estado da paraíba · ix – anemia falciforme e outras hemoglobinopatias; x – leucinose. como...
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N° 7.739 http://www.al.pb.leg.br João Pessoa - Quinta-feira, 09 de Maio de 2019CADERNO LEGISLATIVO ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
Estado da Paraíba
MESA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
COMISSÕES PERMANENTES
1° VICE-PRESIDENTE DEPUTADO GENIVAL MATIAS
2° VICE-PRESIDENTE DEPUTADO MANOEL LUDGÉRIO
3° VICE-PRESIDENTE DEPUTADO INÁCIO FALCÃO
4° VICE-PRESIDENTE DEPUTADA CAMILA TOSCANO
1° SECRETÁRIO DEPUTADO NABOR WANDERLEY
2° SECRETÁRIO DEPUTADO BOSCO CARNEIRO
3° SECRETÁRIO DEPUTADO EDMILSON SOARES
4° SECRETÁRIO DEPUTADO WALLBER VIRGOLINO
1° SUPLENTE DEPUTADO MOACIR RODRIGUES
2° SUPLENTE DEPUTADO GALEGO SOUZA
3° SUPLENTE DEPUTADO DRA. PAULA
4° SUPLENTE DEPUTADO CAIO ROBERTO
DEPUTADO ADRIANO GALDINOPRESIDENTE
CONSELHO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR
TITULARES SUPLENTES1. Dep. João Gonçalves 1. Dep. Ricardo Barbosa
2. Dep. Edmilson Soares 2. Dep.
3. Dep. Buba Germano 3. Dep. Cida Ramos
4. Dep. Doda de Tião 4. Dep. Taciano Diniz
5. Dep. Felipe Leitão 5. Dep. Dr. Érico
6. Dep. Camila Toscano 6. Dep. Anderson Monteiro
7. Dep. Galego Souza 7. Dep. João Henrique
COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO, JUSTIÇA E REDAÇÃO
TITULARES SUPLENTES1. Dep. Pollynna Dutra - Presidente 1. Dep. Jeová Campos
2. Dep. Ricardo Barbosa - Vice-Presidente 2. Dep.
3. Dep. Júnior Araújo 3. Dep. Taciano Diniz
4. Dep. Felipe Leitão 4. Dep. Caio Roberto
5. Dep. Tovar Correia Lima 5. Dep. Cabo Gilberto
6. Dep. Camila Toscano 6. Dep. João Henrique
7. Dep. Edmilson Soares 7. Dep. Manoel Ludgério
COMISSÃO DE ACOMPANHAMENTO E CONTROLE DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA
1. Dep. Wilson Filho - Presidente 1. Dep. Ricardo Barbosa
2. Dep. Buba Germano - Vice-Presidente 2. Dep. Branco Mendes
3. Dep. Tião Gomes 3. Dep. Júnior Araújo
4. Dep. Taciano Diniz 4. Dep. Dr. Érico
5. Dep. Eduardo Carneiro 5. Dep. Raniery Paulino
6. Dep. João Henrique 6. Dep. Anderson Monteiro7. Dep. Doda de Tião 7. Dep. Edmilson Soares
COMISSÃO DE EDUCAÇÃO, CULTURA E DESPORTOS
1. Dep. Estela Bezerra - Presidente 1. Dep. Pollyanna Dutra
2. Dep. Chió - Vice-Presidente 2. Dep. Cida Ramos
3. Dep. Anderson Monteiro 3. Dep. Camila Toscano
4. Dep. Del. Wallber Virgolino 4. Dep.
5. Dep. Dr. Érico 5. Dep.
COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO, TURISMO E MEIO AMBIENTE
