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CONHECIMENTOS E PRÁTICAS PARA A PREVENÇÃO DA DISPLASIA BRONCOPULMONAR EM UNIDADE NEONATAL PÚBLICA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO Maria Lucia de Barros de Medeiros Rio de Janeiro, setembro de 2006.

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CONHECIMENTOS E PRÁTICAS PARA A PREVENÇÃO DA DISPLASIA

BRONCOPULMONAR EM UNIDADE NEONATAL PÚBLICA DO MUNICÍPIO

DO RIO DE JANEIRO

Maria Lucia de Barros de Medeiros

Rio de Janeiro, setembro de 2006.

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II

CONHECIMENTOS E PRÁTICAS PARA A PREVENÇÃO DA DISPLASIA

BRONCOPULMONAR EM UNIDADE NEONATAL PÚBLICA DO MUNICÍPIO

DO RIO DE JANEIRO

Maria Lucia de Barros de Medeiros

Orientadora: Profa. Dra. Maria Auxiliadora de Souza Mendes Gomes Co-orientadora: Profa. Dra. Kátia Silveira da Silva

Dissertação de Mestrado Profissional submetida à Pós Graduação em Saúde da Criança e da Mulher como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Ciências.

Rio de Janeiro, setembro de 2006.

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III

DEDICATÓRIA

Aos meus colegas de trabalho que

apesar de todas as dificuldades enfrentadas na prática diária, tiveram disponibilidade e desprendimento para participar da pesquisa.

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IV

AGRADECIMENTOS

Ao Bernardo e Roberto pelo apoio e incentivo durante todo o período do

mestrado e compreensão pelos momentos que não estive presente;

Ao Francisco pela colaboração e suporte em todos os aspetos o que

possibilitou a minha dedicação ao mestrado;

Às minhas orientadoras Profa Dra Maria Auxiliadora de Souza Mendes

Gomes e Profa Dra Kátia Silveira da Silva pela orientação competente,

dedicação, estímulo e confiança;

A toda equipe da Pós-Graduação em Saúde da Criança e da Mulher

pelos ensinamentos, atenção e incentivo dedicado a todos os alunos;

Aos meus colegas do mestrado pelo carinho, apoio e momentos que

compartilhamos;

Aos meus companheiros da Unidade Neonatal, que durante todo este

período estiveram ao meu lado, pela atenção, carinho e cumplicidade.

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V

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CPAP nasal – pressão positiva contínua em vias aéreas

DMH – doença de membrana hialina

DBP – displasia broncopulmonar

FiO2 – fração inspirada de oxigênio

MBPN - muito baixo peso ao nascer

NICHD - National Institute of Child Health and Human Development

NHLBI - National Heart, Lung and Blood Institute

NIC/2000 - Neonatal Intensive Care Improvement Quality Collaborative Year

2000

NTISS - Neonatal Therapeutic Intervention Scoring System

O2 – oxigênio

PaO2 – pressão parcial de oxigênio

PaCO2 – pressão parcial de dióxido de carbono

PCA – persistência do canal arterial

PIP – pico de pressão inspiratória

ROP - retinopatia da prematuridade

SDR - síndrome do desconforto respiratório

SMS-RJ - Secretaria Municipal de Saúde do Município do Rio de Janeiro

SNAPPE II – score for neonatal acute physiology perinatal extension

UTIN – unidade de tratamento intensivo neonatal

UI – unidade intermediária

VON – Vermont Oxford Network

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VI

RESUMO

Foram estudados os conhecimentos e as práticas da equipe

interdisciplinar de uma Unidade Neonatal pública do Município do Rio de

Janeiro sobre as práticas potencialmente melhores para a prevenção da

displasia broncopulmonar (DBP).

Na introdução foram discutidos aspectos relacionados à DBP e às

práticas assistenciais consideradas como potencialmente melhores para a sua

prevenção.

Para a avaliação dos conhecimentos, foi aplicado um questionário

validado a 74 profissionais (médicos, enfermeiros e fisioterapeutas), escolhidos

por amostragem aleatória estratificada, segundo a lotação na rotina e plantões.

As práticas foram analisadas a partir dos dados coletados de 53 prontuários de

recém-nascidos de muito baixo peso ao nascer (MBPN) e idade gestacional

menor que 32 semanas, admitidos na Unidade Neonatal, no período de outubro

de 2005 a março de 2006. Os resultados são apresentados em 2 artigos.

O primeiro artigo aborda os conhecimentos da equipe interdisciplinar

sobre as práticas consideradas potencialmente melhores para a prevenção da

DBP e/ou redução do dano pulmonar, usando como referencial o conjunto de

práticas proposto pela Vermont Oxford Network (uso profilático de surfactante

na população de maior risco, oferta hídrica mais restrita, uso de vitamina A,

CPAP nasal pós-extubação, redução do tempo em ventilação mecânica,

hipercapnia permissiva e ventilação gentil na sala de parto), acrescido do uso

criterioso e controlado de oxigênio. A única prática amplamente mencionada foi

o uso criterioso e controlado de oxigênio (76% a 86,7%). A identificação correta

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das práticas predominou nas questões com abordagens conceituais (60% a

80%) e não nas situações clínicas.

O segundo artigo foi um estudo longitudinal retrospectivo, que investigou

as práticas relacionadas ao manejo respiratório e à abordagem hídrica no

grupo MBPN, além de verificar sobrevida, incidência de DBP e pneumotórax. A

sobrevida foi de 75%, a incidência da DBP de 28,9% e a de pneumotórax 1,9%.

A síndrome do desconforto respiratório foi diagnosticada em 60,4% dos

neonatos, 58,5% receberam surfactante, sendo que 38,7% deles nas primeiras

2 horas de vida. Um percentual de 75,5% do grupo como um todo necessitou

de ventilação mecânica em algum momento da evolução clínica. Foi observada

uma tendência ao uso liberal de oxigênio e à ventilação excessiva,

principalmente no primeiro dia de vida.

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VIII

ABSTRACT

Knowledge and practices of a interdisciplinary team of a Public Neonatal

Unity of Rio de Janeiro City about potentially better practices for the prevention

of bronchopulmonar dysplasia (BPD) were studied.

On the introduction, aspects related to BPD and assistance practices

considered as potentially better for its prevention were discussed.

For knowledge assessment, a validated questionnaire was applied to 74

professionals (physicians, nurses and physiotherapists) chosen through a

randomized stratified sample according to the allotment of routine and duties.

The practices were analyzed from data collected from 53 case forms of very low

birth weigh newborns (VLBW) and gestational age lower than 32 weeks,

admitted in the Neonatal Unity from October 2005 to March 2006. Results are

showed in two articles.

The first article approaches the knowledge of the interdisciplinary team

about the practices considered as potentially better for the prevention of BPD

and/or the reduction of pulmonary damage, using the practices set proposed by

Vermont Oxford Network as a reference (prophylactic use of surfactant in the

greater risk population, a more restrict fluid offer, use of vitamin A, post

extubation nasal CPAP, time reduction in mechanical ventilation, permissive

hypercapnia and a gentle ventilation in the delivery room), added to the

judicious and controlled use of oxygen. The sole practice, widely mentioned,

was the judicious and controlled use of oxygen (76% to 86,7%). The correct

identification of practices prevailed on issues with conceptual approaches (60%

to 80%) and not on clinical situations.

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IX

The second article was a retrospective longitudinal study, which

investigated the practices related to respiratory handling and fluid approach in

VLBW group, besides verifying the survival, BPD rate and pneumothorax. The

survival was 75%, the BPD incidence of 28.9% and pneumothorax 1.9%. The

respiratory distress syndrome was diagnosed in 60.4% of newborn, 58.5%

received surfactant 38.7% of them received it on the first 2 hours of life. A total

of 75.5% from the whole group needed mechanical ventilation in some moment

of clinical evolution. A tendency to the liberal use of oxygen and excessive

ventilation mainly on the first day of life was observed.

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X

SUMÁRIO

Apresentação..................................................................................................

1. Introdução

1.1 Displasia broncopulmonar

1.1.1 Terminologia

1.1.2 Definições

1.1.3 Incidência

1.1.4 Displasia broncopulmonar atual

1.1.5 Fatores associados

1.2 Qualidade do cuidado

1.3 Práticas potencialmente melhores

1.4 Objetivos

1.5 Referências bibliográficas

2. Artigo 1 – Conhecimentos de profissionais de saúde sobre as

estratégias para a prevenção da displasia broncopulmonar em Unidade

Neonatal pública do Município do Rio de Janeiro

Resumo

2.1. Introdução

2.2. Métodos 2.3. Resultados 2.4. Discussão 2.5. Conclusões 2.6. Referências bibliográficas

3. Artigo 2 – Práticas relacionadas à prevenção da displasia

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XI

broncopulmonar em Unidade Neonatal pública do Município do Rio de

Janeiro

Resumo

3.1. Introdução 3.2. Métodos 3.3.Resultados 3.4.Discussão 3.5.Conclusões 3.6.Referências bibliográficas

4.Considerações finais

5.Apêndices

5.1. Questionário para os profissionais de saúde

5.2. Instrumento de validação do questionário

5.3. Estrutura da Unidade Neonatal

5.4. Ficha para coleta de dados dos recém-nascidos

5.5. Termo de consentimento livre e esclarecido

5.6. Fórmula para cálculo do tamanho amostral

6. Anexos

6.1. Classificação de Unidades segundo critérios da Rede

Vermont Oxford

6.2. Classificação do Ministério da Saúde

6.3. Normas para publicação do Caderno de Saúde Pública

6.4. Parecer do Comitê de Ética em Pesquisas

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XII

LISTA DE FIGURAS

Artigo 2

Figura 1. Mortalidade e sobrevida com e sem DBP em recém-natos de

MBPN e idade gestacional menor que 32 semanas.

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XIII

LISTA DE QUADROS E TABELAS

Introdução

Quadro 1. Definição de DBP - critérios diagnósticos. Artigo 1

Tabela 1. Distribuição proporcional dos profissionais quanto

às características demográficas, formação e atuação

profissional.

Tabela 2. Práticas citadas como potencialmente melhores

para a redução do dano pulmonar e/ou prevenção da DBP.

Tabela 3. Distribuição proporcional dos médicos segundo a

identificação correta das práticas potencialmente melhores

para redução do dano pulmonar e/ou prevenção da DBP no

grupo MBPN.

Tabela 4. Distribuição proporcional dos enfermeiros segundo

a identificação correta das práticas potencialmente melhores

para redução do dano pulmonar e/ou prevenção da DBP no

grupo MBPN.

Artigo 2

Tabela 1. Características e intercorrências clínicas da população de recém-natos com MBPN e idade gestacional menor que 32 semanas.

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XIV

Tabela 2. Distribuição proporcional das intervenções médicas

relativas ao manejo respiratório no grupo MBPN e idade

gestacional menor que 32 semanas.

Tabela 3. Freqüência das práticas potencialmente melhores

para o manejo respiratório e hídrico do grupo de MBPN e

idade gestacional menor que 32 semanas.

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APRESENTAÇÃO

No município do Rio de Janeiro, o percentual de “muito baixo peso ao

nascer” (MBPN) é de 1,6%; entretanto, este grupo contribui com um índice

considerado bastante elevado para a mortalidade neonatal: 61%

(GIE/COE/SSC/SMS-RJ, 2005). O fato de esses recém-nascidos sobreviverem

é apenas o primeiro passo de uma longa jornada, considerando-se a

morbidade a curto e a longo prazo.

A displasia broncopulmonar (DBP) permanece como uma das principais

seqüelas associadas à prematuridade. A incidência parece estar relacionada,

entre outros fatores, às práticas assistenciais, como o início e a aplicação da

ventilação mecânica, a oxigenioterapia e o manejo hídrico.

Nos últimos anos, têm sido objeto de interesse crescente as questões

envolvendo a variabilidade de práticas neonatais e sua relação com os

resultados obtidos, ressaltando-se, contudo, que estudos contemplando esses

aspectos são pouco freqüentes no meio.

Além disso, existe uma lacuna entre os conhecimentos adquiridos e as

condutas adotadas. Mesmo em relação a práticas com alto nível de evidência,

a percepção de seu valor e utilidade é sempre subjetiva, o que leva os

profissionais a atuarem de modo singular frente à mesma evidência.

O interesse em estudar os conhecimentos e as práticas relacionadas à

prevenção da Displasia Broncopulmonar (DBP), em uma das Unidades

Neonatais da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, surgiu a partir

do momento em que houve a necessidade de obterem-se subsídios sobre o

nível de informação e de conhecimento dos profissionais que trabalham na

mesma instituição e de como eles os aplicam na prática clínica.

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Sendo assim, optou-se por apresentar, na introdução deste estudo, o

referencial teórico e seus objetivos; já os resultados serão apresentados em

dois artigos. O primeiro analisa os conhecimentos da equipe interdisciplinar da

Unidade Neonatal sobre as práticas potencialmente melhores para a prevenção

da DBP. O segundo verifica as práticas da equipe através da análise de

indicadores de processo e de desfecho, tendo como fonte de informação os

prontuários dos recém-natos de MBPN.

Por fim, frente aos resultados encontrados nos dois artigos, serão

tecidas considerações e sugestões sobre ajustes para aprimoramento da

assistência prestada.

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1. Introdução

As últimas décadas foram marcadas por avanços importantes na área

da Neonatologia. A aquisição e o desenvolvimento de novos conhecimentos e

tecnologias tornaram possível a manutenção da estabilidade térmica,

metabólica, respiratória e hemodinâmica dos neonatos. Como conseqüência,

houve, nos grandes centros urbanos, o surgimento e a posterior disseminação

das unidades de tratamento intensivo neonatal (Soll e Andruscavage, 1999,

Mogues et al, 2002; Gomes, 2004).

A introdução de intervenções no cuidado perinatal e neonatal acabou

por desencadear uma trajetória de melhoria na sobrevida de neonatos

prematuros, incluindo aqueles com muito baixo peso ao nascer (MBPN). A

mortalidade deste grupo, na década de 60, era de cerca de 95%, contrapondo-

se a uma possibilidade de sobrevida de 95% nos países desenvolvidos, no ano

2000 (Philip, 2005).

De início, o processo de incorporação tecnológica ocorreu nos países

desenvolvidos para, posteriormente, expandir-se para os países em

desenvolvimento. Neste segundo grupo, entretanto, não se observou um

aumento na sobrevida de neonatos prematuros da mesma ordem que costuma

ocorrer no grupo dos países desenvolvidos, permanecendo uma grande

diferença entre os resultados perinatais obtidos (Gomes, 2004). Tal fato pode

ser explicado pela não disponibilidade dos recursos, de modo uniforme, para

toda a população, refletindo o diferencial social existente (Lansky et al, 2002).

Além disso, a inadequação do processo de incorporação tecnológica também

tem sido relatada com freqüência.

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As intervenções visando melhoria da função pulmonar – fator limitante

para a sobrevivência de prematuros extremos (NIH Consensus, 1994) – foram

determinantes para a mudança no perfil de sobrevida neonatal (St. John e

Carlo, 2003).

Com o advento da terapia com corticoesteróide antenatal, observou-se

uma diminuição de cerca de 50% na incidência da síndrome do desconforto

respiratório (SDR), mas sem grande impacto na incidência de displasia

broncopulmonar (DBP) (Crowley, 1995; Fanaroff et al, 2003), provavelmente

em decorrência do aumento na sobrevida de uma população de neonatos mais

imaturos e mais susceptíveis para o desenvolvimento da doença (Jobe, 2003;

Cole e Fiascone, 2000).

De modo similar, a terapia de reposição com surfactante exógeno

diminuiu a gravidade da SDR, o que não implicou na diminuição da incidência

da DBP (Jobe, 2003). Outros avanços também contemplando a estabilização

respiratória, como o uso da pressão positiva contínua em vias aéreas (CPAP

nasal), da ventilação assistida e de novos recursos para monitorização,

contribuíram para melhorar o cuidado neonatal (Philip, 2005).

Paralelamente, surgiram preocupações quanto à evolução clínica dos

sobreviventes, principalmente em relação ao comprometimento do

desenvolvimento neurocognitivo e comportamental, retinopatia da

prematuridade (ROP) e DBP (Chow et al, 2003; Marshall et al, 1999; St John e

Carlo, 2003; Vohr et al, 2004).

Estudos colaborativos multicêntricos passaram a evidenciar diferenças

significativas nos resultados obtidos entre os centros neonatais participantes,

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sugerindo forte influência das práticas assistenciais locais nos desfechos, bem

como na mortalidade (Vohr et al, 2004; Van Marter et al, 2000; Lee et al, 2000).

1.1. Displasia broncopulmonar (DBP)

1.1.1 Terminologia

O termo displasia broncopulmonar (DBP) foi introduzido em 1967 por

Northway et al para descrever alterações clínicas, radiológicas e anátomo-

patológicas encontradas nos pulmões de 32 prematuros submetidos à

ventilação mecânica prolongada.

Em 1997, Bancalari propôs mudança na terminologia displasia

broncopulmonar para doença pulmonar crônica, reservando o termo anterior

para as formas mais graves.

No Consenso realizado pelo National Institute of Child Health and

Human Development (NICHD) e pelo National Heart, Lung and Blood Institute

(NHLBI) no ano de 2000, ficou decidida a manutenção do termo displasia

broncopulmonar, pois este diferenciaria melhor a doença de outras causas de

doença pulmonar crônica, embora não expressasse corretamente os achados

anátomo-patológicos encontrados na forma atual (Jobe e Bancalari, 2001).

1.1.2 Definições

Northway, Rosan e Porter (1967) observaram prematuros que se

encontravam em recuperação da síndrome de desconforto respiratório ou de

outras patologias pulmonares para descreveram a DBP como uma doença

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pulmonar crônica associada à lesão pulmonar decorrente de ventilação

mecânica e exposição ao O2.

A DBP era classificada em graus de I a IV, de acordo com a gravidade

dos achados clínicos, radiológicos e anátomo-patológicos. Acometia neonatos

maiores e mais maduros, que apresentaram quadro respiratório inicial grave,

sendo submetidos à ventilação mecânica agressiva e a altas concentrações de

O2. O dano pulmonar, naquela ocasião, foi descrito como resultante de um

processo de lesão e reparação, apresentando edema alveolar e intersticial

precoces, inflamação e fibrose.

Posteriormente, a definição foi refinada por Bancalari et al (1979),

passando a incluir o uso de ventilação com pressão positiva, por pelo menos

três dias, na primeira semana de vida, e necessidade de O2 suplementar para

manter uma PaO2 acima de 50mmHg, por mais de 28 dias, além dos sinais

clínicos de aumento do trabalho respiratório e alterações radiológicas (áreas

com maior densidade, alternadas com áreas normais e áreas

hipertransparentes). Este foi um critério amplamente utilizado na década de 80

e no início dos anos 90 (Monte et al, 2005).

Shennan et al (1988), a partir de estudo retrospectivo revisando

prontuários de prematuros que haviam sido internados na UTIN e se

encontravam com dois anos de idade, analisaram fatores do período neonatal

que se relacionavam com a morbidade respiratória naquela idade.

Constataram, também, que alguns neonatos prematuros, com idade

gestacional ao nascimento menor que 30 semanas, embora preenchessem o

critério de dependência de O2 suplementar com 28 dias de vida, apresentavam

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alterações clínicas mínimas sem necessidade de O2 suplementar ou se

encontravam assintomáticos no momento da alta.

Considerando o exposto acima, propuseram como definição de DBP a

dependência de O2 suplementar, com idade gestacional corrigida de 36

semanas. Tal critério foi considerado o de melhor valor preditivo quanto ao

desfecho respiratório a longo prazo (Shennan et al, 1988).

Em relação à predição da necessidade de uso de O2 suplementar na

alta, esta definição mostrou-se mais sensível e específica, bem como em

relação aos neonatos corretamente classificados como portadores de DBP

(Jobe e Bancalari, 2001).

Em decorrência das mudanças na apresentação clínica da DBP, a

descrição original, no momento, só é aplicável a uma minoria dos pacientes. O

emprego de corticoesteróide antenatal, do surfactante e de novas técnicas de

ventilação mais gentis minimizaram a gravidade da lesão pulmonar nos

prematuros maiores e mais maduros. A DBP atualmente é pouco freqüente em

prematuros com peso de nascimento maior que 1200g e idade gestacional

maior que 30 semanas. Esses prematuros geralmente não foram expostos à

ventilação agressiva nem a altas concentrações de O2 suplementar, e a doença

manifesta-se de forma mais leve (Jobe e Bancalari, 2001; Bancalari et al, 2003;

Sahni et al, 2005).

No Consenso do NICHD/NHLBI, realizado em 2000, foi proposta uma

nova definição partindo do tratamento com O2 suplementar por pelo menos 28

dias, estabelecendo diferentes momentos de avaliação e categorias de

gravidade da doença.

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Para os neonatos com idade gestacional de nascimento menor que 32

semanas, a avaliação é feita com 36 semanas de idade gestacional corrigida

ou na alta (o que acontecer primeiro), e para aqueles com idade gestacional ao

nascimento maior ou igual a 32 semanas, a avaliação é feita no período

compreendido entre 28 e 56 dias de idade pós-natal ou na alta.

Foram consideradas as seguintes categorias: leve, moderada e grave,

de acordo com a necessidade de O2 suplementar (tabela1).

Em relação à nova definição, os autores não contemplam os achados

radiológicos, já que suas interpretações não se mostram consistentes, e

fizeram as seguintes considerações:

- neonatos tratados com O2 maior que 21% e/ou pressão positiva para

doenças não respiratórias (ex: apnéia central, paralisia diafragmática,

etc) não são considerados como portadores de DBP, a menos que

desenvolvam doença pulmonar parenquimatosa e apresentem sinais

clínicos de desconforto respiratório;

- 01 dia de tratamento com O2 maior que 21% significa que o neonato

recebeu O2 maior que 21% por mais de 12 horas;

- tratamento com O2 maior que 21% e/ou pressão positiva com 36

semanas de idade gestacional corrigida ou 56 dias de idade pós-

natal não deve refletir um evento agudo.

A utilidade da nova definição foi analisada através de estudo

retrospectivo, baseado em dados da evolução clínica de recém-natos com peso

de nascimento menor 1251g admitidos na UTIN do Children’s Hospital of New

York, no período compreendido entre julho/1999 e junho/2002. A nova

definição forneceu uma melhor descrição da doença pulmonar e correlacionou-

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se com a maturidade do neonato, crescimento e gravidade da doença (Sahni et

al, 2005).

