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Bárbara Helen dos Santos CORPO, BELEZA E ESTÉTICA: uma análise a partir de produções científicas em periódicos de Educação Física (2003-2013) Belo Horizonte 2014

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Bárbara Helen dos Santos

CORPO, BELEZA E ESTÉTICA:

uma análise a partir de produções científicas em periódicos

de Educação Física (2003-2013)

Belo Horizonte

2014

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Bárbara Helen dos Santos

CORPO, BELEZA E ESTÉTICA:

uma análise a partir de produções científicas em periódicos

de Educação Física (2003-2013)

Monografia apresentada ao Curso de

Graduação em Educação Física da

Escola de Educação Física da Escola de

Educação Física, Fisioterapia e Terapia

Ocupacional da Universidade Federal de

Minas Gerais, como requisito parcial a

obtenção do título Licenciada em

Educação Física.

Orientador: Prf. Dr. Tarcísio Mauro Vago

Belo Horizonte

2014

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RESUMO

A Educação Física é uma área diretamente ligada ao debate sobre o corpo

humano. Pensar o corpo humano é indispensável para pensarmos nossa

atuação como professores(as) no ensino de Educação Física em escolas. Com

esta orientação, o objetivo deste trabalho foi investigar a produção acadêmica

publicada em revistas da área de Educação Física, no período de 10 anos, que

vai de 2003 a 2013, sobre a temática do corpo, beleza e estética, para

problematizar o que tem sido posto em circulação a respeito, discutindo suas

possíveis implicações para a Educação Física, e assim, pensarmos as

concepções e reflexões que trazem a fim de qualificar a atuação de

professores nas escolas, para formar cidadãos mais críticos.

Palavras-chave: Corpo. Estética. Educação Física. Escola

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................4

METODOLOGIA........................................................................................6

DESENVOLVIMENTO.............................................................................11

1. Categoria: Produção Acadêmica...................................................11

1.1 Histórias dos Corpos...............................................................13

2. Categoria: Meios de Comunicação.................................................15

3. Categoria: Educação Física Escolar...............................................22

CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................27

REFERÊNCIAS...............................................................................................30

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INTRODUÇÃO

O tema deste trabalho de conclusão de curso já estava presente em meus

pensamentos, por ser um tema que sempre me interessou e por já telo

discutido em algumas disciplinas na minha graduação, mas minha decisão foi

tomada depois de um acontecimento. Certo dia assistindo televisão com minha

irmã numa conversa informal fui profundamente incomodada por sua pergunta:

_ Por que eu não sou bonita ?

Refletindo sobre a pergunta comecei a me perguntar quem dita o que é belo e

o que é feio, o que faz de mim ser bela ou não, o ideal estético é

contemporâneo ou ele se fez ao longo do tempo, e como a Educação Física

lida com este corpos estéticos, ideais de beleza e se esta tem ajudado seus

alunos com esse desconforto que o desejo do corpo “ideal” pode trazer ?

É valido pensar sobre este tema para a Educação Física sendo esta uma área

do conhecimento que trata do discurso do corpo humano. Pensar o corpo

humano é indispensável para pensarmos nossa atuação como professores(as)

no ensino de Educação Física em escolas. Como afirma David Le Breton, “a

existência do homem é corporal” (2011, p.7), e, neste sentido, pensar esta

existência – que se expressa, por exemplo, nos usos que diferentes povos

fazem dos corpos, em lugares e tempos distintos, nas maneiras como os

sujeitos lidam com seus corpos, nas diferentes visões que atualmente se tem a

respeito do corpo, nos ideais de beleza socialmente impostos – é fundamental

para esta área, e para a formação de seus professores.

O corpo como objeto de intervenção do professor de Educação Física, é o

principal referencial a ser considerado no seu trabalho e na ação dos alunos. E

como afirma Brasil (1997, p. 22) nos Parâmetro Curricular Nacional:

O trabalho na área da Educação Física tem seus fundamentos nas concepções de corpo e movimento. Ou, dito de outro modo, a

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natureza do trabalho desenvolvido nessa área tem íntima relação com a compreensão que se tem desses dois conceitos.

Com esta orientação, o objetivo deste trabalho foi investigar produções

acadêmicas publicadas em revistas da área de Educação Física, no período de

10 anos, que vai de 2003 á 2013, sobre a temática do corpo, beleza e estética,

para problematizar o que tem sido posto em circulação a respeito, discutindo

suas possíveis implicações para a Educação Física, e assim, pensarmos as

concepções e reflexões que trazem a fim de qualificar a atuação de

professores nas escolas, para formar cidadãos mais críticos. Pensando

também quais concepções de corpo, beleza e estética têm sido discutidas na

produção acadêmica da Educação Física.

Este trabalho assume uma importância significativa ainda para o estudo do

corpo especialmente na área da Educação Física, pois analisa este através da

historia e suas novas concepções, ajudando a pensar a educação corporal e

como trabalhá-la para transmitir um conhecimento a mais para, os alunos

criarem suas próprias criticas sobre o corpo, a beleza e a estética.

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METODOLOGIA

Inicialmente foram selecionadas três revistas da área de Educação Física,

consideradas importantes e reconhecidas em sua comunidade de professores

que atuam em escolas: Revista Pensar a Prática (Faculdade de EF da UFG),

Revista Brasileira de Ciência do Esporte (CBCE) e a Revista Movimento (ESEF

UFRGS). Na temporalidade definida para o estudo – últimos 10 anos, de 2003

a 2013 – e tendo em vista a temática “corpo, beleza e estética”, foram

encontrados 20 artigos nelas publicados.

Sobre estas revistas em suas paginas virtuais¹ á uma síntese sobre cada uma,

citadas a seguir:

Editada pelo Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte (CBCE), A Revista

Brasileira de Ciências do Esporte (ISSN 0101-3289, eISSN 2179-3255) é um

dos mais tradicionais e importantes periódicos científicos brasileiros na área de

Educação Física/Ciências do Esporte, indexada em indicadores internacionais,

reconhecida como B1 no sistema de avaliação Qualis/Capes (2010-2012).

Publicada trimestralmente, tem como atuais editores os professores Dr.

Alexandre Fernandez Vaz, Dr. Felipe Quintão de Almeida e Dr. Jaison José

Bassani.

