edição nº 81_do_primeira_pauta,_o_jornal_laboratório_do_ielusc,_joinville - especial cultura

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cultura ESPECIAL Teatro em Joinville Suplemento do jornal Primeira Pauta maio 2010 Projeto incentiva músicos joinvilenses PÁGINA 7 Garotos gerenciam produtora de cinema trash PÁGINA 3 Grupos teatrais buscam apoio financeiro na cidade para bancarem custos com a produção de espetáculos. Além da equipe técnica e dos atores, é preciso pagar figurino, maquiagem e, às vezes, até mesmo o aluguel do local. Não bastasse a dificuldade em conseguir patrocínio, os espaços em Joinville são poucos e inadequados, e os artistas reclamam, ainda, da falta de divulgação na mídia. Apesar disso, os grupos continuam fazendo teatro de boa qualidade e ajudando na formação de novos profissionais das artes cêmicas. PÁGINA 4 Divulgação

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culturaespecial

Teatro em Joinville

Suplemento do jornal Primeira Pauta maio 2010

Projeto incentiva músicos joinvilenses

PÁGINA 7

Garotos gerenciamprodutora de cinema trash

PÁGINA 3

Grupos teatrais buscam apoio financeiro na cidade para bancarem custos com a produção de espetáculos. Além da equipe técnica e dos atores, é preciso pagar figurino, maquiagem e, às vezes, até mesmo o aluguel do local. Não bastasse a dificuldade em conseguir patrocínio, os espaços em Joinville são poucos e inadequados, e os artistas reclamam, ainda, da falta de divulgação na mídia. Apesar disso, os grupos continuam fazendo teatro de boa qualidade e ajudando na formação de novos profissionais das artes cêmicas.

PÁGINA 4

Divulgação

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Música no Botequim

Todas as segundas-feiras a cantora joinvilense Ana Paula da Silva apresenta-se no Botequim da Frau. A cada semana, a cantora aq-presenta um convidado em sua apresentação, dando um toque especial. Início às 19 horas. O show ocorre na rua Aquidaban, 1164, Glória. Informações: (47) 3028-9899. Entrada gratuita.

Happy hour

Todos os dias tem happy hour no Shopping Cidade das Flores. Os músicos apresentam-se, das 18h às 21h30, na praça de alimentação do shopping, rua Mário Lobo, 106, Centro. Gratuito. (47) 3433-0758.

Estudos filosóficos

Com base na obra “Novos Ensaios sobre o Entendimento Humano. Livro II - As ideias”, o grupo de estudos filosóficos debate todos os domingos o tema “Leibniz - Vida e Obra”. O evento ocorre na Livrarias Curitiba, do Shopping Mueller. Centro. Informações:(47) 3433-6400.

Contação de histórias

Domingo é dia de contação de histórias. Crianças de todas idades podem participar e ouvir diversas fábulas literárias. O evento ocorre na Livraria Curitiba, do Shopping Mueller. A programação inicia às 14 horas. Informações: (47) 3433-6400. Gratuito.

Pinturas

A exposição Pinturas, da artista Roberta Tassinari, está montada na Galeria Municipal de Arte Victor Kursancew. A mostra é composta por massas viscosas e coloridas fixadas na parede que escorrem e formam desenhos no chão. Informações: (47) 3433-2266.

De 28 a 30 de junho ocor-re a segunda edição da “Mos-tra Cinevídeo Joinville”, no Teatro Juarez Machado. O projeto tem o apoio da Fun-dação Cultural de Joinville, por meio do Sistema Munici-pal de Desenvolvimento pela Cultura (Simdec). Informa-ções: www.mostracinevideo.com.br. Gratuito.

Imagens dos patrimô-nios naturais e culturais do Morro do Amaral foram reunidas na exposição que leva o nome do bairro. Até junho, os visitantes podem conferir este trabalho na

Estação da Memória, rua Leite Ribeiro, sem número, Anita Garibaldi. O horário de visitação é das 9 às 17 horas e das 12 às 18 horas. Gratuito. Informações: (47) 3422-5222.

Biblioteca

A Biblioteca Pública Municipal Prefeito Rolf Colin possui cer-ca de 50 mil livros disponíveis para consulta, das 7h15 às 18h45, de segunda a sexta-feira. Aos sábados, abre das 8 às 11h45.

Para empréstimos do acervo, é preciso se cadastrar na bi-blioteca. Documentos necessários: comprovante de residência, carteira de identidade e contribuição de R$ 10 (não obrigatória). A biblioteca fica na Praça Lauro Muller, sem número, Centro. Informações: (47) 3422-7000. Gratuito.

Atualize-sePrimeira Pauta

Jornal Laboratório doCurso de Comunicação Social - Jornalismo

Edição 81- Junho de 2010

Associação Educacional Luterana Bom Jesus/Ielusc

Coordenação do Curso de JornalismoProf. Sílvio Melatti

DisciplinaProdução e Difusão emMeios Impressos II

Professor responsávelLuís Fernando Assunção

Chefe de ReportagemDébora Kellne

Edição de textosCarolinne SagazMonique MoreiraRafaela de Mira

DiagramaçãoTuane RoldãoVanessa Vitória de Barros

FotografiaBruno IsidoroLudimila CastroMarcus Carvalheiro

ReportagemBruna BorghetiBruno IsidoroCarlos MarcianoJeferson CorrêaKamila SchneiderLudimila CastroNatalia TrentiniTatiana de Souza

Edição de imagensBruno Isidoro

Contato com a redaçãoRua: Princesa Isabel, 438 CentroCaixa Postal: 24CEP: 89201-270Joinville/SCTelefone: (47) 3026.8000E-mail : [email protected]

Tiragem e impressãoJornal A Notícia - 2 mil exemplares

Ludimila Castro

Divulgação: Evandro Bittencourt

Divulgação

Morro do Amaral

Cinema de casa

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Trash de qualidade

Os cartazes dos filmes também são criados pela dupla

Garotos da produtora Brain Films têm mais de 20 filmes lançados

Kamila Schneider

Vontade e muita dedica-ção. Foram esses os requisi-tos necessários para juntar 40 crianças e ensinar a arte de tocar instrumentos eruditos. Criado em setembro de 2008, o projeto “Instituto Porta do Sol” dá, às crianças carentes de São Francisco do Sul, a oportunidade de aprender música gratuitamente e ter acesso a uma cultura que an-tes estava distante.

A iniciativa surgiu de um grupo de empresários e um casal de músicos de Joinville, que uniram forças para tornar a ideia uma realidade.

A professora de violi-no, Cilene Gums, conta que o apoio dado ao projeto foi

fundamental para que a ideia saísse do papel. Isso porque foram investidos cerca de R$ 50 mil na com-pra de violinos, doados para os jovens participantes.

Os resultados foram além do esperado e hoje os alunos formam uma orquestra de violinos que realiza apresen-tações por toda a região. Para Cilene, essa é uma oportuni-dade de dar aos jovens mú-sicos a oportunidade de en-contrar na música um futuro profissional. “Temos muda-do um pouco a história des-sas crianças, e esperamos que sempre tenhamos parceiros ao nosso lado para levar o projeto em frente”, salienta.

Para continuar com a vaga do projeto, os alunos preci-

sam ter média sete em todas as matérias da escola. Caso algum aluno saia, a vaga fica disponível para outra crian-ça, que passam por avaliação com os professores do insti-tuto. Na prova são avaliados conhecimentos gerais e per-cepção musical básica.

Apesar das dificuldades de coordenar um grupo tão grande, a empreitada tem valido a pena e se depender da vontade desses educado-res, cada vez mais crianças vão ter a oportunidade de conhecer o universo da mú-sica. “É um desafio que se constrói dia após dia. Estou muito feliz e realizada, pois nunca imaginei que seria tão gratificante tal experiência”, orgulha-se Cilene.

Arte para os ouvidosProjeto cultural incentiva jovens a aprender música erudita

Bruno Isidoro

“Brain Films apresenta...”. Quando vir esta apresentação no início de algum vídeo, sen-te-se; você está prestes a assistir a um filme trash de qualidade. Ao menos, é isso que dizem Rubens Herbst - da coluna, no A Notícia, Orelhada - e Mai-kon Duarte – criador dos blogs: Vivo na Cidade e Mau Humor Zine. Ambos são adoradores do que os jovens Victor Bello (15 anos) e Lucas Axt (16 anos) criaram: os primos são produ-tores, diretores, roteiristas e atores da Brain Films.

Da quadrilogia De Volta à Matança ao mais recente traba-lho, Punhos Marginais, são 21 curtas, todos feitos apenas por Lucas e Victor. Na verdade, agora contam com a ajuda de uma xícara e uma cadeira, para que possam apoiar a câmera e aparecer juntos em cena. A par-ceria começou quando Victor, juntamente com Lucas, pegou o celular com câmera do pai. “Nós sempre tivemos um lan-

ce de inventar. Filmes sempre chamaram a nossa atenção, as-sim como os quadrinhos. Pega-mos o celular e aproveitamos a oportunidade”, explica Victor. As primeiras filmagens aconte-ciam no quintal da avó, mesmo sem aprovação. “Ela não gosta muito”, brinca.

A qualidade da produção e o enredo das histórias me-lhoraram e os garotos conse-guiram uma câmera fotográfi-ca digital, que provocou uma evolução no material. A dupla diz não ter um estilo definido, mas afirma que se inspira em filmes policiais B, blaxploita-tion e terrir – trabalhos que almejam o terror e acabam sendo engraçados. “O que nos fascina é o trash e a ‘bagaça’ mesmo”, conta Victor.

Atualmente, os garotos es-tão trabalhando no filme Aber-rações Nazistas do Demonho, que já está em fase de edição. Para quem não aguenta espe-rar, pode conferir as produções da Brain Films no blog: films-brain.blogspot.com.

Divulgação

Para continuar com a vaga do

projeto, os alunos precisam ter

média sete em todas as matérias

da escola

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Em busca de um lugar ao sol

Tatiana de Souza

O que se ouve pelas ruas de Joinville sobre artes cênicas não é a mesma opinião da Associação Joinvilense de Teatro (Ajote). A secretária da associação e mestre em artes cênicas pela Universi-dade do Estado de Santa Catari-na (Udesc), Clarice Steil Siewert, de 28 anos, afirma que o maior problema não é a falta de espa-ço, de estrutura, para apresenta-ções, como a maioria da popula-ção imagina. Clarice conta que a maior dificuldade está na divul-gação das peças. “Conseguir pa-trocínio para divulgar em rádio, TV e jornais é o mais complica-do. Os grupos mal conseguem se manter”, argumenta.

Atualmente, a Ajote tem 16 grupos de teatro cadastrados, mas muitos teatreiros de Joinville não são associados. Os grupos de escolas e de bairros, por exemplo, produzem continuamente, mas não fazem parte da associação. “Podemos dizer que desde que a Ajote foi criada, em 2001, o núme-ro de associados é crescente, mas é claro que nós queremos que seja ainda maior”, afirma Clarice.

A fundação da Ajote já foi uma conquista para os teatreiros da cidade. A associação tem como objetivo orientar os grupos e trazer capacitações, além de ser uma instituição representativa da categoria perante o poder público e a população. O principal objetivo, segundo Clarice, é democratizar o acesso ao teatro dentro da cidade. “Muitas vezes a

gente vai se

apresentar e vêm pessoas contar que é a primeira vez que estão indo ao teatro. Isso por um lado é bom e por outro não, pois demonstra o quanto esse tipo de expressão artística ainda deixa a desejar em divulgação e difusão”, pondera.

Alguns grupos de teatro participam de projetos cultu-rais e recebem verba do go-verno para difundir as apre-sentações, mas, na maioria das vezes, o valor que recebem não é suficiente para deslocar pro-fissionais e equipamentos ou até mesmo alugar espaço para fazer as apresentações. Isso faz com que a população tenha que pagar um valor simbólico para assistir às peças. Esses recursos, quase sempre, são destinados para a manutenção das equi-pes, compra de equipamentos, maquiagem e figurino.

Uma das mais antigas com-panhias de teatro profissional de Joinville é a Dionisos Teatro. O grupo tem seis integrantes e é o mais conhecido na cidade. Atuando desde 1997, a equipe tem em seu repertório sete pe-ças prontas para serem apre-sentadas. Todos os integrantes da companhia vivem exclusi-vamente do teatro. Além de es-tarem sempre prontos para se apresentarem, tanto na cidade natal quanto em outros locais, a Dionisos trabalha também com direção teatral de outros gru-pos. A companhia oferece capa-citação para a população que se interessa por artes cênicas. Os cursos custam R$ 60 mensais e tem duração de seis meses. As aulas são sempre aos domingos à noite.

Um evento que marca o te-atro em Joinville é a Mostra da Associação Joinvilense de Te-atro (Cena). Este ano, a Cena 7 contará com a participação de 16 grupos, que além de espetá-culos vão fazer algumas inter-

Div

ulga

ção

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venções e oficinas. O evento terá também a presença de grupos de São Paulo, que trarão novida-des sobre teatro. O objetivo do encontro é reunir grupos joinvi-lenses e o público para discutir o teatro na cidade. A data ainda não está definida, mas será no mês de agosto e a população vai poder assistir várias peças, além de participar de encontros com críticos renomado. Segundo Clarice, os espetáculos serão em palcos, ruas e espaços alternati-vos. Os ingressos terão preços populares e algumas apresenta-ções serão gratuitas.

EM COnstRuçãO

Há aproximadamente dois meses, a Prefeitura de Join-ville apresentou um projeto para a construção do Teatro de Joinville. Com capacida-de para mais de mil pessoas e toda uma estrutura dedica-da a grandes apresentações, o espaço deve ser ocupado também pela Escola do Teatro Bolshoi em Joinville.

Atualmente, os melhores locais para apresentações na cidade são o Teatro do SESC, com capacidade para apenas 150 pessoas, o Galpão da Ajote, que está interditado por pro-blemas na estrutura, e o Teatro Juarez Machado, que não pode ser usado quando há apresenta-ções no Centreventos Cau Han-sen, devido à proximidade.

A previsão é de que o novo local comece a ser construído em 2011. A estimativa é de que sejam investidos R$ 18 milhões na conclusão do tea-tro. Os repasses seriam feitos pelo Governo do Estado, com o custo de R$ 6 milhões, pelo Ministério da Cultura, com R$ 8 milhões, e o restante se-ria da prefeitura.

O prédio contará com ele-vadores de acesso, grandes áreas para movimentação de cenário e equipe de produção, além de salas para ensaio, estú-dios para orquestra, estúdio de áudio e vídeo e um palco que poderá receber uma orquestra com até 60 músicos.

No sábado (22/5), o grupo Bytes e Parafusos apresentou a peça “Depois da Montanha Azul”, na Sociesc. O grupo com-pleta 15 anos em 2010. E para comemorar estarão em cartaz todos os sábados, durante o mês de outubro, com a peça “A megera domada”, de William Shakespeare.

Tatiana de Souza

Ter patrocíniopara divulgação é

o mais complicado. Os grupos mal conseguem se

manter

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Dez dias de literaturaBruna Borgheti Natália Trentini

Depois de Joinville, che-gou a hora de Jaraguá do Sul dedicar dez dias inteiros às criações literárias da região e de todo o mundo. Entre os dias dois e dez do mês de julho, escritores nacionais como Maurício de Souza e Moacyr Sciliar vão estar na Praça Ângelo Piazera, divi-dindo o espaço com um ci-nema 3D ecológico e mais de vinte livros que serão lança-dos na ocasião.

Em sua quarta edição, a feira jaraguaense vai reu-nir grandes editoras como a “Top Livros” e a “Escala”, além de apresentar novida-des na estrutura e nas atra-

ções. Segundo o escritor e or-ganizador do evento, Carlos Henrique Schroeder, a inten-ção é fazer uma feira voltada para o leitor e com o perfil de um festival – cuidando para não entrar em conflito com Joinville no que diz respeito às presenças ilustres.

Além disso, a feira deste ano terá mil metros quadra-dos ao invés dos oitocentos da edição passada. O cine-ma 3D, que ficará anexo à estrutura da festa, terá ca-pacidade para 40 pessoas e exibirá filmes que têm o ob-jetivo de despertar a consci-ência ecológica.

O público também deve ser um pouco maior nesta edição. Em 2009, estima-se que mais de 50 mil pessoas

tenham comparecido à fei-ra, com a venda de mais de 35 mil livros. Para este ano, a expectativa é de um pú-blico maior que 60 mil – nú-mero que deve ser alcança-do por causa das atrações, que inclui uma biblioteca móvel (estrutura bibliote-cária montada dentro de um ônibus).

Além de Maurício de Souza, criador da “Tur-ma da Mônica”, o músico Humberto Gessinger par-ticipa de um bate-papo sobre o livro que escreveu contando a história de sua banda, Engenheiros do Ha-waii. Nos outros dias, esta-rão presentes os escritores Laurentino Gomes, Moacyr Scliar e Ricardo Corona.

Objetivos diferentesSegundo o organizador da

feira jaraguaense, a intenção de montar um evento diferen-te do que acontece em Joinvil-le vai ainda mais longe do que as escolhas pelos escritores para comparecer ao evento. “Em Jaraguá do Sul a feira é menor, tem uma energia boa e um clima mais íntimo”, expli-ca Schroeder.

Enquanto os jaraguaenses

focam a formação de novos leitores – ou seja, as crianças -, a Feira do Livro de Joinville tratou da relação entre as áre-as profissionais e a literatura, sem esquecer-se da formação dos professores. Entre os auto-res, estiveram presentes os es-critores Flávio Carneiro, Ruy Castro, Regina Maria Braga, Martha Medeiros e Galeno Amorim, entre outros.

Feira do Livro de Jaraguá conta com novas atrações para atrair o público

O que Feira do Livro 2010, em Jaraguá do Sul

Quando de 2 a 12 de julho

Onde Praça Ângelo Piazera

Ingressos Entrada franca, com exceção do Cinema 3D (R$ 6,00 para público em geral e R$ 5,00 para estudantes).

Serviço

O cartunista Mauricio de Souza será uma das atrações da Feira do Livro que será realizada em Jaraguá

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Dr Pimenta participou da segunda etapa do Espaço Autoral. Projeto continua até outubro

Projeto da Amuj incentiva música própria de bandas joinvilenses

Jeferson Corrêa

De um cômodo aperta-do para o palco do Mercado Municipal de Joinville. Essa foi a trajetória da banda Dr. Pimenta, que participa do projeto Espaço Autoral. O vôo é baixo e curto, mas um bom início para quem tem a pretensão de fazer música própria. Criado pela Asso-ciação de Músicos de Join-ville (Amuj), o projeto utili-za verba pública para “criar uma cena local”, como ex-plica o vice-presidente da entidade, Anderson Dres-ch, também integrante da banda Canela Brasil.

Tony Araújo, líder da Dr. Pimenta, tocou, ouviu e viu a música que saiu do seu próprio coração se tor-nar conhecida. Junto com Chimba (baterista), Lucia-no Caetano (guitarrista) e Gabriel Vieira (baixista),

ele realizou o sonho no dia sete de maio. “Foi a melhor coisa da minha vida”, conta Tony, ao explicar a emoção de ser o quinto grupo a su-bir no palco do Mercado. Mas para um artista pouco popular, executar música autoral não é tarefa fácil. Segundo o vocalista: “É uma responsabilidade tocar música própria”.

Anderson Dresch, in-tegrante da Canela Brasil, percebeu um “público re-ceptivo”. A banda de Dres-ch se apresentou no mes-mo dia que a Dr. Pimenta. Já Tony Araújo percebeu algo mais na plateia. “As pessoas batiam palmas e também ficavam extasiadas por ouvirem música nova”, explica. Otimista, o músico ainda arrisca: “Acho que o público não esperavam ou-vir algo tão bom”. Ele já compôs mais de 60 canções,

no estilo “musica brasilei-ra”, vinte delas já ensaiadas pela banda.

A Amuj abriu uma se-leção para quem desejava se apresentar. Um dos pré-requisitos era ser membro da Associação, que atual-mente possui 400 sócios, incluindo vocalistas, ins-trumentistas e professores de música. Trinta e dois grupos foram selecionados e alguns já se apresentaram em abril e maio. O palco continua a receber os músi-cos até a última semana de outubro. O projeto Espa-ço Autoral é, além de uma tentativa de dar chance aos músicos, uma forma de re-compensar quem se esforça na função: cada grupo que sobe ao palco recebe R$ 700,00 de cachê. Os shows acontecem nas sextas-feiras e começam às 21h. A entra-da é gratuita.

Espaço autoral

Divulgação Programação do

“Espaço Autoral”

4 de junho: Mari Rebelo e Ana Paula Silva

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25 de junho: Som Demais, Samuel Morais e El Kabong

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9 de julho: Eólicos e Sexy Pearl

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23 de julho: Fabio Kbelo e Sultana

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6 de agosto: Fevereiro da Silva e Blasé

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27 de agosto: Sit Lux e Anjo Infante

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10 de setembro: carbonarantes e Cultura Monstro>>

24 de setembro: Vacine e Dose do Dia

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8 de outubro: Fundo do Baú e Osvaldo Júnior

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29 de outubro: Mello Band>>

15 de outubro: 5° Elemento e Alva

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Mestre do “humor de cara limpa”Carlos Marciano

Estudante, escritor e humorista. Não necessariamente nessa ordem pois ela varia de acordo com a acei-tação do público. Devido a maioria das pessoas ficar desconfiada quan-do diz que é escritor, ele prefere se apresentar como estudante. Porém, é nos palcos com o Stand Up (“hu-mor de cara limpa”) que Bruno Vi-nícius Pinheiro, 22 anos, ganha cada vez mais reconhecimento.

Sempre gostou de falar em público e foi no grupo de jovens da comunidade evangélica Siloé, onde fazia a abertura dos encon-tros de forma descontraída, que recebeu os primeiros incentivos.

Sua primeira apresentação nos palcos aconteceu por acaso, há três anos, durante o EPPA (Encon-tro de Publicidade e Propaganda Acadêmico), no auditório lotado da Univille. Foi convidado a par-ticipar do evento por um amigo estudante de publicidade, sobre o argumento de que poderia mostrar seu trabalho quando o humorista que estivesse no palco chamasse alguém da platéia. Ficou na expec-tativa, no entanto, o comediante não chamou ninguém. Graças a uma falha técnica, Bruno teve sua oportunidade. “Fiquei triste por não ser chamado, mas logo depois o som não funcionava quando o palestrante seguinte ia falar. Ele perguntou se alguém do público tinha algo a dizer, enquanto ar-rumavam o aparelho, na mesma hora me levantei e fui para o pal-co”, conta. Durante sua apresen-tação o tema escolhido foi “emo negão”, o qual retratava o porque de não existir emos negros. “Foi o episódio que mais me marcou, principalmente pelo retorno do público”, lembra.

Bruno conheceu o Stand Up quando assistiu um vídeo na inter-net do humorista americano Chris Rock (o qual tem a sua infância e adolescência retratada no seriado “Everybody Hates Chris” - Todo mundo odeia o Chris), e desde en-tão, se inspira no ator para fazer suas performances. Gosta dos tra-

balhos americanos, porque satiri-zam o problema e propõe soluções.Um exemplo é uma apresentação do próprio Chris Rock em que o humorista trata o problema do au-mento da violência, entretanto, su-gere como solução não a proibição da venda de armas, mas o superfa-turamento das munições.

Considera o Stand Up uma prática ainda desconhecida em Santa Catarina, ao contrário de São Paulo e do Rio de Janeiro. Para ele, o segredo do “humor de cara lim-pa” é quebrar o raciocínio lógico e ao mesmo tempo fazer as pessoas pensarem sobre o que é passado nos palcos. “É preciso ter censo crítico e humor”, ressalta.

Dentre os trabalhos de Bruno estão a abertura do show gospel de Adhemar de Campos, do Dj KL Jay (Racionais) e o evento de 50 anos da Eldorado Propagan-da, na V12 Louge.

O LAdO EsCRItOR

A renda de Bruno vem dos tra-balhos de humorista e da ajuda da mãe, no entanto, sua paixão mes-mo é pelas crônicas. Tudo começou durante a aula de matemática no curso pré-vestibular. “A aula estava chata, então, comecei a passar mi-nhas ideias para o papel. Mostrei o texto aos meus amigos e eles disse-ram que estava uma droga, e estava mesmo. Não era bem uma crônica mas a partir desse dia comecei a es-tudar o estilo de texto”, explica.

Tentou trabalhar como ope-rador de telemarketing, porém, para o desagrado da mãe saiu no meio do trabalho quando perce-beu que queria mesmo é escre-ver. Fez seis meses de Letras na Univille e deixou o curso. “Não quero dar aula, gosto de escre-ver e fazer os outros refletirem sobre o que escrevo. Vejo no jor-nalismo um caminho para isso”, opina o calouro de jornalismo do Bom Jesus Ielusc.

Sua inspiração é o escritor Mário Prata, pois se identifica na simplicidade com que este es-creve os textos, “parece que está

conversando com o leitor”. Além de manter o blog (http://daumalidaa.blogspot.com) no qual publica os textos, Bruno escreve na coluna de humor da Revista Unit, e coman-da um programa sobre esp i r i tua l idade cristã, toda sexta feira à meia noite, na rádio 107,5 FM, Joinville.

Para ele, um bom cro-nista deve, acima de q u a l q u e r coisa, ler e escrever muito, além de tratar os fa-tos escritos de maneira pecu-liar. Sua rotina é acordar cedo, tomar banho, café e logo de-pois sentar-se em frente ao c o m p u t a d o r para escrever. Hoje a família já aceita, mas no começo o viam como vagabun-do por passar quase todo o dia escrevendo ao invés de procurar emprego. “Embora trabalhe em casa, não gosto de ficar de pija-ma e chinelão. Coloco um tênis, uma roupa mais for-mal e vou para o PC, me sinto como uma pessoa num escritó-rio”, brinca.

Como projeto no campo da literatura, irá lançar em agosto o livro “Gente na ja-nelinha do banheiro”. Uma sele-ção de 50 crônicas, inclusive a que dá título ao exemplar. Seja como escritor ou humorista, Bruno pro-cura sempre melhorar. “Ainda sou amador, estou no começo. É tempo de plantar agora para co-lher no futuro”, acredita.

Perfil

“Ainda sou amador,estou no começo.Mas é tempo de

plantar agora paracolher no futuro”

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