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Minuta: PORTARIA Nº XYWK DE XX DE BBBBBBB DE 2013.
Institui norma técnica relativa às
ações e aos serviços de saúde
voltados para a vigilância e o
controle das zoonoses, doenças de
transmissão vetorial e acidentes
causados por animais de
importância epidemiológica.
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que
lhe conferem os incisos I e II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e
Considerando a Lei Federal nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que
dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de
formulação e aplicação, e dá outras providências;
Considerando que o art. 144 da Constituição da República Federativa do
Brasil, de 05 de outubro de 1988, que dispõe que a segurança pública, dever do Estado,
direito e responsabilidade de todos, é exercida para preservação da ordem pública e da
incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: polícia federal,
polícia rodoviária federal, polícia ferroviária federal, polícias civis, polícias militares e
corpos de bombeiros militares;
Considerando a Lei Federal nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que
dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a
organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências;
Considerando a Lei Federal nº 8.429, de 02 de junho de 1992, que dispõe
sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no
exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta,
indireta ou fundacional e dá outras providências;
Considerando a Lei Federal nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, que
institui o Código de Trânsito Brasileiro;
Considerando a Lei Federal nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que
dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades
lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências;
Considerando que o Regulamento Sanitário Internacional 2005 (RSI)
estabelece a necessidade de aperfeiçoamento das capacidades dos serviços de saúde
pública para detectar, avaliar, monitorar e dar resposta apropriada aos eventos que se
possam constituir em emergência de saúde pública de importância internacional,
oferecendo a máxima proteção em relação à propagação de doenças em escala mundial,
mediante o aprimoramento dos instrumentos de prevenção e controle de riscos de saúde
pública;
Considerando a Instrução Normativa nº 88/IBAMA, de 24 de janeiro de
2006, que disciplina os serviços de recebimento, cadastro, controle, encaminhamento,
acompanhamento e respostas das demandas da sociedade, submetidas à Coordenação
de Ouvidora da Auditoria do IBAMA;
Considerando o disposto na Portaria nº 3.252/GM/MS, de 22 de
dezembro de 2009, que aprova as diretrizes para execução e financiamento das ações de
Vigilância em Saúde pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios e dá outras
providências;
Considerando que a Lei Complementar Federal nº 141, de 12 de janeiro
de 2012, que regulamenta o § 3o do art. 198 da Constituição Federal para dispor sobre
os valores mínimos a serem aplicados anualmente pela União, Estados, Distrito Federal
e Municípios em ações e serviços públicos de saúde; estabelece os critérios de rateio dos
recursos de transferências para a saúde e as normas de fiscalização, avaliação e controle
das despesas com saúde nas 3 (três) esferas de governo; revoga dispositivos das Leis nos
8.080, de 19 de setembro de 1990, e 8.689, de 27 de julho de 1993; e dá outras
providências;
Considerando a relevante função da vigilância e o controle das zoonoses,
das doenças de transmissão vetorial e dos acidentes causados por animais de
importância epidemiológica, como parte das ações da Vigilância em Saúde, na análise
da situação de saúde, articulando-se em um conjunto de ações que se destinam a
controlar vetores, hospedeiros, reservatórios, amplificadores, portadores, suspeitos ou
suscetíveis às zoonoses e animais peçonhentos, garantindo a prevenção, promoção e
proteção à saúde humana e subsidiando os gestores no processo de planejamento e de
tomada de decisão em tempo oportuno; e
Considerando a insuficiência de norma federal que regulamente o
desenvolvimento dessas atividades, ações e estratégias, visando o favorecimento das
ações e serviços voltados para a vigilância e o controle das zoonoses, doenças de
transmissão vetorial e acidentes causados por animais de importância epidemiológica,
resolve:
Art. 1º Instituir norma técnica relativa às ações e aos serviços de saúde
voltados para a vigilância e o controle das zoonoses, doenças de transmissão vetorial e
acidentes causados por animais de importância epidemiológica.