A Revista Pensar a Prática é um periódico científico da Faculdade de

Educação Física (FEF) na Universidade Federal de Goiás. ISSN (Impresso)

1415-4676; ISSN (Eletrônico) 1980-6183.

___________

1 http://rbceonline.org.br/revista/index.php/RBCE

http://www.revistas.ufg.br/index.php/fef

http://www.seer.ufrgs.br/Movimento

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A Revista Movimento é uma publicação científica da Escola de Educação

Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil, que conta com

avaliação peer-review e permite acesso livre. Fundada em 1994, e publicada

trimestralmente desde 2009, aborda temas relacionados ao campo da

Educação Física em interface com as Ciências Humanas e Sociais, mais

especificamente em seus aspectos pedagógicos, históricos, políticos e

culturais.

Uma análise inicial foi feita com o levantamento dos textos através de um

quadro que possibilitasse analisar os autores, instituição, titulo, tema, revista e

ano de publicação.

Quadro 1. Quadro geral dos artigos analisados:

Autor

Instituição Artigo Tema Revista Ano

1. Sandra dos Santos Andrades

UFRGS Saúde e beleza do corpo feminino – Algumas representações no Brasil do século XX

Corpo Movimento 2003

2. Beatriz Staimbach Albino e Alexandre Fernandes Vaz

UFSC O corpo e as técnicas de embelezamento feminino: Esquemas da indústria cultural na Revista Boa Forma

Corpo Movimento 2008

3. Maria Isabel Brandão de Souza Mendes

UFRN Do ideal de robustez ao ideal de magreza: Educação física, saúde e estética

Educação Física Movimento 2009

4. Alexandre Palma de Oliveira, Monique Assis, Yara Lacerda, Marcos Bagrichev,

UFRJ Culto ao corpo e exposição de produtos na mídia especializada em estética e saúde

Estética Movimento 2010

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Karen Santana de Sampaio

5. Marcos Roberto Godoi

UNEMAT Corpos femininos volumosos e estética: Discursos contra-hegemônicos sobre beleza em blogs na internet.

Estética Movimento 2011

6. Elaine Melo de Brito Costa e Silvana Venâncio

UEP Atividade física e saúde: Discursos que controlam o corpo

Corpo Pensar a Prática

2004

7. Andréia Santos Gonçalves e Aldo Antonio de Azevedo

UNB A re-significação do corpo pela educação física escolar, face ao estereótipo construído na contemporanei

dade

Educação Física Pensar a Prática

2007

8. Andre Luiz dos S. Silva e Silvana Livodre Goellner

UFRGS Sedentárias e coquettes á margem: corpos e feminilidades desviantes da obra de Renato Kehl

Corpo Pensar a Prática

2008

9.Andre Dalben e Carmen Lúcia Soares

UNICAMP A revista vida e saúde: Modos de olhar e educar o corpo feminino em suas paginas.

Corpo Pensar a Prática

2008

10. Leila Salvivi e Marcos Myskiw

UNIOESTE As manipulações do corpo na representação da imagem social de alunas nas aulas de educação física

Corpo Pensar a Prática

2009

11. Liege Monique Filqueiras da Silva e

UFRN Corpo, beleza e cultura: Reflexões a partir da produção

Educação Física Pensar a Prática

2013

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Karenine Oliveira Porpino

cientifica de educação física

12. Leonardo de Sousa Fortes, Valter Paulo Neves Miranda e Maria Elisa Caputo Ferreira

UFJF Insatisfação corporal e atividade física em adolescentes de Juiz de Fora, MG

Educação Física Pensar a Prática

2013

13. Maria Elisa Caputo Ferreira

UFJF A obsessão masculina pelo corpo: Malhado, forte e sarado

Corpo RBCE 2005

14. Márcia Elisa Machado Figueira

UFRGS A promoção do estilo atlético na revista Capricho e a produção de uma representação de corpo adolescente feminino contemporâneo

Corpo RBCE 2005

15. Marina Guzzo

PUC-SP Riscos da beleza e desejos de um corpo arquitetado

Estética RBCE 2005

16. Jose Soares Geraldo Damico e Dagmar Estermann Meyar

UFRGS O corpo como marcador social: Saúde, beleza e valoração de cuidados corporais de jovens mulheres

Estética RBCE 2006

17. Beatriz Staimbach albino e Alexandre Fernandez Vaz

Rio de Janeiro

História da beleza: O corpo e a arte de se embelezar, do Renascimento aos dias de hoje.

Estética RBCE 2006

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18. Cristiane Queiroz de Souza Assunção, Raquel Martins de Assis e Regina Helena de Freitas Campos

UFMG Belo, sadios e normais: As representações sociais dos corpos infantis na revista Pais & Filhos (1968-1977)

Corpos RBCE 2012

19. Liege Monique Filqueiras da Silva e Karenine Oliveira Porpino

UFRN A produção do conhecimento que trata do corpo e da beleza: Implicações para a educação física

Educação Física RBCE 2013

20. Denise Castilho de Araujo e Daniele Leoratto

Universida de Feevale

Alterações na silhueta feminina: A influência da moda

Corpo RBCE 2013

* Quadro1: Quadro geral dos textos selecionados. Os textos em negrito foram lidos na integra.

Foi feito um primeiro contato com os artigos através da leitura do resumo dos

20 artigos selecionados das 3 revistas, na sequência foram escolhidos 15

destes artigos para serem lidos na íntegra, considerando tanto o meu interesse

pessoal como a discussão que traziam, buscando identificar nos trabalhos o

que já foi produzido sobre a temática.

A etapa seguinte contou com a organização de 3 categorias de análise a partir

das reflexões e proposições extraídas dos textos, fundamentando a discussão

pretendida. As categorias são Produção Acadêmica, Meios de Comunicação e

Educação Física Escolar.

Feito isso foram extraídos dos artigos, utilizados para fundamentar a discussão

de cada categoria, citações que revelam as concepções de corpo, beleza e

estética.

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DESENVOLVIMENTO

1. Categoria: Produção Acadêmica

O estudo sobre o corpo parece nunca cessar, e para melhor compreendermos

a ideia do corpo atual é necessário perpassar pela historia para saber como se

tem dado ao longo do tempo a educação do corpo feminino. Feminino, pois um

maior enfoque foi encontrado na discussão sobre este gênero e por seu um

dos meus principais interesses de estudo, o corpo humano feminino e suas

formas de beleza.

