estatuto da cidade lei nº 10.257/01 · estatuto da cidade. disposiÇÕes gerais: considera-se...
TRANSCRIPT
ESTATUTO DA CIDADE LEI nº
10.257/01
Marcelino Fernandes
Instagram: @coronel_marcelino
Regulamentou os artigos 182 e 183 da Constituição Federal
POLÍTICA URBANA NA CF/88
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano,
executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo
ordenar o pleno desenvolvimento das funções
sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus
habitantes.
§ 1º - O plano diretor, aprovado pela Câmara
Municipal, obrigatório para cidades com mais de
vinte mil habitantes, é o instrumento básico da
política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2º - A propriedade urbana cumpre sua função
social quando atende às exigências fundamentais de
ordenação da cidade expressas no plano diretor.
§ 3º - As desapropriações de imóveis urbanos serão
feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.
POLÍTICA URBANA NA CF/88
§ 4º - É facultado ao Poder Público municipal,
mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do
proprietário do solo urbano não edificado,
subutilizado ou não utilizado, que promova seu
adequado aproveitamento, sob pena,
sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial
urbana progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos
da dívida pública de emissão previamente aprovada
pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até
dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas,
assegurados o valor real da indenização e os juros
legais.
POLÍTICA URBANA NA CF/88
Art. 183. Aquele que possuir como sua área
urbana de até duzentos e cinquenta metros
quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e
sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou
de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde
que não seja proprietário de outro imóvel
urbano ou rural.
§ 1º - O título de domínio e a concessão de uso
serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a
ambos, independentemente do estado civil.
§ 2º - Esse direito não será reconhecido ao
mesmo possuidor mais de uma vez.
§ 3º - Os imóveis públicos não serão adquiridos
por usucapião.
Após 19 anos da Lei e pouca coisa mudou!
Por que pouca coisa mudou?
Possíveis respostas:
Porque os pontos de vistas da cidades são diferentes entre cidadãos e políticos;
Os munícipes são diferentes (comerciantes, investidores, moradores, trabalhadores, industriais);
Investimentos que visam apenas lucros e não melhoria para a população;
Interesses em dificultar mudanças;
Etc.
QUANDO A LEI ENTROU EM
VIGOR:
1. Muita euforia pelos políticos;
2. Expectativa e curiosidade pelostécnicos (arquitetos, engenheiros,urbanistas);
3. Desconfiança dos cidadãos einvestidores
REFORMA URBANA
Princípios :
1. Combate ao déficit
habitacional brasileiro;
2. Acesso a terra urbana;
3. Preço da terra – controle
estatal.
O CENSO FOI ADIADO PARA 2021
SERÁ QUE ESSA SITUAÇÃO MUDOU?
Como resolver os contrastes sociais?
DÉFICIT DE MORADIA NO BRASIL IBEGE: 2019
CONSTITUIÇÃO FEDERAL (1988)
ESTATUTO DA CIDADE
PLANO DIRETOR
PLANOS REGIONAIS
PLANOS DE BAIRRO
PLANO MUNICIPAL
DE HABITAÇÃO
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO
PLANO DE MOBILIDADE
ESTATUTO
DA
CIDADE
DIRETRIZES GERAIS
INSTRUMENTOS DE POLÍTICAS URBANAS
PLANO DIRETOR
GESTÃO DEMOCRÁTICA DA CIDADE
DISPOSIÇÕES GERAIS
PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DE POLÍTICAS:
Planejamento municipal, em especial:
a) plano diretor;
b) disciplina do parcelamento, do uso e da
ocupação do solo;
c) zoneamento ambiental;
d) plano plurianual;
e) diretrizes orçamentárias e orçamento anual;
f) gestão orçamentária participativa;
g) planos, programas e projetos setoriais;
h) planos de desenvolvimento econômico e social;
PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DE POLÍTICAS:
Institutos tributários e
financeiros:
a) imposto sobre a propriedade
predial e territorial urbana -
IPTU;
b) contribuição de melhoria;
c) incentivos e benefícios fiscais
e financeiros;
PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DE POLÍTICAS:
institutos jurídicos e políticos:
a) desapropriação;
b) servidão administrativa;
c) limitações administrativas;
d) tombamento de imóveis ou de mobiliário
urbano;
e) instituição de unidades de conservação;
f) instituição de zonas especiais de interesse social;
g) concessão de direito real de uso;
h) concessão de uso especial para fins de moradia;
i) parcelamento, edificação ou utilização compulsórios;
j) usucapião especial de imóvel urbano;
PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DE POLÍTICAS:
institutos jurídicos e políticos:
l) direito de superfície;
m) direito de preempção;
n) outorga onerosa do direito de construir e de alteração de uso;
o) transferência do direito de construir;
p) operações urbanas consorciadas;
q) regularização fundiária;
r) assistência técnica e jurídica gratuita para as comunidades e grupos sociais menos favorecidos;
s) referendo popular e plebiscito;
t) demarcação urbanística para fins de regularização fundiária;
u) legitimação de posse.
18
Desapropriação e o Direito a
propriedade Art. 5º da CF
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função
social;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para
desapropriação por necessidade ou utilidade
pública, ou por interesse social, mediante justa e
prévia indenização em dinheiro, ressalvados os
casos previstos nesta Constituição;
19
Desapropriação
Pressupostos:
1. Necessidade Pública;
2. Utilidade Pública;
3. Interesse Social.
20
Procedimento de Desapropriação
(DL nº 3.365/41)
Fase Declaratória:
1.União, Estados, DF e Municípios;
2. Por lei, decreto e contrato;
3. Decadência: 5 anos para utilidade
pública e 2 anos para interesse social.
21
Procedimento de Desapropriação
(DL nº 3.365/41)
Fase executória:
1. Administrativa;
2. Judicial;
2.1. Imissão Provisória da Posse
(declaração de urgência e depósito
prévio);
2.2. Prazo: 120 dias a contar da
Declaração de urgência.
22
Procedimento de Desapropriação
extraordinária
Urbana: Art. 182, § 4º, Inc. III da CF.
Estatuto da Cidade ( Lei nº 10.257/01)
Rural: Art. 184 a 186 da CF.
( Lei nº 8.629/93; LC 76/93 e LC 88/96)
Confisco: Art. 243 da CF.
(Lei nº 8.257/91) (EC 81/2014)
23
Altera o Decreto-Lei nº 3.365, de
21 de junho de 1941, para
possibilitar a opção pela
mediação ou pela via arbitral
para a definição dos valores de
indenização nas desapropriações
por utilidade pública, nas
condições que especifica.
LEI Nº 13.867, DE 26 -8- 2019
24
Tresdestinação e a retrocessão (direito depreferência) :
Quando ocorrer a tresdestinação o bemexpropriado poderá retornar ao antigoproprietário pelo instituto da retrocessão. OCódigo Civil (art. 519) estabelece que “se a coisaexpropriada para fins de necessidade ouutilidade pública, ou por interesse social, nãotiver o destino para que se desapropriou, ou nãofor utilizada em obras ou serviços públicos,caberá ao expropriado direito de preferência,pelo preço atual da coisa”.
25
Servidão administrativa
Ônus real de uso imposto pela
Administração à propriedade particular
para assegurar a realização e
conservação de obras e serviços
públicos ou de utilidade pública,
mediante indenização dos prejuízos
efetivamente suportados pelo
proprietário; a Instituição faz-se por
acordo administrativo ou por sentença
judicial, precedida sempre de ato
declaratório de servidão.
26
Características da Servidão Administrativa:
1. Ônus Real2. Individual3. Indenizável se houver dano4. Pode ser administração ou
judicial5. Somente para bens imóveis6. Permanente
27
Limitação administrativa: para o inesquecível e
festejado mestre Hely Lopes Meirelles:
“Limitação administrativa é toda imposição
geral, gratuita, unilateral e de ordem pública
condicionadora do exercício de direitos ou de
atividades particulares às exigências do bem-
estar social”.
Limitação Administrativa
28
Características da Limitação Administrativa:
1. Ônus Real2. Generalidade3. Gratuito4.Pode ser positiva (fazer), negativa
(não fazer) ou permissiva(permitir fazer)
5. Permanente
29
Tombamento:
É uma intervenção na propriedade quevisa proteger o patrimônio histórico,artístico, paisagístico, turístico, culturalou científico da nação. A competênciapara legislar sobre este instituto éconcorrente entre a União, Estados-membros e Distrito Federal conformeestatui o artigo 24, inciso VII da CF/88.Insta pontuar que por força do artigo 30inciso II da Carta Democrática osmunicípios poderão de forma suplementarlegislar sobre o tema.
30
Fundamento Constitucional
O comando constitucional que prevê a
possibilidade jurídica do tombamento está
previsto no artigo 216, § 1º da CF/88, que
aduz o seguinte: “O poder público, com a
colaboração da comunidade, promoverá e
protegerá o patrimônio cultural brasileiro,
por meio de inventários, registros,
vigilância, tombamento e desapropriação,
e de outras formas de acautelamento e
preservação”
31
Espécies de Tombamento
a) De ofício;
b) Voluntário;
c) Compulsório;
d) Definitivo;
e) Provisório;
f) Parcial;
g) Total;
h) Individual;
i) Geral.
32
Características do tombamento
1. Não poderá o proprietário destruir o bemtombado ou ainda modificá-lo;
2. A reforma do bem somente poderá ser feita apósautorização da Administração Pública. O PoderPúblico pode – sem autorização do proprietário –realizar obras de conservação do bem;
3. Quando o proprietário não tiver verbas para aconservação deverá notificar o Poder Público quepoderá fazê-lo a suas expensas;
4. Não está o poder público obrigado a indenizar oproprietário de bem tombado.
PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DE POLÍTICAS:
Estudo prévio de impacto ambiental (EIA) e
estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV).
O EIV será executado de forma a contemplar os
efeitos positivos e negativos do empreendimento
ou atividade quanto à qualidade de vida da
população residente na área e suas proximidades,
incluindo a análise, no mínimo, das seguintes
questões:
PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DE POLÍTICAS:
I – adensamento populacional;
II – equipamentos urbanos e comunitários;
III – uso e ocupação do solo;
IV – valorização imobiliária;
V – geração de tráfego e demanda por transporte público;
VI – ventilação e iluminação;
VII – paisagem urbana e patrimônio natural e cultural.
OBS.: A elaboração do EIV não substitui a elaboração e a aprovação de estudo prévio de impacto ambiental (EIA), requeridas nos termos da legislação ambiental.
O plano diretor é obrigatório para cidades:
I – com mais de vinte mil habitantes;
II – integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas;
III – onde o Poder Público municipal pretenda utilizar os instrumentos
previstos no § 4o do art. 182 da Constituição Federal;
IV – integrantes de áreas de especial interesse turístico;
V – inseridas na área de influência de empreendimentos ou atividades
com significativo impacto ambiental de âmbito regional ou nacional.
VI - incluídas no cadastro nacional de Municípios com áreas suscetíveis à
ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou
processos geológicos ou hidrológicos correlatos.
No caso de cidades com mais de quinhentos mil habitantes, deverá ser
elaborado um plano de transporte urbano integrado, compatível com o
plano diretor ou nele inserido.
ESTATUTO DA CIDADE
GESTÃO DEMOCRÁTICA DA CIDADE:
Para garantir a gestão democrática da cidade, deverão
ser utilizados, entre outros, os seguintes
instrumentos:
I – órgãos colegiados de política urbana, nos níveis
nacional, estadual e municipal;
II – debates, audiências e consultas públicas;
III – conferências sobre assuntos de interesse urbano,
nos níveis nacional, estadual e municipal;
IV – iniciativa popular de projeto de lei e de planos,
programas e projetos de desenvolvimento urbano.
ESTATUTO DA CIDADE
DISPOSIÇÕES GERAIS:
O Poder Público municipal poderá facultar ao proprietário de área atingida pela obrigação de parcelamento, edificação ou utilização compulsórios, a requerimento deste, o estabelecimento de consórcio imobiliário como forma de viabilização financeira do aproveitamento do imóvel.
ESTATUTO DA CIDADE
DISPOSIÇÕES GERAIS:
Considera-se consórcio imobiliário a forma de viabilização de planos de urbanização ou edificação por meio da qual o proprietário transfere ao Poder Público municipal seu imóvel e, após a realização das obras, recebe, como pagamento, unidades imobiliárias devidamente urbanizadas ou edificadas.
ESTATUTO DA CIDADE
DISPOSIÇÕES GERAIS:
Considera-se consórcio imobiliário a forma de viabilização de planos de urbanização ou edificação por meio da qual o proprietário transfere ao Poder Público municipal seu imóvel e, após a realização das obras, recebe, como pagamento, unidades imobiliárias devidamente urbanizadas ou edificadas.OBS.: O valor das unidades imobiliárias a serem entregues ao proprietário será correspondente ao valor do imóvel antes da execução das obras.
ESTATUTO DA CIDADE
40
Instagram: @coronel_marcelino