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Sumário Executivo
1. Enquadramento
A segurança pública é atualmente um bem essencial cuja prossecução assenta em grande parte num
planeamento, execução e controlo com significativa base técnico-científica, bem como no profissionalismo e
disponibilidade a todos os níveis dos seus agentes. Portugal pode neste momento orgulhar-se de atingir
elevados índices de eficácia neste domínio, sendo um dos países mais seguros do mundo, conforme
demonstram os diversos rankings internacionais.
No entanto, face às exigências financeiras a que o país está sujeito, as componentes da eficiência e da
racionalidade orçamental têm que ser reforçadas, pelo que o presente estudo impõe-se naturalmente pela sua
oportunidade e pertinência, independentemente das convicções ideológicas e doutrinárias de cada um.
A opção por um ensaio teórico de fusão dos três organismos dedicados à produção de serviços na área da
segurança interna – Polícia de Segurança Pública (PSP), Guarda Nacional Republicana (GNR) e Serviços de
Estrangeiros e Fronteiras (SEF) – faz assim todo o sentido quando se pretende obter ganhos significativos em
termos de eficiência, até porque as duas principais forças de segurança, no atual paradigma, já estão num
estádio de racionalidade orçamental perto do chamado limite útil, como atestam os diversos indicadores
susceptíveis de o aferir. Obviamente que existe sempre espaço para alargar a fusão a outros serviços e forças de
segurança fora do Ministério da Administração Interna (MAI), como a Polícia Judiciária (PJ), a Autoridade se
Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e a Polícia Marítima, entre outros, embora tal não tenha sido
considerado neste exercício simulatório.
2. Metodologia e pressupostos
A metodologia de base utilizada neste estudo passou essencialmente pela aferição dos ganhos diretos
decorrentes de uma fusão entre aqueles três organismos (GNR, PSP e SEF) numa única polícia de matriz civilista,
ignorando portanto todos os outros ganhos passíveis de serem obtidos no quadro do presente modelo
espartilhado de coexistência institucional, nomeadamente ao nível de opções gestionárias clássicas como o
outsourcing, redução do peso do fator de produção trabalho a favor do capital fixo e tecnologia e retração do
dispositivo geográfico, entre outros.
A opção assumida por um modelo organizacional e funcional de cariz civilista pretendeu apenas ir ao encontro
das tendências hodiernamente verificadas em quase todo o mundo ocidental.
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O estudo enveredou por uma dupla análise: por um lado, simulou os ganhos no plano orçamental, isto é, na
ótica de caixa, aferindo assim os impactes diretos nas contas públicas nacionais; pelo outro, avaliou também os
efeitos económicos no ciclo de produção de serviços de segurança, isto é, o nível de recursos que seriam
efetivamente despendidos na sequência deste exercício simulatório face ao modelo espartilhado hoje vigente.
O universo de referência para a aferição dos ganhos e perdas em termos de eficiência foi sempre o Estado em
sentido amplo, isto é, os subsistemas orçamentais da administração central e da segurança social.
Refira-se que o efetivo libertado com a fusão dos três organismos seriam encaminhados de forma livre ou
coerciva para uma situação de pré-aposentação por um critério de idade e/ou tempo de serviço. Foi assumido,
com base no histórico registado, que a diminuição de despesa inerente ao vencimento líquido de um elemento
pré-aposentado de qualquer um dos serviços em análise face ao de um elemento na efetividade de serviço
rondará os 5.000 euros e que o valor líquido de uma pensão de reforma corresponderá a cerca de 90% do
último vencimento líquido de um pré-aposentado.
Salienta-se que é importante ter em conta que a admissão de um elemento para as forças e serviços de
segurança, nos termos da lei em contrato de nomeação, provoca um encargo para o Estado que se perpetua até
à sua morte biológica (não raras vezes para além desta), diminuindo ligeiramente quando o mesmo passa para a
situação de pré-aposentação (já que deixa de usufruir diversos suplementos ligados à efetividade de serviço) e
posteriormente para a aposentação (se tivermos em conta que apenas parte da sua aposentação é garantida
numa lógica de capitalização).
Durante este estudo procedeu-se inicialmente a uma breve mas elucidativa radiografia dos três organismos nas
suas diversas componentes, nomeadamente, nos planos orçamental, organizacional e estatutário, seguindo-se
o exercício simulatório de racionalização em condições ceteribus paribu, essencialmente ao nível do pessoal e
consumos intermédios, socorrendo-se de métodos aplicacionais de custeio assentes na aferição e incidência de
custos-padrão por efetivo.
Foram ignorados todos os ganhos expetáveis em termos de eficácia decorrentes de um modelo monista
(benefícios imensuráveis), nomeadamente ao nível da coordenação e controlo, partilha de informação,
mitigação dos atuais conflitos positivos e negativos de competências, uniformidade de doutrina de atuação, etc.
Os possíveis ganhos económicos e financeiros decorrentes do exercício simulatório, por exemplo em termos de
libertação de efetivos dedicados a tarefas de suporte, diminuição de consumos intermédios e de estruturas
congéneres de suporte ancoraram-se sempre num princípio de prudência, assumindo os valores mais
comedidos entre os que são comummente indicados pelos diversos estudos internacionais na área da
racionalização económica de estruturas.
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Foram ignorados os ganhos da fusão dos serviços sociais da PSP e da GNR, porquanto estes organismos
assentam atualmente numa lógica de autossustentabilidade, sem qualquer dependência de receitas do
orçamento de Estado, se bem que seriam sempre expectáveis ganhos sensíveis na ótica da despesa sem perda
de receita (melhoria do saldo conjunto de gerência).
3. Situação atual
Se olharmos para os dados de 2011, verificamos que os três organismos em estudo representam cerca de 1%
do PIB nacional. As despesas de pessoal representam conjuntamente cerca de 98% do total de despesas
congéneres do MAI, sendo que, se excluirmos o investimento – onde existe tendência para benefícios
partilhados não proporcionalmente representados nos respetivos orçamentos –, o peso das outras despesas é
de apenas 37% das do MAI no seu conjunto, o que indicia que aqueles organismos já terão atingido um grau de
eficiência relativamente superior aos demais no âmbito desse ministério, não olvidando, obviamente, o efeito
escala.
Individualmente a PSP apresenta o menor índice de despesas per capita (33.485€ por efetivo), contra os
35.418€ da GNR e os destacados 61.096€ do SEF. Refira-se que o SEF teve nesse ano um rácio de despesas com
bens e serviços por efetivo sensivelmente 11 vezes superior ao da PSP e 10 vezes ao da GNR. Globalmente estas
três entidades custaram em 2011 cerca de 164€ a cada cidadão português (85€ a GNR, 71€ a PSP e 8€ o SEF).
A PSP é a entidade com menor peso de pessoal não policial no efetivo global (2,9%), enquanto a GNR detém
4,4% - especialmente por força do elevado número de guardas florestais - e o SEF 47,5%. A GNR tem cerca de
27% do efetivo global dedicado a tarefas de suporte, sendo que só cerca de 58% estão nas unidades territoriais
(«front-office»), evidenciando um regime fortemente concentracionário e de aquartelamento, típico das
organizações militares. Quanto à PSP os valores são respetivamente de 20% e 89%, ilustrando a sua opção
estrutural de aposta numa maior proximidade ao cidadão.
Conjuntamente estes três organismos do MAI conseguem assegurar um rácio de 1 polícia por 225 cidadãos
(1/226 da GNR e 1/232 da PSP), divergindo muito do indicador médio europeu (1/276). Contudo, no que toca
exclusivamente ao dispositivo territorial, a GNR apresenta um rácio de 1/414 habitantes, contra 1/309
apresentado pela PSP. Cada uma das 425 esquadras da PSP detém em média 39 polícias e os 490 postos da GNR
27 militares.
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4. Ensaio simulatório
Com a adoção de um modelo de polícia nacional, resultando da fusão destas três organizações, seria possível
obter prudentemente os seguintes resultados:
a) O número de estruturas superiores e intermédias de nível territorial (Comandos distritais /direções
regionais e destacamentos/divisões) teriam uma redução de 47%, mantendo-se idêntico o número de
esquadras e postos. Obviamente as atuais três estruturas de topo (direções nacionais /comando geral)
passariam para uma única, libertando cerca de 995 elementos), um único estabelecimento de
«formação profissional» (libertando 404 efetivos), uma unidade especial / especializada (menos 723
elementos, entre operacionais – 472 – e administrativos – 251) e, tal como hoje, um estabelecimento
de ensino superior.
b) O número de dirigentes ou equiparados de nível superior e intermédio desceria para metade do valor
atual, ou seja, existiriam menos 194 cargos, passando para um número próximo dos 190.
c) Haveria uma libertação de cerca de 4.611 efetivos com funções policiais (pressupôs-se a manutenção
integral dos efetivos não policiais). O rácio de polícia / cidadão passaria para 1/250, mais próximo dos
valores europeus. O volume de pessoal policial dedicado a tarefas de suporte passaria para os 6.804
efetivos, bem abaixo dos atuais 11.415 (-40%).
d) O número de pessoal colocado no «front-office» (unidades territoriais) subiria em 3.377, fruto da
integração das unidades especializadas e da fusão das unidades especiais. Nas unidades territoriais o
número de pessoal exclusivamente afeto a tarefas operacionais subiria 11%, enquanto o pessoal de
suporte desceria 24%.
e) Conseguir-se-ia uma apreciável dinâmica de rejuvenescimento do efetivo policial – essencial neste tipo
de organizações, com elevadas taxas de desgaste físico e psicológico e onde são aconselhados padrões
demográficos menos envelhecidos e uma especial mobilidade geográfica –, porquanto entrariam 800
novos elementos policiais por ano (menos cerca de 200, em média, face ao modelo atual) com igual
número de saídas para a pré-aposentação, mantendo assim constante o saldo líquido em torno dos
44.692 efetivos.
f) Na ótica económica (eficiência na utilização dos recursos) a fusão das entidades em apreço implicaria
uma redução de «consumos» no ciclo de produção de segurança pública de cerca de 145 milhões de
euros por ano, dos quais 111 milhões em pessoal e os restantes 34 milhões na aquisição de bens e
serviços (consumos intermédios).
g) Mais importante ainda face à atual conjuntura, na ótica orçamental, este modelo de polícia nacional
aliviaria as contas do Estado no mínimo em 81 milhões de euros no primeiro ano de implementação
(ano zero). No final do sexto ano – altura em que se atingiria a velocidade cruzeiro em termos
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financeiros – a poupança acumulada seria acima de 624 milhões de euros, ou seja, uma média de 104
milhões de euros ao ano.
h) Apesar de não se ter relevado os custos iniciais de uniformização de simbologias e uniformes da polícia
única, o seu montante não ascenderia a mais de 8 milhões de euros de uma assentada, o que se torna
insignificante face à poupança global em pessoal e consumos intermédios, como verificámos atrás.
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Índice
1. Enquadramento ............................................................................................................................................ 8
2. Metodologia ................................................................................................................................................. 9
3. Breve caraterização do atual sistema policial português ................................................................................ 10
1.1. Custos do atual sistema ......................................................................................................................... 11
4. Principais Elementos de Caracterização da GNR............................................................................................ 16
4.1. Missão ................................................................................................................................................................ 16
4.2. Organização ....................................................................................................................................................... 17
4.3. Recursos Humanos ............................................................................................................................................ 20
4.4. Indicadores Operacionais ................................................................................................................................. 23
4.4.1. Comando Geral ......................................................................................................................................... 24
4.4.2. Unidades Especializadas e de Reserva ..................................................................................................... 24
4.4.3. Escola da Guarda ....................................................................................................................................... 24
4.4.4. Unidades Territoriais ................................................................................................................................. 25
4.5. Indicadores Financeiros .................................................................................................................................... 26
5. Principais elementos de caracterização da PSP ............................................................................................. 27
5.1. Missão ................................................................................................................................................................ 27
5.2. Organização ....................................................................................................................................................... 28
5.3. Recursos Humanos ............................................................................................................................................ 31
5.4. Indicadores Operacionais ................................................................................................................................. 34
5.4.1. Direção Nacional ....................................................................................................................................... 35
5.4.2. Unidades de Reserva................................................................................................................................. 36
5.4.3. Estabelecimentos de Ensino ..................................................................................................................... 36
5.4.4. Unidades Territoriais ................................................................................................................................. 36
5.5. Indicadores Financeiros .................................................................................................................................... 37
6. Principais Elementos de Caracterização do SEF ............................................................................................. 38
6.1. Missão ................................................................................................................................................................ 38
6.2. Organização ....................................................................................................................................................... 40
6.3. Recursos Humanos ............................................................................................................................................ 45
6.4. Indicadores Operacionais ................................................................................................................................. 46
6.5. Indicadores Financeiros .................................................................................................................................... 47
7. Novo Modelo Proposto ............................................................................................................................... 48
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7.1. Aspetos Gerais ................................................................................................................................................... 48
7.2. Organização do Novo Modelo Proposto .......................................................................................................... 49
7.3. Transição para o Novo Modelo ........................................................................................................................ 53
7.3.1. Pressupostos ............................................................................................................................................. 53
7.3.2. Impacto da Transição para o Novo Modelo ............................................................................................ 56
7.3.3. Impacto da Económico-financeiro ........................................................................................................... 58
Conclusões ...................................................................................................................................................... 61
Bibliografia ...................................................................................................................................................... 62
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1. Enquadramento
No âmbito do processo de ajustamento económico e financeiro decorrente do programa de assistência
financeira ao Estado Português acordado com a União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI),
impõe-se a necessidade de se implementarem medidas reformadoras e estruturais ao nível do Estado que
promovam a sua sustentabilidade e consequentemente a consolidação das finanças públicas.