Este estudo histórico e de produções já estudas foi feito através das produções

acadêmicas sobre o tema corpo, beleza e estética e para discuti-lo os

seguintes artigos foram os que mais trouxeram esta reflexão:

Quadro 2.

Autor Instituição Artigo Revista Ano

Sandra dos Santos Andrade

UFRGS Saúde e beleza do corpo feminino – algumas representações no Brasil do Século XX

Movimento 2003

Marina Guzzo PUC-SP Riscos da beleza e desejos de um corpo arquitetado

RBCE 2005

Beatriz Staimbach Albino e Alexandre Fernandez Vaz

UFSC Uma narrativa histórica por meio da beleza

RBCE 2008

Liege Monique Filgueira da Silva e Karenine Oliveira Porpino

UFRN Corpo, beleza e cultura: Reflexões a partir da produção científica da Educação Física

Pensar a Prática

2013

Liege Monique Filgueira da Silva e Karenine Oliveira Porpino

UFRN A produção do conhecimento que trata do corpo e da beleza: Implicações para a Educação Física.

RBCE 2013

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Nos artigos pode-se perceber que inicialmente o corpo era pensado apenas por

um viés puramente biológico, onde este funcionava apenas pelos componentes

orgânicos que o formam. Este pensamento foi se modificando é pensado

posteriormente num corpo cultural e social, que é dotado de sentidos,

sentimentos e significados.

Para ilustrar este achado a seguir apresento algumas ideias de PORPINO &

SILVA (2013):

“A compreensão do corpo e da beleza na área vem sendo ressignificada, ao

tratar de outras concepções estéticas, que consideram as singularidades

expressas no corpo humano e na cultura da qual o indivíduo faz parte.” p. 327.

“Ao ser marcado pelos valores e pelas relações sociais, o corpo é influenciado

pelo contexto cultural em que está inserido.” p. 330.

“É certo que o discurso sobre o corpo na área de Educação Física avançou

para além do aspecto instrumentalista e puramente biológico, compreendendo-

o como uma construção biocultural.” p. 333.

Foi percebido no estudo de PORPINO & SILVA (2013) que suas produções

analisadas afastam-se das discussões nas quais o corpo é visto

prioritariamente sob o aspecto biológico e das antinomias entre o orgânico e o

cultural, reconhecendo o corpo humano a partir da união de ambos.

Este corpo muitas vezes é classificado como belo ou feio, e sobre a beleza o

que se pensava sobre ela hoje não era o pensado antigamente, e

provavelmente não será no futuro. Valendo lembrar que todo este processo

histórico é um fenômeno construído socialmente e culturalmente.

Vale lembrar também que apesar desta beleza corpórea ser construída

socialmente, esta é privado a pessoa e ao objeto de contemplação, onde o

juízo de gosto é individual.

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PORPINO & SILVA (2013) destacam que no que se refere aos padrões

estéticos, apesar de ser imposta uma maneira de perceber a beleza,

entendemos que nossa concepção sobre o belo irá depender, entre outras

coisas, de tudo aquilo que experienciamos ao longo da vida. Portanto essas

imposições não são mão única, mas, ao contrário, são ressignificadas pelas

particularidades do sujeito e pelos filtros de seus valores e concepções.

Apesar da variedade de opiniões que descrevem o estético este é marcado

pelos valores e pelas relações sociais, onde o corpo é influenciado pelo

contexto cultural em que está inserido sendo relativo e se modificando, não

pelo desejo próprio, mas sim pela interferência que a sociedade acaba por nos

impor e na maioria das vezes acaba por se torna um senso comum.

Como enfatiza PORPINO & SILVA (2013, p.334):

A compreensão da beleza, a partir de um dito “ideal”, é sempre transitória; o belo pode se tornar inadequado, feio ou fora dos padrões estéticos a partir das contínuas mudanças de tendências em uma cultura ou sociedade, conforme o tempo.

Muitas já foram as coisas que os seres humanos já consideraram como belas

e que atualmente vão contra a beleza moderna, mostrando que o tempo

sempre vem acompanhada da mudança, a partir dos nossos sentimentos e dos

sentimentos dos outros. Segundo ANDRADE (2003, p.121):

“As representações de corpo ao longo do tempo, algumas vezes permanecem

as mesmas, em outros momentos, sofrem rupturas e reformulações em relação

aos padrões estéticos vigentes.”

1.1 Histórias dos corpos

Alguns periódicos se detêm a análise do corpo e suas formas de beleza no

decorrer da historia, como referência para este tema foi proposta as ideias dos

artigos de ANDRADE (2003) e de ALBINO & VAZ (2008).

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Este nós faz perceber que inicialmente no século XVI a beleza era divina e não

deveria ser forjada, mas sim natural sem o uso de artifícios, onde o rosto era o

foco principal, não sendo permitido o fingir-se bela. Era comum certa

condenação do uso de artifícios (ALBINO & VAZ, 2008).

No século XVII aumenta o cuidado com o corpo se tornando uma nova prática

o uso de espartilho, que esculpiam e acentuava a silhueta feminina transferindo

a atenção do rosto para o corpo gradativamente.

O século XVIII chama a atenção para o quadril como parte do corpo a ser

idealizada que nasce através da importância que este tem para a maternidade

(ALBINO & VAZ, 2008).

Século XIX, uma época que tem como necessidade o fazer-se bela, com

ensinamentos de procedimentos corretos de cuidar do corpo, que tem seu

maior auge com o movimento higienista que dita formas de cuidados

minuciosos com a higiene e com a saúde humana, fazendo os cuidados do

corpo se tornar uma verdadeira ditadura.

O bem estar associado á beleza aparece ser a marca do século XX, se parecer

misses e atrizes é o desejo de todas. À medida que o corpo vai sendo exposto

pela popularização do nu, este precisa estar adequado a este desnudamento e

estar decentemente vestido mesmo estando nu. Tendo singular importância

neste corpo desnudo a barriga, bumbum e as pernas que sofrem grande

influência da cultura praiana que tomou a população brasileira.

Com o crescimento da indústria exigiu-se corpos mais ágeis, mais aptos, sendo

o excesso de peso um obstáculo para este novo estilo de vida e o ócio ligado à

gordura deixa este corpo voluptuoso ser desmerecido socialmente, o que é

percebido até os dias atuais. Como indica ANDRADE (2003) no século XX, a

obesidade passa a ser indício de doença e de feiura, e a magreza, análoga á

saúde e á beleza.

