execut dig 0216

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  • 8/16/2019 Execut Dig 0216

    1/148

    que será a Alphabetuando crescer?

    Vislumbres do futuro

    MIND QUÊFULNESS!

    FEVEREIRO 2016Nº 119 · II SÉRIE2,95 EUROS (CONT.)www.executivedigest.pt

    CADERNESPECIA

    INOVEMPREEND

    GESTÃO D

    GEST

    OS N

    DESAF“SETE

    Google, Nike, Intel, Apple. Ou BPI, EDP, Novabase, Cetelem…Sim, são empresas que já oferecem sessões de Mindfulness aos seuscolaboradores e os resultados junto das organizações tendem a consolidar.

    Não é de estranhar, por isso, que desde há dois anos o Fórum de Davoscomece todos os dias com uma sessão de Mindfulness. Já ouviu falar?

    5 6 0 1 0 7 3 0 0 2 2 9 5

    ENTREVISTA

    EMÍLIA VIEIRAO INVESTIMENTO SEGUROPASSA POR ACTIVOS SÓLIDOS

    ACCENTURE DIGITAL BUSINESS RAND

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    4/148004 Executive Digest FEVEREIRO 2016

    NOTA

    ERA SUPOSTO……….VIVEMOS OS ÚLTIMOS CINCO MESES NUM REBULIÇO DEELEIÇÕES. DESDE SETEMBRO QUE EXISTEM UMA SÉRIE DEINDEFINIÇÕES: PRIMEIRO, CRIADAS PELAS MECÂNICASDAS PRÓPRIAS ELEIÇÕES LEGISLATIVAS; DEPOIS,ATENDENDO AOS RESULTADOS DAS MESMAS E A TODASAS SITUAÇÕES QUE SE VIVERAM DURANTE OS MESESSEGUINTES. POR FIM, PELAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS.

    Agora, passados estes momentos turbulentos, já estamos mu-nidos de todos os dados, para que pudéssemos enfrentar ostempos que se avizinham. Era suposto termos alguma estabi-lidade das diversas políticas, para que pudéssemos trabalharno que realmente interessa. Era suposto, que investidores,nacionais e internacionais, pudessem ter algumas certezas sobre orumo que vamos ter. Era suposto que os principais objectivos doque se pretendem levar a cabo estivessem perfeitamente denidos.Era suposto dar alguma estabilidade e conança a toda a popula-ção, aos empresários, não esquecendo o tão importante mercadointernacional. Até era suposto não se aumentarem ainda mais osimpostos, pois esse caminho sempre foi apontado pelos actuaisgovernantes como errado, destruidor da Economia, das empresase do emprego. Contudo, estamos a assistir ao contínuo aumento deimpostos, sejam eles directos, indirectos, encapotados, o que seja….

    Na verdade, era suposto, mas a ver vamos o que o futuro nos reserva!Uma nota nal, para o desaparecimento de um amigo, e um parceiro

    da Executive Digest de alguns anos, que nos deixou abruptamenteno passado dia 31 de Janeiro. Obrigado Pedro Alves Costa.

    CONSELHO EDITORIALAlexandre Relvas | Álvaro Nascimento | António Casanova | António

    Gustavo Guimarães| João Duque | Jorge Magalhães CorrJorge Marrão | José Galamba de Oliveira | José Miguel Leon

    Luís Filipe Pereira| Luís Mira Amaral| Luís Paulo SalvadManuel Lopes da Costa| Nelson Pires| Paulo Carmona

    Paulo Morgado | Paulo Ramada | Pedro OliveiraRodrigo Guimarães| Rui Paiva

    DIRECTORRicardo Florêncio ricardo.florê[email protected]

    DIRECTORA DE REDACÇÃOMaria João Vieira Pinto

    REDACÇÃO E COLABORADORESHelena Rua | Ana Alves (tradução)

    COLABORADORES INTERNACIONAISJoddy Hoffer | Paul Adler | Alan Deutshman

    ACORDOS INTERNACIONAIS E EXCLUSIVOSFast Company | Mit Sloan Management Review

    Strategy+Business | Foreign Policy | Outlook | AccentureARTE

    Projecto Gráfico DesignGlowEditor de Arte Bernardo Ferraz · DesignGlow

    FOTOGRAFIANuno Carrancho NC Produções | PAF! Paulo Alexandrino F

    IngImage.com/AICNº Registo ERC 118529 Depósito Legal 81 3

    ISSN 0874-0526Tiragem 17.000 exemplares · Periodicidade MensalImpressão e Acabamento Lidergraf Sustainable Printin

    Distribuição Urbanos Press - Rua 1º de MaioCentro Empresarial da Granja - Junqueira - 2625 -

    [email protected]

    Tel. 210 123 400 | Fax. 210 123 4441 Ano · 30 Euros | 2 Anos · 53 Euros

    Europa · 75 Euros (1 ano)