A nova definição foi validada por estudo retrospectivo, a partir da revisão

de dados de nascimento e do follow up de 3848 recém-natos de extremo baixo

peso ao nascer. A definição identificou, de modo mais preciso que as outras

um espectro de risco para desfechos adversos tanto pulmonares quanto

relacionados ao neurodesenvolvimento, verificados entre 18 e 22 meses de

idade gestacional corrigida, (Ehrenkranz et al, 2005)

Uma limitação comum a todas essas definições é terem como critério

diagnóstico um desfecho clínico, isto é, a dependência de O2 suplementar

como marcador para a DBP. Daí, surgirem dificuldades que incluem as

variações nas necessidades de O2 decorrentes da altitude, do uso de outros

recursos de suporte respiratório que podem influir nas necessidades de O2

como CPAP nasal, e do uso de drogas que supostamente modificam as trocas

gasosas, tais como diuréticos, estimulantes respiratórios e corticoesteróides

(Jobe e Bancalari, 2001; Bancalari et al, 2003). Entretanto, a maior dificuldade

é a variação dos níveis de oxigenação considerados como aceitáveis pelos

diferentes centros, o que está estreitamente relacionado com as práticas

clínicas locais (Bancalari et al, 2003).

Ellsbury et al (2002) estudaram esta variabilidade através de um

levantamento com dois grupos de profissionais (um com participantes de um

encontro da rede colaborativa Vermont Oxford e outro formado por

responsáveis por programas de fellowship). Não houve consenso sobre o nível

indicativo para manutenção da suplementação de O2, sendo 90% o nível de

saturação de O2 apontado como limite por 41% dos profissionais da rede

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colaborativa Vermont Oxford e 33% dos profissionais do outro grupo. Os níveis

indicados pelos profissionais do primeiro grupo variaram de 84 a 96%, e de 86

a 94%, no segundo.

Como tentativa para evitar ou minimizar a variabilidade estão em curso

esforços para padronização do critério de necessidade de O2 suplementar,

baseados na saturação de O2 medida pela oximetria de pulso frente a

tentativas de diminuição da concentração de O2 ofertada ou ar ambiente em

grupos selecionados de pacientes (Bancalari et al, 2003).

Walsh et al (2004) aplicaram um critério fisiológico, que considerava

tanto a administração de O2 quanto a saturação de O2, em neonatos

previamente diagnosticados como portadores de DBP (uso de O2 suplementar

com 36 semanas de idade gestacional corrigida). Observaram diferenças

significativas entre as taxas de DBP, identificadas pela definição clínica e

aquelas identificadas pelo critério fisiológico, 35% e 25% respectivamente. A

diferença sugeriu a existência de práticas distintas de oferta de O2 e de níveis

de saturação escolhidos como alvo.

A definição fisiológica minimiza o impacto das variações de práticas

neste aspecto, embora permaneçam diferenças na incidência da DBP entre os

centros.

Um critério consistente para diagnóstico da DBP pode não ter impacto

sobre as práticas clínicas, mas é fundamental para os estudos que utilizam a

DBP como desfecho ou como variável independente, sendo também relevante

para a comparação de resultados obtidos por diferentes centros e/ou por um

mesmo centro em momentos distintos.

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1.1.3 Incidência

A incidência da DBP reportada na literatura varia amplamente, sendo

esta variação relacionada às diferenças existente entre as populações

estudadas e sua susceptibilidade específica, inconsistência das definições e

práticas locais (Bancalari et al, 2003).

Em estudo realizado num mesmo centro e analisando os mesmos dados

de uma população de prematuros extremos, a incidência da DBP encontrada

por Bancalari et al (2003) foi:

- 47,1%, com critério “O2 suplementar por período maior ou igual

28 dias”;

- 25% com critério “O2 suplementar com 36 semanas de idade

gestacional corrigida”;

- 22,8% usando como critério “O2 suplementar por pelo menos

28 dias e com 36 semanas de idade gestacional corrigida”.

Esses dados mostram tanto a influência do critério utilizado como sua

padronização, sem a qual é difícil comparar resultados obtidos em diferentes

estudos.

Outro aspecto importante é que a incidência da DBP se relaciona

inversamente com a idade gestacional e com o peso de nascimento da

população estudada. No estudo citado, Bancalari et al (2003) mostraram uma

incidência da DBP variando de 67% em neonatos com peso de nascimento

entre 500 e 700g e 1% no grupo com peso de nascimento entre 1251 e 1500g.

Sahni et al (2005) encontraram uma incidência de DBP de 50% no grupo com

peso de nascimento menor que 751g e de 1,1% naqueles com peso de

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nascimento entre 1001 e 1251g, considerando o critério de dependência de O2

suplementar por pelo menos 28 dias.

1.1.4 Displasia broncopulmonar atual

No momento atual, a DBP manifesta-se, predominantemente, com

formas clínicas menos graves, acometendo prematuros menores e mais

imaturos, que se encontram na fase canalicular/sacular do desenvolvimento

pulmonar. A nova apresentação é conseqüência da mudança no perfil de

sobrevida dos prematuros e das novas abordagens terapêuticas (Bancalari et

al, 2003; Coalson, 2003). A prematuridade e o início das trocas gasosas

pulmonares interrompem o desenvolvimento alveolar e vascular distal

(Coalson, 2006).

Muitos dos prematuros que desenvolveram DBP, inicialmente, não

apresentaram ou apresentaram quadros leves de síndrome de desconforto

respiratório (SDR) e responderam rapidamente à terapia de reposição com

surfactante exógeno. Geralmente, foram submetidos à ventilação mecânica

gentil e, após este período inicial, permaneceram por poucos dias com

necessidades mínimas de O2 suplementar. Evoluíram, em seguida,

desfavoravelmente com deterioração progressiva da função pulmonar,

passando a necessitar de maiores concentrações de O2 suplementar e

aumento dos parâmetros ventilatórios (Jobe e Bancalari, 2001; Kirpalani, 2004;

Lenney, 2004; Suguihara e Lessa, 2005).

A deterioração, freqüentemente, é desencadeada por infecção bacteriana

e/ou por abertura do canal arterial.

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A evolução clínica dos sobreviventes é lenta, com melhora progressiva na

função pulmonar, nas alterações radiológicas e desmame gradual da ventilação

mecânica e da oxigenioterapia. Um menor número de recém-natos evolui

desfavoravelmente, com insuficiência respiratória progressiva e óbito

decorrente do grave dano pulmonar, hipertensão arterial pulmonar e cor

pulmonar (Jobe e Bancalari, 2001; Bancalari et al, 2003).

A DBP resulta da interrupção do processo normal de desenvolvimento

pulmonar, com comprometimento do crescimento alveolar e vascular, seguido

de um processo anormal de reparação, em um pulmão extremamente imaturo.

Os achados anátomo-patológicos na nova forma de apresentação

incluem alvéolos maiores, simplificados e em menor número, indicando

interferência no processo de septação, além de aumento no tecido elástico, de

modo proporcional à duração e gravidade da doença e diminuição no

desenvolvimento e dismorfia da microvasculatura pulmonar (Jobe e Bancalari,

2001; Coalson, 2003).

Após o retardo no desenvolvimento da microvasculatura e na septação

secundária, os pulmões, em algumas semanas, começam um processo de

adaptação, mesmo que se dê continuidade à exposição ao oxigênio

suplementar ou à ventilação mecânica. As paredes do septo primário tornam-

se mais finas, e aumenta a densidade dos vasos, mas a configuração estrutural

da microvasculatura distal permanece alterada, os vasos mais afastados da

superfície aérea, e persiste o padrão sacular (Thibeault et al., 2004).

A patogênese envolve imaturidade pulmonar, lesão pelo O2, pela

ventilação mecânica, resposta inflamatória e algum grau de desorganização no

processo de reparação (Coalson, 2003).

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Fatores pré-natais, como as infecções intra-uterinas, parecem contribuir e

predispor o pulmão a lesões posteriores pelo O2 e ventilação mecânica (Jobe,

2003; Coalson, 2003).

A DBP atual apresenta características diferentes da DBP clássica. O

quadro inicial de síndrome do desconforto respiratório (SDR) é moderado e a

insuficiência respiratória é leve ou moderada, apresenta menor mortalidade, as

alterações radiológicas evidenciam hiperinsuflação e enfisema menos

acentuados com aeração mais uniforme. Observam-se também menos fibrose,

lesões arteriais e arteriolares menos graves e a metaplasia epitelial das vias

aéreas é pouco importante, assim como a fibrose e a hipertrofia da musculatura

lisa (Jobe e Bancalari, 2001; Coalson, 2003; Suguihara e Lessa, 2005).

1.1.5 Fatores associados a DBP

A DBP é uma doença multifatorial, cujos fatores envolvidos –

prematuridade e imaturidade pulmonar, ventilação mecânica, oxigenioterapia,

persistência do canal arterial, inflamação, infecção, fatores nutricionais e

genéticos – atuam de modo sinérgico na promoção da lesão pulmonar (Jobe e

Bancalari, 2001).

Prematuridade e imaturidade pulmonar

A idade gestacional é um preditor confiável para a DBP, relacionando-se

com imaturidade morfológica e funcional (Marshall et al, 1999; Egreteau et al.,

2001; Jobe e Bancalari, 2001; Hallman e Haataja, 2003). O desenvolvimento

pulmonar em processo de septação e alveolarização (fase canalicular e

sacular), os sistemas antioxidantes imaturos, que somente se desenvolvem no

último trimestre da gestação (Attar e Donn, 2002), a parede torácica mais

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complacente, além do déficit de surfactante, constituem fatores relacionados à

maior vulnerabilidade dos prematuros.

Hiperóxia / hipóxia

A exposição ao oxigênio suplementar permanece como um dos fatores

envolvidos no desenvolvimento da DBP.

A hiperóxia e o stress oxidativo podem contribuir para a DBP,

entendendo-se por stress oxidativo o desequilíbrio entre forças pró e

antioxidantes. No prematuro predominam as forças pró-oxidantes: exposição a

altas concentrações de O2, imaturidade das defesas antioxidantes, maior

quantidade de ferro livre no plasma e nos tecidos e exposição à inflamação e

infecção. O stress oxidativo está envolvido na inibição da síntese protéica e do

surfactante, do crescimento celular e na morte celular (Jobe e Bancalari, 2001;

Clark et al., 2001; Attar e Donn, 2002; Bancalari et al., 2003; Saugstad, 2003;

Monte et al., 2005; Suguihara e Lessa, 2005; Saugstad, 2005).

Os radicais de oxigênio provocam “transição” da permeabilidade das

mitocôndrias, o que permite um influxo de cálcio, alterando o metabolismo

normal com conseqüente morte celular, assim como influxo de cálcio no núcleo

da célula, levando à apoptose (Saugstad, 2003; Saugstad, 2005). Também

parecem desempenhar um papel na modulação de fatores de transcrição, tais

como AP-1 (controla a expressão dos mediadores do crescimento celular) e

liberação e ativação do fator nuclear NF-κB – fator de transcrição, envolvido na

regulação de diversos genes que desempenham um papel importante nas

respostas imune e ao stress, inflamação e apoptose (Saugstad, 2003).

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Estudos em modelo animal sugerem que a hiperóxia pode, por si,

mimetizar muitos dos achados patológicos da DBP. Modelos que combinam

prematuridade, ventilação mecânica e exposição controlada ao oxigênio

possibilitam alguma separação do efeito dos diferentes fatores. Comparando-

se os efeitos da ventilação mecânica com oxigênio a 40% com os da ventilação

mecânica com ar ambiente em camundongos recém-nascidos, foi observado

que a primeira reduzia a expressão de genes reguladores da septação alveolar

e angiogênese, e ambas aumentavam a expressão pulmonar de genes

envolvidos na síntese das fibras elásticas, podendo afetar a estabilidade

estrutural, distensibilidade e vasculatura pulmonar (Bland, 2005).

Estudo com cultura de tecido pulmonar fetal de camundongos comparou

o processo de ramificação distal das vias aéreas e septação alveolar tanto em

ar ambiente quanto em situação de hiperóxia (95% de oxigênio). Ficou

constatado redução de mais de 50% no número de ramificações distais quando

em hiperóxia, sugerindo a inibição do processo, além de induzir diretamente

apoptose nas células do mesênquima pulmonar (Dieperink et al., 2006).

Alguns marcadores do dano oxidativo, tais como ácido ascórbico

oxidado, alantoína e о-tirosina, são encontrados muito precocemente, em

poucas horas ou dias, em recém-natos que posteriormente desenvolveram

DBP. O dado sugere que fatores pré-natais, como a inflamação, por exemplo,

sejam importantes para o desenvolvimento da DBP (Saugstad, 2003).

Por outro lado, hipóxia crônica pode retardar o desenvolvimento alveolar

e está associada com hipertensão pulmonar e crescimento inadequado (Chess

et al., 2006).

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Ventilação mecânica

A ventilação mecânica pode levar à lesão pulmonar pelos seguintes

mecanismos: volutrauma (aumento do volume pulmonar por hiperdistensão

alveolar e de vias aéreas), considerado, atualmente, como o mecanismo mais

importante; barotrauma (altas pressões em vias aéreas); atelectotrauma

(estabilidade alveolar inadequada, levando ao colapso alveolar seguido de re-

expansão) (Kaam et al., 2003; Attar e Donn, 2002; Clark et al., 2001); e

biotrauma, definido como a liberação de mediadores inflamatórios pela

ventilação mecânica (Ranieri et al, 1999).

A combinação de alto volume corrente com pressão positiva expiratória

final zero provoca grave dano pulmonar, associado a um acentuado aumento

nos níveis circulantes de fator de necrose tumoral e nas proteínas inflamatórias

derivadas dos macrófagos (Clark et al., 2001).

O início da ventilação mecânica num pulmão prematuro é sempre lesivo,

especialmente no pulmão deficiente de surfactante (Cole e Fiascone, 2000) –

quadro que implica uma resposta pró-inflamatória, mais acentuada quando nas

estratégias ventilatórias mais agressivas. A ventilação mecânica pode,

também, tanto no pulmão normal quanto no séptico, desencadear e propagar a

resposta inflamatória local e sistêmica (Speer, 2003), provocar lesão pulmonar,

exacerbar a condição pré-existente (Attar e Donn, 2002; Clark et al., 2001) e

levar à disfunção em outros órgãos (Imai et al, 2003).

A exposição antenatal a mediadores pró-inflamatórios, seguida da

exposição a outros insultos potencialmente nocivos, como a ventilação

mecânica, está associada à persistência da resposta inflamatória, em lugar do

controle e redução do processo (Rimensberger, 2002).

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A liberação de mediadores inflamatórios, provocada pela ventilação

mecânica, pode resultar da falência da barreira epitelial e endotelial, decorrente

do estiramento induzido pela transdução mecânica ou de efeitos sobre a

vasculatura pulmonar (Attar e Donn, 2002).

In vitro, o estiramento celular provoca a liberação de interleucina 8 (IL-8)

pelas células epiteliais alveolares, mesmo sem ter havido qualquer dano celular

estrutural (Speer, 2003).

Em ventilação mecânica, os recém-natos prematuros apresentam um

processo de inflamação crônica, edema pulmonar e disfunção do surfactante.

Estudo realizado em prematuros com idade gestacional entre 23 e 30

semanas e ventilados por período de 7 a 84 dias evidenciou função alterada do

surfactante, em aproximadamente 75% do grupo. Houve diminuição

significativa das proteínas SPA, SPB e SPC, respectivamente, 50%, 80% e

72%. Cerca de 50% dos prematuros com tais alterações mostraram evidências

clínicas de deterioração do quadro respiratório e associação com episódios de

infecção (Merrill et al, 2004).

Os prematuros com síndrome de desconforto respiratório (SDR)

apresentam uma capacidade pulmonar total baixa. O volume pulmonar

existente entre a capacidade residual funcional e a capacidade pulmonar total,

no grupo de MBPN, é pequeno, permitindo uma margem estreita de manobra

entre as zonas de alto e baixo volume pulmonar. Além disso, a distribuição da

doença pulmonar não é homogênea, tornando mais difícil o manejo ventilatório,

pois mesmo volumes correntes adequados podem ser dirigidos a pequenas

porções dos pulmões, que podem ser recrutadas e ventiladas, e resultar em

volutrauma (Attar e Donn, 2002).

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Como estratégia para redução do dano pulmonar, tem sido sugerido,

além da opção por uma ventilação gentil, evitar a intubação e a ventilação

mecânica, priorizando o uso do CPAP nasal (Cole e Fiascone, 2000; Van

Marter et al., 2000; Jobe e Bancalari, 2001; Kirpalani, 2004).

Oferta hídrica e persistência do canal arterial (PCA)

Vários estudos, inclusive com base populacional, mostram associação

entre a persistência do canal arterial e aumento da oferta hídrica com DBP

(Marshall et al., 1999; Bancalari et al, 2003; Oh et al., 2005).

Os recém-natos que evoluem com DBP apresentam uma perda de peso

significativamente menor nos primeiros dias de vida, sugerindo que a oferta

hídrica possa ter sido excessiva (Oh et al., 2005).

O aumento do fluxo pulmonar e o edema pulmonar subseqüente

acarretam diminuição da complacência pulmonar, aumento da resistência e

necessidade de parâmetros ventilatórios mais altos, o que teoricamente se

pode associar à lesão pulmonar. O aumento do fluxo pulmonar pode, também,

induzir marginalização e ativação dos neutrófilos nos pulmões o que contribui

para o processo inflamatório (Bancalari et al, 2003).

A PCA recorrente ou sintomática após a primeira semana de vida está

associada a um risco aumentado para DBP, assim como à maior duração da

PCA. Os episódios tardios de PCA são mais freqüentes em recém-nascidos

infectados, sendo também maior a possibilidade de falha no fechamento, e

maior o risco de DBP (Bancalari, 2005).

Entre os prematuros com peso de nascimento menor que 1000g,

aqueles com PCA apresentam níveis mais elevados de fator de necrose

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tumoral α (TNFα) e 6-cetoprostaglandina F1α (6-cetoPGF1α). O TNFα induz o

seqüestro de neutrófilos nos pulmões, ocasionando lesão vascular pulmonar e

edema, com agravamento do quadro já existente. Prematuros com PCA

também apresentam níveis mais elevados de mieloperoxidase no aspirado

traqueoalveolar, indicando influxo de neutrófilos ativados, com geração de

radicais livres, que provocam disfunção do surfactante e lesão do tecido

pulmonar (Bancalari, 2005; Chess et al., 2006).

Nutrição

A nutrição desempenha papel importante para o desenvolvimento e a

maturação pulmonar normal. Quando inadequada, induz efeitos pulmonares

adversos durante o período perinatal, interfere no crescimento pulmonar, na

síntese do DNA e na resposta ao stress oxidativo (Egreteau et al, 2001;

Saugstad, 2003; Suguihara e Lessa, 2005).

A vitamina A contribui para o processo de diferenciação, regeneração e

re-epitalização do tecido pulmonar, sendo sugerida a associação de baixo nível

plasmático de retinol, com aumento do risco para a DBP (Cole e Fiascone,

2000; Biniwale et al, 2006). A deficiência de vitamina A está relacionada ao

comprometimento do clearance de secreções pulmonares, perda da

homeostase da água através do epitélio traqueobrônquio, perda dos cílios,

diminuição na capacidade de reparação da lesão pulmonar e perda da

distensibilidade das vias aéreas (Biniwale et al., 2006).

Em ensaio clínico com suplementação de vitamina A em prematuros, foi

observada uma redução na incidência da DBP de 62% para 55% no grupo em

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estudo, isto é, para cada 14/15 prematuros tratados 1 sobrevivia sem DBP

(Tyson et al, 1999).

Predisposição genética

É possível que fatores genéticos contribuam para a DBP, através da

interação com fatores pré-natais e com as práticas de cuidado neonatal,

influenciando a susceptibilidade para a doença (Hallman e Haataja, 2003).

Componente hereditário na expressão dos genes, relacionados à

síntese do surfactante, ao desenvolvimento vascular e à regulação do processo

inflamatório, deve ser considerado (Chess et al, 2006).

Infecção

A associação entre infecção (infecção pré e pós-natal) e DBP está bem

estabelecida e parece desencadear a cascata inflamatória com conseqüente

lesão tecidual (Marshall et al, 1999; Cole e Fiascone, 2000; Jobe e Bancalari,

2001; Bancalari et al, 2003; Jobe, 2003; Kotecha et al, 2004).

A corioamnionite crônica inaparente é uma exposição antenatal

freqüente no grupo de MBPN, cujos recém-nascidos apresentam diferentes

graus de maturação pulmonar e um alto risco para o desenvolvimento de DBP.

A presença de corioamnionite histológica aumentou em 3 vezes o risco

para a DBP em recém-natos com idade gestacional menor ou igual a 28

semanas. O estágio da corioamnionite materna correlacionou-se com a

gravidade da DBP, em estudo que analisou a patologia das placentas e

marcadores inflamatórios no líquor e sangue de prematuros pesando menos

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que 1501g e com idade gestacional menor que 33 semanas (Viscardi et al,

2004).

O pulmão fetal pode ser atingido por vários fatores ligados à infecção ou

inflamação antenatal. A lesão pulmonar pode ocorrer após a exposição a níveis

elevados de citocinas pró-inflamatórias no líquido amniótico como interleucina-

1α (IL-α), interleucina-1β (IL-β), interleucina-6 (IL-6), interleucina-8 (IL-8) e fator

de necrose tumoral-α (TNF-α), do mesmo modo que os prematuros que

evoluem com sepsis ou pneumonia apresentam um maior risco para o

desenvolvimento da DBP (Jobi e Ikegami, 2001).

A associação entre corioamnionite e SDR e DBP é complexa, pois pode

ser somente o impacto inicial em um pulmão imaturo. Esse conceito baseia-se

no fato de que a corioamnionite histológica está relacionada a uma menor

incidência de DBP, a menos que um outro fator, como ventilação mecânica ou

sepsis pós-natal, venha a ocorrer. Nessa situação, há aumento do risco de

DBP em quase 3 vezes. A presença de corioamnionite induz à maturação

pulmonar e predispõe à inflamação crônica e ao desenvolvimento de DBP,

frente à exposição a outros insultos (Ikegami e Jobe, 2002; Jobe, 2003; Chess

et al, 2006).

A associação de inflamação intra-uterina e morbidade respiratória tem

estimulado a investigação de agentes infecciosos como Mycoplasma hominis e

Ureaplasma urealyticum, mas ainda permanece controversa (Chess et al.,

2006; Kotecha et al., 2004; Jobe e Ikegami, 2001).