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E a atenção para o quadril, foco do século XVIII, não só permanece, mas

avança gradativamente, mas este agora sem gordura localizada sendo

torneado e modelado como pode ser percebido atualmente.

A preocupação excessiva com a estética corporal é um fenômeno em

crescimento e foi uma evidência encontrada a partir do estudo dos artigos. O

corpo está ligado a uma identidade e esta identidade esta ligada atualmente ao

ser belo.

“Ter um corpo perfeito, trabalhado, esculpido á imagem e semelhança do desejo de cada um é uma tendência que vem se firmando, fazendo parecer serem normais, inerentes, essenciais, portanto “naturais” de viver a identidade contemporânea. Já não basta apenas ser saudável: há que ser belo, jovem, estar na moda e ser ativo.” (FIGUEIRA e GOELLNER; 2005, p. 88).

O culto ao corpo parece só crescer com o passar do tempo, portanto iniciasse

a era do corpo rascunho, como indica David Le Breton (2003) onde podemos

gerenciar o futuro e modificar ao nosso gosto todas as formas do corpo

humano. O corpo neste sentido esta em constante transformação, fazendo com

que um indivíduo nunca seja considerado totalmente belo através deste

sistema de corpo mutável.

E sobre a Educação Física neste meio fica evidente que os modelos que

marcam a história desta área do conhecimento sempre expressam o desejo de

transformação dos corpos, bem como a modelagem de suas formas

(PORPINO & SILVA, 2013).

Neste sentido o desejo de construir um corpo forte e seguro não é novo na

humanidade, novas sim são as tecnologias que existem hoje para que

aconteça essa construção (GUZZO, 2005).

2. Categoria Meios de Comunicação

Nesta categoria os seguintes artigos que mais trouxeram a reflexão a cerca do

corpo, beleza e estética nos meios de comunicação:

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Quadro 3.

Autor Instituição Artigo Revista Ano

André Dalben e Carmen Lúcia Soares

UNICAMP A revista vida e saúde: modos de olhar o corpo feminino em suas páginas (1940-1950)

Pensar a Prática

2008

Marcos Roberto Godoi

UNEMAT Corpos femininos volumosos e estética: discursos contra-hegemônicos sobre beleza em blogs na internet

Movimento 2011

Márcia Luiza Machado Figueira e Silvana Vilodre Goellner

UFRGS A promoção do estilo atlético na revista Capricho e a produção de uma representação de corpo adolescente feminino

RBCE 2005

Beatriz Staimbach Albino e Alexandre Fernandez Vaz

UFSC O corpo e as técnicas para o embelezamento feminino: esquemas da indústria cultural na Revista Boa Forma

Movimento 2008

Cristiane Queiroz de Souza Assunção, Raquel Martins de Assis e Regina Helena de Freitas Campos

UFMG Belos, sadios e normais: as representações sociais dos corpos infantis na Revista Pais & Filhos (1968-1977)

RBCE 2012

Alexandre Palma de Oliveira, Monique Assis, Yara Lacerda, Marcos Bagrichev, Karen Santana de Sampaio

UFRJ Culto ao corpo e exposição de produtos na mídia especializada em estética e saúde

Movimento 2010

Vivemos numa era em que os meios de comunicação de massa como jornais,

revistas e programas de televisão produzem e veiculam todo um discurso sobre

e para o corpo, contemplando modos de vestir, comer, exercitar-se maquiar-se

ou divertir-se.

No artigo de ASSUNÇÃO, ASSIS & CAMPOS (2012) estes declaram que os

meios de comunicação ajudam a ditar padrões de conduta, de beleza e de

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saúde, além de elegem modelos ideias, consequentemente excluindo ou

desvalorizando o que não se encaixa nestes padrões.

Um achado interessante neste estudo das produções foi à forte ligação do

corpo belo com a saúde, e como este ideal de bem estar físico é

frequentemente bombardeado pela mídia e pela sociedade. A marca de que a

verdadeira beleza só se pode encontrar onde exista boa saúde é perpassado e

firmado pelos meios de comunicação.

Para FIGUEIRA & GOELLNER (2005, p.90):

“Fala-se de saúde como sinônimo de beleza e vice-versa sendo a atividade

física apresentada como o ponto de interseção entre ambas, a base a qual

cada uma se sustenta, intensifica e potencializa.”

Estes indicam ainda que:

Não há dúvida de que na sociedade contemporânea as atividades físicas têm adquirido grande destaque em diferentes produtos da mídia, sobretudo, porque a este termo são acoplados outros como saúde, beleza, performace, longevidade e juventude, cuja combinação é promissora de felicidade, consumo e qualidade de vida. p.88.

Este estereótipo de vida saudável igual à beleza incita uma constante

movimentação deste corpo onde é valorizado a disciplina e o sacrifício. “O

sofrimento é algo que deve ser tido como “natural”, necessário, de modo que

se torne suportável e repetível” como expressam ALBINO & VAZ (2008, p.213).

Os componentes fundamentais para constituir a noção de saúde é a força de

vontade ligada ao autocontrole, autonegação e autodisciplina.

Na frase “A beleza dói” usada constantemente no cotidiano sobre o trato da

beleza, podemos perceber que o sofrimento é algo que deve ser tido como

natural, necessário, de modo que se torne suportável e repetível firmando um

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compromisso cotidiano para ser bonita. Onde não se tem prazer agora para se

ter depois exibindo um corpo valorizado socialmente.

A vontade de desfrutar da valorização social de ser bela fomenta uma responsabilização feminina diante de seu corpo e incita e legitima a ideia que a própria mulher deve reconhecer e exercer, por meio do sacrifício, da racionalização e do esquadrinhamento de seu corpo. Dito de outra forma, que coloque seu desejo a serviço dos dispositivos biopolíticos que correspondem ao governo dos esquemas da indústria cultural. (ALBINO & VAZ, 2008, p. 217).

