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MIRIAN LOURDES DOMINGUES RODRIGUES
PREVENÇÃO DA DOENÇA CARDIO VASCULAR:
ESTRATÉGIAS DESENVOLVIDAS POR
SUB- REGIÃO DE SAÚDE DO PORTO E
UNIDADE LOCAL DE SAÚDE DE MATOSINHOS, EPE.
Dissertação de Candidatura ao grau de Mestre
em Prevenção e Reabilitação Cardio Vascular,
submetida ao Instituto de Ciências Biomédicas
de Abel Salazar da Universidade do Porto.
Orientador – Prof. Doutor António Rui Marcelino Leal
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 2
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 3
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos 3 homens da minha vida:
Ao meu querido pai (in memorian),
ao meu marido e ao meu filho!
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 4
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 5
AGRADECIMENTOS
Este espaço é dedicado àqueles que deram a sua contribuição para que esta
dissertação fosse realizada. Talvez sejam mais do que aqueles que aqui refiro
mas a todos eles deixo aqui o meu sincero agradecimento.
Antes de mais ao Prof. Doutor António Rui M. Leal, por me ter introduzido a esta
área e me impulsionado para este projecto, tendo sido o meu orientador, um
amigo e um verdadeiro professor.
Á Sra. Enfermeira Maria José Rigaud de Abreu por me ter orientado na filosofia
dos Cuidados de Saúde Primários, principalmente da Gestão da Unidade Local de
Saúde de Matosinhos.
Ao Dr. José Carlos Leitão, da Sub-região de Saúde do Porto, pela disponibilidade,
pelo apoio e pelos elementos fornecidos.
Á Sra. Enfermeira Chefe Teresa Moreno, pela atenção, pelos esclarecimentos e
pela simpatia.
A todos os participantes deste estudo, que são profissionais de corpo e alma e
que se mostraram sempre dispostos a colaborar.
Os meus agradecimentos também abarcam pessoas a quem de alguma forma
falhei para me dedicar a este sonho.
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Mirian Rodrigues 6
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 7
SUMÁRIO
RESUMO 21
1. INTRODUÇÃO 25
1.1. ESTUDOS NACIONAIS NA PCV 34
1.2. DETERMINANTES DE SAÚDE 36
2. OBJECTIVOS 39
3. MATERIAIS E MÉTODOS 43
3.1. TIPO DE ESTUDO 45
3.2. DESCRIÇÃO DA POPULAÇÃO E AMOSTRA 45
3.3. INSTRUMENTOS DE COLHEITA DE DADOS 48
3.4. COLHEITA DE DADOS 51
3.5. TRATAMENTO ESTATÍSTICO 54
4. RESULTADOS 55
4.1. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA 57
4.2. RESPOSTAS DOS INQUIRIDOS
4.2.1. Tabaco 59
4.2.2. Alimentação 63
4.2.3. Actividade Física 68
4.2.4. Estudo analítico 73
4.2.5. Gestão do stress 76
4.2.6. Intervenções Preventivas 79
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 8
4.3. ACTIVIDADES IMPLEMENTADAS
4.3.1. Folhetos 89
4.3.2. Sessões educativas 90
4.3.3. Rastreios 91
4.3.4. Determinação do RGCV 92
4.4. ASPECTOS ORGANIZACIONAIS 94
4.5. PROJECTOS DE INTERVENÇÃO NA PDCV 96
4.6. INFORMAÇÃO DISPONÍVEL 98
5. CONCLUSÕES 101
6. DISCUSSÃO 109
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 117
ANEXOS 131
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 9
ANEXOS
ANEXO 1 - PNPCDCV
ANEXO 2 – INSTRUMENTOS DE COLHEITA DE DADOS
ANEXO 3 - CENTROS DE SAÚDE E AS EXTENSÕES
ANEXO 4 - OFÍCIO DE AUTORIZAÇÃO DO CONSELHO
DIRECTIVO DA ARS NORTE, I. P.
ANEXO 5 - DESPACHO DE AUTORIZAÇÃO DO CONSELHO
DE ADMINISTRAÇÃO DA ULSM
ANEXO 6- PANFLETO PROPOSTO RELATIVO À PREVENÇÃO DA DISLIPIDÉMIA
ANEXO 7 -CIRCULAR NORMATIVA DE 18 DE ABRIL DE 2007
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 10
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 11
INDICE DE TABELAS
Tabela 1 – Classificação de excesso de peso e obesidade por: IMC,
perímetro abdominal e risco de doença Associado.
Tabela 2 - Médicos e enfermeiros nos CS em serviço na SRS do Porto.
Tabela 3 - Médicos e enfermeiros nos CS em serviço na ULSM, EPE.
Tabela 4 -- Temas abordados no instrumento de recolha de dados.
Tabela 5 - Distribuição do tipo de Inquérito relativamente à profissão
específica do inquirido
Tabela 6 - Distribuição das respostas dos participantes do estudo
relativamente ao sexo
Tabela 7 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo
relativas aos hábitos tabágicos subdividida pela profissão
específica do inquirido
Tabela 8 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo
relativas a utentes fumadores na US subdividida pela
profissão específica do inquirido
Tabela 9 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo
relativas ao Grupo de Desabituação Tabágica subdividida pela
profissão específica do inquirido.
Tabela 10 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo
relativas aos hábitos alimentares subdividida pela profissão
específica do inquirido
Tabela 11 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo
relativas à Constituição física dos utentes, subdividida pela
profissão específica do inquirido
38
46
47
50
52
57
59
60
61
63
66
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 12
Tabela 12 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo
relativas à avaliação da prática de actividade física dos utentes
subdividida pela profissão específica do inquirido
Tabela 13 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo
relativas aos factores referenciados na avaliação da prática de
actividade física dos utentes subdividida pela profissão
específica do inquirido
Tabela 14 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo
relativas à motivação da prática de actividade física dos
utentes subdividida pela profissão específica do inquirido
Tabela 15- Distribuição das respostas dos participantes no estudo
relativa à existência de material informativo sobre valores
desejáveis de alguns critérios analíticos subdividida pela
profissão específica do inquirido.
Tabela 16 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo
relativa aos valores desejáveis de alguns critérios analíticos
subdividida pela profissão específica do inquirido
Tabela 17 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo
relativa à avaliação do stress dos utentes na DCV,
subdividida pela profissão específica do inquirido
Tabela 18 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo
relativa às Intervenções preventivas desenvolvidas pela US
desde 2004, subdivididas pela profissão específica do
inquirido, relativas à HTA
Tabela 19 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo
relativa às Intervenções preventivas desenvolvidas pela US
desde 2004, subdivididas pela profissão específica do
inquirido, relativas à obesidade
68
69
71
73
74
77
80
81
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 13
Tabela 20 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo
relativa às Intervenções preventivas desenvolvidas na
população por esta US desde 2004, subdivididas pela
profissão específica do inquirido, relativas à dislipidémia
Tabela 21 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo
relativa às Intervenções preventivas desenvolvidas na
população por essa US desde 2004, subdivididas pela
profissão específica do inquirido, relativas à actividade física
Tabela 22 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo
relativa às Intervenções preventivas desenvolvidas na
população por essa US desde 2004, subdivididas pela
profissão específica do inquirido, relativas a hábitos
alimentares saudáveis
Tabela 23 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo
relativa às Intervenções preventivas desenvolvidas na
população por esta US desde 2004, subdivididas pela
profissão específica do inquirido, relativas ao tabaco
Tabela 24 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo
relativa às Intervenções preventivas desenvolvidas na
população por esta US desde 2004, subdivididas pela
profissão específica do inquirido, relativas a Gestão do stress
Tabela 25 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo
relativa às Intervenções preventivas desenvolvidas na
população por esta US desde 2004, subdivididas pela
profissão específica do inquirido, relativas aos factores
psicológicos
82
83
84
85
86
87
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 14
Tabela 26 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo
relativa às Intervenções preventivas desenvolvidas na
população por esta US desde 2004, subdivididas pela
profissão específica do inquirido, relativas a Outros temas.
Tabela 27 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo
relativa ao conhecimento da Circular Normativa de 18 de Abril
de 2007 pelas US, subdivididas pela profissão específica do
inquirido.
Tabela 38 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo
relativa ao valor empregue/ano para Educação da População,
subdivididas pela profissão específica do inquirido
Tabela 29 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo
relativa a futuros Projectos de intervenção relacionados com
a DCV, subdivididas pela profissão específica do inquirido.
Tabela 30 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo
relativas à existência de informação relativa a PCV,
subdivididas pela profissão específica do inquirido.
88
92
95
96
98
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 15
INDICE DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Distribuição das características dos profissionais de saúde,
por tempo de serviço (n=40)
Gráfico 2 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo
relativas aos tratamentos para cessação tabágica subdividida
pela profissão específica do inquirido (n=40)
Gráfico 3 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo
(n=40) relativas aos hábitos alimentares subdividida pela
profissão específica do inquirido
Gráfico 4 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo
(n=40) relativas às medidas implementadas em relação aos
hábitos alimentares subdividida pela profissão específica do
inquirido
Gráfico 5 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo
(n=40) relativas à avaliação da constituição física dos utentes,
subdividida pela profissão específica do inquirido
Gráfico 6 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo
(n=40) relativas aos clientes motivados para a importância
da prática de actividade física, subdividida pela profissão
específica do inquirido
Gráfico 7 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo
(n=40) relativas às motivações referidas para a prática de
actividade física subdividida pela profissão específica do
inquirido
58
62
64
65
67
70
72
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 16
Gráfico 8 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo
relativa aos valores desejáveis de alguns critérios analíticos
(intervenções), subdividida pela profissão específica do
inquirido.
Gráfico 9- Distribuição das respostas dos participantes no estudo
relativa à percepção do stress na doença cardiovascular,
subdividida pela profissão específica do inquirido
Gráfico 10 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo
relativa às intervenções associadas ao stress, subdividida
pela profissão específica do inquirido
Gráfico 11- Distribuição das respostas dos participantes no estudo
(n=40) relativa a Folhetos desenvolvidos na US de 2004 a
2007.
Gráfico 12 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo
(n=40) relativa a Sessões educativas desenvolvidos na US de
2004 a 2007.
Gráfico 13 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo
(n=40) relativa a Rastreios desenvolvidos na US de 2004 a
2007
Gráfico 14 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo
relativa à opinião da determinação do RGCV nas US,
subdivididas pela profissão específica do inquirido.
Gráfico 15 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo
(n=40) relativa aos aspectos organizacionais, os Indicadores
de Saúde.
75
76
78
89
90
91
93
94
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 17
Gráfico 16 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo
relativa aos Projectos de intervenção previstos relacionados
com a DCV, subdivididas pela profissão específica do
inquirido.
Gráfico 17- Distribuição das respostas dos participantes no estudo
relativas às fontes de informação sobre a PCV, subdivididas
pela profissão específica do inquirido.
97
99
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 18
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 19
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
A.R.S. Administração regional de Saúde
AVC Acidente Vascular Cerebral
C.S. Centro de Saúde
CSP Cuidados de Saúde Primários
DCV Doença Cardiovascular
D.G.S. Direcção Geral de Saúde
Dr. Doutor
Enfª Enfermeira
E.P.E. Entidade Pública empresarial
FRCV Factores de Risco Cardiovasculares,
HTA Hipertensão Arterial
ICBAS Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
IMS Intercontinental Marketing Services
INE Instituto Nacional de Estatística
I.P. Instituto Público
Nº Número
O.M.S. Organização Mundial de Saúde
PCNA Preventive Cardiovascular Nurses Association
PCV Prevenção Cardiovascular
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
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PDCV Prevenção da Doença Cardiovascular
PNPCDCV Programa Nacional de Prevenção e Controlo das DCV
PNS Plano Nacional de Saúde
RGCV Risco Global Cardio Vascular
S.A. Sociedade Anónima
SAM Software de Apoio ao Médico
SAPE Sistema de Apoio à Prática de Enfermagem
SRS Sub região de Saúde do Porto
ULSM Unidade Local de Saúde de Matosinhos
US Unidade de Saúde
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 21
RESUMO
A Prevenção da Doença Cardiovascular é premente nos Cuidados de Saúde
Primários visto que esta é a principal causa de morte em Portugal, constatando
esta realidade, o objectivo central deste estudo é verificar as intervenções
levadas a cabo a nível da Administração Regional de Saúde do Norte na Sub-
Região de Saúde do Porto e da Unidade Local de Saúde de Matosinhos, visando a
Prevenção das doença Cardiovasculares na população abrangida.
Para esse propósito foi utilizada uma amostra de 32 Unidades de Saúde,
representadas pelo Director Clínico ou Coordenador e a Enfermeira Chefe dos
diversos Centros de Saúde enquadrados na Sub- Região de Saúde do Porto e
Unidade Local de Saúde de Matosinhos. Para a recolha de dados aplicou-se um
inquérito, sob a forma de entrevista e questionário.
Os principais resultados deste estudo foram: 87% das US não possuem dados
estatísticos sobre os utentes fumadores; o erro alimentar mais relevado pelas
Unidades de Saúde foi a ingestão excessiva de gorduras saturadas; a avaliação
do nível de stress dos utentes é realizada de forma empírica; o tema mais
divulgado em Educação para a Saúde associado à Doença Cardiovascular é a
Hipertensão Arterial; os Indicadores de Saúde de base para as US são vagos; não
existe a noção do valor empregue para a Educação para a Saúde; 75 % das
Unidades de Saúde não propôe um plano de intervenção para a Prevenção da
Doença Cardiovascular e 59% das Unidades de Saúde considera que não existe
informação acessível para a Prevenção da doença Cardiovascular
Tendo como essência a premissa de que a mudança no cidadão deve ser a meta
de qualquer iniciativa constatou-se que nas Unidades de Saúde, referenciadas
para este estudo, não existe um plano estratégico para a redução dos factores de
risco para a Doença Cardiovascular.
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 22
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 23
ABSTRACT
Cardiovascular Disease Prevention is a paramount issue to the Primary Health
Care mainly due to the fact of being the main cause of death in Portugal. The
primary objective of this study is to describe the interventions carried out by the
the Regional Administration of Health of the North in the Sub - Region of Health
of Porto and of the Local Unity of Health of Matosinhos, aiming at the
Cardiovascular disease Prevention among the general population.
With this purpose a sample search with data from 32 Health Units from Porto
Health sub-Region and Matosinhos Health Local Unit as well (namely Medical and
Nurse chiefs from several Health Centers ) was used . In order to gather reliable
information an inquiry was carried out under the form of an interview and
questionnaire.
The main results of this study were: 87 % of the health Units has not statistical
data on the smoking users, the food mistake most relieved by the Health services
was excessive ingestion of full fats, the evaluation of the patient's stress level is
carried out in the empirical form, the subject most spread in Health Education
associated to the Cardiovascular Disease is the High Blood Pressure, the Health
Indicators for the health services are vague, there is not the notion of the value
employ for the Health Education, 75 % of the Health Unities does not propose an
intervention plan for the Cardiovascular disease Prevention and finally, 59 % of
the Health Unities considers that there is not accessible information for the
Prevention of the Cardiovascular Disease.
Taking as an essence the premise of which the change in the citizen must be the
mark of any initiative it was noticed that in the referenced Health services there
is no strategic plan for the reduction of the risk factors for the Cardiovascular
Disease.
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 24
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 25
RÉSUMÉ
Au Portugal, la Prévention de la Maladie Cardiovasculaire est três actuelle dans les
Soins de Santé Primaires, étant donné que celle-ci est la principale cause de décès.
Constatant cette réalité, l'objectif principal de cette étude est de vérifier des
interventions de prevention, mises en oeuvre, au niveau de l'Administration
Régionale de Santé du Nord, ainsi que le Sub -Région de Santé de Porto et de
l'Unité Locale de Santé de Matosinhos.
Avec cette fin un échantillon recherche avec des données de 32 unités de santé, à
savoir médical et l'infirmière chefs de plusieurs centres Santé. Afin de recueillir
des informations fiables une enquête a été menée sous la forme d'une entrevue et
questionnaire.
Les résultats principaux de cette étude étaient: 87 % des Unités de Santé n'a pas
de données statistiques sur les utilisateurs fumants, la faute d'aliments la plus
soulagée par les Services de la santé était l'ingestion excessive de gras complets,
l'évaluation du niveau de tension du patient est réalisée dans la forme empirique,
le sujet la plus propagation dans l'Hygiène publique associée à la Maladie
Cardiovasculaire est l'Hypertension, les Indicateurs de Santé pour les services de
la santé sont vagues, il n'y a pas la notion de la valeur emploient pour l'Hygiène
publique, 75 % des Unités de Santé ne propose pas de plan d'intervention pour la
Prévention de Maladie Cardiovasculaire et 59 % des Unités de Santé estime qu'il
n'y a pas d'informations accessibles pour la Prévention de la Maladie
Cardiovasculaire.
L'intervention des Soins Fondamentaux de Santé pour la promotion de la Santé et la
Prévention de la maladie cardio-vasculaire, sièges dans la prémisse que le
changement dans le citoyen devrait être le but de toute initiative.
Il a eu la preuve dans les unités de la Santé pour cette étude qu'il y a aucune
stratégie visant la réduction des facteurs de risque de les maladies cardiovasculaires.
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
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CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
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“Heart disease has been the leading cause of death in the United States for the past
80 years and is a major cause of disability. Heart disease also results in substantial
health-care expenditures; for example, coronary heart disease is projected to cost an
estimated $151.6 billion in direct and indirect costs in 2007.” O impacto da doença
cardio vascular num país com a magnitude dos Estados Unidos da América é
relembrado quase diariamente pela Imprensa com as imagens de obesos, com os
números alarmantes de indivíduos com patologia cardíaca e circulatória diversa e
com os números de mortes causadas directa ou indirectamente pelos estilos de vida
dos cidadãos. (1)
Em Portugal, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística em 2005 verificou-se
que a mortalidade por doenças do aparelho circulatório foi a que apresentou maior
incidência, com taxa de mortalidade de 3,5 óbitos por mil habitantes. (2)
Ao consultar as Estatísticas da Saúde de 2005, verifica-se que do Total de óbitos
(n=107839), as doenças do aparelho circulatório neste ano foram apontadas como a
principal causa de morte (n=36723), em Portugal, equivalendo a 34% do Total de
óbitos para ambos os sexos. (3)
Nas doenças do aparelho circulatório as principais causas de morte são: doenças
cérebro vasculares e a cardiopatia isquémica. (4) Estas duas causas são as mais
relevantes não só de mortalidade mas também de morbilidade.
De acordo com um estudo apresentado no V Congresso Nacional de Epidemiologia
de Novembro de 2007, as causas de morte para indivíduos do sexo masculino antes
dos 70 anos são: a doença isquémica cardíaca e a doença cerebrovascular e para o
sexo feminino as causas mais frequentes de óbito são: a doença cérebro vascular e o
cancro da mama. (5)
Este estudo incide nos Anos de Vida Potencialmente Perdidos e afirma que estes são
evitáveis se houver “intervenção quanto a comportamentos de risco.” Os autores
exemplificam esta afirmação com a morte prematura por diabetes e afirmam “que é
exemplo de deficiente funcionamento dos serviços de saúde e exige, ainda mais,
acções integradas nos vários níveis dos serviços.”
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 30
A nível nacional surge o Plano Nacional de Saúde (PNS) que se trata de um
instrumento fundamental de gestão e que define orientações estratégicas que
facilitam e integram a coordenação e inter colaboração dos múltiplos sectores que
contribuem para o funcionamento do Serviço Nacional de Saúde.
O PNS visa “Ganhos em saúde”, a implementar entre 2004 e 2010, visando a
prevenção da doença e a promoção da saúde. (6)
A importância da DCV no panorama nacional é descrita no PNS 2004 – 2010, volume
I, da seguinte forma:
“As doenças do aparelho circulatório, nomeadamente as doenças cerebrovasculares
e a doença isquémica cardíaca, encontram-se entre as principais causas de
morbilidade, invalidez e mortalidade em Portugal, sendo a terceira e a quarta causas
de Anos de Vida Potencial Perdidos, respectivamente, uma das razões por que
constituem um importante problema de saúde pública, que é prioritário resolver. A
elevada prevalência dos factores de risco associados às doenças do aparelho
circulatório, nomeadamente o tabagismo, a hipertensão arterial, a
hipercolesterolémia e o sedentarismo, obriga a que seja dada uma especial atenção
à sua prevenção, bem como à adopção de medidas integradas e complementares,
que potenciem a redução do risco de contrair aquelas doenças e a concretização do
seu rápido e adequado tratamento”. (7)
Com este instrumento o SNS é impulsionado a nível financeiro, técnico e de filosofia
de intervenção, através da definição de orientações estratégicas e na sua
concretização pretende-se integrar e facilitar a coordenação e o trabalho conjunto de
diversos sectores relacionados com a área da Saúde. (8)
A concretização do PNS passa pela realização gradual de quarenta distintos
Programas nacionais nos quais o mesmo se reflecte. (9)
O Plano assenta em diversas estratégias orientadoras, que se enquadram em 4
grupos: Estratégias Gerais, Estratégias para obter mais saúde para todos, Estratégias
para a gestão da mudança e Estratégias para garantir a execução do Plano. (10)
-
Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 31
As Estratégias para a gestão da mudança no PNS contemplam e preconizam a
mudança centrada no cidadão, com a aplicação de medidas diversas que também
focam a educação para a saúde – mudanças comportamentais ou seja mudanças no
estilo de vida. (11) A mudança no estilo de vida reporta-se à adopção de estilos de
vida saudáveis e visa a promoção de saúde.
Os estilos de vida saudáveis assentam em todas as capacidades e aptidões que
proporcionam à Pessoa gerir de forma mais adequada as suas opções e que lhe irão
proporcionar melhoria de vida, de forma Holística. (12)
O conceito de Estratégia é considerado actualmente fundamental para qualquer
organização. A Estratégia gere a relação entre a instituição e o meio que a rodeia.
(13)
Chandler (1962) refere Estratégia como a “determinação dos objectivos básicos de
longo prazo de uma empresa e a adopção das acções adequadas e afectação dos
recursos para atingir esses objectivos”. (14)
Isabel Nicolau (2001) refere que as estratégias implementam-se na Organização ou
ao nível mais preciso de uma actividade específica desenvolvida pela própria
instituição.
A mesma autora refere que qualquer estratégia depende de factores externos,
basicamente do meio envolvente e de factores internos, tais como a dimensão da
Organização, recursos humanos, materiais e organizacionais. (15)
O Guia de Prevenção Primária da revisão de 2002 (primeiro documento remonta a
1997) criado nos Estados Unidos da América, assenta em diversas linhas de
orientação de Associações de Saúde e visa o desenvolvimento de estratégias para a
adopção de hábitos de vida saudáveis.
O Guia de Prevenção Primária foi criado com a intenção “to assist primary care
providers in their assessment, management, and follow-up of patients who may be at
risk for but who have not yet manifested cardiovascular disease. The continuing
message is that adoption of healthy life habits remains the cornerstone of primary
prevention, including the avoidance of tobacco (including secondhand smoke),
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 32
healthy dietary patterns, weight control, and regular, appropriate exercise. An
important role of healthcare providers is to support and reinforce these public health
recommendations for all patients.” (16)
A importância da adopção de um estilo de vida saudável é retratado em diversos
estudos, nomeadamente num estudo da Nurses Health Study que sugere “women,
maintaining a desirable body weight, eating a healthy diet, exercising regularly, not
smoking, and consuming a moderate amount of alcohol could account for an 84%
reduction in risk(…)”. (17)
Num estudo implementado na Irlanda, entre 1985 e 2000, comprovou-se que 1715
mortes foram evitadas ou retardadas devido à redução de 3 factores de risco major:
tabaco, colesterol e tensão arterial em indivíduos aparentemente saudáveis. (18)
Foram aplicadas intervenções precisas em Prevenção Primária direccionadas para 3
pontos com resultados mensuráveis.
As DCV no PNS enquadram-se nas Doenças Crónicas e trata-se de uma área
específica de intervenção.
O Programa Nacional de Prevenção e Controlo das Doenças Cardiovasculares
(PNPCDCV) surge decorrente da constatação de que as DCV são a principal causa de
morte em Portugal e causa major de morbilidade (19). Encontra-se disponível para
consulta em Anexo 1.
O Ministério da Saúde elaborou então o PNPCDCV, criado pelo Despacho nº
16415/2003 de 22 de Agosto (II Série) visando o controlo das diversas DCV, com
reforço de medidas preventivas nos 3 níveis de Prevenção (Primária, Secundária e de
Reabilitação).
O PNPCDCV propõe essencialmente a redução dos riscos cardiovasculares e visa
cinco metas fundamentais, conforme descrito no mesmo: (20)
“1. Melhorar a vigilância epidemiológica dos factores de risco e das patologias
cardiovasculares;
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 33
2. Promover a prevenção cardiovascular, actuando especificamente sobre cada um
dos factores de risco;
3. Encorajar o cidadão a ser responsável pela própria saúde;
4. Melhorar a organização da prestação de cuidados, nomeadamente em relação ao
exame periódico de saúde e à abordagem da dor pré-cordial e dos acidentes
vasculares cerebrais;
5. Promover o respeito por boas práticas clínicas e terapêuticas.”
O PNPCDCV assenta na sensibilização da população para a redução dos factores de
risco e para a adopção de factores de protecção. Esta estratégia depende, como no
próprio Plano se refere “ (…) de mobilização geral da sociedade para a promoção e
preservação da saúde, através da educação, informação e formação dirigida (…)”.
(21)
O PNPCDCV tem um horizonte temporal de 10 anos após aprovação e tem como
objectivos finais: “ Reduzir a incidência de enfarte do miocárdio, particularmente
abaixo dos 65 anos e reduzir a incidência de AVC, particularmente abaixo dos 65
anos”. (22)
Os objectivos intermédios, do PNPCDCV visam: o diagnóstico e controlo de
hipertensos; diagnóstico e controlo de dislipidémicos; redução do número de
fumadores; reduzir o número de obesos; aumentar o número de indivíduos que
praticam exercício físico de forma regular e propiciar a melhoria das práticas
profissionais face à área cardiovascular. (23)
Os factores de risco individuais para a DCV realçados pelo PNPCDCV são: “tensão
arterial elevada, dislipidémia, hábitos tabágicos, alimentação inadequada (…),
excesso de peso/obesidade, sedentarismo, diabetes mellitus e stress excessivo.”
(24)
O PNPCDCV apresenta ainda medidas específicas para cada factor de risco
referenciado.
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 34
O PNPCDCV visa atingir a população em geral e encontra-se em fase de
implementação.
A sua implementação passa também pela avaliação do RGCV, apresentada por
Norma emitida pela DGS, em 2007.
A avaliação do Risco Global Cardiovascular, vem descrita na Circular Normativa de
18 de Abril e é relativa ao cálculo do RGCV de acordo com os FRCV, em todos os
utentes em risco cardiovascular, sem antecedentes de doença clínica evidente. (25)
Esta avaliação é caracterizada como prioritária na Norma e deve ser efectuada a
“todos os indivíduos assintomáticos com um risco cardiovascular elevado, como
resultado da presença de múltiplos factores de risco (…) ou de antecedentes
familiares de 1º grau com história precoce de doença cardiovascular aterosclerótica
(…)”.
A determinação do RGCV deriva do projecto SCORE, Systematic Coronary Risk
Evaluation e deve ser implementada pelos Serviços Prestadores de Cuidados de
Saúde do SNS.
Os Cuidados de Saúde Primários (CSP) reportam-se ao primeiro nível de prestação de
cuidados de saúde, ou seja são o primeiro contacto com o SNS para qualquer
cidadão.
A realidade dos CSP assenta no Espírito de Alma-Ata, que foi implementado em 1977
e constitui o primeiro marco para equidade e a justiça social na Saúde. (26) A
Declaração visa orientar a política da saúde, e estimular o envolvimento das pessoas,
a cooperação entre diferentes sectores da sociedade e levou à criação dos CSP.
As iniciativas na área da Saúde que visam a Prevenção Primária, nomeadamente a
componente das sessões educativas são um dos pilares dos CSP e impõem-se cada
vez mais.
Chantal Couvreur (1999) defende que a Humanidade encontra-se na Terceira Vaga, a
da telemática, na qual se “desmassifica”, e repõe-se o lugar de destaque do Indivíduo
e da Família. O conceito base desta nova Fase é a qualidade de vida. (27)
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 35
O profissional de Saúde é portanto, por excelência, um educador de saúde, com
responsabilidade individual e colectiva, que carece de uma pedagogia activa, em que
o educador é um guia respeitador da personalidade e cultura do educado.
O enfermeiro é um dos muitos elementos que constituem a Equipa de Saúde e a sua
acção depende intrinsecamente do espírito interdisciplinar. A autora sendo
enfermeira sentiu-se incitada a desenvolver este trabalho de Investigação orientada
por um médico.
O estágio na Unidade de Prevenção e Reabilitação Cardio Vascular do Hospital Geral
de Santo António, S.A. reforçou o interesse pela Prevenção Primária e levou a equipa
a questionar quais as intervenções ou medidas que as equipas de Saúde em CSP
implementavam de forma a reduzir o Risco Cardiovascular da população e de que
forma, dando origem a este trabalho de investigação.
Neste trabalho de investigação pretende-se retratar o estado actual das intervenções
das equipas de saúde, dos CSP, através da perspectiva dos representantes máximos
das mesmas: O Director Clínico e a Enfermeira Chefe.
As intervenções levadas a cabo pelas US, que serão retratadas neste estudo são as
que se direccionam para as estratégias para a PCV, que possam levar o cidadão a
mudar a sua conduta face à sua saúde e à sua qualidade de vida.
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 36
1.1 ESTUDOS NACIONAIS NA PCV
A constatação da urgência em estudos na área da PCV motivou o Ministério da Saúde
e diversas Associações Científicas como a Sociedade Portuguesa de Cardiologia a
implementarem estudos epidemiológicos junto da população para determinar
prevalências de patologias, factores de risco, práticas preventivas e outros
elementos que permitissem implementar medidas eficazes nos 3 níveis de
Prevenção.
Um dos estudos desenvolvidos foi o "Estudo da Prevalência, Tratamento e Controlo
da Hipertensão Arterial", o primeiro rastreio nacional de HTA coordenado pelo Prof.
Mário Espiga de Macedo. (28)
Foi elaborado um relatório deste estudo, tendo sido feita uma tiragem de 10.000
exemplares do mesmo para médicos da Medicina Familiar e aos Internistas e
Cardiologistas, com os dados mais relevantes deste estudo, facilitando desta forma
a leitura do mesmo. Foi apresentado em Fevereiro de 2005.
As conclusões principais foram que das 5023 pessoas que se submeteram ao
estudo, 64% não sabe que é hipertensa. A hipertensão é mais comum nos homens
que nas mulheres. Há uma maior prevalência da doença no Alentejo do que no Norte
do país. A taxa de controlo de hipertensão na população é de 11,1%, superior à
registada em muitos países da União Europeia, como por exemplo Suécia, Itália ou
Espanha.
O Observatório Nacional de Saúde realizou um estudo com o objectivo de estimar a
percentagem de homens da população de Portugal Continental com "práticas"
visando a medicina preventiva, nomeadamente: ter médico; exame periódico de
saúde há um ano ou menos; reforço da vacina antitetânica há 10 anos ou menos;
teste para o HIV; medir a tensão arterial há dois ou menos anos; doseamento da
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 37
glicémia há três ou menos anos; doseamento da colesterolémia há cinco ou menos
anos; toque rectal há um ano ou menos; teste PSA há um ano ou menos e pesquisa
de sangue oculto nas fezes há dois anos ou menos. (29)
O estudo, descritivo transversal, constou de um inquérito realizado por entrevista
telefónica, nos últimos 3 meses de 2006. Foi utilizada uma amostra aleatória
constituída por 1061 indivíduos do sexo masculino com idade superior a 25 anos.
Os valores mais relevantes para este estudo em particular são:
• 93% dos indivíduos de idade superior a 25 anos referem ter médico
assistente;
• 54% dos indivíduos com mais de 50 anos de idade referem realizar o exame
periódico de saúde há um ano ou mais;
• Medir a tensão arterial há dois ou menos anos: 96%, dos indivíduos com mais
de 25 anos declararam não ter TA elevada;
• Doseamento da glicemia há três ou menos anos: 83% dos indivíduos com
mais de 45 anos declararam não ter diabetes;
• Doseamento da colesterolémia há cinco ou menos anos: 81% dos indivíduos
com mais de 30 anos declararam não ter colesterol elevado.
Os resultados deste estudo poderão constituir indicadores de referência para
estudos posteriores, úteis na fundamentação de programas de prevenção diversos.
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 38
1.2 DETERMINANTES DE SAÚDE
De acordo com o estudo “Cuidados de Saúde Primários em Portugal, reformar para
novos sucessos”, de André Rosa Biscaia et al, os determinantes de saúde mais
relevantes são: (…) o consumo do tabaco e do álcool, os hábitos alimentares, o
sedentarismo e a obesidade”. (30)
Para este estudo considerou-se relevante abordar os determinantes de saúde mais
marcantes para a doença cardiovascular, nomeadamente o consumo de tabaco,
hábitos alimentares/Obesidade e o sedentarismo.
O consumo de tabaco é uma causa de morbilidade e de mortalidade evitável.
O seu consumo está directamente relacionado com diversas patologias
nomeadamente: neoplasias, doenças cardiovasculares, patologias do aparelho
respiratório e problemas perinatais. (31)
De acordo com Manuel Villaverde Cabral em “Saúde e Doença em Portugal”, em
2002, os fumadores em Portugal são em maior percentagem do sexo masculino,
com idades compreendidas entre os 30 e os 49 anos, residentes em áreas urbanas.
(32)
A cessação do consumo de tabaco além dos benefícios económicos e estéticos, traz
consigo a redução do risco de doença associado ao consumo, como atesta “The
Health Benefits of SMOKING CESSATION, a Report of the Surgeon General”, de 1990,
que ao fim de 15 anos o risco para determinadas doenças é igual ao de alguém que
nunca fumou. (33)
A desabituação tabágica surge então em grande destaque como promotora de uma
maior qualidade de vida.
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 39
Os efeitos nefastos do tabaco foram assumidos recentemente na sociedade
Portuguesa com a entrada em vigor no dia 1 de Janeiro de 2008, da Lei nº 37/2007,
de 14 de Agosto. Esta Lei dita: as Limitações ao consumo de tabaco, a composição e
medição das substâncias contidas nos cigarros comercializados, a rotulagem e
embalagem dos maços de cigarros, a venda de produtos de tabaco, a publicidade, a
promoção e patrocínio de tabaco e produtos de tabaco, medidas de prevenção e
controlo do tabagismo e por fim o regime sancionatório. (34)
Os hábitos alimentares constituem outro determinante major de morbilidade e
mortalidade no panorama nacional.
Num estudo apresentado pela OMS na Europa, em The Second WHO European Action
Plan for Food and Nutrition Policy, 2007-2012, Portugal apresentava 11% de ingestão
de gorduras saturadas, sendo que o recomendado é de 10%. Nesse mesmo estudo
constata-se que Portugal face à Europa cumpre a recomendação de ingestão de
frutas e vegetais por dia superior a 600 gramas. (35)
Mediante este estudo, no plano europeu, Portugal é um dos países que apresenta
hábitos alimentares alterados mas que não ultrapassam as recomendações
europeias, facto associado à nossa gastronomia variada, à ingestão de peixe e de
outros factores nutricionais e culturais.
No entanto, de acordo com as Estatísticas Nacionais, no estudo de 2005/2006,
18,6% da população residente com 18 ou mais anos de idade em Portugal
Continental tem excesso de peso, ou seja Índice de Massa Corporal (IMC) superior a
27 kg/m2 e inferior a 30 kg/m2. Nesse mesmo estudo constata-se que 16,5 % da
população residente com 18 ou mais anos de idade em Portugal Continental tem
Obesidade, de acordo com o estudo apresenta o IMC superior a 30 kg/m2. Ou seja
em 100 residentes em Portugal Continental, com idade superior a 18 anos, cerca de
18 indivíduos apresentam excesso de peso e cerca de 16 indivíduos por cada 100
habitantes já é obeso. (36)
Concluindo, em 100 residentes em Portugal Continental 34 já apresentam o IMC
Superior a 27, necessitando de aconselhamento nutricional e provavelmente de
tratamento médico.
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
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Esta tabela é um exemplo de cruzamento de dados: IMC e perímetro abdominal de
forma a determinar o risco de doença Associado para determinado utente. (37) O
risco de doença está associado a Diabetes Mellitus tipo 2, HTA e DCV.
IMC RISCO DE DOENÇA ASSOCIADO AO
PERÍMETRO ABDOMINAL
HOMEM ( 88 cm)NORMAL > 18 < 25 Kg/m2 - - EXCESSO DE PESO > 25 < 30 kg/m2 AUMENTADO ELEVADO
OBESIDADE MODERADA
(GRAU I) IMC > 30 < 35 kg/m2 ELEVADO MUITO ELEVADO
OBESIDADE GRAVE
(GRAU II) > 35 < 40 Kg/m2 MUITO ELEVADO MUITO ELEVADO
OBESIDADE MÓRBIDA (GRAU III)
> 40 kg/m2
EXTREMAMENTE ELEVADO
EXTREMAMENTE ELEVADO
Tabela 1 – Classificação de excesso de peso e obesidade por: IMC, perímetro abdominal e
risco de doença Associado.
A actividade física regular é um relevante elemento de protecção para a saúde,
contribuindo para a redução da obesidade, para doenças endócrinas,
osteoarticulares, cardiovasculares e psicológicas.
De acordo com a O.M.S. na Europa, o sedentarismo é o segundo factor de risco mais
importante para a doença após o tabaco nos países desenvolvidos. Na Europa, ainda
segundo a O.M.S mais de 30% dos adultos estão inactivos durante a semana. (38)
O stress também será abordado neste estudo como determinante de Saúde.
O efeito do stress de forma crónica pode contribuir como um factor de exacerbação
de patologia cardiovascular assim como causar alterações fisiopatológicas como
enfarte agudo do miocárdio ou isquemia cardíaca entre outras. (39). A relação entre
o stress e a DCV é o desafio para a Medicina actual e novas estratégias terapêuticas
para debelar este problema são urgentes. (40)
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
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CAPÍTULO 2
OBJECTIVOS
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Este trabalho de investigação tem como objectivo central descrever as medidas
concretizadas pela Equipa de saúde a nível da ARS do Norte, SRS do Porto e da ULSM
com vista a reduzir FRCV presentes na população em causa.
Os objectivos específicos para este estudo são:
• Descrever as intervenções levadas a cabo pelos profissionais das US da SRS do
Porto e da ULSM, que de alguma forma possam contribuir para a redução dos
FRCV na população, desde 2004.
• Averiguar a existência de projectos desenvolvidos pelos profissionais das US
da SRS do Porto e da ULSM com vista a reduzir FRCV presentes na população,
durante 2007 e 2008.
• Expôr resultados de eventuais estudos em PDCV que exponham as
intervenções levadas a cabo por Profissionais de Saúde.
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CAPÍTULO 3
MATERIAIS E MÉTODOS
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3.1. TIPO DE ESTUDO
De acordo com o tema da tese foi seleccionado o método qualitativo, pois com esta
abordagem é possível compreender um fenómeno num determinado momento,
obtendo a sua essência por parte de quem vivencia esta experiência e esta
investigação é descritiva.
Este trabalho de investigação baseia-se na observação e é um estudo do tipo
transversal, com o qual se pretende verificar o estado de um certo fenómeno na
Saúde num período de tempo definido. As intervenções implementadas foram
analisadas num prazo de tempo de 4 anos, de 2004 a 2008.
3.2. DESCRIÇÃO DA POPULAÇÃO E AMOSTRA
A população em causa para este estudo é constituída pelas US da ARS do Norte, a
nível da SRS do Porto e da ULSM, representadas pelos diversos profissionais das
equipas de Saúde. No Anexo 2 descrevem-se os Centros de Saúde e as extensões
dos mesmos.
O estudo limita-se a esta população, por se tratar da área profissional da autora e
por ser inviável alargar o domínio do espaço de Investigação em função do tempo
para apresentação da Tese de Mestrado.
A ARS do Norte, I. P., é constituída pelas seguintes regiões:
• Viana do Castelo;
• Braga;
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 48
• Porto;
• Vila Real;
• Bragança.
A SRS do Porto abrange a população no total de 1817986 habitantes residentes, de
acordo com as Estatísticas da DGS de 2006. (41) Tem 18 camas atribuídas a um CS
com Unidade de Internamento. Possui 15 Hospitais com o número total de 4284
camas.
O pessoal em serviço (4165 profissionais) nos CS da SRS está contemplado na
literatura, para este estudo incide-se nos grupos profissionais de médicos e
enfermeiros, cujos números estão descritos na seguinte tabela assim como as
percentagens.
PROFISSIONAIS n %
MÉDICOS 1248 29,9
ENFERMEIROS 1176 28,2
TOTAL
n=4165
2424 58,2
Tabela 2 - Médicos e enfermeiros nos CS em serviço na SRS do Porto
A ULSM está integrada no SNS, foi criada em 9 de Junho de 1999, trata-se de uma
entidade pública empresarial, estabelecida pelo Decreto-Lei 233/2005 de 29 de
Dezembro, sendo dotada de autonomia administrativa, financeira e patrimonial.
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 49
A ULSM, EPE abrangia a população no total de 225252 habitantes residentes, em
2005, de acordo com o Relatório e Contas da Instituição (42) e tem 441 camas de
internamento.
O pessoal em serviço na ULSM, EPE (2094 profissionais) está contemplado na
literatura, para este estudo incide-se nos grupos profissionais de médicos e
enfermeiros, cujos números estão descritos na seguinte tabela assim como as
percentagens.
PROFISSIONAIS n %
MÉDICOS 511 24,4
ENFERMEIROS 738 35,2
TOTAL
N=2094
1249 59,6
Tabela 3 - Médicos e enfermeiros nos CS em serviço na ULSM, EPE
A ULSM integra:
o Hospital Pedro Hispano;
o Centro de Diagnóstico Pneumológico;
o Unidade de Saúde Pública;
o CS de Matosinhos, Senhora da Hora, São Mamede de Infesta e Leça da
Palmeira, bem como as três extensões deste último: Perafita, Santa Cruz
do Bispo e Lavra.
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Mirian Rodrigues 50
Os elementos para este estudo foram seleccionados de forma não aleatória, e a
amostra deste estudo é de conveniência.
A amostra é constituída pelas 32 US e representada por 2 elementos: Director
Clínico ou Coordenador e Enfermeiro Chefe.
A recolha de dados foi realizada através de:
1. Implementação de um questionário dirigido ao Director Clínico ou
Coordenador e Enfermeira Chefe de 24 US, no total de 48 questionários.
2. Realização de entrevistas estruturadas em 8 US, dirigidas ao Director Clínico
ou Coordenador e Enfermeira Chefe, num total de 16 entrevistas.
3. Observação directa por parte da investigadora das US visitadas e consulta de
documentação, sempre que possível.
3.3. INSTRUMENTOS DE COLHEITA DE DADOS
De forma a descrever as estratégias desenvolvidas pela SRS do Porto e ULSM visando
a PDCV a autora enveredou pelo inquérito por entrevista directa com perguntas
fechadas e abertas e inquérito por questionário de auto- preenchimento, que incluiu
este: perguntas de identificação, de informação e de controlo. Os Instrumentos de
colheita de dados estão disponíveis para consulta em Anexo 3.
Os dois tipos de inquérito foram seleccionados atendendo ao grau de directividade
das perguntas e o facto da investigadora não poder estar directamente presente na
recolha de dados.
A estrutura do questionário e a da entrevista são iguais de forma a existir validade
nos elementos recolhidos.
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 51
O questionário inicia-se com Identificação da US e Identificação do profissional de
saúde, caracterizando o sexo e tempo de serviço, estes dois elementos foram
considerados de forma a possuir uma noção do enquadramento profissional dos
inquiridos.
O questionário foi dividido por diversos temas, que foram seleccionados atendendo
aos Factores de Risco mais relevantes para a DCV.
Na Tabela 4 são descritos os temas abordados na recolha de dados, questões
associadas aos mesmos e algumas anotações de esclarecimento.
NOTA: A tensão arterial elevada não foi referenciada propositadamente no inquérito.
Trata-se de um factor de risco com protocolo implementado pela DGS (43), com
literatura nacional extensa sobre o tema e com relação directa à DCV. Foi intenção
inicial verificar que este factor de risco seria referenciado pelos inquiridos na
colheita de dados nos espaços das Outras Respostas.
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 52
TEMA QUESTÕES OBSERVAÇÕES
1. TABACO
Dados estatísticos, sexo predominante, faixa etária dos utentes fumadores, grupo para
Desabituação Tabágica, constituição do grupo para Desabituação Tabágica, o tratamento
mais frequente para cessação tabágica.
2. ALIMENTAÇÃO
Alimentação: importância dos hábitos alimentares, erro de alimentação da população
abrangida mais comum, medidas para alteração dos hábitos alimentares.
Obesidade: importância da avaliação física, critérios antropométricos referenciados na
avaliação física.
3. ACTIVIDADE FÍSICA
Importância da avaliação da actividade física, factores relevados na avaliação da actividade
física, utentes para educação para a actividade física, motivação para a prática de exercício
físico de forma regular.
4. VALORES ANALÍTICOS Material informativo existente, intervenções
face a utentes com dislipidémia.
Os folhetos ou brochuras de informação reforçam a informação
fornecida pela Equipa de Saúde junto do cliente.
5. FACTORES PSICOLÓGICOS
Importância do stress para a DCV, avaliação do nível de stress dos utentes, medidas
implementadas face ao utente com stress. Aplicação de uma Escala de Likert.
6. INTERVENÇÕES PREVENTIVAS
Descrição das medidas implementadas para: a HTA, a obesidade, a dislipidémia, a actividade
física, os hábitos alimentares saudáveis, o tabaco, a gestão do stress, os factores
psicológicos e Outros.
Conhecimento da Circular Normativa de 18 de Abril de 2007, relativa ao RGCV, a sua aplicação na US e a sua importância.
Questão de controlo.
Aplicação de uma tabela para preenchimento: Número de folhetos desenvolvidos, sessões educativas,
rastreios e outras actividades;
7. ASPECTOS ORGANIZACIONAIS
Os indicadores de Saúde que direccionam a actuação e o Orçamento Global.
Pedida a enumeração de 3 projectos de Intervenção relacionada com a DCV
Verificar se do Orçamento Anual existia uma percentagem ou valor
previsto anualmente para despesas na Educação para a Saúde,
nomeadamente com aquisição de materiais tais como slides, brochuras
e outros.
8. INFORMAÇÃO SOBRE A PCV
Opinião dos profissionais de saúde relativamente à existência de informação para a equipa de Saúde relacionada com a DCV e quais as fontes de informação disponíveis
actualmente.
Tabela 4 -- Temas abordados no instrumento de recolha de dados
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 53
3.4. COLHEITA DE DADOS
A recolha de dados procedeu-se entre Setembro de 2007 e as últimas entrevistas em
Janeiro de 2008. De realçar que os pedidos de recolha de dados às Instituições
foram realizados a partir de Março de 2007 e as autorizações só foram emitidas em
Julho pelo Conselho de Administração do Hospital Pedro Hispâno e em Setembro
pela ARS do Norte.
Os visados foram contactados por carta, requisitando a marcação das entrevistas ou
enviando os dois formulários dos questionários, com envio do envelope para retorno
dos questionários preenchidos.
Foi enviado, como anexo aos questionários o ofício de autorização do Conselho
Directivo da Administração Regional de Saúde do Norte, I. P. e despacho de
autorização do Conselho de Administração da ULSM, EPE, que se encontram
disponíveis para consulta em Anexos 4 e 5.
Antes de se iniciar a recolha de dados, quer para entrevista quer em questionário os
visados foram esclarecidos sobre os objectivos do estudo, e pedido o seu
consentimento livre e informado.
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 54
Foram preparados 64 instrumentos de recolha de dados. Dos questionados
convocados, no total, responderam 40 (62,5%).
PROFISSIONAL DE SAÚDE
Médico
(n=40)
Enfermeiro
(n=40)
N (%) N (%)
TIPO DE QUESTIONÁRIO
1-ENTREVISTA
DIRECTA 5 (12,5) 6 (15)
2-QUESTIONÁRIO 13 (32,5) 16 (40)
TOTAL 18 (45) 22 (55)
Tabela 5 - Distribuição do tipo de Inquérito relativamente à profissão específica do inquirido
Para este estudo 11 profissionais de saúde (68,7% do pretendido) participaram pela
entrevista.
O questionário de auto preenchimento foi preenchido por 29 profissionais de saúde
(60,4% do pretendido.
Para obter resposta dos restantes foram feitas solicitações, por correio electrónico,
telefone e por escrito, sem resultado.
Face à pouca adesão na primeira convocatória dos questionários e entrevistas,
considerou-se necessário proceder ao acompanhamento das respostas, tendo-se
insistido telefonicamente com os não aderentes (n=12), de modo a obter-se a
amostra pretendida.
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 55
Foi questionado o motivo da não adesão, os motivos apresentados foram diversos:
• 7 US referiram não ter recepcionado os pedidos para preenchimento, os
formulários dos questionários ou a marcação para entrevista, por possível
extravio no correio ou internamente, entre a Secretaria e o gabinete;
• Representantes de 3 U.S. referiram falta de tempo para preencher o
formulário ou responder ao pedido de entrevista;
• Por fim representantes de 2 U.S referiram ter preenchido os formulários,
reencaminharam mas por motivo desconhecido nunca foram recepcionados
pela investigadora.
As U.S. que participaram neste estudo estão descritas em Anexo 3 mas é de referir
que o número de participantes por U.S. variou entre 0 e 2, neste último caso quando
quer o enfermeiro, quer o médico participaram no estudo. Por exemplo
responderam ambos os profissionais de saúde em U. S. como Aldoar, Baião, Barão
do Corvo, Campanhã, Carvalhos, Castelo Maia e outros. Só se obteve uma resposta
em U. S. como Amarante (o médico), Batalha (o enfermeiro), Rebordosa (o
enfermeiro) entre outras.
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 56
3.5 . TRATAMENTO ESTATÍSTICO
Para descrever os participantes do estudo foram utilizadas estatísticas descritivas
apropriadas. As variáveis categóricas foram descritas através de frequências
absolutas (n) e relativas (%).
Foi usado o teste de independência do Qui-Quadrado para analisar a associação
entre variáveis categóricas e a actividade do profissional de saúde.
Quando mais de 20% das células de cada tabela apresentou frequência esperada
relativa à análise de associação de duas categóricas inferior a 5, se a tabela for de
dupla entrada apresenta-se em alternativa o Teste Exacto de Fisher, caso contrário
não se apresentam os resultados do teste.
Foi considerado um nível de significância de 0,05 (α=5%).
Todos os dados foram inseridos no Excel e a análise foi efectuada utilizando o
programa de análise estatística SPSS® versão 15.0.
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
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CAPÍTULO 4
RESULTADOS
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
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4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
n (%)
SEXO (n=40)
MASCULINO 11 (30)
FEMININO 26 (70)
Tabela 6 - Distribuição das respostas dos participantes do estudo relativamente ao sexo
Do total, 30% dos elementos são do sexo masculino e 70% do sexo feminino.
Existiram 3 não respostas.
A proporção das respostas nas diversas questões, dos médicos (n = 18) e dos
enfermeiros (n = 22), no decorrer do estudo apresenta-se muito equivalente e não
foi notada discrepância marcada entre as opiniões dos dois grupos profissionais.
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 60
Gráfico 18 - Distribuição das características dos profissionais de saúde, por tempo de serviço (n=40)
De acordo com o Gráfico cerca de 70% dos profissionais encontram-se na US há mais
de 5 anos.
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Mirian Rodrigues 61
4.2. RESPOSTAS DOS INQUIRIDOS
O instrumento de colheita de dados está dividido por áreas temáticas em PCV, sendo
a primeira o tabaco.
4.2.1. Tabaco
**Teste Exacto de Fisher
PROFISSIONAL DE SAÚDE
Total
(n=40)
Médico
(n=18)
Enfermeiro
(n=22)
n (%) n (%) N (%) p
RECOLHA DE DADOS ESTATÍSTICOS DE CLIENTES COM HÁBITOS TABÁGICOS NA US
1,000**
NÃO 34 (87) 16 (89) 18 (86)
SIM 5 (13) 2 (11) 3 (14)
Tabela 7 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo relativas aos hábitos
tabágicos subdividida pela profissão específica do inquirido .
Como se observa, 87% dos inquiridos referiram não existir dados estatísticos que
retratem as percentagens de clientes da U.S. com hábitos tabágicos. As respostas
dos 2 grupos profissionais foram similares.
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Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 62
** Teste Exacto de Fisher.
PROFISSIONAL DE SAÚDE
Total
(n=40)
Médico
(n=18)
Enfermeiro
(n=22)
A % DE CLIENTES FUMADORES NA US 1,000**
75% 0 (0) 0 (0) 0 (0)
SEXO COM MAIOR % DE CONSUMO DE TABACO 1,000**
HOMENS 3 (75) 2 (100) 1 (50)
MULHERES 1 (25) 0 (0) 1 (50)
IDADE DE UTENTES COM MAIOR PERCENTAGEM HÁBITOS TABÁGICOS
31 a 40 3 (75) 1 (50) 2 (100)
Tabela 8 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo relativas a utentes
fumadores na US subdividida pela profissão específica do inquirido
Dos inquiridos que confirmaram a existência de dados estatísticos que retratem as
percentagens de clientes da U.S. com hábitos tabágicos, 2 profissionais de saúde
assinalaram que eram cerca de 50 a 75% dos utentes.
Na opinião de 3 profissionais de Saúde existem mais homens do que mulheres
naquela U.S. com hábitos tabágicos (p= 1,000) e segundo os mesmos a faixa etária
de utentes da U.S. com maior incidência neste tema enquadra-se entre os 31 e os 40
anos de idade (57%).
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*Teste de Independência do Qui-quadrado; **Teste Exacto de Fisher.
PROFISSIONAL DE SAÚDE
Total
(n=40)
Médico
(n=18)
Enfermeiro
(n=22)
EXISTE 1 GRUPO DE PROFISSIONAIS NA US DE DESABITUAÇÃO TABÁGICA 0,919**
NÃO 1 (2) 0 (0) 1 (5)
SIM 39 (98) 18 (100) 21 (95)
SE SIM, QUE PROFISSIONAIS O CONSTITUI
MÉDICO 0,586**
NÃO 1 (3) 0 (0) 1 (5)
SIM 38 (97) 18 (100) 20 (95)
ENFERMEIRO 0,586**
NÃO 3 (8) 2 (11) 1 (5)
SIM 36 (92) 16 (89) 20 (95)
PSICÓLOGO 0,328*
NÃO 25 (64) 13 (72) 12 (57)
SIM 14 (36) 5 (28) 9 (43)
OUTROS 1,000**
NÃO 34 (89) 15 (88) 19 (90)
SIM 4 (11) 2 (12) 2 (10)
QUE OUTROS? -
Administrativo 2 (5) 1 (6) 1 (5)
Nutricionista 2 (5) 1 (6) 1 (5)
Tabela 9 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo relativas ao Grupo de
Desabituação Tabágica subdividida pela profissão específica do inquirido.
Do grupo de inquiridos, 98% referiram que na sua U.S. existe um grupo de
profissionais vocacionado para a desabituação Tabágica (p= 0,492). Dos 39
inquiridos 36% referiu que a equipa para a desabituação Tabágica possui psicólogo.
Por fim 4 inquiridos referiram outros profissionais constituintes do grupo da
desabituação Tabágica, nomeadamente administrativo e nutricionista.
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Gráfico 19 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo relativas aos
tratamentos para cessação tabágica subdividida pela profissão específica do inquirido (n=40)
De acordo com o gráfico, os tratamentos mais frequentes para a desabituação
tabágica nas U.S. inquiridas são: as pastilhas de nicotina e o sistema transdérmico.
Na ULSM, EPE existe o grupo pluridisciplinar de Prevenção de Tabagismo. A equipa é
constituída por: Médico (Director Clínico dos CSP), Enfermeira, Médico da Unidade de
HTA, Técnica de Saúde Ambiental, Técnica Superior de Biblioteca e Documentação e
Médica do Serviço de Pneumologia. (20)
Este grupo apoia todas as unidades abrangidas pela ULSM e tem folhetos
informativos próprios e manuais.
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4.2.2. Alimentação
A segunda área temática escolhida foi a Alimentação.
PROFISSIONAL DE SAÚDE
Total
(n=40)
Médico
(n=18)
Enfermeiro
(n=22)
n (%) n (%) n (%)
CONSIDERA OS HÁBITOS ALIMENTARES COMO UM ASPECTO RELEVANTE NA
AVALIAÇÃO DO ESTADO DE SAÚDE
NÃO 0 (0) 0 (0) 0 (0)
SIM 40 (100) 18 (100) 22 (100)
Tabela 10 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo relativas aos hábitos alimentares subdividida pela profissão específica do inquirido
Os inquiridos foram questionados se consideravam os hábitos alimentares como um
aspecto relevante na avaliação do estado de saúde dos utentes, e os 40 profissionais
de saúde responderam que sim (100%).
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Gráfico 20 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo (n=40) relativas aos hábitos alimentares subdividida pela profissão específica do inquirido
No Gráfico são apresentados os erros alimentares mais comuns e de acordo com os
profissionais de saúde foram: a Ingestão excessiva de gorduras saturadas (80%) e a
Ingestão excessiva de sal (70%). Cerca de 18% dos profissionais afirmaram não
existir dados relativamente a esta questão.
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Gráfico 21 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo (n=40) relativas às medidas implementadas em relação aos hábitos alimentares subdividida pela profissão específica do inquirido
Quando questionados sobre quais as medidas implementadas, visando a alteração
de hábitos alimentares nos utentes naquela U.S. os profissionais realçaram: as
Sessões educativas pela equipa de saúde (73%) e a Consulta de Nutrição na Unidade
(65%).
Os profissionais de saúde referiram Outras medidas desenvolvidas pela U.S. tais
como: intervenção nas escolas, Centros de dia e Lares, Consulta de HTA e Diabetes
Mellitus.
Nas entrevistas 4 profissionais de saúde referiram não ter um nutricionista a tempo
inteiro na U.S e o que referiu ter um a tempo inteiro, salientou que a profissional só
exercia cargo de Gestão.
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PROFISSIONAL DE SAÚDE
Total
(n=40)
Médico
(n=18)
Enfermeiro
(n=22)
n (%) n (%) n (%) p
CONSIDERA A AVALIAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FÍSICA DO UTENTE RELEVANTE
NÃO 0 (0) 0 (0) 0 (0) -
SIM 40 (100) 18 (100) 22 (100)
Tabela 11 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo relativas à Constituição
física dos utentes, subdividida pela profissão específica do inquirido
Ainda associado á Alimentação foi referida a Obesidade no instrumento de colheita
de dados. Relativamente à avaliação da constituição física dos utentes das US 40
profissionais de saúde (100%) consideram este item relevante para o decorrer do
acompanhamento do estado de saúde dos mesmos.
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Gráfico 22 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo (n=40) relativas à avaliação da constituição física dos utentes, subdividida pela profissão específica do inquirido
A avaliação da constituição física dos utentes, segundo os inquiridos é efectuada
através de: o Índice de Massa Corporal (100%), o peso (77%) e a altura (77%). Dos
inquiridos 68 % referiram avaliar ainda o Perímetro Abdominal. Nenhum profissional
referiu realizar a avaliação de Prega cutânea tricipital ou da Circunferência braquial.
A ULSM tem desenvolvido o Manual de Educação Alimentar para consulta
direccionado para a população.
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4.2.3. Actividade Física
O terceiro elemento revisto na colheita de dados foi a Actividade Física.
PROFISSIONAL DE SAÚDE
Total
(n=40)
Médico
(n=18)
Enfermeiro
(n=22)
n (%) n (%) n (%)
CONSIDERA A AVALIAÇÃO DA PRÁTICA DE ACTIVIDADE FÍSICA
UM ASPECTO RELEVANTE
NÃO 0 (0) 0 (0) 0 (0)
SIM 40 (100) 18 (100) 22 (100)
Tabela 12 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo relativas à avaliação da
prática de actividade física dos utentes subdividida pela profissão específica do inquirido
Foi questionada a importância da avaliação da prática de actividade física como um
aspecto relevante no acompanhamento do estado de saúde dos utentes, à qual
todos os questionados (100%) referiram ser relevante.
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**Teste Exacto de Fisher
PROFISSIONAL DE SAÚDE
Total
(n=40)
Médico
(n=18)
Enfermeiro
(n=22)
n (%) n (%) n (%) p
AVALIAÇÃO DA ACTIVIDADE FÍSICA
DURAÇÃO DO EXERCÍCIO 1,000**
NÃO 7 (19) 3 (17) 4 (21)
SIM 30 (81) 15 (83) 15 (79)
FREQUÊNCIA DO EXERCÍCIO SEMANA -
NÃO 0 (0) 0 (0) 0 (0)
SIM 39 (100) 18 (100) 21 (100)
TIPO DE EXERCÍCIO 1,000**
NÃO 3 (8) 1 (6) 2 (10)
SIM 36 (92) 17 (94) 19 (90)
Tabela 13 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo relativas aos factores
referenciados na avaliação da prática de actividade física dos utentes subdividida pela profissão específica do inquirido
Ao avaliar a prática do exercício físico dos clientes em diversos aspectos, 39 dos
inquiridos referiram a frequência do exercício por semana (100%), 36 dos inquiridos
referiram o tipo de exercício (92%) e 30 profissionais de saúde (81%), referiram a
duração do exercício.
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Gráfico 23 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo (n=40) relativas aos clientes motivados para a importância da prática de actividade física, subdividida pela profissão específica do inquirido
Quando questionados quais os clientes a que usualmente motivavam a prática de
exercício físico 90% do total dos inquiridos, referiram a Todos, de acordo com o
PNPCDCV. (44)
Do número total 18% dos profissionais de saúde referiram ainda motivar em especial
os clientes com excesso de peso e 15% dos profissionais referiram os clientes com
DCV.
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PROFISSIONAL DE SAÚDE
Total
(n=40)
Médico
(n=18)
Enfermeiro
(n=22)
n (%) n (%) n (%)
DESENVOLVE A MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE
EXERCÍCIO FÍSICO REGULAR JUNTO DOS UETENTES
NÃO 0 (0) 0 (0) 0 (0)
SIM 40 (100) 18 (100) 22 (100)
Tabela 14 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo relativas à motivação da
prática de actividade física dos utentes subdividida pela profissão específica do inquirido
Os 40 profissionais de Saúde referiram motivar os clientes à prática de exercício
físico de forma regular.
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Gráfico 24 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo (n=40) relativas às
motivações referidas para a prática de actividade física subdividida pela profissão específica do inquirido
Do total de inquiridos 98% referiram a importância do adequar o exercício físico às
limitações inerentes ao estado de saúde do utente.
A importância da prática do exercício físico 30 minutos por dia foi realçada por 70%
dos inquiridos, por fim 49% dos inquiridos referiu a prática de exercício físico pelo
menos 5 dias por semana.
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4.2.4. Estudo analítico
O quarto elemento incluído neste estudo foi estudo analítico, ou seja valores
analíticos relativos ao perfil lipídico e glicose em jejum.
*Teste de Independência do Qui-quadrado
PROFISSIONAL DE SAÚDE
Total
(n=40)
Médico
(n=18)
Enfermeiro
(n=22)
n (%) n (%) n (%) P
NESTA US EXISTE MATERIAL INFORMATIVO RELATIVO
A VALORES ANALÍTICOS 0,822*
NÃO 17 (43) 8 (44) 9 (41)
SIM 23 (58) 10 (56) 13 (59)
Tabela 15- Distribuição das respostas dos participantes no estudo relativa à existência de
material informativo sobre valores desejáveis de alguns critérios analíticos subdividida pela profissão específica do inquirido.
Com este estudo pretende-se averiguar o material informativo desenvolvido pelas
U.S. relativo aos valores desejáveis de alguns critérios analíticos. Dos 40
profissionais de saúde questionados 23 responderam possuir material informativo,
ou seja 58% da amostra.
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*Teste de Independência do Qui-quadrado; **Teste Exacto de Fisher.
PROFISSIONAL DE SAÚDE
Total
(n=40)
Médico
(n=18)
Enfermeiro
(n=22)
n (%) n (%) n (%) p
QUAL O MATERIAL INFORMATIVO RELATIVO A VALORES ANALÍTICOS 0,822*
COLESTEROL TOTAL 0,649**
NÃO 6 (25) 2 (18) 4 (31)
SIM 18 (75) 9 (82) 9 (69)
COLESTEROL HDL 0,675**
NÃO 15 (63) 6 (55) 9 (69)
SIM 9 (38) 5 (45) 4 (31)
COLESTEROL LDL 1,000**
NÃO 16 (67) 7 (64) 9 (69)
SIM 8 (33) 4 (36) 4 (31)
TRIGLICERÍDEOS 0,444*
NÃO 11 (46) 4 (36) 7 (54)
SIM 13 (54) 7 (64) 6 (46)
GLICOSE EM JEJUM 1,000**
NÃO 4 (17) 2 (18) 2 (15)
SIM 20 (83) 9 (82) 11 (85)
OUTROS 0,630**
NÃO 19 (79) 8 (73) 11 (85)
SIM 5 (21) 3 (27) 2 (15) Tabela 16 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo relativa aos valores
desejáveis de alguns critérios analíticos subdividida pela profissão específica do inquirido
Segundo 83% dos profissionais de saúde o material desenvolvido relativo a valores
analíticos incide sobre a glicose em jejum (83%), seguido pelo Colesterol Total (75%)
e por fim os triglicerídeos (54%). De realçar que 2 profissionais de saúde referiram
ainda a glicose ocasional, 1 referiu a função hepática e outro referiu as tensões
arteriais.
-
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Gráfico 25 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo relativa aos valores desejáveis de alguns critérios analíticos (intervenções), subdividida pela profissão específica do inquirido.
Quando questionados face a doentes com dislipidémia quais as intervenções
habituais na US, 85% dos inquiridos responderam a alteração dos hábitos
alimentares, 72% referiu a farmacoterapia, 60% referiu sessões educativas e 50%
referiu o encaminhamento para Nutrição.
As respostas entre os 2 grupos profissionais foram similares mas é de realçar a
Farmacoterapia. 83% dos médicos referiram a utilização de medicação
antidislipidémica face a 62% dos enfermeiros.
-
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4.2.5. Gestão do stress
Para este estudo foi incluído como quinto elemento de apreciação o factor
psicológico e incide sobre o Stress dos utentes.
Gráfico 26- Distribuição das respostas dos participantes no estudo relativa à percepção do stress na doença cardiovascular, subdividida pela profissão específica do inquirido
Dos 40 profissionais de saúde inquiridos 58% consideram o stress um aspecto
Extremamente Importante para a DCV, 25% consideram o stress como factor de risco
para a DCV Muito importante e por fim, 18% consideram o stress Bastante
Importante.
-
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Mirian Rodrigues 79
**Teste Exacto de Fisher.
PROFISSIONAL DE SAÚDE
Total
(n=40)
Médico
(n=18)
Enfermeiro
(n=22)
n (%) n (%) n (%) p
NESTA US É AVALIADO O NÍVEL DE STRESS DOS UTENTES 1,000**
NÃO 30 (77) 14 (78) 16 (76)
SIM 9 (23) 4 (22) 5 (24)
SE SIM, DE QUE FORMA
EMPÍRICA -
NÃO 0 (0) 0 (0) 0 (0)
SIM 9 (100) 4 (100) 5 (100)
VARIADAS TABELAS OU ESCALAS
-
NÃO 9 (100) 4 (100) 5 (100)
SIM 0 (0) 0 (0) 0 (0)
Tabela 47 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo relativa à avaliação do
stress dos utentes na DCV, subdividida pela profissão específica do inquirido
Dos inquiridos 77% refere não avaliar o nível de stress dos utentes da US, os
restantes 23% referem avaliar de forma empírica (pela observação do
comportamento do utente), não existindo aplicação de nenhum questionário para a
percepção do stress dos utentes em qualquer U.S. referenciada.
-
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Gráfico 27 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo relativa às intervenções associadas ao stress, subdividida pela profissão específica do inquirido
Face a um utente com distúrbio psicológico associado ao Stress foram questionadas
as medidas habitualmente adoptadas pelos profissionais nas US, ao que 73% dos
inquiridos respondeu que no decorrer das consultas a equipa tenta colaborar com o
utente na implementação de medidas apropriadas para o estilo de vida do utente de
forma a debelar o grau de stress e 40% dos inquiridos refere encaminhar o utente
para o psicólogo da US, quando este se encontra na mesma.
-
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4.2.6. Intervenções Preventivas
Enquadrado na PCV foi intenção da autora averiguar as intervenções das equipas das
U.S relativamente aos factores de risco e reportá-los desde 2004 com a intenção de
verificar a continuidade de projectos e verificar se o impacto de algum deles foi
avaliado.
As intervenções referidas no Instrumento de colheita de dados foram: material
educativo sob a forma de folhetos, sessões educativas, rastreios e outros. Os temas
referidos ou seja os FRCV foram: HTA, obesidade, dislipidémia, actividade física,
hábitos alimentares saudáveis, tabaco, gestão do stress, factores psicológicos e
outros.
-
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**Teste Exacto de Fisher.
PROFISSIONAL DE SAÚDE
Total
(n=40)
Médico
(n=18)
Enfermeiro
(n=22)
n (%) n (%) n (%) p
INTERVENÇÕES PREVENTIVAS NA US DESDE 2004 PARA A HTA
MATERIAL EDUCATIVO 1,000**
NÃO 5 (14) 2 (13) 3 (14)
SIM 32 (86) 14 (88) 18 (86)
SESSÕES EDUCATIVAS 0,491**
NÃO 11 (29) 6 (35) 5 (24)
SIM 27 (71) 11 (65) 16 (76)
RASTREIOS 0,197**
NÃO 6 (16) 1 (6) 5 (24)
SIM 32 (84) 16 (94) 16 (76)
OUTROS 1,000**
NÃO 34 (89) 15 (88) 19 (90)
SIM 4 (11) 2 (12) 2 (10)
QUE OUTROS -
CONSULTAS DE EQUIPA 2 (5) 1 (6) 1 (5)
MARCHA DO CORAÇÃO 2 (5) 1 (6) 1 (5)
Tabela 18 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo relativa às Intervenções
preventivas desenvolvidas pela US desde 2004, subdivididas pela profissão específica do inquirido, relativas à HTA
O primeiro tema referenciado como FRCV a prevenir foi a HTA. De acordo com 32
profissionais de saúde as intervenções enquadradas neste tema mais realizadas são:
folhetos educativos (86%), rastreios (84%) e sessões educativas (71%). Referiram
também as consultas de equipa e a Marcha do coração.
-
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Mirian Rodrigues 83
*Teste de Independência do Qui-quadrado; **Teste Exacto de Fisher.
PROFISSIONAL DE SAÚDE
TOTAL
(N=40)
MÉDICO
(N=18)
ENFERMEIRO
(N=22)
N (%) N (%) N (%) P
INTERVENÇÕES PREVENTIVAS NA US DESDE 2004 PARA A OBESIDADE
MATERIAL EDUCATIVO 1,000**
NÃO 10 (26) 4 (24) 6 (29)
SIM 28 (74) 13 (76) 15 (71)
SESSÕES EDUCATIVAS 0,899*
NÃO 13 (34) 6 (35) 7 (33)
SIM 25 (66) 11 (65) 14 (67)
RASTREIOS 1,000**
NÃO 10 (27) 5 (29) 5 (25)
SIM 27 (73) 12 (71) 15 (75)
OUTROS 1,000**
NÃO 37 (97) 17 (100) 20 (95)
SIM 1 (3) 0 (0) 1 (5)
QUE OUTROS -
SAÚDE ESCOLAR 1 (3) 0 (0) 1 (5)
Tabela 19 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo relativa às Intervenções
preventivas desenvolvidas pela US desde 2004, subdivididas pela profissão específica do inquirido, relativas à obesidade
O tema da obesidade também foi referenciado e de acordo com 28 inquiridos é
abordado nas U.S. onde se encontram sob a forma de material educativo (74%),
rastreios (73%) e por fim sessões educativas (66%). Um inquirido referiu também
Saúde Escolar.
-
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Mirian Rodrigues 84
*Teste de Independência do Qui-quadrado
PROFISSIONAL DE SAÚDE
Total
(n=40)
Médico
(n=18)
Enfermeiro
(n=22)
n (%) n (%) n (%) p
INTERVENÇÕES PREVENTIVAS NA US DESDE 2004 PARA A DISLIPIDÉMIA
MATERIAL EDUCATIVO 0,393*
NÃO 14 (37) 5 (29) 9 (43)
SIM 24 (63) 12 (71) 12 (57)
SESSÕES EDUCATIVAS 0,796*
NÃO 21 (55) 9 (53) 12 (57)
SIM 17 (45) 8 (47) 9 (43)
RASTREIOS 0,037*
NÃO 16 (42) 4 (24) 12 (57)
SIM 22 (58) 13 (76) 9 (43)
OUTROS -
NÃO 38 (100) 17 (100) 21 (100)
SIM 0 (0) 0 (0) 0 (0)
Tabela 20 - Distribuição das respostas dos participantes no estudo relativa às Intervenções
preventivas desenvolvidas na população por esta US desde 2004, subdivididas pela profissão específica do inquirido, relativas à dislipidémia
A dislipidémia também é um tema que preocupa os profissionais de saúde e de
acordo com 24 inquiridos este tema é abordado sob a forma de materiais
educativos, rastreios (58%) e por fim sessões educativas (45%).
-
Prevenção da Doença Cardio Vascular
Mirian Rodrigues 85
*Teste de Independência do Qui-quadrado; **Teste Exacto de Fisher.
PROFISSIONAL DE SAÚDE
Total
(n=40)
Médico
(n=18)
Enfermeiro
(n=22)
n (%) n (%) n (%) p
ACTIVIDADE