    Av.ª Sidónio Pais, n.º 24 - r/c Dto | 1050-215 LisboaTel. 210 123 400 | Fax. 210 123 444

    [email protected] NIPC: 506 012 905 | CRCL: 11061

    CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃORicardo Florêncio

    COMERCIAL E PUBLICIDADETel. 210 123 413 | Fax. 210 123 444 [email protected]

    Margarida Sousa (Directora de Publicidade) [email protected] | Tel. 210 123 413

    Miguel Camacho [email protected] | Tel. 210 123 4Tânia Rodrigues [email protected] | Tel. 210 123 41

    Mário Serra [email protected] | Tel. 210 123 450GESTÃO DE MATERIAIS

    Filipa Pereira [email protected] | Tel: 210 123 412Margarida Henriques [email protected] | Tel: 210 123 413

    MARKETING E COMUNICAÇÃO [email protected] | Tel. 210 123 441

    Filipa Pereira [email protected] | Tel: 210 123 412Sónia Almeida [email protected] | Tel: 210 123 418

    ONLINEFilipa Pereira [email protected] | Tel: 210 123 412

    DEPARTAMENTO ADMINISTRATIVOTeresa Vultos [email protected]

    Carla Barbosa [email protected] Tel. 210 123 400 | Fax. 210 123 444

    Visite-nos emwww.executivedigest.pt

    Ricardo Florêncio [email protected]

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    6/148

    O QUE SERÁ AALPHABETQUANDOCRESCER?

    006 Executive Digest FEVEREIRO 2016

    Nº 119 · FEVEREIRO 2016

    APOIO:

    008CONSELHO EDITORIAL

    »Alterações políticas

    GESTÃO042»A indigestão da Chipotle»«Satisfazer o cliente

    signica melhorar o mix»Francisco Cavaleiro de Ferreira,managing director da MultiPortugal e Espanha

    »O novo desao do“senhor Tesla”

    051RANDSTAD INSIGHT»Freeze Frame»Como atrair os colaborado-

    res das gerações Y e Z

    069ACCENTURE DIGITAL BUSINESS»Disrupção digital: multipli-

    cador do crescimento

    075EXPORTADORAS»Filkemp

    146BOARD WHISPERS»EsquizofreniasPor Paulo Carmona

    CADERN

    079

    O queaconteem Áfr

    CADERN

    INOVAÇ091

    016ENTREVISTA

    «O investimento seguropassa por seleccionar

    activos sólidos»Emília Vieira, Co-fundadora

    e presidente do conselhode administração da Casa

    de Investimentos

    Para mudar realmente o mundo, a holding daGoogle precisará de algo que faltou a muitosoutros laboratórios industriais: uma estratégiade comercialização eficaz. [[]035

    Cibersegurança, manipulação genética oucidades interligadas são algumas tendênciasfuturas. Mas há empresas e cidades que já asadoptaram e as estão a testar.[[]039

    VISLUMBRESDO FUTURO

    Google, Nike, Intel, Apple. Ou BPI, EDP, Novabase, Cetelem…São empresas que já ofercem sessões de Mindfulness

    aos seus colaboradores e os resultados juntodas organizações tendem a consolidar

    MIND QUÊ?FULNESS!!!

    022

    GESTÃDE FRO121

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    8/148008 Executive Digest FEVEREIRO 2016

    conselho ~editorial

    A PRIMEIRA REUNIÃO DO CONSELHO EDITORIAL DA EXECUTIVEDIGEST FICOU MARCADA PELA SITUAÇÃO POLÍTICA QUE SE VIVEEM PORTUGAL, PELAS DIVERSAS INDECISÕES E INDEFINIÇÕES,E PELO MODO COMO ESSA IMPREVISIBILIDADE AFETA AECONOMIA GERAL E AS EMPRESAS.

    Durante a reunião mensal, realizada no Hotel DomPedro, em Lisboa, foram também abordadas aseleições presidenciais.

    Por fim, foram apresentados e discutidos osdiversos eventos, Conferências e Fóruns, que vãoser desenvolvidos pela Executive Digest ao longode 2016.

    A reunião contou com a presença de Álvaro Nascimento, AntónioRamalho, Carlos Álvares, Gustavo Guimarães, Jorge Marrão, LuísFilipe Pereira, Luís Mira Amaral, Luís Paulo Salvado, Manuel Lopesda Costa, Nelson Pires e Paulo Carmona.