Art. 2º Esta Portaria tem como objetivo, normatizar as ações e serviços
referentes ao controle de vetores, reservatórios, animais sinantrópicos e peçonhentos e
outros de relevância epidemiológica, além de agravos relacionados às zoonoses, visando
reduzir os riscos de ocorrência de doenças e outros agravos, estabelecendo condições
que assegurem o desenvolvimento e o fortalecimento dessas ações e serviços de saúde.
CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS GERAIS
Art. 3º Para a compreensão do disposto nesta Portaria define-se:
I - Vigilância das Zoonoses: compreende o desenvolvimento de ações,
atividades e estratégias para a vigilância das zoonoses, das doenças de transmissão
vetorial e dos agravos causados por animais de importância epidemiológica, tendo como
enfoque a vigilância e o controle dos animais peçonhentos e venenosos de interesse à
Saúde Pública, dos vetores, hospedeiros, reservatórios, amplificadores, portadores,
suspeitos ou suscetíveis às zoonoses e doenças de transmissão vetorial;
II – Ações e Serviços de Vigilância de Zoonoses: conjunto de
atividades relacionadas à vigilância das zoonoses, fundamentadas nos componentes da
vigilância em saúde e de acordo com as diretrizes e hierarquia do SUS, podendo ser
organizadas de forma municipal, regional e/ou estadual;
III - Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ): estrutura física e
técnica, legalmente estabelecida, vinculada ao SUS, responsável pelo planejamento e
execução de parte ou da totalidade das atividades referentes à vigilância das zoonoses,
podendo atuar de forma municipal, regional e/ou estadual;
IV - Animal: compreende todo ser vivo do reino animal, invertebrado ou
vertebrado, sendo o vertebrado sensciente, organizado e dotado de sensibilidade e
movimento, classificado como doméstico, domesticado ou silvestre;
V - Animal doméstico: espécie animal que, por meio de processos
tradicionais e sistematizados de manejo ou melhoramento zootécnico, tornou-se
dependente do homem apresentando características biológicas e comportamentais em
estreita relação com ele, podendo apresentar fenótipo variável, diferente da espécie
silvestre que a originou (Instrução Normativa N° 141, de 19 de Dezembro de 2006, Art.
2°, Inc. II);
VI - Animal domesticado: espécie animal que, por circunstâncias
especiais, perdeu seu habitat na natureza e a adaptabilidade a ele, passando a conviver
pacificamente com o homem, dependendo deste para sua sobrevivência e podendo ou
não apresentar características comportamentais de espécime silvestre (Adaptado de:
http://www.ibama.gov.br/setores-ibama-df/divisao-de-fauna-difau);
VII - Animal silvestre: animal encontrado livre na natureza, que não
depende dos seres humanos para sua sobrevivência e cuja dinâmica (taxas de
reprodução, crescimento, sobrevivência, etc.) não está correlacionada aos recursos
(alimento, abrigo etc.) providos diretamente por seres humanos (Adaptado de:
Conservação, ética e Legislação Brasileira: Uma proposta integrada em defesa dos
animais não humanos, Revista Ciência e Cultura, Vol. 60. n. 02, São Paulo, 2008, pag.
27-33, disponível em: http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-
67252008000200014&script=sci_arttext);
VIII - Animal silvestre nativo: animal que ocorre naturalmente em
território brasileiro, sem intervenção humana, passando parte ou todo o seu ciclo de vida
neste território (Adaptado de: Conservação, ética e Legislação Brasileira: Uma
proposta integrada em defesa dos animais não humanos, Revista Ciência e Cultura,
Vol. 60. n. 02, São Paulo, 2008, pag. 27-33, disponível em:
http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-
67252008000200014&script=sci_arttext);
IX - Animal silvestre exótico: animal não originário da fauna brasileira,
introduzido ou inserido a um ecossistema do qual não faz parte originalmente, mas onde
se adapta podendo exercer dominância, prejudicar processos naturais e espécies nativas
e causar prejuízos de ordem econômica, social e de saúde (Adaptado de:
http://www.ibama.gov.br/consulta/fauna/anexos/anexoII-glossario.pdf);
X - Animal sinantrópico: animal silvestre, nativo ou exótico que
utilizam recursos de áreas antrópicas, de forma transitória em seu deslocamento, como
via de passagem ou local de descanso; ou permanente, utilizando-as como área de vida;
(Instrução Normativa nº 141/2006, de 19/11/06 – IBAMA);
XI - Animal peçonhento: animal silvestre que produz veneno (peçonha)
em um grupo de células de um órgão e/ou glândula secretora, possuindo aparelho
inoculador, que pode ser uma presa, um aguilhão ou um ferrão (Adaptado do livro:
Venemous and Poisonous Animals, 2002, Medfarm Scientific Publishers Stuttgart, pag.
