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  • 7/25/2019 ESE JD Monografia Pedro Simes- O condutor Senior

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    ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAO JOO DE DEUS

    LICENCIATURA EM GERONTOLOGIA SOCIAL

    O Condutor Snior

    Trabalho submetido por:

    PEDRO NUNO BARRANHO SIMES

    Para a unidade curricular de Superviso de Estgio eEstgio em Sade

    Novembro de 2014

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    ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAO JOO DE DEUS

    LICENCIATURA EM GERONTOLOGIA SOCIAL

    O Condutor Snior

    Orientadora:

    Professora Doutora MARIANA GRAZINA CORTEZ

    Trabalho submetido por:

    PEDRO NUNO BARRANHO SIMES

    Para a unidade curricular de Superviso de Estgio eEstgio em Sade

    Novembro de 2014

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    O Condutor Snior

    Agradecimentos

    Todas as pessoas que, de alguma forma, cruzam a nossa vida deixam a sua influncia eparte da sua sabedoria no produto final em que cada indivduo se torna. A todos esses,que no sou capaz de identificar, o meu muito obrigado pela sua contribuio para aminha formao enquanto homem.

    Um sentido agradecimento Professora Doutora Mariana Grazina Cortez, por todoo seu apoio, dedicao e disponibilidade para orientao deste meu percurso que agoraest prestes a concluir-se. Nunca teria sido capaz sem a sua constante persistncia eenvolvimento no meu projeto, no s acadmico, mas de vida.

    A todos os Professoresque foram os primeiros a acreditar em ns e a transmitir-nos osseus saberes e conhecimentos que alimentaram a concretizao dos nossos sonhos defuturos gerontlogos.

    A todos os meus amigos e namorada que sempre estiveram presentes em todos osmomentos da minha vida.

    Finalmente, mas no em ltimo lugar, agradeo a toda a minha famlia pelo apoioincondicional que me deram, em todos os momentos, mesmo quando desistir poderiaser o caminho mais fcil. Obrigado por terem acreditado em mim e me teremincentivado sempre a persistir na conquista desta etapa que, seguramente, ir abrir novase melhores perspetivas para o meu futuro.

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    Resumo

    O envelhecimento populacional um dos maiores desafios da actualidade. um assunto

    que diz respeito a todos os elementos da sociedade. O assunto ganha outra dimensoquando nos toca diretamente, como o caso da conduo de todos os cidados nas

    estradas portuguesas.

    A estrada um local pblico, de partilha, utilizado por todo o tipo de condutores, onde o

    civismo e a segurana so valores que deveriam ser tidos mais em considerao.

    Com a realizao deste trabalho procuro compreender o porqu de tanto preconceito em

    relao ao facto dos mais idosos ainda conduzirem. Estes so muitas vezes alvo da

    ironia dos mais jovens.

    Tento descobrir o que tm em comum estes idosos que j fizeram tantos quilmetros ao

    volante, com histrias de vida to diferentes entre si.

    No obstante, o principal objetivo deste trabalho ouvir o que esta amostra selecionada

    de dez condutores nos pode relatar sobre as suas experincias ao volante dos seus

    automveis.

    Palavras-chave: idoso, envelhecimento, conduo, condutor idoso.

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    O Condutor Snior

    ndice Geral

    Introduo......1

    1. Captulo I..........3

    1.1. Fundamentao Terica .....3

    2. Captulo II.......9

    2.1. Metodologia........9

    2.2. Instrumentos de recolha de dados ..............9

    3. Captulo III ...10

    3.1. Anlise de dados.......10

    3.1.1. Idades dos Idosos...10

    3.1.2. Limitaes apresentadas10

    3.1.3. Conduo nocturna....12

    3.2. Tratamento da informao13

    3.3. Factores de (in)satisfao na conduo18

    3.4. Ensino de conduo .18

    4. Captulo IV....24

    4.1. Consideraes finais relativas aos dados apresentados ...24

    4.2. Reflexo Final ..........24

    5. Webgrafia e Bibliografia..........26

    6. Anexos...

    Anexo A .

    Anexo B ..

    Anexo C ..

    Anexo D ..

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    ndice de Grficos

    Grfico 1 - Idade dos entrevistados..........10

    Grfico 2 - Limitaes.............10

    Grfico 3Gosta de conduzir noite..12

    Grfico 4 - Conduz noite.......12

    Grfico 5Locais percorridos em Portugal .......14

    Grfico 6Locais percorridos fora de Portugal Continental.....................15

    Grfico 7De momento conduz.............15

    Grfico 8Gostava de conduzir......16

    Grfico 9Deslocaes...16

    Grfico 10- Utilizao diria........................................................................................17

    Grfico 11 - Causou acidentes.....................................................................................21

    Grfico 12 - Sofreu acidentes.......................................................................................22

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    O Condutor Snior

    1. Introduo

    A realidade portuguesa relativamente ao nmero de pessoas com ttulo de conduo

    com categoria B, documento vlido para poder conduzir automveis ligeiros com peso

    bruto at 3500 quilogramas ou com lotao mxima de 9 lugares (Decreto-Lei n.

    138/2012, Cdigo da Estrada) demonstra que crescente o nmero de condutores

    portugueses e que est enraizada, desde h muito tempo, a utilizao do automvel em

    Portugal pelos mais variados motivos. Contudo nem tudo so boas notcias. Se por um

    lado assistimos ao aumento de pessoas com ttulo de conduo e ao aumento de

    qualidade de vida, o nmero de acidentes rodovirios envolvendo condutores idosos

    com mais de 65 anos, tambm aumentou gradualmente. Em 2000 foi de 4044 (DGV,

    2000) e em 2007 foi de 4749.

    O desenvolvimento na segurana ativa e passiva nos automveis tem sido uma

    preocupao pelos fabricantes de automveis. Cada vez mais, existe atualmente uma

    gama de modelos automveis direcionada para estes condutores. O mercado de

    automveis em segunda mo e escolas de conduo com preos competitivos faz com

    que haja escolhas vlidas para os menos abonados. Com a devida estimulao fsica e

    cognitiva, o idoso, se estiver consciente das suas capacidades enquanto condutor, com

    os devidos documentos necessrios e vlidos, est apto para poder conduzir. Mas ser

    que todo o sujeito dito idoso est apto para conduzir mesmo com estes avanos

    tecnolgicos e com solues adaptadas para si?

    O grande motivo pelo qual este tema foi selecionado deve-se ao particular gosto do

    autor pelo mundo automvel e pelo mundo da gerontologia. Com cinco anos de

    experincia como instrutor de conduo, responsvel pela formao terica e prtica dos

    alunos das mais variadas idades, aliou-se ao facto de ter concludo a licenciatura em

    gerontologia social. A importncia deste estudo deve-se crescente importncia doenvelhecimento da populao portuguesa e ao aumento da qualidade de vida, onde a

    necessidade de poder utilizar o seu automvel significativa.

    Se por um lado deparamos com um cenrio favorvel aos idosos que continuam a

    conduzir, por outro lado, h um confronto com as limitaes da sua prpria idade.

    Contudo, devido situao econmica do pas, onde muitos idosos so remetidos para

    segundo plano, por vezes no so acompanhados da melhor forma neste processo. Osseus conhecimentos relativos ao Cdigo da Estrada esto desatualizados, no so

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    estimulados cognitivamente da melhor maneira, pois poucos tm hbitos de leitura, no

    esto habituados a refletir acerca destas problemticas, praticam pouco exerccio fsico e

    do ponto de vista nutricional cometem muitos erros e pecados alimentares.

    O presente trabalho tem como objetivo analisar e comparar as respostas dadas pelos

    idosos condutores entrevistados, identificando caractersticas em comum presentes nos

    idosos entrevistados e referenciar vantagens e desvantagens do condutor snior, para

    alm de se pretender compreender se os idosos so alvo de preconceitos na sua

    conduo por parte dos mais novos.

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    O Condutor Snior

    1. Captulo I

    1.1. Fundamentao terica

    De acordo com a idade cronolgica, a Organizao Mundial de Sade (OMS) definiu

    dois limites de idade para os idosos: a partir dos 65 anos de idade em pasesdesenvolvidos e a partir dos 60 anos de idade, em pases em desenvolvimento.

    O conceito de velhice adotado pela OMS incide no grupo social Idosos, como sendo

    um grupo homogneo, sem ter em conta as diferenas individuais. S que a categoria de

    pessoas que designamos por Idosos injustificvel, porque, na realidade o Idoso

    simplesmente no existe, como referenciado na Carta de Otawa para a Promoo da

    Sade, Gneve, 1986. Posteriormente a OMS, tendo em conta a diversidade e o

    aumento da esperana de vida admite diferentes fases da Velhice: ... idade madura dos

    60 aos 69 anos; idade avanada dos 70 aos 89 anos, grande idade a partir dos 89 anos.

    Assim, passaremos a apresentar alguns conceitos relacionados com as diferentes idades

    dos idosos. Sero apresentadas abordagens de idade biolgica, psicolgica e social.

    Segundo Fontaine (2000) a idade biolgica e funcionamento vital do organismo humano

    so influenciados por fatores intrnsecos e extrnsecos. A avaliao incide nas

    capacidades funcionais, no limite dos sistemas orgnicos e na perda da capacidade

    adaptativa e de auto regulao. Segundo o mesmo autor, tambm devemos ter em

    conta a idade psicolgica do individuo, ou seja, a facilidade que a pessoa tem para se

    adaptar s mudanas ambientais, mudanas a nvel de sentimentos, interesses, memria,

    inteligncia e outras que sustentam a auto-estima e capacidade de lidar com situaes

    adversas.