1. Dep. Moacir Rodrigues - Presidente 1. Dep.
2. Dep. Chió - Vice-Presidente 2. Dep. Wilson Filho
3. Dep. Jeová Campos 3. Dep. Estela Bezarra
4. Dep. Galego Sousa 4. Dep. Anderson Monteiro
5. Dep. Júnior Araújo 5. Dep.
COMISSÃO DE ADMINISTRAÇÃO, SERVIÇO PÚBLICO E SEGURANÇA
1. Dep. 1. Dep. Jeová Campos
2. Dep. Cabo Gilberto - Vice-Presidente 2. Dep. João Henrique
3. Dep. Doda de Tião 3. Dep. Buba Germano
4. Dep. Felipe Leitão 4. Dep. Caio Roberto
5. Dep. Del. Wallber Virgolino 5. Dep. Eduardo Carneiro
COMISSÃO DE SAÚDE, SANEAMENTO, ASSISTÊNCIA SOCIAL, SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
1. Dep. Dr. Érico - Presidente 1. Dep. Taciano Diniz
2. Dep. 2. Dep. Tovar Correia Lima
3. Dep. 3. Dep.
4. Dep. Wilson Filho 4. Dep. Buba Germano
5. Dep. Cabo Gilberto 5. Dep. Raniery Paulino
COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E MINORIAS
1. Dep. Edmilson Soares - Presidente 1. Dep. Chió
2. Dep. Cida Ramos - Vice-Presidente 2. Dep. Inácio Falcão
3. Dep. Dra. Paula 3. Dep. Galego Souza
4. Dep. Del. Wallber Virgolino 4. Dep. Moacir Rodrigues
5. Dep. Tião Gomes 5. Dep.
COMISSÃO DE DIREITOS DA MULHER1. Dep. Camila Toscano - Presidente 1. Dep.
2. Dep. Dra. Paula - Vice-Presidente 2. Dep. Moacir Rodrigues
3. Dep. Estela Bezerra 3. Dep. Inácio Falcão
4. Dep. Felipe Leitão 4. Dep.
5. Dep. Pollyanna Dutra 5. Dep. Manoel Ludgério
COMISSÃO DE LEGISLAÇÃO CIDADÃ
1. Dep. Anderson Monteiro - Presidente 1. Dep.
2. Dep. Raniery Paulino - Vice-Presidente 2. Dep.
3. Dep. 3. Dep.
4. Dep. Branco Mendes 4. Dep. Doda de Tião
5. Dep. Caio Roberto 5. Dep. Tião Gomes
COMISSÃO DE DEFESA DOS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
1. Dep. Cida Ramos - Presidente 1. Dep. Inácio Falcão
2. Dep. Raniery Paulino - Vice-Presidente 2. Dep. Tovar Correia Lima
3. Dep. Ricardo Barbosa 3. Dep. Manoel Ludgério
4. Dep. Genival Matias 4. Dep.
5. Dep. Anderson Monteiro 5. Dep.
RECURSO nº 06/2019
Autor/Recorrente: Deputado Jeová Vieira Campos
Contra o Parecer Terminativo da Comissão de
Constituição, Justiça e Redação nº 87/2019, que
deliberou pela declaração de injuridicidade
do Projeto de Lei nº 1721/2018, de autoria do
Deputado Estadual Jeová Vieira Campos.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA
LEGISLATIVA DO ESTADO DA PARAÍBA
Inconformado, data vênia, com a decisão da Comissão de
Constituição, Justiça e Redação deste Parlamento Estadual –
Parecer 87/2019, que rejeitou o Projeto de Lei n° 1721/2018, de
autoria do deputado Jeová Vieira Campos, por entender pela
injuridicidade da matéria, o Deputado Estadual abaixo assinado,
interpõe o presente RECURSO para o Plenário, objetivando a
rejeição do Parecer e o retomada do curso normal do PL, e o
fazem consoante razões a seguir aduzidas:
O Regimento Interno desta Casa Legislativa
estabelece:
“Art. 53. Será terminativo o parecer:
I - da Comissão de Constituição, Justiça e Redação pela
inconstitucionalidade e injuridicidade da matéria;
...
§ 1º O autor da proposição poderá requerer, no prazo
de cinco dias úteis, contados da publicação do Parecer,
que este seja submetido à apreciação do Plenário, caso em
que a proposição será enviada à Mesa, para inclusão na
Ordem do Dia, em apreciação preliminar.”
P RESIDÊNCIA
R E C U R S O
RECURSO Nº 06/2019AUTORIA: DEPUTADO jEOvá CAmPOS
DIÁRIO DO PODER LEGISLATIVO - Quinta-Feira, 09 de Maio de 20192
EM PRELIMINAR – DA TEMPESTIVIDADE:
O Parecer da CCJR nº 87/2019, exarado nos autos do
Projeto de Lei nº 1721/2018, foi publicado no DPL do dia 15
de abril de 2019 – página 10, cópia anexa.
Portanto, nos termos do §1º do art. 53, a interposição do
presente Recurso encontra-se tempestiva.
DA DECISÃO DA CCJR (Conclusiva):
A Comissão de Constituição, Justiça e Redação, em
decisão publicada no dia 15 de abril de 2019 – página 10 do
DPL, decidiu pela injuridicidade do Projeto de Lei 1721/2018,
afirmando que a proposta apresentada já estar regulamentada
pela Portaria nº 822/2001, do Ministério da Saúde.
Argumentou a Douta CCJR desta Casa Legislativa que
a matéria em tela, já é disciplinada pela Legislação Federal,
através da Portaria nº 822/2001, do Ministério da Saúde,
que estabelece a “obrigatoriedade de que os hospitais
e demais estabelecimentos de atenção à saúde de
gestante, públicos e privados, procedam a exames
visando o diagnóstico e terapêutica de anormalidades
no metabolismo do recém-nascido, bem como prestar
orientação aos pais”.
Mais ainda, a CCJR afirmou em seu Parecer que, existindo
lei federal que regulamenta a matéria tratada neste Projeto
de Lei, em nada contribui para o ordenamento jurídico
do Estado, haja vista que prática de edição de normas
redundantes, criaria sim, uma inflação jurídica desnecessária
ao Estado, que nem sempre se logra observar quando da
elaboração legislativa.
DAS RAZÕES DO RECURSO:
Em que pese as argumentações da nobre relatoria, a
Propositura de autoria do ilustre Deputado Estadual Jeová
Vieira Campos merece trâmite nesta Casa Legislativa.
Vejamos:
O Projeto de Lei nº 1721/2018 encontra-se assim
registrado:
“PROJETO DE LEI Nº 1721/2018
Assegura a todas as crianças nascidas
nos hospitais, maternidades e demais
estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes
da rede pública de saúde do Estado da Paraíba,
o direito ao teste de triagem neonatal, na sua
modalidade ampliada e dá outras providências.
Art. 1º - Toda criança nascida nos hospitais,
maternidades e demais estabelecimentos de
atenção à saúde de gestantes da rede pública
de saúde do Estado da Paraíba, terá direito ao
teste de triagem neonatal, a ser aplicado com
o propósito de tornar possível o diagnóstico
precoce das seguintes moléstias:
I – fenilcetonúria e outras aminoacidopatias;
II – hipotireoidismo congênito;
III – hiperplasia adrenal;
IV – galactosemia;
V – deficiência de biotinidase;
VI – toxoplasmose congênita;
VII – deficiência de G6PD;
VIII – fibrose cística;
IX – anemia falciforme e outras
hemoglobinopatias;
X – leucinose.
Art. 2º - O teste de triagem neonatal será sempre
aplicado na alta hospitalar, independentemente
das condições de saúde do recém-nascido.
Art. 3º - Os resultados do teste de que trata o
art. 1º deverão ser encaminhados aos pais ou
responsáveis pela criança no prazo máximo
de quinze dias, contados da data de coleta do
material.
Art. 4º - As despesas decorrentes da aplicação
da presente Lei correrão por conta de dotações
consignadas no orçamento do Estado da
Paraíba.
Art. 5º - Esta lei entra em vigor na data da sua
publicação.
Assembleia Legislativa do Estado da Paraíba,
“Casa de Epitácio Pessoa”, Sala das Sessões, 01
de fevereiro de 2018. Jeová Vieira Campos -
Deputado Estadual”
Entendemos que a proposta apresentada pelo Deputado
Jeová Campos não é injurídica. Vejamos:
Primeiramente, registre-se que inexiste lei federal idêntica
à matéria tratada no presente Projeto de Lei. O que existe é
Quinta-Feira, 09 de Maio de 2019 - DIÁRIO DO PODER LEGISLATIVO 3
uma Portaria do Ministério da Saúde de nº 822/2001, mas que
não abrange a totalidade das doenças congênitas definidas
no art. 1º do Projeto de Lei nº 1721/2018, mas sim, apenas
quatro doenças. O art. 1º da referida Portaria nº 822/2001, em
seu §2º, define as quatro doenças congênitas:
I – fenilcetonúria;
II – hipotireoidismo congênito;
III – doenças falciformes e outras
hemoglobinopatias.
IV – fibrose cística;
O projeto defendido pelo Deputado Jeová Vieira
Campos amplia o rol das doenças congênitas que poderão
ser detectadas através do teste de triagem neonatal na
modalidade ampliada. O art. 1º do Projeto de Lei 1721/2018,
define estas patologias:
I – fenilcetonúria e outras aminoacidopatias;
II – hipotireoidismo congênito;
III – hiperplasia adrenal;
IV – galactosemia;
V – deficiência de biotinidase;
VI – toxoplasmose congênita;
VII – deficiência de G6PD;
VIII – fibrose cística;
IX – anemia falciforme e outras hemoglobinopatias;
X – leucinose.
Como afirmado na justificativa da propositura do Projeto
de Lei nº 1.721/2018, o teste de triagem neonatal consiste no
exame de algumas gotas de sangue da criança recém-nascida,
extraídas, geralmente, na região do calcanhar. O profissional
responsável fura o pezinho da criança e encosta o papel
especial (filtro) no local da picada, deixando o sangue saturar
todos os circulos do cartão, de ambos os lados. Esse exame,
realizado com o propósito de diagnosticar precocemente
algumas doenças congênitas, ficou popularmente conhecido
como o “teste do pezinho”.
A história do exame de triagem neonatal começou em
1961, quando o Dr. Robert Guthrie desenvolveu o métido de
coletar amostrar de sangue em papel filtro, em Jamestown,
Ney York, com a pesquisa da fenilcetonúria entre crianças.
Em 1963, por conta da campanha movida pelo Dr. Guthrie,
o Estado de Massachustes tornou-se a primeira unidade
politica a aplicar o exame de triagem neonatal a todos os
recém-nascidos em seu território.
No Brasil, o exame de triagem noenatal para o diagnóstico
de fenilcetonúria foi introduzido em 1976, quando o
Dr. Benjamin José Schimith, médico pediatra, criou um
laboratório na Associação de Pais de Alunos Excepcionais
– APAE de São Paulo, especialmente com o propósito de
aplicar o teste.
A aplicação quotidiana do exame, já bastante difundida
no Brasil, foi estendida a partir de 1986, ao diagnóstico de
hipotireoidismo congênito. Nesse mesmo ano, o Dr, Schimith
e seus colaboradores criaram no ambulatório da APAE
uma equipe multidisciplinar com o objetivo de conceder
tratamento especializado aos portadores de fenilcetonúria e
hipotireoidismo congênito.
Essa experiência pioneira seria de significativa
importância para os debates que redundariam na aprovação
de procedimentos que tornaria obrigatória a aplicação do
teste de triagem neonatal para fenilcetonúria e, a partir
de 1990, também para o diagnóstico do hipotireoidismo
congênito. Em 13 de julho de 1990, a Lei Federal nº 8.069/90,
tornava este programa obrigatório para todas as crianças
brasileiras.
O que se pretende com a proposta é a ampliação do
exame de triagem neonatal, de modo a tornar possível,
pelos testes laboratoriais dele decorrentes, o diagnóstico das
enfermidades descritas no rol do art. 1º, do Projeto de Lei nº
1.721/2018, assim definidas:
Fenilcetonúria: é uma doença genética, resultado de
um erro inato do metabolismo, que produz ausência ou
deficiência de uma enzima do fígado que metaboliza os
alimentos ricos em proteínas (carne, leite, ovos, feijão),
transformando o aminoácido fenilalanina (FA) em tirosina.
Quando há um acúmulo de FA no organismo, que se deposita
em alguns órgãos, inclusive o cérebro, e com consequente
excreção aumentada de fenilcetonas na urina, dando-lhe um
odor característico. Essas alterações, quando não tratadas,
levam ao retardo mental. Com o tratamento, constituído por
dieta com baixos teores de FA, a criança tem possibilidades
de desenvolver-se normalmente.
Hipotireoidismo: é um dos defeitos metabólicos mais
comuns, verificando-se em uma criança para cada grupo de
4000 nascimentos, constituindo-se na produção insuficiente
do hormônio T4 (tetraiodotironina) pela glândula tiroide.
DIÁRIO DO PODER LEGISLATIVO - Quinta-Feira, 09 de Maio de 20194
Esse hormônio é um dos responsáveis pelo desenvolvimento
do cérebro e pelo crescimento dos demais órgãos do corpo
humano. Sua falta prejudica o crescimento da criança e pode
resultar em deficiência mental. Na gestação, a mãe produz os
hormônios de que a criança carece, mas após o nascimento,
a falta deles provoca graves alterações no desenvolvimento
físico e mental, irreversíveis, se não tratadas precocemente.
A reposição hormonal acompanhada por endocrinologista,
a partir do primeiro mês de vida, permite que os bebês
acometidos pelo hipotireoidismo se desenvolvam
normalmente.
Anemia falciforme - é uma forma de anemia hereditária,
na qual os portadores apresentam uma hemoglobina
anormal (HbS), que leva as hemácias a assumirem a forma
de “foice”, quando em baixa presença de oxigênio, o que
geralmente é precipitado por infecções, desidratações, frio
e algumas drogas. Normalmente as hemácias têm a forma
discoide, o que facilita a circulação nos vasos sanguíneos.
No entanto, quando tomam a forma de foice, há a retirada
rápida dos glóbulos vermelhos da circulação sanguínea,
levando a quadros de anemia aguda. O acúmulo de hemácias
falcizadas nos vasos dificulta a circulação sanguínea, o que
provoca crises de dor. Apesar de não ter tratamento curativo,
essa anemia necessita de acompanhamento e orientações
adequadas a fim de proporcionar a criança melhor qualidade
de vida.
Diagnóstico de Aminoacidopatias - no teste do pezinho
podem ser identificadas deficiências na produção de
enzimas além da fenilcetonúria, tais como: citrulinemia,
hiperglicemias, doença do xarope do bordo, hiperinsulinemia,
hipermetioninemia, histinemia, hiperornitinemia,
hidroxiprolinemia, hiperprolinemia, hiperargininemia,
hipervalinemia, hiperfenilalaninemias, homocistinúria e
tirosinemias.
Hiperplasia adrenal congênita - a deficiência da 21 –
Hidroxilase corresponde a 90% das HCA. A ocorrência é
de um caso para cada cinco mil nascimentos, na sua forma
severa ou clássica, sendo que, a maior incidência ocorre no
Brasil. O diagnóstico precoce é extremamente importante,
pois permite que se evite, na menina, o órgão genital ambíguo
e, no menino, a puberdade precoce.
Galactosemia - A maioria dos casos de galactosemia
é devida à ausência da enzima galactose-1-fosfato-uridil-
transferase, com uma estimativa mundial de frequência
variando de 1:16000 a 1:100000. A galactose é ingerida sob a
forma de lactose, principal carboidrato componente do leite.
Quando não é diagnosticada e tratada precocemente, produz
lesões no fígado, catarata, convulsões, diarreia, retardo
mental e, em alguns casos, até mesmo a morte.
Deficiência de biotinidase: impede que a vitamina biotina,
presente nos alimentos, seja liberada. A biotina é importante
para o metabolismo como um todo e para a atividade de
diversas enzimas. Nas formas mais graves podem ocorrer
convulsões, deficiência intelectual, hipotonia, atrofia ótica e
problemas dermatológicos.
Fibrose cística: é a mais frequente das doenças genéticas
detectadas pelo teste do pezinho. A incidência é de 1 para
cada grupo de 2000 a 2500 nascimentos, na Europa e EUA. A
FC se manifesta com aumento de cloretos no suor, deficiência
pancreática e doença obstrutiva crônica do pulmão, gerando
problemas respiratórios e gastrintestinais crônicos. As
secreções do pulmão ficam muito mais espessas, diminuem
ou obstruem a passagem do ar e retém bactérias permitindo
quadros infecciosos. Um teste positivo não é certeza da
doença, apenas dá ao médico uma indicação de que há grande
possibilidade de fibrose cística. A despeito de tratar-se de
doença incurável, tanto o diagnóstico quanto o tratamento
precoce produzem substancial melhora da qualidade de vida,
assim como substancial acréscimo no tempo de sobrevida.
Toxoplasmose congênita: ocorre quando a gestante foi
infectada pelo protozoário “Toxoplasma gondii”. Os afetados
podem apresentar calcificações cerebrais, deficiência
intelectual, convulsões, coriorretinite e microcefalia.
Leucinose: é causada pela deficiência da enzima
desidrogenase alfa-ceto ácida, responsável pelo metabolismo
da leucina. Na forma clássica, provoca convulsões, vômitos e
falta de ar. Na forma intermitente provoca ataxia, sonolência
e irritabilidade. E na forma timina responsiva, leva ao atraso
motor e à deficiência intelectual.
Por meio desta ação, será possível diagnosticar
precocemente mais de 30 moléstias e com isso, proporcionar
um tratamento eficiente e imediato, o que por si só,
contribuirá para o progresso da Saúde Pública do nosso
Estado, sem representar, no entanto, um acréscimo relevante
nas despesas do setor.
Quinta-Feira, 09 de Maio de 2019 - DIÁRIO DO PODER LEGISLATIVO 5
O Teste do Pezinho na modalidade Ampliada destina-se a
detectar doenças metabólicas, genéticas ou endócrinas, que
podem comprometer o desenvolvimento neuropsicomotor
da criança. O Projeto de Lei de nº 1.721/18 visa ampliar a
cobertura de doenças diagnosticadas de 6 doenças para 21,
visando evitar internações, gastos com tratamento e melhorar
a qualidade e expectativa de vida das crianças. Com essa
ampliação, tais doenças seriam triadas, repita-se:
- Fenilcetonúria e outras aminoacidopatias;
- Hipotireoidismo Congênito;
- Fibrose Cística;
- Anemia Falciforme e outras hemoglobinopatias;
- Hiperplasia Adrenal Congênita;
- Deficiência de Biotinidase;
- Toxoplasmose Congênita;
- Galactosemia;
- Deficiência de G6PD;
- Leucinoses.
Tem sido descrito que, a longo prazo, o custo do
tratamento de pacientes com doenças raras sem diagnóstico
precoce é maior para os cofres públicos do que o investimento
necessário para adotar a triagem neonatal ampliada na rede
pública.
Diante disso, fica clara a importância do diagnóstico
precoce em triagem neonatal ampliada das referidas doenças,
porque pode reduzir o número de hospitalizações e óbitos,
assim como as inúmeras consequências das doenças.
Apenas para exemplificar, com a realização do teste de
aminoacidopatias, definido no Projeto de Lei nº 1721/2018,
podem ser detectadas aproximadamente 30 (trinta) doenças
congênitas. Este exame não está incluído no rol dos exames
definidos na Portaria nº 822/2001 do Ministério da Saúde.
A referida Portaria somente define a identificação de 04
(quatro) doenças congênitas.
Ao contrário do que se pensa, o diagnóstico precoce
resultará numa substancial racionalização dos gastos públicos
com a assistência médico-hospitalar, pois, a maioria dos
pacientes atingidos pelas doenças já enumeradas, terminam
toda a sua vida sob os cuidados do SUS – Sistema Único de
Saúde, um ônus financeiro nada desprezível.
Destacamos que, em outras unidades da Federação,
já existem propostas semelhantes tramitando, aonde o
assunto vem sendo debatido, visando o seu aprimoramento e
implementação. Inclusive em alguns Estados já existe lei em
vigor, a exemplo de Brasília, Lei nº 4.190/2006.
O que se deseja é tão somente fazer com que toda
criança nascida nos hospitais, maternidades e demais
estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes da rede
pública de saúde do Estado da Paraíba, tenha direito ao teste
de triagem neonatal na modalidade ampliada, a ser aplicado
com o propósito de tornar possível o diagnóstico precoce
das várias moléstias que não estão asseguradas através da
Portaria nº 822/2001 do Ministério da Saúde, e com isto
assegurar o tratamento precoce da doença, minimizando o
sofrimento da criança, e reduzindo custos financeiros com
tratamentos médicos/hospitalares.
Não temos dúvidas de que, uma vez aprovada a
propositura, quem irá ganhar será a população paraibana.
DO PEDIDO:
Diante do exposto, requeremos a Vossa Excelência, com
fundamento no §1° do art. 53, do Regimento Interno da
Assembleia Legislativa do Estado da Paraíba, que o presente
Recurso seja submetido à apreciação do Plenário desta
Casa, requerendo, ainda, que o Plenário REJEITE o Parecer
da Comissão de Constituição, Justiça e Redação, para que
o Projeto de Lei nº 1721/2018 retome a tramitação normal
nesta Casa.
Termos em que,
Pede deferimento.
Assembleia Legislativa, Sala das Sessões, 23 de abril de 2019.
DIÁRIO DO PODER LEGISLATIVO - Quinta-Feira, 09 de Maio de 20196
SECRETARIA LEGISLATIvA
P ROjETOS DE LEI
PROjETO DE LEI Nº 354/2019AUTORIA: DEPUTADO jEOvá CAmPOS
PROjETO DE LEI Nº 355/2019AUTORIA: DEPUTADO CHIÓ
Quinta-Feira, 09 de Maio de 2019 - DIÁRIO DO PODER LEGISLATIVO 7
PROjETO DE LEI Nº 357/2019AUTORIA: DEPUTADO ANDERSON mONTEIRO
PROjETO DE LEI Nº 358/2019AUTORIA: DEPUTADO ANDERSON mONTEIRO
DIÁRIO DO PODER LEGISLATIVO - Quinta-Feira, 09 de Maio de 20198
PROjETO DE LEI Nº 359/2019AUTORIA: DEPUTADO ANDERSON mONTEIRO
PROjETO DE LEI Nº 360/2019AUTORIA: DEPUTADO ANDERSON mONTEIRO
Quinta-Feira, 09 de Maio de 2019 - DIÁRIO DO PODER LEGISLATIVO 9
PROjETO DE LEI Nº 361/2019AUTORIA: DEPUTADO ANDERSON mONTEIRO
PROjETO DE LEI Nº 362/2019AUTORIA: DEPUTADO ANDERSON mONTEIRO
PROjETO DE LEI Nº 363/2019AUTORIA: DEPUTADO RANIERY PAULINO
DIÁRIO DO PODER LEGISLATIVO - Quinta-Feira, 09 de Maio de 201910
PROjETO DE LEI Nº 364/2019AUTORIA: DEPUTADO ADRIANO GALDINO
PRESIDENTE
PROjETO DE LEI Nº 365/2019AUTORIA: DEPUTADO ADRIANO GALDINO
PRESIDENTE
Quinta-Feira, 09 de Maio de 2019 - DIÁRIO DO PODER LEGISLATIVO 11
PROjETO DE LEI Nº 366/2019AUTORIA: DEPUTADO ADRIANO GALDINO
PRESIDENTE
DIÁRIO DO PODER LEGISLATIVO - Quinta-Feira, 09 de Maio de 201912
PROjETO DE LEI Nº 367/2019AUTORIA: DEPUTADO ADRIANO GALDINO
PRESIDENTE
Quinta-Feira, 09 de Maio de 2019 - DIÁRIO DO PODER LEGISLATIVO 13
PROjETO DE LEI Nº 368/2019AUTORIA: DEPUTADA CAmILA TOSCANO
P ROjETOS DE RESOLUÇÃO
PROjETO DE RESOLUÇÃO Nº 36/2019AUTORIA: DEPUTADO WILSON FILHO
DIÁRIO DO PODER LEGISLATIVO - Quinta-Feira, 09 de Maio de 201914
PROjETO DE RESOLUÇÃO Nº 38/2019AUTORIA: DEPUTADO TOvAR CORREIA LImA
PROjETO DE RESOLUÇÃO Nº 37/2019AUTORIA: DEPUTADOS RICARDO BARBOSA
E RANIERY PAULINO
Quinta-Feira, 09 de Maio de 2019 - DIÁRIO DO PODER LEGISLATIVO 15
DEPARTAMENTO DE ASSISTENCIAAS COMISSÕES
COmISSÃO DE ACOmPANHAmENTO ECONTROLE DA EXECUÇÃO ORÇAmENTáRIA
P A R E C E R
PROjETO DE RESOLUÇÃO Nº 40/2019AUTORIA: mESA DIRETORA DA ASSEmBLEIA
PROjETO DE RESOLUÇÃO Nº 39/2019AUTORIA: DEPUTADO TOvAR GENIvAL mATIAS
DIÁRIO DO PODER LEGISLATIVO - Quinta-Feira, 09 de Maio de 201916
E X P E D I E N T E
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DA PARAÍBAPraça João Pessoa s/n - Centro - João Pessoa PB
CEP 58013-900
GUILHERME BENÍCIO DE CASTRO NETOSECRETÁRIO LEGISLATIVO
FRANCISCO DE ASSIS ARAÚJODIRETOR DO DEPARTAMENTO DE ACOMPANHAMENTO
E CONTROLE DO PROCESSO LEGISLATIVO
MARIA DE LOURDES MEDEIROS DE OLIVEIRADIRETORA DA DIVISÃO
DE PUBLICAÇÕES OFICIAIS
FRANCISCO DE SOUZA NETODIAGRAMADOR
EVERALDO FERNANDES DE OLIVEIRAEDITOR