01);
XII - Animal venenoso: animal silvestre que produz e armazena
substância tóxica em glândulas ou tecidos, mas não possuem um aparelho inoculador,
provocando envenenamento passivo por contato, por compressão ou por ingestão
(Adaptado do livro: Venemous and Poisonous Animals, 2002, Medfarm Scientific
Publishers Stuttgart, pag. 01);
XIII – Amplificador: animal abundante em área endêmica (com alta
taxa de renovação populacional), que desempenha papel de hospedeiro de um agente
etiológico em condições naturais, susceptível à infecção e capaz de manter o mesmo
agente circulante em níveis suficientes para infectar apenas no período inicial de sua
infecção (Adaptação de: Burgdorfer W. Ecological and epidemiological considerations
of Rock Mountain spotted fever and scrub typhus. In DH Walker, Biology of Rickettsial
Diseases, vol.1, CRC Inc, Boca Raton, p. 33-50, 1988);
XIV - Contexto de relevância epidemiológica: realidade
epidemiológica de determinado território que revela a presença, ou a possibilidade
iminente, de transmissão de alguma doença e/ou da ocorrência de algum agravo
abrangidos pela vigilância das zoonoses;
XV - Animal de relevância epidemiológica: animal doméstico,
domesticado ou silvestre que se apresenta como:
- vetor, hospedeiro, reservatório, portador, amplificador e/ou suspeito
para alguma zoonose e/ou doença de transmissão vetorial;
- suscetível para alguma zoonose e/ou doença de transmissão vetorial
quando inserido em um contexto de relevância epidemiológica quanto à
transmissão das mesmas;
- venenoso de interesse à saúde pública;
- peçonhento de interesse à saúde pública; e/ou
- causador de agravo que represente risco de transmissão de doença para
a população humana;
XVI – Animal sem controle (irrestrito): animal que,
independentemente de possuir responsável, esteja sem restrição de mobilidade na rua ou
espaço público, momentânea ou permanentemente, de modo a ter independência no
acesso e busca por alimentação, abrigo e reprodução, bem como na deposição de
dejetos;
XVII – Animal com dono/domiciliado: animal totalmente controlado,
que só tem acesso à rua quando levado por seu guardião responsável, com guia e/ou
focinheira, conforme legislações vigentes;
XVIII – Controle de animais: atividades, ações ou estratégias
desenvolvidas para influenciar na dinâmica de uma determinada população de animais,
de uma ou mais espécies, visando sua diminuição, contenção e equilíbrio;
XVIX – Controle indiscriminado de animais: controle de animais,
sejam eles irrestritos ou com dono, sem comprovação da existência de um contexto de
relevância epidemiológica, admitindo assim, o desenvolvimento de atividades, ações e
estratégias para o controle de animais que não constituam risco para as doenças e
agravos abrangidos pela vigilância das zoonoses;
XX - Apreensão de animal: retirada de animal domiciliado ou que
esteja em área pública sob a guarda de uma pessoa;
XXI - Captura de animal: retirada de animal livre e invasores em vias
ou áreas públicas ou áreas de mata;
XXII - Recepção de animal: recebimento de animal entregue pela
população, órgãos e instituições;
XXIII - Recolhimento de animal: apreensão, captura e/ou recepção de
animal;
XXIV - Acolhimento de animal: conjunto de procedimentos que visa à
manutenção física, alimentar e, proteção, refúgio, higiene e cuidados veterinários ao
animal recolhido;
XXV - Cuidados veterinários ao animal recolhido pela UVZ sob sua
guarda: prestação de atendimento clínico, quando necessário e possível (considerando
os programas nacionais de controle de zoonoses e doenças de transmissão vetorial
vigentes, o não comprometimento da saúde dos profissionais e dos demais animais
recolhidos, e ainda se o animal não se encontra sob risco de morte e/ou em agonia), ao
animal pela UVZ, tendo como condição “sine qua non” para a execução de tal
procedimento, a observância da capacidade operacional, de recursos humanos, de
estrutura física e de equipamentos, insumos e medicamentos;
XXVI - Resgate de animal: restituição/recuperação de animal recolhido
pela UVZ, por seu legítimo proprietário, ou por pessoa que dele cuidava antes do
recolhimento;
XXVII - Guarda responsável de animal: é a condição na qual o
guardião de um animal e de suas crias, que pode ser seu proprietário ou estar como
responsável momentaneamente pela sua guarda, aceita e se compromete a assumir uma
série de deveres centrados nas necessidades físicas, biológicas e ambientais do mesmo,
assim como, prevenir os riscos (potencial de agressão, transmissão de doenças ou danos
a terceiros) que seu animal possa causar à comunidade, a outros animais e/ou ao meio-
ambiente;
XXVIII - Guarda responsável da UVZ para com os animais sob sua
guarda: é a condição na qual a UVZ deve oferecer ao animal sob sua guarda, abrigo
com piso apropriado com proteção ao contato de frio/calor excessivo, bebedouro e
comedouro, água limpa e suficiente, alimento adequado e suficiente, espaço físico
adequado e limpo, acesso ao sol (por meio de solário), ventilação adequada e
atendimento veterinário quando necessário, sendo condição “sine qua non” para este
atendimento, a observância da capacidade operacional, de recursos humanos, de
estrutura física e de equipamentos, insumos e medicamentos;
XXIX - Adoção de animal: obtenção/guarda de animal por pessoa(s)
física(s) ou jurídica para mantê-lo sob sua guarda responsável;
XXX - Doação de animal: ato de ceder um animal para pessoa(s)
física(s) ou jurídica(s) para que esta(s) o mantenha(m) sob sua guarda responsável;
XXXI – Maus tratos a animal: atos, ações, atividades e/ou
circunstâncias efetuadas e ocasionadas por uma ou mais pessoas, órgão(s),
organização(s) ou entidade(s) que submeta(m) o animal a dor, sofrimento, esforço físico
superior às suas forças e sem descanso ou repouso adequados, restrição alimentar,
hídrica, de abrigo, de espaço, de luz, de ventilação e de atendimento veterinário quando
necessário;
XXXII – Ação específica de saúde animal: procedimento, atividade ou
estratégia operacional cujo foco seja especificamente o benefício da saúde do animal;
XXXIII – Ação específica de bem estar animal: procedimento,
atividade ou estratégia operacional cujo foco seja especificamente o bem estar do
animal;
XXXIV – Ação específica de proteção animal: procedimento, atividade
ou estratégia operacional cujo foco seja especificamente a proteção do animal;
XXXV – Ação de bem estar/saúde/proteção do animal sob a guarda
da UVZ: ação, atividade ou estratégia intrínseca à rotina operacional da UVZ que visa
o respeito ao animal no que se refere à guarda responsável e aos métodos de abordagem,
contenção, captura, apreensão e manejo, ao acolhimento e à adequação de veículo para
o transporte do mesmo, conforme legislações vigentes;
XXXVI – Acumulador de animais: pessoa que cria animais sem fins
lucrativos, em quantidade exagerada, em espaço incompatível, em condições higiênico-
sanitárias precárias e que não garante as necessidades básicas dos mesmos, sugerindo
apresentar condição psicopatológica (Acumuladores compulsivos – uma nova patologia
psíquica, Revista Espaço Acadêmico, nº 126, Nov, 2011, pag. 208-215);
XXXVII – Soltura de animais: ato de restituir o espécime ao seu
ambiente natural de distribuição geográfica e ambiental (Resolução CFBio nº 301, de 8
de Dezembro de 2012, Art. 3°, Inc. XXIV).
XXXVIII – Inspeção Zoossanitária: vistoria em locais públicos ou
privados onde haja animal que possa estar oferecendo risco para as doenças e agravos
abrangidos pela vigilância das zoonoses, visando avaliar as condições higiênico-
sanitárias, para orientar as pessoas do local sobre as medidas a serem adotadas, bem
como, se necessário, proceder com as medidas de controle, manejo e eliminação de
animais, obedecendo às normatizações sanitárias vigentes;
CAPÍTULO II
DAS AÇÕES E DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE VOLTADOS PARA A
VIGILÂNCIA DAS ZOONOSES
Art. 4º São consideradas ações e serviços públicos de saúde voltados
para a vigilância das zoonoses:
I – desenvolvimento e execução de atividades, ações e estratégias
relacionadas com o risco de transmissão de zoonoses e doenças de transmissão vetorial,
e risco de ocorrência de agravos causados por animais peçonhentos e venenosos de
interesse à Saúde Publica, ou seja, relacionadas a animais de relevância epidemiológica,
de acordo com os programas de vigilância e controle preconizados pelo Ministério da
Saúde;
II – integração da Vigilância em Saúde e das UVZs, no que se refere às
ações de vigilância e o controle das doenças e agravos abrangidos pela vigilância das
zoonoses, junto à Atenção Primária à Saúde e a outros níveis de atenção à saúde;
III – desenvolvimento de ações, atividades e estratégias visando a
Educação em Saúde para a Guarda Responsável de Animais voltada para a prevenção
de Zoonoses junto à comunidade e às escolas;
IV realização sistemática de parcerias intersetoriais, que fortaleçam as
ações de vigilância das zoonoses;
V – inspeção zoosanitária, visando o cumprimento de normas e padrões
de interesse sanitário nacional, estadual, regional ou municipal;
VI – articulação e promoção da participação comunitária e de
organismos governamentais e não governamentais nas atividades da vigilância das
zoonoses;
VII - proposição, articulação, apoio, colaboração e realização de
parcerias formais ou informais, intra e interinstitucionais, com órgãos e instituições
públicas e privadas, visando às ações de interface entre a saúde humana, saúde animal e
meio ambiente, viabilizando o cumprimento das atribuições legais e desenvolvimento
das ações conjuntas para o controle de animais que oferecem risco para doenças e
agravos abrangidos pela vigilância das zoonoses;
VIII - coordenação, execução e avaliação das ações de vacinação animal
contra zoonoses e doenças de transmissão vetorial, conforme orientações técnicas dos
programas de vigilância e controle do Ministério da Saúde, bem como notificar e
investigar eventos adversos temporalmente associados a essas vacinações;
IX - realização, conforme capacidade instalada, de diagnóstico
laboratorial de zoonoses, doenças de transmissão vetorial e de identificação de animais
que ofereçam risco para as doenças e agravos abrangidos pela vigilância das zoonoses,
conforme normatização vigente;
X – adoção de medidas de biossegurança que impeçam ou minimizem o
risco de transmissão das doenças e agravos relacionados às atividades da vigilância das
zoonoses para a população e para os funcionários;
XI - manejo e/ou controle de roedores, vetores, hospedeiros,
reservatórios, amplificadores, portadores, suspeitos ou suscetíveis às zoonoses e
doenças de transmissão vetorial, considerando um contexto de relevância
epidemiológica, para situações que visem à prevenção e controle das doenças
abrangidos pela vigilância das zoonoses, conforme os programas de vigilância e
controle do Ministério da Saúde e legislações vigentes;
XII - manejo e/ou controle de animais peçonhentos e venenosos de
interesse à saúde, para situações que visem à prevenção de agravos causados por estes
animais, conforme os programas de vigilância e controle do Ministério da Saúde e
legislações vigentes;
XIII – interlocução com a assistência à saúde e a assistência social
quando, por conseqüência de inspeção zoossanitária, for identificado um acumulador de
animais;
XIV – interlocução com a área de meio ambiente quando, por
conseqüência de inspeção zoossanitária, forem constatados maus tratos a animais;
XV - desenvolvimento e execução de atividades, ações e estratégias de
controle de animais sinantrópicos vertebrados e invertebrados em áreas públicas,
visando o controle de zoonose e/ou doença de transmissão vetorial, de forma
direcionada, específica, seletiva e apenas em situações em que haja comprovado
contexto de relevância epidemiológica.
XVI – realização de parcerias com as áreas de controle indiscriminado de
animais e de atendimento veterinário público, quando da existência destas atividades no
município, para proceder às ações de controle, a partir da ocorrência de um animal de
relevância epidemiológica;
XVII – coleta, recebimento, acondicionamento e conservação de
amostras biológicas de animais para encaminhamento aos laboratórios, conforme fluxos
e normatizações estabelecidos, com vistas ao diagnóstico laboratorial das zoonoses ou
doenças de transmissão vetorial;
XVIII – Destinação de resíduos biológicos, físicos e químicos de acordo
com as legislações vigentes.
Art. 5º São consideradas ações e serviços públicos de saúde voltados
para a vigilância das zoonoses a serem executados em uma Unidade de Vigilância de
Zoonoses:
I – desenvolvimento e execução de atividades, ações e estratégias de
controle de animal doméstico em áreas públicas, visando o controle de zoonose e/ou
doença de transmissão vetorial, de forma efetiva, direcionada, específica, seletiva e
apenas em situações em que haja comprovado contexto de relevância epidemiológica;
II – eliminação de animais domésticos que ofereçam risco de transmissão
de doenças e agravos abrangidos pela vigilância das zoonoses, bem como realização do
manejo ambiental para o seu controle, de acordo com a legislação vigente e com a
situação epidemiológica local;
III – cuidados veterinários somente aos animais sob sua guarda, ou seja,
animais que foram recolhidos considerando serem de relevância epidemiológica,
(considerando essa como uma ação de bem estar/saúde/proteção do animal sob a guarda
da UVZ), bem como daqueles acometidos biológica/fisicamente por intervenções
decorrentes de procedimentos realizados pela própria unidade;
IV – transporte de animais sob sua guarda, ou seja, animais que foram
recolhidos considerando serem de relevância epidemiológica, em veículos ou
dispositivos tecnicamente de acordo com normatização vigente, limpos, higienizados e
que proporcionem segurança ao animal (considerando essa como sendo ação de bem
estar/saúde/proteção do animal sob a guarda da UVZ), à população e aos funcionários;
V – manutenção dos animais sob sua guarda, ou seja, animais que foram
recolhidos considerando serem de relevância epidemiológica, alojados, estando em
observação ou para ser doado ou transferido, em condições adequadas de higiene,
espaço físico, arejamento, iluminação, alimentação, protegidos contra intempéries
naturais, separados por sexo, espécie e índole, que proporcione segurança ao animal
(considerando essas como sendo ações de bem estar/saúde/proteção do animal sob a
guarda da UVZ), à população e aos funcionários, observando-se os prazos estipulados
de permanência do animal na UVZ, conforme normatização vigente;
VI – recepção de animais vivos ou cadáveres de animais, entregues pela
população, somente quando estes representarem risco para as doenças e agravos
abrangidos pela vigilância das zoonoses;
VII - destinação adequada dos animais sob sua guarda, conforme fluxos,
prazos e taxas, consonante com a normatização vigente, por meio de:
a) resgate pelo(s) seu(s) responsável(is), somente quando o animal não
oferecer risco para doenças e agravos abrangidos pela vigilância das zoonoses; ou
b) transferência (doação/adoção) para pessoas físicas ou jurídicas ou
órgãos responsáveis pelo controle indiscriminado de animal, somente quando o animal
não oferecer risco para doenças e agravos abrangidos pela vigilância das zoonoses; ou
c) transferência, no caso de animais silvestres que não ofereçam risco
para doenças e agravos abrangidos pela vigilância das zoonoses, para órgãos de meio
ambiente ou órgãos licenciados para o recebimento destes animais; ou
d) transferência, no caso de animais exóticos que não ofereçam risco para
doenças e agravos abrangidos pela vigilância das zoonoses, para órgãos de meio
ambiente ou órgãos licenciados para o recebimento destes animais;
e) eutanásia, para animais que oferecem risco para doenças e agravos
abrangidos pela vigilância das zoonoses, respeitado o tempo de permanência dos
animais na UVZ, conforme legislação vigente, seguindo recomendações técnicas do
Conselho Federal de Medicina Veterinária;
VIII – vacinação contra a raiva de cães e gatos que serão
resgatados/doados/transferidos;
IX – realização de necropsia de animais suspeitos ou positivos para
alguma zoonose ou doença de transmissão vetorial, de acordo com as normatizações
técnicas específicas para cada doença e com a capacidade operacional e instalações
existentes na unidade;
CAPÍTULO III
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 6º Não são consideradas ações e serviços públicos de saúde voltados
para a vigilância e o controle das zoonoses, doenças de transmissão vetorial e acidentes
causados por animais de importância epidemiológica:
I – fiscalização relativa à:
a) maus tratos a animais;
b) o uso de animais em eventos de cunho comercial, cultural ou de
entretenimento;
c) o comércio de animais, excetuando-se casos previstos em
legislação sanitária;
d) criação de animais de produção, excetuando-se casos previstos em
legislação sanitária;
e) adestramento/ressocialização de animais;
f) atividades comerciais referentes ao aluguel de animais;
g) rituais religiosos envolvendo animais;
h) práticas de lutas e rinhas entre animais;
i) criações de animais silvestres nativos ou exóticos;
j) condução de animais em vias públicas;
k) criação/circulação de animais em prédios de moradias;
l) circulação de animais com donos em áreas comerciais ou
públicas;
m) atividades/procedimentos referentes às competências e atribuições
do profissional médico veterinário;
n) produção/comércio de alimentos para animais, de produtos de uso
animal ou medicamentos veterinários, exceto em procedimentos inerentes às atividades
da vigilância sanitária; e
o) produção/comércio de alimentos para animais, de produtos de uso
animal ou medicamentos veterinários; e
p) criação e a utilização de animais em atividades de ensino e
pesquisa científica;
II - salvamento, recolhimento e acolhimento de animais que não
oferecem risco para as doenças e agravos abrangidos pela vigilância das zoonoses;
III – realização de necropsias ou exames laboratoriais em animais cuja
demanda não esteja relacionada ao risco para doenças e agravos abrangidos pela
vigilância das zoonoses ou relacionada à vigilância sanitária;
IV – controle do trânsito intermunicipal, interestadual e internacional de
animais;
V – controle e prevenção de acidentes de trânsito causados por animais;
VI – atendimento de reclamações relativas a problemas de vizinhança
que não se referem à animais que oferecem risco para doenças e agravos abrangidos
pela vigilância das zoonoses ou que não estejam relacionados as ações de vigilância
sanitária;
VII – destinação de resíduos biológicos de animais, bem como físicos e
químicos, que não tenham sido gerados nas ações da vigilância das zoonoses ou da
vigilância sanitária;
VIII - soltura de animais silvestres para o meio ambiente, mesmo que
seja para área sabidamente habitada pela espécie;
IX – soltura de qualquer animal em área pública;
X – controle indiscriminado de animais;
XI – atendimento clínico/cirúrgico veterinário a animais da população,
que não estão sob a guarda da UVZ;
XII – desenvolvimento de ações específicas da área de limpeza pública e
obras, mesmo que para a prevenção e controle de roedores urbanos, não se confundindo
com ações relacionadas a outras políticas públicas, ainda que incidentes sobre as
condições de saúde;
XIII – desenvolvimento de ações específicas de saúde animal, de bem
estar animal e/ou de proteção animal, não se confundindo com ações relacionadas a
outras políticas públicas, ainda que incidentes sobre as condições de saúde.
Art. 7º A Secretaria de Vigilância em Saúde poderá elaborar normas
complementares a esta Portaria, para operacionalização das ações e serviços de
vigilância das zoonoses.
Art. 8º Esta Portaria entra em vigor a partir da data de sua publicação.
Brasília, Y de XXXXXXXXXX de 2013
ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA