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Crise Fiscal da Grécia

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Trabalho de 2012 sobre a crise financeira na Grécia.

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APS Economia 2 Parte (Questes Fiscais da Grcia)

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Crise Fiscal da GrciaAcadmicos: Andr Paesi, Junior Dorigan, Robert Lus Ilha, Ronaldo de Oliveira

Turma: ADM055/121

Data: 20/06/12

Questes Fiscais da Grcia (Crise Fiscal da Grcia)Este trabalho demonstrar a poltica macroeconmica da Grcia, envolvendo as questes fiscais do governo sobre a arrecadao de tributos (produo agregada) e despesas planejadas (demanda agregada), descrevendo os principais instrumentos atuantes como a poltica fiscal, poltica monetria, poltica cambial e comercial e a poltica de rendas.

Fundamentao Terica1- Poltica Fiscal: Refere-se todos os instrumentos de que o governo dispe para a arrecadao de tributos (poltica tributria) e controle de suas despesas (poltica de gastos).Alm da questo do nvel de tributao, a poltica tributria, por meio da manipulao da estrutura e alquotas de impostos, utilizada para estimular (ou inibir) os gastos do setor privado em consumo e em investimento.

Se o objetivo da poltica for reduo da inflao, as medidas fiscais normalmente utilizadas so a diminuio de gastos pblicos e/ou o aumento da carga tributria (o que inibe o consumo e o investimento), ou seja, visam diminuir os gastos da coletividade. Se o objetivo for maior crescimento e emprego, as medidas fiscais seriam no sentido inverso, para elevar a demanda agregada.

2- Poltica Monetria: Refere-se atuao do governo sobre a quantidade de moeda, de crdito e de taxas de juros. Os instrumentos disponveis para tal so:

a) emisses: O banco central tem o monoplio das emisses e deve colocar em circulao o volume de notas e moedas metlicas necessrias ao bom desempenho da economia. Esse poder de monoplio permite ao Banco Central auferir uma receita conhecida como Senhoriagem ou Seignoriage, dada pela diferena entre o valor de face do dinheiro, pelo qual o BACEN coloca moeda no mercado monetrio, e seu custo de impresso para o BACEN, que no caso da moeda fiduciria desprezvel.

b) Reservas obrigatrias (ou depsitos compulsrios): Os bancos guardam certa parcela de seus depsitos no Banco Central para atender a seu movimento de caixa e compensao de cheques. Essas so as contas de caixa e de reservas ou depsitos voluntrios. As reservas obrigatrias representam importante instrumento de poltica monetria: um aumento dessa taxa de reservas representar uma diminuio dos meios de pagamento, dado que os bancos emprestaro menos ao pblico (eles criaro menos moeda). Nesse sentido, se o governo optar por uma poltica de crescimento do emprego, atravs de uma poltica expansiva, ele deve diminuir a taxa de compulsrio; por outro lado, numa poltica restritiva, antiinflacionria, ele costuma aumentar essa taxa.

c) Operaes de mercado Aberto (open market): Essas operaes consistem em vendas ou compras, por parte do Banco Central, de ttulos governamentais no mercado de capitais. Quando o governo vende esses ttulos ao pblico, por meio do Banco Central, ele enxuga moeda do sistema; quando recompra esses ttulos, o dinheiro dado em troca do ttulo representa um aumento dos meios de pagamento. Em muitos pases, o mais importante instrumento; no Brasil, sua utilizao relativamente recente (incio dos anos 70), e os ttulos utilizados mudaram ao longo do tempo. Atualmente, os principais ttulos utilizados so BBC (Bnus do Banco Central), de curto prazo, e NTN (Nota do Tesouro Nacional), de prazo mais longo.

d) Poltica de Redescontos: Vimos que o Banco Central o banco dos bancos, que, inclusive, empresta a eles. So dois os tipos de redescontos: o redesconto de liquidez e o redesconto especial. O redesconto de liquidez, ou normal, visa socorrer os bancos quando de eventual saldo negativo na conta de depsitos voluntrios, ou seja, quando o banco comercial est com problemas de liquidez. O redesconto especial ou seletivo aquele utilizado pelas autoridades monetrias para incentivar alguns setores especficos da economia; ou seja, o Banco Central abre uma linha de crdito aos bancos comerciais, desde que estes utilizem essa verba adicional em setores especficos (por exemplo, para a compra de fertilizantes, para exportao etc.). O Banco Central cobra uma taxa de juros sobre esses emprstimos, chamada taxa de juros do redesconto. Evidentemente, se essa taxa for baixa e o montante de redesconto elevado, representa um estmulo ao aumento de emprstimos por parte dos bancos comerciais, que podero repass-los ao setor privado, aumentando o volume de meios de pagamentos.

e) Regulamentao e Controle de Crdito: Embora os instrumentos anteriores tenham efeitos mais diretos sobre a oferta de moeda, o Banco Central tambm afeta o sistema financeiro via regulamentao e controle do crdito, que se d por meio da poltica de juros, controle de prazos, regras para o financiamento aos consumidores (por exemplo, a exigncia de que os bancos financiem no mximo 70% da compra de automveis) etc.

