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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DACOMARCA DE CAMPOS BELOS/GO
AÇÃO CIVIL PÚBLICA DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
EMENTA: PLEITEIA A CONDENAÇÃO DE NEUDIVALDO XAVIER DE OLIVEIRASARDINHA PELA PRÁTICA DE ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUERESULTARAM NO DANO AO PATRIMÔNIO PÚBLICO MUNICIPAL E NA VIOLAÇÃODE PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS.
O ÓRGÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL,por meio
dos Promotores de Justiça signatários, com suporte no art.129,
XI, da Constituição Federal; art.25, inciso IV, alínea “a”, da
Lei 8.625/93 (Lei Orgânica Nacional do Ministério Público);
arts.9º,10,11,17 e seguintes da Lei 8.429/92 (Lei de Improbidade
Administrativa) vem, perante V. Exª, propor a presente
AÇÃO CIVIL PÚBLICA
DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA C/C PEDIDO DE
LIMINAR DE INDISPONIBILIDADE DE BENS
Em face de
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Rua 09, Quadra-18-A, Lote-01, Setor Tomazinho, Edifício do Fórum – Campos Belos/GOFone/Fax: (62) 3451-1820 / Site: www.mp.go.gov.br
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PROMOTORIA DE JUSTIÇA
DE CAMPOS BELOS/GO
NEUDIVALDO XAVIER DE OLIVEIRA SARDINHA, VULGO
“SARDINHA”, brasileiro, casado, contador, ex-Prefeito
municipal de Campos Belos/GO, nascido em 29/08/1960,
filho de Maria Bela de Oliveira Xavier, CIRG 519413,
SSP/GO, CPF:191.177.441-72, residente na Rua do
Comércio, nº81, Centro, Campos Belos/GO;
I. DO OBJETO DA AÇÃO
01. A presente Ação visa alcançar provimento
jurisdicional em defesa do patrimônio público e da moralidade
administrativa, a fim de obter a condenação do requerido nas
penas previstas no artigo 12, incisos II e III da Lei de
Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/92), em razão da
prática de atos de improbidade administrativa que resultaram em
dano ao patrimônio público municipal e violação expressa a
princípios constitucionais(Arts. 10 e 11 da Lei nº 8.429/92).
II. DOS FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS
02. Tramita pelo Ministério Público do Estado de Goiás
o Inquérito Civil Público nº35/2015-PJCB (Autos ATENA
nº201500486584), que serve de substrato à presente, com o escopo
de apurar notícias que aportaram nesta Promotoria de Justiça
dando conta de contratações/nomeações ilegais, fraudulentas e
imorais de pessoas para ocuparem cargo/função levadas a efeito
pelo requerido, o qual, na condição de Prefeito de Campos
Belos/GO(Administração 2009/2012), criou e proveu 109(cento e
nove)cargos/funções comissionados no Poder Executivo municipal.
03. Extrai-se dos autos do ICP que serve de subsídio à
presente que o requerido, tão logo eleito Prefeito de Campos
Belos/GO na eleição de 2009, criou, por meio da Lei
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nº1.037/2010(em anexo às fls.04/27), 109 cargos/funções, muitos
deles de atribuições meramente técnicas, e que portanto não
possuem o caráter de assessoramento, chefia ou direção exigidos
para tais cargos, nos termos do art. 37,V, da CRF/88, a exemplo
dos cargos de CHEFE DA DIVISÃO DE MÚSICA, CHEFE DE SEÇÃO DE
ESQUADRIAS, CHEFE DE DIVISÃO DE PRÉ-MOLDADOS, CHEFE DA CASA DE
APOIO, CHEFE DA DIVISÃO DE ARQUIVO, CHEFE DE MERENDA ESCOLAR,
CHEFE DE DIVISÃO DE PARQUES E JARDINS e muitos outros mais.
04. Depreende-se dos elementos de prova jungidos aos
autos do ICP que o requerido valeu-se de reprovável expediente
de criação imoral e inconstitucional de mais de uma centena de
cargos/funções e destinou parte dos servidores para exercerem
funções diversas daquelas para as quais foram nomeados, em um
reprovável esquema de desvio de função.
05. Como cediço, os cargos de provimento em comissão
não podem significar válvulas de escape aos princípios da
obrigatoriedade do concurso público e da estabilidade. Neste
particular, o ensinamento de Mário Sérgio Schirmer:
“leis que estabelecem como de provimento em comissão,
cargos sem qualquer função de chefia e direção, são
absolutamente inconstitucionais, por ferirem a intenção
do constituinte, violando preceitos e princípios
constitucionais da obrigatoriedade do concurso público
e da estabilidade do funcionário.”
06. Mesmo antes da reforma administrativa (EC n° 19/98)
já ensinava Lúcia Valle Figueiredo que:
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“é necessário enfatizar, todavia, que não é possível a lei
erigir cargos em comissão que não tenham compatibilidade com
a função desempenhada. É dizer: o texto constitucional ao
falar em cargo em comissão ‘declarado em lei de livre
provimento e livre exoneração’ está a pressupor a existência
da necessidade administrativa de tal cargo... Se, ao
contrário, tivermos profusão de cargos em comissão que sejam
ocupados, não pelos méritos daqueles que vão exercê-los,
mas, sim, pelas ligações que possam ter os detentores do
poder (em qualquer Administração, seja no Executivo,
Legislativo ou Judiciário), será lastimável. Aliás, existirá
o que normalmente vem sendo visto. É preciso cuidado muito
grande para saber-se o real limite da possibilidade
constitucional de criar cargos em comissão.”(FIGUEIREDO,
Lúcia Valle. Curso de Direito Administrativo, 2ª Edição,
Editora Malheiros, p.381-383)
07. Nesta mesma toada segue o entendimento do Supremo
Tribunal Federal- STF, in verbis:
“Lei estadual que cria cargos em comissão. Violação ao art.
37, incisos II e V, da Constituição. Os cargos em comissão
criados pela Lei n. 1.939/1998, do Estado de Mato Grosso do
Sul, possuem atribuições meramente técnicas e que, portanto,
não possuem o caráter de assessoramento, chefia ou direção
exigido para tais cargos, nos termos do art. 37, V, da
Constituição Federal. Ação julgada procedente." (ADI 3.706,
Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 15-0-07, DJ de 5-10-
07)”
08. O egrégio TJGO, em julgamento recente(03/02/2014)
que teve como Relatora a ilustre Desembargadora MARIA DAS GRAÇAS
CARNEIRO REQUI, confirmou sentença condenatória do Prefeito de
Cachoeira Alta/GO, proferida em Ação de Improbidade
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Administrativa referente à criação de 83(oitenta e três) cargos
em comissão, in verbis
AGRAVO REGIMENTAL NA APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA.
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. PROCEDIMENTO PREVISTO NA LEI
8.429/1992. NOTIFICAÇÃO PARA DEFESA PRELIMINAR. SUPRESSÃO DA
FASE DE RECEBIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL E AUSÊNCIA DE CITAÇÃO
DO RÉU. COMPARECIMENTO ESPONTÂNEO. CONTESTAÇÃO. AUSÊNCIA DE
PREJUÍZO. LEI MUNICIPAL QUE CRIOU 83 CARGOS DE PROVIMENTO EM
COMISSÃO. AFRONTA À REGRA DO CONCURSO PÚBLICO E AOS
PRINCÍPIOS DA MORALIDADE, LEGALIDADE, IMPESSOALIDADE E DO
INTERESSE PÚBLICO. REVISÃO DA PENALIDADE IMPOSTA. INOVAÇÃO
RECURSAL. INADMISSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE FATO NOVO. 1.
Notificado o réu para apresentar defesa preliminar à ação
civil pública por improbidade, este apresentou contestação,
assim, no caso, apesar de inexistir o recebimento da petição
da ACP e a realização da citação, houve o comparecimento
espontâneo do requerido aos autos para contestar a demanda e
participar de todos os atos processuais, ato incompatível
com a alegação de prejuízo e cerceamento de defesa. 2. A
Constituição Federal é contundente em relação à imposição da
efetividade do princípio do concurso público como regra
geral à contratação de pessoas na Administração Pública, uma
vez que a admissão sem exame somente é admitida em caráter
temporário e excepcional. 3. A exigência constitucional do
concurso público não pode ser contornada pela criação
arbitrária de cargos em comissão para o exercício de funções
que não pressuponham o vínculo de confiança que explica o
regime de livre nomeação e exoneração que os caracteriza. 4.
Demonstrado nos autos a violação aos princípios da
moralidade, legalidade, impessoalidade e do interesse
público, ante a criação de excessivo número de cargos
comissionados alheios às funções de direção, chefia e
assessoramento, bem como desvio de funções, impõe-se a
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condenação do recorrente nas penalidades impostas pela Lei
8.429/92, independentemente de o aludido ato, à época, estar
amparado por Lei Municipal, a qual posteriormente foi
declarada inconstitucional por este Tribunal de Justiça. 5.
Não se mostra possível a inovação de teses em sede de agravo
regimental, cujo momento oportuno é a interposição do
recurso anterior interposto pela parte, por força da
preclusão, motivo pelo qual não é possível a revisão da
penalidade imposta ao recorrente pelos atos de improbidade.
6. Se a parte agravante não traz argumento suficiente para
acarretar a modificação da linha de raciocínio adotada na
decisão monocrática, impõe-se o desprovimento do agravo
regimental, porquanto interposto sem elementos novos capazes
de desconstituir o decisum recorrido. AGRAVO REGIMENTAL
CONHECIDO, MAS IMPROVIDO.
(TJGO, APELACAO CIVEL 231956-33.2001.8.09.0020, Rel. DES.
MARIA DAS GRACAS CARNEIRO REQUI, 1A CAMARA CIVEL, julgado em
21/01/2014, DJe 1477 de 03/02/2014)
09. A propósito da decisão acima colacionada, oriunda
do TJGO, impende destacar que não apenas a criação abusiva e
fraudulenta dos cargos comissionados foi o fundamento da
condenação, mas igualmente os desvios de função dos servidores
comissionados revelados na ação. Exatamente idêntica à situação
destes autos, conforme adiante detalhado em tópicos.
10. Os diversos desvios de função realizados pelo
requerido revelam sobejamente a desnecessidade do provimento dos
cargos de fachada fraudulentamente criados por meio da
indigitada lei municipal supra referida. A criação de cargos
desnecessários e seu provimento, a propósito, geraram vultoso
dano ao combalido erário municipal. Nossos tribunais têm
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repelido há muito tais desvios, consoante se pode verificar em
recentíssimos acórdãos abaixo colacionados dos egrégios TJMG,
TJSP e TJRS:
EMENTA: ADMINISTRATIVO - AÇÃO CIVIL PÚBLICA - AGENTE
COMUNITÁRIO DE SAÚDE - DESVIO DE FUNÇÃO - MUNICÍPIO
CLASSIFICADO COMO DE "ALTA TRANSMISSÃO" DA DENGUE - EPIDEMIA
- OFENSA AOS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA -
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA CONFIGURADA - - CONDUTA
TIPIFICADA NO ARTIGO 11, CAPUT E INCISO I, DA LEI Nº
8.429/92 - SANÇÃO PREVISTA NO ARTIGO 12, DA LEI Nº 8.429/92
- DOSIMETRIA DA PENA - RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.
Demonstrado nos autos o desvio de função do servidor
público, ou seja, configurado o desempenho de atribuições
diversas daquelas previstas para o cargo do qual é titular,
há afronta aos princípios da legalidade, da moralidade e da
impessoalidade, situação que importa na prática de ato de
improbidade administrativa previsto no artigo 11, 'caput' e
inciso I, da Lei nº 8.429/92. Ao cominar a sanção por
prática de ato de improbidade administrativa, deve o
Julgador analisar a lesividade e a reprovabilidade da
conduta dos réus, o elemento volitivo e a consecução do
interesse público, de modo a adequar a pena ao caso
concreto, sempre com caráter inibitório de futuras práticas
lesivas ao erário e ao princípio da moralidade
administrativa.
(TJMG- Apelação Cível 1.0554.11.000780-0/001, Relator(a):
Des.(a) Edilson Fernandes , 6ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em
20/10/2015, publicação da súmula em 05/11/2015)
AÇÃO CIVIL PÚBLICA – IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA –
Município de Itapira – Nomeação para o cargo comissionado
de "Chefe da Seção de Turismo" com a imediata cessão da
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servidora para Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos
Servidores Municipais, e custeio dos vencimentos pela
Municipalidade – Ato praticado pelo Prefeito com evidente
desvio de finalidade, em desrespeito ao elemento
"confiança", previsto na Constituição Federal, na medida em
que o exercício do cargo comissionado se deu em funções
diversas daquelas para as quais houve a nomeação, alheio à
atribuição de chefia, direção e assessoramento originalmente
estatuída – Ilegalidade caracterizada e qualificada pelo
elemento subjetivo dolo – Existência de lei municipal que
não pode ser tomada como argumento para a prática de atos
contrários aos princípios da legalidade, moralidade, da
impessoalidade e do concurso público - Reconhecimento da
conduta prevista no art. 11, I, da Lei nº 8.429/92 em
relação ao então Prefeito– Ausência de interesse público –
Cessão, ademais, operada em favor de instituição privada e
que atua unicamente no interesse econômico-financeiro de
seus associados – Lesão ao erário evidenciada – Dano real,
correspondente aos vencimentos despendidos pela
Municipalidade no período, a ser apurado em liquidação de
sentença – Sentença reformada em parte.
Recurso do réu desprovido. Recurso do autor provido em
parte.
(Relator(a): Oscild de Lima Júnior; Comarca: Itapira; Órgão
julgador: 11ª Câmara de Direito Público; Data do julgamento:
24/11/2015; Data de registro: 03/12/2015)
Ementa: APELAÇÕES. DIREITO PÚBLICO NÃO ESPECIFICADO. AÇÃO
CIVIL PÚBLICA. MUNICÍPIO DE JÓIA. IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA. ART. 11 DA LEI Nº. 8.429/92. AGIR ÍMPROBO
DOS RÉUS. COMPROVAÇÃO. NOMEAÇÃO DE CARGOS EM COMISSÃO.
DESVIO DE FUNÇÃO. EXERCÍCIO ILEGAL. PRÁTICA EXCLUSIVA DE
ATIVIDADES PRÓPRIAS DE SERVIDORES CONCURSADOS. DOLO.
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RETRIBUIÇÃO DE FAVORES POLÍTICOS. A improbidade
administrativa não se confunde com mera ilegalidade,
mormente ante o caráter repressivo das sanções aplicadas
pela Lei nº 8.429/92. A configuração do ato ímprobo depende
da prova do elemento subjetivo da conduta do agente público,
não se admitindo a sua responsabilização objetiva. Caso em
que servidores foram nomeados para cargos em comissão para o
exercício de funções de direção, chefia ou assessoramento,
sendo que, na prática, desempenharam atribuições de típicas
de servidores concursados. Configurada a indevida utilização
da estrutura estatal de modo absolutamente desvirtuado dos
princípios constitucionais que orientam a Administração
Pública, objetivando os réus, mediante atos conscientemente
planejados e executados, a retribuição de favores políticos
a pessoas que apoiaram o Prefeito na sua eleição. Comprovado
que os réus praticaram a conduta prevista no artigo 11, I,
da LIA, bem como o dolo genérico de violar os princípios que
regem a Administração Pública, o juízo de procedência da
demanda se impunha, devendo ser mantido. RECURSOS AOS QUAIS
SE NEGA SEGUIMENTO. DECISÃO MONOCRÁTICA. (Apelação Cível Nº
70063716914, Vigésima Segunda Câmara Cível, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Denise Oliveira Cezar, Julgado em
27/08/2015)
a)- DA FRAUDE NA NOMEAÇÃO/CONTRATAÇÃO ÍMPROBA E ILEGAL
DE MARLÚCIA TORRES DE PAULA
11. O ICP nº35/2015-PJCB (Autos ATENA nº201500486584),
cópia em anexo, revelou a fraude e a imoralidade na
nomeação/contratação da servidora MARLÚCIA TORRES DE PAULA.
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12. O requerido NEUDIVALDO XAVIER DE OLIVEIRA SARDINHA
nomeou MARLÚCIA TORRES para o cargo de CHEFE DA DIVISÃO DE
PATRIMÔNIO, em 27/06/2009, conforme se observa da Portaria
nº389/2009(fl.30).
13. Ocorre que MARLÚCIA TORRES não ocupou por um dia
sequer o cargo para o qual foi nomeada, tendo, em realidade,
exercido as funções de cuidadora de menores na Casa de Apoio
Maria Bela Xavier, conforme a própria servidora revelou ao
Ministério Público quando de seu depoimento na Promotoria de
Justiça em 15/01/2016.Pela contundência e didática das
declarações, segue excerto das mesmas, in verbis:
“Fui nomeada pelo Prefeito Sardinha para exercer a
função de Chefe de Divisão de Patrimônio. Eu trabalhava
na Casa de Apoio Maria Bela Xavier recebendo os menores
abandonados/situação de risco, realizando abrigamento e
confeccionando relatórios;”(Termo de Declarações de
MARLÚCIA TORRES DE PAULA à fl.28).
14. A ficha financeira da servidora junto ao
Município(fls.31/33)corrobora os fatos e esclarecem acerca dos
gastos do Poder público com o pagamento dos salários da
servidora desviada de função.
15. O cargo de chefia que consta dos documentos
constituem fraude grosseira levada a efeito pelo requerido, cujo
objetivo com sua criação e provimento foi tão somente ludibriar
a corte de contas com informações inverídicas e utilizar o Poder
Executivo como “cabide de emprego”.
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b)- DA FRAUDE NA NOMEAÇÃO/CONTRATAÇÃO ÍMPROBA E ILEGAL
DE JUNIO DE CASTRO FERREIRA DA SILVA
16. O ICP supra referido revelou ainda a fraude e a
imoralidade na nomeação/contratação do servidor JUNIO DE CASTRO
FERREIRA DA SILVA.
17. O requerido NEUDIVALDO XAVIER DE OLIVEIRA SARDINHA
nomeou JUNIO DE CASTRO para o cargo de CHEFE DA DIVISÃO DE
MANUTENÇÃO em 03/11/2010, conforme se observa da Portaria
nº755/2010(fl.35).
18. Ocorre que JUNIO não ocupou por um dia sequer o
cargo para o qual foi nomeado, tendo, em realidade, exercido as
funções de lavador de carros e máquinas, conforme o próprio
servidor revelou ao Ministério Público quando de seu depoimento
na Promotoria de Justiça em 13/01/2016.Pela contundência e
didática das declarações, segue excerto das mesmas, in verbis:
“O depoente foi designado para trabalhar como lavador
de carros e caminhões na garagem da prefeitura de
Campos Belos; QUE seu trabalho consistia em lavar e
lubrificar carros de secretarias, caminhões, máquinas
pesadas;(Termo de Declarações de JUNIO DE CASTRO
FERREIRA DA SILVA à fl.34)
19. A ficha financeira do servidor junto ao
Município(fls.37/40) corrobora os fatos e esclarecem acerca dos
gastos do Poder público com o pagamento dos salários do servidor
desviado de função.
c)- DO DOLO
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20. A desonestidade, fraude, deslealdade, corrupção,
logro, revelados pelo requerido dão a tônica de toda a
dolosidade das condutas flagradas pelo MPGO nos autos dos ICPs.
Sabedor de que o TCM/GO fiscaliza, reprime e pune com severidade
contratações imorais e desvios de função, o requerido buscou,
imbuído de extrema má-fé, ludibriar a corte de contas e demais
órgãos de fiscalização maquiando contratações por meio da
criação e provimento de cargos comissionados de fachada, assim
como através da criação abusiva e imoral de mais de uma centena
de cargos/funções comissionados, violando a Constituição
Federal.
d)- DO DANO AO ERÁRIO
21. O Município de Campos Belos, frise-se, prescindia
dos cargos de CHEFE DA DIVISÃO DE MÚSICA, CHEFE DE SEÇÃO DE
ESQUADRIAS, CHEFE DE DIVISÃO DE PRÉ-MOLDADOS, CHEFE DA CASA DE
APOIO, CHEFE DA DIVISÃO DE ARQUIVO, CHEFE DE MERENDA ESCOLAR,
CHEFE DE DIVISÃO DE PARQUES E JARDINS, e outros tantos deste
jaez, os quais, a toda evidência, foram criados oportunística e
fraudulentamente para tão somente empregar apaniguados políticos
do requerido. Foram gastos recursos dos cofres públicos
desnecessariamente. Recursos que poderiam, e deveriam, ter sido
empregados em finalidades públicas realmente imprescindíveis à
população.
22. Em que pese a prestação do serviço por parte dos
servidores improbamente nomeados ter se verificado, o que afasta
a tese do enriquecimento ilícito dos nomeados(de boa-fé), por
outro lado é estreme de dúvidas o dano ao erário ocasionado pelo
comportamento ilegal e imoral do requerido(má-fé).
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23. Consoante apontado por HUGO NIGRO MAZZILLI:Ӄ
preciso deixar claro que está em questão um princípio: pode o
administrador contratar impunemente, sem concurso, fazer tabula
rasa da lei, e ficar tudo por isso mesmo? Pode cometer tais
ilegalidades gritantes e mandar a conta para os cofres públicos?
Se o administrador puder fazê-lo, poderá contratar impunemente
seus apaniguados para ardorosamente labutarem em sinecuras ou
fazerem obras que terceiros poderiam fazer melhor e mais barato
para o erário.”
24. Em matéria de dinheiros públicos,”quem gastar, tem
que gastar de acordo com a lei”- é o que corretamente anotou
Batista Ramos(Considerações sobre: parecer prévio, princípio da
legalidade, competência para julgamento, em Revista do Tribunal
de Contas da União 5(8):págs.41-54).
25. Assim, aduzem Sérgio Ferraz e Lúcia Valle
Figueiredo: "quem gastar em desacordo com a lei, há de fazê-lo
por sua conta, risco e perigos. Pois, impugnada a despesa, a
quantia gasta irregularmente terá de retornar ao Erário Público.
Não caberá a invocação, assaz de vezes realizada, de
enriquecimento ilícito da Administração. Ter-se-ia esta,
consoante essa linha de argumentação, beneficiado com a obra,
serviço e fornecimento, e, ainda mais, com o recolhimento do
responsável ou responsáveis pela despesa considerada ilegal"
(Dispensa e Inexigibilidade de licitação, 3ª ed., Malheiros, p.
93). Invocando Gabriel Bayle, aduzem os referidos autores que a
figura do enriquecimento ilícito sequer se acomoda pacificamente
ao dinheiro público, e deve ser admitida precipuamente para
salvaguarda dos interesses de terceiros de boa-fé (op. cit., p.
94).
26. Neste diapasão os acórdãos abaixo colacionados pela
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didática da lição:
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA.IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. LEI 8.429/92 - CONTRATAÇÃO DESERVIDORES SEM CONCURSO PÚBLICO, BASEADA EM CRITÉRIOPOLÍTICO ILEGALIDADE COMPROVADO DOLO NA CONDUTA DOSENVOLVIDOS E EXISTÊNCIA DE DANO AO ERÁRIO NECESSIDADE DERESSARCIMENTO. CONDENAÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS APLICAÇÃODE JUROS DE MORA ADAPTAÇÃO DO PERCENTUAL A PARTIR DOADVENTO DO CÓDIGO CIVIL DE 2002. 1. O caráter sancionador daLei 8.429/92, é aplicável aos agentes públicos que, por açãoou omissão, violem os deveres de honestidade,imparcialidade, legalidade, lealdade, e especialmente, quecausem enriquecimento ilícito, causem prejuízo ao eráriopúblico e atentem contra os princípios da AdministraçãoPública, inclusive a lesão à moralidade administrativa,sendo regular seu ajuizamento através de Ação Civil Pública.2. No caso, as condutas dos réus vilipendiam os ditameslegais e os princípios da Administração Pública, eis que acontratação de número exacerbado de funcionários, sob afrágil alegação de necessidade de urgência na prestação doserviço público, não se sustenta em face de todo o lastroprobatório angariado. O que ocorreu, na realidade, foi umesquema político ilícito de contratações desnecessárias, demaneira claramente dolosa, em desacordo com os ditameslegais, apenas para fins de benefício irregular departiculares. 3. Via de conseqüência, eivada de vícios acontratação, também viciadas as despesas delas decorrentes,havendo necessidade de adequação de seus efeitos,especialmente com a devida determinação de ressarcimento dosdanos perpetrados ao erário. 4. A decisão é pela manutençãoda r. sentença recorrida, exceto no que atine ao computo dosjuros de mora, que devem ser adaptados, para que incidampela taxa do art. 1.062 do Código de 1916 até 10.1.2003(0,5% ao mês) e, após essa data, com a entrada do CódigoCivil de 2002, pelo art. 406 do atual diploma civil (1% aomês);(TJPR - 4ª C.Cível - AC - 657890-9 - Londrina - Rel.: LuísCarlos Xavier - Unânime - - J. 14.09.2010)
APELAÇÃO CÍVEL Nº 351.489-6 DA 4ª VARA CÍVEL DA COMARCA DEMARINGÁ APELANTE 1: RICARDO JOSÉ MAGALHÃES BARROS APELANTE2: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ APELADO 1:MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ APELADO 2: SAIDFELÍCIO FERREIRA RELATOR: DES. ANNY MARY KUSS AÇÃO CIVILPÚBLICA - AGRAVO RETIDO NÃO CONHECIDO - OFENSA AO DISPOSTONO ART. 523 DO CPC - SENTENÇA EXTRA E CITRA PETITA -
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INOCORRÊNCIA - SUPRESSÃO DA MULTA IMPOSTA POR LITIGÂNCIA DEMÁ-FÉ - TEMPESTIVIDADE DO RECURSO ADESIVO - CONTRATAÇÃO DESERVIDORES MUNICIPAIS SEM A REALIZAÇÃO DE CONCURSO PÚBLICO -NULIDADE DAS CONTRATAÇÕES - IMPROBIDADE ADMINISTRATIVACONFIGURADA - VIOLAÇÃO DO ART. 37, II DA CONSTITUIÇÃOFEDERAL E ART. 11 DA LEI 8.429/92 - RECURSO DE APELAÇÃOCONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO - RECURSO ADESIVO CONHECIDOE PROVIDO. O fundamento jurídico da decisão singular,diverso daquele deduzido na inicial, não importa na nulidadedo ato jurisdicional, haja vista que, a qualificaçãojurídica dada aos fatos, narrados pelo autor, não éessencial para o sucesso da ação, tanto que o juiz podeconferir-lhes qualificação jurídica diversa sem que, talimplique em decisão extra-petita, prestigiados os princípiosdo jura novit curia e da mihi factum, dabo tibi jus. Odispositivo da sentença, efetivamente foi omisso com relaçãoao segundo requerido, sendo correta a postura do apelante,em ver sanada a omissão por meio dos embargos de declaraçãopropostos, não podendo ser tida sua pretensão como meramenteprotelatória da ação. Nos termos do art. 500, inciso I doCPC, o recurso adesivo deve ser interposto no prazo de que aparte dispõe para responder ao recurso de apelação. O art.37, II da Constituição Federal exige, para a investidura decargo ou emprego público a aprovação prévia em concursopúblico, e, sendo preceito obrigatório, é irrelevante que osserviços foram efetivamente prestados para o Município.Diante da nulidade das contratações, resta configurada aimprobidade administrativa e o dever de restituir aos cofrespúblicos os valores gastos com as remunerações dosservidores contratados sem a realização de prévio concursopúblico.(TJPR - 4ª C.Cível - AC - 351489-6 - Maringá - Rel.: AnnyMary Kuss - Unânime - - J. 27.02.2007)
27. No caso dos autos apenas as nomeações/contratações
desveladas com relação a cinco dos servidores ocasionaram um
dano ao patrimônio público da ordem de R$48.000,00(salários
pagos indevidamente).
III. DO DIREITO
a)- DAS TIPIFICAÇÕES
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28. A Lei nº 8.429/92 conhece três tipos de atos
ímprobos na administração, a saber:
a) atos que importam em enriquecimento ilícito (artigo 9º); b) atos que causam prejuízo ao erário (artigo 10); e c) atos que atentam contra os princípios da administração pública (artigo 11).
29. A primeira classe de atos de improbidade
administrativa compreende os seguintes (artigo 9º, caput, e
incisos I a XII, da Lei nº 8.429/92):
“Art. 9º. Constitui ato de improbidade administrativaimportando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo devantagem patrimonial indevida em razão do exercício decargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidadesmencionadas no artigo 1º desta Lei, e notadamente.
30. A segunda classe de atos de improbidade, na
conformidade da disposição legal, é a dos que causam lesão ao
erário, compreendendo as seguintes práticas (artigo 10 da Lei nº
8.429/92):
“Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa quecausa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ouculposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres dasentidades referidas no artigo 1º desta Lei, e notadamente:
31. O artigo 10 retrocitado envolve 13 (treze)
diferentes hipóteses de atos de improbidade que importam lesão
ao erário. Não é rol taxativo ou exaustivo, o que fica claro
pela utilização, no caput, do advérbio notadamente para enunciar
a dúzia de incisos exemplificativos do enunciado.
32. Forçoso reconhecer que os atos do requerido
encontram adequação nas disposições do artigo 10, caput, da Lei
de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/92), posto que
causaram prejuízo ao erário municipal.
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33. Finalmente, a terceira classe dos atos de
improbidade administrativa contempla os atos que atentam contra
os princípios da administração pública, violando os deveres de
honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às
instituições, e notadamente os seguintes (artigo 11 da Lei nº
8.429/92):
“Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa queatenta contra os princípios da administração públicaqualquer ação ou omissão que viole os deveres dehonestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade àsinstituições, e notadamente:I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamentoou diverso daquele previsto na regra de competência;II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato deofício;III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência emrazão das atribuições e que deva permanecer em segredo;IV - negar publicidade aos atos oficiais;V - frustrar a licitude de concurso público;VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento deterceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor demedida política ou econômica capaz de afetar o preço demercadoria, bem ou serviço.”
34. O artigo 11 retrocitado envolve 07 (sete)
diferentes hipóteses de atos de improbidade que atentam contra
os princípios da administração pública, violando os deveres de
honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às
instituições. Da mesma forma que o artigo 9º e o artigo 10, o
rol não é taxativo ou exaustivo, o que fica claro pela
utilização, no caput, do advérbio notadamente.
35. Pois bem, com base nos eventos narrados, tem-se que
o requerido realizou comportamentos ilícitos, atentando, assim,
contra os princípios da administração pública, violando os
deveres de honestidade, moralidade, legalidade, imparcialidade e
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lealdade às instituições, ferindo, por conseguinte, as
disposições contidas no artigo 11, caput, da Lei nº 8.429/92.
36. A propósito, nossos tribunais possuem entendimento
pacificado quanto à caracterização de ato de improbidade
administrativa em casos como os narrados nesta ACP, in verbis:
EMENTA: ADMINISTRATIVO - AÇÃO CIVIL PÚBLICA - AGENTECOMUNITÁRIO DE SAÚDE - DESVIO DE FUNÇÃO - MUNICÍPIOCLASSIFICADO COMO DE "ALTA TRANSMISSÃO" DA DENGUE -EPIDEMIA - OFENSA AOS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA -IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA CONFIGURADA - - CONDUTATIPIFICADA NO ARTIGO 11, CAPUT E INCISO I, DA LEI Nº8.429/92 - SANÇÃO PREVISTA NO ARTIGO 12, DA LEI Nº 8.429/92- DOSIMETRIA DA PENA - RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.Demonstrado nos autos o desvio de função do servidorpúblico, ou seja, configurado o desempenho de atribuiçõesdiversas daquelas previstas para o cargo do qual é titular,há afronta aos princípios da legalidade, da moralidade e daimpessoalidade, situação que importa na prática de ato deimprobidade administrativa previsto no artigo 11, 'caput' einciso I, da Lei nº 8.429/92. Ao cominar a sanção porprática de ato de improbidade administrativa, deve oJulgador analisar a lesividade e a reprovabilidade daconduta dos réus, o elemento volitivo e a consecução dointeresse público, de modo a adequar a pena ao casoconcreto, sempre com caráter inibitório de futuras práticaslesivas ao erário e ao princípio da moralidadeadministrativa. (TJMG-Apelação Cível 1.0554.11.000780-0/001, Relator(a): Des.(a) Edilson Fernandes , 6ª CÂMARACÍVEL, julgamento em 20/10/2015, publicação da súmula em05/11/2015)
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. CONTRADITA DETESTEMUNHAS: PRECLUSÃO VERIFICADA. IMPROBIDADE AD-MINISTRATIVA. CARACTERIZAÇÃO. DESVIO DE FUNÇÃO. CARGOCOMISSIONADO. “SERVIDORES FANTASMAS”. PENALIDADES. RA-ZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. EFEITO EXPANSIVO DO APELO.1 - A contradita de testemunhas tem lugar somente naaudiência de instrução, após a qualificação e antes deiniciado o depoimento, sendo descabida a suscitação damatéria em sede de recurso de apelação, quando já operadosos efeitos da preclusão. 2 - A nomeação de parti cular paraocu pação de cargo em comissão, cu jas funções fac tualmenteexercidas não se ajus tam à normativa traçada no art. 37,inciso V, da Lei Magna (desvio de função), caracteriza ato
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de improbidade admi nistrativa da autoridade no meante -Chefe do Poder Executivo (art. 10, in ciso XII, da Lei8.429/92), ainda mais se esta, diante da ausência daefetiva prestação dos serviços pelos nomeados, apresentouconduta conivente, concorrendo com o enriquecimento ilícitodaqueles “servidores fantasmas”, e corroborando, por conse-guinte, com a perda patrimonial a que foi submetido o entemunicipal. 3 - Observada a efetiva perda patrimonialsofrida pelo Poder Público, ao agente causador do dano deveser imposta a penalidade pertinente à devolução dosvalores indevidamente recebidos (art. 12, inciso II, da Lei8.429/92), em solidariedade com os respectivoscorresponsáveis. 4 - Apesar de se reconhecer apossibilidade de aplicação cumulativa das penas traçadaspara a penalização do agente público ímprobo, cumpre aoJulgador, ao cominar a sanção, valer-se do princípio daproporcionalidade, dosando a pena de modo condizente com agravidade e extensão do dano causado e do benefíciopatrimonial auferido pelo agente (art. 12, parágrafo único,da Lei 8.429/92), evitando-se a impunidade, deve o julgadoresquivar-se do excesso, ou seja, da hipertrofia da punição.Logo, dentro da margem de variação das condutas abstra-tamente previstas na Lei de Improbidade Administrativa,mostram-se desarrazoadas e desproporcionais as medidasrestritivas de direito impostas ao agente público parapenalizá-lo pela prática de conduta ímproba de médiagravidade. 5 - Em caso de litisconsórcio unitário, ainterposição de recurso por um dos litisconsortes aproveitaaos demais que não tenham recorrido (art. 509, do CPC).(TJGO, APELACAO CIVEL 443393-06.2008.8.09.0000, Rel. DES.ZACARIAS NEVES COELHO, 2A CAMARA CIVEL, julgado em23/11/2010, DJe 715 de 10/12/2010)
“APELAÇÃO CÍVEL E REEXAME NECESSÁRIO - ADMINISTRATIVO -AÇÃO CIVIL PÚBLICA DE REPARAÇÃO DE DANOS POR ATO DEIMPROBIDADE ADMINISTRATIVA - PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE DEPARTE - MINISTÉRIO PÚBLICO - PROTEÇÃO PATRIMÔNIO PÚBLICO -SÚMULA N.º 329 STJ - PRECLUSÃO - MATÉRIA CONHECIDA EDECIDIDA SEM QUE FOSSE IMPUGNADA ATRAVÉS DE AGRAVO DEINSTRUMENTO - NÃO CONHECIMENTO - PRELIMINAR DE INADEQUAÇÃODA VIA ELEITA - PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO - CORRETAVEICULAÇÃO DA PRETENSÃO SANCIONATÓRIA CONSTANTE DA LEI DEIMPROBIDADE ADMINISTRATIVA ATRAVÉS DE AÇÃO CIVIL PÚBLICA -ADMISSÃO DE FUNCIONÁRIA PARA CARGO EM COMISSÃO LOTADA EMFUNÇÃO DIVERSA DAQUELAS QUE ENVOLVEM ATRIBUIÇÕES DEDIREÇÃO, CHEFIA OU ASSESSORAMENTO (ART. 37, INC. V DACF/88) - DESVIO DE FUNÇÃO CONFIGURADO - NULIDADE DO ATO DENOMEAÇÃO - PRETENSA FLEXIBILIZAÇÃO DA NORMA QUE O REGIMEJURÍDICO ADMINISTRATIVO NÃO COMPORTA - VIOLAÇÃO DO
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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE - PENALIDADES APLICADAS QUE SEAFIGURAM PROPORCIONAIS E RAZOÁVEIS À REPROVABILIDADE DACONDUTA DO CHEFE DO PODER EXECUTIVO MUNCIPAL - RECURSO DEAPELAÇÃO PARCIALMENTE CONHECIDO E NESTA PARTE, DESPROVIDO -SENTENÇA CONFIRMADA EM SEDE DE REEXAME NECESSÁRIO.”(grifou-se - TJPR - 4ª C.Cível - ACR 0601334)
APELAÇÃO CÍVEL E REEXAME NECESSÁRIO - ADMINISTRATIVO - AÇÃO CIVILPÚBLICA DE REPARAÇÃO DE DANOS POR ATO DE IMPROBIDADEADMINISTRATIVA - PRELIMINARES DE ILEGITIMIDADE DE PARTE E DEINADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA - PRECLUSÃO - MATÉRIAS CONHECIDAS EDECIDIDAS SEM QUE FOSSEM IMPUGNADAS ATRAVÉS DE AGRAVO DEINSTRUMENTO - FUNDAMENTAÇÃO QUE ATENDE AO DISPOSTO NO ART. 93,INC. IX DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL - PRELIMINARES NÃO CONHECIDAS -ADMISSÃO DE FUNCIONÁRIO PARA CARGO EM COMISSÃO LOTADO EM FUNÇÃODIVERSA DAQUELAS QUE ENVOLVEM ATRIBUIÇÕES DE DIREÇÃO, CHEFIA OUASSESSORAMENTO (ART. 37, INC. V DA CF/88) - DESVIO DE FUNÇÃOCONFIGURADO - NULIDADE DO ATO DE NOMEAÇÃO - PRETENSAFLEXIBILIZAÇÃO DA NORMA QUE O REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO NÃOCOMPORTA - VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE - PENALIDADESAPLICADAS QUE CORRESPONDEM A REPROVABILIDADE DA CONDUTA DO CHEFEDO PODER EXECUTIVO MUNCIPAL - RECURSO DE APELAÇÃO PARCIALMENTECONHECIDO E NESTA PARTE, DESPROVIDO - SENTENÇA CONFIRMADA EM SEDEDE REEXAME NECESSÁRIO. (grifou-se - TJPR - 4ª C.Cível - AC0597403-6 - Salto do Lontra - Rel.: Desª Lélia SamardãGiacomet - Unânime - J. 13.04.2010
b)- DAS SANÇÕES
37. Em relação aos atos de improbidade praticados pelo
requerido que causaram prejuízos ao erário, as sanções
aplicáveis são (artigo 10 c/c artigo 12, inciso II, ambos da Lei
nº 8.429/92):
a) ressarcimento integral do dano, se houver; b) perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente aopatrimônio, se concorrer esta circunstância; c) perda da função pública, suspensão dos direitos políticosde cinco a oito anos; d) pagamento de multa civil de até duas vezes o valor dodano; e) proibição de contratar com o Poder Público ou receberbenefícios ou incentivos fiscais ou creditício, direta ouindiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídicada qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos
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38. Finalmente, a prática dos atos de improbidade
levados a efeito pelo requerido que atentaram contra a
moralidade e demais princípios da administração, acarretam como
sanção (artigo 11 c/c artigo 12, inciso III, ambos da Lei nº
8.429/92):
a) ressarcimento integral do dano; b) perda da função pública, suspensão dos direitos políticosde três a cinco anos; c) pagamento de multa civil de até cem vezes o valor daremuneração percebida pelo agente; d) proibição de contratar com o Poder Público ou receberbenefício ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ouindiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídicada qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.
c)- DA INDISPONIBILIDADE DOS BENS
39. A indisponibilidade de bens do agente processado
por improbidade administrativa, conforme ressaltado alhures, não
se trata tecnicamente de uma sanção, a despeito da redação
contida no art. 37, § 4º, da Constituição Federal de 1988, mas
sim de uma medida cautelar, que tem por desiderato assegurar a
execução de eventual sentença condenatória.
40. Na Lei 8.492/92, a indisponibilidade de bens está
disciplinada em seu art. 7º, cuja redação segue transcrita
abaixo:
“O art. 7º - Quando o ato de improbidade causar lesão aopatrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito,caberá a autoridade administrativa responsável peloinquérito representar ao Ministério Público, para aindisponibilidade dos bens do indiciado.
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere ocaput deste artigo recairá sobre bens que assegurem o
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integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimopatrimonial resultante do enriquecimento ilícito.”
41. Pacífica a jurisprudência nacional ao dispor sobre
a providência cautelar de indisponibilidade de bens em sede de
ação de improbidade administrativa, caracteriza o ato como tutela
de evidência, e não como tutela de urgência, considerando o
periculum in mora ínsito aos artigos 37§, 4º, da Constituição
Federal, e 7º, da Lei Federal nº8.429/92. ”Neste lineamento, a
mera presença de traços do ilícito revela-se suficiente ao
deferimento do bloqueio, não havendo cogitar a presença de perigo
de demora no julgamento do processo ou risco de dilapidação do
patrimônio do agente.”(TJGO, autos nº201594601470,Eminente Des.
BEATRIZ Figueiredo Franco).Veja-se leading case do STJ:
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL
REPETITIVO.
APLICAÇÃO DO PROCEDIMENTO PREVISTO NO ART. 543-C DO CPC.
AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. CAUTELAR DE
INDISPONIBILIDADE DOS BENS DO PROMOVIDO. DECRETAÇÃO.
REQUISITOS. EXEGESE DO ART. 7º DA LEI N. 8.429/1992, QUANTO
AO PERICULUM IN MORA PRESUMIDO. MATÉRIA PACIFICADA PELA
COLENDA PRIMEIRA SEÇÃO.
1. Tratam os autos de ação civil pública promovida pelo
Ministério Público Federal contra o ora recorrido, em
virtude de imputação de atos de improbidade administrativa
(Lei n. 8.429/1992).
2. Em questão está a exegese do art. 7º da Lei n.
8.429/1992 e a possibilidade de o juízo decretar,
cautelarmente, a indisponibilidade de bens do demandado
quando presentes fortes indícios de responsabilidade pela
prática de ato ímprobo que cause dano ao Erário.
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3. A respeito do tema, a Colenda Primeira Seção deste
Superior Tribunal de Justiça, ao julgar o Recurso Especial
1.319.515/ES, de relatoria do em. Ministro Napoleão Nunes
Maia Filho, Relator para acórdão Ministro Mauro Campbell
Marques (DJe 21/9/2012), reafirmou o entendimento
consagrado em diversos precedentes (Recurso Especial
1.256.232/MG, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma,
julgado em 19/9/2013, DJe 26/9/2013; Recurso Especial
1.343.371/AM, Rel.
Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em
18/4/2013, DJe 10/5/2013; Agravo Regimental no Agravo no
Recurso Especial 197.901/DF, Rel. Ministro Teori Albino
Zavascki, Primeira Turma, julgado em 28/8/2012, DJe
6/9/2012; Agravo Regimental no Agravo no Recurso Especial
20.853/SP, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira
Turma, julgado em 21/6/2012, DJe 29/6/2012; e Recurso
Especial 1.190.846/PI, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda
Turma, julgado em 16/12/2010, DJe 10/2/2011) de que, "(...)
no comando do art. 7º da Lei 8.429/1992, verifica-se que a
indisponibilidade dos bens é cabível quando o julgador
entender presentes fortes indícios de responsabilidade na
prática de ato de improbidade que cause dano ao Erário,
estando o periculum in mora implícito no referido
dispositivo, atendendo determinação contida no art. 37, §
4º, da Constituição, segundo a qual 'os atos de improbidade
administrativa importarão a suspensão dos direitos
políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade
dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação
previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível'. O
periculum in mora, em verdade, milita em favor da
sociedade, representada pelo requerente da medida de
bloqueio de bens, porquanto esta Corte Superior já apontou
pelo entendimento segundo o qual, em casos de
indisponibilidade patrimonial por imputação de conduta
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ímproba lesiva ao erário, esse requisito é implícito ao
comando normativo do art. 7º da Lei n. 8.429/92.
Assim, a Lei de Improbidade Administrativa, diante dos
velozes tráfegos, ocultamento ou dilapidação patrimoniais,
possibilitados por instrumentos tecnológicos de comunicação
de dados que tornaria irreversível o ressarcimento ao
erário e devolução do produto do enriquecimento ilícito por
prática de ato ímprobo, buscou dar efetividade à norma
afastando o requisito da demonstração do periculum in mora
(art. 823 do CPC), este, intrínseco a toda medida cautelar
sumária (art. 789 do CPC), admitindo que tal requisito seja
presumido à preambular garantia de recuperação do
patrimônio do público, da coletividade, bem assim do
acréscimo patrimonial ilegalmente auferido".
4. Note-se que a compreensão acima foi confirmada pela
referida Seção, por ocasião do julgamento do Agravo
Regimental nos Embargos de Divergência no Recurso Especial
1.315.092/RJ, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, DJe
7/6/2013.
5. Portanto, a medida cautelar em exame, própria das ações
regidas pela Lei de Improbidade Administrativa, não está
condicionada à comprovação de que o réu esteja dilapidando
seu patrimônio, ou na iminência de fazê-lo, tendo em vista
que o periculum in mora encontra-se implícito no comando
legal que rege, de forma peculiar, o sistema de
cautelaridade na ação de improbidade administrativa, sendo
possível ao juízo que preside a referida ação,
fundamentadamente, decretar a indisponibilidade de bens do
demandado, quando presentes fortes indícios da prática de
atos de improbidade administrativa.
6. Recursos especiais providos, a que restabelecida a
decisão de primeiro grau, que determinou a
indisponibilidade dos bens dos promovidos.
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7. Acórdão sujeito ao regime do art. 543-C do CPC e do art.
8º da Resolução n. 8/2008/STJ.
(REsp 1366721/BA, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO,
Rel. p/ Acórdão Ministro OG FERNANDES, PRIMEIRA SEÇÃO,
julgado em 26/02/2014, DJe 19/09/2014)
42. Nesta mesma toada caminha o egrégio TJGO, in
verbis:
Agravo regimental em agravo de instrumento. Ação civilpública por ato de improbidade administrativa. Liminardeferida. Indisponibilidade de bens e bloqueio de verba.Decisão genérica. Ausência de fundamentação e dosrequisitos autorizadores da medida. Desprovimento do agravointerno. Ausência de fato novo. I. O deferimento liminar deindisponibilidade de bens no âmbito de ação civil públicapor ato de improbidade administrativa requer a demonstraçãodo fumus boni iuris, consistente em fundados indícios daprática de atos de improbidade, sendo desnecessária a provado periculum in mora concreto. No entanto, impõe-se aojulgador singular justificar e apresentar os fundamentos doseu entendimento, sob pena de antecipar a culpabilidade doagente e afrontar os preceitos do art. 93, inc. IX, daConstituição Federal, pois a decretação da indisponibilidadede bens não é medida de adoção automática. II. A expressão“indícios suficientes” utilizada no § 6º do artigo 17 da Leinº 8.429/92 quer dizer sinal, rastro, vestígio grave,preciso e contundente, que se acumula para a comprovaçãode determinado fato tido como verdadeiro, o que não restoucabalmente demonstrado na decisão recorrida. III. Ausentesos requisitos capazes de justificar o deferimento doprovimento antecipatório postulado, deve ser reformado oato judicial que o deferiu. IV. Apresenta-se imperativo odesprovimento do agravo regimental que não traz em suasrazões qualquer argumento novo que justifique a modificaçãoda decisão questionada. Agravo regimental conhecido edesprovido.(TJGO, AGRAVO DE INSTRUMENTO 184647-85.2015.8.09.0000, Rel.DR(A). MAURICIO PORFIRIO ROSA, 2A CAMARA CIVEL, julgado em04/08/2015, DJe 1853 de 21/08/2015)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA POR ATO DEIMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. LIMINAR DE INDISPONIBILIDADE DE
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BENS. PERICULUM IN MORA. IMPLÍCITO. I- O recurso de agravode instrumento é secundum eventum litis, de sorte que cumprea este Pretório somente sopesar o acerto ou desacerto dadecisão recorrida. II- A concessão de medida liminar em AçãoCivil Pública, tem seu fundamento no artigo 12, da Lei nº8.429/1992, e reclama, para a sua concessão, a presençaconcomitante do fumus boni iuris e periculum in mora, emjuízo, portanto, de cognição sumária. III- A medida liminarde indisponibilidade de bens por ato de improbidadeadministrativa encontra fundamento constitucional no artigo37, parágrafo 4º, bem como no artigo 7º, da legislaçãoordinária nº 8.429/92, cujo objetivo é garantir aefetividade do futuro provimento jurisdicional deressarcimento do dano, em face da supremacia do interessepúblico envolvido. Para a sua concessão, é dispensável ademonstração de dilapidação do patrimônio dos agentes para aconfiguração do periculum in mora, por se encontrarimplícito no artigo 7º, da Lei nº 8.429/92, bastando ademonstração do fumus boni iuris que consiste em indícios deatos ímprobos, o que restou evidenciado nos autos. RECURSOCONHECIDO E PROVIDO.(TJGO, AGRAVO DE INSTRUMENTO 107247-92.2015.8.09.0000, Rel.DES. AMELIA MARTINS DE ARAUJO, 1A CAMARA CIVEL, julgado em04/08/2015, DJe 1847 de 13/08/2015)
43. No presente caso estreme de dúvidas a presença dos
requisitos cautelares que autorizam a decretação da
indisponibilidade de bens do requerido, o que dese já se requer
de sorte a se assegurar não apenas o ressarcimento dos cofres
públicos, mas também o pagamento da multa civil e do dano moral
coletivo.
IV. DOS PEDIDOS
44. Em vista do exposto, requer o Parquet:
I- Liminarmente, a decretação, inaudita altera pars,
da indisponibilidade dos bens do requerido, tendo como parâmetro
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o valor ser ressarcido aos cofres públicos (R$48.000,00) somado
à multa civil(R$50.000,00) e o dano moral coletivo(R$50.000,00);
Total de R$148.000,00.
II- a notificação do demandado NEUDIVALDO XAVIER DE
OLIVEIRA SARDINHA, VULGO “SARDINHA”, para, querendo, no prazo
legal, oferecer manifestação por escrito(art.17, § 6º, da Lei
8.429/92);
III- a citação do demandado NEUDIVALDO XAVIER DE
OLIVEIRA SARDINHA, VULGO “SARDINHA” para, querendo, no prazo
legal, apresentar defesa, sob pena de revelia e confissão quanto
à matéria de fato;
IV- a procedência do pedido, para o fim de condenar o
demandado NEUDIVALDO XAVIER DE OLIVEIRA SARDINHA, VULGO
“SARDINHA” nas sanções previstas no art.12, incisos II e III da
lei de Improbidade Administrativa(Lei 8.429/92), determinando-se
a perda da função pública, a suspensão de seus direitos
políticos por dez anos, a condenação ao pagamento de multa civil
de no mínimo cinquenta vezes o valor de sua remuneração, a
proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios
fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
intermédio de pessoa jurídica da qual sejam sócios majoritários,
pelo prazo de cinco anos.
V- a condenação do demandado ao pagamento de todas as
custas judiciais e sucumbenciais.
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VI- a condenação do demandado ao pagamento de
individual de R$50.000,00(cinquenta mil reais), a título de dano
moral coletivo, em favor do Conselho de Segurança de Campos
Belos/GO.
VII- a condenação do demandado ao ressarcimento dos
cofres públicos dos valores ilicitamente desviados.
45. Protesta-se desde já a promoção de todos os meios
de prova em Direito permitidos, notadamente documental e
testemunhal.
46. Dá-se à causa o valor de R$148.000,00(cento e
quarenta e oito mil reais) em razão do caráter genérico/difuso
do proveito a ser por meio dela obtido.
Campos Belos/GO, 06 de abril de 2016
Paula Moraes de Matos
Promotora de Justiça
Douglas Chegury
Promotor de Justiça
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