Ainda neste estudo de ALBINO & VAZ (2008, p. 210) feito em uma revista de

cuidados com o corpo aponta que a mídia reforça ainda este sacrifício:

É preciso exercer um autocontrole das vontades, mudar, modelar, disciplinar o corpo. O intuito da pedagogia que a Boa Forma veicula é ensinar a mulher a fazê-lo por meio da dureza, da disciplina e do sacrifício, mesmo que cada um desses elementos tenha que ser, eventualmente, dissimulado, tornado algo agradável ou quase que experimentado não como uma tarefa, mas como parte da rotina diária.

Apesar de a saúde ser uma razão significativa para a prática de exercícios e

regimes, este parece ser o menos significado para as pessoas e sim o desejo

da boa aparência. A mídia também neste sentido de aparência reforçando um

ideal de beleza; em sua maioria os artigos analisam revistas e concluem que

estas ditam normas e regras de conduta, contemplando uma perfeição que

foge a realidade.

O depoimento de personalidades da maior veracidade aos anúncios e incitam o

estilo de vida atlético, a saúde, beleza, performance e a juventude. As modelos

e atrizes são consideradas referências de verdades e certezas como ALBINO &

VAZ (2008) garantem que acontece na revista Boa Forma, onde modelos e

atrizes são constantemente postas como referência de um corpo padrão que

representa autodisciplina e força de vontade, em contra partida a gordura

significando desleixo, preguiça ou doença.

Ainda os autores FIGUEIRA & GOELLNER (2005) apresentam em seu texto

que a revista Capricho glamoriza atletas e suas performaces esportivas ou

ainda atrizes, atores e top models que incorporam na sua rotina a exercitação

física, seja para embelezar o corpo, seja para potencializar a saúde. Como

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outro meio de legitimar seus artigos as revistas postam fotos de mulheres

jovens e com baixa quantidade de gordura como aparece no estudo de

OLIVEIRA, ASSIS, LACERDA, BAGRICHEVSKY & SAMPAIO (2010), onde as

fotos de mulheres jovens aparecem em maior número, com baixa quantidade

de gordura corporal e dentro de padrões estéticos utópicos estimulados e

cobiçados.

Em contra partida a este bombardeio de padrão estético existem aqueles que

vão contra estes e apreciam outra forma de ser bela, como blogs de incentivo

as gordinhas como apresenta o artigo de GODOI (2011, p. 167):

“Nos discursos analisados foram verificadas disputas em torno dos significados

de beleza feminina, com uma valorização das mulheres com corpos volumosos

ou fartos como signos de beleza.”

Mas a mídia para estes casos também propõem formas especificas de

embelezamento para cada estilo e corpo. Cada beleza diferente recebe suas

recomendações especificas de ser bela, mas estas precisam investir em si

mesmas para encontrar sua forma estética ideal.

Baseado no trabalho de ALBINO & VAZ (2008) sobre a revista Boa Forma

estes apresentam que esta faz referência a diferentes “tipos” de beleza, que

são tomados como variações ao padrão hegemônico propagando por meio das

modelos que ilustram a revista. Tal classificação, na verdade, só mostra que

tudo deve ser estandardizado uma vez que cada uma dessas belezas

diferenciadas irá receber recomendações específicas de embelezamento.

O que se propõe é que a mulher encontre aquela que seja a “sua” melhor

forma firmando que todas podem ser bonitas, desde que invistam em si

mesmas, utilizem produtos de beleza, cuidem da saúde, merecem ser belas

como expõem estes autores citados acima.

Este cuidado com o corpo e o estimulo constante pela busca de saúde vem

acompanhado quase sempre de produtos, que incitam um consumo em busca

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do corpo perfeito. É evidente que o corpo acaba se tornando uma “economia

de mercado”, um objeto de consumo onde a imagem da mulher foi reduzida a

um padrão.

O crescimento de produtos farmacológicos, sustentados pelos anúncios

publicitários que possibilita o modelamento do corpo produzem novos desejos

e nunca cessa o consumo. Pois um corpo arquitetado demanda custos com

diferentes produtos para mantê-lo belo, e este é um interesse do mercado da

mídia para vender cada vez mais cosméticos, fitness e outros artifícios de

modelação do corpo. Uma ideia de OLIVEIRA, ASSIS, LACERDA,

BAGRICHEVSKY & SAMPAIO (2010) e que a prática regular de exercícios

físicos e os produtos a ela associados fazem parte da aposta para alcançar a

perfeição estética.

Na concepção de GODIO (2011) a mídia, a publicidade e a indústria da beleza

tornaram o corpo um artefato do mercado econômico/social/cultural. Neste

sentido na fabricação do corpo, o mercado parece ser inesgotável, é preciso

esculpir cada centímetro para fazer mostrá-lo para ser apreciado, desejado,

invejado ou somente notado.

Segundo este ainda esse corpo do mercado de consumo é constantemente

construído e reconstruído nos discursos midiáticos, adquire uma materialidade

que é ao mesmo tempo, um produto do poder que gera divisões sociais. E ao

que parecem, os veículos de comunicação especializados em “produção dos

corpos” têm exercido um fascínio e poder principalmente sobre as mulheres

como expressam OLIVEIRA, ASSIS, LACERDA, BAGRICHEVSKY &

SAMPAIO (2010).

ALBINO & VAZ (2008) mencionam que esta necessidade de realizar um

investimento minucioso em si mesma, cresce na medida em que o corpo deve

ser exibido. “Sob a moral da “boa forma”, um corpo trabalhado, cuidado, sem

marcar indesejáveis (rugas, estrias, celulites, manchas) e sem excessos

(gorduras, flacidez) é o único que, mesmo sem roupas, está decentemente

vestido” narra GODOI (2011, p. 154) em seu estudo sobre beleza.

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ALBINO & VAZ (2008, p. 205) ainda afirmar que:

“O corpo em toda sua superfície deve ser mostrado, exibido, para que possa na

mesma medida ser apreciado, desejado, invejado, ou apenas e tão somente

ser notado, contanto que esteja adequado para isso.”

O desejo de ter um corpo notado parece estar ligado ao sucesso profissional e

amoroso, a partir de um modelo idealizado de beleza que responsabiliza a

mulher pelo seu corpo, onde o olhar masculino parece ser uma referência.

ALBINO & VAZ (2008) indicam que o domínio de si indicado na revista que

analisou, tem como referência central a opinião masculina, sobretudo pelo fato

de ser destinada a mulheres heterossexuais e jovens.