    ALTERAÇÕESPOLÍTICAS

  • 8/16/2019 Execut Dig 0216

    9/148EXECUTIVE DIGEST.PT 009

    Durante a reunião dConselho Editorial foram apresentados ediscutidos os diversos Conferências e Fórunsser desenvolvidos pelaDigest ao longo de 201

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    10/148010 Executive Digest FEVEREIRO 2016

    1º PLANO

    » A AECOPS informou que o valordos contratos públicos caiu 37% em

    2015 face a 2014, cando abaixodos mil milhões de euros. Segundoa associação, «em 2015, quando a

    economia em Portugal dava os primeirossinais de recuperação, o mercado

    das obras públicas era o espelho deuma realidade bem diferente».

    37%

    » O Fundo Monetário Internacionalestima que a economia da Zona Euro

    cresça 1,7% este ano, alavancada pelaAlemanha e por Espanha. Os dadosforam revelados nas suas previsões

    macroeconómicas intercalares.

    1,7%

    OS NÚMEROS D

    MES

    ASTRAZENECA, GSK E J&J CRIAMFUNDO COM UNIVERSIDADES

    A AstraZeneca, a GlaxoSmithKline e a Johnson &Johnson realizaram uma parceria com a ImperialCollege London, a Universidade de Cambridge ea University College London para criar o ApolloTerapeutics Fund, um fundo que servirá paraalavancar os estudos cientícos realizados nestas

    três universidades em medicamentos inovadores.O fundo irá levar a investigação académica pré-clínica para uma

    fase de estágio de desenvolvimento que poderá ser levada a cabopor um dos membros da indústria na sequência de um processo delicitação interno ou ser licenciado a terceiros, refere a AstraZenecaem comunicado.

    Cada um dos membros da indústria irá contribuir com 10 mi-lhões de libras por um período de seis anos para o fundo e poderáprovidenciar experiência interna e recursos adicionais para apoiara avaliação comercial e o desenvolvimento de projectos. O Tech

    ransfer Office ( O) para cada universidade (Imperial Innovationsplc, Cambridge Enterprise and UCL Business) irá, cada um deles,contribuir com mais 3,3 milhões de libras.

    De acordo com a farmacêutica, o fundo irá criar uma equipaindependente de descoberta de medicamentos para trabalhar comas universidades e os seus escritórios de transferência tecnológica( O) de forma a identicar e delinear projectos num estágio inicial,optimizando as possibilidades do seu posterior desenvolvimento.

    As decisões de investimento serão denidas pelo consórcio.

    » O crescimento da economia chinesaabrandou para o ritmo mais lentodos últimos 25 anos, ao registarum crescimento de 6,9% no anopassado. Este valor cou abaixodos 7% estimados pelo governo.

    6,9 %

    » A produção automóvel em Portugalrecuou 3% em 2015 face ao anoanterior, quando o crescimentofoi de 4,9% quando comparado

    com 2013. A exportação absorveu80% da produção, de acordo com

    a ACAP, associação do sector.

    3 %

    PRESSÃO SOBREMERCADO

    PETROLÍFEROMANTÉM-SE

    EM 2016

    O tempo anormal-mente quente e oaumento da ofertavão manter o mer-cado petrolíferocom excesso de

    oferta pelo menosaté ao final doano, de acordocom o relatório

    mensal da Agên-cia Internacionalde Energia (AIE).

    No últimotrimestre de

    2015, o Invernoameno em todo omundo reduziu ocrescimento daprocura para ummilhão de barris/dia, representan-

    do mínimos dehá um ano, muitoabaixo do máximo

    de cinco anosde 2,1 milhõesde barris por

    dia registado noterceiro trimestreA AIE manteve as-sim as suas pre-visões de procura

    para este ano

    inalteradas faceás estimativas doúltimo relatório,em 1,2 milhões

    de barris diários.«Concluímos que

    o mercado petrolí-fero enfrenta asperspectivas deum terceiro anoconsecutivo emque a oferta ex-cederá a procura

    em um milhãode barris/dia e

    que haverá umaenorme pressãosobre a capaci-dade do sistemapetrolífero paraabsorver issoeficazmente»,

    refere o relatório.

    » A empresa norte-americana deserviços petrolíferos Schlumberger

    prevê eliminar 10 mil postos detrabalho, de um total de 95 mil,após ter registado um prejuízode mil milhões de dólares (923

    milhões de euros) no último trimestrede 2015. A redução de serviçosdevido à quebra dos preços docrude está na base do prejuízo.

    10MIL

    TRÊS DAS MAIORES FARMACÊUTICAS MUNDIAISCRIARAM UM CONSÓRCIO QUE PREVÊ ALIAR-SE COMUNIVERSIDADES PARA INVESTIR EM MEDICAMENTOSINOVADORES PARA COMBATER VÁRIAS DOENÇAS.

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    11/148

    VAMOS FALAR DE EMPREENDEDORPARA EMPREENDEDOR.

    Um empreendedor é, por de nição, alguém com iniciativa. Seja para começar um novo negócio, seja para tornar maior aquelentretanto, não tem parado de crescer. E a melhor forma de a Caixa demonstrar que acredita nos empreendedores é contribuir pos seus projetos com soluções de crédito, tesouraria e serviços, investir com capital de risco no seu desenvolvimento e apoiáatravés de gestores experientes.Fale connosco, de empreendedor para empreendedor.Encontre em saldopositivo.cgd.pt toda a informação sobre criação de empresas e incentivos ao empreendedorismo.

    Se há um banco que conhece o seu setor, é a Caixa.

    Caixa EmpresasEmpreendedorismo

    www.cgd.pt | 707 24 24 77 (8h às 22h, todos os dias do a

    HÁ UM BANCO QUE AJUDA A DAR CERTEZAS AO A CAIXA. COM CERTEZA

    João AzevedoGestor Caixa Empresas

  • 8/16/2019 Execut Dig 0216

    12/148012 Executive Digest FEVEREIRO 2016

    primeiro plano

    A empresa holandesa adiantou em comunicado que, pese embencetados pelo consórcio liderado pelo fundo de investimentoCapital para mitigar as preocupações do Comité de InvestimenEstados Unidos da América, não foi atribuída a autorização pvenda de 80,1% da Lumileds. As duas entidades tinham chegaa venda da participação em Março por cerca de 2,9 mil milhõemil milhões de euros).«Estou muito desapontado com este desfecho já que era um ótanto para a Lumileds como para o consórcio liderado pela GOdesfecho não terá contudo impacto nos fundamentais do negóarmou Frans van Houten, CEO da Royal Philips, no comunicO CEO da empresa referiu ainda que irá iniciar conversações que manifestaram interesse em explorar opções estratégicas palcançar um maior crescimento e escala.De acordo com o mesmo documento, a Lumileds, que já é repoperação descontinuada no relatório e contas da Philips, tem ode 30 countries, empregando cerca de 8.800 trabalhadores. Emda unidade alcançaram os 2 mil milhões de dólares (1,85 mil m

    A FABRICANTE DE EQUIPAMENTOS ELECTRÓNICOS PHILIPS DEUTERMINADA A VENDA DE UMA PARTICIPAÇÃO MAIORITÁRIA NAA SUA UNIDADE COMPONENTES LED, DEVIDO ÀS PREOCUPAÇÕLEVANTADAS PELOS REGULADORES DO MERCADO NORTE-AMERELACIONADAS COM A SEGURANÇA NACIONAL, AFIRMA A FOR

    EUA TRAVAM VENDA D

    # Empresa ·PAÍS ·Sector

    BMW ·ALEMANHA ·Automóvel2 Dassault Systemes ·FRANÇA ·Software3 Outotec ·FINLÂNDIA ·Construção e Engenharia3 Commonwealth Bank of Australia ·AUSTRÁLIA ·Banca5 Adidas ·ALEMANHA ·Têxtil, Vestuário e Artigos de Luxo6 Enagás ·ESPANHA ·Utilities Gás7 Danske Bank ·DINAMARCA ·Banca8 StarHub ·SINGAPURA ·Serviços de Telecomunicações Wireless9 Reckitt Benckiser Group ·REINO UNIDO ·Produtos para o lar10 City Developments ·SINGAPURA ·Desenvolvimento e gestão imobi11 Centrica ·REINO UNIDO ·Utilities12 Schneider Electric ·FRANÇA ·Equipamento eléctrico13 Coca-Cola Enterprises ·EUA ·Bebidas14 L’Óreal ·FRANÇA ·Produtos de higiene pessoal15 Kesko ·FINLÂNDIA ·Retalho16 Galp Energia ·PORTUGAL ·Petrolífero17 Statoil ·NORUEGA ·Petrolífero18 Shinhan Financial Group ·COREIA DO SUL ·Banca19 Novo Nordisk ·DINAMARCA ·Farmacêutico20 H&M ·SUÉCIA ·Retalho20.º19.º

    18.º

    17.º

    16.º

    15.º

    14.º

    13.º

    12.º

    11.º

    10.º

    9.º

    8.º

    7.º

    6.º

    5.º

    4.º

    3.º

    2.º1.

    º

    As empresas maissustentáveis do mundo

    FONTE: CORP

    DESDE 2012 QUE NÃO SE REGISTAVAUM NÚMERO TÃO ELEVADO DE FUSÕESE AQUISIÇÕES EM PORTUGAL.

    NÚMERO DE M&A

    AUMENTA 10% EM 2015

    N o total de 2015 foram reportadas 254 transac-ções que movimentaram 19,02 mil milhões deeuros, entre operações anunciadas e concluídas,incluindo aquisição de activos e tendo em contaas operações com valor divulgado e não divul-gado, segundo o Relatório Anual Ibérico R.

    No último trimestre do ano transacto, foram registadas 80 tran-sacções que movimentaram 4,47 mil milhões de euros, um númeroque compara com as 84 operações no mesmo período de 2014, quemovimentaram 1,34 mil milhões de euros.

    Os setores mais ativos do mercado em 2015 foram o Imobiliário;Financeiro e Seguros; ecnologia; e Energia Eólica, respectivamente.Em 2014 os setores mais ativos foram ecnologia; Imobiliário; Fi-nanceiro e Seguros; e Vidro, Cerâmica, Papel, Plásticos e Madeiras.

    As empresas espanholas foram as que realizaram mais investi-mentos em 2015, com um total de 18 transacções registadas quemovimentaram 289,64 milhões de euros.

    «Entre as operações realizadas directamente por entidadesespanholas em 2015, isto é, que não são feitas através de uma lialem Portugal, podemos destacar como a transacção de maior valormovimentado: a compra das operações do Barclays Portugal queincluem as carteiras de clientes do Banco de Retalho, do BancoCorporativo e do Banco Privado e Gestão de Patrimónios pela es-panhola Bankinter, pelo valor aproximado de 100 milhões de euros,e a compra da carteira de seguros e pensões feita pela BankinterSeguros Generales, uma joint-venture entre o Bankinter e a Mapfrepor aproximadamente 75 milhões de euros», refere o relatório anual.

    As empresas dos Estados Unidos da América e as francesascaram em segundo lugar, com 10 transacções cada, tendo as norte--americanas movimentado 338,70 milhões de euros e as francesas 634milhões de euros. O Reino Unido cou em terceiro lugar com seteoperações que movimentaram 75,4 milhões de euros. Os subsectoresque atraíram o maior interesse das empresas estrangeiras foram oFinanceiro e Seguros (11 operações); Imobiliário (11 operações);ecnologia (7 operações); e Distribuição e Retalho (6 operações).Em relação ao interesse das empresas portuguesas em merca-

    dos internacionais, os países escolhidos foram Espanha, com oitooperações, Brasil, com seis operações, e França, com quatro, nossubsectores Outros Bens de Consumo (três operações); Distribui-ção e Retalho (três operações); e Energia Eólica (três operações).

    As empresas de Private Equity movimentaram 1,52 mil milhões deeuros em 44 transacções, acima de 2014 em número de operações– 39 transacções – mais abaixo em valor – 2,47 milhões de euros.

  • 8/16/2019 Execut Dig 0216

    13/148EXECUTIVE DIGEST.PT 013

    O QUE ELES D

    «Jamais teria entrado num concurso paracomprar 49% de uma empresa com todos os

    problemas que a TAP tem.»

    David NeelemanNOVO ACCIONISTA DA TAP, SOBRE A INTENÇÃO DGOVERNO DE REVERTER A PRIVATIZACONTROLO MAIORITÁRIO DA COMPAPELA REVISTA VISÃO

    «Portugal tem uma cultura de inovaçãoexcepcional e a Portugal Telecom é umexemplo para o mundo. E é por isso que,naturalmente, nós construiremos a Altice

    Labs a partir de Portugal.»

    Patrick DrahiFUNDADOR DA ALTICE,DURANTE A INAUGURAÇALTICE LABS, EM AVEIRO, CITADO PE

    «Para 2016, estimamos um crescimento dasvendas muito mais modesto tanto para osautomóveis de passageiros como para oscomerciais. Esperamos que as vendas deautomóveis cresçam cerca de 2%, atingindo os14 milhões de unidades.»

    Dieter ZetschePRESIDENTE DA ACEA,SOBRE AS VENDASDE AUTOMÓVEIS, EM COMUNICADO

    «Hoje, a União Europeia confronta- se não com uma crise mas com cinco

    ou seis crises ao mesmo tempo.»

    George SorosINVESTIDOR,EM ENTREVISTA AO NEW YORK REVIEW

    OF BOOKS, REPUBLICADA PELO DIÁRIO ECON

    «A China, no meu ponto de vista, iráatravessar uma correcção, que já está em

    andamento, mas no final sairá mais forte.»

    Axel WeberCHAIRMAN DO UBS GROUP,EM ENTREVISTA À BLOOMBERG

    N o caso da General Motors (GM), é também a palavraescolhida para dar nome ao seu novo serviço decar-sharing, lançado apenas semanas depois de teranunciado um investimento de mais de 460 milhõesde euros na Lyft, aplicação concorrente da Uber nos EstadosUnidos da América.

    A aplicação Maven, para já apenas disponível no estado deMichigan, nos Estados Unidos da América, deverá chegar embreve a outras cidades do país, sendo que o objectivo da GM éantecipar-se ao cenário cada vez mais provável do fim da lógicade um automóvel por pessoa. A tendência é a partilha e a GM nãoquer ficar de fora. Ao anunciar a Maven, Dan Ammann, presidenteda GM, afirmou em declarações reportadas pelo Financial Timesque a empresa está na linha da f rente da redefinição da mobilidadepessoal. Para tal contribui também o trabalho que está a desenvolvercom a Lyft no sentido de criar sistemas para automóveis autónomos.

    Também a Ford já anunciou o lançamento de uma aplicaçãoque, entre outras funcionalidades, permite encontrar “boleias”, àsemelhança da Maven.

    Maven é uma palavra utilizada para descrever pessoasespecialistas ou muito interessadas em determinado assunto,especialmente no que diz respeito a tendências.

    GM APOSTA NO CAR-SHARING

    HAIER COMPRA NEGÓCIODE ELECTRODOMÉSTICOS DA GEA General Electric vendeu o seu negócio de electrodomésticos àHaier por 5,4 mil milhões de dólares (5 mil milhões de euros), oque irá permitir ao grupo chinês impulsionar a sua presença nomercado norte-americano.De acordo com a agência Reuters, a Haier, que já tinha tentadosem sucesso comprar o negócio em 2008, tem uma presençainsignificante no mercado das marcas brancas nos Estado Unidosda América, dominado pela Whirlpool, Electrolux e GE.A GE, por outro lado, tinha tentado há semanas alienar o negócioà Electrolux por 3,3 mil milhões de dólares (3 mil milhões deeuros), num acordo que mereceu a oposição dos reguladores domercado norte-americano.Fontes ouvidas pela Reuters referem que o negócio não deverálevantar questões aos reguladores, mas poderá estar na mira doComité de Investimento Estrangeiro norte-americano.

    f o t o

    : E c o

    l e P o

    l y t e c

    h n

    i q u e

    U P S

    O objectivo da GMé antecipar-se aocenário cada vezmais provável dom da lógica deum automóvel porpessoa. A tendênciaé a partilha e a GMnão quer car de fora

  • 8/16/2019 Execut Dig 0216

    14/148014 Executive Digest FEVEREIRO 2016

    Rosa MonforteA direcção-geral da ERP(European RecyclingPlatform) Portugal temuma nova responsável.Rosa Monforte, na ERPdesde 2011, altura em que

    assumiu a coordenação do DepartamentoIbérico de rastreabilidade operacional de

    Resíduos de Equipamentos Elétricos eEletrónicos e de Pilhas e Acumuladores,era anteriormente responsável pela gestãointegral do desenvolvimento do negócio elicenças da ERP Portugal. A nova directora-geral iniciou o seu percurso como gestorade serviços de apoio ao cliente na “3C –Customer Contact Center, SA”, especializadana área da gestão de Contact Centers.

    Kasper RorstedA Adidas irácontar com umnovo presidenteexecutivoa partir deOutubro.Kasper

    Rorsted, que lidera a fabricantede bens de consumo Henkel

    desde 2008, irá substituir HerbertHainer. Rorsted irá integrar, a partirde 1 de Agosto, a administraçãoda fabricante de equipamentodesportivo, assumindo dois mesesdepois o cargo de presidenteexecutivo com o intuito derecuperar quota de mercado paraa companhia alemã.

    A Autoridade Nacio-nal do Medicamento(Infarmed) tem umnovo presidente.Henrique Luz Rodri-gues, que foi presidente

    da Comissão de Farmácia e Terapêuti-ca do Centro Hospitalar Lisboa Norte,

    membro da Comissão de Avaliação deMedicamentos do Infarmed, responsá-vel pela supervisão e revisão científicadas Normas de Orientação Clínica daDirecção-geral de Saúde, entre outroscargos, foi empossado na presença doMinistro da Saúde, Adalberto Cam-pos Fernandes, e do Secretário deEstado da Saúde, Manuel Delgado.

    GESTOR DO MÊS«A chave para a liderança de sucesso hojeé a influência, não a autoridade»KENNETH BLANCHARD

    EM DESTAQUE

    F Francisco Pedro Pinto Balsemão desem-penhava o cargo de COO do grupo comos pelouros dos Recursos Humanos, As-suntos Legais e Sustentabilidade desde2012, tendo integrado o grupo em 2009,

    como director de Recursos Humanos e Assuntos legais.Anteriormente, o novo CEO da Impresa foi senior asso-ciate da Heidrick & Struggles e Associate da Linklaters.

    Francisco PedroPinto BalsemãoO NOVO ADMINISTRADOR E CEO DA IMPRESAFOI NOMEADO EM SUBSTITUIÇÃO DE PEDRONORTON DE MATOS, QUE APRESENTOU ARENÚNCIA AO CARGO DE ADMINISTRADOR,COM EFEITOS A PARTIR DO DIA 6 DE MARÇODE 2016, ANUNCIOU O GRUPO DE MEDIA EMCOMUNICADO REMETIDO À COMISSÃO DEMERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS.

    Henrique Luz Rodrigues

    primeiro plano

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    15/148

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  • 8/16/2019 Execut Dig 0216

    16/148016 Executive Digest FEVEREIRO 2016

    entrevista

    Emília VieiraCO-FUNDADORA EPRESIDENTE DO CONSELHODE ADMINISTRAÇÃOCASA DE INVESTIMENTOS

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    com os lucros das instituições, com os seus bónus, doque com os interesses dos clientes. Em 2002, foi-mepedido se alguém em Braga podia abrir uma agênciade uma corretora e achei que seria uma oportunidade.O que constatámos foi que as pessoas não analisamos activos, não têm paciência para esperar uma boaoportunidade de investimento que lhes dê frutos eusam o mercado nanceiro quase como um jogo desorte e azar. Esta não pode ser a abordagem à criaçãode valor. Entendemos a partir de 2006 que o que faziasentido era criar uma casa com o nosso nome, em queconseguíssemos alinhar interesses com os clientes.

    Algo que não acontecia no mercado...

    O grande problema é que enquanto um lado, paramaximizar o resultado tem de estar sempre a comprare a vender, o outro tem alguém que quando mais ozer menos lucros vai ter, porque as comissões custamdinheiro. Para nós era fundamental que o modelode negócio fosse sobre o património do cliente. Ouseja, criar uma losoa de valor e orientar os clientespara o médio, longo prazo. As pessoas normalmentegerem o seu dinheiro focadas no curto prazo, numdepósito a prazo, que vão renovando, e muitas vezeso que fazem num bom investimento são capazes de operder em três ou quatro maus. Por isso, o que faziasentido era ter uma casa independente de bancos em

    «O investimentoseguro passapor seleccionar

    activos sólidos»

    O investimento em valor estána génese da criação da Casade Investimentos, em Braga.Esta gestora de patrimónios,que investe essencialmenteem acções, «é a instituiçãoem Portugal com melhoresrentabilidades», arma a co-fundadora e presidente doConselho de Administração,Emília Vieira. Com uma equipa de oito pessoas e pouco maisde 200 clientes, tem como principal foco «criar uma losoade valor e orientar os clientes para o médio, longo prazo».

    O que a levou a criar a Casa de Investimentos em 2010,numa altura em que o País e o mundo atravessavamuma grave crise económica e nanceira?

    Trabalhei cinco anos no Banco Português do Atlântico,z um mestrado em Finanças em Inglaterra, regressei eestive na Bolsa dois anos. Depois acabei por regressar aInglaterra e fui dando aulas por todo o mundo ao sectornanceiro, desde a União de Bancos Suíços, em Londres,Zurique e Nova Iorque, Credit Suisse, Merrill Lynch,Banco de Inglaterra. Ao longo destes anos, vi sempreque no sistema nanceiro estão muito mais preocupados

    PorHelena RuaFotos PedroSimões

    A ABORDAGEM À CRIAÇÃO DE VALO R NÃO PODE PASSAR POROLHAR PARA O MERCADO FINANCEIRO COMO UM JOGO DE SORTE EAZAR. A PRESIDENTE DO CA DA CASA DE INVESTIMENTOS EXPLICA

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    18/148018 Executive Digest FEVEREIRO 2016

    entrevista

    Têm investimentoalocado em algumaempresa do PSI20?Nesta altura temos ainda acções do Banco Português de Investimento (BPI).Quando comprámos zemo-lo porque o vimos com um desconto enorme face aoseu valor contabilístico e achamos que o banco tem uma gestão sensata. Apesarde viver num ambiente muito difícil, economicamente adverso, achámos que amargem de segurança era tão grande – a diferença entre o valor contabilístico é umamedida muito sensata na banca, uma vez que os activos têm grande liquidez – queefectivamente o banco tinha um desconto muito grande. Hoje é nossa opinião que aúltima resolução do Banco de Portugal vem tornar mais difícil a vida das instituiçõesnanceiras em Portugal no que diz respeito ao nanciamento. Ora uma instituiçãonanceira trabalha muitas vezes mais com capitais alheios do que próprios, o que

    signica que num contexto em que o acesso ao capital lhe for encarecido – e osclientes e os institucionais internacionais não gostaram de ver a sua dívida sénior nãoser paga, não gostaram desta resolução – obviamente vai criar diculdades futurasà banca, até porque está também num contexto de taxas de juro muito baixas quese deve manter por tempo prolongado. A economia europeia está ainda numa fasemuito débil de recuperação ao contrário da economia americana, que está já maisavançada e que, embora possa ser lenta, está num contexto de subida de taxas. NaEuropa temos ainda as taxas muito esmagadas, temos a curva de rendimentos domercado alemão negativa até ao sexto ano e isto diz tudo. Temos multinacionaiscomo a Total que emite dívida com um spread de 0,65, acima da Euribor a três mesesque é negativa. E isto também mostra que os investimentos em taxa xa hoje estãoextremamente condicionados e também por isso achamos que os investimentos emacções são hoje muito melhores para uma boa carteira, com boas perspectivas para

    o futuro de crescimento e valorização. Por isso, nesta altura, diria que mesmo esteinvestimento no BPI é um investimento do qual estamos a ponderar sair.

