Cegueira, surdez e Cegueira, surdez e autismoautismo
josé salomão schwartzman
universidade presbiteriana mackenzie
José Salomão Schwartzman
Autismo infantil Autismo infantil
critérios diagnósticos descritivos:critérios diagnósticos descritivos:
DSM-III-R (APA) 1989DSM-III-R (APA) 1989 DSM-IV (APA) 1991DSM-IV (APA) 1991
distúrbios globais do desenvolvimentodistúrbios globais do desenvolvimento
CID-10 (OMS) 1993CID-10 (OMS) 1993 transtornos invasivos do desenvolvimentotranstornos invasivos do desenvolvimento
José Salomão Schwartzman
Transtornos do desenvolvimento psicológicoTranstornos do desenvolvimento psicológicoCID - 10 OMS (1993)CID - 10 OMS (1993)
F84 Transtornos invasivos do desenvolvimento F84.0 Autismo infantil F84.1 Autismo atípico F84.2 Síndrome de Rett F84.3 Outro transtorno desintegrativo da infância F84.4 Transtorno de hiperatividade associado a retardo mental
e movimentos estereotipados F84.5 Síndrome de Asperger F84.8 Outros transtornos invasivos do desenvolvimento F84.9 Transtorno invasivo do desenvolvimento, não
especificado
José Salomão Schwartzman
Autismo infantil (cid 10 oms)Autismo infantil (cid 10 oms)
transtorno definido pela presença de desenvolvimento anormal e/ou comprometido nas áreas da interação social, comunicação e comportamento (restrito e repetitivo); manifesta-se antes dos 3 anos de idade e ocorre 3-4 vezes mais freqüentemente em meninos
José Salomão Schwartzman
Autismo infantilAutismo infantil
o autismo infantil pode ser considerado um distúrbio do o autismo infantil pode ser considerado um distúrbio do
desenvolvimento caracterizado por um quadro desenvolvimento caracterizado por um quadro
comportamental peculiar e que envolve sempre as áreas da comportamental peculiar e que envolve sempre as áreas da
interação social, da comunicação e do comportamento em interação social, da comunicação e do comportamento em
graus variáveis de severidade; este quadro é, possivelmente, graus variáveis de severidade; este quadro é, possivelmente,
inespecífico e representaria uma forma particular de reação do inespecífico e representaria uma forma particular de reação do
sistema nervoso central frente a uma grande variedade de sistema nervoso central frente a uma grande variedade de
insultos que podem afetar, de forma similar, determinadas insultos que podem afetar, de forma similar, determinadas
estruturas do sistema nervoso central em períodos precoces estruturas do sistema nervoso central em períodos precoces
do seu desenvolvimentodo seu desenvolvimentoschwartzman, 1997
José Salomão Schwartzman
Autismo infantilAutismo infantilneurobiologia neurobiologia (schwartzman et al., 1995)(schwartzman et al., 1995)
convulsõesconvulsões 3939 18%18% x-frágilx-frágil 9/549/54 17%17% síndromes neurocutâneassíndromes neurocutâneas 55 amauroseamaurose 55 deficiência auditivadeficiência auditiva 33 esclerose tuberosaesclerose tuberosa 22 rubéola congênitarubéola congênita 22 síndrome de Downsíndrome de Down 22 miopatiasmiopatias 22 microcefaliamicrocefalia 22 síndrome de Möebiussíndrome de Möebius 11 paralisia cerebralparalisia cerebral 11 citomegalia congênitacitomegalia congênita 11
José Salomão Schwartzman
Autismo e perda auditivaAutismo e perda auditivarosenhall et al., 1999rosenhall et al., 1999
199 crianças e adolescentes com 199 crianças e adolescentes com autismoautismo
153 do sexo masculino153 do sexo masculino
46 do sexo feminino46 do sexo feminino
José Salomão Schwartzman
Autismo e perda auditivaAutismo e perda auditivaRosenhall et al., 1999Rosenhall et al., 1999
perdas auditivas leves/moderadas: 7,9% dos perdas auditivas leves/moderadas: 7,9% dos casoscasos
perdas auditivas pronunciadas/severas ou perdas auditivas pronunciadas/severas ou surdez: 3,5% dos casossurdez: 3,5% dos casos
as perdas ocorreram em todos os níveis de as perdas ocorreram em todos os níveis de funcionamento intelectualfuncionamento intelectual
hiperacusia: 18,0% dos casoshiperacusia: 18,0% dos casos otite média serosa: 23,5%otite média serosa: 23,5%
