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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

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PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE

CADERNO PEDAGÓGICO

Região Oeste Paranaense Por uma História de sua Cultura

LUCIANA EMÍLIA ROHDE

PARANÁ 2010

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Superintendência da Educação

Diretoria de Políticas e Programas Educacionais Programa de Desenvolvimento Educacional

Unioeste - Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Região Oeste Paranaense

Por uma História de sua Cultura

LUCIANA EMÍLIA ROHDE

PARANÁ

2010

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Região Oeste Paranaense - Por uma História de sua Cultura

Luciana Emilia Rohde

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AUTOR A: Profª. Luciana Emília Rohde

ORIENTADOR : Prof. Dr. Valdir Gregory

ÁREA PDE: História/ História do Paraná

NRE: Toledo

IES VINCULADA: Unioeste

COLÉGIO DE IMPLEMENTAÇÃO : C. E. Jardim Gisele

PÚBLICO ALVO DA INTERVEÇÃO: Alunos da 8ª série do Ensino

Fundamental anos finais, turno vespertino .

TEMA: A Representação da Cultura Local e a Cultura Comum.

TITULO: Região Oeste Paranaense – Por uma História de sua Cultura.

IDENTIFICAÇÃO

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Região Oeste Paranaense - Por uma História de sua Cultura

Luciana Emilia Rohde

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1- Apresentação............................................................................................................. 6

1.1-Introdução............................................................................................................... 8

1.2.Metodologia ............................................................................................................. 10

2-UNIDADE I................................................................................................................ 14

2.1- Metacognição ......................................................................................................... 15

2.2 – Biblioteca .............................................................................................................. 16

2.3 – Colonização........................................................................................................... 17

2.4 - O Índio no Oeste Paranaense ............................................................................... 19

2.5 – Cultura.................................................................................................................. 21

2.6 – Religiosidade......................................................................................................... 28

3-UNIDADE II .............................................................................................................. 30

3.1 - Investigando a Imagem: A ocupação do território

paranaense..................................................................................................................... 31

3.2 - Analisando o filme: A Saga................................................................................... 33

3.3 - Investigando a Imagem: Paraná – imagens de uma

história de luta e trabalho............................................................................................. 35

4-UNIDADE III............................................................................................................. 36

4.1 - Doc. 1 – Cultura e Identidade: A Construção de

Memórias no Oeste do Paraná...................................................................................... 37

4.2 - Doc. 2 – Cultura e Identidade: A Construção de

Memórias no Oeste do Paraná...................................................................................... 38

SUMÁRIO

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4.3 - Doc. 3 – Região.................................................................................................... 39

4.4 - Doc. 4 – Região.................................................................................................... 39

4.5 - Doc. 5 – A Ideologia Etno-Cultural da Indústria

Madeireira Colonizadora Rio Paraná........................................................................ 40

5 – Encerramento........................................................................................................ 42

6 - Considerações Finais ............................................................................................. 43

7 – Referências ............................................................................................................ 44

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A opção deste trabalho - buscar conhecer as representações culturais do Oeste do Paraná

- se deu em função de perceber que algumas obras paranaenses, ao recontarem a história do

Estado, representaram cada região, utilizando-se de símbolos regionais.

Esses símbolos construíram, assim, um ideário de cultura paranaense, como percebido

no livro de Maria Auxiliadora Schmidt, intitulado Histórias do Cotidiano Paranaense, que

representou a região Oeste como sendo formada por missionários jesuíticos e povos indígenas,

pois utilizou como símbolos a igreja, a aldeia indígena e um barco de pescador, o que acabou por

construir um ideário cultural para aquela região.

Para analisar a Representação da Identidade Cultural do Oeste Paranaense e as

Tendências na Construção dessa Identidade, empregando como fonte as representações

imagéticas presentes em obras Paranaenses, filmes e materiais de divulgação das festas

populares, que abordam a História e a Cultura da Região, este trabalho terá ênfase, mais

especificamente, na contribuição da corrente historiográfica da Nova História Cultural, sendo

uma tendência mais contemporânea que propõe uma outra forma de interrogar a realidade e

procura ver as questões culturais sob o ponto de vista das representações simbólicas e tem em

Chartier um dos seus expoentes máximos.

Por meio das imagens e textos sobre a questão da “Representação Cultural da Região

Oeste do Paraná”, os alunos irão perceber a intenção do autor sobre esse tema, podendo compará-

lo com a realidade. Terão a oportunidade de analisar o período estudado e compreender as

mensagens descritas e mostradas nos livros. Poderão perceber que as imagens e os textos são

APRESENTAÇÃO

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representações culturais que mostram o modo de vida das pessoas em diferentes momentos e

lugares.

O uso da imagem como metodologia pedagógica apropriada dinamiza as aulas e facilita

a compreensão dos fatos históricos. Proporcionam uma outra forma de leitura da história, com

códigos e signos especiais, estimulando o interesse dos alunos pelos fatos históricos paranaenses

e mostrando que são sujeitos integrantes da história.

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Quem Constrói a História – tenta apresentar outra visão do fato histórico. A história da humanidade é escrita por várias mãos e “... um ponto de vista é visão de um ponto” podemos ver o fato histórico, objeto de estudo da História, de vários ângulos, e por que não ver do ponto de vista do homem simples, daquelas escolhas. Faz suas escolhas. Por que não ver do ponto de baixo?!?. (Jornal Diário de Pará de Minas, 2005)

Este Caderno Pedagógico está fundamentado nas Diretrizes Curriculares de História

para a Educação Básica (2008), que propuseram outro olhar para o estudo dessa disciplina,

valorizando os diferentes sujeitos históricos, em diferentes perspectivas a partir da utilização de

uma grande variedade de fontes, visando conhecer as ações humanas no tempo.

Essas novas possibilidades do estudo da História se deram em função das idéias

presentes nas correntes historiográficas da Nova Esquerda Inglesa, Nova História e Nova História

Cultural, as quais dialogam entre si e trazem grandes contribuições para a formação de um

pensamento histórico pautado em uma nova racionalidade histórica. Essa nova racionalidade se

pautou na quebra da linearidade como fim primeiro na busca do conhecimento histórico e

ampliou a noção de sujeito.

As relações culturais de uma sociedade permitem conhecê-la de forma ampliada, não se

fixando em apenas um aspecto, quer seja ele econômico, político, social ou cultural, pois estão

intrinsecamente relacionados. Essas práticas são aqui entendidas como sendo manifestações

culturais que partiram de um conjunto de valores e ideias, criando representações de uma

determinada sociedade. Segundo Chartier (1990, pág. 26), essas práticas e representações se

INTRODUÇÃO

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transformam em atos na medida em que os sujeitos históricos as reproduzem.

Para fixarem-se no meio social, utilizam-se de diferentes formas, sendo estas frutos de

vivências e experiências humanas como a música, o teatro, as imagens (fotografia, pintura,

desenho, dentre outros), criando representações de uma determinada sociedade ou um

determinado momento histórico e foram simbolicamente difundidos, perpetuando-se e

reconstruindo-se no tempo.

Pode-se, então, compreender as relações culturais de uma sociedade, sem abandonar o

rigor do conhecimento histórico, ao se considerar as diferentes práticas culturais dos sujeitos e ao

desenvolver uma consciência histórica.

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O objetivo central deste projeto é proporcionar parâmetros e temáticas para intervenção

pedagógica e fundamentar a pesquisa que propõe analisar e compreender a Representação da

Cultura local e a cultura comum, com a implementação de propostas metodológicas, aliadas às

tecnologias, na perspectiva de melhorar a qualidade do ensino de História do Paraná nas Escolas

Públicas do nosso Estado.

Os objetivos específico são:

Utilização das imagens como: linguagem apropriada; recurso didático e fonte

documental no ensino da História do Paraná, para compreender a representação no processo de

construção de um ideário cultural paranaense;

Provocar situações de aprendizagem nos diferentes níveis, da realidade Mundial ao

enfoque Regional, destacando aspectos econômicos, políticos, sociais e culturais, assim

despertando no aluno o interesse em resolver questões significativas para sua vida pessoal e

coletiva, já que é sujeito integrante da História;

Conciliar a utilização das imagens aos recursos tecnológicos disponíveis no Colégio, o

que desperta no aluno um comportamento participativo, criativo e interessado pela História do

Paraná e da região onde mora e desenvolve sua cultura;

Fazer levantamento, seleção e leitura de acervo bibliográfico disponível no Colégio, e,

assim, encaminhar os alunos para a iniciação à pesquisa e exploração do ambiente em que vivem

por meio dos diversos métodos de pesquisa e registro das atividades;

Confeccionar material didático-pedagógico em forma de álbum a partir de imagens

levantadas e selecionadas;

METODOLOGIA

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Levar os alunos a um processo ativo do conhecimento, apropriação e valorização de sua

herança histórica;

Estimular no espaço escolar a criação de um ambiente mais humano e criativo.

Para atingir os objetivos propostos adoto a metodologia de leitura da imagem de Erwin

Panofsky (1991, pág. 50), o qual, no seu livro Significado das artes visuais, propõe três passos,

que são: “tema primário” ou “natural”, constitui o mundo dos motivos artísticos e a identificação

de formas puras, que é factual ou expressional de gestos, poses e movimentos. “Temas

secundários” ou “convencionais”, constituindo o mundo das imagens, estórias e alegorias e que

faz da análise iconográfica um ato de interpretação. Encontra-se na relação existente entre o

objeto já identificado e o tema específico que ele representa. Significado “intrínseco”, ou

“conteúdo”, consiste na descoberta do mundo dos valores simbólicos. É a compreensão da

maneira pela qual, sob diferentes condições históricas, tendências da mente humana foram

expressas por temas específicos. Segundo Panofsky (1991, pág.50), todos os componentes da

imagem devem ser descritos e identificados com o maior cuidado para não cometer erros que

comprometam a real interpretação do seu significado.

Seguindo os passos de Rodriguez Dieguez (apud SANTOS, 2009, pág.06) que

desenvolveu um estudo sobre as funções didáticas da imagem definindo oito funções didáticas da

imagem dentro dos livros escolares:

Motivadora, responsável por cortar a monotonia de um texto escrito e despertar o interesse; Vicarial, que substitui a presença física de um objeto ou o uso de palavras; Catalisadora, que atua na reorganização do real; Informativa, que possui semelhança com a função vicarial, com exceção do fato de que a imagem nesse contexto ocupa papel central no discurso didático; Explicativa, serve para explicação gráfica de um processo ou seqüência de fatos; Facilitadora redundante, em que a interação texto-imagem se dá pela repetição exata do conteúdo textual através da imagem; Estética, que serve para equilibrar ou também quebrar a monotonia textual; Comprovadora, que atua na verificação de uma idéia ou processo.

Tendo como base norteadora o trabalho de Martins em: “Algumas idéias para uma

prática mais criativa nas aulas de Língua Portuguesa”, alguns procedimentos metodológicos serão

adotados para melhor desenvolvimento das atividades, tais como:

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A apresentação do professor e do

projeto

É fundamental que a apresentação seja

criativa, alegre e coerente.

Postura ao longo do ano

Manter o espírito aberto ao fluir da

criatividade. A criatividade deve ser

trabalhada.

Os 5 minutos antes da Ordem do

Dia

Por vezes, torna-se necessário acordar e

concretizar os "5 minutos antes da Ordem

do Dia". Momento de expressão das

emoções e tensões dos alunos. Ajuda a

estruturar a responsabilidade e a alicerçar a

cooperação para o resto da aula.

Método de Investigação –

Metacognição

Partir de situações problemas e realizar a

desconstrução, reconstrução e construção de

discursos. Idéias prévias e atividades de

metacognição. (ver o que aprendeu.).

Uso da imagem como metodologia

pedagógica apropriada

Na utilização das imagens como linguagem,

considerar as características da cultura,

refletindo sobre a educação da visualidade.

Uso de figuras e panfletos como

forma de dinamizar a expressão

imagética

O uso das figuras e panfletos não pretende

limitar o livre fluir das idéias dos alunos,

mas tão só espicaçá-los para os incontáveis

caminhos que podemos percorrer ao

escrever uma história.

Uso de suportes tecnológicos variados –

TV Multimídia; CD; Vídeo e imagens

variadas.

A imagem aparece na busca de

compreender como se escreve a história

através do conjunto de fenômenos que

constituem a cultura histórica de uma época.

Desenhos São normalmente bons incentivos

motivacionais para o aluno. A presença do

lápis de cor, da régua e da criatividade

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artística é, neste domínio, fundamental.

Uso da biblioteca

Estimula a convivência com ambiente

diferenciado e próprio para leituras e

estudos.

Grupos opostos: uma forma de

desenvolver o espírito crítico, a

capacidade de argumentação e a

expressão da oralidade.

Por vezes, na leitura de uma imagem ou

texto, deparamos com situações polêmicas,

em que as personagens tomam atitudes

contrárias.

Recolhas dos panfletos

(Presença permanente de dossiês na sala de

aula para guardar as recolhas que vão sendo

feitas pelos alunos e professor).

Promover a recolha de panfletos dos

acontecimentos regionais, enfatizando-se o

esforço e empenho dos alunos que fizeram a

recolha e, posteriormente, organizar e

divulgar em forma de álbum.

Uso do Laboratório de Informática e

Incentivo à pesquisa na internet

A Internet revolucionou o mundo. Não há

como deixar de reconhecer as mudanças

efetivadas pelo surgimento da rede mundial

de computadores e a entrada das

Tecnologias de Informação e Conhecimento

(TICs) na escola. O uso casado da Internet

com recursos básicos na sala de aula é

possível e necessário.

Confecção de álbum Incentiva e desenvolve a criatividade.

Entrega solene do álbum Estimula a participação e a sociabilidade.

Metodologia adequada para alcançar a

filosofia da escola

O Colégio deverá ser o local por excelência,

do aprendizado e da convivência.

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RELIGIOSIDADE

METACOGNIÇÃO

CULTURA

BIBLIOTECA

COLONIZAÇÃO

INDIO

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INVESTIGAÇÂO:

O que você gostaria de aprender sobre a nossa região?

Quais os lugares que você conhece no nosso Estado? Como conheceu?

O que você sabe sobre a Cultura da Região Oeste Paranaense?

O que é para você Identidade, Cultura, Região e Representação?

Como podemos aprender sobre a História (a partir de que fontes)?

(Recolher o texto desta narrativa histórica).

METACOGNIÇÃO

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LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO

Fazer um levantamento (em grupo) do acervo bibliográfico das obras

paranaenses na biblioteca do Colégio, para que estes materiais sejam de rápido e fácil acesso,

sendo utilizados nas aulas de História do Paraná como fontes de pesquisa e de análise,

desenvolvendo o hábito da pesquisa e leitura dos livros de autores locais, regionais e estaduais.

PESQUISA

Por meio da pesquisa na biblioteca ou na Internet, faça uma investigação

histórica sobre o que é:

Identidade:

Cultura:

Representação:

Símbolo:

Em círculo, na sala de aula, apresentar as investigações históricas referentes à pesquisa

para melhor compreensão e entendimento destes termos.

BIBLIOTECA

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Grande parte da colonização do oeste paranaense ocorreu nas décadas de quarenta e

cinquenta do século XX. Houve, neste período, dificuldades de importação de produtos

estrangeiros durante a 2ª guerra; aumento da urbanização; necessidade no aumento da produção e

fronteiras agrícolas; falência das empresas estrangeiras que atuavam na região oeste e excedentes

populacionais no sul do país. A situação mundial, com a crise pós-guerra estabelecia condições

favoráveis para a ocupação e a colonização.

Planejada pelo governo paranaense e efetivada por empresários da Região Sul do Brasil.

É o caso da Companhia Madeireira Rio Paraná Ltda – MARIPÁ -, que tinha uma política pautada

na etnia, na cultura e na religião, atraindo com propagandas, por meio de panfletos e notícias de

rádio migrantes oriundos do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, marcando o auge da

colonização entre 1950 e 1970.

A ocupação ocorreu de forma rápida, pelo regime de pequenas propriedades, onde as

terras eram divididas em glebas de 25 hectares aproximadamente, sendo que quase todas tinham

cursos d’água.

Chegavam diariamente entre 50 e 200 pessoas à região, constituindo núcleos

populacionais como Toledo e Marechal Cândido Rondon. Nesta época a região oeste paranaense

era uma região isolada e precária em transportes e comunicação, o que retardou sua integração ao

conjunto do Estado.

Quando os catarinenses e gaúchos chegaram à região oeste encontraram pioneiros

paraguaios, caboclos e indígenas, que foram fundamentais no trabalho braçal, como a derrubada

de árvores e carregamento de toras. Eles conheciam a região e sabiam como enfrentar problemas

COLONIZAÇÃO

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na mata densa e quente.

Os paraguaios, que não podiam ser considerados colonos, propriamente ditos, foram, sem dúvida alguma, o elemento humano mais valioso para o trabalho braçal, derrubada de matas, abertura de estradas (como a que ligava Toledo a Porto Britânia, sem máquinas, apenas com foices e machados), medições de lotes rurais e sujeitando-se aos trabalhos mais penosos, como a construção de jangadas nas águas do São Francisco. Extremamente trabalhadores e humildes, segregavam-se socialmente por si. A colonização de Toledo deve muito ao paraguaio. (SILVA, 1988, pág. 92)

O desbravamento dos pioneiros que vieram da região sul foi viabilizado em parte, com a

ajuda daqueles que já estavam aqui.

Luso-brasileiro era todo aquele que não pertencia diretamente às correntes de origem italiana, alemã e outras (...). Geralmente era brasileiro nato e o português nato ou naturalizado. Era o chamado “caboclo brasileiro” ou “pêlo-duro”, só admitido como fonte de trabalho braçal. “Por não dispor de qualquer condição para adquirir terras, o caboclo luso-brasileiro excluiu-se a si próprio do plano da MARIPÁ, a não ser que permanecesse como força de trabalho braçal”. (OBERG, 1960, pág. 92-93)

Apesar dos caboclos e paraguaios terem feito o trabalho braçal, restringiram-se a fase

inicial da ocupação e colonização, sendo excluidos na participação dos empreendimentos no

período mais efetivo e de maior desenvolvimento, por serem considerados “primitivos” e de

baixo poder aquisitivo, tornando-se dispensáveis aos dirigentes da colonizadora MARIPÁ.

O antropólogo Kalervo Oberg, em sua pesquisa sobre o cotidiano das colônias e dos

colonos no Oeste do Paraná, relata que: formar uma região povoada por pequenos produtores

familiares com experiência na vida rural , estrutura fundiária e tradições culturais, foram alguns

dos motivos que levaram a MARIPÁ a optar pelos migrantes do sul do Brasil.

RESPONDA

Que motivos influenciaram no aumento populacional paranaense entre 1950 e

1970? E qual a política adotada para a ocupação das terras do oeste paranaense?

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Inicialmente, a região oeste do Paraná era ocupada por povos indígenas, principalmente

da tribo dos guaranis, que praticavam uma agricultura às vezes itinerante e de subsistência.

À medida que a terra se esgotava para a plantação, os Guarani se mudavam para outros

lugares em busca de terras férteis para o sustento da comunidade, sendo, portanto, seminômades.

Com a chegada dos colonizadores, iniciou-se efetivamente a formação de vilas e

cidades, de maneira organizada e planejada, onde a grande preocupação era a posse da terra e a

produção agrícola diversificada, com comercialização dos produtos. Em função disso:

As tentativas de colonização desencadearam a perseguição, escravização e morte de muitos povos nativos. Outros, devido a essas perseguições, para garantir a sobrevivência, foram forçados a fugir para a Região dos Sete Povos das Missões no Rio Grande do Sul, para o Uruguai e Paraguai. Ou seja, os processos de ocupação e colonização do Oeste do Paraná, além de um rastro de destruição predatória do meio ambiente, também provocaram uma vaga de destruição sócio-cultural. (ORSO, 2009, pág. 02)

Atualmente, a grande maioria dos índios do Paraná vive em reservas, na situação de

índios integrados. Isso significa que eles estão vivendo integrados à economia regional, seja

como produtores agrícolas, assalariados eventuais ou bóias-frias. Mesmo assim, eles tentam,

ainda, preservar seus valores e sua cultura.

O INDIO NO OESTE PARANAENSE

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CONVERSAÇÃO E DESENHO

Discuta com seus colegas sobre o que mudou na forma de viver dos índios,

caboclos e paraguaios, com a chegada dos colonizadores. Em seguida, produza uma

história em quadrinhos sobre essa questão.(incluir no álbum).

A IMAGEM DO INDIO HOJE

“Depois de 400 anos de sobrevivência conflituosa com o “branco”, é impossível

manter a imagem de um índio nu, saindo da floresta. Hoje, o índio real é o índio transfigurado, vestido como qualquer trabalhador rural, algumas vezes falando a sua língua, outras vezes não, tentando aprender a nossa para entender a nossa sociedade que o ameaça. (...) a partir do momento em que o interior do país deixou de ser domínio dos índios e caboclos, lavradores e posseiros, para se transformar em fazendas, o espaço de sobrevivência para as nações indígenas foi sendo restringido e ameaçado. (...) algumas décadas atrás, a invasão de uma área indígena pelas frentes de colonização implicava o deslocamento dos sobreviventes para outro território. Hoje não há mais para onde correr, fugir. (...) Os índios foram ficando ilhados e inseguros em suas terras. Estão sendo obrigados a lutar por elas no espaço que lhes sobrou”.

Fonte: SCHMIDT, Maria Auxiliadora. Histórias do cotidiano paranaense. Curitiba: Letraviva,1996, pág.18.

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Culturalmente, a maneira de viver local na Região Oeste foi acrescida com os hábitos e

valores dos gaúchos e catarinenses.

A colonização ocorrida fez com que, de forma geral, o Oeste do Paraná tivesse uma certa identidade cultural e histórica, isto é, a população da região seria muito semelhante na origem e na cultura, nos seus interesses e nas suas perspectivas. (EMER, 1997 apud GREGORY, 2002, pág.102)

O oeste teve um surto rápido de desenvolvimento, uma vez que foi colonizado no

período de transição da agricultura tradicional para a agricultura moderna. A modernização da

agricultura (tecnologia) influiu significativamente no conjunto das relações sociais e na cultura

do oeste paranaense. Todas essas transformações afetaram a identidade cultural das pessoas na

região.

A Visão de mundo, a relação homem/natureza estabeleceu um compromisso de êxito, que imprimiu um ritmo de domínio total da natureza, desafiando as leis do equilíbrio natural e ambiental, numa prova do poder do homem diante da necessidade de gerar riquezas para atender obrigações contratuais e as necessidades produzidas pelo mercado consumidor. (SCHALLENBERGER, 1994 apud VANDERLINDE; GREGORY; DEITOS, 2007, pág. 147-148).

A modernização da agricultura fez com que seu crescimento dependesse muito de

investimentos de capital e menos da mão de obra familiar e da policultura de subsistência,

necessitando, portanto, de grandes extensões de terra (grandes propriedades).

CULTURA

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É Importante destacar que apesar das dificuldades encontradas (altos custos dos insumos

para produção, pouco crédito rural, produção em pequena escala, etc.) os pequenos proprietários

convivem com os latifundiários e procuram alternativas econômicas e sociais para tornarem

viável sua reprodução social. (HESPANHOL; COSTA, 2002)

Com as mudanças ocorridas no meio rural, na década de 70, tornou-se necessário um

novo modo de vida para os agricultores. Isso não ocorreu de maneira homogênea, mas sim

ocasionando várias formas de adaptação e reação.

Nasceu o cooperativismo e o associativismo: órgãos públicos e empreendimentos

privados foram instituídos para auxiliarem esta nova forma de vida.

Segundo Rolim (1995), no Paraná do Agrobusiness temos muitas contradições na

agricultura: vão dos chamados “agricultores modernos” aos excluídos do meio de modernização

tecnológica; da agricultura empresarial à agricultura familiar, como também aos marginalizados.

Em síntese, alguns espaços culturais da região oeste foram influenciados pela atuação da

Companhia MARIPÁ, quando organizou a colonização e a ocupação desta região, foram

forçados a modificações advindas da nova forma de agricultura, afetando a maneira de ser dos

colonos.

Atualmente, grande parte da história na região oeste paranaense está relacionada às

festividades, destacando as etnias, principalmente, a germânica e a italiana, as tradições gaúchas,

a gastronomia e a religiosidade, elementos estes, que podem ser abordados pela Nova História

Cultural.

A região oeste do Paraná é composta por 50 municípios agrupados em três

microrregiões, que têm como cidades pólo: Foz do Iguaçu, Cascavel e Toledo.

Os dirigentes municipais investem na divulgação do potencial de seus municípios, para

divulgarem eventos a fim de tornar a região conhecida e formar uma identidade local, atraindo

resultados econômicos, políticos e culturais. “A construção de identidades ocorre a partir de

vivências vividas”. (GREGORY, 2006, pág. 97).

As atividades turísticas são vistas como divulgadoras de um novo momento do

desenvolvimento local e regional, os pontos turísticos da região são os mais diversos, desde

maravilhas naturais a maravilhas da construção humana e as festas gastronômicas.

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Texto

Principais festas de Toledo ligadas à gastronomia.

O Município de Toledo conta com várias opções de Turismo e Lazer na gastronomia,

cultura, esporte e eventos de negócios. No Pólo Gastronômico - Toledo oferece uma variedade de

pratos a base de carne bovina, aves, peixes e hortifrutigranjeiros. Festa Nacional do Porco

no Rolete - Um dos grandes eventos gastronômicos do Estado, a festa é realizada há mais de 35

anos. Atualmente é reconhecida nacional e internacionalmente, em 1995 no carnaval carioca foi

incluída no samba-enredo da Escola de Samba Unidos da Ponte, o que se constituiu em um

reconhecimento da sua importância no cenário cultural e turístico. Festa do Peixe - É realizada

no Distrito de Concórdia do Oeste. O evento gastronômico foi criado a partir da difusão da

piscicultura. Festa do Leitão na Estufa - realizada no Distrito de Vila Nova, e tem na

suinocultura uma de suas mais importantes fontes de economia. Festa do Frango - É realizada

no Distrito de Dez de Maio, precursora de uma verdadeira mania toledana, a de realizar grandes

eventos populares nos seus distritos. Bruderfest - Festa típica alemã realizada em Dois Irmãos.

Ipirangafest - é uma festa popular da localidade de Vila Ipiranga, é realizada para incentivar as

atividades produtivas da comunidade, especialmente a avicultura e a suinocultura. Michel´s

Fest - Evento realizado no Distrito de São Miguel, oferecendo como prato principal o costelão

assado na estufa.Festa da Ovelha e Costelão a Fogo de Chão - realizada no distrito de São Luiz

do Oeste, data em que a comunidade comemora o dia do Colono e do Motorista. Festa do

Milho - realizada na localidade de Bom Princípio. A festa é realizada por Toledo ser um dos

maiores produtores de grãos do Brasil. Festa do Leitão à Sarandi - O leitão é preparado

inteiro, grelhado e temperado de modo a proporcionar um sabor muito peculiar. Festa do

Leitão à Paraguaia - realizada na comunidade de São Salvador. O leitão é assado sem

tempero, que somente minutos antes de ser servido é injetado.

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Texto

Marechal Cândido Rondon – Festas e Pontos Turísticos

Com sua arquitetura germânica, a cidade de Marechal Cândido Rondon homenageia as

pessoas que a construíram, na sua grande maioria descendentes de alemães, constituindo-se em

uma das várias atrações do município. Os trajes típicos e a gastronomia atraem turistas de todo

país para dois grandes eventos: 25 de julho, com a Festa Nacional do Boi Assado no Rolete e a

Oktoberfest, considerada a maior festa do Estado do Paraná.

Principais Pontos Turísticos: Cachoeira da Onça: A Cachoeira da Onça,

localizada no distrito de São Roque, a aproximadamente 30 km da sede, oferece uma ótima

estrutura para o visitante, área para camping, , trilhas e pista de skate. A atração principal é a

cachoeira, que possui quase 30 metros de altura e é um local para a apreciação da natureza, da

paisagem e onde também se pode praticar rapel. Centro de Eventos Werner Wanderer : O

Centro de Eventos Werner Wanderer foi concluído em 17 de outubro de 2003, para ser palco da

16ª Oktoberfest realizada no município, além receber todos os grandes eventos que são

realizados. Estátua Cândido Mariano da Silva Rondon: A Estátua foi feita em

homenagem ao patrono do município, o Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, indianista,

pacificador, desbravador e sertanista. Fica bem em frente a Prefeitura Municipal. Museu

Histórico José Gaertner: É responsável pela preservação da história do Município. O museu

tem em seu acervo, peças de grande valor que eram utilizadas no antigo Porto Mendes

Gonçalves, fundado pela Companhia Mate Laranjeira em 1915. Hoje as antigas instalações do

Porto Mendes Gonçalves estão encobertas pelo Lago Internacional de Itaipu; porém muitas

máquinas, elementos decorativos e utensílios estão preservados no Museu de Porto Mendes. O

museu com o acervo histórico do município fica no distrito de Porto Mendes. Portal do

Município: O Portal do município foi construído em estilo germânico, representando a

colonização, é um local para turistas e rondonenses visitarem e obterem informações sobre o

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município e festividades. Rafting no Rio Guaçu: Trajeto: 10 km , aproximadamente 2h

em água, passando em corredeiras, saltos, remansos e toda parte natural do rio Arroio Guaçu.

Nível de dificuldade: III. Idade mínima: 10 anos. Terminal Turístico de Porto Mendes:

Possui uma área de 128.640m², que oferece ao turista local para camping uma infra-estrutura

completa para a estada em Porto Mendes. É o local que sedia os eventos de pesca do município,

como a Prova Aberta de Pesca a Corvina realizada sempre em abril e o Torneio de Pesca

Esportiva ao Tucunaré que acontece em setembro. De dezembro a fevereiro a programação é

especial, voltada aos veranistas com o Verão Ecológico, com várias atividades de lazer,

recreação, entretenimento. O Barco– Kattamaram. A embarcação faz roteiros especiais pelo

Lago de Itaipu ..

Texto

Paraná - Pontos Turísticos - Foz do Iguaçu.

