da escola pÚblica paranaense 2009 · - relacionar o vírus ao aedes aegypti, tratando da...
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ – UENP
CAMPUS DE JACAREZINHO - PARANÁ
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
PROFESSORA PDE: Lindinéia Ribas Santos
PROFESSOR ORIENTADOR: Ms. Mateus Luiz Biancon
UNIDADE DIDÁTICA
A IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO ENTRE
EXPERIMENTAÇÃO E TEORIA NO ENSINO DE BIOLOGIA
JACAREZINHO, PARANÁ
2010
LINDINÉIA RIBAS SANTOS
Material didático apresentado à Secretaria de Estado da Educação – SEED, como requisito de participação no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE na
área de Biologia, com o tema A IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO ENTRE EXPERIMENTAÇÃO E TEORIA NO ENSINO DE BIOLOGIA, sob a orientação do Profº Ms.
Mateus Luiz Biancon – Universidade Estadual do Norte Pioneiro – UENP – Campus Jacarezinho – Paraná.
JACAREZINHO – PARANÁ
2010
SUMÁRIO
1. IDENTIFICAÇÃO ...............................................................................................................03
2. TEMA ...................................................................................................................................03
3. TÍTULO................................................................................................................................03
4. RESUMO ............................................................................................................................04
5. OBJETIVO GERAL ...........................................................................................................05
6. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...........................................................................................05
7. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.......................................................................................06
8. ESTRATÉGIAS DE AÇÃO ...............................................................................................08
9. SUGESTÕES DE ATIVIDADES .....................................................................................09
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................................15
11. REFERÊNCIAS ...............................................................................................................16
IDENTIFICAÇÃO
Professor PDE: Lindinéia Ribas Santos
Professor Orientador: Profº Ms. Mateus Luiz Biancon
Área: Biologia
NRE: Cornélio Procópio
IES: UENP Campus:Jacarezinho
Colégio de implementação:Colégio Estadual “Padre Jerônimo Onuma” – São
Sebastião da Amoreira
Público alvo: 2ª série – Ensino Médio
Tema: A importância da relação entre experimentação e teoria no ensino de
Biologia.
Título: Dengue: para prevenir é preciso eliminar.
Conteúdo Estruturante: Biodiversidade
TEMA: A importância da relação entre experimentação e
teoria no ensino de Biologia.
TÍTULO: DENGUE: para prevenir é preciso eliminar.
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RESUMO
A dengue é considerada uma doença epidêmica no país há muito tempo. O
mosquito é atraído pelas altas temperaturas e umidade, por isso, sua infestação é
mais intensa no verão. Para evitar esta situação é preciso desenvolver medidas
permanentes para o controle do mosquito, durante todo o ano, a partir de ações
preventivas que objetivem a eliminação de focos do vetor.
No entanto, há pouca divulgação das medidas profiláticas, que deveriam ser
tomadas no período anterior às chuvas, quando ocorre a eclosão dos ovos dos
mosquitos.
Segundo a Fiocruz este transmissor já foi erradicado do Brasil em 1955, no
entanto, não cobriu toda a totalidade do continente americano, havendo assim uma
inevitável dispersão passiva desse vetor através de deslocamentos humanos
marítimos ou terrestres. A reintrodução no país ocorreu no final da década de 1960,
após o relaxamento das medidas de controle devido à erradicação do mosquito.
Infelizmente, hoje ele é encontrado em todos os estados brasileiros.
Essas informações são essenciais para controlar a presença do mosquito e
ensinar a população a enfrentar o inseto. A nossa proposta é trabalhar com as
dúvidas dos alunos, formando pessoas conscientes para a disseminação dessas
informações para a comunidade.
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OBJETIVO GERAL
- Buscar todo conhecimento sobre o Aedes aegypti vetor que é causador da
dengue, auxi liando alunos, professores e comunidade em geral, na discussão,
reflexão e conscientização das causas e consequências desta doença.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Reconhecer que a dengue é uma doença que pode ser evitada;
- Compreender que a automedicação deve ser evitada;
- Mudar hábitos em relação ao destino e acúmulo de lixo;
- Responsabilizar-se em multiplicar seu conhecimento na comunidade;
- Relacionar o vírus ao Aedes Aegypti, tratando da contaminação e dos
sintomas da doença.
