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Estratégia 2013 // 2015
setembro 2014
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[I. Enquadramento]
A Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) foi criada pelo Decreto-Lei n.º 326-
B/2007, de 28 de setembro e incorpora, desde 1 de outubro de 2007, as atribuições
da ex Inspeção-Geral do Trabalho (IGT) e do ex Instituto para a Segurança, Higiene e
Saúde no Trabalho (ISHST).
Com a entrada em funções do XIX Governo Constitucional, a ACT é integrada no
Ministério da Economia e do Emprego pelo Decreto-Lei nº 86-A/2011, de 12 de julho.
Na lei orgânica do MEE, Decreto-Lei nº 126-C/2011, de 29 de dezembro, é
estabelecida à ACT a missão de:
“…promoção da melhoria das condições de trabalho, através da fiscalização do
cumprimento das normas em matéria laboral e o controlo do cumprimento da
legislação relativa à segurança e saúde no trabalho, bem como a promoção de
políticas de prevenção dos riscos profissionais, quer no âmbito das relações
laborais privadas, quer no âmbito da Administração Pública.”
O Decreto Regulamentar n.º 47/2012 de 31 de julho publica a nova lei orgânica da
ACT. Neste contexto foi definida em setembro de 2012 uma Estratégia para o período
2013-2015, agora objeto de 2ª revisão1, na sequência da 4ª alteração à lei orgânica
do XIX Governo constitucional, aprovada por DL n.º119/2013 de 21 de agosto, que
operou a alteração da tutela da ACT para o Ministério da Solidariedade, do
Emprego e da Segurança Social (MSESS), mantendo-se as atribuições
anteriormente estabelecidas à ACT 2 . O presente documento constitui, assim, a
Estratégia 2013-2015 revista, definindo as orientações estratégicas, valores, objetivos
e programas-base de ação que irão nortear a atividade da ACT.
1 1ª revisão em junho de 2013, na sequência de nomeação de nova equipa dirigente
2 DL n.º167-C/2013, de 31 de dezembro – aprova a lei orgânica do MSESS
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O quadro de crise, com excesso de procura de emprego, agudiza o trabalho precário,
sob as mais diversas vertentes: trabalho a termo, e trabalho temporário sem
fundamentação fáctico-jurídica adequada, trabalho não declarado, subdeclarado e até
falso trabalho independente e, ainda, o aumento dos salários em atraso. Agudiza
também a exposição dos trabalhadores a riscos profissionais, dado o controlo de
custos nas empresas com impacto neste domínio, com potenciais repercussões nos
acidentes de trabalho.
As alterações na legislação do trabalho, em particular a flexibilização da gestão dos
tempos de trabalho, as inúmeras cessações de contratos de trabalho, que apresentam,
muitas vezes, irregularidades processuais, requerem da ação inspetiva uma
intervenção mais exigente e concertada.
A Estratégia para 2013-2015 identifica dois grandes Objetivos Estratégicos a partir
desta realidade – redução dos acidentes de trabalho e intensificação do
acompanhamento das situações de crise empresarial – para a concretização dos quais
são fixados seis grandes Programas, quatro correspondendo à ação externa da ACT e
dois ao desenvolvimento das condições internas. Explicitam-se ainda, dentro de cada
Programa, as grandes linhas de ação que serão concretizadas nos Planos de Atividades
e com os objetivos/indicadores do Quadro de Avaliação e Responsabilização (QUAR) a
fixar anualmente.
O presente documento visa garantir a coerência da ação da ACT até 2015, dando os
referenciais necessários ao planeamento das ações a desenvolver e à definição dos
indicadores para a sua monitorização.
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[II. Caraterização da ACT]
A Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) é um serviço central da
administração direta do Estado, dotado de autonomia administrativa. A ACT tem sede
em Lisboa e exerce competências em todo o território continental. Em termos
orgânicos, a ACT é dirigida por um inspetor-geral, coadjuvado por dois subinspetores-
gerais. É ainda órgão da ACT o conselho consultivo para a promoção da segurança e
saúde no trabalho.
A estrutura nuclear da ACT integra os Serviços Centrais, sediados em Lisboa e
respetivas delegações com uma área territorial de jurisdição correspondente às
unidades de nível III das nomenclaturas das Unidades Territoriais para Fins
Estatísticos (NUTS). A estrutura descentralizada, visa assegurar uma presença em
todo o território continental, de forma a garantir uma atuação caracterizada pela
proximidade relativamente aos trabalhadores, empresas e cidadãos. A ACT encontra-
se organizada de acordo com a seguinte estrutura:
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As atribuições da ACT encontram-se expressas, de forma detalhada no artigo 2º do
Decreto regulamentar nº 47/2012 de 31 de julho – lei orgânica da ACT e artº 11º do
DL n.º167-C/2013, de 31 de dezembro
No quadro seguinte sintetizam-se as referidas atribuições expressas na lei orgânica,
de modo a permitir uma perceção rápida das áreas e formas de intervenção:
Áreas de atuação / Formas de
intervenção Promover Controlar Fiscalizar
Participar
/
Colaborar
Gerir
Processos
/
Coordenar
Comunicar,
Informar e
Sensibilizar
Apoiar
organizações
Sindicais e
Patronais
Rela
ções L
ab
ora
is Cumprimento das disposi-
ções legais regulamentares e convencionais * * *
Relações laborais (incluindo trabalho de estrangeiros e
trabalho de menores) * * * * * Contra ordenações *
Seg
ura
nça e
Saú
de n
o T
rab
alh
o
Conhecimentos científicos e técnicos sobre SST * * * *
Politicas SST * * * * Formação SST * * *
Sistema de prevenção de riscos profissionais * *
Funcionamento dos serviços de Segurança e Saúde no
Trabalho * * * Representação nacional do Sistema Internacional de
alertas para SST * * *
Sistema Industrial responsável * *
Rep
resen
tações
Representação / Colaboração Internacional * *
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[III. Diagnóstico]
A ACT, enquanto organismo responsável pelo controlo do cumprimento da legislação
em matéria de relações laborais e de segurança e saúde no trabalho, tem
desenvolvido nos últimos anos, um conjunto de iniciativas conducentes ao
desempenho do seu papel na regulação das condições de trabalho, à modernização
dos seus recursos, à promoção da eficiência e qualidade da prestação de serviços.
Esta evolução é tanto mais importante quanto o contexto de crise socioeconómica que
o país atravessa tende a agravar as condições de trabalho, pelo que importa adaptar a
organização às novas exigências, prosseguindo simultaneamente o caminho da
melhoria de desempenho e de eficiência.
Como indicadores das condições de trabalho salientam-se por exemplo os salários em
atraso em situações de crise empresarial e os acidentes de trabalho. No quadro
seguinte podemos constatar que no período 2000-2010 quer o total de acidentes de
trabalho, quer o número de acidentes de trabalho mortais registaram uma tendência
decrescente.
Acidentes de trabalho e taxas de incidência 2000-2010
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Acidentes de trabalho
Total de acidentes de trabalho 234.192 244.936 248.097 237.222 234.109 228.884 237.392 237.409 240.018 217.393 215.632
Acidentes de trabalho mortais 368 365 357 312 306 300 253 276 231 217 208
Taxa Incidência dos Acidentes de trabalho
Total de acidentes de trabalho 5.546,9 5.599,8 5.633,1 5.431,9 5.393,1 5.311,9 5.474,5 5.422,2 5.478,1 5.148,5 5.202,0
Acidentes de trabalho mortais 8,7 8,3 8,1 7,1 7,0 7,0 5,8 6,3 5,3 5,1 5,0
Fonte: GEP/MSSS, Acidentes de Trabalho
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A taxa de incidência de acidentes de trabalho, isto é, o indicador que relativiza as
ocorrências relativamente à população em risco, era de 5.202 acidentes de trabalho
por cada 100.000 trabalhadores, sendo a região Norte a que detinha maior índice
imediatamente seguida da região Centro. Tratava-se, aliás das duas únicas regiões
com valores acima da média nacional.
Taxa de incidência de acidentes de trabalho
(por 100 000 trabalhadores)
Portugal
Fonte: GEP/MSSS, Acidentes de Trabalho
6099
5260
4027
4519 4657
3068
4078
Norte Centro Lisboa Alentejo Algarve Açores Madeira
Apesar da tendência decrescente assinalada, em 2012 foram objeto de ação inspetiva
da ACT 149 acidentes de trabalho mortais.