O Parque Nacional do Iguaçu: Em 1986 foi tombado pela UNESCO como sendo

Patrimônio Natural da Humanidade, o Parque Nacional do Iguaçu tem uma das maiores reservas

ecológicas da América do Sul. A grande atração do parque são as Cataratas do Iguaçu, que se

caracterizam como um conjunto de 275 quedas de água a uma altura de até 72 metros no Rio

Iguaçu. Hidrelétrica de Itaipu: a usina hidrelétrica de Itaipu é considerada a hidrelétrica de

maior potência instalada no mundo. Localizada no rio Paraná, a usina levou vários anos para ser

construída. Marco das Três Fronteiras: trata-se de um monumento pintado com as cores dos

três países Brasil, Argentina e Paraguai, simbolizando a soberania e os limites territoriais desses

países.

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A caracterização da exploração do turismo, da religiosidade e de festas tradicionais que

buscam as origens, notadamente, a italiana e germânica, são formas de firmar e manter práticas,

costumes, e ideias predominantes, construindo identidades culturais.

O Oeste Paranaense encontra-se, atualmente, ocupado por uma grande diversidade

étnica. Além dos alemães e italianos temos os poloneses, ucranianos, holandeses, japoneses,

sírio-libaneses e judeus. É uma verdadeira fusão racial e cultural. Povos que ajudaram a construir

a região de hoje, trouxeram na bagagem sua cultura, costumes e tradições.

Atualmente, em qualquer lugar do Brasil a que se vá, muitas pessoas conhecem a Região

Oeste do Paraná. Muitos criaram em seu imaginário, uma imagem da terra, dos costumes e das

festas da região.

Os emissores deste novo momento diluíram-se no tecido social, formando uma

complexa organização, que procurava estabelecer a sua lógica, construindo e emitindo a sua regionalidade, com suas memórias, identidades e referências. No entanto, a vida concreta não deixou de evidenciar as exclusões, as informalidades. A pobreza, a violência, o comércio clandestino, os diversos tipos de tráfegos, a subversão de Sete Quedas e vários outros fenômenos constituem-se na demonstração de contradições sociais, culturais, econômicas intrínsecas. (GREGORY, 2006, pág. 97).

O Oeste do Paraná também enfrenta as consequências dos grandes problemas

econômicos e sociais brasileiros. Encontramos em determinados lugares muita miséria e pobreza

que vêm desafiando os planejadores e políticos.

O progressivo crescimento das cidades da região oeste coloca uma série de desafios que

deverão ser enfrentados nas próximas décadas: saúde, educação, meio ambiente, segurança

pública, etc.

Especificamente as questões ligadas à qualidade de vida irão merecer uma atenção

especial das políticas dedicadas a enfrentá-las.

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PESQUISA

Quais são os desafios que deverão ser enfrentados com o progressivo

desenvolvimento da região oeste paranaense? Por quê?

Procurar em revistas, jornais e/ou Internet, imagens sobre a região oeste paranaense.

Coletar panfletos de divulgação de eventos, (festas, turismo e religião) para

analisar a representação cultural e confeccionar o álbum da História do oeste paranaense.

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Durante o processo colonizador do oeste paranaense, com um grande contingente de

católicos e protestantes (Luteranos, Batistas, Metodistas, Espiritulistas, etc.), a cultura da

religiosidade foi mantida e preservada.

A igreja, com seus discursos, foi se afirmando e dando sentido ao mundo religioso,

realizando um trabalho muito parecido com o da região sul.

A participação da Igreja junto aos colonizadores viabilizou a construção de um

imaginário religioso por meio do qual ela valorizou a presença dos colonos e estes criaram uma

relação de valorização das funções desempenhas pela Igreja.

A Igreja lançou mão de práticas e discursos que fortaleceram sua presença na região,

desenvolvendo uma estratégia para se tornar necessária junto aos colonizadores, para provê-los

na vida espiritual e, também, construiu a imagem do colonizador como um homem bom e

trabalhador.

Para os colonos não existia padre sem capela e nem capela sem a presença de um padre; as duas coisas eram impensáveis. O padre representava corporalmente a autoridade religiosa, a intermediação entre a fé terrena e o ‘reino dos céus’. Não era admissível para esses colonos que alguém pudesse viver sem passar pela ritualização expressa pela Igreja. A religião era indispensável para o prosseguimento de uma vida correta. Assim, para esses colonos, viver sem a presença de um padre e de uma capela tornava-se impensável. (COLODEL, 1988 apud DEITOS, 2004, pág. 05)

RELIGIOSIDADE

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A relação entre a igreja e os colonos se sedimentava como fator fundamental na conduta

da vida espiritual.

Por falta de outras instituições, a capela institucionalizou-se como um ponto de encontro

para comunidade, onde ocorriam as tomadas de decisões para estruturar a vida da comunidade e

realizar as comemorarações festivas. Enfim, um lugar onde os colonos se aproximavam

culturalmente.

RESPONDA

Qual a importância da religião no período da colonização?

Atualmente, como a religiosidade influencia na vida cultural das pessoas? (Pesquise junto

com seus pais, vizinhos e colegas).

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INVESTIGANDO IMAGENS

ANALISANDO FILME

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RESPONDA

O que vocês conseguem visualizar na imagem?

Que imagens simbolizam a Região Oeste?

Quais são as regiões que compõem o Estado Paranaense? E que imagens as representam?

Investigando a Imagem

Imagem e Texto: A ocupação do território paranaense, do livro

Histórias do cotidiano paranaense de Maria Auxiliadora Schmidt. 1996.

pág. 8 e 9.

IMAGENS

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Como está representado o Litoral (mar)?

A que período da História Paranaense a autora se remete com estas representações

imagéticas?

A imagem como representação simbólica do Estado do Paraná nos ajuda a identificar a

continuidade, as transformações e rupturas da sociedade paranaense da atualidade? Por quê?

O texto na imagem relata a História do Paraná de maneira cronológica e harmoniosa entre

as múltiplas raças e culturas, dando a idéia de riqueza, prosperidade e ordem nas diversas

atividades. Será que realmente a ocupação do Paraná foi assim? Pesquise e apresente textos

ou imagens que mostrem outra versão da ocupação paranaense.

Que símbolos você usaria para representar a cultura na região Oeste do Paraná atual?

(Desenhar e criar um título para o trabalho. Incluir no álbum).

.

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FICHA DE ANÁLISE DO FILME Titulo A Saga - Da Terra Vermelha Brotou o Sangue

Direção Jorge Luiz Guirado

Produtora Jussara Cabral e Criss Machado

Duração (hh: mm): 02h15min

Ano e local de Publicação 2007. Cascavel – PR

Locais retratados

Temas retratados

Pessoas retratadas

Objetos retratados

Atributos dos personagens

Atributo das paisagens

Períodos retratados

Analisando o Filme

“A Saga”: Filme que conta a história da Colonização do Oeste

Paranaense, fazendo uma investigação sobre o real e o imaginário da

história. Analisar a história a partir de imagens assistidas, não

esquecendo que “as imagens não são o real, mas a representações dele”.

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REDIGIR TEXTO

Depois de assistir ao filme “A Saga”, redigir um texto, contemplando os pontos

relevantes da colonização: (do ponto de vista dos que já habitavam esta região e dos

desbravadores). Dividir a turma em 2 (dois) grupos. Cada grupo defenderá um ponto de

vista.

Grupo 1: Grupo dos que já habitavam a região (índios, caboclos e paraguaios).

Grupo 2: Grupo dos desbravadores/colonizadores.

.

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RESPONDA

O que esta imagem pretende representar sobre o Estado do Paraná e seu povo?

Analisando a imagem, como podemos compreender as transformações culturais que

acontecem em nosso Estado?

Qual o significado desta frase na imagem? “Paraná: imagens de uma história de luta e

trabalho”.

Quem luta e trabalha no Paraná?

Por que a História Paranaense é marcada por lutas, e que tipos de lutas são essas?

Investigando a Imagem

Imagem e Texto: Paraná: imagens de uma história de luta e

trabalho do livro Histórias do cotidiano paranaense de Maria

Auxiliadora Schmidt – 1996. pág. 119.

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DOCUMENTOS

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Documento 1

Cultura e Identidade: A Construção de Memórias no Oeste do

Paraná.

Valdir Gregory

Valério Lambaré, comentam Ondy Helio Niederauer e Venilda Saatkmp, é um

personagem que faz parte da história do Porto Britânia. “Quando os ingleses se retiraram de Porto Britânia, deixaram no local uma dezena de cabeças de gado e algumas ovelhas, recomendando a Lambaré que cuidasse de tudo até volterem. Quase dez anos após, quando a Maripá iniciou seus trabalhos de colonização, lá estava no Porto Britânia, o velho Lambaré pastoreando uma tropa com cerca de cinquenta cabeças de gado e pequeno rebanho de ovelhas, alegre e contente com ‘la vuelta Del Patron’. Este personagem faleceu em 14/09/1969, na cidade de Toledo, aos 74 anos. Venilda Saatkamp informa que ele permaneceu, até seu falecimento, na casa de Alberto e Olinda Locatelli. A construção da personalidade e das atitudes deste personagem é um aspecto interessante da memória da região. Ao que parece trata-se de um caboclo. Já foi escrito que era paraguaio, fiel aos compromissos assumidos. Era prestativo naquilo que se combinara com ele. Certamente, outros homens e, também, mulheres fizeram parte do cotidiano desta época neste local. No entanto, não foram contemplados com lembranças e registros, nem com a devida divulgação que permitiria incluí-los nesta história. Documentos que registram histórias destes grupos sociais podem e devem ser buscados e trabalhados pela pesquisa para construir uma história mais plural. SCHALLENBERGER, Erneldo (org.). Cultura e Memória Social: Territórios em Construção. Cascavel: Coluna do Saber, 2006, pág. 91-93.

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Documento 2

Cultura e Identidade: A Construção de Memórias no Oeste do Paraná.

“Tropelito foi outro remanescente de paraguaio que habitavam a região oeste do Paraná”. Foi contratado pela Colonizadora Maripá. Numa época em que as condições eram precárias, os paraguaios roçavam o mato a facão e depois derrubavam as árvores a machado. Muitas horas eram gastas, às vezes, para derrubar uma única árvore. Segundo informações de Afonso Foryta, moravam 17 famílias de paraguaios onde hoje é a Sanga Mineira no município de Mercedes. De acordo com Remo Mário Lorenzoni, a Maripá utilizou-se dos serviços dos paraguaios, principalmente para a extração de cedro, madeira que era vendida e transportada para a Argentina em forma de balsas que eram preparadas no Rio Paraná...

...Quando a frente pioneira começou a chegar do sul do Brasil ao lugar que se chamaria Mercedes, havia diversas pessoas como Tropelito vivendo e trabalhando na região. A empresa que colonizaria o “novo” espaço de vida contaria com o trabalho braçal dos paraguaios. Os primeiros moradores que vieram do sul chegaram a conhecer Tropelito, como também outros paraguaios...

...A utilização da mão-de-obra desta população foi fundamental nas décadas de 1940 a 60, pois eram, segundo relatos dos primeiros moradores e funcionários da MARIPÁ no Porto Britânia, pessoas com muito mais habilidade e resistência física no trabalho de derrubada de árvores, na montagem de jangadas de toras e no carregamento de madeira serrada nas embarcações. Sabiam como enfrentar a mata densa e agüentar o calor intenso e úmido nas barrancas do rio Paraná ou em meio à floresta. “Foi com os trabalhadores paraguaios e indígenas que muitos gaúchos e catarinenses tiveram que conviver e suportar carrapatos, borrachudos, mosquitos pólvora e cobras...” A História de Tropelito serve para mostrar à atual geração e às futuras que a aventura dos pioneiros que vieram do sul foi viabilizada, em parte, por pioneiros que já moravam na região quando os catarinenses e gaúchos chegaram ao local. Esse tipo de personagem, não raras vezes, é esquecido quando se conta dos tempos pioneiros no Oeste do Paraná. SCHALLENBERGER, Erneldo (org.). Cultura e Memória Social: Territórios em Construção. Cascavel: Coluna do Saber, 2006, pág. 91-93. A historia de Tropelito é de autoria de Valdir Gregory, Tarcísio Vanderlinde e Antônio Myskiw.

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Documento 3

Documento 4

VAMOS REFLETIR E RESPONDER

Qual a relação existente entre os textos do documento 1 e 2 e o texto de abertura na

apresentação intitulado “Quem Constrói a História”?

Vamos refletir sobre os documentos 3 e 4 e explicar a definição de “Região”. Cite

exemplos.

Região

É uma construção intelectual cujas interações com a realidade mais ampla e com a totalidade evidenciam a precariedade de suas delimitações. Não há limites geográficos rígidos para o fenômeno regional. O meu objeto regional pode ter a sua amplitude no Arroio Fundo ou no Prata ou na Metrópole Paulistana. Pode não se referir a determinado espaço físico. O que faz o regional ser são as relações, interações e não a delimitação de espaços. O regional e o espaço interagem, mas não se determinam”. (GREGORY, 1998, pág. 36)

Região

Pode ser qualquer área geográfica que forme uma unidade distinta em virtude de determinadas

características. Em termos gerais, costumam, mas não necessariamente, ser menores que um

país. Região. Disponível em:< http://pt.wikipedia.org/wiki/Regi%C3%A3o >. Acesso em 16 out. 2009.

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Documento 5

A Ideologia Etno-Cultural da Indústria Madeireira Colonizadora Rio Paraná S.A.

A Maripá é considerada a mais importante imobiliária do oeste paranaense. O controle acionista da imobiliária desde o início ficou dividido em dois grupos. O grupo Dalcanale – Ruaro, que descobriu e realizou o negócio da Fazenda Britânia, ficou com 33% das ações. Este era o grupo formado pelos acionistas de origem italiana. Com 66% das ações ficou o chamado grupo alemão. Ambos os grupos eram oriundos totalmente do Rio Grande do Sul. Em conseqüência uma das características mais marcantes da colonização promovida pela Maripá, foi a dicotomia: italiano-alemão e católico-protestante.

Nos primeiros anos da Maripá, predominou a orientação imprimida por Ruaro: os colonos que chegavam eram em maior parte gaúchos e de origem italiana. Mas, com a ascensão à chefia da Maripá do chamado “grupo alemão”, houve mudança substancial na política de recrutamento. Por isso, a cidade de Toledo ficou uma mistura de italianos e alemães, enquanto Marechal Cândido Rondon tornou-se um reduto de colonos de origem alemã.

Essa política etno-cultural-religiosa aplicada pela Maripá foi arquitetada por Willy Barth. Ele alterou a política inicial seguida por Ruaro e que se refletiu na composição étnica e religiosa apresentada até hoje por Toledo. A nova política não misturava no mesmo local descendentes de italianos e alemães, católicos e protestantes. As comunidades deveriam aglutinar pessoas da mesma origem étnica e religiosa. Elas deveriam conviver pacificamente, com respeito mútuo, porém viver isoladamente.

Willy Bath elegeu o núcleo de Marechal Cândido Rondon para rivalizar e concorrer com Toledo. Rondon deveria tornar-se um núcleo de origem alemã, com características da religião luterana. Indiscutivelmente era uma visão etnocêntrica, transplantada para a sociedade do oeste paranaense.

WACHOWICZ, Ruy Christovam. História do Paraná. Curitiba: Imprensa Oficial do Paraná, 2001.

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RESPONDA

Quais são as fronteiras culturais que representam as culturas: germânica e

italiana?

Que tipo de ideário cultural do oeste paranaense o documento “5” procura demonstrar?

Para você, o que é sentir-se paranaense? Justifique.

METACOGNIÇÃO

O que você aprendeu sobre a Cultura da Região Oeste Paranaense que se

relaciona com a compreensão do nosso presente, e com a compreensão dos nossos

projetos de futuro? fazer uma análise com a pergunta inicial, “o que sabiam?” (incluir as narrativas no álbum).

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EVENTO SOLENE

Como atividade de encerramento do projeto Região Oeste Paranaense – Por uma

História de sua Cultura, será realizado um Evento Solene nas dependências do Colégio.

O acontecimento consistirá numa apresentação feita pelos alunos detalhando a

elaboração e desenvolvimento do mesmo, seguido pela entrega do projeto em forma de álbum,

para o acervo da biblioteca do Colégio.

Neste evento contaremos com a presença de toda a comunidade escolar, bem como

convidados do NRE – Toledo e professores da Unioeste, campus de Marechal Cândido Rondon.

ENCERRAMENTO

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A realização deste Caderno Pedagógico é fruto do roteiro de pesquisas, leituras e

reflexões, desenvolvidas com o apoio do professor orientador, do NRE-Toledo, na pessoa da

técnica disciplinar de História, professora Adriane Mallmann Eede, e professores cursistas do

GTR (Grupo de Trabalho em Rede) inscritos no curso “Região Oeste Paranaense – Por uma

História de sua Cultua”.

O trabalho com ênfase no viés Cultural da História Regional e Local procurou

aproximar o educando de sua realidade histórica e, simultaneamente, dar auxílio e suporte para

que tenha condições de fazer uma análise e interpretação crítica das imagens.

Considerando que as imagens fazem parte do nosso dia a dia e que se encontram

presentes nos livros didáticos, que ainda são os materiais mais utilizados na sala de aula, o uso

das mesmas como metodologia pedagógica apropriada proporciona outra forma de leitura da

história, com códigos e signos especiais, procurando, de diversas maneiras, dinamizar as aulas e

facilitar a compreensão dos fatos históricos.

A proposta de usar imagens para a compreensão e o aprendizado em sala de aula está

lançada, disponibilizando novas pontes entre e as relações “professor x aluno” e “ensino x

aprendizagem”.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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Luciana Emilia Rohde

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BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Difel, 1989.

BURKE, Peter. Abertura: a nova história, seu passado e seu futuro. In: BURKE, Peter

(org.). A Escrita da história: novas perspectivas. São Paulo: Editora da Universidade

Estadual Paulista, 1992.

CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. Rio de

Janeiro: Bertrand Brasil, 1990.

DEITOS, Nilceu Jacob. A Igreja Católica e os colonos no Oeste do Paraná: A

Nomização de um Espaço de Fronteiras. 2004. 250f. Tese (Doutorado em História) –

Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul,

Porto Alegre, 2004.

GREGORY, Valdir. Os eurobrasileiros e o espaço colonial: migrações no oeste do

Paraná (1940-1970). Cascavel: EDUNIOESTE, 2002.

________________. História: refexões metodológicas. In: LOPES, Marcos Antonio;

GREGORY, Valdir (orgs.). O Ensino e a Pesquisa em História na Unioeste: realizações

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REFERÊNCIAS

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