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Inflamação

A inflamação é o resultado da atuação de vários fatores, e evidências

sugerem sua importância na lesão pulmonar (Chess et al, 2006; Jobe, 2003).

O processo inflamatório pode ser desencadeado a partir de lesões do

epitélio respiratório ou do endotélio vascular, havendo liberação de mediadores

pró-inflamatórios e citocinas quimiotáxicas, que atraem polimorfonucleares ao

pulmão.

As secreções das vias aéreas de recém-natos com DBP mostram

fatores quimiotáxicos e quimiocinéticos que são responsáveis pelo

recrutamento de neutrófilos e macrófagos, sendo a IL-8, provavelmente, o mais

importante fator quimiotáxico no pulmão e sua elevação precede o influxo de

neutrófilos (Speer, 2003).

Antes da migração das células inflamatórias para os pulmões, ocorre

uma complexa interação entre as células endoteliais, neutrófilos e macrófagos,

com expressão, pelas células endoteliais, de várias moléculas de adesão e

selectinas (selectina-E), que se ligam aos sítios complementares nos

neutrófilos (selectina-L) (Speer, 2003).

Os neutrófilos e macrófagos, por sua vez, potencializam o processo,

através da liberação de citocinas pró-inflamatórios e enzimas proteolíticas

(elastase). O desequilíbrio entre os mediadores e a habilidade dos prematuros

em contê-los, pela expressão inadequada de citocinas antiinflamatórias

(interleucina-10), predispõe o surgimento da DBP, devido ao efeito deletério

direto nas estruturas tissulares e por afetar a integridade celular, induzindo à

apoptose (Cole e Fiascone, 2000; Jobe e Bancalari, 2001; Speer, 2003; Monte

et al, 2005).

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Níveis elevados de mediadores inflamatórios têm sido descritos em

tecidos placentários, em aspirados traqueais precoces, nos pulmões e sangue

de prematuros em risco para o desenvolvimento de DBP. A elevação dos níveis

de selectina-E solúvel no sangue do cordão também está associada com um

maior risco para a DBP e quanto maior o nível maior a gravidade. Níveis

elevados de IL-6 foram encontrados em lavados pulmonares de prematuros

com 1 até 28 dias de vida, com DBP em evolução quando comparados com

controles e com prematuros somente com SDR (Chess et al., 2006; Kinsella et

al, 2006).

A importância relativa de cada fator envolvido no processo inflamatório

ainda necessita ser definida; no momento, as evidências apontam na direção

de um desequilíbrio entre os mecanismos pró e antiinflamatórios em favor das

forças pró-inflamatórias (Speer, 2003).

1.2. Qualidade do Cuidado

Nas últimas décadas, além de avanços significativos nos cuidados

dispensados aos neonatos, foram observados acidentes terapêuticos, tais

como, a “epidemia” de retinopatia da prematuridade relacionada ao uso

indiscriminado de O2 suplementar.

Uma grande dificuldade é alcançar o equilíbrio entre a implementação

de novas tecnologias, procedimentos e tratamentos e a adequada avaliação de

sua segurança e eficácia (Ehrenkranz e Wright, 2003).

Para que a avaliação seja feita adequadamente, são necessários

estudos com desenho metodológico adequado e que os clínicos busquem, de

modo sistemático, a melhor evidência disponível na literatura para sustentar

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sua prática (Soll e Andruscavage, 1999). A medicina baseada em evidências é

um instrumento útil para a adequação de práticas assistenciais (Soll e

Andruscavage, 1999).

As preocupações com a qualidade do cuidado são crescentes, embora

ainda permaneçam grandes disparidades na qualidade da assistência prestada

entre diferentes centros (Rogowski et al, 2004).

Assegurar a qualidade dos cuidados de saúde é um desafio para toda a

comunidade médica. O trabalho colaborativo em equipe soma a competência

de diversos indivíduos e permite uma abordagem ampla e menos fragmentada,

com caráter inclusivo, a fim de promover a qualificação da atenção (Berkowitz,

2003).

O conceito de melhora na qualidade inclui um conjunto de atividades

que visam diminuir a distância entre os processos e resultados desejáveis e os

que são verdadeiramente oferecidos (Ferris et al, 2001).

Os indicadores de qualidade geralmente são descritos como medidas de

processo e de resultado, e é necessário que seja feito um ajuste do risco, para

permitir a comparação dos dados (Kuhlthau et al, 2004).

1.3. Práticas potencialmente melhores para redução do dano pulmonar

Em relação ao cuidado neonatal, a variabilidade de práticas tem sido

documentada por duas importantes fontes de dados: a Vermont Oxford

Neonatal Network (VON) e o Institute of Child Health and Human Development

Neonatal Research Network.

A identificação de práticas potencialmente melhores, o envolvimento da

equipe na sua aplicação, e a revisão cuidadosa dos indicadores de qualidade

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26

são as bases da estratégia usada e recomendada pela VON, que efetivamente

vem mostrando melhores resultados em suas unidades nos últimos anos

(Wash, 2003).

O Neonatal Intensive Care Quality Improvement Collaborative Year 2000

(NIC/ 2000) foi o segundo de uma série de estudos colaborativos multicêntricos

administrados e organizado pela VON, cujos objetivos gerais são: obter

melhoras mensuráveis na qualidade e segurança nos cuidados das UTIN,

desenvolver novas ferramentas e instrumentos para melhorar especificamente

o cenário das UTIN, avaliar progressos e disseminar aprendizados (Hobar,

2003).

O NIC/ 2000 identificou e propôs um conjunto de práticas, como

potencialmente melhores para redução do dano pulmonar e/ou prevenção da

DBP. As práticas propostas foram as seguintes: suplementação com vitamina A

(nível 1 de evidência), CPAP nasal pós-extubação (nível 1 de evidência),

hipercapnia permissiva (nível 2 de evidência), administração profilática de

surfactante para prematuros com peso de nascimento menor que 1000g (nível

1 de evidência) ou CPAP nasal na sala de parto, diminuição do uso pós-natal

de corticoesteróides (nível 1 de evidência), diminuição dos dias em ventilação

mecânica (nível 1-5 de evidência), uso de ventilação de alta freqüência ou

ventilação com baixo volume corrente (nível 1-2 de evidência) e uso de

ventilação gentil na sala de parto (nível 2-3 de evidência) (Sharek, 2003).

Essas práticas foram desenvolvidas após discussões em grupo, revisão

da literatura em busca das evidências disponíveis, identificação e visita às

unidades com melhores resultados (pontos de referência).

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27

A identificação das práticas consideradas como potencialmente

melhores para minimizar o dano pulmonar é o primeiro passo para melhoria da

qualidade dos cuidados prestados. As estratégias de implementação exigem

participação e colaboração da equipe, disponibilidade de informações,

perseverança, compromisso, assim como dados sobre os processos e

desfechos (Burch et al, 2003).

1.4. Objetivos

O objetivo geral deste estudo é descrever os conhecimentos e as

práticas da equipe interdisciplinar da Unidade de Tratamento Intensivo

Neonatal relacionadas a prevenção da DBP e/ou redução do dano pulmonar

em recém-nascidos MBPN.

Os objetivos específicos são: descrever alguns aspectos selecionados

da estrutura da Unidade Neonatal, identificar os conhecimentos da equipe

sobre as práticas preconizadas como potencialmente melhores para prevenção

da DBP, verificar as práticas locais de manejo dos distúrbios respiratórios no

grupo MBPN e verificar a incidência de DBP na Unidade em estudo.

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Tabela 1. Definição de DBP - critérios diagnósticos.

Idade gestacional < 32 semanas > ou = 32 semanas

Momento de avaliação 36 semanas de idade

gestacional corrigida ou alta

> 28 dias e < 56 dias de

idade pós-natal ou alta

O2 >21% por pelo menos 28 dias

DBP leve Ar ambiente no momento da

avaliação

Ar ambiente com 56 dias de

idade pós-natal ou alta

DBP moderada Tratamento com O2 < 30% no

momento de avaliação

Tratamento com O2 < 30%

com 56 dias de idade pós-

natal ou alta

DBP severa O2 ≥ 30% e/ou pressão positiva

no momento da avaliação

O2≥30% e/ou pressão positiva

com 56 dias de idade pós-

natal ou alta

(Jobe e Bancalari, 2001)

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2. Artigo 1

CONHECIMENTOS DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE SOBRE AS

ESTRATÉGIAS PARA PREVENÇÃO DA DISPLASIA BRONCOPULMONAR

EM UNIDADE NEONATAL PÚBLICA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO

Resumo

Objetivos: Descrever os conhecimentos dos profissionais de uma

Unidade Neonatal pública da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro,

acerca das práticas potencialmente melhores para prevenção da displasia

broncopulmonar (DBP) no grupo de muito baixo peso ao nascer (MBPN).

Métodos: Um questionário validado, cuja finalidade consiste em abordar

conceitos e situações clínicas, foi aplicado, por amostragem, a um grupo de 45

médicos, 25 enfermeiros e 5 fisioterapeutas do corpo clínico da unidade em

estudo. Foi adotado como referencial o conjunto de práticas proposto pela

Vermont Oxford Network, acrescido do uso criterioso e controlado de oxigênio.

Resultados: Aproximadamente 80% dos profissionais eram do sexo

feminino, 37,8% dos médicos e 48,0% dos enfermeiros tinham formação em

neonatologia. O uso criterioso e controlado de O2 suplementar foi a única

prática amplamente mencionada (76% a 86,7%) pelos profissionais. Ventilação

gentil, desmame rápido da ventilação mecânica, uso de surfactante e redução

da cota hídrica foram citadas por 40 a 62,2% dos médicos como práticas

potencialmente melhores para a prevenção da DBP. A identificação correta das

práticas predominou nas abordagens conceituais (60 - 80%) e não nas

situações clínicas. Os alvos de saturação de O2 e PaO2 do referencial só foram

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reconhecidos por 37,8% e 17,8% dos médicos, respectivamente, e por 80% e

20% dos fisioterapeutas. Em relação aos níveis de PaCO2, a identificação

correta foi feita por 13,3% dos médicos e por 60% dos fisioterapeutas.

Conclusões: Os resultados sugerem um baixo nível de identificação

dos alvos de implementação do conjunto de práticas definidas como

potencialmente melhores para prevenção da displasia broncopulmonar.

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2. Article 1

PROFESSIONAL HEALTH KNOWLEDGE ABOUT STRATEGIES TO

PREVENT BROCHOPULMONAR DYSPLASIA IN A PUBLIC NEONATAL

UNITY IN THE CITY OF RIO DE JANEIRO

Abstract

Objectives: To describe professional knowledgement of a Public

Neonatal Unit of the Municipal Health Secretary of Rio de Janeiro about

potentially better practices for the prevention of bronchopulmonar dysplasia

(BPD) in a group of very low birth weigh newborns (VLBW).

Methods: A validated questionnaire with conceptual questions and

clinical situations was applied to a sample of 45 physicians, 25 nurses and 5

physiotherapists of the medical staff of the unity in study. As a reference, the

practical set proposed by Vermont Oxford Network was adopted added to the

judicious and controlled use of oxygen.

Results: About 80% of professionals were of female sex, 37.8% of

physicians and 48.0% of nurses had neonatal specialty courses. The judicious

and controlled use of supplemental O2 was the sole practice widely mentioned

(76% to 86,7%) by the professionals. Gentle ventilation, rapid withdrawal of

mechanic ventilation, the surfactant use and the reduction of fluid administration

were mentioned by 40 to 62,2% of physicians as potentially better practices to

prevent BPD. The correct identification of these practices prevailed on

conceptual approaches (60 - 80%) and not on clinical situations. The targets of

O2 and PaO2 saturation of reference were only avowed by 37.8% and 17.8% of

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physicians, respectively, and by 80% e 20% of physiotherapists. Concerning to

PaCO2 levels, the correct identification was accomplished by 13.3% of

physicians and by 60% of physiotherapists.

Conclusions: Results suggest a low identification level of

implementation of the practice set defined as potentially better for the

prevention of bronchopulmonar dysplasia.

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CONHECIMENTOS DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE SOBRE AS

ESTRATÉGIAS PARA PREVENÇÃO DA DISPLASIA BRONCOPULMONAR

EM UNIDADE NEONATAL PÚBLICA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO

2.1.Introdução

A displasia broncopulmonar (DBP) permanece como uma das principais

seqüelas associadas à prematuridade. É, atualmente, considerada como

importante causa de doença pulmonar crônica na infância, levando a

hospitalizações freqüentes e prolongadas com alta mortalidade, além de

comprometer o crescimento e o desenvolvimento da criança1.

O advento da terapia de reposição com surfactante exógeno, a

ampliação do uso de corticoesteróide antenatal e o aprimoramento dos

recursos disponíveis para os cuidados intensivos neonatais, propiciaram uma

mudança no perfil de sobrevida dos recém-natos prematuros.

Entretanto, essa mudança na sobrevida não foi acompanhada de queda

na incidência da DBP e, sim, de transformação nas formas de apresentação.

Hoje, as formas encontradas são menos graves e acometem recém-

natos mais prematuros. Essa tendência de declínio na gravidade foi

documentada por Smith e colaboradores (2005), que avaliaram as taxas de

DBP grave, por um período de 09 anos -1994 a 2002, em uma coorte de

prematuros com idade gestacional menor que 33 semanas. Embora tenham

encontrado a incidência de DBP nos mesmos patamares, observaram um

declínio nas formas graves, em média, de 11% ao ano2.

A incidência varia nos diferentes relatos, geralmente em torno de 30 a

40%3 no grupo de muito baixo peso ao nascer (MBPN). A variabilidade é

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decorrente de inconsistências na definição da DBP, das características e da

susceptibilidade da população de recém-natos e das práticas clínicas4.

Além da prematuridade e do fato de a DBP ocorrer quase

exclusivamente em recém-natos submetidos à ventilação mecânica e/ou

oxigenioterapia, outros fatores têm sido implicados na sua patogênese:

inflamação e/ou infecção, persistência do canal arterial e deficiências

nutricionais5,6.

Embora a DBP, provavelmente, não possa ser totalmente evitada,

algumas práticas assistenciais relacionadas ao manejo hídrico, respiratório e

medicamentoso têm sido consideradas como potencialmente melhores7 para

redução do dano pulmonar.

Outras práticas vêm sendo associadas a um maior risco para a doença,

entre elas a administração excessiva de líquidos, as altas frações inspiradas de

oxigênio (FiO2), pressões inspiratórias elevadas (PIP) e hipocarbia8.

Embora ainda controversas9, abordagens alternativas, como priorizar o

uso de CPAP nasal após aplicação de surfactante profilático, seguido por um

período curto de ventilação mecânica, parecem ter um impacto positivo na

redução do dano pulmonar, conforme sugerido por estudo realizado em modelo

animal10. A ventilação gentil, traduzida pela aceitação de uma hipercapnia

moderada, também é uma estratégia preconizada como potencialmente

benéfica para redução do dano pulmonar 3,11.

Inúmeros estudos discutem intervenções terapêuticas baseadas nas

evidências disponíveis, mas muitas delas não têm sido efetivamente

incorporadas às práticas clínicas. Essa lacuna poderia, entre outros fatores,

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traduzir diferentes níveis de disseminação das informações entre os

profissionais de saúde.

O objetivo deste estudo é descrever os conhecimentos dos profissionais

de uma Unidade Neonatal da SMS/RJ, acerca das práticas consideradas como

potencialmente melhores para redução do dano pulmonar e/ou prevenção da

DBP no grupo de MBPN.

2.2. Método Desenho e população do estudo

Trata-se de um estudo descritivo transversal, no qual foram incluídos os

profissionais médicos, enfermeiros e fisioterapeutas, lotados na Unidade

Neonatal no período de outubro de 2005 a março de 2006. Foram excluídos os

estagiários de fisioterapia e residentes de medicina e enfermagem.

Local do estudo

O estudo foi realizado numa maternidade pública municipal do Rio de

Janeiro, cuja unidade neonatal é composta por uma Unidade de Tratamento

Intensivo (UTI), com 14 leitos, e uma Unidade Intermediária (UI), com 34 leitos.

Na unidade estudada, as diretrizes sobre as condutas clínicas são

estabelecidas a partir de discussões sistemáticas, com participação das

lideranças, equipes de rotina e plantonistas. A unidade não tem protocolos

específicos definidos ou implementados em relação às práticas para a

prevenção da DBP.

De acordo com recursos disponíveis e seu nível de complexidade, a UTI

Neonatal é classificada pela proposta da Vermont Oxford Network (Annual

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41

Meeting, 2002) como tipo 3-a e pelos critérios do Ministério da Saúde para UTI

como tipo II.

Referencial utilizado

Os aspectos abordados, para a descrição de conhecimentos dos

profissionais de saúde, foram baseados no conjunto de práticas, proposto a

partir do Neonatal Intensive Care Quality Improvement Collaborative Year 2000

(NIC/2000), organizado pela Vermont Oxford Network: suplementação com

vitamina A, redução na administração de líquidos, CPAP nasal pós –

extubação, hipercapnia permissiva, diminuição do uso pós-natal de

corticoesteróides, uso de surfactante profilático ou CPAP nasal na sala de parto

para neonatos com peso menor que 1000g, redução dos dias em ventilação

mecânica, ventilação de alta freqüência ou ventilação com baixo volume

corrente e ventilação gentil na sala de parto7.

Foi acrescentada, também, a escolha de alvos de saturação de O2 e

PaO2 em recém-natos que estejam recebendo O2 suplementar. Essa escolha,

embora não faça parte do referencial adotado, ainda é um problema não

superado12, aliado ao fato de ser a toxicidade pelo O2 um dos fatores

identificados na literatura como associados a DBP.

Definições adotadas

Práticas potencialmente melhores para prevenção da DBP / alvos de

implementação13:

- Suplementação de Vitamina A: fornecer vitamina A 5000 IU,

intramuscular, 03 vezes por semana, durante 04 semanas para

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prematuros com peso de nascimento menor que 1000 g em

ventilação mecânica ou que necessitem O2 suplementar com 24

horas de vida;

- Redução da administração de líquidos: minimizar a oferta

hídrica, mantendo perda diária de peso de 3%–5% ou

aproximadamente 15% cumulativo no período de 05 dias, sódio

sérico 137–150 mEq/l e débito urinário 1–3 ml/kg/h;

- Surfactante profilático ao nascimento ou CPAP nasal (NCPAP)

na sala de parto para neonatos com peso menor que 1000g: aplicar o

surfactante nos primeiros 30 minutos de vida para os neonatos com

peso menor que 1000g, idade gestacional menor 27 semanas e/ou

desconforto respiratório; como alternativa, iniciar NCPAP na sala de

parto;

- CPAP nasal pós - extubação (NCPAP): usar NCPAP para

reduzir os dias em ventilação mecânica e reintubações;

- Hipercapnia permissiva: manter PaCO2 em prematuros

ventilados entre 50 e 65 mmHg e pH maior que 7.25. Não intubar se

pH maior que 7.25 ou PaCO2 menor que 60 a menos que ocorra

situação clínica mandatória para intubação, tal como, desconforto

respiratório severo, deterioração cardiovascular, apnéia, etc;

- Diminuição do uso pós-natal de corticoesteróides: evitar o uso

de dexametasona nos primeiros 10–14 dias de vida. Após o período,

considerar o uso de dexametasona segundo o critério a seguir: o

prematuro permanece em ventilação mecânica sem possibilidade de

desmame, FiO2 maior 0.40–0.50, MAP maior 8–9, RX de tórax com

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enfisema intersticial ou alterações císticas precoces e persistência do

canal arterial e/ou pneumonia já afastados;

- Redução dos dias em ventilação mecânica: optar por uma

ventilação gentil ao nascimento com uso de surfactante profilático.

Implementar critérios estritos de desmame e aumentar o uso de

NCPAP para prevenir ou reduzir a necessidade de ventilação

mecânica;

- Ventilação com alta freqüência ou ventilação com baixo volume

corrente: aferir o volume corrente e tolerar PaCO2 mais alta

(hipercapnia permissiva);

- Ventilação gentil na sala de parto: aferir o volume corrente e a

pressão, minimizar a expansão torácica e a distensão pulmonar,

evitar usar volume corrente maior que 6ml/kg e preferir o uso do

ventilador em lugar da bolsa auto-inflável.

Os níveis de saturação de O2 considerados como adequados foram 87%

a 94%, o limite inferior da PaO2 entre 40 e 50mmHg e o superior entre 60 e 70

mmHg14.

Coleta de dados

Os dados foram coletados por meio da aplicação de um questionário

não identificado, autopreenchido, composto por uma pergunta aberta e 08

perguntas fechadas, no período de março a abril de 2006.

O questionário era composto por 03 blocos de itens: o primeiro

contemplava aspectos relacionados à formação e atuação profissional, o

segundo, com uma pergunta aberta, solicitava 05 indicações sobre práticas

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neonatais que pudessem contribuir para a prevenção da DBP e o terceiro

apresentava questões com situações clínicas ou conceitos relativos ao manejo

de recém-natos de MBPN. Foi solicitado que o terceiro bloco só fosse

preenchido após o término do bloco anterior, a fim de evitar interferência na

resposta da pergunta aberta.

A validação do questionário foi feita por 03 especialistas, através de um

instrumento construído para avaliar seu conteúdo de acordo com a proposta de

publicações sobre validação de instrumentos15-18.O instrumento era composto

por 09 itens cada um, com pontuação variando de 0 a 7. A pontuação obtida

por item variou de 80,9% a 95,2% do total. Foi adotado como ponto de corte

para validade de conteúdo o valor de 75% da pontuação máxima do

instrumento como um todo. Considerando-se a análise dos 03 especialistas,

obteve-se pontuação média de 89% (88,9%, 90,4% e 88,9%).

Dadas às características envolvidas, alguns itens foram direcionados

especificamente a uma das categorias profissionais estudadas. Apenas os

médicos responderam a todos os itens.

Foi ressaltado, na aplicação do questionário, que o objeto do estudo era

o conjunto de conhecimentos teóricos sobre os itens abordados,

independentemente da disponibilidade ou aplicabilidade na unidade em estudo.

O estudo recebeu parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa da

Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.

Amostra

O tamanho da amostra foi calculado tomando-se por base uma

prevalência do conhecimento de 60%, um erro amostral de 0,15 e nível de

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significância de 0,05, o que determinou uma amostra de 40 profissionais

médicos e 24 enfermeiros de um total de 88 médicos e 42 enfermeiros. Como o

grupo era formado por apenas 05 fisioterapeutas, foram incluídos todos. O

cálculo amostral foi realizado a partir do Epi Info 2000 versão 3.3.2,

considerando o desenho do estudo e o interesse de se estimar a proporção em

uma população finita 19. O processo de escolha foi por amostragem aleatória,

estratificada segundo a lotação dos profissionais (rotina e equipes de plantão),

utilizando-se tabela de números aleatórios20.

Análise dos dados

Para criação do banco de dados e análise estatística foi utilizado o

programa estatístico Epi-Info 2000 versão 3.3.2(CDC, Atlanta)21.

As principais características dos profissionais e dos conhecimentos

foram descritas da seguinte forma: as variáveis categóricas como prevalência e

proporções e as variáveis contínuas como médias, com seus respectivos

desvios padrões e/ou medianas com os limites mínimo e máximo.

Os resultados relacionados às características da população e as práticas

citadas na pergunta aberta estão apresentados em conjunto. As respostas

obtidas nas perguntas fechadas, pelas peculiaridades inerentes a área de

atuação de cada uma das categorias estudadas, são apresentadas

separadamente.

2.3.Resultados

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Foram analisados 45 questionários preenchidos por médicos, sendo 15

profissionais da equipe da rotina da unidade neonatal e 30 plantonistas,

uniformemente distribuídos pelas diferentes equipes (10 equipes), 25

preenchidos por enfermeiros e 05 por fisioterapeutas.

As características demográficas, bem como formação e atuação

profissional da população estão apresentadas na tabela1.

A população era composta predominantemente por profissionais do sexo

feminino em todas as categorias. Os médicos constituíam o grupo com idade

mais alta, mediana de 41 anos (33 - 60 anos) e todos com mais de 5 anos de

formação.

O grupo de enfermeiros e fisioterapeutas era mais jovem, com

predominância de profissionais com idade menor ou igual a 40 anos (mediana

34 anos).

Os médicos que possuíam título de especialista e/ou residência em

neonatologia corresponderam a pouco mais de um terço do grupo,

evidenciando, portanto, uma formação em pediatria. Por outro lado, o grupo

possuía experiência na área neonatal, já que, aproximadamente, 66% dos

profissionais atuavam em neonatologia por período maior que 10 anos.

Os enfermeiros com especialização em neonatologia corresponderam a

quase 50% do grupo e apenas 20% atuavam em neonatologia por um período

menor ou igual a 5 anos.

Quanto ao grupo de fisioterapeutas, nenhum profissional possuía

especialização em pediatria ou neonatologia e todos atuavam em Unidade

Neonatal há menos de 05 anos.

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A tabela 2 mostra, em resposta à pergunta aberta, as práticas apontadas

como potencialmente melhores para prevenção da DBP e/ou redução do dano

pulmonar em recém-natos de MBPN.

A única prática amplamente mencionada como benéfica foi o uso

criterioso e controlado de oxigênio suplementar (76,0% a 86,7%). A ventilação

gentil e/ou hipercapnia permissiva (reflexo da ventilação gentil11) foi citada por

mais da metade dos fisioterapeutas e médicos. Considerando-se as outras

práticas, houve uma identificação menos freqüente, principalmente em relação

ao uso de CPAP nasal e ventilação gentil na sala de parto.

Outras práticas – suporte nutricional adequado, prevenção e/ou

tratamento de infecções e fechamento precoce do canal arterial – foram

apontadas por cerca de 9 a 20% dos médicos.

Embora não pertencendo diretamente à área de atuação da

neonatologia, mas provavelmente refletindo a importância da prática e da

abordagem perinatal, foi mencionado o uso de corticoesteróides antenatal por

28,9% dos médicos e 40% dos fisioterapeutas.

Na análise da identificação das práticas, a partir das respostas às

perguntas fechadas, verificou-se uma identificação correta por 35,6% dos

médicos (n=16) para o uso da vitamina A e 44,4% (n=20) para o uso de CPAP

nasal na sala de parto no grupo com peso de nascimento menor que 1000g.

Para estimar o nível de conhecimento de cada uma das outras práticas,

a abordagem das perguntas fechadas foi feita através da aferição dos

conceitos e da identificação de intervenções corretas nos casos clínicos

propostos. Essas duas abordagens foram analisadas isoladamente e também

de forma agregada (conjunto), isto é, foi estimado o percentual de profissionais

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que responderam corretamente as duas abordagens para que fosse

dimensionada a consistência dos conhecimentos.

A tabela 3 mostra a distribuição proporcional dos médicos, segundo a

identificação das práticas, investigadas tanto para o conjunto como para cada

um dos parâmetros ou situações que indicam sua adequação.

Em relação às práticas verificadas sob as duas perspectivas, a

identificação dos conceitos apresenta consistentemente percentuais mais

elevados do que nas situações clínicas.

As práticas que atingiram, na análise agregada, índices de identificação

acima de 60% foram apenas o uso de CPAP nasal pós-extubação e a redução

do uso pós-natal de corticoesteróides.

Analisando os parâmetros isoladamente, os limites de PaO2, saturação

de O2 e PaCO2, assim como a perda ponderal e os limites do sódio sérico,

apresentaram índices de identificação baixos. Quanto à PaO2, foi encontrada a

média de 65,2 ±15,68 mmHg para o limite mínimo e, para o máximo, de

83,13±11,02 mmHg. Para a PaCO2, a média do limite mínimo foi de 40,33 ±6,3

mmHg e do máximo de 54,90±7,9 mmHg. Todos os outros parâmetros foram

identificados adequadamente por pelo menos 60% do grupo.

Considerando-se as práticas identificadas pelo grupo de enfermeiros,

36% (n=9) apontaram corretamente os limites de saturação de O2 entre 87 e

94% e 28% (n=7) o uso de CPAP nasal na sala de parto para os neonatos com

peso menor 1000g.

A tabela 4 apresenta a distribuição proporcional dos enfermeiros,

segundo a identificação das práticas que foram avaliadas em mais de um

aspecto.

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Os percentuais encontrados na análise dos conjuntos estão todos

abaixo de 50%, mas, avaliando isoladamente os parâmetros “minimizar a

expansão torácica” e “priorizar o uso do ventilador em relação à ventilação

manual”, eles foram identificados adequadamente por mais de 80% dos

enfermeiros. Excluindo-se os indicadores do manejo hídrico e da identificação

do CPAP nasal como estratégia para reduzir as reintubações, o índice de

identificação dos outros parâmetros foi acima de 60%.

Analisando a identificação correta das práticas pelos fisioterapeutas

observamos índices variando de 80% a 100% para o uso do CPAP nasal na

sala de parto, CPAP pós-extubação e incremento do seu uso como estratégia

para redução do uso ou tempo de ventilação mecânica. Os mesmos níveis

foram verificados em relação aos cuidados com a ventilação na sala de parto

exceto pela não identificação da importância da aferição da pressão e do

volume.

Os limites para PaCO2 foram identificados adequadamente por 60% do

grupo de fisioterapeutas, havendo tendência à tolerância de valores mais altos,

por outro lado, a identificação como adequado de “critérios agressivos de

desmame” foi baixa,12% do grupo.

Considerando-se a saturação de O2, 80% apontaram os valores de

referência, mas em relação a PaO2 a identificação adequada foi de apenas

20,0%. Observamos uma tendência à escolha de valores mais altos que a

referência, com média para a PaO2 mínima e máxima, respectivamente, 61±7,4

mmHg e 80±7,1mmHg.

2.4.Discussão

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Neste estudo foi utilizado um referencial pré-definido para descrição dos

conhecimentos dos profissionais da equipe da Unidade Neonatal. Ressaltamos

que o conjunto utilizado como referência, embora contemple aspectos usuais

dos cuidados dispensados aos recém-natos de MBPN, não estava formalizado

como protocolo implementado na unidade estudada.

Na comparação entre a correta identificação dos conceitos com a sua

tradução adequada em situações clínicas, observou-se um percentual mais

elevado na avaliação do conceito. No caso específico dos médicos o nível de

conhecimento foi acima de 70%. Porém, quando se solicitava a escolha dos

parâmetros clínicos, havia para algumas práticas uma consistência pequena na

tradução dos conceitos para os parâmetros indicados como referência pelos

profissionais.

É importante considerar que para vários parâmetros clínicos não se

observa na literatura consenso sobre limites, mas sim tendências, o que pode

ter contribuído para os resultados encontrados.

Tal fato foi notado em várias situações como, por exemplo, na definição

dos limites considerados adequados para saturação de O2 e PaO2. Apesar da

equipe citar amplamente a necessidade de a oxigenioterapia ser criteriosa e

controlada, no momento em que foi solicitada a definição dos níveis aceitáveis,

os limites não se encontravam na faixa referência.

O mesmo foi observado entre o conceito de hipercapnia permissiva e os

níveis aceitáveis de PaCO2. Na avaliação da adequação da cota hídrica,

também se observa este fato, com exceção do parâmetro “diurese de 1 a 3

ml/kg/hora” que foi identificado por 88,9% dos médicos.

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Os limites citados pela equipe em relação à PaO2 foram superiores aos

da referência. Embora permaneçam controversos os níveis ideais de

oxigenação nos prematuros21,22, o uso liberal de oxigênio suplementar está

associado ao aumento na incidência de formas graves de retinopatia da

prematuridade, maior duração da ventilação mecânica e maior risco para

dependência de O2 suplementar com 36 semanas de idade gestacional

corrigida21.

Rüdiger e colaboradores (2005)24, em levantamento feito através de um

questionário, preenchido por profissionais de vários centros na Alemanha,

Suíça e Áustria sobre os alvos de saturação de O2, encontrou mediana para o

limite mínimo 86%, com variação de 75 a 93%, e mediana para o limite máximo

95%, com variação de 80 a100%. Quanto à PaO2, a mediana para o limite

superior foi 70 mmHg (variação de 45 a 90 mmHg), e, para o limite inferior, a

mediana foi 44 mmHg (variação de 30-60 mmHg). Os dados evidenciam a

variabilidade na definição dos limites apontados por profissionais de diferentes

centros.

Em uma revisão de práticas realizada pela Australia New Zealand

Neonatal Network, foram encontrados alvos para saturação de O2, variando de

85-92% até 90-95%25.

Mesmo considerando, na literatura, a falta de evidências disponíveis

para a definição da faixa ideal22 e da variabilidade de alvos considerados, este

estudo detectou uma tendência à identificação de níveis mais altos para a

PaO2 na primeira semana de vida.

Os valores identificados como adequados para a PaCO2 foram aquém

da referência, estando a média do limite inferior apontado na faixa de

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normocapnia, o que sugere a não-adoção plena do princípio da hipercapnia

permissiva.

A hipercapnia permissiva moderada reflete uma abordagem ventilatória

gentil e é uma estratégia para minimizar o baro/ volutrauma. Mesmo em

abordagens mais conservadoras, os níveis de PaCO2 tolerados estão na faixa

de 45-55mmHg14.

Os fisioterapeutas, do mesmo modo que os médicos e enfermeiros, não

reconheceram “critérios agressivos de desmame” como uma prática adequada.

Talvez o uso do termo “agressivo” tenha trazido uma conotação de “violência”

e, portanto, de inadequação.

Oferta hídrica alta e menor perda de peso associado ao óbito ou DBP

estão bem documentadas26. É prudente manter uma certa restrição hídrica,

sem deixar de atender às necessidades fisiológicas, nem permitir uma

desidratação significativa27. Para isso, é fundamental o uso de parâmetros que

indiquem a adequação da oferta hídrica. A não-aplicação destes parâmetros

dificulta que o equilíbrio entre restrição sem desidratação significativa seja

alcançado.

Os parâmetros relativos à perda ponderal esperada e aos níveis de

sódio sérico como indicadores da adequação da cota hídrica foram

identificados por menos de 50% do grupo. Por outro lado, identificou-se como

limitação do estudo o fato de não terem sido adotados outros indicadores de

adequação da oferta hídrica. Tal fato associado ao limite máximo do sódio

sérico da referência (150mEq/l) pode ter contribuído para os resultados obtidos,

já que outros valores limítrofes podem ser encontrados na literatura28.

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A suplementação de vitamina A é uma prática segura e efetiva para

prevenção da DBP11, e revisão sistemática recente29 mostra redução da DBP e

da mortalidade com o seu uso. Apesar das evidências, o índice de adesão

pelos neonatologistas é baixo, por seus benefícios serem considerados

pequenos ou não confirmados30. Neste estudo, em consonância com a

literatura, foi verificado um baixo índice de identificação da prática como

adequada. A unidade estudada não disponibiliza a vitamina A, o que pode ter

influenciado o resultado encontrado, apesar de constar nas instruções

fornecidas aos profissionais que não deveria ser considerada a disponibilidade

e/ou a aplicabilidade na unidade em estudo, e sim o conhecimento teórico.

2.5.Conclusões

A incidência da DBP mantém-se em patamares elevados e, com o

aumento na sobrevida dos neonatos prematuros, o número de crianças

acometidas vem aumentando. A associação com outras morbidades e com

comprometimento do desenvolvimento neurológico faz com que qualquer

intervenção que possa, mesmo que modestamente e/ou em algum subgrupo

da população, reduzir sua incidência passe a ter grande importância clínica26.

Na análise dos conjuntos, chama atenção o índice menor que 50% para

o nível de difusão de várias das práticas consideradas como potencialmente

melhores para a prevenção da DBP, o que demonstra a necessidade de

investimentos visando à divulgação sistemática de informações entre os

profissionais.

Além disso, para a diminuição na variabilidade das práticas e sua

adequação com enfoque na redução do dano pulmonar e/ou prevenção da

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DBP, é necessário o envolvimento do grupo na busca de informações

baseadas nas evidências disponíveis e na identificação de alvos a serem

implementados.

As discrepâncias, observadas entre os conceitos e sua tradução para a

aplicação clínica, podem ser minimizadas pelo estabelecimento de protocolos

elaborados pela equipe. O incentivo à adesão aos protocolos pelas equipes da

rotina e plantão e a supervisão pelas lideranças também contribuem para o

êxito do processo.

Assim, os resultados deste estudo devem ser considerados para

definição e planejamento de estratégias de intervenção como implantação de

protocolos. Além disso, podem ser vistos como uma linha de base para

monitoramento de futuros estudos sobre adesão a protocolos.

A rapidez no desenvolvimento das pesquisas e tecnologias contribui

para o aumento da lacuna existente entre o que deve ser aplicado e o que

ocorre na prática, sendo tal fato, também nos países desenvolvidos, uma

grande preocupação31. Neste grupo de países, a escolha das intervenções é

determinada pelas evidências sobre a efetividade das estratégias de

disseminação de informações e implementação de protocolos e pela

identificação das barreiras que dificultem as mudanças32.

2.6. Referências bibliográficas

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29. Darlow BA, Graham PJ. Vitamin A supplementation for preventing morbidity and mortality in very low birth weight infants. Cochrane Database Systematic Reviews 2002, Issue 4.Art. No.: CD000501.DOI: 10.1002/14651858.CD000501. 30. Ambalavanan N, Kennedy K, Tyson J, Carlo WA. Survey of vitamin A supplementation for extremely-low-birth-weight infants: is clinical practice consistent with the evidence? J Pediatr 2004; 145:304-307. 31.Barnes B. Minding the gap: can continuing medical education bridge the quality chasm? J Am Coll Cardiol 2004; 44: 199-200. 32.Bero LA, Grilli R, Grimshaw JM, Harvey E, Oxman AD, Thomson MA. Getting research findings into practice. Closing the gap between research and practice: an overview of systematic reviews of interventions to promote the implementation of research findings. BMJ 1998: 317: 465- 468.

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58

Tabela1. Distribuição proporcional dos profissionais quanto às características

demográficas, formação e atuação profissional.

Características

Médicos n=45 %

Enfermeiros

n=25 %

Fisioterapeutas

n= 05 %

Sexo

Feminino Masculino

37 82,2% 08 17,8%

22 88,0% 03 12,0%

04 80,0% 01 20,0%

Idade < ou = 30 anos 31 a 40 anos 41 a 50 anos 51 a 60 anos

---- ---- 20 44,5% 15 33,3% 10 22,0%

07 28,0%

14 56,0% 04 16,0% --- ---

02 40,0% 03 60,0% --- --- --- ---

Tempo de formado

< ou = 5 anos 6 a 10 anos 11 a 20 anos

>20 anos

---- ---- 06 13,3% 24 53,4% 15 33,3%

03 12,0%

08 32,0% 13 52,0% 01 4,0%

02 40,0% 02 40,0% 01 20,0% ---- ----

Tempo atuação neonatologia

< ou = 5 anos 6 a 10 anos 11 a 20 anos > 20anos

03 6,8% 12 27,3% 22 50,0% 07 15,9%

05 20,0%

14 56,0% 04 16,0% 02 8,0%

05 100,0 --- --- --- --- --- ---

Formação profissional

Residência pediatria Especialização pediatria TEP* R3/4 neonatologia e/ou TEN** Especialização neonatologia

39 86,7% 16 35,6% 30 66,7% 17 37,8% --- ----

05 20,0%02 8, 0% --- --- --- --- 12 48,0%

--- --- --- --- --- --- --- --- --- ---

*Título de especialista em pediatria **Título de especialista em neonatologia

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Tabela 2. Práticas citadas como potencialmente melhores para a redução do

dano pulmonar e/ou prevenção da DBP.

Práticas

Médicos

n=45 %

Enfermeiros n=25 %

Fisioterapeutas

n=5 %

Uso criterioso e controlado de O2 suplementar

39 86,7%

19 76,0%

04 80,0%

Ventilação gentil/baixo volume corrente/hipercapnia permissiva

23 51,1% 07 28,0% 03 60,0%

Desmame rápido da ventilação mecânica

21 47,7% 12 48,0% 02 40,0%

Uso de surfactante precoce/profilático

19 43,2% ---- ----- 02 40,0%

Adequação/redução da cota hídrica 18 40,9% ---- ----- ---- -----

Uso de CPAP nasal

05 11,1% 05 20,0% 03 60,0%

Atendimento cuidadoso na sala de parto (VPP*)

02 4,5% ---- ----- ---- -----

Uso de vitamina A

01 2,3% ---- ----- 02 40,0%

*VPP – ventilação com pressão positiva

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60

Tabela 3. Distribuição proporcional dos médicos segundo a identificação

correta das práticas potencialmente melhores para redução do dano pulmonar

e/ou prevenção da DBP no grupo MBPN.

Prática Identificação correta das práticas

n % Surfactante profilático(<1000g) Em caso clínico Conceito Conjunto*

29 64,4% 32 71,1% 22 48,9%

CPAP nasal pós-extubação Para redução de reintubação Para redução do tempo e/ou necessidade VM** Conjunto

35 77,8% 35 77,8% 29 64,4%

Redução uso e/ou tempo em VM Critérios agressivos de desmame Surfactante precoce CPAP nasal precoce Conjunto

12 26,7% 43 95,6% 36 82,2%

12 26,7%

Hipercapnia permissiva PaCO2 entre 50 e 65 Em caso clínico Conceito Conjunto

06 13,3% 39 86,7%

42 93,3% 06 13,3%

Ventilação gentil sala parto Minimizar expansão tórax Aferir volume corrente e pressão Ventilador vs ventilação manual Conjunto

41 91,1% 27 60,0% 34 75,6% 18 40,0%

Uso criterioso de O2 suplementar Saturação de O2 entre 87 - 94% PaO2 40 / 50 – 60 / 70mmHg Conjunto

17 37,8% 08 17,8% 04 8,9%

Redução uso corticoesteróide pós-natal Em caso clínico Conceito Conjunto

32 71,1% 42 93,3% 32 71,1%

Redução da oferta hídrica Diurese 1 a 3ml/kg/h Na sérico 137-150mEq/l Perda ponderal 10-15%(5º dia vida) Conceito Conjunto

40 88,9% 18 40,0%

16 33,3% 35 80,0% 08 17,8%

* Conjunto significa a identificação correta de todas as abordagens que avaliaram cada prática. ** VM - ventilação mecânica.

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Tabela 4. Distribuição proporcional dos enfermeiros segundo a

identificação correta das práticas potencialmente melhores para redução do

dano pulmonar e/ou prevenção da DBP no grupo MBPN.

Prática

Identificação correta das práticas

n % CPAP nasal pós-extubação

Para redução de reintubação

Para redução do tempo e/ou necessidade VM* Conjunto**

11 44,0%

16 64,0% 09 36,0%

Redução uso e/ou tempo em VM Critérios agressivos de desmame Incrementar uso CPAP nasal Conjunto

03 12,0% 15 60,0% 03 12,0%

Ventilação gentil sala parto

Minimizar expansão tórax Aferir volume corrente e pressão Ventilador vs ventilação manual Conjunto

23 92,0% 15 60,0% 21 84,0% 11 44,0%

Redução da oferta hídrica

Diurese 1 a 3ml/kg/h Perda ponderal 10-15%(5º dia vida) Conjunto

12 48,0% 09 36,0% 09 36,0%

*VM- ventilação mecânica ** Conjunto significa a identificação correta de todas as abordagens que avaliaram cada prática.

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3. Artigo 2

PRÁTICAS RELACIONADAS À PREVENÇÃO DA DISPLASIA

BRONCOPULMONAR EM UNIDADE NEONATAL PÚBLICA DO MUNICÍPIO

DO RIO DE JANEIRO

Resumo

Objetivos: descrever as práticas relacionadas à prevenção da displasia

broncopulmonar (DBP), verificar a incidência da DBP, pneumotórax e

sobrevida, no grupo de Muito Baixo Peso ao Nascer (MBPN), numa unidade

neonatal da Secretaria Municipal de Saúde/RJ.

Métodos: estudo longitudinal retrospectivo, no qual foi incluída uma

amostra de recém-natos de MBPN, com idade gestacional menor que 32

semanas, admitidos na unidade neonatal no período de outubro 2005 a março

de 2006. Foram colhidas informações sobre gestação, parto, condições de

nascimento, características da população, intercorrências clínicas e aspectos

relativos ao manejo hídrico e suporte respiratório. Foi definido como referencial

o conjunto de práticas potencialmente melhores para prevenção da DBP e

redução do dano pulmonar, proposto pelo Neonatal Intensive Care Quality

Improvement Collaborative Year 2000 (NIC/2000), organizado pela Vermont

Oxford Network.

