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ESTRATGIA COMPETITIVA E MARKETING CORPORATIVO: DIFERENAS E SEMELHANAS COMPETITIVESTRATEGYANDCORPORATEMARKETING:SIMILARITIESAND DIFFERENCES; A THEORETICAL STUDY Jorge Alexandre Vanin [email protected] nos cursos de graduao em Administrao, atua nas Faculdades integradas S. Judas Tadeu de Porto Alegre (RS), na graduao em Administrao com nfase em Negcios Internacionais. Paula Maines da Silva [email protected] Mestranda no programa de Estratgia das Organizaes pela Unisinos e Docente nos Cursos Tecnolgicos na ULBRA. Submetido em 06/09/2010. Aprovado em 24.09.2010. Avaliado pelo sistema double blind review. Editor Chefe: Prof. Jante Lara de Oliveira.GES Revista Gesto e Sociedade CEPEAD/UFMG vol. 4, n 7, Jan/Abr 2010 www.ges.face.ufmg.br/ 490RESUMO OpresentetrabalhoanalisaosassuntosEstratgiasCorporativaseMarketing Corporativo,destacandosuaimportncia,congrunciasediscrepncias,apartirdateoria existente. Enquanto a estratgia, segundo Ansoff (1991), um dos vrios conjuntos de regras dedecisoqueorientamocomportamentodeumaorganizao,omarketingenvolve-seem todas as etapas dos processos das organizaes:este tem aes iniciadas com a identificao deumanecessidadeoudesejodoconsumidor,passandopelaconcepo,desenvolvimento, comunicao,distribuiodoprodutoouservio,atamediodasatisfaodosclientes. Conclui-se que ambos os processos atuam conjuntamente e so da maior importncia para os resultados das organizaes. Embora estejam ligados a diferentesnveis de responsabilidade, ambos definem conjuntos de aes cujo sucesso depende da sua coerncia. Palavras-chave: planejamento; estratgia; competio; marketing; mercado. ABSTRACT ThepresentworkanalysesthetopicsCorporateStrategiesandCorporateMarketing, highlightingitsimportance,similaritiesanddifferencesbasedontheexistingtheory.While strategy, according to Ansoff (1991) is one of themanysets of decision rules that orient the behavior of an organization, marketing is present in every step of the organization processes: ithasactionsthatstartwiththeidentificationofaconsumerneedordesire,permeatethe conception, development,communicationanddistributionoftheproduct orserviceandalso include the measurement of consumer satisfaction. The conclusion is that both processes work together and are of the utmost importance for theresults of the organizations. Although they arelinkedtodifferentlevelsofresponsibility,bothdefineasetofactionswhosesuccess depends on their coherence. Key words: planning; strategy; competition; marketing; market. 4911. INTRODUO Oestudo dacinciasocialvoltadaparaaadministrao,emboratenhaseudesenvolvimento recente,vemevoluindodeformaveloz,acompanhandooritmodomundomodernoesua necessidade de ordenaraproduo, distribuioeconsumo de benseservios.Oinciodos estudos a respeito deu-se concomitantemente com o acender das luzes da segunda revoluo industrial, na ltima dcada do sculo XIX, passando por um processo dinmico de criao de novosprocessos,ajustamentodosanteriores,deformaafazerfrentesdemandas mercadolgicas. Parachegaremaoatualmomentodediversidadeecomplexidade,osprocessos administrativos tiveram incio com procedimentos bsicos de ordenamento da produo ainda rudimentar. O inicio deu-se pela organizao das tarefas objetivando medir e reduzir tempos e movimentosdostrabalhadores,almdesimplific-las,passandopelanecessidadede atendimentodedemandaslegaisparaassegurardireitoseregulamentardeveresde trabalhadoreseempresrios.Quandoasunidadesprodutivascresceramhouveaindaa necessidadedeestruturaoedistribuiohierrquicavisandoorganizaropoder.Tamanha evoluodemandouacriaoedesenvolvimentodeprocessosesistemasorganizacionais, objetivandoproduzirmaisamenorescustos,paramaximizarresultados.Essemovimento dentrodaAdministraoaconteceuataprimeirametadedosculoXXetevecomo principaisestudiososTaylor, Fayol, Ford, Follet,McGregor, Barnard,Mayo, Roethlisberger, eSloan.Essesbrilhantespioneirosdopensamentoadministrativo,cadaqualemsuarea, contriburamcomodesenvolvimentodagesto.Tudoissoocorreunaprimeirametadedo sculopassadoeforamdetalenvergaduraque,noiniciodasegundametadedadcadade 1950, a indstria produzia excedentes com larga quantidade e diversidade. Prosseguiuanecessidadedenovosprocessos,voltadosparaaqualidadeevariedadeda produo,caractersticasno requeridasatento.Onovopanoramadesenhou-secomduas caractersticas:aprimeira,quantidadeediversidadedeprodutosaseremcolocadosno mercadoeasegunda,odirecionamentodosprodutoseservios,ambosaspectosque passaramaserasgrandesdemandas.A questo passouasero quee para quem produzir, proporcionandoaindamaiorcomplexidadegestoqueseexpandianomundocorporativo. Algunsaspectosqueperduramathojesoacompetioentreosatoresdevidos 492necessidadesdedisputarmercadosecontinuarcrescendo,oatendimentodasexignciade acionistas e clientes j que estes passaram a ser mais criativos e exigentes, foram aspectos que elevaramaimportnciadosconceitosdaestratgiaedomarketing.Estenovocenrioda segunda metade da dcada de 1950, trouxe outros nomes como Chandler, McNamara, Simon, DemingeDrucker,quetrouxeramnovosconceitosquecontriburamparacontinuar construindo a teoria, agora num ambiente ainda mais complexo. A partir desta nova fase da administrao que surge o Marketing na dcada de 1950, quando o problema de produzir