- Analisar as condições ambientais que contribuem para disseminação da
doença.
- Construir uma armadilha para captura do mosquito transmissor, de maneira
a interromper o ciclo reprodutivo.
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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná
(DCE) “a escola pública brasileira, nas últimas décadas, passou a atender um
número cada vez maior de estudantes oriundos das classes populares. Ao assumir
essa função, que historicamente justifica a existência da escola pública, intensificou-
se a necessidade de discussões contínuas sobre o papel do ensino básico no
projeto de sociedade que se quer para o país”. Assim, sendo este currículo deve
oferecer ao estudante, a formação necessária para o enfrentamento com vistas à
transformação da realidade social, econômica e política de seu tempo e deve manter
um espaço de confronto e diálogo entre os conhecimentos sistematizados e os
conhecimentos do cotidiano popular.
O Conselho Federal de Educação em um dos seus pareceres (2.264/74) diz
que os Programas de Saúde devem desenvolver-se visando a auto-capacitação dos
indivíduos e dos grupos para lidarem com problemas fundamentais da vida cotidiana
relacionada à saúde para a melhoria do nível de bem-estar físico, mental e social de
todos.
A identificação dos casos de dengue e suas formas de contaminação são de
vital importância para a tomada de decisões e implementação de medidas de
maneira oportuna, visando principalmente evitar óbitos, pois se trata de uma doença
dinâmica e o paciente pode evoluir de um estágio a outro rapidamente. Devemos
lutar contra o vetor com ações necessárias para o controle dessa doença, para a
proteção e promoção da saúde. (Ministério da Saúde, 2007)
O mosquito Aedes Aegypti é originário do Egito, mas se espalhou pelo
mundo pela África: primeiro da costa leste do continente para as Américas, depois
da costa oeste para a Ásia. O vetor foi descrito cientificamente pela primeira vez em
1762, quando foi denominado Culex aegypti. A teoria mais aceita indica que o Aedes
aegypti tenha se disseminado da África para o continente americano por
embarcações que aportaram no Brasil para o tráfico de escravos. Há registro da
ocorrência da doença em Curitiba no final do século XIX e em Niterói no início do
século XX. É uma doença infecciosa causada por um arbovírus (vírus da família da
febre amarela) que só pode ser transmitido ao homem por um vetor (transmissor) um
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artrópode hematófago, onde não há transmissão homem-homem, sem a ação do
vetor, que pode causar enfermidade grave e mortal. (Fiocruz, 2010)
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ESTRATÉGIAS DE AÇÃO
Nosso objetivo maior é esclarecer aos alunos as alternativas para acabar
com os focos da dengue através do combate às larvas e ao adulto, interrompendo o
seu ciclo de reprodução. Esta doença está diretamente ligada à concentração do
mosquito, ou seja, quanto mais desses insetos, mais ela se fará presente.
A partir de então, decidimos iniciar os trabalhos com os alunos de minha
escola de atuação, para unirmos esforços e desenvolver algumas atividades de
combate ao Aedes Aegypti, porque a prevenção é a única arma contra a doença.
Partindo desse pressuposto, propusemos que no início, os professores
envolvidos orientem os alunos em sala de aula sobre as medidas para controlar ou
acabar com a dengue. Sendo que a melhor forma de se evitar a dengue é combater
os focos de acúmulo de água, locais propícios para a criação do mosquito
transmissor da doença. Para isso, é importante não acumular água em latas,
embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de
plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d´água, tambores, latões, cisternas, sacos
plásticos e lixeiras, entre outros.
A segunda etapa são as atividades já determinadas tais como confecção da
mosquitoteca, vídeo educativo, fabricação de um repelente caseiro e distribuição de
cartazes na comunidade.
As atividades que serão realizadas foram desenvolvidas para evitar a
disseminação da dengue informando aos alunos e à comunidade sobre esta doença,
bem como as medidas adequadas para combatê-la.
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SUGESTÕES DE ATIVIDADES
1. Vídeo – O mundo macro e micro do mosquito Aedes Aegypti
Vídeo desenvolvido pelo Fiocruz onde mostra o mundo macro e micro do
mosquito transmissor da dengue. São imagens que revelam a intimidade e a vida do
Aedes aegypti.
Esta atividade tem objetivo:
- Mostrar que é a fêmea do mosquito que transmite a doença;
- Identificar possíveis locais de focos;
- Verificar que o mosquito tem comportamento estritamente urbano;
- Reconhecer que o transmissor da dengue é o Aedes Aegypti;
- Mostrar o desenvolvimento do mosquito desde a larva até a forma adulta.
Após assistir ao filme os alunos farão um debate sobre o assunto, para verificar o
quanto eles conhecem sobre o mesmo. E assim dar continuidade aos trabalhos.
2. Produção de Mosquitoeira
A mosquitoeira foi inventada pelo professor Maulori Cabral, da Universidade
Federal do Rio de Janeiro, em parceria com biólogos da Fiocruz, que já foi testada e
comprovada sua eficácia em alguns municípios onde houve epidemia de casos de
dengue.
Material:
- garrafa pet;
- micro tule;
- tesoura;
- lixa;
- sementes de alpiste, de arroz, ou ração para gato;
- água;
- lanterna.
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1. Pegue uma garrafa pet de 2 litros (ou de um litro e meio).
2. Corte a parte superior para fazer uma espécie de funil:
3. Corte cerca de 10 cm da garrafa, mais ou menos no meio dela,
preservando a parte inferior:
4. Lixe a parte interna do pedaço superior da garrafa, onde se localiza o
bocal ou abertura. Pode ser uti lizada uma lixa para madeira, granulação 60, 100 ou
120. O objetivo é deixar a superfície interna bem áspera, em toda a sua extensão:
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5. Utilizando como "anel" uma parte da tampa da garrafa, feche o bocal com
um pedaço de micro tule dobrado. Atenção: o tule comum, uti lizado em véus de
noiva, não serve, pois os buracos da trama são muito largos:
6. Amasse cinco grãos de arroz, alpiste ou ração para gatos e coloque-os
dentro da parte inferior da garrafa.
7. Una e sele as duas partes, conforme a figura, usando fita isolante:
8. Está pronta a armadilha para a fêmea do mosquito transmissor da
dengue:
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9. Coloque água limpa, deixando um espaço de 3 cm entre a água e o bocal.
Complete a água à medida que ela evaporar.
10. Coloque a armadilha no quintal ou onde ficam os mosquitos. É
necessário ser um local sombreado, pois as fêmeas do mosquito não gostam de sol.
11. Para colocar os seus ovos, a fêmea do mosquito verifica onde está
havendo evaporação de água.
12. Por que é necessário lixar o "funil"?
- A superfície fica corrugada e, assim, a água sobe por capilaridade,
aumentando a taxa de evaporação e atraindo mais facilmente a fêmea do mosquito
Aedes Aegypti.
13. Por que é necessário colocar os grãos de arroz ou alpiste amassados?
- A fêmea só põe ovos onde ela identifica que a água possui alimento para
as larvas.
14. Os ovos descerão pelos buracos da tela e ficarão na parte inferior do
recipiente. A tela não permite que as larvas passem para a parte superior do
recipiente. Se a tela estiver rasgada ou se os buracos da trama forem largos demais,
ao invés de uma armadilha estaremos fazendo um criadouro para o mosquito.
15. A parte inferior da armadilha deve ser esvaziada periodicamente. As
larvas podem ser mortas com cloro.
Sugestões:
A fim de completar o processo educativo, seria interessante que os alunos
confeccionassem um folder, com informações sobre a dengue, para ser distribuído
na comunidade. Ao mesmo tempo, as armadilhas poderiam ser distribuídas nos
locais em que há casos comprovados de dengue.
Esta sugestão tem por objetivo:
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- Repassar informações e ilustrações importantes à comunidade;
- Interromper o ciclo reprodutivo do mosquito;
- Diminuir as larvas e os ovos, pois estes também são contaminados com o
vírus;
- Permitir que os alunos passem a informar e ajudar a comunidade.
- Mostrar que as larvas sofrem de fotofobia, ou seja, sensibilidade à luz, e
fogem, por exemplo, de uma lanterna acesa,
3. Repelente
Como se faz:
-1/2 litro de álcool;
-1 pacote de cravo da Índia (10 gramas);
-1 vidro de óleo corporal (100 ml)
a) Deixe o cravo curtindo no álcool por 4 dias agitando, cedo e à tarde;
depois coloque o óleo corporal (pode ser de bebê, de amêndoas, de camomila, de
erva-doce, de aloe vera, óleo Johnson, etc.).
b) Passe só uma gota no braço e pernas e o mosquito foge do cômodo onde
você estiver!
O repelente evita que o mosquito sugue o sangue e, assim, ele não
consegue maturar seus os ovos e vai diminuindo a proliferação dos mesmos na
região.
A comunidade toda tem de usar, como num mutirão. Se fizer isso
organizadamente, desaparecem todos os mosquitos por inanição! Não forneça
sangue para o Aedes Aegypti, que é o mosquito comum que transmite a Dengue.
O uso do repelente tem por objetivo:
- Evitar que o mosquito sugue o sangue;
- Repelir o mosquito;
- Diminuir a proliferação do mosquito.
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4. Cartaz da Dengue
Propor aos alunos a confecção de cartazes com as medidas de prevenção
da dengue e distribuí-los na comunidade, que servirá para que a população conheça
as formas de combater o mosquito.
Tem por objetivo:
- Saber as medidas para evitar a disseminação do mosquito ;
-Entender que o mosquito precisa de água parada e limpa para se
reproduzir;
-Ver que com medidas preventivas é possível impedir a proliferação do
mosquito;
-Ajudar a repassar informações para a comunidade.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta proposta pretendemos fazer um trabalho de conscientização da
população, bem como indicar meios para acabarmos de vez com este mal que tem
afligido todos os brasileiros. Muitas vidas já foram ceifadas por conta deste mal, não
podemos nos alienar diante de uma situação tão grave e, que com organização, boa
vontade e união temos como erradicar de vez de nosso meio.
Hoje são muitos casos de dengue comprovados por falta de informação.
Neste sentido é que vimos a necessidade de desenvolver este trabalho com os
alunos, para que assim, através dos mesmos possamos atingir o maior número de
pessoas que pudermos. Temos certeza que alcançaremos êxito, pois as pessoas
bem informadas e conscientes tomam as devidas providências para ajudar no
combate a este mosquito que tanto aflige a população até, por fim combatê-lo e
eliminá-lo de vez de nosso meio.
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REFERÊNCIAS
KRASILCHIK, M. Prática de ensino de biologia. São Paulo: Editora da
Universidade de São Paulo, 2004.
Ministério da Saúde. Dengue: diagnóstico e manejo clínico – Adulto e Criança /
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Diretoria Técnica de
Gestão. – 3. Ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2007.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino Médio. Reestruturação do Ensino de 2º grau. Proposta de conteúdos do ensino de 2º
grau - Biologia. Curitiba, 1993.
______. Secretaria de Educação do Paraná. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Biologia, 2008.
REFERÊNCIA ON-LINE
FIOCRUZ. Agência Fiocruz de Notícia. Especial Dengue. Disponível em:
http://www.fiocruz.br/ccs/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=339&sid=12. Acesso em 26 mar. 2010
http://jacksonangelo.blogspot.com/2008/04/mosquitoeira-para-combate-epidemia-de.html
http://www.soniahirsch.com/2010/03/dengue-repelente-caseiro-de-cravo-da.html