Resultados: foram analisados 53 prontuários. A média do peso de

nascimento foi 1050g±243g, e da idade gestacional 28 semanas e 3 dias±1

semana e 3 dias. A mediana do SNAPPEII foi 28 e do NTISS 13. Cerca de 50%

das mães receberam corticóide antenatal e 91,7% realizaram pelo menos 01

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consulta pré-natal; o parto foi normal em 62,3% da população. A síndrome do

desconforto respiratório foi diagnosticada em 60,4% dos neonatos, 58,5%

receberam surfactante, sendo que 38,7% deles nas primeiras 2 horas de vida,

e 75,5% necessitaram de ventilação mecânica. A mediana da PaO2 no primeiro

dia de vida, quando em vigência parâmetro máximos, foi 133,5 (variação de 46

a 447) e PaCO2 menor que 35 em quase 50% dos neonatos. A taxa hídrica

média no 7º dia de vida foi 141±17,8 ml/kg/dia, e a perda ponderal 10,7±4,7. A

sobrevida foi de 75%, a incidência de DBP 28,9% e a de pneumotórax 1,9%.

Conclusões: a análise da população estudada aponta para a

necessidade de maior implementação de práticas que contribuam para a

prevenção da DBP, incluindo maior utilização do corticoesteróide antenatal,

priorização do uso do CPAP nasal, uso adequado do surfactante nos seus

vários aspectos, ventilação gentil traduzida por uma hipercapnia moderada e

ajustes na oxigenioterapia.

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3. Article 2

PRACTICES RELATED TO THE PREVENTION OF

BRONCHOPULMONAR DYSPLASIA IN PUBLIC NEONATAL UNIT IN THE

CITY OF RIO DE JANEIRO

Abstract

Objectives: describe practices related to brochopulmonar dysplasia

(BPD), check the incidence of BPD, pnenumothorax and the survival in very low

birth weigh newborn (VLBW), in a neonatal unity of the Municipal Health

Secretary/RJ.

Methods: retrospective longitudinal study, on which a newborn sample

of VLBW and gestational age lower than 32 weeks admitted in the neonatal

unity from October 2005 to March 2006, was included. Information concerning

to the pregnancy, delivery, born conditions, population characteristics, clinical

occurrences and aspects related to fluid administration and respiratory support

were collected. As a reference, a set of potentially better practices for the

prevention of BPD was defined as a proposal of Neonatal Intensive Care

Quality Improvement Collaborative Year 2000 (NIC/2000) arranged by Vermont

Oxford Network.

Results: 53 case reports were analyzed. The average of born weigh was

1050g ± 243g and gestational age of 28 weeks and 3 days ± 1 week and 3

days. The SNAPPEII average was 28 and NTISS was 13. About 50% of

mothers received antenatal corticoid and 91,7% attended at least 01 pre-natal

consultation, the normal delivery was observed in 62.3% of population. The

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respiratory distress syndrome was diagnosed in 60.4% of newborn, 58.5%

received surfactant, 38.7% of them received it on the first 2 hours of life and

75.5% needed mechanical ventilation. PaO2 average on the first day of life,

during maximum effective parameters was 133,5mmHg (range of 46 and 447)

and PaCO2 lower than 35mmHg in almost 50% of newborn. The mean fluid

intake on the 7th day of life was 141±17.8 ml/kg/day and the weighed loss was

10.7±4.7. The survival was 75%, the BPD was 28.9% and pneumothorax was

1.9%.

Conclusions: the analysis of studied population shows the need of a

higher implementation of practices which contribute to the prevention of BPD,

including a higher utilization of antenatal corticosteroid, the priority of the use of

nasal CPAP, the proper use of surfactant on its several aspects, mild ventilation

expressed by a moderate hypercapnia and oxygen therapy adjusts.

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66

PRÁTICAS RELACIONADAS À PREVENÇÃO DA DISPLASIA

BRONCOPULMONAR EM UNIDADE NEONATAL PÚBLICA DO MUNICÍPIO

DO RIO DE JANEIRO

3.1. Introdução

A displasia broncopulmonar (DBP) permanece como uma das principais

seqüelas associadas à prematuridade1, sendo uma das mais importantes

causas de doença pulmonar crônica na infância2. Crianças com DBP

apresentam re-hospitalizações freqüentes, função pulmonar anormal, alta

mortalidade e comprometimento do crescimento e do desenvolvimento

neuropsicomotor.1,3,4

É uma doença multifatorial, resultante de uma complexa interação de

fatores, envolvendo a toxicidade pelo O2, baro/volutrauma e infecção num

pulmão imaturo. Como conseqüência, observa-se uma parada no processo

normal de maturação pulmonar, em diferentes graus, de acordo com a

susceptibilidade determinada pelo polimorfismo genético5. Outros fatores, como

a taxa hídrica alta administrada no período pós-natal precoce, parecem

constituir-se como riscos adicionais para o desenvolvimento da DBP6.

A incidência da DBP vem mantendo-se elevada, com a melhora na

sobrevida de prematuros extremos, e está inversamente relacionada à idade

gestacional7,8. A incidência reportada varia, geralmente em torno de 30 a 40%

no grupo com peso de nascimento menor que1500g (MBPN)9 e parece estar

associada, entre outros fatores, às práticas assistenciais locais7,10. Constam

dessas práticas: início e aplicação da ventilação mecânica, oxigenioterapia,

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67

nutrição e manejo hídrico, além de práticas que influenciam o risco para

infecção10.

Apesar das modificações observadas, ao longo do tempo, nas

características da DBP, e do fato de que provavelmente não possa ser

totalmente evitada, a lesão pulmonar induzida pela ventilação mecânica e a

toxicidade pelo O2 permanecem ainda como fatores de risco significativos.9,11

Estudos colaborativos multicêntricos evidenciaram diferenças nos

resultados obtidos entre os centros neonatais participantes, sinalizando a

possibilidade da influência das práticas locais em vários desfechos, entre eles a

DBP. Essas diferenças persistiram após ajustes para variáveis demográficas

maternas e neonatais, assim como para intervenções pré-natais12,13,14,

sugerindo que o desfecho neonatal seja fortemente influenciado pela qualidade

do cuidado15.

A preocupação com a variabilidade de práticas e com a qualidade do

cuidado levou a uma série de estudos colaborativos multicêntricos,

administrados e organizados pela Vermont Oxford Network, com a finalidade

de obter melhoras mensuráveis na qualidade e segurança do cuidado, além de

desenvolver instrumentos e ferramentas específicos para o cenário das UTI

neonatais.16

O presente estudo teve como objetivo descrever as práticas

relacionadas à prevenção da DBP no grupo MBPN, numa unidade neonatal da

Secretaria Municipal de Saúde/RJ, além de verificar a incidência da DBP,

pneumotórax e sobrevida no grupo em estudo.

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68

3.2.Métodos Desenho e população do estudo

Trata-se de um estudo longitudinal retrospectivo, no qual foram incluídos

os recém-natos com peso de nascimento entre 500 e 1499g, com idade

gestacional menor que 32 semanas, tempo de internação mínimo de 24 horas,

nascidos na maternidade em estudo entre outubro de 2005 a março de 2006.

Foram excluídos os portadores de malformações congênitas, doenças

cromossomiais e infecções congênitas do grupo TORCHS.

Local do estudo

Estudo realizado em uma maternidade pública municipal no Rio de

Janeiro, que possuía uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com 14 leitos, e

uma Unidade Intermediária (UI), com 34 leitos. No período, o número de

nascidos vivos foi de 3702, a neomortalidade 10,27 por mil nascidos vivos,

sendo a precoce 7,9 e a tardia 2,37 por mil. A taxa de ocupação média da UTI,

no período do estudo, foi de 107,8%, com tempo médio de permanência de 7,8

dias para a totalidade das admissões, e para a população do estudo (MBPN)

foi de 56 dias.

Especificamente em relação aos equipamentos para suporte

respiratório, deve ser citada a disponibilidade de 10 oxímetros de pulso para 14

leitos e 01 ventilador de fluxo contínuo, ciclado a tempo e limitado a pressão

por leito.

O número de médicos envolvidos no atendimento aos recém-natos foi

de 88, distribuídos entre a rotina/gerência da UTI e UI e 10 equipes de

plantonistas que atuam na Unidade Neonatal, nas intercorrências no

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Alojamento Conjunto, no atendimento aos recém-natos na sala de parto e no

atendimento externo. O número de enfermeiros lotados na Unidade Neonatal

foi de 42, distribuídos na rotina e em 06 equipes de plantão. Quanto aos

fisioterapeutas, a equipe era composta por 05 profissionais, que também

participavam do atendimento ambulatorial aos recém-natos de risco.

De acordo com recursos disponíveis e seu nível de complexidade, a UTI

é identificada pela classificação proposta pela Vermont Oxford Network (Annual

Meeting, 2002) como tipo 3-a e pelos critérios do Ministério da Saúde para UTI

como tipo II.

Referencial adotado

O conjunto definido como referencial de práticas potencialmente melhores

para prevenção da DBP e redução do dano pulmonar, proposto pelo Neonatal

Intensive Care Quality Improvement Collaborative Year 2000 (NIC/2000),

organizado pela Vermont Oxford Network, é composto pelas seguintes ações:

suplementação com vitamina A, redução na administração de líquidos, CPAP

nasal pós-extubação, hipercapnia permissiva, diminuição do uso pós-natal de

corticoesteróides, uso de surfactante profilático ou CPAP nasal na sala de parto

para neonatos com peso menor que 1000g, redução dos dias em ventilação

mecânica, ventilação de alta freqüência ou ventilação com baixo volume

corrente e ventilação gentil na sala de parto17.

Não foram incluídas no estudo nem a suplementação com vitamina A –

prática segura e efetiva para prevenção da DBP – nem a ventilação de alta

freqüência, pois ambas não estão disponíveis para uso na unidade estudada.

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Os parâmetros seguintes foram adotados com objetivo de indicar a

adequação das práticas18:

- Redução da administração de líquidos: minimizar a oferta

hídrica, mantendo perda diária de peso de 3%–5% ou

aproximadamente 15% cumulativo, no período de 05 dias, e sódio

sérico 137–150 mEq/l;

- Hipercapnia permissiva: manter PaCO2 em prematuros

ventilados entre 50 e 65 mmHg e pH maior que 7.25 ;

- Diminuição do uso pós-natal de corticoesteróides: evitar o uso

de dexametasona nos primeiros 10–14 dias de vida. Em caso de ser

necessário o uso, limitar o curso a menos de 7 a 10 dias;

- Surfactante profilático ao nascimento ou CPAP nasal (NCPAP)

na sala de parto para neonatos com peso menor que 1000g: aplicar o

surfactante nos primeiros 30 minutos de vida para os neonatos com

peso menor que 1000g, idade gestacional menor que 27 semanas

e/ou desconforto respiratório.

Os níveis de saturação de O2 considerados como adequados foram 87%

a 94%, e o limite inferior da PaO2 entre 40 e 50mmHg e o superior entre 60 e

70 mmHg19.

Para análise desse conjunto de ações, foram considerados como

indicadores de processo: uso de CPAP nasal pós-extubação; uso de

surfactante profilático e precoce; uso de dexametasona pós-natal; sedação na

1a semana de vida; cota hídrica, sódio sérico e perda ponderal na 1a semana;

tempo de ventilação mecânica e de O2 suplementar; PIP, FiO2, PaCO2 e PaO2

no 1a dia de vida; episódios de saturação de O2 maior que 95%, PaO2 maior

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que 70 mmHg e PaCO2 menor que 45 mmHg sem ajuste de parâmetros na 1a

semana de vida. Também foram incluídos na análise: a incidência de DBP,

pneumotórax e da sobrevida como indicadores de desfecho.

Quanto à DBP, foi adotada a definição do National Institutes of Health

Consensus: dependência de O2 suplementar por pelo menos 28 dias, sendo o

momento de avaliação dos recém-natos com idade gestacional menor que 32

semanas, 36 semanas de idade gestacional corrigida ou na alta (o que

ocorresse primeiro)20, e a incidência calculada tendo como denominador a

população de sobreviventes. Foi calculada, também, a dependência de O2

suplementar com 36 semanas de idade gestacional corrigida para permitir a

comparação com dados da literatura.

Coleta de dados

Os dados foram coletados dos prontuários após a alta da Unidade

Neonatal, através do preenchimento de um formulário que possibilitou a

obtenção de informações relativas às características da população, assim

como manejo hídrico, estratégias de suporte respiratório e manejo

medicamentoso. As definições adotadas para as principais variáveis seguem

abaixo.

O grupo de muito baixo peso ao nascer (MBPN) foi definido como peso

de nascimento menor que 1500g21. A idade gestacional foi estimada pela data

da última menstruação e/ou pela ultra-sonografia obstétrica realizada até a 20a

semana de gestação22. Na ausência ou incerteza desse dado, a idade foi

estimada pelo método de Ballard modificado23. Para a classificação da

adequação do peso à idade gestacional, foi utilizada a curva de Alexander et al

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(1996)24, sendo considerado pequeno para a idade gestacional quando o peso

se encontrava abaixo do percentil 10. Foram utilizados o SNAPPEII (Score for

Neonatal Acute Physiology Perinatal Extension)25 e o NTISS (Neonatal

Therapeutic Intervention Scoring System)26 como escores para avaliação da

gravidade.

A sepse nosocomial de origem materna foi definida pelo início do

quadro clínico nas primeiras 48 horas de vida, e a sepse nosocomial de origem

hospitalar pelo início do quadro clínico após 48 horas de vida27. Sepse clínica

foi diagnosticada pela presença de febre (temperatura axilar maior 38ºC) ou

hipotermia (temperatura axilar menor 36º C), apnéia ou bradicardia, além de o

agente não ter crescido em hemocultura, não haver infecção aparente em outro

sítio e o médico assistente ter instituído tratamento para a sepse.27

A taxa hídrica foi calculada como o total de líquidos (cristalóides e

colóides), incluindo medicações e nutrição enteral recebidas pelo recém-nato.

Consideramos como parâmetros ventilatórios máximos a PIP e a FiO2

mais altas, surfactante profilático quando administrado nos primeiros 30

minutos de vida e precoce nas primeiras 2 horas28.

O estudo recebeu parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa da

Secretaria Municipal de Saúde.

Amostra

O tamanho da amostra foi calculado considerando-se uma incidência de

DBP de 29%, um erro amostral de 0,1 e nível de significância de 0,05, o que

determinou uma amostra de 50 recém-nascidos. O cálculo amostral foi

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realizado a partir do Epi Info 2000 versão 3.3.2, considerando o desenho do

estudo e o interesse de se estimar a proporção em uma população finita 29

Análise dos dados

Para criação do banco de dados e análise estatística, foi utilizado o

programa estatístico Epi-Info 2000, versão 3.3.2(CDC, Atlanta)29.

As principais características da população e das práticas foram descritas

da seguinte forma: variáveis categóricas como incidência, prevalência e

proporções e variáveis contínuas como médias com seus respectivos desvios

padrão e/ou medianas com os limites mínimo e máximo.

3.3. Resultados

Foram admitidos 65 recém-natos na unidade neonatal, na faixa de peso

estudada, no período de outubro de 2005 a março de 2006. Após aplicação dos

critérios de exclusão, foram analisados os prontuários médicos de 53 recém-

natos de MBPN.

As principais características da população estudada e aspectos da

evolução clínica estão na tabela 1.

Em relação às características maternas, houve o uso de corticóide

antenatal em apenas 50,0%, sendo que 91,7% das mães realizaram pelos

menos 01 consulta de pré-natal, mas apenas 37,5% mais de 3 consultas.

Quanto às intercorrências, foram registradas em 32,1% (n=17) hipertensão

arterial e em 56,6%(n=30) antecedentes de infecção (infecção do trato urinário

ou corioamnionite clínica). O parto em 62,3% (n=33) do grupo foi por via

vaginal.

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74

Entre as características apresentadas, ressalta-se a predominância de

recém-natos do sexo feminino, totalizando 66% da população estudada. O

peso de nascimento variou de 560 a 1485g, e a idade gestacional de 22 a 31

semanas e 5 dias. Os recém-natos com peso de nascimento menor que 1000g

e aqueles com idade gestacional menor que 30 semanas corresponderam,

respectivamente, a 47,1% (n=25) e 56,6% (n=30) do grupo. O índice de 18,9%

correspondeu aos recém-natos pequenos para a idade gestacional.

As intercorrências clínicas mais comuns foram o desconforto

respiratório, registrado em 100% da população, e a sepse de origem materna,

diagnosticada em 84,9% (n=45) dos recém-natos. A retinopatia da

prematuridade necessitando tratamento foi observada em 10% (n=4) dos

sobreviventes (n=40), e a pneumonia associada à ventilação mecânica em 10%

dos neonatos ventilados.

Analisando alguns aspectos da abordagem medicamentosa, durante a

internação dos recém-natos, 22,6% (n=12) deles receberam sedação e/ou

analgesia, sendo que a droga mais usada foi o midazolan (75%). Quanto às

xantinas, seu emprego deu-se em 39,6% (n=21) da população estudada.

Os dados relativos às intervenções relacionadas ao manejo respiratório

são demonstrados na tabela 2.

Na análise do suporte respiratório, ¾ dos neonatos fizeram uso de

ventilação mecânica. Em relação ao tempo de ventilação mecânica, a mediana

foi de 4 dias ( variação de 12 h a 54 dias) e, quanto ao tempo total de O2

suplementar, registrou-se uma ampla variação, pois o tempo mínimo foi de 4

horas e o máximo de 85 dias ( mediana 7 dias).

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75

Dos 31 recém-natos tratados com surfactante, 58% receberam apenas

01 dose, sendo que, em 61,3% dos casos, a primeira dose foi administrada

com mais de 2 horas de vida. Houve uma ampla variação quanto ao momento

de aplicação da mesma, 40 minutos a 18 horas (mediana de 3 horas).

Entre os recém-natos que receberam apenas 01 dose de surfactante,

17% (n=3) foram extubados com 24 horas ou menos, 22,2% (n=4) até 72 horas

de vida, mas 50% (n=9) permaneceram em ventilação mecânica por mais de

84 horas.

O percentual de recém-natos tratados com corticoesteróide pós-natal foi

pequeno, o início do uso se deu a partir da segunda semana de vida e o curso

se restringiu a um período igual ou menor que 10 dias.

A tabela 3 apresenta alguns indicadores da adequação do manejo

respiratório e hídrico, com enfoque na prevenção da DBP.

O uso de CPAP nasal pós-extubação foi, entre as práticas consideradas

como adequadas, a única amplamente disseminada (83,9%). Analisando o uso

do surfactante, ficou constatada a inexistência do uso profilático, e o uso

precoce só ocorreu em menos de 40% dos recém-natos tratados.

O suporte ventilatório foi avaliado em 2 momentos: no primeiro dia de

vida, em vigência de parâmetros máximos, e durante a primeira semana de

vida.

Detectou-se uma tendência a uma abordagem inicial com alta oferta de

oxigênio, o que se traduziu no achado de PaO2 em níveis acima de 70 mmHg,

em 87% dos recém-natos. Em metade dos recém-natos, o nível de PaO2

esteve acima de 133,5 (variando de 46 a 447), quando em vigência o suporte

máximo no primeiro dia de vida.

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No controle gasométrico durante o suporte ventilatório máximo, também

no 1º dia de vida, em 46,5% (n=15) dos recém-natos, a PaCO2 foi menor que

35 mmHg. Em apenas 6,2% os valores ficaram entre 50 e 65 mmHg, indicando,

provavelmente, uma tendência à ventilação excessiva.

Com referência ao controle do suporte respiratório no decorrer da

primeira semana de vida, em 9,1% dos neonatos não foi possível manter a

monitorização com oxímetro de pulso. Cada criança teve cerca de 28 registros

de saturação de O2 (variando de 0 – 48 registros) e destes aproximadamente

1/3 com níveis acima de 95%, sem ter havido ajuste de parâmetros.

O número de gasometrias colhidas, na primeira semana de vida, foi de

08 (0 -17) gasometrias por recém-nato, e foi encontrado em 20 neonatos (50%)

pelo menos 01 episódio de PaO2 acima de 70 mmHg, sem ajustes no suporte.

Em 12,5%, houve, pelo menos, 01 registro de PaCO2 menor que 35mmHg, sem

mudança subseqüente no suporte fornecido. Em 27,5%, a mediana foi de 2

registros de PaCO2 entre 35 e 45 mmHg, com manutenção dos níveis do

suporte respiratório.

Na análise do manejo hídrico, a taxa hídrica média na 1a semana de vida

foi de 115,3 ± 10,19 ml/kg/dia, média do sódio sérico máximo de 142,5 ± 2,3

mEq/l e perda ponderal média de 10,7% ± 4,7 do peso de nascimento. Em

relação à cota hídrica no 3º e 7º dia respectivamente, média de 105,8 ± 16,4

(variação de 66 a 145) e 141 ± 17,8 (95 a 191) ml/kg/dia, sendo que 26,7%

(n=12) dos recém-natos receberam como cota hídrica máxima no 7º dia de vida

até 130ml/kg/dia.

Na população estudada, a sobrevida foi de 75%, a incidência de DBP

28,9% e a de pneumotórax 1,9%.

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77

Para os recém-natos com idade gestacional menor 30 semanas, a

sobrevida foi de 60,0% e a incidência de DBP nos sobreviventes 47,1%.

Considerando a idade gestacional maior ou igual a 30 semanas, a sobrevida e

a incidência de DBP foram respectivamente 95,7% e 14,3%.

Para os recém-natos com peso de nascimento menor que 1000g, a

sobrevida foi de 56% e a incidência de DBP de 57,1%. A sobrevida e a

incidência de DBP para aqueles com peso de nascimento igual ou maior que

1000g foram, respectivamente, 92,9% e 12,5%.

Quanto à dependência de O2 com 36 semanas de idade gestacional

corrigida, encontramos 16,2%, sendo que 13,5% das crianças foram

classificadas como DBP moderada e 2,7% como grave.

A figura1 mostra percentuais para óbito, DBP e sobrevida sem DBP para

cada faixa de peso.

Para o grupo com peso de nascimento menor do que 750g, uma alta

mortalidade (80%), associada ao número pequeno (n=5) de recém-natos,

explica a ausência de DBP nessa faixa de peso.

Quando considerado o conjunto, tanto a mortalidade quanto a incidência

de DBP variaram inversamente ao peso de nascimento e à idade gestacional.

3.4.Discussão

A identificação das práticas assistenciais locais e a análise de

indicadores de morbi-mortalidade dos serviços constituem etapa inicial na

implementação de mudanças efetivas, a fim de reduzir a variabilidade das

práticas através da adesão a protocolos baseados na melhor evidência

disponível, e se traduzir em melhores resultados do cuidado, garantia da

qualidade e segurança da assistência prestada 16.

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Na população estudada, o primeiro ponto a destacar-se é baixo

percentual de uso do corticoesteróide antenatal nas gestantes (50%).

Considerando-se o conhecimento atual da eficácia da terapêutica no

amadurecimento pulmonar e sua indicação em quase todas as gestantes em

risco de parto prematuro30, o índice encontrado está muito aquém do desejável.

Outros estudos em nosso meio apresentam índices mais elevados, entre 60 e

70%30,31,32, e aproximadamente 80%6,15, em países desenvolvidos.

Outro aspecto a ser abordado é o baixo índice de cesarianas (37,7%), o

qual difere dos resultados encontrados em estudos realizados em nosso meio e

na América do Sul, que mostram índices em torno de 60% para população de

prematuros.30,33

Tanto o baixo índice de uso de corticoesteróide pré-natal quanto o alto

percentual de parto vaginal podem estar relacionados à chegada da gestante à

maternidade, por meios próprios, já em franco trabalho de parto ou em outras

situações de urgência obstétrica34.

Para a análise das condições de nascimento, os resultados foram

comparados com os dados apresentados pela Rede Brasileira de Pesquisas

Neonatais30. O percentual de Apgar menor que 3 no 1º minuto foi maior do que

o encontrado (27,8% versus 20,7%) no estudo, mas o percentual de intubação

na sala de parto foi, aproximadamente, 1/3 menor nos dados da Rede

Brasileira de Pesquisas Neonatais30.

No estudo, o percentual de Apgar menor que 7 no 5º minuto

correspondeu a 2,5 vezes o índice registrado pela Rede Brasileira de

Pesquisas Neonatais30, o que pode estar relacionado ao nível de adequação

das intervenções na sala de parto e/ou a gravidade dos neonatos.

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Os valores para o SNAPPE II e para o NTISS foram comparados com

aqueles reportados pela Canadian NICU Network:1996-199714. Os valores para

o SNAPPEII foram mais altos, o que sinaliza uma maior gravidade da

população. Por outro lado, a média do NTISS foi mais baixa do que a da rede

canadense. Essa discrepância – níveis mais altos de SNAPPEII e, ao contrário

do esperado, níveis do NTISS mais baixos – sugere uma menor intensidade

das intervenções para determinada situação clínica, refletindo as práticas da

unidade estudada e os recursos disponíveis.

Alguns aspectos da evolução clínica dos neonatos foram selecionados,

entre eles a retinopatia da prematuridade (ROP), persistência do canal arterial

(PCA) e pneumotórax: o primeiro, por estar estreitamente relacionado ao

controle da oxigenioterapia; o segundo, por associar-se ao manejo hídrico e ser

um fator agravante do quadro respiratório; o terceiro, por estar ligado ao modo

como a ventilação mecânica é conduzida.

Em relação à ROP, a alteração na regulação do fator de crescimento do

endotélio vascular decorrente de episódios repetidos de hiperóxia e hipóxia35

aparece como evento importante na sua patogênese. A incidência encontrada

de ROP necessitando tratamento foi, aproximadamente, duas vezes maior que

o reportado em outros estudos (5,3%)36.

Na avaliação do manejo hídrico, houve grande variação na cota de

líquidos administrada durante a primeira semana de vida, e os parâmetros

utilizados para análise da adequação do manejo hídrico foram atingidos em

menos de 50% da população.

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Estudo realizado em nosso meio identificou como fator de risco para

DBP uma taxa hídrica, no 7º dia de vida, maior que 131ml/kg/dia31. No grupo

estudado, em 26,7% dos neonatos, a cota hídrica esteve até este limite.

Os resultados não estão em plena conformidade com as práticas

consideradas como potencialmente melhores. Mas, uma limitação do estudo

que deve ser levada em conta foi não ter adotado outros indicadores de

adequação da oferta hídrica (diurese na faixa de 1 a 3 ml/kg/h, uréia abaixo de

60 e bicarbonato sérico acima de 18), o que possibilitaria uma análise mais

integrada destas práticas.

A literatura apresenta uma tendência no sentido de manter uma restrição

cuidadosa, de modo a atender as necessidades fisiológicas, sem permitir uma

desidratação significativa. Espera-se, com essa prática, reduzir o risco de PCA,

sem aumentar o risco de conseqüências adversas37.

Durante a primeira semana de vida, espera-se uma contração do

compartimento extracelular, acompanhada de um balanço negativo de líquidos

e sódio. Isso é conseguido quando a oferta hídrica é menor que as perdas

urinárias e insensíveis6.

Tem sido relatada a associação entre oferta hídrica elevada com

manutenção do compartimento extracelular expandido e alta incidência de

PCA. Existem evidências sugerindo que a PCA está relacionada com uma

maior incidência de DBP6. Além da congestão pulmonar, que piora a mecânica

ventilatória e leva à deterioração das trocas gasosas com conseqüente

necessidade de aumento no suporte respiratório, o aumento do fluxo

sangüíneo pulmonar pode lesar o endotélio dos capilares e desencadear a

cascata inflamatória38.

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A incidência de PCA encontrada foi de 26,4%, semelhante a outros

relatos na literatura para o grupo de MBPN.14,39

A incidência de pneumotórax encontrada foi de 1,9%, menor que a

reportada pela Canadian NICU Network 1996-199714 (6%, nos menores de 28

semanas, e 2%, entre 28 e 32 semanas). Isso decorre, provavelmente, da

maior mortalidade dos neonatos mais prematuros observada no estudo. Se

comparada a incidência da população com idade gestacional maior que 28

semanas os valores são semelhantes.

Na análise do manejo respiratório, o percentual de uso do surfactante

(58,5%) foi semelhante ao descrito pelo Neonatal Intensive Care Outcome

Research and Evaluation Group, 54% numa população de recém-natos com

menos de 32 semanas de idade gestacional40. A Canadian NICU Network:

1996-199714 encontrou, para os neonatos com menos de 28 semanas de idade

gestacional, índice de 52% de uso de surfactante e, para os neonatos com

idade gestacional entre 28 e 32 semanas, 28%, embora com grande variação

entre os centros participantes.

Apesar das evidências disponíveis quanto aos benefícios do uso do

surfactante precoce em comparação ao uso tardio28, em pouco mais de 1/3 da

população estudada o surfactante foi administrado neste prazo.

A administração profilática do surfactante para neonatos com maior risco

de desenvolverem síndrome do desconforto respiratório também tem sido

associada a melhores desfechos clínicos41. No estudo, nenhum recém-nato

com peso de nascimento menor que 1000g e idade gestacional menor que 27

semanas recebeu surfactante profilático como preconizado no conjunto de

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práticas usado como referencial, demonstrando não ser uma prática que faça

parte da rotina do serviço.

Em relação ao número de doses de surfactante administradas aos

recém-natos com quadro estabelecido de síndrome de desconforto respiratório,

as evidências indicam melhores resultados com o uso de doses múltiplas42. No

estudo, a maioria dos neonatos tratados recebeu apenas 01 dose,

possivelmente um percentual desse grupo poderia se beneficiar com a

administração de doses múltiplas, já que a maioria permaneceu em ventilação

mecânica por período superior a 72 horas.

Mesmo encontrando um percentual de uso de surfactante semelhante

ao de outros centros, o momento do uso e o número de doses na população

estudada não estão em plena conformidade com as evidências disponíveis.

Um aspecto positivo a ser destacado foi o uso restrito de

corticoesteróides pós-natal e, quando usado, o curso foi curto, em consonância

com a literatura que aponta um declínio no uso nos últimos anos43.

A análise do manejo respiratório revelou uma tendência à oferta

excessiva de oxigênio. Em metade do grupo, a PaO2 estava acima de

100mmHg no primeiro dia de vida, nas gasometrias colhidas em vigência do

suporte máximo. Esse resultado diverge da tendência à tolerância de níveis

mais baixos de PaO2 (hipoxemia permissiva)19. Alguns trabalhos indicam como

alvo da PaO2, para os primeiros dias de vida, valores até mais baixos (40 a 60

mmHg) do que aqueles aqui considerados19. Adotando essa faixa como

referência, o percentual de adequação cai para 7,5%.

O uso mais liberal de oxigênio também é verificado pela tolerância a

saturações de O2 mais elevadas (acima de 95%).

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Apesar de o uso de oxigênio suplementar ser, provavelmente, a terapia

mais usada no período neonatal, ainda permanecem incertos quais os alvos

ideais de oxigenação – fator que contribui para a grande variação observada na

prática clínica. Os alvos de saturação considerados adequados para

prematuros variam, mas constata-se uma preocupação em evitar a hiperóxia

nas primeiras semanas de vida.44

A variabilidade é documentada num levantamento realizado em 6

centros terciários europeus. Para as 2 primeiras semanas de vida, os alvos de

saturação de O2 variaram de 85% a 92% até 92% a 97%.45

No manejo ventilatório verificou-se uma tendência à ventilação

excessiva. No primeiro dia de vida a PaCO2 foi menor que 35mmHg em quase

50% dos neonatos, quando em vigência os parâmetros máximos. Isso também

ocorre, mas de modo mais atenuado, na primeira semana de vida. Os

resultados sugerem um afastamento do princípio da hipercapnia permissiva,

um indicativo de ventilação gentil46, sinalizando uma inadequação do manejo

ventilatório principalmente em relação à abordagem inicial. A hipocapnia, além

de ser fator de risco para o desenvolvimento da DBP, também pode causar

dano ao sistema nervoso e comprometer o desenvolvimento

neuropsicomotor47.

Embora o suporte respiratório fornecido tenha sido monitorado, nem

sempre foram feitos ajustes a partir dos resultados obtidos, o que pode ter

interferido no tempo e na intensidade da ventilação mecânica, como foi

verificado pela não-modificação nos parâmetros ventilatórios.

Comparados os desfechos estudados com os dados reportados pela

Canadian NICU Network referente ao período 1996-199714, a sobrevida neste

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estudo foi 14% inferior (75% vs 87%). As maiores diferenças são encontradas

no grupo com peso de nascimento menor que 1000g. Em relação à

dependência de O2 com 36 semanas de idade gestacional corrigida, o

percentual encontrado foi inferior ao do referencial, provavelmente pela maior

mortalidade observada na população do estudo no grupo de maior risco para

desenvolver DBP.

A incidência de DBP foi maior do que a registrada pelo Grupo

Colaborativo Neocosur (28,9% versus 24,4%), no grupo de MBPN, sem limite

para a idade gestacional, em 16 centros neonatais na América do Sul33. Neste

estudo a sobrevida foi de 73,8%.

Outro aspecto a ser considerado é o percentual significativo de recém-

nascidos pequenos para a idade gestacional, já que é um grupo considerado

de alto risco para a DBP e mortalidade48.

Durante o período do estudo, a taxa média de ocupação da UTI neonatal

esteve acima de 100%. Essa situação pode ter alterado a relação

equipamentos/leitos e, em situações específicas, pode ter interferido na

adequação da assistência prestada.

Como limitações do estudo, destaca-se o fato de serem levantados

dados retrospectivos, obtidos através de prontuários médicos, abordando

práticas que são muito dinâmicas, nem sempre registradas detalhadamente e

nem de forma sistemática.

3.5.Conclusão

As estratégias visando à redução na incidência da DBP envolvem vários

aspectos, desde os cuidados antenatais e o atendimento na sala de parto, a fim

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de evitar a ventilação agressiva durante a reanimação e o período pós-natal

(UTI).

A análise das práticas demonstra uma tendência a pouca utilização do

corticóide antenatal, ao uso liberal de oxigênio e a ventilação excessiva. Esses

resultados apontam para a necessidade de intensificar a implementação efetiva

de práticas que contribuam para a prevenção da DBP, com os seguintes

destaques: maior utilização do corticoesteróide antenatal, priorização do uso do

CPAP nasal, emprego adequado do surfactante nos seus vários aspectos,

ventilação gentil traduzida por uma hipercapnia moderada e ajustes na

oxigenioterapia.

O conhecimento das práticas assistenciais e dos desfechos clínicos

relacionados é ponto de partida fundamental para o planejamento e

implementação de estratégias, visando a uma maior qualidade e segurança na

assistência prestada. O processo requer a participação de toda equipe

envolvida no cuidado perinatal, que deve trabalhar com metas possíveis de

serem alcançadas e contemplar, especialmente, os aspectos mais relevantes

em cada realidade.

3.6.Referências bibliográficas

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17.Sharek PJ, Baker R, Litman F, Kaempf J, Burch K, Schwarz E et al. Evaluation and development of potentially better practices to prevent chronic lung disease and reduce lung injury in neonates. Pediatrics 2003; 111: 426-31. 18. Burch K, Rhine W, Baker R, Litman F, Kaempf JW, Schwarz E et al. Implementing potentially better practices to reduce lung injury in neonates. Pediatrics 2003; 111: 432-36. 19.Ambalavanan N, Carlo WA. Ventilatory strategies in the prevention and management of bronchopulmonary dysplasia. Semin Perinatol 2006; 30: 192-199. 20. Jobe AH, Bancalari E. Bronchopulmonary dysplasia NICHD/NHLBI/ORD workshop summary. Am J Respir Crit Care Med 2001; 163: 1723-29. 21. World Health Organization. Definitions and indicators in family planning maternal & child health and reproductive health. European Regional Office; 2001 (WHO). 22. Kalesh RB, Thaler HT, Chasen ST, Gupta M, Berman SJ, Rosenwaks Z et al. First and second trimester ultrasound assessment of gestational age. Am J Obstet Gynecol 2004;191 (3): 975-978. 23. Ballard JL, Khoury JC, Wedig K, Wang L, Eillers-Ealsman BL, Lipp R. New Ballard score, expanded to include extremely premature infants. J Pediatr 1991; 119: 417-423. 24. Alexander GR, Himes JH, Kaufman RB, Mor J, Kongan M. a United States national reference for fetal growth. Obstet Gynecol 1996; 87(2): 163-8. 25. Richardson DK, Corcoran JD, Escobar GJ, Lee SK, The Kaiser Permanent Neonatal Minimum Data Set Wide Area Network, and the SNAP-II Study Group. SNAP-II and SNAPPE-II: simplified newborn illness severity and mortality risk scores. J Pediatr 2001; 138 (1): 92-100. 26. Gray JE, Richardson DK, Mc Cormick MC, Workman-Daniels K, Goldmann DA. Neonatal Therapeutic Intervention Scoring System: a therapy-based severity-of-illness index. Pediatrics 1992; 90:561-7. 27. National Nosocomial Infections Surveillance.NNISS Manual. Atlanta; 1984. (CDC) 28.Yost CC, Soll RF. Early versus delayed selective surfactant treatment for neonatal respiratory distress syndrome. Cochrane Database of Systematic Reviews 1999, Art. No.: CD001456. DOI:10.1002/14651858.CD001456. 29. Centers for Disease Control and Prevention; 2005. Epi Info 2000 version 3.3.2. A data-base and statistic program for public health professionals.

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Tabela 1. Características e intercorrências clínicas da amostra de recém-natos

de MBPN e menos 32 semanas de idade gestacional.

Características e intercorrências clínicas

N (total=53)

Peso de nascimento 1050 ± 243g*

Idade gestacional 28 semanas e 3 dias ± 1s e 3 d*

SNAPPE II 28 (0 – 82)** NTISS 1º dia de vida 13 (5 – 22)** Apgar <3 no 1º minuto <7 no 5º minuto

11 (20,7%) 23 (43,4%)

Sepse nosocomial de origem materna Clínica Comprovada

40 (75,5%) 05 (9,4%)

Sepse nosocomial de origem hospitalar Clínica Comprovada

12 (22,6%) 07 (13,2%)

Desconforto respiratório precoce

53 (100%)

Doença da membrana hialina

32 (60,4%)

Persistência do canal arterial

14 (26,4%)

Enfisema intersticial difuso

03 (5,7%)

Pneumotórax 01 (1,9%)

*média e desvio padrão ** mediana (valor mínimo e máximo)

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91

Tabela 2. Distribuição proporcional das intervenções médicas relativas ao

manejo respiratório no grupo MBPN e idade gestacional menor 32 semanas.

Intervenções

N (total=53)

Percentual

Intubação sala de parto

25

47,2%

Ventilação mecânica

40

75,5%

FiO2 =1 nas primeiras 12 horas de ventilação mecânica

PIP>20cm H2O nas primeiras 24 horas de vida

15 04

37,5% 10,%

CPAP nasal

32

60,4%

Tempo O2 suplementar até 72 horas >72 horas

20 33

37,7% 62,3%

FiO2 máxima na 1º semana < 0,60

> ou = 0,60

22 31

41,5% 58,5%

Surfactante

31

58,5%

Corticoesteróides pós-natal

02

3,8%

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Tabela 3. Freqüência das práticas potencialmente melhores para o manejo

respiratório e hídrico do grupo de MBPN e idade gestacional menor 32

semanas.

Práticas Freqüência Percentual MANEJO RESPIRATÓRIO

CPAP nasal pós-extubação

26 83,9%

Surfactante profilático (<1000g)

00 00

Surfactante precoce

12 38,7%

PaO2 entre 50 e 70 mmHg 1º dia de vida com suporte respiratório máximo

06 13,0%

PaCO2 entre 50 e 65 mmHg 1º dia de vida em VM* com os parâmetros máximos

02 6,2%

MANEJO HÍDRICO

Perda 10 a 15% do peso de nascimento nos primeiros 05 dias de vida

20 44,4%

Na sérico máximo entre 137 e 150mEq/l na 1º semana de vida

20 44,4%

*VM – ventilação mecânica

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Figura 1. Mortalidade e sobrevida com e sem DBP em recém-natos de MBPN

e com idade gestacional menor que 32 semanas.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

<750g(n=5) 750-999g(n=20) 1000-1249g(n=13) 1250-1499g(n=15)

mortalidade Sobrevida com DBP Sobrevida sem DBP

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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Verificação dos conhecimentos, práticas da equipe e desfechos

neonatais fornecem subsídios importantes para a identificação de pontos

críticos a serem enfrentados no aprimoramento do cuidado neonatal, através

da adequação dos processos envolvidos na assistência aos recém-natos.

Sobre o conhecimento das práticas potencialmente melhores para a

prevenção da DBP, ressalta-se a discrepância entre os conceitos e sua

adequação às situações clínicas apresentadas, ou seja, embora os

profissionais da unidade estudada detenham a teoria, a identificação dos alvos

de implementação fica aquém daquilo que se conhece. O descompasso foi

detectado nos níveis de oxigenioterapia, dos limites para hipercapnia

permissiva e dos controles de adequação da oferta hídrica.

Na unidade estudada, as práticas revelam tendência ao uso mais liberal

de oxigênio, à não-adesão plena ao princípio da hipercapnia permissiva e

grande variabilidade na oferta hídrica, o que vem ratificar os conhecimentos

verificados. Essa concordância sugere que o instrumento aplicado tenha

aferido adequadamente os conhecimentos dos profissionais.

Os achados sugerem a necessidade de que sejam estabelecidos

protocolos com alvos de implementação bem definidos, baseados nas

melhores evidências disponíveis. Sobre esse aspecto, é importante salientar

que o reconhecimento das oportunidades de melhoria do cuidado, bem como o

envolvimento da equipe na elaboração dos protocolos são etapas

fundamentais.

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Estratégias de divulgação dos protocolos devem ser cuidadosamente

planejadas e também baseada em evidências, a fim de que seja atingido um

bom nível de adesão. Na supervisão desse processo, a participação das

lideranças locais é fator facilitador para um bom nível de adesão.

Também deve ser lembrada a importância do monitoramento de dados

sobre os processos e desfechos, associado à divulgação sistemática e

discussão dos mesmos. A divulgação funciona como fonte de reabastecimento

e contribui para identificar as oportunidades de melhoria da qualidade pela

equipe interdisciplinar.

Outro aspecto é que sejam estabelecidas metas possíveis de serem

alcançadas, não só em relação aos desfechos, como também aos processos.

O aprimoramento do cuidado deve ser contínuo, sendo os profissionais

envolvidos sujeitos desse processo. Para que se tornem possíveis a reciclagem

e a atualização através de leituras conjuntas e discussões freqüentes dos

casos, um programa de educação continuada é investimento imprescindível,

que também propicia oportunidades para que as metas desejadas sejam

colocadas e re-colocadas.

APÊNDICES Apêndice 1. Questionário 97 Apêndice 2. Instrumento de Validação 107

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Apêndice 3. Ficha para coleta de dados da estrutura da Unidade Neonatal 111 Apêndice 4. Ficha para coleta de dados dos recém-nascidos 115 Apêndice 5. Termo de consentimento livre e esclarecido 120 Apêndice 6. Fórmula para cálculo do tamanho amostral 121 1. Questionário

QUESTIONÁRIO

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1o BLOCO

Informações relacionadas à formação profissional e atuação em neonatologia.

Data de nascimento:___/___/____ Sexo:____________

Categoria profissional: 1.enfermagem 2.fisioterapia 3.medicina

Tempo de formado: Ano da formatura:_______

1. até 5 anos 2. 6 a 10 anos 3. 11 a 20 anos 4. mais de 20 anos

Tempo de atuação em Neonatologia:

1. até 5 anos 2. 6 a 10 anos 3. 11 a 20 anos 4. mais de 20 anos

Formação:

1. residência em pediatria 2. especialização em pediatria 3. TEP*

4.TEN** 5. R3 e/ou R4 em neonatologia

*TEP= título de especialista em Pediatria

**TEN= título de especialista em Neonatologia

2O BLOCO

Estudos multicêntricos em Neonatologia mostram diferenças significativas

entre os resultados obtidos por diferentes centros, sugerindo uma forte

influência das condutas locais na incidência da displasia broncopulmonar

(DBP).

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Algumas práticas assistenciais têm sido apontadas, pela literatura, como

potencialmente melhores para a prevenção da DBP e/ou redução do dano

pulmonar.

Solicitamos que indique 05 condutas neonatais, que em sua opinião,

possam contribuir para a prevenção da DBP.

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

____________

_______________________________________________________________

___

30 BLOCO (MÉDICOS) 1. Recém-nato com 12 horas de vida, com peso de nascimento de 900g e

idade gestacional de 28 semanas. Recebeu 02 doses de surfactante sendo

a 1ª dose na sala de parto e, no momento, encontra-se em ventilação

mecânica.Nesta situação os parâmetros devem ser ajustados para manter:

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- PaO2 entre ______ e _______ mmHg;

- PaCO2 entre _____ e _______mmHg;

- pH acima de _______ .

2.Recém-nato com 48 horas de vida, idade gestacional de 29 semanas, peso

de nascimento de 1100g, estando no momento confortável em CPAP nasal

com pressão de 5cm de H2O e FiO2 de O,5. Mantém saturação de O2 entre 92

e 94% e na última gasometria arterial o pH= 7,26 e PaCO2 = 55.

Assinale qual a conduta que você considera mais adequada:

a- manter o recém-nato em CPAP nasal com a mesma FiO2 e pressão.( )

b- intubar e iniciar ventilação mecânica. ( )

c. outra ( )

Especifique__________________________________________

____________________________________________________________

___

3.Recém-nato de MBPN (peso de nascimento< 1500g) recebendo O2

suplementar, os limites máximo e mínimo de saturação de O2 que você

consideraria aceitáveis seriam ________ e _________.

4.Assinale as estratégias que você considera como adequadas para redução

da necessidade de reintubação no grupo MBPN.

a. Manter a ventilação mecânica com parâmetros baixos até que o recém-nato

atinja um peso > ou = 1000g. ( )

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100

b. Manter o recém-nato em CPAP traqueal por um período de observação de

cerca de 2 horas.( )

c. Usar, rotineiramente, CPAP nasal pós-extubação. ( )

d. Extubar direto para CPAP nasal. ( )

e. Usar, rotineiramente, corticoesteróides para a extubação. ( )

f. Considerar o uso de xantinas para a extubação. ( )

5.Recém-nato com 26 semanas de idade gestacional, com peso de

nascimento de 800g, intubado e ventilado na sala de parto.

Assinale, dentre as afirmações abaixo, aquelas que você considera como

adequadas na abordagem deste recém-nato.

a. Fazer surfactante nos primeiros 30 minutos de vida, preferencialmente na

sala de parto. ( )

b. Fazer surfactante nas primeiras 2 horas de vida. ( )

c. Ventilar com bolsa auto-inflável (AmbúR) até estabilização, não havendo

necessidade de acoplar o recém-nato rapidamente ao ventilador. ( )

d. Aferir, sempre que possível, o volume corrente e a pressão durante a

ventilação na sala de parto. ( )

e. Ventilar gentilmente,observando a expansão torácica, que não deve ser

demasiada. ( )

6.Como você classifica as condutas abaixo em relação ao seu impacto na

redução da necessidade de ventilação mecânica e/ou na redução da duração

da mesma:

a- importante

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101

-Uso de surfactante profilático em menores de 1000g ( )

b- pouco importante

c- prejudicial

- Uso de CPAP nasal precoce ( )

- Uso de CPAP nasal pós-extubação ( )

- Uso de surfactante precoce (<2 horas de vida) ( )

-Uso rotineiro de sedação ( )

- Adoção de critérios agressivos de desmame e extubação ( )

- Uso de CPAP nasal na sala de parto para recém-natos com peso de

nascimento <1000g ( )

- Ventilação com alto volume corrente ( )

- Adoção do princípio da hipercapnia permissiva ( )

- Progressão do desmame somente nos horários da rotina. ( )

- Uso de esteróide antenatal. ( )

7. Assinale as afirmações abaixo como verdadeiras (V) ou falsas (F).

- É recomendado a administração de vitamina A (5000 UI) aos recém-natos

com peso de nascimento < 1000g em ventilação mecânica ou O2

suplementar com 24 horas de vida. ( )

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102

- O uso de dexametasona deve ser considerado em recém-nato pesando

1000g, com 17 dias de vida, em ventilação mecânica, com FiO2 0,35,

MAP=7 e RX de tórax sem enfisema intersticial. ( )

- O uso da dexametasona pós-natal deve ser restrito a situações especiais.(

)

- A oferta hídrica na primeira semana de vida é um dos fatores associados

com o risco de desenvolvimento de DBP. ( )

- O uso da vitamina E é importante para prevenção da DBP. ( )

8. Considerando um recém-nato com peso de nascimento de 900g nos

primeiros 05 dias de vida, assinale os itens indicativos da adequação da oferta

hídrica:

- diurese de 1 a 3ml/kg/hora ( )

- perda de peso diária de 1% ou 5% cumulativos nos 5 dias de vida ( )

- sódio sérico entre 137 e 150mEq/l ( )

30 BLOCO (ENFERMEIROS) 1. Recém-nato de MBPN (peso de nascimento< 1500g) recebendo O2

suplementar, os limites máximo e mínimo de saturação de O2 que você

consideraria aceitáveis seriam ________ e _________.

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103

2. Assinale as estratégias que você considera como adequadas para

redução da necessidade de reintubação no grupo MBPN.

a. Manter a ventilação mecânica com parâmetros baixos até que o recém-nato

atinja um peso > ou = 1000g. ( )

b. Manter o recém-nato em CPAP traqueal por um período de observação de

cerca de 2 horas.( )

c. Usar, rotineiramente, CPAP nasal pós-extubação. ( )

d. Extubar direto para CPAP nasal. ( )

3. Recém-nato com 26 semanas de idade gestacional, com peso do

nascimento de 800g, intubado e ventilado na sala de parto.

Assinale, dentre as afirmações abaixo, aquelas que você considera como

adequadas na abordagem deste recém-nato.

a. Ventilar com bolsa auto-inflável (AmbúR) até estabilização, não havendo

necessidade de acoplar o recém-nato rapidamente ao ventilador. ( )

b. Aferir, sempre que possível, o volume corrente e a pressão durante a

ventilação na sala de parto. ( )

c. Ventilar gentilmente,observando a expansão torácica, que não deve ser

demasiada. ( )

4. Como você classifica as condutas abaixo em relação ao seu impacto na

redução da necessidade de ventilação mecânica e/ou na redução da duração

da mesma:

A - importante

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B - pouco importante

C - prejudicial

- Uso de CPAP nasal precoce ( )

- Uso de CPAP nasal pós-extubação ( )

- Adoção de critérios agressivos de desmame e extubação ( )

- Uso de CPAP nasal na sala de parto para recém-natos com peso de

nascimento <1000g ( )

- Ventilação com alto volume corrente ( )

- Progressão do desmame somente nos horários da rotina. ( )

- Uso de esteróide ante-natal. ( )

5. Considerando um recém-nato com peso de nascimento de 900g nos

primeiros 05 dias de vida, assinale os itens indicativos da adequação da oferta

hídrica:

- diurese de 1 a 3ml/kg/hora ( )

- perda de peso diária de 1% ou 5% cumulativos nos 5 dias de vida ( )

30 BLOCO (FISIOTERAPEUTAS) 1. Recém-nato com 12 horas de vida, com peso de nascimento de

900g e idade gestacional de 28 semanas. Recebeu 02 doses de surfactante

sendo a 1ª dose na sala de parto e, no momento, encontra-se em ventilação

mecânica.Nesta situação os parâmetros devem ser ajustados para manter:

- PaO2 entre ______ e _______ mmHg;

- PaCO2 entre _____ e _______mmHg;

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105

- pH acima de _______ .

2. Recém-nato de MBPN (peso de nascimento< 1500g) recebendo

O2 suplementar, os limites máximo e mínimo de saturação de O2 que você

consideraria aceitáveis seriam ________ e _________.

3. Assinale as estratégias que você considera como adequadas

para a redução da necessidade de reintubação no grupo MBPN.

a. Manter a ventilação mecânica com parâmetros baixos até que o recém-nato

atinja um peso > ou = 1000g. ( )

b. Manter o recém-nato em CPAP traqueal por um período de observação de

cerca de 2 horas.( )

c. Usar, rotineiramente, CPAP nasal pós-extubação. ( )

d. Extubar direto para CPAP nasal. ( )

4. Recém-nato com 26 semanas de idade gestacional, com peso de

nascimento de 800g, intubado e ventilado na sala de parto.

Assinale, dentre as afirmações abaixo, aquelas que você considera como

adequadas na abordagem deste recém-nato.

a. Ventilar com bolsa auto-inflável (AmbúR) até estabilização, não havendo

necessidade de acoplar o recém-nato rapidamente ao ventilador. ( )

b. Aferir, sempre que possível, o volume corrente e a pressão durante a

ventilação na sala de parto. ( )

c. Ventilar gentilmente,observando a expansão torácica, que não deve ser

demasiada. ( )

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106

5. Como você classifica as condutas abaixo em relação ao seu impacto na

redução da necessidade de ventilação mecânica e/ou na redução da duração

da mesma:

d- importante

e- pouco importante

f- prejudicial

- Uso de CPAP nasal precoce ( )

- Uso de CPAP nasal pós-extubaçaõ ( )

- Adoção de critérios agressivos de desmame e extubação ( )

- Uso de CPAP nasal na sala de parto para recém-natos com peso de

nascimento <1000g ( )

- Ventilação com alto volume corrente ( )

- Adoção do princípio da hipercapnia permissiva ( )

2. Instrumento de validação

Classificação do questionário em relação à: 1. relevância dos itens/questões;

Insuficiente regular bom excelente

1 2 3 4 5 6 7

Comentários/ sugestões quanto aos itens a serem revistos :

___________________________________________________________________

__

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107

___________________________________________________________________

___

2.abrangência dos itens/questões;

Insuficiente regular Bom excelente

1 2 3 4 5 6 7

Sugestões de itens não incluídos:

___________________________________________________________________

__

___________________________________________________________________

___

3.clareza dos itens/questões;

Insuficiente regular Bom excelente

1 2 3 4 5 6 7

Comentários/ sugestões quanto aos itens a serem revistos:

___________________________________________________________________

__

___________________________________________________________________

___

4.possibilidade de gerar vieses;

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108

muito provável provável pouco provável improvável

1 2 3 4 5 6 7

Identificação dos itens sujeitos a vieses:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

______

5.subjetividade necessária para responder os itens/questões;

Grande Boa Limitada pequena

1 2 3 4 5 6 7

Comentários/ sugestões quanto aos itens a serem revistos:

___________________________________________________________________

___

___________________________________________________________________

___

6.existência de itens desnecessários ou redundantes;

Muitos alguns Poucos nenhum

1 2 3 4 5 6 7

Identificação dos itens desnecessários ou redundantes:

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109

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

______

7.extensão do questionário;

Inaceitável pouco adequada Adequada muito adequada

1 2 3 4 5 6 7

Comentários/ sugestões:

________________________________________________________________

________________________________________________________________

______

8. possibilidade da utilização do instrumento ser bem sucedida em alcançar o

objetivo proposto, isto é, identificar os conhecimentos dos profissionais sobre

as práticas consideradas como potencialmente melhores para prevenção da

DBP/redução do dano pulmonar;

Improvável pouco provável Provável muito provável

1 2 3 4 5 6 7

Comentários/ sugestões:

________________________________________________________________

________________________________________________________________

______

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110

9. adequação das instruções fornecidas para preenchimento do instrumento.

Inaceitáveis pobres Boas excelentes

1 2 3 4 5 6 7

Comentários/ sugestões:

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

_________

3. Estrutura da Unidade Neonatal

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111

FORMULÁRIO 1- ESTRUTURA DA UNIDADE NEONATAL

A.DADOS DA UNIDADE NEONATAL 1. Nível (classificação pelo MS) 2. Nível (Classificação VON )

3. NÚMERO DE LEITOS

Número de leitos UTI

Número de leitos UI

Número de leitos U Neonatal

4. Equipe - médica:

5. Equipe – enfermagem:

P No de neonatologistas com titulo plantonistas / rotina R

No de enfermeiras com especialização em Neonatologia

P P No de pediatras com título plantonistas / rotina R

No de enfermeiras plantonistas / rotina R P No de médicos com R3 em Neonatologia No de técnicos plantonistas /

rotina R P P No de médicos plantonistas / rotina R

No de auxiliares plantonistas / rotina R

Legenda: P- plantonistas, R- rotina

6- Equipe de fisioterapia:

Nº de fisioterapeutas com especialização em Neonatologia:

Nº de fisioterapeutas rotina: Nº de fisioterapeutas plantonistas:

7. Tecnologias Disponíveis

total Incubadoras/UCI funcionante

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112

Monitores cardíacos e de saturação de O2 Total funcionante

sim não Cateter Nasal

Capacete Ventilador

Métodos disponíveis de administração de oxigênio

CPAP Serviço de Anatomiapatológica Ultra-som: transfontanela( no hospital), abdominal( no hospital) e cardíaco (no hospital).

/ /

Ultra-som: transfontanela( no leito), abdominal( no leitol) e cardíaco (no leito). / / R-X portátil Gasometria (micrométodo)/ eletrólitos(micrométodo) no setor / / Laboratório 24 h / Microbiologia / /

8. Sobrevida período outubro 2005 a março 2006

Admitidos na UN

Óbitos % Sobrevida

501 – 750g 751 – 1000g 1.250 – 1.499g

9. Neomortalidade período outubro 2005 a

março 2006 :

Taxa de neomortalidade (até a alta) Taxa de neomortalidade precoce (7o dia)

10 - Taxa média de ocupação outubro 2005 a março 2006: UTI ---- dias UI --- dias

11- Tempo médio de internação outubro de 2005 a março 2006: UTI --- dias UI ---- dias

12 - Práticas

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113

Sim Não

Revisão de óbitos

Treinamento em serviço para médicos( M), enfermeiros(E) e fisioterapeutas(F).

M E F M E F

Rounds para discussão dos casos UTI/ UI UTI UI UTI UI

Esteróides antenatais Nutrição parenteral precoce

Nutrição enteral mínima Óxido nítrico inalado para tratamento de hipertensão pulmonar

Acesso a procedimentos cirúrgicos menores (cateter) Surfactante

Protocolos de: uso de surfactante indicações de IMV

critérios de extubação

Avaliação pela Oftalmologia Avaliação pela Cardiologia Avaliação pela Neurologia

CCIH

13. MÉTODO CANGURU Sim Não

Comentários:

__________________________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________

B. DADOS DE EQUIPAMENTO / LEITOS TERAPIA INTENSIVA

1. Equipamentos

Número/leito

analisador de O2 ambiente

Monitor de freqüência cardíaca com traçado

Transdutor intravascular de pressão sanguínea

Aferidor de pressão sanguínea de superfície

Monitor de tensão de oxigênio transcutâneo (TcPO2)

Monitor de saturação de O2

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114

Monitor transcutâneo de tensão de dióxido de carbono

Capnográfo

Bomba de seringa

Bomba peristáltica

Ventilador – tipo: --------------------------------------

Ventilador de alta freqüência

Transiluminador

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1

4. Ficha para coleta de dados dos recém-nascidos

COLETA DE DADOS RN DE___________________________________________________ PRONTUÁRIO ________________________ DATA DE NASCIMENTO ___/___/_____ HORA DE NASCIMENTO ____ DADOS MATERNOS, GESTAÇÃO E PARTO

Idade: anos Escolaridade: 1.nenhuma 2. até 5º série 3. até 8º série 4. 2º grau 5. 3º grau Raça/cor: 1.branca 2.negra 4.parda 5.amarela Idade gestacional: DUM semanas US até 20 semanas semanas Pré-natal-nº de consultas: Corticóide antenatal 1.sim 2.não 1.dexametasona 2.betametasona nº de doses horas antes do parto

INTERCORRÊNCIAS NA GESTAÇÃO/ PARTO 1.sim 2.não

Hipertensão: ڤڤٱٱٱڤ Infecção antenatal: Diabetes: Trabalho de parto prematuro: Corioamnionite histológica: clínica: TBR: __ horas

TIPO PARTO 1.normal 2.cesariana 3.fórceps

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2

DADOS DO RECÉM NATO

Peso de nascimento: gramas Gemelar: Sexo: 1.masculino 2.feminino Idade gestacional: ____ semanas Método: 1. Ballard 2. Capurro somático Adequação do peso à idade gestacional: 1.AIG 2.PIG 3.GIG APGAR: 1º minuto = 5º minuto =

RESSUSCITAÇÃO NA SALA DE PARTO 1.sim 2.não

Oxigênio inalatório-

Máscara e AmbuR - Intubação Traqueal- Massagem Cardíaca Externa - Drogas - adrenalina TOT adrenalina EV s. fisiológico bicarbonato

ESCORE DE RISCO

SNAPPEII =

NTISS = 1º dia de vida 7º dia de vida

PATOLOGIAS 1.sim 2.não DRP: *DMH: confirmação Sepse precoce (até 48 horas): *Clínica - confirmação Comprovada - Sepse tardia (> 48 horas): confirmação *Clínica - Comprovada - *Pneumonia associada à ventilação mecânica: confirmação *Canal Arterial: dias de vida Eco confirmação *Pneumotórax1: dias de vida confirmação Associado à aspiração do TOT – *Pneumotórax 2: dias de vida confirmação Associado à aspiração do TOT – *Pneumotórax 3: dias de vida confirmação Associado à aspiração do TOT – *Enfisema intersticial difuso: dias de vida confirmação

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3

Pneumomediastino: confirmação Pneumopericárdio: confirmação

Alta da Unidade Neonatal: dias Peso: gramas Destino: 1.domicilio 2.transferência Óbito: __ __ __ dias Peso: g *Causa mortis: confirmação:

DBP 1.sim 2.não transferência antes de 28 dias óbito antes de 28 dias O2 por pelo menos 28 dias: através de: O2 com 36 semanas de IGC: através de: FiO2 =

O- oxyhood C- cateter CN- cpap nasal VMN- ventilação mecânica não invasiva VM- ventilação mecânica invasiva

DADOS SOBRE PRÁTICAS

MANEJO MEDICAMENTOSO 1.sim 2.não 3. não procede Surfactante: Nº de doses: Tempo de vida da primeira dose: Tipo: ___________________________

Sedação/analgesia 1a semana de vida:

Midazolan Fentanyl Tempo de uso: Corticóide pós-natal: dose Início idade em dias: tempo de uso em dias:

Indicação: vent mecânica com MAP>8/9 FiO2 >0,4/0,5 EID/alt císticas outras -------------------------------------------------------------------------------------------------------- Não fez uso e tinha indicação para fazê-lo:

Xantinas: idade de início:

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4

MANEJO HÍDRICO T Taxa hídrica média - dias de vida - ml/kg/dia

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º

Na sérico mínimo e máximo – mEq/l

1º / 2 2º / 3º / 4º / 5º / 6º / 7º /

PESO/ DIAS DE VIDA 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º

MANEJO RESPIRATÓRIO Suporte respiratório máximo 0 – 7o dia de vida: 1.Oxihood 2.CPAP nasal 3.IMV 4.nenhum

Tempo em suporte respiratório em horas:

Ventilação mecânica CPAP nasal

Oxihood Cateter nasal de O2 Tempo total de O2 suplementar:

CPAP nasal 1.sim 2.não

Como tratamento inicial: Idade de início em horas: Necessidade de ventilação mecânica: Pós extubação: 1o semana de vida: FiO2 máxima FiO2 mínima

Indicação de intubação: 1.uso de surfactante 2.ventilação mecânica 3. reanimação Indicação da ventilação mecânica: 1.desconforto respiratório severo 2.apnéia 3.PaCO2 > 65 4.acidose respiratória pH<7,25 4. PaO2 < 50mmHg ou saturação de O2 < 85% em CPAP nasal com FiO2 > 0,60. parâmetros 1º dia 2º Dia 3º dia 4º dia 5º dia 6º dia 7º dia 1ºsemana/vida m M m M m M m M m M m M m M Sat O2 PaO2 PaCO2 PH FiO2 PIP PEEP MAP T insp

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5

Fluxo Freqüência

Legenda: m = mínimo M = máximo

Índice de oxigenação máximo / dias de vida 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º

Outros parâmetros: Nº de horas com FiO2 = 1 nas primeiras 12horas de vida: Número de episódios sem ajuste de parâmetros na 1º semana de vida: Sat O2 > 96% PaCO2 < ou = 45 PaO2 > 70mmHg PaCO2 < ou = 35 PaCO2 entre35 e 45 RX de tórax com hiperinsuflação pulmonar ( rn em IMV):

tempo em horas PIP > 20 cmH2O nas 1º 24 horas de vida:

1.sim 2.não Desmame: Orientação: rotina plantão Progressão:rotina plantão

Idade da 1º tentativa de extubação: Insucesso na extubação: Nº episódio: (necessidade de reintubação em 48 horas) indicação: Extubação acidental: Não necessitou reintubação em 48 horas: Obstrução do TOT- nº vezes:

Legenda: SR – sem registro no prontuário

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6

5. Termo de consentimento

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu, ______________________________________________________________, na função de ______________________ da Unidade Neonatal do Hospital Maternidade Carmela Dutra, concordo em participar do projeto de pesquisa “Conhecimentos e práticas para a prevenção da displasia broncopulmonar em uma Unidade Neonatal pública do Município do Rio de Janeiro”, realizado pela mestranda Maria Lucia de Barros de Medeiros, da Pós-Graduação em Saúde da Criança e da Mulher do Instituto Fernandes Figueira/ FIOCRUZ. Este projeto se insere na linha de pesquisa sobre boas práticas em saúde perinatal e aborda os conhecimentos e as práticas relacionadas ao suporte respiratório com enfoque na prevenção da displasia broncopulmonar / redução do dano pulmonar sendo composto pelas seguintes etapas: entrevistas com as gerências, revisão de prontuários de recém-natos de muito baixo peso ao nascer que tenham sido admitidos na Unidade Neonatal e preenchimento de questionário por profissionais deste setor.Esclarecemos que este questionário é composto por perguntas fechadas e abertas, auto-preenchido e não identificado. Esta pesquisa não trará nenhum risco ou dano aos profissionais, aos pacientes ou a instituição em que será realizada. Fica esclarecido que tenho liberdade de recusar a participar ou retirar este consentimento, em qualquer fase da pesquisa, sem qualquer tipo de penalização ou prejuízo e que os dados coletados e suas conclusões poderão ser obtidos junto à pesquisadora sempre que houver interesse por minha parte. O pesquisador também está comprometido com a manutenção do sigilo acerca das informações prestadas, resguardando a individualidade e divulgando apenas o conjunto dos resultados, sendo que estes resultados só poderão ser divulgados em publicações científicas da área, em congressos, simpósios, reuniões científicas, conferências, mesas redondas (nacionais e internacionais) e salas de aula. . Rio de Janeiro, __ / __/2006. _______________________________________________ Rio de Janeiro, __ / __/2006. __________________________________________________ Maria Lucia de Barros de Medeiros

Email- [email protected] Tel- 2490 1164 End- Rua Alfredo Volpi, 50/1004 Recreio dos Bandeirantes

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Fórmula para cálculo de tamanho amostral para estimar a proporção em

populações finitas

S= ZxZ[P(1-P)]/ (DxD) com a aplicação do fator de correção: n= S/[(1+(S/população)] n = tamanho da amostra S = tamanho amostral para estimativa no caso de uma população infinita Z = 1,96 (valor tabelado da distribuição normal padronizada correspondente a um intervalo de confiança de 95%) P = prevalência D = erro amostral

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8

ANEXOS

Anexo 1. Classificação de Unidades segundo critério da Rede Vermont- Oxford

122

Anexo 2. Portaria do Ministério da Saúde nº 3432, de agosto de 1998. Estabelece critérios de classificação entre as diferentes Unidades de Tratamento Intensivo- UTI

123

Anexo 3. Normas para publicação – Cadernos de Saúde Pública

129

Anexo 4. Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa 135

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Anexo 1

Classificação de Unidades Segundo Critérios da Rede Vermont-Oxford

Nível 1 -Pode realizar ressuscitação em sala de parto

-Avaliar recém-nascidos a termo saudáveis provendo cuidados pós-natais -Estabilizar e prover cuidados a bebês de 35 a 37 semanas que permanecem fisiologicamente estáveis -Pode estabilizar recém nascidos com IG menores de 35 semanas ou doentes até que se consiga transferência para uma unidade neonatal

A -Pode ressuscitar e estabilizar prematuros e/ou bebês doentes até a transferência -Pode cuidar de bebês com IG maior que 32 semanas e peso ao nascer > 1500g

- que apresentem imaturidade fisiológica tais como apnéia, incapacidade de manutenção de temperatura ou incapacidade de alimentação por sucção.

- que estejam moderadamente doentes com problemas que se antecipe como de resolução rápida e que não de sub-especialidades em urgência

- que estejam convalescendo depois de cuidado intensivo

2

B -Tem todas as capacidades do nível 2.A e pode prover ventilação mecânica por períodos breves (menos de 24 horas) ou CPAP nasal

A -Pode cuidar de bebês com peso ao nascer < 1000g e IG maior que 28 semanas -Pode prover suporte de vida limitado a suporte ventilatório convencional -Pode realizar procedimentos cirúrgicos menores tais como inserção de cateter venoso central ou cirurgia de hérnia inguinal

B -Todas as capacidades do nível 3.A e capacidade de prover cuidados para os menores de 1000g ou de 28 semanas de idade gestacional -Pode prover suporte respiratório avançado tais como ventilação de alta freqüência e óxido nítrico -Acesso rápido e à beira do leito a especialidades pediátricas clínicas e cirúrgicas -Tem acesso a exames de imagens tais como TC, RM e Ecocardiograma -Tem acesso a cirurgião e anestesista pediátricos para realizar procedimentos cirúrgicos maiores tais como ligadura de canal, reparo de perfuração intestinal, defeitos de parede abdominal, atresia de esôfago, defeito do tudo neural no mesmo hospital ou em instituição de referencia formal.

3

C -Tem todas as características de 3.B e pode prover ECMO -Correções cirúrgicas de defeitos cardíacos complexos que requeiram extra-corpórea.

Características

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10

Legislação em Vigilância Sanitária

Página Inicial Pesquisa Complementar

Estatísticas do site

Normas Consolidadas

Publicações de Hoje Glossário

PORTARIA Nº 3.432/MS/GM, DE 12 DE AGOSTO DE 1998

O Ministro de Estado da Saúde, no uso de suas atribuições legais, considerando:

a importância na assistência das unidades que realizam tratamento intensivo nos hospitais do país, e

a necessidade de estabelecer critérios de classificação entre as Unidades de Tratamento Intensivo, de acordo com a incorporação de tecnologia, a especialização dos recursos humanos e a área física

disponível, resolve:

Art. 2º - Para as finalidades desta Portaria, as Unidades de tratamento Intensivo serão classificadas em tipo I, II e III.

1º - As unidades atualmente cadastradas pelo SUS, a partir da vigência desta Portaria, serão classificadas como tipo I.

2º - As unidades que comprovarem o cumprimento das especificações do anexo desta Portaria, poderão ser credenciadas pelo gestor nos tipos II ou III, de acordo com a necessidade de assistência da

localidade onde estão inseridas.

Art. 3º - A partir da data de publicação desta Portaria, serão cadastradas somente unidades do tipo II ou III.

Art 5º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

JOSÉ SERRA

ANEXO

1. Disposições Gerais:

1.1. As Unidades de Tratamento Intensivo devem atender às disposições da Portaria GM/MS nº 1884, de 11 de novembro de 1994, publicada no D.O nº 237, de 15 de dezembro de 1994.

Art. 1º - Estabelecer critérios de classificação entre as diferentes Unidades de Tratamento Intensivo - UTI.

Art. 4º - Fica revogada a Portaria GM/MS/Nº 2918, de 9 de junho de 1998, publicada no DOU nº 111, de 15 de junho de 1998, e as demais disposições em contrário.

1.2. São unidades hospitalares destinadas ao atendimento de pacientes graves ou de risco que dispõem de assistência médica e de enfermagem ininterruptas, com equipamentos específicos próprios, recursos

humanos especializados e que tenham acesso a outras tecnologias destinadas a diagnósticos e

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11

humanos especializados e que tenham acesso a outras tecnologias destinadas a diagnósticos e terapêutica.

1.3. Estas unidades podem atender grupos etários; a saber:

Neonatal - atendem pacientes de 0 a 28 anos;

Pediátrico - atendem pacientes de 28 dias a 14 ou 18 anos de acordo com as rotinas hospitalares internas;

Adulto - atendem pacientes maiores de 14 ou 18 anos de acordo com as rotinas hospitalares internas;

Especializada - voltada para pacientes atendidos por determinada especialidade ou pertencentes a grupo específico de doenças.

1.4. Todo hospital de nível terciário, com capacidade instalada igual ou superior a 100 leitos, deve dispor de leitos de tratamento intensivo correspondente a no mínimo 6% dos leitos totais.

1.5. Todo hospital que atenda gestante de alto risco deve dispor de leitos de tratamento intensivo adulto e neonatal.

2 - Das Unidades de Tratamento Intensivo do tipo II;

2.1. Deve contar com equipe básica composta por:

- um responsável técnico com título de especialista em medicina intensiva ou com habilitação em medicina intensiva pediátrica;

- um médico diarista com título de especialista em medicina intensiva ou com habilitação em medicina intensiva pediátrica para cada dez leitos ou fração, nos turnos da manhã e da tarde;

- um médico plantonista exclusivo para até dez pacientes ou fração;

- um enfermeiro coordenador, exclusivo da unidade, responsável pela área de enfermagem;

- um enfermeiro, exclusivo da unidade, para cada dez leitos ou fração, por turno de trabalho;

- um fisioterapeuta para cada dez leitos ou fração no turno da manhã e da tarde;

- um auxiliar ou técnico de enfermagem para cada dois leitos ou fração, por turno de trabalho;

- um funcionário exclusivo responsável pelo serviço de limpeza;

- acesso a cirurgião geral(ou pediátrico), torácico, cardiovascular, neorocirurgião e ortopedista.

2.2. O hospital deve contar com:

- Laboratórios de análises clínicas disponível nas 24 horas do dia;

- agência transfusional disponível nas 24 horas do dia;

- hemogasômetro;

- ultra-sonógrafo;

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12

- eco-doppler-cardiógrafo;

- laboratório de microbiologia;

- terapia renal substitutiva;

- aparelho de raios-x móvel;

- serviço de Nutrição Parenteral e enteral;

- serviço Social;

- serviço de Psicologia;

- 2.3. O hospital deve contar com acesso a :

- estudo hemodinâmico;

- angiografia seletiva;

- endoscopia digestiva;

- fibrobroncoscopia;

- eletroencefalografia;

2.4. Materiais e Equipamentos necessários:

- cama de Fawler, com grades laterais e rodízio, uma por paciente;

- monitor de beira de leito com visoscópio, um para cada leito;

- carro ressuscitador com monitor, desfibrilador, cardioversor e material para intubação endotraqueal, dois para cada dez leitos ou fração;

- ventilador pulmonar com misturador tipo blender, um para cada dois leitos, devendo um terço dos mesmos ser do tipo microprocessado;

- oxímetro de pulso, um para cada dois leitos;

- bomba de infusão, duas por leito;

- conjunto de nebulização, em máscara, um para cada leito;

- conjunto padronizado de beira de leito, contendo: termômetro(eletrônico, portátil, no caso de UTI neonatal), esfigmonômetro, estetoscópio, ambu com máscara(ressuscitador manual), um para cada

leito;

- bandejas para procedimentos de : diálise peritoneal, drenagem torácica, toracotomia, punção pericárdica, curativos, flebotomia, acesso venoso profundo, punção lombar, sondagem vesical e

traqueostomia;

- monitor de pressão invasiva;

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13

- marcapasso cardíaco externo, eletrodos e gerador na unidade,

- eletrocardiógrafo portátil, dois de uso exclusivo da unidade;

- maca para transporte com cilindro de oxigênio, régua tripla com saída para ventilador pulmonar e ventilador pulmonar para transporte;

- máscaras com venturi que permita diferentes concentrações de gases;

- aspirador portátil;

- negatoscópio;

- oftalmoscópio;

- otoscópio;

- Pontos de oxigênio e ar comprimido medicinal com válvula reguladoras de pressão e pontos de vácuo para cada leito;

- cilindro de oxigênio e ar comprimido, disponíveis no hospital;

- conjunto CPAP nasal mais umidificador aquecido, um para cada quatro leitos, no caso de UTI neonatal, um para cada dois leitos;

- capacete para oxigenioterapia para UTI pediátrica e neonatal;

- fototerapia, um para cada três leitos de UTI neonatal;

- Incubadora com parede dupla, uma por paciente de UTI neonatal;

- balança eletrônica, uma para cada dez leitos na UTI neonatal;

2.5. Humanização:

- climatização;

- Iluminação natural;

- divisórias entre os leitos;

- relógio visíveis para todos os leitos;

- garantia de visitas diárias dos familiares, à beira do leito;

- garantia de informações da evolução diária dos pacientes aos familiares por meio de boletins.

3. As Unidades de Tratamento Intensivo do tipo III, devem, além dos requisitos exigidos paras as UTI tipo II, contar com:

3.1. Espaço mínimo individual por leito de 9m², sendo para UTI Neonatal o espaço de 6 m² por leito;

3.2. Avaliação através do APACHE II se for UTI Adulto, o PRISM II se UTI Pediátrica e o PSI modificado se UTI Neonatal

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se UTI Neonatal.

3.3. Além da equipe básica exigida pela UTI tipo II, devem contar com:

- um médico plantonista para cada dez pacientes, sendo que pelo menos metade da equipe deve ter título de especialista em medicina intensiva reconhecido pela Associação de Medicina Intensiva

Brasileira(AMIB);

- enfermeiro exclusivo da unidade para cada cinco leitos por turno de trabalho;

- fisioterapeuta exclusivo da UTI;

- acesso a serviço de reabilitação;

3.4. Além dos requisitos exigidos para as UTI tipo II, o hospital deve possuir condições de realizar exames de :

- tomografia axial computadorizada;

- anatomia patológica;

- estudo hemodinâmico;

- angiografia seletiva;

- ultra-sonografia portátil.

3.5. Além materiais e equipamentos necessários para UTI tipo II, o hospital deve contar com:

- Metade dos ventiladores do tipo microprocessado, ou um terço, no caso de UTI neonatal;

- monitor de pressão invasiva, um para cada cinco leitos;

- equipamentos para ventilação pulmonar não invasiva;

- capnógrafo;

- equipamento para fototerapia para UTI Neonatal, um para cada dois leitos;

- marcapasso transcutâneo.

Agência Nacional de Vigilância Sanitária - SEPN 515, Bl.B, Ed.Ômega - Brasília (DF) CEP 70770-502 - Tel: (61) 3448-10Saúde: 0 800 61 1997

- fibrobroncoscopia;

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NORMAS PARA PUBLICAÇÃO - CADERNOS DE SAÚDE PÚBLICA

Cadernos de Saúde Pública/Reports in Public Health (CSP) publica artigos originais que contribuam ao estudo da saúde pública em geral e disciplinas afins, como epidemiologia, nutrição, parasitologia, ecologia e controle de vetores, saúde ambiental, políticas públicas e planejamento em saúde, ciências sociais aplicadas à saúde, dentre outras. Serão aceitos trabalhos para as seguintes seções: (1) Revisão – revisão crítica da literatura sobre temas pertinentes à saúde pública (máximo de 8.000 palavras); (2) Artigos – resultado de pesquisa de natureza empírica, experimental ou conceitual (máximo de 6.000 palavras); (3) Notas – nota prévia, relatando resultados parciais ou preliminares de pesquisa (máximo de 1.700 palavras); (4) Resenhas – resenha crítica de livro relacionado ao campo temático de CSP, publicado nos últimos dois anos (máximo de 1.200 palavras); (5) Cartas – crítica a artigo publicado em fascículo anterior de CSP ou nota curta, relatando observações de campo ou laboratório (máximo de 1.200 palavras); (6) Artigos especiais – os interessados em contribuir com artigos para estas seções deverão consultar previamente o Editor; (7) Debate – artigo teórico que se faz acompanhar de cartas críticas assinadas por autores de diferentes instituições, convidados pelo Editor, seguidas de resposta do autor do artigo principal (máximo de 6.000 palavras); (8) Fórum – seção destinada à publicação de 2 a 3 artigos coordenados entre si, de diferentes autores, e versando sobre tema de interesse atual (máximo de 12.000 palavras no total). O limite de palavras inclui texto e referências bibliográficas (folha de rosto, resumos e ilustrações serão considerados à parte). Apresentação do texto Serão aceitas contribuições em português, espanhol ou inglês. O original deve ser apresentado em espaço duplo e submetidos em 1 via, fonte Times New Roman, tamanho 12, com margens de 2,5cm. Deve ser enviado com uma página de rosto, onde constará título completo (no idioma original e em inglês) e título corrido, nome(s) do(s) autor(es) e da(s) respectiva(s) instituição(ões) por extenso, com endereço completo apenas do autor responsável pela correspondência. Todos os artigos deverão ser encaminhados acompanhados de disquete ou CD contendo o arquivo do trabalho e indicação quanto ao programa e à versão utilizada (somente programas compatíveis com Windows). Notas de rodapé não serão aceitas. É imprescindível o envio de carta informando se o artigo está sendo encaminhado pela primeira vez ou sendo reapresentado à nossa secretaria .

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No envio da segunda versão do artigo deverá ser encaminhada uma cópia impressa do mesmo, acompanhadas de disquete. Colaboradores Deverão ser especificadas, ao final do texto, quais foram as contribuições individuais de cada autor na elaboração do artigo. Ilustrações As figuras deverão ser enviadas em impressão de alta qualidade, em preto-e-branco e/ou diferentes tons de cinza e/ou hachuras. Os custos adicionais para publicação de figuras em cores serão de total responsabilidade dos autores. É necessário o envio dos gráficos, separadamente, em arquivos no formato WMF (Windows Metafile) e no formato do programa em que foram gerados (SPSS, Excel, Harvard Graphics etc.), acompanhados de seus parâmetros quantitativos, em forma de tabela e com nome de todas as variáveis. Também é necessário o envio de mapas no formato WMF, observando que os custos daqueles em cores serão de responsabilidade dos autores. Os mapas que não forem gerados em meio eletrônico devem ser encaminhados em papel branco (não utilizar papel vegetal). As fotografias serão impressas em preto-e-branco e os originais poderão ser igualmente em preto-e-branco ou coloridos, devendo ser enviados em papel fotográfico no formato 12x18cm. O número de tabelas e/ou figuras deverá ser mantido ao mínimo (máximo de cinco tabelas e/ou figuras). Os autores deverão arcar com os custos referentes ao material ilustrativo que ultrapasse este limite. Resumos Com exceção das contribuições enviadas às seções Resenha ou Cartas, todos os artigos submetidos em português ou espanhol deverão ter resumo na língua principal e em inglês. Os artigos submetidos em inglês deverão vir acompanhados de resumo em português ou em espanhol, além do abstract em inglês. Os resumos não deverão exceder o limite de 180 palavras e deverão ser acompanhados de 3 a 5 palavras-chave. Nomenclatura Devem ser observadas rigidamente as regras de nomenclatura zoológica e botânica, assim como abreviaturas e convenções

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adotadas em disciplinas especializadas. Pesquisas envolvendo seres humanos A publicação de artigos que trazem resultados de pesquisas envolvendo seres humanos está condicionada ao cumprimento dos princípios éticos contidos na Declaração de Helsinki (1964, reformulada em 1975, 1983, 1989, 1996 e 2000), da World Medical Association (http://www.wma.net/e/policy/b3.htm), além do atendimento a legislações específicas (quando houver) do país no qual a pesquisa foi realizada. Artigos que apresentem resultados de pesquisas envolvendo seres humanos deverão conter uma clara afirmação deste cumprimento (tal afirmação deverá constituir o último parágrafo da seção Metodologia do artigo). Após a aceitação do trabalho para publicação, todos os autores deverão assinar um formulário, a ser fornecido pela Secretaria Editorial de CSP, indicando o cumprimento integral de princípios éticos e legislações específicas. Referências As referências devem ser numeradas de forma consecutiva de acordo com a ordem em que forem sendo citadas no texto. Devem ser identificadas por números arábicos sobrescritos (Ex.: Silva ). As referências citadas somente em tabelas e figuras devem ser numeradas a partir do número da última referência citada no texto. As referências citadas deverão ser listadas ao final do artigo, em ordem numérica, seguindo as normas gerais dos Requisitos Uniformes para Manuscritos Apresentados a Periódicos Biomédicos (

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http://www.icmje.org/). Todas as referências devem ser apresentadas de modo correto e completo. A veracidade das informações contidas na lista de referências é de responsabilidade do(s) autor(es). Exemplos Artigos de periódicos • Artigo padrão Até 6 autores: Barbosa FS, Pinto R, Souza OA. Control of schistosomiasis mansoni in a small north east Brazilian community. Trans R Soc Trop Med Hyg 1971; 65:206-13. Mais de 6 autores: DeJong RJ, Morgan JA, Paraense WL, Pointier JP, Amarista M, Ayeh-Kumi PF, et al. Evolutionary relationships and biogeography of Biomphalaria (Gastropoda: Planorbidae) with implications regarding its role as host of the human bloodfluke, Schistosoma mansoni. Mol

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Biol Evol 2001; 18:2225-39. • Instituição como autor The Cardiac Society of Australia and New Zealand. Clinical exercise stress testing. Safety and performance guidelines. Med J Aust 1996; 116:41-2. • Sem indicação de autoria Cancer in South Africa [Editorial]. S Afr Med J 1994; 84:15. • Volume com suplemento Deane LM. Simian malaria in Brazil. Mem Inst Oswaldo Cruz 1992; 87 Suppl 3:1-20. • Fascículo com suplemento Lebrão ML, Jorge MHPM, Laurenti R. Hospital morbidity by lesions and poisonings. Rev Saúde Pública 1997; 31 (4 Suppl):26-37. • Parte de um volume Ozben T, Nacitarhan S, Tuncer N. Plasma and urine sialic acid in non-insulin dependent diabetes mellitus. Ann Clin Biochem 1995; 32 (Pt 3):303-6. • Parte de um fascículo Poole GH, Mills SM. One hundred consecutive cases of flap lacerations of the leg in aging patients. N Z Med J 1994; 107 (986 Pt 1):377-8. Livros e outras monografias • Indivíduo como autor Barata RB. Malária e seu controle. São Paulo: Editora Hucitec; 1998. • Editor ou organizador como autor Duarte LFD, Leal OF, organizadores. Doença, sofrimento, perturbação: perspectivas etnográficas. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz; 1998. Denzin NK, Lincoln YS, editors. Handbook of qualitative research. Thousand Oaks: Sage Publications; 1994. • Instituição como autor e publicador Institute of Medicine. Looking at the future of the Medicaid programme. Washington DC: Institute of Medicine; 1992. • Capítulo de livro Coelho PMZ. Resistência e suscetibilidade à infecção por Schistosoma mansoni em caramujos do gênero Biomphalaria. In: Barbosa FS, organizador. Tópicos em malacologia médica. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz; 1995. p. 208-18.

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• Eventos (anais de conferências) Kimura J, Shibasaki H, editors. Recent advances in clinical neurophysiology. Proceedings of the 10 International Congress of EMG and Clinical Neurophysiology; 1995 Oct 15-19; Kyoto; Japan. Amsterdam: Elsevier; 1996. • Trabalho apresentado em evento Bengtson S, Solheim BG. Enforcement of data protection, privacy and security in medical informatics. In: Lun KC, Degoulet P, Piemme TE, Rienhoff O, editors. MEDINFO 92. Proceedings of the 7 World Coangress on Medical Informatics; 1992 Sep 6-10; Geneva, Switzerland. Amsterdam: North Holland; 1992. p. 1561-5. • Dissertação e tese Escobar AL. Malária no sudoeste da Amazônia: uma meta-análise [Dissertação de Mestrado]. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz; 1994. Outros trabalhos publicados • Artigo de jornal Novas técnicas de reprodução assistida possibilitam a maternidade após os 40 anos. Jornal do Brasil 2004 Jan 31; p. 12. Lee G. Hospitalizations tied to ozone pollution: study estimates 50,000 admissions annually. The Washington Post 1996 Jun 21; Sect. A:3. • Documentos legais Decreto no. 1.205. Aprova a estrutura regimental do Ministério do Meio Ambiente e da Amazônia Legal, e dá outras providências. Diário Oficial da União 1995; 2 ago. Material eletrônico • CD-ROM La salud como derecho ciudadano [CD-ROM]. Memoria del VI Congreso Latinoamericano de Ciencias Sociales y Salud. Lima: Universidad Peruana Cayetano Heredia; 2001. • Internet Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Estatísticas da saúde: assistência médico-sanitária. http://www.ibge.gov.br (acessado em 05/Fev/2004). Cadernos de Saúde Pública Rua Leopoldo Bulhões 1480

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Rio de Janeiro RJ 21041-210 Brasil [email protected] © 2006 Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz.

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