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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
BRUNO ALVES DE ALMEIDA
ECONOMIA CIRCULAR: CRIAÇÃO DE VALOR PARA SUPERAR BARREIRAS
São Paulo
2020
BRUNO ALVES DE ALMEIDA
ECONOMIA CIRCULAR: CRIAÇÃO DE VALOR PARA SUPERAR
BARREIRAS
Monografia apresentada ao PECE– Programa de Educação Continuada em Engenharia da Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo - como parte dos requisitos para a conclusão do curso de MBA em Tecnologias Digitais e Inovação Sustentável.
Área de Concentração: Tecnologias digitais e Inovação Sustentavel
Orientador: Prof.ª Dr.ª Talita Rosolen
São Paulo
2020
[verso da folha de rosto]
FICHA CATALOGRÁFICA
[Colocar na versão final do trabalho. Verificar como fazer em Diretrizes para
Apresentação de Dissertações e Teses. Escola Politécnica da USP]
[Colocar a Ata de Avaliação - PECE]
“Progresso é impossível sem mudança, e aqueles que não
podem mudar suas mentes não podem mudar nada”
Gerge Bernard Shaw
RESUMO
Esta monografia tem como objetivo, através de pesquisa básica de literatura, analisar
as diversas definições de economia circular, correlaciona-las e também elencar
aquelas que são, para os autores, as barreiras que impedem o desenvolvimento deste
modelo economico, que possivelmente substituirá o modelo linear atual.
Além disso, o texto traz ao leitor aquelas que seriam as formas de se criar os valores
desejados e tornar a transição do modelo linear para o circular possível.
Entende-se que são cinco as barreiras principais. As de cunho técnico, que envolvem
desenvolvimento, adaptação fabril, enfim, todas aquelas que envolvem o
desenvolvimento de novos produtos. As de origem burocrática, que envolvem todos
os assuntos relacionados a legislação e criação de regulamentos para o novo modelo
e um terceiro grupo, as barreiras culturais, que englobam conceitos e preceitos de
cada individuo. Há também as barreiras tecnológicas, que tem relação com a melhora
da tecnologia e a aplicação delas em novos modelos de negócio e por último as
barreiras econômicas, que falam sobre a dificuldade de se medir a viabilidade
econômica da transição.
Palavras-chave: Economia circular, barreiras, modelos de negócio, criação de valor
ABSTRACT
This paper aims, through basic literature research, to analyze the various definitions of
circular economiy, correlate them and also list those that are, for the authors, the
barriers that prevent the development of what could be the economic model that will
replace the actual linear model.
In addition, the text brings to the reader what would be the ways to create the desired
values and make the transition from the linear to the circular model possible.
It is understood that there are five main barriers. Those of a technical nature, which
involve development, factory adaptation, in short, all those that involve the
development of new products. Those of bureaucratic origin, which involve all matters
related to legislation and creation of regulations for the new model and a third group,
cultural barriers, which encompass concepts and precepts of each individual. There
are also technological barriers, which are related to the improvement of technology
and their application in new business models and, finally, economic barriers, which talk
about the difficulty of measuring the economic viability of the transition.
Keywords: circular economy, barriers, business models, value creation
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1: Transição da economia linear para economia circular................................15
Sumário
1. INTRODUÇÃO................................................................................................10
1.1 Objetivos.........................................................................................................11
1.1.1 Objetivo Geral............................................................................................11
1.1.2 Objetivos Especificos...............................................................................11
1.2 Método de pesquisa........................................................................................11
1.3 Estrutura do trabalho......................................................................................11
2. ECONOMIA CIRCULAR.................................................................................12
2.1 Pilares da Economia Circular..........................................................................15
3. BARREIRAS DA ECONOMIA CIRCULAR.....................................................16
4. CRIAÇÃO DE VALOR PARA SUPERAR BARREIRAS................................19
5. CONCLUSÕES...............................................................................................23
6. BIBLIOGRAFIA...............................................................................................25
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1. INTRODUÇÃO
A economia circular é um conceito baseado em diferentes bases de pensamento e
teorias que questionam o sistema econômico linear (extrai-produz-descarta), isso
porque tratamos as matérias primas e o modo como lidamos com elas da mesma
forma desde a primeira revolução industrial.
Para Ohde (2018) a maneira como tratamos os recursos naturais é uma das poucas
coisas que não mudaram desde a revolução industrial.
As empresas reconsiderarão como desenham seus produtos e ao invés de vender e
esquecer os produtos, as corporações passarão a usar os produtos como
oportunidade para criar valor e se relacionar com seus clientes por muito tempo
(WEETMAN, 2019).
Olhando além do horizonte da sustentabilidade do meio ambiente, a economia circular
traz benefícios econômicos e estratégicos para os negócios, fato esse que tem
ganhado cada vez mais adeptos dentro e fora das universidades (WEETMAN, 2019).
Segundo a Fundação Ellen MacArthur (2015), estima-se que o potencial de economia
financeira das matérias primas dentro da indústria europeia, somado ao
desenvolvimento tecnológico e inovação organizacional, geraria um aumento de 3%
na produtividade o que representa 1.8 trilhões de euros.
Mas além disso, o modelo circular reduziria a demanda por matérias primas virgens,
o que ajudaria na redução da volatilidade dos preços e no aumento dos empregos.
A adoção de modelos circulares na base dos negócios, poderá criar milhares de
empregos (BASTEIN ET AL., 2013).
Para Rizos (2015), os benefícios da adoção de modelos circulares são óbvios, mas
há diversas barreiras a serem superadas, como a dificuldade de avaliar os benefícios
futuros frente aos custos atuais, falta de conhecimento, barreiras tributárias e legais.
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1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo Geral
O objetivo geral deste estudo é analisar conceitos que possam contribuir para o
conhecimento e melhor entendimento dos conceitos da economia circular, os fatores
que impedem a transição e as possíveis soluções.
1.1.2 Objetivos Específicos
• Contextualizar o conceito de economia circular, sua evolução e os elementos
chave deste novo modelo de se fazer negócio.
• Compreender quais são os pilares da economia circular.
• Identificar as barreiras, que impedem a transição do modelo linear para o
circular.
• Entender quais são os fatores que possivelmente ajudarão na mudança de
paradigma.
1.2 MÉTODO DE PESQUISA
A metodologia aplicada a esta obra foi uma pesquisa cientifica, onde há um
aprendizado e aprofundamento no tema proposto, mas não houve aplicação pratica.
Tem como objetivo explorar o tema, coletar dados, identificar os pontos centrais e
entender os caminhos a serem tomados, através de uma revisão narrativa de
literatura.
1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO
O trabalho apresentado esta dividido da seguinte forma:
No capítulo dois são apresentados diversas definições de economia circular.
No capítulo três são apresentadas as barreiras, que impedem a consolidação da
economia circular como modelo econômico viável.
No capítulo quatro são apresentadas as formas de criar valor e superar os possíveis
entraves.
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2. ECONOMIA CIRCULAR
De acordo com Ohde (2018) o conceito de economia circular, surgiu na década de
1970 e ganhou destaque anos mais tarde, com o desenvolvimento teórico de outras
linhas de pensamento como a economia de serviços de Walter Stahel, cradle-to-cradle
de William McDonough e Michael Braungart, a biomimética desenvolvida por Janine
Benyus, a ecologia industrial de Reid Lifset e Thomas Graedel, o capitalismo natural
de Amory e Hunter Lovins e Paul Hawken e a abordagem de Economia Azul de Gunter
Pauli.
O termo foi incialmente cunhado para ser uma alternativa ao modelo linear, existente
desde a primeira revolução industrial e que se baseia na extração de matérias primas,
produção de bens e descarte deles, sem levar em consideração os impactos.
Weetman (2019) reforça, explicando que para Walter Stahel, a economia de serviços
tem como objetivo vender serviços e não bens, internalizando custos e sob a premissa
de design, inovação técnica e comercial e tem como pilares a conservação da
natureza, limitação da toxicidade, maior produtividade dos recursos, ecologia social e
cultural.
Discorre ainda sobre o capitalismo natural, que, dentro do imaginário dos autores,
seria como uma nova revolução industrial, onde os interesses ambientais e
empresariais são aliados e possibilitam as empresas, ao mesmo tempo, aumentarem
seus lucros, ajudem a resolver os problemas do ambiente e saibam mensurar quais
são seus impactos (WEETMAN, 2019).
Ressaltam que o propulsor das revoluções industriais que antecederam a esta utopia,
foi a produtividade humana, mas atualmente, ambos, tecnologia e pessoas, são
recursos abundantes, já recursos naturais, não. Esta teoria tem como pilares a
produtividade dos recursos naturais, utilizar modelos e materiais inspirados na
biologia, adotar modelos de negócios de fluxo contínuo e reinvestir em capital natural
(WEETMAN, 2019).
A autora continua e diz que a ecologia industrial é o mesmo que a preservação dos
materiais e da energia dispendida em um produto e tem como objetivo ajudar as
empresas na compreensão de como utilizam as matérias primas , como monitoram os
fluxos de materiais, energia e água, e como se responsabilizam pelo produto em seu
ciclo de vida. Para a autora, quando se fala de economia azul, entende que são
premissas baseadas na física que utiliza sistemas naturais de nutrientes, matéria e
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energia como modelo ideal; para a economia azul não há resíduos e qualquer produto
pode ser fonte de um novo produto (WEETMAN, 2019).
Ainda para Weetman (2019) o termo cradle o cradle descreve a importância de tratar
os materiais como nutrientes biológicos ou técnicos e de estender a vida útil de tais
matérias. Ambos incentivam o pensamento sistêmico na adequação do design para
ser regenerativo. Eles acreditam na ecoeficácia e não na ecoeficiência e tem como
princípios a saúde dos matérias, a reutilização dos materiais, energias renováveis,
manejo correto da água e justiça social. Finalizando a lista de teorias, a autora cita a
definição de economia circular, proposta pela Fundação Ellen MacArthur, empresa
que trabalha junto a empresas, governos e instituições de ensino com o intuito de
acelerar essa transição tão necessária. Os princípios que baseiam essa teoria são:
resíduos são sinônimo de alimento, aumente a resiliência através da diversidade,
utilize energias renováveis e pense em sistemas.
Para Fundação Ellen MacArthur (2015) a economia circular é uma alternativa ao
modelo econômico atual que tem como objetivo redefinir a noção de crescimento, com
foco em benefícios para toda sociedade. Isto inclui, desvincular a atividade econômica
do consumo de recursos finitos e eliminar resíduos do sistema. Tem como base a
migração para fontes renováveis de energia e constrói, não só capital econômico, mas
também, natural e social.
Sendo assim, em uma economia circular, a atividade econômica contribui para o
desenvolvimento do sistema, independentemente de seu tamanho e a transição não
se restringe a apenas reduzir impacto, mas sim de uma mudança que terá impacto no
longo prazo, com bases sólidas. O modelo faz também distinção entre dois ciclos:
técnicos e biológicos, e, este segundo é aquele onde o consumo acontece, isto porque
materiais de base biológica são projetados para retornar ao sistema (FEMA, 2015).
Corroborando com esta definição, a The British Standard Institution (2017) traça seis
princípios da economia circular; o primeiro é o pensamento sistêmico, que nada mais
é do que entender o impacto da atividade humana no sistema. O segundo princípio é
a inovação, e isso quer dizer, repensar a gestão dos recursos para criação de valor, o
terceiro princípio é a gestão, ou seja, se tornar responsável pelos efeitos em cadeia
que possivelmente serão gerados a partir das decisões tomadas.
O quarto princípio é a colaboração, ou seja, assegurar os benefícios sistêmicos
através da cooperação, já o quinto princípio é a otimização de valor, que diz respeito
a manutenção da qualidade dos materiais. Sexto e último princípio é a transparência,
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pois é necessário ser e estar aberto e honesto sobre as barreiras e benefícios da
economia circular (THE BRITISH STANDARD INSTITUTION, 2017).
Korhonen et al. (2018) quando abordam a economia circular tratam a mesma como
uma resolução que visa o desenvolvimento sustentável a fim de proteger o ambiente
e facilitar o desenvolvimento econômico sustentável, equilibrando a balança entre o
ciclo dos produtos, e todos os stakeholders envolvidos na cadeia.
Corroborando com essa afirmação Kraaijenhagen et al. (2016) abordam a economia
circular como aquela onde os stakeholders trabalham em grupo para melhorar o valor
agregado dos produtos e simultaneamente reduzir o esgotamento dos recursos
naturais, gerando impactos sociais e ambientais positivos.
Homrich et al. (2018) reforçam este conceito com a ideia de que a economia circular
é um modelo alternativo que considera nutrientes biológicos e técnicos com o intuito
de serem reutilizados continuamente e diminuir a dependência do reabastecimento de
novos materiais.
Em complemento, Silva (2016) aborda o modelo como uma equação entre impactos
ambientais e ganhos financeiros na produção de um bem, que tem como objetivo
potencializar a eficiência de produtos remanufaturados para criar um sistema fechado,
onde um produto ao invés de ser descartado, será utilizado na produção de um item
novo.
O conceito trazido por Ribeiro e Kruglianskas (2015) reforça esta definição quando diz
que a economia circular não foca na eficiência do processo (produção limpa), mas sim
no desenho dos produtos, de forma a facilitar a reutilização dos produtos por diversas
vezes, de forma cíclica, mantendo o valor da matéria, o que auxiliaria numa mudança
de padrão de consumo, influenciando na utilização de produtos melhores e mais
duráveis.
Para Luz (2017) a economia circular tem a característica de mimetizar sistemas
naturais, considerar novos tipos de transações comerciais e empresarias e influenciar
positivamente uma mudança nas responsabilidades e na forma de obter lucros.
Sendo a economia circular um modelo relativamente novo, temos, diversas definições,
mas todas de alguma forma se complementam e estão de acordo dentro de suas
próprias definições.
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Fonte: (Ministério da Infraestrutura e Meio Ambiente e Ministerio de Assuntos Economicos da Holanda; 2016) Figura 1: Transição da economia linear para a economia Circular
2.1 PILARES DA ECONOMIA CIRCULAR
A fundamentação da economia circular, segundo (FEMA, 2015) tem base em três
pilares fundamentais:
O primeiro pilar fala sobre a preservação e aprimoramento do capital natural
controlando o estoque finito e equilibrando os fluxos de recursos renováveis. Trata-se
deste assunto como a dissociação entre produtos e serviços, valendo-se de entregas
virtuais sempre que possível, ou seja, se há a necessidade da utilização de recursos,
os seleciona com inteligência e parcimônia, mas da sempre preferência para
processos e tecnologias que utilizam recursos renováveis ou com melhor
desempenho. Fala-se também, que este modelo melhora o capital natural, pois
estimula os fluxos de nutrientes dentro do próprio sistema e cria as condições
propicias para a regeneração do ambiente.
O segundo pilar diz da otimização do rendimento de recursos, estimulando a
circulação de produtos, componentes e materiais com o nível mais alto de excelência
o tempo todo, no ambiente técnico e no ambiente biológico. Esse conceito se explica,
basicamente, por criar para ser remanufaturado, renovado ou reciclado, de forma que
os componentes e materiais técnicos continuem a contribuir para a economia.
Prioriza-se os menores circuitos internos (ex.: manter ao invés de reciclar) para que
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se poupe energia e se preserve os valores intrínsecos de materiais e componentes
(FEMA, 2015).
O sistema aumenta também o número de ciclos consecutivos e/ou tempo dedicado a
cada ciclo, prolongando assim a vida útil dos produtos e aumentando a sua
reutilização (FEMA, 2015).
O sistema circular também incentiva a reinserção de nutrientes biológicos no ambiente
para decomposição, com o objetivo de transformá-las em matéria prima para um novo
ciclo; neste ciclo os produtos são desenvolvidos para serem consumidos ou
metabolizados pela economia e recuperar novos valores dos recursos. Para os
materiais biológicos a base da criação de valor está na extração de mais valor dos
produtos e materiais aproveitando-os em outras aplicações. Neste ponto, não há muita
diferença do sistema linear, a não ser pelo aumento da produtividade se valer não só
do aprimoramento do sistema, mas também do não comprometimento da eficiência
(FEMA, 2015).
Por último, o terceiro pilar tem como base, estimular a efetividade do sistema
revelando e excluindo fatores externos negativos que se fazem presentes desde o
princípio. Isso quer dizer que há uma preocupação em reduzir os danos causados aos
sistemas e a gestão direta de eventos externos (FEMA,2015).
3. BARREIRAS DA ECONOMIA CIRCULAR
Como toda grande mudança, a transição para uma economia circular traz consigo
uma série de barreiras e enfrenta resistências em várias frentes diferentes e essas
precisam ser identificadas e trabalhadas uma a uma para que a adesão do modelo
circular em contrapartida ao linear seja coerente.
Para Ohde (2018) são diversas as barreiras enfrentadas, cada qual com sua origem,
mas de maneira geral, podem ser agrupadas em três grupos distintos. No primeiro
grupo estão as barreiras técnicas, que são aquelas relacionadas ao desenvolvimento
dos produtos, seu design, processos estabelecidos, e máquinas disponíveis. Esta
categoria de barreira surge na indústria e em sua cadeia de fornecedores.
O autor ilustra essa retorica com os dizeres:
“Existem máquinas fantásticas para a extração de matéria prima da natureza, mas as máquinas fantásticas de reciclagem ainda serão criadas. Os artigos não foram pensados para reuso, reparo ou reciclagem. É mais complexo
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desmontar um produto do que monta-lo. Em alguns casos, é muito mais barato fazer um novo produto do que simplesmente fazer a logística reversa
de outro defeituoso” (OHDE, 2018. p. 53).
Obvio que toda mudança exige uma nova atitude e é deste ponto que deve-se partir.
O mercado usou das regras vigentes para ditar a eficiência das empresas e cabe aos
consumidores ditar as regras as quais querem seguir. Segundo o mesmo autor, no
segundo grupo estão as barreiras burocráticas, que são aquelas dentro de uma
estrutura legal e tributária que envolvem todo fluxo dos produtos (OHDE, 2018).
Por terem sido pensados dentro de um modelo linear, a documentação processual, foi
pensada para atender a um fluxo que só considera a ida dos produtos e não a volta;
da produção ao descarte, sem, inclusive, considerar outras formas do comercio como
a venda de consumidor para consumidor, a venda de empresas para empresas, de
empresas diretamente para consumidores e eventualmente a venda dos
consumidores para as empresas. Essas burocracias, não são criações,
necessariamente de legisladores, muitas delas, na verdade são processos criados por
empresas e que travam a aplicação dos conceitos circulares dentro delas (OHDE
2018).
Por último, o autor descreve o grupo das barreiras culturais como fator de entrave para
a disseminação da economia circular e cita:
“enquanto as outras duas tem relação com a indústria e com o poder público, a questão cultural envolve indústria, poder público e consumidor. Consequentemente é o obstáculo mais complicado de ser resolvido” (OHDE,2018.p. 56).
Neste ponto tiram-se duas conclusões, a primeira é simples, o consumidor não tem o
hábito de descartar o lixo corretamente, separar o lixo não é cultural e nem estrutural
e isso impacta diretamente na transição; outro ponto importante e mais complexo é
fazer com que o consumidor escolha o melhor produto sustentável baseados nas
informações técnicas. Este é um grande entrave, pois torna a decisão ainda mais
complexa (OHDE, 2018).
O autor finaliza citando uma quarta barreira, que é basicamente resultado das outras
três. A econômica. O processo reverso é mais caro do que o direto. Mas por ser
resultado das três anteriores, tecnicamente, se eles forem tratados, o valor tente a não
ser um problema (OHDE,2018).
Lemos (2018) reforça o argumento, expondo a necessidade de se legislar com o
objetivo de eliminar obstáculos, regular novas atividades econômicas e criar incentivos
para a economia circular. Isso porque as barreiras políticas e regulamentares são as
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mais relevantes para retirar os entraves burocráticos, e que para muito impedem o
desenvolvimento de um projeto tão ambicioso.
Para Ritzén e Sandstrom (2017) as barreiras existentes no processo de implantação
podem ser divididas em cinco grupos. Financeira, estrutural, operacional, tecnológica
e de atitude. A primeira estaria ligada, não só a lucratividade financeira, mas também
na dificuldade de medir os benefícios financeiros da economia circular.
As barreiras estruturais têm relação com conceitos que provavelmente se
complementam, que são a falta de clareza na hora de delegar as responsabilidades e
a perda de informações cruciais durante o processo; a barreira estrutural tem sua
natureza na dificuldade de gerenciamento da cadeia de suprimentos e de
infraestrutura (RITZÉN, SANDSTROM, 2017).
As barreiras tecnológicas estão ligadas ao desenvolvimento de novos produtos e a
integração desse novo design à cadeia produtiva e aos processos envolvidos. Por
último e possivelmente o mais importante está a barreira de atitude, que para as
autoras se relaciona com uma aversão do ser humano ao risco de mudança e com
uma percepção relativizada do que é a sustentabilidade (RITZÉN, SANDSTROM,
2017).
Segundo Rizos, Behrens, Kafyeke, Hirschnitz-Garbers, Iannou (2015) as barreiras à
adoção de um modelo circular são divididas em sete diferentes grupos, o primeiro,
chamado por eles de cultura ambiental, nada tem a ver com o meio ambiente, mas
sim com a cultura da empresa/gestores. Neste ponto não se faz distinção de quem é
quem, pois normalmente a cultura da empresa tem a cara e a opinião de seus gestores
e adotar modelos mais verdes de se fazer negócio depende de eles terem uma atitude
positiva frente ao tema.
A barreira financeira é abordada pelos autores por uma nova ótica, mas que
complementa as citações anteriores, pois traz a visão de que além do custo envolvido,
há uma maior dificuldade em calcular o tempo de retorno de tais investimentos e este
é um ponto muito sensível, já que negócios dependem de tais métricas para
sobreviver; a terceira barreira apontada pelos autores é a falta de apoio
governamental e legislação eficaz, pois nem sempre as regras vigentes facilitam a
integração de meios de produção melhores (RIZOS, BEHRENS, KAFYEKE,
HIRSCHNITZ-GARBERS, IANNOU, 2015).
Na sequência, é apontada como barreira, a falta de informação, pois o
desconhecimento dos benefícios das práticas circulares, levam as empresas a
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acreditarem que é caro implementar práticas ambientalmente eficientes e
desconsideram os ganhos financeiros potenciais. A carga administrativa é apontada
como barreira, pois incidem em tempo e recursos financeiros para serem cumpridas
e falta conhecimento e capacidade para cumpri-los e na sequência ainda reforçam
esta barreira com outra, a falta de conhecimento técnico, que impede diretamente as
empresas de se beneficiarem das oportunidades que surgem deste novo movimento.
Isto porque sem a capacidade técnica necessária, perde-se a capacidade de
identificar, acessar e implementar novas técnicas (RIZOS, BEHRENS, KAFYEKE,
HIRSCHNITZ-GARBERS, IANNOU, 2015).
Por último os autores trazem a falta de suporte das redes de demanda e fornecimento.
Esses como atores fundamentais na cadeia, não se conscientizam de seu papel no
desenvolvimento sustentável; não adianta entregar produtos verdes, se o próprio
processo de entrega não é sustentável e neste ponto, se valem do desconhecimento
ou falta de interesse dos consumidores, para eles próprio não adotarem novas
práticas (RIZOS, BEHRENS, KAFYEKE, HIRSCHNITZ-GARBERS, IANNOU, 2015).
No relatório From Rhetoric to Reality (2015) a consultoria Accenture aponta outras
barreiras para a adoção de uma estratégia circular. Uma delas é a falta de consciência
e a outra a falta de senso de urgência.
4. CRIAÇÃO DE VALOR PARA SUPERAR BARREIRAS
Para Rizos et al. (2015) o paço fundamental na superação das barreiras burocráticas
está em se colocar a sustentabilidade no centro das decisões e passar a legislar em
torno das metas pré-estabelecidas, com isso, haveria um destravamento para que as
empresas pudessem explorar as oportunidades de negócio existententes na
sustentabilidade.
Brady (2017) aponta o desenvolvimento de novas tecnologias como um facilitador
para que as corporações se engajem na transformação para uma economia circular;
da impressão 3-D até o barateamento das energias renováveis, passando pelos
biomateriais e também IoT, isso por que o avanço das tecnologias digitais permitem
que empresas processem e comuniquem mais dados internamente e com o mercado,
acelerando o processo de tomada de decisão.
No estudo “The Route to Circular Economy”, Houston, Casazza, Briguglio, Spiteri et
al. (2016) abordam alguns facilitadores que permitiriam a transição ocorrer de forma
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mais fluida. O primeiro ponto apresentado é de natureza regulatória, pois deveriam
ser criadas diretrizes especificas para gerenciamento do lixo, embalagens etc. que
dessem suporte a agenda circular e também certificados para produtos e serviços que
indiquem o baixo impacto ambiental.
O mesmo estudo aponta a necessidade de se criar métodos para mensurar a pegada
ambiental dos produtos e das empresas que os produzem, para que o mercado possa
medir o impacto dos ciclos de vida dos produtos como unidade e também das
empresas como organismos (HOUSTON, CASAZZA, BRIGUGLIO, SPITERI ET AL.,
2016).
Outro ponto importante é o investimento proveniente dos grandes bancos de
desenvolvimento. Do ponto de vista mercadológico há a necessidade de se criar
parcerias entre governos, empresas e institutos de pesquisa, para que as estratégias
circulares sejam priorizadas e incluídas nas estratégias nacionais e vista de maneira
positiva por todos os envolvidos na cadeia. Os autores ainda citam o engajamento dos
cidadãos com os fundamentos circulares, para que eles mesmos sejam capazes de
cobrar às autoridades em favor das transformações (HOUSTON, CASAZZA,
BRIGUGLIO, SPITERI ET AL., 2016).
O estudo “Unleashing the Power of the Circular Economy” (2013) reforça os conceitos
abordados anteriormente e lista outras medidas que impulsionariam o sucesso da
economia circular. O primeiro passo seria criar um indicador de performance circular
para que os stakeholders pudessem usar de incentivo para promover suas ações
dentro da cadeia de valor. Retirar os obstáculos legislativos para fomentar a
experimentação e a inovação através de suporte financeiro. Compilar e divulgar
negócios bem-sucedidos. Integrar os princípios circulares em programas acadêmicos.
Desenvolver junto as empresas uma visão de longo prazo e identificar dentro delas
riscos relacionados ao modelo linear e apesentar as oportunidades circulares
possíveis.
Para Lemos (2018) a adoção de novos modelos de negócio, como a venda de serviços
ao invés de produtos (Ex. Netflix), ou como o modelo onde o consumidor é também
produtor e ajuda a abastecer a rede de consumo (Ex. Devolver o excedente de energia
de uma produção residencial à rede para que possa ser comercializada).
Outro modelo de negócio viável com disponibilidade imediata é a criação de produtos
que sejam feitos para durar com o incremento de as empresas comprarem de volta os
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equipamentos usados. Implementar o compartilhamento e bens para diminuir a
ociosidade dos produtos disponíveis no mercado (LEMOS, 2018).
A Agência Europeia de Meio-Ambiente (2016) reforça a necessidade de se criarem
novos modelos de negócios e teoriza sobre o modelo baseado em serviço e
funcionalidades que está relacionado com a função e não com a posse de um produto.
Uma das variantes são o serviços orientados para produtos que tem a venda de
produtos no cerne da questão e inclui a manutenção e retorno de produtos usados
para o fabricante; outra variante são os serviços orientados para o usuário que
abrangem as estratégias de aluguel e compartilhamento por parte dos usuários, e uma
terceira variante apresentada são os serviços orientados pelo resultado que permitem
uma mensuração de resultados dentro e fora das empresas (AGENCIA EUROPEIA
DE MEIO-AMBIENTE, 2016).
Outro modelo apresentado no relatório é o de consumo colaborativo, que é baseado
na troca, empréstimo ou compartilhamento. O estudo traz por último o modelo de
negócios do tipo resíduo como recurso, que promove uma ligação entre setores e
ciclos através da criação de mercados secundários de comercio de matéria prima, o
que reduziria o uso de energia e materiais durante a produção e uso dos produtos
(AGÊNCIA EUROPEIA DE MEIO-AMBIENTE, 2016).
Além de novos modelos de negócio, a Agência Europeia de Meio-Ambiente (2016)
apresenta outros argumentos como pontos centrais da circularidade e esses pontos
reforçam os argumentos anteriores. A primeira medida é inovar as formas de
financiamento e investimento de modo que os novos modelos de negócio sejam
rentáveis e atrativos para aqueles que querem financiar ou inovar em novos modelos.
Outra medida importante é criar políticas inovadoras que suportem o novo modelo.
Por último o relatório apresenta a espinha dorsal do modelo e base para iniciar a
mudança; aumentar a vida útil dos produtos através do reuso e reparo. Isso porque
reusar conserva as características físicas das matérias primas e da energia utilizada
na produção (AGÊNCIA EUROPEIA DE MEIO-AMBIENTE, 2016).
Para Ohde (2018) são quatro os pilares para destravar o valor da economia circular e
permitir que a transição ocorra de maneira fluida. O primeiro pilar é a superação das
barreiras técnicas, isto é, superar barreiras relacionadas ao design dos produtos,
processos e ao maquinário disponível e pode ou não envolver um ou mais
fornecedores.
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Para o autor, por envolver um número reduzido de participantes, é a primeira barreira
que deve ser trabalhada. O segundo pilar é superar as barreiras burocráticas. Aqui
aborda-se a necessidade de se pensar nas estruturas fiscais e tributarias para o
sistema reverso. O terceiro pilar é a superação das barreiras culturais, que
provavelmente são as mais difíceis de serem superadas, pois envolvem não só
limitações estruturais do ambiente, mas também as crenças e hábitos das pessoas.
O quarto e último pilar é focar em um modelo de negócio que incentive um ambiente
de inovação, com foco no cliente e na melhoria constante dos processos
(OHDE,2018).
Para Weetman (2019) o desafio de se criar valor põe sob os ombros das empresas
um grande desafio que envolve design de produtos, novos processos e o
desenvolvimento de diferentes modelos de negócios. Para tal toda ajuda é bem-vinda
e a autora lista, o que ela chama de “capacitores”.
O primeiro capacitor é o pensar diferente, ou seja, levar para as organizações novas
formas de fazer o tradicional. Dentro dessas novas formas de fazer, a autora lista
aquelas que são as mais relevantes. A primeira delas é a biomimética que é uma
abordagem inovadora, que busca na natureza formas sustentáveis de superar os
problemas do cotidiano, através da arte de imitar a própria natureza
(WEETMAN,2019).
Outra abordagem é a química verde que “adota os princípios da economia circular,
baseada em inputs e processos de baixo carbono, mais limpos, sustentáveis e
renováveis; e preconiza produtos e materiais que sejam “nutrientes” no fim do uso –
recuperados, reutilizados ou reciclados com segurança, de modo a criar energia ou a
se biodegradar como “alimento” para a natureza, com segurança”. O pensamento
sistêmico é colocado como uma forma de se examinar os modelos adotados e levantar
quais pontos influenciam na eficácia e quais não. Outro conceito trazido na literatura
é a Inovação Frugal, que é colocada como uma estratégia disruptiva que tem como
objetivo a criação de mais negócios com mais valor social e menos impacto; rejeita o
design complicados e pede quatro atributos básicos: acessibilidade, simplicidade,
qualidade e sustentabilidade (WEETMAN, 2019).
A tecnologia é o grande capacitor da transformação. Vivemos na era da informação e
os dados são a nossa matéria-prima mais valiosa. A tecnologia, transformou e tem
transformado diversos setores tradicionais e a utilização dela, pode viabilizar por
completo a transição.
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A impressão 3-D, a descoberta de novos materiais, o desenvolvimento de plataformas
digitais, são formas conhecidas da “nova aplicação” da tecnologia, mas a autora traz
outras abordagens para o tema, como a manufatura aditiva que melhora a qualidade
e aumenta o uso da impressão 3D, a impressão 3D para suprir a demanda, melhora
na qualidade do design para impressão, o aumento na variedade de materiais
disponíveis para a impressão em três dimensões, personalização, enfim, diversas
abordagens diferentes para o uso da tecnologia e outras abordagens de produção
(WEETMAN, 2019).
Entre outros fatores a autora ainda discorre do uso de plataformas digitais, IoT,
Tecnologia autônomas, o uso de QR Codes e RFID, Big Data, Cloud. Por fim lista-se
aqueles que seriam os aceleradores do processo. São eles: a colaboração, avaliação
do ciclo de vida e certificações, finanças como foco em economia circular, o
gerenciamento do produto por parte dos governos (conscientização dos impactos dos
produtos, melhoria nas leis e tributações) e por último a responsabilidade estendida
do produtor (sendo esse o lado das empresas na responsabilidade) (WEETMAN,
2019).
5. CONCLUSÃO
O presente trabalho teve como objetivos contextualizar o conceito de economia
circular a partir da definição de diversos autores e também compreender quais são os
pontos fundamentais deste novo modelo. Isto feito, identificaram-se quais são as
barreiras que impedem o modelo circular de ser aplicado e entendeu-se quais são os
fatores que possivelmente destravarão a transição dos modelos lineares atuais, para
modelos baseados na economia circular.
Os resultados encontrados remetem à existência de cinco grupos principais de
barreiras. As de origem burocrática, que envolvem as leis e tributos, as barreiras de
origem tecnológica, que envolvem o desenvolvimento e emprego de novas
tecnologias para destravar o modelo circular. As barreiras técnicas que tem sua
origem na operação e estrutura, barreiras econômicas que apontam para quais as
limitações e como calcular os impactos desse novo modelo e por ultimo a barreira
cultural, que tem sua origem nos conceitos e preconcenceitos da pessoas (e
organizações).
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Com isso determinado, encontrou-se na literatura, meios de se destravar as barreiras
e gerar valor através de medidas que facilitem a consolidação e entendimento do
modelo circular. O primeiro é legislar positivamente para a criação de leis ou melhora
na qualidade burocrática, para que empresas estabelecidas e novos empreendedores
tenham motivação para investir na circularidade. Outro ponto é o quão fácil se torna o
acesso a novos meios de financiamento, alinhando isso ao ganho futuro das
instituições de fomento. Apurou-se também que o desenvolvimento de novas
tecnologias como a impressão em três dimensões, pode facilitar e a criação de novos
modelos de negocio e também a criação de métricas para apurar o desenvolvimento
da circularidade dentro das empresas e por ultimo a disseminação dos conceitos
através de produções acadêmicas, para que a informação chegue cada vez mais
longe.
Para finalizar, apontam-se algumas limitações para esta obra. São elas de cunho
prático, pois a análise teórica, embora importante, restringe o pesquisador à análises
distantes da realidade. Seria de grande valia que em um próximo trabalho, seja
investido tempo e dedicação a um estudo de campo, com pesquisas qualitativas e
quantitativas, e entrevistas com gestores e empresas.
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