Esta beleza divulgada pela mídia para o olhar masculino incida uma sedução

na beleza. “Estas imagens, construídas como signo de beleza feminina,

parecem apontar para o imperativo da sensualidade e erotização das mulheres,

com vista a despertar o desejo do outro” (GODOI, 2011, p. 161).

Este corpo belo e sedutor passa a ser manipulado e comercializado de forma

intensa como já foi exposto, mas muitas vezes á um preço a ser pago por essa

beleza. Percebo que as alterações nos corpos acontecem desde simples

reparos como a maquiagem até cirurgias estéticas.

A busca pelo corpo “Perfeito” pode levar muitas jovens a procurarem diferentes

meios de consegui-lo e o apelo mercadológico esta ai presente e a todo valor

para manipular estes corpos.

Um meio de legitimar esta manipulação corporal é o discurso medico que

envolve este. De acordo com OLIVEIRA, ASSIS, LACERDA, BAGRICHEVSKY

& SAMPAIO (2010, p. 32):

Na literatura científica biomédica ou em suas construções contemporâneas que ecoam na mídia, é possível encontrar uma extensa variedade de discursos advogando a relação entre “corpos em forma” e a ideia de evitar riscos á saúde.

O saber médico se torna divino, se firmando como o responsável por educar e

corrigir o corpo fazendo a ciência valida, de acordo com ALBINO & VAZ (2008,

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p. 214), “Será pela via cientificista que as técnicas de embelezamento

apresentadas pela revista serão validadas como verdadeiras e eficientes”.

Ainda DALBEN & SOARES (2008) atestam que num geral as publicações

analisadas formam um eficiente meio de divulgação do saber médico para a

sociedade e o afirmava como verdadeiramente responsável por educar, corrigir

e curar o corpo.

Com toda esta análise feita me parece que as pessoas esquecem-se de ser

feliz por que querem viver o que a TV vende, o que está na capa das principais

revistas. As pessoas aparentam ficar se perguntando sobre como deve ser o

seu corpo a o comparando com os corpos “ideais” - “Por que a minha não é

assim? Quanto eu preciso malhar para isso? Quando preciso deixar de comer

para isso?”. Mas, no fim, qual a importância disso?

As produções nos fornecem elementos significativos é pertinente para

questionar de que forma estas informações têm chegado aos nossos alunos

nas aulas de Educação Física e como estes têm significado em seus

cotidianos.

3. Categoria Educação Física Escolar

Nesta categoria destacam-se os artigos:

Quadro 4.

Autor Instituição Artigo Revista Ano

Andréia Santos Golçalves e Aldo Antonio de Azevedo

UNB A re-significação do corpo pela educação física escolar, face ao estereótipo construído na contemporaneidade

Pensar a Prática 2007

Leila Salvivi e Mauro Myskiw

UNIOESTE As manipulações do corpo na representação da imagem social de alunas nas aulas de educação física

Pensar a Prática 2009

Leonardo de UFJF Insatisfação corporal e Pensar a Prática 2013

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Sousa Fortes, Valter Paulo Neves Miranda e Maria Elisa Caputo Ferreira

atividade física em adolescentes de Juiz de Fora, MG

José Geraldo Soares Damico e Dagmar Estermann Meyer

UFRGS O corpo como marcador social: Saúde, beleza e valoração de cuidados corporais de jovens mulheres

RBCE 2006

Numa cultura que reconhece as pessoas a partir daquilo que elas possuem e daquilo que elas conseguem acessar, ter um corpo e suas “senhas” de acesso, representa uma riqueza invejável. Por isso é preciso ostentar isto que se tem, frisar a posse, para si e para os outros SANT’ ANNA (2001, apud DAMICO & MEYER, 2006).

O corpo e seus ideias pode muitas vezes gerar divisão social e segregação

entre nossos alunos, nas aulas de Educação Física onde os que se encaixam

são incluídos e os outros excluídos formando certos grupos sociais.

GONÇALVES E AZEVEDO (2007) consideram que os estereótipos se fixam

com predileção sobre as aparências físicas e as transformam naturalmente em

estigmas, em marcas fatais de imperfeição moral ou de pertencimento a

determinado grupo social.

Para DAMICO & MEYER (2006) na maioria das sociedades contemporâneas

ocidentais, a forma física e a aparência que ela revela funcionam como marcas

sociais importantes na classificação e hierarquização dos estilos de vida, bem

como de ascensão social e afetiva.

Ainda estes autores proferem que:

...o corpo torna-se uma forma de distinção, um modo de classificar, de agrupar, de entender, de incluir ou de excluir. Ele torna-se, enfim, um marcador social, ele não é mais apenas atravessado pela classe, pelo gênero, pela sexualidade, pela etnia, pela geração, mas ele mesmo passa a figura como marcador junto com esses outros marcadores. p. 115.

A estética na Educação Física Escolar apareceu nos artigos ligada em sua

maioria à insatisfação corporal e ao olhar do outro sobre seu corpo com maior

enfoque percebido sobre o sexo feminino.

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Insatisfação corporal essa que diz respeito á depreciação que o sujeito tem

com o seu peso e a sua aparência física, a um sentimento de ser inferior.

Insatisfação essa que em sua maioria vem acompanhada de uma repressão

internalizada, que se inicia a partir do momento que o sujeito se deixa

influenciar pela procura de um corpo “Perfeito”.

Com este indicativo a escola é um lugar onde se pode discutir este com

conceito de beleza. Uma ideia de GONÇALVES & AZEVEDO (2007) e de que

a escola é ao mesmo tempo um lugar em que se reproduzem ás estruturas de

dominação existentes na sociedade e constitui-se também um espaço onde se

pode lutar pelas transformações sociais um espaço para oportunizar aos

alunos a compreensão, a critica e ao questionamento.

Cito aqui um acontecimento de presenciei numa escola em que fazia estágio:

Uma aluna chega até a professora de Educação Física e avisa que não ira

participar da aula, questionada por essa a aluna relata que não fará a prática,

pois terá que usar short e mostrar suas pernas que possuem muitas celulites.

Sobre este acontecimento é questionável pensar se a celulite incomoda tanto,

o que se dirá das rugas que surgirão, por todo corpo, daqui alguns anos?

Vamos largar a vida, não sairemos mais de casa e vamos amargar nossa

existência? Nada disso! Somos pessoas reais. Gordas ou magras, altas ou

baixas, brancas, negras, orientais, e podemos ter celulite. E vamos viver bem

com ela, assim como fazemos – ou tentamos fazer - com todas as nossas

outras características. Vamos nos importar com o que realmente importa: ser

feliz!