Nº de Acidentes Mortais
Nas instalações 128 116
In itinere 14 16
Em viagem, transporte
ou circulação19 17
Total 161 149
Tipo de acidente 2011 2012
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No que se refere ao acompanhamento de situações de crise empresarial, a pedido ou
por iniciativa da ACT, em 2012 foram objeto de intervenção 4.200 empresas
abrangendo um total de 44.574 trabalhadores tendo dado origem a 2.090 autos de
notícia.
Àquela ação corresponderam 4 975 verificações da legalidade procedimental em
situações de redução ou suspensão temporária dos contratos de trabalho por facto
respeitante ao empregador e foram objeto de maior número de verificações, situações
de salários em atraso, extinção de postos de trabalho, pedidos de retribuição em mora,
despedimento coletivo, encerramento definitivo e lay off, fundo de garantia salarial, de
acordo com o mapa seguinte:
Matérias objeto de Verificações em situações de crise empresarial
Matérias Total de
verificações
Salários em atraso 2.059
Extinção de posto de trabalho 809
Pedido de declaração de retribuição em mora 579
Despedimento colectivo 385
Encerramento definitivo 335
Lay off 229
Fundo de Garantia Salarial 216
Insolvência 196
Pedido de modelo de FGS 123
Encerramento temporário 44
Total geral 4.975
A situação de crise faz recear o aumento destes números, exigindo assim um maior
esforço de atuação por parte da ACT.
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A atuação da ACT está naturalmente condicionada pela envolvente, sendo
imprescindível, na formulação da estratégia, diagnosticar a nível externo as
oportunidades e ameaças que se apresentam e, a nível interno, os pontos fortes que
fortalecem a atuação da ACT e os pontos fracos que constituem constrangimentos à
sua ação.
Complementarmente, a elaboração da Estratégia 2013-2015 tem ainda em
consideração os referenciais estratégicos de nível internacional e nacional, em vigor, e
que se revestem influentes das condições de trabalho, nomeadamente:
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Convenções da Organização Internacional do Trabalho e referencial sobre
Políticas e Estratégias para 2010-2015
Agenda do Trabalho Digno da OIT;
Diretiva-Quadro 89/391/CE e respetiva transposição pela Lei nº 102/2009, de
10 de Setembro., e Diretivas especiais dela decorrentes e Diretivas de Serviços
e de Reconhecimento das Qualificações Profissionais;
Lei n.º 3/2014 de 28 de janeiro e Lei nº 35 /2014, de 20 de Junho –
organização dos serviços de SST;
Estratégia Comunitária e Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho;
Estratégia Europa 2020 e Plano Nacional de Reformas – crescimento inteligente,
verde e sustentável;
Compromisso para o crescimento, a competitividade e Emprego de Janeiro de
2012;
Quadro de Referência Estratégica Nacional 2007-2013 (QREN);
IV Plano Nacional para a Igualdade de Género, Cidadania e Não Discriminação
2011-2013;
II Plano Nacional contra o Tráfico de Seres Humanos 2011-2013;
O II Plano Nacional para a Integração de Imigrantes 2010-2013;
Legislação nacional relativa as relações e condições de trabalho;
Referenciais relativos à gestão de riscos de corrupção e infrações conexas, à
igualdade de género, à sustentabilidade e à redução de custos na Administração
Pública.
Princípios orientadores das Nações Unidas sobre Empresas e Direitos Humanos,
2011
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Salienta-se, em especial, o Compromisso para o crescimento, a competitividade
e Emprego de Janeiro de 2012, que afirma a necessidade de “garantir que, a par
da redução do défice orçamental em percentagem do PIB, sejam criadas as condições
para uma recuperação forte e duradoura do crescimento económico, multiplicando as
oportunidades para o investimento, para a criação de emprego e manutenção e
melhoria da sua qualidade”, apresentando assim como objetivo a criação de empregos
de qualidade.
Mais diretamente ligados à missão da ACT são de relevar os objetivos de combate à
economia informal (II.K.) e o Cap. relativo à legislação laboral, subsídio de
desemprego e relações laborais (IV), explicitando medidas em matéria de organização
do tempo de trabalho, regime de feriados e férias, despedimento, regime jurídico das
compensações em caso de cessação do contrato de trabalho e criação do fundo de
compensação do trabalho, promoção da mediação e da arbitragem laboral, fiscalização
das condições de trabalho, criação do centro de relações laborais tripartido e subsídio
de desemprego e negociação coletiva.