com perda de tipo condutiva: 18,3% com perda de tipo condutiva: 18,3%
José Salomão Schwartzman
Autismo e perda auditivaAutismo e perda auditivaCarvil (2001) revisãoCarvil (2001) revisão
Jure et al. (1991)Jure et al. (1991) 1150 crianças com DA1150 crianças com DA
46 (4%) com autismo46 (4%) com autismo
Gillberg et al. (1990)Gillberg et al. (1990) 20 crianças com autismo (menos de 3 anos)20 crianças com autismo (menos de 3 anos)
6 (30%) com DA moderada/severa6 (30%) com DA moderada/severa
José Salomão Schwartzman
Autismo e perda auditivaAutismo e perda auditivaCarvil (2001) revisãoCarvil (2001) revisão
Steffenburg (1991)Steffenburg (1991) 35 crianças com autismo35 crianças com autismo 17 crianças com quadros autísticos17 crianças com quadros autísticos
1 surdo1 surdo 1 com DA severa1 com DA severa 1 com DA moderada1 com DA moderada 5 com DA leve/moderada5 com DA leve/moderada
Rosenhall et al. (1999)Rosenhall et al. (1999) 199 crianças e adolescentes com autismo199 crianças e adolescentes com autismo
10 com DA leve/moderada10 com DA leve/moderada 7 com DA profunda7 com DA profunda
José Salomão Schwartzman
Cegueira e Cegueira e autismoautismoGoodman e Minne (1995)Goodman e Minne (1995)
sabe-se que crianças com cegueira sabe-se que crianças com cegueira congênita apresentam, com freqüência, congênita apresentam, com freqüência, características clínicas habitualmente características clínicas habitualmente presentes dos chamados transtornos presentes dos chamados transtornos invasivos do desenvolvimento (TID)invasivos do desenvolvimento (TID)
há diferentes hipóteses para explicar este há diferentes hipóteses para explicar este achadoachado
José Salomão Schwartzman
Cegueira e Cegueira e autismoautismoGoodman e Minne (1995)Goodman e Minne (1995)
teoria da comorbidade:teoria da comorbidade:cegueira e TID ocorrem simultaneamente cegueira e TID ocorrem simultaneamente
não porque a cegueira leve ao TID mas não porque a cegueira leve ao TID mas porque ambas as condições dependem porque ambas as condições dependem dos mesmos antecedentes genéticos ou dos mesmos antecedentes genéticos ou ambientaisambientais
José Salomão Schwartzman
Cegueira e Cegueira e autismoautismoGoodman e Minne (1995)Goodman e Minne (1995)
teoria da fenocópia:teoria da fenocópia: a causa da cegueira é irrelevante pois ela levaria a a causa da cegueira é irrelevante pois ela levaria a
alterações no desenvolvimento incluindo-se, aqui, os TIDalterações no desenvolvimento incluindo-se, aqui, os TID
ecolalia, inversão pronominal e dificuldades com ecolalia, inversão pronominal e dificuldades com relação ao jogo imaginativo fariam parte do relação ao jogo imaginativo fariam parte do desenvolvimento precoce de crianças cegasdesenvolvimento precoce de crianças cegas
José Salomão Schwartzman
Cegueira e Cegueira e autismoautismoGoodman e Minne (1995)Goodman e Minne (1995)
os TGD por comorbidade seriam persistentes e os TGD por comorbidade seriam persistentes e teriam prognóstico pobre no que se refere à teriam prognóstico pobre no que se refere à independênciaindependência
os TID por fenocópia seriam transitórios e de os TID por fenocópia seriam transitórios e de melhor prognósticomelhor prognóstico
José Salomão Schwartzman
Cegueira e Cegueira e autismoautismo
um dos primeiros relatos relacionando o um dos primeiros relatos relacionando o quadro do autismo com cegueira foi o de quadro do autismo com cegueira foi o de Keeler (1958)Keeler (1958)
5 crianças em idade pré-escolar5 crianças em idade pré-escolar prematurasprematuras cegueira completa ou perda visual severacegueira completa ou perda visual severa diagnóstico de fibroplasia retrolentaldiagnóstico de fibroplasia retrolental
José Salomão Schwartzman
Cegueira e Cegueira e autismoautismo
Wing (1969) descreveu 15 crianças com Wing (1969) descreveu 15 crianças com “surdez parcial”e “cegueira parcial”“surdez parcial”e “cegueira parcial” em 12 delas as mães haviam apresentado em 12 delas as mães haviam apresentado
rubéola durante a gestaçãorubéola durante a gestação as 15 apresentavam quadro muito similar ao as 15 apresentavam quadro muito similar ao