Esta ação individual de olhar a si mesma, ao examinar as celulites, as estrias e

o abdômen saliente em busca de “defeitos” corporais já demonstra que estas

alunas nunca estão completamente contentes com seus corpos, por não se

encaixarem num padrão estético apresentado pelos meios de comunicação.

Neste sentido a Educação Física ligada à ideia de movimento com o corpo tem

que estar atenta aos meios que este é influenciado. GONÇALVEZ & AZEVEDO

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(2007) esclarecem que a Educação Física tem um papel primordial na busca

por concepções que visem á emancipação corporal e sua re-significação,

intermediados por um discurso crítico da realidade em que o indivíduo está

inserido, não se portanto como mera reprodutora, para que mudanças efetivas

nos atuais paradigmas que norteiam o corpo possam ser concretizadas e,

assim combater os mecanismos de reprodução dos padrões estéticos referidos

e conferir novas formas de interação entre o homem e seu corpo.

Possibilitar diálogos e reflexões acerca do corpo e da beleza, a fim de formar

indivíduos críticos frente aos sentidos corporais que permeiam na sociedade,

capazes de enxergar o belo no corpo imperfeito é dever da Educação Física.

Esta ideia também esta presentes nos Parâmetros Curriculares da Educação

Física que cita em seus objetivos gerais que os alunos devem ser capazes de:

“posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes

situações sociais, utilizando o diálogo como forma de medir conflitos e tomar

decisões coletivas.” Brasil (1997,p.10)

“Caberia ao professor, a responsabilidade que esse processo de conscientização junto aos seus alunos nas práticas pedagógicas. A compreensão e o conhecimento do professor acerca do paradigma do alto rendimento, da veiculação pela televisão e os demais meios de comunicação, do padrão de corpo imposto pela sociedade, dos mecanismos de opressão, violência e estresse diário dos corpos e trabalhadores, da ditadura do consumo de alimentos agressivos ao corpo e o tratamento mercadológico do mesmo, na moda e no esporte de alta competição, são horizontes de conhecimento que não podem ser perdidos de vista. Afinal esses usos e malefícios, que acometem o corpo, reforçam o fato de que este é uma construção social e cultural resultante de um processo histórico que precisa ser considerado e bem fundamentado pelos professores (GONÇALVES & AZEVEDO, 2007, p. 214).

Combater os mecanismos de reprodução dos padrões estéticos é um dos

deveres da Educação Física, não deixando que as estruturas de poder

escolham por nossos alunos e ensiná-los a analisar tudo que nos é impostos e

criar nossa própria critica, num processo de individualização.

No âmbito da Educação Física, os conhecimentos construídos devem possibilitar a análise crítica dos valores sociais, tais como os padrões de beleza e saúde, que se tornaram dominantes na sociedade, seu papel como instrumento de exclusão e discriminação social e a atuação dos meios de comunicação em produzi-los, transmiti-los e impô-los; uma discussão sobre a ética do esporte profissional, sobre

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a discriminação sexual e racial que existe nele, entre outras coisas, pode favorecer a consideração da estética do ponto de vista do bem-estar, as posturas não-consumistas, não preconceituosas, não-discriminatórias e a consciência dos valores coerentes com a ética democrática. Brasil (1997, p. 25).

Cabe a Educação Física o trabalho com o corpos, e acima de tudo com as

pessoas donas desses corpos, esta tem que mostrar que existe várias formas

de ser bela(o), onde cada um tem o direito ao seu corpo.

Cito aqui indicações que alguns autores citam para o trabalho do professor de

Educação Física.

GONÇALVES E AZEVEDO (2007, p. 213)

“A re-significação deveria ser realizada nas aulas, a partir de discussões sobre

o que fazer em termos de atividade: prática de esportes, recreação, aulas

teóricas, festivais de jogos, atividade junto ás comunidades etc.”

Penso que temos que analisar tudo que nos é imposto e, a partir das

identificações feitas, criar nossa própria identidade corporal num processo de

individuação (relativo ao sujeito/individual), sem ser “abusado” pelo ambiente

social, ou seja, questionar os valores preestabelecidos como corretos, e poder

tomar nossas próprias decisões.

PORPINO & SILVA (2013, p. 400):

Tendo em vista que a sociedade pode influenciar de maneira significativa a visão de corpo, de beleza e estética, é necessário que a Educação Física, possibilite intervenções numa perspectiva crítica, tendo como referência a necessidade de produzir diversos olhares para a beleza, para além do conceito clássico imposto como modelo na sociedade.

Como ultima colocação GODOI (2011, p. 168), nós inspira a pensar discussões

possíveis em nossas aulas.

“No que tange às implicações para a área do conhecimento de Educação Física, no nível da prática pedagógica, os/as professores/as podem sistematizar atividades buscando refletir sobre as relações entre corpo, estética e saúde, tais como: leitura crítica de revistas, programas televisivos, filmes, publicidades, dentre outras mídias; produção de dramatizações, cartazes, historia em quadrinhos,

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painéis, ou blogs; realizações de seminários e debates, etc. Seria possível discutir com os estudantes algumas questões especificas, tais como:

O que é um corpo belo? A beleza está vinculada somente a atributos físicos? Quais os padrões estéticos corporais em diferentes momentos históricos, e em diferentes culturas? Quem tem o poder de definir o que é um corpo belo? Que tipo de corpos femininos e/ou masculinos são mais divulgados e valorizados na mídia? Quais corpos são ocultados ou menos visíveis na mídia, e como eles são representados? Quais são os riscos da vaidade em excesso para a saúde? Ter um corpo magro significa necessariamente ter mais saúde, ou ter um corpo fora do padrão estético, significa necessariamente não ter saúde? Quais as relações entre beleza e consumismo? Estes são apenas alguns apontamentos pedagógicos que podem contribuir para uma pratica pedagógica baseada na critica cultural.”

Considerando esta categoria percebemos a importância da Educação Física

neste assunto, e como esta pode amparar seus alunos a pensar sobre o corpo,

beleza e estética através de seu conhecimento e através de produções

acadêmicas da área.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Analiso com este trabalho que a estética tem grande influência sobre o corpo, e

que este vem se firmando mais fortemente nesta era capitalista, além de estar

sendo bastante estudada e criticada na produção científica do conhecimento.

