Compilação: Dr. Jorge Luis Rodríguez Pérez
POLUIÇÃO RADIOATIVA
POLUIÇÃO RADIOATIVA
• A tecnologia nuclear passou a ser
desenvolvida a partir do momento em
que o homem percebeu que para
manter suas atividades precisava de
mais energia. Embora, inicialmente,
usada para a destruição, como a
bomba atômica, em Hiroxima, em 1945,
a energia nuclear passou a ser usada
para outros fins.
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As perspectivas de que a energia
atômica seria uma alternativa para o
futuro da humanidade, levaram o homem
a explorá-la mais racionalmente. Muitas
usinas nucleares foram construídas.
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Aqui no Brasil, as usinas de Angra dos Reis, no Rio de
Janeiro, evidenciam esse crescimento. A preocupação
com esse crescimento, a existência de armas atômicas
e de usinas nucleares, operando em algumas partes do
mundo, leva-nos a perguntar: quais as implicações
desse fato? A mais séria é a com a poluição ambiental.
Fala-se em poluição radioativa, isto é, a presença de
elementos radioativos no meio ambiente em
quantidades não controladas.
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A radioatividade, até certas doses, é tolerável pelos
seres vivos. Todavia, em altas intensidades passa a
ser prejudicial aos organismos vivos. Assim, o contato
com a radioatividade, tal como aconteceu em Hiroxima,
pode provocar queimaduras e mortes. Os que
sobreviveram passaram a manifestar câncer e
posteriormente a morte. E, finalmente, os que se
encontravam em regiões próximas tiveram
modificações no seu material genético, também,
desenvolveram câncer e, o que foi mais lamentável, ao
se reproduzirem tiveram descendentes com graves
deformações de natureza genética.
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Em 26 de abril de 1986, ocorreu a explosão de
um reator atômico da central de Chernobyl,
situado na Ucrânia, a 700 km de Moscou. Entre
as consequências se destacam: várias pessoas
morreram; um grande número de outras
pessoas foi hospitalizada, intoxicadas pela
radioatividade, algumas com queimaduras e
outras lesões; num raio de 30Km da usina,
cerca de 100 mil pessoas foram retiradas.
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Como consequência da explosão,
formou-se uma nuvem radioativa que se
espalhou por toda a Europa; essa mesma
nuvem contaminou animais e alimentos
que, respectivamente, tiveram que se
sacrificados e que não puderam ser
consumidos.
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Em setembro de 1998, na cidade de Goiânia,
também, ocorreu um acidente envolvendo
radioatividade. Uma bomba de césio 137,
usada numa clínica para tratamento de câncer,
foi parar num ferro-velho. Essa bomba foi
aberta a marretada e seu núcleo gerador de
radiações, contendo o césio 137, ficou exposto
durante vários dias. Um número razoável de
pessoas foi contaminada. Algumas acabaram
morrendo.
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O estrôncio 90 é o produto das explosões atômicas e o
lixo das usinas nucleares. A contaminação por esse
elemento radioativo pode levar a anemia e leucemia,
pois ele se comporta no nosso organismo como o
cálcio. É incorporado pelo sistema ósseo, cuja medula
é responsável pela produção das nossas células
sanguíneas.
Os iodos 129 e 131 alojam-se na tireoide, reduzindo
sua atividade, podendo provocar câncer.
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O césio 137 pode-se incorporar aos músculos,
provocando distrofia muscular, ao fígado, ao baço, a
medula óssea, alem de causar queimaduras, queda de
cabelos e até a morte.
Uma observação final vale a pena ser destacada: o
césio 137 pode ser colocado a serviço do homem no
tratamento de câncer. Isto implica dizer que a
radioatividade, quando bem usada, pode ser muito útil
para o homem.
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Para que se fale em poluição radioativa,
devemos primeiramente definir radiação.
Radiação é o efeito químico proveniente de
ondas e energia calorífera, luminosa etc.
Existem três tipos de radiação: raios alfa e
raios beta, que têm a absorção mais fácil, e
raios gama, que são muito mais
penetrantes que os primeiros, já que se
tratam de ondas eletromagnéticas.
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A poluição radioativa tem como fontes
- substâncias radioativas naturais: são as
substâncias que se encontram no subsolo, e que
acompanham alguns materiais de interesse
econômico, como petróleo e carvão, que são
trazidas para a superfície e espalhadas no meio
ambiente por meio de atividades mineratórias;
- substâncias radioativas artificiais: substâncias
que não são radioativas, mas que nos reatores ou
aceleradores de partículas são ―provocadas‖.
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O contato contínuo à radiação causa danos
aos tecidos vivos, tendo como principais
efeitos a leucemia, tumores, queda de
cabelo, diminuição da expectativa de vida,
mutações genéticas, lesões a vários órgãos
etc. Assim, poluição radioativa é o aumento
dos níveis naturais de radiação por meio da
utilização de substâncias radioativas
naturais ou artificiais.
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Muito resumidamente, a radioatividade (ou
radiatividade) é um fenômeno natural ou
artificial (induzido) pelo qual algumas
substâncias ou elementos químicos –
denominados elementos ou isótopos
radioativos, radioelementos, radionuclídios
ou radioisótopos.
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• São capazes de emitir partículas e/ou radiações, os
quais têm, entre outras, as seguintes propriedades:
impressionam placas fotográficas, ionizam gases,
produzem fluorescência, atravessam corpos opacos à
luz ordinária e causam danos extraordinários ao meio
ambiente e aos seres em geral quando são
artificialmente produzidos e despejados
irresponsavelmente na biosfera. As mais conhecidas e
principais partículas e radiações emitidas pelas
substâncias radioativas são as partículas alfa, as
partículas beta e a radiação gama.
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A radioatividade encontra-se no nosso meio
natural, desde os raios cósmicos que
bombardeiam a Terra provenientes do Sol e das
Galáxias de fora do nosso sistema solar, até
alguns isótopos radioativos que fazem parte do
nosso meio natural. A radioatividade pode ser:
a) natural (aquela que se manifesta nos
radioisótopos que se encontram em a natureza); e
b) artificial ou induzida (aquela que é provocada
por transformações nucleares artificiais).
A fonte de poluição radioativa predominante é a
natural, pois a poluição natural da Terra é muito
grande, decorrente do decaimento radioativo do
urânio, do tório e outros radionuclídeos naturais.
Finalmente, devemos lembrar que a poluição
radioativa provém principalmente de: indústrias,
medicina, testes nucleares, carvão, radônio,
fosfato, petróleo, minerações, energia nuclear,
acidentes radiológicos e acidentes nucleares.
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Partículas Alfa São fluxos de partículas carregadas positivamente,
compostas por 2 nêutrons e 2 prótons (núcleo de hélio).
São desviadas por campos elétricos e magnéticos; são
muito ionizantes, porém, pouco penetrantes. Quando um
radioisótopo (que possui núcleo instável) emite uma
partícula alfa, seu número de massa (A) diminui 4
unidades e o seu número atômico (Z) diminui 2 unidades.
• He
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Partículas Beta
São fluxos de elétrons (ß– ou ß+) resultantes da
desintegração de nêutrons do núcleo. São desviadas por
campos elétricos e magnéticos. São mais penetrantes,
porém, menos ionizantes do que as partículas alfa. No
decaimento ß–, um nêutron é convertido em um próton,
com emissão de um elétron e de antineutrino (a
antipartícula do neutrino).
n —› p+ + e– + antineutrino
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• No decaimento ß+, um próton é convertido
em um nêutron, com a emissão de um
pósitron e de um neutrino:
• p+ —› n + e+ + neutrino
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Radiações Gama
São ondas eletromagnéticas muito penetrantes. Não
apresentam carga elétrica e não são afetadas pelos
campos elétricos e magnéticos. A radiação gama é muito
perigosa aos organismos vivos, pois é mutagênica e
cancerígena.
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• Na fissão (ou cisão) nuclear, um átomo de
um elemento é dividido heterogeneamente
produzindo dois átomos de menores
dimensões de elementos diferentes.
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Na fusão nuclear, dois ou mais núcleos atômicos se juntam
e formam um outro núcleo de maior número atômico e de
maior número de massa. A fusão nuclear requer muita
energia para acontecer, e, geralmente, liberta muito mais
energia do que consome.
• 1H + 1H —› 2H
• 2H + 1H —› 3He
• 3He + 3He —› 4He + 2 1H
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• Como fontes principais do flagelo nuclear podem-se citar
as experiências com armas nucleares na atmosfera nas
décadas de 50 e 60, sob patrocínio das grandes
potências, e a manipulação de rejeitos radioativos
oriundos dos reatores nucleares envolvidos na geração
de energia elétrica comercial nos 375 reatores nucleares
espalhados pelo mundo, assim como dos reatores
destinados à propulsão naval.
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Para todos os casos, tanto na fase de obtenção do
combustível nuclear como na de operação deste tipo de
máquina, são produzidas enormes quantidades de
resíduos radioativos inservíveis, com meias-vidas
relativamente longas (meia-vida é o tempo necessário para
que se reduza à metade da inicial a quantidade de átomos
radioativos presentes em uma amostra radioativa), os
quais acenam com graves perigos potenciais para a
contaminação ambiental e para a vida na Terra. É o caso,
por exemplo, do elemento Plutônio com meia-vida igual a
24 mil anos, ainda que passados mais ou menos 40 anos a
maioria dos resíduos do combustível nuclear perca 99,9%
de radiação.
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A poluição radioativa provém principalmente de
indústrias, medicina, testes nucleares, carvão,
radônio, fosfato, petróleo, minerações, energia
nuclear, acidentes radiológicos e acidentes
nucleares. Um dos maiores desafios tecnológicos
da atualidade refere-se à eliminação ou
contenção, com a necessária segurança, dos
produtos radioativos provenientes das usinas
nucleares.
POLUIÇÃO RADIOATIVA
• Há alguns anos, a imprensa internacional
veiculou informações relativas ao
gravíssimo acidente ocorrido com o
submarino nuclear russo Kursk nas águas
geladas do mar de Barents, em 12 de
agosto de 2000.
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• Já uma guerra nuclear, além da morte
imediata de inúmeros seres humanos e
dos efeitos da radiação ao longo das
gerações, propiciaria mais uma trágica
consequência: o inverno nuclear.
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• A poeira levantada pelas explosões
nucleares, aliada à fuligem e à fumaça
dos incêndios, impediria a penetração de
luz na atmosfera, bloqueando por alguns
anos a fotossíntese e fazendo a
temperatura cair vários graus.
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• Com isso, poderia ocorrer o
desaparecimento definitivo de numerosas
espécies, inclusive a extinção do próprio
homem. Assim, o inverno nuclear designa
o ápice de uma série de fenômenos
meteorológicos provocados por uma
guerra nuclear total entre as potências
nucleares.
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• Estudos feitos na década de 1980 mostraram
que a queima das cidades e posterior emissão
de milhões de toneladas de fuligem na
atmosfera resultariam em uma pequena era
glacial que duraria alguns anos, matando, por
isso, grande parte dos animais e dos vegetais
existentes. Esses estudos contribuíram para as
campanhas pacifistas e de desarmamento entre
os EUA e a Ex-URSS.