dedico aos meus filhos essa conquista, com eles e por eles...
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO CLARO unesp
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENTOMOLOGIA URBANA: TEORIA E PRÁTICA
ALUNOS DO ENSINO MÉDIO COMO AGENTES MULTIPLICADORES DE PREVENÇÃO A DENGUE
LUIZ CARLOS A. DOS REIS
Monografia apresentada ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Entomologia Urbana .
07/2013
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENTOMOLOGIA URBANA: TEORIA E PRÁTICA
ALUNOS DO ENSINO MÉDIO COMO AGENTES MULTIPLICADORES DE PREVENÇÃO A DENGUE
LUIZ CARLOS A. DOS REIS
DR. DELSIO NATAL
Monografia apresentada ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Entomologia Urbana .
07/2013
Dedico aos meus filhos essa conquista,
com eles e por eles, sempre!
AGRADECIMENTOS
Ao Dr. Delsio Natal pela orientação e apoio em todos os momentos.
A dona Sandra Habib pela permissão e compreensão durante a realização deste
trabalho.
A direção do Centro Educacional Instituto SHC em acreditar no projeto.
A professora D’jullie Ribeiro Tomé pela cooperação e dedicação.
Aos alunos do 1º ano do ensino médio, turma de 2012, pela valiosa colaboração.
Aos funcionários, professores, coordenadores do Instituto SHC pelo apoio
incondicional.
Aos funcionários da residência SH / Trancoso pela colaboração e apoio logístico.
A todos os professores e palestrantes do curso de especialização em entomologia
urbana pela dedicação, capacitação e empenho.
Aos funcionários do Instituto Biológico de São Paulo pela paciência e o providencial
cafezinho dos intervalos.
Aos grandes e inesquecíveis amigos da T6, pelos momentos marcantes, antes,
durante e após as aulas.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................... 7
Resumo ....................................................................................................................... 9
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10
2 REVISÃO ............................................................................................................... 12
2.1 Origem do mosquito Aedes aegypti ................................................................. 12
2.2 Principais características do mosquito Aedes Aegypti ..................................... 12
2.3 Ciclo evolutivo do mosquito ............................................................................. 13
2.4 Duas fases ....................................................................................................... 13
2.5 Principais criadouros ........................................................................................ 15
2.6.1 Transmissão .............................................................................................. 16
2.6.2 Tratamento ................................................................................................ 17
3 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 18
4 OBJETIVOS ........................................................................................................... 19
5 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 20
5.1 Região do experimento .................................................................................... 20
5.2 Problemas sociais ............................................................................................ 20
5.3 Dengue na região ............................................................................................. 20
5.4 Localização geográfica .................................................................................... 21
5.5 Clima ................................................................................................................ 21
5.6 Local da observação ........................................................................................ 22
5.7 População alvo................................................................................................. 22
5.8 Elaboração do questionario ............................................................................. 23
5.8.1 Questionário (QI e QF) .............................................................................. 23
5.9 Elaboração das aulas ....................................................................................... 24
6 RESULTADOS: ...................................................................................................... 32
7 DISCUSSÃO: ......................................................................................................... 34
8 CONCLUSÃO: ........................................................................................................ 36
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 37
Anexo I – Atividade de montagem do ciclo de vida do mosquito...............................39
Anexo II – Guia de checagem semanal......................................................................44
7
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Mosquito da dengue Aedes aegypti. Fonte:http://guiadicas.net/fotos-do-
mosquito-da-dengue/ ................................................................................................ 12
Figura 2 Representação esquemática do ciclo de vida do mosquito Aedes aegypti,
mostrando as fases, ovo, larva, pupa e adulto. Fonte: Livro - Dinâmica das Doenças
Infecciosas e Parasitárias (LOURENÇO-DE-OLIVEIRA, 2005) ................................ 13
Figura 3 Ovos do mosquito Aedes aegypti ................................................................ 14
Figura 4 Larvas do mosquito Aedes aegypti ............................................................. 14
Figura 5 Pupa do mosquito Aedes aegypti ................................................................ 15
Figura 6 Mosquito Aedes aegypti adulto ................................................................... 15
Figura 7 Mapa das Regiões do Brasil, com identificação em vermelho de
Trancoso/BA. Fonte:
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://upload.wikimedia.org/ ..................... 21
Figura 8 Mapa do Estado da Bahia com identificação em vermelho deTrancoso
Fonte: http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://upload.wikimedia.org/ .......... 21
Figura 9 Centro Educacional Instituto SHC – Trancoso / BA .................................... 22
Figura 10 Alunos em sala de vídeo ........................................................................... 25
Figura 11 Alunos na montagem da seqüencia do ciclo de vida do mosquito. ........... 28
Figura 12 Foto1 - Recipiente de vidro (10 cm de altura por 10 cm de diâmetro). Foto
2 - Vaso plástico flexível (10 cm de altura por 10 cm de diâmetro). Foto 3 - Corte
horizontal de 5 cm da parte superior do vaso............................................................ 28
Figura 13 Foto 4 - Corte vertical do aro plástico. Foto 5 – Aro cortado. Foto 6 –
Enrolar o aro .............................................................................................................. 29
Figura 14 Foto 7 – Encaixar o aro no bocal do recipiente, deixando 2 cm para fora.
Foto 8 – Encher com água até a linha amarela. Foto 9 – Experimento completo. .... 29
8
Figura 15 A – Armazenamento incorreto de lixo. B – Material plástico descartado em
terreno baldio. C – Lixeira aberta (comum) com resíduos plásticos e orgânicos. .... 29
Figura 16. Análise do questionário Inicial (QI), realizado no Centro Educacional
Instituto SHC, localizado no bairro Maria Viúva / Trancoso – Distrito de Porto Seguro
/ BA, com 22 alunos do ensino médio em Agosto/2012. ........................................... 32
Figura 17 Análise do questionário Inicial (QI), realizado no Centro Educacional
Instituto SHC, localizado no bairro Maria Viúva / Trancoso – Distrito de Porto Seguro
/ BA, com 22 alunos do ensino médio em Agosto/2012 ............................................ 32
Figura 18 Análise do questionário final (QF), realizado no Centro Educacional
Instituto SHC, localizado no bairro Maria Viúva / Trancoso – Distrito de Porto
Seguro / BA, com 22 alunos do ensino médio em Junho/2012. ................................ 33
Figura 19 Análise do questionário final (QF), realizado no Centro Educacional
Instituto SHC, localizado no bairro Maria Viúva / Trancoso – Distrito de Porto Seguro
/ BA, com 22 alunos do ensino médio em Junho/2012. ............................................ 33
9
Resumo
A dengue é uma doença infecciosa que possui uma causa bem definida: a transmissão de um vírus aos seres humanos por mosquitos do gênero Aedes aegypti. Sistematicamente esse problema vem desafiando os programas governamentais de controle de endemias. O município de Trancoso (região sul do estado da Bahia) onde foi realizado o projeto não foge a regra da maioria dos municípios brasileiros, onde as condições sociais, econômicas e culturais favorecem a proliferação do mosquito. Elaboramos um projeto escolar onde foi abordado de modo lúdico o conhecimento da dengue, dando ênfase para o ciclo de vida do mosquito e a importância da sua fase aquática no seu controle. Este trabalho vê a escola como um importante instrumento no processo de prevenção a dengue, pois ela representa uma parcela significativa da comunidade em que está inserida, devendo enfatizar o trabalho educativo voltado às questões de saúde e desenvolver atividades que mobilizem a comunidade na tomada de ações que diminuam a ocorrência da doença.
Palavras Chaves: dengue, Aedes aegypti, escola, Trancoso, BA.
10
1 INTRODUÇÃO
Constituindo um dos principais e mais graves problemas de saúde pública, a
dengue se destaca em todas as regiões endêmicas do planeta. As taxas de
transmissão e infecção variam de local para local e são influenciadas por fatores
ambientais, principalmente: chuva, temperatura, urbanização desordenada e
densidade populacional. O arbovírus da dengue pertence à família Flaviviridae,
gênero Flavivirus. São conhecidos quatro sorotipos – DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-
4. No Brasil, essa arbovirose é conhecida como “febre quebra ossos” por causar
mal-estar e dores articulares em humano durante o estado febril agudo
(MARCONDES, 2011).
Na atualidade, o mosquito Aedes aegypti é altamente dependente dos
recipientes manufaturados pelo homem, essa associação ocorre pelo fato das
fêmeas maduras ou fecundadas colocarem seus ovos nas "paredes" de recipientes,
pouco acima da superfície líquida. Após o desenvolvimento do embrião, que dura
por volta de dois a três dias, os ovos tornam-se resistentes à dessecação. Tais
artefatos podem permanecer secos e contaminados por muito tempo, pois os ovos
continuam viáveis por período próximo de um ano. Sempre que esses recipientes
receberem nova carga d'água e o nível do líquido atingi-los, os ovos serão
estimulados a eclodir. Inicia-se assim, uma geração de imaturos e o recipiente
tornar-se-á um criadouro (NATAL, 2002).
Pode-se admitir que na maior parte do tempo, esses mosquitos estão
pousados nos inúmeros abrigos encontrados no ambiente urbano. Machos e fêmeas
podem ser coletados em cantos escuros das casas, em baixo de camas, atrás de
armários, sob pias de cozinhas, no interior de banheiros, entre série de outros
possíveis abrigos. Há evidências de que se aglomeram em maior quantidade nos
interiores que nos quintais ou áreas abertas (BARATA et al., 2001).
Por ser um mosquito que vive perto do homem, sua presença é mais comum
em áreas urbanas e a infestação é mais intensa em regiões com alta densidade
populacional, principalmente, em espaços urbanos com ocupação desordenada
(IOC, 2013).
11
A precária infraestrutura de habitação, de coleta de lixo e de abastecimento
de água em áreas urbanas está entre as principais causas de re-
emergências?correto? de doenças transmitidas por vetores, entre elas a dengue
(ROSA, 2004).
A infestação do mosquito é sempre mais intensa no verão. A elevação da
temperatura e a intensificação das chuvas formam condições propícias para a
eclosão dos ovos. Para evitar esta situação, é preciso adotar medidas permanentes
para o controle do vetor, durante todo o ano, a partir de ações preventivas de
eliminação de focos. Como o mosquito tem hábitos domésticos, essa ação depende
sobre tudo do empenho da população. Nos últimos anos, o aumento no índice de
casos de dengue no Brasil suscitou a realização de inúmeras campanhas de
combate ao vetor, exigindo soluções e a obtenção de resultados satisfatórios.