As produções analisadas fornecem elementos significativos para perceber que

o conhecimento sobre o corpo, beleza e estética na Educação Física avançou

e que fornecem um bom alicerce para o trabalho dos professores da área,

formando seres mais críticos e questionantes como indica Brasil (1997, p.63):

O professor pode questionar a forma como os meios de comunicação apresentam padrões de beleza, saúde, estética, bem como aspectos éticos. Podem também pesquisar os tipos físicos em evidência nas propagandas, novelas, etc., e suas relações com o consumo de produtos e serviços.

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Mas será que a Educação Física tem ajudado neste desconforto com o corpo,

ela tem criticado a universalização das formas ou disseminando estes valores?

Esta pode ser uma pergunta pertinente feita posteriormente em outros

trabalhos que se mobilizem a estudar o corpo, beleza e estética na área de

Educação Física Escolar.

Retomando agora a pergunta da minha irmã “- Por que não sou bonita?”, e

tentando oferecer uma reflexão indicaria que ela veja-se com os seus olhos, e

não com os olhos de mídia, do mercado, do ideal de beleza, da perfeição e do

olhar do outro, mas que se veja como ser humano que vive e que deve achar a

perfeição no imperfeito que é onde mora o nosso corpo.

Para todos deixo a poesia de Carlos Drummond de Andrade para reflexão.

EU ETIQUETA Em minha calça está grudado um nome Que não é meu de batismo ou de cartório Um nome... estranho. Meu blusão traz lembrete de bebida Que jamais pus na boca, nessa vida, Em minha camiseta, a marca de cigarro Que não fumo, até hoje não fumei. Minhas meias falam de produtos Que nunca experimentei Mas são comunicados a meus pés. Meu tênis é proclama colorido De alguma coisa não provada Por este provador de longa idade. Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro, Minha gravata e cinto e escova e pente, Meu copo, minha xícara, Minha toalha de banho e sabonete, Meu isso, meu aquilo. Desde a cabeça ao bico dos sapatos, São mensagens, Letras falantes, Gritos visuais, Ordens de uso, abuso, reincidências. Costume, hábito, permência, Indispensabilidade,

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E fazem de mim homem-anúncio itinerante, Escravo da matéria anunciada. Estou, estou na moda. É duro andar na moda, ainda que a moda Seja negar minha identidade, Trocá-la por mil, açambarcando Todas as marcas registradas, Todos os logotipos do mercado. Com que inocência demito-me de ser Eu que antes era e me sabia Tão diverso de outros, tão mim mesmo, Ser pensante sentinte e solitário Com outros seres diversos e conscientes De sua humana, invencível condição. Agora sou anúncio Ora vulgar ora bizarro. Em língua nacional ou em qualquer língua (Qualquer principalmente.) E nisto me comparo, tiro glória De minha anulação. Não sou - vê lá - anúncio contratado. Eu é que mimosamente pago Para anunciar, para vender Em bares festas praias pérgulas piscinas, E bem à vista exibo esta etiqueta Global no corpo que desiste De ser veste e sandália de uma essência Tão viva, independente, Que moda ou suborno algum a compromete. Onde terei jogado fora Meu gosto e capacidade de escolher, Minhas idiossincrasias tão pessoais, Tão minhas que no rosto se espelhavam E cada gesto, cada olhar Cada vinco da roupa Sou gravado de forma universal, Saio da estamparia, não de casa, Da vitrine me tiram, recolocam, Objeto pulsante mas objeto Que se oferece como signo dos outros Objetos estáticos, tarifados. Por me ostentar assim, tão orgulhoso De ser não eu, mas artigo industrial, Peço que meu nome retifiquem. Já não me convém o título de homem. Meu nome novo é Coisa. Eu sou a Coisa, coisamente.

Carlos Drummmond de Andrade, in Jornal do Brasil, 16/01/1982, Rio de

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Janeiro, Caderno B.

REFERÊNCIAS

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ALBINO, Beatriz Staimbach; VAZ, Alexandre Fernandez. Uma narrativa histórica por meio da beleza. Rev. Bras. Ciênc. Esporte, Campinas, v.29, n.2, p.245-251, jan. 2008.

ANDRADE, Sandra dos Santos. Saúde e beleza do corpo feminino – algumas representações no Brasil do Século XX. Rev. Movimento, Porto Alegre, v.9, n.1, p. 119-143, janeiro/abril de 2003.

ASSUNÇÃO, Cristiane Queiroz de Souza; ASSIS, Raquel de Martins CAMPOS

Regina Helena de Freitas. Belos, sadios e normais: As representações

sociais dos corpos infantis na Revista Pais & Filhos (1968-1977). Rev.

Brás. Ciênc. Esporte, Florianópolis, v.34, n.3, p. 571-587, jul./set. 2012.

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DAMICO, José Geraldo Soares; MEYER, Dagmar Estermann. O corpo como

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jovens mulheres. Rev. Brás. Ciênc. Esporte, Campinas, v.27, n.3, p.103-110,

maio. 2006.

FIGUEIRA, Márcia Luiza M.; GOELLNER, Silvana Vilodre. A promoção de

estilo atlético na revista CAPRICHO e a produção de uma representação

de corpo adolescente feminino contemporâneo. Rev. Brás. Ciênc. Esporte,

Campinas, v. 26, n. 2, p. 87-99, jan. 2005.

FORTES, Leonardo de Souza; MIRANDA, Valter Paulo Neves; FERREIRA, Maria Elisa Caputo. Insatisfação corporal e atividade física em adolescentes de Juiz de Fora, MG. Rev. Pensar a Prática, v.16, n.2, p. 320-618, abr./jun. 2013.

GODOI, Marcos Roberto. Corpos femininos volumosos e estética: discursos contra-hegemônicos sobre beleza em blogs na internet. Rev. Movimento, Porto Alegre, v.17, n.03, p. 153-173, jul./set. de 2011.

GONÇALVES, Andréia Santos; AZEVEDO, Aldo Antônio. A re-significação do corpo pela Educação Física escolar, face ao estereótipo construído na contemporaneidade. Rev. Pensar a Prática; v.10, n. 2, p. 201-219, set. 2007.

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Papirus, 2003. 240p.

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