cons(c)elho nº5 novembro/dezembro 2010

12
Dest A 20 de Novembro, no hotel Infante de Sagres os membros da JP do Porto tomaram posse. O jantar, antecedido por uma visita turística pela muy nobre e sempre leal cidade Invicta, foi um sucesso, tendo uma sala cheia de amigos da JP Porto de Norte a Sul do país e membros do partido. Sem dúvida, uma tomada de posse que ficará para a história, na memória de todos. Um sucesso. Nesta nova primeira edição do Cons(c)elho, é com muita honra que temos como nosso entrevistado o Presidente da Juventude Popular e deputado à Assembleia da República pelo CDS- PP, pelo círculo do Porto, Michael Seufert. Foi considerado um dos deputados com mais deputados com mais iniciativas nesta legislatura, superando todos os deputados das outras “jotas”. Com o Congresso da JP a aproximar-se, quisemos saber o que tem a dizer a esta altura sobre a Juventude Popular, um balanço de mandato e o que nos reserva o futuro que nos reserva o futuro tanto dentro da JP. Dá-nos também a sua visão sobre alguns aspectos da nossa política e economia nacionais, toca em assuntos tais como o Orçamento de Estado 2011 e o FMI, PS/PSD e o futuro do CDS. Destaques JP Porto N.º 5 Novembro/Dezembro 2010 Jornal oficial da Juventude Popular do Porto Dest Uma das colunas preferidas dos leitores do Cons(c)elho não os abandonou. O jornal mudou mas os objectivos não. Procuramos incentivar o debate e a troca de ideias, tanto entre pessoas da mesma cor política como estre pessoas de diferentes partidos e “jotas”. Nesta edição convidamos André Barbosa da JP e João Torres da JS para debaterem sobre a intervenção do FMI em Portugal. Dest 30 anos depois do acidente de Camarate, a irmã de Adelino Amaro da Costa e a jornalista Célia Pedroso, lançaram “Adelino Amaro da Costa - histórias de uma vida interrompida”, uma biografia sobre a vida do homem que ajudou a fundar o nosso partido. Um livro que conta histórias e episódios desconhecidos do grande público, e que agora são partilhados por personalidades da política da direita à esquerda. Entre as quais José Ribeiro e Castro, que assina um texto de opinião sobre o tema, como mais ninguém o poderia fazer. Dest Em 2008 a frase “Yes we can!” era a mais conhecida em todo o mundo. Porém, as últimas eleições intercalares americanas demonstram que o povo americano não continua a admirar assim tanto o seu presidente. Destaques JP Porto Entrevistamos o Presidente e deputado da Juventude Popular, Michael Seufert.

Upload: conscelho-jornal

Post on 22-Mar-2016

215 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

Jornal oficial da Juventude Popular do Porto

TRANSCRIPT

Page 1: Cons(c)elho Nº5 Novembro/Dezembro 2010

Destaques JP Porto

A 20 de Novembro, no

hotel Infante de Sagres

os membros da JP do

Porto tomaram posse. O

jantar, antecedido por

uma visita turística pela

muy nobre e sempre leal

cidade Invicta, foi um

sucesso, tendo uma sala

cheia de amigos da JP

Porto de Norte a Sul do

país e membros do

partido. Sem dúvida, uma

tomada de posse que

ficará para a história, na

memória de todos. Um

sucesso.

Nesta nova primeira

edição do Cons(c)elho, é

com muita honra que

temos como nosso

entrevistado o Presidente

da Juventude Popular e

deputado à Assembleia

da República pelo CDS-

PP, pelo círculo do Porto,

Michael Seufert. Foi

considerado um dos

deputados com mais

iniciativas nesta

legislatura, superando

deputados com mais

iniciativas nesta

legislatura, superando

todos os deputados das

outras “jotas”.

Com o Congresso da JP

a aproximar-se, quisemos

saber o que tem a dizer a

esta altura sobre a

Juventude Popular, um

balanço de mandato e o

que nos reserva o futuro

tanto dentro da JP.

Dá-nos também a sua

que nos reserva o futuro

tanto dentro da JP.

Dá-nos também a sua

visão sobre alguns

aspectos da nossa

política e economia

nacionais, toca em

assuntos tais como o

Orçamento de Estado

2011 e o FMI, PS/PSD e

o futuro do CDS.

Destaques JP Porto

N.º 5 – Novembro/Dezembro 2010

Jornal oficial da Juventude Popular do Porto

Destaques JP Porto

Uma das colunas

preferidas dos leitores

do Cons(c)elho não os

abandonou. O jornal

mudou mas os

objectivos não.

Procuramos incentivar o

debate e a troca de

ideias, tanto entre

pessoas da mesma cor

política como estre

pessoas de diferentes

partidos e “jotas”. Nesta

edição convidamos

André Barbosa da JP e

João Torres da JS para

debaterem sobre a

intervenção do FMI em

Portugal.

Destaques JP Porto

30 anos depois do

acidente de Camarate, a

irmã de Adelino Amaro

da Costa e a jornalista

Célia Pedroso, lançaram

“Adelino Amaro da

Costa - histórias de uma

vida interrompida”, uma

biografia sobre a vida do

homem que ajudou a

fundar o nosso partido.

Um livro que conta

histórias e episódios

desconhecidos do grande

público, e que agora são

partilhados por

personalidades da

política da direita à

esquerda. Entre as quais

José Ribeiro e Castro,

que assina um texto de

opinião sobre o tema,

como mais ninguém o

poderia fazer.

Destaques JP Porto

Em 2008 a frase “Yes we

can!” era a mais

conhecida em todo o

mundo. Porém, as últimas

eleições intercalares

americanas demonstram

que o povo americano

não continua a admirar

assim tanto o seu

presidente.

Destaques JP Porto Entrevistamos o Presidente e deputado da Juventude Popular, Michael Seufert.

