LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

Definição: Responsabilidade da gestão fiscal-> pressupõe ação planejada e transparente, em que se previnem riscos

e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar.

Definições para efeitos da LRF:-> ente da Federação: a União, cada Estado, o DF e cada Município.

-> empresa controlada: sociedade cuja maioria do capital social com direito a voto pertença, direta ou indiretamente, a ente da federação.

-> empresa estatal dependente: empresa controlada que receba do ente controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária.

-> receita corrente líquida: somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferencias correntes e outras receitas também correntes, deduzidos: na União, os valores transferidos aos Estados e Municípios por determinação constitucional ou legal e as contribuições sociais do empregador e do trabalhador (CF 88 art. 195 I e II) e a arrecadação decorrente das contribuições para o PIS e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional, na União, nos Estados e nos Municípios, a contribuição dos servidores para o custeio do seu sistema de previdência e assistência social e as receitas provenientes da compensação financeira.

-> despesa obrigatória de caráter continuado (DOCC): é aquela derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a dois exercícios.

Resumo das questões comentadas do livro:

Q22 - Requisitos para o aumento da despesa orçamentária nos termos da LRF

Aspectos a serem abordados:• Significado e alcance das condições fixadas para o aumento das

despesas;• Hipóteses de aumento das despesas com dispensa do cumprimento

dos requisitos prévios;• Possíveis consequências e desdobramentos da aplicação ou não das

disposições da LRF.

A LRF abrange todos os Entes: a União, os Estados, o DF e os Municípios e compreende o Poder Executivo, o Poder Legislativo (abrangidos os Tribunais de Contas), o Poder Judiciário e o Ministério Público, e ainda, as respectivas administrações diretas, fundos, autarquias, funções e empresas estatais dependentes.

Despesas e assunção de obrigações que não atendam ao disposto nos arts. 16 e 17 da LRF serão consideradas não autorizadas, irregulares e lesivas ao patrimônio público.

O aumento da despesa será acompanhado de:I - estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que

deva entrar em vigor e nos dois subsequentes;II - declaração do ordenado da despesa de que o aumento tem adequação

orçamentária e financeira com a LOA e compatibilidade com o PPA e a LDO.As despesas que a LDO caracterizar como irrelevantes estão excluídas

do disposto no art. 16.

Para as despesas de caráter continuado:

Deve atender o inciso I do Art 16 - estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício que entrar em viges mais os dois seguintes;

Comprovação de que a despesa criada ou aumentada não afetarias metas de resultados fiscais previstas no Anexo específico dos objetivos das políticas monetária, creditícia e cambial. Os efeitos financeiros, nos períodos seguintes, devem ser compensados pelo aumento permanente da receita ou pela redução permanente da despesa.

A DOCC não será executada antes da implementação das medidas citas no parágrafo anterior, que integrarão o instrumento que a criar ou aumentar.

A estimativa do impacto orçamentário-financeiro não se aplica às despesas destinadas ao serviço da dívida nem ao reajustamento de remuneração de pessoal de que trata o inciso X do art. 37 da Constituição.

Considera-se aumento de despesa a prorrogação daquela criada por prazo determinado.

O agente que der causa ao descumprimento da LRF está sujeito à reclusão de 1 a 4 anos nos termos do CP. O Prefeito Municipal fica sujeito a detenção de 3 meses a 3 anos, perda do cargo e inabilitação por 5 anos (pelo descumprimento dos arts. 16 e 17).

Q23 - Distinção entre o ARF e o RGF

A LDO deve conter o ARF, no qual serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem.

Riscos repetitivos deixam de ser riscos, devendo ser tratados no âmbito do planejamento.

Os riscos fiscais são classificados em duas categorias: riscos orçamentários e de dívida.

-> Riscos orçamentários: possibilidade de as receitas e as despesas projetadas quando da elaboração do PLOA não se confirmarem durante o exercício financeiro, por decorrência de fatos novos e imprevisíveis à época da elaboração do orçamento.

-> Riscos de dívida: riscos relativos à administração da dívida pública e os riscos decorrentes dos passivos contingentes.

O RGF é um dos instrumentos de transparência da gestão fiscal – os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentarias, as prestações de contas e o respectivo parecer prévio, o RREO e o RGF – (Art. 48 da LRF).

O RGF é emitido ao final de cada quadrimestre pelos titulares dos Poderes e órgãos. Será publicado até trinta dias após o encerramento do período a que corresponder. O descumprimento do prazo impedirá, até que a situação seja regularizada, que o ente da Federação receba TV e contrate OC, exceto as destinadas ao refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária.

Q24 - Base normativa para a renúncia de receitas

Condições para renúncia de receita:

Deve ser acompanhada da estimativa do impacto econômico-financeiro no exercício que entrar em vigor e nos dois subsequentes.

Deve atender a LDO e mais uma das duas medidas abaixo:1) Demonstrativo de que a renúncia foi considerada na estimativa da

receita da LOA e que não afetará o AMF2) Acompanhada de medida de compensação por meio de aumento de

receita, proveniente da: elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição. (Só pode entrar em vigor quando implementadas as medidas referidas)

A renúncia compreende: anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão de isenção em caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique REDUÇÃO DISCRIMINADA de tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a TRATAMENTO DIFERENCIADO.

As condições não se aplicam:-> Às alterações das alíquotas de II, IE, IPI e IOF (impostos de caráter

extrafiscal);

-> Ao cancelamento de débito cujo montante seja inferior aos dos

respectivos custos de cobrança.

Q25 - Possibilidade de intervenção do Estado no SFN

Abordar os aspectos legais e operacionais da hipótese.

Sobre a destinação de recursos públicos para o setor privado:-> A destinação de recursos para, direta ou indiretamente, cobrir

necessidades de pessoas físicas ou déficits de pessoas jurídicas deverá ser autorizada por lei específica, atender às condições estabelecidas na LDO e estar prevista no orçamento ou em seus créditos adicionais.

O disposto aplica-se a toda a administração indireta, inclusive fundações públicas e empresas estatais, exceto, no exercício de suas atribuições precípuas, as instituições financeiras e o BCB.

Na concessão de crédito, os encargos financeiros, comissões e despesas congêneres não serão inferiores aos definidos em lei ou ao custo de captação. (Condições operacionais)

Salvo mediante lei específica, não poderão ser utilizados recursos públicos, inclusive de operações de credito, para socorrer instituições do SFN, ainda que mediante a concessão de empréstimos de recuperação ou financiamentos para mudança de controle acionário.

A prevenção de insolvência e outros riscos ficará a cargo de fundos, e outros mecanismos, constituídos pelas instituições do SFN, na forma da lei.

O BCB não está proibido de conceder às IFs operações de redesconto e de empréstimo de prazo inferior a 360 dias.

Q26 - Controle Social do Orçamento

Aspectos a abordar:• Princípios orçamentários que viabilizam a participação popular no

orçamento público e seu controle social;• Transparência da gestão fiscal, controle e fiscalização dos gastos

públicos estabelecidos na LRF;• Participação da sociedade no processo e no ciclo orçamentário.

Os princípios que viabilizam a participação popular e controle social do orçamento são os princípios da publicidade e da transparência.

Sobre a transparência na gestão fiscal, o Art. 48 da LRF diz: São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos; orçamentos e leis de diretrizes orçamentarias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o RREO e o RGF e as versões simplificadas desses documentos.

Também asseguram a transparência:-> o incentivo à participação popular e realização de audiências públicas

-> a liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade de informações sobre a execução orçamentária e financeira;

-> a adoção de sistema integrado de administração financeira e controle.

Os entes da Federação disponibilizarão para qualquer pessoa física ou jurídica o acesso a informações referentes a:

-> quanto à despesa: todos os atos praticados pelas unidades gestoras no decorrer da execução da despesa, no momento de sua realização, com a disponibilização mínima dos dados referentes ao número do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao serviço prestado, à pessoa física ou jurídica beneficiária do pagamento e, quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado;

-> quanto à receita: o lançamento e o recebimento de toda a receita das unidades gestoras, inclusive referente a recursos extraordinários.

As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade.

Quanto ao controle e fiscalização, foram acrescidos itens adicionais de avaliação para controle externo e interno, dos quais, destacam-se: limites e condições para realização de OCs e medidas adotadas para o retorno da despesa total com pessoal para os limites legais.

Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicado é parte legítima para denunciar ao respectivo Tribunal de Contas e ao órgão competente do Ministério Público o descumprimento das prescrições estabelecidas pela LRF.

Q27 - A gestão de recursos públicos depois da LRF

Aspectos a serem abordados:• Novas normas para a gestão de receitas - comentado parcialmente na

Q24;• Novas normas para a expansão das despesas não financeiras - (DOCC)

tratada parcialmente na Q22;• Administração da dívida.

Quanto à previsão de arrecadação a LRF estabelece que:

São requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente federado. Ente que não observar a disposição no que se refere aos impostos não poderá receber TV.

A previsão de receitas deve ser acompanhada por demonstrativos de sua evolução nos últimos 3 anos, da projeção para os dois seguintes ao que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas.

Reestimativa de receita por parte do Legislativo só será admitida se

comprovado erro ou omissão de ordem técnica ou legal.

Regra de ouro!!

Na LRF, as despesas não financeiras que tiveram comandos específicos e relevantes foram: DOCC, despesas com pessoal e com seguridade social.

Despesa com pessoal

Para a LRF, a despesa total com pessoal é: o somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência. Ou seja, TUDO relativo ao custeio com ativos, inativos e pensionistas.

A despesa total com pessoal será apurada somando-se a realizada no mês em referência com as dos 11 imediatamente anteriores, adotando-se o regime de competência.

Valores dos contratos de terceirização de mão de obra que se referem à substituição de servidores e empregados públicos serão contabilizados como “Outras Despesas de Pessoal”.

Os limites totais de despesa com pessoal são computados sobre a RCL.

São despesas que não entram no somatório das despesas com pessoal:

Indenizações, as decorrentes de decisão judicial com fato gerador anterior a 12 meses, demais despesas da competência de período anterior ao da apuração, com ativos (também os pensionistas) custeadas com recursos vinculados

Não poderão ser deduzidos:

a) as despesas com pessoal inativo e pensionistas, custeadas com recursos não vinculados;

b) os valores transferidos a outro Ente da Federação para fins da compensação financeira de que trata o parágrafo 9º do art. 201 da CF, uma vez que esses valores não são computados como despesas de pessoal.

c) o IR retido na fonte.

Medidas quando os limites são ultrapassados:Limite total (percentual estipulado para cada Ente pela LRF): o excesso deve

ser reduzido. 1/3 no primeiro quadrimestre subsequente e 2/3 no segundo quadrimestre.

Caso não seja alcançada a redução no prazo estabelecido, e enquanto

perdurar o excesso, o Ente não poderá:-> Receber TV;-> Obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;-> Contratar OC, ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dívida

mobiliária e as que visem à redução das despesa com pessoal.

As medidas são aplicadas imediatamente se a despesa total com pessoal exceder o limite no primeiro quadrimestre do último ano do mandato dos titulares de Poder ou órgão.

Limite prudência (95% do percentual estipulado para o Ente): fica vedado ao Poder ou órgão que incorrer no excesso:

-> concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a qualquer título, salvo os derivados de sentença judicial ou de determinação legal ou contratual, ressalvada a revisão geral anual;

-> criação de cargo, emprego ou função;-> provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a

qualquer título, ressalvada a reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de educação, saúde e segurança;

-> contratar hora extra.

As restrições dos limites prudência são cumulativas com as do limite total.

São nulos de pleno direito os atos que provoquem aumento de despesa com pessoal e não atenda:

-> as exigências dos arts. 16 e 17 da LRF e o disposto no inciso XIII do art. 37 e no parágrafo 1º do art. 169 da CF.

-> o limite legal de comprometimento aplicado às despesas com pessoal inativo.

Também é nulo ato que resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos 180 dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo Poder ou órgão.

Despesas da seguridade social

Nenhum benefício ou serviço relativo à seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a indicação da fonte de custeio total, atendidas também as exigências as DOCCs.