    Por outro lado, no podemos descurar a Idade Sociolgica que engloba os papis, as

    atitudes que o indivduo assume na sociedade e os comportamentos esperados pela sua

    cultura. Segundo um conceito multidimensional, determinado socialmente, o

    envelhecimento no se trata apenas de velhice.

    No plano individual, envelhecer no significa apenas aumentar o nmero de anos

    vividos, sendo uma etapa nas nossas vidas na qual imperativo considerar tambm

    outros fatores, como os fenmenos biopsicossociais, que so fundamentais para a

    perceo da idade e do envelhecimento. Sendo assim, a idade cronolgica no o nico

    fator para definir o processo do envelhecimento populacional, mas imprescindvelconsiderar os aspetos biopsicossociais do envelhecimento. O envelhecimento uma fase

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    integrante de um todo, com vrios ciclos de vida, sendo influenciado por vrios fatores.

    Desta forma, temos de abordar o envelhecimento tendo em conta trs dimenses,

    nomeadamente o envelhecimento biolgico, psicolgico e social.

    Relativamente ao envelhecimento biolgico (Papalo, 2002; Salgado, 1982) o tempo

    de vida humana em que o organismo sofre considerveis mutaes de declnio na sua

    fora, disposio e aparncia, as quais no incapacitam ou comprometem o processo

    vital. o envelhecimento considerado natural, onde o organismo apresenta alteraes

    funcionais, atribudas ao envelhecimento, que so prprias do avanar dos anos. J o

    envelhecimento patolgico, a senescncia, caracteriza-se por ser incapacitante, afetando

    diretamente a qualidade de vida do indivduo. Quanto ao envelhecimento psicolgico

    (Gatto, 2002; Salgado, 1982) este diz respeito aos aspetos cognitivos e s emoes, que

    esto diretamente relacionadas com as questes sociais, com o contexto scio ambiental

    em que o indivduo est inserido. No que diz respeito ao envelhecimento social temos

    que ter em conta a dimenso construda pela sociedade. Nas sociedades antigas, em

    geral, ser velho conferia uma posio dignificante e todos os que atingiam essa etapa

    eram acatados como sbios. Nas sociedades contemporneas, na sua maioria, ser velho

    significa estar excludo de vrios lugares sociais. Um desses lugares aquele relativo ao

    mundo do trabalho. A velhice est diretamente relacionada com o mundo produtivo nas

    sociedades capitalistas contemporneas, onde os aspetos negativos de improdutividade,decadncia, devido valorizao da fora de produo, criam barreiras para a

    participao do velho em diversas dimenses da vida social. A inadaptao do idoso aos

    padres ideais estabelecidos pela sociedade, como a perda do papel profissional com a

    reforma e a perda do papel na famlia como chefe de famlia e provedor, conduz ao

    isolamento. O idoso vai diminuindo os seus contactos com o mundo em que vive,

    surgindo sentimentos de inutilidade e solido, levando depresso e muitas vezes

    morte. Para exemplificar sobre o envelhecimento social, destacamos a reflexo deMercadante (2002, p.64): ... o homem no vive nunca em estado natural; na sua

    velhice, como em qualquer idade, o seu estatuto -lhe imposto pela sociedade, qual

    pertence. No Cdigo da Estrada no existe uma referncia direta ao condutor snior.

    Encontramos vrios artigos ao longo do cdigo da estrada referentes ao idoso sobretudo

    enquanto peo ou ento relativamente revalidao do ttulo de conduo, porm

    definir um condutor snior no tarefa fcil.

    Um condutor idoso , na maioria dos casos, um condutor com experincia, com muitos

    quilmetros percorridos, com muitas situaes vividas, e por isso sabe ser bem-sucedido

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    O Condutor Snior

    perante complicaes e situaes de eventuais perigos que por ventura muitas vezes os

    jovens no conseguem evitar. Contudo, so o segundo grupo de risco, a seguir aos

    jovens, que registam um maior nmero de acidentes mortais, segundo os vrios

    relatrios anuais relativos sinistralidade rodoviria da ANSR. Dulisse (1997) afirma

    que nos acidentes envolvendo condutores idosos, estes no oferecem mais risco, oumais dano aos outros envolvidos nos restantes veculos e/ou pees em relao s

    pessoas com menos de 65 anos de idade. Podemos concluir que os idosos no oferecem

    tantos riscos como os outros condutores, apesar de Dulisse (1997), Lymanm McGwin e

    Sims (2001) Mcknight & Mckinght (1999) afirmarem que estes tm mais acidentes e

    tm mais ferimentos, inclusive de forma fatal (Ryan, Legge e Rosman, 1998).

    Se, no caso dos jovens, os acidentes acontecem porque estes procuram o risco, a

    adrenalina que obtm atravs de manobras perigosas intencionalmente e noutras

    situaes em que so inexperientes e nas quais sofrem as consequncias por no se

    terem salvaguardado, no caso dos idosos os acidentes resultam das suas limitaes,

    visto que as suas capacidades so mais reduzidas e os erros de julgamento tendem a

    aumentar. Contudo, no procuram manobras perigosas como fazem os jovens, de forma

    intencional. Algumas vantagens que os condutores idosos possuem face aos mais jovens

    so a estabilidade psicolgica e o discernimento profundo devido sua vasta

    experincia. Segundo Tay (2006) os idosos so os condutores com comportamento mais

    seguro pois tm tendncia de conduzir menos noite e/ou com elevado trnsito, praticar

    velocidades mais reduzidas e procuram percursos mais rotineiros que lhes so

    familiares. Com a idade diminuem os reflexos, as capacidades auditivas, visuais, de

    raciocnio, de perceo, de ateno, de concentrao, de mobilidade e de coordenao

    motora, bem como a capacidade de manobrar o veculo. Segundo McKnight &

    Mcknight (1999), Mori & Mizohata (1995), Rodrigues Diogo (1996) a capacidade

    visual declina com a idade. A acuidade visual dinmica, para objetos em movimento,comea a deteriorar-se aos 50 anos e perto dos 65 anos afeta mais de metade dos

    condutores mais jovens. Aos 65 anos, a acuidade visual noturna decresce para 30%,

    enquanto o tempo de restabelecimento de mudanas de luminosidade demora o dobro

    do das pessoas mais jovens. Os mais idosos tendem a fixar os seus olhos sobre objetos

    que se movimentam rapidamente no seu campo visual.

    A diminuio da acuidade visual faz com que a perceo dos pequenos detalhes seja

    esquecida, favorecendo a dependncia e independncia witkin (Rozestraten, 1981)

    tornando a perceo da realidade mais globalista, mais dependente e com pouca

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    diferenciao de detalhes (McKnight & Mcknight,1999; Rozestraten, 1993).O segundo

    sentido mais importante na conduo a audio (Mori & Mozohata, 1995). A partir

    dos 65 anos de idade, mais de 30% das capacidades auditivas so perdidas, sobretudo

    nas frequncias mais elevadas. O tempo de reao de um idoso 30% mais demorado

    do que o de uma pessoa jovem (McKnight & Mcknight, 1999) Muitas vezes os fatoresque justificam esta demora de resposta devem-se deteriorao da memria de curta

    durao e cognio. Diminuem igualmente as capacidades de recolha de informao,

    tratamento e ao motora. Por outro lado, aumenta o tempo de reao, que normalmente

    de um segundo em estado normal, sem consumo de lcool, cansao e/ou substncias

    psicotrpicas. Subjacente perda destas capacidades est a diminuio da capacidade de

    previso e antecipao do risco e o aumento do tempo de reao.

    Segundo Dobbs, Heller & Schopflocher (1998), Lyman, McGwin Jr & Sims (2001),

    McKnight & Mcknight (1999) e Sagberg (2006), o enfraquecimento visual, o

    aparecimento de demncias assim como as situaes de ansiedade, insnias, depresso

    esto muitas vezes presentes nos condutores idosos. Contudo, a deteriorao das

    funes percetivas e das capacidades motoras no so alteradas. Segundo McKnight &

    Mcknight e Mori & Mozohata (1999) os msculos tambm envelhecem, com perdas de

    dimetro e flexibilidade das fibras musculares, mantidas apenas em nmero. A

    dificuldade em consultar os ngulos mortos torna-se penosa, pois exige, em grandeparte das vezes, a rotao da cabea, o que causa grande dor nestas idades. Segundo

    Mori e Mizohata (1995), aproximadamente 30% a 50% dos motoristas idosos tm

    algum tipo de demncia (sobretudo Alzheimer).

    Quando procedemos caracterizao da sinistralidade rodoviria nesta faixa etria, com

    base nos dados referentes ao somatrio do trinio 2001-2003 (ANSR) face ao total dos

    condutores envolvidos em acidentes com vtimas sobressai que nos veculos ligeiros, o

    peso percentual dos condutores intervenientes em acidentes com vtimas, vtimas

    mortais e feridos graves foi 5,6%, 10,5% e 6,0%, respetivamente. Nos ciclomotores,

    estes valores assumem ainda maior significncia 15,3% (intervenientes), 28,10%

    (vtimas mortais) e 16,6% (feridos graves). A preponderncia da doena sbita como

    causa provvel dos acidentes de 14,1% nos condutores de veculos ligeiros e 33,3%

    nos condutores de ciclomotores. J no que respeita ao universo da populao de pees

    vtimas, 42,3% das vtimas mortais e 32,0% dos feridos graves tinham idade igual ou

    superior a 65 anos. A maioria dos acidentes com idosos ocorre nas interseces,

    sobretudo de formato incomum, exigindo mais acuidade visual do que o habitual (Mori

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    O Condutor Snior

    & Mozihata (1995) e Ryan et al (1998), colises com veculos em sentido contrrio, ou

    quando mudam de direo esquerda. Os condutores idosos so muitas vezes batidos

    na traseira, pois imobilizam o veiculo rapidamente de forma brusca. A capacidade para

    circular em segurana pode ver-se comprometida por situaes de doena sbita e

    crnica quando no medicada de forma regular, como sugerem os elevados ndicesestatsticos que se verificam na categoria doena sbita enquanto causa provvel de

    acidente neste grupo etrio. Algumas doenas crnicas e em especial as de carcter

    degenerativo e demencial tm um efeito debilitante ou incapacitante na mobilidade em

    geral e na conduo em particular. Artrite reumatoide, epilepsia, diabetes, doena

    cardaca e hipertenso arterial, doena neurolgica ou do foro mental, so doenas com

    as quais os condutores devero tomar maiores precaues, devido s limitaes que

    estas provocam. Por outro lado, o efeito dos medicamentos potenciam ainda a perdanatural de capacidades associadas idade. O condutor dever ter uma segunda opinio

    de um mdico, parecer esse altamente recomendado para o idoso ter a confirmao se

    est devidamente apto para poder conduzir. A toma de medicamentos prescritos pelo

    mdico devem respeitar as doses, os horrios e o nmero de tomas. Os efeitos dos

    medicamentos podem ser prejudiciais para a segurana rodoviria, especialmente

    quando se tomam vrios em simultneo, no incio do tratamento e em idades mais

    avanadas. imperativo consultar o folheto informativo do medicamento para saber setal medicamento compatvel com o ato de conduo ou no. Muitos deles aumentam a

    sonolncia e consequente risco de acidente, sendo este potencializado se o idoso

    conduzir de noite. Os efeitos dos medicamentos mais comuns so a sonolncia,

    insnias, doenas nervosas, problemas reumticos, cardacos e de tenso arterial e todos

    os que atuam a nvel do sistema nervoso central. Em termos psicotrpicos so as

    diabetes, a epilepsia, as dores, alergias, reumtico, tosse (xaropes), olhos (gotas ou

    pomadas), gripes e anestesias. A consulta ao mdico, farmacutico e a leitura do folheto

    informativo no devem ser descuradas. Os principais sinais de alerta, que exigem

    atuao imediata nos condutores com mais idade so a perturbao da perceo,

    especialmente da audio e da viso, com especial realce para a viso noturna e

    perifrica. Esta ltima muitas vezes comprometida por vrios factores como: a

    diminuio da amplitude de movimentos da cabea e pescoo, insegurana, hesitao ou

    tempo de reao mais longo, confuso mental, vertigens, nuseas, tonturas ou simples

    mal-estar, dificuldade em pensar claramente ou em concentrar-se, tremores, alteraes

    da mobilidade e da coordenao motora, movimentos involuntrios, fadiga, sonolncia

    ou cansao, irritao ou agressividade, excesso de confiana/perda da noo de perigo,

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    irregularidades na conduo, variando entre velocidade lenta e rpida ou dificuldade de

    manter a trajetria. A alimentao outro ponto que requer ateno. As refeies

    pesadas e com muitos hidratos de carbono provocam uma sensao de enfartamento,

    dificuldade de digesto e sonolncia que podem dificultar as capacidades de reao a

    eventuais perigos na via pblica. Os idosos no precisam de tantas calorias como umadulto ativo que consome 2000 kcal. prefervel, antes de iniciar uma longa viagem,

    ingerir uma pequena e ligeira refeio, em detrimento de uma pesada. A ingesto de

    bebidas alcolicas aumenta os efeitos negativos no ato da conduo, potenciando o risco

    de acidente e reduzindo o tempo de reao. Se estiver associado a medicamentos, a

    distoro da realidade, quer a nvel de recolha visual, do tratamento da informao e da

    ao motora sero seriamente prejudicadas.

    O idoso enquanto peo talvez o grupo mais vulnervel, pois representa mais de 50%

    das vtimas mortais em atropelamentos, nos indivduos com mais de 60 anos de idade.

    A maior parte dos idosos desloca-se mais devagar do que os jovens, o que deve ser

    salvaguardado, quando se trata de dimensionar, por exemplo, uma passagem de pees e

    deve ser respeitado pelos condutores. Dado o processo de envelhecimento a que esto

    sujeitos, vm reduzidas progressivamente as suas capacidades fsicas e cognitivas,

    embora eles prprios nem sempre se apercebam das suas limitaes. Esta limitao

    associada presso do ambiente rodovirio, que no complacente com tais situaes,torna-os o grupo de utentes da via mais vulnerveis ao trnsito.

    Este grupo etrio apresenta uma elevada taxa de mortalidade, relacionada com a sua

    maior debilidade fsica e por apresentarem maior dificuldade na recuperao ps-

    acidente. As suas dificuldades de locomoo, as dificuldades sensoriais ao nvel da

    viso e da audio, tornam-nos vtimas fceis.

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    2. Captulo II

    2.1. Metodologia

    A metodologia usada foi do tipo qualitativa, tendo sido realizadas 10 entrevistas com

    perguntas abertas.

    As entrevistas foram realizadas com idosos institucionalizados e no institucionalizados

    na zona urbana de Sintra.

    Todos os idosos tiveram conhecimento do tipo de perguntas que iriam ser feitas, tendo

    estas sido facultadas na semana anterior.

    2.2. Instrumentos de recolha de dados

    As salas onde decorreram as entrevistas estavam iluminadas e eram agradveis, o clima

    entre o entrevistador e entrevistado era favorvel para que existisse uma relao

    prxima e amvel.

    Foram realizadas no Centro de idosos da zona urbana de Sintra, local por excelncia de

    jogos de cartas e outros passatempos. No momento da entrevista s estavam homens e

    todos eles, com idades que aparentavam ser superiores a 50 anos. Grande parte desses

    homens estariam certamente na casa dos 60 e 70 anos. O local era caracterizado por tertrs mesas dispersas. A mesa central estava livre, ao passo que as outras estavam sempre

    ocupadas e cheias de atividade, visto que eram as mesas de jogo. A mesa da esquerda

    era a que recebia maior protagonismo, pois era a mesa onde se jogava sueca; a da

    direita, com menos pessoas e com menos barulho era dedicada ao domin. Todos os que

    estavam espera de jogar, aproveitavam e faziam a sua entrevista no lugar central, no

    meio do barulho constante e pressionados para irem jogar com os seus amigos.

    Todas as entrevistas foram gravadas e transcritas na ntegra e posteriormente,

    divulgadas aos idosos.

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    3. Captulo III

    3.1. Anlise de dados

    3.1.1. Idades dos idosos

    Grfico 1: Idades dos entrevistados

    O mais jovem tem 61 anos de idade e o mais velho tem 87. H quatro que no

    conduzem, o n 2, 8, 9 e 10. Contudo o n 2 aparenta estar bastante lcido. Apesar de

    no estar presente na tabela, houve outra entrevistada, que faz parte do Centro de dia

    com 75 anos de idade que ainda conduz diariamente. Por isso pode-se afirmar que

    quanto maior for a idade, maior a probabilidade de no conduzir. Contudo, h

    excees como por exemplo o n 2 e uma outra entrevistada do centro de dia com 75anos.

    3.1.2. Limitaes apresentadas

    Grfico 2: Limitaes

    A nvel psicolgico, a entrevistada n 2 demonstrou algum pessimismo perante a

    questo de voltar a conduzir. primeira vista, esta entrevistada de idade mais reduzidae de aparente bom estado fsico e principalmente cognitivo no est recetiva ideia de

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    O Condutor Snior

    voltar a conduzir. Relativamente a todos os outros entrevistados que quiseram dar o seu

    ponto de vista, quando foram questionados sobre o tipo de problemas com que se

    deparam enquanto condutores, referiram a falta de civismo de outros condutores. No

    entanto esta idosa sentiu-se hesitante e no o fez. Foi visvel que muitos entrevistados

    desabafaram/relataram alguns episdios que aconteceram na sua vida de condutores, oque demonstra que estes acontecimentos foram marcantes para eles. Tambm afirmaram

    que cometem erros de conduo, tanto a nvel tcnico n1 e 3 mas tambm a nvel do

    saber ser. Relativamente ao terceiro grupo de entrevistados, n8, 9 e 10, foi demonstrado

    que existia um ligeiro atraso cognitivo, sobretudo na expresso oral, com um discurso

    pouco fluido e poupado nas palavras. O entrevistador tinha que estimular o entrevistado

    para obter uma resposta mais completa.

    Ao nvel fsico todos os entrevistados, exceo da n 1 (que apresentava o brao

    esquerdo com gesso) estavam fisicamente aptos para a tarefa de conduo,

    genericamente falando para uma conduo defensiva. Isto considerando o primeiro e

    segundo grupo de entrevistados, pois o terceiro grupo apresentava uma idade avanada

    e s um dos entrevistados que conduzia. Contudo, a idade no perdoa, e por isso

    eram visveis sinais naturais do envelhecimento celular, entre os quais cabelos brancos,

    pele com manchas e imperfeies, dificuldades em ouvir, assim como na recolha de

    informao visual.

    A entrevistada n 1 referiu que consegue dar corda ao relgio, ou seja, provando assim

    que ainda mantm a motricidade fina apurada. A entrevistada nmero 8 tinha

    dificuldades na perna esquerda devido ao AVC que tinha sofrido.

    Ao nvel da recolha da informao, o processo de conduo caracterizado por trs

    fases: recolha de informao, tratamento da informao e execuo de movimentos. A

    primeira fase a mais importante. 90% da informao recolhida feita atravs da viso,por isso imperativo que todo o condutor que circula na via pblica consiga recolher

    informao no seu campo visual, sem problemas de maior importncia. O caso que

    requer mais ateno foi o do entrevistado n 4, visto que este realizou uma operao

    viso no ms passado. O seu oftalmologista e o mdico de famlia acompanharam o

    caso e conforme foi afirmado na entrevista concedida, este conduz sem qualquer

    limitao e sente a melhoria aps a operao. Este condutor apenas est apto a conduzir

    com culos, uma restrio que faz parte do seu ttulo de conduo. Grande parte dosentrevistados usava culos regularmente, assim como na tarefa de conduo. A

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    entrevistada n 1 realou as dificuldades presentes no ato da recolha de informao com

    base na pouca sinalizao presente nas estradas portuguesas e por vezes confusa

    sinalizao.

    Um bom condutor no basta ver em condies, tambm precisa de saber as melhores

    tcnicas de recolha de informao. Estas tcnicas de conduo esto muito relacionadas

    com a experincia que o condutor tem ao volante, assim como a sabedoria e o bom

    senso que uma pessoa com mais idade vai adquirindo. As tcnicas de conduo passam

    pelos seguintes aspetos: olhar o mais longe possvel; ver e ser visto (utilizao das luzes

    de cruzamento em situaes e/ou locais devidos); selecionar a informao mais

    pertinente presente no campo visual; utilizao da viso perifrica; no olhar

    diretamente para o foco de luz, ou seja, no encadear nem ser encadeado; diferenciar os

    ndices pertinentes e crticos e prever como atuar, escolhendo o melhor cenrio possvel

    dessa mesma situao. A entrevistada n 1 ouve um pouco mal do ouvido esquerdo, do

    Trinio. Se no melhorar ter que usar aparelho auditivo, segundo indicaes do seu

    mdico Otorrinolaringologista. A entrevistada n 1 s pode conduzir com culos; tal

    limitao deve-se existncia de cataratas no olho esquerdo. O entrevistado n 3

    tambm s pode conduzir com culos. O entrevistado n 10 sofreu um grande acidente

    pois perdeu a capacidade de viso por momentos, sofrendo o fenmeno de

    deslumbramento, devido aos raios solares.

    3.1.3. Conduo nocturna

    Grfico 3: Gosta de conduzir noite

    Grfico 4: Conduz noite

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    Os entrevistados do sexo feminino referiam a conduo noturna como um processo

    sofrido e que s em caso de grande necessidade, que esto dispostos a faz-lo. Apenas

    a entrevistada n 3 refere que agora j se sente mais vontade para conduzir de noite,

    porque durante os primeiros anos de carta, no se sentia vontade para conduzir durante

    este perodo. A entrevistada n 2 refere que nem tanto o ato de conduzir noite, atporque h genericamente menor quantidade de trfego, mas sim o tipo de condutores e o

    tipo de conduo praticado por esses sujeitos durante a noite.

    Os entrevistados do sexo masculino do n 4 ao 7 no referiram tal perodo por isso,

    parte-se do princpio que conduzem em qualquer perodo. O ato de conduo noite

    pode ser prefervel por alguns, devido menor quantidade de trnsito, como defende

    Tay (2006), mas por outro lado pode ser pior, por exemplo para quem esteja procura

    de uma morada ou de um ponto de referncia. Nesse caso, o condutor no foca a sua

    ateno devidamente na sua tarefa principal de conduo. Para quem tem mais

    dificuldades na viso, como mais suscetvel de acontecer com os idosos, esta tarefa

    pode-se tornar muito complexa e perigosa. Muitos dos mais graves acidentes

    rodovirios ocorrem durante a noite, entre as 23h00 e as 06h00 e tm vulgarmente como

    consequncia a morte do condutor, e por vezes tambm dos passageiros, e a perda total

    dos veculos e das suas cargas.

    Quais as causas mais frequentes? Entre as primeiras, aparece o adormecimento do

    condutor ao volante. O ser humano, neste caso o condutor do veculo, tem um ciclo de

    atividade/descanso que obedece ao ciclo solar, ou seja, ciclo circadiano, ou seja, deve

    trabalhar de dia e descansar e dormir de noite. Dificuldade de ver objetos presentes no

    campo visual; dificuldade de distinguir cores; dificuldade de avaliar distncias; efeitos

    do encandeamento sob luz forte; efeitos do deslumbramento, derivado das rpidas

    alteraes da quantidade de luz, ou sejam, a passagem de um local escuro para um

    muito iluminado ou vice-versa; viso cromtica afetada; acuidade visual mais reduzida

    3.2. Anlise dos dados recolhidos

    O tratamento da informao, mais conhecida como o pensar caracterizado de grande

    modo pela previso e antecipao, julgamento da melhor ao perante tal situao.

    Ponderao de resoluo perante tal situao, onde interfere no s o fator cognitivo, as

    representaes que cada um tem sobre as regras do cdigo mas tambm fatores da

    ordem do saber ser, como a atitude, o comportamento e a personalidade. Neste aspeto e

    como o questionrio no era um teste de cdigo da estrada no deu para apurar os

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    conhecimentos tericos, ou seja as representaes (o cdigo da estrada um conjunto de

    verdades universais, ndices formais e cada um de ns perceciona o cdigo da estrada de

    maneira prpria tendo como base a ateno, a capacidade de memria para fixar e

    associar certos conceitos, entre outros, tornando o cdigo em representao em ndices

    informais).

    Por parte da entrevistada n 3 a no utilizao da caixa de velocidade, por comodidade

    por parte do condutor, em termos de mecnica e de consumos no adequado e segundo

    a entrevistada referiu, esta parece no ter a melhor perceo do desgaste prematuro no

    veculo e aumento substancial de consumo de combustvel. Em termos gerais, os

    entrevistados transmitiram estar vontade com a prtica da sua conduo, no

    colocando dvidas sobre sinais e/ou manobras que possam ser ou no ser permitidas por

    lei.

    Ao Motora: a ltima fase, o agir mecnico de engrenar uma mudana ou segurar o

    volante devidamente com as duas mos. Os entrevistados afirmaram que conduzem ou

    conduziram, automveis de caixa manual e nunca automticos, exceo feita no Fiat

    Punto da primeira entrevistada. A diferena considervel, pois conduzir um veculo de

    caixa automtica mais fcil, permite mais liberdade ao condutor e maior facilidade em

    usar as duas mos apenas para manobrar o volante. Todos os entrevistados, exceo da

    n 1 (apresentava o brao esquerdo com gesso) estavam fisicamente aptos para a tarefa

    de conduo, genericamente falando para uma conduo defensiva.

    Grfico 5: Locais percorridos na zona urbana

    O local mais percorrido pelos entrevistados Algueiro Mem Martins, onde fazem as

    suas deslocaes para o trabalho, assim como prestao de recados. Sintra o segundo

    resultado, pois temos dois entrevistados que precisam de estar com familiares prximose de fazer recados em equipamentos sociais que no existem em Mem Martins.

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    Segue-se Lisboa onde s se deslocam quando h uma maior necessidade, alguma

    urgncia, ou ento apenas para passear. Cascais referente visita diria do marido que

    est num Lar neste concelho e por ltimo estes dois lugares relativos casa de frias dos

    dois entrevistados. No quadro, quando se refere Alentejo, o entrevistado refere dois

    locais: Vila nova de Mil Fontes e Zambujeira, mas no especifica qual a morada dasua segunda casa.

    Grfico 6: Locais percorridos fora de Portugal Continental

    Os EUA e Aores foram apenas casos de conduo de muito poucos quilmetros,

    especialmente os EUA. Frana foi o entrevistado que emigrou e que fez Frana-

    Portugal durante vrios anos.

    Grfico n 7: Quem ainda conduz

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    Grfico n 8: Gostava de conduzir

    A entrevistada n 2 no conduz h 5 anos.

    A primeira entrevistada tem a carta de conduo desde os seus 23 anos. A terceira

    entrevistada tem a carta h 16 anos. O quarto entrevistado tem a carta h 26 anos. O

    quinto entrevistado tem a carta h 20 anos. O sexto entrevistado tem a carta h 34 anos.

    O stimo entrevistado tem a carta h 50 anos. Todos gostam de conduzir, foi presente o

    entusiasmo de vrios entrevistados no relato de pequenas histrias e de testemunhos de

    longas viagens, assim como de percursos de rotina.

    Grfico 9: Deslocaes

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    Com base na anlise feita das dez entrevistas, o principal motivo de utilizao do

    automvel a necessidade de deslocar-se em viatura prpria para ir trabalhar. A

    necessidade crucial de utilizao do veculo por necessidade: deslocao casa-trabalho

    e/ou auxiliar familiar prximo. H uma grande diferenciao da utilizao do veculo

    por parte dos entrevistados do gnero masculino e do feminino: se por um ladoassistimos uma utilizao diria pelo masculino para fazer recados, deslocao para o

    trabalho e para viagens longas direcionadas para o lazer, nas mulheres mais para a

    deslocao casa/trabalho, auxlio de familiares prximos e muito esporadicamente para

    uma distncia um pouco maior, para fazer um passeio.

    Ainda mesmo nas geraes mais jovens, o homem continua a ser visto como o

    motorista de servio, mesmo que a mulher tenha a carta de conduo. As

    entrevistadas afirmaram que conduzem agora, porque os seus respetivos maridos no

    estavam aptos para tal, por isso ficaram elas encarregues de conduzir e de tratar das

    principais responsabilidades da respetiva famlia. S uma pequena percentagem utiliza o

    automvel com o objetivo de passear e apenas o faz poucas vezes.

    Grfico 10: Utilizao diria do automvel

    Houve dois entrevistados que afirmaram usar o seu veculo para fazer longas distncias,

    para a sua segunda casa, um destino era no Alentejo e o outro ficava na Lourinh. A

    maior deslocao registada foi o entrevistado que afirmou que fazia Portugal-Frana.

    Grande parte dos entrevistados que no usam o automvel diariamente deslocavam-se

    para o trabalho de comboio. A entrevistada n 9 afirmou que fazia distnciasconsiderveis, pois como era professora, tinha que andar de escola em escola.

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    3.3. Fatores de (in)satisfao na conduo

    Os entrevistados nmeros 1,2 e 3 afirmaram que gostam de conduzir, sentem-se bem ao

    faz-lo. A entrevistada n 2 no conduz desde a morte do seu marido e apesar de reunir

    as condies necessrias para a tarefa, primeira vista, recusa-se porque sabe que

    depois iria tomar novamente o gosto e sentir-se-ia frustrada mais tarde, quando no

    conseguisse conduzir de forma alguma. As entrevistadas em questo conduzem por

    necessidade, so mulheres independentes e autnomas mas atualmente tm dependentes

    a seu cargo, mais concretamente familiares que precisam do seu apoio, no caso da 1 a

    sua me e o seu marido que esto em diferentes lares, e no caso da 3, para ajudar a sua

    filha mais nova.

    3.4 Ensino de conduo

    3.4.1.Suspeita de corrupo no exame de conduo

    Logo no incio da terceira entrevista, sentido algum desconforto por parte do

    entrevistado quando abordado o tema da corrupo nos exames prticos. O

    entrevistado defende que o aluno s aprende com o tempo e que entre gastar dinheiro

    entre o primeiro exame ou ir vrias vezes, prefere a ideia de ter o exame j tratado na

    primeira vez, mesmo que isso custe mais. Poderemos estar seguramente perante um

    caso de corrupo, mesmo que o entrevistado tenha desmentido que no tenha sido

    aliciado por parte do instrutor. Assumir que foi corrompido em entrevista no fcil,

    mas no quer dizer que no acontea. Casos de corrupo com o objetivo de facilitar o

    exame prtico so uma realidade no nosso pas, principalmente no Norte do pas.

    Segundo a nossa comunicao social, esta prtica, atualmente existe em quase todos os

    centros de exame, at no pblico acontece. Mais, no pblico, atravs do IMTT, antiga

    DGV, o processo ocorre dentro do organismo e o interessado consegue obter o ttulo

    sem ter sequer frequentado uma nica aula terica e uma nica aula prtica de

    conduo.

    Normalmente o processo de corrupo para comprar a carta como se diz na gria um

    assunto tabu. Normalmente o custo da carta nestas condies ronda os 2500 euros tudo

    includo, ou seja a garantia que o aluno fique bem-sucedido, tanto na prtica como na

    teoria. Contudo no exame terico no 100 % eficaz o mtodo de facilitar na prova, se

    alguns exames faziam provas fantasmas, o mais comum o examinador sair da sala ou

    ento o prprio examinador presta auxlio atravs das mos, representando Um, dois,

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    trs, quatro referentes s hipteses de escolha mltipla. Este assunto um clssico,

    felizmente os casos so menores e as situaes flagrantes so menores. Antigamente era

    comum ouvir-se expresses leva uma gorjeta para o engenheiro para passares

    vontade Se no levares uma luva para o Engenheiro vais chumbar Muitas vezes ditas

    pelos instrutores em momentos importantes nas aulas de conduo. Muitos alunos demaior idade, que esto a aprender a conduzir, so infelizmente mais aliciados para

    serem corrompidos. Como foi demonstrado pela entrevistada n 3, muitos so os

    argumentos que a pessoa usa para se defender.

    Uma pessoa idosa realmente poder ter mais dificuldade em aprender, desenvolver

    automatismos bsicos no ato complexo da conduo, mas com a devida motivao, com

    a dedicao do seu instrutor, a sim consegue ser to boa condutora como todos os

    outros, isto partindo do princpio que se encontra realmente apta fisicamente e

    mentalmente, para conduzir (responsabilidade do mdico que passou o atestado). O

    preo de quem compra a carta muito elevado e por essa quantia de dinheiro a pessoa

    fica oficialmente apta para poder conduzir, mas porque quem conduz, tem uma arma

    (carro) nas suas mos, tanto pode matar como ser morta! Alm disso no so poucos os

    casos de pessoas que participaram em acidentes, com feridos muito graves, que fizeram

    parte destes esquemas. O argumento que depois com o tempo aprende-se no

    totalmente verdade, pois como foi afirmado pela entrevistada, esta no coloca a 5

    mudana, algo impensvel para a maioria dos condutores, um automatismo bsico que

    no foi adquirido e que agora custa muito a ser implementado.

    3.4.2. Eco conduo

    Nenhum dos entrevistados referiu tal termo, contudo no quer dizer que no pratiquem a

    eco conduo. Esta prtica, est relacionada com o recuso a uma conduo suave,

    tranquila, tpica de quem conduz com sensatez e de quem conhece o seu automvel, o

    seu ponto de binrio, ou seja, a rotao ideal para que o condutor troque de mudana

    com o objetivo de consumir o menos possvel de combustvel. A conduo econmica

    faz parte da eco conduo, e tambm passa por utilizar a caixa de velocidade, usar uma

    maior mudana possvel para que o consumo seja reduzido. A entrevistada n 2 afirmou

    que no usa a 5 mudana por medo, nem mesmo no IC 19 ou outra via de rpida

    circulao.

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    3.4.3. Manuteno bsica do veculo

    Em termos genricos, quando se fala em manuteno bsica s condutoras

    entrevistadas, todas afirmaram que essa tarefa era da responsabilidade dos seusrespetivos maridos, h exceo da entrevistada nmero 9. A entrevistada nmero 9

    afirmou que mudava os pneus do seu automvel, pois tinha aprendido com o seu

    marido, sabia faz-lo em automveis mais pequenos. Outro tipo de manuteno bsica

    no era feito pela prpria, s aprendeu a mudar de pneus, porque o seu marido queria

    muito que ela soubesse efetivamente mud-los. As primeiras entrevistadas referiram que

    o seu veculo est apto para circular na via pblica, devidamente e legalmente aprovado

    pela Inspeo Peridica Obrigatria (IPO). O entrevistado 4 e 5 falam que so

    responsveis pela sua manuteno bsica dos seus veculos, fazem a mudana de leo

    do motor e verificam a presso dos pneus. O informante 6 salienta que o seu atual

    veculo, da marca Nissan Almera foi o melhor dos seus quatro automveis, muito fivel

    e que at ao momento no deu qualquer tipo de problemas. O entrevistado n 6 refere

    quando h alguma anomalia no seu veculo aps a realizao de Inspeo este

    imediatamente submetido a reparao, mesmo que seja um banco descosido, o

    suficiente para reprovao pois tal anomalia de grau I, o de menor importncia, est

    referida no relatrio. Se no cumprir reincidente e ter que fazer um novo exame.

    3.4.4.Conduo defensiva

    Assunto abordado por todos os presentes, principalmente pela questo do respeito e

    civismo presentes na estada por outros condutores. Muitos entrevistados afirmaram que

    tambm cometem erros ao volante, mas muitos se queixam da agressividade doscondutores mais jovens nas nossas estradas. O maior problema referido por todos os

    entrevistados foi a falta de civismo presente na estrada, onde se destaca a utilizao

    indevida da buzina (entrevistado n 4) manobras perigosas em incumprimento ao cdigo

    da estrada e para com os outros utentes (entrevistado n 1) so alguns dos exemplos. O

    entrevistado n 6 refere que h condutores que no respeitem os sinais verticais

    luminosos, mais concretamente o sinal de paragem vermelho.

    Define-se por conduo defensiva conduzir de forma a prevenir, evitar e no provocaracidentes, sejam quais forem as condies de circulao inerentes via, ao veculo e

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    meteorolgicas, e quaisquer que sejam os comportamentos dos outros utentes,

    condutores e pees. O condutor defensivo no aquele que mais sabe do cdigo da

    estrada, no faz apenas parte do saber-saber mas sim do saber-ser, onde interfere

    principalmente a personalidade de cada um, os comportamentos e atitudes presentes

    perante cada situao. No esquecer que mais de 90% dos acidentes tem como principalcausa o factor humano, ou seja o condutor. A entrevistada nmero 3 refere que ()at

    pode ser o Presidente da Repblica, quando est a conduzir, no atende o telefone a

    ningum.

    O entrevistado nmero 8 diz que nunca faltou ao respeito ao outro e diz que j viu cenas

    terrveis. O entrevistado nmero 9 que j conduziu durante muitos em Frana diz que

    nesse pas h muito mais respeito pelo cdigo que no nosso. E cumprem efectivamente

    os sinais luminosos verticais. A entrevistada nmero 9 referiu um episdio caricato com

    um condutor: Uma vez quando era jovem, um velho baboso com o seu Jaguar meteu-se

    comigo e eu sa do carro e perguntei se ele queria levar nas trombas e ele foi-se

    embora. O entrevistado nmero 10 reafirma o que tantos dizem sobre a conduo

    pouco defensiva e muito agressiva dos portugueses. Diz que importante que mudem as

    atitudes.

    3.4.5. Acidentes

    Grfico 11: Causou acidentes

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    Grfico 12: Sofreu acidentes

    A maior parte dos entrevistados afirmaram que no causaram nenhum acidente,

    exceo da entrevistada n 3 e do n 8. Contudo muitos sofreram acidentes. A

    entrevistada n 3 afirmou que tinha batido na traseira de um outro veculo em situao

    de pra-arranca: Fao os possveis para respeitar os outros. J vi outros condutoresfazerem irresponsabilidades na estrada. Por exemplo estou frente na fila, pressionam-

    me, buzinando e causam-me nervosismo. () Eles gostam de espicaar.

    Os acidentes que sofreram foram de pequena importncia. Apenas danos materiais,

    sendo que um entrevistado tenha sofrido uma reparao de 3500 euros no seu veculo. O

    entrevistado nmero 8 causou um acidente, se bem que tenha tido dificuldades em

    assumir a culpa e explicar como aconteceu esse acidente. Aconteceu em Alcntara, e

    foi por causa da grande quantidade de Sol, que fez com que ficasse sem capacidade de

    viso por momentos. Foi um acidente em cadeia onde o entrevistado foca mais o

    embate que lhe causaram no seu veculo. Foi dado como culpado.

    A entrevistada nmero 9 sofreu um acidente nos Aores. Passou por uma escola que

    tinha sempre o porto aberto. As crianas estavam a brincar bola, e de repetente ouve

    um Ps!. Foi ver o que era, A cabea de uma criana tinha batido no meu automvel.

    Esperei pelo mdico e disse o que tinha acontecido. O presidente da junta de freguesia

    sabia do porto e a responsabilidade foi atribuda direco da escola. A menina no

    teve ferimento grave. No tive culpa, no foi atribudo a culpa minha pessoa. O

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    facto de conduzir com um Austin 100, pequeno de estatura tambm facilitou que

    houvesse este acidente. Tambm houve outro acidente com a entrevistada nmero 9,

    desta vez em Sintra. Um senhor que ia atrs distraiu-se com uma televiso a cores que

    estava na loja e bateu no meu carro. O senhor assumiu-se como culpado, disse que

    nunca tinha visto uma televiso a cores na sua vida e por isso distraiu-se e bateu. Oreparo foi feito na Toyota e no houve ferimentos nos condutores. O entrevistado

    nmero 10 no quis falar sobre o seu acidente sofrido em Beja.

    3.4.6.Cumprimento do Cdigo da Estrada e velocidade

    De uma maneira implcita, os entrevistados transmitiram a ideia que cumpriam o cdigo

    da estrada, tanto no cumprimento dos limites de velocidade como as demais regras de

    circulao rodoviria. O entrevistado n 7 afirmou que tem a carta de conduo h 50anos e nunca teve uma multa, nem sequer de estacionamento.

    A entrevistada n 3 afirma que no gosta de velocidade, quando circula no IC 19 o

    ponteiro do velocmetro est mais prximo dos 50 km/h do que dos 100 km/h

    permitidos neste tipo de via. O entrevistado n 7 afirma que cumpre os limites de

    velocidade e o n 6 diz que sabe das capacidades do seu veculo e que houve uma vez

    que precisou de pisar um pouco mais o acelerador, mas diz que habitualmente um

    condutor que respeita os limites de velocidade. A entrevistada n 1 afirma que muitos

    condutores conduzem depressa e mal. Os entrevistados transmitiram a ideia que a

    velocidade elevada no factor importante para eles, e lamentam que muitos condutores

    jovens tenham que recorrer ao excesso de velocidade e velocidade excessiva quando

    partilham a estrada com eles.

    4. Captulo IV

    4.1. Consideraes finais relativos aos dados apresentados

    Aps a anlise dos dados, podemos tecer vrias consideraes finais. Assim, para que o

    condutor snior esteja sempre atualizado importante que este esteja a par das

    alteraes que o cdigo da estrada sofreu ao longo do tempo. Muitos condutores

    seniores s conhecem as regras de cdigo que aprenderam quando estavam na escola de

    conduo h muitos anos atrs.

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    As escolas de conduo fazem servio de revalidao de ttulo de conduo (no

    exclusivo das escolas, pode ser feito por exemplo no GAM do concelho ou na estao

    dos CTT mais prxima), aulas de treino prticas e/ou aulas de reciclagem. Como so

    do domnio pblico, cada escola decide se cobra as aulas tericas, normalmente so

    oferta para quem adquire aulas prticas.

    Pretende-se que os idosos continuem a participar ativamente nas suas comunidades e

    da poderem participar em seminrios com o objetivo de promover estratgias de

    compensao face aos seus handicaps tpicos da idade, permitindo conduzir at ao mais

    tarde possvel, com qualidade e segurana,

    No mesmo sentido, devem ponderar substituir o seu automvel por um com caixa

    automtica e com outro tipo de ajudas que permitem facilitar a tarefa de conduo, tal

    como fez a entrevistada n1, promover um envelhecimento ativo, estimulando da

    melhor maneira as capacidades cognitivas e fsicas do indivduo e continuando o

    processo de conduo civicamente correto.

    4.2. Reflexo final

    Com a realizao deste trabalho, e dos resultados obtidos com os dez condutores comexperincias de vida to diferentes entre si, tendo em comum o facto de usarem o seu

    automvel como veculo prprio, para as suas tarefas de grande importncia, pode

    compreender como importante compreender o seu processo de conduo enquanto

    cidado ativo da sociedade.

    O facto de ainda conduzirem uma vitria, fazendo com que seja necessrio dar mais

    valor ao idoso, enquanto condutor. As mentalidades mudaram, nas nossas estradas

    vemos cada vez mais idosas ao volante, por obrigao pois o seu companheiro j no

    est apto para tal, pois normalmente em Portugal prefere-se um companheiro com mais

    idade do que ao contrrio.

    Assiste-se tambm a um aumento do nmero de pessoas que entraram na reforma, agora

    com filhos j crescidos, e que nunca tinham conduzido at ento, acabando por aceitar

    finalmente, o desafio de aprender a conduzir. Alm disso, com o aumento da qualidade

    de vida que temos tido (desde h 35 anos atrs) e com o devido envelhecimento ativo,

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    O Condutor Snior

    assistimos a uma melhoria de vida, assistimos a um prolongamento da vida ativa

    enquanto condutores. Um dia seremos ns.

    Apesar de as entrevistas concedidas expressarem que houve poucos acidentes entre os

    entrevistados, o segundo grupo etrio de maior risco na estrada especificamente o

    idoso, por razes bvias, completamente diferentes das dos jovens. Se por um lado os

    jovens so propcios a comportamentos de risco, em busca de adrenalina e na fase de

    experincias, por outro lado, os idosos pecam pela falta de ateno, recolha de

    informao/ lucidez principalmente em acidentes em Auto Estradas, sobretudo entram

    em sentido oposto nas vias de abrandamento e circulam alguns quilmetros em sentido

    contrrio nestas vias destinadas a rpida circulaouma contra ordenao muito grave

    que pode ter consequncias fatais, para todos os que circulam nestas vias.

    necessrio ter em conta que os dados no podem ser generalizveis, mas estes estudos

    podem contribuir para diminuir o preconceito contra os idosos e, de algum modo,

    acautelar o idadismo.

    5. Referncias Bibliogrficas

    Alves, J.A., & Simes, A. (1993). Processamento da informao e envelhecimento. in

    Elizabeth Sousa (Ed.), O problema rodovirio. Actas do Seminrio multidisciplinar

    sobre segurana e sinistralidade rodoviria (pp.101-110). Lisboa: ISPA.

    Fernandez, Rocio. (2002) Gerontologia Social. Madrid: Piramideisbn.

    Finn, P., & Bragg, B.W.E. (1986). Perceptions of the risk of an accident by young and

    old drivers. Accident Analysis and Prevention, 18,289-298.

    Horta, M.; Mendes, R.; Oliveira, R.. (2009) Conduo, risco e segurana. Lisboa:

    Instituto Superior de Psicologia Aplicada..

    Relatrio Anual de sinistralidade rodoviria 2013, 2007, 2000. Estudo sobre indicadores

    de risco do condutor snior, 2011. IMTT.

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    http://www.imtt.pt/sites/IMTT/Portugues/EnsinoConducao/ManuaisEnsinoConducao/D

    ocuments/Fichas/FT_UtentesdaViamaisVulneraveis.pdf

    6. Anexos

    Anexo A

    Entrevistas:

    Informante 1

    Dezembro de 2011

    Durao: Mais de uma hora de entrevista

    Local: Sala de estar da prpria

    1 pergunta:

    Resposta: Tenho a carta desde os meus 23 anos. Conduzo todos os dias.

    Eu de incio no gostava deconduzir.

    Possuidora da carta de conduo desde os seus 23 anos. Conduz desde sempre e pratica

    uma conduo diria.

    Tirou a carta de conduo por necessidade, fazia-lhe realmente falta para as suasdeslocaes dirias.

    De incio no gostava de conduzir, conduzia pois deslocava-se para o seu trabalho. Era

    Jornalista no jornal Dafundo, fazia este percurso da sua casa prxima Igreja de So

    Vicente at ao local de trabalho

    Utilizou o Fiat 600, tambm o seu pai tivera um igual, gostava muito deste pequeno

    clssico italiano.

    Problemas de Sade:

    http://www.imtt.pt/sites/IMTT/Portugues/EnsinoConducao/ManuaisEnsinoConducao/Documents/Fichas/FT_UtentesdaViamaisVulneraveis.pdfhttp://www.imtt.pt/sites/IMTT/Portugues/EnsinoConducao/ManuaisEnsinoConducao/Documents/Fichas/FT_UtentesdaViamaisVulneraveis.pdfhttp://www.imtt.pt/sites/IMTT/Portugues/EnsinoConducao/ManuaisEnsinoConducao/Documents/Fichas/FT_UtentesdaViamaisVulneraveis.pdfhttp://www.imtt.pt/sites/IMTT/Portugues/EnsinoConducao/ManuaisEnsinoConducao/Documents/Fichas/FT_UtentesdaViamaisVulneraveis.pdfhttp://www.imtt.pt/sites/IMTT/Portugues/EnsinoConducao/ManuaisEnsinoConducao/Documents/Fichas/FT_UtentesdaViamaisVulneraveis.pdf
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    O Condutor Snior

    Ao momento da entrevista:

    No estava apta para conduzir- estava de brao ao peito- 1 ms de paragem. Aguardava

    operao ao brao.

    Pergunta 2:

    Utiliza o automvel pois seria insuportvel se no o fizesse. O marido de 81 anos carece

    de sua ajuda, est incapacitado, foi dado como demente quando tinha 55 anos.

    Fundamental para o uso dirio para estar com o seu marido e me, so pessoas que

    precisam muito da sua presena pois esto sozinhos.

    O seu marido est em Vila Verde, uma residncia para idosos em quarto particular.

    incontinente urinrio e fecal.

    Esto casados h 47 anos. H 38 anos que trata da sua me e do seu marido.

    O seu percurso dirio:

    De manha passeia o Rafa (o seu co), depois vai para Vila Verde estar com o marido.

    Volta para casa em Mem Martins e almoa e depois vai estar com a sua me em

    Cascais.

    Vai a Lisboa ao mdico, poucas vezes no seu automvel, costuma ser mais frequente ir

    de comboio.

    Sabe que idosa, tem conscincia disso. Convive s com pessoas idosas.

    Costuma conduzir de vez em quando para o Frum Sintra, no seu automvel.

    Os quilmetros que eu fao no meu carro no so para benefcio prprio mas sim paraajudar os outros.

    O marido tinha carro, usava-o para deslocar-se de Lisboa para Mem Martins.

    J fez grandes viagens no passado: Porto e Leiria por exemplo. Fazia esta distncia para

    ver a prima a Santo Tirso.

    J no faz grandes viagens. Vai at Portela visitar uma amiga. Viajava at Santa Cruz,

    mas j no fazessa viagem, enquanto o meu marido for vivo. Agora s convive com

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    pessoas de idade. No saio de lisboa enquanto o meu marido for vivo ocupa grande

    parte do meu tempo. Tem imensa pena das suas netas no virem sua casa.

    Conduz sempre de dia, o mximo at as 17:30 / 16:30 conforme horrio, seja vero ou

    inverno.

    Excepo Situao de Urgncias: 22:00 rafa doente. Fui para o Vet de carro, at ao

    hospital da Vrzea. Teve medo. No estava habituada. Sempre saiu com o seu

    marido. S urgncias.

    Problemas referidos pela 1 entrevistada:

    Sobre a conduo dos outros:

    A nvel de saber-ser:

    Pisam e transpem muito frequentemente os traos contnuos. Fazem profissionais e

    no profissionais. No h respeito nas vias de acelerao, ultrapassando quem quer

    esteja nesta via fazendo manobras perigosas.

    A nvel de saber-fazer:

    No olham.

    Pouca utilizao das luzes de cruzamento por parte dos outros.

    Os outros condutores conduzem com muita velocidade e conduzem mal.

    Principal problema falta de sinalizao

    Factores internos:

    Segundo a prpria at ao momento rene as condies fsicas e psicolgicas para a

    tarefa.

    Conduz um automvel de caixa automtica.

    Restrio na carta de conduo- S pode conduzir com culos. A razo pelo qual o

    seu olho esquerdo ter cataratas.

    Ouve um pouco mal do ouvido esquerdo, Trinio. Se no melhorar ter que usar

    aparelho auditivo, segundo indicaes do seu mdico Otorrinolaringologista.

    Tcnicas de conduo: No desenvolve tcnicas especficas para o acto de conduo.

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    O Condutor Snior

    Est bem fisicamente. Consegue dar corda ao relgio. Motricidade fina.

    Resoluo de problemas:

    Devia haver mais fiscalizao. No h quem faa queixa.

    Nunca sofreu nem causou acidentes.

    Informante 2

    Dezembro de 2011

    Durao:

    Sala de estar da Informante n1

    No conduz h 5 anos. Deixou de conduzir aps a morte do seu marido. Vendeu o carro,

    por motivos econmicos, no se arrepende.

    Tem saudades de conduzir.

    Conduziu durante mais de 20 a 30 anos. Utilizao diria. Lisboa

    Casa de frias em Colares, passeava pela praia. Ia para lisboa de carro.

    Percursos:

    Lisboa- bairro Campo de Ourique. Ia visitar a sua amiga Avenida de Roma. Ia

    tambm a Monsanto com os filhos e ao Campo Grande.

    Fora de Lisboa- Colares,Praia Grande ou Praia das Maas

    Gostava de conduzir

    Estratgias - Procurava stios menos movimentados

    Problemas- Condutores com excesso de confiana- medo que os seus filhos sofressem

    acidentes. Procurou stios menos movimentados. Consciente das suas limitaes sou

    realista, no a mesma coisa que ter 40 ou 50

    Nunca mais conduziu. Nem acompanhada. Tem saudades, no quer, cortou no

    quero alimentar a ideia de que poderia vir a conseguir conduzir outra vez.Se voltar a

    conduzir, volta a gostar de conduzir e sabe que no tem capacidade para tal.

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    Tem mobilidade. Tem um neto que lhe disponibiliza boleia.Mora em Lisboa e por isso

    est bem servida em termos de transportes pblicos.

    Resoluo de problemas:

    No quer conduzir por causa da idade, apesar das possibilidades de ser possvelconduzir, (ao nvel de raciocnio est normal) teria de reaprender vrios caminhos.

    Dificuldades a fazer o percurso.

    Muito medo- fatores externos. Conduo de noite est fora de hiptese. Com base no

    que v dos outros.

    Vive no bairro onde muito difcil de estacionar. A idade avanada condiciona,

    estacionar longe de casa uma tarefa complicada, no final de contas no compensa.

    No teve acidentes rodovirios.

    A entrevistada aproveitou para deixar um aviso:

    No devem interromper a prtica de conduo, mas quando j h falta de reflexos,

    imobilidade, a j no podem, devem arrumar o carro, e vend-lo.

    Informante 3

    Janeiro de 2012

    Quarto do entrevistador

    Tinha 52 anos quando tirou a carta, em 1996.

    Conseguiu tirar a carta com muito esforo e dedicao. Fez muitos testes para a sua

    preparao. Correu tudo bem, foi aprovada primeira, tanto no cdigo como na prova

    prtica. Tinham dois volantes e pedais para o instrutor. Sentiu que no sabia conduzir

    quando foi aprovada. S com o decorrer dos anos que soube conduzir realmente.

    Conduz diariamente. Faz pequenas distncias. Comete erros de conduo. J apanhou

    sustos, j foi parar ao meio de uma rotunda, mas conseguiu tirar o carro.

    As pessoas da minha idade fazem muita borrada, mas os jovens tambm fazem muita.

    Corrupo no exame de conduo:

  • 7/25/2019 ESE JD Monografia Pedro Simes- O condutor Senior

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    O Condutor Snior

    Nesse tempo falava-se nessas coisas, tive sorte, fui num dia de sorte. Segundo me

    parece ainda existeH maneiras de passar em frente, cada um que sabe o melhor

    para si. Como aplicar o seu dinheiro, logo no primeiro exame ou nas repeties.H

    casos de instrutores que facilitam o exame ao dizer que conhecem determinadas

    pessoas.

    Percursos dirios e curtos de distncia: ArmsMem Martins; ArmsCasal Sequeiro.

    Cavaleira- Mem Martins; CavaleiraMem Martins

    Usa apenas para trabalho ou para fazer recados.

    J foi ao Hospital Amadora-Sintra no seu veculo.

    No utiliza a 5mudana.

    Gosto muito de conduzir e prefiro andar de carro do que a p.

    Adoro o meu carro, o meu bolinhas. Tenho muito orgulho no meu carro. um Fiat

    seicentobehappy.

    Conduo noite - Conduz noite, prefere de dia mas no impeditivo conduzir

    noite. No gosta de conduzir com chuva.

    Problemas:

    Estradas que no esto em boas condies.

    H muita falta de sinalizao.

    Sinais pouco visveis

    Lombas com grande altura, no h necessidade para tal

    Portagens caras

    Durante a conduo no h telemvel para ningum.

    Est consciente das suas capacidades, boa audio, culos, v perfeitamente

    Conduz e quer conduzir durante os prximos anos.

    Acidente:

    J me bateram, foi um embate na traseira durante a circulao em rotunda.

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    Uma vez bateu na traseira do carro que estava sua frente.

    O meu Fiat tem vrios pequenos toques.

    Informante 4

    Carta h 26 anos

    Recorda-se da sua formao, foi aprovado tanto na prova terica, ainda no era em

    computadores e na prova prtica (Os percursos de exame eram outros)

    Conduz diariamente, por norma. Vila nova de Mil Fontes, Zambujeiro, local onde tem a

    a sua segunda casa. Costuma ir para o Alentejo. Costuma usar o seu carro para passear.

    Tambm costuma usar as estncias do Inatel. Costuma ir para a praia Ericeira.

    Problemas:

    Muito cuidado com os outros condutores, os outros no tm muito cuidado. Tento

    praticar uma conduo defensiva.

    Automvel recente com caixa manual de 2008, seguro.

    No h respeito, entrada Portela de Sintra para prestar auxilio, condutor de trs apitou

    efusivamente.

    Atestado mdico e foi submetido a operao vista com custo de 1250 euros.

    Falou do acidente que ocorreu, na mesma estrada onde estava a dar informaes:

    http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/portugal/despiste-mata-jovens

    Tem conscincia dos seus limites, das suas capacidades. Sabe que no tem aqueles

    reflexos dos jovens, tempo de reao mais elevado. Mas tem mais experiencia e no

    comete as loucuras que os jovens fazem.

    Informante 5

    Tenho carta h 20 anos. Conduzo com bastante frequncia. Fao recados aqui pela

    zona mas tambm fao grandes distncias, como por exemplo para a Lourinh onde

    tenho uma segunda casa.

    Problemas:

    Os outros condutores so muitos perigosos.

    http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/portugal/despiste-mata-jovenshttp://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/portugal/despiste-mata-jovenshttp://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/portugal/despiste-mata-jovens
  • 7/25/2019 ESE JD Monografia Pedro Simes- O condutor Senior

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    O Condutor Snior

    J bateram vrias vezes no seu carro. Tenho mais cautelas com os outros do que

    comigo. No sei o que os outros vo fazer.

    Vou no 4 automvel, tenho um Nissan Almera. Mudo o leo. Sofreu um acidente, o

    automvel sofreu uma reparao de 3500 euros no Algarve.

    Acidentes: s materiais, todos causados por terceiros.

    Informante 6

    Nasceu em 1951, tem acarta conduo desde 1978.

    Conduz todos os dias em Mem Martins, usa por causa do seu trabalho.

    Os problemas com que se depara enquanto condutor so a falta de respeito eagressividade pelos outros condutores. No outro dia fizeram-me uma manobra

    perigosa, tive que travar a fundo. O meu carro ficou atravessado. No olham para os

    lados.

    Tambm no respeitam os sinais luminosos, no cumprem o vermelho, depois

    acontecem acidentes.

    Na resoluo de problemas o entrevistado referiu uma anomalia do tipo I no seu

    veculo:

    Reparaes reparo logo, assento descosido anotado na IPO foi anotado e reparado

    logo de seguida.

    Informante 7

    Tenho carta h 50 anos.

    Conduzo diariamente, a minha conduo feita principalmente aqui na zona, para

    fazer recados.

    No tenho tido problemas durante a conduo, para mimo maior problema mesmo a

    falta de civismo dos outros condutores. O meu automvel circula sem nenhum

    problema.

    Nunca sofri acidentes nem causei acidentes durante este tempo todo de carta.

    Informante 8

  • 7/25/2019 ESE JD Monografia Pedro Simes- O condutor Senior

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    6 minutos

    87 anos

    17 anos que no conduz.

    O carroque eu tinha conduz o meu filho. Tirou a carta de conduo quando tinha 21

    anos, em 1945.

    Utilizao:

    Correu o pas todo. Vamos almoar fora, vamos a vora, chegava l s 5 da tarde e

    almovamos. Ia ao norte, fronteira com a Espanha. Adorava imenso de conduzir.

    S usava para passear, morei em Sintra, ia de comboio para o trabalho.

    Problemas:

    Aos 73 anos, j no estava em condies, no tinha agilidade para conduzir e por isso

    deixei de conduzir.

    Acidentes:

    Foi em Alcntara, estava um Sol maravilhoso, fui encadeado. Bateram-me por trs, j

    no me recordo como foi, mas fui dado como culpado.

    Os condutores, que no respeitam os outros condutores, eu nunca faltei ao respeito ao

    outro. J vi cenas terrveis.

    O meu carro foi sempre maravilhoso. Foium Ford Escort, nunca deu problemas.

    Informante 9

    77 anos

    Sexo feminino

    Deixou de conduzir depois de ter um AVC. Achei que no ia conduzir mais e no

    revalidei a carta. Em 1962 tirou a carta, aposentou-se na mesma altura que sofreu o

    AVC. Mesmo aps ter sofrido o AVC ainda revalidaram a carta, contudo estava

    consciente das suas limitaes, principalmente a sua perna esquerda. O seu marido

    tambm concordou com a sua deciso. Estou arrependida, ainda h pouco tempo, eeram tantas as vezes que amos dar duas voltas ao quarteiro, no carro do meu marido

  • 7/25/2019 ESE JD Monografia Pedro Simes- O condutor Senior

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    O Condutor Snior

    Os automveis que teve:

    Todos de caixa manual:

    Austin 1000

    Toyota Corolla

    Toyota Fifty

    Citroen

    Utilizao:

    Diria, para deslocao casa-trabalho. Professora primria, fazia grandes deslocaes

    quando era colocada fora da sua rea de residncia. Viveu em Santarm.

    Ficou efectiva numa escola em Alpiara e morava em Santarm. Uma vez, atrasou-se e

    passou por uma estrada cortada, devido s cheias. Passou pela berma, passou por cima

    dos arbustos e troncos, sempre em 1 mudana, a gua no entrou pela panela de escape,

    e o motor continuou a funcionar correctamente e conseguiu passar pela estrada cortada e

    inundada.

    A escola mais distante foi Alpiara, a ltima, em Santarm. Esteve tambm em Benfica

    do Ribatejo, em Sintra trabalhou em Colares, mas era o marido que levava o carro.

    No utilizava o carro aos fins-de-semana, nem mesmo o seu marido usava para passeios

    ao fim de semana.

    Tambm usava o automvel para fazer recados, ir visitar famlia, mas passear no, s

    pequenas voltas.

    Acidente:

    Sofreu um acidente nos Aores. Passou por uma escola que tinha sempre o porto

    aberto. As crianas estavam a brincar bola, e de repetente oio um Ps!. Fui ver o

    que era. A cabea de uma criana tinha batido no meu automvel. Esperei pelo mdico

    e disse o que tinha acontecido. O presidente da junta de freguesia sabia do porto. A

    menina no teve ferimento grave. No tive culpa, no foi atribudo a minha culpa. Foi

    com o meu Austin, um automvel pequenino, da ter acontecido isto.

    Outro acidente:

  • 7/25/2019 ESE JD Monografia Pedro Simes- O condutor Senior

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    O meu marido comprou um tapete de corda, no lugar de condutor. O tapete tinha -se

    desmontado em baixo e comprometeu a mecnica do automvel.

    Com o Toyota Corolla em Colares, e oio um psss! na minha traseira. Um senhor

    que ia atrs distraiu-se com uma televiso a cores que estava na loja e bateu no meu

    carro.

    O senhor assumiu-se como culpado, disse que nunca tinha visto uma televiso a cores

    na sua vida e por isso distraiu-se e bateu. Disse para eu ir a um certo mecnico que me

    arranjava o carro, mas eu disse que no, o arranjo teria que ser na Toyota e assim o fiz.

    O senhor nunca mais me falou e o arranjo foi feito na Toyota.

    Manuteno bsica:

    A entrevistada afirmou que mudava os pneus do seu automvel, tinha aprendido com o

    seu marido, sabia faz-lo em automveis mais pequenos. Outro tipo de manuteno

    bsica no era feito pela prpria.

    Tambm conduziu nos EUA em automveis de caixa automtica. A experincia com a

    caixa automtica no foi do seu agrado, no estava habituada, prefere a caixa manual.

    Problemas:

    Uma vez quando era jovem, um velho baboso com o seu Jaguar meteu-se comigo e eu

    sa do carro e perguntei se ele queria levar nas trombas e ele foi-se embora.

    Informante 10

    72 anos

    30 anos de carta -1967.

    Tirou acarta em Frana e passou-se bem.

    Tirou a carta em Frana e no teve grandes dificuldades. Na sua opinio era indiferente

    tirar a carta em Portugal ou em Frana pois a dificuldade a mesma. Ficou aprovado

    primeira. No teve dificuldades com o francs.

    Frias, sbados e domingos.

    Condutor de Domingo. Conduziu tanto em Frana e em Portugal. Fez viagens de Franaa Portugal.

  • 7/25/2019 ESE JD Monografia Pedro Simes- O condutor Senior

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    O Condutor Snior

    Teve um jipe Toyota Land Cruiser.

    Problemas:

    Em Frana h mais respeito pelos outros, respeito pela sinalizao luminosa vertical.

    Nunca teve problemas com outros condutores nem com o seu Toyota.

    J teve acidentes. Sofreu um acidente em Beja. No quis falar sobre o acidente.

    Resoluo de problemas.

    So agressivos, deveriam mudar de atitudes.

    Deixei de conduzir h dois anos. EmFrana a carta de conduo vitalcia.

    Anexo C

    SISTEMAS ADAS

    Os sistemas avanados de assistncia ao condutor (AdvancedDriver AssistanceSystems-

    ADAS) fazem parte dos ITS e so sistemas que esto presentes nos veculos.

    Eles so originalmente desenhados para colaborar na tarefa de conduo, auxiliando na

    realizao de manobras de diversas formas. Estes sistemas podem enviar sinais aocondutor para alertar acerca de uma determinada situao, sendo o condutor informado

    da necessidade ou urgncia de realizao de uma aco sobre um comando. Podem

    tambm agir automaticamente antecipando ou at mesmo substituindo a aco do

    condutor.

    Exemplos destes sistemas (ADAS) so, entre outros, os reguladores de velocidade, os

    limitadores de velocidade, os sistemas de controlo de estabilidade dinmica, o avisador

    acstico de marcha atrs, os sistemas de assistncia manuteno na faixa de rodagem.

    A funo de cada um destes sistemas diversa. Por exemplo, o regulador automtico

    de velocidade de cruzeiro (tambm conhecido por cruisecontrol) permite ao condutor

    uma determinada velocidade constante sem necessidade de interagir com o pedal do

    acelerador, enquanto o limitador de velocidade (speed limiter) permite estabelecer

    uma velocidade mxima que no ser possvel ultrapassar enquanto o sistema estiver

    activado, mesmo que o condutor esteja distrado e acelere em demasia.

  • 7/25/2019 ESE JD Monografia Pedro Simes- O condutor Senior

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    Pelo facto destes sistemas estarem em constante desenvolvimento importante que o

    condutor se mantenha actualizado relativamente aos sistemas que o seu carro possui

    bem como as suas funes especficas.

    Mesmo dentro de uma determinada marca, podem existir pequenas diferenas de

    funcionamento entre sistemas de veculos com anos diferentes que advm desta

    evoluo da tecnologia e que podem por vezes criar no condutor uma ideia que no

    corresponde realidade.

    Por este motivo muito importante que todos os condutores consultem os manuais de

    instrues, para terem um conhecimento profundo dos sistemas presentes no seu veculo

    e de quais os seus limites de actuao.