Page 2: Cons(c)elho Nº5 Novembro/Dezembro 2010

No passado dia 30 de Outubro a JP-Porto realizou uma tertúlia com o tema “Os Mercados financeiros e a sua influência na sociedade actual”, tendo contado com o Dr. António de Freitas Meira (Licenciado em Contabilidade e Gestão, Mercados Cambiais e Bolsistas, CEO da Poder Diário, Consultoria Financeira), o Dr. Carlos Martins (Vogal da Comissão Política Nacional da Juventude Popular, Trader de Obrigações no Banco BiG,Licenciado em Economia pela Universidade de Aveiro, Mestre em Finanças pela Lancaster University Management School) e o Dr. Pedro Magalhães (licenciado em Economia na FEP, dirigente da JS e consultor). A tertúlia foi moderada por José Lello, Vice-Presidente da JP-Porto. Numa primeira análise, o Dr. Carlos Martins referiu a importância dos mercados para o desenvolvimento mundial, por a sua existência significar uma facilidade nas trocas comerciais e na obtenção de financiamento de projectos, sendo as suas variações uma demonstração do risco de um investimento. Referiu

variações uma demonstração do risco de um investimento. Referiu também que os mercados serão inclusivamente anteriores à moeda, sendo esta apenas um instrumento para mais facilmente atribuir valor às coisas e facilitar a sua circulação, face ao mecanismo de troca directa. Referiu a existência de dois modelos de funcionamento do mercado, que distingue entre sistema Anglo-Saxónico – no qual os agentes actuam directamente no mercado, sem intermediários – e o sistema originado pela revolução francesa – -no qual as trocas são feitas recorrendo a intermediários (o sistema Bancário). Segundo o Dr. Carlos Martins, a única forma de não se depender dos credores é não se possuir dívida, sendo que os actuais níveis da dívida soberana portuguesa põem em causa a soberania nacional. Portugal consegue-se financiar, hoje em dia, às custas de instituições de crédito que elas próprias têm problemas de liquidez que vão sendo atenuados pelas anormalmente baixas taxas de juro do Banco Central Europeu. No

pelas anormalmente baixas taxas de juro do Banco Central Europeu. No entanto, caso o BCE feche a torneira, o nosso financiamento será ainda mais dificultado. Portugal sofre de um grave problema, que se deve ao facto de, nos últimos 30 anos, ter havido um enorme aumento salarial e a produtividade se ter mantido praticamente constante. O país tornou-se assim menos competitivo. Esta disparidade leva, a longo prazo, segundo o Dr. Carlos Martins, a um “ajustamento grave e doloroso”, devido ao estilo de vida artificialmente elevado que entretanto existiu. É justamente isso que se faz sentir actualmente em Portugal, começando a nossa geração a pagar a factura da vida de excessos dos últimos anos. Os nossos problemas têm de ser resolvidos por diversas medidas, muitas das quais dolorosas. Por exemplo, cortes nos salários, pensões, na despesa pública, uma diminuição do estado social e aumentos de produtividade e da idade de reforma. Assim conseguir-se-á, por um lado, reduzir a imensa dívida do país e ganhar a

conseguir-se-á, por um lado, reduzir a imensa dívida do país e ganhar a confiança dos mercados para que nos emprestem mais e a melhor preço. Para o Dr. Pedro Magalhães, o que se impõe actualmente a Portugal é garantir a sua credibilidade perante os mercados. No entanto, critica o funcionamento actual do sistema financeiro, sugerindo uma mudança de paradigma. Defende que o único benefício dos mercados de acções para as empresas é aquando da emissão das acções, sendo que a partir daí se tornam até um fardo para as mesmas. Portanto, o valor de uma empresa deveria estar na sua capacidade de gerar riqueza e não no capital em bolsa. Enuncia o exemplo da Alemanha, em que as maiores empresas são industriais e não de serviços e muitas delas não estão em bolsa. Quanto ao mercado de dívida pública, diz que a credibilidade de um estado deveria ser avaliada nas eleições e não por especuladores. Defende que as decisões destes não são sempre racionais e que muitas vezes as suas perspectivas quanto à capacidade de um estado cumprir com os seus deveres são falsas. Portanto, a taxa de juro que um país paga deveria ser definida por entidades independentes e não por investidores anónimos. O Dr. António Freitas Meira fez uma análise mais técnica da situação portuguesa, fornecendo uma série de gráficos e tabelas acerca da actual situação financeira do país. Por exemplo, informou que, em 2008, circulavam qualquer coisa como 3,5 triliões de dólares por dia nos mercados cambiais, o que faz com que aí circulem, num mês, os mesmos capitais que circulam num ano nas bolsas. As principais causas do endividamento público

bolsas. As principais causas do endividamento público serão os juros da dívida, a derrapagem nas obras públicas, as transferências para as empresas públicas e as parcerias publico-privadas. No total, somando a dívida do estado e das empresas públicas, temos um endividamento de 182,6 M€. Todos estes gastos se pagam contraindo dívida e subindo impostos. Em 2009 contraíram-se 28.000 M€ de nova dívida pública, valor que diminui este ano e será de 11.600 M€ em 2011 devido ao enorme aumento da carga fiscal que se verificou, e não a uma diminuição dos gastos desmesurados do Estado. Quanto ao pagamento de juros, o Dr. António Meira, para 2011 calculou que, se nos financiarmos a uma taxa média de 5%, se pagarão 1728 M€. O DR. António Meira lembrou ainda que de nada adianta lamuriarmo-nos dos “especuladores”, sendo que o essencial é que a economia inspire confiança aos mercados, o que se consegue pura e simplesmente através de esforços para a tornar mais saudável e produtiva, tanto da parte do estado como da iniciativa privada. Seguiu-se um espaço para perguntas da plateia aos oradores, que assim tentaram esclarecer as dúvidas que ainda houvesse na audiência, sendo depois servido um Porto de Honra e um jantar.

António Sousa Leite Vogal da CPC da JP Porto

Page 3: Cons(c)elho Nº5 Novembro/Dezembro 2010

No passado dia 20 de Novembro de 2010, o Hotel Infante de Sagres serviu de palco para o jantar de tomada de posse da Comissão Politica da Concelhia do Porto (CPC). Foi neste histórico hotel que os novos órgão políticos acolheram cerca de 120 pessoas, divididas entre amigos, simpatizantes e militantes que não quiseram faltar a tão festiva cerimónia. Pouco passava das 18 horas quando o grupo se encontrou no Museu do Carro Eléctrico iniciando uma visita guiada, sob a chancelaria do guarda-freios mais antigo a laborar nos Stcp. Finda tal etapa, deu-se o embarque no carro eléctrico nº 191 (veiculo

tal etapa, deu-se o embarque no carro eléctrico nº 191 (veiculo tipo “brill” datado de 1929) no qual se deu inicio a um passeio pelo Porto histórico, fazendo lembrar tempos nos quais a nossa cidade detinha uma economia e uma sociedade pujante. Como o hotel se encontra em pleno coração da baixa portuense o carro eléctrico terminou a sua viagem á porta do mesmo, espaço onde fomos recebidos pelo director do hotel, que fez questão de estar presente na recepção de todo o grupo bem como transformar o espaço hoteleiro como se de uma gala se tratasse. Encontrando-se o jantar

hoteleiro como se de uma gala se tratasse. Encontrando-se o jantar na sua recta final, deu-se a tomada de posse de todos os membros da Mesa, CPC, departamentos e respectivos colaboradores, que, como não poderia deixar de ser, terminou com todo um conjunto de discursos, nomeadamente: Dra. Cecília Meireles (parlamentar do CDS-PP), de Dra. Vera Rodrigues (Distrital JP-Porto), Dr. Pedro Moutinho (CDS-PP Porto), Dr. Michael Seufert (Presidente JP e parlamentar CDS-PP), Dr. Álvaro Castelo-Branco (Vice Presidente CMP). O recém-eleito

Dr. Álvaro Castelo-Branco (Vice Presidente CMP). O recém-eleito Presidente da CPC Porto, Eng. Rodrigo Carlos Lobo D´Avila, proferiu um discurso coeso no qual se destacou uma mensagem de resistência e esperança para com a ”muy nobre e sempre leal cidade do Porto”. De salientar que em todos os discursos, uma das palavras de ordem, era a de que ninguém ficava indiferente à forte adesão de um público jovem, interessado pelo País, que não pretende deixar-se vencer pelo conformismo amorfo ou pelo pessimismo da crise, que acredita num projecto vencedor para o futuro de Portugal.

crise, que acredita num projecto vencedor para o futuro de Portugal. Assim, após uma breve passagem pelo bar zoo e terminada a noite no twin´s, deu-se como encerrada a tomada de posse da nova Comissão Política da Concelhia do Porto.

José Lello

Vice-Presidente da CPC da JP Porto

No passado dia 20 de Novembro, os novos orgãos eleitos da Juventude Popular do Porto, bem como os membros dos diversos departamentos, tomaram posse. O jantar, antecedido por uma visita turística pelo Porto e foi um sucesso, tendo uma sala cheia de amigos da JP Porto de Norte a Sul do país e membros do partido.

. Novembro/Dezembro 2010 . 3

Page 4: Cons(c)elho Nº5 Novembro/Dezembro 2010

O mês de Outubro estava prestes e terminar mas estávamos longe de imaginar que íamos também a dizer adeus á vida de João Paulo Seara Cardoso. Ele sabia como ganhar dinheiro e ser famoso, mas preferiu a exigência e o desassossego. Num Porto que despreza cada vez mais a cultura e fecha a carteira sempre que se fala do assunto, o seu Teatro de Marionetas é um dos poucos oásis neste deserto que teima em não mudar. Fundou-o em 1988 e ao longo de mais de vinte anos a companhia evoluiu sob a sua visão e a orientação, desempenhando funções de director artístico permanente. Num processo vivo, exigente e apaixonado foi alcançado um elevado reconhecimento nacional e internacional, pois as suas criações chegaram um pouco a todo o mundo, tornando o Teatro de Marionetas do Porto (TMP) uma referência para uma vasta corrente de público, de todas as idades. Formou-se em Animação Sociocultural, tendo frequentado os prestigiados cursos do Insttut National d’Education Populaire e do Institut International

Institut National d’Education Populaire e do Institut International de la Marionette. Aí teve como mestre Jim Henson (criador de “Os Marretas), embora a sua formação e actividade teatral se tenha iniciado no Teatro Universitário do Porto. Para a Rádio Televisão Portuguesa (RTP) ficou conhecido como criador, autor e director de séries infantis como “Amigos do Gaspar” ou “No tempo dos Afonsinhos”. Tem nove livros infantis publicados e a sua primeira obra “Dás-me um Tesouro?” foi premiada pela Associação Portuguesa de Escritores. Inovou durante todo o seu percurso profissional, foi presidente da assembleia-geral e fundador do Festival Internacional de Marionetas do Porto (FIMP), e com a coreógrafa, e sua mulher, Isabel Barros co-dirigiu dois espectáculos memoráveis explorando o cruzamento das marionetas e da dança. “Hamlet Machine” é exemplo disso. O seu nome fica inscrito em projectos para a companhia Visões Úteis, Expo’98 e co-produções da Casa da Musica com a

Expo’98 e co-produções da Casa da Musica com a Orquestra Nacional do Porto. Um inato contador de histórias quebrou todos os estereótipos com qualidade e uma grande capacidade e inovação, ainda por explicar. O seu rigor e atrevimento levaram-no a encenar nomes como Aquilino Ribeiro, Beckett (uma das suas grandes paixões), Al berto ou Ionesco. Dono de uma postura exemplar e fortemente inspiradora, quer para a equipa que com ele trabalhava, quer para todos os alunos que leccionou, a disciplina de Interpretação, no Balleteatro Escola Profissional. “As palavras no teatro têm de ser servidas em bandeja de prata.” Uma frase que Joana Cruz, uma ex-aluna sua, relembra agora com carinho e saudade. Foi protagonista de uma obra singular que se inscreve, numa grande parte da sua vida, na pesquisa e reconstituição do Teatro Dom Roberto e fantoches populares portugueses. Ousou ressuscitar esta tradição

ressuscitar esta tradição secular, que tanto o caracterizava. "Ter muito público não é o mais importante. O que realmente importa é fazer um teatro em que acreditamos, com grande honestidade", dizia em 2006. As suas encenações tinham muitos sonhos e poucas palavras, gostava que os seus espectáculos transmitissem “intranquilidade” e não fossem “fast-food. No seu funeral, a 31 de Outubro, na Igreja de Cedofeita, soaram vozes ilustres como o director do FIMP, Igor Granda que destaca uma "exigência muito grande e a intransigência permanente" como um dos fortes traços da sua personalidade; a antiga vereadora da Cultura da Câmara do Porto, Manuela Melo, não tem dúvidas "as marionetas em Portugal são uma coisa antes dele e outra depois dele…”ou o director do Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (FITEI), Mário Moutinho, conclui dizendo "Fez a reconstituição da história da marioneta e deu-lhe dignidade.” "Para o seu projecto mais recente, a conclusão do Museu da Marioneta, na Rua das Flores, cá estaremos para garantir que se consolide. Porque é preciso”, garantiu em comunicado a PLATEIA, associação dos profissionais de artes cénicas, por ele fundada. Outra garantia foi dada por Sofia Carvalho, produtora do TMP: "Somos uma equipa coesa, vamos continuar o trabalho dele, mas a companhia nunca mais será a mesma." De facto, dificilmente falaremos de marionetas sem referir o seu nome e muitos dos seus desígnios

Museu da Marioneta, na Rua das Flores, cá estaremos para garantir que se consolide. Porque é preciso”, garantiu em comunicado a PLATEIA, associação dos profissionais de artes cénicas, por ele fundada. Outra garantia foi dada por Sofia Carvalho, produtora do TMP: "Somos uma equipa coesa, vamos continuar o trabalho dele, mas a companhia nunca mais será a mesma." De facto, dificilmente falaremos de marionetas sem referir o seu nome e muitos dos seus desígnios ficam por cumprir, interrompidos por uma morte prematura. A cultura portuense perde, assim, um dos homens mais ilustres e marcantes da actualidade, deixando (-nos) o seu teatro, aos 54 anos vítima de um cancro no pulmão. No entanto, a memória implantada nas pessoas, as peças que dirigiu e os alunos que ensinou, são também a, sua, imortalidade.

Maria Martinho Directora-adjunta do

Cons(c)elho

De Kantor, também citado por ele,

fica-nos isto “São as paixões a

matéria incandescente do teatro. A

marioneta é um corpo inerte,

altamente inflamável. O actor confia-

lhe a chama da vida. De uma forma

intermitente. Assim, ela permanece

num limbo entre a vida e a morte. “A

vida não pode ser exprimida em arte

senão pela falta de vida ou pelo

recurso à morte.”

Page 5: Cons(c)elho Nº5 Novembro/Dezembro 2010

Neste aniversário da morte de Adelino Amaro da Costa, há finalmente uma novidade importante: foi lançada, há algumas semanas, a primeira biografia sobre o nosso amado dirigente e fundador, figura incontornável na construção da democracia portuguesa, pilar fundamental da história e do tronco do CDS. Para os que o conheceram apenas depois de ter fundado o CDS com Freitas do Amaral, em 1974, este livro oferece duas perspectivas diferentes, qual delas a mais interessante: a primeira, a de poder recordar (e reviver mentalmente) alguns ou vários dos momentos, dos episódios, das etapas políticas desse intensíssimo período da vida nacional entre 1974 e 1980 e a intervenção marcante de Amaro da Costa; outra, a de conhecer um pouco da

Costa; outra, a de conhecer um pouco da sua infância, da sua retaguarda familiar, da sua juventude, do seu percurso escolar e académico, o serviço militar na Marinha, o início da sua vida profissional e algo das suas facetas mais íntimas e pessoais – e, por aqui, podermos compreender melhor os traços e os alicerces de uma personalidade brilhante, que fizeram dele o mais querido e o mais lembrado de todos os dirigentes do CDS. Eu também só o conheci no CDS, a partir de Julho de 1974. Algumas das histórias para trás já as conhecia por as ter ouvido contar no convívio familiar, antes e depois da sua morte. Mas há muitas que li agora pela primeira vez e me fizeram sorrir, como se o Adelino nunca tivesse deixado de estar aqui connosco e ele mesmo estivesse a ver e a ouvir recordá-las ao nosso

estivesse a ver e a ouvir recordá-las ao nosso lado. Sorri de o sentir ao piano, ou de imaginar as suas paródias. Para os mais jovens, para aqueles que nunca conheceram Adelino Amaro da Costa, a biografia tem todo um outro alcance e uma enorme importância. Não é um livro de recordações, mas uma referência de conhecimento. É um contributo fundamental para todos aqueles que só ouviram a lenda de Amaro da Costa e que aqui, em vez de apenas por episódios isolados ou relatos de facetas esparsas, podem apreender a totalidade da sua personalidade e carácter e a impressionante continuidade, força e coerência do seu notável percurso humano, profissional e político. Quando era Presidente do CDS, promovi as celebrações dos 25 anos da sua morte, em 2005.

celebrações dos 25 anos da sua morte, em 2005. E, dessa sessão, nunca mais esqueci a intervenção do João Vacas, um jovem dirigente da JP e do CDS, que aí fez uma das mais tocantes intervenções que já ouvi sobre o Adelino Amaro da Costa: a evocação do Adelino feita por quem, por ser muito mais novo, nunca o conheceu e só ouvira falar dele. É a todos esses que a biografia, agora publicada, verdadeiramente se destina. A Célia Pedroso e a Maria do Rosário Carneiro, irmã do Adelino, estão de parabéns pela magnífica biografia que puseram de pé, em escassos meses, e que conseguiram publicar a tempo do 30º aniversário da morte de Amaro da Costa. E de parabéns está também a editora “Casa das Letras”, ao fazer preencher uma imperdoável lacuna. Neste 4 de Dezembro não estaremos tão sós. É, aliás, das próprias autoras esta frase de que se trata da “primeira biografia” e o expresso incentivo a que outros, com mais tempo, possam, no futuro, vir a fazer outras biografias, aproveitando as traves lançadas por esta e levando-as mais fundo. Sabe-se já que há outros projectos editoriais na forja. E outros deverão empreender-se no futuro, à volta de uma figura que é um tesouro inesgotável. Bem precisamos desses livros. Conhecer Adelino Amaro da Costa é

livros. Conhecer Adelino Amaro da Costa é conhecer melhor o CDS e o seu projecto fundador. Ele foi muito da alma, do músculo e do pulmão do partido. Era inteiramente um democrata-cristão dos quatro costados – na pele e no corpo, na acção, no pensamento e na voz. O seu estilo fulgurante, a sua energia inesgotável, a sua alegria vulcânica, o seu bom humor, a sua dedicação ímpar, o seu patriotismo total, o seu impecável sentido do serviço público, o seu exemplo cívico, o seu talento na comunicação – fizeram dele um dos melhores de Portugal. Que bom que seja um dos nossos no CDS. Que bom – e que responsabilidade! – tê-lo como a nossa referência. É. Nestes 30 anos sobre a sua morte, já não estamos tão sós. Temos já connosco a companhia mais sólida da sua riquíssima memória, a fértil inspiração da sua narrativa, o testemunho escrito da sua história de vida, brutalmente interrompida em Camarate.

José Ribeiro e Castro

Deputado à Assembleia da República pelo CDS-PP

Amaro da Costa deixou-nos há 30 anos, num trágico acidente em Camarate. Para marcar a data, a sua irmã e Célia Pedroso, lançaram “Adelino Amaro da Costa - histórias de uma vida interrompida”. Para nos falar do tema, convidamos o deputado e ex-Presidente do CDS-PP, José Ribeiro e Castro.

. Novembro/Dezembro 2010 . 5

Page 6: Cons(c)elho Nº5 Novembro/Dezembro 2010

Agora que estás na recta final do teu mandato como presidente da JP como consideras a experiência? Muito interessante e engrandecedor – a todos os níveis. Tem sido uma grande experiência a dois níveis: a do contacto diário com os militantes de todo o país, e a da participação activa na política nacional. E claro, ser a cara da JP em todos os locais onde agimos.

em todos os locais onde agimos. Como classificas o trabalho da actual CPN? Temos elevado a fasquia? Claro que sim. Hoje os nossos militantes têm à sua disposição material quase semanal em formato digital para comunicarem a nossa mensagem. Isso passa por um envolvimento a fundo nas questões do país. Isso permite que em todo o país se juntem jovens a nós diariamente.

em todo o país se juntem jovens a nós diariamente. Quais são os planos e objectivos da JP até ao congresso? A JP não pode parar de crescer e de continuar a manter-se a par da situação nacional. Ao mesmo tempo temos de estar imediatamente p r e p a r a d o s p a r a f a z e r m o s u m a campanha eleitoral, se o país assim decidir. Até ao congresso isso pode acontecer!

ao congresso isso pode acontecer! A JP tem maior visibilidade pelo facto de ter o seu p r e s i d e n t e n a A s s e m b l e i a d a República? Julgo que sim. E sobretudo tem alguém que está todos os dias a acompanhar a agenda política. É assim muito fácil antecipar temas quentes e preparar a sua resposta. Mas claro, a imagem conta, e termos o presidente da JP a falar no plenário da AR

imagem conta, e termos o presidente da JP a falar no plenário da AR e a intervir sobre os variados temas do dia-a-dia, ajuda imenso a mostrar a nossa cara. Até ao dia das eleições legislativas passadas, acreditavas que ias ser eleito deputado ou isso era apenas ou sonho longínquo? Nunca achei, até poucas horas antes das urnas fecharem, que viesse a ser eleito. O 4º lugar no Porto não era eleito há dezenas de anos e nada fazia crer que isso iria mudar. O facto de ainda assim ter acontecido é fruto do óptimo trabalho que o CDS e a JP estavam a fazer, a nível nacional, já antes das eleições. É óptimo poder contribuir agora pessoalmente para tal. Que balanço fazes do teu trabalho na A s s e m b l e i a d a República até ao momento? Os números falam por si. O CDS é dos grupos parlamentares mais trabalhosos, e fazer parte disso não só é extremamente g r a t i f i c a n t e , c o m o muito exigente. Na área da edu-

Neste regresso do Cons(c)elho, temos como entrevistado o Presidente da Juventude Popular e deputado à Assembleia da República pelo CDS-PP, pelo círculo do Porto, Michael Seufert.

Page 7: Cons(c)elho Nº5 Novembro/Dezembro 2010

cação e da Juventude temos feito imensas iniciativas, e vêm aí duas muito importantes: a obrigação de exames a Português para quem vem das Novas Oportunidades, para impedir casos conhecidos de quem as usa para entra nas universidades na frente de outros; e a reforma da lei dos Conselhos Municipais de juventude, para resolver um imbróglio com a Associação Nacional de Municípios.

Qual a sensação de ser um dos deputados com mais iniciativas, nomeadamente em comparação com os das outras “Jotas”? É bom (risos). Quem corre por gosto não cansa e é bom ver que o nosso trabalho é reconhecido. Claro que isso não seria possível sem a equipa de todo o Grupo Parlamentar e, particularmente, a da educação, onde está a maioria do meu trabalho.

No teu ponto de vista: OE 2011 ou FMI? O ideal era nenhum dos dois. Mas todos No teu ponto de vista: OE 2011 ou FMI? O ideal era nenhum dos dois. Mas todos sabemos – e sabem os nossos credores – que este governo não cumpre as suas previsões e intenções. E isso está nos a prejudicar todas as vezes que nos tentamos refinanciar. O Partido Socialista devia apresentar ao país uma solução responsável, no actual quadro parlamentar: um governo com outras

sabemos – e sabem os nossos credores – que este governo não cumpre as suas previsões e intenções. E isso está nos a prejudicar todas as vezes que nos tentamos refinanciar. O Partido Socialista devia apresentar ao país uma solução responsável, no actual quadro parlamentar: um governo com outras caras e com um apoio alargado no Parlamento. Infelizmente o PS está interesses do governo e pouco interessado no país. Perante a dança, fora do ritmo da música, entre PS/PSD e o agravamento da crise económica e política para onde te parece caminhar Portugal? Francamente? Para o abismo. O país precisa de duas coisas: mudança e esperança. Nem o PS nem o PSD de hoje estão em condições de no-las dar. Sabemos que as coisas não podem continuar como estão. O país gasta sistematicamente mais do que tem e o nosso endividamento (o público mas também o privado!) esgana qualquer crescimento. Ele é obras públicas, ele são as empresas do estado, ele é rendimento mínimo. É só: gastar, gastar, gastar! O que acontece é que a nossa geração não tem futuro graças aos desvarios do passado e até do presente. Mas Portugal é capaz, foi-o no passado, de sair destas situações adversas. Por isso é preciso um novo caminho, que dê esperança aos jovens e que nos leve a bom porto.

qualquer crescimento. Ele é obras públicas, ele são as empresas do estado, ele é rendimento mínimo. É só: gastar, gastar, gastar! O que acontece é que a nossa geração não tem futuro graças aos desvarios do passado e até do presente. Mas Portugal é capaz, foi-o no passado, de sair destas situações adversas. Por isso é preciso um novo caminho, que dê esperança aos jovens e que nos leve a bom porto.

Com a crescente desilusão da população com os grande partidos, que janela de oportunidade se abre para o CDS e para a JP? No sentido do que disse na última resposta, o CDS e a JP representam essa mudança e essa esperança. Porque sempre alertámos para o caminho a que estas políticas estavam a levar Portugal. A verdade vem sempre ao de cima, e a verdade é que estivemos sempre do lado direito.

“O país precisa de duas coisas:

mudança e esperança. Nem o PS

nem o PSD de hoje estão em

condições de no-las dar. A nossa

geração não tem futuro graças

aos desvarios do passado e até

do presente. Mas Portugal é

capaz, foi-o no passado, de sair

destas situações adversas. Por

isso é preciso um novo caminho,

que dê esperança aos jovens e

que nos leve a bom porto.”

. Novembro/Dezembro 2010 . 7

Page 8: Cons(c)elho Nº5 Novembro/Dezembro 2010

No final da campanha presidencial de 2008, Barack Obama comprometeu-se a fazer história, a alterar o rumo dos Estados Unidos drasticamente, a ser, um ponto de viragem tanto a nível social como económico. As frases “Yes we Can” e “We Promise Change” continuam na memoria de todos, simbolizavam a eminente morte da sociedade hiper-capitalista e conservadora Americana. Todo o mundo aguardou para ver se as promessas seriam cumpridas (até lhe atiraram um prémio Nobel da paz para o motivar), a desilusão é nítida, e percebe-se porquê, Guantanamo continua por encerrar, o “Patriot Act” continua em vigor e a violar todos os direitos de privacidade dos americanos, a retirada do Afeganistão está prevista para 2014 data

americanos, a retirada do Afeganistão está prevista para 2014 data que por larga margem ultrapassa o fim do seu mandato, e a célebre e polémica reforma da saúde veio numa altura em que o governo precisa de reduzir a sua despesa. A verdade, é que o mérito de Obama por ganhar as eleições foi apagado pela sua incapacidade de por as suas prometidas medidas em acção. A sua campanha antagonizou a direita conservadora e reaccionária dos Estados do Sul e Centro como o Texas, Oklahoma e Arizona e atraiu os liberais dos estados da costa leste como Delaware e Nova Iorque. Ora, a base de apoio a Obama dependia largamente de factores étnicos, devido á simpatia pelas origens Africanas de Obama que atraiu a esmagadora maioria dos votos das

Africanas de Obama que atraiu a esmagadora maioria dos votos das comunidades Afro-americanas (12.8% da População Americana) e “Hispanica” (15.4%). No fundo, um conjunto de factores acabou por colocar entraves no apoio destes a Obama após as eleições, a aprovação por parte do estado do Arizona de uma lei de imigração racista e hostil contra as comunidades Latinas levou a uma enorme desilusão por parte desta secção do eleitorado, o governo aumentou a sua presença na economia e já aprovou um plano para aumentar os impostos directos que deve entrar em vigor agora em 2011 perdendo assim o apoio da elite liberal de rendimento médio-alto da costa leste, quanto aos idealistas que

rendimento médio-alto da costa leste, quanto aos idealistas que esperavam uma mudança na politica externa Americana a desilusão que mencionei antes é evidente, e justificada. No entanto, o partido republicano, e em particular a ala ultra-coservadora do “ Tea Party” tem conseguido fazer uma campanha com base na xenofobia e em ideias reaccionárias em vários campos que tem ganho muitos votos entre aqueles que se sentem abandonados por Obama, e aqueles que já não acreditam no “ sonho americano “. Ainda melhor que obter esse apoio é ter apoiantes dentro da elite financeira nomeadamente do sector bancário que está furioso com os aumentos de impostos previstos e o poderoso lobby das armas americano que por motivos óbvios tem um interesse na “ Guerra contra o terrorismo “. Os resultados são claros, os democratas perderam 8.4% do seu apoio no congresso, e o partido republicano, liderado por John Boehner e os seus camaradas do “tea party” Dominam o “parlamento” Americano. O impacto destas eleições é tremendo, trava ainda mais as ambições de Obama e afecta drasticamente a estabilidade dos E.U.A, esse impacto, apesar de no meu ponto de vista ser infeliz, é legitimo, Obama é um grande politico, mas infelizmente tanto ele como a equipa dele não parecem nem a mim nem á maioria dos americanos aptos de

Os resultados são claros, os democratas perderam 8.4% do seu apoio no congresso, e o partido republicano, liderado por John Boehner e os seus camaradas do “tea party” Dominam o “parlamento” Ameri-cano. O impacto destas eleições é tremendo, trava ainda mais as ambições de Obama e afecta drasticamente a estabilidade dos E.U.A. Esse impacto, apesar de no meu ponto de vista ser infeliz, é legítimo. Obama é um grande político, mas infelizmente tanto ele como a equipa dele não parecem nem a mim nem à maioria dos americanos aptos de resolver os grandes desafios com que os E.U.A se deparam actualmente.

David Moreira Vogal da CPC da JP Porto

O impacto destas eleições é

tremendo, trava ainda mais as

ambições de Obama e afecta

drasticamente a estabilidade dos

E.U.A. Esse impacto, apesar de

infeliz, é legítimo. Obama é um

grande político, mas tanto ele

como a equipa dele, não parecem,

nem a mim, nem à maioria dos

americanos, aptos de resolver os

grandes desafios com que os

E.U.A se deparam actualmente.

Page 9: Cons(c)elho Nº5 Novembro/Dezembro 2010

. Novembro/Dezembro 2010 . 9

A Organização do Tratado

do Atlântico Norte

(OTAN/NATO), também

designada de Aliança

Atlântica, é uma

organização internacional

de colaboração militar

Esta organização foi

criada em 1949, no

contexto de guerra fria (é a

designação atribuída ao

período histórico de

disputas estratégicas e

conflitos indirectos entre

as duas super potências à

data, os Estados Unidos e

a União Soviética. Foi em

suma, um conflito de

ordem política, militar,

tecnológica e económica,

social e ideológica entre as

duas nações e respectivas

áreas de influência.)

Os países que compõem a

NATO são: Albânia,

República Federal da

Alemanha, Bélgica,

NATO são: Albânia,

República Federal da

Alemanha, Bélgica,

Canadá, Croácia,

Dinamarca, Espanha,

Estados Unidos, França,

Grécia, Países Baixos,

Islândia, Itália,

Luxemburgo, Noruega,

Portugal, Reino Unido,

Turquia, Hungria, Polónia,

República Checa, Bulgária,

Estónia, Letónia, Lituânia,

Roménia, Eslováquia e

Estónia.

Entre 1989 (Queda do

Muro de Berlim) e 1991

(desmembramento da

União das Repúblicas

Socialistas Soviéticas

”URSS”), surgiu a

necessidade de redefinir o

papel da NATO no

âmbito da nova ordem

internacional.

Com efeito, a organização

dedicou-se assim ao

internacional.

Com efeito, a organização

dedicou-se assim ao

objectivo de tornar o eixo

da política de segurança de

toda a Europa e América

do Norte. Mais tarde,

começou a tratar-se do

alargamento a leste.

No passado mês entre os

dias 19 e 20, realizou-se a

primeira Cimeira da

NATO no nosso país,

concretamente na capital,

na FIL no Parque das

Nações desde a assinatura

do Tratado de Lisboa.

Foi uma reunião com

vinte e sete líderes da

União Europeia e

membros da NATO, e

que teve como temas

centrais a proliferação das

armas de destruição

maciça e o terrorismo

tendo como objectivo

reforçar a aliança

maciça e o terrorismo

tendo como objectivo

reforçar a aliança

transatlântica.

Outros assuntos que

estiveram em debate

foram a aprovação do

conceito estratégico da

NATO, a redefinição das

relações com a Rússia e a

localização geográfica das

novas estruturas de

comando da organização.

É de destacar que esta

cimeira provocou a

interdição e a confusão no

concelho de Lisboa.

Este evento foi motivo

para o Governo conceder

tolerância de ponto no

mesmo concelho.

Foi igualmente Lisboa

palco de uma

concentração imensa de

policiamento, visto que se

tratava por exemplo o

Presidente dos Estados

policiamento, visto que se

tratava por exemplo o

Presidente dos Estados

Unidos da América,

Barack Obama.

Desta forma, as

conclusões da cimeira não

concretizaram os países

que constituem ameaças e

que são os principais

destinatários do sistema

europeu de defesa

antimíssil, a instalar no

Leste europeu, para

neutralizar mísseis de

longo alcance, com

capacidade para atingirem

até 5 mil quilómetros.

Luísa Valério

Coordenadora do Cons(c)elho

Page 10: Cons(c)elho Nº5 Novembro/Dezembro 2010

“Pior do que está, não fica”…

Convém não esquecer que Fundo Monetário Internacional (FMI), fundado em 1945, é uma instituição internacional da qual Portugal é membro. Uma das suas tarefas consiste na realização de relatórios sobre a economia Portuguesa. Portanto, afirmar que o FMI não possui conhecimentos ou dados sobre a nossa Economia, além de não ser verdade, é intelectualmente desonesto. Se é verdade que o FMI persegue a cooperação monetária internacional, a expansão do comércio, a ajuda financeira aos Países membros e o desenvolvimento dos recursos, também podemos concluir que o recurso a esta ajuda externa é o resultado do colapso da política económica do Governo do Partido Socialista (PS). Segundo o último relatório do FMI (World Economic Outlook), Portugal vai ter o crescimento mais lento de toda a Europa, os salários reais vão cair, pelo menos, 7,2%. Ora, isto implica que cada Português

toda a Europa, os salários reais vão cair, pelo menos, 7,2%. Ora, isto implica que cada Português perderá, em média, 1500 euros no final de 2011. Estamos, pois, perante uma situação verdadeiramente dramática. Não há Português que tenha especial gosto em ver uma entidade internacional gerir as nossas “contas”, até porque, aparentemente, há sempre uma ideia de perda de soberania. Contudo, a nossa situação económica e financeira é grave. Importa, agora, sem perder tempo, escolher um caminho. Colocando de parte ideologias e partidos, há perguntas obrigatórias que devem ser feitas, como, por exemplo, saber se somos capazes de resolver este (s) problemas (s) por nós próprios. Se sim, como? Atendendo ao Orçamento de Estado para 2011 – aprovado por PS e PSD – fica uma certeza, a solução não passa de todo por este Governo. Mais, se o objectivo é equilibrar as contas públicas, então, este Orçamento quase que implora a chegada do FMI. Este Governo – pela mão de José Sócrates – tem

este Orçamento quase que implora a chegada do FMI. Este Governo – pela mão de José Sócrates – tem hipotecado o futuro dos Jovens, das Famílias Portuguesas e das Empresas. A grande maioria dos Portugueses já percebeu que a entrada do FMI é inevitável, não sabemos é quando e em que moldes. Se esta ajuda externa significar cortes na despesa pública, maior rigor e transparência nas finanças públicas, um primeiro passo para as reformas necessárias, pois bem, então que venha o FMI. Sem receio, porque “pior do que está, não fica”.

André Barbosa Presidente da Mesa do

Plenário da JP Porto

FMI em Portugal: longe da realidade

Nas últimas semanas, muito se tem especulado sobre a eventual entrada do Fundo Monetário Internacional no nosso país. Essa possibilidade parece-me, todavia, imprudente, porquanto obrigará os portugueses a fazer sacrifícios

obrigará os portugueses a fazer sacrifícios desajustados, que adensarão a instabilidade social do país. 1. Não obstante julgar ser desnecessária uma intervenção do FMI em Portugal, importa desmistificar o papel desta instituição, que existe precisamente para socorrer países com dificuldades. O FMI não deve ser encarado como um recurso de desespero para salvar as contas do país, pelo que, mesmo intervindo segundo a lógica dos credores, urge desdramatizar a sua intervenção e, ao invés, fazer uma análise lúcida das consequências que daí adviriam. 2. Em torno desta discussão, é evidente a ânsia de alguns protagonistas políticos, desejosos de ver a imagem de Portugal profundamente descredibilizada. Enganam-se, contudo, os que entendem poder retirar proveitos políticos do eventual regresso do FMI a Portugal. Tal ocorrência prejudicaria de forma transversal os partidos do nosso regime democrático e seria encarada como uma situação de descrédito para toda a classe política – não exclusivamente para o Partido Socialista. 3. Os contornos da situação económico-financeira portuguesa são substancialmente diferentes dos da Grécia ou da Irlanda. Se, por um lado, o nosso endividamento público está em linha com o endividamento de grande parte dos Estados europeus, por outro, não se verifica em Portugal um risco acrescido de colapso do sistema financeiro ou do sector imobiliário. Ora, decorre desta sensata constatação uma total

do sistema financeiro ou do sector imobiliário. Ora, decorre desta sensata constatação constatação uma total incompreensão pelo valor dos juros da nossa dívida pública, atendendo à realidade de outros países. E radica nessa mesma constatação a extemporaneidade da entrada do FMI no nosso país.parte dos Estados europeus, por outro, não se verifica em Portugal um risco acrescido de colapso do sistema financeiro ou do sector imobiliário. Ora, decorre desta sensata constatação uma total incompreensão pelo valor dos juros da nossa dívida pública, atendendo à realidade de outros países. E radica nessa mesma constatação a extemporaneidade da entrada do FMI no nosso país. 4. O momento presente deve propiciar uma profunda reflexão sobre os mecanismos de solidariedade entre os Estados-membros da União Europeia. Sem pôr em causa a inequívoca necessidade de consolidação das finanças públicas, deve ser promovida uma ampla discussão sobre o impacto contraccionista de medidas que têm vindo a ser tomadas em diversas economias. Propostas como a emissão conjunta de obrigações ou a criação de um fundo monetário europeu devem ser equacionadas no âmbito de um verdadeiro projecto de igualdade, unidade e solidariedade à escala europeia.