Neste âmbito, o FMI elaborou um relatório, que no seu essencial, apresenta como objetivo apelar à reflexão
sobre as funções protagonizadas pelo Estado e sua dimensão atual, no sentido de ser possível elaborar uma
estratégica integrada e criteriosa, focalizada no reforço da eficiência da despesa pública atendendo aos recursos
disponíveis.
Ainda o mesmo documento, no capítulo das reformas a promover relativas aos encargos com vencimentos,
focaliza entre outros sectores críticos o dos serviços e forças de segurança, atendendo ao potencial que estas
apresentam em termos de perspetivas de ganhos de eficiência e consequentemente redução significativa de
despesa.
Neste contexto, e atendendo ao desafio enunciado naquele relatório, desenvolveu-se o presente trabalho com
o objetivo de se quantificar o impacto resultante de uma eventual restruturação das forças e serviços de
segurança em termos de poupança, quer na perspetiva financeira, quer económica, que resultaria da
implementação de um novo modelo de Segurança Interna, já concretizado em alguns países da Europa com
sucesso, designadamente, a Áustria, consubstanciado na fusão dos três Serviços e Forças de Segurança do MAI
(PSP, GNR e SEF) numa única força de segurança nacional de natureza civilista e multifuncional, com
competências de polícia administrativa geral e especial, bem como, de polícia criminal para a investigação de
determinado tipo e nível de criminalidade.
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2. Metodologia
É inquestionável a importância que assume a área associada à Segurança Interna (SI) no atual contexto nacional
e internacional, bem como, a necessidade de se reduzir a despesa pública através do reforço da eficiência dos
serviços públicos num enquadramento global e reformista do Estado, norteado pela implementação de
métodos pragmáticos que consagrem a otimização dos recursos financeiros sem que seja posto em causa a
qualidade dos serviços prestados ao cidadão.
A metodologia adotada para o desenvolvimento do presente estudo, teve subjacente as funções que se
encontram cometidas às Forças e Serviços de Segurança (FSS) e ainda à sua estrutura organizacional.
Neste sentido enfatizou-se os seguintes aspetos:
Caraterização sumária do atual sistema de segurança interna e custos associados ao seu
funcionamento;
Caracterização detalhada e respetivos indicadores financeiros e operacionais na vertente orgânica da
Polícia de Segurança Pública, Guarda Nacional Republicana e Serviço de Estrangeiros e Fronteiras;
Caraterização sumária do modelo de fusão proposto e apuramento das poupanças que originará a sua
implementação.
Os dados apurados resultaram da pesquisa de relatórios, planos de atividades, balanços sociais dos respetivos
Organismos, relatórios anuais de segurança interna, bem como portais na internet que consagram indicadores
associados à área da segurança interna (INE, Pordata, Eurostat e Banco de Portugal). Conta Geral do Estado e
estudos nacionais e internacionais diversos.
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3. Breve caraterização do atual sistema policial português
A segurança, além de constituir uma tarefa fundamental do Estado a par da justiça e do bem-estar, assume-se
hoje, como o garante da liberdade, do progresso social, económico e estratégico, cuja sua efetivação deve
implicar todos os atores sociais, estatais, não estatais, públicos e privados.
A segurança pode ser definida como um estado ou condição que se estabelece num determinado ambiente,
através da adoção de medidas apropriadas à sua preservação e à conduta de atividades. Trata-se de uma
necessidade coletiva que é preciso assegurar de forma regular e contínua, através da atividade típica de
organismos pertencentes à Administração Pública (AP) que garantam os interesses vitais da comunidade política
e os princípios socialmente aceites.
Hoje, por um lado, vivemos uma conjuntura caracterizada por fatores de instabilidade, imprevisibilidade e
incerteza, os quais recolocam a segurança na ordem do dia. Por outro lado, o fenómeno da globalização
associado à acelerada mudança social, não facilita apenas a circulação das pessoas e mercadorias, mas também
o movimento descontrolado de riscos e ameaças que, promovem de forma indelével o sentimento de
insegurança nas instituições e nos cidadãos.
O Estado, no domínio da segurança, vem-se confrontando, cada vez com maior subtileza, com uma nova
tendência que não só coloca em causa o seu monopólio e estatuto, mas também favorece o surgimento de
novos atores, interessados em participar de forma ativa na segurança, reclamando para o efeito o alargamento
das suas competências e exigindo do Estado uma redefinição do seu papel.
Os acontecimentos de 11 de Setembro de 2001, vieram demonstrar que os Estados, face às características das
novas ameaças e à forma como se manifestam, não têm capacidade para lidar de forma individualizada e eficaz,
com as ameaças e riscos que sobre eles pendem, forçando-os a atuar num quadro de cooperação,
interdisciplinaridade e conhecimento, dado que, cada vez mais, a delimitação dos conceitos de Segurança
Interna e Externa, têm vindo a esbater-se.
Nesta senda, o poder político, consciente desta realidade, desencadeou um processo reformador que se iniciou
com a reforma da Leis Orgânicas do Ministério da Administração Interna, da Polícia de Segurança Pública (PSP),
Guarda Nacional Republicana (GNR) e do Sistema de Segurança Interna (SSI), num quadro integrado da
Segurança Nacional.
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Este processo, em termos de alterações profundas no seio das Forças de Segurança (FS) foi inconsequente,
atendendo a que na sua génese o sistema policial continuou a caracterizar-se como dualista (PSP de natureza
civil e GNR de natureza militar), opção meramente política, uma vez que as atribuições genéricas de ambas as
forças de segurança continuam a ser idênticas, variando a sua prossecução em função da área geográfica
atribuída a cada uma delas. No entanto, continuam a verificar-se intervenções públicas de várias
individualidades com responsabilidades na produção e coordenação da Segurança Interna (SI) a questionar as
vantagens do atual sistema dual.
Apontamos como pontos críticos associados a este sistema (dual), os seguintes:
A existência de concorrência institucional entre as principais forças de segurança (GNR e PSP), que afeta
o desempenho da cooperação e articulação entre elas;
A sobreposição de áreas territoriais e funcionais com a consequente duplicação de meios e potenciais
conflitos (positivos e negativos) de competências;
A existência de doutrinas táticas, regras de empenhamento distintas, e de níveis de formação e
enquadramento diferentes, que dificulta a articulação operacional;
A falta de interoperabilidade de equipamentos e duplicação de meios, gerando problemas de
articulação em situações de atuação conjunta;
A inexistência de uma cultura de partilha de informações, associada à competição institucional entre as
várias Forças e Serviços de Segurança (FSS), tendo como consequência a compartimentação da
informação e a inexistência de um fluxo contínuo e eficaz de informações entre elas;
A falta de interoperabilidade entre as várias infraestruturas tecnológicas das FSS, com a consequente
replicação de recursos e custos de exploração.
A replicação de meios e estruturas de suporte à atividade operacional, desde o alto nível (Direções
Nacionais/Comando Geral) até à base (Divisões e Destacamentos).
1.1. Custos do atual sistema
Relativamente aos encargos para o erário público que resultaram da atividade dos serviços e forças de
segurança, considerando além da PSP e GNR também o SEF, eles traduziram-se em 2011 no montante global de
1,737 M€, o que refletiu cerca de 86,4% da execução orçamental apresentada pelo Ministério da Administração
Interna, que foi de 2,011 M€.
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“…do investimento total realizado em 2011 ao nível do MAI no valor de 10.274.389 €, só cerca de 47% tiveram origem nos Serviços e Forças de Segurança.”
ORÇAMENTO DE FUNCIONAMENTO
Agrupamento da Despesa Execução
orçamental MAI 2011 (1)
Exec. Orçamental das Forças e Serviços de Segurança (FSS) 2011 Peso % das SFS no MAI
(3)=[(2)/(1)] PSP GNR SEF Total (2)
Despesas Com Pessoal 1.630.410.037 707.439.275 840.130.975 48.561.685 1.596.131.935 97,9%
Despesas com Investimento 10.274.389 1.031.987 2.681.076 1.105.284 4.818.347 46,9%
Restantes Despesas 370.408.600 46.150.846 57.835.382 32.079.026 136.065.254 36,7%
TOTAL 2.011.093.026 754.622.108 900.647.433 81.745.995 1.737.015.536 86,4%
Fonte: Conta Geral do Estado
Esta situação confere importância acrescida em especial se atendermos à dimensão orçamental que só estes
três organismos assumem no universo do Ministério da Administração Interna.
Esta propensão resulta essencialmente do incremento gerado pelos custos com pessoal, uma vez que só estes
Organismos absorvem cerca de 98% do total da despesa realizada nesta categoria de encargos.
Ainda da leitura dos dados, constata-se que do investimento total
realizado em 2011 ao nível do MAI no valor de 10.274.389 €, só cerca
de 47% tiveram origem nos Serviços e Forças de Segurança.
As despesas de funcionamento corrente ascenderam a um montante
total de 370.408.600 €, sendo que 37% daquela foi proveniente dos
serviços e forças de segurança.
Da evidência dos dados anteriormente analisados, facilmente se conclui que qualquer restruturação a efetivar-
se no seio das FSS, tendo em vista a diminuição de despesa, terá que passar necessariamente pela redução dos
PSP 754,6 €
37%
GNR 900,6 €
45%
Restantes Serviços do MAI 274,2 €
14%
Estrutura da execução orçamento do MAI - 2011 (unid: M€)
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As FSS consomem 1% do PIB
Encargos Médios por efetivo: PSP – 33.485€ GNR – 35.418€ SEF – 61.096€
atuais efetivos para níveis mais próximos dos rácios médios internacionais relativos a polícia por cidadão, uma
vez que é na componente associada aos encargos salariais que
existe maior potencial de poupança.
Se considerarmos que o valor do PIB em 2011 foi de 171.112 M€,
então verificamos que o Estado Português assumiu encargos
decorrentes da atividade exercida pelas FSS equivalentes a 1,02%
daquele indicador (1,737 M€ / 171.112 M€).
Ao focalizarmos a análise nos custos médios padrão por efetivo
que estas FSS apresentaram em 2011, verificamos que é a PSP aquela que apresenta melhor eficiência com um
encargo médio por efetivo na ordem dos 33.485 €, o que reflete em média uma redução face à GNR de 5,5%
(35.418 €) e de 45,2% face ao SEF (61.096 €). Salienta-se ainda, que a PSP foi a única entidade que apresentou
valores abaixo do indicador conjunto, que foi de 35.231 €.
Fonte: Conta Geral do Estado
Quanto à massa salarial média auferida por cada efetivo, constatamos divergências substanciais entre aquelas
três entidades, sendo o SEF a que apresentou um rendimento médio por efetivo mais elevado, com um valor de
36.294 €, logo seguido da GNR e PSP com 33.038 € e 31.392 €, respetivamente.
Se nos focalizarmos na componente de abonos associada às Remunerações Certas e Permanente (RCP),
continua a ser o SEF o que reflete o custo por efetivo mais elevado com um valor médio na ordem dos 27.674 €,
Despesas Com Pessoal 707.442.648 31.392 840.130.976 33.038 48.562.060 36.295 1.596.135.684 32.374
Rem. Certas Permanentes 504.776.799 22.399 539.275.219 21.207 37.027.461 27.674 1.081.079.479 21.927
Suplementos 106.916.037 4.744 109.605.403 4.310 3.626.435 2.710 220.147.875 4.465
Subsídio Refeição 22.447.465 996 24.137.457 949 1.246.471 932 47.831.393 970
Outras Rem. Certas Permanentes 375.413.297 16.658 405.532.359 15.948 32.154.555 24.032 813.100.211 16.492
Abonos Variáveis e Eventuais 38.283.683 1.699 28.077.701 1.104 3.889.542 2.907 70.250.926 1.425
Segurança Social 164.382.166 7.294 272.778.056 10.727 7.645.057 5.714 444.805.279 9.022
Desconto Ent. Patronal (ADSE) 211.183 9 193.450 8 934.007 698 1.338.640 27
Desconto Ent. Patronal (CGA/SSocial) 89.560.637 3.974 97.247.031 3.824 6.233.458 4.659 193.041.126 3.915
Saúde 49.303.283 2.188 60.536.718 2.381 868 1 109.840.869 2.228
Outras Despesas da Seg. Social 25.307.063 1.123 114.800.857 4.515 476.724 356 140.584.644 2.851
Consumos Intermédios 43.557.492 1.933 55.253.639 2.173 29.276.611 21.881 128.087.742 2.598
Transfªs Correntes /Capital 2.589.980 115 2.581.742 102 2.821.021 2.108 7.992.743 162
Despesas com Investimento 1.031.988 46 2.681.076 105 1.086.303 812 4.799.367 97
TOTAL 754.622.108 33.485 900.647.433 35.418 81.745.995 61.096 1.737.015.536 35.231
PSP GNR SEF (PSP + GNR + SEF)
Agrupamento da Despesa Despesa total
(€)
Custo médio
padrão por
efetivo
N.º EfetivosDespesa total
(€)
Custo médio
padrão por
efetivo
1.338 49.303
ANO 2011 - ORÇAMENTO DE FUNCIONAMENTO
22.536 25.429
N.º EfetivosDespesa
total (€)
Custo médio
padrão por
efetivo
N.º EfetivosDespesa total
(€)
Custo médio
padrão por
efetivo
N.º Efetivos
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logo seguido da PSP com um montante de 22.399 € e da GNR com 21.207 €. Estas divergências salariais
poderão ser geradoras de alguma conflitualidade entre os vários elementos policiais, uma vez que as funções
desempenhadas por aqueles são perfeitamente idênticas.