Algumas delas ocorrem no próprio âmbito escolar, no sentido de promover ações
efetivas que possam auxiliar na construção do conhecimento básico da doença.
As transformações que ocorreram no cenário contemporâneo tornam a
educação um processo amplo, considerando as interfaces que a escola possui com
os amplos domínios da comunicação midiática (BRASSOLATTI et al., 2002).
12
2 REVISÃO
2.1 Origem do Mosquito Aedes aegypti
Figura 1 Mosquito da Dengue Aedes aegypti.Fonte:http://guiadicas.net/fotos-do-mosquito-da-dengue/
O Aedes aegypti (Fig.1), é originário da África, tendo sido introduzido no
continente americano durante o período de colonização. As teorias mais aceitas
indicam que o mosquito tenha se disseminado por embarcações que aportaram no
Brasil para o tráfico de escravos. Há referencias da doença nos estados de São
Paulo, Rio de Janeiro e Salvador em 1846 e registros de epidemias no estado de
São Paulo em 1916 e em Niterói (RJ) em 1923 (TAVEIRA et al., 2001).
2.2 Principais características do mosquito Aedes aegypti
- Preto, com listras e manchas brancas.
- Pica predominantemente durante o dia e várias vezes até completar sua
alimentação sanguínea.
- Se desenvolve em água relativamente limpa e parada.
- Adapta-se bem ao ambiente urbano devido á abundância de criadouros,
escassez de predadores e afinidade pelo sangue humano.
- Postura dos ovos firmemente aderidos às paredes.
- Transmite a dengue, febre amarela e outras viroses.
13
2.3 Ciclo evolutivo do mosquito
OVO
ADULTO LARVA
PUPA
Figura 2 Representação esquemática do ciclo de vida do mosquito Aedes aegypti, mostrando as fases, ovo, larva, pupa e adulto. Fonte: Livro - Dinâmica das Doenças Infecciosas e Parasitárias (LOURENÇO-DE-OLIVEIRA, 2005)
2.4 Duas fases:
AQUÁTICA – A que transcorre na água compõe os estágios imaturos; ovo,
larva, pupa.
ALADA – A que transcorre em ambientes terrestre e aéreo é o mosquito
adulto.
O tempo de evolução do Aedes aegypti, de ovo até mosquito adulto (Fig.2),
varia com a temperatura e a disponibilidade de alimento. Em condições ideais
(temperatura elevada e alimentação adequada), esse período se completa em nove
a treze dias (TAVEIRA et al., 2001).
14
Figura 3 Ovos do mosquito Aedes aegypti
Os ovos do A. aegypti medem aproximadamente 0,4 mm (Fig.3), e são
depositados nas paredes do criadouro, às quais aderem fortemente, bem próximo à
superfície da água, porém não diretamente sobre o líquido. Inicialmente possuem
cor branca e, com o passar do tempo, escurecem devido ao contato com o oxigênio
tornando-o difícil de ser observado (IOC, 2013).São muito resistentes e podem
manter-se viáveis por vários meses em local seco (até cerca de um ano). Quando o
nível da água do recipiente sobe, devido à chuva ou ação do homem, os ovos
entram em contato com o meio líquido, eclodem e dão origem às larvas de 1º
estágio. Em condições favoráveis de umidade e temperatura, o desenvolvimento do
embrião do mosquito é concluído em dois a três dias (TAVEIRA et al., 2001).
Figura 4 Larvas do mosquito Aedes aegypti
As larvas são aquáticas (Fig.4), e se desenvolvem em quatro estágios. A
passagem de um estágio para outro se dá por meio de troca de pele (muda ou
ecdise), com aumento de tamanho. As larvas de 3° a 4° estágio são maiores e
facilmente visíveis. As larvas nadam ativamente e se alimentam de resíduos de
material orgânico e de micro-organismos presentes no meio líquido. Respiram
colocando o sifão respiratório, localizado posteriormente no corpo, na superfície da
lâmina d' água. Toda fase larvária dura de cinco a sete dias (TAVEIRA et al., 2001).
15
Figura 5 Pupa do mosquito Aedes aegypti
As pupas (Fig.5) têm forma de vírgula. Não se alimentam e ficam a maior
parte do tempo imóveis, flutuando logo abaixo do nível da água e respirando através
das duas trompas respiratórias. Em dois a três dias, abre-se uma fenda no dorso da
pupa, por onde emerge o mosquito adulto. Este repousa por algum tempo sobre a
superfície da água e então alça voo (TAVEIRA et al., 2001).
Figura 6 Mosquito Aedes aegypti adulto
Os mosquitos adultos (Fig.6), machos e fêmeas, constituem a fase alada, que
dura por volta de 40 dias. O acasalamento ocorre logo nos primeiros voos e podem
voar distâncias de aproximadamente 400 m e, com a ajuda do vento, percorrer
distâncias maiores. Os machos sugam fluidos de plantas, como o néctar e as
fêmeas, além desses fluidos, após serem inseminadas também necessitam sugar
sangue, que contém substâncias necessárias à maturação dos ovos, os quais elas
depositarão nas paredes de vários tipos de recipientes. Uma única fêmea pode picar
várias pessoas (TAVEIRA et al., 2001).