João Torres Presidente da Federação Distrital do Porto da JS

Page 11: Cons(c)elho Nº5 Novembro/Dezembro 2010

. Novembro/Dezembro 2010 . 11

Page 12: Cons(c)elho Nº5 Novembro/Dezembro 2010

Após uma temporada fora das “bancas”, o Cons(c)elho ressurge com uma nova equipa, uma nova imagem e com um novo formato. A renovação do jornal oficial da Juventude Popular do Porto, não seria possível sem a grande confiança depositada nesta equipa por Rodrigo Lobo d’Ávila – fundador do jornal, que com tanta determinação me entregou o testemunho. Ávila, para os amigos, possibilitou que a concelhia do Porto conseguisse estar mais próxima dos seus militantes, criando em 2008 o Cons(c)lho. Falando do jornal como o “meu bebé”, não seria de esperar, se não outra coisa, que o jornal ressurgisse no seu mandato. Termino com um agradecimento especial à Maria Martinho, directora-adjunta do Cons(c)elho. Não posso, também, deixar de agradecer a todos os convidados que contribuíram para esta edição.

Lembrar o passado, pensar no futuro

No passado fim-de-semana, a 4 de Dezembro “celebraram-se” os 30 anos de Camarate. O Primeiro-Ministro, Francisco Sá Carneiro, e o seu Ministro da Defesa, Adelino Amaro da Costa juntamente com os outros passageiros e a tripulação tiveram o infortúnio de morrer no desastre aéreo. Acidente ou Atentado? É a pergunta que mais se ouviu nas televisões e se leu em jornais, blogues e companhia, nas duas últimas semanas. O CDS-PP juntamente com o PSD, vai reabrir a 8ª comissão de inquérito

anos de Camarate. O Primeiro-Ministro, Francisco Sá Carneiro, e o seu Ministro da Defesa, Adelino Amaro da Costa juntamente com os outros passageiros e a tripulação tiveram o infortúnio de morrer no desastre aéreo. Acidente ou Atentado? É a pergunta que mais se ouviu nas televisões e se leu em jornais, blogues e companhia, nas duas últimas semanas. O CDS-PP juntamente com o PSD, vai reabrir a 8ª comissão de inquérito sobre o “caso Camarate”, uma vez que as causas do “acidente” nunca foram apuradas. Comissão que interrompeu os trabalhos por causa da dissolução da Assembleia da República, em 2004, porém, detectou a existência de um atentado e as conclusões foram entregues à Procuradoria-geral da República, que considerou existirem indícios da prática de um crime, mas o processo não foi reaberto pois o prazo de prescrição já tinha decorrido. Se o Cessna não tivesse caído, qual seria o futuro de Portugal? O país encontrar-se-ia na situação em que está? A AD continuaria unida? As cerimónias a 4 de Dezembro juntaram Pedro Passos Coelho e Paulo Portas. O mais certo é termos as próximas legislativas já em 2011, será isto já um pré-acordo de coligação PSD/CDS-PP? O espírito da AD está renascer? Passados 30 anos, a ideia ainda permanece viva! CRISE, DOCE CRISE Até agora, a crise tinha um gosto amargo. Como algo que está fora do prazo. Na verdade estamos sempre

Procuradoria-geral da República, que considerou existirem indícios da prática de um crime, mas o processo não foi reaberto pois o prazo de prescrição já tinha decorrido. Se o Cessna não tivesse caído, qual seria o futuro de Portugal? O país encontrar-se-ia na situação em que está? A AD continuaria unida? As cerimónias a 4 de Dezembro juntaram Pedro Passos Coelho e Paulo Portas. O mais certo é termos as próximas legislativas já em 2011, será isto já um pré-acordo de coligação PSD/CDS-PP? O espírito da AD está renascer? Passados 30 anos, a ideia ainda permanece viva!

Crise, doce Crise

Até agora, a crise tinha um gosto amargo. Como algo que está fora do prazo. Na verdade estamos sempre fora do prazo em relação aos outros, na Europa e no Mundo vamos sempre depois, por arrasto! Ao menos a nova crise é “docinha”, é a do açúcar. É da forma que o povo português poupa este Natal. Não poupa a bem, poupa a mal. Há crise, há crise, mas a verdade é que o dia em que o NorteShopping mais facturou nos últimos tempos foi o dia de férias nacional-24 de Novembro. Os shoppings andam a abarrotar quer seja domingo quer seja terça-feira. Também, verdade seja dita, não é novidade nenhuma que o Pai Natal em Portugal, não tem problemas financeiros... Ficava muito mal não dar prenda à sobrinha da vizinha. Assim, podemos assegurar que a fábrica no Pólo Norte não vai declarar falência, nem os duendes nem as renas serão despedidas. Feliz Natal e um excelente 2011

depois, por arrasto! Ao menos a nova crise é “docinha”, é a do açúcar. É da forma que o povo português poupa este Natal. Não poupa a bem, poupa a mal. Há crise, há crise, mas a verdade é que o dia em que o NorteShopping mais facturou nos últimos tempos foi o dia de férias nacional-24 de Novembro. Os shoppings andam a abarrotar quer seja domingo quer seja terça-feira. Também, verdade seja dita, não é novidade nenhuma que o Pai Natal em Portugal, não tem problemas financeiros... Ficava muito mal não dar prenda à sobrinha da vizinha. Assim, podemos assegurar que a fábrica no Pólo Norte não vai declarar falência, nem os duendes nem as renas serão despedidas.

Feliz Natal e excelente 2011.

Marta Esteves Directora do Cons(c)elho

Directora

Marta Esteves

Directora-Adjunta

Maria Martinho

Coordenação

Luísa Valério

Colaboraram nesta

edição: André Barbosa

António Sousa Leite

David Moreira

João Torres

José Lello

José Ribeiro e Castro

Mendes e Manu

Michael Seufert

Contacto

[email protected]

Tertúlia "Os Mercados

Financeiros e a sua

influência na sociedade

actual"

Tomada de Posse dos

órgãos concelhios

Participação no jantar

comemorativo do 25 de

Novembro do CDS-PP

Porto

Tertúlia e jantar de

beneficência.

Tertúlia “Quo vadis

Europa / Para onde vais

Europa”, com Nuno Melo.