Quanto aos gastos com consumos intermédios é a PSP que apresenta o valor médio padrão mais baixo por
efetivo traduzido nos 1.933 €, logo seguido da GNR com 2.173 € e do SEF com 21.881 €, expressando este
último, cerca de dez vezes mais face aos montantes apresentados pela GNR e PSP.
Já ao nível do efetivo total apresentado por estas três entidades em 2011 perfaziam os 49.303 elementos, dos
quais cerca de 52% encontravam-se a prestar serviço na GNR, 46% na PSP e o remanescente de 2% no SEF.
Focalizando a análise quanto à caracterização dos efetivos, verificamos que do total de 49.303 elementos, cerca
de 5% corresponde a pessoal civil e o remanescente de 95% a pessoal com formação técnica na área da
segurança, conforme se encontra expresso na tabela abaixo.
Situação relativa ao Ano de 2011
Entidade Efetivos
C/Formação na área segurança
Pessoal Civil N.º total de
Efetivos Peso percentual do pessoal
civil
PSP 21.877 659 22.536 2,9%
GNR 24.322 1.107 25.429 4,4%
SEF 703 635 1.338 47,5%
TOTAL 46.902 2.401 49.303 4,9%
Fonte: Plano de Atividades da PSP, GNR e SEF 2011 e 2012
33.485 € 35.418 €
61.096 €
22.536
25.429
1.338
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
70.000
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
PSP GNR SEF
Custo médio padrão por efetivo em 2011
Custo médio padrão por efetivo N.º Efetivos
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Estes dados evidenciam que as forças de segurança continuam a apostar fortemente no pessoal com formação
técnica na área da segurança para o exercício de atividades de apoio e suporte operacional. Esta tendência é
contrariada pelo SEF cujo pessoal civil reflete cerca de 48 % do seu efetivo total.
Quanto à taxa de cobertura da população por cada elemento policial existente, a mesma em 2011
compreendeu um rácio de um polícia para 225 habitantes, o que correspondeu a um custo médio per capita /
cidadão na ordem dos 164,46 €.
Rácio operacional e financeiro (2011)
Efetivos C/Formação
na área segurança População total (censos 2011)
Rácio Global polícia por cidadão
Custo médio per capita (cidadão)
GNR 24.322
10.562.178
434 85,27 €
PSP 21.877 483 71,45 €
SEF 703 15024 7,74 €
TOTAL 46.902 225 164,46 €
Pessoal C/Formação na área segurança
46.902 95%
Pessoal Civil 2.401
5%
Estrutura do efetivo dos serviços e forças de segurança (Ano 2011)
225
164,46 €
Rácio polícia por cidadão Custo médio per capita (cidadão)
Indicador operacional/financeiro (2011)
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4. Principais Elementos de Caracterização da GNR
1.1. Missão
A Guarda Nacional Republicana é uma instituição tutelada pelo Ministério da Administração Interna,
dependendo também do Ministério da Defesa Nacional nos domínios da uniformização e normalização da
doutrina militar, do armamento e do equipamento.
Compete à GNR de acordo com a sua Lei Orgânica (Lei n.º 63/2007), dos Estatutos dos Militares da Guarda
Nacional Republicana (DL 297/2009) e do Regulamento Geral do Serviço da Guarda Nacional Republicana
(Portaria 722/85), enquanto organismo de segurança interna, o policiamento das áreas sob sua jurisdição nos
domínios da segurança de pessoas e do território.
Especificamente compete à GNR o seguinte:
Assegurar o cumprimento das disposições legais e regulamentares referentes à proteção e conservação
da natureza e do ambiente, bem como prevenir e investigar os respetivos ilícitos;
Garantir a fiscalização, o ordenamento e a disciplina do trânsito em todas as infraestruturas
constitutivas dos eixos da Rede Nacional Fundamental e da Rede Nacional Complementar, em toda a
sua extensão, fora das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto;
Assegurar, no âmbito da sua missão própria, a vigilância, patrulhamento e interceção terrestre e
marítima, em toda a costa e mar territorial do continente e das Regiões Autónomas;
Prevenir e investigar as infrações tributárias, fiscais e aduaneiras, bem como fiscalizar e controlar a
circulação de mercadorias sujeitas à ação tributária, fiscal ou aduaneira;
Controlar e fiscalizar as embarcações, seus passageiros e carga, para os efeitos previstos na alínea
anterior e, supletivamente, para o cumprimento de outras obrigações legais;
Participar na fiscalização das atividades de captura, desembarque, cultura e comercialização das
espécies marinhas, em articulação com a Autoridade Marítima Nacional e no âmbito da legislação
aplicável ao exercício da pesca marítima e cultura das espécies marinhas;
Executar ações de prevenção e de intervenção de primeira linha, em todo o território nacional, em
situação de emergência de proteção e socorro, designadamente nas ocorrências de incêndios florestais
ou de matérias perigosas, catástrofes e acidentes graves;
Colaborar na prestação das honras de Estado;
Cumprir, no âmbito da execução da política de defesa nacional e em cooperação com as Forças
Armadas, as missões militares que lhe forem cometidas;
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G C G
2º C G
S E C R E T A R IA G E R A L
D A G U A R D A
C O M A N D O
O P E R A C IO N A L
C O M A N D O
A D M IN IS T R A Ç Ã O
R E C U R S O S
IN T E R N O S
C O M A N D O
D O U T R IN A E
F O R M A Ç Ã O
C O M A N D O S
T E R R IT O R IA IS
U N ID A D E D E
C O N T R O L O
C O S T E IR O
U N ID A D E D E
A C Ç Ã O F IS C A L
U N ID A D E
N A C IO N A L D E
T R Â N S IT O
U N ID A D E D E
S E G U R A N Ç A E
H O N R A S D E E S T A D O
U N ID A D E D E
IN T E R V E N Ç Ã O
E S C O L A D A
G U A R D A
Ó R G Ã O S D E C O N S E L H O
Ó R G Ã O D E IN S P E C Ç Ã O
Ó R G Ã O S S U P E R IO R E S D E C O M A N D O E D IR E C Ç Ã O
E S P E C IA L IZ A D A S R E P R E S E N T A Ç Ã O IN T E R V E N Ç Ã O E R E S E R V AT E R R IT O R IA IS
IN S P E C Ç Ã O D A
G U A R D A
C O N S E L H O
S U P E R IO R D A
G U A R D A
JU N T A
S U P E R IO R D E
S A Ú D E
C O N S E L H O D E
É T IC A ,
D E O N T O L O G IA E
D IS C IP L IN A
Assegurar o ponto de contacto nacional para intercâmbio internacional de informações relativas aos
fenómenos de criminalidade automóvel com repercussões transfronteiriças, sem prejuízo das
competências atribuídas a outros órgãos de polícia criminal.
1.2. Organização
A área de atuação da GNR abrange todo o território nacional, com exceção das áreas de atuação legalmente
atribuídas a outras FSS, nomeadamente nas zonas urbanas da responsabilidade da PSP. O comando da GNR é
composto pelo respetivo Comandante-Geral, Tenente-General nomeado pelos Ministro da Administração
Interna e da Defesa Nacional; por um 2º Comandante, Major-General proposto pelo Comandante-Geral e
nomeado pelo Ministro da Administração Interna com o acordo do Ministro da Defesa Nacional.
Esta nova estrutura foi implementada a partir do início de 2009, decorrente da aprovação da lei nº 63/2007, de
6 de Novembro e da subsequente legislação regulamentar. Assim, as seis repartições do estado-maior
coordenador e as doze chefias de serviço, do estado-maior técnico anteriormente existentes, deram lugar a
doze direções de serviço e a quarenta divisões ou equivalente.
A estrutura é a que se apresenta de seguida:
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As unidades da guarda correspondem às estruturas orgânicas com carácter operacional ao dispor do
Comandante-Geral na prossecução da missão da GNR. Estas unidades
subdividem-se em Territoriais (Comandos Territoriais), Unidades
Especializadas (Unidade Nacional de Trânsito, Unidade de Ação Fiscal,
Unidade de Controlo Costeiro), Unidades Representação (Unidade de
Segurança e Honras do Estado), Unidade de Intervenção e Reserva
(Unidade de Intervenção) e na Unidade de Instrução (Escola da Guarda).
Relativamente à dispersão territorial, a GNR tem implementação em todos
os distritos, sendo responsável por cerca de 92% do território, onde
residem cerca de 52% da população (5.492.332)1.
As unidades organizam-se, regra geral, de acordo com a seguinte estrutura:
1 Foi contabilizado a população (CENSOS 2011) nas freguesias sob responsabilidade da GNR.
Fonte: BRITO, João - O Modelo De Polícia Dos Postos Da Guarda - 22 de Dezembro de 2010, in dissertação de mestrado V Curso de estudos avançados em Direito e Segurança
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As Subunidades operacionais dos Comandos Territoriais são os Destacamentos Territoriais (em número
variável), o Destacamento de Intervenção e o Destacamento de Trânsito (em número variável). Os
Destacamentos de Intervenção ali sedeados são especialmente vocacionados para o cumprimento de missões
de segurança e de manutenção e restabelecimento da ordem pública, dispondo de um efetivo de referência de
54 elementos.
A estrutura tipo de um Destacamento é a seguinte2:
Em jeito de epílogo podemos verificar que a componente territorial da estrutura da GNR compreende a
existência de quatro escalões3
2 BRITO, João - O Modelo De Polícia Dos Postos Da Guarda - 22 de Dezembro de 2010, in dissertação de mestrado V Curso de estudos avançados em
Direito e Segurança 3 Idem
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As unidades especializadas têm as seguintes funções:
A Unidade Controlo Costeiro e a Unidade Ação Fiscal são unidades especializadas, sucessoras da Brigada
Fiscal, que por sua vez sucedeu à Guarda Fiscal extinta em 1993 nos termos do artigo 1.º do Decreto-Lei
n.º 230/93 de 26 de Junho. À primeira compete-lhe assegurar a vigilância, o patrulhamento e a
interceção marítima ou terrestre em toda a costa e mar territorial quer no continente, quer nas regiões
autónomas. A segunda constitui-se como uma unidade especializada de investigação e de alto nível nas
áreas tributárias, fiscais e aduaneiras.
A Unidade Nacional de Trânsito é uma unidade especializada nas matérias de fiscalização, ordenamento
e disciplina do trânsito podendo realizar ações especiais de fiscalização em qualquer parte da área de
competência da GNR.
A Unidade Intervenção é uma unidade de reserva especialmente vocacionada para as missões de
manutenção e restabelecimento da ordem pública, a resolução e gestão de incidentes críticos, a
intervenção tática em situações de violência concertada e de elevada perigosidade, complexidade e
risco, a segurança de instalações sensíveis e de grandes eventos, a inativação de explosivos, a proteção
e socorro e o aprontamento e projeção de forças para missões internacionais.
A Unidade de Segurança e Honras do Estado é uma unidade de representação responsável pela
proteção e segurança às instalações dos órgãos de soberania e de outras entidades que lhe sejam
confiadas e pela prestação de honras de Estado.
Por fim temos o estabelecimento de ensino da Guarda: a Escola da Guarda, situada em Queluz e que
dispõe do Centro de Formação de Portalegre (CFP) e do Centro de Formação da Figueira da Foz (CFFF),
localizados naquelas cidades.
1.3. Recursos Humanos
A Guarda em 2011 dispunha de 25.429 elementos entre o seu pessoal, sendo a sua grande maioria militares
(24.322) e cerca de 1107 civis.4
O mapa de pessoal foi definido nos termos da Lei 12-A/2008, de 27 de Fevereiro, e as várias carreiras que
constituem a Guarda são as que se apresentam na tabela seguinte:
4 GNR - Plano de Atividades de 2012
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96%
4%
Militar Civil
4%
23%
73%
Tipologia de Funções
Cívis
Pessoal de administração militar
Pessoal Operacional
As diversas unidades da Guarda contam com um conjunto alargado de serviços de suporte à sua atividade
operacional, que vão desde serviços de apoio geral (nomeadamente manutenção de instalações, alimentação e
oficinas, os quais garantem a autossuficiência da unidade em situações de crise), até aos serviços
administrativos das áreas financeiras, logística e de pessoal (back-office). Tendo em conta o objeto central do
presente estudo, interessa ainda proceder à caracterização do efetivo no que respeita à intersecção das
respetivas condições (militar vs. civil) e tipo de funções
desempenhadas (operacionais, administrativas ou de apoio
geral).
Assim, segundo um relatório recente da Inspeção Geral das
Finanças, verifica-se que cerca de 5.858 militares
desempenham funções não operacionais, ou seja,
aproximadamente 23% do efetivo total. Se a estes juntarmos o
pessoal civil, verifica-se que estão em funções não operacionais 6.965 elementos, ou seja, aproximadamente
27% do efetivo total.
Relativamente à evolução do efetivo desta força militar, verifica-se uma estabilização nos últimos anos,
mantendo-se sistematicamente acima dos vinte e cinco mil efetivos.
Designação
Efetivos em julho 2011
Peso relativo
Oficiais 742 2,92%
Sargentos 2579 10,14%
Guardas 21001 82,59%
Total pessoal militar 24322 95,65%
Técnico superior 56 0,22%
Carreira especial médica 68 0,27%
Carreira especial docente 14 0,06%
Carreira especial g. Florestal 397 1,56%
Assistente técnico 24 0,09%
Assistente operacional 408 1,60%
Outro pessoal 140 0,55%
Total pessoal civil 1107 4,35%
Total 25429 100,00%
Fonte: Plano de Atividades GNR 2012
3% 10%
83%
4%
Oficiais Sargentos Guardas Civis
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Fonte: Balanço Social 2010 e Plano de Atividades 2012
A sua distribuição encontra-se evidenciada no gráfico seguinte, sendo de realçar que apenas 58% estão afetos
às unidades territoriais, ou seja, à missão base da Guarda (front-office).
Salienta-se igualmente que cerca 24% do efetivo encontra-se alocado a atividades específicas como sejam o
controlo fiscal, controlo costeiro ou trânsito, sendo que 8% são elementos de reserva pura (Unidade de
Intervenção).
Analisando a estrutura de custos verifica-se que entre 2008 e 2011, por efetivo, a GNR teve uma despesa total
média per capita de 34.470€ sendo que 31.915€ provém de despesas com pessoal.
25355 25353 24088 25429
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
2008 2009 2010 2011
Evolução dos Efetivos
Comando Geral 6%
Unidade de Controlo Costeiro
14% Unidade de Acção Fiscal
0%
Unidade Nacional de Trãnsito
1%
Unidade de Segurança e Honras do Estado
1%
Unidade de Intervenção 8%
Unidades Territoriais 67%
Escola da Guarda 3%
Distribuição Efetivo
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2008 2009 2010 2011
Média Despesas com Pessoal 722.854.610 € 801.436.666 € 831.082.524 € 840.130.975 €
Restante Despesa 67.053.395 € 67.637.990 € 60.832.728 € 60.516.458 €
TOTAL 789.908.005 € 869.074.656 € 891.915.252 € 900.647.433 €
Efetivo Total 25355 25353 24088 25429
Des
pes
as
Per
Cap
ita Despesa Total 31.154 € 34.279 € 37.027 € 35.418 € 34.469,60 €
Despesas com Pessoal 28.509 € 31.611 € 34.502 € 33.038 € 31.915,18 €
Restante Despesa 2.645 € 2.668 € 2.525 € 2.380 € 2.554,42 €
Fonte: Conta Geral do Estado
Da tabela anterior verifica-se ainda que a despesa com pessoal na Guarda tem vindo a apresentar uma
tendência de crescimento, tendo apenas sido interrompida em 2011.
Já no que diz respeito à restante despesa (per capita) verifica-se que se tem mantido relativamente constante,
apesar de demonstrar uma tendência muito ténue de diminuição a partir de 2009.
1.4. Indicadores Operacionais
Do ponto de vista dos indicadores operacionais, os mesmos poderão ser vistos numa perspetiva global, ou seja,
rácios que consideram a totalidade dos recursos, face ao universo potencial de população pertencente à área
de atuação da Guarda, pelo que nesse prisma, os resultados encontram-se resumidos na tabela seguinte:
TOTAL GNR % Racio
Efetivos 2011 (só militares) 24.322
Área (KM2) 92.153 85.065 92% 3 Militar/10Km
2
População 10.562.178 5.492.332 52% 226 Habitantes / 1 Militar
N.º de Postos 490 11.209 Habitantes / Posto
Viaturas 5816 12 Viaturas / Posto
Todavia, considerando as atividades desenvolvidas pelas forças e serviços de segurança, neste caso em concreto
a GNR, julgamos fundamental dissecar a análise efetuada anteriormente, considerando as seguintes etapas:
1. Serviços centrais de natureza eminentemente tecnocrata (estado-maior) – Comando Geral;
2. Unidades de Reserva/Especializadas, que apesar de terem atividade diária, tem abrangência nacional e
funções muito específicas (ex. Unidade Intervenção);
3. Unidades Territoriais (Comandos, Destacamentos e Postos) enquanto principal front-office da atividade
policial;
4. Escola da Guarda.
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4.1.1. Comando Geral
O Comando Geral da Guarda (CGG) é responsável pelo cumprimento das missões da Guarda, sendo composto
por 1.540 efetivos que se distribuem conforme gráfico seguinte:
Considerando a despesa média per capita (34.470€) apurada anteriormente, verifica-se que esta estrutura
configurou um encargo anual de 53.082.260€, ou seja, cerca de 6% do orçamento da GNR.
4.1.2. Unidades Especializadas e de Reserva
A estas unidades da GNR encontram-se alocados 6.085 elementos, sendo que destes, cerca de 27% (1.643)
desempenham funções de apoio operacional.
4.1.3. Escola da Guarda
A Escola da Guarda, encontra-se situada em Queluz dispondo igualmente do Centro de Formação de Portalegre
(CFP) e do Centro de Formação da Figueira da Foz (CFFF).
11%
7%
6%
76%
Efectivo Comando Geral
Operacional
Financeira
PessoaL
Apoio Geral
73%
27%
Unidades Especializadas e de Reserva
Operacionais
Apoio Opeacional
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Esta dispersão acarreta custos acrescidos, uma vez que o efetivo (776) se encontra repartido por aquelas 3
cidades.
Por fim, referir que a Escola da Guarda é uma unidade especialmente vocacionada para a formação, moral,
cultural, física, militar e técnico-profissional dos militares da Guarda e ainda para a atualização, especialização e
valorização dos seus conhecimentos. Os oficiais são atualmente formados na academia militar.
4.1.4. Unidades Territoriais
Dos 17.028 elementos colocados nos Comandos Territoriais, verifica-se que cerca de 78% desempenham
funções operacionais, os restantes (onde se incluem o pessoal civil) estão afetos a tarefas de apoio
operacional/administrativas.
Com base nos dados apurados, verifica-se que apesar da média global apresentada por esta força de segurança
se situar em 1 militar para 226 habitantes, no dispositivo territorial aquela média posiciona-se em 1 militar para
414 habitantes.
Por fim, considerando que existem 490 postos, verifica-se que em média, cada um comporta aproximadamente
27 militares.
A tabela seguinte resume os valores com os indicadores ajustados:
Em Serviço Operacional
78%
Em Serviço de Apoio 22%
Distribuição Efectivo Comandos Territoriais
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TOTAL GNR % Rácio
Efetivos Operacionais 2011 (front oficce) -- 13.282 -- -- --
Área (Km2) 92.153 85.065 92% 2 Polícia/10Km2
População 10.562.178 5.492.332 52% 414 1 Polícia / Cidadão
N.º de Esquadras -- 490 -- 11209 1 Esquadra / População
Viaturas -- 5816 -- 12 Viaturas / Esquadra
Nº de Efetivos por esquadra -- -- -- 27 --
1.5. Indicadores Financeiros
Com base nos indicadores acima descritos, passamos a apresentar o custo desta força de segurança nas suas
principais estruturas, através da tabela seguinte:
Custos Globais
(Média 2008 a 2011)
Custos Anuais por Cidadão
(População Alvo ) (5.492.332)
Custos Anuais Por Cidadão
(10.562.178)
Comando Geral 53.083.181 9,66 € 5,03 €
Unidade de Controlo Costeiro 121.574.272 22,14 € 11,51 €
Unidade de Acão Fiscal
Unidade Nacional de Trânsito 5.859.832 1,07 € 0,55 €
Unidade de Segurança e Honras do Estado 9.720.427 1,77 € 0,92 €
Unidade de Intervenção 72.592.974 13,22 € 6,87 €
Unidades Territoriais 586.948.316 106,87 € 55,57 €
Escola da Guarda 26.748.408 4,87 € 2,53 €
TOTAL 876.527.410 159,59 € 82,99 €
Realça-se que cada português que se encontra na área de responsabilidade da GNR terá de contribuir para a sua
segurança com aproximadamente 0,44€ diários.
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5. Principais elementos de caracterização da PSP
1.6. Missão
A PSP é uma força de segurança, uniformizada e armada, com natureza de serviço público e dotada de
autonomia administrativa, que tem por missão assegurar a legalidade democrática, garantir a segurança interna
e o livre exercício dos direitos fundamentais dos cidadãos, bem como o normal funcionamento das instituições
democráticas, no quadro da lei. A PSP depende do membro do Governo responsável pela área da administração
interna e a sua organização é única para todo o território nacional.
As suas atribuições resultam, especialmente, da Lei n.º 53/2007, de 31 de Agosto (cf. Artigo 3.º), bem como da
legislação sobre a segurança interna, o estado de sítio e de emergência, a investigação criminal e a proteção
civil.
No âmbito da promoção da cidadania e da segurança, à PSP compete, essencialmente, garantir a segurança
interna e assegurar o normal funcionamento das instituições democráticas e o pleno exercício de direitos,
liberdades e garantias dos cidadãos.
Genericamente compete à PSP, enquanto organismo de segurança interna, o policiamento das áreas sob sua
jurisdição nos domínios da segurança de pessoas e do território. São atividades da PSP a manutenção da ordem
pública, a garantia dos direitos e liberdades dos cidadãos, o combate ao crime e a condução de ações de
prevenção a atos ilícitos.
As atribuições específicas são as seguintes:
Licenciar, controlar e fiscalizar o fabrico, armazenamento, comercialização, uso e transporte de armas,
munições e substâncias explosivas e equiparadas que não pertençam ou se destinem às Forças
Armadas e demais forças e serviços de segurança, sem prejuízo das competências de fiscalização
legalmente cometidas a outras entidades;
Licenciar, controlar e fiscalizar as atividades de segurança privada e respetiva formação, em
cooperação com as demais forças e serviços de segurança e com a Inspeção-geral da Administração
Interna;
Garantir a segurança pessoal dos membros dos órgãos de soberania, de altas entidades nacionais e
estrangeiras e de outros cidadãos, sujeitos a situação de ameaça relevante;
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Assegurar o ponto de contacto permanente para intercâmbio internacional de informações relativas
aos fenómenos de violência associada ao desporto.
1.7. Organização
A PSP é um serviço público com uma estrutura orgânica específica, que foi objeto de reestruturação em 2008 a
qual assenta numa matriz hierarquizada, contemplada nos art.ºs 20.º, n.º 1, alínea a), e 21.º, n.º 1, da Lei n.º
4/2004, de 15 de Janeiro, articulando-se os serviços da Direção Nacional em unidades orgânicas nucleares,
departamentalizadas, e em unidades flexíveis, do tipo divisão. A restante estrutura nuclear possui uma estrutura
orgânica bastante específica e diversa do demais aparelho do Estado, cuja estrutura interna, igualmente
hierarquizada, está delineada pela Lei n.º 53/2007, de 31 de Agosto, que aprovou a nova orgânica da PSP - são
as Unidades de Polícia e os Estabelecimentos de Ensino Policial (cf. Artigos 17.º ao 51 da LO/PSP).
A PSP compreende a Direção Nacional, as Unidades de Polícia e os Estabelecimentos de Ensino Policial. As
unidades de polícia são os Comandos Territoriais de Polícia e a Unidade Especial de Polícia.
Os Estabelecimentos de Ensino Policial são o Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna (ISCPSI)
e a Escola Prática de Polícia (EPP), com enquadramento legal próprio, previsto, respetivamente no Decreto-Lei,
n.º 275/2009, de 02 de Outubro e no Decreto-Regulamentar, n.º 26/2009, de 02 de Outubro.
A Direção Nacional compreende: o Diretor Nacional e os Diretores Nacionais Adjuntos; o Conselho Superior de
Polícia; o Conselho de Deontologia e Disciplina; a Junta Superior de Saúde; a Inspeção; três unidades orgânicas:
(i) de operações e segurança, (ii) de recursos humanos, e (iii) de logística e finanças.
Na dependência do Diretor Nacional funcionam ainda o Departamento de Apoio Geral, o Gabinete de Assuntos
Jurídicos, o Gabinete de Estudos e Planeamento, o Gabinete de Deontologia e Disciplina, o Gabinete de
Imprensa e Relações Públicas, o Gabinete de Sistemas de Informação e o Centro de Assistência Religiosa.
As atribuições da PSP são prosseguidas em todo o território nacional, com exclusão das áreas legalmente
atribuídas a outras forças de segurança.
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A estrutura da DN é a seguinte:
O dispositivo territorial da PSP encontra-se estruturado em Comandos Regionais, Metropolitanos e Distritais, os
quais ocupam todo o território nacional, estando sediados em todas as capitais de distrito, agrupados da
seguinte forma:
Fonte: Plano de Atividades PSP 2012
Direcção Nacional
Comandos Territoriais de Polícia
Comandos Regionais
Açores
Madeira
Comandos Metropolitanos
Lisboa
Porto
Comandos Distritais
Aveiro Beja
Braga Bragança
Castelo Branco Coimbra
Évora Faro
Guarda Leiria
Portalegre Santarém
Setúbal Viana do Castelo
Viseu Vila Real
Gabinete do Director
Estudos e
Planeamento
Apoio Jurídico
Relações Públicas
Sistemas de
Informação
Assistência Religiosa
Deontologia e
Disciplina
Apoio Geral
Inspeção
DNA LF
Logística
Gestão
Financeira
DNA RH
Recursos
Humanos
Formação
SAD
DNA OS
Operações
Informações
Investigação
Criminal
Armas e
Explosivos
Segurança
Privada
Sistemas de
Informação e Comunicações
Órgãos
Consultivos
Conselho
Superior de
Polícia
Conselho de
Deontologia e
Disciplina
Junta Superior de
Saúde
Direção Nacional
Diretor Nacional
I N
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Os comandos territoriais de polícia são unidades que funcionam na dependência direta do Diretor Nacional e
prosseguem as atribuições legais da PSP na respetiva área de responsabilidade.
A sua estrutura organizacional compreende o comando, os serviços e as subunidades.
Por sua vez, as subunidades integram a divisão policial e a esquadra, sendo que as divisões policiais
compreendem as áreas operacional e administrativa e as esquadras possuem apenas a vertente operacional.
Fonte: Plano de Atividades PSP 2012
Atualmente, após a conclusão da reestruturação resultante da alteração da área de responsabilidade da PSP, o
dispositivo territorial dos comandos territoriais de polícia passou a ser constituído por 57 divisões e 425
esquadras.
Comando Territorial
Serviços Subunidades
Divisão
Área Operacional
Área Administrativa
Esquadras
Área Operacional
20 COMANDOS
57 DIVISÕES
425 ESQUADRAS
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Para além dos comandos territoriais de polícia, as unidades de polícia compreendem ainda a Unidade Especial
de Polícia (UEP), a qual, por sua vez, integra as seguintes subunidades operacionais: Corpo de Intervenção (CI);
Grupo de Operações Especiais (GOE); Corpo de Segurança Pessoal (CSP); Centro de Inativação de Explosivos e
Segurança em Subsolo (CIEXSS) e o Grupo Operacional Cinotécnico (GOC).
Fonte: Plano de Atividades PSP 2012
Os estabelecimentos de ensino policial da PSP desenvolvem as suas atividades de acordo com as atribuições
previstas em estatutos próprios.
O Instituto Superior de Ciências Polícias e Segurança Interna é um estabelecimento policial de ensino superior
universitário que tem por missão formar oficiais de polícia, promover o seu aperfeiçoamento permanente e
realizar, coordenar ou colaborar em projetos de investigação e desenvolvimento no domínio das ciências
policiais.
A Escola Prática de Polícia é um estabelecimento de ensino policial, na dependência do diretor nacional, que
tem por missão ministrar cursos e estágios de formação, aperfeiçoamento e atualização de agentes e chefes,
bem como de especialização para todo o pessoal da PSP.
1.8. Recursos Humanos
A PSP dispunha em 2011 de 22.536 elementos entre o seu pessoal, dos quais 21.877 eram polícias e 659 civis.
O mapa de pessoal da PSP foi definido nos termos da Lei 12-A/2008, de 27 de Fevereiro, sendo as várias
carreiras que a constituem as que se apresentam na tabela seguinte:
Unidade Especial de Polícia
Corpo de Intervenção Grupo de Operações
Especiais Corpo de Segurança
Pessoal
Centro de Inactivação de Explosivos e
Segurança em Subsolo
Grupo Operacional Cinotécnico
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4% 11%
82%
3%
Oficias
Chefes
Agentes
civil
97%
3%
Policia
Civil
3%
16%
81%
Civil Apoio Operacional Operacional
Fonte: Plano de Atividades 2012
As diversas unidades da PSP dispersas no território nacional, contam normalmente com um conjunto alargado
de serviços de suporte à sua atividade operacional, que vão desde serviços de apoio operacional
(nomeadamente, de apoio direto à atividade operacional, como sejam os serviços de central rádio, colaboração
judiciária, vulgo notificações, etc, ou de apoio indireto à atividade operacional, como seja a manutenção de
instalações, alimentação e oficinas, os quais garantem a
autossuficiência da unidade em situações imprevistas (ex.
incidentes tático-policiais) atendendo à necessidade de se ter
de assegurar os serviços operacionais 24 horas por dia.
Desta forma, segundo um relatório recente da Inspeção Geral
das Finanças, verifica-se que cerca de 4469 elementos
desempenham funções não operacionais, dos quais 659
correspondem a pessoal civil.
Analisando especificamente o pessoal policial, verifica-se que nos últimos anos tem existido um aumento linear
do efetivo, conforme se verifica no gráfico seguinte:
Designação
Efetivos em Dezembro 2011
Peso Relativo
Oficias 769 3,41%
Chefes 2537 11,26%
Agentes 18571 82,41%
TOTAL PESSOAL POLICIAL 21877 97,08%
Técnico Superior 81 0,36%
Assistente Técnico 289 1,28%
Assistente Operacional 183 0,81%
Informático 42 0,19%
Doc. Ens. Universitário 41 0,18%
Pessoal de Inspeção 1 0,00%
Médico 21 0,09%
Tec. Diagnóstico Terapêutica 1 0,00%
TOTAL PESSOAL CIVIL 659 2,92%
TOTAL 22536 100,00%
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Fonte: Plano de Atividades 2012
A distribuição do efetivo pelo dispositivo é a que se apresenta na tabela seguinte, onde se realça que apenas
11% não se encontra integrado no dispositivo territorial da PSP (DN - 5%, UEP – 4%, ISCPSI e EPP – 2%).
21683 22255 22994 22536
0
5000
10000
15000
20000
25000
2008 2009 2010 2011
Evolução dos Efetivos
DN 5%
UEP 4%
EPP e ISCPSI 2%
Unidades Territoriais
89%
Distribuição Efetivo
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Analisando a estrutura de custos verifica-se que entre 2008 e 2011, por efetivo, a PSP teve uma despesa total
média de 30.832€ dos quais 28.765€ corresponderam a despesas com pessoal.
2008 2009 2010 2011
Média
Despesas com Pessoal 567.574.561 € 649.767.004 € 656.527.737 € 707.439.275 €
Restante Despesa 43.132.475 € 49.950.895 € 45.090.527 € 47.182.835 €
TOTAL 610.707.036 € 699.717.900 € 701.618.264 € 754.622.110 €
Efetivo Total 21898 22255 22994 22536
Des
pes
as
Per
Ca
pita
Despesa Total 27.889 € 31.441 € 30.513 € 33.485 € 30.831,98 €
Despesas com Pessoal 25.919 € 29.196 € 28.552 € 31.392 € 28.764,78 €
Restante Despesa 1.970 € 2.244 € 1.961 € 2.094 € 2.067,20 €
Fonte: Conta Geral do Estado
Da análise efetuada à tabela anterior verifica-se que as diferenças existentes entre os anos de 2008 e 2009 e os
de 2010 e 2011 (no que diz respeito a despesas per capita referentes aos encargos com pessoal) são fruto da
aplicação parcial do estatuto profissional daquela força (DL 299/2009), ou seja, situações que deveriam ter tido
implicações num determinado ano, acabaram por ter no ano subsequente, com os devidos efeitos retroativos
relativos ao ano anterior.
Já no que diz respeito à restante despesa (per capita) verificou-se uma homogeneidade ao longo do período
temporal analisado, sendo que em média, aquela força apresentou uma despesa de 2.067€ por elemento (inclui
despesas com investimento).
1.9. Indicadores Operacionais
Do ponto de vista dos indicadores operacionais, os mesmos poderão ser vistos numa perspetiva global, ou seja,
rácios que consideram a totalidade dos recursos, face ao universo potencial de população que dele usufruem,
sendo que nesse prisma, os resultados encontram-se resumidos na tabela seguinte:
TOTAL PSP % Rácio
Efetivos 2011 (só polícias) 21.877
Área (Km2) 92.153 7.088 8% 31 Polícia/10Km2
População 10.562.178 5.069.846 48% 232 1 Polícia / Cidadão
N.º de Esquadras 425 11.929 1 Esquadra / População
Viaturas 4822 11 Viaturas / Esquadra
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Todavia, considerando as atividades desenvolvidas pelas forças e serviços de segurança, neste caso em concreto
a PSP, julgamos fundamental fracionar a análise efetuada anteriormente, considerando as seguintes etapas:
Serviços centrais de natureza eminentemente tecnocrata (estado-maior) – Direção Nacional;
Unidades de Reserva, que apesar de terem atividade diária, tem abrangência nacional e funções muito
específicas (Unidade especial de Polícia);
Unidades Territoriais (Comandos, Divisões e Esquadra) enquanto principal front-office da atividade
policial;
Estabelecimentos de Ensino.
5.1.1. Direção Nacional
O efetivo da Direção Nacional é composto por 1031 recursos (dos quais 238 são civis), o que representa cerca
de 5% do efetivo total da PSP. Não tendo sido possível recolher dado relativos à natureza das funções
desempenhadas pelos elementos afetos à Direção Nacional apresenta-se de seguida o gráfico com a
distribuição de recursos por unidade orgânica.
Direcção e Gabinetes de Apoio
5%
Área de Operações e Segurança
34%
Área de Recursos Humanos
12%
Área de Logistica e Finanças
16%
Apoio Geral 23%
Banda 10%
Efectivo DN
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Considerando o custo per capita (30.831,98 €) apurado anteriormente, verifica-se que esta estrutura comporta
um custo anual de 31.787.771€, ou seja, cerca de 5% do orçamento da PSP é alocado em serviços de
planeamento e controlo.
5.1.2. Unidades de Reserva
O efetivo da Unidade Especial de Polícia é composto por 1004 polícias o que representa cerca de 5% do efetivo
total da PSP. Destes, cerca de 17% têm funções de suporte e os restantes funções operacionais:
5.1.3. Estabelecimentos de Ensino
Os estabelecimentos de ensino contam com um efetivo de 435 elementos, dos quais 83 são civis. Verifica-se
que estas duas unidades integram menos de 2% do total de efetivos da PSP.
Referir ainda que o ISCPSI poderia garantir a formação de todos os oficiais das Forças de Segurança,
proporcionando que estes partilhassem uma formação comum.
5.1.4. Unidades Territoriais
As unidades territoriais acomodam 89% do efetivo, ou seja, 20.066 elementos, sendo que destes, 82% estão
afetos a serviços de natureza operacional.
Apoio Operacional
17%
Operacional 83%
Efetivo UEP
Em Serviço Operacional
82%
Em Serviço de Apoio 18%
EfetivoUnidades Territoriais
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Verifica-se assim, que apesar da média global desta força de segurança se situar em 1 polícia para 232
habitantes, a realidade territorial demonstra que aquela média se posiciona em 1 polícia para 309 habitantes.
Por fim, considerando que existem 425 esquadras, verifica-se que em média, cada uma comporta
aproximadamente 39 polícias.
A tabela seguinte resume os valores com os indicadores ajustados:
TOTAL PSP % Rácio
Efetivos 2011 (operacionais com contacto direto com o público)
-- 16.416 -- -- --
Área (Km2) 92.153 7.088 8% 23 Polícia/10Km2
População 10.562.178 5.069.846 48% 309 Habitantes / 1 Polícia
N.º de Esquadras -- 425 -- 11929 Habitantes / 1 Esquadra
Viaturas -- 4822 -- 11 Viaturas / Esquadra
Nº de Efetivos por esquadra -- -- -- 39 --
1.10. Indicadores Financeiros
Com base nos indicadores acima descritos, poderemos apurar o custo despendido por esta força de segurança
com as suas estruturas principais, cujo seu cálculo se encontra resumido na tabela seguinte:
Custos Globais
(Média 2008 a 2011)
Custos Anuais por Cidadão
(População Alvo) (5.069.846)
Custos Anuais Por Cidadão
(10.562.178)
Serviços Centrais - DN 31.787.774 6,27 € 3,01 €
Unidade de Reserva - UEP 30.955.310 6,11 € 2,93 €
Estabelecimentos de Ensino 13.411.912 2,65 € 1,27 €
Unidades Territoriais 618.674.556 122,03 € 58,57 €
TOTAL 694.829.552 137,05 € 65,78 €
Realça-se que cada português que se encontra na área de responsabilidade da PSP terá de contribuir com
aproximadamente 0,38€ diários para a segurança.
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6. Principais Elementos de Caracterização do SEF
6.1. Missão
O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) é um serviço de segurança integrado no Ministério da
Administração Interna (MAI) que, no quadro da política de segurança interna, tem por objetivos fundamentais
assegurar o controlo das pessoas nas fronteiras, dos estrangeiros em território nacional, a prevenção e o
combate à criminalidade relacionada com a imigração ilegal e tráfico de seres humanos, promover, coordenar e
executar as medidas e ações relacionadas com estas atividades e com os movimentos migratórios (cf. DL n.º
252/2000, de 16 de outubro, alterado pelos DL n.º 290-A/2001, de 17 de novembro, DL 121/2008, de 11 de
julho e DL n.º 240/2012).
Atenta a missão legal que lhe esta conferida, a atuação do SEF incide em três domínios da intervenção das
politicas publicas, conforme se encontra expressa seguidamente:
Fonte: Plano de Atividades do SEF 2010
No cumprimento das suas atribuições legais, o SEF intervém diretamente na concretização dos três primeiros
eixos, não deixando de contribuir determinantemente na vertente relativa a integração dos imigrantes na
sociedade de acolhimento. Neste ultimo eixo, cabe referir a interligação do processo de integração com a
gestão da imigração legal, nomeadamente na sua vertente documental, no combate à criminalidade
direcionada aos imigrantes e no diálogo com os restantes intervenientes no processo migratório, na perspetiva
da integração dos imigrantes na sociedade de acolhimento.
No âmbito da política de segurança interna, o SEF atua no quadro do Sistema de Segurança Interna, nas
vertentes do controlo de fronteira e fiscalização da permanência e das atividades dos estrangeiros em território
nacional.
Imigração e Asilo
Politica Criminal
Segurança Interna
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Quanto à atuação no quadro da política criminal, o SEF procura a prossecução da sua missão e atribuições,
zelando pela proteção de vítimas especialmente vulneráveis, em particular os imigrantes, pela prevenção e
investigação da criminalidade violenta, grave ou organizada relacionada com o fenómeno migratório,
nomeadamente, a associação criminosa dedicada ao tráfico de pessoas, o auxílio da imigração ilegal e
criminalidade conexa.
Áreas de Intervenção Principais Serviços Prestados
Controlo de Fronteiras Controlo da passagem de pessoas nas fronteiras; Concessão de vistos nas fronteiras.
Controlo da permanência de estrangeiros em Portugal e gestão dos fluxos migratórios
Emissão de pareceres sobre pedidos de vistos consulares; Concessão e renovação de títulos de residência e prorrogação da permanência de estrangeiros; Reconhecimento do direito ao reagrupamento familiar; Emissão de parecer sobre os pedidos de aquisição de nacionalidade; Tratamento da informação relacionada com os movimentos migratórios.
Fiscalização da permanência e atividades dos estrangeiros em Portugal
Fiscalização de estrangeiros em território nacional; Instauração e decisão de processos de expulsão administrativa de estrangeiros; Execução das decisões de afastamento de território nacional; Aplicação dos acordos de Readmissão; Instauração e decisão de processos de contraordenação.
Investigação criminal no domínio do auxílio à imigração ilegal, tráfico de seres humanos e crimes conexos
Investigação criminal relativa a crimes de auxílio à imigração ilegal e outros crimes com eles conexos (falsificação de documentos, lenocínio, etc.), tráfico de pessoas, casamento de conveniência, angariação de mão-de-obra ilegal, violação de medida de interdição de entrada; Registo e gestão da informação de natureza policial e criminal relativa a estrangeiros e nacionais (medidas cautelares), no âmbito das competências do Serviço; Prestação de assessoria documental; Gestão da componente nacional do Sistema de Informação Schengen (NSIS).
Gestão e peritagem documental
Gestão do Sistema de Informação do Passaporte Eletrónico Português (SIPEP) e emissão dos passaportes; Peritagem documental; Emissão de documentos de viagem a favor de estrangeiros.
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Áreas de Intervenção Principais Serviços Prestados
Asilo e proteção subsidiária
Decisão sobre a aceitação de pedidos de asilo; Instrução dos processos de concessão do estatuto de refugiado e de proteção subsidiária; Determinação do Estado responsável pela análise do pedido e de transferência de candidatos entre Estados-Membros da União Europeia (Regulamento de Dublin); Gestão do processo de acolhimento de refugiados no âmbito da reinstalação, em articulação com ACNUR e de recolocação de beneficiários de proteção internacional; Concessão e renovação de documentos e de títulos de residência para requerentes de asilo, refugiados e beneficiários de proteção subsidiária.
Representação do Estado português e cooperação internacional
Representação nos Grupos de Trabalho especializados no âmbito da União Europeia, do Conselho da Europa e de outras organizações internacionais relacionadas com as atribuições do Serviço; Cooperação com serviços congéneres estrangeiros na área da imigração e asilo; Colocação de Oficiais de Ligação junto das representações diplomáticas; Participação nas ações da Agência Europeia FRONTEX.
Serviços de apoio transversais
Gestão e desenvolvimento aplicacional dos sistemas de informação; Planeamento e gestão estratégica; Gestão financeira, patrimonial e de recursos humanos Controlo interno; Consultoria jurídica; Comunicação institucional e organizacional.
6.2. Organização
A estrutura orgânica compreende os seguintes órgão e serviços: Diretoria Nacional, Conselho Administrativo,
Serviços Centrais e Serviços Descentralizados.
Quanto à sua natureza, quer os Serviços Centrais, quer os Descentralizados integram Serviços Operacionais, que
prosseguem diretamente atividades de investigação e fiscalização – áreas de missão –, e Serviços de Apoio, que
desenvolvem um conjunto de atividades de apoio– áreas de suporte.
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Fonte: Adaptado de acordo com a Lei Orgânica do SEF
Assim, a Diretoria Geral compreende a Direção Nacional (Diretor Nacional e Diretores Nacionais Adjuntos) e os
Gabinetes Jurídico (GJ), de Inspeção (GI), de Asilo e Refugiados (GAR), de Relações Internacionais e Cooperação
(GRIC) e de Documentação, Comunicação e Relações Públicas (GDCRP).
Fonte: Sítio da Intranet do SEF
Os Serviços Centrais são compostos pela Direção Central de Investigação, Pesquisa e Análise da Informação
(DCIPAI), a Direção Central de Imigração, Controlo e Peritagem Documental (DCICPD), a Direção Central de
Fronteiras (DCF), a Direção Central de Gestão e Administração (DCGA), a Direção Central de Informática (DCI), o
Departamento de Planeamento e Formação (DPF), o Departamento de Nacionalidade (DN) e o Departamento
de Operações (DO).
Diretor Nacional
(DN)
Directores Nacionais Adluntos
(DNAs)
Gabinetes de Directoria Geral
Serviços Centrais
(Direcções Centraise Departamentos na Dependência do DN)
Serviços Descentralizados
(Direções Regionais)
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Fonte: Sítio da Intranet do SEF
Os Serviços Descentralizados estão distribuídos pelo território nacional e compreendem as Direções Regionais
do Algarve (DRA), dos Açores (DRAç), do Centro (DRC), de Lisboa, Vale do Tejo e Alentejo (DRLVTA), da Madeira
(DRM) e do Norte (DRN). Cada Direção Regional comporta diversas Delegações Regionais, um Departamento
Regional de Investigação e Fiscalização (DRIF) e ainda, um Departamento Regional de Emissão de Documentos
(DRED). Por outro lado, as Direções Regionais tutelam ainda os Centros de Cooperação Policial e Aduaneira e
Postos de Fronteira das respectivas áreas de jurisdição.
Fonte: Sítio da Intranet do SEF
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Em suma, toda a estrutura do SEF organiza-se conforme organograma seguinte:
Fonte: Sítio da Intranet do SEF
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Centros de Cooperação Polícial e Aduaneiro
5 Postos de Fronteira Aérea
8 Postos de Fronteira Maritima
22
Em termos de implementação no território, o SEF é composto, como vimos, por Direções Regionais, Delegações
e Postos de Fronteira, tendo igualmente presença, tal como a GNR e a PSP, nos 5 Centros de Cooperação
Policial e Aduaneira.
Assim, o SEF compreende 6 Direções Regionais as quais são constituídas por 24 Delegações e 5 Centros de
Cooperação Policial e Aduaneira.
Fonte: Sítio da Intranet do SEF
Quanto à sua estrutura operacional é constituída por 3 níveis de hierarquia:
Os postos de fronteira dividem-se, por sua vez, em três tipologias distintas:
6 Direcções
Regionais
24 Delegações
35 Postos de Fronteira
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Dirigentes 6%
Carreira de Investigação e Fiscalização
53%
Outras Carreiras
41%
6.3. Recursos Humanos
Em 2011, o SEF comportava um efetivo de 1338 colaboradores, distribuídos de acordo com o gráfico seguinte:
Fonte: Relatório de Atividades do SEF de 2011
Do número total de colaboradores só cerca de 53% (703 efetivos) integraram o corpo especial de investigação e
fiscalização, 6% assumiram funções de dirigentes e 41% funções de suporte.
Importa salientar, que nos últimos anos, tem-se verificado uma ligeira diminuição do número total de
elementos do SEF, todavia, os efetivos do corpo especial de investigação têm-se mantido relativamente
constantes, sendo que em 2011 aumentaram ligeiramente, face ao ano precedente.
1478 1435
1364 1338
715 709 695 703
0
200
400
600
800
1.000
1.200
1.400
1.600
2008 2009 2010 2011
Evolução dos Efetivos
Designação
Efetivos (2011)
Peso Relativo
Dirigentes 83 6,2%
Carreira de Investigação e Fiscalização
703 52,5%
Outras Carreiras 552 41,3%
TOTAL 1338 100,00%
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Relativamente à distribuição do efetivo pelo dispositivo, verifica-se que cerca de 30% estão alocados aos
serviços centrais, sendo que estes em conjunto com a Direção Regional de Lisboa e Vale do Tejo e Alentejo,
consomem cerca de 54% do efetivo global do SEF.
Analisando a estrutura de custos verifica-se que entre 2009 e 2011, por efetivo, o SEF teve uma despesa total
média de 57.286€, dos quais 36.332€ foram despesas com pessoal e 20.954€ outros encargos.
2009 2010 2011
Média
Despesas com Pessoal 49.961.842 € 51.676.029 € 48.562.060 €
Restante Despesa 28.744.302 € 24.592.550 € 33.183.935 €
TOTAL 78.706.144 € 76.268.579 € 81.745.995 €
Efetivo Total 1435 1364 1338
Des
pes
as P
er C
ap
ita
Despesa Total 54.847 € 55.915 € 61.096 € 57.286,18 €
Despesas com Pessoal 34.817 € 37.886 € 36.295 € 36.332,26 €
Restante Despesa 20.031 € 18.030 € 24.801 € 20.953,92 €
Fonte: Conta Geral do Estado
6.4. Indicadores Operacionais
O SEF tem implementação em todo o território nacional, sendo que a sua população alvo (estrangeiros
residentes) é de 434.708.
Assim, verifica-se que existe 1 elemento do SEF (Delegações Regionais) para 467 estrangeiros.
Directorira Geral e Serviços
Centralizados
30%
DR Algarve 10%
DR AÇORES 3%
DR CENTRO 14%
DRLVTA 24%
DR MADEIRA
5%
DR NORTE 14%
TOTAL RH
Dirigentes CIF/SEF Outras
carreiras Diretoria Geral e
Serviços Centralizados 407 31 231 145
DR Algarve 134 8 88 38
DR AÇORES 44 3 29 12
DR CENTRO 180 9 77 94
DR LVTA 326 17 121 188
DR MADEIRA 60 6 35 19
DR NORTE 187 9 122 56
TOTAL 1338 83 703 552
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A tabela seguinte congrega a informação mais relevante deste serviço de segurança:
Indicadores DR
Algarve DR
Açores DR Centro DRLVTA DR Madeira DR Norte TOTAL
Área geográfica aproximada (Km2)
4.996 2.322 27.845 38.026 801 18.162 92.153
Número de residentes (média)
426.938 242.989 2.385.772 3.989.813 245.354 3.271.312 10.562.178
Total de residentes estrangeiros
68.592 3.715 52.384 259.328 6.964 43.725 434.708
Total de Recursos Humanos
134 44 180 326 60 187 931
Dirigentes e Chefias 8 3 9 17 6 9 52
CIF/SEF 88 29 77 121 35 122 472
Outras carreiras 38 12 94 188 19 56 407
CCPA 1 0 1 1 0 2 5
PF Aérea 1 3 0 0 2 1 7
PF Marítima 4 3 3 4 2 3 19
Deleg. Regionais 3 3 7 6 1 4 24
Fonte: Relatório de Atividades de 2010
6.5. Indicadores Financeiros
Com base nos indicadores acima descritos, poderemos apurar o custo dispêndio por esta força de segurança
nas suas principais estruturas, os quais se resumem na tabela seguinte:
Custos Globais (Média 2009 a 2011)
Custos Anuais Por Cidadão (10.562.178)
Serviços Centrais - DN 23.315.474€ 2,21 €
Direções Regionais 53.333.430€ 5,05 €
TOTAL 76.648.904€ 7,26 €
Realça-se que cada português terá de contribuir com aproximadamente 0,02€ diários para este serviço de
segurança.
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7. Novo Modelo Proposto
7.1. Aspetos Gerais
Apresentados os principais pontos críticos da situação atual, de acordo com as perceções e evidências obtidas,
importa configurar propostas de reformulação que conduzam a uma realidade futura diferente, certamente não
isenta de desafios e oportunidades de melhoria permanentes, mas com os principais constrangimentos
identificados ultrapassados.
Na configuração dessa nova realidade, teve-se presente a caracterização do atual sistema policial, visando os
seguintes objetivos:
Melhor racionalização de estruturas evitando a duplicação de esforços e consequentemente uma maior
eficiência na gestão dos recursos;
Extinção de sobreposições de competências e replicações funcionais potencialmente geradoras de
conflitualidade e assim, acabar com as barreiras de funcionamento entre as forças e os serviços de
segurança;
Aumento do número de efetivos disponíveis para o policiamento nas ruas, através da redução de
departamentos administrativos;
Potenciar a troca de sinergias entre os vários intervenientes;
Permitir uma melhor gestão integrada dos recursos à escala nacional, conferindo por uma maior
resiliência na sua administração;
Possibilitar um redimensionamento dos efetivos ligados à área da segurança interna a médio/longo
prazo, sem pôr em causa a qualidade do serviço a prestar à sociedade e atendendo aos rácios médios
internacionais de polícia/habitante;
Atribuir à instituição policial uma nova imagem, nomeadamente no que se refere à existência de um
único uniforme;
Obtenção de economias de escala provenientes da concentração dos serviços de apoio e suporte à
atividade operacional;
Como resultado final desta reforma pretende-se criar um sistema mais equilibrado, adequado e
sustentável, potenciado pela significativa redução de custos de funcionamento gerada pela
racionalização da estrutura organizacional que o novo modelo potencia, bem como colmatar um dos
pontos críticos que o atual modelo dualista apresenta decorrente de sobreposição de competências e
replicações funcionais.
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7.2. Organização do Novo Modelo Proposto
A nova Polícia Nacional iria compreender a Direção Nacional, as Unidades Territoriais de Polícia, a Unidade
Especial de Polícia e os Estabelecimentos de Ensino Policial.
As Unidades Especializadas seriam integradas nas Unidades Territoriais e na Unidade Especial de Polícia.
A Direção Nacional seria composta pelo Diretor Nacional e 5 Diretores Nacionais Adjuntos os quais serão
responsáveis por diversas unidades orgânicas específicas, de acordo com a estrutura seguinte:
Organograma da Direção Nacional
Diretor
Nacional Gab. Diretor
Nacional
Inspeção Polícia
Gab. Apoio
Técnico
Conselho Superior
de Polícia
Conselho de Ética,
Deontologia e
Disciplina
Junta Superior de
Saúde
Gab. De Assuntos
Jurídicos
Departamento de
Apoio Geral
Gab. Planeamento
Estratégico e Relações
Internacionais
Gab. Ética,
Deontologia e
Disciplina
Gab. De Relações
Públicas e
Protocolo
Diretor Nacional Adjunto
de Operações e
Segurança
Departamento
de Operações
Departamento
de Informações
Departamento
de Investigação
Criminal
Departamento
de Sistemas
Informação e
Comunicações
Departamento
de Segurança e
Honras de
Estado
Gab. Apoio
Técnico
Diretor Nacional Adjunto
de Fiscalização e
Segurança
Departamento
Trânsito
Departamento
de Segurança
Privada
Departamento
de Armas e
Explosivos
Departamento
de Proteção da
Natureza e
Ambiente
Gab. Apoio
Técnico
Diretor Nacional Adjunto
de Segurança Fronteiriça
Departamento
Asilo e
Refugiados
Departamento
de Imigração e
Documentação
Departamento
de Fronteiras
Departamento
Técnico de
Fronteiras
Gab. Apoio
Técnico
Diretor Nacional Adjunto
Recursos Humanos
Departamento
de Recursos
Humanos
Departamento
de Formação e
Doutrina
Departamento
de Saúde e
Assistência na
Doença
Gab. Apoio
Técnico
Diretor Nacional Adjunto
Logística e Finanças
Departamento
de
Infraestruturas
Departamento
Logístico
Departamento
de Gestão
Financeira
Gab. Apoio Técnico
Gab. de Apoio Religioso
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Comandos Territoriais
Serviços: Subunidades
Divisões: Esquadras
SEPNA
Aeroporto
Ação Fiscal Trans. Públicos
Trânsito
Invst. Criminal
Seg. Instalações Territoriais
Postos Postos
Esquadras
Núcleos
Secções
Os comandos territoriais da polícia seriam unidades que funcionariam na dependência direta do Diretor
Nacional e prosseguiriam as suas atribuições em todo o território nacional. A sua estrutura configuraria o
seguinte organograma:
Organograma das Unidades Territoriais
Quanto à Unidade Especial de Polícia (UEP), integraria as seguintes subunidades operacionais: Corpo de
Intervenção (CI); Grupo de Operações Especiais (GOE); Corpo de Segurança Pessoal (CSP); Centro de Inativação
de Explosivos e Segurança em Subsolo (CIEXSS) e o Grupo Operacional Cinotécnico (GOC); Corpo de Controlo
Costeiro (CCC), Corpo de Cavalaria (CC) e o Corpo de Segurança e Honras do Estado (CSHE), conforme
organograma seguinte:
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Organograma Unidade Especial de Polícia
Os destacamentos locais a serem criados seriam réplicas reduzidas da Unidade Especial de Polícia, sob o
comando de um comandante de destacamento.
Finalmente, passariam a existir dois estabelecimentos de ensino policial, um vocacionado para a formação de
oficiais e outro para as restantes carreiras.
Unidade Especial de Polícia
Corpo de Intervenção
Destacamentos Locais
Grupo de Operações Especiais
Destacamentos Locais
Grupo de Inativação
de Engenhos Explosivos e Segurança
em Subsolo
Destacamentos Locais
Grupo Cinotecnico
Destacamentos Locais
Corpo de Controlo Costeiro
Destacamentos Locais
Corpo de Cavalaria
Destacamentos Locais
Corpo de Segurança e Honras do
Estado
Destacamentos Locais
Grupo de Segurança
Pessoal
Destacamentos Locais
Estabelecimentos de Ensino Policial
Formação Superior
- Oficiais
Formação Técnica -Policial
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27
361
14
180
0
100
200
300
400
Direção Superior Direção Intermédia
Quadro de Dirigentes
Atual Modelo Modelo Proposto
Esta reformulação organizacional proporcionaria uma redução de cerca de 194 cargos de direção, sendo 13 de
direção superior e 181 de direção intermédia, configurando uma redução de 50% face ao modelo atualmente
vigente.
Dirigentes e Equiparados
Atual Modelo Modelo Proposto Diferença %
Direção Superior 27 14 -13 -48%
Direção Intermédia 361 180 -181 -50%
Total 388 194 -194 -50%
3 Direcções Nacionais / Comandos Geral
46 Comandos / Direcções Regionais
168 Divisões / Destacamentos
950 Esquadras / Postos
2 Unidades Especiais de Policia
3 Estabelecimentos de Ensino
5 Unidades Especializadas
1 Direcção Nacional
20 Comandos
120 Divisões
950 Esquadras / Postos
1 Unidades Especial de Policia
2 Estabelecimentos de Ensino
-50%
Modelo Atual Modelo Proposto
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7.3. Transição para o Novo Modelo
7.1.1. Pressupostos
Atendendo às principais linhas enformadoras do novo modelo proposto, cujas componentes se apresentam de
seguida de forma genérica, permitirão a transição para uma situação de maior exigência e consequentemente a
assunção de melhores níveis de eficácia e eficiência.
Para quantificação da implementação do cenário, foram considerados os seguintes pressupostos:
a) Uma média de idades de ingresso na ordem dos 24 anos, cerca de 32 anos de tempo de serviço efetivos
e 4 anos fora da efetividade de serviço (pré-aposentação), ao fim dos quais transitam para a
aposentação.
b) Quantificaram-se apenas as remunerações líquidas de cada efetivo, ou seja, deduzidas dos encargos
decorrentes da entidade patronal relativos à Caixa Geral de Aposentações e Segurança Social, uma vez
que os mesmos se traduzem numa mera transferência entre entidades do Estado.
c) Quanto à remuneração liquida associada ao pessoal que se encontre na pré-aposentação, ao valor
apurado na alínea anterior, deduziu-se os suplementos e subsídio de refeição.
Cálculo da Valor Padrão das Remunerações Liquidas por efetivo (anual)
Média per capita das Remunerações Certas e Permanentes da GNR, PSP e SEF 21.927€
+ Média per capita dos Abonos Variáveis e Eventuais da GNR, PSP e SEF + 1.425€
= Valor Padrão das Remunerações Liquidas no por efetivo 23.352€
Nota: Não foi considerado as despesas com Segurança Social e Saúde.
Cálculo da Valor Padrão das Remunerações Liquidas na Pré-aposentação (anual)
Valor Padrão das Remunerações Liquidas no Ativo 23.352€
- Média per capita dos Subsídios de Refeição da GNR, PSP e SEF - 970€
- Média per capita dos Suplementos Remuneratórios na GNR, PSP e SEF - 4.465€
= Valor Padrão das Remunerações Liquidas na Pré-aposentação 17.917€
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Valor per capita mais eficiente dos consumos intermédios – 1.933€ Valor Padrão per capita de consumos intermédios – 2.598€
d) Relativamente ao pessoal a transitar para a aposentação considerou-se para o cálculo da sua pensão
90% do valor apurado para a pré-aposentação.
e) Ao nível dos custos associados aos consumos intermédios, pela redução de cada efetivo, considerou-se
a existência de um potencial de poupança na ordem dos 33%.
f) Igualmente procedeu-se ao ajustamento dos custos per capita associados aos consumos intermédios,
para os valores apresentados pela PSP, uma vez que é a entidade que apresenta o indicador mais
eficiente.
g) Nas áreas de suporte e apoio operacional, atendendo à especificidade da missão policial, bem como ao
enquadramento tipicamente castrense que caracteriza as forças de segurança, adotou-se pela aplicação
de um cenário conservador, considerando que os ganhos provenientes da fusão dos serviços que
integram estas áreas se traduziriam num aumento de produtividade na ordem dos 33%.
h) O modelo proposto prevê a aproximação rácio de polícias/cidadão ao indicador médio apresentado pela
União Europeia que é de 1 polícia para 276 habitantes.
Cálculo da Valor Padrão de poupança em consumos intermédios com redução de efetivos
Média per capita das Despesas em Consumos Intermédios da GNR, PSP e SEF 2.598€
x Poupança Estimada do Modelo 33%
= Valor Padrão da Poupança per capita em Despesas com Consumos Intermédios 857€
Cálculo da Valor Padrão das Remunerações na Aposentação (anual)
Valor Padrão das Remunerações Liquidas na Pré-aposentação 17.917€
X Percentagem do valor da Pensão 90%
= Valor Padrão das Remunerações Liquidas na Pré-aposentação 16.195€
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Modelo Atual: Efetivo Policial: 46.902 Média de Admissões Anuais: 1000 Média Anual de passagens à pré-aposentação: 1000 Modelo Proposto: Efetivo Policial: 42.291 Média de Admissões Anuais: 800 Média Anual de passagens à pré-aposentação: 800
i) A análise do impacto financeiro decorrente da sua implementação do modelo contemplou um
horizonte temporal de 6 anos para o seu integralmente desenvolvimento. Este período de ajustamento
considerou a passagem imediata do efetivo excedente à situação de pré-aposentação, aliviando desta
forma, a atual pressão que subsiste nas respetivas forças de segurança, uma vez que existe um
substancial número de elementos que já reúne tais condições. Assim, as poupanças evidenciadas
encontram-se calendarizadas por cada ano.
j) Na avaliação financeira considerou-se para efeitos de cálculo da poupança os valores acumulados ao
longo dos seis anos, decorrente da evolução dos efetivos nas diversas situações: novas admissões e
saídas para pré-aposentação e aposentação.
k) O modelo encontra-se idealizado, no sentido de proporcionar uma redução de admissões anuais e
passagens à pré-aposentação de acordo com o redimensionamento do efetivo.
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7.1.2. Impacto da Transição para o Novo Modelo
Modelo Atual
Operacional Apoio N.º de Cidadãos /
Polícia
n.º % n.º % Total
GNR 13282 78% 3746 22% 17028
349 PSP 16416 82% 3650 18% 20066
SEF 524 56% 407 44% 931
Total Efetivos 35.760
Un
idad
es E
spec
ializ
adas
(UC
C, U
AF,
UN
T, U
SHE)
GNR 2905 73% 1074 27% 3979 3.636
Un
idad
es d
e R
ese
rva
(UEP
e U
I)
GNR 1529 73% 577 27% 2106
4.475 PSP 831 83% 173 17% 1004
Total Efetivos 3110
Serv
iço
s C
en
trai
s
GNR -- -- 1540 -- 1540
PSP -- -- 1031 -- 1031
SEF -- -- 407 -- 407
Total Efetivos 2978
Esta
bel
eci
men
tos
de
Ensi
no
GNR -- -- 776 -- 776
PSP -- -- 435 -- 435
Total Efetivos 1211
N.º Total de Efetivos 49.303
N.º Total de Polícias 46.902
N.º Total de Civis 2.401
População 10.562.178
Rácio Polícia/habitante 225
Modelo Proposto
Operacional Apoio N.º de Cidadãos / Polícia
n.º % n.º % Total
33.599 85% 5.916 15% 39.515 314
+472
-2.961
-2.489
Menos 2.961 elementos na área de apoio.
Mais 3.377 elementos nas UT por incorporação das unidades de intervenção e especialização
Mais Polícias por Cidadão (front-office)
Maior Peso da área Operacional
Un
idad
es d
e R
ese
rva
(UEP
e U
I)
1888 79% -500 21% 2.388 5.594
-472
-250
-722
Menos 250 efetivos na área de apoio.
Menos 472 elementos aquartelados.
Serv
iço
s C
en
trai
s 1.983 1.983
- 995 - 995
Menos 995 elementos na área de apoio.
Esta
bel
eci
men
tos
de
Ensi
no
807 807
-404 -404
Menos 404 elementos na área de apoio.
N.º Total de Efetivos 44.692
N.º Total de Polícias 42.291
N.º Total de Civis 2.401
Redução de Efetivo Proposta 4.611
População 10.562.178
Rácio Polícia/habitante 250
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30.222
7.803
33.599
5.916 0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
35.000
40.000
Pessoal Operacional Pessoal de Suporte
Unidades Territoriais
Modelo Anterior Novo Modelo
+11%
-24%
2.360
750
1.888
500
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
Pessoal Operacional Pessoal de Suporte
Unidades de Reserva
Modelo Anterior Novo Modelo
-33%
-20%
Da eventual implementação do modelo proposto salientam-se os seguintes aspetos:
Em termos de efetivos globais afetos à atividade da segurança interna, passar-se-iam dos atuais 49.303,
para 44.692, dos quais 2.401 são civis.
Redução do efetivo policial em 4.611 elementos, nas áreas de suporte e apoio operacional, refletindo
um decréscimo na ordem dos 40%, ou seja, dos 11.415 polícias atuais passar-se-ia para os 6.804
Ajustamento do rácio policia/habitante na ordem dos 11%, ou seja, de 1/225 passar-se-ia para 1/250;
Reforço dos efetivos operacionais das Unidades Territoriais (serviços descentralizados e próximos da
população), em 3.377, resultaria da integração das unidades especializadas (2.905 elementos) e ainda
da transferência de 472 elementos das unidades de reserva.
Este reforço proporcionaria ao nível das unidades territoriais um ajustamento do rácio polícia
/habitante na ordem dos 10%, passando de 1/349 para 1/314.
35.487 35.487
11.415 6.804
2.401 2.401
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
Modelo Anterior Novo Modelo
Comparação de Modelos
Pessoal Operacional Pessoal Policial Suporte
Pessoal Civil
-10%
11.415
2.401
6.804
2.401 0
2.000
4.000
6.000
8.000
10.000
12.000
Pessoal Policial Pessoal dCivil
Área de Suporte / Apoio Operacional
Modelo Anterior Novo Modelo
-40% 4
4.6
92
49
.30
3
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7.1.3. Impacto da Económico-financeiro
Para quantificação económica financeira da implementação do cenário, foram considerados os seguintes dados:
Valores padrão por elemento
Valor padrão das remunerações liquida (pessoal no ativo) 23.352 €
Valor padrão das remunerações liquida (na pré-aposentação) 17.917 €
Diferença da remuneração liquida entre pessoal no ativo e pré-aposentação 5.435 €
Valor padrão das remunerações na aposentação 16.125 €
Valor padrão per capita de consumos intermédios (bens e serviços) 2.598 €
Poupança em consumos intermédios (33%*2.598€) 857 €
Valor per capita mais eficiente dos consumos intermédios (bens e serviços) 1.933 €
Como vimos anteriormente, o efetivo sofrerá uma redução de 4.611 elementos, os quais passariam de imediato
para a situação de pré-aposentação.
A transição para o modelo proposto, configuraria o ajustamento previsto na tabela seguinte:
Ajustamento do Efetivo
Modelo Atual Modelo Proposto Diferença
Efetivo atual 49.303 44.692 -4.611
Efetivo policial 46.902 42.291 -4.611
Média anual de novas admissões 1000 800 200
Média Anual de Saídas para a pré-aposentação 1000 800 200
Na perspetiva económica a implementação do Modelo proposto iria proporcionar uma poupança anual na
ordem dos 144.932.847€, dos quais 111.259.472€ seriam provenientes da redução dos encargos com a massa
salarial e 33.673.315€ de consumos intermédios.
Impacto Económico
1. Remunerações 111.259.472 € =1.1 + 1.2 + 1.3
1.1. Resultante do Ajustamento do Efetivo 107.676.072 € =4.611 x 23.352 €
1.2. Resultante da Diminuição de Novas Admissões 4.670.400 € =200 x 23.352 €
1.3 Resultante da Diminuição da Passagem de efetivos à Pré-aposentação -1.087.000 € = 200 x 5.435 €
2. Consumos Intermédios 33.673.315 € = 2.1 + 2.2
2.1. Melhoria da Eficiência 29.720.120 € =(2.598€ - 1.933€) x 44.692
2.2. Redução do Efetivo 3.953.195 € = 857€ x 4.611
Total da Poupança Anual 144.932.847€ = 1 + 2
1.1. Impacto positivo da diminuição de 4611 efetivos policiais 1.2. Impacto positivo da diminuição anual de 200 novas admissões 1.3. Impacto negativo da diminuição do número de passagens à pré-aposentação (200) 2.1. Impacto positivo do aumento de eficiência indexado ao custo padrão da PSP 2.2. Impacto positivo da diminuição do efetivo na proporção de 33% do custo per capita atual (2.598€)
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Tendo em vista aferir o impacto em termos orçamentais (ótica financeira) do modelo proposto, desenvolveu-se
o quadro seguinte onde se quantifica o fluxo de efetivos associados ao período de implementação integral do
modelo (6 anos).
Ano 0 Ano 1
Entradas
Efetivo
Pré- aposentação
Aposentação
Entradas (valores
acumulados)
Efetivo Pré- aposentação
(valores acumulados)
Aposentação (valores
acumulados)
Ano 0 + Ano 1
Ano 0 + Ano 1 Ano 0 + Ano 1
Imp
acto
Ef
etiv
o Atual Modelo 1.000 49.303 1.000 0 2.000 49.303 2.000 0
Novo Modelo 800 44.692 4.611 0 1.600 44.692 5.411 0
Diferença -200 -4.611 3.611 0 -400 -4.611 3.411 0
Imp
acto
Fin
ance
iro
Atual 23.352.000 1.151.323.656 17.917.000 0 46.704.000 1.151.323.656 35.834.000 0
Novo 18.681.600 1.043.647.584 82.615.287 0 37.363.200 1.043.647.584 96.948.887 0
Diferença -4.670.400 -107.676.072 64.698.287 0 -9.340.800 -107.676.072 61.114.887 0
Remunerações -47.648.185 -55.901.985
Cons. Intermédios Eficiência -29.720.180 -29.720.180
Cons. Intermédios Redução Efect. -3.953.195 -3.953.195
Total -81.321.560 -89.575.360
Ano 2 Ano 3
Entradas (valores
acumulados)
Efetivo Pré- aposentação
(valores acumulados)
Aposentação (valores
acumulados)
Entradas (valores
acumulados)
Efetivo Pré- aposentação
(valores acumulados)
Aposentação (valores
acumulados)
Ano 1 + Ano 2
Ano 1 + Ano 2 Ano 1 + Ano 2 Ano 2 + Ano 3
Ano 2 + Ano 3 Ano 2 + Ano 3
Imp
acto
Ef
etiv
o Atual Modelo 3.000 49.303 3.000 0 4.000 49.303 4.000 0
Novo Modelo 2.400 44.692 6.211 0 3.200 44.692 7.011 0
Diferença -600 -4.611 3.211 0 -800 -4.611 3.011 0
Imp
acto
Fin
ance
iro
Atual 70.056.000 1.151.323.656 53.751.000 0 93.408.000 1.151.323.656 71.668.000 0
Novo 56.044.800 1.043.647.584 111.282.487 0 74.726.400 1.043.647.584 125.616.087 0
Diferença -14.011.200 -107.676.072 57.531.487 0 -18.681.600 -107.676.072 53.948.087 0
Remunerações -64.155.785 -72.409.585
Cons. Intermédios Eficiência -29.720.180 -29.720.180
Cons. Intermédios Redução Efect. -3.953.195 -3.953.195
Total -97.829.160 -106.082.960
Ano 4 Ano 5
Entradas (valores
acumulados)
Efetivo Pré- aposentação
(valores acumulados)
Aposentação (valores
acumulados)
Entradas (valores
acumulados)
Efetivo Pré- aposentação
(valores acumulados)
Aposentação (valores
acumulados)
Ano 3 + Ano 4
Ano 3 + Ano 4 Ano 3 + Ano 4 Ano 4 + Ano 5
Ano 4 + Ano 5 Ano 4 + Ano 5
Imp
acto
Efet
ivo
Atual Modelo 5.000 49.303 4.000 1.000 6.000 49.303 4.000 2.000
Novo Modelo 4.000 44.692 3.200 4.611 4.800 44.692 3.200 5.411
Diferença -1.000 -4.611 -800 3.611 -1.200 -4.611 -800 3.411
Imp
acto
Fin
ance
iro
Atual 116.760.000 1.151.323.656 71.668.000 16.125.300 140.112.000 1.151.323.656 71.668.000 32.250.600
Novo 93.408.000 1.043.647.584 57.334.400 74.353.758 112.089.600 1.043.647.584 57.334.400 87.253.998
Diferença -23.352.000 -107.676.072 -14.333.600 58.228.458 -28.022.400 -107.676.072 -14.333.600 55.003.398
Remunerações -87.133.214 -95.028.674
Cons. Intermédios Eficiência -29.720.180 -29.720.180
Cons. Intermédios Redução Efect. -3.953.195 -3.953.195
Total -120.806.588 -128.702.048
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A tabela seguinte resume os fluxos orçamentais no período previsto para a implementação do modelo
proposto.
Perspetiva Orçamental (Financeira)
∑ Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Poupança Remunerações -422.277.427 € -47.648.185 € -55.901.985 € -64.155.785 € -72.409.585 € -87.133.214 € -95.028.674 €
Consumos Intermédios -202.040.248 € -33.673.375 € -33.673.375 € -33.673.375 € -33.673.375 € -33.673.375 € -33.673.375 €
Total Poupança -624.317.676 € -81.321.560 € -89.575.360 € -97.829.160 € -106.082.960 € -120.806.588 € -128.702.048 €
Média de Poupança Anual 104.052.946 €
Os dados apurados permite-nos concluir que o modelo proposto proporcionaria logo no primeiro ano de
implementação uma poupança imediata na ordem dos 81.321.560€ (perspetiva orçamental).
Esta poupança apresentaria ao longo do período de implementação uma tendência evolutiva crescente, fruto
da redução de novas admissões na ordem dos 200 efetivos por ano, vindo a fixar-se no final do 6.º ano nos
128.702.048€, o que representa cerca de 7% dos gastos totais atuais das FSS.
€8
1.3
21
.56
0
€8
9.5
75
.36
0
€9
7.8
29
.16
0
€1
06
.08
2.9
60
€1
20
.80
6.5
88
€1
28
.70
2.0
48
€104.052.946
€0
€20.000.000
€40.000.000
€60.000.000
€80.000.000
€100.000.000
€120.000.000
€140.000.000
0 1 2 3 4 5
Poupanças Anuais Expectáveis
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Conclusões
Como principais vantagens do modelo agora proposto apresentam-se as seguintes:
Poupança média anual com o período transitório de implementação do modelo ascenderá ao montante
de 104.052.946€, sendo que no 6.º ano aquela alcançaria o valor de 128.702.048€;
Redução em 50% do número de dirigentes;
Rácios de policia/habitante mais equilibrados face aos atuais, aproximando-se da média europeia.
Não obstante a redução do efetivo policial global, o modelo permitirá ainda um reforço substancial de
cerca de 18% na componente operacional associada à missão policial (Unidades Territoriais).
Melhor racionalização de estruturas evitando a duplicação de esforços e consequentemente uma maior
eficiência na gestão dos recursos.
Diminuição em cerca de 40% do pessoal policial afeto à área de suporte e apoio operacional;
Extinção de sobreposições de competências e replicações funcionais potencialmente geradoras de
conflitualidade e assim, acabar com as barreiras de funcionamento entre as forças e os serviços de
segurança;
Potenciar a troca de sinergias entre os vários intervenientes.
Permitir uma melhor gestão integrada dos recursos à escala nacional, conferindo por uma maior
resiliência na sua administração.
Possibilitar um redimensionamento dos efetivos ligados à área da segurança interna a médio/longo
prazo, sem pôr em causa a qualidade do serviço a prestar à sociedade.
Atribuir à instituição policial uma nova imagem, nomeadamente no que se refere à existência de um
único uniforme.
Como resultado final desta reforma pretende-se criar um sistema mais equilibrado, adequado e
sustentável, potenciado pela significativa redução de custos de funcionamento gerada pela
racionalização da estrutura organizacional que o novo modelo potencia, bem como colmatar um dos
pontos críticos que o atual modelo dualista, eliminando a sobreposição de competências e replicações
funcionais geradoras por vezes de conflitualidades entre os vários intervenientes.
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Bibliografia
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GNR - Plano de Atividades de 2011. Lisboa
GNR - Plano de Atividades de 2012. Lisboa
GNR - Relatório de Atividades de 2009. Lisboa
PSP - Plano de Atividades de 2011. Lisboa
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SEF - Plano de Atividades de 2011. Lisboa
SEF - Plano de Atividades de 2012. Lisboa
SEF - Relatório de Atividades de 2009. Lisboa
Lei n.º 53 / 2007 de 31 de Agosto: aprova a orgânica da PSP.
Lei n.º 63/2007, de 6 de Novembro: aprova a orgânica da GNR.
Decreto – Lei n.º 297 / 2009 de 14 de Outubro: aprova o Estatuto dos Militares da Guarda Nacional Republicana.
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Portaria n.º 1450/2008, de 16 de Dezembro: organização interna das unidades territoriais, especializadas, de representação e de intervenção e reserva da GNR.
Portaria n.º 434/2008 de 18 de Junho, organização interna das unidades territoriais da PSP
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Portaria n.º 778 / 2009 de 22 de Julho: áreas de responsabilidade da GNR e da PSP.
Portaria n.º de 340-A/2007 de 20 de Março: áreas de responsabilidade da GNR e da PSP.
Decreto Regulamentar n.º 19 / 2008 de 27 de Novembro - organização interna do Comando Geral da GNR.
Sindicato dos Oficiais de Polícia (SOP/PSP) - Praça 5 de Outubro, 23-2º andar, 2350-418 Torres Novas Site : www.asop.pt; e-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected] Página 63
Despacho n.º 19935/2008 de 28 de julho de 2008 – Organização das unidades flexíveis da Direção Nacional da PSP
Despacho n.º 4501/2010 de 30 de Dezembro de 2009 do Comandante Geral da GNR: unidades orgânicas flexíveis da GNR. DR 2ª série - n.º 51 de 15 de Março de 2010
http://reformassi.mai-gov.info/estudos
www.dgo.pt
www.dgaa.pt
www.dgsp.mj.pt
www.gnr.pt
www.ine.pt
www.portugal.gov.pt
www.sef.pt
www.psp.pt
http://ec.europa.eu/eurostat
http://www.pordata.pt/