterado o número de veículos elétricos, aumentando-se para 50000 (para as

horas sem market splitting) e 10000 em Portugal e 40000 em Espanha (para as horas de market

splitting). O valor da potência consumida por cada veículo elétrico escolhido continua a

corresponder ao nível 1 de carregamento, ou seja, 3 kW. Na Tabela 5.3, apresentam-se os

valores horários introduzidos no ficheiro “Input.xls”.

Tabela 5.3 — Valores introduzidos no ficheiro “Input.xls”.

Hora VE (VEPT se MS) VE ES Power

1 50000 - 3 2 50000 - 3 3 50000 - 3 4 50000 - 3 5 50000 - 3 6 50000 - 3 7 50000 - 3 8 10000 40000 3 9 10000 40000 3

10 50000 - 3 11 50000 - 3 12 50000 - 3 13 50000 - 3 14 50000 - 3 15 50000 - 3 16 50000 - 3 17 50000 - 3 18 50000 - 3 19 50000 - 3 20 50000 - 3 21 50000 - 3 22 50000 - 3 23 50000 - 3 24 50000 - 3

Seguidamente e, colocando o programa em funcionamento, na Tabela 5.4 estão

apresentados os resultados obtidos:

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73

Tabela 5.4 — Valores obtidos pelo programa para o dia 7/4/2016.

Ano Mês Dia Hora País Preço

Antigo, B (€/MWh)

Preço Novo, B' (€/MWh)

Diferença (€/MWh)

Percentagem (%)

Número de

Veículos Elétricos

Potência de um

VE (kWh)

2016 4 7 1 Mibel 21.00 21.36 0.36 1.72 50000 3 2016 4 7 2 Mibel 16.00 16.31 0.31 1.93 50000 3 2016 4 7 3 Mibel 13.97 14.25 0.28 1.98 50000 3 2016 4 7 4 Mibel 13.05 13.32 0.27 2.08 50000 3 2016 4 7 5 Mibel 13.49 13.77 0.28 2.08 50000 3 2016 4 7 6 Mibel 17.37 17.77 0.40 2.33 50000 3 2016 4 7 7 Mibel 21.75 22.24 0.49 2.27 50000 3 2016 4 7 8 PT 27.69 27.92 0.23 0.84 10000 3 2016 4 7 8 ES(CAS) 28.00 28.31 0.31 1.12 40000 3 2016 4 7 9 PT 28.10 28.32 0.22 0.77 10000 3 2016 4 7 9 ES(CAS) 30.75 31.06 0.31 1.00 40000 3 2016 4 7 10 Mibel 30.00 30.39 0.39 1.29 50000 3 2016 4 7 11 Mibel 28.59 28.97 0.38 1.34 50000 3 2016 4 7 12 Mibel 27.10 27.49 0.39 1.45 50000 3 2016 4 7 13 Mibel 26.14 26.52 0.38 1.46 50000 3 2016 4 7 14 Mibel 24.44 24.81 0.37 1.49 50000 3 2016 4 7 15 Mibel 22.57 22.94 0.37 1.65 50000 3 2016 4 7 16 Mibel 21.86 22.25 0.39 1.79 50000 3 2016 4 7 17 Mibel 21.94 22.34 0.40 1.83 50000 3 2016 4 7 18 Mibel 21.39 21.82 0.43 1.99 50000 3 2016 4 7 19 Mibel 20.43 20.85 0.42 2.05 50000 3 2016 4 7 20 Mibel 22.00 22.39 0.39 1.79 50000 3 2016 4 7 21 Mibel 25.29 25.66 0.37 1.48 50000 3 2016 4 7 22 Mibel 28.69 29.04 0.35 1.23 50000 3 2016 4 7 23 Mibel 26.14 26.52 0.38 1.44 50000 3 2016 4 7 24 Mibel 23.69 24.11 0.42 1.78 50000 3

Tal e qual como no cenário 1 e utilizando a Tabela 5.4, é possível desenhar os gráficos das

Figuras 5.10, 5.11, 5.12 e 5.13. Novamente, sabe-se que nas horas 8 e 9 existe market splitting.

O preço tem os seus valores máximos entre as 8 horas e as 11 horas e na hora 22.

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74 Resultados

74

Figura 5.10 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo.

Figura 5.11 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo.

Do mesmo modo que no cenário 1, os gráficos das figuras 5.12 e 5.13 surgem por via do

cálculo da variação absoluta e da variação relativa percentual, definidas nas equações (5.1) e

(5.2).

Figura 5.12 – Gráfico horário da diferença entre o preço novo e do preço antigo, ou seja, a variação

absoluta.

10.00

15.00

20.00

25.00

30.00

35.00

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia Comum

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

10.00

15.00

20.00

25.00

30.00

35.00

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia Comum

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

10.00

15.00

20.00

25.00

30.00

35.00

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia comum

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

10.00

15.00

20.00

25.00

30.00

35.00

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia comum

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

0.00

0.10

0.20

0.30

0.40

0.50

0.60

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24Varia

ção

abso

luta

(€/M

Wh)

Horas

Dia comum

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75

Figura 5.13 – Gráfico horário da variação percentual do preço novo em relação ao preço antigo.

Devido ao aumento do número de veículos elétricos a carregar de 20000 para 50000 (para

as horas sem market splitting) e de 5000 para 10000 em Portugal e de 15000 para 40000 em

Espanha (para as horas com market splitting), a variação absoluta aumenta para valores

próximos dos 0,40 €/MWh, um valor modesto comparado com os valores dos preços (antigo e

novo) presentes nos gráficos das Figuras 5.10 e 5.11.

Por seu lado, o gráfico da Figura 5.13 indica que os preços aumentam menos de 2%,

aumentando relativamente ao cenário 1, mas o aumento de preço continua bastante reduzido.

5.4.1.3. Cenário 3 – número de veículos elétricos 100000 (20000 para PT e 80000 para ES) e nível 1 de carregamento (3 kW)

Para o cenário 3, aumentou-se o número de veículos elétricos para 100000 (para as horas

sem market splitting) e para 20000 em Portugal e 80000 em Espanha (para as horas com market

splitting). O valor da potência consumida por cada veículo elétrico selecionado continua a ser

3 kW, isto é, o nível 1 de carregamento. Na Tabela 5.5, apresentam-se os valores horários

introduzidos no ficheiro “Input.xls”.

0.00

0.50

1.00

1.50

2.00

2.50

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24Varia

ção

rela

tiva

perc

entu

al (%

)

Horas

Dia comum

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76 Resultados

76

Tabela 5.5 — Valores introduzidos no ficheiro “Input.xls”.

Hora VE (VEPT se MS) VE ES Power

1 100000 - 3 2 100000 - 3 3 100000 - 3 4 100000 - 3 5 100000 - 3 6 100000 - 3 7 100000 - 3 8 20000 80000 3 9 20000 80000 3

10 100000 - 3 11 100000 - 3 12 100000 - 3 13 100000 - 3 14 100000 - 3 15 100000 - 3 16 100000 - 3 17 100000 - 3 18 100000 - 3 19 100000 - 3 20 100000 - 3 21 100000 - 3 22 100000 - 3 23 100000 - 3 24 100000 - 3

De seguida e, colocando o programa em funcionamento obtêm-se os resultados

apresentados na Tabela 5.6.

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77

Tabela 5.6 — Valores obtidos pelo programa para o dia 7/4/2016.

Ano Mês Dia Hora País Preço

Antigo, B (€/MWh)

Preço Novo,

B' (€/MWh)

Diferença (€/MWh)

Percentagem (%)

Número de Veículos Elétricos

Potência de um

VE (kWh)

2016 4 7 1 Mibel 21.00 21.72 0.72 3.44 100000 3 2016 4 7 2 Mibel 16.00 16.62 0.62 3.85 100000 3 2016 4 7 3 Mibel 13.97 14.52 0.55 3.96 100000 3 2016 4 7 4 Mibel 13.05 13.59 0.54 4.15 100000 3 2016 4 7 5 Mibel 13.49 14.05 0.56 4.17 100000 3 2016 4 7 6 Mibel 17.37 18.18 0.81 4.66 100000 3 2016 4 7 7 Mibel 21.75 22.74 0.99 4.54 100000 3 2016 4 7 8 PT 27.69 28.15 0.46 1.67 20000 3 2016 4 7 8 ES(CAS) 28.00 28.63 0.63 2.24 80000 3 2016 4 7 9 PT 28.10 28.53 0.43 1.54 20000 3 2016 4 7 9 ES(CAS) 30.75 31.37 0.62 2.01 80000 3 2016 4 7 10 Mibel 30.00 30.77 0.77 2.58 100000 3 2016 4 7 11 Mibel 28.59 29.36 0.77 2.68 100000 3 2016 4 7 12 Mibel 27.10 27.89 0.79 2.90 100000 3 2016 4 7 13 Mibel 26.14 26.90 0.76 2.92 100000 3 2016 4 7 14 Mibel 24.44 25.17 0.73 2.99 100000 3 2016 4 7 15 Mibel 22.57 23.31 0.74 3.29 100000 3 2016 4 7 16 Mibel 21.86 22.64 0.78 3.58 100000 3 2016 4 7 17 Mibel 21.94 22.74 0.80 3.65 100000 3 2016 4 7 18 Mibel 21.39 22.24 0.85 3.98 100000 3 2016 4 7 19 Mibel 20.43 21.27 0.84 4.09 100000 3 2016 4 7 20 Mibel 22.00 22.79 0.79 3.59 100000 3 2016 4 7 21 Mibel 25.29 26.04 0.75 2.96 100000 3 2016 4 7 22 Mibel 28.69 29.39 0.70 2.45 100000 3 2016 4 7 23 Mibel 26.14 26.89 0.75 2.88 100000 3 2016 4 7 24 Mibel 23.69 24.53 0.84 3.56 100000 3

Neste cenário e utilizando a Tabela 5.6, percebe-se que nas horas 8 e 9 existe market

splitting. O preço tem os seus valores máximos entre as 8 horas e as 11 horas e na hora 22,

neste caso devido ao aumento do consumo doméstico.

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78 Resultados

78

Figura 5.14 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo.

Figura 5.15 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo.

Da mesma forma que nos cenários anteriores, os gráficos das Figuras 5.16 e 5.17 surgem

por via do cálculo da variação absoluta e da variação relativa percentual, definidas pelas

expressões (5.1) e (5.2).

Figura 5.16 – Gráfico horário da diferença entre o preço novo e do preço antigo, ou seja, a variação

absoluta.

10.00

15.00

20.00

25.00

30.00

35.00

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia Comum

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

10.00

15.00

20.00

25.00

30.00

35.00

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia Comum

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

10.00

15.00

20.00

25.00

30.00

35.00

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia comum

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

0.00

0.20

0.40

0.60

0.80

1.00

1.20

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24Varia

ção

abso

luta

(€/M

Wh)

Horas

Dia comum

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79

Figura 5.17 – Gráfico horário da variação percentual do preço novo em relação ao preço antigo.

Aumentando o número de veículos elétricos a carregar para 100000 (para as horas sem

market splitting) e para 20000 em Portugal e para 80000 em Espanha (para as horas com market

splitting), a variação absoluta aumenta para valores próximos dos 0,80 €/MWh, um valor

razoável comparado com os valores dos preços (antigo e novo) presentes nos gráficos das

Figuras 5.14 e 5.15.

Em consequência disso, o gráfico da Figura 5.17 indica que os valores ficam abaixo dos 4%

(aumentam relativamente aos cenários anteriores), mas o aumento de preço começa a ser mais

significativo.

Na Secção 5.4.10 são apresentados gráficos que comparam o preço antigo e o preço novo,

variação absoluta e variação percentual para 20000, 50000 e 100000 veículos elétricos a

carregar, com 3 kW de potência unitária de cada veículo elétrico.

5.4.1.4. Cenário 4 – número de veículos elétricos 20000 (5000 para PT e 15000 para ES) e nível 2 de carregamento (20 kW)

Para o cenário seguinte, alterou-se o valor da potência consumida por cada veículo elétrico

do nível 1 para o nível 2 de carregamento, aumentando de 3 kW para 20 kW. O número de

veículos elétricos a carregar é o mesmo que foi utilizado para o cenário 1, 20000 para as horas

sem market splitting e 5000 em Portugal e 15000 em Espanha para as horas com market

splitting. Na Tabela 5.7, apresentam-se os valores horários introduzidos no ficheiro “Input.xls”.

0.00

0.50

1.00

1.50

2.00

2.50

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24Varia

ção

rela

tiva

perc

entu

al (%

)

Horas

Dia comum

0.00

1.00

2.00

3.00

4.00

5.00

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24Varia

ção

rela

tiva

perc

entu

al (%

)

Horas

Dia comum

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80 Resultados

80

Tabela 5.7 — Valores introduzidos no ficheiro “Input.xls”.

Hora VE (VEPT se MS) VE ES Power

1 20000 - 20 2 20000 - 20 3 20000 - 20 4 20000 - 20 5 20000 - 20 6 20000 - 20 7 20000 - 20 8 5000 15000 20 9 5000 15000 20

10 20000 - 20 11 20000 - 20 12 20000 - 20 13 20000 - 20 14 20000 - 20 15 20000 - 20 16 20000 - 20 17 20000 - 20 18 20000 - 20 19 20000 - 20 20 20000 - 20 21 20000 - 20 22 20000 - 20 23 20000 - 20 24 20000 - 20

Seguidamente, colocando o programa em funcionamento, na Tabela 5.8 estão apresentados

os resultados que foram obtidos.

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81

Tabela 5.8 — Valores obtidos pelo programa para o dia 7/4/2016.

Ano Mês Dia Hora País Preço

Antigo, B (€/MWh)

Preço Novo, B' (€/MWh)

Diferença (€/MWh)

Percentagem (%)

Número de

Veículos Elétricos

Potência de um

VE (kWh)

2016 4 7 1 Mibel 21.00 21.96 0.96 4.59 20000 20 2016 4 7 2 Mibel 16.00 16.82 0.82 5.14 20000 20 2016 4 7 3 Mibel 13.97 14.71 0.74 5.27 20000 20 2016 4 7 4 Mibel 13.05 13.77 0.72 5.54 20000 20 2016 4 7 5 Mibel 13.49 14.24 0.75 5.56 20000 20 2016 4 7 6 Mibel 17.37 18.45 1.08 6.21 20000 20 2016 4 7 7 Mibel 21.75 23.07 1.32 6.06 20000 20 2016 4 7 8 PT 27.69 28.46 0.77 2.79 5000 20 2016 4 7 8 ES(CAS) 28.00 28.79 0.79 2.81 15000 20 2016 4 7 9 PT 28.10 28.82 0.72 2.56 5000 20 2016 4 7 9 ES(CAS) 30.75 31.52 0.77 2.51 15000 20 2016 4 7 10 Mibel 30.00 31.03 1.03 3.44 20000 20 2016 4 7 11 Mibel 28.59 29.61 1.02 3.57 20000 20 2016 4 7 12 Mibel 27.10 28.15 1.05 3.87 20000 20 2016 4 7 13 Mibel 26.14 27.16 1.02 3.89 20000 20 2016 4 7 14 Mibel 24.44 25.41 0.97 3.98 20000 20 2016 4 7 15 Mibel 22.57 23.56 0.99 4.39 20000 20 2016 4 7 16 Mibel 21.86 22.90 1.04 4.77 20000 20 2016 4 7 17 Mibel 21.94 23.01 1.07 4.87 20000 20 2016 4 7 18 Mibel 21.39 22.53 1.14 5.31 20000 20 2016 4 7 19 Mibel 20.43 21.55 1.12 5.46 20000 20 2016 4 7 20 Mibel 22.00 23.05 1.05 4.78 20000 20 2016 4 7 21 Mibel 25.29 26.29 1.00 3.95 20000 20 2016 4 7 22 Mibel 28.69 29.63 0.94 3.27 20000 20 2016 4 7 23 Mibel 26.14 27.14 1.00 3.84 20000 20 2016 4 7 24 Mibel 23.69 24.81 1.12 4.74 20000 20

Neste cenário e recorrendo à Tabela 5.8, verifica-se, de novo, que nas horas 8 e 9 existe

market splitting. De mesma maneira que nos cenários anteriores, o preço tem os seus valores

máximos entre as 8 horas e as 11 horas e na hora 22.

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82 Resultados

82

Figura 5.18 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo.

Figura 5.19 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo.

Tal como nos cenários anteriores, os gráficos das Figuras 5.20 e 5.21 são obtidos por via do

cálculo da variação absoluta e da variação percentual, definidas pelas expressões (5.1) e (5.2).

Figura 5.20 – Gráfico horário da diferença entre o preço novo e do preço antigo, ou seja, a variação

absoluta.

10.00

15.00

20.00

25.00

30.00

35.00

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia Comum

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

10.00

15.00

20.00

25.00

30.00

35.00

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia comum

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

10.00

15.00

20.00

25.00

30.00

35.00

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia comum

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

0.000.200.400.600.801.001.201.40

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24Varia

ção

abso

luta

(€/M

Wh)

Horas

Dia comum

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83

Figura 5.21 – Gráfico horário da variação percentual do preço novo em relação ao preço antigo.

Devido ao aumento da potência unitária de cada veículo elétrico a carregar de 3 para 20

kW, mantendo o número de veículos elétricos a carregar nos 20000 (para as horas sem market

splitting) e nos 5000 em Portugal e nos 15000 em Espanha (para as horas com market splitting),

a variação absoluta aproxima-se de valores próximos de 1 €/MWh, um valor considerável

comparado com os valores dos preços (antigo e novo) presentes nos gráficos das Figuras 5.18 e

5.19.

Consequentemente, o gráfico da Figura 5.21 indica que as variações percentuais excedem

em muitas horas 4%, um valor já significativo.

5.4.1.5. Cenário 5 – número de veículos elétricos 20000 (5000 para PT e 15000 para ES) e nível 2 de carregamento (50 kW)

Para o último cenário, aumentou-se o valor da potência consumida por cada veículo elétrico

de 20 kW para 50 kW, isto é, uma transição do nível 2 para o nível 3 de carregamento. O número

de veículos elétricos a carregar é o mesmo que foi utilizado para o cenário 1, 20000 para as

horas sem market splitting e 5000 em Portugal e 15000 em Espanha para as horas com market

splitting. Na Tabela 5.9, apresentam-se os valores horários introduzidos no ficheiro “Input.xls”.

0.00

1.00

2.00

3.00

4.00

5.00

6.00

7.00

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24Varia

ção

rela

tiva

perc

entu

al (%

)

Horas

Dia comum

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84 Resultados

84

Tabela 5.9 — Valores introduzidos no ficheiro “Input.xls”.

Hora VE (VEPT se MS) VE ES Power

1 20000 - 50 2 20000 - 50 3 20000 - 50 4 20000 - 50 5 20000 - 50 6 20000 - 50 7 20000 - 50 8 5000 15000 50 9 5000 15000 50

10 20000 - 50 11 20000 - 50 12 20000 - 50 13 20000 - 50 14 20000 - 50 15 20000 - 50 16 20000 - 50 17 20000 - 50 18 20000 - 50 19 20000 - 50 20 20000 - 50 21 20000 - 50 22 20000 - 50 23 20000 - 50 24 20000 - 50

Seguidamente, colocando o programa em funcionamento, na Tabela 5.10 estão

apresentados os resultados que foram obtidos.

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85

Tabela 5.10 — Valores obtidos pelo programa para o dia 7/4/2016.

Ano Mês Dia Hora Pais Preço

Antigo, B (€/MWh)

Preço Novo,

B' (€/MWh)

Diferença (€/MWh)

Percentagem (%)

Número de Veículos Elétricos

Potência de um

VE (kWh)

2016 4 7 1 Mibel 21.00 23.41 2.41 11.46 20000 50 2016 4 7 2 Mibel 16.00 18.05 2.05 12.84 20000 50 2016 4 7 3 Mibel 13.97 15.81 1.84 13.19 20000 50 2016 4 7 4 Mibel 13.05 14.86 1.81 13.84 20000 50 2016 4 7 5 Mibel 13.49 15.36 1.87 13.89 20000 50 2016 4 7 6 Mibel 17.37 20.07 2.70 15.52 20000 50 2016 4 7 7 Mibel 21.75 25.04 3.29 15.15 20000 50 2016 4 7 8 PT 27.69 29.62 1.93 6.97 5000 50 2016 4 7 8 ES(CAS) 28.00 29.96 1.96 7.01 15000 50 2016 4 7 9 PT 28.10 29.90 1.80 6.40 5000 50 2016 4 7 9 ES(CAS) 30.75 32.68 1.93 6.27 15000 50 2016 4 7 10 Mibel 30.00 32.58 2.58 8.59 20000 50 2016 4 7 11 Mibel 28.59 31.14 2.55 8.92 20000 50 2016 4 7 12 Mibel 27.10 29.72 2.62 9.68 20000 50 2016 4 7 13 Mibel 26.14 28.68 2.54 9.73 20000 50 2016 4 7 14 Mibel 24.44 26.87 2.43 9.96 20000 50 2016 4 7 15 Mibel 22.57 25.05 2.48 10.97 20000 50 2016 4 7 16 Mibel 21.86 24.47 2.61 11.92 20000 50 2016 4 7 17 Mibel 21.94 24.61 2.67 12.18 20000 50 2016 4 7 18 Mibel 21.39 24.23 2.84 13.27 20000 50 2016 4 7 19 Mibel 20.43 23.22 2.79 13.65 20000 50 2016 4 7 20 Mibel 22.00 24.63 2.63 11.96 20000 50 2016 4 7 21 Mibel 25.29 27.79 2.50 9.87 20000 50 2016 4 7 22 Mibel 28.69 31.04 2.35 8.18 20000 50 2016 4 7 23 Mibel 26.14 28.65 2.51 9.61 20000 50 2016 4 7 24 Mibel 23.69 26.50 2.81 11.86 20000 50

Neste cenário, recorrendo à Tabela 5.10, verifica-se, de novo, que nas horas 8 e 9 existe

market splitting. De mesma maneira que nos cenários anteriores, o preço tem os seus valores

máximos entre as 8 horas e as 11 horas e na hora 22.

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86 Resultados

86

Figura 5.22 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo.

Figura 5.23 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo.

Tal como nos cenários anteriores, os gráficos das Figuras 5.24 e 5.25 surgem por via do

cálculo da variação absoluta e da variação relativa percentual, definidas pelas expressões (5.1)

e (5.2).

Figura 5.24 – Gráfico horário da diferença entre o preço novo e do preço antigo, ou seja, a variação

absoluta.

10.00

15.00

20.00

25.00

30.00

35.00

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia Comum

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

10.00

15.00

20.00

25.00

30.00

35.00

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia comum

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

10.00

15.00

20.00

25.00

30.00

35.00

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia comum

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

10.00

15.00

20.00

25.00

30.00

35.00

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia comum

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

0.000.501.001.502.002.503.003.50

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24Varia

ção

abso

luta

(€/M

Wh)

Horas

Dia comum

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87

Figura 5.25 – Gráfico horário da variação percentual do preço novo em relação ao preço antigo.

A variação absoluta aumenta para valores em torno de 2,5 €/MWh um valor muito

importante comparado com os valores dos preços (antigo e novo) presentes nos gráficos das

Figuras 5.22 e 5.23. Isto ocorre visto que houve um aumento da potência unitária de cada

veículo elétrico a carregar de 20 para 50 kW, mantendo o número de veículos elétricos a

carregar nos 20000 (para as horas sem market splitting) e nos 5000 em Portugal e nos 15000

em Espanha (para as horas com market splitting).

Já no caso da variação percentual, o gráfico da Figura 5.25 indica que os valores

ultrapassam em muitas horas os 10%, o que revela um grande aumento de preço.

Na Secção 5.4.10 são apresentados gráficos de comparação do preço antigo e do preço

novo, da variação absoluta e da variação relativa percentual para 3, 20 e 50 kW de potência

unitária de cada veículo elétrico, mantendo o número de veículos elétricos a carregar nos 20000

(para as horas sem market splitting) e nos 5000 em Portugal e nos 15000 em Espanha (para as

horas com market splitting).

5.4.2. Dia com muita produção hídrica Em seguida, foi analisado um dia do ano com elevada produção hídrica. O dia selecionado

para o efeito foi o dia 9 de abril de 2016. Os diagramas da produção hídrica (de albufeiras e

fios de água) extraídos do site da REN [24], encontra-se presente nas Figuras 5.26 e 5.27.

0.00

1.00

2.00

3.00

4.00

5.00

6.00

7.00

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24Varia

ção

rela

tiva

perc

entu

al (%

)

Horas

Dia comum

0.002.004.006.008.00

10.0012.0014.0016.0018.00

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24Varia

ção

rela

tiva

perc

entu

al (%

)

Horas

Dia comum

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88 Resultados

88

Figura 5.26 – Diagrama de produção hídrica. Figura 5.27 – Diagrama de produção hídrica.

Seguidamente, na Figura 5.28 é apresentado o gráfico com o preço horário do mercado

diário descarregado do site da OMIE.

Figura 5.28 – Gráfico do preço horário do mercado diário obtido no site da OMIE.

Por inspeção da Figura 5.28, conclui-se que o preço da energia em Portugal e em Espanha

é igual em todas as horas do dia, o que implica que nesse dia não ocorreu market splitting.

Para este caso o número de veículos elétricos introduzidos no ficheiro “Input.xls” foi de

20000 para todas as horas. O valor da potência consumida por cada veículo elétrico escolhido

é do nível 1 de carregamento, ou seja, 3 kW. Na Tabela 5.11, apresentam-se os valores horários

introduzidos no ficheiro “Input.xls”.

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89

Tabela 5.11 — Valores introduzidos no ficheiro “Input.xls”.

Hora VE (VEPT se MS) VE ES Power

1 20000 - 3 2 20000 - 3 3 20000 - 3 4 20000 - 3 5 20000 - 3 6 20000 - 3 7 20000 - 3 8 20000 - 3 9 20000 - 3

10 20000 - 3 11 20000 - 3 12 20000 - 3 13 20000 - 3 14 20000 - 3 15 20000 - 3 16 20000 - 3 17 20000 - 3 18 20000 - 3 19 20000 - 3 20 20000 - 3 21 20000 - 3 22 20000 - 3 23 20000 - 3 24 20000 - 3

De seguida, colocando o programa em funcionamento, obtêm-se os resultados apresentados

na Tabela 5.12.

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90 Resultados

90

Tabela 5.12 — Valores obtidos pelo programa para o dia 9/4/2016.

Ano Mês Dia Hora País Preço

Antigo, B (€/MWh)

Preço Novo,

B' (€/MWh)

Diferença (€/MWh) Percentagem (%)

Número de

Veículos Elétricos

Potência de um VE

(kWh)

2016 4 9 1 Mibel 19.75 19.91 0.16 0.80 20000 3 2016 4 9 2 Mibel 15.69 15.85 0.16 1.04 20000 3 2016 4 9 3 Mibel 17.69 17.91 0.22 1.26 20000 3 2016 4 9 4 Mibel 14.79 15.02 0.23 1.55 20000 3 2016 4 9 5 Mibel 13.69 13.92 0.23 1.70 20000 3 2016 4 9 6 Mibel 13.00 13.22 0.22 1.73 20000 3 2016 4 9 7 Mibel 15.00 15.22 0.22 1.48 20000 3 2016 4 9 8 Mibel 17.69 17.92 0.23 1.27 20000 3 2016 4 9 9 Mibel 18.29 18.46 0.17 0.93 20000 3 2016 4 9 10 Mibel 20.50 20.66 0.16 0.79 20000 3 2016 4 9 11 Mibel 20.69 20.85 0.16 0.77 20000 3 2016 4 9 12 Mibel 19.50 19.66 0.16 0.82 20000 3 2016 4 9 13 Mibel 18.09 18.25 0.16 0.89 20000 3 2016 4 9 14 Mibel 17.69 17.85 0.16 0.92 20000 3 2016 4 9 15 Mibel 16.50 16.67 0.17 1.04 20000 3 2016 4 9 16 Mibel 13.74 13.90 0.16 1.17 20000 3 2016 4 9 17 Mibel 12.69 12.85 0.16 1.27 20000 3 2016 4 9 18 Mibel 12.69 12.85 0.16 1.30 20000 3 2016 4 9 19 Mibel 14.01 14.19 0.18 1.27 20000 3 2016 4 9 20 Mibel 15.69 15.88 0.19 1.24 20000 3 2016 4 9 21 Mibel 21.60 21.77 0.17 0.80 20000 3 2016 4 9 22 Mibel 29.56 29.73 0.17 0.56 20000 3 2016 4 9 23 Mibel 27.44 27.62 0.18 0.65 20000 3 2016 4 9 24 Mibel 22.00 22.18 0.18 0.83 20000 3

Neste cenário, recorrendo à Tabela 5.12, verifica-se que não ocorreu market splitting. De

mesma maneira que nos cenários anteriores, o preço tem o seu valor máximo na hora 22 devido

à elevação dos consumos domésticos nomeadamente em Espanha.

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91

Figura 5.29 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo.

Figura 5.30 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo.

Os gráficos das Figuras 5.31 e 5.32 surgem por via do cálculo da variação absoluta e da

variação percentual, definidas pelas expressões (5.1) e (5.2).

Figura 5.31 – Gráfico horário da diferença entre o preço novo e do preço antigo, ou seja, a variação

absoluta.

10.00

15.00

20.00

25.00

30.00

35.00

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia Comum

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

10.00

15.00

20.00

25.00

30.00

35.00

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia comum

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

10.00

15.00

20.00

25.00

30.00

35.00

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia comum

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

10.00

15.00

20.00

25.00

30.00

35.00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia com muita produção hídrica

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

10.00

15.00

20.00

25.00

30.00

35.00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia com muita produção hídrica

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

0.00

0.05

0.10

0.15

0.20

0.25

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Varia

ção

abso

luta

(€/M

Wh)

Horas

Dia com muita produção hídrica

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92 Resultados

92

Figura 5.32 – Gráfico horário da variação percentual do preço novo em relação ao preço antigo.

No dia com elevada produção hídrica, a variação absoluta varia, em geral, entre 0,15 e 0,2

€/MWh, um valor reduzido comparado com os valores dos preços (antigo e novo) presentes nos

gráficos das Figuras 5.29 e 5.30.

Consequentemente, o gráfico da Figura 5.32 indica que os valores ficam abaixo de 1,8%,

um aumento reduzido mesmo considerando que os preços são reduzidos neste dia.

5.4.3. Dia com muito pouca produção hídrica Em seguida foi estudado um dia do ano com muito pouca produção hídrica. O dia

selecionado para o efeito foi o dia 9 de dezembro de 2016. Os diagramas da produção hídrica

(de albufeiras e fios de água) extraídos do site da REN [24], encontram-se presentes nas Figuras

5.33 e 5.34.

Figura 5.33 – Diagrama de produção hídrica. Figura 5.34 – Diagrama de produção hídrica.

0.00

1.00

2.00

3.00

4.00

5.00

6.00

7.00

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24Varia

ção

rela

tiva

perc

entu

al (%

)

Horas

Dia comum

0.002.004.006.008.00

10.0012.0014.0016.0018.00

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24Varia

ção

rela

tiva

perc

entu

al (%

)

Horas

Dia comum

0.00

0.50

1.00

1.50

2.00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24Varia

ção

rela

tiva

perc

entu

al (%

)

Horas

Dia com muita produção hídrica

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93

Seguidamente, na Figura 5.35 é apresentado o gráfico com o preço horário do mercado

horário descarregado do site da OMIE.

Figura 5.35 – Gráfico do preço horário do mercado diário obtido no site da OMIE.

Por inspeção da Figura 5.35, verifica-se que o preço da energia em Portugal e em Espanha

é diferente nas horas 8, 9, 10 e 19 o que indica que nessas horas ocorreu market splitting. Nas

restantes horas, visto que o preço da energia nos dois países é igual, não ocorreu market

splitting.

Sendo assim, para este cenário o número de veículos elétricos introduzidos no ficheiro

“Input.xls” foi de 20000 para as horas em que não há market splitting. Para as outras horas, o

número de veículos elétricos a carregar em Portugal foi de 5000 e em Espanha de 15000. O

valor da potência consumida por cada veículo elétrico escolhido é do nível 1 de carregamento,

ou seja, 3 kW. Na Tabela 5.13, apresentam-se os valores horários introduzidos no ficheiro

“Input.xls”.

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94 Resultados

94

Tabela 5.13 — Valores introduzidos no ficheiro “Input.xls”.

Hora VE (VEPT se MS) VE ES Power

1 20000 - 3 2 20000 - 3 3 20000 - 3 4 20000 - 3 5 20000 - 3 6 20000 - 3 7 20000 - 3 8 5000 15000 3 9 5000 15000 3

10 5000 15000 3 11 20000 - 3 12 20000 - 3 13 20000 - 3 14 20000 - 3 15 20000 - 3 16 20000 - 3 17 20000 - 3 18 20000 - 3 19 5000 15000 3 20 20000 - 3 21 20000 - 3 22 20000 - 3 23 20000 - 3 24 20000 - 3

De seguida, colocando o programa em funcionamento, obtêm-se os resultados apresentados

na Tabela 5.14.

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95

Tabela 5.14 — Valores obtidos pelo programa para o dia 9/12/2016.

Ano Mês Dia Hora País Preço

Antigo, B (€/MWh)

Preço Novo,

B' (€/MWh)

Diferença (€/MWh)

Percentagem (%)

Número de

Veículos Elétricos

Potência de um

VE (kWh)

2016 12 9 1 Mibel 49.25 49.47 0.22 0.44 20000 3 2016 12 9 2 Mibel 47.08 47.31 0.23 0.48 20000 3 2016 12 9 3 Mibel 44.99 45.24 0.25 0.55 20000 3 2016 12 9 4 Mibel 44.06 44.28 0.22 0.51 20000 3 2016 12 9 5 Mibel 41.84 42.06 0.22 0.52 20000 3 2016 12 9 6 Mibel 44.99 45.25 0.26 0.58 20000 3 2016 12 9 7 Mibel 50.00 50.25 0.25 0.50 20000 3 2016 12 9 8 PT 50.69 50.97 0.28 0.56 5000 3 2016 12 9 8 ES(CAS) 60.37 60.55 0.18 0.29 15000 3 2016 12 9 9 PT 50.59 50.83 0.24 0.48 5000 3 2016 12 9 9 ES(CAS) 62.51 62.70 0.19 0.30 15000 3 2016 12 9 10 PT 59.19 59.47 0.28 0.48 5000 3 2016 12 9 10 ES(CAS) 62.48 62.67 0.19 0.31 15000 3 2016 12 9 11 Mibel 60.70 60.89 0.19 0.32 20000 3 2016 12 9 12 Mibel 58.23 58.43 0.20 0.34 20000 3 2016 12 9 13 Mibel 55.34 55.53 0.19 0.35 20000 3 2016 12 9 14 Mibel 55.04 55.24 0.20 0.36 20000 3 2016 12 9 15 Mibel 55.07 55.27 0.20 0.36 20000 3 2016 12 9 16 Mibel 55.98 56.19 0.21 0.37 20000 3 2016 12 9 17 Mibel 56.35 56.56 0.21 0.37 20000 3 2016 12 9 18 Mibel 66.00 66.21 0.21 0.32 20000 3 2016 12 9 19 PT 67.71 67.97 0.26 0.39 5000 3 2016 12 9 19 ES(CAS) 68.33 68.54 0.21 0.31 15000 3 2016 12 9 20 Mibel 66.00 66.21 0.21 0.32 20000 3 2016 12 9 21 Mibel 62.69 62.89 0.20 0.32 20000 3 2016 12 9 22 Mibel 60.70 60.90 0.20 0.33 20000 3 2016 12 9 23 Mibel 57.10 57.31 0.21 0.37 20000 3 2016 12 9 24 Mibel 52.95 53.16 0.21 0.40 20000 3

Neste cenário e utilizando a Tabela 5.14, sabe-se que ocorre market splitting nas horas 8,

9, 10 e 19. De mesma maneira que nos cenários anteriores, o preço tem o seu valor máximo na

hora 22 tendo em conta a razão já anteriormente referida.

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96 Resultados

96

Figura 5.36 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo.

Figura 5.37 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo.

Tal como para o dia com muita produção hídrica, os gráficos das Figuras 5.38 e 5.39 surgem

por via do cálculo da variação absoluta e da variação relativa percentual, definidas pelas

expressões (5.1) e (5.2).

Figura 5.38 – Gráfico horário da diferença entre o preço novo e do preço antigo, ou seja, a variação

absoluta.

10.00

15.00

20.00

25.00

30.00

35.00

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia Comum

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

10.00

15.00

20.00

25.00

30.00

35.00

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia comum

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

10.00

15.00

20.00

25.00

30.00

35.00

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia comum

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

10.00

15.00

20.00

25.00

30.00

35.00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia com muita produção hídrica

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

40.00

45.00

50.00

55.00

60.00

65.00

70.00

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 1010111213141516171819192021222324

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia com pouca produção hídrica

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

40.0045.0050.0055.0060.0065.0070.00

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 10 11 1213 14 15 16 17 18 19 19 2021 22 23 24

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia com pouca produção hídrica

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

0.000.050.100.150.200.250.30

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 19 20 21 22 23 24

Varia

ção

abso

luta

(€/M

Wh)

Horas

Dia com pouca produção hídrica

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97

Figura 5.39 – Gráfico horário da variação percentual do preço novo em relação ao preço antigo.

No dia em que existe reduzida produção hídrica, a variação absoluta é, em geral, próxima

de 0,20 €/MWh, um valor reduzido comparado com os valores dos preços (antigo e novo)

presentes nos gráficos das Figuras 5.36 e 5.37, devido aos altos valores dos preços.

Consequentemente, o gráfico da figura 5.39 indica que os valores são em geral inferiores a

0,5%, um aumento percentual muito reduzido dado que os preços são muito elevados neste dia.

5.4.4. Dia com muita produção eólica De seguida, foi estudado o impacto do carregamento dos veículos elétricos nos preços do

MIBEL num dia com muita produção eólica. Começou-se por selecionar um dia com muita

produção eólica e o dia escolhido foi 30 de novembro de 2016. O diagrama da produção eólica

descarregado do site da REN [25], encontra-se na Figura 5.40.

Figura 5.40 – Diagrama de produção eólica.

0.00

1.00

2.00

3.00

4.00

5.00

6.00

7.00

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24Varia

ção

rela

tiva

perc

entu

al (%

)

Horas

Dia comum

0.002.004.006.008.00

10.0012.0014.0016.0018.00

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24Varia

ção

rela

tiva

perc

entu

al (%

)

Horas

Dia comum

0.00

0.50

1.00

1.50

2.00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24Varia

ção

rela

tiva

perc

entu

al (%

)

Horas

Dia com muita produção hídrica

0.000.100.200.300.400.500.600.70

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 19 20 21 22 23 24

Varia

ção

rela

tiva

perc

entu

al (%

)

Horas

Dia com pouca produção hídrica

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98 Resultados

98

Seguidamente, na Figura 5.41 é apresentado o gráfico com o preço horário do mercado

horário descarregado do site da OMIE.

Figura 5.41 – Gráfico do preço horário do mercado diário obtido no site da OMIE.

Neste dia verificou-se que o preço da energia em Portugal e em Espanha é diferente para

as horas 10 e 22 o que indica que ocorreu market splitting. Nas restantes horas, visto que o

preço da energia nos dois países é igual, não ocorreu market splitting.

Sendo assim, para este cenário o número de veículos elétricos introduzidos no ficheiro

“Input.xls” foi de 20000 para as horas em que não há market splitting. Para as outras horas, o

número de veículos elétricos a carregar em Portugal foi de 5000 e em Espanha foi de 15000. O

valor da potência consumida por cada veículo elétrico escolhido é do nível 1 de carregamento,

ou seja, 3 kW. Na Tabela 5.15, apresentam-se os valores horários introduzidos no ficheiro

“Input.xls”.

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99

Tabela 5.15 — Valores introduzidos no ficheiro “Input.xls”.

Hora VE (VEPT se MS) VE ES Power

1 20000 - 3 2 20000 - 3 3 20000 - 3 4 20000 - 3 5 20000 - 3 6 20000 - 3 7 20000 - 3 8 20000 - 3 9 20000 - 3

10 5000 15000 3 11 20000 - 3 12 20000 - 3 13 20000 - 3 14 20000 - 3 15 20000 - 3 16 20000 - 3 17 20000 - 3 18 20000 - 3 19 20000 - 3 20 20000 - 3 21 20000 - 3 22 5000 15000 3 23 20000 - 3 24 20000 - 3

De seguida, colocando o programa em funcionamento, obtêm-se os resultados apresentados

na Tabela 5.16.

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100 Resultados

100

Tabela 5.16 — Valores obtidos pelo programa para o dia 30/11/2016.

Ano Mês Dia Hora País Preço

Antigo, B (€/MWh)

Preço Novo, B' (€/MWh)

Diferença (€/MWh)

Percentagem (%)

Número de

Veículos Elétricos

Potência de um

VE (kWh)

2016 11 30 1 Mibel 53.00 53.25 0.25 0.47 20000 3 2016 11 30 2 Mibel 46.69 46.95 0.26 0.56 20000 3 2016 11 30 3 Mibel 44.91 45.16 0.25 0.56 20000 3 2016 11 30 4 Mibel 44.66 44.92 0.26 0.58 20000 3 2016 11 30 5 Mibel 44.40 44.66 0.26 0.58 20000 3 2016 11 30 6 Mibel 44.66 44.91 0.25 0.57 20000 3 2016 11 30 7 Mibel 46.67 46.91 0.24 0.52 20000 3 2016 11 30 8 Mibel 58.23 58.45 0.22 0.37 20000 3 2016 11 30 9 Mibel 62.48 62.68 0.20 0.33 20000 3 2016 11 30 10 PT 61.79 62.04 0.25 0.41 5000 3 2016 11 30 10 ES(CAS) 61.88 62.01 0.13 0.20 15000 3 2016 11 30 11 Mibel 61.32 61.50 0.18 0.29 20000 3 2016 11 30 12 Mibel 59.58 59.76 0.18 0.30 20000 3 2016 11 30 13 Mibel 59.46 59.64 0.18 0.30 20000 3 2016 11 30 14 Mibel 59.58 59.76 0.18 0.31 20000 3 2016 11 30 15 Mibel 58.26 58.45 0.19 0.32 20000 3 2016 11 30 16 Mibel 58.90 59.09 0.19 0.33 20000 3 2016 11 30 17 Mibel 59.52 59.72 0.20 0.33 20000 3 2016 11 30 18 Mibel 61.79 61.98 0.19 0.31 20000 3 2016 11 30 19 Mibel 66.69 66.89 0.20 0.30 20000 3 2016 11 30 20 Mibel 68.33 68.53 0.20 0.29 20000 3 2016 11 30 21 Mibel 68.55 68.75 0.20 0.29 20000 3 2016 11 30 22 PT 66.34 66.58 0.24 0.37 5000 3 2016 11 30 22 ES(CAS) 66.89 67.02 0.13 0.20 15000 3 2016 11 30 23 Mibel 61.03 61.23 0.20 0.33 20000 3 2016 11 30 24 Mibel 57.71 57.93 0.22 0.39 20000 3

Neste cenário, recorrendo à Tabela 5.16, verifica-se que ocorreu market splitting nas horas

10 e 22. De mesma maneira que nos cenários anteriores, o preço tem o seu valor máximo nas

horas 20 e 21.

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101

Figura 5.42 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo.

Figura 5.43 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo.

Tal como para o dia com muita produção hídrica, os gráficos das Figuras 5.44 e 5.45 surgem

por via do cálculo da variação absoluta e da variação relativa percentual, definidas pelas

expressões (5.1) e (5.2).

Figura 5.44 – Gráfico horário da diferença entre o preço novo e do preço antigo, ou seja, a variação

absoluta.

40.00

45.00

50.00

55.00

60.00

65.00

70.00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 22 23 24

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia com muita produção eólica

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

40.0045.0050.0055.0060.0065.0070.00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 22 23 24

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia com muita produção eólica

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

0.000.050.100.150.200.250.30

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 22 23 24Varia

ção

abso

luta

(€/M

Wh)

Horas

Dia com muita produção eólica

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102 Resultados

102

Figura 5.45 – Gráfico horário da variação percentual do preço novo em relação ao preço antigo.

Para o dia com elevada produção eólica, a variação absoluta é em geral próxima de 0,20

€/MWh, um valor reduzido comparado com os valores dos preços (antigo e novo) presentes nos

gráficos das Figuras 5.42 e 5.43, devido aos altos valores dos preços.

Consequentemente, o gráfico da Figura 5.45 indica que os valores ficam em geral abaixo

dos 0,5%, um aumento de preço muito reduzido dado que os preços são muito elevados neste

dia.

5.4.5. Dia com muito pouca produção eólica Em oposição e com o mesmo propósito, selecionou-se um dia com muita pouca produção

eólica. O dia escolhido foi o dia 23 de dezembro de 2016. O diagrama da produção eólica

descarregado do site da REN [25], encontra-se na Figura 5.46.

Figura 5.46 – Diagrama de produção eólica.

0.000.100.200.300.400.500.600.70

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 22 23 24

Varia

ção

rela

tiva

perc

entu

al (%

)

Horas

Dia com muita produção eólica

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103

Seguidamente, na Figura 5.47 é apresentado o gráfico com o preço horário do mercado

horário descarregado do site da OMIE.

Figura 5.47 – Gráfico do preço horário do mercado diário obtido no site da OMIE.

Por inspeção da Figura 5.47, conclui-se que o preço da energia em Portugal e em Espanha

é igual em todas as horas do dia, o que implica que não ocorreu market splitting.

Para este caso o número de veículos elétricos introduzidos no ficheiro “Input.xls” foi de

20000 para todas as horas. O valor da potência consumida por cada veículo elétrico escolhido

é do nível 1 de carregamento, ou seja, 3 kW. Na Tabela 5.17, apresentam-se os valores horários

introduzidos no ficheiro “Input.xls”.

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104 Resultados

104

Tabela 5.17 — Valores introduzidos no ficheiro “Input.xls”.

Hora VE (VEPT se MS) VE ES Power

1 20000 - 3 2 20000 - 3 3 20000 - 3 4 20000 - 3 5 20000 - 3 6 20000 - 3 7 20000 - 3 8 20000 - 3 9 20000 - 3

10 20000 - 3 11 20000 - 3 12 20000 - 3 13 20000 - 3 14 20000 - 3 15 20000 - 3 16 20000 - 3 17 20000 - 3 18 20000 - 3 19 20000 - 3 20 20000 - 3 21 20000 - 3 22 20000 - 3 23 20000 - 3 24 20000 - 3

De seguida, colocando o programa em funcionamento, obtêm-se os resultados apresentados

na Tabela 5.18.

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105

Tabela 5.18 — Valores obtidos pelo programa para o dia 23/12/2016.

Ano Mês Dia Hora Pais Preço

Antigo, B (€/MWh)

Preço Novo,

B' (€/MWh)

Diferença (€/MWh)

Percentagem (%)

Número de

Veículos Elétricos

Potência de um

VE (kWh)

2016 12 23 1 Mibel 68.56 68.80 0.24 0.35 20000 3 2016 12 23 2 Mibel 60.15 60.40 0.25 0.42 20000 3 2016 12 23 3 Mibel 53.75 54.02 0.27 0.50 20000 3 2016 12 23 4 Mibel 50.29 50.55 0.26 0.52 20000 3 2016 12 23 5 Mibel 50.29 50.55 0.26 0.51 20000 3 2016 12 23 6 Mibel 50.29 50.55 0.26 0.51 20000 3 2016 12 23 7 Mibel 57.71 57.96 0.25 0.43 20000 3 2016 12 23 8 Mibel 69.05 69.27 0.22 0.31 20000 3 2016 12 23 9 Mibel 70.53 70.71 0.18 0.26 20000 3 2016 12 23 10 Mibel 70.51 70.69 0.18 0.25 20000 3 2016 12 23 11 Mibel 70.15 70.33 0.18 0.25 20000 3 2016 12 23 12 Mibel 69.19 69.37 0.18 0.26 20000 3 2016 12 23 13 Mibel 68.56 68.74 0.18 0.26 20000 3 2016 12 23 14 Mibel 68.56 68.74 0.18 0.26 20000 3 2016 12 23 15 Mibel 67.70 67.89 0.19 0.28 20000 3 2016 12 23 16 Mibel 66.55 66.74 0.19 0.29 20000 3 2016 12 23 17 Mibel 67.48 67.67 0.19 0.28 20000 3 2016 12 23 18 Mibel 68.50 68.69 0.19 0.28 20000 3 2016 12 23 19 Mibel 70.15 70.33 0.18 0.26 20000 3 2016 12 23 20 Mibel 70.05 70.23 0.18 0.26 20000 3 2016 12 23 21 Mibel 69.99 70.17 0.18 0.26 20000 3 2016 12 23 22 Mibel 69.99 70.17 0.18 0.26 20000 3 2016 12 23 23 Mibel 68.11 68.31 0.20 0.29 20000 3 2016 12 23 24 Mibel 66.10 66.31 0.21 0.32 20000 3

Neste dia de pouca produção eólica e utilizando a Tabela 5.18, sabe-se que não ocorreu

market splitting. O preço de mercado tem o seu valor máximo a partir das 8 horas desse dia,

oscilando entre 67 e 70 €/MWh desde a hora 8 até ao final do dia.

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106 Resultados

106

Figura 5.48 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo.

Figura 5.49 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo.

Tal como noutros cenários, os gráficos das Figuras 5.50 e 5.51 surgem por via do cálculo da

variação absoluta e da variação relativa percentual, definidas pelas expressões (5.1) e (5.2).

Figura 5.50 – Gráfico horário da diferença entre o preço novo e do preço antigo, ou seja, a variação

absoluta.

45.00

50.00

55.00

60.00

65.00

70.00

75.00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia com pouca produção eólica

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

45.0050.0055.0060.0065.0070.0075.00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia com pouca produção eólica

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

0.000.050.100.150.200.250.30

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Varia

ção

abso

luta

(€/M

Wh)

Horas

Dia com pouca produção eólica

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107

Figura 5.51 – Gráfico horário da variação percentual do preço novo em relação ao preço antigo.

Tal como no dia de alta produção eólica, a variação absoluta é em geral próxima de 0,20

€/MWh, um valor reduzido comparado com os valores dos preços (antigo e novo) presentes nos

gráficos das Figuras 5.48 e 5.49, devido aos altos valores dos preços.

Por conseguinte, o gráfico da figura 5.51 indica que os valores ficam abaixo dos 0,5%,

um aumento percentual muito reduzido dado que os preços serem muito elevados neste dia.

5.4.6. Dia com muita produção térmica Posteriormente, analisou-se o efeito da produção térmica, que advém da utilização de

carvão, fuel e gás natural no cálculo do novo preço da energia do MIBEL. Começou-se por

escolher um dia com muita produção térmica e o dia selecionado foi 28 de novembro de 2016.

Os diagramas da produção térmica descarregados do site da REN [24], encontram-se na Figuras

5.52, 5.53 e 5.54 e referem-se à produção em centrais a gás natural, a fuel e a carvão.

Figura 5.52 – Diagrama de produção térmica. Figura 5.53 – Diagrama de produção térmica.

0.00

0.10

0.20

0.30

0.40

0.50

0.60

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Varia

ção

rela

tiva

perc

entu

al (%

)

Horas

Dia com pouca produção eólica

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108 Resultados

108

Figura 5.54 – Diagrama de produção térmica.

Seguidamente, na Figura 5.55 é apresentado o gráfico com o preço horário do mercado

horário descarregado do site da OMIE.

Figura 5.55 – Gráfico do preço horário do mercado diário obtido no site da OMIE.

Por inspeção da Figura 5.55, conclui-se que o preço da energia em Portugal e em Espanha

é igual em todas as horas do dia, o que implica que não ocorreu market splitting.

Para este caso o número de veículos elétricos introduzidos no ficheiro “Input.xls” foi de

20000 para todas as horas. O valor da potência consumida por cada veículo elétrico escolhido

é do nível 1 de carregamento, ou seja, 3 kW. Na Tabela 5.19, apresentam-se os valores horários

introduzidos no ficheiro “Input.xls”.

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109

Tabela 5.19 — Valores introduzidos no ficheiro “Input.xls”.

Hora VE (VEPT se MS) VE ES Power

1 20000 - 3 2 20000 - 3 3 20000 - 3 4 20000 - 3 5 20000 - 3 6 20000 - 3 7 20000 - 3 8 20000 - 3 9 20000 - 3

10 20000 - 3 11 20000 - 3 12 20000 - 3 13 20000 - 3 14 20000 - 3 15 20000 - 3 16 20000 - 3 17 20000 - 3 18 20000 - 3 19 20000 - 3 20 20000 - 3 21 20000 - 3 22 20000 - 3 23 20000 - 3 24 20000 - 3

De seguida, colocando o programa em funcionamento, obtêm-se os resultados apresentados

na Tabela 5.20.

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110 Resultados

110

Tabela 5.20 — Valores obtidos pelo programa para o dia 28/11/2016.

Ano Mês Dia Hora Pais Preço

Antigo, B (€/MWh)

Preço Novo,

B' (€/MWh)

Diferença (€/MWh)

Percentagem (%)

Número de

Veículos Elétricos

Potência de um

VE (kWh)

2016 11 28 1 Mibel 54.01 54.27 0.26 0.48 20000 3 2016 11 28 2 Mibel 47.28 47.54 0.26 0.55 20000 3 2016 11 28 3 Mibel 45.79 46.06 0.27 0.58 20000 3 2016 11 28 4 Mibel 45.15 45.41 0.26 0.58 20000 3 2016 11 28 5 Mibel 45.14 45.41 0.27 0.59 20000 3 2016 11 28 6 Mibel 46.51 46.79 0.28 0.59 20000 3 2016 11 28 7 Mibel 57.26 57.52 0.26 0.46 20000 3 2016 11 28 8 Mibel 67.85 68.07 0.22 0.32 20000 3 2016 11 28 9 Mibel 69.95 70.14 0.19 0.27 20000 3 2016 11 28 10 Mibel 67.27 67.44 0.17 0.25 20000 3 2016 11 28 11 Mibel 66.57 66.74 0.17 0.25 20000 3 2016 11 28 12 Mibel 64.65 64.82 0.17 0.26 20000 3 2016 11 28 13 Mibel 64.84 65.01 0.17 0.26 20000 3 2016 11 28 14 Mibel 65.30 65.47 0.17 0.26 20000 3 2016 11 28 15 Mibel 65.67 65.84 0.17 0.26 20000 3 2016 11 28 16 Mibel 64.99 65.17 0.18 0.28 20000 3 2016 11 28 17 Mibel 66.50 66.68 0.18 0.28 20000 3 2016 11 28 18 Mibel 70.78 70.97 0.19 0.27 20000 3 2016 11 28 19 Mibel 73.87 74.05 0.18 0.25 20000 3 2016 11 28 20 Mibel 73.17 73.34 0.17 0.23 20000 3 2016 11 28 21 Mibel 70.50 70.68 0.18 0.25 20000 3 2016 11 28 22 Mibel 69.28 69.46 0.18 0.26 20000 3 2016 11 28 23 Mibel 64.84 65.03 0.19 0.29 20000 3 2016 11 28 24 Mibel 62.79 63.01 0.22 0.34 20000 3

Para o dia de muita produção térmica e utilizando a Tabela 5.20, conclui-se que não há

market splitting. O preço de mercado tem o seu valor máximo nas horas 19 e 20 desse dia.

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111

Figura 5.56 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo.

Figura 5.57 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo.

Tal como acontece noutros cenários, os gráficos das Figuras 5.58 e 5.59 foram construídos

calculando a variação absoluta e a variação relativa percentual, definidas pelas expressões

(5.1) e (5.2).

Figura 5.58 – Gráfico horário da diferença entre o preço novo e do preço antigo, ou seja, a variação

absoluta.

40.0045.0050.0055.0060.0065.0070.0075.00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia com muita produção térmica

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

40.00

50.00

60.00

70.00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia com muita produção térmica

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

0.000.050.100.150.200.250.30

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Varia

ção

abso

luta

(€/M

Wh)

Horas

Dia com muita produção térmica

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112 Resultados

112

Figura 5.59 – Gráfico horário da variação percentual do preço novo em relação ao preço antigo.

No dia de muita produção térmica, a variação absoluta tende para valores que oscilam

entre 0,15 e 0,25 €/MWh, valores reduzidos comparados com os valores dos preços (antigo e

novo) presentes nos gráficos das Figuras 5.56 e 5.57, devido aos altos valores dos preços.

Por conseguinte, o gráfico da Figura 5.59 indica que os valores ficam em geral abaixo dos

0,5%, um aumento percentual muito reduzido dado que os preços são muito elevados neste dia.

5.4.7. Dia com muito pouca produção térmica Com o mesmo objetivo, mas em sentido contrário selecionou-se um dia com muita pouca

produção térmica e o dia escolhido foi o dia 8 de maio de 2016. Os diagramas da produção

térmica descarregados do site da REN [24], encontram-se nas Figuras 5.60, 5.61 e 5.62 no que

se refere à produção em centrais a gás natural, a fuel e a carvão.

Figura 5.60 – Diagrama de produção térmica. Figura 5.61 – Diagrama de produção térmica.

0.000.100.200.300.400.500.600.70

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Varia

ção

rela

tiva

perc

entu

al (%

)

Horas

Dia com muita produção térmica

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113

Figura 5.62 – Diagrama de produção térmica.

Seguidamente, na Figura 5.63 é apresentado o gráfico com o preço horário do mercado

horário descarregado do site da OMIE.

Figura 5.63 – Gráfico do preço horário do mercado diário obtido no site da OMIE.

Por inspeção da Figura 5.63, conclui-se que o preço da energia em Portugal e em Espanha

é igual em todas as horas do dia, o que implica que não ocorreu market splitting.

Para este caso o número de veículos elétricos introduzidos no ficheiro “Input.xls” foi de

20000 para todas as horas. O valor da potência consumida por cada veículo elétrico escolhido

é do nível 1 de carregamento, ou seja, 3 kW. Na Tabela 5.21, apresentam-se os valores horários

introduzidos no ficheiro “Input.xls”.

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114 Resultados

114

Tabela 5.21 — Valores introduzidos no ficheiro “Input.xls”.

Hora VE (VEPT se MS) VE ES Power

1 20000 - 3 2 20000 - 3 3 20000 - 3 4 20000 - 3 5 20000 - 3 6 20000 - 3 7 20000 - 3 8 20000 - 3 9 20000 - 3

10 20000 - 3 11 20000 - 3 12 20000 - 3 13 20000 - 3 14 20000 - 3 15 20000 - 3 16 20000 - 3 17 20000 - 3 18 20000 - 3 19 20000 - 3 20 20000 - 3 21 20000 - 3 22 20000 - 3 23 20000 - 3 24 20000 - 3

De seguida, colocando o programa em funcionamento, obtêm-se os resultados apresentados

na Tabela 5.22.

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115

Tabela 5.22 — Valores obtidos pelo programa para o dia 8/5/2016.

Ano Mês Dia Hora Pais Preço

Antigo, B (€/MWh)

Preço Novo,

B' (€/MWh)

Diferença (€/MWh)

Percentagem (%)

Número de

Veículos Elétricos

Potência de um

VE (kWh)

2016 5 8 1 Mibel 6.63 6.69 0.06 0.94 20000 3 2016 5 8 2 Mibel 5.00 5.06 0.06 1.23 20000 3 2016 5 8 3 Mibel 4.50 4.57 0.07 1.47 20000 3 2016 5 8 4 Mibel 4.99 5.05 0.06 1.26 20000 3 2016 5 8 5 Mibel 4.00 4.06 0.06 1.38 20000 3 2016 5 8 6 Mibel 3.00 3.04 0.04 1.37 20000 3 2016 5 8 7 Mibel 2.91 2.95 0.04 1.38 20000 3 2016 5 8 8 Mibel 2.79 2.83 0.04 1.47 20000 3 2016 5 8 9 Mibel 4.00 4.05 0.05 1.15 20000 3 2016 5 8 10 Mibel 4.50 4.54 0.04 0.97 20000 3 2016 5 8 11 Mibel 4.00 4.04 0.04 1.03 20000 3 2016 5 8 12 Mibel 4.50 4.55 0.05 1.01 20000 3 2016 5 8 13 Mibel 4.04 4.08 0.04 1.03 20000 3 2016 5 8 14 Mibel 4.55 4.59 0.04 0.93 20000 3 2016 5 8 15 Mibel 4.50 4.54 0.04 0.98 20000 3 2016 5 8 16 Mibel 4.00 4.04 0.04 1.11 20000 3 2016 5 8 17 Mibel 3.00 3.04 0.04 1.19 20000 3 2016 5 8 18 Mibel 3.19 3.23 0.04 1.21 20000 3 2016 5 8 19 Mibel 5.69 5.74 0.05 0.88 20000 3 2016 5 8 20 Mibel 7.00 7.06 0.06 0.83 20000 3 2016 5 8 21 Mibel 7.19 7.25 0.06 0.83 20000 3 2016 5 8 22 Mibel 12.89 12.97 0.08 0.64 20000 3 2016 5 8 23 Mibel 12.99 13.07 0.08 0.65 20000 3 2016 5 8 24 Mibel 11.10 11.18 0.08 0.76 20000 3

No dia de pouca produção térmica e utilizando a Tabela 5.22, conclui-se que não ocorreu

o fenómeno market splitting. O preço de mercado tem o seu valor máximo nas horas 22 e 23

desse dia.

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116 Resultados

116

Figura 5.64 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo.

Figura 5.65 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo.

Tal como acontece noutros cenários, os gráficos das Figuras 5.66 e 5.67 surgem por via do

cálculo da variação absoluta e da variação relativa percentual, definidas pelas expressões (5.1)

e (5.2).

Figura 5.66 – Gráfico horário da diferença entre o preço novo e do preço antigo, ou seja, a variação

absoluta.

0.002.004.006.008.00

10.0012.0014.00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia com pouca produção térmica

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

0.00

5.00

10.00

15.00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia com pouca produção térmica

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

0.00

0.02

0.04

0.06

0.08

0.10

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24Varia

ção

abso

luta

(€/M

Wh)

Horas

Dia com pouca produção térmica

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117

Figura 5.67 – Gráfico horário da variação percentual do preço novo em relação ao preço antigo.

Ao contrário do que acontece no dia de muita produção térmica, a variação absoluta oscila

entre 0,04 e 0,08 €/MWh, valores consideráveis comparados com a magnitude dos valores dos

preços (antigo e novo) presentes nos gráficos das Figuras 5.64 e 5.65.

Ao contrário do que acontece no dia de muita produção térmica, o gráfico da Figura 5.67

indica que a maioria dos valores se situa acima de 1%, um aumento percentual considerável

dado que os preços são muito baixos neste dia.

5.4.8. Dia de mudança da hora de inverno para a hora de verão Por fim, analisaram-se os dias de mudança de hora por haver menos uma ou mais uma hora

nesses dias. Começou-se por analisar o dia de mudança da hora de inverno para a hora de

verão, o dia 27 de março de 2016. Este dia possui 23 horas dado que o relógio se adianta uma

hora. Na Figura 5.68 é apresentado o gráfico com o preço horário do mercado horário

descarregado do site da OMIE.

Figura 5.68 – Gráfico do preço horário do mercado diário obtido no site da OMIE.

0.00

0.50

1.00

1.50

2.00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Varia

ção

rela

tiva

perc

entu

al (%

)

Horas

Dia com pouca produção térmica

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118 Resultados

118

Por inspeção da Figura 5.68, para as 23 horas do dia, verifica-se que o preço da energia em

Portugal e em Espanha é diferente nas horas 2, 3, 4, 5, 6 e 13 o que indica que ocorreu market

splitting nessas horas. Nas restantes horas, visto que o preço da energia nos dois países é igual,

não ocorreu market splitting.

Sendo assim, para este cenário o número de veículos elétricos introduzidos no ficheiro

“Input.xls” foi de 20000 para as horas em que não há market splitting. Para as outras horas, o

número de veículos elétricos a carregar em Portugal era de 5000 e em Espanha era de 15000.

O valor da potência consumida por cada veículo elétrico escolhido é do nível 1 de

carregamento, ou seja, 3 kW. Na Tabela 5.23, apresentam-se os valores horários introduzidos

no ficheiro “Input.xls”.

Tabela 5.23 — Valores introduzidos no ficheiro “Input.xls”.

Hora VE (VEPT se MS) VE ES Power

1 20000 - 3 2 5000 15000 3 3 5000 15000 3 4 5000 15000 3 5 5000 15000 3 6 5000 15000 3 7 20000 - 3 8 20000 - 3 9 20000 - 3

10 20000 - 3 11 20000 - 3 12 20000 - 3 13 5000 15000 3 14 20000 - 3 15 20000 - 3 16 20000 - 3 17 20000 - 3 18 20000 - 3 19 20000 - 3 20 20000 - 3 21 20000 - 3 22 20000 - 3 23 20000 - 3

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119

De seguida, colocando o programa em funcionamento, obtêm-se os resultados apresentados

na Tabela 5.24.

Tabela 5.24 — Valores obtidos pelo programa para o dia 27/3/2016.

Ano Mês Dia Hora Pais Preço

Antigo, B (€/MWh)

Preço Novo, B' (€/MWh)

Diferença (€/MWh)

Percentagem (%)

Número de

Veículos Elétricos

Potência de um

VE (kWh)

2016 3 27 1 Mibel 18.69 18.83 0.14 0.74 20000 3 2016 3 27 2 PT 12.38 12.47 0.09 0.76 5000 3 2016 3 27 2 ES(CAS) 9.20 9.30 0.10 1.04 15000 3 2016 3 27 3 PT 12.38 12.51 0.13 1.06 5000 3 2016 3 27 3 ES(CAS) 8.56 8.62 0.06 0.71 15000 3 2016 3 27 4 PT 12.48 12.61 0.13 1.07 5000 3 2016 3 27 4 ES(CAS) 6.69 6.75 0.06 0.91 15000 3 2016 3 27 5 PT 12.48 12.61 0.13 1.07 5000 3 2016 3 27 5 ES(CAS) 6.50 6.56 0.06 0.99 15000 3 2016 3 27 6 PT 11.69 11.81 0.12 0.99 5000 3 2016 3 27 6 ES(CAS) 6.50 6.59 0.09 1.31 15000 3 2016 3 27 7 Mibel 8.22 8.29 0.07 0.89 20000 3 2016 3 27 8 Mibel 10.00 10.09 0.09 0.87 20000 3 2016 3 27 9 Mibel 13.69 13.80 0.11 0.84 20000 3 2016 3 27 10 Mibel 17.73 17.87 0.14 0.79 20000 3 2016 3 27 11 Mibel 15.00 15.12 0.12 0.82 20000 3 2016 3 27 12 Mibel 12.40 12.51 0.11 0.85 20000 3 2016 3 27 13 PT 11.69 11.76 0.07 0.63 5000 3 2016 3 27 13 ES(CAS) 11.30 11.43 0.13 1.18 15000 3 2016 3 27 14 Mibel 9.05 9.13 0.08 0.94 20000 3 2016 3 27 15 Mibel 5.98 6.04 0.06 1.05 20000 3 2016 3 27 16 Mibel 5.56 5.62 0.06 1.04 20000 3 2016 3 27 17 Mibel 6.49 6.56 0.07 1.06 20000 3 2016 3 27 18 Mibel 14.94 15.07 0.13 0.88 20000 3 2016 3 27 19 Mibel 19.45 19.60 0.15 0.77 20000 3 2016 3 27 20 Mibel 24.69 24.85 0.16 0.66 20000 3 2016 3 27 21 Mibel 28.78 28.94 0.16 0.57 20000 3 2016 3 27 22 Mibel 26.40 26.56 0.16 0.62 20000 3 2016 3 27 23 Mibel 19.00 19.14 0.14 0.72 20000 3

No dia de mudança da hora de inverno para a hora de verão e utilizando a Tabela 5.24,

conclui-se que existe market splitting para as horas 2, 3, 4, 5, 6 e 13. O preço de mercado tem

o seu valor máximo nas horas 21 e 22 desse dia.

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120 Resultados

120

Figura 5.69 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo.

Figura 5.70 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo.

Tal como acontece noutros cenários, os gráficos das Figuras 5.71 e 5.72 surgem por via do

cálculo da variação absoluta e da variação relativa percentual, definidas pelas expressões (5.1)

e (5.2).

Figura 5.71 – Gráfico horário da diferença entre o preço novo e do preço antigo, ou seja, a variação

absoluta.

0.00

5.00

10.00

15.00

20.00

25.00

30.00

1 2 2 3 3 4 4 5 5 6 6 7 8 9 101112131314151617181920212223

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia com 23 horas

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

0.00

5.00

10.00

15.00

20.00

25.00

30.00

1 2 2 3 3 4 4 5 5 6 6 7 8 9 10 11 12 13 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia com 23 horas

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

0.00

0.05

0.10

0.15

0.20

1 2 2 3 3 4 4 5 5 6 6 7 8 9 10 11 12 13 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23Varia

ção

abso

luta

(€/M

Wh)

Horas

Dia com 23 horas

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121

Figura 5.72 – Gráfico horário da variação percentual do preço novo em relação ao preço antigo.

Neste dia com 23 horas, a variação absoluta oscila entre 0,05 e 0,15 €/MWh, um valor

considerável comparado com a magnitude dos valores dos preços (antigo e novo) presentes nos

gráficos das Figuras 5.69 e 5.70.

O gráfico da Figura 5.72 indica que em termos percentuais as variações oscilam entre 0,60

e 1,20% aumentos percentuais importantes dado que os preços são muito baixos neste dia.

5.4.9. Dia de mudança da hora de verão para a hora de inverno Finalmente, foi analisado o dia de mudança da hora de verão para a hora de inverno, o dia

30 de outubro de 2016. Este dia possui 25 horas dado que o relógio se atrasa uma hora. Na

Figura 5.73 é apresentado o gráfico com o preço horário do mercado horário descarregado do

site da OMIE.

Figura 5.73 – Gráfico do preço horário do mercado diário obtido no site da OMIE.

0.00

0.20

0.40

0.60

0.80

1.00

1.20

1.40

1 2 2 3 3 4 4 5 5 6 6 7 8 9 10 11 12 13 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23Varia

ção

rela

tiva

perc

entu

al (%

)

Horas

Dia com 23 horas

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122 Resultados

122

Por inspeção da Figura 5.73, conclui-se que o preço da energia em Portugal e em Espanha

é igual em todas as 25 horas do dia, o que implica que não ocorreu market splitting.

Para este caso o número de veículos elétricos introduzidos no ficheiro “Input.xls” foi de

20000 para todas as horas. O valor da potência consumida por cada veículo elétrico escolhido

é do nível 1 de carregamento, ou seja, 3 kW. Na Tabela 5.25, apresentam-se os valores horários

introduzidos no ficheiro “Input.xls”.

Tabela 5.25 — Valores introduzidos no ficheiro “Input.xls”.

Hora VE (VEPT se MS) VE ES Power

1 20000 - 3 2 20000 - 3 3 20000 - 3 4 20000 - 3 5 20000 - 3 6 20000 - 3 7 20000 - 3 8 20000 - 3 9 20000 - 3

10 20000 - 3 11 20000 - 3 12 20000 - 3 13 20000 - 3 14 20000 - 3 15 20000 - 3 16 20000 - 3 17 20000 - 3 18 20000 - 3 19 20000 - 3 20 20000 - 3 21 20000 - 3 22 20000 - 3 23 20000 - 3 24 20000 - 3 25 20000 - 3

De seguida, colocando o programa em funcionamento, obtêm-se os resultados apresentados

na Tabela 5.26.

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123

Tabela 5.26 — Valores obtidos pelo programa para o dia 30/10/2016.

Ano Mês Dia Hora Pais Preço

Antigo, B (€/MWh)

Preço Novo,

B' (€/MWh)

Diferença (€/MWh)

Percentagem (%)

Número de

Veículos Elétricos

Potência de um

VE (kWh)

2016 10 30 1 Mibel 53.16 53.45 0.29 0.54 20000 3 2016 10 30 2 Mibel 48.49 48.79 0.30 0.62 20000 3 2016 10 30 3 Mibel 49.75 50.07 0.32 0.63 20000 3 2016 10 30 4 Mibel 47.90 48.22 0.32 0.68 20000 3 2016 10 30 5 Mibel 46.90 47.21 0.31 0.67 20000 3 2016 10 30 6 Mibel 46.51 46.82 0.31 0.67 20000 3 2016 10 30 7 Mibel 46.05 46.36 0.31 0.67 20000 3 2016 10 30 8 Mibel 46.16 46.46 0.30 0.65 20000 3 2016 10 30 9 Mibel 45.43 45.72 0.29 0.64 20000 3 2016 10 30 10 Mibel 45.41 45.68 0.27 0.59 20000 3 2016 10 30 11 Mibel 46.51 46.77 0.26 0.56 20000 3 2016 10 30 12 Mibel 47.41 47.67 0.26 0.54 20000 3 2016 10 30 13 Mibel 47.70 47.95 0.25 0.53 20000 3 2016 10 30 14 Mibel 49.21 49.46 0.25 0.51 20000 3 2016 10 30 15 Mibel 51.15 51.40 0.25 0.49 20000 3 2016 10 30 16 Mibel 50.00 50.25 0.25 0.50 20000 3 2016 10 30 17 Mibel 47.90 48.16 0.26 0.53 20000 3 2016 10 30 18 Mibel 47.90 48.16 0.26 0.54 20000 3 2016 10 30 19 Mibel 50.81 51.07 0.26 0.51 20000 3 2016 10 30 20 Mibel 57.56 57.81 0.25 0.43 20000 3 2016 10 30 21 Mibel 60.10 60.34 0.24 0.40 20000 3 2016 10 30 22 Mibel 63.89 64.12 0.23 0.35 20000 3 2016 10 30 23 Mibel 63.45 63.68 0.23 0.37 20000 3 2016 10 30 24 Mibel 60.69 60.93 0.24 0.39 20000 3 2016 10 30 25 Mibel 58.69 58.95 0.26 0.45 20000 3

No dia de mudança da hora de verão para a hora de inverno e utilizando a Tabela 5.26,

conclui-se que não ocorreu market splitting. O preço de mercado tem o seu valor máximo na

hora 22 desse dia.

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124 Resultados

124

Figura 5.74 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo.

Figura 5.75 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo.

Tal como acontece noutros cenários, os gráficos das Figuras 5.76 e 5.77 surgem por via do

cálculo da variação absoluta e da variação relativa percentual, definidas pelas expressões (5.1)

e (5.2).

Figura 5.76 – Gráfico horário da diferença entre o preço novo e do preço antigo, ou seja, a variação

absoluta.

40.00

45.00

50.00

55.00

60.00

65.00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia com 25 horas

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

40.00

45.00

50.00

55.00

60.00

65.00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia com 25 horas

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

0.000.050.100.150.200.250.300.35

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25Varia

ção

abso

luta

(€/M

Wh)

Horas

Dia com 25 horas

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125

Figura 5.77 – Gráfico horário da variação percentual do preço novo em relação ao preço antigo.

Neste dia com 25 horas, a variação absoluta varia em torno de 0,25 €/MWh, um valor

reduzido comparado com a magnitude dos valores dos preços (antigo e novo) presentes nos

gráficos das Figuras 5.74 e 5.75.

Por outro lado, o gráfico da Figura 5.77 indica que a maioria dos valores se encontram

abaixo dos 0,60%, um aumento de percentual reduzido dado que os preços são elevados neste

dia.

5.4.10. Comparação entre dias Por fim, com o objetivo de tirar conclusões proveitosas e eficazes, compararam-se todas

as situações estudadas nas secções anteriores. Começou-se por fazer um estudo da influência

do aumento de veículos elétricos a carregar (20000, 50000 e 100000) no novo preço da energia.

Seguidamente, o mesmo é realizado para o valor da potência unitária de cada bateria (3 kW,

20 kW e 50 kW).

Posteriormente, analisaram-se os dias de muita e pouca produção hídrica, de muita e pouca

produção eólica, de muita e pouca produção térmica, dia de mudança da hora de inverno para

a hora de verão e dia de mudança da hora de verão para a hora de inverno.

5.4.10.1. Influência do aumento do número de veículos elétricos Na Figura 5.78, é apresentado o gráfico contendo o preço antigo (B) e o novo preço da

energia (B’) para as situações de 20000, 50000 e 100000 veículos elétricos estarem a carregar,

mantendo 3 kW de potência unitária de cada bateria.

0.000.100.200.300.400.500.600.700.80

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25Varia

ção

rela

tiva

perc

entu

al (%

)

Horas

Dia com 25 horas

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126 Resultados

126

Figura 5.78 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo (para 20000, 50000 e 100000 veículos

elétricos).

Tal como acontece nas subseções anteriores para outros cenários, os gráficos das Figuras

5.79 e 5.80 surgem por via do cálculo da variação absoluta e da variação percentual, definidas

pelas expressões (5.1) e (5.2).

Figura 5.79 – Gráfico horário da diferença entre o preço novo e do preço antigo, ou seja, a variação

absoluta (para 20000, 50000 e 100000 veículos elétricos).

0.000.50

1.001.502.002.50

3.003.50

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24Varia

ção

abso

luta

(€/M

Wh)

Horas

Dia comum

0.00

0.05

0.10

0.15

0.20

0.25

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Varia

ção

abso

luta

(€/M

Wh)

Horas

Dia com muita produção hídrica

0.000.050.100.150.200.250.30

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 22 23 24

Varia

ção

abso

luta

(€/M

Wh)

Horas

Dia com muita produção eólica

0.00

0.05

0.10

0.15

0.20

1 2 2 3 3 4 4 5 5 6 6 7 8 9 10 11 12 13 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23Varia

ção

abso

luta

(€/M

Wh)

Horas

Dia com 23 horas

40.00

45.00

50.00

55.00

60.00

65.00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia com 25 horas

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

0.00

0.05

0.10

0.15

0.20

0.25

0.30

0.35

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25Varia

ção

abso

luta

(€/M

Wh)

Horas

Dia com 25 horas

10.00

15.00

20.00

25.00

30.00

35.00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Preço Antigo, B e Preço Novo, B; alteração do número de VE

Preço Antigo - B

20000

50000

100000

0.00

0.20

0.40

0.60

0.80

1.00

1.20

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Varia

ção

abso

luta

(€/M

Wh)

Horas

Dia comum, alteração do número de VE

20000

50000

100000

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127

Figura 5.80 – Gráfico horário da variação percentual do preço novo em relação ao preço antigo (para

20000, 50000 e 100000 veículos elétricos).

Por inspeção do gráfico da Figura 5.79, gráfico horário da variação absoluta verifica-se que

existe um aumento aproximadamente linear da diferença entre o novo preço da energia e o

preço antigo da energia. Por exemplo, considerando o caso de 50000 e 100000 veículos elétricos

a carregar conclui-se que a diferença entre o novo preço da energia e o preço antigo da energia

para 100000 veículos elétricos a carregar é o dobro da diferença entre o novo preço da energia

e o preço antigo da energia se 50000 veículos elétricos se encontrarem a carregar.

Quanto à variação percentual presente na Figura 5.80, nota-se que ocorre o mesmo que no

gráfico anterior. Isto é, a percentagem de aumento de preço do preço antigo para o preço novo

é o dobro no caso de 100000 veículos elétricos a carregar em comparação com o caso de 50000

veículos elétricos a carregar.

5.4.10.2. Influência do aumento da potência unitária de cada bateria Na Figura 5.81, é apresentado o gráfico horário contendo o preço antigo (B) e o novo preço

da energia (B’) tendo em conta os casos de 3 kW, 20 kW e 50 kW e mantendo 20000 como o

número de veículos a carregar.

0.000.100.200.300.400.500.600.700.80

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25Varia

ção

rela

tiva

perc

entu

al (%

)

Horas

Dia com 25 horas

0.000.501.001.502.002.503.003.504.004.505.00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Varia

ção

rela

tiva

perc

entu

al (%

)

Horas

Dia comum, alteração do número de VE

20000

50000

100000

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128 Resultados

128

Figura 5.81 – Gráfico horário do preço antigo e do preço novo para potências unitárias de 3 kW, 20 kW e

50 kW.

Tal como acontece nas subseções anteriores para outros cenários, os gráficos das Figuras

5.82 e 5.83 surgem por via do cálculo da variação absoluta e da variação percentual, definidas

pelas expressões (5.1) e (5.2).

Figura 5.82 – Gráfico horário da diferença entre o preço novo e do preço antigo, ou seja, a variação

absoluta para potências unitárias de 3 kW, 20 kW e 50 kW.

0.000.50

1.001.502.002.50

3.003.50

1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24Varia

ção

abso

luta

(€/M

Wh)

Horas

Dia comum

0.00

0.05

0.10

0.15

0.20

0.25

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Varia

ção

abso

luta

(€/M

Wh)

Horas

Dia com muita produção hídrica

0.000.050.100.150.200.250.30

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 22 23 24

Varia

ção

abso

luta

(€/M

Wh)

Horas

Dia com muita produção eólica

0.00

0.05

0.10

0.15

0.20

1 2 2 3 3 4 4 5 5 6 6 7 8 9 10 11 12 13 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23Varia

ção

abso

luta

(€/M

Wh)

Horas

Dia com 23 horas

40.00

45.00

50.00

55.00

60.00

65.00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Dia com 25 horas

Preço Antigo - B

Preço Novo - B'

0.00

0.05

0.10

0.15

0.20

0.25

0.30

0.35

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25Varia

ção

abso

luta

(€/M

Wh)

Horas

Dia com 25 horas

0.00

0.20

0.40

0.60

0.80

1.00

1.20

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Varia

ção

abso

luta

(€/M

Wh)

Horas

Dia comum, alteração do número de VE

20000

50000

100000

0.00

0.50

1.00

1.50

2.00

2.50

3.00

3.50

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Varia

ção

abso

luta

(€/M

Wh)

Horas

Dia comum, alteração de Power

3

20

50

10.00

15.00

20.00

25.00

30.00

35.00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Preço Antigo, B e Preço Novo, B; alteração de Power

Preço Antigo - B

3

20

50

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129

Figura 5.83 – Gráfico horário da variação percentual do preço novo em relação ao preço antigo para

potências unitárias de 3 kW, 20 kW e 50 kW.

Tal como ocorre no caso da influência do aumento do número de veículos elétricos, o

gráfico horário da variação absoluta da Figura 5.82 indica que existe um aumento

aproximadamente linear da diferença entre o novo preço da energia e o preço antigo da

energia.

Por exemplo, considerando os casos de 20 kW e de 50 kW de potência unitária de cada

bateria conclui-se que a diferença entre o novo preço da energia e o preço antigo da energia

para 50 kW é 2,5 vezes mais a diferença entre o novo preço da energia e o preço antigo da

energia para 20 kW.

Quanto à variação percentual, presente na Figura 5.83, nota-se que se sucede o mesmo que

no gráfico anterior. Isto é, a percentagem de aumento do preço antigo para o preço novo é 2,5

vezes mais no caso de 50 kW que para 20 kW. De referir ainda que para potências de 20 kW e

de 50 kW os aumentos percentuais do preço são já bastante significativos, atingindo em diversas

situações valores superiores a 10%.

De notar ainda que, a partir dos gráficos das Figuras 5.80 e 5.83, conclui-se que a influência

do aumento da potência unitária de cada bateria é muito superior à influência do aumento do

número de veículos elétricos a carregar.

5.4.10.3. Influência dos dias selecionados anteriormente Tendo em conta os dias previamente selecionados nas subsecções anteriores, os resultados

obtidos foram representados nos mesmos gráficos de modo a comparar a influência dos tipos

de produção de energia elétrica no preço antigo e no preço novo da energia. Na Figura 5.84, é

apresentado o gráfico que contém o preço antigo (B) para todos os casos considerados. Por

0.000.100.200.300.400.500.600.700.80

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25Varia

ção

rela

tiva

perc

entu

al (%

)

Horas

Dia com 25 horas

0.000.501.001.502.002.503.003.504.004.505.00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Varia

ção

rela

tiva

perc

entu

al (%

)

Horas

Dia comum, alteração do número de VE

20000

50000

100000

0.002.004.006.008.00

10.0012.0014.0016.0018.00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Varia

ção

rela

tiva

perc

entu

al (%

)

Horas

Dia comum, alteração de Power

3

20

50

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130 Resultados

130

outro lado, na Figura 5.85, é apresentado o gráfico do novo preço (B’) para todos os dias

selecionados.

De salientar que, por razões de simplicidade na construção dos gráficos, nas horas em que

ocorre o fenómeno de market splitting, assumiu-se o valor do preço antigo e do preço novo na

zona portuguesa.

Figura 5.84 – Gráfico horário do preço antigo, contendo todos os cenários estudados.

Figura 5.85 – Gráfico horário do novo preço, contendo todos os cenários estudados.

0.00

10.00

20.00

30.00

40.00

50.00

60.00

70.00

80.00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Preço Antigo, B

Mais Hídrica

MenosHídricaMais Eólica

Menos Eólica

MaisTérmicaMenosTérmicaMudança dehora (23h)Mudança dehora (25h)Dia comum

0.00

10.00

20.00

30.00

40.00

50.00

60.00

70.00

80.00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25

Preç

o (€

/MW

h)

Horas

Preço Novo, B'

Mais Hídrica

Menos Hídrica

Mais Eólica

Menos Eólica

Mais Térmica

MenosTérmicaMudança dehora (23h)Mudança dehora (25h)

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131

Tal como acontece nas subseções anteriores, os gráficos das Figuras 5.86 e 5.87 surgem por

via do cálculo da variação absoluta e da variação percentual, definidas pelas expressões (5.1)

e (5.2).

Figura 5.86 – Gráfico horário da diferença entre o preço novo e do preço antigo, ou seja, a variação

absoluta, contendo todos os cenários estudados.

Figura 5.87 – Gráfico horário da variação relativa percentual do preço novo em relação ao preço antigo,

contendo todos os cenários estudados.

0.00

0.05

0.10

0.15

0.20

0.25

0.30

0.35

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25

Varia

ção

abso

luta

(€/M

Wh)

Horas

Variação absoluta

Mais Hídrica

Menos Hídrica

Mais Eólica

Menos Eólica

Mais Térmica

Menos Térmica

Mudança dehora (23h)Mudança dehora (25h)Dia comum

0.00

0.20

0.40

0.60

0.80

1.00

1.20

1.40

1.60

1.80

2.00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25

Varia

ção

rela

tiva

perc

entu

al (%

)

Horas

Variação relativa percentual MaisHídrica

MenosHídrica

MaisEólica

MenosEólica

MaisTérmica

MenosTérmica

Mudançade hora(23h)Mudançade hora(25h)

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132 Resultados

132

Analisando os gráficos das Figuras 5.84 e 5.85, observa-se que o preço da energia é maior

para o dia em que há muita produção térmica, pouca produção hídrica, muita e pouca produção

eólica e no dia de mudança da hora de verão para a hora de inverno. Por outro lado, o preço

da energia é menor quando há muita produção hídrica, pouca produção térmica, no dia de

mudança da hora de inverno para a hora de verão e no dia comum escolhido (7 de abril de

2016).

No gráfico da Figura 5.86, a variação absoluta do dia de pouca produção térmica é o que

mais se destaca, por ser muito reduzida. Excluindo os dias de mudança de hora e o dia comum

escolhido, verifica-se que nos restantes dias selecionados os gráficos obtidos têm variações

semelhantes.

Quanto à variação percentual, presente na Figura 5.87, confirma-se que a percentagem de

aumento de preço do preço antigo para o preço novo é maior no dia de pouca produção térmica

e no dia de muita produção hídrica. Isto acontece porque estes dias possuem o preço de energia

mais baixo do estudo, o que faz com a percentagem de aumento de preço seja maior nestes

dias. De referir ainda que nos casos em que os preços são elevados nos gráficos das Figuras 5.84

e 5.85, se obtêm percentagens de aumento de preço muito baixas, tal como se pode verificar

nos gráficos inferiores da Figura 5.87.

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Capítulo 6

Conclusão

O desenvolvimento tecnológico e a preocupação crescente relativamente a questões

ambientais (com a necessidade de diminuir, drasticamente, a libertação de gases para a

atmosfera provenientes de veículos com motores a combustão), levam a que a temática da

mobilidade elétrica seja um tema popular nos dias de hoje. A aposta nas energias renováveis,

de forma a garantir uma maior eficiência energética aos Sistemas Elétricos de Energia, vem

acrescentar importância ao tema e à introdução massiva dos veículos elétricos.

Com a proliferação em massa de veículos elétricos, surgem várias questões, entre as quais:

o estudo da autonomia e da vida útil das baterias, a localização de pontos de carregamento, a

interligação deste tipo de veículos às redes dos Sistemas Elétricos de Energia, o aumento de

consumo de energia, a criação de regras para assegurar o correto funcionamento dos Sistemas

Elétricos de Energia e o impacto no preço da energia elétrica resultante do funcionamento dos

mercados de eletricidade.

A partir do século XXI, os Governos de Portugal e Espanha juntaram-se de forma a conceber

e desenvolver um novo mercado de energia elétrica, o MIBEL. Este mercado permitiu alcançar

benefícios como a obtenção de uma maior harmonia de preços entre os dois países e a criação

de condições para a integração do MIBEL com os restantes mercados regionais europeus de

eletricidade. O MIBEL encontra-se estruturado em diversos tipos de modelos de contratação de

eletricidade (mercado grossista e retalhista), em que é realizada a compra e a venda de

energia.

Nesta dissertação estudaram-se os impactos que o carregamento das baterias dos veículos

elétricos teria nos preços da energia elétrica do MIBEL. Com esse propósito em mente,

extraíram-se os gráficos horários das curvas agregadas de oferta e de procura disponibilizadas

pelo Operador de Mercado Ibérico, a OMIE. De seguida, para cada uma das horas a analisar

obteve-se o valor da energia consumida pelo carregamento das baterias dos veículos elétricos,

que é dada pelo número de veículos elétricos a carregar nessa hora multiplicado pela potência

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134 Conclusão

134

de cada bateria. A este valor adicionou-se o valor de energia cujo preço é máximo da curva

agregada de procura. Com a obtenção deste novo valor de energia, é possível estimar o novo

preço horário através do ponto de intersecção desta nova curva de procura com a curva

agregada de oferta que se admite ter ficado inalterada. Portanto, conclui-se que com a inclusão

de veículos elétricos a carregar, obtém-se um deslocamento da curva agregada de procura para

a direita do gráfico resultando no aumento do valor do preço de energia elétrica.

Para auxiliar este estudo desenvolveu-se um programa computacional, descrito no Capítulo

4 deste documento, que calcula o preço horário de mercado, em €/MWh, e a energia negociada,

em MWh. Este programa, descarrega os ficheiros horários das curvas agregadas de oferta e

procura da página web da OMIE e, com a inclusão da energia consumida pelos veículos elétricos,

calcula o novo preço horário da energia elétrica.

De seguida, e como foi apresentado no Capítulo 5, foram realizados testes de forma a

simular cenários diferentes, com o apoio de diagramas de produção de energia elétrica

extraídos do site da REN. Foram selecionados vários dias do ano para a realização destes testes:

um dia comum, um dia com muita produção hídrica, um dia com muito pouca produção hídrica,

um dia com muita produção eólica, um dia com muito pouca produção eólica, um dia com

muita produção térmica, um dia com muito pouca produção térmica e os dias de mudança de

hora, da hora de inverno para a hora de verão e da hora de verão para a hora de inverno. Para

além dos dias mencionados anteriormente, para o dia comum foi estudado o efeito do aumento

do número dos veículos elétricos, mantendo a potência unitária de cada bateria constante bem

como a alteração do valor da potência unitária de cada bateria, mantendo o número de veículos

elétricos a carregar constante.

Para cada cenário descrito acima, foram definidos critérios, descritos nas Secções 5.2 e

5.3, com o objetivo de estudar a influência de cada parâmetro individualmente. Sendo assim,

foi definido que nas horas em que não há market splitting, o número de veículos elétricos a

carregar era de 20000. Nas horas em que ocorre market splitting, o número de veículos

elétricos a carregar em Portugal era de 5000 e em Espanha era de 15000. Nestas duas condições,

o valor da potência unitária de cada bateria foi de 3 kW. No caso do dia comum (7 de abril de

2016) testaram-se três cenários: um com 20000 veículos elétricos a carregar (para as horas sem

market splitting), 5000 em Portugal e 15000 em Espanha (para as horas de market splitting);

50000 veículos elétricos a carregar (para as horas sem market splitting), 10000 em Portugal e

40000 em Espanha (para as horas de market splitting) e 100000 veículos elétricos a carregar

(para as horas sem market splitting) e 20000 em Portugal e 80000 em Espanha (para as horas

de market splitting). Nestes três cenários o valor da potência unitária de cada bateria foi de 3

kW. De seguida, para o mesmo dia, estudou-se o efeito do aumento do valor da potência

unitária de cada bateria, sendo considerados os valores de 3 kW, 20 kW e 50 KW (para 20000

veículos elétricos a carregar, para as horas sem market splitting, 5000 em Portugal e 15000 em

Espanha, para as horas de market splitting).

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135

Em termos absolutos, conclui-se que a diferença entre o preço novo e preço antigo da

energia tem elevações mais significativas para o dia de mudança da hora de verão para a hora

de inverno, isto é, o dia com 25 horas seguido dos dias de elevada produção térmica, pouca

produção hídrica, muita e pouca produção eólica, conforme é apresentado no gráfico da Figura

5.86. Por outro lado, o dia de mudança da hora de verão para a hora de inverno, isto é, o dia

com 25 horas e o dia com pouca produção térmica apresentam a diferença entre o preço novo

e preço antigo da energia mais reduzida.

Em termos relativos as conclusões podem ser diferentes uma vez que dependem dos preços

iniciais. Assim, o aumento percentual sofre uma maior elevação para o dia de elevada produção

hídrica e pouca produção térmica, porque estes dias possuem o preço de energia mais baixo

dos dias considerados. Em oposição, nos casos em que os preços são elevados, como por

exemplo dias de elevada produção térmica e pouca produção hídrica, obtêm-se percentagens

de aumento de preço muito baixas, conforme se verifica no gráfico da Figura 5.87.

No caso da produção eólica, conclui-se que, inspecionando os gráficos das Figuras 5.84,

5.85, 5.86 e 5.87, o aumento do preço da energia é elevado quer seja um dia de muita produção

eólica ou de muito pouca produção eólica. O motivo pelo qual a produção eólica não tem

qualquer influência no valor do preço da energia já que a produção eólica não vai a mercado,

isto é, as curvas agregadas de oferta do MIBEL não consideram a potência eólica gerada.

Nos outros cenários considerados, conclui-se que, com o aumento do número de veículos

elétricos a carregar (20000, 50000 e 100000), ocorre um aumento aproximadamente linear da

diferença entre o novo preço da energia e o preço antigo da energia, isto é, para a mesma

potência unitária de cada bateria, a percentagem de aumento de preço, do preço antigo para

o preço novo, é diretamente proporcional ao número de veículos elétricos a carregar. No caso

da potência unitária de cada bateria (mantendo o número de veículos elétricos a carregar

constante), sucede-se o mesmo que no caso anterior, um aumento aproximadamente linear da

diferença entre o novo preço da energia e o preço antigo da energia. Por outro lado, verifica-

se que o aumento da potência unitária das baterias tem um impacto maior do que o do aumento

do número de veículos elétricos a carregar. Esta situação pode ser ilustrada comparando os

resultados presentes nas Figuras 5.80 e 5.83 em que se verifica que para a potência de 50 kW

os aumentos percentuais do preço apresentam alguns valores superiores a 10% enquanto que,

no caso de 100000 veículos elétricos a carregar obtêm-se valores superiores a 3%.

Por fim, é de salientar que, a seleção dos cenários apresentados não é exclusiva, sendo que

o programa construído permite a introdução de todos os dias do ano, sempre que as curvas

estejam disponíveis no site da OMIE. O programa permite obter conclusões mais alargadas e

abrangentes relativamente a outros cenários.

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136 Conclusão

136

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Referências

[1] Diretiva 96/92/CE do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de dezembro de 1996 que

estabelece regras comuns para o mercado interno da eletricidade. Jornal Oficial nº L 027 de

30/01/1997, pp. 0020 – 0029.

[2] Diretiva 2003/54/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de junho de 2003, que

estabelece regras comuns para o mercado interno da eletricidade e que revoga a Diretiva

96/92/CE - Declarações relativas às atividades de desmantelamento e gestão dos resíduos.

Jornal Oficial nº L 176 de 15/07/2003 pp. 0037 – 0056.

[3] Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos – Construção e Desenvolvimento. Disponível

em http://www.erse.pt/pt/mibel/construcaoedesenvolvimento/Paginas/default.aspx

Acesso em 15/outubro/2016.

[4] Mercado Ibérico de Eletricidade - Operadores de mercado. Disponível

em http://www.mibel.com/index.php?mod=pags&mem=detalle&relmenu=40&relcategoria=

101&idpag=28&lang=pt Acesso em 15/outubro/2016.

[5] Descrição do Funcionamento do MIBEL. Disponível

em http://www.erse.pt/pt/mibel/conselhodereguladores/Documents/Estudo_MIBEL_PT.pdf

Acesso em 15/outubro/2016.

[6] Abordagem à Previsão do Preço de Energia Elétrica via Métodos de Suavização

Exponencial. Disponível

em http://repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/3211/1/Disserta%C3%A7%C3%A3o.pdf

Acesso em 20/outubro/2016.

[7] Tomé Saraiva, J. P.; Pereira da Silva, J. L. P.; Ponce de Leão, M. T., “Mercados de

Electricidade – Regulação e Tarifação de Uso das Redes”, 2002

[8] Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos – Supervisão de mercados. Disponível em

http://www.erse.pt/pt/supervisaodemercados/Paginas/default.aspx Acesso em

20/outubro/2016.

[9] Mercado Intradiário. Disponível em http://www.omie.es/inicio/mercados-y-

productos/mercado-electricidad/nuestros-mercados-de-electricidad/mercado-intradiar

Acesso em 22/outubro/2016.

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138 Referências

138

[10] Acordo entre a República Portuguesa e o Reino de Espanha relativa à Constituição de um

Mercado Ibérico da Energia Elétrica. Disponível em

http://www.omiclear.pt/LinkClick.aspx?fileticket=cQ6ojNDBlXs%3d&tabid=170&mid=832&lan

guage=en-GB Acesso em 22/outubro/2016.

[11] História dos Veículos Elétricos. Disponível em

http://www.veiculoselectricospt.com/historia-dos-veiculos-electricos/ Acesso em

2/novembro/2016.

[12] Portal Energia – Vantagens e desvantagens do Carro Elétrico vs Gasolina. Disponível em

http://www.portal-energia.com/vantagens-e-desvantagens-do-carro-electrico-vs-gasolina/

Acesso em 2/novembro/2016.

[13] Associação Portuguesa do Veículo Elétrico. Disponível em

http://www.apve.pt/content01.asp?treeID=07&categoriaID=6 Acesso em 2/novembro/2016.

[14] Sobre o Carro Elétrico. Disponível em http://www.verdesobrerodas.com.br/p/sobre-o-

carro-eletrico.html Acesso em 2/novembro/2016.

[15] Avaliação da viabilidade económica da aquisição de um veículo elétrico em Portugal.

Disponível em

https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/27348/1/Dissertac%CC%A7a%CC%83o%

20Final%20-%20Jos%C3%A9%20Fonta%C3%ADnhas.pdf Acesso em 2/novembro/2016.

[16] O Veículo Elétrico e a sua Integração no Sistema Elétrico. Disponível em

https://fenix.tecnico.ulisboa.pt/downloadFile/395142129591/dissertacaoLuisGomes.pdf

Acesso em 2/novembro/2016.

[17] Avaliação do impacto da introdução de veículos elétricos na procura de combustíveis em

Portugal. Disponível em http://repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/1179/3/5%20-

%20Disserta%C3%A7%C3%A3o.pdf Acesso em 2/novembro/2016.

[18] Carros elétricos: modelos, apoios e condições no País. Disponível em

https://www.deco.proteste.pt/auto/automoveis/noticias/carros-eletricos-modelos-apoios-e-

condicoes-no-pais Acesso em 2/novembro/2016.

[19] Uma rede inteligente direcionada para o future. Disponível em

https://www.mobie.pt/o-carregamento Acesso em 2/novembro/2016.

[20] Decreto-lei nº39/2010 de 26 de abril. Diário da República, 1ªsérie – nº80, pp.1371-1386.

[21] Diretiva 201/94/UE de 22 de outubro de 2014 relativa à criação de uma infraestrutura

para combustíveis alternativos (Texto relevante para efeitos do EEE). Jornal Oficial da União

Europeia, L307/1.

[22] Decreto-lei nº90/2014 de 11 de junho. Diário da República, 1ªsérie – nº111, pp.3096-

3121.

[23] Portaria nº252/2011 de 27 de junho. Diário da República, 1ªsérie – nº121, pp. 3793-3795.

[24] REN – estatística. Disponível em

http://www.centrodeinformacao.ren.pt/PT/InformacaoExploracao/Paginas/EstatisticaDiaria

Diagrama.aspx Acesso em 12/janeiro/2017.

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139

[25] REN - Diagrama de produção eólica. Disponível em

http://www.centrodeinformacao.ren.pt/PT/InformacaoExploracao/Paginas/DiagramadeProd

u%C3%A7%C3%A3oE%C3%B3lica.aspx Acesso em 12/janeiro/2017.

[26] Garcia-Valle, R. & Lopes, J. A. P. Electric vehicle integration into modern power

networks, Springer Science & Business Media, 2012.