2.5 Principais criadouros
Naturais: Locais que não sofrem interferência do homem como: Bromélias, ocos de
árvores, buracos em pedrasetc.
Artificiais: Criadouros produzidos pelo homem como: Embalagens descartáveis,
caixas d’água, calhas entupidas, ralos, pneus, prato de vasos, etc.
16
2.6 Tipos de dengue:
Clássica: Caracteriza-se pela diminuição da circulação de plaquetas e
aumento da concentração do sangue (hemoconcentração), avaliadas no
hemograma.
Sintomas: Febre súbita e alta, dores de cabeça, musculares, nos ossos e
articulações, manchas vermelhas na pele, cansaço, vômitos, náuseas, falta de
apetite, diarreia e dores atrás dos olhos (BRASIL, 2011).
Hemorrágica: É caracterizada, segundo a Organização Mundial de Saúde
(OMS), pela concomitância de alterações laboratoriais, caracterizadas pela
diminuição de plaquetas abaixo de 100 mil e elevação de hematócrito acima de 20%
(hemoconcentração), e rde alterações rclínicas associadas eae síndromeefebril,e
apresentadasecomegravidadesevariáveis.
Sintomas: Hemorragias espontâneas de pele e mucosas (nasais, gengivais,
aumento do fluxo menstrual, sangramento urinário e/ou vômitos sanguinolentos),
redução da pressão arterial, do fluxo urinário e do enchimento capilar, pulso fino e
rápido, palidez, extremidades frias, sudorese, sonolência, ausência de diurese (fluxo
da urina), torpor, perda de consciência que podem evoluir ao óbito. Os casos de
choque apresentam letalidade entre 10 e 50% (BRASIL, 2011).
2.6.1 Transmissão
Ao se partir de um início, o ciclo da doença começa quando a fêmea do
mosquito Aedes aegypti é estimulada à alimentação sangüínea para repasto e
maturação dos ovos. Ao se alimentar do sangue de uma pessoa que apresente o
vírus a fêmea passa a ser portadora e potencial disseminadora do vírus. O período
de incubação (tempo transcorrido entre a picada do mosquito e o aparecimento dos
sintomas) varia de três a quinze dias; geralmente é de cinco a seis dias. O fato do
não aparecimento imediato dos sintomas, as pessoas podem circular de um local a
outro e, se forem novamente picadas pela fêmea do mosquito Aedes aegypti,
tornarem potenciais disseminadores da doença (IOC, 2013).
17
2.6.2 Tratamento
Não existe tratamento específico para dengue. O tratamento é apenas
sintomático, com analgésicos e antitérmicos. Dependendo de suas condições
clínicas, o paciente poderá ser tratado no próprio domicílio, com seguimento
ambulatorial. Não devem ser usados medicamentos à base de ácido acetilsalicílico
(AAS®,Aspirina®, Melhoral® etc.), por favorecerem sangramentos. Recomenda-se
boa hidratação oral (aumento da ingestão de líquidos caseiros). No caso de haver
manifestações hemorrágicas, o paciente deverá ser internado para receber o
tratamento adequado, pois o quadro clínico pode tornar-se grave. Após a cura o
paciente adquire imunidade permanente, porém somente ao sorotipo que o infectou.
Isso significa que pode vir a adquirir novamente a dengue, causada por outro
sorotipo, com possibilidade de desenvolver a forma grave da doença (dengue
hemorrágica). (TAVEIRA et al., 2001)
18
3 JUSTIFICATIVA
O projeto vê os alunos do ensino médio como uma importante ponte com a
comunidade, onde a escola reapresenta um excelente meio de difusão de
informações, formando uma fonte geradora de conhecimentos e de incentivo na
construção de uma consciência coletiva de prevenção da dengue.
O
19
4 OBJETIVOS
Ampliar o conhecimento dos alunos de ensino médio sobre o ciclo de vida do
mosquito Aedes aegypti;
Enfatizar a importância da fase aquática no controle do mosquito;
Promover a interação entre os agentes multiplicadores, escola e comunidade.
20
5 MATERIAL E MÉTODOS
5.1 Região do experimento
História da cidade:
A aldeia de São João Batista dos Índios, atual Trancoso, coordenadas: 16° 35'
S, 39° 6', foi fundada no ano de 1586 com a finalidade de defender a região dos
contrabandistas de pau-brasil que chegavam pelo litoral. É um povoado pertencente
ao município de Porto Seguro, no estado brasileiro da Bahia. Esta vila fica no topo
de um pequeno monte, com muitas praias, falésias, foz de rios e coqueiral, a 26
quilômetros de Porto Seguro. Árvores centenárias, como jaqueiras, mangueiras,
amendoeiras e jacarandás emolduram a paisagem e dão um clima especial à vila. O
centro turístico tem a forma de retângulo, com a igreja de São João Batista em uma
das cabeceiras e casinhas construídas em linha reta, baixas e grudadas umas nas
outras, formando o famoso “Quadrado”, conhecido por sua beleza.
5.2 Problemas sociais
Hoje, Trancoso sofre com o crescimento desordenado devido à atividade
turística. O aumento populacional traz as favelas e a precariedade de infraestrutura
urbana. As pressões exercidas pelo homem (na vila, nos mangues, nas praias e
falésias) para acolher uma indústria de turismo de massa, não foram planejadas na
estrutura física e ecológica do meio ambiente. A coleta de resíduos sólidos é
precária durante a alta temporada devido ao aumento do fluxo de turistas, sendo
comum o lixo acumular por dias.
5.3 Dengue na região
No banco de dados do SINAN, (Sistema de Informação de Agravos de
Notificação), estão registrados no Município de Porto Seguro/BA em julho de 2013,
259 casos de dengue. No mesmo período de 2012 foram notificados 129, portanto, o
número de casos atual correspondendo a um aumento de mais de 100%. Por
pertencer ao Município de Porto Seguro/BA, Trancoso não aparece no banco de
dados do SINAN, mas está dentro das estatísticas de aumento de casos da doença.
21
5.4 Localização geográfica
Região Nordeste
Figura 7 Mapa das Regiões do Brasil, com identificação em vermelho de Trancoso/BA Fonte: http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://upload.wikimedia.org/
Figura 8 Mapa do Estado da Bahia com identificação em vermelho de Trancoso. Fonte:http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://upload.wikimedia.org/
5.5 Clima
Tropical (região litorânea / quente e úmido)
22
5.6 Local da observação
Centro Educacional Instituto SHC, localizado no bairro Maria Viúva /Trancoso
- Distrito de Porto Seguro /BA.
Data da fundação: 28 de outubro de 2010.
Número de salas: 43 salas (aulas, laboratórios e biblioteca).
Número de alunos: 873 alunos.
Número de professores: 57
Horário de funcionamento: 07:00 às 15:00
Direção: Jamerons Mansur Peixoto
Vice direção: Nilmar Vasconcelos Pereira
Coordenação: Lilian Marilac Cornélio de Freitas Peixoto e Tacianne Rodrigues
Figura 9 Centro Educacional Instituto SHC – Trancoso / BA
5.7 População alvo
Participaram deste estudo 22 alunos da 1ª série do ensino médio do Centro
Educacional Instituto SHC (Fig.9), localizado no bairro Maria Viúva – Trancoso –
Distrito de Porto Seguro / BA. O projeto foi apresentado à professora de biologia
para sua prévia avaliação e necessárias adaptações, uma vez que o objetivo é
agregar o conhecimento sem alteração da grade curricular já programada.
23
O critério de escolha da unidade escolar deveu-se ao apoio imediato da sua
diretoria e coordenação. O conhecimento prévio do projeto proporcionou entre os
educadores uma abordagem mais abrangente sobre o tema, uma vez que a
recorrência da dengue é comum e o afastamento por motivo da doença pode
influenciar no desempenho de todos.
5.8 Elaboração do questionario
Atividade 1:
Elaboração e aplicação do questionário inicial (QI) contendo seis perguntas
descritivas (P1 a P6) aos alunos em agosto de 2012, sem que os mesmos tivessem
conhecimento do projeto. Este método teve como objetivo avaliar o conhecimento
prévio dos alunos sobre o tema e comparar o que foi assimilado, uma vez que as
mesmas perguntas do (QI) foram repetidas no término do projeto no questionário
final (QF). Antes da elaboração do questionário foi verificado com a população local
como o mosquito é conhecido, uma vez que seu nome varia conforme a região do
Brasil onde recebe os nomes: mosquito, carapanã, muriçoca, pernilongo, sovela ou
cabeça de prego, no caso da região de Trancoso/BA este é referido como mosquito.
5.8.1 Questionário (QI e QF)
O questionário foi apresentado em quatro folhas de papel A4, onde consta na
primeira folha o nome do estabelecimento de ensino, nome do aluno e a 1ª pergunta:
(P1) Escreva o que você sabe sobre a dengue.
Com 20 linhas para resposta.
A segunda folha consta a 2ª e3ª pergunta:
(P2) Onde se reproduzem os mosquitos?
(P3) Como os mosquitos se desenvolvem?
Ambas com 12 linhas para resposta.
A terceira folha consta a 4ª e 5ª pergunta:
24
(P4) Como as pessoas podem pegar dengue?
(P5) Quais os sintomas da doença?
Ambas com 12 linhas para resposta.
A quarta folha consta a 6ª pergunta:
(P6) O que você pode fazer para evitar a reprodução do mosquito?
Com 30 linhas para resposta.
5.9 Elaboração das aulas
As aulas foram elaboradas de acordo com a grade curricular pré-definida pela
escola e pertinentes ao conhecimento dos alunos do 1º ano do ensino médio:
1ª aula / agosto 2012
Atividade 2:
Apresentação pessoal e explicação aos alunos do objetivo do projeto e sua
total isenção em relação às notas escolares.
Procurou-se estabelecer um clima de maior empatia possível para que os
alunos pudessem falar livremente a respeito do tema.
Foi ressaltada a importância do combate ao mosquito da dengue como
problema de saúde pública onde todos estavam sujeitos a doença e a valiosa
colaboração dos alunos para o desenvolvimento do projeto.
2ª, 3ª e 4ª aula / setembro 2012
Atividade 3:
Apresentação do vídeo elaborado pela FIOCRUZ, “vídeo fantástico da
dengue” partes: 1, 2, 3, 4rer5.
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=iVQk164HzJE&feature=relmfu.
25
Figura 10 Alunos em sala de vídeo
Exibição do vídeo (Fig.10) para duas turmas separadas, formando as equipes
“A e B” com objetivo de interagir os alunos através de um debate sobre o tema.
Material para o debate:
Duas folhas de caderno universitário pautado para cada equipe
Procedimentos para o debate:
Ao término da apresentação do vídeo foi solicitado para os alunos da equipe
“A” que formulassem duas perguntas escritas pertinentes ao tema. O mesmo
procedimento acima foi tomado para a equipe “B”.
As perguntas das equipes foram previamente analisadas para validar sua
coerência ou evitar sua repetição, caso ocorressem seriam substituídas. As
respostas incompletas ou incorretas foram corrigidas no debate.
As equipes foram reunidas “A” do lado direito e “B” do lado esquerdo da
classe.
Todas as perguntas(P), respostas(R) e complementos/correções(C) foram
orais na seguinte ordem:
Equipe “A”
(P) Quais as principais características do mosquito da dengue?
Equipe “B”
(R) Preto com listras brancas nas “patas”, pica durante o dia, vôo irregular.
26
(C) Preto com listras brancas nas “pernas” / pica predominantemente de dia e
várias vezes até completar a alimentação sangüínea / tem afinidade pelo sangue
humano / se desenvolve em água relativamente limpa e parada.
“Equipe “B”
(P) Quais os tipos de alimentação do mosquito da dengue?
Equipe “A”
(R) Sangue e plantas.
(C) Os mosquitos machos e fêmeas se alimentam de frutas e néctar das
flores que são essenciais para seu metabolismo energético / alimentação sanguínea
é exclusivamente das fêmeas e é necessária para o processo reprodutivo,
desenvolvimento e maturação dos ovócitos.
Equipe “A”
(P) Como o mosquito da dengue pode se espalhar pelo mundo.
Equipe “B”
(R) Entrando voando em navios, aviões, carros etc.
(C) O comércio entre os países pela globalização aumenta a dispersão do
mosquito por vários meios de transporte / rápido crescimento e urbanização
desordenada das populações nas áreas tropicais /maior rapidez dos meios de
transporte / O longo tempo que os ovos podem resistir por mais de um ano nos
substratos.
Equipe “B”
(P) Onde a fêmea do mosquito da dengue coloca seus ovos?
“Equipe “A”
(R) Na parede de vasos de plantas, pneus, caixas de água.
27
(C) Em qualquer substrato próximo a água relativamente limpa e parada, por
isso o cuidado com o lixo descartável que pode armazenar água, como garrafas pet,
pneus, pratos de plantas, caixas de água abertas etc.
5ª aula / outubro 2012
Atividade 4:
Apresentação do “Manual de Orientação e controle do mosquito Aedes
aegypti” Autores: Lúcia Antonia Taveira – Luiz Roberto Fontes e Delsio Natal -
Ribeirão Preto, SP – Brasil / 2001 -Tópico: O mosquito Aedes aegypti
Foram ressaltadas as principais características que diferem o Aedes aegypti
dos outros mosquitos e a importância dos alunos como agentes multiplicadores de
prevenção a dengue.
6ª e 7ª aula / novembro 2012
Atividade 5: (anexo I)
Apresentação do material “COMCIENCIA NA ESCOLA”– Dengue1: brincando
para descobrir novidades. Fonte: http://www.fiocruz.br/ioc/media/comciencia_04.pdf
Utilizou-se o jogo contendo 20 figuras das páginas 11, 13 e 15 do material
sobre o tema “Descobrindo o ciclo completo do mosquito Aedes aegypti, da
reprodução ao nascimento”.
Cada grupo de cinco alunos recebeu um jogo de figuras que foi previamente
recortado e embaralhado para que montassem a sequência do ciclo de vida do
mosquito (Fig.11). Após o término da montagem, cada grupo apresentou oralmente
sua sequência com detalhes. Foi apresentado então o gabarito para que eles
pudessem efetuar as eventuais correções.
28
Figura 11 Alunos na montagem da sequência do ciclo de vida do mosquito.
8ª aula / fevereiro 2013
Atividade 6:
Montagem de um experimento para coleta de ovos de mosquitos para os
alunos visualizarem o local de oviposição, e identificarem outros locais que podem
armazenar água e favorecer a procriação do mosquito.(Fig. 12, 13 e 14)
Materiais: Recipiente de vidro redondo / Vaso plástico flexível / Tesoura /
Água.
Figura 12 Foto1 - Recipiente de vidro (10 cm de altura por 10 cm de diâmetro). Foto 2 - Vaso plástico
flexível (10 cm de altura por 10 cm de diâmetro). Foto 3 - Corte horizontal de 5 cm da parte superior
do vaso.
1 2 3
29
Figura 13 Foto 4 - Corte vertical do aro plástico. Foto 5 – Aro cortado. Foto 6 – Enrolar o aro
Figura 14 Foto 7 – Encaixar o aro no bocal do recipiente, deixando 2 cm para fora. Foto 8 – Encher com água até a linha amarela. Foto 9 – Experimento completo.
9ª aula / março 2013
Atividade 7:
Saída de campo para levantamento e visualização de possíveis criadouros
(Fig.15 A, B e C)
Figura 15 A – Armazenamento incorreto de lixo. B – Material plástico descartado em terreno baldio. C – Lixeira aberta com resíduos plásticos e orgânicos.
Em sala de aula, foi realizada uma discussão com os alunos sobre a
responsabilidade do homem com o meio ambiente e sua direta participação na
disseminação da doença.
4 5 6
7 8 9
A B C
30
10ª aula / abril 2013
Atividade 8:
Apresentação dos vídeos:
“Todos conta a Dengue – parte 1”
Fonte:http://www.youtube.com/watch?v=u8XsMmkOJZ8
“Dr. Drausio Varella ensina reconhecer a dengue”
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=B8toQnxS18
Temas discutidos com os alunos:
- Casos de parentes e conhecidos que contraíram a doença.
- O perigo da automedicação.
11ª aula / maio 2013
Atividade 9:
Apresentação do material “Uma semana tem mais de dez mil minutos. Que tal
usar apenas 10 para combater a dengue” Fonte:
Fonte: http://www.ioc.fiocruz.br/dengue/textos/10minutos.html
Interação dos alunos com a comunidade através do guia de checagem para
ser aplicado em suas casas, vizinhanças, comércio, etc.
O material destaca as principais medidas de prevenção e disponibiliza uma
tabela para auxiliar na checagem semanal. (anexo II)
12ª e 13ª aula / junho 2013
Atividade 10:
Montagem de um painel itinerante pelos alunos utilizando os materiais
disponibilizados nas apresentações do projeto para ser exibido em outras salas de
aula.
31
Aplicação do questionário final (QF) para avaliação do conteúdo assimilado.
Critério para avaliação dos questionários
As questões descritivas foram analisadas com base nos pressupostos
definidos por FLICK (2004) para análise de conteúdo, cujo aspecto essencial está
focado na construção de categorias visando reduzir o material analisado,
favorecendo a busca de regularidades nas respostas obtidas.
As respostas foram classificadas como sendo satisfatórias ou insatisfatórias.
32
6 RESULTADOS:
Análise do questionário inicial (QI) - (Gráfico 1 e 2)
Figura 16. Análise do questionário Inicial (QI), realizado no Centro Educacional Instituto SHC, localizado no bairro Maria Viúva /Trancoso – Distrito de Porto Seguro / BA, com 22 alunos do ensino médio em Agosto/2012.
Figura 17 Análise do questionário Inicial (QI), realizado no Centro Educacional Instituto SHC, localizado no bairro Maria Viúva /Trancoso – Distrito de Porto Seguro / BA, com 22 alunos do ensino médio em Agosto/2012
12
14
50 1
P 1 P 2 P 3 P 4 P 5 P 6
A
L
U
N
O
S
PERGUNTAS
respostas satisfatórias respostas insatisfatórias
82%
18%
109 respostas satisfatórias 23 respostas insatisfatórias
33
Análise do questionário final (QF) (Gráficos 3 e 4)
Figura 18 Análise do questionário final (QF), realizado no Centro Educacional Instituto SHC, localizado no bairro Maria Viúva /Trancoso – Distrito de Porto Seguro / BA, com 22 alunos do ensino médio em Junho/2012.
Figura 19 Análise do questionário final (QF), realizado no Centro Educacional Instituto SHC, localizado no bairro Maria Viúva /Trancoso – Distrito de Porto Seguro / BA, com 22 alunos do ensino médio em Junho/2012.
1 1 1 1 0 1
P 1 P 2 P 3 P 4 P 5 P 6
A
L
U
N
O
S
PERGUNTAS
respostas satisfatórias respostas insatisfatórias
97%
3%
127 respostas satisfatórias 05 respostas insatisfatórias
34
7 DISCUSSÃO:
A escola representa um canal de comunicação que envolve diversos temas
de educação à saúde. Ao se realizar um projeto de prevenção de doenças, cujo foco
é um trabalho educativo e pedagógico, ele se estende aos domicílios dos
professores, funcionários, alunos, vizinhos, parentes e outros, indo além dos limites
do bairro e até mesmo do município que a escola está inserida.
DONALISIO et al. (2001) discutem que além da escola ser um importante
meio na difusão de informações sobre a dengue também é uma fonte geradora de
conhecimentos. A manutenção e ampliação das atividades educativas tornam-se
otimizadas quando ocorrem nessas instituições, já que possuem bom rendimento e
baixo custo. REGIS et al. (1996) apontam a escola como espaço privilegiado no
envolvimento da população no controle do vetor, já que nela há representantes da
maioria das famílias dos bairros; aborda-se conhecimento sobre a doença em
diversas disciplinas; há oportunidades de aproximação do problema; as mudanças
de atitudes são favorecidas pelo fato de o público ser constituído por crianças e
adolescentes e também há a possibilidade do tratamento do problema ser
incorporado no currículo de algumas disciplinas.
ROSA (2004) realizou entrevistas semiestruturadas com 58 alunos do ensino
fundamental, onde concluiu que os alunos de maneira geral demonstravam pouco
grau de conhecimento sobre a proliferação de mosquitos e ressaltou a importância
do governo desenvolver campanhas educativas baseadas na organização e
conhecimento da comunidade.
EINSFELD et al. (2009), com base em análise da literatura pertinente ao
combate da dengue no Brasil, levantaram questões relevantes e as aplicaram em 60
alunos do sexo masculino e feminino (entre 13 e 17 anos) que freqüentavam a 8º
série do Ensino Fundamental de duas escolas da rede pública de um município da
grande Porto Alegre. Os resultados apontam para a necessidade de os professores
de Ciências estarem conectados ao conjunto de informações que circulam na mídia
a respeito dos temas que abordam em suas disciplinas, no sentido de construir
estratégias para aprofundar as temáticas pertinentes.
35
Existe uma escassez de trabalhos disponíveis na literatura que enfatize o
ciclo de vida do mosquito como fator importante na prevenção da dengue. Neste
estudo notou-se que o conhecimento dos alunos sobre a fase aquática do mosquito
foi fundamental para que os mesmos compreendessem as razões das campanhas
educativas veiculadas pela mídia. Desta forma, consideramos que a escola é um
importante meio de comunicação entre as campanhas educativas de saúde pública
e a comunidade.
36
8 CONCLUSÃO:
Com base nos resultados deste estudo, observou-se que o conhecimento dos
alunos sobre a dengue é compatível com as campanhas veiculadas pela mídia em
que é sabida a existência de relação entre o cuidado com objetos que acumulam
água e os casos da doença. O ciclo de vida do mosquito Aedes aegypti era pouco
conhecido conforme resultado apresentado no questionário inicial (QI), porém
através das atividades realizadas com os alunos foi obtido um expressivo ganho de
conhecimento conforme demonstrado pela análise do questionário final (QF).
Concluiu-se que o aprendizado do ciclo de vida do mosquito em sua fase
aquática foi o elo que faltava aos alunos para assimilarem sua importância na
prevenção da doença, compreendendo assim que é muito mais fácil interromper o
desenvolvimento do mosquito nessa fase através de medidas preventivas do que em
sua fase adulta. Ao término deste projeto ficou evidente para os alunos da sua
importância como agentes multiplicadores não só de conhecimento, mas também de
ações contínuas com a comunidade de conscientização e práticas de prevenção a
dengue.
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9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARATA, E.A.M.; COSTA, A.I.P.; CHIARAVALLOTI-NETO, F.; GLASSER, C.M.;
BARATA, J.M.S.; NATAL, D. Populações de Aedes aegypti (l.) em área endêmica
de dengue, Sudeste do Brasil.Rev. Saúde Pública, São Paulo, v.35, n.3, p.237-
242, 2001.
BRASIL. Dengue - Diagnóstico e manejo - Ministério da Saúde / Secretaria de
Vigilância em Saúde Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/dengue_manejo_adulto_crianca__4ed_2
011.pdf
BRASSOLATTI, R.C.; ANDRADE, C.F.S. Avaliação de uma intervenção educativa
na prevenção da dengue. Ciência & Saúde Coletiva, v. 7, n. 2, p. 243-251, 2002.
DONALISIO, M.R.; ALVES, M.J.C.P.; VISOCKAS, A. (2001). Inquérito sobre
conhecimentos e atitudes da população sobre a transmissão do dengue –
região de Campinas São Paulo, Brasil –. Rev. Soc. Bras. Med. Trop., 34 (2): 197 –
201, 1998.
EINSFELD F. PROENÇA, M.; DAL-FARRA, R. A. Controle da dengue: reflexões
sobre as contribuições da escola e da mídia. VII ENPEC - Encontro Nacional de
Pesquisadores em Educação em Ciências, Florianópolis, UFSC, 2009.
FLICK, U. Uma introdução à pesquisa qualitativa. Porto Alegre: Bookman, 2004.
IOC. Dengue - Vírus e vetor - Instituto Oswaldo Cruz - Fiocruz/boletim eletrônico
/2013 - http://www.ioc.fiocruz.br/dengue/
MARCONDES, C.B. Entomologia médica e veterinária – 2ª edição – São Paulo
(BR); 2011.
NATAL, D. Bioecologia do Aedes aegypti, - Biológico, São Paulo, v.64, n.2, p.205-
207, jul./dez., 2002.
38
REGIS, L.; FURATADO, A. F.; OLIVEIRA, C.M.F.; BEZERRA, C.B.; SILVA, L.R.F.;
ARAÚJO, J; MACIEL, A., SILVA-FILHA, M.H.; SILVA, S.B. Controle Integrado do
vetor da filariose com participação comunitária, em uma área urbana do Recife,
Brasil. Cad. Saúde Publ. , 12(4): 473-482, 1996.
ROSA J.C. Educação na escola: conhecimento dos alunos a respeito de
mosquitos (díptera:culicidae) e problemas ambientais – Dissertação de
Mestrado –, São Paulo (BR); 2004. [MD Thesis – Faculdade de Saúde Pública da
Universidade de São Paulo].
TAVEIRA LA, FONTES LR, NATAL D. Manual de diretrizes e procedimentos no
controle do Aedes aegypti – Ribeirão Preto, SP – Brasil; 2001
39
Anexo I
40
Anexo I
41
Anexo I
42
Anexo I
43
Anexo I
44
Anexo II