edição nº 355

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Antropólogo Roberto Damatta externa toda a sua indignação contra a eleição do senador Renan Calheiros à presidência do Senado, em contundente artigo: EU NÃO ACEITO! BASTA! Página 05. Gesto de empresário viabiliza campus da UECE Animais choram antes de morrer Renúncia dessacraliza imagem do Papa Bento XVI Mercado Velho e Feira Livre são desafios à segurança Em noite histórica para a cidade de Crateús, empresário Fernando Cardoso Linhares (foto) doa terreno de 22 hectares destinado à construção do campus da UECE/FAEC em Crateús, nas proximidades do aeroporto local. Página 08 Instalações precárias, gambiarras, madeiramento improvisado ou apodrecido, falta de vistorias, ausência de extintores de incêndio e descaso do poder público são ingredientes de uma tragédia anunciada no Mercado Velho e na Feira Livre. Página 04 A seca registrada desde o ano de 2012 continua afetando muitas cidades no Interior do Ceará. No município de Crateús, na região dos Inhamuns, os animais choram devido o sofrimento. Página 08 MADRI — A renúncia do Papa humaniza uma figura que durante séculos esteve além do bem e do mal, segundo historiadores e teólogos de universidades de todo o mundo. Eles a consideram uma dessacralização de um cargo para eleitos, que só se abandona para passar ao reino dos céus. Página 09 INSEGURANÇA NOITE HISTÓRICA SECA PRESIDÊNCIA DO SENADO Foto: Augusto Carvalho Fotos de Wellington Macedo Alba Tobella e Susana G. Vejo, do El País - O Globo Leia também: votação para escolher novo papa deverá acontecer em março, pág. 08 Leia também comentário em COMUNICANDO, na página 15 Crateús-Ce. Terça-feira, 19 de fevereiro de 2013 - Ano XVI - N o 355 - R$ 2,50 Acesse nosso site: www.gazetacrateus.com.br | E-mail: [email protected]

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Crateús-Ce. Terça-feira, 19 de fevereiro de 2013 - Ano XVI - No 355

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Page 1: Edição Nº 355

Antropólogo Roberto Damatta externa toda a sua indignação contra a eleição do senador Renan Calheiros à presidência do Senado, em contundente artigo: EU NÃO ACEITO! BASTA! Página 05.

Gesto de empresário viabiliza campus da UECE

Animais choram antes de morrer

Renúncia dessacraliza imagem do Papa Bento XVI

Mercado Velho e Feira Livre são desafios à segurança

Em noite histórica para a cidade de Crateús, empresário Fernando Cardoso Linhares (foto) doa terreno de 22 hectares destinado à construção do campus da UECE/FAEC em Crateús, nas proximidades do aeroporto local. Página 08

Instalações precárias, gambiarras, madeiramento improvisado ou apodrecido, falta de vistorias, ausência de extintores de incêndio e descaso do poder público são ingredientes de uma tragédia anunciada no Mercado Velho e na Feira Livre. Página 04

A seca registrada desde o ano de 2012 continua afetando muitas cidades no Interior do Ceará. No município de Crateús, na região dos Inhamuns, os animais choram devido o sofrimento. Página 08

MADRI — A renúncia do Papa humaniza uma figura que durante séculos esteve além do bem e do mal, segundo historiadores e teólogos de universidades de todo o mundo. Eles a consideram uma dessacralização de um cargo para eleitos, que só se abandona para passar ao reino dos céus. Página 09

INSEGURANÇA NOITE HISTÓRICA

SECA

PRESIDÊNCIA DO SENADO

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Foto

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Alba Tobella e Susana G. Vejo, do El País - O Globo

Leia também: votação para escolher novo papa deverá acontecer em março, pág. 08

Leia também comentário em COMUNICANDO, na página 15

Crateús-Ce. Terça-feira, 19 de fevereiro de 2013 - Ano XVI - No 355 - R$ 2,50Acesse nosso site: www.gazetacrateus.com.br | E-mail: [email protected]

Page 2: Edição Nº 355

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GAZETA DO CENTRO-OESTECrateús - Terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

[ Opinião ] [ Política ] [ Cidade ] [ Geral ] [ Cultura ] [ Sociedade ] [ www.gazetacrateus.com.br ]

Celso Furtado, no seu estudo sobre a Formação Econômica do Brasil, diz que na seca de 1877/79 foi gigantesca a mortandade da população, estimando ter morrido, no Nordeste, cerca de 500 mil pes-soas. À época, o então Imperador Pedro II comprometeu-se a vender as pedras da sua coroa para não ver um único nordestino morrer pela tragédia da seca. De lá para cá, muitos morreram e a coroa conti-nua intacta no Museu Imperial de Petrópolis.

Nas primeiras décadas deste século, diziam que o problema da seca era de falta d’água e que a so-lução era acumular água. Durante este período, muitos reservatórios foram construídos, porém, pouco se pensou no uso da água acumu-lada para promover a produção agrícola e a geração de emprego e de renda, através da irrigação. Essa foi uma fase considerada hídrica.

Nos anos 40, numa fase ecoló-gica, preocupou-se em promover e adaptar a criação de animais mais resistentes à falta d’água, especialmente ovinos e caprinos. Defendeu-se também a dissemi-nação de culturas xerófilas como forma de reduzir o efeito da seca sobre a agricultura.

No limiar dos anos 50, uma nova era se iniciou. Despertou-se para o aproveitamento hidroelétrico da Região. Criou-se a Chesf a grande supridora de energia elétrica no Nordeste, até a interligação com os demais sistemas elétricos do País. Com essa iniciativa, despertou--se o sentimento de que o grande obstáculo à industrialização, que é a falta de energia, seria resolvido.

Aos poucos foi se reconhecendo de que a excessiva dependência do setor agrícola e o reduzido tama-nho e o obsoletismo do seu parque industrial, ao lado do isolacionis-mo da Região em relação ao resto do País, eram as causas maiores da vulnerabilidade do Nordeste às secas. Partiu-se daí com uma determinação: aproveitar as po-tencialidades da Região em prol do desenvolvimento econômico, para torná-la menos vulnerável e

competitiva.Como resposta política veio a

criação do Banco do Nordeste do Brasil, com o objetivo de funcionar como um banco de desenvolvimen-to, voltado para financiar projetos de interesse para o crescimento econômico da Região.

No final da década de 50, os bispos do Nordeste, sensibilizados pela grande seca de 1958, entraram em cena, pressionando o Governo Federal para novas soluções para a Região. Daí criou-se a Sudene, com uma determinação de promo-ver a industrialização, estimular a produção de alimentos, reorganizar a economia do semiárido, pro-movendo a agricultura adaptada. Em 1970, criou-se o Programa de Integração Nacional (PIN) e o Programa de Redistribuição de Terra (Proterra).

Após todas essas iniciativas, em 1974, organismos internacionais, como a ONU e a FAO, chamavam a atenção para o nordeste rural do Brasil como um grande centro de pobreza absoluta.

No diagnóstico do Nordeste incorporava-se além do problema meteorológico, ecológico e econô-mico, uma nova variável: a social, que independia da seca. Daí, sur-giram os programas Polonordeste e Projeto Sertanejo.

No inicio dos anos 80, criou-se o Programa de Apoio ao Pequeno Produtor Rural (PAPP), compre-endendo ação integrada da terra, água, crédito rural, assistência téc-nica, pesquisa, comercialização e apoio às comunidades, programas de apoio aos pequenos negócios não agrícolas, educação, saúde e saneamento no meio rural.

Em 1989, foi reconstituído o Fundo Constitucional para o Nor-deste (FNE), envolvendo 1,8% da receita tributária da União, para financiar projetos produtivos atra-vés do BNB.

Após todo esse cronológico, concluiu-se que, mesmo depois de tudo isso que foi feito, tentando evitar os efeitos da seca, ele ainda persistia e seus impactos sociais eram cada vez maiores.

Mas, de toda essa história pode--se tirar algumas conclusões: a questão da seca não pode ser trata-da de forma separada da questão do desenvolvimento regional; a única forma de tornar a população mais resistente à seca será através de um programa econômico de cada famí-lia em sua unidade de produção; os vícios dos programas emergenciais do passado continuam.

Nos últimos dez anos, uma forte política de transferência de renda para as camadas mais pobres da população mudaram drasticamente o perfil econômico do País, benefi-ciando principalmente o Nordeste, por ser a região mais pobre do País. Simultaneamente outros progra-mas voltados para a Agricultura Familiar, luz para todos, irrigação, educação.

A seca de 2012, que se prenuncia estender-se por este ano, foi um bom teste, pois o Bolsa Família e o Funrural injetaram recursos na economia do semiárido, eli-minando a tradicional pressão dos flagelados nas prefeituras por emprego e comida. Porém, escancarou – dramaticamente – a necessidade da transposição das águas do Rio São Francisco e das bacias internas nos estados, bem como a necessidade de acumular mais água. Crateús, por exemplo, será abastecida por um sem nú-mero de caminhões pipa. É uma evidente falta de planejamento para conviver com as secas de três anos seguidos. As ações para manutenção do rebanho, também se mostraram insuficientes e falhas, o que tem provocado a mortandade de milhares de animais. O milho da Conab é uma ilusão. Quando tem é insuficiente, embora haja excedente no País.

O beneficio que podemos obter dessa tragédia atual é que as ações sociais funcionaram, mas as de infra-estrutura hídrica necessitam da transposição das águas do São Francisco e do Cinturão das Águas do Governo do Estado, para que tenhamos a água para irrigação e consumo humano e animal.

Cronologia da SecaA humanidade, de quando em

vez, caminha com a tragédia. Muitas vezes um terremoto. Um tsunami. Um tornado. Outras ve-zes o próprio homem se destrói. Londres foi destruída duas vezes: por um grande incêndio provocado por um padeiro, e na II Grande Guerra, quando foi bombardeada durante 40 noites. A mesma cidade foi acometida por uma epidemia da chamada Peste Negra, quando, a cada dia, morriam oito mil lon-drinos. No grande Terremoto que destruiu Lisboa em 1755, todos correram para os barcos ancorados na praia. Surgiu um tsunami. Todos voltaram para terra e a cidade se incinerava em um incêndio dan-tesco. Era 1º de novembro, Dia de Todos os Santos. Em plena missa, o celebrante, ao proferir: ”Memento Domine, famulorumfamulorun-quetuarum. Lembra-te Senhor de teus fiéis, uma laje desabou sobre o próprio padre. Voltaire perguntou em meio àquela catástrofe: “Onde está Deus?”. Na tragédia de Santa Maria da Boca do Monte, RS, al-guém irá fazer a mesma pergunta. Deus deu ao homem o livre arbí-trio. O direito de se decidir por si. Deus não patrocinaria a morte de tantos jovens mergulhados em sonhos e esperanças. A ilicitude ética legalizada neste Brasil, é

responsável por esta tragédia. Deus está na solidariedade. Deus está na dor compartilhada. Deus está nas lágrimas divididas. Deus está nos abraços de enternecimento. De compaixão. A morte nada salva. O que salva é a vida. Não foi a morte de Jesus, a experiência consistente de Deus, que nos salvou. Quem nos salvou foi a ressurreição. Foi a pedra tombada do sepulcro que deixou derramar-se a vida sobre nós. O antídoto da morte é o nas-cimento. Nesta dor que não tem fim, a presença de Deus se faz nos gestos humanitários. A dor que se divide na imensidão do mundo. Quando fui médico residente em Porto Alegre, a Universidade de Santa Maria era referencia nacio-nal. Foi a primeira Universidade no interior do Brasil. Nos anos setenta, somente a USP e Santa Maria dispunham de microscópio eletrônico. Cidade de gente paca-ta, educada e companheira. Esta triste maneira de morrer, lembra Manoel Bandeira: “eu suspiro por ar”. Jovens abatidos em pleno voo quando se preparavam para trazer mais esperanças e mais vidas para tantos. Como águias que alçam voos para o céu e são mortalmente feridos de morte. Sonhos e espe-ranças que se transformaram em negras fumaças de dor.

José Maria Bonfim de MoraisMédico cardiologista

Deus e a dor

ARTIGO

“A Polícia já tem uma ideia formatada de que as pessoas que estão presas agiram, de muitas maneiras, assumindo um risco de produzir dano, o que caracteriza o dolo eventual”

Sandro MeinerzDelegado, encarregado de apurar as respon-sabilidades do incêndio que matou mais de 200 pessoas na boate Kiss, em Santa Maria.

Fundada em 30 de maio de 1997

Sebastião César Aguiar ValeEditor-Geral e jornalista responsávelMat. nº: 01227JP - CE [email protected]

M. Duarte da SilvaCNPJ: 06.327.640/0001-97Rua Cel. Lúcio, 503 - CEP 63700-000, Crateús-Ce - Fone/Fax: (088) 3692.3810

Projeto Gráfico e Diagramação:Fabrício [email protected]

Coordenação e Digitação:Miliane Silva

Conselho Editorial:Eduardo Aragão Albuquerque Jr.José Bonfim de Almeida JúniorSebastião Cesar Aguiar Vale

Assessoria Jurídica:Dr. José de Almeida Bonfim Júnior,OAB 15545 CE

Assessor para assuntos especiais:Francisco Oton Falcão JucáTel.: (85) 3254.5353 / (85)99812637Fax: (85) 3254.8000

Importante:As opiniões assinadas não refletem obrigatoriamente o pensamento do jornal.

Assinaturas ou renovações:Através do E-mail: [email protected] ou pelo telefone (88)

3692.3810.Assinante de qualquer localidade enviar comprovante de depósito bancário por fax ou e-mail:

BradescoM. Duarte da Silva - MEAgência: 997-0 - Conta: 16165-9

Banco do BrasilM. Duarte da Silva - MEAgência: 0237-2 - Conta: 28.765-2

Impressão:Gráfica e Editora Premius

Tiragem por edição: 2.000 exem-plares.

Crateús:Assinatura anual R$ 70,00

Outras localiadadesAssinatura anual R$ 120,00

EDITORIAL

Page 3: Edição Nº 355

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GAZETA DO CENTRO-OESTECrateús - Terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

[ Opinião ] [ Política ] [ Cidade ] [ Geral ] [ Cultura ] [ Sociedade ] [ www.gazetacrateus.com.br ]

Júnior Bonfim | [email protected]

ObservatórioSexta-feira passada, o de-

sembargador Byron Frota, leitor deste Jornal, ligou-me para falar que estava com o coração em festa em razão das chuvas que beijavam o solo cearense. Nostálgico, recordava os tempos infanto--juvenis em Crateús, quando as pessoas costumavam sau-dar efusivamente a chegada dos primeiros pingos de água celeste com uivos e pulos. Não eram poucos os que corriam pelas calçadas para tomar banho ao ar livre e celebrar o inverno. Havia um ritual de comemoração do advento da chuva!... Que o assombro causado pelo fantasma da escassez possa nos devolver o solene res-peito por esse bem precioso e vital para todos.

UM CARNAVAL DE NOVIDADES

Um desfile de novidades marcou o Carnaval e os dias que fizeram o seu entorno. Um assunto de repercussão mundial, a renúncia do Papa; um de natureza nacional, a criação de um novo parti-do, e o debate sobre o uso dos chamados “paredões de som” durante a festa momi-na, no âmbito local, urgem ser pontuados.

O PAPAEm pleno Carnaval, festa

dionisíaca por excelência, o mundo foi surpreendido com a notícia de que Sua Santida-de, o Papa Bento XVI, con-servador assumido, tomou a ousada decisão de renunciar, sob a alegativa de que os problemas de saúde o impe-diam de continuar à frente do trono de São Pedro. Perante o Consistório, assembleia de cardeais por ele convocada, o Papa declarou que, após reiterado exame de consciên-cia, concluíra que o governo da Igreja exigia vigor físico e espiritual. Reconheceu a incapacidade para exercer de boa forma o ministério que lhe fora encomendado e, por isso, formalizava a renúncia. Em um mundo marcado pelo apego desmesurado ao poder – em quaisquer dos níveis e sob todos os mati-zes – a inusitada atitude do Papa reveste-se da mais alta significação simbólica (vide crônica ao lado).

A REDE Sob os efeitos da decisão

Papal, a ex-senadora Marina Silva anunciou a criação de uma nova agremiação par-tidária: a Rede. Segundo os ideólogos da nova sigla, A REDE é uma associação de cidadãos e cidadãs dispostos a contribuir voluntária e de forma colaborativa para su-perar o monopólio partidário da representação política institucional, intensificar e melhorar a qualidade da democracia no Brasil e atuar politicamente para prover todos os meios necessários à efetiva participação dos brasileiros e brasileiras nos processos decisórios que levem ao desenvolvimento justo e sustentável da Nação, em todas as suas dimensões. (...) O novo partido nasce com uma série de inovações como a limitação aos finan-ciamentos de campanha, a incorporação integral dos postulados da lei da ficha limpa, a restrição ao uso da política como profissão, o combate ao caciquismo e à utilização da legenda para promoção de projetos pessoais.

A REDE IIA constituição dessa REDE

sob a liderança de Marina Silva – tecida por integran-tes do PV, PDT, PT, PSOL e PSDB, como os deputa-dos Alfredo Sirkis (PV-RJ), Domingos Dutra (PT-MA), Ricardo Trípoli (PSDB-SP), Walter Feldman (PSDB-SP) e José Reguffe (PDT-DF), dentre outros - está sendo vista pelos analistas políticos como o mais alvissareiro movimento de oxigenação política dos últimos trinta anos, depois do surgimento do PT e do PSDB.

MIGRAÇÃOFalando em alterações

partidárias, comenta-se em Crateús que os ex-prefeitos Paulo Nazareno e Zé Almir poderão migrar juntamente com o vice-governador Do-mingos Filho para o PSB, partido de Cid Gomes.

PAREDÕES DE SOMCausou estupor ao cidadão

comum a forma abusiva, escancarada - sob o beneplá-cito oficial e a conveniência/negligência das autoridades

- com que foram utilizados os chamados “paredões de som”, esses concentrados de equipamentos sonoros rebo-cados por carros, colocados em porta-malas ou sobre a carroceria dos veículos. A questão é muito mais séria do que imaginamos, vai além de um mero problema de desconforto acústico. Trata--se de fato comprovado pela ciência médica: são muitos os malefícios causados pelo barulho. Os ruídos excessi-vos, além da surdez, provo-cam perturbação da saúde mental. São também respon-sáveis por inúmeros outros problemas como a redução da capacidade de comunica-ção e de memorização, perda ou diminuição da audição e do sono, envelhecimento prematuro, distúrbios neu-rológicos, cardíacos, circu-latórios e gástricos.

PAREDÕES DE SOM II

Desde a década de 1940, com a Lei das Contravenções Penais - LCP, Decreto-Lei 3688/41, há no ordenamento jurídico brasileiro previsão legal de punição para esse tipo de excesso. Também a Lei 9605/98, Lei de Crimes Ambientais – LCA, o Decre-to 6.514, de 22 de Julho de 2008, e o Código Nacional de Trânsito, artigo 228, es-tabelecem penalidades para o uso inadequado de som.

PARA REFLETIR“O som funciona como

elemento de poder simbóli-co: quem o utiliza de modo abusivo, desrespeita toda a comunidade a que pertence. Ao obrigar alguém a escutar a música que eu quero e no volume que estipulo, estou agindo de forma tirânica, arvorando-me de poder de juiz, atribuição de legislador, prerrogativa de autoridade. Estou ditando para os meus conterrâneos normas cria-das única e exclusivamente por mim, sem a necessária anuência dos outros. (...) Conservemos, na nossa urbe original, os salutares cristais da harmonia, os ares frater-nais de província e, de modo especial na utilização do som, os evangélicos hábitos de respeito e amor ao próxi-mo!” (Júnior Bonfim)

O Papa renunciou. Abdicou do anel de ouro, das ves-tes exuberantes, da solene chefia de Estado, do co-mando mundial da Igreja, dos reverentes cortejos de beija-mão, do orçamento bilionário, da pomposidade do trono de Pedro. Nunca a assertiva profética de que o Autor Celestial in-sere sua escritura luminosa em pergaminhos obscuros foi tão verdadeira. Aqui, elegeu para protagonizar o ato pessoal mais descon-certante e revolucionário da Igreja nos últimos tem-pos exatamente um Papa que sempre exibiu o rótulo de conservador e reacio-nário. Um pastor tido e havido como apegado ao poder pratica o gesto extremo de desapego... Além de líder espiritual, o Papa é chefe de Estado, comandante maior de um poder terreno, temporal, secular. Renunciar ao Pa-pado é, também, abrir mão de um império político e econômico. O anúncio deixou estontea-dos tanto os que o admiram quanto os que o repulsam. A decisão de renunciar soou não como um ato de covardia, mas de coragem. Indiscutivelmente, um vo-luntário gesto libertário!

Pois é o apego, sobretudo o apego ao poder que nos torna presas fáceis e nos impede de seguir a trilha da liberdade!Lembra sobre como se pega macaco na Índia? Lá, toma-se um coco gran-de e nele se faz um buraco de tal forma que só entre a mão do macaco com certo aperto. Amarra-se o coco num tronco e lá dentro do coco se colocam torrões de açúcar para atrair o bicho. O macaco mete a mão e agarra o torrão de açúcar. Tenta retirar a mão e já não pode mais porque não quer largar o torrão. Pelo ape-go, é facilmente apanhado. Segundo os Budistas, o desapego é essencial para o caminho da iluminação. Há uma famosa história zen que é muito elucida-tiva disso. Um mestre e seu discípulo estavam a caminho da aldeia vizinha quando chegaram a um rio caudaloso e viram, na margem, uma bela moça tentando atravessá-lo. O mestre zen ofereceu-lhe ajuda e, erguendo-a nos braços, levou-a até a outra margem. E depois cada qual seguiu seu caminho. Mas o discípulo ficou bas-tante perturbado, pois o mestre sempre lhe ensinara que um monge nunca deve

se aproximar de uma mu-lher, nunca deve tocar uma mulher. O discípulo pensou e repensou o assunto; por fim, ao voltarem para o templo, não conseguiu mais se conter e disse ao mestre:— Mestre, o senhor me en-sina dia após dia a nunca tocar uma mulher e, apesar disso, o senhor pegou aque-la bela moça nos braços e atravessou o rio com ela.— Tolo – respondeu o mes-tre – Eu deixei a moça na outra margem do rio. Você ainda a está carregando.O apego é escravizador; o desapego, libertador!O apego transforma a nos-sa existência em uma imen-sa cisterna abandonada, sem circulação vital, com a energia parada. A água parada é um exem-plo nítido dos efeitos do apego: cria substâncias lodosas, bactérias, conta-minação. Por isso muitas pessoas resistem em descer aos porões de casas anti-gas: a energia ali estagna-da incomoda.A vida é pulsação cons-tante, troca energética, circulação de afeto, mudan-ça de padrões, renovação permanente. O desapego libera a cris-talina e generosa água corrente da vida! Prati-quemo-lo!

Crônica da Cidade www.juniorbonfim.blogspot.com

A RENÚNCIA

Rua Cel. Lúcio, 221 - Centro - TeleFax: (88) 3691.1476 - Crateús-Ce

Dr. André LandimDoenças da Pele e Alegria

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Drª. Déborath Lúcia de O. DinizNeurologista - CRM 5041 - E-mail: [email protected]

Dr. Paulo NazarenoEndoscopia e Cirurgia Laparoscópica

pOLíTIcA

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GAZETA DO CENTRO-OESTECrateús - Terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

[ Opinião ] [ Política ] [ Cidade ] [ Geral ] [ Cultura ] [ Sociedade ] [ www.gazetacrateus.com.br ]

Dr. Francisco Soares Costa-CRM 1926

Atendimento particular e pelos convênios: Unimed, Cassi, Cafaz, Camed, Correios, Capesaúde e Fusex Horário: Diariamente a partir das 15 horas

Fone: 3691.2214

Consultório: Pronto Atendimento da Unimed – Rua Ubaldino Souto Maior, nº 1221 - Crateús-Ce.

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Instalações precárias, gambiarras, madeiramento improvisado ou apodrecido, falta de vistorias, ausência de extintores de incêndio e descaso do poder público são ingredientes de uma tragédia anunciada no Mercado Velho e na Feira Livre.

Mercado Velho e feira livre são desafios à segurança

CRF-CE homenageia farmacêutico

A tragédia ocorrida em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, dia 27 de janeiro último, que vitimou 238 pessoas durante incêndio numa boate daquela cida-de, alertou os órgãos de segurança de todo o País e o Ministério Público, para o emprego de maior rigor por parte de Prefeituras e Corpos de Bombeiros, na liberação de concessão de alvarás de funcionamento, para casas de show, shoppings, mercados e depósitos de mercadorias, devendo os alvarás serem li-berados somente após prévia e rigorosa vistoria do Corpo de Bombeiros e órgãos de

Engenharia, para adequá--las às normas de segurança exigidas para cada ramo de atividade.

Em Crateús, onde recen-temente um clube social foi interditado para realização de festas, mesmo apresentando amplos espaços de escapa-mento e vasta área livre,o que mais chama a atenção, pelo risco permanente de incêndio, desabamento e inundação, é o Mercado Ve-lho, onde é praticado variado tipo de comércios, desde as mercearias e fabriquetas de confecções, à venda de roupas, frutas, mercadorias diversas,artefatos de plástico,

lanchonetes, num intrigado labirinto, onde as instalações elétricas apresentam irregu-laridades, e a sustentação de construções improvisadas não oferecem segurança.

De modo idêntico, tam-bém se encontra o mercado conhecido por Feira Livre, que não possui condição de funcionamento, dada a preca-riedade das suas instalações. O convívio entre variados comércios atenta contra as normas da Segurança e tam-bém da Vigilância Sanitária. Nele,o variado comércio praticado encontra-se em desacordo com as normas vigentes para os inúmeros

estabelecimentos comerciais.Os dois mercados apresen-tam os mesmos riscos:de incêndio, desabamento e até de inundação, e nenhum deles se encontra apto a resistir ao rigor de uma vis-toria executada pelo Corpo de Bombeirose pelo CREA.

IMPASSEA Prefeitura de Crateús

obriga-se a seguir, com rigor, as recomendações impos-tas pelo Ministério Público Federale Estadual a todo o País, exigindo o cumpri-mento às leis de segurança do Estado e de outros or-

ganismos de segurança que impõem normas obrigató-rias no sentido de adotar o máximo rigor na concessão de determinados alvarás de funcionamento,dentre os mais variados tipos de ativi-dades comerciais ou indus-triais, além de recomendar rigorosas vistorias.

Sabe-se que, num e noutro mercado, não existem condi-ções propícias ao exercício do comércio, na parte interna e externa, e que, a maioria dos estabelecimentos comer-cias existente nesses locais não possui alvará de funcio-namento. Em alguns casos, são pequenos comércios que,

há tempos, se mantêm na informalidade e precisam se regularizar perante as normas da Prefeitura, do Corpo de Bombeiros, da Vigilância Sanitária e do Ministério do Trabalho. A Prefeitura de Crateús tem a obrigação de enfrentar este problema juntamente com o Corpo de Bombeiros e o CREA. O descumprimento das normas recomendadas pelo Ministé-rio Público Federal aumenta a responsabilidade do gestor municipal em casos de incên-dio, desabamento ou inunda-ção que venham a ocorrer.

O Conselho Regional de Farmácia – (CRF-CE), na pessoa de seu presidente, Victor Feitosa Oliveira, de seu vice-presidente, Alisson Mendes e do diretor secretá-rio Pablo Stefano Iris da Sil-va, dentro das comemorações

alusivas ao Dia do Farmacêu-tico, ocorrido a 20 de janeiro último, prestou significativa homenagem ao farmacêutico bioquímico Moacir Farias de Oliveira, que consistiu na entrega de uma placa de prata em reconhecimento aos

relevantes serviços prestados à profissão farmacêutica e à Saúde Pública do Estado do Ceará.

O evento teve lugar no Restaurante Wanderley, na manhã do último dia 6, com o comparecimento de grande

parte dos profissionais farma-cêuticos de Crateús e com a presença do secretário mu-nicipal de Saúde, Humberto César.

Victor Feitosa, em função de o homenageado Moacir Farias, ser pai de três filhos

farmacêuticos, todos enga-jados em seu conceituado Laboratório de Análises Clí-nicas (LAC), fez questão que os filhos e mais o sobrinho Wendell Oliveira, coletiva-mente, entregassem a placa de prata ao homenageado.

O presidente do CRF-CE falou aos presentes sobre os problemas enfrentados pela classe farmacêutica, das re-alizações da atual diretoria e dos planos para um futuro próximo.

Presidente do CRF-CE Victor Feitosa Oliveira presta homenagem ao farmacêutico Moacir Farias de Oliveira Familiares do dr Moacir Farias Oliveira, três filhos e o sobrinho Wendell entregam placa de prata ao homenageado

“Ele (Elissandro Spohr, o Kiko, um dos sócios da boate) achava feios os extintores. Mandava tirar. Só colocava de volta quando ia ter inspeção ou quando ficava com receio que iriam inspecionar”Vanessa Vasconcelos – Ex-funcionária da boate Kiss

“A gente conhece o que a droga química faz, principalmente com o adolescente. Com o consumo do crack, chega numa fase em que a pessoa não sabe mais o que está fazendo”Deputado Francisco Cavalcante (PDT) - Em defesa da internação compulsória de dependentes químicos

cIDADE

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GAZETA DO CENTRO-OESTECrateús - Terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

[ Opinião ] [ Política ] [ Cidade ] [ Geral ] [ Cultura ] [ Sociedade ] [ www.gazetacrateus.com.br ]

Millôr Fernandes

“Isto sim é um Congresso eficiente! Ele mesmo rouba, ele mesmo investiga, ele mesmo absolve.”

COMUNICADO SEMACE

A. LUCINEIDE LEITÃO MACHADOCNPJ 09.513700/0001-54

Torna público que requereu à Superintendência Estadual do Meio Ambiente – SEMACE a renovação da Licença de Operação nº 293/2012-DICOP, para comercialização de Gás Liquefeito de Petróleo – GLP – localizada no município de Independência-CE, na Avenida Jornalista Maria Inês Pires de Saboia, nº 522 – bairro Liberdade.Foi determinado o cumprimento das exigências contidas nas Normas e Instruções de Licenciamento da SEMACE.

Quando o hígido Michel Temer vira poeta e Renan Calheiros – acusado pela Procuradoria Geral da Repú-blica de peculato, falsidade ideológica e uso de docu-mento falso – é apossado (com voto secreto – o voto da covardia) na presidência do Senado Federal no posto número três da sucessão republicana e entra no papel dando uma aula de ética e com apoio do PSDB, um lado meu pergunta ao outro se não estaria na hora de sumir do Brasil.

Senão seria o momento de pegar meu chapéu e de dei-xar de escrever, abandonar o ensino das antropologias, desistir do trabalho honesto, beber fel, tornar-me um des-crente, aloprar-me, abando-nar a academia (de ginástica, é claro), deixar-me tomar pela depressão, desistir de sonhar, aniquilar-me, andar de joelhos, dar um tiro no pé, filiar-me a uma seita de suicidas, mijar sentado, avagabundar-me, virar puxa--saco, fazer da mentira a mi-nha voz; e – eis o sentimento mais triste – deixar de amar, de imaginar, de ambicionar e de acreditar. Abandonar-me a esse apavorante cinismo profissional que toma conta do país – esse inimigo da inocência – porque minha quota de ingenuidade tem sido destroçada por esses eventos. Eu não posso aceitar viver num país que legaliza a ilegalidade, tornando-a um valor. Eu não posso aceitar um conluio de engravatados que vivem como barões à custa do meu árduo trabalho.

“A ética não é um objetivo em si mesmo. O objetivo em si mesmo é o Brasil, é o interesse nacional. A ética é obrigação de todos nós e é

dever deste Senado”, profes-sa Renan Calheiros, na sua preleção de po(s)se.

Para ele, a ética, o Brasil, o dever, o interesse, e as obri-gações são coisas externas. Algo como a gravata italiana que chega de fora para den-tro e pode ou não ser usada. Façamos uma lei que torne todo mundo ético e, pronto!, resolvemos o problema da cena política brasileira – esse teatro de calhordices.

A ética não é lei. A lei está escrita no bronze ou no pa-pel, mas a ética está inscrita na consciência ou no cora-ção – quando há coração... Por isso ela não precisa de denúncias de jornais, nem de sermões, nem de demagogia, nem da polícia! A lei precisa da polícia, o moralismo reli-gioso carece dos santarrões, e as normas de fiscais. A ética, porém, requer o senso de limites que obriga a mais dura das coragens: a de dizer não a si mesmo e, no caso desse Brasil impaludado de lulopetismo, a de negar o favor absurdo ou criminoso à namorada, ao compadre, ao companheiro, ao irmão, ao amigo. “O Zé é meu amigo, mexeu com ele, mexeu co-migo!”, eis a cínica palavra de ordem de um sistema totalmente aparelhado e dominado pelo poder feito para enriquecer que usa, sem compostura, o toma-lá-dá-cá com tonalidades pseudoide-ológicas, emporcalhando a ideologia.

Quem é que pode acreditar na possibilidade de construir um mundo mais justo e igualitário no qual a esfera pública, tocada com hones-tidade, é um ideal, com tais atores? Justiça social, ho-nestidade, retidão de propó-sito são valores que formam

parte de minha ideologia; são desígnios que acredito e quero para o Brasil. Ver essa agenda ser destruída em nome dos que tentaram comprar apoio político e hoje se dizem vitimas de um complô fascista, embrulha o meu estômago. Isso reduz a pó qualquer agenda demo-crática para o Brasil.

O cínico – responde meu outro lado – precisa (e muito) de polícia; o ético tem dentro de si o sentido da suficiência moral. Ela ou ele sabem que em certas situações somente o sujeito pode dizer sim (ou não!) a si mesmo. Isso eu não faço, isso eu não aceito, nisso eu não entro. É simples assim. A camaradagem fica fora da ética cujo centro é o povo como figura central da democracia. O que vemos está longe disso. Um eleito condenado pelo STF é em-possado deputado, Maluf – de volta ao proscênio – sorri altaneiro para os fotógrafos, um outro companheiro com um passado desabonado por acusações vai ser eleito presidente da Câmara; a pre-sidente age como a Rainha Vitória. E o Direito: o correto e o honesto, viram “direita”.

Entrementes, a “esquerda” tenta desmoralizar a Justiça porque não aceita limites nem admite abdicar de sua onipotência. Articula-se ob-jetivamente, com uma crise entre poderes exatamente pela mais absoluta falta de ética, esse espírito de limite ausente dos donos do poder neste Brasil de conchavos vergonhosos e inaceitáveis. Você, leitor pode aceitar e até considerar normal. Eu não aceito!

Roberto DamattaAntropólogo

ARTIGO

Antônia Saraiva CavalcanteA família de Antônia Sarai-

va Cavalcante (Dona Toínha) comunica o seu falecimento ocorrido na noite do dia 31 de janeiro, em Crateús. Dona Toí-nha contava 77 anos, era casada com o agropecuarista Felipe Beserra Cavalcante, com quem teve os filhos Lina, Ana Maria, Ana Marta, João Alberto, Saulo e Carlos Felipe Saraiva Bezerra, médico que, atualmente, exerce o segundo mandato como prefeito de Crateús.

A morte de Dona Toínha ocorreu na Fazenda da família, em Crateús, onde foi montada toda uma estrutura de assistência e emergência médico-hospitalar. Dona Toínha passou por prolongado período de tratamento médico em Fortaleza e em Crateús. Porém, sua enfermidade foi de difícil recuperação e levou-a a óbito, cercada pelo carinho de todos os filhos, familiares e muitos amigos.

Uma Missa de Corpo Presente foi celebrada na Catedral do Senhor do Bonfim em intenção de sua bondosa alma, ocasião em que todas as dependências do templo ficaram lotadas. Após a missa, seu corpo saiu em grande cortejo para o Cemitério São Miguel, onde foi sepultado em presença de uma multidão de pessoas, na manhã de 1º de fevereiro.

No último dia 6, foi celebrada Missa de 7º Dia, na Paróquia da Imaculada Conceição, onde se fez presente avultado número de amigos e familiares que lhe renderam merecidas homenagens.

Raimunda Nonata FonteneleA família de Raimunda Nonata Fontenele (viúva de Antônio Viana Lopes (Sr. Minoso

da Tipografia Milene) comunica aos parentes e amigos o seu falecimento, no dia 27 de janeiro último, no Hospital Regional do Cariri, em Juazeiro do Norte, onde foi internada para tratamento de saúde. Dona Raimunda, que contava 95 anos, residia há muitos anos na cidade do Crato, onde também reside grande parte de seus familiares. São seus filhos: Francisca, Marilene, Lázaro (Banco do Brasil), Roseles, Rosely, Rosemar, José, Humberto (Banco do Brasil), Rosenir, Fátima, Rosenira, Valterlon, Maria e José Auris, que lhe deram 49 netos, 49 Bisnetos e um tetraneto. Logo abaixo, publicamos uma homenagem de sua filha Fátima Fontenele:

MÃEMãe, Tu não me escolheste para tua filha e nem eu a ti para minha mãe... Mas, Deus nos

uniu para que juntas percorrêssemos o mesmo caminho. Foram muitos anos lado a lado... Tu foste pra mim o meu porto seguro e o meu sol nos dias de chuva. Aprendi contigo a sorrir nos momentos de turbulências e a ter certeza nas horas incertas. Foi de ti, mãe, que adquiri forças para seguir em frente e exercer meu papel de mãe, mas não consegui ser igual a ti, sabe por quê? Porque tu, minha mãe, simbolizas a renúncia, a paciência, a bondade, a caridade e o perdão... Então, mãe, teu exemplo é um sustentáculo para os meus dias, para meus anseios, para os meus desejos e para as minhas realizações. Aprendi contigo que é preciso apenas ter um motivo para lutar. Foi assim na tua vida... Foste uma mãe exemplar, carinhosa e deste tudo de ti para proteger os filhos que colocaste no mundo... E assim, mãe, tua abnegação e teu amor me acompanharão para todo o sempre... Agradeço-te, mãe, pela vida, embora não tendo a capacidade que tu tinhas de demonstrar teu amor. Mas saibas mãe, que te amei muito e que continuarás dentro do meu coração, dos meus pensamentos e de minha vida... Vou guardar o teu melhor sorriso, tuas melhores palavras, os teus mais lindos gestos, o teu caminhar firme, a tua simplicidade, a mulher guerreira, a filha, a esposa, a mãe, a avó, a amiga, a protetora... Buscarei, sempre que precisar, o teu colo, aquele co-linho de criança, os cafunés, a tua mão carinhosa que tão bem me afagava, o teu abraço, o teu sorriso, o teu silêncio, teus gestos que tão bem demonstrava o teu amor. Amo-te minha mãe, e eternamente te amarei...

Fátima Fontenele

NOTA DE FALECIMENTO

NOTA DE FALECIMENTO

ARTIGO

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Desembargador Luiz Brígido,Ao assumir a presidência do Tribunal de Justiça. Embora o TJ esteja saindo da era do papel, a celeridade não depende da virtualização. Mas tudo fará para melhorar a prestação de justiça à população.

“Enquanto tivermos um número absurdo de processos, esse problema vai existir. Por isso, é necessário reformar o sistema.”

Primeiras damas mantêm encontro com técnicos da SETAS-CE

TAUÁ FOLIA 2013: prefeitura promove campanhas educativas e outras diversas ações

Novo Oriente promove I PRENARVAL: carnaval da prevenção

DEFESA CIVIL FAZ ENTREGA DE CESTAS BÁSICAS

GESTÃO PROMOVE ENCONTRO COM IDOSOS

Independência Novo Oriente

Tauá

Organizado pela Secretaria do Trabalho e Ação Social - SETAS-Ce, o encontro aconteceu em Fortaleza, no Praiano Hotel, tendo como objetivo nivelar e socializar conhecimentos com técni-cos anteriores aos que estão chegando às novas adminis-trações dos 184 municípios. Um dos pontos questionados foi a prioridade das famílias que são beneficiadas com o programa Bolsa Família, consideradas de extrema pobreza, que ganham até (R$ 70,00) e de pobreza,

que ganha de (R$ 70,01 até 140,00) mês.

Outro ponto discutido foi o da identificação de famílias fora do perfil que irão ser retiradas do sistema pelo Ministério do Desenvol-vimento Social (MDS). A importância do Programa Bolsa Família é exatamente proporcionar alimentação àquelas famílias que não têm realmente como se ali-mentar. Esta relação deve ser acompanhada pela equipe do CADASTRO ÚNICO nos municípios.

Em Independência, são em torno de 6.432 famílias ca-dastradas até o final de 2012, sendo que, apenas 4.393 são beneficiadas com o Bolsa Família, e destas, quase 300 foram identificadas fora dos critérios do programa e de-verão sair do cadastro.

Participou do encontro a primeira dama e secretária de Assistência Social de In-dependência, Ana Gláucia, acompanhada da coordena-dora do BF de Independência Rosália Pedrosa

A Secretaria de Saúde de Tauá fez blitz educativa contra dengue, consumo de drogas e doenças sexual-mente transmissíveis durante o carnaval, no centro da cidade.

Também foram realiza-das campanhas educativas de prevenção de acidentes, orientando motoristas a evi-tar o uso de bebida alcóolica quando estiverem dirigindo, a entregar veículos a meno-res, a fazer uso do capacete, dentre outras medidas de segurança. Paralelamente, foi realizada uma campanha

de arrecadação de alimentos não perecíveis e água para famílias vítimas da seca no município. Os pontos de arrecadação ficaram locali-zados no próprio corredor da folia.

Outra ação importante foi realizada pela Autarquia Municipal de Trânsito, ao promover o concurso “Ca-pacete de ouro” durante o Tauá Folia 2013. O evento aconteceu na tarde do dia 11, no corredor da folia, e teve como objetivo despertar a atenção dos motociclistas sobre a importância do uso

do equipamento de segu-rança que, em momentos de acidentes, pode salvar vidas.

Já as secretarias de Ação Social, Cultura e Turismo realizaram o Carnaval da Saudade, reunindo pessoas da chamada terceira idade, que, ao som de marchinhas carnavalescas saíram pelas ruas do centro da cidade esbanjando alegria apesar do calor e sol forte. A animação foi puxada pela orquestra Chico Bombeiro e empolgou os foliões e as pessoas que estavam nas ruas do Centro da cidade.

A Secretaria de Assistên-cia Social e o CREAS, em parceria com as Secretarias de Saúde, Educação e Ju-ventude, Cultura e Turismo e Guarda Civil Municipal, promoveu, entre os dias

05 e 08 de fevereiro, nas escolas públicas da sede do município, o I PRENARVAL (CARNAVAL DA PRE-VENÇÃO).

O intuito do projeto é cons-cientizar alunos e a popu-

lação em geral sobre temas como segurança no trânsito, drogas, DSTs, (doenças se-xualmente transmissíveis) e exploração sexual de meno-res, temas que foram aborda-dos durante o evento.

Resultado de levantamento feito junto a famílias caren-tes de agricultores familiares e atendendo solicitação da COMDEC, enviada à Defesa Civil do Estado, em 2012 e pela equipe do CRAS local, foi apresentando diagnóstico ante a situação de estiagem na Zona Rural do municí-pio de Independência. No

último dia 30 de janeiro, a Defesa Civil do Estado es-teve entregando 230 cestas básicas ao mesmo número de famílias que não faziam parte do Garantia Safra, Bolsa Estiagem entre ou-tros. O maior número de famílias beneficiadas foi da região de Ematuba, onde foi distribuída boa quantidade

pela equipe da Defesa Ci-vil, Corpo de Bombeiros e CRAS, tendo à frente a equi-pe de apoio comandada pela assistente Social Valrênia e outros. A preocupação da Primeira Dama Ana Gláucia é que estes programas sejam desenvolvidos de forma transparente e que sejam cadastradas mais famílias.

O Primeiro Encontro de Idosos com a Gestão Municipal ocorreu no Centro Pastoral, no últi-mo dia 6 fevereiro, com a presença de mais de 150 idosos do município. O momento foi de integra-ção entre os grupos da 3ª idade e, na oportunidade, os grupos foram apresen-tados pela equipe técnica do CRAS e CREAS para integração aos programas sociais dos municípios desenvolvidos para a 3ª idade.

O prefeito Valterlin Coutinho, a primei-ra dama Ana Gláucia e demais secretários se fizeram presentes ao en-contro.

Para Ana Gláucia, o momento foi de integra-ção e apresentação das equipes e da continui-dade das ações anterio-res, implementando a intensificação com outros programas.

Prefeito Valterlin Coutinho participou ativamente da Festa dos Idosos

Primeira dama Ana Gláucia entrega faixa ao Rei Momo Zuca

Flagrante do I PRENARVAL - carnaval da prevenção - realizado em Novo Oriente

Hilma Carvalho, secretária de ação social comandou a campanha educativa contra a dengue, consumo de drogas e DSTs

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Quiterianópolis intensifica operação PIPA

Programa “Minha Casa Minha Vida” beneficia famílias

Prefeita Keylly Noronha visita obras importantes

Quiterianópolis

Parambu

Ararendá

O prefeito de Quiterianó-polis, José Barreto Couto, extremamente preocupado com a atual situação de escassez de água no muni-cípio, conseguiu mais dois carros pipas para intensificar o abastecimento de água e atender com mais rapidez a população da sede do mu-nicípio.

A estiagem persiste em todo o município e a cada dia aumenta a demanda por água potável para a população. A sede é a mais castigada, pois o reservatório Colinas, que abastece o município está praticamente seco, poluído e sem condições de abastecer a cidade.

Segundo o prefeito José

Barreto, caso não sejam registradas chuvas nos pró-ximos dias, ele pretende buscar outras parcerias para garantir o precioso líquido à população.

Em virtude da escassez de água e de recursos no

município, o prefeito deci-diu agir com prudência, não realizando festas durante o período do carnaval, o que seria uma afronta a tanta gente passando sede, e a pecuaristas assistindo seus rebanhos sendo dizimados.

A Câmara Legislativa de Ararendá aprovou, no último dia 04, em seção extraordi-nária, o projeto do prefeito Aristeu Eduardo, que ga-rante o beneficiamento de 42 famílias com casas pró-prias, proporcionando-lhes melhor qualidade de vida. “É gratificante ver famílias que realmente necessitadas, conseguir realizar o sonho de morar em uma casa própria, e vamos trabalhar ainda mais para ajudar aqueles que mais precisam da nossa ajuda.” Falou Aristeu.

O prefeito de Ararendá conseguiu junto ao Governo Federal mais 150 casas para 2014, através do Programa Minha Casa Minha Vida

Rural. Com moradia digna, homens e mulheres do cam-po ganham novo ânimo para produzir alimentos em equi-

líbrio com o meio ambiente, melhorando a renda, a qua-lidade de vida da família e a economia da região.

A Prefeita de Parambu, Keylly Matheus Noronha, ao lado do secretário de In-fraestrutura, Antão Roque, visitou várias obras que estão em construção no município de Parambu. Prefeita e se-cretário visitaram o Estádio Noronhão, a Escola Profis-sionalizante, a Praça da Ju-ventude e a Creche do Bairro Vila Nova, que já se encontra em fase de conclusão.

Segundo a Prefeita, obras importantes estão sendo construídas em todo o mu-nicípio e, muitas delas serão inauguradas no mês de se-tembro vindouro, quando do aniversário de emancipação

política do município. A gestão municipal, afirmou a prefeita, continuará acom-panhando detalhadamente a construção dessas obras.

A administração “Cons-truindo Um Novo Tempo” concluiu a obra de calça-mento da Ladeira da Urubu-retama, realizando um dos grandes sonhos dos mora-dores da Região Serrana. A Ladeira da Uruburetama é uma das principais vias de acesso que liga Parambu à região da Serra e ao vizinho Estado do Piauí.

Esta obra beneficia milha-res de famílias e mudará em definitivo a vida de muitas

pessoas que dependem desse acesso para transportar a sa-fra que abastece o comércio de Parambu, já que a região é a principal fonte fornecedora de alimentos e produtora de cereais, castanha de caju, farinha, mel, dentre outros.

A obra deverá ser inaugu-rada nos próximos meses, em clima de festa que será realizada pela administração municipal.

Vários carros pipas trafe-gam todos os dias levando água para as comunidades atingidas pela estiagem na-quela região.

Curso de Atendimento ao Cliente

O SEBRAE-CE, através do Escritório Regional de Crateús estará realizando en-tre os dias 18 e 21 de feverei-ro, um Curso de Atendimen-to ao Cliente, cujo objetivo é propiciar aos participantes a identificação de aspectos que contribuam com a satisfação do cliente, a reflexão crítica sobre o atendimento em suas empresas e o planejamento de ações que possibilitem resultados positivos na satis-fação dos clientes. O Curso tem como público alvo, as microempresas, empreen-dedores individuais, pessoas interessadas no tema atendi-mento. Terá como conteúdo programático: Tratar bem ou atender bem; Surpreendendo as expectativas do cliente; Como lidar com situações e clientes difíceis; A escalada da lealdade; Diretrizes para tratamento das reclamações.

O Curso acontecerá na sala de treinamento do SEBRAE, no período de 18 a 21 de Fe-vereiro de 2013, no horário das 18:30hs às 22:30hs, com carga horária equivalente a 16 horas. O valor da inscri-ção será de R$ 35,00.

O SEBRAE-CE mediante o Escritório Regional de Crateús começa o envio das declarações do Simples Nacional para microempreendedores individuais.

Os empresários que se enquadram na categoria de microempreendedores individuais (MEI) devem enviar, a partir de 1º de ja-neiro até dia 31 de maio de 2013, a Declaração Anual do Simples Nacional (DASN--SIMEI). O formulário re-úne as informações fiscais referentes ao ano de 2012 e o preenchimento é obrigatório para os microempreendedo-res individuais formalizados desde 2009 e que faturam até R$ 60 mil ao ano. O documento deve ser enviado pelo site da Receita Federal: www.receita.fazenda.gov.br/simplesnacional. O preen-chimento é simples e o ideal é que o microempreendedor não deixe a declaração para o último dia,

A não entrega da declara-

ção, no prazo determinado, além de tornar irregular o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), também deixa irregular o Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) dos microempreendedores. Além disso, as guias de recolhimento de 2013 só são disponibilizadas após a remessa da DASN-SIMEI.

Para o preenchimento da declaração é necessário o Certificado da Condição de Microempreendedor Indi-vidual e Relatório Mensal de Receitas Brutas (um para cada mês de 2012). É pre-ciso informar também o total da receita obtida pelo empreendimento em 2012. Se a atuação estiver ligada ao comércio ou indústria, os empreendedores precisa-rão informar o montante da receita sujeito ao Imposto sobre a Circulação de Mer-cadorias e Serviços (ICMS). E, por fim, os declarantes deverão responder se tive-ram ou não um funcionário no período.

Caminhões pipa abastecem a cidade de Quiterianópoles

Câmara Legislativa aprovou projeto que garantiu o beneficiamento de 42 famílias com casas própriasPrefeita Keylly Noronha, bonita e eficiente gestora, empenha-se na conclusão de obras vitais para o município de Parambu

ALCÓOLICOS ANÔNIMOSSe você quer beber o problema é seu. Se seu caso é parar de beber o problema é nosso; Alcóolicos anôni-mos.Central de Trabalho: (88) 3691 2378 REGIOnAL

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Gesto de empresário viabiliza campus da UECE

Votação para escolher novo papa deverá acontecer em março

Animais choram antes de morrer

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Em noite histórica para a cidade de Crateús, empresário Fernando Cardoso Linhares doa terreno de 22 hectares destinado à construção do campus da UECE/FAEC em Crateús, nas proximidades do aeroporto local.

Imagens revelam a dor que os animais enfrentam antes de morrer

Durante solenidade de co-lação de grau de concludentes da Faculdade de Educação de Crateús (FAEC) – 2012.2, realizada no auditório do IFCE de Crateús, na noite do último dia 8, com a presença do Professor Doutor José Jackson Leitão Sampaio,

magníssimo reitor da Uni-versidade Estadual do Ceará (UECE), foi efetivada a doa-ção, por parte do empresário Fernando Cardoso Linhares, de um terreno situado em área nobre da cidade, medin-do 22 hectares, destinados à futura construção do campus

da UECE/FAEC em Crateús.O protocolo de doação que

envolveu o gesto de nobreza do empresário Fernando Linhares, a intermediação do município de Crateús, na pessoa do prefeito Carlos Fe-lipe e o Reitor da UECE José Jackson Leitão Sampaio,

ocorreu da seguinte forma: o empresário Fernando Li-nhares assinou o protocolo de doação de um terreno de 22 hectares ao município de Crateús que, ato contínuo, foi doado pelo município à Universidade Estadual do Ceará através da assinatura do prefeito Carlos Felipe. Ao receber e também assinar a documentação protocolar, o reitor José Jackson Sampaio, em nome da UECE, assinou a doação ao município de Cra-teús, de 02 hectares da área doada pelo empresário, que será destinada à construção de um parque ecológico para a cidade.

Com a ocorrência deste auspicioso evento, a cidade de Crateús, através da von-tade férrea e do empenho do prefeito Carlos Felipe, viabiliza-se a construção do terceiro campus universitário de Crateús que irá, em médio prazo, tornar a cidade em pólo acadêmico, pois, a cida-de já conta com o campus da UFC, doado pelo empresário Lulu Melo, e com o campus

do IFCE localizado em ter-reno da União, na localidade de Junco.

O evento contou com a presença de significativo número de dirigentes e pro-fessores da UECE, do vice--prefeito Mauro Soares, da empresária Sônia Freire, de membros do secretariado do prefeito e de representante do Poder Legislativo, além de convidados e familiares dos concludentes.

ReitorO reitor José Jackson Lei-

tão Sampaio, que é filho e neto de crateuenses, em meio de sábias palavras, ressaltou o momento histórico vivido por Crateús naquela noite, e a tenacidade do prefeito Carlos Felipe em lutar para fazer desta cidade um pólo universitário.

PrefeitoO prefeito Carlos Felipe

não escondeu o seu sonho de ver Crateús transformado em uma cidade universitária, onde os filhos desta terra en-

contrarão aqui mesmo todas as oportunidades para crescer na vida através da múltipla escolha que terão para con-cluir um curso superior, para cursar e se realizar profissio-nalmente em suas vidas. E, não apenas crateuenses, mas jovens que aqui chegarão vindos de outras cidades e até mesmo de outros estados.

EmpresárioPor sua vez, o empresá-

rio Fernando Linhares, em entrevista, declarou o seu amor por Crateús, seu torrão natal, afirmando que aquela doação, antes de ser um gesto de desprendimento de sua parte, era uma obrigação sua para com a cidade que tanto lhe deu. Apenas, estava devolvendo um pouco de seu para o futuro desta cidade. O empresário exaltou a fi-gura de homem público do prefeito Carlos Felipe, que considera o melhor prefeito que Crateús já teve em toda a sua história, e com o qual se comprometeu a outras futuras doações.Reitor da UECE, José Jackson Leitão Sampaio assina protocolo de doação do terreno do campus da UECE/FAEC sob o

olhar do empresário Fernando Linhares e do prefeito Carlos Felipe que viabilizou a doação.

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Com a renúncia do Papa Bento XVI marcada para o dia 28 próxi-mo, o processo de escolha do seu sucessor irá começar entre o dia 15 e 20 de março, conforme informou o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, no último dia 13.

A escolha do novo papa é feita por votação manual e a portas fechadas, daí a expressão conclave - com chave. A Capela Sistina será o local utilizado para queimar os papéis de votação.

Especialistas preveem que o pro-

cesso de votação, ao todo, dure nove dias. Mas pode se estender, caso não haja resultado. O novo papa é eleito quando há a preferência de dois terços dos cardeais.

Deverão participar da votação 117 cardeais da Igreja Católica, de acor-do com informações publicadas pelo Vaticano. O conclave para a escolha do sucessor do papa Bento XVI será composto por 61 europeus, 19 representantes latino-americanos, 14 norte-americanos, 11 africanos, 11 asiáticos e um integrante da Oceania.

A seca registrada desde o ano de 2012 continua afetando mui-tas cidades no Interior do Ceará. No município de Crateús e na região dos Inhamuns, os animais choram devido o sofrimento. As imagens gravadas pelo repórter Wellington Macedo no último dia11, revelam a situação cau-sada pela pior estiagem que o Estado enfrenta.

Os criadores são obrigados a observar boiadas inteiras morre-rem e aguentar a tortura que os bichos sofrem quando choram silenciosamente durante os últi-mos minutos de vida.

O agricultor José Amorim, de 60 anos, residente da localidade de São Gonçalo, em Crateús, enfrentou a seca de 1958 e ex-plica que “para os animais, essa é a pior estiagem dos últimos 55 anos. Os bichos estão morrendo de fome, sede e doentes”.

O custo para manter o gado vivo tem sido alto e preocupa os criadores. Além disso, cerca de mil cabeças de gado já morreram de dezembro até este mês, de acordo com o criador Jefferson Alves.

As propriedades estão sem acompanhamento de técnicos, e

os donos dos animais pedem a presença e ação de zootecnistas e médicos veterinários, pois a aplicação de remédios está sendo feita de forma aleatória.

SECA

Por: Marcela de Freitas

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A queimadura pode ser muito simples, como na exposição muito demora-da ao Sol, que causa uma queimadura de primeiro grau; ou pode ser um dos quadros mais dramáticos da Medicina, como no caso das grandes queimaduras de ter-ceiro grau. Entre estes dois extremos existem diversas formas, agentes, profundida-des e extensões de queima-duras. Logo, a classificação é muito importante.

O ambiente familiar cos-tuma ser um local de grande parte das queimaduras, e na cozinha encontram-se as maiores fontes (como panelas, ferro de passar, for-no, aquecedores) e líquidos quentes (água, leite, óleo). As chamas (de fogareiros, lareiras, fogões, churras-queiras, fogos de artifício, velas) como fonte de calor são causadoras costumeiras. E as maiores vítimas são as crianças e os idosos.

Conforme a profundidade da pele atingida classifica--se a queimadura como de primeiro, de segundo e de terceiro grau.

1) Queimaduras de pri-meiro grau: o calor destrói apenas a camada superficial da pele, ou seja, a epiderme. Com vermelhidão, inchaço e forte sensação de ardência no local. Geralmente, não há formação de bolhas.

2) Queimaduras de segun-do grau: ocorre a destruição de camadas mais profundas da pele (toda a epiderme e parte da derme). Sua prin-cipal característica é a for-mação de bolhas, cheias de um líquido amarelo-claro que serve de proteção contra infecções por germes encon-trados normalmente na pele;

3) Queimaduras de ter-ceiro grau: são as mais pro-fundas. Não há a formação de bolhas, porque as ca-madas mais superficiais da pele morrem imediatamente. Nos episódios mais graves, músculos, vísceras e até os ossos podem ser atingidos. Na maioria dos casos, o paciente não se queixa de dor, porque as terminações nervosas responsáveis pela sensibilidade aos estímulos dolorosos foram destruídas. Em alguns casos a classifi-cação pode mudar, como na vigência de infecção, onde

ela pode evoluir de segundo para terceiro grau. Mas, a classificação conforme a abrangência é mais im-portante: Baixa: menos de 15% da superfície corporal atingida;Média: entre 15 e menos de 40% da pele co-berta; e Alta: mais de 40% do corpo queimado. (ver ilustração, pois pode ser útil já nos primeiros socorros).

O tratamento tem várias etapas, desde os primeiros socorros, internação quando necessária, tratamento cirúr-gico imediato e tardio.

Os primeiros socorros 1) Queimaduras de primeiro e segundo grau: coloque a parte queimada debaixo de água corrente ou numa vasilha com água fria por cinco minutos para resfriar a pele e aliviar a dor. Depois, enxugue e proteja a região queimada com gaze ou com um pano seco e limpo. Não a esfregue nos cabelos, nem aplique nenhum tipo de po-mada, manteiga, ou pasta de dente sobre o ferimento, pois eles irão grudar na pele e agravar o ferimento. 2) Quei-maduras de terceiro grau: coloque a parte queimada sob água fria por pelo me-nos cinco minutos (se a área for extensa, ponha a pessoa debaixo do chuveiro), cubra com pano limpo e transporte a pessoa para atendimento médico o mais depressa possível.3) Observações importantes:a) Nos casos de as roupas estarem pegando fogo, a pessoa não deve cor-rer, porque o oxigênio do ar alimenta as chamas e o fogo se alastra. Se estiver sozinha, deve deitar no chão e rolar. Se houver alguém por perto, deve ser deitada e coberta com um cobertor, toalha ou lençol preferivelmente mo-lhados para abafar o fogo. Se não for possível deitá-la, quem a está socorrendo deve jogar água fria de cima para baixo, isto é, da cabeça para os pés, a fim de evitar queimadu-ras no rosto, brônquios e pulmões. Depois é indis-pensável retirar-lhe toda a roupa, inclusive os sapatos e acessórios, e colocando--a debaixo do chuveiro de água fria ou, então, jogar água fria sobre seu corpo com delicadeza, enquanto espera o socorro chegar.

b) Quando a queimadura for provocada por produtos químicos, a pessoa deve re-tirar a roupa molhada com o líquido (o que pode ser feito debaixo do chuveiro) e lavar a área atingida com água corrente fria, por pelo menos cinco minutos. Terminado esse tempo, deve dirigir-se a um pronto socorro imedia-tamente.

No hospital, o tratamento clínico é baseado principal-mente na reposição volêmica do paciente, pois no caso de grande queimado (acima de 40% da área corporal quei-mada) a perda de líquido é intensa e deixa o paciente em choque volêmico, de-pois o combate à dor e a infecção. O tratamento ci-rúrgico inicial é feito com o debridamento (retirada) do tecido morto, depois é feito o enxerto de pele até que haja a estabilização do paciente. O tratamento cirúrgico tar-dio é feito pelos cirurgiões plásticos com o intuito de corrigir as sequelas causadas por retrações em articulações (pescoço, axilas, mãos etc.), e fazer refinamentos cirúrgi-cos na face (nariz, orelhas, supercílios etc.)

Enfim, a queimadura não finda quando o fogo apaga, ela dura pela vida inteira, causa sequelas físicas e men-tais profundas, necessitando de um tratamento multi-disciplinar. As prioridades, como o primeiro foco é de salvar a vida; segundo, de restaurar as funções moto-ras; e terceiro, de amenizar, com as cirurgias plásticas, as sequelas existentes. Mas sem dúvida, o melhor tratamento do queimado é a prevenção.

Ministro Edson Lobão (Minas e Energia)Em mais uma otimista avaliação das perspectivas para setor energético

“Não temos problemas com nossos reservatórios, vamos preenchê-los todos e garantir o suprimento de energia por todo o ano e pelos anos seguintes”

Renúncia dessacraliza imagem do Papa Bento XVI

MADRI — A renúncia do Papa humaniza uma figura que durante séculos esteve além do bem e do mal, se-gundo historiadores e teólo-gos de universidades de todo o mundo. Eles a consideram uma dessacralização de um cargo para eleitos, que só se abandona para passar ao reino dos céus. Bento XVI recuou e se transformará, em 28 de fevereiro, no primeiro ex-Papa da História Moder-na. Para os especialistas, sua decisão expõe mais pergun-tas que respostas e abre um novo caminho, mais terreno, na dinastia pontifícia.

- É uma revolução de al-cance tão amplo que muda toda a percepção da hierar-quia eclesiástica. Era um monarca para toda a vida e já não é. Quando ninguém imaginava que a renúncia do Papa era possível, ele fez isso - explica Marina Caffie-ro, professora de História Moderna do Catolicismo da Universidade La Sapienza de Roma.

- Até agora, o Papa era uma figura mística, um ca-samento eterno que se dessa-cralizou - acrescenta Natalia Nowakowska, doutora em História Medieval da Uni-versidade de Oxford.

Segundo ela, o fato de que se fale de abdicação dos pa-pas anteriores e de renúncia em relação a Bento XVI obedece a uma nova forma de interpretação do papado.

- Bento XVI dá a entender que para ser Papa hoje deve--se estar em boas condições para poder viajar e aparecer em público. Parece que con-sidera que se trata de um tra-balho, e não de uma missão perene, como antes - diz a

pesquisadora.Bento XVI marca uma

inflexão fundamental em relação a seus antecessores.

- João Paulo II foi até o final para se transformar em santo, enquanto Bento XVI declarou não estar em condições físicas de seguir - esclarece.

O primeiro Papa huma-nizado

Caffiero explica que du-rante o pontificado de Bento XVI muitos elementos hu-manos passaram a ser limi-tações para o Papa: a idade, a doença, o cansaço.

- Na verdade, é um ato de grande modernidade, levando em conta que no sé-culo XVIII era “vice-Deus” - aponta.

A historiadora contrapõe a figura idolatrada de João Paulo II, “com grande im-pacto nos meios de comu-nicação”, com as críticas a Ratzinger nas redes sociais.

- Em vez de ser meio de apoio, a metade dos tuítes é para criticá-lo - observa.

Apenas quatro pontífi-ces haviam abandonado o imenso poder concentrado em um frasco diminuto, um dos menores Estados e mais antigos do mundo, com mais tentáculos em todo o planeta.

- Nenhuma das renúncias do passado pode ser conside-rada no sentido moderno da palavra - esclarece Richard Rex, da Universidade de Cambridge.

Ele diz que o contexto e o papel do Vaticano naquelas ocasiões - séculos I, III, XII e XV - eram muito dife-rentes. Mas desses, só com Celestino V se trata de uma renúncia voluntária de um Papa legítimo.

- Embora se falasse que Clemente I teria sido Papa de 88 a 97, hoje se sabe que era um simples presbítero de Roma - justifica Ramón Teja, presidente da Sociedade Espanhola de Ciências das Religiões.

Ele diz que Ponciano e Gregorio XII abdicaram por circunstâncias extremas. O primeiro foi expulso para a Sardenha e substituído no ano 235. O outro, obrigado a renunciar em 1415 para terminar com o Cisma do Ocidente.

- Essa renúncia é a imagem de que ninguém, nem mesmo o Papa, pode perpetuar-se no poder uma vez concluído seu trabalho - observa Grado Giovanni Merlo, da Univer-sidade de Milão.

Um dos aspectos mais polêmicos consiste em es-clarecer se as lutas na Santa Sé reveladas com a detenção do mordomo de Bento XVI influenciaram na decisão.

- Possivelmente elas fize-ram com que Bento XVI per-cebesse que havia muito mo-vimento nos bastidores para preparar o que aconteceria depois de sua morte - analisa Roger Collins, especialista da Universidade de Edim-burgo. - O Vaticano sempre foi palco de lutas de poder, da Idade Média até hoje. Com a idade e o cansaço, acho que ele não se viu com forças para enfrentar a Cúria e não quis ficar em suas mãos velho e doente como fez seu antecessor - afirma.

Condenado ao esqueci-mento por ser um Papa de transição, Ratzinger asse-gurou a vida eterna ao dar um passo sem precedentes, diz Collins.

Gazeta Saúde)Queimaduras

Isaac Furtadocirurgião plástico

Bento XVI sente lhe faltarem força física e espiritual para conduzir a Igreja de Roma e renuncia ao papado dia 28

GERAL

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Plínio Bortolotti

ARTIGO

No domingo, reportagem do jornalista Carlos Mazza mostrou novo modo de (má) conduta dos vereadores de Fortaleza. Usando associa-ções de fachada, eles recor-rem à burra pública para se locupletarem de votos, e sabe-se lá mais do quê, já que muitas vezes - segundo o Ministério Público - pres-tam contas com notas frias. (Não estou entre os que criminalizam a política, mas suas excelências podiam ajudar um pouco.)

Pelo menos oito vereado-res controlam associações que levaram dinheiro em 2012 (o silêncio na Câmara, após a matéria, indica que o número deve ser maior). Os nobres edis utilizam-se de emendas parlamentares ou de convênios com a Prefeitura para requisitar recursos da municipalidade.

No total, foram R$ 7,089 milhões. Sem contar que a Câmara custa ao contri-buinte R$ 114,7 milhões por ano e, para cada vereador, despendem-se

R$ 688 mil (atualmente são 43).

E o que fazem essas asso-ciações? Oferecem assistên-cia social e festas - obvia-mente apresentadas como se fossem benemerência dos vereadores. Por con-sequência, transformam-se em indústria de cabalar vo-tos. São comitês eleitorais disfarçados, ou nem tanto, sustentados pelo dinheiro público (o seu, o meu, o nosso).

Os vereadores negam proximidade com essas entidades, apesar da vin-culação evidente. Os mais ousados fazem propagan-da ou gabam-se de serem

“idealizadores” do negócio em páginas da internet. Fa-riseus passando-se por bons samaritanos.

O campeão da caradura é o vereador Eulógio Neto (PSC), cuja associação, pre-sidida por seu irmão, pro-move festas que levam seu nome, como o “Arraiá do cumpade Eulógio” e o bloco de pré-Carnaval “Elógico que eu vou”. Criatividade a toda prova.

Abordado pelo repórter, Eulógio saiu-se com esta: “Este tipo de reportagem sobre associação não é le-gal não. E a legislatura está começando agora, ainda tem quatro anos por aqui... Eu não estou ameaçando...” Responda você, saqueado leitor, que tipo de gente usa linguagem assim?

“Eu não estou ameaçando...”CNBB lança Campanha da Fraternidade 2013 com o Tema Juventude

Para dar suporte ao capital financeiro e à emigração de empresas internacionais criou-se a doutrina neolibe-ral. Ela tem sido responsável pelas ações predatórias dos patrimônios nacionais, afe-tando a soberania e a preser-vação ambiental, trazendo atrasos ao desenvolvimento econômico e cultural aos países receptores. Não ficou por menos a introdução do moderno capitalismo no Brasil, nos primórdios do sé-culo passado. Sem imaginar nos danos que ele causaria à segunda gestão presidencial e republicana, que foi dura-mente atingida, servindo de cobaia a região adjacente ao rio Irani, rica em erva-mate e madeira, entre o Paraná e Santa Catarina, conhecida por Contestado.

O nome veio em razão do amplo movimento contes-tatório dos nativos, donos de glebas que trabalhavam na agricultura e na incipien-te produção madeireira. A concessão, pelo estado brasileiro, de extensos es-

paços à ianque Southen Brazil Lumberand Coloni-zacion Company, sem pré-via ciência aos caboclos permitiu que milhares de-les resistissem à desastrosa medida. Para combatê-los, houve sucessivas batalhas, normalmente com derrotas para o lado governista. Na primeira delas, a 22.10.1912, exatamente naquela área, restaram mortos o coronel João Gualberto, chefe da ex-pedição policial paranaense, e o monge José Maria, que aderira à campanha, cuja li-derança mais tarde passou às mãos de Maria Rosa, jovem e destemida guerreira, que não largava seu fuzil. Tam-bém foi morta. Somavam--se seis mil revoltosos, e as táticas de guerrilha foram praticadas. A demarcação de seis bilhões de m2 de terras ficaram à disposição da Bra-zil Railway Company, ligada ao grupo Parcival Farqhuar, dos EUA, para construção de uma linha férrea em seu favor, irritou, ainda mais, os revoltosos.

Assegurar a propriedade privada a qualquer custo era a ordem do poder central. Foi nomeado o general Fer-nando Setembrino de Car-valho. Recrutaram-se cerca de sete mil homens, 80% do nosso Exército. Aviões, para disparos aéreos, fizeram par-te da estratégia, a principal dela manter confinados os contestados, distribuídos em pontos distintos do conflito. Aos poucos, sem víveres, suas forças foram definhan-do. Do que sobrava, velhos, mulheres e crianças não escaparam à morte. O último de seus líderes, Adeodato, se entregou, mas ferido mortal-mente na cadeia. Satisfazia--se o ímpeto genocida do marechal Floriano Peixoto e a história de que disputas fronteiriças, entre aquelas duas unidades do sul, teriam sido causa maior, que termi-nou em 1916, está má conta-da. Foi sim o choque social, pela acintosa fixação de duas companhias do capitalismo norte-americano e europeu.

Severino, da Maria do Zacarias, faz esse lamento, posto diante dos desafios de abrandar pedras que o desti-no lhe oferece. Severinos são “iguais em tudo na vida“: “é que a morte Severina ataca em qualquer idade/e até gen-te não nascida”. A poesia e o romanceiro nordestino são o registro mais veemente na amargura e no fatalismo dos personagens de uma trama secular. História trágica a que se mostraram alheios e indiferentes a proteção divi-na, sempre invocada pelos Severinos em sua crédula esperança, e os homens de poder em sua dissimulada retórica de promessas con-sentidas. João Cabral mol-dou, em um poema ácido, duro na extração do pouco de vida restante no corpo da morte marcada dos homens, a imagem de uma imensa tragédia.

Pedro II prometeu empe-nhar a última pérola de sua coroa para combater as secas do nordeste. Max Fleuiss, historiador e cronista, des-cobriu, entretanto, em suas bisbilhotices pelos arquivos do II Reinado, que as despe-sas do famoso baile da Ilha Fiscal correram pela verba classificada como “Obras das Secas do Ceará”. Mais

de 20 secas foram registra-das desde 1606 até a deste ano. Pedro II criou uma Comissão dita das Secas, de-nominação, logo emendada para Comissão dos Açudes. Passou a Instituto de Obras Contra as Secas, em 1909; em 1915 voltou a tratar de açudes. Criou-se, em 1915, um Campo de Concentração do Ceará, onde se manti-nham, caridosamente, os flagelados.

De Iocs o órgão passou a chamar-se Ifocs, depois Dnocs. Vieram a Codeno, a Sudene e o BNB. A Sudene, extinta, virou a Adeno. Uma alegre sucessão de siglas manipuladas por políticos, proprietários rurais e gover-nadores.

Os cronistas das secas falam da construção de açu-des em terras e domínios de particulares. Criaram--se municípios nos limites familiares de terras, muitas delas improdutivas. Estradas vicinais foram abertas entre fazendas de uma mesma grei de fazendeiros assinalados. Políticos e proprietários tomaram empréstimos em bancos oficiais, em condi-ções nada severinas. Frentes de trabalho, recursos fede-rais, incentivos e renúncias fiscais drenaram, anos a fio,

recursos da fazenda pública para a fazenda privada. Os projetos para aproveitamen-to das águas estancadas nos reservatórios particulares e nos públicos para irrigação das terras de plantio e de criação foram vistos com desconfiança pelos fazendei-ros e criadores. Tantos Se-verinos com colheita firme e garantida poderiam des-pertar cobranças abusadas e insatisfações ameaçadoras.

Quatrocentos anos depois, repete-se a caminhada secu-lar dos Severinos. Na terra calcinada, nos descaminhos das obras públicas, surge a obra faraônica, anunciada aos ventos e aos eleitores incautos, com os seus canais degradados, pelos quais haverá de correr, um dia, a água do Velho Chico para molhar as terras encarqui-lhadas dos muitos Severinos desesperançados.

Em entrevista realizada no interior do Ceará com um velho e rude vaqueiro, perguntamos-lhe o que a Sudene significava para ele. Respondeu-nos, com a inge-nuidade amarga dos simples: “Doutor, a Sudene é uma caminhonete Rural, com dois ‘filhos-de-uma-égua’ na boleia, andando pra cima e pra baixo”.

Inocêncio NóbregaJornalista

Paulo Elpídio de Menezes NetoCientista político

ARTIGOARTIGO

O marechal genocidaVida e Morte Severina

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou nesta quarta-feira (13) de Cinzas a Campanha da Fraternidade 2013, com o Tema Fraternidade e Juventude e o lema “Eis-Me Aqui, Envia-Me!”

A campanha propõe uma reflexão sobre a atual condição dos jovens na sociedade e foi escolhido no ano em que o Brasil será a sede da Jornada Mundial da Juventude. O encontro reunirá jovens católicos de todo o mundo no mês de julho, no Rio de Janeiro.

Esta é a edição número 50 da Campanha da Fraternidade, realizada anualmente pela Igreja Católica, sempre no período da Qua-resma.

O lançamento ocorreu às 14h30 da quarta--feira de Cinzas, na sede da CNBB, em Brasília, e contou com a presença de um representante do governo federal e de inte-grantes de movimentos de jovens.

Luciano Augusto

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Eliane GonçalvesMãe de dois jovens que morreram no incêndio da boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul.

“Eles saíam de noite e eu sempre os abençoava. Me perguntavam como eu conseguia dormir com dois filhos na rua. Não adiantava sair com eles. Que Deus os abençoe”

Rangel CavalcanteProfessor José Cajuaz

ARTIGOARTIGO

Um dos temas discutidos pelos prefeitos brasileiros reunidos em Brasília duas semanas atrás foi a falta de médicos em suas comunas. E logo surgiu a idéia de contratar esses profissio-nais no exterior, que vem a calhar com a aspiração da cumpanheirada de abrigar mais esculápios cubanos por aqui. A verdade é que suas excelências estão mi-rando o alvo errado. Os médicos de que necessitam estão aqui mesmo no Brasil. Temos deles até sobrando. O problema é que os gover-nos, em todos os níveis, não entenderam ainda porque os nossos médicos não querem ir para interior. Inundam os jornais com anúncios oferecendo gordos salários e os homens de branco não se habilitam. Essa miopia não permitiu ainda que as nossas autoridades vejam que a questão não é apenas salarial. O problema é que

a grande maioria das nossas prefeituras não oferece as mínimas condições para que um profissional possa exercer a medicina. Em muitas não existe nem mes-mo um posto de saúde digno do nome.

Hospitais são poucos, quase sempre pobres em equipamentos, pessoal e material. Raros são os que possuem aparelhos radio-lógicos, praticamente im-pedindo o diagnóstico de muitas doenças. O jovem médico que se interioriza corre até risco de desa-prender o que amealhou de conhecimentos na facul-dade. Torna-se num mero receitador de remédios, sem condições de evoluir e de aperfeiçoar na prática diária da verdadeira medi-cina. Os médicos de que o interior necessita não estão no estrangeiro, mas aqui mesmo. Eles são milhares, competentes, ansiosos por

uma chance de se realizar na profissão. Pelos números da Organização Mundial de Saúde o Brasil é um dos países mais bem servidos de profissionais da medicina. Ao mesmo tempo, um dos que registram piores indica-dores de qualidade da saúde pública em todo mundo, mesmo dispondo de mais faculdades de medicina do que quase todas as nações do planeta. Os nossos pre-feitos precisam deixar de tentar fisgar médicos pelos classificados dos jornais, com dinheiro na ponta do anzol. Gastem suas verbas montando hospitais, postos de saúde, clínicas, tudo bem equipado, com pessoal de apoio e basta esperar pelos doutores de branco buscan-do emprego no seu municí-pio. Não precisa importar doutor. Todo mundo sabe onde estão os nossos.

O Diário do Nordeste do dia 29 de janeiro de 2013 publicou artigo do professor Marcos José Diniz da Silva, cujo título é “Doa a quem doer.” Beleza pura!

O assunto ali tratado é a mais cristalina das verda-des. No início do artigo, ele relembra, com alegria, a retomada do estado de direito e, consequência ló-gica, a independência dos três poderes que, segundo a Constituição, devem ser harmônicas e independen-tes, e não subservientes.

Se isso nos alegra tam-bém, a outra face da mo-eda nos entristece: “Quão incomodados ficam os go-vernantes acostumados aos atos arbitrários, ao poder personalista e patrimo-nialista que amesquinha e imbeciliza o povo,” e eu acrescento, atemoriza e achincalha o poder judiciá-rio sem dar bolas para suas decisões.

Como prova dessa verda-de, ele apresenta dois casos: 1) A não obediência a um preceito constitucional que proíbe dar nomes de pesso-as vivas a órgãos públicos, como acontece em Sobral, até mesmo com parentes do governador; 2) O des-

prezo e a desobediência à determinação do Ministério Público, pelo governador, quanto ao cachê da cantora Ivete Sangalo.

A resposta do governador quando questionado sobre o assunto: “Vou continuar promovendo essas festas doa a quem doer”.

Em ambos os casos, con-tinua o articulista, nota-se uma harmonização entre os tribunais estaduais e o governador, assegurando--lhe mando absoluto e li-berdade para o deboche aos princípios republicanos e à própria Justiça e conclui: Os incomodados que se ...”

Pegando a deixa do pro-fessor Diniz, quero acres-centar mais um caso em que o governador afronta e achincalha a Justiça: a implantação do piso salarial dos professores das uni-versidades estaduais. Esse affair já completou bodas de prata e, em 2007, o STF decidiu pela constituciona-lidade da reivindicação dos professores. Agora, só uma coisa a fazer: implantá-lo.

A execução foi iniciada pelo Tribunal do Trabalho. Foi suspensa. Por quê? Mando absoluto e deboche do governador para com o

Judiciário. Na minha santa ignorância jurídica, a coisa é tão fácil de ser resol-vida. O processo chegou às últimas instâncias. Foi decidido? Acabou-se. Doa a quem doer.

Como o Professor Diniz, apresento a comprovação de minha afirmação. Não há mais nada a discutir. Alea jacta est. A sorte está lançada. Agora quem for podre que se quebre.

Qual o motivo de o Tribu-nal do Trabalho postergar a execução de uma decisão do Supremo? Por que de-sembargador X, desembar-gador Y, desembargador Z e demais letras se julgam impedidos? Será necessário sair de nossa região para fazer valer uma decisão da Suprema Corte da Justiça Brasileira?

Acredito que não. Os ju-ízes são vitalícios nos seus cargos justamente para não terem medo de executarem as decisões da justiça e dar direito a quem o tem, quer agrade, quer desagrade. Por isso os juízes devem ser intemeratos e intimoratos.

Agora faço uma pergunta e espero uma resposta: Qual o problema?

Cadê o doutor?Alguém tem a resposta? Qual o problema?

Confirmada pena para padre Cheregatto

O ex-capelão da Base Aé-rea de Fortaleza, capitão da Aeronáutica e padre Seve-rino Cheregatto(foto), teve confirmada, pelo Superior Tribunal Militar (STM), em Brasília, a pena de oito anos de prisão por crime de pe-culato. Ele foi acusado pelo Ministério Público Militar do Ceará de se apoderar de dinheiro pertencente à capela de Nossa Senhora de Loreto (Capela da Base), no período de 1997 a 2005,

quando exerceu a capelania.O STM rejeitou os embar-

gos infringentes (recursos judiciais) contra a condena-ção. Segundo a assessoria de comunicação daquela Corte, o ministro relator da matéria, Olympio Pereira da Silva Júnior, considerou que “trata-se de desvio de bens que estavam sob a guarda da Aeronáutica e, portanto, da administração militar’’. Diante deste argumento, os demais ministros seguiram o

voto do relator, confirmando a condenação do ex-capelão.

Ainda conforme o pro-cesso, cerca de R$300 mil provenientes de dízimos e celebração de eventos como casamentos, batizados e, ain-da, doações da comunidade à Capela da Base, foram parar nas contas bancárias pesso-ais de Cheregatto. A defesa recorreu da condenação, alegando que o dinheiro não era bem da Aeronáutica.

MortesCheregatto foi absolvido em outro processo, que tratou da morte de dois soldados da

Base Aérea de Fortaleza. O fato ocorreu em 10 de setembro de 2004, quando apareceram mortos, a tiro, no interior da Base, os soldados Cleoman Fontenele Filho e Robson Men-donça da Cunha.

“Alguns aqui falaram sobre ética. Eu queria lembrar que a ética não é objetiva em si mesmo. O objetivo em si mesmo é o Brasil, é o interesse nacional. A ética é meio, não é fim. A ética é dever de todos nós.

Renan CalheirosSenador, no seu discurso, antes de ser eleito presidente do Senado.

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VARIEDADES

Ao assumir a presidência do Tribunal de Justiça do Ce-ará, o desembargador Luiz Brígido falou o óbvio, de que tudo fará para melhorar a prestação de justiça à po-

pulação. Não fará nada. Por que o tudo é o nada mesmo. A preguiça do Judiciário, o excesso de burocracia, os recessos, as férias prolon-gadas dos juízes são o que

fazem do Poder Judiciário um carro-de-boi carregado, gemendo ese arrastando pela estrada.

A modelo Lea T, em seu primeiro depoimento após a operação de troca de sexo, feita no ano passado, con-fessou estar decepcionada com o resultadoe disse não se sentir mais mulher depois

de a cirurgia retirar o que considera “um detalhe”. A filha de Toninho Cerezo se sente ainda masculina com os ombros largos e tamanho do pé 42. Pois é, as pesso-as podem fazer mudanças

externas, mas o principal é o sentimento que têm em relação a si mesmas. Lição dura de aprender, apesar de simples: aceitar-se.

Ao ver aquele parque de diversão, todos os anos, na festa do Senhor do Bonfim, montado em cima da Pra-ça da Matriz e ocupando o leito das ruas, causando transtornos aos transeuntes,

produzindo ruídos e barulho ensurdecedor com a sua movimentação, montado sobre cepos de pau, eu me pergunto: o Corpo de Bom-beiros fez a devida vistoria? A Prefeitura forneceu o Al-

vará? Penso que, em nome do Senhor do Bonfim, nada disso foi providenciado. Nunca foi preciso. Mas, que muitos escaparam de uma tragédia, isto ninguém pode negar.

Jornalista Neno Cavalcan-te, na sua indignação, diz que é fácil aferir o grau que as casas legislativas, falsamen-te chamadas de “casas do povo”, merecem: basta ver

os presidentes e as composi-ções das mesas diretoras, em geral a borra humana da vida pública. Que é estarrecedor o fato de serem escolhidos sempre o que existe de pior e

mais condenável na política das cidades, dos estados e do País. Se aparece um que seja mais ou menos, esse não serve, tem que ser o mais nefasto, de ficha mais suja.

Não bastassem a Associa-ção dos Prefeitos, a Associa-ção das Primeiras Damas do Estado do Ceará, a União dos Vereadores, eis que, temos também a AVIPRECE, As-sociação dos vice-prefeitos,

que congrega esses políticos em todo o Estado.

Que será que faz esta asso-ciação? No mínimo, estuda métodos de como conspi-rar contra os prefeitos para tomar-lhes os cargos. Não

demora, e teremos a Asso-ciação dos Secretários Muni-cipais, de Saúde, Educação, Cultura, Infraestrutura, Ação Social e chefia de Gabinete, etc. etc. AVIPRECE, que nome pomposo!!!

O Governo de Brasília tomou a decisão de contratar por R$ 30 milhões uma em-presa especializada para ins-talar mais de 1,6 mil novas

câmeras de monitoramento nas ruas da Capital federal. O Tribunal de Contas do DF suspendeu a licitação depois de descobrir que

estudos técnicos mostraram que tudo poderia sair por R$ 11 milhões.

Você encontra todas as matérias da Gazetano site. Acesse e poste seu comentário.

ASSUMINDO O TJCE

Frase do dia: Não é a política que faz o candidato virar ladrão. É o seu voto que faz o ladrão ser candidato.

Decepção

Parque de diversão

Desembuchando

Associação dos vice-prefeitos

Câmeras

Os egípcios acreditavam na imortalidade através do Ka ou força vital. O obje-tivo era o de fornecer um receptáculo durável para o espírito, para isso tiveram que aperfeiçoar a ciência do embalsamamento. A preser-vação do corpo começava com a extração do cérebro do falecido através das narinas, com um gancho de metal. As vísceras – pulmões, fígado, estômago e intestinos – eram removidas e preservadas em canopos separados, cada um com a representação de

deuses da mitologia grega. O que restava ficava imer-so em salmoura durante um mês, e a posteriori o cadáver em conserva era estendido para secar. Em seguida, enrugado, era então preenchido – as mamas das mulheres eram estofadas-, envoltas em várias camadas de ataduras, e por fim o cor-po confinado num caixão e num sarcófago de pedra. O clima seco do Egito e a ausência de bactérias nas areias e no ar contribuíam para preservação docorpo.

Em 1881, quarenta corpos de reis foram descobertos, inclusive o corpo de Ramsés II, que tinha a pele ressecada, os dentes e os cabelos ainda intactos. O monarca com três mil anos de idade, em cuja corte Moisés se criou, era chamado “O Grande”; gerou mais de cem filhos durante os seus 67 anos de reinado. Certa vez, um ins-petor da alfândega examinou os restos mortais de Ramsés II, na transferência da múmia para o Cairo, e o rotulou de “peixe seco”.

Cheyla Motapsicopedagoga

ARTIGO

Egito – A arte da mumificação

CARTASPrezado Flávio Machado

Ao cumprimentá-lo, cordialmente, inicialmente registro que sou leitor assíduo da Gazeta do Centro-Oeste, prestigiado jornal da querida Crateús, editado sob a com-petente direção de César Aguiar Vale.

E foi com o coração enternecido e a nostalgia da terra natal – a sempre lembrada e amada Crateús – que li com vivo interesse e emoção a crônica de sua autoria pu-blicada naquele veículo de comunicação, no dia 15 de janeiro.

Agradeço enternecidamente a lembrança da campanha deflagrada por mim e por Marizalvanos idos de 1983, para arrecadar alimentos e gêneros de primeira neces-sidade para os irmãos nordestinos castigados pela seca que então assolava o sertão.

O artigo recupera com minúcia os detalhes da exitosa iniciativa então empreendida, resgatando fatos históricos que reimprimem nos leitores a certeza de que a solidarie-dade dos cearenses é um marco sempre presente e indutor de esforços permanentes para viabilizar a ajuda aos necessitados, em tempos difíceis.

E tenho certeza que as lúcidas palavras de sua lavra, impressas na Gazeta do Centro--Oeste, reavivarão os sentimentos de solidariedade do povo brasileiro, incitando novos atos de apoio ao povo crateuense, mas uma vez afligido pela atual onda de seca.

Atenciosamente,

Valmir CampeloMinistro

CRATEÚS: Rua Cel. Lúcio, 511 - CentroFone/Fax: (88) 3691.1717NOVA RUSSAS: Rua Pe. Francisco Rosa, 1311 - CentroFone: (88) 3672.0308SANTA QUITÉRIA: Rua Cel. Manoel Alves, 157 - CentroFone: (88) 3628.0374ARARENDÁ: Rua Francisco de Paula, s/n - CentroFone: (88) 9412.2362 e 9410.9370

MOSENHOR TABOSA: Av. Honório Melo, 25 - CentroFone: (88) 3696.2164NOVO ORIENTE: Rua Elpídio Rodrigues, 266 - CentroFone: (88) 3629.1794QUITERIANÓPOLIS: Rua Acard Deusdete Pedrosa, 247Fone: (88) 3557.1346 / 9992.1379FORTALEZA: Rua Pe. Luiz Filgueiras, 550 - AldeotaFone: (85) 3221.4355 Rua Ubaldino Souto Maior, 1230 - São Vicente, Crateús-CE - Fones: (88) 3691.1080 / 3691.5777

Dr. José Wellington RodriguesClínica Médica - UltrassonografiaCREMEC- 3465

Dr. Francisco Janildo LealClínica Médica - Cirurgia GeralGineco - Obstetrícia - CREMEC- 3235

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GAZETA DO CENTRO-OESTECrateús - Terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

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Ex-ministro José Dirceu ao comentar as denúncias que, segundo avalia, foram assacadas contra Renan na tentativa de prejudicar sua eleição para presidente do Senado. Dirceu comparou as denúncias ao golpe militar que impôs a ditadura no País.

“Renan é alvo de uma ofensiva midiática respaldada pelo Ministério Público Federal”

EScRAcHAnDOO barato que sai caro, e

desta vez, custando à vida de mais de duas centenas de pessoas. O sinalizador uti-lizado pela banda Gurizada Fandangueira no show na boate Kiss, em Santa Maria, e que causou o incêndio, era proibido para ambientes fe-chados e foi comprado por ser mais barato. A espuma que deveria ser utilizada para isolamento acústico, era inapropriada e inflamá-vel. A cada descoberta de fatos relacionados à tragé-dia, mais a coisa se confi-

gura um crime e não uma “fatalidade” como querem convencer os realizadores.

Uma coisa puxa a outra e, através desse crime absur-do, toma-se conhecimento das deficiências de uma boate que recebia mais pessoas do que comportava sua capacidade, não tinha saídas de emergência nem extintor de incêndio em per-feitas condições de uso. E a partir daí, acordaram para a necessidade de realizar vis-torias em todas as casas de show do país para verificar

se atendem às exigências legais de funcionamento. Além de tudo isso, observa--se ainda que existam ór-gãos públicos responsáveis pela concessão de alvará e fiscalização, funções, pelo visto, muito mal realizadas. Diante de tantas defici-ências, a conclusão é que nada funciona no país do “jeitinho”, acostumado com a impunidade, justificando tudo como simples “fata-lidade” (Regina Marshall – Jornalista)

Não se sabe bem o que ocorre nos bastidores do Planalto sobre a sucessão da Dilma. Tirar, por tirar Temer da vice, pode provo-car o erro fatal do caçador desastrado que atirou na co-dorna e acertou no cachorro. Eduardo Campos (PSB) não tem aquela arma sólida de derrubar 99 codornas com um tiro só, não alcançando a centena porque lhe faltara uma mísera bala. Um erro, em política, equivale a um crime. Penso que a presi-

dente Dilma não chegaria a este disparate. Tudo bem, reconheça-se: Eduardo é um bom nome, um político decente, além de agora ter reforçado seu partido no plano municipal, o susten-to da maratona. Mas, se a presidente Dilma tiver visão política e pretender mais quatro anos de Planalto, convém não cutucar em Mi-chel Temer, que no PMDB é o Moisés que guia o êxodo. Dentro do próprio partido, há quem não goste dele

nem de suas ideias. Mas até Deus tem o inimigo dele. E mais – falta ainda muito para o final do mandato. O poder engendra a volúpia do poder e quem pode quer sempre poder mais. Salvo um terremoto político nas alturas da arca do velho Noé, quem na urna trocaria Temer por Eduardo? Nem nas maravilhas de Monteiro Lobato. Dizem que, num próximo dilúvio, só escapa-riam as baratas, superando os ratos. Uffffffff!!

Decididamente, o secre-tário de Cultura, professor Otaviano, que dirige um ponto de cultura voltado para a Ecologia e o meio ambiente, e que foi indicado para o exercício do cargo pelo Partido Verde, sigla política voltada em sua raiz às causas ambientais, entrou para a Secretaria com um pé esquerdo e pisando na bola, ao defender a presença dos paredões de som na Praça Gentil Cardoso, durante 12 horas por dia, no período do Carnaval.

Paredão de som é instrumento de cri-me ambiental e de saúde pública, e os únicos lugares onde poderiam funcionar, seriam no deserto ou em alto mar.

D e c i d i d a m e n -te, também, seja lá quem for que autori-zou o funcionamen-to dessas máquinas de fazer loucos, na Praça acima, seja juiz, promotor, pre-

feito, secretário, autorizou a desmoralização da Lei Ambiental em toda a sua plenitude. Autorizou o mar-tírio de centenas de famílias que teve o sono sacrifica-do, a saúde abalada, com muitos fugindo para locais distantes para se livrarem do inferno desses paredões. O som dessas máquinas foi escutado em quase a cidade inteira.

Crateús não tem local para realizar Carnaval, a par de também não ter tra-

dição carnavalesca. O povo enjoou dos Tikerê e Manda-caru da vida e não serão os paredões de som que vão substituí-los. O Carnaval precisa ser repensado e os paredões de som banidos de nossa cidade. Se não for possível ativar os paredões de som no deserto ou em alto mar, que eles sejam le-vados para a baixa da égua, quando esses animais forem retirados para bem longe desse local. (César Vale – Jornalista)

Descaso em alto grau

Baratas e ratos

Lugar de paredão é no deserto

Governador de Pernambuco, Eduardo Campos, se movi-menta bem, articula apoio e caminha para ser candidato ao Palácio do Planalto em 2014

Campos anunciará candidatura à sucessão de Dilma

Marina Silva barra doações de empresas de cigarro, agrotóxicos, bebidas e armas

A cultura política brasi-leira tem o Carnaval como marco para nova fase na vida do País. O adágio popular - segundo o qual, as coisas só andam após o fim da festa mais popular do Brasil, se confirma a cada ano. E, em 2013, não está sendo dife-rente, principalmente, na política.

Passados os dias de folia, as lideranças partidárias e políticas colocam em pauta a eleição presidencial de 2014. O cenário é traçado com quatro nomes de peso - Dilma Rousseff (PT), Edu-ardo Campos (PSB), Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva, que está construindo um novo partido. Todos são pré-candidatos.

O fato mais novo a marcar o final do Carnaval é a agen-da do governador de Per-nambuco e pré-candidato do PSB ao Palácio do Planalto, Eduardo Campos. Campos tem encontro programado com o ex-presidente Lula para dizer que será candida-to à sucessão da presidente Dilma Rousseff. A reunião acontecerá antes do dia 20 deste mês.

Antes do Carnaval, os bastidores políticos foram sacudidos com a firmeza de declarações do líder do PSB na Câmara Federal, Beto Al-buquerque (RS), ao anunciar que Eduardo Campos dispu-tará a eleição presidencial. A declaração agitou os bastido-res do PMDB e PT.

Os desdobramentos desse cenário terão reflexos em todos os estados brasileiros, como no Ceará, onde o PT é aliado do PSB e PMDB. Os três partidos têm pré--candidatos ao Governo do Estado.

A ex-prefeita Luizianne Lins (PT) está no Rio de Janeiro, mas de olho no cargo ocupado pelo gover-nador Cid Gomes. O PSB tem o nome do ministro dos Portos, Leônidas Cristino, e o PMDB aparece com Domingos Filho e Eunício Oliveira. A definição de um nome, porém, depende ago-ra do quadro de coligações nacionais envolvendo PT, PMDB e PSDB.

A nova sigla a ser criada pela ex-senadora Marina Silva, que ainda não teve o nome definido, mas até o momento é chamada de Rede, já possui um estatuto provisório que impõe limites ao recebimento de doações.

De acordo com o regula-mento está vetado o rece-bimento de doações de em-presas que fabricam bebidas alcoólicas, cigarros, armas e agrotóxicos. Esses setores representam os grandes doa-dores eleitorais. Além disso, o partido veta a filiação de pessoas enquadradas na Lei da Ficha Limpa e determina aos parlamentares da legen-da um “combate rigoroso” a “privilégio ou regalia em ter-mos de vencimentos normais

e extraordinários”.Esse manifesto e a minuta

do estatuto têm data até o dia 16 para serem discutidos e votados em assembleia em Brasília. A aprovação dos documentos é o primeiro passo para a ex-senadora

tirar do papel o novo partido, com o qual pretende disputar novamente a Presidência, em 2014.

Depois, o partido terá até o dia 4 de outubro para reco-lher cerca de 500 mil assina-turas para obter o registro.

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Afrouxando o Riso

O célebre advogado, poeta e re-pentista Quintino Cunha, quando de seu último casamento com uma mulher bem mais nova que ele, foi cumprimentado por um dos amigos que frequentava o seu círculo de amizades, que lhe enviou um chifre envolto numa toalha e depositado numa bandeja.Ao receber a bandeja e verificar o conteúdo, pediu ao portador que esperasse um pouco. Nisso, Quintino foi ao jardim de sua casa e colheu flores que encheram a bandeja e, em meio às flores escreveu um bilheti-nho: “Cada qual dá o que tem”.

A Editora Fórum e os au-tores Valmir Campelo e Rafael Jardim Cavalcante convidam para o lançamento da 2ª ediçãodo livro OBRAS PÚBLICAS – Comentários à Jurisprudência do TCU que acontecerá ao final do evento Fórum de Gestão Pú-blica no Ceará no dia 22 de fevereiro de 2013, às 17h30, no Hotel Gran Marquise, Av. Beira Mar, 3980 – Fortaleza/CE.Essa obra de referência traz o impacto do novo Regime Diferenciado de Contrata-ções Públicas (RDC) nos

verbetes já existentes.Valmir Campelo, Minis-tro Decano do Tribunal de Contas da União, Presidente daquela Corte no biênio 2003/2004, julgador e pa-lestrante dos temas afetos ao controle de obras públicas.Rafael Jardim, Auditor Fe-deral de Controle Externo, engenheiro experiente na coordenação e execução de projetos na construção civil, já diretor e secretário--substituto da Secretaria de Obras do CTU.

Nas ondas de uns cabelosFlash do Passado

Crateús de OntemHá pessoas que nascem

iluminadas, e vêm ao mundo envoltas em indumentária divina. Neste mundo não perdem tempo em multipli-car talentos. Nascem com a vontade de espalhar o co-nhecimento com o brio que os fascina. Além da esponta-neidade, mostram talento e, facilmente, se habilitam na comunicação, volatizando tudo que aprendeu, através da didática, das conversas, da vida e das amizades.

Há alguns dias, recebi tele-fonema do professor univer-sitário Carlos Negreiros Via-na, um desses dinâmicos e curiosos mestres que farejam nas feiras literárias, ou em outros ambientes culturais, novas formas de adquirir mais conhecimentos.

Casualmente, ele se depa-

rou com um dos meus livros e, ao ler algumas crônicas, concluiu que o autor daquela obra gostava de história e, por certo, sentir-se-ia feliz ao receber um rico material sobre o mais antigo banco que se instalou em Crateús no dia 13 de novembro de 1930. Com o seu telefonema, fiquei feliz pela conversa e alegre ao receber ricas biografias de crateuenses de gerações distantes, muitos dos quais conheço através da história. Mandou-me também uma matéria sobre o Banco Popular de Crateús, extraída do livro “Vida dos Municípios”, compêndio pertencente à Biblioteca Ca-pistrano de Abreu. O Banco Popular de Crateús foi uma instituição de vida efêmera. Aqui era sediado na Rua

da Boa Vista, que deve ter tomado uma denominação, e enquanto se manteve neste torrão ajudou no desenvolvi-mento da cidade. Ao se ins-talar em Crateús, teve como presidente Júlio Evaristo de Paiva, e como vice-presiden-te, Antônio de Melo Rosa. Inicialmente, foi gerenciado por João Belfort Teixeira. O conselho fiscal era composto por Deusdedith Cavalcante de Albuquerque, Sebastião César do Valle, Raimundo Machado da Ponte e Fran-cisco de Melo Lima (Chico Tobias). Após o primeiro balanço em 31 de agosto de 1931, portanto, menos de um ano de atuação, constatou-se um capital de 41:800$000 (Quarenta e um mil e oito-centos contos de reis).

Os principais acionistas

do Banco de Crateús eram a firma comercial Evaris-to Irmãos & Cia, Antônio de Melo Rosa, Francisco de Melo Lima, Banco de Crédito Agrícola de Sobral, Abel Alcanfor Soares, João Belfort Teixeira, Manoel Tabajara Melo, Raimundo Machado da Ponte, Paulo Aragão, Júlio Evaristo de Paiva, Sebastião Cesar Valle, Deusdedith Cavalcante de Albuquerque, João Salustia-no Aguiar, Bento Coutinho de Macedo e Francisco Ru-fino Cavalcante.

Em 30 de junho de 1937 o Banco de Crateús ainda exis-tia com nova diretoria. Não se sabe quando este banco encerrou suas atividades.

Já em primeiro de maio de 1940, administrado pelo ge-rente Salustiano Rodrigues

Pinto, tendo como influente acionista o senhor Edson Moura Cavalcante, instalou--se em Crateús, na Rua Dr. Moreira da Rocha, o Banco de Crédito Comercial, ins-tituição que também muito contribuiu com o comércio desta cidade, garantindo os descontos de duplicatas, ex-pandindo recursos, gerando emprego e emprestando dinheiro ao comércio da pacata cidade.

Em 1962, conheci a atu-ação do Banco de Crédito Comercial (BCC), cuja filial de Crateús era gerenciada por Claro Antunes Filho (Netinho) e contava com o trabalho de José Sinésio de Sá na subgerência, além dos funcionários Gerardo Mage-la Vale, Anália Maria Melo, Júlio de Maria Menezes Tei-

xeira, José Wilmar Bezerra de Sabóia, Raimundo Be-zerra Melo, Rossiclé Mendes Leitão, os irmãos Francisco e Francisca Mendes.

Em 1972 o Banco Brasi-leiro de Descontos (BRA-DESCO) comprou a carta patente do Banco de Crédito e transferiu para Caucaia a agência de Crateús. À épo-ca, seu presidente era Júlio Martins Rodrigues, e a sua sede em Fortaleza situava-se à Rua Floriano Peixoto, 440, esquina com a Rua São Pau-lo. Este Banco possuía filiais em Sobral, Crato, Juazeiro do Norte, Iguatu, Crateús, e Senador Pompeu, regiões onde se concentravam a grande produção de algodão.

Banco Popular de CrateúsFlávio Machado

Sou daquele tempo...

Obras Públicas 2ª edição

Cada qual dá o que tem Sou daquele tempo, de um passa-

do bem distante para muitos, e tão próximo a mim que o viveu. Sou do tempo do curral de gado de Leônidas Bezerra, na Rua da Pimenta com a Rua Cel. Zezé; das sinucas e bilhares de Egydio Vale e Frutuoso Lins, das feiras aos sábados no Mercado Velho com seus vendedores de farinha, ra-padura e feijão, com seus açougueiros quebrando ossos, talhando e salgando carnes, outros salgando toucinho. Aí, vem aquela lembrança de Cícero Catrevagem vendendo tripas e rebo-talhos, bem vizinho a João Laureano. Sou do tempo das cafezeiras, Isabel Venâncio, Regina, Zefinha, Délia e muitas outras; sou do tempo do An-tônio Penha cortando pneu para sola de alpercata e câmara de ar para tiras de baladeira. Sou do tempo da Casa Beija-flor de João Melo Cavalcante, da loja do seu Bizim, das bodegas de Raimundo Melo e Raimundo Laurea-no, para ficar apenas nesses dois. Sou do tempo do cego Dantas esmolando com sua viola no portão da feira, entre as lojas de Antônio Ricardo e Tobias Rezende; no mesmo local esmolava o cego Pindoba que, com sua vara de jucá, acertava seus desafetos. Sou do tempo de seu Raimundo Barbeiro, avô do Messias da Macavi; do tempo

de seu Amarante com sua barbearia junto com a alfaiataria de seu Osterne Santiago, barbaramente assassinado em seu local de trabalho.

Venho de longe, do tempo em que ladrão só roubava galinha, que nem o pobre Jararaca, que certa vez, vi-o amarrado por uma corda na cintura, com um baleio de galinha à cabeça, sob as ordens de um soldado, devol-vendo as galinhas furtadas, de casa em casa, na Rua da Pimenta. Ladrões mais sabidos eram os irmãos Buca e Joaquim da Romana, uma preta neta de escravos da Pedra Branca. Buca tinha a cabeça muito fina e, certa vez, fugiu da cadeia passando a cabeça e o corpo por entre as grades do xadrez. Joaquim da Romana penetrou noite alta, na casa de um oficial do 4º Bata-lhão Ferroviário e furtou-lhe a farda. O negro Joaquim vestiu-a e embarcou fardado no trem, desceu em Ipueiras e foi tomar café com bolo de milho no mercado da cidade. Um soldado do destacamento vendo aquele desajeita-do oficial bateu-lhe continência e não foi correspondido. Joaquim, no ato, recebeu voz de prisão. Estava com os bolsos da túnica cheios de bolo. Era um ladrão “irresponsável e gaiato”. Depois eu volto.

César ValeCantinho da Poesia

Soltos, ombros abaixo, os revoltos cabelos,Que te envolvem num longo e veludoso abraço;E, como um rio negro, os seus negros novelosRolam no vale em flor do teu brando regaço.

E, na louca embriaguez dos meus sentidos, pelosCincos oceanos do sonho o meu roteiro faço,A senti-los na mão, beijá-los e mordê-los,Até morrer de amor, sucumbir de cansaço!

E, pousando a cabeça em teu seio, que estua,Sinto um sonho ligeiro, um sussurro de brisa,Que me suspende ao céu e pelo céu flutua...

E, num sonho feliz, como num mar profundo,A minh’alma desliza, a minh’alma desliza,Como as naus de Colombo, à procura de um mundo...

Batista Cepelos

Dr Eliézio Torres MartinsORTODONTIA - CRO-CE: 2491

Dr Bruno Cavalcanti MartinsPRÓTESE E CLÍNICA GERAL - CRO-CE: 4875

Dr Breno Cavalcanti MartinsCIRURGIÃO DENTISTA - CRO-CE: 6028

Drª Blenda Camerino F. C. MourãoODONTOPEDIATRIA/PERIODONTIA - CRO-CE: 5567

CRATEÚS: Rua Cel. Lúcio, 495 - Centro - Fone: (88) 3691.8050NOVO ORIENTE: Rua Cazuza Rocha, 56 - Centro - Fone: (88) 3629.1477E-mail: [email protected]

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Comunicando Tiririca perde ilusão e anuncia desistência da política

Transsexual: Justiça autoriza mudança de nome

O promotor de Justiça Hugo Frota Magalhães Porto Neto, da Comarca de Crateús, determinou uma vistoria no Clube Caça e Pesca, o mais antigo e tradicional da cidade, pelo Corpo de Bombeiros, que concluiu por interditá-lo temporariamente. Tam-

bém, recomendou à gestão municipal e ao Corpo de Bombeiros a fiscalização e o embargo administrativo de qualquer estabelecimen-to comercial que não atenda às normas legais de segu-rança, higiene, e de meio ambiente. Pergunta-se: esta recomendação vale para o

Mercado Velho e a Feira Livre? Se for para valer mesmo, não fica ninguém dentro dos dois estabeleci-mentos. Queremos ver até que ponto vai chegar a du-reza, a coragem e o compro-misso do ínclito membro do Ministério Público.

Recomendações do pro-curador-geral de Justiça do Ceará, Ricardo Machado, e do corregedor-geral, Mar-cos Tibério Alves, sobre orientações para a fiscali-zação de estabelecimentos públicos e privados desti-nados à diversão e outros fins, no interior do Estado, os membros do Ministério Público deverão exigir dos órgãos competentes, como

Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Prefeituras Municipais, que realizem fiscalizações e exijam do-cumentação necessária para o funcionamento dos esta-belecimentos, de modo a preservar a segurança e a integridade física de seus frequentadores, nos termos da legislação em vigor.

Em Crateús, apesar dos riscos que corre a popula-

ção que frequenta os dois mercados públicos, nunca se deu, por parte da Pre-feitura, da Defesa Civil, da Vigilância Sanitária e do Corpo de Bombeiros, qual-quer vistoria ou exigência de documentação necessá-ria para o funcionamento de centenas de estabelecimen-tos comerciais.

O deputado federal Fran-cisco Everardo Silva, o Ti-ririca, está desiludido com a política e quer voltar a fazer o que mais gosta - humor, e não disputará a reeleição em 2014. Cam-peão nas urnas em todo o Brasil na eleição de 2010, Tiririca recebeu mais de 1,3 milhão votos.

A desilusão, como ele confessa, é fruto da impo-tência em fazer algo mais concreto, em ver projetos aprovados e, ao mesmo tempo, a falta de tempo que o faz ficar longe da família e, principalmente, da filha mais nova, com três anos de idade.

Tiririca usou o humor para sensibilizar o eleitor de São Paulo e ganhou manchetes nas páginas de política com

algumas frases de efeito que viraram bordão na campa-nha de 2010: ‘’O que é que

faz um Deputado Federal? Na realidade eu não sei. Mas vote em mim que eu te conto’’.

Outras frases do humo-rista-candidato a deputado ganharam o Brasil, como:

‘’Vote no Tiririca, pior do que tá não fica. Não vote em quem trambica, vote no

Tiririca. Vote aqui no abestado’’. Hoje, com quase dois anos de man-dato na Câmara Federal, Tiririca tem a convicção que “não dá para fazer muita coisa”.

Tiririca definiu a Câ-mara Federal como uma escola, mas quer voltar ao humor para fazer o que mais gosta. “Eu sou artista popular. Aqui me prende muito. A procura pelos shows é enorme e

não dá para fazer”, disse o deputado federal Francisco Everardo, o Tiririca, afir-mando ainda que, saindo da política, dedicará mais tem-po à sua profissão e à família.

Um transexual foi autori-zado a mudar o seu nome e gênero em registro civil em Fortaleza. De acordo com os autos do processo, B.D.V.C. alegou que, apesar de ter nas-cido com o sexo masculino, desde criança apresenta ca-racterísticas físicas e psico-lógicas femininas. Por conta disso, alega ter sofrido fortes constrangimentos durante a infância e a adolescência.

Aos 22 anos de idade, após concluir a faculdade e conquistar autonomia finan-ceira, passou a se apresentar no meio social como mulher

e, desde então, adotou nome feminino.

E m j u l h o d e 2 0 1 2 , B.D.V.C. foi submetido à cirurgia de redesignação sexual (conhecida popu-larmente como “mudança de sexo”) em Bangcoc, na Tailândia. Em dezembro do mesmo ano, ingressou com uma ação judicial buscando alterar a documentação.

DecisãoNa sentença, o juiz Wotton

Ricardo Pinheiro da Silva, da 15ª Vara de Família da Comarca de Fortaleza, consi-

derou que a adequação do re-gistro civil à condição atual do requerente visa assegurar o princípio constitucional da dignidade da pessoa.

“Decidir de outra forma seria negar algo evidente, condenando o autor a convi-ver com documentos que não condizem com sua situação biotipológica, com seu com-portamento físico e mental”, afirmou.

O magistrado determinou que a alteração fosse aver-bada junto ao Cartório de Registro Civil de Nascimen-to e, posteriormente, sejam enviados ofícios aos órgãos competentes para alteração nos documentos funcionais e de identificação. O juiz ressaltou que “em nenhu-ma hipótese deverá existir qualquer menção à referida alteração nos documentos do requerente, tais como cartei-ra de identidade e cadastro de pessoa física”.

Caso a fiscalização en-contre irregularidades, estes deverão aplicar as sanções pertinentes, inclusive a in-terdição do local até que as irregularidades sejam corri-

gidas. Caso ocorra omissão dos órgãos públicos, o MP poderá ajuizar ação civil pública, com objetivo de in-terditar os estabelecimentos em situação irregular, sem

prejuízo da apuração das responsabilidades civis e criminais dos agentes públi-cos e ainda os proprietários.

Toda a população de Crateús conhece bem o mal estado de conservação e as péssimas condições de higiene e limpeza do Mercado Velho do Centro da cidade, e do Mercado da Feira Livre. Só quem neles penetra, é que fica sabendo o que existe lá por dentro. Promotor de Justiça, prefeito, secretá-

rio de Saúde, secretário do Meio Ambiente, chefe Vigilância Sanitária e Cor-po de Bombeiros, sempre fizeram de conta que esses estabelecimentos não exis-tem. Todos, sem exceção, torcem o pescoço, quando o assunto é Mercado Velho, Feira Livre, Mercado da Carne, Mercado de Peixe e de Hortifrutigranjeiros.

Ninguém quer se compro-meter com esta causa. Não duvidamos, mas somos cépticos a qualquer ação do Ministério Público, da Pre-feitura Municipal e outros órgãos, com a finalidade de resolver problemas crô-nicos de segurança e saúde pública que diz respeito a toda a cidade de Crateús.

Ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) sobre os novos prefeitos, mas sem apresentar alternativa para o pagamento das contas.

“Ninguém foi eleito para pagar dívida. Não pode gastar toda a energia nisso. Foi eleito simbolizando experiência e a expectativa, e para iniciar projetos”

Promotor duro

Recomendação

Sanções

Tolerância consentida

O cearense de Itapipoca, que se projetou como palhaço nos palcos de bares e restaurantes em Fortaleza, fez sucesso em SP e, em 2010, foi campeão de votos para deputado federal.

“Atualmente, mais de 40 mil pessoas morrem nas estradas brasileiras, e é para acabar com essas tragédias que temos um desafio em conjunto”

Ministro Aguinaldo Ribeiro (Cidades)Sobre o pacto nacional para redução de acidentes, firmado com outras esferas administrativas para tentar reduzir a carnificina no trânsito.

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Jovem e bela Débora Cardoso

Linhares Guedes, filha do casal Fá-

tima Linhares e Vanderley Guedes,

igualmente aos irmãos Rafael e

Tiago, decidiu-se também por fazer

carreira na Medicina, que começou

a cursar este ano na progressista

cidade de São José do Rio Preto,

em São Paulo.

Advogados Estenio Campelo, Guilherme Campelo e Leonardo Carvalho, de Brasília, recepcionaram colegas cearenses capitaneados pelo presidente da OAB-CE Valdetário Monteiro, na posse do Conselho Federal da OAB, dia 1° de fevereiro.

40º BI recepciona imprensa com formaturaO comandante do 40º Ba-

talhão de Infantaria (40º BI), ten. cel. Francisco Wagner Neres Freitas, recebeu a imprensa local, representa-da pelos jornais Diário do Nordeste e Gazeta do Centro--Oeste, bem como a mídia ra-diofônica, representada pelas emissoras de rádio da cidade: Rádio Vale do Rio Poty, FM

Crateús – rede Somzoom Sat, Nossa FM, FM Centro e pela Rádio Difusora dos Inhamuns da cidade de Tauá.

A recepção, que teve como finalidade uma maior aproxi-mação daquela Unidade Mi-litar com os organismos de comunicação social locais, constou de uma formatura da tropa em homenagem aos

jornalistas e radialistas que fazem o dia a dia das comuni-cações na cidade de Crateús.

O 40º BI, dentro da pro-gramação prevista, ofereceu um lauto café da manhã aos convidados, no Posto de Co-mando. Logo após, o coman-dante promoveu uma palestra sobre o Exército Brasileiro, abordando desde o seu nasci-

mento a 19 de abril de 1648, em Guararapes, quando da vitória dos brasileiros contra os invasores holandeses. A palestra foi acrescida de vídeos que mostraram a evo-lução do Exército, as mais diversas áreas de sua atuação e o seu papel constitucional perante a sociedade, além das regiões geográficas de

sua atuação como guardião da Pátria e de suas fronteiras.

Os homenageados mos-traram-se lisonjeados com a honraria com que foram recebidos e distinguidos pelo comandante do 40º BI, bem como pelo subcomandante, major José Bonifácio, pelo Oficial de Comunicação Social, Ten. Marcos Taveira

e por outros membros do 40º BI.

Ao final da palestra, o ten. cel. Neres concedeu entrevis-ta aos radialistas presentes, tendo como foco a distribui-ção de água às comunidades afetadas pela estiagem, que vem sendo atendidas pela “Operação Pipa”, sob o co-mando do 40º BI.

Cel. Wagner Neres cmte do 40º BI ladeado por integrantes da imprensa e da mídia radiofônica de Crateús

César Vale www.gazetacrateus.com.br