de crianças autistasde crianças autistas as dificuldades de relacionamento social as dificuldades de relacionamento social
eram menos severas do que as observadas eram menos severas do que as observadas em crianças autistasem crianças autistas
José Salomão Schwartzman
Cegueira e Cegueira e autismoautismo
Chase (1972) estudou 263 indivíduos Chase (1972) estudou 263 indivíduos com fibroplasia retrolentalcom fibroplasia retrolental
concluiu que muito poucos poderiam concluiu que muito poucos poderiam ser considerados autistasser considerados autistas
muitos apresentavam quadros muitos apresentavam quadros similares ao autismosimilares ao autismo
José Salomão Schwartzman
Cegueira e Cegueira e autismoautismoGoodman e Minne (1995)Goodman e Minne (1995)
aplicaram o ABC em uma população de aplicaram o ABC em uma população de 17 crianças com cegueira congênita17 crianças com cegueira congênita
4/17 apresentaram resultados 4/17 apresentaram resultados compatíveis com o diagnóstico de compatíveis com o diagnóstico de suposição ou de certeza de um TIDsuposição ou de certeza de um TID
José Salomão Schwartzman
Cegueira e Cegueira e autismoautismoEk et al., 1998Ek et al., 1998
27 pacientes cegos em conseqüência 27 pacientes cegos em conseqüência de retinopatia da prematuridadede retinopatia da prematuridade
14 paciente com cegueira congênita 14 paciente com cegueira congênita por doença retiniana hereditáriapor doença retiniana hereditária
José Salomão Schwartzman
Cegueira e Cegueira e autismoautismoEk et al., 1998Ek et al., 1998
15/27 dos casos com retinopatia da 15/27 dos casos com retinopatia da prematuridade eram autistasprematuridade eram autistas todos apresentavam deficiência mentaltodos apresentavam deficiência mental1/3 apresentava paralisia cerebral1/3 apresentava paralisia cerebral
2/18 do grupo com retinopatia 2/18 do grupo com retinopatia hereditária eram autistashereditária eram autistassomente estas 2 apresentavam deficiência somente estas 2 apresentavam deficiência
mentalmentalJosé Salomão Schwartzman
Cegueira e Cegueira e autismoautismoEk et al., 1998Ek et al., 1998
os autores concluem que a associação os autores concluem que a associação entre cegueira e autismo ocorra mais entre cegueira e autismo ocorra mais em função da lesão cerebral subjacente em função da lesão cerebral subjacente do que da cegueirado que da cegueira
José Salomão Schwartzman
Autismo e perda visualAutismo e perda visualCarvil (2001) revisãoCarvil (2001) revisão
Keeler (1958)Keeler (1958)40 crianças com fibroplasia retrolenticular40 crianças com fibroplasia retrolenticular
5 com autismo5 com autismo35 com “autismo parcial”35 com “autismo parcial”
Chess (1971)Chess (1971)234 crianças com rubéola congênita234 crianças com rubéola congênita
10 com autismo10 com autismo8 com “autismo parcial”8 com “autismo parcial”
José Salomão Schwartzman
Autismo e perda visualAutismo e perda visualCarvil (2001) revisãoCarvil (2001) revisão
Chase (1972)Chase (1972) 246 crianças com fibroplasia retrolenticular246 crianças com fibroplasia retrolenticular
continuum de sintomas autísticoscontinuum de sintomas autísticos 0 autismo0 autismo
Fraiberg (1977)Fraiberg (1977) 27 crianças com cegueira27 crianças com cegueira
7 autismo7 autismo 20 com “padrões autísticos”20 com “padrões autísticos”
José Salomão Schwartzman
Autismo e perda visualAutismo e perda visualCarvil (2001) revisãoCarvil (2001) revisão
Jan et al. (1977)Jan et al. (1977) 92 crianças com prejuízos visuais congênitos92 crianças com prejuízos visuais congênitos
3 com “psicose”3 com “psicose”
Rogers et al. (1987)Rogers et al. (1987) 5 crianças com amaurose de Leber5 crianças com amaurose de Leber
todas com autismotodas com autismo
Elk et al. (1998)Elk et al. (1998) 27 crianças com retinopatia da prematuridade27 crianças com retinopatia da prematuridade
todas com autismotodas com autismo 4 crianças com cegueira hereditária4 crianças com cegueira hereditária
2 com autismo2 com autismo
José Salomão Schwartzman