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ESTADO E POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A AGRICULTURA FAMILIAR: A EXPERIÊNCIA NO SUDOESTE DO PARANÁ.
Edinéia Brunhera Gularte Universidade Estadual do Oeste do Paraná-UNIOESTE
[email protected] Resumo: Este trabalho busca fazer uma análise sobre a inclusão da agricultura familiar nas políticas públicas, levando em consideração o grande período em que o estado brasileiro implantou políticas voltadas para a grande produção de exportação beneficiando os grandes proprietários e deixando os pequenos agricultores praticamente fora das iniciativas publicas. Quanto a ação das políticas para a agricultura familiar essas vão se iniciar na década de 1990 sendo que buscamos fazer uma breve explanação sobre algumas dessas políticas que estão implantados na região sudoeste do Paraná, sendo elas o PRONAF, o Programa de Desenvolvimento dos Territórios rurais e o Programa de Aquisição de Alimentos. Palavras-chave: Estado. Política Pública . Agricultura Familiar.
Introdução
Esse estudo faz parte de uma pesquisa em andamento sobre as políticas públicas de
desenvolvimento territorial, aplicadas durante os mandatos do Presidente Luis Inácio
Lula da Silva entre 2003-2006 e 2007-2010, com foco na Política Nacional de
Desenvolvimento Sustentável dos Territórios Rurais - PRONAT e sua implantação na
região Sudoeste do Paraná, para isso utilizamos a pesquisa bibliográfica e realizaremos
a aplicação de questionário com os integrantes do Grupo Gestor do Território Sudoeste
do Paraná, órgão colegiado implantado para o gerenciamento interno do Território
Sudoeste do Paraná, e com alguns dos agricultores beneficiados pelas iniciativas desse
grupo.
A política de Desenvolvimento Sustentável dos Territórios Rurais, está sob a
responsabilidade do Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA e de sua Secretaria
de Desenvolvimento Sustentável – SDT, que reconhece como territórios rurais áreas
com densidade demográfica inferior a 80 hab/km² e população média por município de
até 50 mil habitantes (MDS/SDT, 2005, p. 16), e que tenham como características a
presença de agricultores familiares, populações tradicionais e áreas de reforma agrária.
O Território Sudoeste do Paraná implantado em 2003 enquadra-se nessa classificação
de território rural devido ao enquadramento populacional e a predominância da
agricultura familiar, que apresenta um processo histórico de luta e organização social.
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Em meio a necessidade de compreender as iniciativas governamentais que
contemplaram os agricultores familiares na história das políticas públicas brasileiras e
que atuaram e atuam na região do Sudoeste do Paraná afim de estabelecer uma
contextualização do programa dos territórios rurais, é que nasce esse texto, tendo como
objetivo central compreender as políticas publicas destinadas para a agricultura familiar
e a atuação de algumas delas na região sudoeste do Paraná.
Destacando que a região sempre sofreu forte influencia da iniciativa pública, que esteve
presente durante o processo de ocupação da região na década de 1940 com a conhecida
“marcha para o oeste” que nesse caso incentivou a migração dos agricultores de Santa
Catarina e do Rio Grande do Sul a se deslocarem para a região, com a distribuição
gratuita dos lotes de terras que era organizada pela Colônia Agrícola General Osorio-
CAMGO criada pelo governo federal em 1943.
Após o inicio da ocupação e dos conflitos que sucederam esse período entre os
agricultores e companhias privadas de terras, que culminou na Revolta do Posseiros de
1957, o governo federal novamente intervém com a instalação na Região do Grupo
Executivo para as Terras do Sudoeste do Paraná – GETSOP atuante de 1962 até 1973,
fazendo a medição e documentando os lotes de terras. Posteriormente a regularização
das terras se intensifica a influencia das políticas de modernização agrícola e a partir da
década de 1990 com o surgimento das iniciativas de fortalecimento da agricultura
familiar surge a aplicação destas na região.
Esse texto busca caracterizar algumas políticas públicas destinadas ao segmento dos
agricultores familiares em âmbito nacional e sua atuação na região sudoeste do Paraná
sendo elas a Política Nacional de Desenvolvimento Territorial - PRONAT, o Programa
de Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF e o Programa de Aquisição de
Alimentos – PAA.
Além dessas políticas que abordaremos na terceira parte desse artigo o portal Secretária
de Agricultura Familiar – SAF apresenta mais treze programas destinados
especificamente para a agricultura familiar sendo eles; o programa da alimentação
escolar, agroindústrias, assistencia tecnica, biodisel, garantia-safra, mais alimento, PAA,
PGPAF, PRONAF, redes tematica de ATER, SEAF, Suasa e talentos do brasil.
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Políticas Públicas e Agricultura Familiar
Segundo Bianchini (2000) a intervenção do estado sobre a agricultura brasileira é
marcada pela presença de incentivos para a produção destinada a exportação onde os
grandes proprietários eram os beneficiados pratica que vai seguir por um longo período
e que toma novos rumos com o processo de modernização da produção agrícola.
As décadas de 1960 e 1970 foram marcadas pelo grande incentivo governamental a
modernização da agricultura com a criação de pacotes tecnológicos destinados aos
agricultores, é durante esse período como demostram Redin e Fialho (2010) que surge
em 1964 o Sistema Nacional de Crédito Rural – SNCR, e em 1973 são criadas, a
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária -EMBRAPA e a Empresa Brasileira de
Assistência Técnica e Extensão Rural – EMBRATER, a primeira ficaria responsável por
desenvolver pesquisas relacionadas a novas tecnologias e técnicas que viabilizassem o
aumento da produção e a segunda a implementar essas melhorias no campo através da
divulgação, da assistência e extensão rural.