É dispensada a compensação referida da DOCC o aumento de despesa decorrente de:

I - concessão de benefício que satisfaça as condições de habilitação prevista na legislação pertinente;

II - expansão quantitativa do atendimento e dos serviços prestados;III - reajustamento do valor do benefício ou serviço, a fim de preservar

seu valor real.

Administração da dívida

Limites:

Todos os percentuais têm como base da cálculo a Receita Corrente Líquida, eles não constam do corpo da LRF.

A dívida mobiliária da União deve ser definida pelo Congresso Nacional. Os demos percentuais são definidos pelo Senado.

Definição:Dívida Consolidada ou Fundada: é o montante total, apurado sem

duplicidade, das obrigações financeiras, inclusive as decorrentes de emissão de títulos do Ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização de operações de crédito para amortização em prazo superior a 12 meses, dos precatórios judiciais emitidos a partir de 5 de maio de 2000 e não pagos durante a execução do orçamento em que foram incluídos, e das operações de crédito, que, embora de prazo inferior a 12 meses, tenham constado como receitas no orçamento.

A dívida consolidada não inclui as obrigações existentes entre as administrações diretas do Ente da Federação e seus respectivos fundos, autarquias, fundações e empresas estatais dependentes, ou entre essas entidades da administração indireta.

Composição da Dívida Consolidada:

DÍVIDA CONSOLIDADA - DCDívida MobiliáriaDívida Contratual

InternaExterna

Precatórios Posteriores a 05/05/2000 (Inclusive) - Vencidos e não pagosDemais Dívidas

Dívida Mobiliária: integra a dívida consolidada e consiste na dívida pública representada por títulos emitidos pela União, inclusive os do BCB, estados e municípios.

O refinanciamento do principal da dívida mobiliária não excederá, ao término de cada exercício financeiro, o montante do final do exercício anterior,

somado ao das operações de crédito autorizadas no orçamento para este efeito e efetivamente realizadas, acrescido de atualização monetária.

=> Para todos os efeitos, o conceito de endividamento utilizado na apuração dos respectivos limites, com base na Receita Corrente Líquida, deverá ser o da Dívida Consolidada Líquida.

No caso de desenquadramento dos limites do quadro anterior, a LRF trás a regra para recondução:

=> O retorno ao limite máximo deve acontecer em até três quadrimestres, sendo pelo menos 25% no primeiro quadrimestre e o restante nos dois seguintes.

Q28

Gastos no último ano de mandato do Chefe do Executivo

A LRF estabelece condições para gastos com pessoal, ARO e restos a pagar.

-> Despesas com pessoal: é nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo Poder ou órgão.

-> ARO: A operação de crédito por antecipação de receita estará proibida no último ano de mandato do Presidnade, Governador ou Prefeito Municipal.

-> Restos a Pagar: É vedado ao titular de Poder ou órgão, nos últimos dois quadrimestres de seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a asserem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito. Na determinação da disponibilidade de caixa serão considerados os encargos e despesas compromissadas a pagar até o final do exercício.

As restrições quando os limites totais de pessoal ou da dívida são ultrapassados no último ano do chefe do Executivo se aplicam imediatamente.

Relatório Resumido de Execução Orçamentária

Está previsto na CF/88, deve ser publicado até trinta dias após o encerramento de cada bimestre.

A LRF trouxe inovações no RREO.O RREO e seus demonstrativos abrangerão os órgãos da administração Direta

e entidades da Administração Indireta, de todos os Poderes, constituídos pelas autarquias, fundações, fundos especiais, empresas públicas e sociedades de economia mista que recebem recursos dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social, inclusive sob a forma de subvenções para pagamento de pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária.

O RREO deve ser elaborado e publicado pelo Poder Executivos da União, dos estados, do DF e dos Municípios.

Deve ser assinado pelo Chefe do Poder Executivo que estiver no exercício do mandato na data da publicação do relatório, ou por pessoa a quem ele tenha legalmente delegado essa competência. Qualquer um dos dois deve fazê-lo em conjunto com o profissional de contabilidade responsável pela elaboração do relatório.

