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Fadiga Comportamentos auto-declarados, atitudes e perceção de risco Prevenção Rodoviária Portuguesa 2017 ESRA 2015 PORTUGAL

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Page 1: ESRA 2015 PORTUGAL · 2020. 5. 14. · ESRA 2015 PORTUGAL – FADIGA PRP 2017 Página 2 PREVENÇÃO RODOVIÁRIA PORTUGUESA European Survey of Road users’ safety Attitudes 2015 -

Fadiga

Comportamentos auto-declarados,

atitudes e perceção de risco

Prevenção Rodoviária Portuguesa

2017

ESRA 2015 PORTUGAL

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ESRA 2015 PORTUGAL – FADIGA

PRP 2017 Página 2

PREVENÇÃO RODOVIÁRIA PORTUGUESA

European Survey of Road users’ safety Attitudes 2015 - Portugal

Fadiga Comportamentos auto-declarados, atitudes e perceção de risco

ENQUADRAMENTO

O European Survey of Road Users’ Safety Attitudes (ESRA) é uma iniciativa conjunta de centros de investigação e

organizações europeias que promovem a segurança rodoviária, entre as quais a Prevenção Rodoviária Portuguesa

(PRP). Tem como objetivo recolher dados internacionais sobre opiniões, atitudes e comportamentos auto-declarados

dos utentes da estrada no que diz respeito a riscos rodoviários.

A primeira versão do ESRA decorreu em 2015 e incluiu dados de 17 países europeus: Alemanha (DE), Áustria (AT),

Bélgica (BE), Dinamarca (DK), Eslovánia (SI), Espanha (ES), Finlândia (FI), França (FR), Grécia (EL), Holanda (NL), Irlanda

(IE), Itália (IT), Polónia (PL), Portugal (PT), Suécia (SE), Suiça (CH), e Reino Unido (UK). A recolha de dados foi conduzida

online, em junho/julho de 2015, usando amostras representativas da população adulta dos países envolvidos (pelo

menos 1000 utentes de cada país). No total foram recolhidos dados de mais de 17.000 utentes da estrada europeus,

dos quais cerca de 11.000 eram condutores frequentes de automóveis. Informação detalhada sobre a metodologia, a

amostra e o questionário pode ser consultada no site do projeto: http://www.esranet.eu/.

O questionário abordou diversos temas relacionados com segurança rodoviária, incluindo, entre outros, a utilização

de meios de transporte, comportamentos auto-declarados, perceção de risco e atitudes em relação a esses

comportamentos, e apoio a políticas de segurança rodoviária. Foram avaliados diferentes tópicos de segurança

rodoviária: velocidade, condução sob o efeito de álcool ou drogas/medicação, distração, fadiga e uso do cinto de

segurança.

Neste relatório são apresentados os resultados relativos à fadiga em Portugal: comportamentos auto-declarados,

atitudes, aceitabilidade e perceção de risco. Trata-se de uma análise descritiva das respostas da população

portuguesa, fazendo-se a comparação com os outros países participantes no ESRA.

Outros relatórios do projeto ESRA:

Em Português ESRA 2015 Portugal – Mobilidade - Meios de Transporte e Segurança Subjetiva

ESRA 2015 Portugal – Álcool & Drogas - Comportamentos auto-declarados, atitudes e perceção de risco ESRA 2015 Portugal – Velocidade - Comportamentos auto-declarados, atitudes e perceção de risco ESRA 2015 Portugal – Distração - Comportamentos auto-declarados, atitudes e perceção de risco

Em Inglês

ESRA 2015 - The results - Synthesis of the main findings from the ESRA survey in 17 countries ESRA thematic report no. 1 - Speeding

ESRA thematic report no. 2 - Driving under the influence of alcohol and drugs ESRA thematic report no. 3 - Distraction and Fatigue

ESRA thematic report no. 4 - Seat belt and child restraint systems ESRA thematic report no. 5 - Subjective safety and risk perception

ESRA thematic report no. 6 - Enforcement and support for road safety policy measures

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ESRA 2015 PORTUGAL – FADIGA

PRP 2017 Página 3

RESULTADOS

COMPORTAMENTOS AUTO-DECLARADOS

“Nos últimos 12 meses, como utente da estrada, com que frequência ...?” (percentagens de “pelo menos 1 vez”: respostas 2 a 5 numa escala de Likert de 1=nunca a 5=(quase) sempre)

Cerca de 3 em cada 5 condutores portugueses (59.3%) declararam que, nos 12 meses anteriores ao estudo, conduziram pelo menos uma vez quando estavam demasiado cansados para o fazer. Destes condutores, a maioria (85.4%) declacarou ter parado e feito uma pausa quando se sentiram demasiado cansados para conduzir.

Os homens portugueses conduzem com mais frequência quando estão cansados demais para o fazer (63.8% vs. 54.8%), mas param com mais frequência do que as mulheres nessa situação (90.6% vs. 78.6%).

As percentagens de condutores portugueses que conduziram quando estavam cansados demais para conduzir é semelhante nos 3 grupos etários. No entanto, a percentagem dos que pararam nessa situação aumenta com o aumento da idade: 73.9% dos condutores de 18 a 34 anos, 84.8% dos condutores de 35 a 54 anos e 92.5% dos condutores com 65 ou mais anos.

Os resultados a nível europeu são semelhantes aos portugueses.

Percebeu que estava realmente cansado demais para conduzir

Parou e fez uma pausa, porque estava demasiado cansado para conduzir

“Nos últimos 12 meses, como utente da estrada, com que frequência ...”

(percentagens de concordância: respostas 4 e 5 numa escala de Likert de 1=discorda a 5=concorda)

SI

IT

FI

FR

ES

PL

CH

EU

PT

AT

DE

EL

BE

IE

DK

SE

UK

NL

76.5%

69.6%

66.6%

65.8%

65.8%

63.8%

61.2%

60.0%

59.3%

56.9%

56.8%

55.6%

52.9%

52.3%

52.2%

51.4%

50.3%

45.6%

PORTUGAL Feminino

Masculino

55+ 35-54 18-34

UE Feminino

Masculino

55+ 35-54 18-34

54.8% 63.8%

59.9% 58.4% 60.0%

54.1% 65.0%

57.9% 59.2%

63.7%

SI

FR

UK

PL

IE

ES

PT

CH

DE

EU

FI

SE

AT

EL

DK

BE

NL

IT

94.2%

91.7%

90.2%

88.9%

87.4%

86.2%

85.4%

85.1%

84.4%

84.0%

83.6%

83.5%

83.4%

81.6%

74.5%

71.8%

69.0%

68.0%

PORTUGAL Feminino

Masculino

55+ 35-54 18-34

UE Feminino

Masculino

55+ 35-54 18-34

78.6% 90.6%

92.5% 84.8%

73.9%

79.6% 87.0%

88.8% 83.0%

79.6%

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ESRA 2015 PORTUGAL – FADIGA

PRP 2017 Página 4

ACEITABILIDADE PESSOAL

“Quão aceitável considera, pessoalmente, que um condutor pode conduzir quando está tão sonolento que tem dificuldade em

manter os olhos abertos?” (percentagens de aceitabilidade: respostas 4 e 5 numa escala de Likert de 1=inaceitável a 5=aceitável)

Apenas 1.7% dos condutores portugueses consideram aceitável conduzir quando se está tão sonolento que se tem dificuldade em manter os olhos abertos. Portugal foi o quarto país onde este comportamento é menos aceitável, com uma percentagem de aceitabilidade cerca de metade da observada a nível europeu (3.5%).

A percentagem de aceitabilidade é maior nos homens do que nas mulheres e diminui com o aumento da idade, tanto em Portugal como no conjunto dos países participantes no ESRA.

“Quão aceitável considera, pessoalmente, que um condutor pode conduzir quando está tão sonolento que tem dificuldade em manter os olhos

abertos?” (percentagens de aceitabilidade: respostas 4 e 5 numa escala de Likert de 1=inaceitável a 5=aceitável)

PERCEÇÃO DE RISCO

“Em que medida concorda que se me sentir sonolento durante a condução, então, o risco de ter um acidente aumenta”

(percentagens de concordância: respostas 4 e 5 numa escala de Likert de 1=discorda a 5=concorda)

A grande maioria dos condutores portugueses (93.2%) e europeus (85.1%) concorda que conduzir quando se está sonolento aumenta o risco de se ter um acidente. Portugal é o segundo país com percentagem de concordância mais elevada.

A perceção de risco de acidente é mais elevada entre as mulheres e aumenta com o aumento da idade, tanto em Portugal como a nível europeu.

“Em que medida concorda que se me sentir sonolento durante a condução, então, o risco de ter um acidente aumenta”

(percentagens de concordância: respostas 4 e 5 numa escala de Likert de 1=discorda a 5=concorda)

PL IT FR UK EU DE ES NL SE EL CH IE SI PT AT BE DK FI

5.2

%

4.8

%

4.2

%

4.1

%

3.5

%

2.9

%

2.8

%

2.7

%

2.5

%

2.3

%

2.2

%

2.1

%

2.0

%

1.7

%

1.2

%

0.9

%

0.9

%

0.3

%

FI PT IT EL CH SI ES BE DK IE PL AT EU UK DE SE NL FR

93.5

%

93

.2%

90.

6%

88.

3%

87.

4%

87.

4%

87.4

%

87.3

%

86.

7%

86.

0%

85.8

%

85.4

%

85

.1%

83.4

%

82.5

%

82.4

%

81.2

%

80.6

%

PORTUGAL

Feminino

Masculino

55+

35-54

18-34

UE

Feminino

Masculino

55+

35-54

18-34

1.3%

2.1%

0.5%

2.2%

3.0%

2.8%

4.2%

1.2%

3.6%

6.3%

PORTUGAL

Feminino

Masculino

55+

35-54

18-34

UE

Feminino

Masculino

55+

35-54

18-34

95.4%

90.7%

99.3%

92.5%

83.4%

87.6%

82.7%

91.2%

86.4%

76.0%

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ESRA 2015 PORTUGAL – FADIGA

PRP 2017 Página 5

ATITUDES RELATIVAMENTE A COMPORTAMENTOS NO TRÁFEGO

“Em que medida concorda com cada uma das seguintes afirmações...?”

(percentagens de concordância: respostas 4 e 5 numa escala de Likert de 1=discorda a 5=concorda)

A maioria dos condutores portugueses (91.3%) concordam que não se deve conduzir um automóvel quando se está sonolento. Portugal é o segundo país com percentagem de concordância mais alta, acima da média europeia (83.8%). Esta percentagem é maior entre as mulheres e aumenta com o aumento da idade.

Por outro lado, uma minoria dos condutores portugueses (11.7%) e europeus (12.3%) afirmam que continuarão a conduzir mesmo que se sintam sonolentos durante a condução. Esta percentagem é maior entre os homens e diminui com o aumento da idade, sendo as diferenças mais expressivas a nível europeu do que em Portugal.

Quando me sinto sonolento, não deveria conduzir um automóvel

Mesmo se me sentir sonolento durante a condução de um automóvel, vou continuar a conduzir

“Em que medida concorda com cada uma das afirmações...?”

(percentagens de concordância: respostas 4 e 5 numa escala de Likert de 1=discorda a 5=concorda)

IT

PT

EL

CH

FI

PL

ES

AT

EU

BE

IE

DK

UK

SE

SI

DE

NL

FR

93.7%

91.3%

88.8%

87.2%

87.0%

86.6%

85.0%

84.7%

83.8%

83.5%

82.9%

82.8%

82.3%

82.0%

81.9%

80.9%

77.6%

75.2%

PORTUGAL Feminino

Masculino

55+ 35-54 18-34

UE Feminino

Masculino

55+ 35-54 18-34

95.0%

87.0%

97.0%

89.9%

82.6%

86.1%

81.4%

91.2%

84.6%

73.2%

DK

FR

SI

EL

UK

DE

IE

EU

CH

IT

SE

PT

AT

BE

ES

NL

FI

PL

17.9%

14.8%

13.9%

13.3%

13.2%

13.1%

12.4%

12.3%

12.2%

12.1%

11.9%

11.7%

11.6%

10.8%

10.7%

9.7%

9.6%

9.3%

PORTUGAL Feminino

Masculino

55+ 35-54 18-34

UE Feminino

Masculino

55+ 35-54 18-34

11.3%

12.1%

8.7%

13.2%

14.1%

11.0%

13.6%

8.3%

11.8%

18.2%

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ESRA 2015 PORTUGAL – FADIGA

PRP 2017 Página 6

CONCLUSÕES

Os resultados do ESRA mostram que os condutores portugueses são dos mais conscientes dos riscos que a fadiga tem na segurança rodoviária. De facto, entre os 17 países europeus participantes no ESRA, Portugal foi o segundo país onde uma maior percentagem de condutores considera que conduzir quando se está sonolento aumenta o risco de acidente rodoviário (93.2% em Portugal; 85.1% na UE) e que não se deve conduzir nesse estado (91.3% em Portugal; 83.8% na UE). Além disso, Portugal é dos países onde conduzir quando se está tão cansado que se tem dificuldade em manter os olhos abertos é menos aceitável: apenas 1.7% dos portugueses consideraram aceitável conduzir nestas condições, contra 3.5% no conjunto dos 17 países participantes no ESRA.

Apesar da baixa aceitabilidade e da elevada perceção de risco da condução quando fatigado, 59.3% dos portugueses (60.0% na UE) revelaram ter conduzido pelo menos uma vez nos 12 meses anteriores ao estudo quando estavam demasiado cansados para o fazer. Além disso, 12.3% dos portugueses (11.7% na UE) afirmaram que continuarão a conduzir mesmo que se sintam sonolentos enquanto conduzem. A maioria dos condutores (85.4% em Portugal e 84.0% na UE) afirmaram que pararam e fizeram uma pausa pelo menos uma vez nos 12 meses anteriores ao estudo por estarem demasiado cansados para conduzir.

As mulheres são mais conscientes dos riscos da fadiga na condução e aceitam menos a condução quando se está tão sonolento que tem dificuldade em manter os olhos abertos. No entanto, param com menos frequência do que os homens quando estão demasiado cansadas para conduzir.

De uma forma geral, a perceção de risco da condução quando fatigado aumenta com o aumento da idade, verificando-se o contrário na aceitabilidade desse comportamento. Os resultados mostraram também que, em Portugal, não existem diferenças entre os 3 grupos etários relativamente às percentagens de condutores que conduziram quando estavam cansados demais para o fazer. No entanto, a percentagem dos que pararam por estarem demasiado cansados aumenta com o aumento da idade.