mercados em vez de mercadorias se tornou a preocupao bsica da alta administrao das empresas. Neste contexto o cliente passa a ter um papel importante no processo,poisasempresaspassariamapesquisarquaisseusdesejos,prefernciaseseus hbitos para ento desenvolver, produzir e comercializar os produtos. Essa busca em atender o mercado simultaneamente criao de novos processos fez com que as empresas passassem a utilizar estratgias, visando direcionar seus recursos, tanto humanos como financeiros para atingir os objetivos organizacionais. Combasenestepanoramaobjetivou-seanalisarnesteestudoaimportncia,congrunciase discrepncias entre as estratgias corporativas e o marketing corporativo. Tendocomo defundoestecenriohistrico, o presenteestudo objetivaverificar,a partir de baseterica,asfunesPlanejamentoEstratgicoeestratgiasCorporativaseMarketing Corporativo,nasorganizaes.Istoporqueobserva-senaliteraturaemmuitosmomentos muitasimilaridadenasestruturasdosprocessosqueconstroemateoriadecadaumadestas reas. Esta investigao se prope avaliar o efetivo papel de cada uma delas, sua importncia e nvel derelacionamentodeambos,comvistasaauxiliarnaobtenodemelhoresresultados, objetivomaiordas organizaes.comesteenfoque quesedesenvolveaseguiropresente artigo. 2. REFERENCIAL TERICO 493Conformeproposto,busca-seatingiroobjetivoaquipropostoatravsdepesquisa bibliogrfica, razo pela qual o referencial a seguir apresenta a viso terica de alguns autores sobreasprincipaislinhasdepensamentoemestratgiacompetitivaemarketingcorporativo para, posteriormente, analisar suas afinidades e diferenas. 2.1 ESTRATGIA COMPETITIVA A definio de objetivos e estratgias essencial para a manuteno da empresa no mercado. O acirramento daconcorrncia exige a permanente ateno sobre os custos, assimcomo das modificaesdasnecessidadesdosclientes.Possas(1999)defineaestratgiacompetitiva como instrumento adotado pelos concorrentes, que podem apresentar resultados ou no. Ela dinmicaporqueoprocessoseletivocontnuoeinovador.Novosprodutos,serviosou mtodos de gesto podem surgir ou evoluo nos existentes, bem como novos fornecedores. Aodescreverestratgia,Ansoff(1991)evitaformularumadefinio,apresentando-ade formaincomum,comparativamenteliteraturacorrentesobre oassunto.Coloca-acomo um dosvriosconjuntosderegrasdedeciso,queorientamocomportamentodeuma organizao.Apresentacomoexemploospadresqueservemparamedirodesempenho presentee futurorelativoaos objetivosemetas;regrasparao desenvolvimento dasrelaes externas que indicaro os destinos da organizao e como ela obter vantagens em relao aos concorrentes,cujoconjuntochamadeestratgiadenegcio.Oautorconceituadamesma forma quanto s relaes internas, porm estas so consideradas estratgias administrativas. importanteesclareceradiferenaentreplanejamentoestratgicoeadministrao estratgica,comvistasdefiniodaestratgiacompetitivadedeterminadaorganizao.O planejamento trata da tomada de decises estratgicas timas, enquanto a administrao visa obtenoderesultadosestratgicos,buscandonovosmercados,produtosetecnologias. Ansoff(1991)procuraesclareceradiferena:oplanejamentoestratgicoobjetivaconstruir planos,enquantoaadministraoestratgicatemporfimaplic-losnaestrutura paraatingir osresultados.Oplanejamentoestratgicoumprocessoanalticoporplanos,enquantoa administrao estratgica um processo de ao organizacional. 494Aindana definio da estratgia competitiva, Simon (1979) apud Gabor (2001), preocupa-se com onveldeimportncianahierarquiadas decises.Segundoele,aquestocustovem emprimeirolugar,seguidadeestimativadedemanda,sendoqueosobjetivos organizacionaissodeixadosparaofinal,porqueconsideraqueestessoasconseqncias daqueles. O autor apresenta sua viso da importncia das decises nas organizaes. Embora os funcionriosresponsveispelaexecuoproporcionemaefetivaproduo,aparticipaodos quedecidiramoqueecomoproduzirtooumaisimportante.Osnooperativosdeuma organizaoadministrativaparticipamnaexecuodosobjetivosdesta,namedidaemque influenciamasdecisesdopessoaloperativooudelinhaqueseencontramnabaseda hierarquiaadministrativa.Nonvelde direo,aseleo dealternativasimplicaemabandono de outras. Mais do que isso, o comportamento do grupo requer no apenas adoo de decises corretas, mas tambm aceitao dessa deciso por todos os membros do grupo. Prossegue ainda aquele autor, relativamente ao processo decisrio com a seguinte linha de pensamento: Noprocessodecisrioescolhem-seasalternativasconsideradascomomeios adequados para atingir os fins desejados. Os fins em si mesmos, porm, so, as mais dasvezes,apenasinstrumentosparaconseguirobjetivosmaisdistantes.Em conseqncia,somoslevadosaconceberumasrieouhierarquiadefins.A racionalidadetemavercomoestabelecimentodacadeiademeiosefinsque acabamos de mencionar (SIMON, 1979, p.64). Aescolhadedeterminadaestratgiatemligaescomotempo,nosentidodeque,seno foremoportunaspodemserdesastrosasouseremtomadasporoutroscompetidores.O conhecimento,quantoevoluocientficanavisodocientista,guardaumnvelde importncia diferente da viso do empresrio, que precisa avaliar sua aceitao pelo mercado. Haindaocomportamentodogrupoqueenvolveoconjuntodoposicionamentodos indivduos.Ele devesaber quaisseroasaes dos demais,afimde determinardemaneira adequadaasconseqnciasdesuasprpriasaes.Simon(1979)consideraesteltimo aspectocomosendofatordefundamentalimportnciaparaoprocessodecisriona administrao. Omesmoautorenfocaqueum indivduo, detentordepartedoconhecimento,noconsegue abrangeravisodotodo.Trata-sedoconceitodaracionalidadelimitadaquevo conhecimento como um recurso restrito, e, como conseqncia, pode ser gerador de vantagem competitiva ou no, fluindo ento os recursos idiossincrticos, difceis de imitar, que geram as diferenasentreasorganizaes.Aracionalidadepressupeaopoentrevriasaes. 495Requerconhecimentocompletoeantecipadodasconseqnciasdelasresultantes,oque inalcanvel,porquenosoconhecidosantecipadamenteosefeitosdecadaescolha.Na prtica este conhecimento integral inexiste por tratar-se do futuro. A partir dessa linha de raciocnio surge o conceito de estratgia, que segundo Simon (1979) oconjuntodedecisesquedeterminaocomportamentoaserexigidonumdadoperodode tempo. Mintzbergetal.(2000),apresentadezescolaseconsideraquecadaumadispedeum processocaractersticodeformulaodaestratgia,apartirdasuaperspectivalimitada:so elas:1)ado design-sob oaspecto deconcepo; 2) do planejamento-como um processo formal;3)doposicionamento-comoumprocessoanaltico;4)empreendedora-comoum processo visionrio;5) cognitiva - como um processo mental; 6)do aprendizado- como um processo emergente, 7) do poder - como um processo de negociao; 8) a cultural - como um processo coletivo; 9) a ambiental-como um processo reativo; e 10) de configurao - como umprocessodetransformao.Esteenfoquediversificadodeformulaodeestratgiatem correlaocomavisodeSimonrelativaracionalidadelimitada,considerandoquecada escola apresenta suas particularidades. Pode-se abstrair que a definio da estratgia, na viso deste autor, tem uma amplitude infinita, quando ele assim se manifesta: Nolimite,aformulaodeestratgiasnotrataapenasdevaloresedaviso,de competnciasedecapacidades,mastambmdemilitaresedereligiososdecrisee deempenho,deaprendizadoorganizacionaledeequilbriointerrompido,de organizao industrial e de revoluo social (MINTZBERG et. al., 2000, p.16). Elevisualizaestratgiaapartirdoplanejamento,apresentandovriosatributosrelativoss escolas,iniciandopeladoDesigneauniversalizadamatrizSWOT(Strenghts,Weakneses, Opportunities e Threat). Pela observao de cenrios, Mintzberg (2000), ressalta a dificuldade queadecisodealternativas,chamandoaatenodequeasincertezasexistemdesdeo inciodoplanejamento.Relativamenteaosplanejadores,referindo-seescolado planejamento, considera-os como aprendizes, porque a inteno no de formalizar a criao deestratgias,masmelhoraracadaanoamaneiracomofeita.Aspesquisas...,nos informam que a criao de estratgias um processo imensamente complexo, envolvendo os maissofisticados,sutise,svezes,subconscientesprocessossociaisecognitivos. (MINTZBERG et. al., 2000, p.61) 496Conclui ele que a estratgia competitiva ou o processo de administrao estratgica pode ser vital para as organizaes, tanto por sua ausncia quanto por sua presena. Politicamente,um processo dispendioso,nosemtermosfinanceiros,masdetempo dos administradoresque,geralmente,sopessoasvoltadasparaobjetivosprticoseresultados. Defini-lassignificatrabalharoabstratonumhorizontefuturoecomotal,imaginrio.Neste contextosurgeoquestionamentobsicodecomoaestratgiapodeserimportanteparao desempenhodaorganizao.Almdisso,tratardeumtemadetamanhaabrangnciaque envolvetodaaempresa,introduzelementosderacionalidadequeperturbamacultura histrica e impacta o processo poltico e o jogo do poder instalado culturalmente, o que gera reaes de resistncia mudana em todos os nveis. Haindaoaspectodaspotencialidadesdoadministradoremprojetarsuaatuaojuntos equipes. Ansoff (1993) destaca trs destas potencialidades, as quais, dependendo do nvel de desenvolvimento,determinamasuaqualidade.Soelas:1)climaapropensoda administraoparareagirdedeterminadamaneiraparaescolher,controlarourejeitar mudanas;2)competnciacapacidadederespostadaadministraonumambiente complexoparaosproblemasadministrativosdirios;e,3)capacidadevolumedetrabalho que a administrao geral pode desenvolver. Aspectofundamentalaosedefiniroposicionamentoestratgicoocuidadocomposies quevisamocrescimento.Abuscadesuamelhoriadevelevaremcontaamanutenoou incrementodalucratividade.possvelobservarorganizaesquecresceram substancialmenteemvolumedevendas,absorveramespaosantesatendidospor concorrentes,pormcomperdadelucratividade.Podeserdesastrosaaadoodeestratgia competitivaagressivadereduodepreos,desacompanhadadeconcomitantediminuio dos custos de produo. Ansoff(1991)tratadaquestodatomadadedeciso,considerandoqueapartirdas alternativas possveis que tero que fazer escolhas para definir a melhor estratgia. Considera a existncia de duas linhas complementares. Uma delas a verificao de como os executivos se comportam na posio de administradores. A outra a ateno dedicada a recomendaes 497prticaspara melhoria da tomada de deciso pelos administradores atravs de procedimentos sistematizados e logicamente validados. Deoutraparte,formularestratgiaspotencialmentefrustranteeineficazsedivorciadada implantao.Aadministraoestratgicacompreendeoplanejamentoestratgicoesua concomitanteimplantao,segundoesteautor.Definidaaestratgia,feitooplanejamentoe disseminadonaorganizao,necessrioacompanh-lo,nosparaverificaraaderncia interna, mas para medir resultados e, se for o caso, fazer ajustes. Alguns autores definem este procedimento do dia-a-dia como sendo controle de estratgia. Ansoff (1993) diz no estudo intitulado Administrao de Questes Estratgicas, que sendo a estratgia umevento futuro, sua deciso geraimpacto significativo sobre a organizao. Seu acompanhamentodeveserdesenvolvidoemtemporeal,paradetectarsinaisdealertae fornecerrespostasrpidas.Deveestarsobaconduodealtosadministradoresque disponhamdeautoridadeerecursosparaagiremdeformarpidaedeterminada.Embora algumasatribuiespossamserdelegadasagrupos deassessoria,outrosdoisgruposdevem fazerpartedaestruturadeacompanhamento:odeadministraogeral,queavaliaetemo poder da deciso,e o de executores, membros de unidades de projetos, que so responsveis pela implementao das mudanas na rea de produo, se for o caso. Fleck (2004) em seu artigo que trata sobre crescimento, predominncia continuada e declnio deduasgrandescorporaesmultinacionais,tratadasobrevivnciacomopropriedade dinmicadaempresa.Afirmaqueaexistnciavariaaolongodotempo,dependendoda propenso para se perpetuar. Chandler (1977, apud Fleck 2004), atribui hierarquizao das instalaes,recursosehabilidades,atravsdegerenciamentoadministrativocompetente,a responsabilidadeearazo paraaempresamodernatornar-seauto-perpetuante.Aexistncia de vantagens competitivas atravs da posse e uso de recursos escassos e difceis de imitar, de forma mais eficienteso boas razes parao crescimento e a manuteno no mercado, mas precisoiralmdaanlisedasvantagenscompetitivas.daconcorrncia,ondeocorremas batalhas negociais, que se obtm maior ou menor sucesso. O conjunto destes resultados que determina a evoluo e a sua manuteno e crescimento no mercado. 498Sobreaevoluoecrescimento,Penrose(1962)traaumparaleloentreaversatilidadedos empresrios e a versatilidade diretivo-tcnica, situao que depende da competncia tcnico-administrativaeconhecimentotcnico.Estaversatilidadeempresarialestligada imaginaoevisodoempresrio,noaspectoprticoouno.Confereoconceitode administradoresdementalidadeprodutivaquelesquesededicamprimordialmenteparao benefcioecrescimentodesuasempresastransformando-asemorganizaesprodutivase distribuidoras de bens e servios. H os de mentalidade imperialista que buscam criar imprio industrial poderoso, que se estenda at onde possvel. Esseautoratribuiocrescimentodasempresasatrsaspectos:1)capacidadeadministrativa, que se refere organizao interna; 2) disponibilidade de recursos, que diz respeito a fatores externos; e, 3) incerteza e risco, combinao de atitudes internas e externas. A estruturao com vistas ao crescimento analisada sob enfoque econmico por George et. al.(1983).Osautoresobservamqueasformasmaiseficazesdeconseguirqueaindstria tenhapoder decompetionoseoriginamdeprticasvoltadasparaumsegmento,masde polticasmacroeconmicasqueproporcionemummercadointernoemcontnuaascensoe quepossaserusadocomobaseparaasexportaes.Asfirmas,emparticular,buscamsua expanso,dadasscondiesmacroeconmicasaquicitadas,atravsdadiversificao,da integrao vertical, da pesquisa e desenvolvimento (P&D) e de fuses e aquisies. 2.2 ESTRATGIAS DE MERCADO A primeira metade do sculo XX foi um perodo de forte crescimento geral das organizaes, masousoexplcitodaestratgiapassaaocorreremsuasegundametade.Asuaadoo deveu-senecessidadedeescolherasdireescertasparaocrescimentofuturo,dentreas diversas alternativas conhecidas, e, da concentrao de toda a energia nessa nova direo. Porter(1999) defineestratgiacomosendo aopode desempenharasatividadesdeforma diferente ou de desempenhar atividades diferentes em comparao aos concorrentes. Segundo ele,existemtrspremissas:1)liderananocusto;2)diferenciao;e,3)enfoque.Para determinar a estratgia a ser adotada, h necessidade de prvia deciso de posicionamento, ou seja,comoaorganizaoqueragirnomercadoqueatua.Nadefiniodoposicionamento 499estratgicoocorreopoporumdirecionamentodeesforosquetrazcomoconseqnciaa negao das outras alternativas. Ao fazer excluses, trs efeitos podem ocorrer: o primeiro, a possvel mudana de imagem, que pode ser benfica ou no, considerando que pode confundir os consumidores por deterem uma imagem formada ao longo do tempo; o segundo, as opes exigemdiferentesconfiguraes deprodutos, de equipamentos parafabric-los,dealterao no comportamento dos funcionrios, de novashabilidades enovas tecnologias; e, o terceiro, aoseguirdeterminadaalternativa,partedaequipe,emgeralosgerentesseniores,tm evidente qual anova direo a seguir; j aequipe de execuo tomar decises operacionais rotineirassemumreferencial,provocandoconfusoedificultandoocumprimentodo posicionamento estratgico. Asopesexcludentesimplcitasnoposicionamentopermeiamacompetioeso essenciaisnaestratgia.Elascriamanecessidadededecidirentrealternativasede restringir,deliberadamente,asofertasdaempresa.Afastamavacilaoeo reposicionamento, pois os concorrentes que se envolverem nessa abordagem solaparo suas estratgias e degradaro o valor das atuais atividades (PORTER, 1999, p.66). Apartirdaanlisedasposiesexcludentes,Porterafirmaqueelasdooutradimenso definio, ou seja, consiste essncia da estratgia escolher o que no fazer, pois o que feito imitadoemseguida,ficandoodesempenhorestritoaosresultadosdaeficciaoperacional, esta tambm possvel de ser imitada. A questo central, que deve ser respondida antes de se atribuir valores especficos, saberquetipodeobjetivosaempresadeveperseguir:lucromximo,maximizao dariquezadosacionistas,ouumasatisfaoequilibradadosgruposdeinteresse nela envolvidos (ANSOFF, 1991, p.47 e 48). O problema da deciso estratgica segundo ele, tem duas etapas distintas: uma diz respeito ao tipodenegcioemqueaorganizaodeveatuar;aoutra,scaractersticasdosprodutose mercados a atingir. Para a tomada de deciso prope um sistema em cascata, que consiste em etapas quando inicialmente selecionado um conjunto amplo de objetivos, a partir dos quais se avalia a situao atual e o hiato existente. Uma ou mais alternativas de ao so delineadas enovamenteavaliadas;asqueapresentammuitodistanciamentosorevistasedescartadas. Novosprocessosderevisosopromovidosatqueohiatosejareduzidoaomnimo, considerando os objetivosemtermosdemetaseresultados.Nestepontosedefineoefetivo planejamentoestratgico.Trata-sederefinamentoderegrasdedecisoedefeedbackentre degraus ou estgios de definio das estratgias. 500Ansoff(1991)atribuioimpactonodesempenhodasorganizaesqueinfluenciaroas decises futuras, a trs variveis econmicas principais: 1) o desempenho corrente e passado daempresa;2)osrecursostotaisdisponveis;e,3)ascaractersticaseoportunidadesno ambiente concorrencial externo. Especialatenodeveserdestinadaaosprazosdosobjetivos.Seaorganizaooptapor perseguir objetivos de curto prazo e aplica todos os seus recursos para atingi-los, corre o risco de exaurir-se ao final deste perodo, portanto, devem existirmetasde mdio elongo prazos. Planejartaisobjetivoseor-losfunoessencialparaalongevidadedasorganizaes. Como as previses no longo prazo so mais difceis, vetores adicionais, alm do retorno sobre o investimento ou o lucro tais como, crescimento das vendas, crescimento da participao de mercado, crescimento do lucro por ao, acrscimo da oferta de novos produtos, expanso do nmero de clientes e ausncia de flutuaes sazonais, dentre outros, devem ser utilizados para medio do desempenho. 2.3 MARKETING CORPORATIVO CONTEXTUALIZAO NAS ORGANIZAES Comocrescimentodasturbulnciasambientaisedemercado,oplanejamentoestratgico corporativoacabouaproximando-seacentuadamentedasferramentasdemarketing,levando asestratgiasdemarketingaseremmuitasvezesconfundidascomasestratgiasgeraisdo planejamentoestratgico(AndersoneVincze,2000).Naadministraoestratgicade marketing, ele visto como um processo dinmico desenhado para alcanar uma competncia estratgica distinta e uma vantagem global. Oplanejamentoestratgicodemarketingnopodeserdiscutidoisoladamentedo planejamentoestratgicocorporativo.Provavelmente,aformapelaqualoplanejamentode marketingdeumaorganizaoconduzidoserumdesdobramentodoprocessode planejamento corporativo (Mcdonald, 1992). Para Pulendran, Speed e Widing II (2003), o planejamento de marketing pode ser considerado como uma tecnologia (conjunto de tcnicas e atividades) que auxilia uma organizao a obter umalinhamentoapropriadoentreoambienteexternoeascapacidadesinternas,deformaa alcanarumresultadodesejado.Almdisso,essesautorescolocamqueoplanejamentode 501marketingumfenmenocomportamental,poisconsistenaadoodetecnologias.Estas tecnologiastornamatomadadedecisomaiscompreensiva,racionaleobjetiva,levandoa melhor alocao de recursos e desempenho organizacional. Guimares (1981), emseu estudo do crescimento da firma, apresenta aspectos que considera decisivos para a sua expanso, partindo do princpio de que as organizaes empresariais tm comoobjetivocrescer.Estecrescimentoestlimitadoporsuacapacidadedefinanciaro investimento requerido e pela existncia de mercado, disposto a adquirir sua produo, que cadavezmaior.Oesforo dedicado paracomercializao, de modo aassegurararealizao dopotencialdefinidopelomontantedefundosdequedispeparainvestir,questo determinante da velocidade do crescimento. A disponibilidade de capital, entretanto, no por si s fator determinante de crescimento. H necessidadedealteraodaslinhasdeproduo,atravsdedoismovimentos:um,a diferenciao,queserefereintroduonalinhadeprodutosdeumanovamercadoriaou novo modelo aser vendido em um mercado j suprido pela firma; o outro a diversificao das atividades, que corresponde insero em mercados dos quais no participava at ento. Conclui-seentoqueestesmovimentosimplicamqueafirmasemovaparaforadoseu mercado corriqueiro, atravs da realizao de investimentos em um novo empreendimento. A introduodeinovaesenovosprodutosimplicanamudanadospadresdecompetio. Adicione-seaindaque onveldeengajamentodeumaindstriaem diferenciaotambm afetadopeloritmodeavanodoconhecimentocientficorelacionadoaosprodutose processos produtivos do setor. Observa-se um circulo virtuoso, na medida em que d origem a umnovopadrodecompetionaindstria.Adiferenciaodeprodutoimplicana necessidadedabuscacontnuadeinovaes.Esteprocessogeraseleonaturalentreas empresas,derivandoemmaiorcrescimentosquemelhorseadaptaremaosnovospadres, enfraquecendo as que no acompanham o processo evolutivo. De fato, como sugerido anteriormente, o processo de diferenciao de produto que resultanacompetionointeriordaindstriaedosesforosindividuaisdasfirmas parasobreviverecrescertendeacausar,aomesmotempo,umaumentoda demanda pela indstria como um todo (GUIMARES, 1981, p.53). Oautordestacaque,emgeral,firmasinovadorastendemaauferiraltastaxasdelucro,por perodosrelativamentecurtos,emrazodocartertemporriodainovao,quetendeaser 502imitada peloscompetidores. Na medida em que o processo de inovao comuma todas as firmasde umaindstria,aconteceumfortalecimentosbarreirasdeentrada,e propiciauma taxadelucroelevadaparaosetorcomoumtodo.Istopodegerarumaacumulaointerna excedente que no pode ser aplicada na prpria indstria em que gerada, proporcionando o encaminhamento diversificao. lcito,segundoGuimares(1981),sugerirqueabasetecnolgicaeareade comercializao da firma definam seu horizonte de diversificao. Uma vez que o processo de diversificao tende a aumentar o nmero de bases tecnolgicas e de reas de comercializao emqueelaopera,resultadesseprocessoque,quantomaisdiversificada,maisamploseu horizonte e mais fcil prosseguir nesse processo. Paraatenderaspectosligadosessencialmenteaomercado,ouseja,orelacionamentodas empresascomseusclientescomvistasabenefciosmtuos,Kotler(2005)esclarecequeo marketingdestina-seaidentificarasnecessidadeshumanasesociaiseatende-laseasua definiomaiscurtademarketingatendersnecessidadesdemaneiralucrativa. (KOTLER, 2005, p. 3). Na viso de Guimares (1981) observa-se a preocupao com a evoluo dos produtos atravs deinovaesconstanteseseusefeitosquantoevoluodosmercadosque,segundoele, promoveumcirculovirtuosopromissorparatodososatores.JKotler(2005),tratada questoevolutivados produtoseservioscomoferramentaderelacionamento,comvistasa resultados, que so obtidos atravs do atendimento de necessidades e suprimento de satisfao aoconsumidorfinal.Observa-seporpartedeste autor, portanto,visomuitomaisdetalhada quanto ao relacionamento entre produo e consumo. Tanto assim que ele define o escopo do marketing em dez grupos, a saber: bens, servios, experincias,eventos, pessoas, lugares, propriedades, organizaes, informaes e idias. Enquanto a estratgia cuida da produo de bens e servios para o suprimento da demanda, o profissional de marketing responsabiliza-se pelogerenciamentodessademanda,quepodeapresentar-sedeseisformas:aprimeira,que podesernegativa(produtoouservioinicialmenteevitado);asegunda,quepodeser inexistente(produtoouserviodesconhecido);aterceira,queademandalatente (necessidadequenoconseguesersupridapelosprodutosexistentes);quarta,demanda irregular (varivel por diversas sazonalidades); quinta, demanda plena (que atende plenamente 503o nvel de demanda) e, sexta e ltima, demanda excessiva (nvel de demanda mais alta do que se pode atender). Outra definioconceitualrelativaaomarketingapresentada:...marketingumprocesso societal por meio do qual indivduos e grupos obtm aquilo de que necessitam e que desejam comacriao,a ofertaealivrenegociaode produtoseservios.(KOTLER, 2005, p.6). Paratantoexisteummercadoonde,deumladoencontram-seosofertantesedeoutroos adquirentes de produtos. Entre estes entes existe a diversidade e complexidade de produtos e servios e de outro a necessidade e os desejos do pblico. Operar marketing aproximar estas partes de forma a atingir os melhores resultados possveis para todos os envolvidos. Operar marketing cuidar de um imenso nvel de detalhamento. Alguns deles so, mercados-alvoesegmentao,necessidades,desejosedemandas,produtos,ofertaemarca,valore satisfao.Nestesentido,PereseFreitas(2005)tratamdaquestodovaloreapuramque, dentreosvriosativosintangveispertencentesempresa,osclientesrepresentamomais preciosoedifcilvalorasermensurado.Mediropotencialdelucratividadepossveldeser oferecido por um cliente tambm uma das etapas do marketing, quando se trata de conceitos comosatisfao,valoreretenodocliente,aotrabalharcomparceriaspormeioda administrao do relacionamento com o parceiro desenvolvido por Kotler (2005). A estratgia de marketing nas empresas abrange, segundo Webster (1997), aes simultneas decultura,estratgiasetticas.Enquantocultura,estasaessoexpressascomoum conjunto de valores e crenas que dirigem a organizao a um comprometimento em servir as necessidades da clientela. A importncia dos clientes no crescimento da empresa reconhecida tanto pelos empresrios quantopelosprofissionaisdemarketing.Advidaatualseaestratgiadaempresa continuarfocadanaobtenodecadavezmaisclientesounaatenoaosclientesj conquistados. Atpoucotempoatrs,oclientesecontentavaemadquirirprodutos,mesmoqueisso significasse nenhuma personalizao. Esse formato foi criado na II Revoluo Industrial, que proporcionousempresasproduoemmassadespejandonomercadoseusprodutos padronizados. Atualmente, porm, o consumidor est mais exigente: busca produtos, servios 504eatendimentopersonalizado.Essamudanadecomportamentofezcomqueasempresas repensassem suas estratgias mudando o foco do produto para o cliente. Outro fator decisivo noinvestimentoparaafidelizaoocustodespendido.Aempresapodeaumentarseus lucrosvendendoparamenospessoas,segundoPepperseRogers,(1996).Solomon(2002) comentaqueasmarcasquedominamomercadoondecompetem,chegamaser50%mais rentveisdoqueseusconcorrentes.Peppers(2005)mencionarelatriodaMcKinsey,de dezembro de 2004, que mostrava que o gasto mdio para adquirir um cliente era de US$100 e para manter um cliente, de US$10. Conhecer o comportamento do consumidor como o estudo dos processos envolvidos quando indivduos ou grupos selecionam, compram, usam ou dispem de produtos, servios, idias ou experinciasparasatisfazernecessidadesedesejos(SOLOMON-2002,p.24),torna-se importante,nomomentoemqueasempresasvmdespendendovaloressignificativospara atrair a ateno dos clientes, seja em anncios de revistas e jornais ou publicidade em redes de televiso, ou ainda patrocinando eventos esportivos, etc. Para a eficcia das estratgias do marketing corporativo toda a empresa deve estar orientada para esta ao. Marketing,essencialmente,umaatividadecorporativaqueenvolveo planejamentoeaexecuodaconcepo,determinaodepreo,promooe distribuio de idias, produtos e serviosem uma troca que no apenas satisfaz s necessidadesatuaisdosconsumidores,mas,tambm,antecipaecriasuas necessidades futuras com determinado lucro. O Marketing no apenas muito mais amplo do que a venda. Envolve a orientao de toda a empresa para a satisfao do consumidor em um ambiente competitivo. (ROCHA, 2005, p.24) Apesar disso as empresas devem constantemente rever as estratgias de marketing utilizadas, poisomercadoestemmudanaconstanteeasorganizaesdevemacompanharestas alteraes para no se tornarem ultrapassadas, como afirma Kotler (2001). O que acontece nos dias dehoje que os mercados esto mudando mais rpido que as estratgias de marketing. Atualmente,grandepartedasestratgiasdemercadodasempresasencontram-setambm obsoletas. Segundo Mainardes (2003), trabalhar com marketing organizacional ou marketing corporativo estaremconstanteavaliaodoenvolvimentodetodos(oscolaboradores)noprocessode construodosvaloresdeumamarca.Adissonnciadevaloresdentrodeumaorganizao 505podeconstrangeroconsumidorelevaraofracasso um projeto, um produto ou uma simples comunicaoaomercado.Nopossvelconstruiramarcacorporativanumambientede valores mltiplos e objetivos dispersos e mutantes. 2.4.CONGRUNCIASEDISCREPNCIASDAESTRATGIACOMPETITIVAEO MARKETINGCORPORATIVO,COMVISTASAOSUCESSOORGANIZACIONAL, SEGUNDO ESTE ESTUDO TERICO McCarthyePerreault(1997)definemoplanejamentoestratgicocomoumprocesso administrativodestinadoamanteroequilbrioentreosrecursosdeumaorganizaoesuas oportunidades de mercado. um trabalho da alta administrao que inclui no apenas o planejamento das atividades do marketing, mas tambm produo pesquisa e desenvolvimento e outras reas funcionais. [...] osplanosdodepartamentodemarketingnosoosplanosdetodaaempresa,poroutro lado,osplanosdaempresadevemserorientadosparamarketing.Osplanosdogerentede marketingpodem dar o tome a direo para toda a empresa. Assim usaremos planejamento estratgicoeplanejamentoestratgicodemarketingcomomesmosignificado (McCARTHY e PERREAULT, 1997, pg. 43). Planejamentoestratgicodemarketing,concluemosautoresacima,significaencontrar oportunidades atraentes e desenvolverestratgiasde marketing rentveis. O planejamento de marketing compreende: - Fixao de objetivos; - Avaliao de oportunidades; - Planejamento de estratgias de marketing; - Desenvolvimento dos planos de marketing; - Desenvolvimento do programa de marketing. Ferrell et al (2000) em sua obra dedicada administrao de marketing estratgico, enfatizam a necessidade da perfeita integrao das estratgias e planos de marketing com a misso e as metas da organizao, e os planos das outras reas funcionais. Desenvolver uma estratgia de marketingimpossvelsemqueasmetaseosobjetivosorganizacionaisedemarketing estabeleamosresultadosespecficosquedevemseratingidospormeiodoplanode marketing (FERRELL e outros, 2000, p. 20). 506OprocessodeplanejamentoestratgicodemercadodescritoporFerrell(2000)integraa gesto estratgica da organizao, e contempla as seguintes etapas: - Anlise dos ambientes interno, externo e dos consumidores. - SWOT - Anlise das foras e fraquezas internas e das oportunidades e ameaas externas. - Misso, metas e objetivos organizacionais. - Estratgia corporativa ou estratgia das unidades denegcio. (afetam todas as reas funcionais da organizao, marketing, finanas, produo recursos humanos, etc.). - Metas e objetivos de marketing: estratgia de marketing, implementao, avaliao e controle e plano de marketing. Toledo(2003)comparaqueenquantoPorterclassificaasestratgiaspurascomo diferenciao,lideranaemcustoefocoouconcentrao,Kotlerclassificaasestratgias como de marketing diferenciado, no diferenciado e marketing concentrado. A diferena entre elas so consideraes de pontos de vista distintos, porm ambas acordam no sentido que h a competio; uma luta em que a principal arma utilizada a estratgia competitiva. Esta, para sersustentada,tem queguardar umavantagemcompetitivaquesebaseiafundamentalmente em relacionamento e fidelizao dos clientes para criar valor final. JLambin(2000)consideraqueomarketingestratgicopressupeaanlisesistemticae permanentedasnecessidadesdemercadoedesenvolvimentodeconceitoseprodutoscom bom desempenho destinados a grupos de comprados especficos e que apresentam qualidades distintivasqueosdiferenciamdosconcorrentesimediatos,assegurandodestemodoao produtorumavantagemconcorrencialduradouraedefensvel.Omarketingoperacionalse refereorganizaodeestratgiasdedesenvolvimentocujoobjetivodaraconhecere valorizarjuntoaoscompradorespotenciasasqualidadesdistintivasreinvidicadaspelos produtos oferecidos, reduzindo assim os custo de prospeco dos compradores. E por fim, para Day (2001) uma empresa deve, basicamente, compreender o seu mercado para melhor desenvolver sua estratgia. Ser orientado para mercado significa obter uma capacidade maiselevadadecompreender,atrairemanterclientesimportantes.Issosebaseiaemtrs pontos-chave: 5071)apresenadeumaculturaorientadoparamercado-aqualidadepassaaserum esforocoletivoaoinvsdeumafrasemecnicaeequipestransfuncionaisso mecanismos de aperfeioamento ao invs de uma perda de tempo; 2) o papel das aptides - uma empresa voltada ao mercado possui aptides superiores parasentiromercado,l-loecompreend-lo.Elatambmsesobressaiaose relacionar com o mercado criando e mantendo relacionamentos com os clientes; 3)estrutura contextodosprocessosorganizacionaisemqueaculturaeasaptides esto encaixadas. Segundo este autor o sucesso competitivo vem quando esses trs fatores esto alinhados com uma meta de alto valor e a se tem uma verdadeira organizao voltada ao mercado. Com base em todos os conceitos acima apresentados, importante verificar as congruncias e discrepnciasentreaestratgiacompetitivaeomarketingcorporativo,queoobjetivo central deste estudo. 3. CONCLUSES Apartirdesteestudotericopodemserabstradasalgumasconclusesqueredundamna importncia,tantododelineamentodasestratgiascompetitivasquantodomarketing corporativo.Enquantoasestratgiasobjetivamimprimirodirecionamentofuturodas corporaes,deformaamplaeabrangente,omarketingcorporativotemporfimapoiaras decises estratgicas, ajustando a sintonia entre a organizao e os clientes, fazendo com que estes sejam atrados e consumam os produtos e servios colocados no mercado. Suporta esta afirmaoacitaodeKotler(2005)item2-3acimaquandoafirmaqueomarketing destina-se a identificar as necessidades humanas e sociais e atende-las e a sua definio mais curta de marketing atender s necessidades de maneiralucrativa. (KOTLER, 2005, p. 3). Sabe-seque,dentreoutrosobjetivosestratgicos,olucroprimordial,porproporcionar organizao condies de crescer e perenizar-se: pode-se concluir ento que o marketing um meio de atender objetivos estratgicos, atravs da supresso de necessidades do consumidor. Outro aspecto a considerar e que visa caracterizar bem a posio do marketing em relao s estratgias corporativas, o fato de que, enquanto a estratgia cuida da produo de bens e serviosparaosuprimentodademanda,oprofissionaldemarketingresponsabiliza-sepelo 508gerenciamentodessademanda(item2-3).Talafirmaoparecebastanteesclarecedora quantosfunesdoplanejamentoestratgicoedomarketingcorporativo:enquantoo primeiroabrangente,osegundocuidadodetalhamentoedasrelaesentreosobjetivos internosdecrescimentoeosobjetivosdosconsumidores,comvistasaatenderinteresses comuns e complementares, ou seja, resultado para a organizao e satisfao dos clientes. Aquestodaevoluotecnolgica,cadavezmaisveloz,equevemapresentandomuitas vezesefeitosderuptura, desenvolvecadavezmaisdiversidadeecomplexidade. tarefada gestomodernaincentivarepromoverodesenvolvimentodenovosprodutos,serviosou novastcnicasdegesto:estecomportamentodevesempreestarpresentenosplanosdos estrategistas. Gerir o resultado dessa complexidade decorrente de estratgias inovadoras como citado neste estudo funo do marketing corporativo. Sem esta funo, corre-se o risco das organizaesproduziremestratgiasvencedoresnoambienteinternoesucumbiremnassuas relaes com o mercado, pela falta de gerenciamento da interface entre corporao e mercado, aspecto que tambm deixa claro o papel das duas funes aqui estudadas. Cabe ainda ao marketing e talvezesteseja seu principal papel operacional medir o nvel desatisfaodocliente.Semestaimportantefunoascorporaes,apesardebem estruturadasestrategicamente,podemestarcorrendoriscosemrelaoconcorrnciaou comprometendoperformancefutura,aonoconheceremosresultadosdassuasofertasno mercado.Questescomomarca,conceitodeproduto,nveldepercepodaqualidadedas ofertas entre outros aspectos, podem ter seu valor comprometido no mdio e longo prazos se nohouver acompanhamento efetivo e se estafuno que de responsabilidade da estrutura domarketingcorporativonobemexecutada,segundoKotler(2005).Expressa-se claramente aqui a funo do marketing como uma ferramenta que estabelece as relaes entre empresaemercado,aproximandoestesdoisentesnoqueserefereaocomportamentodo mercadoedaspessoas.Pode-seafirmarquesuafunocuidardosaspectospsicolgicos destasrelaes,humanizandoosnegciossemdescasardosobjetivosmercadolgicosde resultados. J as estratgias competitivas objetivam otimizar as relaes empresarias ampliando negcios de forma a proporcionar competitividade, e isso possvel desenvolvendo boas relaes com osstakeholders.Trabalharprocessosquepossamgerarvantagenscompetitivascomopor 509exemplorelacionar-secomosmelhoresfornecedores,obterasmelhoresmatriasprimas pelospreosmaisajustadospossveis,traarestratgiasvencedorascomterceirizadose colaboradores so alguns exemplos, enquanto que o marketing corporativo traa as estratgias derelacionamentoentreacorporaoeoclientefinalapartirdeprocessosanalticosde avaliao dos produtos e servios e seu composto. Conclui-seentoquehcomplementaridadeentreasestratgiascompetitivaseomarketing corporativo.Estaconvivnciaseddeformatointensa,quepode-seafirmarqueasua coexistncia fator fundamental para o crescimento destacada das organizaes de sucesso. REFERNCIAS ANDERSON, Carol H.; VINCZE, Julian W.Strategic Marketing Management. Houghton Mifflin Company, 2000. ANSOFF, Igor. 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