COMPOSIÇÃO DO RREO: o BODE foi 4x ao RJ e 2x a Rio Verde

Quando for o caso, serão apresentadas justificativas:-> limitação do empenho;-> Frustração de receita.

Caso o Ente não publique o RREO nos prazos previstos, ficará impedido de receber TV e contratar OC até que seja regularizada a situação, exceto as OCs destinadas ao refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária.

Q29 - Contribuiçao de municípios para custeio de despesas de outros entes

Os Municípios somente contribuirão para o custeio de despesas de competência de outros entes se houver:

-> autorização na LDO e na LOA;-> Convênio, acordo, ajuste ou congênere, conforme sua legislação.

Q30 - Transparência da Gestão Fiscal

Empecilhos à consolidação de uma gestão transparente.

Uma das fragilidades do processo orçamentário é o excesso de detalhamento das despesas e a prolixidade do orçamento, que impedem a transparência e torna o processo orçamentário incompreensível inclusive para pessoas com qualificação.

Outra fragilidade é a deficiência estrutural e de pessoal dos municípios, tanto é que os municípios possuem prazos diferenciados.

Prazo diferenciado para o parecer prévio dos Tribunais de Contas:

-> No caso de Municípios que não sejam capitais e que tenham menos de duzentos mil habitantes o prazo será de cento e oitenta dias (não sessenta como para os demais entes).

Prazo diferenciado do art. 63 da LRF:

-> É facultado aos Municípios com população inferior a 50 mil habitantes optar por:

• Verificar o cumprimento dos limites totais de despesas com pessoal ao final do segundo semestre;

• Divulgar semestralmente: RGF e os demonstrativos de apuração da RCL, receitas de despesas previdenciárias, resultado nominal e primário, despesas com juros e restos a pagar

• elaborar o Anexo de Política Fiscal do PPA, o AMF e o ARF a partir

do 5º exercício seguinte ao da publicação da LRF.** A divulgação dos relatórios e demonstrativos deverá ser realizada em

até trinta dias após o encerramento do semestre.

A LRF determina ainda que a União preste assistência técnica ao município. A assistência técnica consistirá no treinamento e desenvolvimento de recursos humanos e na transferência de tecnologia, bem como no apoio à divulgação dos instrumentos de que trat o art. 48 em meio eletrônico de amplo acesso público.

Q32 - Orçamento como um instrumento de accountability nos desdobramentos vertical e horizontal

O termo accountability engloba o dever de transparência, de publicação de atos públicos e de propiciar a participação da população nos processos das tomadas de decisões da Adminsitração Pública. Três termos ajudam a definir accountability: transparência, responsabilidade e responsabilização. A idéia central é a participação da população na cobrança de prestação de contas do gestor público.

-> Accountability horizontal: está associada à existência de órgãos do Estado com poder de fiscalização e jurisdição para fiscalizar os atos de todos os entes do governo. Baseia-se no sistema de freios e contrapesos. O processo orçamentário apresenta as seguintes formas de accountability horizontal:

Fiscalização: a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder;

Papel do CN: tem a competência exclusiva de julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo;

Papel do TCU: auxilia o CN no exercício do controle externo, com a competência de: apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio

Papel da CMO: diante de indícios de despesas não autorizadas poderá solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos necessários. Não prestados os esclarecimentos, ou estes considerados insuficientes, a CMO solicitará ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias. Se o Tribunal entender a despesa como irregular, a CMO, se considerar que o gasto posso causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá ao CN sua sustarão.

Papel do Controle Interno: cada poder manterá, de forma integrada, sistema de controle interno.

-> Accountability vertical: são os mecanismos institucionais que possibilitam aos cidadãos exigirem prestações de contas por parte da Administração Pública, bem como de influenciarem em seus direcionamentos. O processo orçamentário apresenta as seguintes formas de accountability vertical:

CF/1988: Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o TCU;

LRF: Os instrumentos de transparência da gestão fiscal, incentivo à participação popular e à realização de audiências públicas, durante os processo de elaboração e discussão dos planos, LDO e LOA, a disponilibilização à qualquer pessoa física ou jurídica do acesso a informações referentes à despesa, à receita e a consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade das contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo.