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DIREITO AMBIENTAL PRINCÍPIOS Professor Eduardo Coral Viegas

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Page 1: DIREITO AMBIENTAL PRINCÍPIOS · 2018. 3. 22. · IV. constitui direito subjetivo do infrator a realização de perícia para comprovar a ausência de danosidade em sua conduta; V

DIREITO AMBIENTALPRINCÍPIOS

Professor Eduardo Coral Viegas

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É o conjunto de princípios que dá autonomia ao

Direito Ambiental.

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A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o

desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual,

sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das

futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os

recursos para o futuro.

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

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Compatibilização do crescimento econômico, melhoria da qualidade de

vida e preservação ambiental.

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

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Lei n. 6.938/81. Art. 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará:

I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do

meio ambiente e do equilíbrio ecológico.

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

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2009 – CESPE – TRF2/JUIZSegundo Cristiane Derani, os fatores natureza, trabalho e capital compõem a tríade fundamental para o desenvolvimento da atividade econômica. Isso seria o bastante para justificar a indissociabilidade entre direito econômico e direito ambiental.Contudo, existe outro ponto, tão ou mais forte que este, qual seja, (A) as finalidades de ambos os ramos do direito coincidem, posto que propugnam pelo aumento do bem-estar ou qualidade de vida individual e coletiva.(B) a real compatibilização entre o econômico e o ecológico, na perspectiva de uma sociedade pós-industrial, só pode ocorrer quando aquele deixar de exercer supremacia sobre o segundo, o que só será possível por meio de rigoroso controle demográfico nos países periféricos.(C) ambos os ramos do direito estão hoje incorporados ao direito financeiro, sendo por isso que se busca a contabilização dos recursos ambientais.(D) a finalidade de ambos é a manutenção do modo de produção capitalista, pois a demagogia que sustenta o discurso ambientalista, bem como as premissas de uma economia globalizada, são reflexos da ideologia dominante: o neoliberalismo.(E) ambos buscam impor limites ao desenvolvimento e progresso social das nações periféricas, propiciando melhores condições de vida e acesso aos recursos ambientais escassos aos países desenvolvidos.

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A degradação ambiental, como regra, é de difícil reparação.

Outras vezes, ela é muito custosa. Constatado o dano, devemos

buscar a reparação possível. A compensação acaba sendo muito utilizada. Mas, essencialmente,

temos de prevenir os danos.

PREVENÇÃO ePRECAUÇÃO

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A CF, no art. 225, fala em preservar, que é proteger de um dano futuro. A CF protege o MA a partir da noção de risco, não de dano. Preservar é o fim dos princípios da prevenção e da

precaução.

PREVENÇÃO ePRECAUÇÃO

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As providências sancionatórias (civil, penal e administrativa)

surgem em razão da inobservância da

prevenção/precaução.

PREVENÇÃO ePRECAUÇÃO

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PREVENÇÃO: riscos certos e perigo concreto

de danos

PREVENÇÃO ePRECAUÇÃO

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PRECAUÇÃO: riscos incertos e perigo abstrato ou potencial.

Discute-se, em ações, a respeito da existência de risco, o que

não ocorre nas demandas acerca da prevenção. Ligado à

sociedade de risco

PREVENÇÃO ePRECAUÇÃO

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RIO 92. Princípio 15: De modo a proteger o meio-ambiente, o princípio da

precaução deve ser amplamente observado pelos Estados, de acordo

com suas capacidades. Quando houver ameaça de danos sérios ou

irreversíveis, a ausência de absoluta certeza científica não deve ser utilizada

como razão para postergar medidas eficazes e economicamente viáveis para

prevenir a degradação ambiental

PRECAUÇÃO

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A precaução estimula a inversão do ônus da

prova, pois vigora o in dubio pro ambiente

PRECAUÇÃO

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2011 – VUNESPE – JUIZ SPEm ação civil pública cujo objetivo é a reparação de dano ambiental, invocou-se a viabilidade de inversão do ônus probatório, à luz das normas de proteção ao consumidor, com o que não concordou o pretenso infrator. Com vistas à decisão adequada, é válido afirmar-se:I. deve ser levada em consideração a hipossuficiência do autor da demanda em relação ao réu;II. a extensão das regras de proteção ao consumidor à defesa dos direitos coletivos nas ações civis por danos ambientais decorre da relação interdisciplinar entre tais normas;III. não interfere na espécie o caráter público e coletivo do bem jurídico tutelado, senão a apuração de efetivo prejuízo causado ao ambiente;IV. constitui direito subjetivo do infrator a realização de perícia para comprovar a ausência de danosidade em sua conduta;V. o meio ambiente deve ter em seu favor o benefício da dúvida no caso de incerteza, por falta de provas cientificamente relevantes, sobre o nexo causal entre determinada atividade e um efeito ambiental nocivo.Estão corretas apenas as assertivas(A) I, III e IV.(B) II, IV e V.(C) I, II e V.(D) II, III e IV.(E) III, IV e V.

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Prevenção e precaução impõem ao Judiciário a concessão de liminares

visando impedir a ocorrência de dano

ambiental

PREVENÇÃO e PRECAUÇÃO

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Baseado na internalização das externalidades negativas.

Imputa-se ao poluidor o custo social da poluição por ele

gerada. Também conhecido como princípio da responsabilidade

POLUIDOR-PAGADOR

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Visa evitar o dano, não tolerar a poluição mediante

um preço. Finalidade eminentemente preventiva.

Já o princípio da responsabilização tem viés

repressivo

POLUIDOR-PAGADOR

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Compreende todos os custos de implementação de

medidas para evitar o dano, e que devem ser suportados

por quem explora a atividade potencialmente poluidora

POLUIDOR-PAGADOR

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Poluidor-pagador, então, incide antes do dano, mas também

fundamenta a responsabilidade do poluidor se houve

degradação. Atuação preventiva e repressiva, priorizando-se, contudo, o primeiro aspecto

POLUIDOR-PAGADOR

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Usuário-pagador é uma evolução do poluidor-pagador.

Como os recursos naturais são escassos, quem usa

causa um prejuízo social, real ou potencial. Então, deve

pagar pelo aproveitamento havido

USUÁRIO-PAGADOR

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Lei n. 6.938/81 - Art. 4° - A Política Nacional do Meio Ambiente visará: VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da

obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela

utilização de recursos ambientais com fins econômicos

USUÁRIO-PAGADOR

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Na forma da CF, o proprietário tem o dever de exercer seu

direito de propriedade em seu benefício mas também no da

coletividade. Não se pode falar em direito de propriedade

dissociadamente da função social que exerce

FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE

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A função da propriedade também é socioambiental, devendo o

proprietário preservar o meio ambiente através de posturas

negativas (não poluir, por exemplo) e positivas (averbar a reserva legal, fazer contenção acústica na casa

noturna, etc). Isso para propriedade urbana e rural

FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE

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Na Constituição:• art. 5º, XXIII• art. 170, III

• art. 182, § 2º (urbana)• art. 186 (rural)

FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE

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Art. 1228, § 1º:O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas.

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O meio ambiente não está limitado por fronteiras. Por isso,

é necessário que haja cooperação entre os países, no

âmbito internacional; entre a União, Estados e Municípios, com a sociedade, no âmbito

interno, para se alcançar o DS

COOPERAÇÃO

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As informações ambientais, salvo envolvendo sigilo

industrial legalmente protegido, devem ser sistematicamente

transmitidas à sociedade, e não apenas quando da ocorrência

de desastres

INFORMAÇÃO

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Está relacionado aos princípios da informação e da cooperação.

Todos têm a obrigação de cuidar do meio ambiente, na

forma do art. 225 da CF. Várias formas

PARTICIPAÇÃO

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As presentes gerações têm o direito de retirar do MA o que

seja necessário para a satisfação de suas

necessidades, mas também o dever de protegê-lo para que as

futuras gerações gozem do mesmo direito

EQUIDADE INTERGERACIONAL

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ADIN 3540 – STFTodos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Trata-se de um típico direito de terceira geração (ou de novíssima dimensão), que assiste a todo o gênero humano (RTJ 158/205-206).Incumbe, ao Estado e à própria coletividade, a especial obrigação de defender e preservar, em benefício das presentes e futuras gerações, esse direito de titularidade coletiva e de caráter transindividual.

EQUIDADE INTERGERACIONAL

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O princípio da proibição do retrocesso evita que o legislador venha a revogar integralmente ou

parcialmente um ou mais diplomas infraconstitucionais que

já se concretizaram a ponto de efetivar o direito social

constitucional

PROIBIÇÃO DE RETROCESSO

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PRINCÍPIOS:fim!

Professor Eduardo Coral Viegas