3- Poltica Cambial e Comercial: So polticas que atuam sobre as variveis relacionadas ao setor externo da economia.

A poltica cambial refere-se ao controle do Governo sobre a taxa de cmbio (cmbio fixo, flutuante etc.). A poltica comercial diz respeito aos instrumentos de incentivo s exportaes e/ou estmulo/desestmulo s importaes, sejam fiscais, creditcios, seja estabelecimento de cotas etc.

4- Poltica de Rendas (Controle de Preos e Salrios): Alguns tipos de controle pelas autoridades econmicas podem ser considerados dentro do mbito das polticas monetrias, fiscal ou cambial (por exemplo, o controle das taxas de juros e da taxa de cmbio).

No entanto, os controles sobre os preos e salrios situam-se em categoria prpria de poltica econmica. A caracterstica especial a de que, nesses controles, os agentes econmicos ficam proibidos de levar a cabo o que fariam, em resposta a influncias econmicas normais do mercado.

Normalmente, esses controles so utilizados como poltica de combate inflao. Esses controles tambm so denominados polticas de rendas no sentido de que influem diretamente sobre as rendas (salrios, lucros, juros, aluguel).

Desenvolvimento

A Economia da Grcia inclui-se entre as economias desenvolvidas. capitalista do tipo misto, com grande participao do setor pblico (40% do PIB) e renda per capita de aproximadamente 2/3 daquela registrada nos principais pases da Eurozona.

Desde 2007, a Grcia apresenta um descontrole nos gastos pblicos, que gerou um dficit. Para cobri-lo, fez emprstimos com bancos alemes e franceses. A Grcia gastou bem mais do que podia na ltima dcada, pedindo emprstimos pesados e deixando sua economia refm da crescente dvida.

Nesse perodo, os gastos pblicos foram s alturas, e os salrios do funcionalismo praticamente dobraram.

Enquanto os cofres pblicos eram esvaziados pelos gastos, a receita era afetada pela evaso de impostos deixando o pas totalmente vulnervel quando o mundo foi afetado pela crise de crdito de 2008.

O montante da dvida deixou investidores relutantes em emprestar mais dinheiro ao pas. Hoje, eles exigem juros bem mais altos para novos emprstimos que refinanciem sua dvida. O problema, porm, chegou ao extremo nesse ano, quando o pas contabilizou uma dvida pblica de 110% do seu PIB, equivalente a cerca de 270 bilhes de euros. Tambm apresentou um dficit pblico de 12% do PIB, quando o Pacto de Estabilidade e Crescimento da Zona do Euro delimita um mximo de 3% do PIB.

Com uma dvida nessas propores os investidores deixam de investir na Grcia, pois o pas no honra mais os seus ttulos, ou seja, no apresenta condies de melhoras financeiras que sirvam de garantia aos investidores. Alm de no ter condies de realizar mais emprstimos e de ter os investidores afastados, a Grcia no pode contar com a soluo mais fcil em tempos de crise: o aumento de crdito.

A taxa de desemprego, que em 2007 era de 8,0%, passou a 9,5% em 2009 e a 12,5% em 2010. Segundo a Comisso Europeia deve aumentar para 13,2% em 2011. O dficit oramental, em 2009, chegou 13,6% do PIB. O PIB grego, por sua vez, caiu cerca 4,5% em 2010. A dvida pblica, que era 125,7% do PIB em 2009, atingiu 142,8% do PIB em 2010. A inflao atingiu 4,7% em 2010 e estima-se 2,2% para 2011.

A Grcia, assim como outros pases em desenvolvimento, costuma resolver suas crises financeiras atravs da inflao: o governo imprime dinheiro para poder pagar parte de sua dvida. No entanto, em uma unio monetria como o euro, essa possibilidade j no existe, pois quem imprime a moeda o Banco Central Europeu e os pases membros recebem um volume de moeda fixo, sem possibilidades de aument-lo. Tambm no podem alterar a taxa de juros, pois isso poderia afetar a economia dos outros pases da unio. O pas possui gastos altos em relao sua arrecadao e tem uma economia pouco competitiva. Sua dvida vinha sendo acumulada ao longo das ultimas dcadas e, aps a sua a entrada na zona do euro, os gastos aumentaram ainda mais e os salrios praticamente dobraram. Ou seja, no havia um forte preparo do pas para enfrentar a crise financeira de 2008.

Em maio de 2010, o pas recebeu um pacote de 110 bilhes de euros para resgate financeiro. Em julho de 2011, foram entregues mais 109 bilhes. Em outubro de 2011 foi acordado um pacote de 130 bilhes mais o corte de 50% pelos bancos dos ttulos gregos.Mesmo com esses pacotes, no foi possvel pagar os dficits do pas. Altos nveis salariais, falta de competitividade comparada a outros pases e a impossibilidade de desvalorizar a sua moeda impossibilitaram a quitao da dvida.

Portanto, cortes de gastos e aumento de impostos conhecidos como medidas de austeridade foram exigncias feitas pela troika o grupo de negociadores internacionais formado pelo FMI, Unio Europia e o Banco Central Europeu. A Grcia ter acesso a 130 bilhes de euros em emprstimos a uma baixa taxa de juros o que possibilitar a reduo de 100 bilhes da dvida contrada com bancos privados. Alm disso, no dia 20 de maro foi necessrio o pagamento de uma parcela de 14,5 bilhes de euros do emprstimo. Tambm houve uma srie de presses para que a Grcia realize cortes de gastos referentes a 1,5% do seu PIB, e tambm nos empregos, na previdncia e salrios, alm da necessria recapitalizao dos bancos gregos. Todas as medidas adotadas, evidentemente, esto gerando uma srie de protestos no pas.

No curtssimo prazo, a perspectiva de uma emisso de ttulos bem-sucedida na Grcia dever acalmar os mercados. Mas no se pode descartar a hiptese de que a restaurao do otimismo dos investidores seja apenas temporria. As bolsas ao redor do mundo continuam enfrentando perodo de alta turbulncia e em alguns casos muitas perdas. O cenrio internacional aumenta a averso ao risco. Isto faz com que a volatilidade seja a tnica nos dias atuais em todos os quadrantes. A tragdia grega das finanas pblicas, que agrava mais os mercados internacionais pela falta de solues e pela complexidade da sua situao poltica do que pelo volume da sua dvida , indubitavelmente, a fonte primeira de todo o problema da eurozona. A economia grega no tem expresso para ser considerada o principal problema da regio mas, pelo poder de contgio da sua precria situao financeira, pode se tornar o estopim de uma crise avassaladora. A Espanha, Portugal e Itlia sero vtimas do insucesso econmico do euro. Analistas europeus no descartam graves repercusses para a regio na eventualidade da sada da Grcia da eurozona. Ser a manifestao do insucesso de um dos maiores acordos de integrao regional j realizados no mundo. A Alemanha e a Frana tm uma misso quase impossvel de coordenar com seus demais parceiros um programa de recuperao econmica da regio. As bolsas, termmetros da situao econmica, revelam as perdas de 31 de dezembro de 2011 at 31 de maio ltimo, em cada pas, conforme grfico abaixo. a Portugal: 15%; Espanha: 29%; Grcia: 22% e Itlia: 18%.

Os bancos gregos esto no meio de um turbilho temido por qualquer instituio financeira do mundo. A cada dia, milhes de euros so sacados ou transferidos para contas de outros pases. Tudo resultado do medo que o pas deixe a zona do euro e a moeda nacional volte a ser o dracma.

Os gregos sabem que se deixarem cem euros no banco, no dia seguinte desvalorizao sero cem dracmas ou dez euros, afirma o coordenador do curso de Relaes Internacionais do Ibmec, Reginaldo Nogueira.

O fenmeno conhecido como corrida aos bancos, assunto tratado sempre em voz baixa por banqueiros porque apenas rumores podem deixar pelados os cofres de uma instituio. Mas que armas a Grcia teria para impedir este movimento descontrolado que leva bancos falncia e um pas ao colapso financeiro?

Nenhuma, na avaliao do professor da FEA-USP, Manuel Enriquez Garcia, enquanto a Grcia estiver submetida ao acordo de Schengen, que estabelece o livre fluxo de capitais entre as economias da Europa.

Enquanto o tratado estiver valendo, nenhum estado nacional poder impedir que as pessoas retirem dinheiro, afirma o professor. A realidade que a crise grega se arrasta h mais de dois anos e est longe do fim.

Antes do "acordo", a dvida pblica equivalia a mais de 160% do PIB (conjunto de riquezas do pas). Se tudo der certo, cair para 120% at 2020. ainda um percentual altssimo. A dvida era e continuar impagvel devido s condies do pas.

A economia encolhe h quatro anos, a arrecadao cai, o desemprego dispara e cresce o nmero de pessoas abaixo da linha de pobreza.

Aumentam tambm os protestos nas ruas contra a poltica de austeridade (demisses de funcionrios pblicos, corte de salrios, aumento de impostos).

Por tudo isso, a aposta que o pas no escapar de um novo calote, sem eufemismo, num futuro prximo.

Consideraes Finais

Para a Grcia no ter entrado nessa crise,o seu governo poderia ter feito um planejamento estratgico a mdio prazo contemplando as reformas tributrias e previdencirias. No incio da dcada de 2000, o governo poderia ter criado impostos para aumentar a sua arrecadao fazendo com que haja um supervit,ou seja,arrecadar mais do que gasta, com isso o seu caixa teria maior liquidez proporcionando investimentos ativando a economia.Na previdncia,o governo poderia ter reduzido os gastos pblicos com folhas de pagamento, incluindo os aposentados e pensionistas.J para a situao atual da Grcia, alm da emisso bem sucedida de ttulos, ela poderia tomar algumas medidas a curto prazo para minimizar a crise, tais como:1 - reduo dos benefcios a funcionrios pblicos;

2 - reduo de penses a aposentados;

3 - reduo dos investimentos pblicos e das despesas de custeio do Estado;

4 - congelamento de salrios dos setores pblico e privado;

5 - aumento da idade mnima para aposentadoria;

6 abertura de concorrncia nos cargos pblicos, eliminando protecionismo; 7 criao e adequao de tributos;Mas essas medidas esto gerando problemas internos com a populao, pois a mesma no estava acostumada a pagar impostos, apenas 2% dos gregos contribuem com tributos, uma revolta est tomando conta do povo grego com resistncias, manifestaes arrojadas, conflitos, entre outros. Alm disso, para longo prazo, h quem diga que a Grcia poderia ser fornecedora de energias renovveis principalmente solar e elica, pois a Europa poderia fazer investimentos em reas novas que ao mesmo tempo poderiam contribuir para ambas as partes com gerao de empregos, rendas e receitas tributrias, mas acreditamos que esta medida seja insuficiente pois vai alm da produtividade grega, para que haja sucesso nessas medidas teria que haver uma mudana cultural muito forte na Grcia, j que a produo de seu povo quase inexistente focando apenas no turismo. Com isso, o problema estaria longe de ser solucionado, pois o Fundo Monetrio Internacional (FMI) anunciou a suspenso de seus contatos com a Grcia at que seja realizada a nova eleio marcada para o dia 17 de junho de 2012.Enquanto a data no chega, os cofres do tesouro minguam e os gregos correm para retirar o seu dinheiro dos bancos temendo a sada do pas da zona do Euro. Portanto, a eleio ser um fator muito importante para a retomada da relao financeira entre o pas e o FMI. Acreditamos que o problema na Grcia est difcil de ser resolvido, ainda mais com o anncio recente da aprovao da compra de 13,5 milhes de euros em munies. Sair da zona do Euro seria uma alternativa, mas poderia gerar vrios problemas como aumento da inflao por exemplo, pois alm das medidas anteriores debatidas pelo grupo, outra alternativa seria a questo da produo, ou seja, o povo deixar os privilgios de lado e comear a produzir alguma coisa como visto anteriormente, com isso elevaria o PIB e consequentemente faria com que o pas comeasse a arrecadar fundos com a criao de novos impostos podendo quem sabe comear a honrar com suas dvidas. Referncias

Economia: Micro e Macro, Marco Antonio Sandoval de Vasconcelos. - 4. ed. - 3 reimpr. - So Paulo: Atlas, 2007.

http://www.cotidiano.ufsc.br/index.php?option=com_content&view=article&id=709:crise-grecia&catid=42:reportagem&Itemid=62

http://www.galanto.com.br/monicablog/?p=1041

http://gazetavargas.org/a-crise-do-euro-e-a-conjuntura-da-grecia/http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/mundo/noticia/2012/05/falta-de-estabilidade-politica-mina-credito-da-grecia-3762069.html

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/06/110616_entenda_crisegrega_pai.shtml

http://pt.wikipedia.org/wiki/Economia_da_Gr%C3%A9cia

http://www.acionista.com.br/graficos_comparativos/indicadores_mercado.htmhttp://exame.abril.com.br/economia/noticias/o-que-a-grecia-pode-fazer-para-evitar-bancos-com-cofres-vazioshttp://painelgeografico1.blogspot.com.br/2012/03/analise-folha-de-saopaulo-crise-da.html