Segundo Santos (2008) o SNCR foi a principal política de promoção da modernização
agrícola através do crédito subsidiado a autora também destaca a criação da Política
Garantia de Preços Mínimos – PGPM criada em 1960 como uma forma de garantia e de
segurança para os agricultores durante a mudança da base técnica e que embora não
tenha sido muito utilizada nas vendas por estar com preços abaixo do mercado comprou
seu papel de incentivadora as transformações produtivas da época.
O SNCR como destacado por Redin e Fialho (2010, p. 5) era um programa de crédito
destinado principalmente ao aumento da produção e o melhoramento tecnológico que
tinha teoricamente como principal alvo os pequenos e médios produtores rurais, no
entanto os entraves burocráticos levaram esses recursos para as mãos dos agricultores
mais capitalizados. “Nesse sentido, a agricultura familiar a qual necessitava de maior
apoio das políticas públicas foram praticamente excluídas dos melhores benefícios
concedidos pelo crédito rural”.
Sobre as políticas públicas aplicadas pelo estado brasileiro até a década de 1980 Redin e
Fialho (2010, p. 6) descrevem;
No que se refere aos reais beneficiários das políticas públicas foi, em grande parte, o agricultor patronal e os empresários do setor industrial, uma vez que ambos possuíam aporte para tal. O primeiro porque possuía ativo imobilizado e recursos para garantir o uso do crédito e o segundo, por ser o fornecedor das inovações (máquinas e implementos agrícolas, insumos, etc) para a
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atividade agrícola. A agricultura familiar quando era impulsionada a produzir a partir do crédito tinha enormes problemas de acesso, pois não era considerado como capaz de honrar seus compromissos com o Banco. Para conseguir acessar vistorias eram feitas nas propriedades, contratos de produção de commodities, e ainda dependendo das circunstâncias até a assinatura dos agricultores que dispunham de maquinários agrícolas, como a colheitadeira de soja, eram necessários para o pequeno produtor pudesse acessar e, o gerente do banco liberar o crédito.
Nas décadas de 1980 e 1990 segundo Bianchini (2000) o cenário começa a mudar com
a diminuição gradativa das políticas estatais, devido a incorporação dos ideais
neoliberais e da crise econômica em que o país se encontrava, o reflexo disso foi o
aumento das dificuldades e incertezas dos agricultores.
Segundo Redin e Fialho (2010) durante a década de 1990 foram instintas algumas das
empresas estatais como a EMBRATER, o Banco Nacional de Crédito Cooperativo e o
Instituto Brasileiro do Café, mas que essa retração das políticas públicas agravou uma
crise no setor agrícola e no inicio da década de 1990 o governo teve de estipular alguns
políticas de regulamentação do mercado e incentivos a esse setor como o Premio de
Escoamento de Produção (PEP), a Cédula do Produtor Rural e o Contato de Opção de
Venda entre outras.
É em meio ao panorama da falta de assistência governamental que os agricultores
familiares começam a fazer reinvindicações em busca de assistência e de credito,
culminando no movimento conhecido “grito da Terra” que segundo Bianchini (2000),
exerceu preção política fundamental para a origem do PROVAP em 1994 e do
PRONAF em 1996.
Segundo Nunes (2007, p.3), a partir do inicio da intervenção do estado no processo de
modernização agrícola na década de 1960 é possível fazer a distinção de quatro
períodos: 1) 1965–1985: modernização conservadora. A agricultura se modernizou, mas não alterou sua estrutura fundiária; 2) 1985–1995: desmonte das políticas agrícolas e liberalização dos mercados; 3) 1995-2002: retomada da política de crédito com juros controlados, mas com recursos privados; desenvolvimento de mecanismos privados de escoamento e estoques da produção; 4) 2003 até agora (2007): fortalecimento da política de crédito e pequena retomada de outros mecanismos, principalmente dos direcionados à agricultura familiar (seguro agrícola, seguro de preços, compras institucionais, assistência técnica etc.).
Devemos lembrar como o apresentado em Santos (2008) que devido ao processo de
colonização da região Sudoeste do Paraná ser de um período mais recente, entre as
décadas de 1960 e 1970 essa ainda passava pelo processo de regularização da posse da
terra, organizado e regularizado pela GETESOP, que atua até 1973, desta forma até esse
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momento embora tenha existido a influencia das políticas agrícolas esses agricultores
ainda estavam mais envolvidos com as questões da posse das propriedades.
Santos (2008) divide o processo de modernização agrícola e conseqüentemente de
intervenção das política em dois períodos na região o primeiro de 1960 e 1980 que fica
caracterizados pela regularização das terras tornando-se propriedade privada e pela
influencia das políticas de assistência técnica e extensão rural e do crédito visando a
especialização e modernização dos meios de produção. O segundo período inicia-se
após 1980 caracterizado pela efetivação do processo de modernização com o uso de
sementes melhoradas, adubos químicos, fertilizantes, agrotóxicos e a intensificação do
uso das máquinas agrícolas, segundo a autora existe nesse período certo grau de
dependência dos financiamentos e o aumento do endividamento dos produtores.
Considerando o processo de intervenção das políticas publicas sobre a região sudoeste
do Paraná presentes desde sua ocupação, passando pelo processo de regulamentação dos
lotes, modernização agrícola vamos procurar entender melhor o desenvolvimento de
políticas destinadas diretamente para o seguimento dos agricultores familiares
predominantes na região, iniciadas juntamente com o reconhecimento dessa categoria
que se deu na década de 1990.
Segundo Schneider (2006) embora a categoria agricultura familiar não seja nova apenas
recentemente ganhou visibilidade no Brasil, a partir de 1990, ressaltando dois pontos
importantes que levaram a essa maior popularização.
De um lado pelo campo político, a adoção da expressão parece ter sido encaminhada como uma nova categoria-síntese pelos movimentos sociais do campo, capitaneado pelo sindicalismo rural ligado a CONTAG (confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura)[...]. De outro lado, a afirmação da agricultura familiar no cenário social e político brasileiro está relacionado à legitimação que o estado lhe emprestou ao criar, em 1996, o PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura familiar)[...]. (SCHNEIDER, 2006, pg.16).
O conceito de agricultura familiar ainda não atingiu um consenso dentro da geografia
agrária, no entanto nossa analise não pretende aprofundar-se nessa discussão e como
nosso foco são as políticas destinadas a agricultura familiar apresentaremos a definição
oficial de agricultura familiar adotada a partir da lei 11.326/2006 a lei da agricultura
familiar como ficou conhecida segundo a qual:
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Art. 3o Para os efeitos desta Lei, considera-se agricultor familiar e empreendedor familiar rural aquele que pratica atividades no meio rural, atendendo, simultaneamente, aos seguintes requisitos: I - não detenha, a qualquer título, área maior do que 4 (quatro) módulos fiscais; II - utilize predominantemente mão-de-obra da própria família nas atividades econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento; III - tenha percentual mínimo da renda familiar originada de atividades econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento, na forma definida pelo Poder Executivo; (Redação dada pela Lei nº 12.512, de 2011) IV - dirija seu estabelecimento ou empreendimento com sua família.
Sabourin (2007, p. 716) destaca que embora a agricultura familiar tenha ganhado mais
atenção a partir da década de 1990, os recursos destinados pelas políticas politicas a
esse segmento, que representava no ano de seu estudo “4,2 milhões de estabelecimentos
e 70% da população agrícola ativa” e está sob responsabilidade do MDA, ainda são
reduzidas cerca de 15 a 20%, quando comparamos os recursos vinculados a “agricultura
empresaria”, que representava “550.000 estabelecimento, ou seja 12% do total” e estão
sobre responsabilidade do MAPA - Ministério da Agricultura, Pesca e Alimentação
Isso mostra que mesmo com o reconhecimento da importância desta forma de
agricultura para o desenvolvimento rural por abranger grande parte da população
residente no campo que é por sua vez responsável por grande parte da produção e
alimentos no Brasil, os recursos destinados a este segmento ainda são reduzidos se
comparados aos destinados para os grandes produtores de grãos e de gêneros de
exportação.
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF
O crédito agrícola sempre foi uma ferramenta importante para os produtores rurais,
embora os recursos públicos dedicados a essa linha de incentivo já sejam antigos no
Brasil, muitas vezes esse não chegava as mãos dos pequenos proprietários, analisando a
partir desse ponto a criação de uma linha de crédito destinada para a agricultura familiar
no caso o PRONAF foi inovadora.
O PRONAF foi criado em 1996 a partir da reformulação do Programa de Valorização
da Pequena Produção Rural - PROVAP criado em 1994, mas que não obteve êxito.
Segundo Müller (2007) o PRONAF foi criado sobre a influencia do relatório da
FAO/INCRA de 1995 e como uma resposta do governo a preção exercida pelos
movimentos sociais rurais principalmente os ligados ao sindicalismo, que reivindicavam
a falta de crédito para os pequenos proprietários.
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Hoje o PRONAF está sob responsabilidade do Ministério do Desenvolvimento Agrário
– MDA, através da Secretaria de Agricultura Familiar no site da instituição consta que:
O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) financia projetos individuais ou coletivos, que gerem renda aos agricultores familiares e assentados da reforma agrária. O programa possui as mais baixas taxas de juros dos financiamentos rurais, além das menores taxas de inadimplência entre os sistemas de crédito do País.( http://www.mda.gov.br/portal/saf/programas/pronaf)
O PRONAF é um marco no que se refere as políticas públicas voltadas para a
agricultura familiar, segundo Maluf e Bonal (2011), está foi a primeira política setorial
do governo federal a contemplar uma categoria especifica de agricultores, alem disso foi
a primeira política de cunho territorial implantada no brasil.
[...] o Pronaf constituiu o primeiro e mais importante exemplo de política setorial diferenciada, dirigida para a agricultura e o mundo rural no Brasil, mais precisamente uma política diferenciada segundo um recorte social que define uma categoria de agricultor à qual se associa um tipo de agricultura. Uma segunda característica importante do programa foi ter introduzido, nesse domínio, a perspectiva de formulação e implementação de políticas públicas com participação social, na forma de conselhos, nas três esferas de governo, ao lado da prática de negociações periódicas das pautas apresentadas ao governo pelos movimentos sociais, principalmente nos momentos que antecedem a definição anual dos principais componentes do programa. Por fim, o Pronaf também se converteu num instrumento de introdução de políticas territoriais no meio rural. (BONAL E MALUF, 2011, p. 94)
Quando Bonal e Maluf falam do caráter territorial e da formulação de políticas pautadas
na participação social assumido pelo PRONAF estão referindo-se a linha de Infra-
estrutura e serviços, que propunha a organização de conselhos municipais de
desenvolvimento rural, sendo que estes deveriam formular planos de desenvolvimento
municipal e encaminharem projetos segundo as linhas de prioridade do plano para a
obtenção de recursos, em 2003 essa linha de investimento foi reformulada e deu origem
ao Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Territórios Rurais.
O PRONAF é um programa de credito destinado aos agricultores familiares, o qual ao
longo dos anos tem ampliado sua atuação e expandido sua área de abrangência com a
criação de novas linhas de credito dentre quais estão o Pronaf custeio, investimento,
agroindústria, agroecologia, eco, floreta, semiárido, mulher, jovem, custeio e
comercialização da agroindústria familiar, cota-parte, rural e mais alimento.
No Brasil entre 1999/00 foram atendidos 3.403 municipios e o total de recursos
disponibilizado pelo programa foi de 3,3 bilhões de reais sendo executado apenas 66%
desse valor em 2007/08 o número de municipios atendidos subio para 5.379, e o recurso
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aplicado foi de 6,3 bilhoes de reais. Quanto aos recursos aplicados por estado, região ou
municipios estes não encomtram-se disponiveisno site do programa.
Na região Sudoeste do Paraná o PRONAF foi considerado uma grande conquista,
principalmente se considerarmos que a grande maioria dos estabelecimentos agrícolas
da região são de pequeno porte caracterizados pelo trabalho familiar e enfrentavam
dificuldade de inserção do crédito até então disponibilizado além do acesso a esse
programa as taxas de juros desse é muito mais acessível.
Torrens (2007) apresenta alguns dados sobre os recursos destinados pelo programa na
região sudoeste do Paraná durante o período de 2000 a 2006, quando o número de
contratos executados pelo PRONAF- custeio ficaram próximos a 28.600 embora tenha
tido picos e declínios, já quanto ao valor total desses contratos eles passaram de 44
milhões em 2000 para 129 milhões em 2006.
Já na linha PRONAF- investimento em 2000 foram 2.002 contratos e em 2006 foram
3.736 contratos, quanto aos recursos implantados esse passaram de 7,2 milhões no ano
de 2000 para 33,5 milhões em 2006 (Torres, 2007, p. 69-70)
Torres (2007) analisa que os contratos relacionados as categoria A A/C e B foram
insignificantes na região Sudoeste do Paraná durante o período de 2000 a 2006, vale
lembrar que estas categorias são as destinadas aos assentados e aos produtores com as
menores renda, de até 4.000,00 reais, isso aponta que ainda existe uma dificuldade dos
agricultores mais pobres em adquirirem financiamentos.
Quanto às categorias C D e E, Torrens (2007) observa que os grupos D e E tiveram
aumentos significativos no número de contratos e atingiram em 2006, 9.152 e 4.707
contratos e 53,8 e 50,6 milhões em recursos respectivamente. O grupo C teve um
decréscimo no número de contratos que passaram de 22.945 em 2000 para 13.861 em
2006, já os recursos cresceram passando de 30,4 milhões para 41 milhões no mesmo
período, sendo o grupo com mais contratos na região.
Um programa que destina crédito subsidiado para os agricultores mais carentes em
recursos financeiros além de ter sido uma inovação passou a ser uma forma de incentivo
a produção embora o programa receba críticas quanto a acumulação do dos recursos em
algumas linhas e em algumas regiões do Brasil, principalmente a sul e sudeste.
Quanto ao recurso destinada para o crédito no plano safra 2006/07 de toda a agricultura
brasileira Nunes demonstra que desses 60 bilhões de reais, 10 bilhões foram destinados
para o PRONAF e 50 bilhões para o Plano Agrícola e Pecuário – PAP vinculado ou
MAPA, mesmo que o recurso destinado ao PRONAF seja bem menor que o do PAP, do
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montante disponibilizado para essa safra apenas 84% foi executado segundo o portal da
SAF o que pode demonstrar a existência de falhas na execução do programa.
Existem segundo informações do portal da Secretária da Agricultura Familiar, mais três
programas de incentivo a agricultura ligadas ao PRONAF, o Seguro da Agricultura
Familiar – SEAF, que é disponibilizado para os agricultora familiares que adquirem
recursos através da linha de custeio do PRONAF, o seguro cobre além do valor do
financiamento até 65% da receita liquida esperada da cultura financiada, para
disponibilizar desse seguro o agricultor deve “observar os cuidados básicos com a
lavoura, como adubação, controle de praga, doenças e plantas daninhas, assim como se
comprometer a utilizar a tecnologia adequada para a cultura e ter cuidados com o
manejo e o meio ambiente”. (http://portal.mda.gov.br/portal/saf/programas/seaf)
O programa de Garantia-Safra (GS), destinado aos agricultures que acessam o
PRONAF na região de atuação da SUDENE no semiarido, o programa preve expécie de
indenização, para os agricultores que perderem mais de 50% das lavouras, o valor que o
programa paga para os agricultures é estipulado anualmente, pelo Comite Gestor do
garantia-safra.
O Programa de Garantia de Preços para a Agricultura Familia – PGPAF, também esta
vinculado aos fianciamento adiquiridos através do PRONAF, esse programa garante o
pagamento de um preço minimo, estabelecido com base nos custos de produção desta
forma na hora da venda dos produtos que foram finaciados o governo garante o
pagamento desse valor caso o preço de mercado esteja abaixo do valor estipulado.
O programa de Aquisição de Alimentos- PAA
Em 2003 foi instituído o PAA, programa coordenado pelo MDA - Ministério do
Desenvolvimento Agrário e pelo MDS – Ministério do Desenvolvimento Social, que
está inserido na estratégia de Segurança Alimentar e Nutricional que faz parte do
Programa Fome Zero.
O objetivo central do programa é; “garantir o acesso aos alimentos em quantidade,
qualidade e regularidade necessária as populações em situação de insegurança alimentar
e nutricional e promover a inclusão social do campo por meio do fortalecimento da
agricultura familiar” (BRASIL, 2006 apud. MÜLLER, 2007, p. 73).
O programa busca incentivar a produção familiar de alimentos fazendo a compra direta
ou através de cooperativas e associações dos seus produtos, esse processo é mediado
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pela Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB, responsável segundo MÜLLER
(2007) pela compra dos produtos dos agricultores familiares a sua distribuição. Cada
família pode vender o equivalente à no máximo 3.500 reais por ano, sendo que estes
produtos serão distribuídos nos locais cadastrados, como escolas, creches, hospitais e
acampamentos, entre outras.
O PAA possui cinco modalidades de compra de alimentos segundo Müller (2007),
sendo elas: compra direta local da agricultura familiar; compra direta da agricultura
familiar; compra antecipada especial da agricultura familiar – doação simultânea;
formação de estoques pela agricultura familiar; incentivo a produção e consumo de
leite. A primeira e a ultima são operacionalizadas pelos municípios e pelos estados
enquanto as demais são de operacionalização da CONAB.
Tabela 1 - PAA Recurso aplicados MDA e MDS de 2003 a 2010 – todas as modalidades período Recurso aplicado
em milhões
Nº de agricultores
familiares
participantes
Nº de
pessoas
atendidos
Quant. de alimentos
adquiridas
(Toneladas)
2003 R$ 114,92 42.077 226.414 135.864
2004 R$ 180,00 68.576 4.261.462 339.925
2005 R$ 333,06 87.292 6.450.917 341.755
2006 R$ 492,09 147.488 10.700,997 466.337
2007 R$ 461,06 138.900 14.512.498 440.837
2008 R$ 509,47 168.548 15.407.850 403.155
2009 R$ 591,03 137.185 13.028.986 509.955
2010 R$ 680,75 155.166 18.875.174 462.429
total R$ 3.3392,37 3.100.258 Fonte:http://www.mda.gov.br/portal/saf/arquivos/view/Resumo_da_aplica%C3%A7%C3%A3o_do_recurso_PAA_entre_2003_e_2010.jpg
Podemos observar que tanto o valor utilizado pelo programa como o número de
agricultores participantes vem crescendo progressivamente desde o ano de sua criação,
2003 passando de 114,92 milhões reais para 680,75 milhões reais em 2010 um aumente
de mais de 400 por cento no acumulado do período, já quanto ao número de agricultores
que comercializaram como programa este passou de 42.077 em 2003 para 155. 166 em
2010 crescendo em menor proporção do que os recursos não chegando a alcanças os
400 por cento no acumulado do período
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Embora existam algumas dificuldades nesse processo segundo Torrens (2007, p. 82);
“políticas dessa natureza podem contribuir para a diversificação dos produtos
comercializados pela agricultura familiar, na medida em que estimula a produção de
alimentos que não estavam sendo produzidos ou tinham pequena expressão
econômica”.
Na região Sudoeste do Paraná segundo dados disponíveis no site do Ministério do
Desenvolvimento social, os recursos do PAA estiveram presente em 29 dos 42
munícipios da região no ano de 2011, beneficiando 1.299 agricultores familiares com a
aplicação de mais de 4.500.000,00 reais nesse mesmo ano. No estado do Paraná esse
números chegaram a 15.611 agricultores somando um montante de mais de
49.500.000,00 reais. (Tabela 2).
Tabela n. 2 - Municípios do Sudoeste do Paraná que comercializam com o PAA Municpio Nº de
agricultores fornecedores
Total de recursos
Total de produtos (kg)
Total de atendimentos
Ampére 42 R$ 153.178,68 65.280,00 5.065
Barracão 85 R$ 382.264,10 125.719,00 5.772
Boa Esperança
do Iguaçu
30 R$ 56.629,04 31.275,00 1.135
Bom Jesus do Sul 27 R$ 110.206,89 57.533,00 585
Chopinzinho 60 R$ 224.980,00 90.990,00 6.824
Clevelândia 4 R$ 13.768,88 4.955,00 170
Coronel Vivida 55 R$ 103.038,22 47.381,00 5.544
Cruzeiro do Iguaçu
38 R$ 131.478,64 80.022,00 1.153
Dois Vizinhos 91 R$ 356.852,16 186.956,00 8.497
Flor da Serra do Sul
5 R$ 9.028,90 5.183,00 718
Francisco Beltrão 9 R$ 40.499,44 34.271,50 14.527
Itapejara do Oeste 74 R$ 239.345,18 59.247,00 4.560
Mangueirinha 15 R$ 57.549,82 36.668,00 2.907
12
Mariópolis 11 R$ 16.762,09 8.865,00 679
Nova Esperança do Sudoeste
21 R$ 89.232,20 39.623,00 1.960
Nova Prata do Iguaçu
51 R$ 188.396,00 96.605,00 2.552
Palmas 10 R$ 24.151,97 11.782,00 594
Pato Branco 58 R$ 109.527,44 94.351,00 11.867
Pinhal de São
Bento
48 R$ 74.440,73 52.741,00 1.820
Planalto 1 R$ 898,35 472,00 0
Renascença 277 R$ 1.006.175,01
700.582,00 76.512
Santo Izabel do Oeste
32 R$ 140.047,65 58.093,00 3.297
Santo Antônio do Sudoeste
14 R$ 61.012,35 27.392,00 2.439
São João 37 R$ 138.287,50 55.109,00 4.648
São Jorge do Oeste
64 R$ 269.996,00 83.007,00 14.335
Sulina 35 R$ 112.200,00 28.760,00 1,980
Verê 90 R$ 384.284,29 140.048,00 7.656
Vitorino 15 R$ 23.275,75 13.323,00 1.728
*
Fonte: http://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/paa/visi_paa_geral/pg_principal. Organização: Gularte, 2012
* os município de Saudade do Iguaçu, Salto do Lontra, Salgado Filho, Realeza, Pranchita, Pérola do Oeste, Marmeleiro, Manfrinópolis, Honório Serpa, Enéas Marques, Coronel Domingos Soares, Capanema, Bela Vista da Caroba e Bom Sucesso do Sul não possuem registro de comercialização.
Podemos observar que dentre os municípios em que os agricultores comercializam com
o PAA são beneficiados mais de 77.000 pessoal e é arrecadado mais de 1.600 toneladas
de alimentos dando destaque para os municípios Barracão, Renascença, Dois Vizinhos e
Verê na arrecadação do produtos e para Francisco Beltrão, Pato Branco e São Jorge do
Oeste quanto ao número de beneficiários do programa.
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Embora o número de recursos e de agricultores comercializando com o governo através
do PAA não ser muito grande é interessante ressaltar que essa iniciativa viabiliza a
diversificação da produção de alimentos entre os menores produtores ou os que buscam
meios alternativos de produção como os produtos agroecologicos e orgânicos, sendo
que os agricultores mais integrados ao mercado geralmente não comercializam grande
variedade de produtos e nem procuram esse programa devido o valor máximo de
comercialização ser baixo.
O Programa de Desenvolvimento Sustentável dos Territórios Rurais
O Programa de Apoio ao Desenvolvimento dos Territórios Rurais foi criado no ano
de 2003 juntamente com a Secretaria de Desenvolvimento Territorial – SDT, na
transição do Governo Fernando Enrique Cardoso para o do presidente Luis Inácio Lula
da Silva. Este programa tem por finalidade, promover o amplo desenvolvimento da
áreas rurais caracterizadas por projetos de reforma agrária, agricultura familiar,
comunidades ribeirinhas ou quilombolas afim de fortificar a estrutura social, econômica
e políticas destas áreas.
Em 2005, a SDT em parceria com o MDA lançou uma série de publicações que
explicam as referencias e os fundamentos da política de apoio o as territórios rurais, a
partir destas vamos demonstrar um pouco desta proposta.
Segundo SDT/MDA (2005) o objetivo geral do Programa de Desenvolvimento
Sustentável dos Territórios rurais é: “Promover e apoiar iniciativas das
institucionalidades representativas dos territórios rurais que objetivem o incremento
sustentável dos níveis de qualidade de vida da população rural.”( p.7).
Apresentando um desdobramento em quatro objetivos específicos que são;
Promover e apoiar:
A gestão, a organização e o fortalecimento institucional dos atores sociais dos territórios rurais, especialmente daqueles que atuam na representação dos agricultores familiares, dos assentados da reforma agrária e de populações rurais tradicionais;
O planejamento e a gestão social dos territórios, tendo por referência os critérios do desenvolvimento sustentável, a autonomia e a participação social;
Iniciativas territoriais que contribuam para a dinamização e a diversificação das economias territoriais tendo por referência a valorização dos recursos locais, a competitividade territorial, o crescimento e a distribuição da renda com o incremento de empregos;
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A implantação e integração de políticas visando à redução das desigualdades sociais e regionais e à geração de riquezas com equilíbrio social. (SDT/MDA. Marco referencial para apoio ao desenvolvimento de territórios rurais, maio de 2005, p. 07)
Os objetivos desta política já deixam claro a visão de desenvolvimento adotada
confirmando a vertente de desenvolvimento sustentável e social, além disso é possível
identificar as prioridades de atendimento do programa que são os agricultores
familiares, os assentados da reforma agrária e as populações rurais tradicionais.
Após a apresentação dos objetivos a publicação trás os conceitos fundamentais
que norteiam esta proposta, apresentando então a definição de território anteriormente
apresentada como sento;
Um espaço físico, geograficamente definido, geralmente contínuo, compreendendo a cidade e o campo, caracterizado por critérios multifuncionais - tais como o ambiente, a economia, a sociedade, a acumulação, a cultura, apolítica e as instituições – e uma população com grupos sociais relativamente distintos, que se relacionam internamente por meio de processos específicos, onde se pode distinguir um ou mais elementos que indicam identidade e coesão social, cultural e territorial. (SDT/MDA. Marco referencial para apoio ao desenvolvimento de territórios rurais, maio de 2005, p. 07-08)
A justificativa apresentada para a utilização da abordagem territorial é que esta
possibilita a descentralização política, fortalecendo os agentes de cada território assim
como o capital social, as relações políticas e de produção, partindo da organização
interna destes agentes e não mais das propostas oriundas do poder publico.
O MDA adota com esta definição uma concepção de que o espaço rural engloba
também pequenas cidades e vilas que estão relacionadas diretamente com a cultura e a
vida econômica dos espaços de produção agrícola, assim como entende Veiga (2003),
ou seja, as aglomerações rurais são as que possuem número inferior a 50 mil habitantes.
Podemos considerar que essa abordagem favorece o fortalecimento dos territórios rurais
que, em geral, são áreas onde as pequenas cidades sofrem grande influencia do meio
rural. Desta forma, quando o Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA reconhece
como rural as pequenas vilas e cidades, abre a possibilidade de pensar o
desenvolvimento integrador que não fique restrito ao espaço de produção agrícola, mas
que possa fortalecer as redes de interação entre todos os locais de abrangência daquele
território, podendo pensar-se na implementação de projetos e recursos dentro dos
aglomerados populacionais, pois estes também são entendidos como parte do território
rural.
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De maneira geral, apesar das contradições existentes nas políticas públicas do
MDA/SDT, e das dificuldades encontrada na implementação dessa política, percebemos
alguns avanços, tais como a concepção integradora dos espaços rural e urbano, uma
nova concepção de desenvolvimento ligado a categoria e a dinâmica dos territórios e a
proposta de fortalecimento dos atores sociais.
Na região sudoeste do Paraná esta política foi implantada no ano de 2003 quando o
MDA homologou o Território Sudoeste do Paraná, que é gerido pelo grupo Gestor do
Território Sudoeste do Paraná – GGETESPA, sendo este um órgão colegiado no qual
participam varias organizações governamentais e não governamentais, embora exista
não exista um número estipulado de instituições que participem desse grupo desde sua
criação ate agora esse número nunca foi inferior a vinte instituições governamentais e
não governamentais.
Os recursos já implantados pelo grupo de 2003 até 2008 foram de aproximadamente
5.143.000,00 reais, tomamos essas datas como referência, pois no ano de 2009 não
houve projetos aprovados e sobre os anos de 2010 e 2011 os dados não foram
disponibilizados. Quanto à finalidade desses investimentos esses abrangeram as mais
diferentes áreas indo desde os processos de produção, comercialização e estruturação
produtiva.
Outro programa semelhante a Politica de Desenvolvimento do Territórios Rurais foi
criada em 2008, o Programa Territórios da Cidadania que é coordenado pela Casa Civil
em parceria com mais de vinte ministério, secretarias e bancos, o que deu maior
visibilidade e capacidade de integração territorial e esse programa. No total foram
reconhecido 120 territórios da cidadania os quais englobam um total de 1.852
municípios e atingem uma população total de 42,4 milhões de pessoas sendo destes 1,9
milhão de agricultores familiares, 525,1 mil famílias de assentados, 210 mil famílias de
pescadores, 810 comunidades quilombolas e 317 terras indígenas
Segundo publicação do Governo Federal, o objetivo do Programa é, “[...] promover o
desenvolvimento econômico e universalizar programas básicos de cidadania por meio
de uma estratégia de desenvolvimento territorial sustentável.” (Territórios da Cidadania:
integrações de políticas públicas para reduzir desigualdade, março de 2009, p. 3).
O Territórios da Cidadania é um programa de desenvolvimento regional sustentável e garantia de direitos sociais voltado às regiões do país que mais precisam, com objetivo de levar o desenvolvimento econômico e universalizar os programas básicos de cidadania. Trabalha com base na
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integração das ações do Governo Federal e dos governos estaduais e municipais, em um plano desenvolvido em cada território, com a participação da sociedade. Em cada território, um Conselho Territorial composto pelas três esferas governamentais e pela sociedade determinará um plano de desenvolvimento e uma agenda pactuada de ações.( BRASIL. 2008, P. 02)
Assim como no Programa de desenvolvimento Sustentável dos Territórios rurais a
categoria do Território da cidadania também é o território, sendo este gerido por um
conselho territorial, ou seja, esse programa também incentiva uma proposta de
desenvolvimento territorial que busca além do incentivo a produção e do incremento na
renda dos agricultores promovendo o desenvolvimento social, cultural e politico dessas
áreas.
Mesmo não havendo a ação desse programa no Território sudoeste do Paraná achamos
conveniente citá-lo por este ser um projeto que tem mobilizado um grande número de
agricultores familiares das regiões mais pobres do Brasil, não podendo passar
despercebido numa analise sobre a inclusão dos agricultores familiares nas políticas
públicas.
Considerações finais
O reconhecimento da agricultura familiar pelas políticas públicas resultou em um
interessante conjunto de iniciativas publicas que buscam o incentivo a esse modo de
produção através do crédito, do seguro agrícola, política de preços mínimos, da compra
da produção, do desenvolvimento territorial entre outras, é importante salientar que
embora esses programas nem sempre atinjam de fato suas proposições a existência
destes é um meio de promoção e de auxilio aos agricultores.
A contribuição das politicas voltadas para os pequenos agricultores é fundamental pois,
na maioria dos casos esse produtores são os que mais necessitam de recursos e
insentivos mas são os que não possuem condições de adquirilos sem os subsidios e
programa governamentais, se tomarmos como exemplo a questão do crédito o pequeno
produtor além de não conseguir acessar a esse recurso no meio privado por não possuir
capital sufuciente para garantia o pagamento desses recursos e quando consegue os
juros aplicados se tornavam inviaveis.
Com o crescimento dos estudos voltados para os agricultores familiares a partir da
década de 1990 percebeu-se que sua expressividade como o demostrado em Perondi;
Kiyota e Gnoatto (2007), sendo a agricultura familiar representava em 2003 mais de 80
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% dos estabelecimentos agropecuários e ocupa 30% dessa área com uma produção de
um terço desse PIB o que representa 10% do PIB brasileiro.
Dessa forma torna-se inegável a importância dessa categoria para a produção nacional
principalmente por esses se dedicarem a produção de alimentos e não apenas aos
produtos de exportação, como esses pequenos produtores são também os mais pobres as
políticas destinadas a eles muitas vezes cumpre um duplo papel o social e o de incentivo
a produção.
Seguindo essa lógica se analisarmos os programas apresentados nesse texto
perceberemos que por exemplo, o Programa de Desenvolvimento Sustentavel do
territórios Rurais e o Programa Territórios da Cidadania, buscam a incluzão social o
melhoria na condição de vida da população e construção de infraestrutura territorial para
melhoria na produção, enquanto programas como o PRONAF, o SEAF e o Garantia-
Safra estão voltados diretamente para a produção, ja o PAA destinam-se ao incentivo
da produção de alimentos também efetiva a distribuição para as parcelas mais carentes
da população.
Quanto ao PRONAF, esse sempre foi uma luta dos próprios movimentos sociais do
campo que representavam os pequenos produtores e eram praticamente excluídos dos
programas de crédito vigente e embora existam algumas criticas sobre o funcionamento
e ao modelo de produção que esse programa financia, não pode-se deixar de lado o fato
de que se esse não existisse muitos produtores já teriam sido inviabilizados de produzir.
O seguro ligado ao PRONAF também após muitos questionamentos sobre a necessidade
de um seguro que cobrisse além dos custos de produção parte da renda desses
agricultores foi alcançada com a criação do Seguro da Agricultura Familiar – SEAF,
que é sem duvidas importante para a manutenção e incentivo dos agricultores a
continuarem produzindo.
Quanto a ação das politicas publicas na Região Sudoeste do Paraná, devido a grande
predominancia da agricultura familiar e do processo hitórico de luta pelos diresitos
desses agricultores, por parte de inumeros movimentos sociais implantados na região,
sempre existe uma integração e apropriação significativa em programas de incentivo a
essa categoria.
Um exemplo do processo históriico de organização dessa região pode ser visto com a
implantação do Território Sudoeste do Paraná, sendo que as instituições que representão
o orgão de gestão interna desse território ja tinham anteriormente a esse projeto formado
um fórum de encontro e planejamento de ações para o desenvolvimento da agricultura
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familiar dai o reconhecimento pelo MDA desse território ja no primeiro ano de atuação
do programa.
Esse programa se constitui em uma importante experiencia política para as organizações
que dele participam e encontram no GGETESPA um espaço de dialogo e de construção
de estrátégias para o pleno desenvolvimento da agricultura familiar e embora esse seja
um território caracterizado pela predominancia desses agricultores uma crítica que se
pode fazer é a inesistencia de participação de representantes dos produtores “não
familiares” eda inclusão dos núcleos urbanos nessas discuções sendo que estes só
entram como mercado consumidor em grande parte e não no planejamento do amplo
processo de desenvolvimento proposto por essa política.
O PAA tem atingido um número exprecivo de beneficiarios tanto os que produzem para
a venda como os que receem esses alimentos, embora ainda exista a dificuldade de
incerção dos agricultores individualmente no programa e o valor estipulado de compra
por agricultor/ano seja baixo o que força o agricultor a manter vinculo om outras formas
de comercio mais acessiveis e que possam canalizar sua produção.
O fundamento do PAA é importante embora exista a burocratização que facilita a venda
através de cooperativas e associações a iniciativa de compra de produtos dos pequenos
agricultores para a distribuição como forma de garantia da segurança alimentar supre
duas necessidades, a de produzir pelo pequno produtor e a de acesso a alimentação
digna por parte dos mais carrentes.
As políticas públicas para a agricultura familiar em ambito nacional apresentam
variação de execução e inclusão dos agricultores pois dentro dessas categoria como
destaca Buainain (2006) existe uma variedade muito grande de produtores que vão
desde, agricultores que produzem de forma mecanizada até agricultores extremamente
pobres. Dessa forma as políticas publicas devem entender que a agricultura familiar é
amplamente diversificada e que as iniciativas dedicadas a ela devem atender aos mais
variados públicos, sendo muito difícil construir uma politica nacional para esse
segmento onde possa se enquadrar todas ou a maioria das necessidade e da realidade
dos agricultores familiares no Brasil.
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