De referir, em particular, o ponto IV.H. pela explicitação da Fiscalização das Condições
de Trabalho e Comunicações à Autoridade para as Condições do Trabalho, que
estabelece um conjunto de simplificações com dispensas de comunicação à ACT e
deferimentos tácitos ou autorizações por via eletrónica, o que cria, necessariamente,
um conjunto de desafios de eficácia e eficiência na sua ação.
Neste ponto é ainda salientado que “deve ser reforçada a atuação da ACT para
garantir o cumprimento da Lei, nomeadamente por organização de campanhas em
todos os casos em que são visíveis violações da lei, na verificação das situações
solicitadas pelos Parceiros Sociais … em todos os encerramentos ilegais de empresas
ou situações de salários em atraso e, em geral, nos casos que ponham em causa a
concorrência leal”.
É ainda relevante o referencial da OIT de Políticas e Estratégias para 2010-2015
(adotado pelo Conselho de Administração da OIT na sua 304ª sessão, em março de
12
2009), que serve de base ao atual plano de ação da OIT para o período de 2010-2016
(adotado pelo Conselho de Administração da OIT na sua 307ª sessão, em março de
2010) e tem por objetivo melhorar a situação da segurança e saúde do trabalho em
todo o mundo, incentivando os responsáveis para a tomada de decisões e elaboração
e aplicação de políticas e programas de ação nacionais que visam introduzir melhorias
no sistema nacional de saúde e segurança do trabalho, por forma a alcançar o maior
grau de efetividade das normas internacionais referidas (Convenção nº 155 da OIT, do
seu Protocolo 2002, e da Convenção n.º 187).
[IV. Modelo de formulação estratégica]
A instituição de uma lógica de gestão por objetivos faz parte integrante de uma
abordagem moderna à gestão pública preocupada com os resultados/efeitos da sua
ação sobre as necessidades a que responde.
A definição clara de objetivos e a avaliação rigorosa de resultados constituem marcos
essenciais no ciclo de gestão dos organismos públicos e são requisitos indispensáveis
à sua prestação de contas perante a sociedade.
O processo de elaboração da Estratégia 2013-2015 da ACT adota, assim, uma
formulação assente numa gestão por objetivos de acordo com o SIADAP, nível 1,
concretizável em Planos de Atividades e avaliações anuais.
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A estratégia da ACT está subordinada às orientações superiores da tutela, e incorpora
também os referenciais atrás referidos, sendo ainda influenciada pela conjuntura
económica, financeira e social do País. O modelo de gestão preconizado é constituído
por 6 etapas, que conduzem da estratégia à avaliação passando pela sua
operacionalização.
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1. Definição da estratégia
A estratégia preconizada para o período 2013-2015 assenta em três patamares:
1.1 Missão e Visão
A missão de uma organização reflete a sua razão de ser, concretizada nas atividades
que desenvolve. É o quadro de referência para a sua ação. A missão da ACT decorre
da sua lei orgânica:
“Promoção da melhoria das condições de trabalho através da
a fiscalização do cumprimento das normas em matéria laboral
e o controlo do cumprimento da legislação relativa à
segurança e saúde no trabalho, bem como a promoção de
políticas de prevenção dos riscos profissionais, quer no âmbito
das relações laborais privadas, quer no âmbito da
Administração Pública.”
A partir da missão, considera-se como Visão:
Consolidação da ACT como a entidade pública de referência na
promoção da segurança, saúde e bem-estar no trabalho e da
garantia de elevados padrões de cumprimento dos normativos
em matéria laboral, num quadro de uma globalização justa e
de um desenvolvimento sustentável, e de igualdade de
oportunidades.
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A visão e a missão criam, não só o enfoque, mas também o suporte à ação a qual, por
sua vez, exige uma agenda de adaptação interna à ACT, de forma a garantir
sustentadamente uma resposta eficaz e eficiente aos problemas e desafios que se lhe
colocam.
1.2. Objetivos estratégicos
Entende-se como objetivos estratégicos os resultados a alcançar, traduzidos na
alteração do estado das condições de trabalho, enquanto objeto de atuação da ACT,
constituindo-se como referencial para o conjunto da sua ação e passíveis de serem
avaliados. Os objetivos estabelecidos têm assim natureza transversal e concretizam a
sua missão. Constituem grandes objetivos para o período 2013-2015:
Objetivo estratégico (OE1)
Promover a redução dos acidentes de trabalho
Objetivo estratégico (OE2)
Reforçar o acompanhamento das situações de crise empresarial
Para a concretização dos objetivos estratégicos concorrem um conjunto de programas
de caráter substantivo ligados às áreas de atuação da ACT, bem como programas de
suporte técnico e organizacional à preparação e avaliação de políticas e ao
desenvolvimento de condições internas à prossecução da ação prevista, tendo em
conta os recursos mobilizados.
Assim, do ponto de vista operacional, no tocante às áreas de atuação da ACT, são
definidos os seguintes programas:
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Regulação das Condições de Trabalho – conjunto de ações visando a
aplicação da legislação laboral através de campanhas em setores prioritários e
de ações inspetivas no domínio das condições de trabalho em geral, numa
perspetiva preventiva e de controlo;
Auto regulação pelas Empresas – conjunto de ações que contribuem para
que os agentes económicos garantam por si próprios condições de trabalho
adequadas nomeadamente pela aplicação da legislação em vigor, através da
disponibilização de informação técnica, instrumentos de trabalho, realização de
eventos e estabelecimento de parcerias
Sistema de saúde e segurança no trabalho – conjunto de ações necessárias
ao funcionamento com qualidade dos serviços de saúde e segurança no trabalho
nas empresas, através da certificação das entidades prestadoras de serviços e
da promoção da formação técnica em saúde e segurança no trabalho, bem
como da dinamização da rede de prevenção de riscos profissionais
Atendimento –resposta às solicitações das empresas e dos trabalhadores e
seus representantes em matéria informativa e de reclamações relativas à
aplicação da legislação laboral e outras condições de trabalho, nomeadamente
em matéria de SST.
Do ponto de vista do suporte técnico e organizacional, visando as adequadas
condições de funcionamento interno:
Políticas de trabalho - conjunto de ações visando o conhecimento do mercado
laboral, nas suas caraterísticas e tendências, contribuir para as políticas de
trabalho, na sua conceção e na avaliação da sua implementação, e assegurar as
representações internas e externas, nos organismos internacionais e europeus.
Desenvolvimento Organizacional – medidas conducentes à evolução da ACT
em função da sua Estratégia e Planos de Ação, através de processos de
modernização administrativa, do controlo orçamental e do desenvolvimento de
competências dos seus trabalhadores
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O diagrama estratégico resulta, assim, numa visão global do caminho para o período
2013-2015 e estará na base dos exercícios de planeamento anuais, onde se procederá
à confirmação e ajuste das iniciativas previstas para esse horizonte temporal.
1.3. Princípios orientadores
A estratégia preconizada assenta em cinco princípios ou valores que devem nortear
toda a atuação da ACT em linha com os objetivos do SIADAP/QUAR:
Criação de Valor
Valor acrescentado para os destinatários (Estado |
Governo | Parceiros Sociais | Empresas | Cidadãos) em
consonância com a estratégia definida e com o
alinhamento de todos os ativos, tangíveis e intangíveis
Eficácia
Garantir a obtenção dos resultados (impactos) da
implementação da estratégia e planos de ação ao nível
das áreas nucleares que compõem a essência das suas
atribuições
Eficiência
Garantir a otimização da utilização dos recursos através
de uma melhor aplicação dos meios, nomeadamente da
modernização de processos e adequação dos modelos
organizativos
Pessoas e
Qualidade
Investir no desenvolvimento profissional e na motivação
dos colaboradores de forma a garantir a melhoria
contínua da qualidade dos serviços prestados pela ACT
nas áreas inspetiva e da promoção das condições de
trabalho
Sustentabilidade
Gestão sustentável no desenvolvimento das condições de
trabalho numa perspetiva económica, social e ambiental
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A operacionalização da Estratégia da ACT para o triénio 2013-2015 articulará os
Princípios Orientadores da Ação com os Objetivos Estratégicos, procurando assim
melhorar o comportamento e desempenho em todos os níveis da organização.
Os Objetivos Estratégicos e os Princípios Orientadores manter-se-ão ao longo do
período 2013-2015 como linhas de orientação para novas iniciativas ou necessidade
de revisão das identificadas, e correspondem ao compromisso da ACT com as
propostas formuladas.
2. Operacionalização da estratégia
Como se referiu, os Objetivos são concretizados através de 4 grandes Programas, que
se desdobram agora em Linhas de Ação, a partir das quais serão explicitados os
projetos e atividades de cada Plano Anual de Atividades, apoiados ainda por 2
Programas de suporte.
Entende-se por Programa a área de atuação da ACT tendo em conta os diferentes
tipos de necessidades e de população alvo em matéria de condições de trabalho e por
Linhas de Ação as formas de intervenção adotadas pela ACT naquelas áreas de
atuação, tendo sempre presente os objetivos fixados.
Nos quadros seguintes apresenta-se uma interligação entre os Programas e Linhas de
Ação que deverão nortear os projetos/atividades a desenvolver anualmente e que
conduzam à concretização dos objetivos estratégicos da ACT.
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Programas Linhas de ação
Regulação das Condições de Trabalho
Assegurar o cumprimento da legislação laboral, através de uma abordagem equilibrada entre fiscalização e promoção do cumprimento voluntário
Desenvolver campanhas setoriais com stakeholders
Identificar necessidades de alteração do quadro legislativo de forma a promover um mercado de
trabalho laboral justo e equitativo
Garantir a coerência, celeridade e eficácia dos processos de contraordenação laboral
Avaliar e atualizar metodologias de atuação dos inspetores do trabalho garantindo a eficácia da
sua ação
Programas Linhas de ação
Auto-regulação pelas Empresas
Desenvolver e disponibilizar instrumentos de auto-avaliação que facilitem o cumprimento da legislação laboral
Aprofundar parcerias estratégicas e de cooperação com parceiros sociais
Garantir a produção e difusão de informação técnica especializada em matéria laboral, incluindo
SST
Aprofundar metodologias de prevenção dos acidentes de trabalho e doenças profissionais em
setores com maior incidência de sinistralidade
Promover o debate e troca de informações e experiências em matéria de condições de trabalho
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Programas Linhas de ação
Sistema de SST
Assegurar uma Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho
Dinamizar a rede de prevenção de riscos profissionais, através do desenvolvimento de parcerias
estratégicas
Assegurar a certificação das empresas prestadoras de serviços de SST
Garantir o sistema de formação dos técnicos de SST
Apoiar estudos e projetos na área de SST
Avaliar e atualizar metodologias de ação para os técnicos de promoção da SST
Programas Linhas de ação
Atendimento
Garantir uma resposta efetiva às solicitações dos públicos-alvo
Melhorar os meios online e dinamizar a sua utilização, aproximando a ACT dos cidadãos e das
empresas
Simplificar o acesso aos serviços da ACT, nomeadamente através da intensificação do recurso às
novas tecnologias
Promover a satisfação dos clientes externos da ACT
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Programas Linhas de ação
Políticas de trabalho
Acompanhar a evolução do mercado laboral para adequação da atuação da ACT, reforçando a capacidade de recolha e tratamento da informação
Acompanhar a evolução das políticas laborais a nível nacional e preparar a sua implementação
nos domínios de ação da ACT
Desenvolver de parcerias estratégicas geradoras de um maior envolvimento com os parceiros
sociais e institucionais e com a comunidade técnico-científica.
Participar na elaboração de políticas europeias em matéria de trabalho
Garantir as representações em instituições internacionais e europeias congéneres
Acompanhar e implementar a nível nacional os trabalhos da Agência Europeia de SST
Desenvolver novos serviços, inovadores, capazes de responder à evolução das necessidades, do
conhecimento, das tecnologias e dos recursos
Programas Linhas de ação
Desenvolvimento Organizacional
Desenvolver uma cultura de melhoria contínua dos processos de trabalho e de gestão interna
através da harmonização de procedimentos e partilha de informação
Promover ações de melhoria da satisfação e motivação dos colaboradores da ACT
Promover a melhoria das condições de bem-estar, saúde e segurança no trabalho na ACT
Rever os conteúdos de comunicação num plano integrado, tendo em conta os novos meios de
comunicação, novos objetivos e novos públicos-alvo, articulando estreitamente a área de
comunicação e as restantes áreas funcionais na sua elaboração.
Promover ações de otimização dos recursos numa ótica de sustentabilidade
Promover o aumento das competências dos trabalhadores
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3. Alinhar a organização
A concretização da estratégia exige uma organização orientada pelos
valores/princípios identificados. Assim, estes princípios devem estar presentes na
concretização dos Programas, com maior ou menor envolvimento de acordo com a
natureza destes conforme mapa seguinte:
Relação dos programas com os princípios orientadores
Princípios orientadores
Cria
ção
de V
alo
r
Efi
cácia
Efi
ciê
ncia
Pesso
as e
Qu
ali
dad
e
Su
ste
nta
bil
idad
e
Programas
Regulação das condições de Trabalho -- --
Auto-regulação pelas Empresas -- --
Sistema de SST -- --
Atendimento
Políticas de trabalho
Desenvolvimento organizacional -- relação principal relação secundária
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As Unidades Orgânicas (Serviços Centrais e Delegações) concretizam, na sua esfera
de ação específica, objetivos alinhados com os grandes Objetivos Estratégicos,
tendo em conta os Programas definidos e a complementaridade das ações inter-
serviços.
A matriz seguinte estabelece o contributo mais relevante de cada unidade orgânica
para a concretização dos Programas que garantem os Objetivos Estratégicos.
Direção DSAAI DPSST DSAG Delegações
Programas
Regulação das Condições
de Trabalho -- --
Auto regulação pelas
Empresas --
Sistema de SST -- --
Atendimento -- --
Políticas de Trabalho --
Desenvolvimento
Organizacional
Concretização Acompanhamento/contributo
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4. Planeamento das ações
A concretização da Estratégia a partir da Linhas de Ação definidas exige a fixação
de objetivos operacionais concretizados sob a forma de Projetos e/ou Atividades. A
sua realização permitirá responder às exigências do Sistema de Avaliação de
Desempenho da Administração Pública (SIADAP), designadamente no que respeita
à performance organizacional ensaiada em sede de Quadro de Avaliação e
Responsabilização (QUAR) e apoiará o processo de formulação dos objetivos e
avaliação dos próprios funcionários.
Assim, os Objetivos Estratégicos deverão ser desdobrados e alinhados com
objetivos de nível intermédio (das várias unidades orgânicas que integram a ACT),
refletindo o seu contributo para a estratégia global.
O Plano Anual de Atividades, instrumento operacional indispensável, será elaborado
tendo presente os Objetivos Estratégicos e as Linhas de Ação, contendo, para além
dos Projetos/Atividades correntes, novas iniciativas a desenvolver. Serão definidos
objetivos das direções, projetos/atividades, indicadores e metas a atingir,
atribuindo-se recursos e controlando-se os resultados.
5. Monitorização
Através da monitorização da Estratégia 2013-2015 pretende-se uma gestão ativa e
dinâmica que permita uma atuação atempada sempre que ocorram desvios que
comprometam ou inviabilizem o cumprimento dos Objetivos Estratégicos definidos.
Durante a fase de implementação da estratégia é importante a existência de um
processo gerador informação, isto é, que assegure a recolha de dados que
permitam avaliar a execução dos objetivos planeados e comunique os resultados de
modo a que sejam tomadas decisões sempre que se vislumbre desalinhamento ao
planeado.
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O processo de monitorização decorre, essencialmente, da avaliação do
cumprimento dos objetivos anuais inseridos nol Planos de Atividades, tendo em
conta o grau de realização dos Projetos e Atividades e a evolução dos indicadores
associados aos Objetivos Estratégicos de médio prazo.
Define-se o período semestral para a monitorização ao nível dos objetivos e reporte
da monitorização das atividades e projetos dos planos anuais.
6. Avaliar e Ajustar
O modelo de gestão definido possibilita que a estratégia seja um elemento dinâmico
capaz de se adaptar às mudanças e condicionalismos internos e externos.
Identificamos como elementos internos suscetíveis de terem impactos na estratégia:
• Os resultados da monitorização dos objetivos
• Alterações nos projetos/atividades previstas
• Baixo grau de execução dos objetivos ou projetos
• Falta dos recursos necessários ao desenvolvimento das atividades
Mas a execução da Estratégia também pode ser condicionada por fatores externos
como as restrições orçamentais, que podem condicionar o normal desempenho da
atividade. Em suma: