comunicaÇÃo emergÊncia nuclear ou radiolÓgica · comunicaÇÃo com o pÚblico em uma...

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA IAEA – International Atomic Energy Agency Rio de Janeiro 2012

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COMUNICAÇÃOCOM O PÚBLICO EM UMA

EMERGÊNCIA NUCLEAROU RADIOLÓGICA

IAEA – International Atomic Energy Agency

Rio de Janeiro 2012

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEARCOMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEARCOMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEARCOMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEARCOMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAROU RADIOLÓGICAOU RADIOLÓGICAOU RADIOLÓGICAOU RADIOLÓGICAOU RADIOLÓGICACopyright © 2012IAEA e Eletronuclear

É vedada a reprodução total ou parcial desta obra,seja em forma impressa ou eletrônica, sem a autorizaçãoprévia dos editores.

Coordenação editorial:Capax Dei editora

Organização:IAEA – International Atomic Energy Agency

Tradução:....

Capa, ilustrações e diagramação:Denise Coelho

Foto da Capa:Banco de imagens iStockphoto

R. México, 31 - s. 20220.031.144 - Rio de Janeiro - RJTelefax: 0xx21 [email protected]

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NORMAS DE SEGURANÇA DA IAEAE PUBLICAÇÕES CORRELATAS

NORMAS DE SEGURAÇA DA IAEA

Nos termos do Artigo III do seu Estatuto, a IAEA está au-torizada a estabelecer ou adotar normas de segurança para aproteção da saúde e a minimização do perigo à vida e à propri-edade, e a oferecer a aplicação dessas normas.

As publicações através das quais a IAEA estabelece assuas normas são as IAEA Safety Standards Series (IAEA Safety Standards Series (IAEA Safety Standards Series (IAEA Safety Standards Series (IAEA Safety Standards Series (Série deNormas de Segurança da IAEA). Essa série abrange a segurançanuclear, a segurança da radiação, a segurança do transporte e asegurança dos resíduos. As categorias de publicação na sériesão Safety Fundamentals, Safety Requirements e Safety GuidesSafety Fundamentals, Safety Requirements e Safety GuidesSafety Fundamentals, Safety Requirements e Safety GuidesSafety Fundamentals, Safety Requirements e Safety GuidesSafety Fundamentals, Safety Requirements e Safety Guides(Fundamentos de Segurança, Requisitos de Segurança e Guiasde Segurança).

A informação sobre o programa de normas de segurançada IAEA está disponível no site da IAEA na internet.

http://www-ns.iaea.org/standards/O site disponibiliza textos em inglês de normas de segu-

rança publicadas. Também estão disponíveis os textos de nor-mas de segurança publicados em árabe, chinês, francês, russo eespanhol, o Glossário de Segurança da IAEA e o relatório para asnormas de segurança que está sendo desenvolvido. Para obtermais informações, por favor, entre em contato escrevendo paraIAEA, PO Box 100, 1400 Viena, Áustria.

Todos os usuários das normas de segurança da IAEA es-tão convidados a informar a IAEA sobre a sua experiência (porexemplo, uma base para regulamentações nacionais, para revi-sões de segurança e cursos de treinamento) para que continu-

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em a satisfazer as necessidades dos usuários. A informação podeser fornecida através do site da IAEA na internet ou por correio,como mencionado acima, ou por e-mail [email protected].

PUBLICAÇÕES CORRELATAS

A IAEA prepara a aplicação das normas e, sob os termosdos Artigos III e VIII do seu Estatuto, disponibiliza e promove atroca de informações relativas a atividades nucleares pacíficas eatua como intermediária entre os seus Estados Membros paraesse propósito.

Os relatórios sobre a segurança e proteção nas atividadesnucleares são publicados na forma de Safety Reports Safety Reports Safety Reports Safety Reports Safety Reports (Relatóri-os de Segurança), que oferecem exemplos práticos e métodosdetalhados que podem ser usados para dar suporte às normasde segurança.

Outras publicações da IAEA relativas à segurança sãopublicadas na forma de Radiological Assessment Reports Radiological Assessment Reports Radiological Assessment Reports Radiological Assessment Reports Radiological Assessment Reports (Re-latórios de Avaliação Radiológica), INSAG Reports (INSAG Reports (INSAG Reports (INSAG Reports (INSAG Reports (Relatóriosdo INSAG – International Nuclear Safety Group (Grupo Internaci-onal de Segurança Nuclear), Technical Reports Technical Reports Technical Reports Technical Reports Technical Reports (Relatórios Téc-nicos) e TECDOCsTECDOCsTECDOCsTECDOCsTECDOCs. A IAEA também publica relatórios sobre aci-dentes radiológicos, manuais de treinamento e manuais práti-cos, e outras publicações especiais relativas à segurança.

Publicações relativas à segurança são apresentadas naIAEA Nuclear Security Series (IAEA Nuclear Security Series (IAEA Nuclear Security Series (IAEA Nuclear Security Series (IAEA Nuclear Security Series (Série de Normas de Segurançada IAEA)

A Série de Normas de Segurança da IAEA compreenderelatórios concebidos para estimular e colaborar na pesquisa sobreenergia nuclear e no seu desenvolvimento e aplicação práticapara usos pacíficos. A informação é apresentada em guias, rela-tórios sobre o estado da tecnologia e avanços, e as melhorespráticas para usos pacíficos da energia nuclear. A sériecomplementa as normas de segurança da IAEA, e oferece orien-tação detalhada, experiência, boas práticas e exemplos nas áre-as de energia nuclear, do ciclo do combustível nuclear, da ges-tão de resíduos radioativos e de descomissionamento.

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Os seguintes Países são Membros da Agência Internacio-nal de Energia Atômica:

AFGANISTÃOÁFRICA DO SULALBÂNIAALEMANHAANGOLAARÁBIA SAUDITAARGÉLIAARGENTINAARMÊNIAAUSTRÁLIAÁUSTRIAAZERBAIJÃOBAHREINBANGLADESHBIELORÚSSIABÉLGICABELIZEBENINBOLÍVIABÓSNIA HERZEGOVINABOTSWANABRASILBULGÁRIABURKINA FASOBURUNDICAMBOJACAMARÕESCANADÁCHADECHILECHINACOLÔMBIACONGOCOSTA RICACOSTA DO MARFIMCROÁCIACUBA

CHIPREREPÚBLICA TCHECAREPÚBLICA DEMOCRÁTICADO CONGODINAMARCADOMINICAREPÚBLICA DOMINICANAEQUADOREGITOEL SALVADOREMIRADOS ÁRABES UNIDOSERITRÉIAESLOVÊNIAESLOVÁQUIAESPANHAESTADOS UNIDOS DA AMÉRICAESTONIAETIÓPIAFEDERAÇÃO RUSSAFILIPINASFINLÂNDIAFRANÇAGABÃOGEÓRGIAGANAGRÉCIAGUATEMALAHAITIHONDURASHUNGRIAISLÂNDIAILHAS MARSHALLILHAS MAURÍCIOILHAS SEICHELESÍNDIAINDONÉSIAIRÃ, REPÚBLICA ISLÂMICA DO

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IRAQUEIRLANDAISRAELITÁLIAIUGUSLÁVIAJAMAICAJAPÃOJORDÂNIAKAZAKISTÃOCORÉIA, REPÚBLICA DAKUWAITKIRGIZSTÃOLESOTOLETÔNIALÍBANOLIBÉRIALÍBIALIECHTENSTEINLITUÂNIALUXEMBURGOMADAGASCARMALAWIMALÁSIAMALIMALTAMAR SAGRADOMARROCOSMAURITANIAMÉXICOMÔNACOMONGÓLIAMONTENEGROMOÇAMBIQUEMYANMARNAMÍBIANEPALNICARAGUANIGERNIGÉRIANORUEGA

NOVA ZELÂNDIAOMANPAQUISTÃOPAÍSES BAIXOSPALAUPANAMÁPAPUA-NOVA GUINÉPARAGUAIPERUPOLÔNIAPORTUGALQUATARQUÊNIAREINO UNIDODA GRÃ BRETANHA EIRLANDA DO NORTEREPÚBLICACENTRO AFRICANAREPÚBLICA DEMOCRÁTICA POPULAR DO LAOSREPÚBLICA DA MOLDAVIAROMÊNIASENEGALSÉRVIASIERRA LEONESINGAPURASIRI LANKASUDÃOSUÉCIASUÍÇASÍRIATAJIKISTÃOTAILÂNDIAREPÚBLICA DA MACEDÔNIATUNÍSIATURQUIAUCRÂNIAUGANDATANZÂNIAURUGUAI

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UZBEKISTÃOVENEZUELAVIETNÃYEMENZAMBIAZIMBÁBUE

O Estatuto da Agência foi aprovado, em 23 de outubro de1956, pela Conferência sobre o Estatuto da IAEA realizada nasede das Nações Unidas, Nova York, que passou a ser aplicadoem 29 de julho de 1957. A sede da Agência está em Viena. Seuobjetivo principal é: “acelerar e ampliar a contribuição da ener-gia atômica para a paz, saúde e prosperidade no mundo”.

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AVISO SOBRE O COPYRIGHT

Todas as publicações científicas e técnicas são protegidaspelos termos da Convenção Universal do Copyright tal como foiadotada em 1952 (Berna) e revista em 1972 (Paris). O copyrightdesde então foi expandido pela Organização Mundial de Propri-edade Intelectual (Genebra) para incluir a propriedade intelectu-al eletrônica e virtual. A permissão para usar a totalidade oupartes dos textos presentes nas publicações da IAEA na formaimpressa ou eletrônica deve ser obtida e normalmente é sub-metida a acordos de royalties. Propostas para reproduções nãocomerciais e traduções são bem-vindas e consideradas caso acaso. Os pedidos devem ser endereçados à Seção de Publicaçãoda IAEA em:

Marketing and Sales Unit, Publishing SectionInternational Atomic Energy AgencyVienna International CentrePO Box 1001400 Vienna, Austriafax: +43 1 2600 29302tel.: +43 1 2600 22417email: [email protected]://www.iaea.org/books

Para obter mais informações sobre esta publicação, entrarem contato com:

Incident and Emergency CentreInternational Atomic Energy AgencyVienna International CentrePO Box 1001400 Vienna, Austriaemail: [email protected]

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COMMUNICATION WITH THE PUBLIC IN ANUCLEAR OR RADIOLOGICAL EMERGENCY

IAEA, VIENNA, 2012IAEA-EPR

© IAEA, 2012Printed by the IAEA in Austria

May 2012

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PREFÁCIOO objetivo desta publicação é oferecer orientações práti-

cas destinadas a agentes de informação para o público sobre apreparação e reação a uma emergência nuclear ou radioativa, erealizar em parte funções designadas à IAEA na Convenção rela-tiva à Assistência em Caso de Acidente Nuclear ou EmergênciaRadioativa (Convenção de Assistência), assim como satisfazer osrequisitos determinados nas Normas de Segurança da IAEA N°.SF-1, Princípios de Segurança Fundamentais, e nas Normas deSegurança N°. GS-R-2, Preparação e Reação para uma Emer-gência Nuclear ou Radioativa.

Segundo o Artigo 5(a)(ii) da Convenção de Assistência,uma função da IAEA é reunir e divulgar para os Países Partici-pantes e Membros informação relativa a metodologias, técnicase resultados de pesquisa referentes à reação a emergênciasnucleares e radioativas. As Normas de Segurança N°. GS-R-2 daIAEA estabelecem os requisitos para um nível adequado de pre-paração e de reação a uma emergência nuclear ou radioativaem qualquer país, e especificam que “Todas as medidas possí-veis devem ser tomadas para oferecer à população informaçãoútil, oportuna, verídica, coerente e apropriada durante toda aemergência nuclear ou radioativa” na fase de reação. Tambémsignifica “reagir à informação incorreta e rumores; e reagir apedidos de informação da população e da mídia.”

Esta publicação oferece orientação na forma de guias deação e informações que podem ser facilmente aplicadas por umpaís para construir uma capacidade básica para reagir a umaemergência nuclear ou radioativa. Esta orientação deve ser adap-

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tada para se adequar às diretivas, linguagem, terminologia, con-ceito de operação e capacidades organizacionais do país.

Este documento é publicado como parte da série de Pre-paração e Reação à Emergência da IAEA e complementa o Ma-nual dos Primeiros a Reagirem a uma Emergência Radioativanas partes relativas às tarefas dos agentes de informação aopúblico. Leva em conta as lições aprendidas através de emer-gências ocorridas no passado, inclusive o acidente da Usina Nu-clear de Fukushima da TEPCO em 2011, e de pesquisa, e é com-patível com as Normas de Segurança N°. GS-R-2 da IAEA.

O agente da IAEA responsável por esta publicação foi L.Berthelot do Centro de Incidente e Emergência, Departamentode Segurança Nuclear e de Segurança.

 

Nota editorial

O uso de designações de países ou territórios não implicaqualquer julgamento da parte do editor, a IAEA, em relação àsituação legal de tais países ou territórios, de suas autoridades einstituições ou da delimitação de suas fronteiras.

A menção dos nomes de determinadas companhias ouprodutos (indicados ou não como registrados) não implica ne-nhuma intenção de infringir direitos de propriedade tampoucose deve interpretar como um apoio ou recomendação da parteda IAEA.

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1.1.1.1.1. INTRODUÇÃO....................................................................131.1 Experiência.......................................................................151.2 Objetivo............................................................................161.3 Abrangência.....................................................................161.4 Estrutura...........................................................................171.5 Utilização das orientações...............................................18

2.2.2.2.2. FUNDAMENTOS................................................................212.1 Sistema de Comando de Incidente................................212.2 Organização de comunicação com o público................232.3 Papéis na comunicação com a população durante uma

emergência......................................................................242.3.1. Autoridades Locais...........................................................242.3.2. Autoridades Nacionais.....................................................252.3.3. Organizações Internacionais............................................272.4 Necessidades e recursos orçamentários........................282.5 Planejamento e preparação............................................29

3.3.3.3.3. GUIAS DE AÇÃO DE COMUNICAÇÕES DIRIGIDAS AOPÚBLICO (PC-AG)..............................................................35

PC-AG.1 Ações gerais para o PIO/equipe em umaemergência......................................................................35PC-AG.2 Providências práticas para o PIO......................36PC-AG.3 Lista de contatos do PIO/equipe......................37PC-AG.4 Treinamento e exercícios..................................39PC-AG.5 Seleção do porta-voz e instruções paraentrevistas........................................................................41PC-AG.6 Desenvolver mensagens para a população....48

ÍNDICE

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PC-AG.7 Comunicações dirigidas ao público em vários tipos deemergências.................................................................................50

4.4.4.4.4. FOLHETOS DE INFORMAÇÃO DE COMUNICAÇÕES DIRIGIDASAO PÚBLICO (PC-IS)......................................................................57

PC-IS.1 Comunicar os fundamentos da radiação...........57PC-IS.2 Planejamento do PIO para emergências nuclearese radioativas.....................................................................79PC-IS.3 Comunicar segurança em emergências queenvolvem pequenas fontes radioativas perigosas.........83PC-IS.4 Comunicar segurança em uma emergência degrande escala...................................................................85PC-IS.5 Percepção do risco..............................................87PC-IS.6 Importância da confiança nas comunicaçõesdirigidas ao público..........................................................92PC-IS.7 Atividades essenciais de comunicações dirigidasao público.........................................................................95PC-IS.8 Comunicação de risco.........................................97PC-IS.9 Fluxos de comunicação.......................................99PC-IS.10 Fontes de informação.......................................101PC-IS.11 Tipos de público...............................................106PC-IS.12 Canais de comunicação...................................108PC-IS.13 Ferramentas de comunicação.........................109PC-IS.14 Rumores e controle dos rumores...................119PC-IS.15 Desenvolver relações com a mídia................121PC-IS.16 Treinar a mídia para a reação a uma emergênciade radiação.....................................................................124PC-IS.17 Boas práticas para os PIOs..............................126PC-IS.18 Comunicar a respeito de ações de proteção delongo prazo.....................................................................129

APÊNDICE I: MODELOS E AMOSTRAS..........................................131APÊNDICE II: LISTAS DE CONTATO DO STAFF.............................143APÊNDICE III: FORMULÁRIO DE HISTÓRICO DE COMUNICAÇÕES IN-TERNAS.......................................................................................145REFERÊNCIAS...............................................................................146DEFINIÇÕES..................................................................................149ABREVIAÇÕES...............................................................................157COLABORADORES DO ESBOÇO E REVISÃO..................................158

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1. INTRODUÇÃO

1.1 EXPERIÊNCIA

Experiência com emergências nucleares e radiológicas (ra-diação)1 enfatiza que a comunicação destinada ao público é umdos desafios mais importantes na gestão da emergência. Algu-mas vezes, um evento não é visto como uma emergência paraespecialistas ou os que reagem a ele, mas é visto de formamuito diferente pela população em geral. Comunicar de formaeficaz à população a respeito das emergências de radiação éfundamental para uma boa gestão da emergência. Ajudará aatenuar os riscos, a dar suporte para a implementação de açõesde proteção, e a minimizar os impactos psicológicos negativos.

Uma comunicação destinada ao público eficaz estimula aimplementação de ações de proteção apropriadas pelas pessoasem risco e reconforta as pessoas que não correm risco direta-mente, reduzindo rumores e medos. Pode facilitar esforços dealívio assim como manter a confiança da população nas organi-zações responsáveis pela preservação do bem-estar da popula-ção.

Comunicar a população sobre a radiação é um desafio. Éimportante lembrar, em todos os momentos, de comunicar numalinguagem clara. A confiança e disponibilidade de informaçãosão elementos cruciais para a comunicação do risco.

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1 Emergências nucleares e radiológicas referem-se a emergências de radiaçãoao longo de toda esta publicação. Radiação refere-se à radiação ionizante,definida na lista de definições.

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

Além de serviços de emergência locais (por ex. equipesmédicas locais, de execução da lei, e de bombeiros), os agentesde informação pública (PIO) têm o papel mais importante naprimeira reação à emergência de radiação. Para desempenharesse papel de forma eficaz, é fundamental que esses agentesestejam preparados e treinados antes que a emergência acon-teça.

1.2 OBJETIVO

O objetivo desta publicação é oferecer orientação às pes-soas encarregadas de manter a população e a mídia informadase de coordenar todas as fontes de informação oficial de forma agarantir que uma mensagem coerente seja passada para a po-pulação antes, durante e depois da emergência de radiação.

Para atingir o seu objetivo, esta publicação:

· Descreve a preparação e o treinamento para comunica-ções de emergência antes que uma emergência aconteça.

· Explica a respeito da necessidade de comunicaçõesdirigidas ao público eficazes nas emergências de radiação.

· Fornece princípios e ferramentas de comunicação paraajudar os PIOs a obterem uma comunicação eficaz durante aemergência de radiação e para auxiliar a atenuar os seus efei-tos.

1.3 ABRANGÊNCIA

A orientação nesta publicação é aplicável a toda a exten-são de possíveis emergências de radiação. Não se limita ao quese considera comumente uma “emergência de radiação” comoa liberação de materiais radioativos de uma usina nuclear (porex. Usinas Nucleares de Chernobyl ou de Fukushima Daiichi), oua perda ou roubo de uma fonte radioativa perigosa (por ex. emGoiânia). A abrangência desta publicação inclui qualquer eventorelativo à radiação ao qual a população pode reagir como se

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fosse uma emergência, independentemente de como esse eventofor tecnicamente classificado.

Esta publicação descreve brevemente comunicaçõesdirigidas ao público nas fases de descontaminação e recupera-ção, mas essas áreas são mais profundamente tratadas em ou-tra documentação da IAEA [1]. Para obter informações sobre aEscala de Evento Nuclear e Radioativo Internacional (INES), épreciso consultar o Manual INES [2].

Sabe-se que os diversos países têm necessidades e proce-dimentos específicos. Esta publicação propõe orientação basea-da na experiência e nas melhores práticas de lições passadas. OPIO que usa esta orientação deve sempre levar em considera-ção a cultura e as práticas da comunicação local e nacional, aexperiência legal, a função e a responsabilidade doscomunicadores, e o papel dos reguladores e operadores no pla-nejamento e comunicação com a população.

Esta publicação é compatível com os Requisitos de Segu-rança N°. GS-R-2 [3] e complementa a orientação básica relati-va a comunicações dirigidas ao público fornecidas nas publica-ções de séries [4,5,6,7] de Preparação e Reação à Emergência.Alguns procedimentos de reação à emergência fundamentaisdessas publicações estão incluídos aqui para facilitar a referên-cia.

1.4 ESTRUTURA

Esta publicação tem duas seções. A Seção 1 inclui a expe-riência, objetivo, abrangência, estrutura dos conteúdos e orien-tação sobre como esta publicação deve ser usada. A Seção 2compreende a informação básica sobre o Sistema de Comandodo Incidente (ICS), a organização da informação/comunicaçãodirigida ao público, os papéis e a coordenação das comunica-ções dirigidas ao público durante uma emergência, as necessi-dades orçamentárias para as comunicações dirigidas ao públicoe o planejamento e preparação das comunicações dirigidas aopúblico numa emergência. O restante da publicação é constituí-

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

do de Guias de Ação, Folhetos de Informação e Apêndices quefornecem orientação e conselhos aos PIOs. Há também umalista de definições.

1.5 UTILIZAÇÃO DAS ORIENTAÇÕES

Esta publicação oferece orientação através das seguintesGuias de Ação, Folhetos de Informação e Apêndices:

· Guias de Ação de Comunicações Dirigidas ao público (PC-AG) que contêm detalhes sobre ações gerais do trabalho do PIOno ICS.

· Folhetos de informação de Comunicações Dirigidas aoPúblico (PC-IS) que contêm recursos úteis em inúmeras áreascruciais que dão suporte para que o PIO realize as ações rele-vantes dos Guias de Ação.

· Apêndices contendo modelos de declarações, comunica-dos de imprensa, avisos, e históricos de comunicação interna.

Caixas deste tipo: o são usadas em listas de passos aserem dados ou questões a serem consideradas/abordadas paramarcá-las ou como parte de listas de verificação.

Espera-se que esta publicação seja utilizada principalmen-te por PIOs.

Embora haja a recomendação de que toda a publicaçãoseja lida para que se tenha uma plena compreensão dos aspec-tos essenciais da comunicação dirigida ao público em emergên-cias de radiação, não é necessário ler todas as partes na ordemcronológica, em vez disso o leitor deve começar a partir de umitem específico do seu interesse. Exemplos, ilustrações, listas deverificação são incluídas para tornar esta publicação clara e útil.

O material desta publicação deve ser integrado aos proce-dimentos nacionais e locais no país em que será usado. Istoinclui a tradução do material na língua local e a sua revisão paraque seja compatível com a terminologia local, com as organiza-ções e conceitos de operação da reação. Quando o material es-

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pecífico do país estiver completo, deve-se realizar o treinamen-to e a reação deve ser testada durante exercícios.

O material nesta publicação não tem como objetivo serum modelo rígido, trata-se antes de uma estrutura que precisaser integrada às necessidades nacionais e locais, levando emconsideração fatores culturais e sociológicos. Além disso, a apli-cação dos guias de ação depende de detalhes específicos decada emergência.

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

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212. FUNDAMENTOS

2.1 SISTEMA DE COMANDO DO INCIDENTE

Cada país membro precisa desenvolver um sistema dereação integrado às responsabilidades e autoridades claramentedesignadas e coordenadas. A reação deve ser dirigida de umlocal central perto do lugar da ocorrência do evento o mais rapi-damente possível [4].

Há dois tipos diferentes de instalações ou locais de emer-gência: os estabelecidos anteriormente (por exemplo, uma usi-na nuclear) e os estabelecidos no momento de uma emergên-cia. Nos dois casos, as funções e as condições operacionais e asnecessidades das instalações e locais devem ser cuidadosamen-te consideradas e deve haver uma preparação anterior. As co-municações dirigidas ao público serão uma área fundamentalnos dois casos.

O Sistema de Comando do Incidente (ICS) é a estruturamais amplamente usada para a reação de emergência e é utili-zada na orientação da IAEA. Essa estrutura concentra a tomadade decisão na reação num Comandante de Incidente (IC), pormeio do qual todas as atividades e funções se reportam atravésda estrutura do IC. O tamanho da estrutura é dimensionado deacordo com as necessidades da emergência específica e emgeral se adapta para incluir o tipo das funções de reação confor-me a natureza da emergência. Estruturas sugeridas devem serdesenvolvidas pela IAEA na Referência [4].

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

O ICS é concebido em torno de cinco componentes princi-pais: comando, planejamento, operações, logística e finanças/administração. Em incidentes/emergências de pequena escala,uma pessoa, o IC, deve administrar ou realizar todos os compo-nentes. Incidentes/emergências de grande escala em geral re-querem que cada componente, ou seção, seja constituído sepa-radamente. Cada uma das seções essenciais do ICS deve serdividida em funções menores como for necessário. Tipicamente,a organização é separada em divisões dependendo da naturezada atividade com responsabilidade funcional ou geográfica, gru-pos que são responsáveis por uma atribuição funcional específi-ca, e finalmente equipes [4]. Uma estrutura básica da organiza-ção do ICS é apresentada na Figura 1.

Fig. 1. Estrutura Básica da organização do ICS

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Comunicações dirigidas ao público é parte da seção decomando. Dependendo da dimensão da emergência, essa fun-ção pode ser assumida por uma pessoa ou um grupo. Uma dasvantagens fundamentais do ICS é permitir que várias disciplinase funções trabalhem em conjunto numa estrutura unificada. Paraas comunicações dirigidas ao público, isto também favorece acoordenação entre diversas organizações envolvidas na reação,como os ministérios responsáveis pela proteção da radiação,saúde, meio ambiente e alimentação.

2.2 ORGANIZAÇÃO DA COMUNICAÇÃO COM OPÚBLICO

O Agente de Informação para o Público (PIO) ou a equipese encarrega essencialmente de manter a mídia informada e decoordenar todas as fontes de informação oficial no sentido degarantir que uma mensagem coerente seja oferecida à popula-ção.

Numa emergência, o PIO funcionará sob o IC que aprova-rá a informação divulgada para a população. Os objetivos princi-pais da reação a uma emergência de reação são proteger apopulação e proteger a equipe envolvida na emergência duran-te a reação. A instrução 2 da Referência [6] fornece as orienta-ções de proteção da equipe que devem ser seguidas pelos PIOsvisto que também são considerados “os primeiros a reagir”.

No caso de uma emergência, um PIO líder deve ser desig-nado. O PIO líder pode necessitar de assistentes, dependendo dadimensão e complexidade da emergência assim como da faseda emergência. Embora na fase de preparação e na pós-emergencial a organização da Equipe de Informação para o Pú-blico pode ser mais limitada, na fase de reação à emergência aestrutura será mais detalhada. Isso depende da dimensão daemergência e dos recursos disponíveis. Uma estrutura básica daEquipe de Informação para o Público é apresentada na Figura 2.O Guia de Ação 1 enumera as ações básicas para o PIO/Equipe.

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

Fig. 2 Estrutura básica do Grupo/Equipe de Informação parao Público

Independentemente da dimensão, o papel e as funçõesdo PIO (descritas abaixo) não mudarão. No caso de uma emer-gência com um interesse da mídia significativo, o PIO ou a equi-pe devem funcionar fora de um Centro de Informação para oPúblico (PIC). O PIC é o local para a coordenação de toda ainformação oficial dada à mídia em relação à emergência. O PICdeve se situar numa área segura próxima do lugar da emergên-cia perto do Posto de Comando do Incidente (ICP) com espaço einfraestrutura para dar suporte às informações para a mídia [6].Um planejamento detalhado relativo à implantação da capaci-dade de reação à emergência é descrito na Referência [4].

2.3 PAPÉIS NA COMUNICAÇÃO COM APOPULAÇÃO DURANTE UMA EMERGÊNCIA

2.3.1 Autoridades Locais

As comunidades podem desempenhar uma variedade defunções durante uma emergência inclusive difundir informação,oferecer ajuda e apoio e satisfazer as necessidades básicas dosseus membros. A preparação da comunidade e o conhecimentodas medidas de emergência ajudarão a melhorar a aceitação eadequação durante uma emergência. Posteriormente, ela tam-bém ajudará a construir a capacidade de se reerguer rapida-

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mente na fase de recuperação. As autoridades locais devemplanejar a sua reação a qualquer possível emergência, inclusivea necessidade de evacuação no caso de uma emergência deradiação. Esses planos devem ser coordenados em conjunto comoutros níveis do governo (autoridades nacionais).

Supõe-se que governos locais se incumbam de comunicare que informem a respeito do que estão fazendo para reagir auma emergência de radiação. Os habitantes e a mídia procura-rão os funcionários locais tanto para obter informações e servi-ços em todas as fases da emergência, mas de maneira maisintensa se houver uma evacuação ou na fase de recuperação,em que medidas de longo prazo são necessárias para a comuni-dade afetada. É possível que tenham que participar na gestãodos impactos econômicos na indústria local, turismo e proprie-dades a longo prazo.

Para oferecer informação coerente à mídia e à população,será importante para as comunicações dirigidas ao público noplano nacional que sejam coordenadas com as autoridades lo-cais apropriadas. Será capital que os porta-vozes do governolocal e os funcionários escolhidos saibam o que está sendo ditosobre as ações de reação e as avaliações de risco realizadas.Embora provavelmente não sejam procurados pela mídia comoespecialistas nessas questões, é possível que sejam indagadossobre a reação local ao que está acontecendo. Se não estiverema par, a sua reação a essas questões pode criar a percepção deque a reação não está sendo bem administrada. Além disso, asautoridades locais terão conhecimento profundo da comunida-de e podem ser uma fonte de informação valiosa na construçãodos centros de informação, na organização de reuniões públicas,grupos de igreja e da comunidade capazes de compartilhar ainformação com os seus membros, e outros mecanismos exis-tentes para se comunicarem com os habitantes locais.

2.3.2 Autoridades Nacionais

Para ter uma informação pública eficaz na reação a umaemergência, comunicações dirigidas ao público também devemser coordenadas no plano nacional para evitar mensagens con-

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

traditórias e desinformação entre organizações nacionais envol-vidas na reação. A estrutura da reação, inclusive os papéis eresponsabilidades das várias organizações envolvidas, devemser planejados antes e concebidos em todos os níveis de rea-ções organizacionais e nacionais. O ICS ou a estrutura semelhan-te pode servir no sentido de assegurar o nível de coordenaçãointerorganizacional necessário no âmbito nacional. Essa estrutu-ra ajudará não somente várias organizações a entenderem oseu papel, como também permitirá que a mídia seja encami-nhada para os porta-vozes ou organizações apropriados confor-me os papéis e responsabilidades estabelecidos.

Cada País Membro e organização internacional da Con-venção sobre a Notificação Inicial de um Acidente Nuclear devenotificar a IAEA a respeito de qualquer possível liberação inter-nacional de materiais radioativos que poderiam ser designificância radioativa para um outro país [7]. Falando maisespecificamente, isso significa que a notificação é necessáriaquando é provável que a situação de emergência libere radia-ção através de fronteiras nacionais, pode haver outras situaçõesem que a notificação deve ser considerada, particularmente aque-las que podem ter consequências internacionais, como emer-gências em cidades maiores ou contaminação de pessoas, mer-cadorias ou transportes que atravessam fronteiras.

Cada País Membro e organização internacional deve de-signar e comunicar à IAEA o seu ponto de alerta nacional 24horas por dia e 7 dias por semana e suas autoridades competen-tes para fins de notificação. Os detalhes de contato (números defax de telefone e se for apropriado, endereços eletrônicos) etodas as mudanças devem ser enviados ao Centro de Emergên-cia e do Incidente (IEC) com cópia para a missão permanentepara a IAEA. Todas as providências são fornecidas na Referência[8]. Para comunicações dirigidas ao público durante uma emer-gência, há uma seção no formulário do Sistema Unificado para aTroca de Informação em Incidentes e Emergências (USIE) emque os detalhes do contato são fornecidos para as solicitaçõesda mídia e os links para quaisquer comunicados de imprensa.USIE é um site de internet unificado usado para relatar inciden-tes e emergências para Pontos de Contato de Emergência e

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Agentes Nacionais do INES. Em seguida a informação será difun-dida para todos os pontos de contato para que tenham conheci-mento da informação pública liberada e para que as solicitaçõesda mídia sejam encaminhadas de forma apropriada conformenecessário.

Idealmente, as autoridades nacionais terão desenvolvidoos seguintes itens importantes para os PIOs.

o Organização de reação de emergência – papéis eresponsabilidades.

o Contatos para informação.

o URLs, números de telefone e e-mails:- Autoridades para a reação (legislação/normasnacionais).- Conselho básico sobre ações gerais que a popu-lação pode realizar.

o Monitoramento, vigilância e serviços de laboratório disponíveis para detectar uma liberação deradioatividade incontrolada.

o Capacidade de avaliação da proporção.

o Planejamento da reação (capacidade médica,ações de proteção e reação).

o Critérios de reação nacionais (genéricos eoperacionais) e explicações de possíveis ações deproteção.

o Informação básica geral sobre instalações e usode materiais radioativos no país.

o Lista de riscos baseada na utilização de materiaisradiativos no país/área/região.

2.3.3 Organizações Internacionais

O “Plano de Gestão de Emergência de Radiação Conjuntodas Organizações Internacionais” (Plano Conjunto) [9] é a estru-tura para a coordenação das atividades de reação de organiza-ções internacionais relevantes, como a Organização Mundial da

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Saúde, a Organização Meteorológica Mundial, e a Organizaçãopara Agricultura e Alimentação, durante uma emergência deradiação. O Plano Conjunto é um mecanismo de interagênciasabrangente que identifica a estrutura das interagências para apreparação e reação à emergência e fornece meios para a coor-denação e clareza em relação aos papéis e capacidades dasorganizações internacionais participantes na preparação e rea-ção a emergência nucleares ou radioativas. Sob o Plano Conjun-to, a IAEA tem o papel de liderança na coordenação da reação àemergência de radiação.

A reação internacional tem como foco a coordenação dainformação do país em que ocorreu o acidente para outros paí-ses e o fornecimento de assistência técnica ou de outra ordemquando for necessário. Para fins de comunicação com a popula-ção, a IAEA terá relações com a mídia e atividades demonitoramento da mídia assim como divulgará informação bá-sica sobre a situação e sobre o seu papel e atividades durante aemergência. As atividades de comunicação com a populaçãoserá coordenada entre as organizações internacionais do PlanoConjunto [9]. Para garantir que a informação seja precisa antesda sua comunicação, a IAEA verifica toda a informação juntoao(s) país(es) afetado(s).

2.4 NECESSIDADES E RECURSOSORÇAMENTÁRIOS

A demanda de informação para a população durante umaemergência e os seus custos respectivos são em geral subesti-mados. Os recursos vão variar de acordo com o nível existentede comunicações dirigidas ao público realizadas pelo País Mem-bro. Aqueles que ainda não dispõem desses programas podemprecisar dedicar recursos financeiros e humanos suplementarespara desenvolver as políticas, procedimentos, treinamento, pro-dutos de informação e sites de internet que serão necessáriospara reagir a uma emergência. Além disso, serviços contratadospara monitoramento da mídia, tradução, propaganda, publica-ção, e equipamento audiovisual podem ser indispensáveis. Re-

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cursos adicionais também podem ser necessários para a inclu-são do programa de comunicações dirigidas ao público em exer-cícios, simulações e testes de emergência.

Algumas novas instalações podem ser necessárias, depen-dendo da situação no País Membro. Instalações existentes taiscomo centros de visitantes, escritórios, um auditório, hotel, salasde conferências, ou uma escola podem ser temporariamentetransformados em locais para as atividades de comunicaçãodestinada à população.

2.5 PLANEJAMENTO E PREPARAÇÃO

Comunicações dirigidas ao público é uma parte integranteda gestão global de uma emergência de radiação. Planos e pro-cedimentos para que haja a reação de informação para o públi-co devem ser desenvolvidos antes de qualquer emergência. Es-ses planos precisam ser integrados ao planejamento e providên-cias globais para a gestão de emergências. Os planos devemdetalhar os papéis e responsabilidades e atividades a serem re-alizadas durante a reação. Procedimentos e listas de verificaçãodão instruções específicas às pessoas designadas a desempe-nhar os diversos papéis e a realizar as atividades específicas decomunicação com o público.

Planos e procedimentos das organizações assim como umplano e procedimentos de reação no âmbito nacional devemestar disponíveis para coordenar as atividades de comunicaçõesdirigidas ao público com as autoridades regionais e/ou locais.Embora a informação seja fornecida à população a partir dessesvariados níveis, é essencial para a credibilidade da reação que aprópria informação seja coerente. Planos devem identificar ospapéis e responsabilidades dos diversos atores na reação deinformação à população. Devem incluir mecanismos específicospara a coordenação da informação entre todos os níveis, parti-cularmente local, regional e internacional.

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

O plano local deve incluir também a designação de umponto de contato nacional para a IAEA em relação a questões decomunicações dirigidas ao público. Esse papel deve ser realiza-do pela Autoridade Nacional Competente para uma EmergênciaEstrangeira [8] ou um contato específico para as relações com amídia pode ser identificado como parte das providências especí-ficas da reação.

Procedimentos também devem ser desenvolvidos para avasta variedade das atividades de comunicações destinadas aopúblico. Podem incluir monitoramento da mídia, relações com amídia, avisos de informação ao público, e linhas diretas para apopulação para perguntas.

O bem-estar pessoal e a produtividade do staff numaemergência são fundamentais para uma reação eficaz. Ter cer-teza de que o tempo e a regularidade de plantões razoáveis sãoprogramados ajudará a reduzir o estresse e o cansaço. Plantõespodem ser necessários durante vários dias, semanas ou meses.A população e a mídia podem ser agressivas e não solidárias,isso pode exigir muito e ser extenuante para os PIOS. Portanto,o planejamento adequado através de treinamento do staff paratodas as funções da Equipe de Informação ao Público será bené-fico.

A Figura 3 mostra o ciclo de como organizar de formaeficaz e implementar os papéis e atividades do PIO descritos nosGuias de Ação e nos Folhetos de Informação.

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FIG. 3. Ciclo para a organização e incremento das ativida-des do PIO

o “Planejar” é a fase de preparação para comunicarem uma emergência, como por exemplo, odesenvolvimento antecipado de um plano decomunicação, de procedimentos e de providên-cias práticas.

o “Fazer” é a fase da implementação de atividadesde comunicação pelo PIO/Equipe em umaemergência, como por exemplo, elaborarmensagens e trabalhar sob a direção do IC nacomunicação de mensagens ao público.

o “Verificar” é a fase de avaliação no sentido dedeterminar a eficácia das atividades decomunicação tal como o monitoramento da mídia.

o “Agir” é a fase de adequação das atividades decomunicação com base nos resultados deavaliação na fase da “verificação”.

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

Dependendo da situação na instalação nuclear, o PIO secomunica de diversas formas com a população. A Figura 4 ilus-tra o que está sendo comunicado e a evolução da comunicaçãoem circunstâncias normais e emergenciais.

FIG. 4.Ciclo de comunicação para instalações nucleares

Na Figura 4, o eixo horizontal refere-se à situação numainstalação nuclear, variando de um modo de funcionamentonormal para um modo de emergência e o eixo vertical refere-seao risco de uma situação de emergência (ou seja, o potencialexistente para o surgimento de uma situação perigosa ou ruim)e uma verdadeira situação de emergência.

No quadrante A, o PIO trabalha nas atividades de comuni-cação levando em consideração a percepção de riso da popula-ção. Assim que a emergência nuclear ocorre, os esforços au-mentam nas atividades de comunicação, tais como obter infor-mação atual e em curso sobre a situação da equipe de reação

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de emergência, e trabalhar sob a direção do IC para a elabora-ção de mensagens para o público e decidir como passar a men-sagem através dos canais de comunicação mais eficazes. A fasede comunicação vai do quadrante A para o B.

No quadrante C, o PIO comunica a respeito das outrasinstalações nucleares que não são diretamente afetadas pelaemergência, mas que podem ser o foco de interesse, de ques-tões e preocupações da população.

Ao levar em consideração as causas da emergência, açõesatenuantes serão aplicadas à instalação nuclear. Nessa fase(quadrante D), o PIO trabalha na comunicação dessas ações àpopulação, considerando os dados técnicos e a reação social àemergência.

As mensagens e os canais de transmissão para a comuni-cação passam da comunicação de risco para as comunicaçõesde emergência durante a reação e de novo para a comunicaçãode risco em um ciclo.

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

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353. GUIAS DE AÇÃO DEGUIAS DE AÇÃO DEGUIAS DE AÇÃO DEGUIAS DE AÇÃO DEGUIAS DE AÇÃO DECOMUNICAÇÕES DIRIGIDAS AOCOMUNICAÇÕES DIRIGIDAS AOCOMUNICAÇÕES DIRIGIDAS AOCOMUNICAÇÕES DIRIGIDAS AOCOMUNICAÇÕES DIRIGIDAS AOPÚBLICO (PC-AG)PÚBLICO (PC-AG)PÚBLICO (PC-AG)PÚBLICO (PC-AG)PÚBLICO (PC-AG)(a serem implementadas como for apropriado e prático)

PC-AG.1 AÇÕES GERAIS PARA O PIO/EQUIPEPC-AG.1 AÇÕES GERAIS PARA O PIO/EQUIPEPC-AG.1 AÇÕES GERAIS PARA O PIO/EQUIPEPC-AG.1 AÇÕES GERAIS PARA O PIO/EQUIPEPC-AG.1 AÇÕES GERAIS PARA O PIO/EQUIPEEM UMA EMERGÊNCIAEM UMA EMERGÊNCIAEM UMA EMERGÊNCIAEM UMA EMERGÊNCIAEM UMA EMERGÊNCIA

o Trabalhar sob a direção do IC e seguiras instruções de proteção do pessoal na Instrução2 da Referência [6].

o Receber um comunicado do IC.

o Estabelecer uma linha de comunicação entre o PIOe o assessor/equipe de radioatividade paraque forneçam informações do que estáacontecendo e conselhos sobre como lidar comperigo radioativo e ações de reação adequadas àemergência.

o Dar todos os passos práticos para fornecer à população informação útil, oportuna, verídica,coerente e apropriada ao longo de todaa emergência.

o Preparar-se, em conjunto com a equipeencarregada de fazer vigorar as leis, para umaenorme atenção com a mídia, inclusive a chegadade repórteres no local da emergência.

o Confirmar junto ao IC que você é a fonte oficial deinformação e informar àqueles que reagem no local

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

da emergência, aos responsáveis pela vigência dasleis, hospitais, governo local e ao Centro deOperação de Emergência (EOC) nacional para queencaminhem as investigações da mídia a você.

o Desenvolver com o IC e divulgar um comunicadode imprensa (ver exemplos no Apêndice I)descrevendo:- a ameaça;- as ações de reação à população adequadas einadequadas; e- ações realizadas para garantir a segurança dapopulação, proteção dos produtos, etc.

o Assim que possível, estabelecer um PIC ondeserão fornecidos comunicados de mídia a partirde um porta-voz ou de um grupo comrepresentantes de todas as organizaçõesenvolvidas na reação. Incluir representantes degovernos locais e nacionais nas reuniõesde imprensa.

o Avaliar as necessidades e pedido de recursosadicionais.

o Preparar-se para investigações e rumoresinternacionais.

PC-AG.2 PROVIDÊNCIAS PRÁTICAS PARA O PIOPC-AG.2 PROVIDÊNCIAS PRÁTICAS PARA O PIOPC-AG.2 PROVIDÊNCIAS PRÁTICAS PARA O PIOPC-AG.2 PROVIDÊNCIAS PRÁTICAS PARA O PIOPC-AG.2 PROVIDÊNCIAS PRÁTICAS PARA O PIO

As providências logísticas para o estabelecimento da equi-pe de reação de informação para o público devem ser desenvol-vidas antecipadamente, junto com todos os procedimentos in-dispensáveis. Algumas capacidades necessárias durante umaemergência de radiação incluem:

o Seguir planos de comunicação destinada aopúblico nacionais, regionais e procedimentosassociados – papéis, responsabilidades.

o Seguir o Plano/providências para a coordenaçãode relações de comunicações dirigidas aopúblico/mídia com países fronteiriços.

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o Manter lista do staff envolvido nas comunicaçõesdirigidas ao público na reação à emergência(ver PC-AG.3)

o Ativar toda a reação de informação à população(mesmo na ausência de ativação formal dareação de emergência nacional) e o suportetécnico e administrativo necessário.

o Garantir funcionalidade das capacidades dedifusão (serviços de distribuição de fax, listserv)para comunicados de imprensa, avisos deinformação pública, ações de proteção, etc.

o Monitorar a mídia (nacional e internacional).

o Garantir que o staff esteja preparado e sejainstruído para lidar com a mídia.

o Manter lista de porta-vozes treinados da mídia.

o Elaborar folhetos informativos e perguntas erespostas.

o Ter mapas e ilustrações.

o Garantir capacidades de tradução.

o Usar modelos para difusão de declarações,comunicados de imprensa, tópicos, etc.

o Determinar uma linha grátis para ligaçõespúblicas.

o Garantir que a logística e os procedimentosestejam disponíveis para estabelecer umCentro de Informação Pública (PIC)quando necessário.

PC-AG.3 LISTA DE CONTATOS DO PIO/EQUIPEPC-AG.3 LISTA DE CONTATOS DO PIO/EQUIPEPC-AG.3 LISTA DE CONTATOS DO PIO/EQUIPEPC-AG.3 LISTA DE CONTATOS DO PIO/EQUIPEPC-AG.3 LISTA DE CONTATOS DO PIO/EQUIPE

As listas de contato a seguir devem ser criadas e sempremantidas atualizadas:

o Uma lista de todo o staff envolvido com númerosde telefone e endereços do trabalho, casae de celulares.

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

o Uma lista de contatos da mídia.

o Contatos dos PIOs e de outras organizaçõesresponsáveis.

o Identificação da equipe de reserva para tarefasadministrativas e de apoio tais como suporte comcomputadores, fotocópias, atendimento detelefone, passar fax.

o Uma lista do staff para garantir uma coberturade 24 horas.

Ao preparar essas listas deve-se considerar o seguinte:

o Atribuir a responsabilidade para verificaçãoregular, teste e atualização de todos os detalhesdos contatos.

o Atribuir a responsabilidade para verificaçãoregular da disponibilidade do staff e atualizaçãodas listas.

o Ter certeza de que se está ciente da realização detestes de convocação e de que isso é monitorado.

o Estabelecer uma meta de tempo durante o qual ainstalação deve estar funcionando pelo menos noseu nível mínimo.

o Identificação (nos procedimentos) de quem é aresponsabilidade de autorizar as convocaçõesnuma emergência.

o Identificação (nos procedimentos) de quem é aresponsabilidade de implementar a convocaçãonuma emergência.

o Amostras do provável conteúdo da mensagem aser transmitida a cada pessoa ou uma lista deverificação de itens da informação que deveser transmitida.

Há amostra de listas de contato do staff no Apêndice II.

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PC-AG.4 TREINAMENTO E EXERCÍCIOSPC-AG.4 TREINAMENTO E EXERCÍCIOSPC-AG.4 TREINAMENTO E EXERCÍCIOSPC-AG.4 TREINAMENTO E EXERCÍCIOSPC-AG.4 TREINAMENTO E EXERCÍCIOS

No caso de uma emergência de radiação, uma populaçãopreparada e informada tem mais chance de compreender maisas mensagens fornecidas pelas autoridades. Isto ajudará na co-ordenação da reação à emergência e, depois, o fato de boasinformações serem dadas antecipadamente pode representaruma grande vantagem. Significa que a população tem menoschance de perder a confiança nas instituições responsáveis pelagarantia da sua segurança. [11, 12]

Um treinamento de comunicação especializado, testes eum programa de exercícios devem ser estabelecidos para asse-gurar que o pessoal estará bem preparado para reagir de formaeficaz no caso de uma emergência de radiação. Esse treinamen-to deve ser oferecido aos PIOs anualmente. Deve haver treina-mento para o pessoal que não é da usina e para os da imprensa.

Treinamento do PIO

O objetivo global do treinamento do PIO é preparar emanter pessoal qualificado para todos os cargos da equipe decomunicação. O treinamento é oferecido e acordo com a atribui-ção da reação à emergência da pessoa.

Um treinamento inicial sobre o plano de comunicação deemergência da radiação deve ser dado à nova equipe de acordocom a necessidade . O treinamento deve ser feito anualmentepara todo o staff e no momento apropriado deve ser coordena-do com o departamento de treinamento da usina nuclear. Otreinamento deve compreender sessões em salas de aula inclu-indo os seguintes tópicos:

o Mudanças no plano de comunicação deemergência de radiação ou dos procedimentos.

o Mudanças no plano de emergência da usinanuclear ou dos procedimentos.

o Mudanças de pessoal e atribuições (utilidadepública, regulador, fora do local, outros).

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

o Mudanças de instalação e de equipamento.

o Lições aprendidas com treinamentos, testese exercícios anteriores.

o Lições aprendidas com reações de emergência deoutros serviços de utilidade pública.

o Lições aprendidas com reações de emergência deoutros setores industriais, quando for apropriado.

O treinamento anual também deve incluir participação emteste ou exercício.

O treinamento de uma função específica pode ser neces-sário, inclusive apresentações em salas de aula, testes na mesa,nas instalações ou treinamento com equipamento. Deve havertreinamento específico para:o Porta-vozes.

o Representantes no telefone e linhas diretas.

o Pessoal que tem contato com a mídia.

o Escritores de declarações para a imprensa.

o Diretores e supervisores da usina.

Exercícios de emergência

Os PIOs devem participar do programa de exercício con-forme determinado pelo plano de reação de emergência da usi-na, podendo incluir:

o Representação da informação ao público naequipe de desenvolvimento da situação.

o Inclusão dos objetivos de comunicação parao público nos testes ou exercícios da usina.

o Inclusão das mensagens e situações que iniciarãoas atividades de comunicações dirigidas aopúblico e a reação.

o Tornar-se Controlador/Avaliador dos testesou exercícios.

o Coordenação com as agências de reaçãofora do local.

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Os PIOs devem participar de pelo menos um exercício porano. Os objetivos do exercício devem incluir uma rotatividadede turnos para que o maior número possível de membros daequipe de informação para o público tenha a oportunidade departicipar. Conforme for determinado, os PIOs podem realizar/participar de testes separados de equipes de comunicação deemergência de radiação.

PC-AG.5 SELEÇÃO DO PORTA-VOZ EPC-AG.5 SELEÇÃO DO PORTA-VOZ EPC-AG.5 SELEÇÃO DO PORTA-VOZ EPC-AG.5 SELEÇÃO DO PORTA-VOZ EPC-AG.5 SELEÇÃO DO PORTA-VOZ EINSTRUÇÕES PARA ENTREVISTASINSTRUÇÕES PARA ENTREVISTASINSTRUÇÕES PARA ENTREVISTASINSTRUÇÕES PARA ENTREVISTASINSTRUÇÕES PARA ENTREVISTAS

Durante uma emergência, somente pessoas autorizadasdevem fazer declarações para a mídia. É fundamental garantirque toda a preparação de entrevistas seja feita sob a direção doIC. O porta-voz é o agente designado para falar com a mídiacom o apoio dos especialistas de relações com a mídia/comuni-cação com a população, que coordenarão todas as reações (casovários porta-vozes sejam necessários) para assegurar que nãohaverá mensagens conflitantes ou contraditórias. O especialistade comunicação com a população/ de relação com a mídia tam-bém dará orientação ou assistência para preparar o porta-vozpara entrevistas específicas ou comunicados de imprensa.

A seleção do porta-voz baseia-se principalmente em trêsfatores: conhecimento técnico, nível de autoridade e habilida-des de comunicação. Para ter credibilidade, o porta-voz deveser um especialista na área e ter um cargo com um nível deautoridade apropriado para a questão sobre a qual ele/ela fala-rá. Em uma emergência, o porta-voz é frequentemente um fun-cionário sênior envolvido na gestão da reação. O porta-voz devetambém ser um bom comunicador, capaz de ter empatia comas preocupações da população e capaz de simplificar informa-ção científica e técnica. Ele/ela deve trabalhar com o PIO paradesenvolver explicações e analogias numa linguagem clara apro-priada para esclarecer questões técnicas.

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

Ao informar a mídia, o porta-voz deve:o Ser direto.

o Sentir-se confortável e confiante.

o Ser honesto.

o Ser breve.

o Ser humano e sensível.

o Ser pessoal.

o Ser positivo e consistente.

o Ser atento.

o Ser enérgico.

o Ser engajado e sincero.

Instruções para entrevistas

QUANDO UM JORNALISTA SOLICITAR UMAENTREVISTA, perguntar:o A entrevista será transmitida ao vivo ou gravada?

o Quem mais será entrevistado?

o Quanto tempo há para respostas às perguntas?(por ex. 20 segundos por resposta).

o Onde e quando a entrevista serátransmitida/publicada?

o Em que tipo de programa a entrevista será usada?

o Negociar quaisquer exigências especiais bemantes da entrevista (por ex. quando e onde).

o Sempre é possível dizer não, mas é precisolembrar que o público tem o direito de saber.

o Não é necessário responder a todas as perguntas.Passar a sua mensagem essencial.

o A entrevista deve ser uma oportunidade parapassar uma mensagem importante paraa população.

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DURANTE UMA ENTREVISTA:o Ser breve, claro e simples

(por ex. 20 segundos por declaração).o Ter autoconfiança.

o Ser honesto. Se não for possível responder a umapergunta, explicar por que ou indicar para quemse deve fazer a pergunta.

o Sempre incluir a sua mensagem numa respostaindependente de perguntas particulares.

o Não teorizar ou especular.

o Falar somente do seu campo, sobre coisas queconhece.

o Responder somente as perguntas sobrea emergência, não quaisquer declarações gerais.

o Nunca usar a expressão: “Sem comentários.” (se necessário, explicar por que não é possívelcomentar).

o Ficar tranquilo e evitar trocas acaloradas.

ANTES DA ENTREVISTA NA TVo Falar com o jornalista e tentar estabelecer

algum contato pessoalo Falar com o jornalista sobre aspectos

mais abrangentes.o Pedir ao jornalista para que lhe diga as

perguntas – palavra por palavra.o Pedir não mais do que três perguntas diante

da câmera.o Refletir bastante sobre as suas respostas antes

da entrevista.o Lembrar as mensagens essenciais que se

pretende passar.o Para a TV, verificar o contexto da entrevista.

O que está ao seu redor pode ser uma mensagemtambém.

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

DURANTE A ENTREVISTA DA TVo Refletir para responder as perguntas,

mas é preciso ater-se ao ponto ou mensagem.o Tentar dar respostar curtas

(ou seja, 20 segundos por resposta).o Não dizer simplesmente “sim” ou “não”.

Explicar e incluir a sua mensagem.o Não cruzar os braços.

o Durante uma emergência, a entrevista pode serfora. Se esse for o caso, ficar em pé, não sentado.

o Comportar-se naturalmente e tentar desfrutarda entrevista.

o Tentar responder claramente, da mesma formaque faria com um amigo ou parente que desejasse ouvir a sua opinião ou alguma informação.

o Se for uma entrevista gravada, sempre é possívelpedir que uma pergunta seja repetida.

o Lembrar-se de que a câmera ou o microfonepodem estar funcionando antes ou depois daentrevista.

O QUE A MÍDIA PERGUNTARÁ DURANTE UMAEMERGÊNCIA

Conforme for aplicável à situação, estar preparado parareagir a perguntas sobre o seguinte:

A. Descrições da emergência

o Causa da emergência.

o Quando aconteceu.

o Dimensão da emergência.

o Dimensão de quaisquer vazamentos,derramamentos, explosões.

o Níveis de radiação e vazamento de materiaisperigosos.

o Descrição de odores ou cor de chamas.

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o Tentativas de resgate ou fuga.

o Solidez de estruturas, sistemas, equipamento.

o Situação de outras unidades no local.

o Implicação ou efeitos do fornecimentode energia.

o Implicações genéricas.

o Avaliação preliminar ou tentativa de atribuiçãodo nível INES.

o Quais são os próximos passos.

B. Esforços de reação

o Como a emergência foi descoberta?

o Quem acionou o alarme e pediu ajuda?

o Que agências reagiram à emergência?

o Que agências devem reagir?

o Avisos anteriores; indicações anterioresda emergência.

o Situação da usina no momento da emergência(no caso da emergência da usina nuclear).

o Situação atual da usina e da reação(no caso da emergência da usina nuclear).

o Oportunidades de entrevista com participantes,testemunhas.

o Oportunidades de entrevista com os responsáveisfundamentais pelas reações (operadores,bombeiros, polícia) e executivos da empresa.

o Oportunidades de entrevista com especialistas.

C. Dano causado à instalação/equipamento

o Descrição do dano – tipo de prédio(s), usina,equipamento.

o Valor estimado da perda.

o Importância do dano (para a continuação

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

do funcionamento seguro ou fechamentoda usina).

o Outra instalação ou prédios ameaçados.

o Emergências anteriores ligadas à instalaçãoou local.

D. Acidentes

o Número de mortos, feridos, desaparecidos.

o Natureza dos ferimentos recebidos.

o Cuidados dados aos feridos.

o Se os feridos foram contaminados ou não.

o Onde os feridos foram tratados, descontaminados.

o A descrição de cargo de quem morreu,foi ferido ou escapou.

o Como a evasão foi realizada, dificultadaou paralisada.

E. Esforços de socorro

o Número de pessoas removidas do local.

o Número de pessoas envolvidas no salvamentoe socorro.

o Equipamento usado.

o Obstáculos para corrigir o problema

o Como se evitou que o problema se agravasse.

o Atos de heroísmo.

o Capacidades de reação de agências fora do local.

F. Proteção e Consequências de Saúde do Público

o A população será afetada?

o Que medida de proteção foi tomada?

o Qual foi a base da decisão relativa à medidade proteção?

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o Quem decidiu que ações a população deviarealizar, e em que se baseiam?

o Haverá doenças decorrentes da radiação(por ex. aumento no número de casos de câncer)?

o Definições dos prazos de exposição.

o Como o tempo, a distância e a proteçãooferecem segurança.

o O que significa proteção?

o O que significa remoção?

o Por que o gado é protegido?

o Por quanto tempo essas medidas têmprobabilidade de continuar?

o Como os responsáveis pelas decisões souberama respeito da situação da usina?

o Que métodos foram usados para educar apopulação em geral antes e durantea emergência?

Os comunicadores também devem estar preparados paraencarar questões relativas a implicações legais e financeiras deuma emergência. Respostas a essas perguntas precisam ser cui-dadosamente preparadas, visto que comentários imprudentesda parte dos comunicadores podem ter sérias implicações legaise financeiras.

Treinamento da Mídia

É aconselhável que todas as pessoas que falam com amídia durante uma emergência de radiação tenham um treina-mento de mídia de forma regular e consistente. Todos os porta-vozes e especialistas técnicos devem estar bem preparados parainterações desafiadoras e estressantes com a mídia durante umaemergência de radiação. É fundamental que o treinamento sejabem conduzido antes de qualquer possível emergência. O trei-namento da mídia deve ser dado a todos os especialistas técni-cos que podem ser convocados para dar comunicados à mídiadurante uma emergência.

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

Os seguintes elementos do treinamento da mídia devemser considerados para garantir que os porta-vozes e os especia-listas técnicos sejam adequadamente preparados:

o Preparação da entrevista.

o Desenvolver mensagens fundamentais.

o Treinamento para entrevistas transmitidas.

o Fundamentos da comunicação em momentode crise.

PC-AG.6 DESENVOLVER MENSAGENS PARA APC-AG.6 DESENVOLVER MENSAGENS PARA APC-AG.6 DESENVOLVER MENSAGENS PARA APC-AG.6 DESENVOLVER MENSAGENS PARA APC-AG.6 DESENVOLVER MENSAGENS PARA APOPULAÇÃOPOPULAÇÃOPOPULAÇÃOPOPULAÇÃOPOPULAÇÃO

Todas as mensagens, escritas ou faladas, devem ser pre-paradas cuidadosamente, tendo em mente os princípios da co-municação de risco. Modelos para mensagens são dados noApêndice I. Preparar modelos antecipadamente favorecerá odesenvolvimento e distribuição das mensagens numa emergên-cia. As mensagens devem ser essencialmente factuais. O públi-co desejará receber fatos e números de credibilidade e confiáveis.

Para mensagens escritas, o conteúdo (natureza da emer-gência, declaração sobre o perigo, consequências, e instruções)e a forma (compreensível, concisa, e factual) são fundamentais.As mensagens escritas devem:

o Descrever o radionuclídeo e o tipo de radiaçãopresente na emergência. Descrever tambémpossíveis caminhos pelos quais as pessoas podemser expostas à radiação.

o Dar estimativas de doses de radiação, se possível,e explicar como podem comparar com doses deoutras fontes de radiação, tal como radiação deum ambiente natural ou de práticas médicas.

o Explicar as possíveis implicações na saúde dedoses recebidas.

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o Descrever como as pessoas podem ser capazesde reduzir as doses de radiação, sendo a proteçãoum excelente exemplo.

o Deixar claro em que áreas as pessoas podem serafetadas e aquelas em que as pessoas não sãoafetadas (ou é improvável que sejam afetadas).

o Dar conselhos coerentes, concisos e claros.Durante uma emergência prolongada, emitirinformação em intervalos regulares ajudará aspessoas a lidar com os efeitos.

o Dar informação confiável e conselhos clarossobre proteção.

Além disso, mensagens orais devem:

o Ser simples e compreensíveis (evitar jargõese termos complexos).

o Ser breve, conciso e claro (3 mensagensessenciais, 9 segundos, somente cercade 30 palavras).

o Satisfazer as necessidades e preocupaçõesdas pessoas (informar sobre a ameaça e açõesnecessárias).

o Ser verdadeiro, sem especulações, fornecer fatos.

o Prometer somente o que pode ser feito.

o Não culpar os outros.

o Explicar por que razão algumas informaçõespodem não estar disponíveis.

Na preparação de uma emergência de radiação, é útil terdeclarações preparadas ou fichas de fatos informativas sobre osseguintes tópicos:o Como a radiação é transportada

(por ex. através de uma nuvem, vento, ar e água)?o Como a radiação pode se espalhar

(através de processos naturais, pessoas, animais,veículos)?

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

o Qual a rapidez de locomoção da radiação?

o A radiação contaminará o suprimento de águae de alimentos?

o Quanto tempo durará a contaminação?

o Como os níveis de radiação são determinados?

o Como os níveis de radiação são monitorados?

o Quais são os sintomas de exposição à radiação?

o Como as pessoas sabem se foramcontaminadas ou não?

o O que as pessoas podem fazer para seprotegerem?

o Quais são os efeitos de curto e de longo prazoda contaminação?

o Como os doentes e feridos serão tratados,e os hospitais podem dar conta disso?

o Qual a possibilidade de ser contaminadopor outras pessoas?

o Como posso obter mais informação relativa àemergência (Inclusive telefones com serviço de ajuda, etc.)

No caso de uma emergência, essa informação de basepode ser liberada conforme for apropriado através da mídia oude um site da rede, uma linha direta de telefone, distribuiçãofísica, etc.

PC-AG.7 COMUNICAÇÕES DIRIGIDAS AOPC-AG.7 COMUNICAÇÕES DIRIGIDAS AOPC-AG.7 COMUNICAÇÕES DIRIGIDAS AOPC-AG.7 COMUNICAÇÕES DIRIGIDAS AOPC-AG.7 COMUNICAÇÕES DIRIGIDAS AOPÚBLICO EM VÁRIOS TIPOS DE EMERGÊNCIASPÚBLICO EM VÁRIOS TIPOS DE EMERGÊNCIASPÚBLICO EM VÁRIOS TIPOS DE EMERGÊNCIASPÚBLICO EM VÁRIOS TIPOS DE EMERGÊNCIASPÚBLICO EM VÁRIOS TIPOS DE EMERGÊNCIAS

Vazamentos não planejados em decorrência de umacidente

Mensagens à população devem ser essencialmentefactuais. A população desejará receber fatos e números comcredibilidade e confiáveis. Abaixo temos os passos que devemser levados em consideração no caso de um vazamento decor-rente de um acidente.

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o Descrever o radionuclídeo e o tipo de radiaçãopresente na emergência.

o Descrever os possíveis caminhos pelos quais aspessoas podem ser expostas à radiação e comopodem se proteger.

o Dar estimativas de doses de radiação, se possível,e explicar como podem comparar com doses deoutras fontes de radiação, como radiação de umambiente natural ou de práticas médicas.

o Explicar as possíveis implicações na saúde dasdoses recebidas e os sintomas que devemconhecer.

o Quando for apropriado, descrever como aspessoas podem ser capazes de reduzir as dosesde radiação, sendo a proteção um excelenteexemplo.

o Deixar claro em que áreas a população pode serafetada e aquelas em que as pessoas não sãoafetadas (ou é improvável que sejam afetadas).(Falar, se for conveniente, da possibilidade dascondições de tempo mudarem e dispersarem acontaminação numa outra direção.)

o Explicar claramente quaisquer restrições deconsumo de alimentos, leite ou água.

o Explicar claramente quaisquer restrições ouconselhos referentes a transportes.

o Dar conselhos coerentes, concisos e claros.Durante uma emergência prolongada, emitirinformação em intervalos regulares ajudaráas pessoas a lidar com os efeitos.

o Escolher porta-vozes cuidadosamente parapassar informação e mensagens.

o Comunicar claramente a razão de quaisquerrecomendações de saúde à população, inclusiveproteções, evacuação e comprimidos de iodoestável (se for apropriado).

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

o Ser claro sobre as incertezas relativas à naturezaexata do vazamento para que a necessidade demedidas de precaução seja compreendida maisfacilmente pela população.

o Explicar claramente mensagens contendoprecauções especificamente para crianças.Durante uma emergência, as pessoas naturalmentetêm preocupações com membros da família queestão envolvidos ou que acham que foramafetados.

o Explicar claramente os riscos de exposição àradiação, inclusive riscos agudos e de longoprazo, numa linguagem direta.

o Explicar claramente a necessidade, quando forapropriado, de procurar centros de monitoramentoespecial criados para reagir a uma emergência paraque um programa de monitoramento abrangenteseja realizado de forma eficaz.

Fontes radioativas perdidas ou órfãs

Há a possibilidade de exposições individuais e/ou de con-taminação em função de fontes radioativas perdidas ou órfãs.Abaixo descrevemos os passos a serem dados para comunicarcom clareza e rapidamente no caso de um evento dessa ordem:o Descrever o radionuclídeo e o tipo de radiação

presente na emergência.o Descrever também os possíveis caminhos pelos

quais as pessoas podem ser expostas à radiação.o Deixar claro em que áreas a população pode ser

afetada e aquelas em que as pessoas não sãoafetadas (ou é improvável que sejam afetadas).

o Explicar claramente a necessidade, quando forapropriado, de procurar centros de monitoramentoespecial criados para reagir a uma emergência paraque um programa de monitoramento abrangenteseja realizado de forma eficaz.

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o Dar estimativas de doses de radiação, se possível,e explicar como podem comparar com doses deoutras fontes de radiação, como radiação de umambiente natural ou de práticas médicas.

o Explicar as possíveis implicações na saúde dasdoses recebidas.

o Quando for conveniente, descrever como aspessoas podem reduzir as doses de radiaçãoatravés de conceitos de tempo, distância ede proteção.

o Explicar claramente com linguagem simples osriscos de exposição à radiação, inclusive de riscosagudos e de longo prazo.

o Prever níveis de ansiedade elevados e lidar comeles de maneira sensível quando um programade monitoramento é instalado. Algumas pessoasque acham que eles, ou a sua família, foramafetados quando não foram, provavelmenteprocurarão monitoramento. De forma contrária,haverá pessoas que se recusarão a buscar centrosde monitoramento por diversas razões, inclusivepor medo de serem contaminadas por outras.

Vazamentos como consequência de atosdeliberados por indivíduos ou grupos

Os resultados do vazamento deliberado de materiais radi-oativos por indivíduos ou grupos não são necessariamente dife-rentes dos vazamentos não planejados ou não intencionais des-critos acima, mas as características especiais dessas emergênci-as devem ser cuidadosamente consideradas nas comunicaçõescom a população.

No caso de uma emergência desse tipo, protocolos decomunicações devem ser discutidos com autoridades apropria-das visto que questões de segurança são importantes. Abaixotemos os passos a serem dados para comunicar com clareza erapidamente caso haja um evento dessa ordem.

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

o Descrever o radionuclídeo e o tipo de radiaçãopresente na emergência.

o Descrever os possíveis caminhos pelos quais aspessoas podem ser expostas à radiação e comopodem se proteger.

o Deixar claro em que áreas a população pode serafetada e aquelas em que as pessoas não sãoafetadas (ou é improvável que sejam afetadas).(Falar, se for conveniente, da possibilidade dascondições de tempo mudarem e dispersarem acontaminação numa outra direção.)

o Explicar claramente quaisquer restrições deconsumo de alimentos, leite ou água.

o Explicar claramente quaisquer restrições ouconselhos referentes a transportes.

o Explicar claramente a necessidade, quandofor apropriado, de procurar centros demonitoramento especial criados para reagir a umaemergência para que um programa demonitoramento abrangente seja realizadode forma eficaz.

o Dar estimativas de doses de radiação, se possível,e explicar como podem comparar com doses deoutras fontes de radiação, como radiação de umambiente natural ou de práticas médicas.

o Explicar as possíveis implicações na saúde dasdoses recebidas, e os sintomas que devemser conhecidos.

o Explicar claramente com linguagem simples osriscos de exposição à radiação, inclusive de riscosagudos e de longo prazo.

o Prever níveis de ansiedade elevados e lidar comeles de maneira sensível quando um programade monitoramento é instalado. Algumas pessoasque acham que eles, ou a sua família, foramafetados quando não foram, provavelmenteprocurarão monitoramento. De forma contrária,

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haverá pessoas que se recusarão a buscar centrosde monitoramento por diversas razões, inclusivepor medo de serem contaminadas por outras.

Sempre existirão considerações especiais para esse tipode emergência que pode restringir a quantidade de informaçãodisponível para o público. Porta-vozes devem ser cuidadosamenteinstruídos sobre o que pode ser dito ou não. Serão necessáriosacordos sobre comunicações que são necessárias por razões desaúde pública sem comprometer qualquer investigação.

No caso de um ataque terrorista, pessoas procurarão ob-ter informação, desejarão proteger as suas famílias e ter certezade que terão acesso a fornecimentos básicos. Comunicaçõesdirigidas aos mais afetados por uma emergência terão que abor-dar essas questões.

A população desejará obter informação sobre a situaçãode qualquer ato deliberado, a sua magnitude e qualquer identi-ficação ou captura de responsáveis. As pesquisas revelam quese pode diminuir o medo quando a população tem informaçãosobre como os serviços de emergência estão reagindo à situa-ção.

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574.FOLHETOS DE INFORMAÇÃODE COMUNICAÇÕES DIRIGIDASAO PÚBLICO (PC-IS)

PC-IS.1 COMUNICAR OS FUNDAMENTOS DAPC-IS.1 COMUNICAR OS FUNDAMENTOS DAPC-IS.1 COMUNICAR OS FUNDAMENTOS DAPC-IS.1 COMUNICAR OS FUNDAMENTOS DAPC-IS.1 COMUNICAR OS FUNDAMENTOS DARADIAÇÃORADIAÇÃORADIAÇÃORADIAÇÃORADIAÇÃO

Esta seção oferece explicações usando terminologia sim-ples sobre os fundamentos da radiação para que possam sercomunicados à população de forma compreensível quer duran-te a fase de preparação quer na fase de emergência.

O que é radiação?

A radiação é um fenômeno em que partículas com algu-ma energia se movem pelo ar ou através de material (pele,vidro, água, etc.). A radiação pode ter um impacto sobre o ma-terial através do qual está se movendo dependendo da sua ener-gia. A radiação é produzida por uma matéria e essa matériageralmente é chamada de fonte. Essa fonte pode ser natural ouartificial (produzida pelo homem). A radiação cósmica e taxasde doses de exposição associadas são apresentadas na Figura 5.

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FIG. 5. Radiação cósmica e taxas de doses de exposição

Fatos básicos em linguagem simples sobre fontesde radiação:

· A radiação está naturalmente presente no meio ambien-te. Isso se denomina radiação em meio natural.

· As pessoas estão expostas a fontes naturais de radiação,que incluem raios cósmicos, raios gama da Terra, produtos dedecomposição radiônica no ar e vários radionuclídeos presentesnaturalmente nos alimentos e bebidas.

· As pessoas também podem ser expostas a fontes de ra-diação artificiais, que incluem raios X de uso médico, raios gamaindustriais e explosões de testes de armas nucleares na atmos-fera.

· Em geral, exposições para diagnósticos e tratamentosmédicos são responsáveis pela maior parte de doses de fontesartificiais.

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Tipos de radiação

Pode ser necessário comunicar à população a respeito dealguns dos tipos de radiação que podem causar ferimentos, porexemplo, para ajudar a difundir informação para implementarações de proteção e diminuir a incerteza e desconhecimento dapopulação. Entretanto, usar uma linguagem excessivamente téc-nica que o público pode não entender pode levar a um nível demedo e de incerteza mais elevado numa situação de emergên-cia. Portanto, é fundamental ter informação simples relativa àradiação. Se possível, evitar entrar em detalhes sobre os tiposde radiação. Por exemplo, ao incentivar o uso de abrigos, expli-car como o concreto de uma casa pode impedir o tipo de radia-ção liberada.

A radiação se apresenta em variadas formas, como seapresenta no Quadro I, podendo penetrar em diversos objetos,como se mostra na Figura 6.

QUADRO I. PRINCIPAIS TIPOS DE RADIAÇÃO

Radiação alfa Radiação Beta Radiação GamaRadiação alfa Radiação Beta Radiação GamaRadiação alfa Radiação Beta Radiação GamaRadiação alfa Radiação Beta Radiação GamaRadiação alfa Radiação Beta Radiação Gama

Radiação que tempouco alcance no are pode ser impedidapor papel ou pele.Essa radiação podeser perigosa se entrarno organismo por ina-lação ou ingestão por-que maiores exposi-ções podem ir paratecidos próximos.

Radiação que podepenetrar mais emmateriais ou tecido,mas pode ser impe-dida por plástico, vi-dro ou metal. Essaradiação não pene-tra normalmentealém da camadasuperior da pele,mas grandes expo-sições podem cau-sar queimaduras napele e é tambémperigosa se entrarno organismo.

Radiação de alta pe-netração em relaçãoà qual somente ma-terial denso comoaço ou chumbo podeoferecer uma prote-ção eficaz. Ela podeliberar doses signifi-cativas para órgãosinternos sem quesejam introduzidasno organismo.

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FIG. 6. Tipos de radiação e de penetração

Caminhos de exposição

A descrição de caminhos de exposição para a populaçãotambém deve ser feita de uma maneira simples. A seguinteexplicação inclui uma linguagem simples apropriada para comu-nicar à população e está ilustrada na Figura 7.

Há duas maneiras principais de exposição de radiação: aexposição externa de fontes de radiação fora do organismo eexposição interna de fontes de radiação levadas para dentro doorganismo. As formas pelas quais as pessoas podem ser expos-tas à radiação são chamadas de caminhos de exposição e inclu-em:

· Exposição externa a partir de contato ou estando próxi-mo de uma fonte de radiação (por ex. um item, material ouaparelho que pode causar exposição à radiação, uma nuvem defumaça contendo material radioativo ou contaminação por ter-ra).

· Exposição interna a partir da ingestão (por ex. de comidacontaminada, líquido, ingestão inadvertida por contaminação nasmãos); inalação (por ex. de uma nuvem de fumaça ou materialradioativo depositado); ou absorção de uma fonte radioativa (porex. através da pele ou de feridas abertas).

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FIG. 7. Caminhos de Exposição

Quantidades e unidades

As quantidades e unidades devem ser usadas com muitocuidado, e quando possível não devem ser usadas ao informar opúblico. Assim é porque as quantidades e unidades de radiaçãonão são comumente usadas ou facilmente compreendidas pelapopulação. São muito diferentes das unidades usadas para me-dir a velocidade e peso, por exemplo, usadas na vida cotidiana.A radiação não pode ser detectada pelos sentidos (olfato, visão,paladar, tato), mas pode ser medida de outras maneiras. O Qua-dro 2 contém explicações em linguagem simples para quantida-des e unidades.

QUADRO 2. QUANTIDADES E UNIDADES DE RADIAÇÃO

Medidas de radiaçãoMedidas de radiaçãoMedidas de radiaçãoMedidas de radiaçãoMedidas de radiação O becquerel (Bq) é umaunidade usada para medirradiação.Quando a radiaçãoionizante interage com o teci-do biológico, deposita energianele. A quantidade de energiadepositada por unidade massade tecido é chamada de doseabsorvida: a unidade dessa dose

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é chamada de gray (Gy).Dadoque exposições iguais a tipos di-ferentes de radiação expressascomo Gy não produzem neces-sariamente efeitos biológicosiguais, essas doses são medidaspara dar unidades de dose comoa dose efetiva, ou sievert (Sv). Osievert determina a probabilida-de da produção de um efeito ma-léfico para a saúde. Independen-temente do tipo de radiação, 1sievert de radiação produz a mes-ma probabilidade do efeito bio-lógico (câncer ou efeitos heredi-tários). O sievert é calculado nãomedido.

A quantidade de radiação– a “dose” recebida pelas pesso-as é medida em sieverts (Sv). Issoleva em consideração o tipo deradiação e como uma pessoa éexposta a essa radiação.Ex.: Umadose típica recebida provenientede fontes naturais de radiação éde 2.4 milisieverts em um ano(escreve-se 2.4mSv ou0.0024Sv).O sievert é da mesmafamília do litro e do quilograma.Para explicar o prefixo “mili” é re-comendável comparar com uni-dades comumente usadas comoo litro (l) e o mililitro (ml).

A taxa de dose é a taxaem que a dose é recebida. Ela éfrequentemente utilizada paracalcular a intensidade de umafonte de radiação.Ex.: A taxa de

Dose de radiaçãoDose de radiaçãoDose de radiaçãoDose de radiaçãoDose de radiação

Taxa de radiaçãoTaxa de radiaçãoTaxa de radiaçãoTaxa de radiaçãoTaxa de radiação

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dose a um metro de uma fonteé de 50 microsieverts por hora(escreve-se 50 µSv/h). Se umapessoa ficar nesse campo deradiação durante 2 horas, ele/ela receberia uma dose total de100 µSv.Aqui, um µSv é ummilhão de vezes menor do queum Sv e mil vezes inferior a ummSv.

A meia vida é o tempo constante necessário para a quan-tidade de um material radiativo ser reduzida à metade do seuvalor original.

Efeitos da radiação

A radiação pode ter dois tipos diferentes de efeito no or-ganismo: determinista (de curto prazo, ocorrendo pouco de tempodepois da exposição) e estocástica (de longo prazo, ocorrendoanos mais tarde). É fundamental descrever esses efeitos usandotermos simples e evitar usar as palavras “determinista” ou“estocástica” ao informar o público. Em vez disso, pode-se utili-zar a seguinte terminologia:

Efeitos deterministas:Efeitos deterministas:Efeitos deterministas:Efeitos deterministas:Efeitos deterministas: Ocorrem depois de exposição a ní-veis elevados de radiação acima de um certo limiar e pode pro-vocar um dano imediato ao organismo. Esses efeitos de radia-ção podem ser clinicamente diagnosticados no indivíduo expos-to. Depois que a dose de radiação acima do limiar foi recebida,os sintomas se desenvolverão. A gravidade desses sintomasdependerá da dose recebida.

Efeitos estocásticos: Efeitos estocásticos: Efeitos estocásticos: Efeitos estocásticos: Efeitos estocásticos: Podem ocorrer muitos anos depoisda exposição à radiação, inclusive o desenvolvimento de umcâncer vários anos ou décadas mais tarde e provavelmente deefeitos hereditários. Efeitos desse tipo não podem ser normal-mente confirmados em uma determinada pessoa exposta, maspodem ser inferidos a partir de estudos estatísticos de grandes

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populações. Parece que ocorrem de forma aleatória na popula-ção irradiada. Contudo, em momento algum, mesmo no casode doses elevadas, é certo que o indivíduo exposto terá umcâncer ou sofrerá um dano genético. Da mesma forma, não hádose limiar abaixo da qual seja possível assegurar que um efeitoadverso não ocorrerá. Nunca é possível determinar com certezaque um câncer ou um dano genético seja decorrente de umadeterminada exposição.

Como reconhecer uma fonte de radiação

Dois símbolos internacionalmente reconhecidos existemcomo advertência para fontes de radiação. O símbolo internaci-onal do trevo de advertência de radiação na Figura 8. Mais re-centemente temos mais um símbolo padrão de advertência deradiação ionizante, ilustrado na Figura 9. Ele tem se desenvolvi-do e está sendo usado.

FIG. 8. Símbolo do trevo de advertência de radiação

FIG. 9. Novo símbolo padrão adicional de advertência deradiação ionizante

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Proteção à radiação: tempo, distância e proteção

Os princípios básicos da proteção da radiação são tempo,distância e proteção. O tempo nos permite minimizar ou pelomenos limitar a quantidade de exposição à radiação que rece-bemos. Quanto maior for o tempo de exposição, mais elevadaserá a dose de radiação. A relação entre o tempo e a exposiçãoé linear. Se duplicarmos o tempo, duplicaremos a exposição. Setriplicarmos o tempo, triplicaremos a exposição. Dez vezes maisa quantidade de tempo, dez vezes mais a exposição, etc. Nor-malmente, o tempo é usado na direção oposta para abaixar ouminimizar a exposição. Quanto menor for o tempo de exposi-ção, menor a dose.

A distância de uma fonte de radiação é uma forma muitoeficaz de abaixar a dose recebida de radiação. A diminuição daexposição com a distância não é linear. Por exemplo, se a taxade exposição a 1 metro de uma fonte é de 100 então, a 2 metrosserá 25. A 10 metros, será 1.

A radiação pode penetrar mais nos materiais ou no tecido,mas pode ser impedida por alguns materiais (ver Figura 6). Umaproteção adequada pode ser usada para diminuir ou minimizara exposição à radiação.

Considerar unidades e quantidades e exposiçãoexterna

Esta seção da publicação oferece números que podem serusados para considerar doses comumente relatadas e taxas dedoses de radiação gama externa em relação aos efeitos poten-ciais na saúde para abordar preocupações da população e ajudara responder a pergunta que geralmente é feita pelas pessoas:“Estou protegido?”

Esta seção explica como entender a dose recebida porcarregar ou por estar perto de uma fonte radiativa quando aúnica fonte de exposição é de uma pequena (em tamanho) fon-te de radiação gama externa. Não deve ser usada para emer-gências que envolvam uma possível ingestão ou uma contami-

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nação significativa (por ex., de um vazamento de um reator).Considera-se somente a exposição externa por estar perto oupor carregar uma fonte radioativa. Situações em que há conta-minação radioativa significativa e exposição interna por ingerirou inalar material radioativo não são consideradas aqui. Quandohá uma exposição interna potencial, deve-se avaliar separada-mente.

Durante emergências passadas, agentes do governo, es-pecialistas e outros usaram uma variedade de quantidades e devalores (por ex., Sv, mSv, mSv/h, µSv/h, Gy, etc.) para descre-ver o impacto potencial na saúde por uma exposição de umafonte externa de radiação gama. Em muitos casos, essas quanti-dades foram usadas incorretamente ou não consideradas emrelação a efeitos da saúde. Por conseguinte, houve confusão e,em alguns casos, atitudes inapropriadas foram tomadas pelapopulação.

Doses e quantidades de taxa de doses em si mesmas nãofazem sentido, e não podem ser ligadas a efeitos ou riscos po-tenciais de saúde para o público enquanto as seguintes pergun-tas não forem respondidas:o O que foi medido ou relatado?

o Como a pessoa foi exposta?(situação da exposição)

o Quem foi exposto?

Nessa seção, consideraremos somente os efeitos de ex-posição externa de radiação gama (exposição de material radi-oativo fora do organismo) porque esse tipo de exposição é co-mum e pode ser abordada de uma maneira geral visto que nãodepende de conhecimento dos radionuclídeos específicos (ma-terial radioativo) presentes e é possível basear-se nas taxas dedose medidas por instrumentos de monitoramento normalmen-te disponíveis. Avaliar o impacto na saúde devido à ingestão ouinalação de materiais radioativos requer uma análise sofisticadaque somente pode ser realizada quando o verdadeiro materialradioativo é conhecido.

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O que foi medido ou relatado?

A dose pode ter vários nomes diferentes dependendo decomo ela é calculada ou medida. Por exemplo, a dose ou a taxada dose pode ser dada em sievert (Sv) ou gray (Gy). Além disso,o sievert (Sv) é o nome de uma variedade de quantidades, in-cluindo: equivalente da dose ambiente, dose equivalente e efe-tiva da exposição externa, ingestão ou inalação de material radi-oativo. Os valores associados a cada uma dessas quantidadeschamadas sievert (Sv) não são sempre comparáveis.

Somente o equivalente da dose ambiente e a dose efetivada exposição interna podem ser usados para projetar efeitos nasaúde de uma fonte externa de exposição.

Como a pessoa foi exposta (situação da exposição)?

Esta seção se aplica a exposições por carregar ou estarperto de uma fonte radioativa quando a única fonte de exposi-ção é de uma fonte pequena (de tamanho) de radiação gamaexterna.

As circunstâncias de exposição de uma pessoa pode terum impacto importante nos possíveis efeitos na saúde. A proxi-midade individual de uma fonte radioativa deve ser considerada(por ex., os efeitos na saúde por carregar um objeto extrema-mente radioativo no bolso ou na mão pode ser consideravel-mente diferente do que se esse objeto radioativo estivesse emum recinto). Durante quanto tempo uma pessoa foi exposta tam-bém pode ser muito importante.

Quem foi exposto?

Os efeitos na saúde ilustrados nas figuras 10, 11 e 12 nãosão para um indivíduo em particular, mas destinam-se a repre-sentar o risco máximo para qualquer pessoa no sentido de in-cluir os membros mais sensíveis da população, tais como ascrianças. Dá-se atenção especial ao feto, dado que geralmente évisto como o mais vulnerável. Durante uma emergência real, osefeitos na saúde induzidos pela radiação não devem afetar nin-

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guém em doses ou taxas de doses abaixo dos limiares indicadosnas figuras.

Possíveis efeitos na saúde

As figuras 10, 11 e 12 mostram doses ou taxas de dosesem que os quatro tipos de efeitos importantes na saúde discuti-dos abaixo podem ocorrer. Se um efeito na saúde for indicado,isso não significa que ocorrerá, mas, devido à possibilidade dosurgimento de efeitos na saúde, a pessoa deve ser avaliada porum especialista para o diagnóstico e o tratamento dos efeitos nasaúde decorrentes da exposição à radiação. Outros, como osmédicos locais, provavelmente não têm o conhecimento neces-sário para fazer essas avaliações. Acesso a especialistas adequa-dos para os diagnósticos e o tratamento dos efeitos da exposi-ção à radiação pode ser obtido através da IAEA ou WHO [7,8].

· MortesMortesMortesMortesMortes2. . . . . São mortes projetadas resultantes de exposiçãoexterna que ocorrem em horas ou semanas. Essas mortes nãosão o resultado de câncer induzido pela radiação. Mortes porradiação são basicamente a consequência de uma falência devários órgãos e dependem de fatores tais como taxas de dosesrecebidas, tratamento médico, idade e estado de saúde da pes-soa exposta. Os limiares de mortes mostrados nas Figuras 10, 11e 12 são conservadores e mortes não devem ocorrer nessasproporções na maioria dos casos.

· Outros efeitos de saúde graves (efeitos deterministasOutros efeitos de saúde graves (efeitos deterministasOutros efeitos de saúde graves (efeitos deterministasOutros efeitos de saúde graves (efeitos deterministasOutros efeitos de saúde graves (efeitos deterministasgraves)graves)graves)graves)graves)3, que provocam um dano permanente que reduz a qua-lidade de vida. Compreendem:

- Queimaduras graves (necrose localizada – morte do teci-do) por transportar uma fonte não protegida na mão ou no bol-so. A necrose local, dependendo da localização, normalmentenão representa risco de vida.

- Exemplos de outros efeitos não fatais da exposição detodo o corpo são ovulação suspensa permanentemente (limiar

2 - Efeitos deterministas graves são aqueles que são fatais ou que põem a vidaem risco ou que produzem um dano permanente que reduz a qualidade devida.3 - Dose externa relatada em mGy é comparável a mSv para uso dos números.

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de 1500 mSv ou mGy) e supressão da contagem de espermas(limiar de 1000 mSv ou mGy) [14]. Os limiares são conservado-res e as mortes não devem ocorrer nessas proporções na maio-ria dos casos.

· Efeitos na saúde do feto: Efeitos na saúde do feto: Efeitos na saúde do feto: Efeitos na saúde do feto: Efeitos na saúde do feto: O feto, dependendo do está-gio do desenvolvimento pode ser o mais sensível, com efeitosgraves de saúde que ocorrem em doses mais baixas do quepara qualquer outro membro da população. Não há impacto deexposição em doses abaixo de 100 mSv na fertilidade e na pro-babilidade de dar a luz a crianças saudáveis. O término de umagravidez em doses fetais de menos do que 100 mSv NÃO éjustificado devido ao risco de exposição à radiação [13]. Umadose fetal acima de 100 mSv não significa que o feto será preju-dicado. Os efeitos para o feto de doses acima de 100 mSv de-pendem de muitos fatores, tais como o estágio de desenvolvi-mento. Esses possíveis efeitos na saúde só podem ser avaliadoscompletamente por especialistas em diagnósticos e tratamentodos efeitos da exposição à radiação.

· Risco de câncer:Risco de câncer:Risco de câncer:Risco de câncer:Risco de câncer: Projetar a possibilidade de exposição àradiação que resultará num risco maior de incidência de cânceré uma questão complicada e controversa. Isso é assim em parteporque um câncer numa pessoa em particular não pode serdefinitivamente atribuído à exposição. Portanto, o risco de cân-cer é discutido em termos de um aumento no índice de incidên-cia de câncer, acima do que seria normalmente esperado, nogrupo que foi exposto. Um aumento no índice de incidência decâncer seria esperado somente se grandes números de pessoasfossem expostas a doses elevadas que se aproximam daquelasque podem provocar efeitos graves na saúde. Um aumento noíndice de incidência de câncer não foi detectado em nenhumgrupo que recebeu uma dose no corpo inteiro por exposiçãoexterna abaixo de cerca de 100 mSv (como ilustrado na Figura10).

Uso dos números

Use os números para a adequada:

o Quantidade (o que foi medido ou calculado?).

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o Sistema Internacional de Unidades - unidadeSystème International d’Unités (SI) (ver a seção abaixo para ins-trumentos de conversão em unidades SI).o Situação de exposição(como a pessoa foi exposta?).

QUADRO 4. QUANTIDADES E SITUAÇÕES ABORDADASPELAS FIGURAS 10, 11 E 12

Ao discutir esses números com o público deve-se enfatizar que:· Se um determinado efeito na saúde é indicado, significa

que pode haver somente uma pequena chance de alguém ter oefeito. A quantidade de exposição não significa que os efeitosna saúde de fato ocorrerão;

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· Se um efeito na saúde não é indicado, então há umagrande chance de que a pessoa não sofrerá o efeito;

· Avaliações mais precisas do impacto potencial na popu-lação só podem ser realizadas depois que as situações de expo-sição são mais bem compreendidas e somente podem ser rea-lizadas por especialistas nos diagnósticos e tratamento dos efei-tos na saúde da exposição à radiação.

Cada número tem uma explicação em linguagem simplesque resume a abrangência dos efeitos na saúde na situação. Aousar esses números, deve-se admitir que a maior parte da infor-mação recebida primeiramente numa emergência pode ser nãoconfiável ou até mesmo errada.

Conversão de prefixos SI

Na maioria dos casos, a dose e outras quantidades serãoexpressas em unidades com um prefixo do SI. Prefixos do SI sãousados para reduzir o número de zeros mostrados em quantida-des numéricas antes ou depois de um ponto decimal.

Para usar os quadros e os números é necessário primeira-mente ter certeza de que as quantidades são expressas nasmesmas unidades de SI que aparecem na figura. Por exemplo 1Sv deve ser convertido em 1000 mSv para ser usado com aFigura 10. O quadro 4 mostra as conversões para os prefixosmais comumente usados nas figuras e o quadro 5 mostra osoutros prefixos do SI que podem ser usados.

QUADRO 4. CONVERSÃO DAS UNIDADES MAIS COMUNSPARA AQUELAS USADAS NAS FIGURAS10, 11 E 12

QUADRO 5.PREFIXOS DO SINORMALMENTE USADOS

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EFEITOS NA SAÚDE POR ESTAR PERTO DE UMAEFEITOS NA SAÚDE POR ESTAR PERTO DE UMAEFEITOS NA SAÚDE POR ESTAR PERTO DE UMAEFEITOS NA SAÚDE POR ESTAR PERTO DE UMAEFEITOS NA SAÚDE POR ESTAR PERTO DE UMAFONTE RADIOATIVA NÃO PROTEGIDA – COM BASEFONTE RADIOATIVA NÃO PROTEGIDA – COM BASEFONTE RADIOATIVA NÃO PROTEGIDA – COM BASEFONTE RADIOATIVA NÃO PROTEGIDA – COM BASEFONTE RADIOATIVA NÃO PROTEGIDA – COM BASENA DOSE EXTERNA DO CORPO INTEIRONA DOSE EXTERNA DO CORPO INTEIRONA DOSE EXTERNA DO CORPO INTEIRONA DOSE EXTERNA DO CORPO INTEIRONA DOSE EXTERNA DO CORPO INTEIRO

EFEITOS NA SAÚDEEFEITOS NA SAÚDEEFEITOS NA SAÚDEEFEITOS NA SAÚDEEFEITOS NA SAÚDE DOSE EXTERNA DO CORPO INTEIRODOSE EXTERNA DO CORPO INTEIRODOSE EXTERNA DO CORPO INTEIRODOSE EXTERNA DO CORPO INTEIRODOSE EXTERNA DO CORPO INTEIRO

* Acompanhamento médico por um especialistaé justificado.** Não foi detectado aumento na incidênciade câncer abaixo de cerca de 100 mSv

FIG 10. Efeitos na saúde por estar perto de uma fonteradioativa não protegida com base na dose externa de todo ocorpo.

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Explicação da Figura 10:Explicação da Figura 10:Explicação da Figura 10:Explicação da Figura 10:Explicação da Figura 10:Efeitos na saúde da exposição à radiação externa detodo o cor-po

Quantidade: Quantidade: Quantidade: Quantidade: Quantidade: Dose efetiva de todo o corpo de uma radia-ção gama externa recebida durante um período relativamentecurto (em semanas). A exposição à radiação externa vem dematerial radioativo que está fora do organismo.

Situação: Situação: Situação: Situação: Situação: A pessoa esteve perto de uma fonte de radia-ção gama externa que provoca exposição externa de todo o seucorpo. Este poderia ser o resultado de estar num recinto comuma fonte não protegida (objeto) ou por carregar uma fontenão protegida (objeto). Supõe-se também que a pessoa nãoingeriu nenhum material radioativo (contaminação). Se houversuspeita de ingestão (por ex., de uma ingestão involuntária atra-vés de mãos sujas) então a probabilidade de efeitos na saúdedeve ser avaliada por especialistas para diagnosticar e tratar osefeitos na saúde decorrentes da exposição à radiação. A ingestãopoderia causar efeitos na saúde graves inclusive morte.

Explicação em linguagem simples:Explicação em linguagem simples:Explicação em linguagem simples:Explicação em linguagem simples:Explicação em linguagem simples:

1000 mSv: 1000 mSv: 1000 mSv: 1000 mSv: 1000 mSv: Uma dose para o corpo inteiro de mais de1000 mSv poderia provocar efeitos na saúde graves [14]. Por-tanto, doses abaixo de 1000 mSv podem requerer avaliaçãomédica imediata por especialistas no diagnóstico e tratamentode efeitos na saúde por exposição à radiação [10].

100 mSv: 100 mSv: 100 mSv: 100 mSv: 100 mSv: Em doses acima de 100 mSv em relação a umfeto, uma avaliação médica por um especialista é necessáriapara determinar os possíveis efeitos e dar aconselhamento parapermitir que haja decisões informadas [10]. Os efeitos para ofeto de doses acima de 100 mSv dependem de muitos fatores,assim como o estágio do desenvolvimento [13]. Além disso,esses efeitos na saúde só podem ser avaliados completamentepor especialistas no diagnóstico e tratamento dos efeitos na saúdeda exposição à radiação. Outros, como médicos locais, provavel-mente nem sempre terão o conhecimento necessário para fazertais avaliações. Em níveis de dose efetiva para 100 mSv, há uma

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pequeno risco adicional de câncer posteriormente inferior a 1%[15].

Abaixo de 100 mSv: Abaixo de 100 mSv: Abaixo de 100 mSv: Abaixo de 100 mSv: Abaixo de 100 mSv: Com doses abaixo de 100 mSv nãodeveria haver câncer detectável ou outros efeitos de saúde gra-ves mesmo para o feto [14]. A interrupção de uma gravidezcom doses fetais inferiores a 100 mSv NÃO é justificada combase no risco de radiação [13]. Um aumento na incidência decâncer não foi detectado em nenhum grupo de pessoas quereceberam uma dose no corpo inteiro de exposição externa abai-xo aproximadamente de 100 mSv.

Dose anual média Dose anual média Dose anual média Dose anual média Dose anual média para a população de fontes naturais deexposição à radiação é mostrada para se ter uma noção [16].

Comentários gerais: As doses em que os efeitos na saúdepodem ocorrer (limiares) são os valores da dose nos quais oefeito pode ser visto – embora seja improvável – em algumaspessoas, somente se um grande número de pessoas foi expostoa esses níveis. O valor real da dose no qual um efeito poderiaser visto depende muito da taxa da dose; os valores da dose nasfiguras são relativos à breve exposição numa taxa de dose ele-vada (por ex. > 10 mSv/h). Os valores da dose nos quais oefeito na saúde seria visto seriam mais elevados para taxas dedose menores [14].

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EFEITOS NA SAÚDE POR ESTAR PERTO DE UMAEFEITOS NA SAÚDE POR ESTAR PERTO DE UMAEFEITOS NA SAÚDE POR ESTAR PERTO DE UMAEFEITOS NA SAÚDE POR ESTAR PERTO DE UMAEFEITOS NA SAÚDE POR ESTAR PERTO DE UMAFONTE RADIOATIVA NÃO PROTEGIDA – COM BASEFONTE RADIOATIVA NÃO PROTEGIDA – COM BASEFONTE RADIOATIVA NÃO PROTEGIDA – COM BASEFONTE RADIOATIVA NÃO PROTEGIDA – COM BASEFONTE RADIOATIVA NÃO PROTEGIDA – COM BASENA TAXA DE DOSENA TAXA DE DOSENA TAXA DE DOSENA TAXA DE DOSENA TAXA DE DOSE

EFEITOS NA SAÚDE TAXA DE DOSEEFEITOS NA SAÚDE TAXA DE DOSEEFEITOS NA SAÚDE TAXA DE DOSEEFEITOS NA SAÚDE TAXA DE DOSEEFEITOS NA SAÚDE TAXA DE DOSE

* O acompanhamento médico por um especialistaé justificado.** Efeitos na saúde graves não foram vistosem emergências passadas por estar pertode uma fonte com uma taxa de dose > 10 mSv/h @ 1 .

FIG. 11. Efeitos na saúde por estar perto de uma fonteradioativa não protegida, com base na taxa de dose.

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Explicação da Figura 11Explicação da Figura 11Explicação da Figura 11Explicação da Figura 11Explicação da Figura 11: Efeitos na saúde por estar pertode uma fonte radioativa não protegida

Quantidade: Quantidade: Quantidade: Quantidade: Quantidade: A taxa da dose (mSv/h) na área medida porum instrumento de taxa de dose (equivalente da dose ambien-te).

Situação: Situação: Situação: Situação: Situação: A pessoa está realizando atividades normaisdurante o período de tempo mostrado, numa área em que ataxa da dose é semelhante àquela mencionada. Além disso, nãohá possibilidade de ingestão ou inalação de material radioativo.Se houver contaminação ou suspeita de que há, então a possibi-lidade de efeitos na saúde decorrentes de uma ingestãoinvoluntária (de mãos sujas) deveria ser avaliada por um espe-cialista no diagnóstico e tratamento dos efeitos na saúde decor-rentes de exposição à radiação.

Explicação em linguagem simples:Explicação em linguagem simples:Explicação em linguagem simples:Explicação em linguagem simples:Explicação em linguagem simples:

5000 mSv/h: 5000 mSv/h: 5000 mSv/h: 5000 mSv/h: 5000 mSv/h: Estar numa área em que a taxa de dose ésuperior a 5000 mSv/h durante mais de alguns minutos podeser fatal.

1000 mSv/h: 1000 mSv/h: 1000 mSv/h: 1000 mSv/h: 1000 mSv/h: Estar numa área em que a taxa de dose ésuperior a 1000 mSv/h durante mais de uma hora pode ser fatalou causar efeitos na saúde graves.

100 mSv/h: 100 mSv/h: 100 mSv/h: 100 mSv/h: 100 mSv/h: Estar numa área em que a taxa de dose ésuperior a 100 mSv/h pode causar efeitos na saúde fatais ougraves em menos de um dia.

10 mSv/h: 10 mSv/h: 10 mSv/h: 10 mSv/h: 10 mSv/h: A experiência tem demonstrado que para aspessoas que vivem durante semanas em áreas em que a taxade dose é superior a 10 mSv/h pode ser fatal, e no caso demulheres grávidas pode provocar doses no feto em horas oudias de exposição necessitando avaliação médica. Abaixo deaproximadamente 10mSv/h a 1 metro, mortes e efeitos na saú-de graves não foram detectados em experiências passadas [17].

0.1 mSv/h: 0.1 mSv/h: 0.1 mSv/h: 0.1 mSv/h: 0.1 mSv/h: Estar em áreas com doses superiores a cercade 0.1 mSv/h de dias a semanas pode causar efeitos no feto

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necessitando exames médicos realizados por um especialista nodiagnóstico e tratamento dos efeitos na saúde da exposição àradiação.

Abaixo de 0.1 mSv/h: Abaixo de 0.1 mSv/h: Abaixo de 0.1 mSv/h: Abaixo de 0.1 mSv/h: Abaixo de 0.1 mSv/h: É extremamente improvável quehaja cânceres detectáveis ou outros efeitos na saúde graves,mesmo para o feto, por estar em uma área com taxas de doseabaixo de 0.1 mSv/h.

EFEITOS NA SAÚDE POR CARREGAR UMA FONTERADIOATIVA NÃO PROTEGIDA – COM BASE NA TAXADE DOSE

Efeitos na saúde Taxa de dose da fonte a 1 mEfeitos na saúde Taxa de dose da fonte a 1 mEfeitos na saúde Taxa de dose da fonte a 1 mEfeitos na saúde Taxa de dose da fonte a 1 mEfeitos na saúde Taxa de dose da fonte a 1 m

* * * * * Acompanhamento médico por um especialistaé justificado.FIG. 12. Efeitos na saúde por carregar uma fonte radioati-

va não protegida.

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

Explicação da Figura 12: Explicação da Figura 12: Explicação da Figura 12: Explicação da Figura 12: Explicação da Figura 12: Efeitos na saúde por carregaruma fonte radioativa

Quantidade: Quantidade: Quantidade: Quantidade: Quantidade: A taxa de dose (mSv/h) medida por um ins-trumento de taxa de dose a 1 m da fonte radioativa (objeto) quefoi carregada (equivalente da dose ambiente).

Situação: Situação: Situação: Situação: Situação: A pessoa estava carregando a fonte (objeto)durante o período de tempo indicado. A fonte não está deixandovazar nenhum material radioativo, portanto, a pessoa não inge-riu nenhum material radioativo. Se a fonte estiver vazando, en-tão a possibilidade de efeitos na saúde por ingestão involuntária(por ex. através de mãos sujas) deve ser avaliada. A ingestãopoderia causar efeitos na saúde graves ou até mesmo morte.

Fontes perigosas podem se perder ou ser roubadas. Hou-ve vários casos em que avisos públicos imediatos, alertando apopulação sobre o perigo causado pela perda ou roubo de fon-tes perigosas, tendo como resultado a rápida recuperação dafonte, e dessa maneira foi possível evitar sérias consequências.Médicos que reconhecem os efeitos na saúde causados pelaradiação são os primeiros a alertarem as autoridades de muitas,se não da maioria, das emergências provocadas por fontes per-didas ou roubadas.

Explicação em linguagem simples:Explicação em linguagem simples:Explicação em linguagem simples:Explicação em linguagem simples:Explicação em linguagem simples:

100 mSv/h: 100 mSv/h: 100 mSv/h: 100 mSv/h: 100 mSv/h: Carregar ou segurar uma fonte (objeto) comuma taxa de dose superior a 100 mSv/h4 durante minutos podeser fatal ou causar queimaduras graves e outros efeitos na saú-de graves.

10 mSv/h: 10 mSv/h: 10 mSv/h: 10 mSv/h: 10 mSv/h: Carregar ou segurar uma fonte (objeto )comuma taxa de dose superior a 10 mSv/h4 durante horas pode serfatal ou causar outros efeitos na saúde graves.

1 mSv/h: 1 mSv/h: 1 mSv/h: 1 mSv/h: 1 mSv/h: Carregar ou segurar uma fonte (objeto)com umataxa de dose superior a 1 mSv/h4 durante horas pode causarqueimaduras graves.

0.1mSv/h: 0.1mSv/h: 0.1mSv/h: 0.1mSv/h: 0.1mSv/h: Se uma mulher grávida carregar uma fontedurante horas com uma dose superior a 0.1 mSv/h4 pode cau-

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sar doses para o feto que requerem uma avaliação médica deum especialista. Os efeitos na saúde só podem ser avaliadoscompletamente por um especialista no diagnóstico e tratamen-to dos efeitos na saúde por exposição à radiação. Outros, comomédicos locais, provavelmente não terão o conhecimento ne-cessário para realizar essas avaliações.

Abaixo de 0.1 mSv/h: Abaixo de 0.1 mSv/h: Abaixo de 0.1 mSv/h: Abaixo de 0.1 mSv/h: Abaixo de 0.1 mSv/h: Com doses abaixo de 0.1 mSv/h éextremamente improvável que haja efeitos na saúde graves,mesmo para o feto, por carregar ou segurar a fonte.

Comentários Gerais: Carregar ou segurar uma fonte radio-ativa pode causar efeitos na saúde graves (por ex. queimadurasgraves que pedem cirurgia) para a mão, pele e tecido próximosde um bolso contendo a fonte. Essas queimaduras podem nãoaparecer durante semanas e requerem tratamento especializa-do (não são o mesmo que queimaduras provocadas por calorintenso). Carregar uma fonte também causará exposição para ocorpo inteiro e para o feto de uma mulher grávida.

Exposições que provavelmente causam efeitos na saúdegraves requerem uma avaliação médica imediata por especia-listas no diagnóstico e tratamento de efeitos na saúde de expo-sição à radiação.

PC-IS.2 PLANEJAMENTO DO PIO PARAPC-IS.2 PLANEJAMENTO DO PIO PARAPC-IS.2 PLANEJAMENTO DO PIO PARAPC-IS.2 PLANEJAMENTO DO PIO PARAPC-IS.2 PLANEJAMENTO DO PIO PARAEMERGÊNCIAS NUCLEARES E RADIOATIVASEMERGÊNCIAS NUCLEARES E RADIOATIVASEMERGÊNCIAS NUCLEARES E RADIOATIVASEMERGÊNCIAS NUCLEARES E RADIOATIVASEMERGÊNCIAS NUCLEARES E RADIOATIVAS

Categorias de AmeaçaCategorias de AmeaçaCategorias de AmeaçaCategorias de AmeaçaCategorias de Ameaça5

O primeiro passo para os PIOs ao planejar uma reação aemergências de radiação é identificar os possíveis tipos de emer-

4 - Taxa de dose medida a 1 m da fonte (objeto). A dose para a mão ou o tecidoé calculada supondo que a fonte está a 2 cm e a dose por carregar uma fontepara todo o corpo e o feto foi calculada supondo que a fonte está a 10 cm [17].

5 - O termo “categorias de ameaça” é usado aqui como está descrito na Ref. [3]e somente com o propósito de preparação e reação à emergência; este uso nãoimplica que alguma ameaça, no sentido de uma intenção e capacidade de pre-judicar, tenha sido feita em relação a instalações, atividades ou fontes.

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gência para os quais o planejamento de comunicações destina-das ao público serão necessárias. A IAEA identificou cinco cate-gorias de ameaça para o planejamento de uma emergência [3],sendo a Categoria I a mais grave e a Categoria V a menos grave(ver o Quadro 6). O planejamento de comunicações destinadasao público devem cobrir as categorias de ameaça que existemna área de responsabilidade do PIO.

A informação no seguinte quadro não deve ser usada paracomunicar-se com o público. Deve ser usada para determinar ostipos de emergência que podem ocorrer e planejar de acordocom a situação. Para instruções sobre comunicações destinadasao público em tipos específicos de emergência, ver a seção PC-AG.7.

QUADRO 6. CATEGORIAS DE PLANEJAMENTO DEEMERGÊNCIA

CategoriaCategoriaCategoriaCategoriaCategoriade ameaçade ameaçade ameaçade ameaçade ameaça Descrição de onde a categoria se aplicaDescrição de onde a categoria se aplicaDescrição de onde a categoria se aplicaDescrição de onde a categoria se aplicaDescrição de onde a categoria se aplica

IIIII Instalações como usinas nucleares, em queocorrências no local (incluindo ocorrências deprobabilidade muito baixa) são admitidaspodendo causar efeitos na saúde deterministasgraves fora do local, ou em que essas ocorrências ocorreram em instalações semelhantes.

IIIIIIIIII Instalações como alguns tipos de reatores depesquisa, em que ocorrências no local sãoadmitidas podendo causar doses em pessoasfora do local que requerem ações de proteçãourgentes de acordo com normas internacionais,ou em que essas ocorrências ocorreram eminstalações semelhantes. A categoria de ameaçaII (ao contrário da categoria I) não inclui instala-ções que poderiam causar efeitos na saúdedeterministas graves fora do local, ou em queessas ocorrências ocorreram em instalaçõessemelhantes.

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IIIIIIIIIIIIIII Instalações como instalações de irradiaçãoindustrial, em que ocorrências no local sãoadmitidas podendo causar doses ou contamina-ção justificando ações de proteção urgentes nolocal, ou em que essas ocorrências aconteceramem instalações semelhantes. A categoria deameaça III (ao contrário da categoria de ameaçaII) não inclui instalações em que ocorrências sãoadmitidas podendo precisar de ação de proteçãourgente fora do local, ou em que essas ocorrên-cias aconteceram em instalações semelhantes.

IVIVIVIVIV Atividades que poderiam provocar uma emer-gência nuclear ou radioativa que justifiquemações de proteção urgente num localimprevisível. Estas incluem atividades nãoautorizadas como atividades relativas a fontesperigosas obtidas ilicitamente. Também incluemtransporte e atividades autorizadas envolvendofontes móveis perigosas tais como fontes deradiografia industrial, geradores radiotermais ousatélites movidos por energia nuclear. A catego-ria IV representa o nível mínimo de ameaça, queem princípio se aplica a todos os países ejurisdições.

VVVVV Atividades que normalmente não envolvemfontes de radiação ionizante, mas que têmprodutos com uma probabilidade significativa deficarem contaminados como consequência deocorrências nas instalações nas categorias deameaça I e II, incluindo essas instalações emoutros países, a níveis que requerem restriçõesimediatas nos produtos de acordo com normasinternacionais.

A categoria de ameaça IV se aplica a atividades que po-dem existir praticamente em qualquer lugar, portanto, é o nívelmínimo de ameaça que supostamente existe em todas as par-tes. A categoria de ameaça IV sempre se aplica a todas as juris-dições, provavelmente junto com outras categorias.

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

As características de uma emergência determinam a abor-dagem necessária para comunicar a respeito da mesma.Consequentemente, convém dividir as orientações para a pre-paração e reação à emergência em dois grupos:

(1) Emergências nucleares, que podem ocorrer eminstalações nas categorias de ameaça I, II ou III, dependendo desuas ameaças no local e fora do local, podem ocorrer em:

· Reatores nucleares (reatores de energia, reatores de pesqui-sa e reatores de navios).· Grandes instalações de irradiação (por ex. irradiadoresindustriais).· Instalações de armazenamento para grandes quantidades decombustível gasto ou materiais líquidos ou gasosos.· Instalações do ciclo do combustível.· Instalações industriais (por ex., instalações para fabricação deprodutos radiofarmacêuticos).· Instalações de pesquisa ou médicas com grandes fontes fixas(por ex. fontes de teleterapia).

(2) Emergência de radiação, que podem ser o resul-tado de atividades nas categorias de ameaça IV e V e ocorrer emqualquer lugar, portanto, estas orientações se aplicam a todosos países Membros. As emergências de radiação com possívelconsequência de exposição da população e/ou contaminaçãopodem ter como origem:

· Uso incorreto de fontes de radiação industriais e médicas defontes de radiação incontroláveis (abandonadas, perdidas, rou-badas ou encontradas).· Ameaças ou atos malévolos.· Emergências de transporte.

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PC-IS.3 COMUNICAR SEGURANÇA EMPC-IS.3 COMUNICAR SEGURANÇA EMPC-IS.3 COMUNICAR SEGURANÇA EMPC-IS.3 COMUNICAR SEGURANÇA EMPC-IS.3 COMUNICAR SEGURANÇA EMEMERGÊNCIA QUE ENVOLVEM PEQUENASEMERGÊNCIA QUE ENVOLVEM PEQUENASEMERGÊNCIA QUE ENVOLVEM PEQUENASEMERGÊNCIA QUE ENVOLVEM PEQUENASEMERGÊNCIA QUE ENVOLVEM PEQUENASFONTES RADIOATIVAS PERIGOSASFONTES RADIOATIVAS PERIGOSASFONTES RADIOATIVAS PERIGOSASFONTES RADIOATIVAS PERIGOSASFONTES RADIOATIVAS PERIGOSAS

A emergência radiológica mais comum envolve a perda,abandono ou roubo de pequenas fontes radioativas perigosas.Essas fontes podem ser pequenos objetos metais que brilham(do tamanho de uma borracha de lápis às vezes ligada a um fiode metal, ver a Figura 13) que caiu de uma câmera de radiogra-fia industrial (Figura 14) usados em locais de construção. Tam-bém podem ser objetos maiores medindo alguns centímetrosespessos e profundos, por exemplo, de uma unidade de radiote-rapia abandonada usada para tratar câncer.

FIG. 13. Fonte muito perigosa de uma câmera de radiogra-fia (nunca deveriam tê-la recolhido).

FIG. 14.Típica câmera de radiografia.

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

A figura 15 mostra as maneiras mais comuns através dasquais as pessoas se expõem a essas fontes:

· Segurá-la ou carregá-la: carregar uma fonte na mão oubolso durante somente alguns minutos pode provocar queima-duras graves ou exposição letal.

· Ficar perto da fonte: essas fontes foram levadas para ca-sas ou lugares de trabalho o que causou mortes decorrentes deexposições que ocorreram durante um período de até váriosmeses.

· Ingestão de contaminação proveniente da fonte: essasfontes podem conter pó radioativo e, ao ser danificada, esse pópode ser liberado, ficar depositado nas mãos de alguém e serinvoluntariamente ingerido. Isso também provocou mortes.

FIG. 15. Caminhos de exposição a uma pequena fonte ra-dioativa perigosa

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PC-IS. 1 dá mais informações sobre os riscosde fontes.

A população precisa tomar conhecimento das ações deproteção claras necessárias, assim como:

Para sua proteção, se achar que um objeto é uma fonteradioativa:

· Não toque nele nem o pegue;· Fique longe da fonte a uma distância depelo menos 30 metros;

· Mantenha outras pessoas longe dela (isole-a);· Se tocou nela, ficou perto dela ou de alguém quepode ter tocado nela, mantenha a sua mão longe dasua boca e lave as suas mãos antes de comer, beberou fumar; e

· Notifique imediatamente a polícia local ou serviços deemergência.

PC-IS.4 COMUNICAR SEGURANÇA EM UMAPC-IS.4 COMUNICAR SEGURANÇA EM UMAPC-IS.4 COMUNICAR SEGURANÇA EM UMAPC-IS.4 COMUNICAR SEGURANÇA EM UMAPC-IS.4 COMUNICAR SEGURANÇA EM UMAEMERGÊNCIA DE LARGA ESCALAEMERGÊNCIA DE LARGA ESCALAEMERGÊNCIA DE LARGA ESCALAEMERGÊNCIA DE LARGA ESCALAEMERGÊNCIA DE LARGA ESCALA

Este Boletim Informativo deve ser usado numa instalaçãonuclear ou radiológica, como uma usina de energia nuclear6,que poderia ter emergências que provocam doses fora do localnecessitando uma ação imediata para proteção da população econtaminação de dezenas a milhares de quilômetros quadrados.

Comunicar avisos de segurança à população

À medida que a informação fica disponível, o grau de se-gurança deve ser rapidamente comunicado para as pessoas esuas famílias na região adjacente a uma emergência. As comu-nicações devem ser feitas com linguagem clara que seja facil-mente compreendida. Essas medidas devem ser testadas em

6 - Estas seriam as instalações nas categorias I e II na Referência [3].

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

exercícios. Se a situação não for segura, a população deve seralertada sobre as ações de proteção a serem realizadas. As pes-soas que recebem informação nessas circunstâncias através damídia, de assessorias oficiais do IC através da polícia ou de auto-ridades locais, ou através de avisos por linha direta, atualizaçõespor sites da internet ou redes sociais, querem saber se estãoseguras, o que devem fazer, que condições podem mudar asituação presente e quanto tempo a emergência vai durar.

Ações de proteção preventivas

As instalações que podem ter emergências que provocamcontaminação de grandes áreas devem dispor de providênciasde emergência bem desenvolvidas testadas durante exercícios.Para uma emergência nessas instalações, medidas de proteçãopreventivas devem ser tomadas quando as situações são detec-tadas na instalação indicando que um grande vazamento é pos-sível e o risco para a população da área. As ações de proteçãopreventivas podem incluir evacuação ou abrigo. Medidas pre-ventivas devem ser tomadas imediatamente pela populaçãoquando é instruída para que possa ter o melhor nível de prote-ção. Por conseguinte, as providências de emergência nessas ins-talações devem incluir dispositivos para alertar imediatamentea população local e instruí-la sobre as medidas preventivas aserem tomadas. A experiência mostra que a mídia ficará saben-do quase imediatamente quando uma emergência importanteocorrer na instalação e assim que a população local for instruídaa tomar medidas. Portanto, para essas instalações, deve-se pro-videnciar declarações já preparadas antecipadamente dandosuporte a recomendações das ações de proteção e para tratardas primeiras questões da mídia e do público. Se essas primei-ras questões não forem conduzidas de forma adequada, issopode interferir na reação e trazer mais risco para o público eaqueles encarregados de reagir.

Após um vazamento

Depois de um escapamento de material radioativo da ins-talação, decisões serão tomadas baseadas em medidasambientais (monitoramento) e análises de amostras. Critérios

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específicos, níveis de intervenção operacional (OILs) serão esta-belecidos para os diversos tipos de monitoramento e resultadosde análises de amostras e se os OILs forem ultrapassados, entãouma ação específica de reação será designada, como por exem-plo, evacuação ou proteção. Os OILs baseiam-se normalmenteem critérios de dose nacionais ou de outra ordem. A experiênciatem mostrado que os responsáveis pelas decisões tomam medi-das e o público segue melhor as instruções com base nessesOILs ao entender como essas medidas oferecem segurança paraele [10]. Por conseguinte, uma explicação em linguagem sim-ples deve ser desenvolvida antecipadamente descrevendo comoas medidas tomadas com base nos OILs dão segurança ao públi-co.

PC-IS.5PC-IS.5PC-IS.5PC-IS.5PC-IS.5 PERCEPÇÃO DO RISCOPERCEPÇÃO DO RISCOPERCEPÇÃO DO RISCOPERCEPÇÃO DO RISCOPERCEPÇÃO DO RISCO

Fundamentos da percepção do risco

O público tem pouco conhecimento e muita incerteza re-lativa a qualquer questão que envolva radiação. Isso pode seratribuído a vários fatores. Esse campo de conhecimento não éimediatamente accessível para o público em geral. Ao mesmotempo, contudo, os efeitos, por exemplo, de acidentes nuclea-res são bem conhecidos. A falta de conhecimento significa que amaioria das pessoas depende das declarações feitas pelos espe-cialistas ou da informação comunicada pela mídia.

O objetivo principal de uma organização de reação a umaemergência nacional (autoridade) deve ser assegurar o estabe-lecimento suave de medidas a serem tomadas para proteger avida, a saúde e o meio ambiente. Contudo, esse objetivo exigemuita credibilidade e confiança do público em relação à organi-zação da reação. Para poder influenciar decisões e mudar com-portamentos, é fundamental que as pessoas envolvidas sejamcapazes de confiar na informação dada como sendo completa ecorreta. Além disso, as pessoas devem saber quem é a autorida-de responsável antes que a verdadeira emergência de fato ocorra.

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

As atividades de comunicação para o público devem ser visíveis;devem ter um impacto na mídia para se obter um “efeito dereconhecimento”. Dessa forma, para que uma autoridade assu-ma esse papel, ela deve ter uma boa reputação, deve ser vistacomo aberta e trabalhando para o interesse público, e deve sertambém bem conhecida pela população.

Comunicações de risco eficazes envolvem duas partes: oprocesso de troca e a verdadeira informação sobre o risco. Oprocesso de troca nos dois sentidos estimula um diálogo entreaqueles que podem ser afetados pelo risco e aqueles encarre-gados de controlá-lo. Tanto as circunstâncias da emergênciaquanto as percepções do público dos riscos envolvidos guiamesse processo de troca. A percepção de risco considera a dife-rença entre como o risco é percebido pelo público versus comoo risco é de fato avaliado e medido pelos especialistas. Commuita frequência supõe-se que a percepção do público está er-rada e que o público deve ser persuadido de que a avaliaçãotécnica está de fato correta sem primeiramente levar em contaos fatores do bom senso nos quais a percepção do público e asua avaliação do risco se baseiam. De fato, o objetivo da comu-nicação do risco não é forçar uma mudança entre as visões di-vergentes do especialista e do público, mas trata-se antes dedesenvolver uma compreensão desses fatores para que possamser considerados e tratados. Isto requer uma compreensão dosfatores subjacentes nos quais a percepção do risco do público sebaseia.

Confiança e disponibilidade da informação são elementosessenciais para a comunicação de risco. Para estabelecer essaconfiança, em particular durante emergências em que se pediráao público que realize essas ações de proteção, a informaçãodada ao público não deve satisfazer somente as suas necessida-des, deve também ser dada em linguagem simples para queseja facilmente compreendida e facilite as suas decisões.

Entender as razões específicas de como as pessoas se sen-tem em relação às emergências de radiação é a solução parauma comunicação de risco mais eficaz sobre essas emergênci-as. A psicologia dá muitas provas científicas para explicar as

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emoções específicas e os motivos envolvidos na percepção dorisco, e elucidam por que alguns riscos são mais ameaçadoresdo que outros, independentemente da situação real. A ciênciaque explica a percepção humana do risco é tão poderosa e im-portante para uma reação à emergência quanto a física e amedicina.

As diversas características de uma ameaça de radiaçãoque devem ser entendidas e justificadas nas comunicaçõesdirigidas ao público na reação à emergência são apresentadas eexplicadas no Quadro 7.

Embora essas características de percepção do risco sejamenumeradas individualmente, uma combinação de várias estánormalmente presente numa emergência, dependendo das cir-cunstâncias.

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

QUADRO 7. INFLUÊNCIAS NA PERCEPÇÃO DE RISCODO PÚBLICO [18, 19, 20]

Especialista versus público geral

Na preparação da comunicação sobre emergências de ra-diação, é importante notar que o risco e aceitação significamcoisas diferentes para pessoas diferentes. É justo dizer que háuma defasagem entre a compreensão relativa ao risco do públi-co e do especialista. É importante que essa variação na percep-ção do risco seja compreendida, pois se os comunicadores nãolevam em consideração diferenças entre as percepções de risco

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do especialista e do público, isso pode reduzir o sucesso da co-municação do risco.

Os especialistas definem risco em termos de relações decausa e de efeito e tentam quantificar a quantidade de danoque pode resultar da participação numa determinada atividade.

Quando membros do público decidem se consideram ounão um risco aceitável, eles levam em consideração várias ques-tões qualitativas. Dessa forma, é possível que a probabilidadede “riscos reais” seja transformada em “riscos percebidos” comuma aparente alta probabilidade durante o processo da forma-ção da pessoa da sua percepção de risco.

Comportamento humano em emergências

Ao contrário da opinião reinante que liga o comportamen-to das pessoas em emergências a pânico, regressão, egoísmo ea atitudes irracionais, a realidade mostra outra coisa. As pessoasem perigo podem ser muito corajosas e solidárias. Em geralpodem se comportar de forma funcional, enfrentar a situação eajudar as suas famílias, vizinhos, colegas e estranhos. O proble-ma com os alertas ou passar informação para as pessoas a res-peito de qualquer emergência não é causar pânico; em geral,uma população ameaçada tende a ter um comportamento nor-mal ou a não fazer nada. Sendo assim os comunicadores nãodevem ter receio de alertar a população imediatamente sobre operigo – o alerta não causará pânico, mas preparará e/ou guiaráas pessoas. Alertas oportunos e adequados também dão às pes-soas um sinal de que a situação está sob controle. A razão deatribuir irracionalidade e pânico ao comportamento humano emsituações perigosas se origina no fato de deixar de considerar asexperiências das pessoas e o que sabem nessas situações. Tam-bém depende de como percebem a ameaça e se são alertadosa tempo. As reações de pânico são de fato raras, portanto, hesi-tação relativa a se é aconselhável emitir um alerta (por ex.,“para não causar pânico”) em geral não é justificada. De fato, aspessoas que não foram adequadamente alertadas podem termenos probabilidade de ter um comportamento apropriado.Lembrem-se de que membros da família querem ficar juntos

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

nas suas casas, em especial pais e filhos, e isso é racional ecompreensível.

PC-IS.6 IMPORTÂNCIA DA CONFIANÇA NASPC-IS.6 IMPORTÂNCIA DA CONFIANÇA NASPC-IS.6 IMPORTÂNCIA DA CONFIANÇA NASPC-IS.6 IMPORTÂNCIA DA CONFIANÇA NASPC-IS.6 IMPORTÂNCIA DA CONFIANÇA NASCOMUNICAÇÕES DIRIGIDAS AO PÚBLICOCOMUNICAÇÕES DIRIGIDAS AO PÚBLICOCOMUNICAÇÕES DIRIGIDAS AO PÚBLICOCOMUNICAÇÕES DIRIGIDAS AO PÚBLICOCOMUNICAÇÕES DIRIGIDAS AO PÚBLICO

Quanto mais confiança as pessoas tiverem em relação aostaff e às agências responsáveis pela emergência, menos ame-drontadas se sentirão. Se a sua confiança nessas pessoas e agên-cias se perder, o seu temor aparecerá. Qualquer ação ou comu-nicação que afetar a confiança, como informação atrasada, retida,ou enganosa, trará apreensão para a população e contribuiráativamente para aumentar o risco da saúde e do bem-estar pú-blico. O Quadro 8 apresenta os impactos positivos e negativospara a confiança através da difusão da mensagem, da interaçãopessoal e da atividade institucional.

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QUADRO 8 – FATORES QUE INFLUENCIAM A CONFIANÇA[21]

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

O Fórum Chernobyl [22] mostra a importância da confian-ça ao declarar “... o governo soviético atrasou o anúncio públicode que o acidente havia ocorrido. A informação dada foi seletivae restritiva, particularmente na sequência imediata do acidente.Esse procedimento deixou uma marca de desconfiança em rela-ção às declarações oficiais sobre a radiação, e isso impediu osesforços no sentido de oferecer informação confiável ao públiconas décadas seguintes.”

Há uma assimetria na conquista e perda de confiança – édifícil obtê-la, mas muito fácil perdê-la.

A confiança pode se estabelecer através do conhecimentoe da identificação de valores compartilhados e de acordo.

A possibilidade de conseguir informar e comunicar sobreriscos é maior quando é tratada como um processo de duas vias,quando os participantes são vistos como parceiros legítimos, equando as atitudes das pessoas e as “visões de mundo” relati-vas à saúde, meio ambiente e tecnologia são respeitadas. Isso éparticularmente verdade no caso de uma questão nuclear. Aaceitação de riscos não é uma informação direta ou uma ques-tão de educação, uma opinião que frequentemente prevalecenos círculos científicos / técnicos. Trata-se mais de resultados doque de uma troca de comunicação.

Função do medo

Organizações, governos ou instituições não deveriam pen-sar que dar informação completa sobre um acontecimento peri-goso pode produzir medo e pânico. Portanto, não deveriam de-morar para divulgar a informação através dos melhores canais.Deveriam dar a maior quantidade possível de informação e nun-ca enganar as pessoas sobre a situação. Isso permite evitar opânico e construir relações de confiança.

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PC-IS.7PC-IS.7PC-IS.7PC-IS.7PC-IS.7 ATIVIDADES ESSENCIAIS DEATIVIDADES ESSENCIAIS DEATIVIDADES ESSENCIAIS DEATIVIDADES ESSENCIAIS DEATIVIDADES ESSENCIAIS DECOMUNICAÇÕES DIRIGIDAS AO PÚBLICOCOMUNICAÇÕES DIRIGIDAS AO PÚBLICOCOMUNICAÇÕES DIRIGIDAS AO PÚBLICOCOMUNICAÇÕES DIRIGIDAS AO PÚBLICOCOMUNICAÇÕES DIRIGIDAS AO PÚBLICO

A comunicação de risco vai além de palavras e mensa-gens. É um efeito implícito das medidas tomadas pelos respon-sáveis pela reação à emergência e das políticas que adotam.

Durante uma emergência, o PIO é responsável por mantera mídia e o público informado e pela coordenação de todas asfontes de informação oficial para garantir que a informação dadaà mídia/público seja coerente, precisa e oportuna. Dependendoda complexidade e da duração da emergência, essa função podeser exercida por um indivíduo ou grupo.

Em geral, países membros que usam a energia nuclear ououtras fontes de radiação significativa já terão uma organizaçãoresponsável pelas atividades de comunicações com o público,que poderia assumir essa função durante uma emergência. Paraoutros países membros, essa função pode ter sido desenvolvidacomo parte de um plano global de reação à emergência. Haverámuita demanda de comunicações dirigidas ao público; portanto,será importante planejar como desenvolver atividades essenci-ais na base de 24 horas por dias durante vários dias.

Atividades essenciais de comunicações dirigidas ao públi-co durante uma emergência incluem:

· Planejamento Estratégico – Planejamento Estratégico – Planejamento Estratégico – Planejamento Estratégico – Planejamento Estratégico – desenvolver a estratégiaespecífica de comunicação durante a emergência. Essa estraté-gia deve incluir no mínimo uma análise do meio público domomento, identificar quaisquer questões que possam afetar amaneira como as comunicações são realizadas, considerar asmensagens e informações fundamentais a serem comunicadase o motivo, desenvolver o procedimento global relativo a comu-nicações e propor ferramentas de comunicação e produtos deinformação a serem usados.

· Relações com a Mídia – Relações com a Mídia – Relações com a Mídia – Relações com a Mídia – Relações com a Mídia – dar informação à mídia, organi-zar conferências de imprensa e informes técnicos, fornecer co-municados de imprensa, corrigir rumores e treinar o porta-voz.

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

· Monitoramento da Mídia –Monitoramento da Mídia –Monitoramento da Mídia –Monitoramento da Mídia –Monitoramento da Mídia – monitorar a mídia impressatradicional e eletrônica assim como novas fontes de mídiasocial para a precisão da informação.

· Nova Mídia –Nova Mídia –Nova Mídia –Nova Mídia –Nova Mídia – desenvolver produtos de informação e devídeo para a internet e as novas fontes de mídia social.

· Ligação e Coordenação –Ligação e Coordenação –Ligação e Coordenação –Ligação e Coordenação –Ligação e Coordenação – coordenar a informação/men-sagens e passar toda a informação para outras organizações,outros níveis do governo, agências internacionais, e outras orga-nizações relevantes.

· Comunicações para o Público –Comunicações para o Público –Comunicações para o Público –Comunicações para o Público –Comunicações para o Público – dar informação ao pú-blico através de produtos de informação, centros de informação,linhas de telefone diretas, e-mail, e reuniões com o público.

· Comunicações Internacionais –Comunicações Internacionais –Comunicações Internacionais –Comunicações Internacionais –Comunicações Internacionais – manter os funcionáriosinformados sobre a emergência e sobre o que a organizaçãoestá dizendo à mídia e ao público sobre a reação. (Devido àcarga elevada de demanda da mídia e do público, isso pode serfeito por um outro grupo – como recursos humanos / pessoal).

Para serem eficazes, , , , , essas atividades de comunicaçõesdirigidas ao público terão que ser apoiadas por especialistas ade-quados que podem fornecer informação técnica no desenvolvi-mento de toda a comunicação com a mídia e com o público. Osporta-vozes, em geral especialistas técnicos que gozam decredibilidade e são bons comunicadores, também deverão serdesignados. Para manter consistência, o número de porta-vozesdeve ser o menor possível, dependendo da carga de trabalho.Durante uma emergência, as demandas da mídia, local, nacio-nal e internacional serão intensas e não é possível que umaúnica pessoa assuma essa função 24 horas por dia e 7 dias porsemana. Quando vários porta-vozes são usados, será fundamentalgarantir que a informação seja coerente. Quaisquer incoerênciaspodem ser usadas pela mídia e podem destruir a credibilidadeda reação à emergência.

As comunicações com o público numa emergência sãomais eficazes quando os passos são dados antecipadamente.Isso inclui não somente o estabelecimento de planos, procedi-mentos e responsabilidades, mas pesquisas relativas às atitudesdo público, a concepção e teste prévio das mensagens, e mes-

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mo comunicação anterior à emergência para aumentar o públi-co alvo e a consciência da mídia para ajudá-los a se prepararemem caso de emergência.

Durante as fases de preparação e de recuperação na pós-emergência, há tempo para o teste de mensagens e de pesqui-sas das atitudes do público. Esse sistema de detecção é tão im-portante quanto o teste de detecção de radiação de um localafetado. Aqueles que reagem à emergência não pensam emníveis de radiação num local contaminado. Tampouco os PIOsdevem pensar nas atitudes do público. De acordo com o que otempo permitir, essas atitudes, a eficácia das ações e mensa-gens, devem ser testadas, e deve haver revisões onde for ne-cessário.

PC-IS.8 COMUNICAÇÃO DE RISCOPC-IS.8 COMUNICAÇÃO DE RISCOPC-IS.8 COMUNICAÇÃO DE RISCOPC-IS.8 COMUNICAÇÃO DE RISCOPC-IS.8 COMUNICAÇÃO DE RISCO

A comunicação de risco é uma combinação de ações, pa-lavras e outras interações que incorporam e respeitam as per-cepções dos receptores da informação. Ela busca ajudar as pes-soas a tomar decisões baseadas em mais informação sobreameaças em relação à sua saúde e segurança. A comunicaçãopoderia ser definida como um processo de troca de mensagemnum contexto pessoal, cultural e social.

A comunicação de risco não significa somente dar infor-mação “correta” para outras pessoas, significa também criar umdiálogo e levar em consideração várias percepções de risco. Odiálogo é um pré-requisito para que os diversos atores sejamcapazes de resolver o problema juntos. Para uma comunicaçãode risco eficaz, deve-se determinar o público e o objetivo damensagem, o canal e o comunicador que podem ser usadospara atingir o público alvo, e deve-se estar pronto para receberfeedback.

A comunicação de risco tem principalmente comoobjetivo:o Informar e engajar o público.

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

o Encorajar mudanças de comportamentoe a aceitação de ações de proteção.

o Emitir alertas sobre o perigo e qualquerinformação necessária.

o Trocar informação e estabelecer umaabordagem comum para o risco.

o Administração do risco.

Os seguintes fatores podem ser diferenciados no proces-so de comunicação:o Fonte: quem dá a mensagem.

o Mensagem: informação (verbal) da fonte.

o Canal: meio ou meios de comunicação, usadospela fonte.

o Receptor: público para o qual se destinaa mensagem.

o Efeito: possíveis efeitos da mensagem (por ex.,transmissão de informação, atitude oucomportamento, mudança, diminuição do medoou incerteza, consequências de longo ou decurto prazo).

o Feedback: comunicação deve ser um processode duas vias.

Para se obter comunicação de risco eficaz, um planeja-mento sistemático nas seguintes áreas é essencial:o Desenvolvimento de uma estratégia de

comunicação voltada para grupos alvoespecíficos.

o Criar um plano de comunicação voltadapara o público.

o Dar ênfase a uma análise crítica comouma parte integral da comunicação.

o A partir do feedback recebido, melhorar a fasede planejamento dos objetivos de comunicaçãoetáticos em que o plano de comunicação sebaseia.

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o Treinar e melhorar as habilidades decomunicação.

Ao desenvolver qualquer emergência relativa a mensa-gens ou outra informação, o conhecimento pré-existente sobrea radiação do público alvo e o seu nível de instrução sempredevem ser levados em consideração. Segmentos específicos dopúblico, tais como idosos, crianças, deficientes, e estrangeiros,podem precisar de uma consideração especial. Jornais são umexemplo excelente de comunicações claras. Usam uma estrutu-ra gramatical simples, explicam todos os termos técnicos oudesconhecidos e colocam fatos importantes em evidência. Dadoque a radiação não é familiar para muitos, explicações de con-ceitos básicos também deveriam ser incluídas para dar um con-texto e uma lógica para a informação que está sendo comunicada.

À medida que a emergência evolui, avaliações de risco oufatos podem precisar ser atualizados. Para reduzir problemaspossíveis com coerência podendo levar a uma perda decredibilidade e confiança, quando a informação é mudada, deve-se explicar claramente o que mudou e o motivo.

PC-IS.9 FLUXOS DE COMUNICAÇÃOPC-IS.9 FLUXOS DE COMUNICAÇÃOPC-IS.9 FLUXOS DE COMUNICAÇÃOPC-IS.9 FLUXOS DE COMUNICAÇÃOPC-IS.9 FLUXOS DE COMUNICAÇÃO

No processo de preparação e reação à emergência de ra-diação, o PIO trabalha direta e constantemente sob a direção doIC. A transmissão da informação deve ser forte, completa e efi-caz em muitos níveis, e deve corresponder a demandassituacionais. O planejamento também deveria ter como foco osmeios de comunicação (ou seja, como comunicar a mensagem),mas também deveria levar em consideração todas as deman-das ligadas aos fluxos de comunicação nos seguintes níveis:

Comunicação dentro da sua organização

Durante uma emergência, o número de “usuários inter-nos” de um sistema de comunicação em geral aumenta de for-ma drástica devido a mudanças necessárias por causa da emer-

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

gência. O sistema de informação em uso talvez não possa aten-der essas demandas, pois pode ficar sobrecarregado. Poderianão funcionar e a informação poderia se perder ou demorar.Durante a emergência, o fluxo de informação se torna mais com-plexo, menos claro e lento (por ex. mais pessoas no mesmocargo, novas tarefas excepcionais e pessoas transferidas paranovos cargos). Os canais de comunicação normais não são maisadequados. O planejamento da preparação poderia alertar so-bre esses problemas, e com frequência soluções criativas sãonecessárias.

Comunicação entre organizações

Durante a fase de preparação, contatos entre várias orga-nizações são estabelecidos e exercitados. Pode acontecer quenovos contatos sejam necessários numa emergência criando anecessidade de novos fluxos de informação, que não são fáceisde serem estabelecidos e mantidos. O planejamento deve pre-ver as organizações que poderiam ter que participar numa rea-ção à emergência. O treinamento deveria, portanto, enfatizar aimportância de trabalhar com parceiros desconhecidos e quan-do os possíveis parceiros deveriam ser incluídos nos exercícios.

Comunicação de organizações destinadas ao público

Durante uma emergência, organizações terão que dar vá-rios tipos de informação para o público. Organizações devemconsiderar o que é importante para o público e não o que éimportante para a organização. Mensagens devem reduzir a in-certeza. O conteúdo geral das mensagens deve ser planejadoantecipadamente, sendo que os detalhes devem ser um proble-ma de consideração tática.

Comunicação do público destinada às organizações(feedback)

O público com frequência busca ajuda e instruções. As or-ganizações mais expostas com frequência não conseguem ad-ministrar com eficácia essa maior demanda de informação, o

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que pode também perturbar outros fluxos de informação. O pla-nejamento pode ajudar a prever as demandas de informação,fontes de informação e pontos de contato para passagem deinformação. O objetivo é passar a mensagem coerente: “Umamensagem, muitas vozes.”

PC-IS.10 FONTES DE INFORMAÇÃOPC-IS.10 FONTES DE INFORMAÇÃOPC-IS.10 FONTES DE INFORMAÇÃOPC-IS.10 FONTES DE INFORMAÇÃOPC-IS.10 FONTES DE INFORMAÇÃO

Fontes de informação para o público

O público reage positivamente à informação dada por umafonte se for vista como digna de crédito. A informação comunicadadeve ser coerente, ter autoridade e ser factual, e deve refletir asnecessidades de informação dos públicos a que se destina. Du-rante uma emergência, a maioria das pessoas se mostrará comoreceptores de informação extremamente motivados e procura-rá obtê-la ativamente a partir de várias fontes. Outros, contudo,podem ficar apáticos por causa do stress da situação e não dese-jarão receber informação mesmo que estejam correndo risco. Ainformação sobre a emergência estará disponível a partir devárias fontes, algumas informais, algumas com interesses vela-dos, e algumas dignas de credibilidade. É importante monitorarnão somente o que essas outras fontes estão dizendo, mas tam-bém adaptar a informação oficial de acordo com o que estásendo dito, ou para tratar da informação mal dada ou para adi-cionar fatos suplementares verificados.

Diferentes fontes de informação têm objetivos diferentes,relativos ao conteúdo ou à prioridade. Também é possível quehaja diferenças nas intenções da fonte e do receptor.

A população usará uma variedade de fontes ao tentar ob-ter informação sobre uma emergência. Essa é uma tendênciainternacionalmente reconhecida que deve orientar o caminho aser escolhido para comunicar a respeito de questões de riscocomplexas. As pessoas vão ter e comparar o maior volume pos-sível de informação a partir de uma variedade de fontes, que vai

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dos membros da família locais a notícias de fontes internacio-nais.

Se as mensagens de diversas fontes são bastante seme-lhantes, o público tende a acreditar que pode confiar no conteú-do e na qualidade da informação. Isso pode ser comunicadotanto verbal quanto fisicamente. Por exemplo, diretamenteobserváveis, sinais visíveis de coerência e confiabilidade (porex., identificadores da polícia ou da saúde pública como distinti-vos ou selos oficiais) ajudam a difundir mensagens para as quaiso público terá tendência a dar mais credibilidade. Membros dopúblico também estarão mais propensos a seguirem conselhosde saúde se a comunidade parece estar em crise, o que é comu-nicado pela presença visível da ambulância e de outros organis-mos oficiais na sua vizinhança.

Membros do público têm níveis diferentes de confiançaem fontes variadas. Embora algumas fontes sejam altamenteconfiáveis em alguns países, especialmente médicos ou cientis-tas, as pessoas expressam graus elevados de suspeita e descon-fiança em relação a empresas, indústria e políticos. Esses grausde desconfiança estão ligados a uma probabilidade reduzida deseguir os conselhos. Entretanto, há várias opções para a reduçãoda desconfiança e a melhora da aceitação, por exemplo:

· Dar a informação através de um apresentador ou porta-voz que goze de autoridade e seja confiável, capaz de passarinformação factual, cientificamente segura e coerente.

· Tratar das verdadeiras necessidades do público respon-dendo às suas perguntas com fatos.

Fontes de informação para o PIO

Equipes de reação à emergência têm que lidar com osferidos, reagir à emergência em curso (incêndio, acidente indus-trial ou ocorrência natural) e realizar o monitoramento da radia-ção. Elas também devem coordenar as tarefas com as partesresponsáveis no local da emergência, o que pode ser numa usi-na de energia nuclear, uma área industrial, um hospital ou algu-ma outra instalação. Cada uma dessas funções fornece uma fon-

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te de informação para o PIO. Os planos de comunicação de riscodevem incluir uma lista dessas fontes de informação, e os seusdetalhes de contacto, e estabelecer mecanismos de teste parade fato comunicar com essas fontes durante uma emergência.Às vezes a equipe de comunicação pode querer iniciar o contactocom essas fontes. Algumas vezes essas fontes desejarão entrarem contacto com a equipe de comunicação.

A sua organização de emergência provavelmente não seráa única encarregada de reagir à grande variedade de aspectosde uma emergência de radiação. Corpo de bombeiros local, hos-pitais, escolas, agências de saúde pública, agências de seguran-ça ambiental, e agências de segurança alimentar, entre outras,também participarão, dependendo da natureza da emergência.

Se as comunicações com o público na sua organizaçãoestiverem funcionando como parte do ICS, essas outras agênciasjá devem fazer parte de um plano de coordenação. É importantecoordenar as comunicações com o que essas organizações es-tão dizendo para evitar incoerências ou conflitos. Faça uma listadas agências ou organizações que estão, ou deveriam estar,participando e estabeleça contato com elas. Estabeleça meca-nismos de comunicação para situações de emergência e desig-ne uma equipe especificamente para essa tarefa. Isso é particu-larmente importante durante o estágio inicial de uma emergên-cia.

Emergências de radiação em geral são mais do que locais.Mesmo o menor acidente, que pode não implicar nenhum peri-go ou risco de fato, pode rapidamente estimular o interesse e oenvolvimento de organizações em todo o mundo. Organizaçõesno plano local estarão envolvidas, da mesma forma que agênci-as no plano regional e nacional, como organizações de saúde,transporte, ambientais, de segurança nacional e de agricultura.Organizações no plano internacional que devem ser considera-das incluem a IAEA, a Organização Mundial da Saúde, a Organi-zação para a Agricultura e Alimentação e a Organização Mundialde Meteorologia. Todas elas são fontes possíveis de informaçãopara a reação do PIO à emergência de radiação.

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Com base na relação da comunicação de risco de possí-veis emergências que estão sendo planejadas, é necessário iden-tificar todas as organizações que podem estar envolvidas, ouinteressadas, na emergência. É preciso buscar a informação decontatos necessária. Deve-se estabelecer e testar mecanismospara comunicar com esses contatos durante uma emergência.

As seguintes ações devem ser realizadas antecipada-mente:o Identificar quem na sua organização

se encarregará de reunir a informação decisivasobre a emergência (por ex., sobre níveis deradiação, feridos ou mortes).

o Saber quem se encarregará de mobilizarrecursos e fazer planos para ações dirigidas àpopulação como proteção ou evacuação.

o Reunir a informação de contatos necessária paraficar em comunicação com essas fontes.Estabelecer mecanismos para comunicar comelas durante a emergência (telefones fixos,celulares, e-mails, e fax).

o Identificar outras organizações que participamda reação à emergência. Algumas já devemfazer parte do ICS, muitas não.

o Incluir agências em todos os níveis do governo,assim como as internacionais.

Muita informação estará disponível através de outras fon-tes que comunicarão sobre a emergência. Elas devem sermonitoradas por três razões. Primeiramente, elas representammuitos olhos e ouvidos e podem ajudá-lo a tomar conhecimentode circunstâncias ou fatos que a sua organização desconhece.Pode-se saber sobre muitos desses fatos a partir do que essasfontes dizem. Em segundo lugar, a mídia de notícias e de redessociais e de blogs certamente vai compreender coisas da formaerrada. Fique acima dos rumores ou de informações erradas ecorrija-as imediatamente. Por fim, é importante saber o que osoutros estão noticiando ou dizendo, pois é possível que lhe per-guntem sobre algum fato ou circunstância que outros estão di-

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vulgando. Não saber o que está sendo noticiado pode afetar asua credibilidade, e o público pode perder confiança na sua or-ganização. Isso pode enfraquecer a sua influência no comporta-mento do público como parte da reação à emergência como umtodo.

A mídia da informação pode ser muito ativa no caso deuma emergência de radiação e pode noticiar a partir de várioslugares. Ela é uma fonte potencial de informação e monitorar osboletins de notícias pode oferecer um conhecimento valioso. Amídia também pode dar informação indiretamente através deperguntas que são feitas, podendo revelar o que ela sabe. Alémdisso, a mídia será uma fonte de informação importante para opúblico e uma parte dessa informação pode não ser precisa. OPIO deve tomar conhecimento disso para corrigir qualquer infor-mação errada, tanto de forma direta para a mídia, relatando ahistória, quanto em geral passando a mensagem para o públicoatravés de vários canais.

A mídia de informação por internet inclui sites de informa-ção e de notícias, blogs, sites de organizações não governamen-tais (ONGs), e sites de mídia sociais. É particularmente impor-tante monitorá-los no sentido de informação imprecisa. Faça umalista de todos os sites de mídia e online a serem monitorados.Coloque nos favoritos de um computador os sites online quepodem ser usados rapidamente para monitorar esses sites. Quan-do algo novo ou importante aparece através dessas fontes, te-nha mecanismos instalados para direcionar essa informação paraas pessoas certas na sua organização. Isso pode ajudar todas aspessoas envolvidas na reação à emergência.

O público em geral será uma fonte de informação tam-bém para o comunicador. Essa informação pode vir de coisassobre as quais as pessoas ligam ou mandam e-mails, especial-mente as perguntas que fazem. Isso pode informar o PIO sobrefatos e circunstâncias que as pessoas estão obervando que vocêe a sua organização podem desconhecer. Da mesma forma, ebastante importante, perguntas do público são uma boa fontede informação, em tempo real, sobre como as pessoas estão se

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sentindo. Mesmo assim, tenha em mente que aqueles que en-tram em contacto com a agência são a minoria de toda a popu-lação e provavelmente estão mais ansiosos do que a maioria.

PC-IS.11 TIPOS DE PÚBLICOPC-IS.11 TIPOS DE PÚBLICOPC-IS.11 TIPOS DE PÚBLICOPC-IS.11 TIPOS DE PÚBLICOPC-IS.11 TIPOS DE PÚBLICO

Ao comunicar sobre as emergências de radiação, é impor-tante observar que o termo “grande público” é muito vasto e émelhor não considerá-lo como uma entidade única. O públicosão grupos de pessoas com seus próprios interesses, prioridadese necessidades que podem devem ser tratados. Uma boa técni-ca de comunicação com um grupo social não é uma garantia deque funcionará bem com um outro grupo. Portanto, para umacomunicação eficaz, a identificação de todos os públicos possí-veis deve ser feita na fase da preparação. Cada emergência terátipos específicos de público que podem mudar inclusive duranteuma emergência.

Públicos podem estar direta e indiretamente envolvidosna emergência. Alguns podem ser mais clara e diretamente atin-gidos pelos riscos possíveis, por conseguinte dependem da in-formação comunicada. Outros podem ser expostos de fato àradiação, mas podem se mostrar interessados ou atingidos pelasituação como um todo.

Embora somente aqueles que foram expostos à radiaçãocorram risco de fato, outros podem ficar preocupados acreditan-do que também estão correndo risco. Comunicar rapidamente ainformação apropriada a esses grupos deve ser uma prioridade.Experiências passadas com emergências de radiação mostraramque em geral o maior consumo dos recursos médicos de emer-gência é com os “preocupados que estão bem” – pessoas queprocuram cuidados médicos quando não foram expostos ou fe-ridos. Para reduzir essa probabilidade, a informação sobre quemestá e quem não está correndo risco deve ser claramente trans-mitida. Deve-se notar que em caso de terrorismo envolvendofontes de radiação, a preocupação do público pode ser agravadapela incerteza relativa à probabilidade de atos maléficos futuros.

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Os PIOs devem planejar como lidar com essa ansiedade cres-cente tanto no desenvolvimento da informação e de mensa-gens quanto na maneira como comunicar em circunstâncias queenvolvem terrorismo.

A seguinte lista ajudará a identificar os públicos possíveis(a sequência não sugere um ranking ou prioridade, tampouco éexaustiva):

o Os diretamente afetados pela radiação.

o Famílias e amigos das pessoas afetadas pelaradiação.

o Aqueles que usam a infraestrutura na áreaafetada (por ex. escolas para crianças, parquesde recreação para pessoas aposentadas).

o Aqueles que podem ser afetados pelas decisõesrelativas a ações de proteção.

o Gestores da emergência e primeiros a reagirem.

o Aqueles que medem a radiação.

o Responsáveis pela tomada de decisões.

o Aqueles que podem promover decisões relativasà proteção da radiação.

o Aqueles que podem obstruir as decisõesrelativas à proteção de radiação.

o Aqueles responsáveis pela remediação da áreacontaminada.

o As pessoas não atingidas, mas que devem serinformadas sobre o acontecimento pela lei,contrato ou convenção.

o Aqueles que podem sofrer economicamente porcausa da emergência.

o Outras organizações não envolvidas na reação àemergência, mas com um interesse legítimo.

o Aqueles que procuram visitar o local daemergência.

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É extremamente recomendável conseguir o engajamentodos públicos na fase da preparação. Os PIOs devem se concen-trar nas relações e interações locais para entender os verdadei-ros transmissores da confiança, para construí-la e mantê-la.

Os grupos das partes envolvidas se tornarão uma formavaliosa de fazer o público se engajar nas decisões de políticas.Uma boa participação das partes envolvidas ajudará a construirconfiança, compreensão e cooperação. Quando a confiança existe,ou se a confiança é estabelecida, a participação das partes en-volvidas pode ser uma boa maneira de criar confiança em ou-tros grupos, tendo como resultado mais cooperação.

PC-IS.12PC-IS.12PC-IS.12PC-IS.12PC-IS.12 CANAIS DE COMUNICAÇÃOCANAIS DE COMUNICAÇÃOCANAIS DE COMUNICAÇÃOCANAIS DE COMUNICAÇÃOCANAIS DE COMUNICAÇÃO

Canais de comunicação podem ser usados para transmitirinformação, em massa ou voltada para públicos específicos. Va-riados públicos usam e confiam em vários canais, e o tipo deinformação deve ser apropriado tanto para o canal usado quan-to para o público alvo. Independentemente da natureza da emer-gência, distintos meio de comunicação devem, portanto, estardisponíveis, desde linhas de telefone fixas, celulares, e-mails emensagens para TV e estações de rádio.

A mídia de notícias pode ter um papel determinante emtodas as fases de uma emergência. Não somente é o canal deinformação mais importante para o público em geral, que co-munica com os diversos públicos, como também pode agir comoum “defensor” da sociedade monitorando a reação à emergên-cia. A mídia de notícias serve também como um canal de comu-nicação para o público tanto no momento de uma emergênciaquanto mais tarde, por exemplo, durante a limpeza de um localcontaminado.

Numa emergência, a utilização da mídia local pode ser amaneira mais eficaz de comunicar com a população local. Várioscanais de comunicação também devem ser considerados; por

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exemplo, mensagens podem ser destinadas aos jovens atravésda internet e da mídia social.

Os vários graus de controle dos PIO/Equipe em relaçãoaos diversos canais de comunicação são apresentados no Qua-dro 9.

QUADRO 9. CONTROLE DOS CANAIS DECOMUNICAÇÃO PELO PIO/EQUIPE

PC-IS.13 FERRAMENTAS DE COMUNICAÇÃOPC-IS.13 FERRAMENTAS DE COMUNICAÇÃOPC-IS.13 FERRAMENTAS DE COMUNICAÇÃOPC-IS.13 FERRAMENTAS DE COMUNICAÇÃOPC-IS.13 FERRAMENTAS DE COMUNICAÇÃO

Orientações sobre a estruturação de um comunicadode imprensa

Embora a mídia de notícias possa ter várias funções espe-cíficas em diversos países e regiões, durante emergências, elapode ser um meio muito valioso de comunicação da informaçãopara o público relativa à saúde e segurança. Não somente umcomunicado de imprensa bem escrito ajuda os jornalistas a de-sempenharem esse papel, como também terá uma chancemelhor de ser usado, se divulgar a informação que satisfaz assuas necessidades. Isso significa que um comunicado de im-prensa deve seguir um padrão de registro da notícia para que asnotícias mais importantes relativas à saúde e segurança venham

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em primeiro lugar e que depois venham os detalhes suplemen-tares.

O comunicado de imprensa deve conter a data de publica-ção, a localização da organização que emite o comunicado deimprensa, as pessoas de contato e detalhes do contato. O pri-meiro parágrafo sempre contém o tema mais importante, ondea “notícia” deve ser declarada. Parágrafos subsequentes devemexplicar ou elaborar em linguagem simples a respeito do temaprincipal com detalhes suficientes para garantir que a notíciaseja compreensível para um público leitor não técnico. Modelosde comunicados de imprensa são apresentados no Apêndice I.

Para a mídia impressa, quando for possível, personalizar ainformação, ou seja, citar o porta-voz ou o agente responsávelcomo aquele que está informando a “notícia”, a citação a torna-rá mais interessante para o leitor. Um comunicado de imprensadeve ser o mais breve possível: normalmente uma página, nomáximo duas.

Os profissionais da comunicação envolvidos em questõesnucleares em geral preferem a forma escrita de comunicação,pois é possível moldar e guiar a mensagem para dar detalhesprecisos. Todavia, não é necessariamente o melhor método decomunicação com o público, e encoraja-se também o uso dacomunicação direta verbal durante emergências.

Uma boa prática é manter amostras de comunicados deimprensa de boa qualidade sobre vários temas. Podem dar al-gumas ideias para a elaboração de um comunicado de impren-sa.

Atualizações de imprensa periódicas

Um procedimento alternativo ou complementar para ocomunicado de imprensa tradicional pode ser usado durante umaemergência de radiação de longa duração. À medida que umaemergência evolui, o PIO deve julgar apropriado passar infor-mação conforme ela chega, ou num horário frequente pré-de-terminado, na forma de uma atualização periódica. Esse forma-

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to segue a forma e o estilo de um comunicado de imprensatradicional, mas oferece atualizações de texto que descrevemdesenvolvimentos específicos conforme a informação relativa àemergência fica disponível. Há um exemplo no Apêndice I.

Atualizações periódicas são emitidas regularmente de umamaneira cumulativa (a mensagem mais recente no topo, men-sagens mais antigas abaixo) num site da rede voltado para aemergência de radiação para que a informação seja atual e ra-pidamente accessível.

Todas as comunicações devem ser registradas num PIC e/ou EOC.

Site de emergência da internet criado para essepropósito

Criar um site de emergência para esse fim claramenteevidenciado pelo site principal da organização pode ajudar agarantir que o maior público possível da internet seja informadodurante uma emergência de radiação. O aumento da demandaque se segue a uma emergência de larga escala vai ser devas-tador para a maioria dos servidores. O aumento da capacidadedeve ser configurado para lidar com as demandas de largura debanda que são no mínimo cinquenta vezes superiores do que amédia normal. Acordos de recepção externa podem ofereceruma capacidade eficaz em termos de custo e instantânea parareceber as páginas de emergência. Uma forma de garantir dis-ponibilidade constante de informação através da internet caso acapacidade do site ficar excessivamente sobrecarregada ou fa-lhar é fornecer as mesmas atualizações através da mídia social.

Esse site criado com esse fim deve ser facilmente atuali-zado e a capacidade de editar deve ser compartilhada commembros apropriados da equipe de comunicações. É fundamentalque o site tenha a capacidade de ser atualizado e modificado apartir de um local remoto caso os recursos no local não sejamdisponíveis. Também deve ser fácil postar imagens, vídeo ehiperlinks para que todos os tipos de dados relevantes (por ex.mapas, diagramas das instalações, fotografias relevantes) sobre

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a emergência de radiação fiquem acessíveis para o público emgeral. Características úteis adicionais para um site voltado para aemergência incluem capacidades de alimentação da internet(como RSS)7 dispositivos de leitura fácil para aparelhos móveis,e concepção de largura de banda baixa para uso onde os recur-sos de internet venham a ser limitados. Um minisite de emer-gência de recepção externa pode satisfazer essas necessidades.Como exemplo, uma captura de tela do Registro de Alerta daIAEA usada durante a reação ao acidente da Usina Nuclear daTEPCO de Fukushima-Daiichi é apresentada no Apêndice I.

Boletins de Imprensa

O PIO tem a função de organizar um boletim de imprensae é responsável pela obtenção da aprovação do IC e da gestãosênior para a sua realização. Um boletim de imprensa deve serconsiderado quando há informação significativa que deve sercomunicada sobre a emergência à mídia e ao público em geral.

O boletim de imprensa deve ser moderado tanto pelo PIOresponsável ou pelo porta-voz. Os especialistas técnicos quepodem responder às perguntas relativas à sua especialidadedevem ficar disponíveis durante a difusão do boletim para darinformação e responder às questões colocadas pela mídia.

Antes do boletim da mídia, todos os apresentadores de-vem discutir os papéis e as responsabilidades e determinar quemvai responder perguntas específicas. Todos os esforços devemser feitos para garantir que as mensagens sejam unificadas en-tre todos os apresentadores antes do começo do boletim deimprensa, e os PIOs e/ou o porta-voz devem realizar uma pre-paração adequada para garantir que a informação transmitidaseja clara e coerente.

7 - RSS corresponde a “Publicação em Cadeia Realmente Simples” ou “ResumoRico do Site”. RSS é uma maneira de permitir que os usuários de internetrecebam títulos de notícias e atualizações no seu browser ou aplicativo móvelde sites selecionados assim que são publicados.

(ref: http://dictionary.reference.com/browse/rss)

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Se os apresentadores do boletim de imprensa não pude-rem estar presentes pessoalmente, um encontro preparatóriopode ser feito por teleconferência. Os apresentadores devemdispor do máximo treinamento possível sobre perguntas quesão esperadas da mídia. O PIO e/ou porta-voz também deveajudar os especialistas técnicos na preparação de respostas con-cisas e não técnicas.

Depois que o boletim começa, todos os apresentadores(nomes, títulos, organizações) devem ser identificados para amídia. O moderador deve introduzir brevemente cada apresen-tador e a sua área de especialidade e estabelecer uma quanti-dade de tempo destinada ao boletim. O moderador tambémpode dar um breve resumo dos detalhes da emergência de ra-diação até o momento. Depois dessa introdução, cada apresen-tador deve fazer uma breve declaração, depois da qual o mode-rador pedirá as perguntas da mídia (sessão de perguntas e res-postas).

Na sessão de perguntas e respostas, o moderador devepedir a cada membro da mídia que identifique o seu nome eafiliação na mídia antes de fazer a pergunta. O moderador con-duzirá o boletim ao seu término.

O PIO deve providenciar todos os preparativos relativos àorganização da sala de emissão do boletim, sistema de som,acesso de telefone, gravação de vídeo e/ou áudio, o intérpretede idiomas (se necessário). Pode ser útil providenciar um acessode áudio através de discagem direta para jornalistas que nãopodem estar presentes fisicamente na emissão do boletim.

A sala de conferência de imprensa deve ser separada daSala de Operações (EOC) para garantir que não haja interferên-cia na verdadeira operação de reação à emergência. Entretanto,quando for possível o EOC deve ficar visível para a sala de im-prensa.

Os membros da mídia devem ser notificados bem anteci-padamente sobre o boletim por um conselheiro de mídia, que

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

deve ser preparado e aprovado obedecendo ao mesmo proces-so de um comunicado de imprensa.

O boletim deve ser gravado por áudio e/ou vídeo (se pos-sível) para que haja um registro literal dos procedimentos. Umresumo dos pontos essenciais pode ser preparado, na forma deum comunicado de imprensa, para ser emitido depois do bole-tim.

Mídia social

O termo mídia social se aplica à internet e a aplicativosmóveis usados essencialmente para diálogos, compartilhar con-teúdos e discussões. A mídia social é diferente da mídia maistradicional no sentido de atingir um público mais vasto em mui-tas regiões. A mídia social pode desencadear reações públicasimediatas, organizadas e em larga escala, requer um investi-mento financeiro muito pequeno para ser instaurada, e pode seracessada e atualizada quase instantaneamente. Em contrapartida,os custos de recursos humanos para manter relações eficazes eafinal benéficas com o público através da mídia social são tãograndes quanto o investimento existente no pessoal de comuni-cação para o público. Numa emergência, a atividade do públicopode ser ampliada 100 vezes ou mais. Monitorar, reagir e con-duzir o diálogo de mídia social requer uma equipe dedicada, umconjunto claro de orientações editoriais para manter a modera-ção e proteger a livre expressão, e experiência anterior na ges-tão da abrangência da mídia social.

Para fins desta publicação, as aplicações da mídia socialreferem-se a instrumentos da internet e móveis tais como blogs,podcasts, sites de redes sociais, e outras aplicações de comuni-cações relevantes.

A mídia social permite comunicação instantânea e diretanos dois sentidos entre pessoas e organizações. A diferença es-sencial entre o site de uma organização e a plataforma da mídiasocial é que a mídia social permite que o seu público reaja eresponda à informação que é fornecida. Uma amostra de como

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a IAEA usou a mídia social numa reação à emergência é apre-sentada no Apêndice I.

O modelo de comunicações da mídia social de duas viastem benefícios e riscos para uma organização. É fortemente re-comendável que a organização faça uma análise completa des-ses benefícios e riscos antes de introduzir uma estratégia demídia social. Antes de criar uma presença de mídia social, umaorganização deve estabelecer:

o Uma estratégia clara e coerente de acordo comos tipos de informação a fornecer;

o Responsabilidade e designação de tarefas paraatualizar e manter as produções de mídia social; e

o Regras de comprometimento de como respondere reagir a comentários do público em geral.

Além disso, recomenda-se fortemente que uma organiza-ção não proceda à criação de uma nova mídia social duranteuma emergência de radiação. Uma equipe de comunicações deveter experiência no uso das ferramentas da mídia social duranteoperações normais que devem ser preparadas para um aumen-to na atividade e reação que pode surgir durante uma emergên-cia de radiação de larga escala.

Comentários pelo público podem se tornar possíveis porum recurso da mídia social, mas deve ser monitorado de pertocotidianamente. Comentários devem ser enviados para o res-ponsável do recurso da mídia social. No interesse da transparên-cia, seria vantajoso instaurar um conjunto de orientações que opúblico deve seguir ao reagir a comentários. Como possível guia,temos como exemplo: “Postagens racistas, abusivas ou amea-çadoras não são aceitáveis e serão eliminadas por nossos mode-radores. O nosso objetivo é responder a todas as queixas/ co-mentários legítimos assim que possível.”

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

Linha direta

O público em geral solicita informação de organizaçõessobre radiação, efeitos na saúde, etc. Para responder a essasperguntas, é necessário abrir uma linha direta de aconselhamentorelativo à saúde e/ou uma linha direta de aconselhamento emgeral sobre a emergência de radiação para ofereceraconselhamento relativo à saúde e difundir informação correta.Deve haver um maior número do staff e das linhas telefônicaspara evitar que se sobrecarreguem muito na fase inicial da emer-gência.

Convém dar informação comum em sites oficiais comoPerguntas Frequentes (FAQ), pois muitas perguntas e indaga-ções se repetem.

É provável que uma linha direta de aconselhamento rela-tivo à saúde receba comentários e feedback sobre a gestão daemergência, chamadas hostis/ofensivas, e sugestões de conse-lhos do público e de pessoas que se autodesignam como espe-cialistas. Da mesma forma, a equipe médica (por ex. médicosclínicos, dentistas, enfermeiras, etc.) pode ligar para uma linhadireta para perguntar se é seguro tratar ou receber pacientesque foram evacuados do local de uma emergência de radiação.

Exemplos de FAQs recebidas de linha direta no casode um acidente numa usina nuclear

o Explique, por favor, o significado dos valoresnuméricos divulgados pela mídia.

o Que tipos de ações devem ser realizadaspara descontaminar materiais radioativos?Podem ser levados para casa?

o Estou grávida. A radiação vai me afetar?

o Vivo numa cidade a 200 km do local do acidente.É melhor deixar de sair? Entendo que o nívelde radiação aumenta. É seguro?

o É seguro receber uma pessoa que foi evacuadado local do acidente?

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o Sigo um tratamento de hipertireoidismo. A águalocal da torneira que contém iodo radioativoterá um efeito ruim na minha saúde?

o Como o iodo radioativo afeta o corpo depoisde ter sido ingerido?

o Preocupo-me mesmo quando substânciasradioativas detectadas em vegetais estão na faixade segurança da norma. Há algum efeito emmulheres grávidas ou em crianças?

o A mídia está noticiando que os alimentosforam contaminados por radiação. Há precauçõesque deveríamos tomar ao comer vegetaise outros alimentos?

o Ouvi que substâncias radioativas foramdetectadas na água da torneira, mas eu bebi semsaber disso. Está tudo bem comigo? Posso usarágua para tomar banho, fazer gargarejo, escovaros meus dentes, etc.?

o Posso abrir a janela?

o Gostaria de ter uma avaliação de exposição àradiação (exame de detecção de contaminaçãopor imagem, avaliação de radioatividadeno corpo inteiro). Onde posso fazer isso?

Uma equipe bem treinada deve estar prontamente dispo-nível para responder as ligações e oferecer a informação requi-sitada ou dizer como encontrá-la. A equipe da linha direta deveser preparada para dar informação precisa e clara sobre varia-dos temas relativos à emergência. Abaixo estão os temas quepodem provavelmente ser de interesse geral durante uma emer-gência de radiação de grande escala.

Temas possíveis de interesse durante umaemergência de radiação de larga escala

o Medidas de segurança de radiação.

o Condições de evacuação.

o Condições da instalação e/ou do materialradioativo.

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o Restrições de viagem.

o Impacto ambiental.

o Propostas de assistência.

Uma mensagem pré-gravada na linha direta pode dar aosque ligam informação imediata e filtrar o número de pessoasque vão precisar de assistência pessoal. A informação deve in-cluir as ações de proteção e as instruções mais atualizadas.

Gestão das reações do público

Questões relativas à saúde e ao meio ambiente proveni-entes das emergências de radiação podem provocar fortes emo-ções, inclusive raiva e hostilidade. Para lidar com essas reaçõesde forma eficaz, os PIOs devem lembrar que:

o Dirige-se em geral a hostilidade aos comunicadorescomo representantes de uma organização/governo, e não a elescomo indivíduos; eo Lidar de forma ineficaz com a hostilidade pode

afetar a confiança e a credibilidade.

É necessário reconhecer a existência da hostilidade, con-trolar a apreensão, ouvir e estar preparado. É melhor planejar,preparar e praticar a apresentação das questões. Os PIOs preci-sam antever as questões e respostas, e transmitir empatia ecuidado. Devem ser capazes de reconhecer a frustração daspessoas, ouvi-las e responder as suas perguntas cuidadosamen-te. Em geral, estabelecer confiança entre as partes, mostrar aber-tura e honestidade, comunicar informação oportuna e ter umbom registro de relações passadas, tudo isso serve para enfren-tar a hostilidade.

Monitoramento da mídia

Durante uma emergência, o monitoramento da mídia ede outras fontes (sites de internet não ligados a notícias, gruposde defesa, outras agências governamentais, blogs e outras mídiasnovas) para que a informação seja divulgada é imprescindível.

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Isso pode ser usado não somente para avaliar a eficácia dosesforços de comunicação e a percepção da mídia das mensa-gens relativas à emergência, mas também para detectar quais-quer rumores ou informação falsa que pode estar circulandosobre a emergência.

PC-IS.14 RUMORES E CONTROLE DOSPC-IS.14 RUMORES E CONTROLE DOSPC-IS.14 RUMORES E CONTROLE DOSPC-IS.14 RUMORES E CONTROLE DOSPC-IS.14 RUMORES E CONTROLE DOSRUMORESRUMORESRUMORESRUMORESRUMORES

É importante monitorar e obter informação sobre rumoresna mídia ou de domínio público. Isso pode ser na forma de umasimples lista de rastreamento. Dependendo da dimensão daemergência, estabelecer um centro de controle de um rumorpode ser necessário. Esse centro pode se situar dentro do PIC(ver Seção 2.2.).

Quanto maior a dimensão da emergência, mais numero-sas são as fontes de informação. Os PIOs devem saber o que asoutras fontes estão dizendo sobre a emergência, por três ra-zões:

o Outras fontes podem ter mais informação impor-tante e valiosa.o Outras fontes podem estar noticiando coisas de

forma imprecisa. Quanto mais tempo essas notícias imprecisasperdurarem, mais serão repetidas e admitidas como verdadei-ras.o Se outras fontes estiverem noticiando aspectos da

emergência e a sua organização for incapaz de abordá-las quan-do perguntarem, você parecerá incompetente, afetará a confi-ança da população negativamente e a eficácia da comunicação.

Rumores aparecem quando um grupo tenta dar sentido auma situação ambígua, incerta ou caótica. Os rumores podemse espalhar através da mídia de massa, pela internet, por comu-nicação oral e através de pessoas que podem transmiti-los parainúmeras pessoas. Os rumores se espalharão dependendo dasua força de atração, da incerteza da situação, da falta de infor-mação, e da existência de um grupo social coeso. Com certas

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estratégias o começo de um rumor pode ser evitado, com ou-tras a credibilidade de um rumor pode diminuir ou evitar que seespalhe. Transmitir informação clara e transparente para o pú-blico é essencial.

Embora não haja receita para lutar contra rumores, há al-gumas orientações:o Continuar a dar informação frequente

e completa para o público.o Se necessário, organizar um centro de controle

do rumor, para detectar, acompanhar, ereagir aos rumores.

o Os PIOs devem ser treinados para lidar comos rumores. Levar em conta que rumores são maisdevastadores para a sua organização.Estudar rumores semelhantes.

o Construir relações sólidas e positivas com opúblico para que os rumores possam sercolocados em questão quando não rejeitados.

o Ter certeza de que há boa comunicação internadentro da sua organização, para que ela próprianão seja um campo fértil para o aumentode rumores.

Para corrigir de melhor forma e opor-se aos rumores, re-comenda-se reiterar os fatos através da disseminação de men-sagem oficial em vez de simplesmente rejeitar os rumores.Mesmo o fato de reconhecer e mencionar um rumor pode fazercom que ele se espalhe. O controle do rumor deve começarassim que possível porque se torna mais difícil controlar umrumor à medida que ele vai se espalhando. Quanto mais pesso-as ouvirem um rumor, será mais provável que acreditem nele.Um rumor será negligenciado somente se for inofensivo ou seacreditarem que vai se dissipar sozinho.

Alarmes falsos

Um alarme falso – uma situação quando um alerta sobreum certo perigo é feito sendo que nada de fato aconteceu –

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pode apresentar um problema significativo na comunicação derisco. Pode causar medo desnecessário, levar recursos para umlugar onde não são necessários e provavelmente desviar pesso-as responsáveis pela reação de emergências legítimas. Com otempo, alarmes falsos repetidos numa certa área pode fazercom que as pessoas comecem a ignorar todos os alarmes, sa-bendo que pode ser falso. Dito de forma simples, quanto maisalarmes falsos, menor será o número de pessoas que confiarãonas organizações de risco e em suas comunicações. Asconsequências podem ser sérias para as questões relativas àradiação, pois a consideração dos alertas é de extrema impor-tância para a sobrevivência.

Alarmes falsos ocorrem por diversas razões: rumores, en-ganos e erros de diversos tipos (por ex., lapsos, mal-entendidosou estimativas erradas), mudanças no desenvolvimento da emer-gência e equipamento de monitoramento extremamente sensí-vel.

Para evitar sérias consequências decorrentes de alarmesfalsos, eles devem ser reconhecidos assim que possível e a rea-ção deve vir imediatamente, incluindo informação sobre a ver-dadeira situação e razões que explicam o alarme desnecessário.

PC-IS.15. DESENVOLVER RELAÇÕES COM APC-IS.15. DESENVOLVER RELAÇÕES COM APC-IS.15. DESENVOLVER RELAÇÕES COM APC-IS.15. DESENVOLVER RELAÇÕES COM APC-IS.15. DESENVOLVER RELAÇÕES COM AMÍDIAMÍDIAMÍDIAMÍDIAMÍDIA

Dada a natureza de desenvolvimento acelerado de umaemergência radioativa, é importante manter relações bem cons-tituídas com os principais canais de mídia já existentes. Isso sig-nifica ter as coordenadas de contato com a mídia, e certificar-sede que eles também tenham acesso às suas coordenadas.

Para promover uma cobertura precisa e justa da emer-gência, deve existir um relacionamento baseado num certo graude contato pessoal antes que ela ocorra. Nesse sentido, podeser útil programar reuniões anteriores com o pessoal da mídia(editores que permanecerão na sala de imprensa, assim como

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repórteres que estarão fora, em contato com a realidade nacobertura dos eventos). Entretanto, tenha consciência m menteque o seu trabalho é noticiar o que está acontecendo e que amídia precisa trabalhar com prazos apertados. Assim, pode sermelhor visitá-los a fim de estabelecer bons contatos pessoais.Despender alguma verba nessa situação pode ser um investi-mento valioso. Dado que as emergências radioativas geralmen-te são incomuns, pode ser útil manter esses contatos através dereuniões periódicas, e-mails ou telefonemas. A rotatividade deprofissionais no campo jornalístico também é bastante frequen-te, portanto, construir e manter essas relações deve ser um ob-jetivo constante.

Mesmo que o estabelecimento de relações de trabalhoanteriores seja uma atitude essencial positiva, é impossível con-seguir isso com todos os canais de mídia que poderão cobrir aemergência. Deve ser estabelecida uma lista de prioridades ba-seada no índice de suas audiências (tal como com os maiorescanais de televisão, e os serviços de TV a cabo) e em comodemonstram responsabilidade em circunstâncias normais.

Os meios de comunicação de massa constituem um canalútil para a comunicação de informações relativas a emergênciaspara diversos tipos de público. Pode-se selecionar um meio decomunicação específico para atingir certos públicos em funçãode sua importância ou localização. É preciso saber, entretanto,que o meio de comunicação não transmite informações somen-te de forma direta; ele determina o que deve ser noticiado deacordo com sua própria programação. O negócio da mídia évender notícias para gerar lucros e isso influencia fortementecomo e o quê ela noticia. Ela também se vê como a voz dopúblico – elegendo preocupações que são de interesse público.No decorrer da fase inicial de uma emergência, geralmente amídia tem mais propensão a noticiar fatos incontestáveis. Pas-sado algum tempo, entretanto, isso pode mudar à medida que amídia se torna mais investigativa em sua cobertura e em suaavaliação da reação à emergência, com frequência aumentandoas preocupações ou situações expressas pelo público ou por outrosgrupos de interesse. A velocidade com que ocorre essa mudan-ça pode depender da gravidade da emergência, mas isso tam-

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bém é muito influenciado pelo grau geral de confiança ecredibilidade observada na organização da reação antes e du-rante a emergência. Antes de acontecer uma emergência, amídia também pode ser usada como parte de um esforço geralna construção da consciência e conhecimento público sobre ques-tões de segurança radioativa e medidas de reação de emergên-cia. Talvez também haja a possibilidade de engajar a mídia, atra-vés de conferências, eventos, excursões e exercícios de simula-ção para incrementar seu conhecimento do tema antes do acon-tecimento de uma emergência.

As organizações devem se esforçar para construir relaçõespositivas com a mídia antes da ocorrência de uma emergência.Se a mídia nunca ouviu falar de uma organização ou se ela éconsiderada como uma fonte difícil de informações, os jornalis-tas podem dirigir-se para outro lugar para buscar informaçõesdurante uma emergência. Conservar-se acessível para a mídia,prover respostas apropriadas e ser abertos e honestos nas rela-ções com a mídia cotidiana requer um longo caminho até queuma organização se consolide na condição de bom relaciona-mento com a mídia. Relações proativas com a mídia – manten-do porta-vozes efetivos e bem informados, disponíveis para en-trevistas acerca de diversos tópicos chave na mídia (jornalistasnas áreas de ciência, saúde e meio ambiente) – também podeajudar a consolidar relações positivas.

Para satisfazer as demandas da mídia de imagens duranteuma emergência, os PIOs devem pensar na produção de fotosimpressas de qualidade e sequências de vídeos de boa qualida-de que podem ser úteis para visualizar o que está acontecendo.Se isso não é factível ou possível, deve-se pensar em um poolde mídias durante uma emergência, onde se permite o acessode um pequeno número de câmeras para filmar, mas devendocompartilhar as cenas ou fotos com todos os jornalistas.

Quanto mais significativa for a emergência, mais constan-te deve ser a cobertura de notícias. Se os agentes de reação àemergência não comunicarem por qualquer período de tempo,mesmo que seja por meia hora numa crise de larga escala, ademanda da mídia de notícias 24 horas por dia e sete dias por

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semana fará com que preencham esse vácuo com qualquer in-formação que obtiverem de outras fontes, comentaristas pre-sentes no local, entrevistas sobre as reações individuais, novosdados (rumores ou outras coisas), críticas, etc. essa informaçãopode ou não ser precisa e pode também desestabilizar os obje-tivos da reação. Portanto, os PIOs devem propor atualizaçõesregulares, mesmo que às vezes isso signifique a inexistência denovos desenvolvimentos. Isso é particularmente importante nodecorrer da fase inicial da reação à emergência. É por essa razãoque as seguintes instruções devem ser seguidas:

o O processo de planejamento de emergênciasprecisa incluir considerações especiais a respeitodas relações com a mídia.

o Determinar os públicos de uma mídia emparticular e suas preferências, para que duranteuma emergência seja utilizada a difusão maiseficaz. Deve-se estar atento ao fato de quea rede de comunicação social também impulsiona o processo de alarme.

o Esteja preparado para diferentes demandase interesses das mídias locais, regionais, nacionaise internacionais; a primeira delas buscaráinformações específicas e práticas para aspopulações locais, enquanto que a última focaráa satisfação de amplos interesses globais.

PC-IS.16. TREINAR A MÍDIA PARA A REAÇÃOPC-IS.16. TREINAR A MÍDIA PARA A REAÇÃOPC-IS.16. TREINAR A MÍDIA PARA A REAÇÃOPC-IS.16. TREINAR A MÍDIA PARA A REAÇÃOPC-IS.16. TREINAR A MÍDIA PARA A REAÇÃOA UMA EMERGÊNCIA DE RADIAÇÃOA UMA EMERGÊNCIA DE RADIAÇÃOA UMA EMERGÊNCIA DE RADIAÇÃOA UMA EMERGÊNCIA DE RADIAÇÃOA UMA EMERGÊNCIA DE RADIAÇÃO

O treinamento da mídia é importante, uma vez que habi-tualmente ela reconhece a necessidade de estabelecer os fatos.A mídia também pode admitir que o seu pessoal corre perigoao cobrir uma emergência radioativa. O estabelecimento de re-lações com a mídia antes disso deve incluir a proposta de umtreinamento factual sobre emergências radioativas. Esse treina-mento pode ser oferecido em um lugar e com uma programa-

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ção que seja da forma mais conveniente para os canais de mídia.A informação oferecida nessas sessões de treinamento deve sersimples, compreensível para pessoas não técnicas e relevantepara o da mídia de notícias. Por exemplo, a mídia desejará sabera respeito da segurança de acesso ao local de uma emergência,ou que tipos de proteção de segurança pessoal podem ser ne-cessários além da compreensão da radiação básica presente nasituação.

Essas sessões de treinamento devem prover materiais úteisaos quais os editores podem referir-se em uma emergência, ouque os jornalistas podem levar consigo até a situação que de-vem cobrir. Esse material deve ser conciso e relevante, por exem-plo, pequenos guias de bolso ou cartões de orientação rápida debolso. Deve incluir informações de contato de autoridades res-ponsáveis por reações de emergência, especialmente os PIOs.

Em razão da frequente rotatividade de emprego na maio-ria dos canais de mídia, o treinamento deve ser oferecido perio-dicamente, para manter um bom contato. Quando possível, amídia deve ser convidada para participar nos exercícios de emer-gência. Muitos canais de mídia tendem a recusar tais convites,afirmando a necessidade de ser independentes das organiza-ções sobre as quais estão noticiando. Pode ajudar apontar o fatode que os exercícios podem ajudá-los a preparar-se para a co-bertura de uma emergência que o seu pessoal precisará notici-ar.

Além das autoridades, os operadores também devem or-ganizar reuniões regulares com a mídia que cobre suas usinasdiariamente, os meios de comunicação que cobrem a usina du-rante uma emergência, e as mídias que têm interesse nessestreinamentos. O propósito dessas reuniões é familiarizar a mídiacom as seguintes questões:o Condição atual dos serviços e atividades

envolvendo fontes de radiação ionizante.o Conhecimentos básicos sobre as operações

nucleares.o Visão geral sobre questões da indústria nuclear.

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

o Conhecimentos básicos sobre radiação.

o Planejamento de emergência e instalaçõesde reação.

o Exercícios de emergência.

o Pontos de contato durante uma emergência.

o Coordenação entre agências de reação.

PC-IS.17 BOAS PRÁTICAS PARA OS PIOsPC-IS.17 BOAS PRÁTICAS PARA OS PIOsPC-IS.17 BOAS PRÁTICAS PARA OS PIOsPC-IS.17 BOAS PRÁTICAS PARA OS PIOsPC-IS.17 BOAS PRÁTICAS PARA OS PIOs

Compreender e respeitar as emoções de seus públicosCompreender e respeitar as emoções de seus públicosCompreender e respeitar as emoções de seus públicosCompreender e respeitar as emoções de seus públicosCompreender e respeitar as emoções de seus públicos

Ao se dirigirem ao público, os comunicadores precisamser sensíveis em relação a ele e reconhecer suas preocupações.Eles devem compreender os fatores de percepção de risco es-pecíficos que alimentam as suas preocupações. Quanto mais umasituação for considerada ameaçadora; mais vital será, pois mu-danças químicas no cérebro emergerão na forma de stress, pre-judicando a habilidade cognitiva. O impacto emocional da emer-gência tem um papel importante na forma como ela é percebi-da.

Ser honesto e abertoSer honesto e abertoSer honesto e abertoSer honesto e abertoSer honesto e aberto

Os comunicadores devem ser francos com a informação,disponibilizando-a o máximo possível, o mais cedo possível. Casoalguma informação não possa ser liberada, como pode aconte-cer em atos de terrorismo, eles devem explicar as razões pelasquais ela teve que ser limitada. Ser honesto e aberto significanão somente ser franco no que se diz, mas também ser acessí-vel em relação à informação. Isso ajuda a manter um relaciona-mento de confiança entre a organização de reação e o público.

Dar às pessoas coisas que possam fazerDar às pessoas coisas que possam fazerDar às pessoas coisas que possam fazerDar às pessoas coisas que possam fazerDar às pessoas coisas que possam fazer

As comunicações devem empenhar-se para oferecer aopúblico uma sensação de controle em relação ao seu própriobem-estar. Lembrando que a percepção pública do risco decres-

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ce quando existe controle sobre o risco, os procedimentos dereação à emergência devem incluir atitudes que o público podetomar, tais como lugares aos quais o público pode se dirigir paraserem tratados, passos físicos concretos que o público pode darpara proteger-se (abrigos no local, comprimidos de iodo, evacu-ação), ou meios através dos quais as pessoas podem obter maisinformação e ficar informadas sobre o desenvolvimento dos acon-tecimentos. Mensagens devem enfatizar esse tipo de opções deiniciativa quando for possível.

Evitar afirmações absolutasEvitar afirmações absolutasEvitar afirmações absolutasEvitar afirmações absolutasEvitar afirmações absolutas

Organizações de comando e controle, como organizaçõesde reação a emergências, frequentemente consideram que pre-cisam demonstrar controle posicionando as coisas de modo re-soluto, tal como “temos a situação sob controle” ou “está segu-ro”. Tais afirmações absolutas podem produzir problemas se asrecomendações ou avaliações mudam à medida que a emer-gência evolui. Será importante oferecer mensagens que permi-tam mudanças de acordo com as necessidades das circunstânci-as.

Admitir a incertezaAdmitir a incertezaAdmitir a incertezaAdmitir a incertezaAdmitir a incerteza

Se os comunicadores não sabem algo, eles devem dizerisso, em vez de alegarem que sabem e somente mais tarde sedescobrirá que foram desonestos. Demonstrar honestidade re-conhecendo a incerteza, na realidade cria confiança, o que podecompensar qualquer dúvida que esse tipo de alegação normal-mente pode causar.

Comparações de risco são arriscadasComparações de risco são arriscadasComparações de risco são arriscadasComparações de risco são arriscadasComparações de risco são arriscadas

Como os riscos dão margem a distintas reações emocio-nais e consequentemente modelam a forma como são percebi-dos, comparar um perigo com outro pode não ser útil e pode naverdade desmoralizar a credibilidade do comunicador. Esse é ocaso específico quando os riscos são comparados somente emtermos estatísticos, e não através de sua similaridade aparente.

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

Assim, comparar o risco de câncer de uma pessoa exposta du-rante uma emergência ao mesmo risco no caso de um trabalha-dor em radiação será melhor do que compará-lo ao risco decâncer derivado do uso de tabaco.

Ser cuidadoso com o uso dos númerosSer cuidadoso com o uso dos númerosSer cuidadoso com o uso dos númerosSer cuidadoso com o uso dos númerosSer cuidadoso com o uso dos números

Dado que as percepções de risco são alimentadas por sen-timentos tanto quanto por fatos, utilizar somente fatos (estatís-ticas e números) ignora e desconsidera como as pessoas se sen-tem. Pesquisas demonstraram que mesmo pessoas com bomgrau de instrução frequentemente não compreendem números.E para cada estatística em que existir alguma chance de ocor-rência de risco, haverá pessoas que se incluirão no grupo quesofrerá as consequências. A informação numérica pode ser usa-da, mas deve ser colocada de modo simples e claro. Deveria serutilizada somente como um recurso para a descrição do risco,como uma ferramenta para ajudar as pessoas a avaliarem orisco por si mesmas em vez de ser vista como algo definitivo.

Prever a indignaçãoPrever a indignaçãoPrever a indignaçãoPrever a indignaçãoPrever a indignação

Quando um perigo cria uma sensação de indignação pú-blica, ele será visto como inaceitável e percebido como um riscosuperior ao próprio perigo. No caso das emergências radioati-vas, a possibilidade de indignação pública é real. Os PIOs de-vem estar preparados para tratar a emergência em si, mas tam-bém devem prestar atenção aos sentimentos do público emrelação a como e o que é dito.

Não demorar: a importância de enquadrarNão demorar: a importância de enquadrarNão demorar: a importância de enquadrarNão demorar: a importância de enquadrarNão demorar: a importância de enquadrar

As primeiras impressões sobre uma situação são vitais paratodas as percepções que se seguirão a ela. Os PIOs devem to-mar a iniciativa de enquadrar o que as pessoas sabem sobre oevento ou risco, essencialmente delineando a primeira imagemda circunstância na mente das pessoas, visto que esse será oenquadre de referência em relação ao qual toda a informaçãosubsequente será confrontada.

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Nunca dizer “sem comentários”Nunca dizer “sem comentários”Nunca dizer “sem comentários”Nunca dizer “sem comentários”Nunca dizer “sem comentários”

O centro de uma crise alarmante não é a ocasião em quese deve dizer “sem comentários”. “Sem comentários” não deveser usado praticamente nunca por um comunicador de risco. Afrase sugere uma falta de sinceridade, transmite um sentido demistério e implica que se sabe algo que ainda não se pode ounão se tem a permissão de compartilhar com o público, criandoceticismo e desconfiança.

PC-IS.18 COMUNICAR A RESPEITO DE AÇÕESPC-IS.18 COMUNICAR A RESPEITO DE AÇÕESPC-IS.18 COMUNICAR A RESPEITO DE AÇÕESPC-IS.18 COMUNICAR A RESPEITO DE AÇÕESPC-IS.18 COMUNICAR A RESPEITO DE AÇÕESDE PROTEÇÃO DE LONGO PRAZODE PROTEÇÃO DE LONGO PRAZODE PROTEÇÃO DE LONGO PRAZODE PROTEÇÃO DE LONGO PRAZODE PROTEÇÃO DE LONGO PRAZO

Uma emergência de larga escala envolverá aimplementação de ações de proteção de longo prazo, exigindoesforços contínuos em comunicações dirigidas ao público.

Quando for possível, as informações sobre os riscos radio-ativos devem ser comunicadas por uma autoridade fidedigna,mesmo que mais de uma esteja envolvida. Uma reação envol-vendo várias agências com um porta-voz especialista em riscospode dar clareza ao andamento das comunicações com o públi-co.

Os seguintes fatores necessitam ser incluídos nas comuni-cações referentes a ações de proteção de longo prazo:

o Descrição das possíveis formas pelas quais aspessoas podem ser expostas à radiação derivadade contaminação residual e todas as ações deproteção necessárias.

o Estimativas a respeito das doses de radiaçãopara as pessoas devem ser feitas usando amelhor informação disponível e deve seratualizada regularmente a partir deseu monitoramento.

o Explicar as possíveis implicações de saúderelativas às doses recebidas.

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

o A comparação entre as doses de radiação estima-das com as doses de outras fontes de radiação, radiação naturale as práticas médicas é um exemplo útil.o Explicação clara dos riscos da exposição à radia-

ção, incluindo os riscos de exposição aguda e de longo prazo,numa linguagem direta.o Estratégia de comunicação transparente para a

publicação dos resultados de um programa de monitoramentoeventualmente estabelecido.o Fornecer ao público resultados detalhados dos tes-

tes de radiação monitorados, explicando seu significado em ter-mos de riscos à saúde.o Fornecer informações sobre como o público pode

se proteger assim como as suas famílias.o Fornecer informações a respeito da eficácia das

medidas de limpeza.o Explicação e comunicações claras sobre restrições

relativas a alimentos que podem durar muito mais do que qual-quer outro tipo de ações de proteção, em razão do percursointerno da dose.o Explicação clara acerca de quaisquer considera-

ções específicas relativas ao bem-estar dos animais.

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APÊNDICE I:MODELOS E AMOSTRAS

Comunicação de CriseComunicação de CriseComunicação de CriseComunicação de CriseComunicação de Crise(para uso antes que informações específicas fiquem disponíveis):Data: [data de emissão]..................................................................[Número do comunicado de imprensa].........................................Hora: [horário de emissão] .............................................................

[nome da organização] confirma ter recebido um infor-mativo sobre [natureza do evento]. De acordo com a Informa-ção recebida neste momento, o [evento] ocorreu [hora e local].Os informativos indicam que [alguma informação confirmada arespeito do evento] e que [algumas medidas iniciais] medidasestão sendo tomadas para proteger [o público, socorristas, pro-dutos, comércio, ou especificar como for mais apropriado]. O[especificar o plano como for mais apropriado] plano de emer-gência foi agora ativado [e nós ativamos nosso Centro de Infor-mação Pública].

[Nome da organização] está coordenando agora no localas suas atividades com os responsáveis pela reação e outrasagências envolvidas [especificar como for mais apropriado]. For-neceremos maiores informações tão logo estejam disponíveis.[fornecer detalhes na hora certa sobre qualquer atualização ouinstruções].

Para maiores informações:Nome [nome do contato para a mídia]:Título [título do contato da mídia]:Organização:Telefone:Celular:E-mail:Website:

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

Comunicado de ImprensaComunicado de ImprensaComunicado de ImprensaComunicado de ImprensaComunicado de Imprensa(para uma emergência radioativa para incluir RDDs e emergên-cias de transporte):

Data: [data de emissão] .................................................................[Número do Comunicado de Imprensa].........................................Hora: [Hora de emissão] ................................................................

[Nome da organização] confirma que uma emergênciaocorreu [natureza do evento] que [provavelmente] envolvematerial radioativo. De acordo com a informação recebida nestemomento, a [emergência] ocorreu [hora e local]. Os informati-vos indicam que [qualquer informação confirmada a respeito doevento] e que [quaisquer medidas iniciais] medidas foram to-madas para proteger [o público, socorristas, produtos, comércio,ou especificar como for mais apropriado]. O [especificar o planocomo for mais apropriado] plano de emergência foi agora ativa-do [e nós ativamos nosso Centro de Informação Pública].

O público foi aconselhado a fazer o seguinte:• Não tocar nenhum item possivelmente radioativo [frag-

mento de uma bomba ou qualquer item colhido no local].• Aqueles que deixaram o local sem ser avaliados pelo

[especificar] devem trocar a sua roupa, tomar banho (se possí-vel), lavar as mãos antes de comer e dirigir-se [especificar] paraser avaliado e receber outras informações.

• Qualquer pessoa que tenha transportado alguém (porexemplo, pessoas feridas) precisa dirigir-se para [especificar olugar] para monitoramento individual e monitoramento de veí-culos para contaminação.

[Se houver suspeita de vazamento transportado por viaaérea (especificar, dependendo do local] o público que se situano perímetro de 1 Km [especificar a descrição do local – estra-das, bairros – que sejam compreensíveis para o público] é acon-selhado a:

• Não sair até [especificar quando um vazamento realou possível vai acabar].

• Não beber nem comer nada que possa ter sido conta-minado (por exemplo, vegetais que são cultivados ao ar livre ouágua de chuva) até que sejam dadas outras instruções.

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• Certificar-se de que as crianças não estão brincandona terra.

• Lavar as mãos antes de comer.

• Ficar longe de áreas ou atividades que produzirão po-eira.

• Não se preocupar com aqueles que foram evacuados(eles não são perigosos estando próximos).

• Não se dirigir ao local para ser voluntário ou para aju-dar. Se houver necessidade de ajuda, serão feitos anúncios.

Se houver uma preocupação com a saúde dirigir-se [quandoestiver disponível especificar um lugar fora do hospital local ondeo monitoramento será realizado e perguntas serão respondi-das].

A equipe médica deve ser alertada em relação aos paci-entes que tenham sintomas de exposição à radiação [queima-duras sem causa aparente – a pessoa não se lembra de ter sequeimado].

Se houver qualquer pergunta, por favor, ligar [disponibilizaruma linha direta em que um grande número de chamadas nãovai interferir na reação].

Forneceremos maiores informações, assim que estiver dis-ponível. [Fornecer detalhes sobre horários de quaisquer atuali-zações ou comunicados].

Para maiores informações:Nome [nome do contato para a mídia]:Título [título do contato da mídia]:Organização:Telefone (fixo e celular):E-mail:Website:

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

Comunicado para a imprensaComunicado para a imprensaComunicado para a imprensaComunicado para a imprensaComunicado para a imprensa(no caso de uma fonte perdida ou roubada):

Data: [data de emissão] .................................................................[Número do Comunicado de Imprensa].........................................Hora: [Hora de emissão] ................................................................

[Nome da organização] confirma que um item radioativoperigoso foi perdido/roubado [especificar]. De acordo com ainformação recebida neste momento, foi perdido/roubado [es-pecificar] às [hora e local]. A [especificar a organização gover-namental responsável pela resposta] é [especificar as medidasiniciais tomadas (por exemplo, realização das buscas)] e pede-se ao público que auxilie a encontrar esse item perigoso. O [es-pecificar o plano como for mais apropriado] plano de emergên-cia foi agora ativado [e nós ativamos nosso Centro de Informa-ção Pública].

O item parece [descrever e fornecer uma foto ou desenhose possível].

O público é aconselhado a fazer o seguinte:

• Esse item é muito perigoso. Se encontrado, não deveser tocado e todas as pessoas devem permanecer pelo menos10 metros longe dele.

• Aqueles que podem ter visto o item devem imediata-mente reportar-se a [especificar].

• Se você tocou ou ficou próximo do item deve contatar[disponibilize um número de emergência em que um grandenúmero de chamadas não vai interferir na reação].

O pessoal médico deve ser alertado em relação aos paci-entes que tenham sintomas de exposição à radiação [queima-duras sem causa aparente – a pessoa não se recorda de ter sequeimado].

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Pede-se que comerciantes de fragmentos de metal e com-pradores de itens de metal usado fiquem alertas.

Se você acredita ter informações que podem ser úteis, porfavor ligue [disponibilize uma linha direta em que um grandenúmero de chamadas não vai interferir na capacidade de res-posta].

Forneceremos maiores informações, assim que estiver dis-ponível. [Fornecer detalhes sobre horários relativos a quaisqueratualizações ou comunicados].

Para maiores informações:Nome [nome do contato para a mídia]:Título [título do contato da mídia]:Organização:Telefone:Celular:E-mail:Website:

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

Comunicado de imprensaComunicado de imprensaComunicado de imprensaComunicado de imprensaComunicado de imprensa(em caso de descoberta de uma fonte perigosa num lugar públi-co (por exemplo, alfândega ou correio)

Data: [data de emissão] ............................................................ ....[Número do Comunicado de Imprensa].........................................Hora: [Hora de emissão] ................................................................

[Nome da organização] confirma que material radioativoperigoso foi descoberto em [especificar]. De acordo com a infor-mação recebida neste momento, o material foi descoberto às[hora e local]. Os informativos indicam que [qualquer informa-ção confirmada a respeito do evento] e que [quaisquer medidasiniciais] medidas foram tomadas para proteger [o público ouespecificar como for mais apropriado]. O [especificar o planocomo for mais apropriado] plano de emergência foi agora ativa-do [e nós ativamos nosso Centro de Informação Pública].

O público é aconselhado a fazer o seguinte:

• Aqueles que podem ter ficado perto de onde o mate-rial foi encontrado nas últimas [especificar o intervalo de tempo]e/ou podem ter ficado próximos dele enquanto estava sendocarregado/embarcado [especificar detalhes] devem entrar emcontato [especificar] para serem avaliados e receberem instru-ções suplementares.

O pessoal médico deve ser alertado em relação aos paci-entes que tenham sintomas de exposição à radiação [queima-duras sem causa aparenta – a pessoa não recorda ter se quei-mado].

Se você acredita ter informações que podem ser úteis, porfavor, ligue [disponibilize uma linha direta de emergência emque um grande número de chamadas não vai interferir na capa-cidade de resposta].

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Forneceremos maiores informações tão logo esteja dispo-nível. [Fornecer detalhes sobre horários de quaisquer atualiza-ções ou comunicados].

Para maiores informações:Nome [nome do contato para a mídia]:Título [título do contato da mídia]:Organização:Telefone:Celular:E-mail:Website:

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

AmostrasAmostrasAmostrasAmostrasAmostras

- Comunicado de Imprensa Periódico- Comunicado de Imprensa Periódico- Comunicado de Imprensa Periódico- Comunicado de Imprensa Periódico- Comunicado de Imprensa Periódico

Acidente Nuclear de FukushimaAcidente Nuclear de FukushimaAcidente Nuclear de FukushimaAcidente Nuclear de FukushimaAcidente Nuclear de Fukushima(11 de março de 2011, 11:45 UTC)(11 de março de 2011, 11:45 UTC)(11 de março de 2011, 11:45 UTC)(11 de março de 2011, 11:45 UTC)(11 de março de 2011, 11:45 UTC)

O Centro de Emergência e Acidentes da IAEA recebeu ainformação da Agência de Segurança Nuclear e Industrial doJapão de que um estado de alerta alto foi declarado na usinanuclear de Fukushima Daiichi. A NISA diz que a usina foi fechadae que nenhuma liberação de energia foi detectada.

As autoridades japonesas também relataram um incêndiona usina nuclear de Onagawa, que foi extinto. Disseram que asusinas nucleares de Onagawa, Fukushima e Tokai também fo-ram desligadas automaticamente, e que nenhuma liberação deradiação foi detectada.

A IAEA recebeu informações de seu Centro de SegurançaSísmico Internacional que um segundo terremoto de magnitudede 6,5 atingiu o Japão próximo da costa de Honshu, perto dausina de Tokai.

A IAEA está tentando obter mais detalhes sobre a situaçãode Fukushima Daiichi e de outras usinas e reatores de pesquisa,incluindo informações acerca dos fornecedores de energia elé-trica no local e fora, dos sistemas de refrigeração e sobre acondição dos prédios dos reatores. O combustível nuclear requercontínuo resfriamento mesmo depois de a usina ser desligada.

A IAEA também está buscando informações sobre a situa-ção das fontes radioativas no país, como no caso de equipamen-to médico e industrial.

A Organização Meteorológica Mundial informou a IAEAsobre a presença predominante de ventos em direção ao leste,longe da costa japonesa.

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Confirmou-se que toda a equipe da IAEA no Japão, tantono escritório de Tóquio quanto nas instalações nucleares, estásegura.

Atualização do Acidente Nuclear de FukushimaAtualização do Acidente Nuclear de FukushimaAtualização do Acidente Nuclear de FukushimaAtualização do Acidente Nuclear de FukushimaAtualização do Acidente Nuclear de Fukushima(11 de março de 2011, 08:30 UTC)(11 de março de 2011, 08:30 UTC)(11 de março de 2011, 08:30 UTC)(11 de março de 2011, 08:30 UTC)(11 de março de 2011, 08:30 UTC)

O Centro de Emergência e Acidentes da IAEA recebeu in-formações do Centro de Segurança Sísmica Internacional (ISSC)em torno de 08:15 CET esta manhã sobre o terremoto de mag-nitude 8,9 próximo à costa leste de Hoshu, Japão.

A Agência está em contato com o Ministério da Economia,Comércio e Indústria Japonês (METI) para confirmar outros deta-lhes da situação. As autoridades japonesas anunciaram que asquatro usinas nucleares próximas foram desligadas de modoseguro.

A Agência enviou uma oferta de Good Offices para o Ja-pão, se o país necessitar de apoio.

O noticiário da imprensa diária reportou que um alerta detsunami foi enviado para 50 países, chegando até a AméricaCentral. A Agência busca mais informações sobre que países einstalações nucleares podem ser atingidos.

- Site construído especialmente para a emergência- Site construído especialmente para a emergência- Site construído especialmente para a emergência- Site construído especialmente para a emergência- Site construído especialmente para a emergência

Exemplo de Diário de Alerta da IAEAExemplo de Diário de Alerta da IAEAExemplo de Diário de Alerta da IAEAExemplo de Diário de Alerta da IAEAExemplo de Diário de Alerta da IAEAAlertLog da IAEAAtualização das ComunicaçõesAtualização acerca do Terremoto no Japão (11 de março 16:55UTC)11 de março de 2011

As autoridades japonesas informaram ao Centro de Emer-gência e Acidentes da IAEA (IEC) que ordenaram a evacuaçãodos residentes num raio de três quilômetros da usina nuclear de

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

Fukushima Daiichi, e alertou as pessoas residentes num raio de10 km para que permanecessem em casa.

As autoridades japonesas disseram que não houve libera-ção de radiação de nenhuma das usinas nucleares afetadas peloterremoto de hoje e seus abalos secundários.

“A IAEA continua pronta a fornecer assistência técnica dequalquer tipo, desde que o Japão assim solicite”, disse o DiretorGeral Yukiya Amano.

O IEC da IAEA continua estabelecendo contato com as au-toridades japonesas, e está voltada totalmente para monitorar asituação de perto 24 h por dia.

Atualização sobre o Terremoto no JapãoAtualização sobre o Terremoto no JapãoAtualização sobre o Terremoto no JapãoAtualização sobre o Terremoto no JapãoAtualização sobre o Terremoto no Japão(11 de março 11:45 UTC)(11 de março 11:45 UTC)(11 de março 11:45 UTC)(11 de março 11:45 UTC)(11 de março 11:45 UTC)

11 de março de 2011O Centro de Emergência e Acidentes da IAEA recebeu in-

formações da Agência de Segurança Nuclear e Industrial do Ja-pão (NISA) um alerta de sensibilidade aumentada foi declaradona usina nuclear de Fukushima Daiichi. Informaram que as usi-nas nucleares de Onagawa, Fukushima-Daiichi e Tokai tambémforam desligadas automaticamente, e que nenhuma liberaçãode radiação foi detectada.

O IAEA recebeu informações de seu Centro de SegurançaSísmico Internacional que um segundo terremoto de magnitudede 6,5 atingiu o Japão próximo da costa de Honshu, perto dausina de Tokai.

A IAEA está tentando obter mais detalhes sobre a situaçãode Fukushima Daiichi e de outras usinas e reatores de pesquisa,incluindo informações sobre os fornecedores de energia elétricadentro do local e fora, sobre os sistemas de refrigeração e acondição dos prédios dos reatores. O combustível nuclear requercontínuo resfriamento mesmo depois do desligamento da usina.

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- Uso da mídia social

FacebookFacebookFacebookFacebookFacebookIAEA - Agência Internacional de Energia AtômicaAtualização sobre o Terremoto no Japão (13 de março de 201112:55 UTC)Pela Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA), domingo,13 de março de 2011

As autoridades japonesas informaram ao Centro de Emer-gência e Acidentes da IAEA (IEC) que o conteúdo do reator daunidade 3 da usina nuclear de Fukushima Daiichi começou a serexpelido às 9:20, horário local japonês, do dia 13 de março atra-vés de uma liberação controlada de vapor. A operação visa areduzir a pressão interna do conteúdo do reator.

Depois disso, após o colapso do sistema de injeção de altapressão e outras tentativas de resfriamento da usina, deu-seinício primeiro à injeção de água e depois de água do mar. Asautoridades informaram à IAEA da possibilidade de acúmulo dehidrogênio.

As autoridades japonesas também informaram à IAEA queo primeiro (quer dizer, mais baixo) estado de emergência nausina nuclear de Onagawa foi noticiado pela Thoku Electric PowerPlant. As autoridades informaram à IAEA que as três unidadesde reatores na usina nuclear de Onagawa estão sob controle.

Tal como definido no Artigo 10 do Decreto japonês relati-vo às Medidas Especiais Relativas à Preparação de EmergênciasNucleares o alerta foi declarado porque as medidas de radioati-vidade excederam os níveis permitidos ao redor da área da usi-na. As autoridades japonesas estão investigando a fonte da radi-ação.

A IAEA ofereceu Good Offices para o Japão, no sentido deapoiar a reação da nação ao terremoto e tsunami de 11 demarço. A IAEA dispõe da Rede de Assistência e Reação (RANET)para ajudar os Estados membros em momentos de crise. A redecompreende nações que podem oferecer assistência especializadaapós um acidente radioativo ou emergência. Essa assistência écoordenada pela IAEA dentro da estrutura da Convenção de As-sistência.

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

A IAEA continua em contato com as autoridades japonesase está monitorando a situação à medida que evolui.

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APÊNDICE II

Listas de Contato com o StaffListas de Contato com o StaffListas de Contato com o StaffListas de Contato com o StaffListas de Contato com o Staff

É importante manter listas de contato atualizadas para osmembros do staff que fazem parte da lista de reação à emer-gência para a Equipe do PIO para que possam ser contatados aqualquer hora, mesmo depois do trabalho, nos fins de semana eferiados. A mesma informação pode ser mantida em diferenteslistas organizadas por nome ou por cargo. Um determinado indi-víduo pode ser encontrado por nome e, se for necessário umapessoa que tenha relações com a mídia (por exemplo), o cargopode ser encontrado antes.

PIO/Equipe (por nome)PIO/Equipe (por nome)PIO/Equipe (por nome)PIO/Equipe (por nome)PIO/Equipe (por nome)

Nome Extensão do escritório Casa Celular/Pager E-mail

Nome 1Nome 2Nome 3Nome 4(Outros...)

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

PIO/Equipe (por cargo)PIO/Equipe (por cargo)PIO/Equipe (por cargo)PIO/Equipe (por cargo)PIO/Equipe (por cargo)

Posição Nome Extensão do escritório Casa Celular/Pager E-mail

PIO líder Nome 1

Porta-Voz ....

Relaçõescom a Mídia

Monitoresda Mídia

Coordenadorde Internet

Represent.do Telefonede Emergência

Agentes deConexão

Suporte deComputação

Pessoal deSuporte

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APÊNDICE III

FORMULÁRIO DE HISTÓRICO DECOMUNICAÇÕES INTERNAS

Este formulário deve fazer parte do registro de comunica-ções internas ou do sistema de rastreamento. Ele permite quetodas as comunicações façam parte de um sistema organizadocom facilidade de acesso durante a reação e no futuro durante ainvestigação e as atividades referentes às lições aprendidas.

DE: DE: DE: DE: DE: ________________________________________________________DATA: DATA: DATA: DATA: DATA: _______/_______/________PARA: PARA: PARA: PARA: PARA: _____________________________________________________HORA: HORA: HORA: HORA: HORA: ________________________

MENSAGEM:MENSAGEM:MENSAGEM:MENSAGEM:MENSAGEM:____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

RESPOSTA NECESSÁRIA? RESPOSTA NECESSÁRIA? RESPOSTA NECESSÁRIA? RESPOSTA NECESSÁRIA? RESPOSTA NECESSÁRIA? Sim Ý Não ÝQUANDO?QUANDO?QUANDO?QUANDO?QUANDO? Imediatamente Ý

Assim que possível ÝQuando estiver disponívelÝ

RESPOSTA:RESPOSTA:RESPOSTA:RESPOSTA:RESPOSTA:_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

CÓPIAS PARA:CÓPIAS PARA:CÓPIAS PARA:CÓPIAS PARA:CÓPIAS PARA:o PIO Líder

o Porta-Voz

o Relações com a Mídia

o O pessoal encarregado de responder as chamadas

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

REFERÊNCIAS

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[2] INTERNATIONAL ATOMIC ENERGY AGENCY, NUCLEARENERGY AGENCY OF THE ORGANIZATION FOR ECONOMICAND CO-OPERATION AND DEVELOPMENT, INES TheInternational Nuclear and Radiological Event ScaleUser’s Manual, 2008 Edition, IAEA, Vienna (2009).

[3] FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITEDNATIONS, INTERNATIONAL ATOMIC ENERGY AGENCY,INTERNATIONAL LABOUR ORGANISATION, OECDNUCLEAR ENERGY AGENCY, PAN AMERICANHEALTH ORGANIZATION, UNITED NATIONS OFFICE FORTHE COORDINATION OF HUMANITARIAN AFFAIRS,WORLD HEALTH ORGANIZATION, Preparedness andResponse for a Nuclear or RadiologicalEmergency, Safety Standards Series No. GS-R-2, IAEA,Vienna (2002).

[4] INTERNATIONAL ATOMIC ENERGY AGENCY, Method forDeveloping Arrangements for Response to a Nuclear orRadiological Emergency, EPR-METHOD, IAEA, Vienna(2003).

[5] INTERNATIONAL ATOMIC ENERGY AGENCY, WORLDHEALTH ORGANIZATION, Generic Procedures for MedicalResponse During a Nuclear orRadiological Emergency, EPR-MEDICAL, IAEA, Vienna(2005).

[6] INTERNATIONAL ASSOCIATION OF FIRE AND RESCUESERVICES, INTERNATIONAL ATOMIC ENERGY AGENCY,PAN AMERICAN HEALTH ORGANIZATION, WORLD HEALTHORGANIZATION, Manual for First Responders to aRadiological Emergency, EPR-FIRST RESPONDERS, IAEA,Vienna (2006).

[7] INTERNATIONAL ATOMIC ENERGY AGENCY, Conventionon Early Notification of a Nuclear Accident, Legal SeriesNo. 14, IAEA, Vienna (1987).

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[8] INTERNATIONAL ATOMIC ENERGY AGENCY, EmergencyNotification and Assistance, Technical OperationsManual, EPR-ENATOM, IAEA, Vienna (2007).

[9] EUROPEAN COMMISSION, EUROPEAN POLICE OFFICE,FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITEDNATIONS, INTERNATIONAL ATOMIC ENERGY AGENCY,INTERNATIONAL CRIMINAL POLICE ORGANIZATION,INTERNATIONAL MARITIME ORGANIZATION, NUCLEARENERGY AGENCY OF THE ORGANIZATION FOR ECONOMICAND CO-OPERATION AND DEVELOPMENT, PANAMERICAN HEALTH ORGANIZATION, UNITED NATIONALENVIRONMENT PROGRAMME, UNITED NATIONS OFFICEFOR THE CO-ORDINATION OF HUMANITARIAN AFFAIRS,UNITED NATIONS OFFICE FOR OUTER SPACE AFFAIRS,WORLD HEALTH ORGANIZATION, WORLDMETEOROLOGICAL ORGANIZATION, In cooperation withINTERNATIONAL CIVIL AVIATION ORGANIZATION, UNITEDNATIONAL SCIENTIFIC COMMITTEE ON THE EFFECTS OFATOMIC RADIATION, Joint Radiation EmergencyManagement Plan of the International OrganizationsEPR-JPLAN (2010), Emergency Preparedness andResponse, IAEA, Vienna (2010).

[10] INTERNATIONAL ATOMIC ENERGY AGENCY, Criteria forUse in Preparedness and Response for a Nuclear orRadiological Emergency, General Safety Guide, IAEASafety Standards Series, No GSG-2, IAEA, Vienna (2011).

[11] ACTON, J.M., ROGERS, B.M., ZIMMERMAN, P.D., “Beyondthe Dirty Bomb: Rethinking Radiological Terror”,Survival, Volume 49, Issue 3 September (2007).

[12] ROGERS, M. et al., Mediating the social and psychologicalimpacts of terrorist attacks: Therole of risk perception andrisk communication’, International Review of Psychiatry,19:3 (2007).

[13] INTERNATIONAL COMMISSION ON RADIOLOGICALPROTECTION, Pregnancy and Medical Radiation, ICRPPublication No 84, Ann ICRP Vol. 30 No. 1, PergamonPress, Oxford, UK (2000).

[14] INTERNATIONAL ATOMIC ENERGY AGENCY, WORLD HEALTHORGANIZATION, Development of an Extended Frameworkfor Emergency Response

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Criteria: Interim Report for Comments, IAEA-TECDOC-1432,IAEA, Vienna (2005).

[15] INTERNATIONAL COMMISSION ON RADIOLOGICALPROTECTION, Protecting People Against Radiation ExposureIn The Event Of A Radiological Attack, ICRP Publication 96,ICRP, Oxford (2004).

[16] UNITED NATIONS SCIENTIFIC COMMITTEE ON THE EFFECTSOF ATOMIC RADIATION, Sources and Effects of IonizingRadiation: United Nations Scientific Committee on theEffects of Atomic Radiation 2008 Report to the GeneralAssembly with Scientific Annexes, Volume 1: Sources.N.-Y.: United Nations (2008).

[17] INTERNATIONAL ATOMIC ENERGY AGENCY, DangerousQuantities of Radioactive Material (D-Values), EPR-D-Values, Emergency Preparedness and Response, IAEA,Vienna (2006).

[18] FISCHHOFF B, SLOVIC P., LICHTENSTEIN S., et al., How Safeis Safe Enough -Psychometric Study of Attitudes TowardsTechnological Risks and Benefits, Policy Sciences 9:127-152 (1978).

[19] SLOVIC P., Perception of Risk. Science 236:280-285 (1987).[20] COVELLO, V., SANDMAN, P., “Risk Communication:

Evolution and Revolution,” Anthony Wolbarst (ed.),Solutions to an Environment in Peril, Baltimore: JohnHopkins University Press, pp. 164–178 (2001).

[21] RENN, O. and LEVINE, D., Credibility and Trust in RiskCommunication, In: R. E. Kasperson and P.J. Stallen (eds.):Communicating Risks to the Public: InternationalPerspectives, Amsterdam und New York, KluwerAcademic, (1991).

[22] THE CHERNOBYL FORUM: 2003-2005, “Chernobyl’s Legacy:Health, Environmental and Socio-Economic Impacts andRecommendations to the Governments of Belarus, theRussian Federation and Ukraine,” IAEA, Vienna (2006).

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DEFINIÇÕES

(As definições marcadas com um asterisco aplicam-se so-mente no contexto desta publicação)

acidenteacidenteacidenteacidenteacidenteQualquer evento não intencional, incluindo erros de ope-

ração, falhas nos equipamentos ou outras calamidades, asconsequências ou consequências possíveis não sãonegligenciáveis do ponto de vista da proteção ou segurança.

providências (para uma reação de emergência)providências (para uma reação de emergência)providências (para uma reação de emergência)providências (para uma reação de emergência)providências (para uma reação de emergência)O conjunto integrado de elementos de infraestrutura ne-

cessários para oferecer a capacidade de realização de uma fun-ção ou tarefa específica necessária para a reação a uma emer-gência nuclear radiológica. Esses elementos podem incluir auto-ridades e responsabilidades, organização, coordenação, pessoal,planos, procedimentos, instalações, equipamento ou treinamento.

comunicação*comunicação*comunicação*comunicação*comunicação*Um processo de troca de mensagens em um contexto

pessoal, cultural e social, no decorrer do qual a atividade cognitiva,estados emocionais e comportamentos surgem. É necessário quese compreenda que a comunicação não é uma simples troca deinformação, mas uma relação mútua complexa entre as partesenvolvidas, mesmo que a troca de informação, que envolve so-mente o aspecto cognitivo, seja frequentemente enfatizada.

canais de comunicação*canais de comunicação*canais de comunicação*canais de comunicação*canais de comunicação*Usado para transmitir informação, em massa ou voltada

para públicos específicos, o tipo de informação deve ser ade-quado tanto em relação ao canal usado quanto ao público visa-do. Os canais de comunicação tradicionais incluem a mídia ele-trônica (radio e televisão) e a mídia impressa (jornais e revis-tas). A informação pode ser fornecida na forma de comunicadosde imprensa (em que a mídia determina se vai utilizar a infor-mação), publicidade paga (em que o espaço impresso ou tempo

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

de programação é comprado) ou anúncios de interesse público(no qual o espaço impresso ou tempo de programação é doadopela mídia)

Outros canais de comunicação incluem:· Sirenes de alerta· Alto-falantes móveis· Linhas diretas gratuitas (para responder perguntas daqueles que ligam)

· Centros de informação pública (nos quais os residentesafetados podem obter informações)

· Apresentações· Reuniões públicas

contaminaçãocontaminaçãocontaminaçãocontaminaçãocontaminaçãoSubstâncias radioativas presentes nas superfícies, ou no

interior de sólidos, líquidos ou gases (incluindo o corpo huma-no), em que a sua presença é involuntária ou indesejável, ou oprocesso que faz surgir a sua presença nesses lugares.

avaliação de doseavaliação de doseavaliação de doseavaliação de doseavaliação de doseAvaliação da(s) dose(s) para um indivíduo ou grupo de

pessoas.

emergênciaemergênciaemergênciaemergênciaemergênciaUma situação ou evento não rotineiro que requer ação

imediata primariamente para mitigar as consequências perigo-sas ou adversas para a saúde e segurança humana, qualidadede vida, propriedade ou o meio ambiente. Isso inclui emergên-cias nucleares ou radioativas e emergências convencionais comoincêndios, liberação de produtos químicos perigosos, tempesta-des ou terremotos. Inclui situações que exigem uma ação ime-diata para mitigar os efeitos de um perigo aparente.

fase de emergênciafase de emergênciafase de emergênciafase de emergênciafase de emergênciaO tempo decorrido entre a detecção de condições que

requerem uma reação de emergência até a conclusão de todasas ações tomadas antecipadamente ou em reação às condiçõesradioativas imaginadas nos primeiros poucos meses da emer-gência. Normalmente, esta fase termina quando a situação estásob controle, as condições radioativas fora do local foram sufici-

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entemente bem caracterizadas para identificar quando restri-ções alimentares e remanejamentos temporários são necessári-os, e todas as restrições alimentares e remanejamentos tempo-rários foram implementados.

plano de emergênciaplano de emergênciaplano de emergênciaplano de emergênciaplano de emergênciaUma descrição dos objetivos, políticas e conceito das opera-

ções para a reação a uma emergência e da estrutura, autorida-des e responsabilidades para uma reação sistemática, coorde-nada e eficaz. O plano de emergência serve de base para odesenvolvimento de outros planos, procedimentos e checklists.

procedimentos de emergênciaprocedimentos de emergênciaprocedimentos de emergênciaprocedimentos de emergênciaprocedimentos de emergênciaUm conjunto de instruções descrevendo detalhadamente

as ações que devem ser realizadas pelo pessoal de reação numaemergência.

reação (de emergência)reação (de emergência)reação (de emergência)reação (de emergência)reação (de emergência)A apresentação de ações usadas para mitigar as

consequências de uma emergência na saúde e segurança hu-mana, qualidade de vida, propriedade e meio ambiente. Tam-bém pode oferecer uma base para o recomeço das atividadessociais e econômicas normais.

serviços de emergênciaserviços de emergênciaserviços de emergênciaserviços de emergênciaserviços de emergênciaAs organizações de reação locais fora do sítio que geral-

mente estão disponíveis e realizam funções de reação à emer-gência. Isso pode incluir a polícia, bombeiros e equipes de salva-mento, serviços de ambulância e grupos de controle de materi-ais perigosos.

trabalhador de emergênciatrabalhador de emergênciatrabalhador de emergênciatrabalhador de emergênciatrabalhador de emergênciaUm trabalhador que pode ter sido exposto além dos limi-

tes das doses de trabalho durante a realização de ações visandomitigar as consequências de uma emergência para a saúde esegurança humanas, qualidade de vida, propriedade e meioambiente.

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

exposiçãoexposiçãoexposiçãoexposiçãoexposiçãoO ato ou condição de ser submetido à radiação. A exposi-

ção pode ser ao mesmo tempo externa (radiação por fontesexternas ao corpo) ou interna (devido a uma fonte no interior docorpo).

primeiros a reagirprimeiros a reagirprimeiros a reagirprimeiros a reagirprimeiros a reagirOs primeiros membros de serviço de emergência a reagir

no local de uma emergência.

incidenteincidenteincidenteincidenteincidenteQualquer evento inesperado, incluindo erros operacionais,

falha de equipamentos, eventos desencadeadores, indicadoresde acidentes, falhas que quase ocorreram ou outros contratem-pos, ou atos não autorizados, criminosos ou não criminosos, cujasconsequências ou possíveis consequências não sãonegligenciáveis do ponto de vista da proteção ou segurança.

comandante do incidente*comandante do incidente*comandante do incidente*comandante do incidente*comandante do incidente*A pessoa encarregada da reação à emergência.

fase inicialfase inicialfase inicialfase inicialfase inicialO período de tempo desde a detecção das condições que

justificaram a implementação das ações de reação que devemser tomadas imediatamente para serem eficazes até que essasações tenham se realizado. Essas ações incluem a tomada demedidas de mitigação pelo operador e ações urgentes de prote-ção dentro e fora do local.

radiação ionizante*radiação ionizante*radiação ionizante*radiação ionizante*radiação ionizante*Um termo genérico para radiação (diferente da luz normal

visível) que pode causar danos ao tecido quando passa atravésdele com a formação de íons no tecido. Os tipos principais deradiação ionizante são gama, beta, raios X e nêutrons.

ações de proteção de longo prazoações de proteção de longo prazoações de proteção de longo prazoações de proteção de longo prazoações de proteção de longo prazoUma ação de proteção, que não tem caráter urgente. Tais

ações de proteção provavelmente se prolongarão por semanas,meses ou anos. Inclui medidas tais como remanejamento, me-didas agrícolas defensivas e ações corretivas.

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ações de mitigaçãoações de mitigaçãoações de mitigaçãoações de mitigaçãoações de mitigaçãoAção imediata tomada pelo operador ou outra parte en-

volvida:(1) Para reduzir a possibilidade do desenvolvimento

de situações que poderiam resultar em exposiçãoou em liberação de material radioativo exigindoações de emergência dentro ou fora do local: ou

(2) A fim de mitigar condições de fonte que podemresultar em exposição ou liberação de materialradioativo exigindo ações de emergência dentroou fora do local.

consequências não radiológicas*consequências não radiológicas*consequências não radiológicas*consequências não radiológicas*consequências não radiológicas*Efeitos em seres humanos ou no meio ambiente que não

têm o caráter de efeitos determinísticos ou aleatórios. Inclui efeitosna saúde ou na qualidade de vida resultantes de consequênciaspsicológicas, sociais ou econômicas da emergência ou da reaçãoà emergência.

notificaçãonotificaçãonotificaçãonotificaçãonotificação(1) Um relatório submetido a uma autoridade

nacional ou internacional fornecendo detalhes deuma emergência ou potencial emergência, porexemplo, como aquele exigido pela Convençãosobre Notificação Prematura.

Convenção de um Acidente Nuclear:(2) Um conjunto de ações tomadas em função da

detecção de condições de emergência com opropósito de alertar todas as organizações comresponsabilidade no caso para a realização de açõesde reação se essas condições existirem.

emergência nuclear ou radioativaemergência nuclear ou radioativaemergência nuclear ou radioativaemergência nuclear ou radioativaemergência nuclear ou radioativaUma emergência na qual existe, ou se acredita que há um

perigo devido à:(1) Energia resultante de uma reação nuclear em

cadeia ou da decomposição de produtos de umareação em cadeia; ou

(2) Exposição à radiação.

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

fora do local:fora do local:fora do local:fora do local:fora do local: fora da área.

dentro do local:dentro do local:dentro do local:dentro do local:dentro do local: dentro da área.

nível de intervenção operacional (OIL)nível de intervenção operacional (OIL)nível de intervenção operacional (OIL)nível de intervenção operacional (OIL)nível de intervenção operacional (OIL)Um nível calculado, medido por instrumentos ou determi-

nado por análises de laboratório, que corresponde a um nível deintervenção ou nível de ação. Os OILs tipicamente são expressosem termos de velocidade da dose ou de atividade de materialradioativo liberado, concentrações de ar incorporadas com o tem-po, concentrações presentes na terra ou superfície, ou concen-trações ativas de radionuclídeos em amostras de meio ambien-te, alimento ou água. Um OIL é um tipo de nível de ação que éutilizado imediata e diretamente (sem maiores considerações)para determinar as ações de proteção apropriadas com basenuma mensuração ambiental.

operadoroperadoroperadoroperadoroperadorQualquer organização ou pessoa apropriada para autorizar

ou autorizada e/ou responsável pelos resíduos radioativos nu-cleares, radiação ou segurança de transporte quando responsá-vel por atividades ou relacionadas a qualquer instalação nuclearou fontes de radiação ionizante. Compreende indivíduos particu-lares, organismos governamentais, consignatários ou transpor-tadores, licenciados, hospitais, e pessoas na condição de empre-gados autônomos. Inclui também todos aqueles que se encon-tram diretamente no controle de uma instalação ou atividadedurante a sua utilização (tal como no caso de radiografos outransportadores) ou, no caso de uma fonte que não se encontrasob controle (tal como uma fonte extraviada ou ilicitamente re-movida ou um satélite que voltou a entrar na atmosfera), aque-les responsáveis pela fonte antes do seu controle se perder.

ação de proteçãoação de proteçãoação de proteçãoação de proteçãoação de proteçãoUma intervenção que busca evitar ou reduzir doses para

os membros do público em emergências ou situações de expo-sição crônica.

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centro de informação pública*centro de informação pública*centro de informação pública*centro de informação pública*centro de informação pública*O local para coordenação de todas as informações oficiais

liberadas para a mídia relacionadas à emergência.

agente de informação pública*agente de informação pública*agente de informação pública*agente de informação pública*agente de informação pública*Principal pessoa encarregada de manter o público e a mídia

informados e da coordenação com todas as fontes de informa-ção oficial para assegurar que uma mensagem coerente sejafornecida ao público.

emergência radioativaemergência radioativaemergência radioativaemergência radioativaemergência radioativaUma emergência nuclear ou radioativa

agente de proteção à radiaçãoagente de proteção à radiaçãoagente de proteção à radiaçãoagente de proteção à radiaçãoagente de proteção à radiaçãoUma pessoa tecnicamente competente em matéria de

proteção radioativa relevante para um determinado tipo de prá-tica que é designada pelo candidato ou licenciado para supervi-sionar a aplicação dos pré-requisitos estabelecidos pelas normasde segurança internacionais.

assessor radiológicoassessor radiológicoassessor radiológicoassessor radiológicoassessor radiológicoUma pessoa que no caso de ocorrência de uma emergên-

cia nuclear ou radioativa dá assistência ao operador de umafonte perigosa realizando estudos de radiação, realizando avali-ação de doses, controlando contaminação, assegurando a prote-ção radioativa dos trabalhadores de emergência e formulandorecomendações de ações de proteção. O assessor radiativo ge-ralmente é o executivo de proteção radioativa.

organização de reaçãoorganização de reaçãoorganização de reaçãoorganização de reaçãoorganização de reaçãoUma organização designada ou reconhecida por um Esta-

do como responsável pela gestão ou implementação de todosos aspectos envolvidos em uma resposta.

comunicação de risco*comunicação de risco*comunicação de risco*comunicação de risco*comunicação de risco*Qualquer combinação de ações, palavras, e outras

interações que incorporem e respeitem as percepções daquelesque recebem as informações, na intenção de ajudar as pessoasa tomarem decisões mais bem informadas sobre ameaças à suasaúde e segurança.

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

fonte de radiação*fonte de radiação*fonte de radiação*fonte de radiação*fonte de radiação*Qualquer coisa que possa causar exposição à radiação – tal

como pela emissão de radiação ionizante ou pela liberação desubstancias ou materiais radioativos – e podem ser tratadas comouma coisa só para propósitos de proteção e segurança. Tipica-mente refere-se a um objeto ou equipamento (por exemplo,máquina de raios X). Entretanto, também pode referir-se a umainstalação (por exemplo, uma usina nuclear) ou outra fonte deradiação ionizante, por exemplo, contaminação.

grupos populacionais especiaisgrupos populacionais especiaisgrupos populacionais especiaisgrupos populacionais especiaisgrupos populacionais especiaisAqueles membros da população para os quais são neces-

sárias providências especiais para que ações efetivas de prote-ção sejam tomadas. Os exemplos incluem pessoas imobilizadas,pacientes de hospitais e prisioneiros.

porta-voz*porta-voz*porta-voz*porta-voz*porta-voz*Alguém encarregado de falar em nome de outros.

avaliação de ameaçasavaliação de ameaçasavaliação de ameaçasavaliação de ameaçasavaliação de ameaçasO processo de análise sistemática dos perigos associados

às instalações, atividades ou fontes dentro ou além das frontei-ras de um Estado para identificar:

(1) Os eventos e áreas associadas para os quais açõesde proteção e medidas defensivas de emergênciapodem ser necessárias dentro de um Estado; e

(2) As ações que serão eficazes para a mitigação dasconsequências de tais eventos.

ponto de alarmeponto de alarmeponto de alarmeponto de alarmeponto de alarmeUm ponto de contato provido de staff ou pronto para per-

manecer alerta todo o tempo para reagir prontamente , ou inici-ar uma reação relativa a uma notificação recebida (significado(1)), mensagem de alerta, pedido de assistência ou pedido paraverificação de uma mensagem, como for mais apropriado, daIAEA.

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ABREVIAÇÕES

EOC Emergency Operations Centre - Centro de Operações deEmergência

IC Incident Commander - Comandante de IncidentesICP Incident Command Post - Posto de Comando de

AcidentesICS Incident Command System - Sistema de Comando de

AcidentesINES International Nuclear and Radiological Event Scale -

Escala de Eventos Nucleares e RadiológicosInternacional

OIL Operational Intervention Level - Nível de IntervençãoOperacional

NGO Non-governmental Organization - Organização NãoGovernamental

PIC Public Information Centre - Centro de InformaçãoPública

PIO Public Information Officer – Agente de Informaçãopara o Público

RDD Radiological Dispersal Device - Instrumento deDispersão Radiológica

SI International System of Units – Système Internationald’Unités - Sistema Internacional de Unidades

USIE Unified System for Information Exchange in Incidents -Sistema Unificado para Troca de Informações sobreAcidentes

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COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO EM UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR OU RADIOLÓGICA

COLABORADORES DO ESBOÇOE REVISÃO

Bendam, K. Centre National de l’Energie, des Sciences et desTechniques Nucléaires (CNESTEN), Morocco

Berthelot, L. International Atomic Energy AgencyBigot, M.P. Institut de Radioprotection et Surete Nucleaire

(IRSN), FranceBuglova, E. International Atomic Energy AgencyCallen, J. International Atomic Energy AgencyClark, M. Health Protection Agency (HPA), United KingdomFord, J. Health Canada, CanadaHolyhead, R World Nuclear Association (WNA), United KingdomIsaksson, R. Radiation and Nuclear Safety Authority (STUK),

FinlandLehtinen, J. Radiation and Nuclear Safety Authority (STUK),

FinlandLeonin, R. Philippine Nuclear Research Institute (PNRI), PhilippinesMaeoka, M. International Atomic Energy AgencyMcKenna, T. International Atomic Energy AgencyMelnitskaya, T. Obninsk Scientific Research Center “Prognoz,”

RussiaPagannone, B. International Atomic Energy AgencyPerko, T. Belgian Nuclear Research Centre (SCK-CEN), BelgiumPolic, M. University of Ljubljana, SloveniaRogers, B. King’s College London, United KingdomRopeik, D. Ropeik & Associates, United States of AmericaSacchetti, D. International Atomic Energy AgencyTominaga, T. National Institute of Radiological Sciences (NIRS), JapanTudor, G. International Atomic Energy AgencyVilar Welter, P. International Atomic Energy AgencyWoods, D. Internatonal Atomic Energy Agency

Comentários RecebidosComentários RecebidosComentários RecebidosComentários RecebidosComentários RecebidosDyck, E. International Atomic Energy AgencyJubin, J.R. International Atomic Energy AgencyKajander, H. International Atomic Energy AgencyMolloy, B. International Atomic Energy AgencySpiegelberg-Planer, R. International Atomic Energy Agency

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Reuniões de ConsultoriaReuniões de ConsultoriaReuniões de ConsultoriaReuniões de ConsultoriaReuniões de Consultoria

Vienna, Austria:1-4 July 2008; 30 March–3 April 2009; 22-26 March 2010;31 Mary–4 June 2010; 26-29 July 2011

Uso PilotoUso PilotoUso PilotoUso PilotoUso Piloto

Training Course on Public Communications in RadiationEmergencies:Vienna, Austria, 6–10 December 2010

National Training Course on Public Communications in a Nuclearor RadiologicalEmergency: Bucharest, Romania, 7–11 February 2011

National Training Course for Pakistan on Public Communicationsin aNuclear or Radiological Emergency:Vienna, Austria, 23–27 May 2011

Regional Training Course on Public Communications in aNuclear or Radiological Emergency:Kuala Lumpur, Malaysia, 11-15 July 2011

Regional Training Course on Public Communications in aNuclear or Radiological Emergency:Zagreb, Croatia, 7–11 November 2011