    os accionistas e os clientes e é nisto em que acreditaO dinheiro tem uma importância muito grande na vEstamos ainda a falar de um País com problemas ceiros, onde a Segurança Social se vai retirando cadmais e, por isso, acho que esta ideia de criar valor a pé extraordinária. E temos histórias muito boas conossos clientes. O que o investidor em valor faz é comactivos com um grande desconto face ao seu real va

    Investem essencialmente em acções...

    Investimos essencialmente em acções, embora muitas tenhamos uma parte tão relevante do património de família que nos é pedida uma parte do património malocada em obrigações. Fazemos as duas coisas. Aminha escola é a da taxa xa, a minha tese de mesté na Modelização da Curva de Rendimentos, o trabque z de doutoramento foi na área de Risco de Crépor isso compreendemos muito bem a taxa xa e gira à volta do custo do dinheiro. Hoje, na nossa opio investimento em obrigações não é uma boa alternde rendimento, já que para termos segurança máxtemos rendimento de quase zero.

    A Casa de Investimentos está muito mais vocaciopara acções porque entendemos que são o que cria riqno mundo. Se reparar, grande parte dos investimentotaxa xa, ao longo do tempo, são corroídos pela ina inação retira-lhes o valor. Porquê? Porque quandoinstituição emite uma obrigação a 10 anos, daquanos vai devolver exactamente o mesmo dinheiro e vai pagar uma taxa de 1,5 ou 2 ou 3,5%. É claro quecom risco elevado, então já põe em causa o capital e isto que nós sensibilizamos os investidores. Nós gosté de investir em activos que produzam rendimentos centes ao longo do tempo. Procuramos que nas contanossos clientes haja um conjunto diversicado de acde grandes empresas mundiais, empresas com enor vantagens competitivas que ano a ano conseguem aumos seus lucros, que ano a ano aumentam os dividend

    Pode dar um exemplo?

    Um dos maiores investimentos que zemos nos últiquatro anos foi na Johnson & Johnson, uma empresahá 53 anos consecutivos aumenta o dividendo. Osmos resultados vêm acima do esperado novamente. 18 mil milhões de dólares para ir ao mercado comoutros negócios que agora estão baratos e vão amplisuas vantagens. A Casa de Investimentos o que enté que a solidez está em identicar estas máquinas deriqueza no mundo e comprá-las quando estão barata

    Portanto só investem em empresas sólidas...

    Só investimos em activos sólidos, acções de grempresas mundiais que compramos quando estão

    que temos imenso prazer em tornar os clientes mais ricos.No livro “Investimento em Valor”, traduzido por um dosnossos administradores, e em que escrevo o prefácio,conto como se decidiu isto. Estava em Londres a fazeruma formação com um professor com quem dei aulas 14anos pelo mundo, e ele ofereceu-me um livro do WarrenBuffett, o Buffettology, que já conhecia, mas que ao lerquei a conhecer mais profundamente a forma comogeria os activos e como fazia sentido ser dessa forma. Foia partir daí que o Hugo Roque – co-fundador da Casa deInvestimentos – foi pegando nestes livros, nos vários quedepois fomos comprando, e descobriu muito mais sobrea losoa de investimento em valor e o modelo, o métodode investimento que é consistente e que há mais de oitodécadas prova que cria imensa riqueza. A maior prova oumais conhecida é Warren Buffett, mas há um conjuntode investidores extraordinários que criaram riqueza para

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    19/148EXECUTIVE DIGEST.PT 019

    desconto. Não quer dizer que às vezes não quem durantealgum tempo mais baratas do que o preço pelo qual ascomprámos, porque nunca acertamos no mínimo. Maso segredo é esperar. Costumo dizer que primeiro faz-seuma análise profunda dos activos e depois é disciplinaférrea, só comprar quando está barato e ter paciência paraaguardar os frutos. É por isso que a Casa de Investimentosé a instituição em Portugal com melhores rentabilidades.

    Tem áreas de negócio onde prefere investir, como astecnologias ou o retalho?

    Nós temos presente a diversicação sectorial, mas analisamossobretudo as oportunidades individualmente. Gostamos de

    E estão a considerar alargar este leque a investidoresmais pequenos?

    emos em curso com o processo de licenciamento paraser também gestora de fundos. Quando a Casa de Investimentos conseguir oferecer um fundo de investimentospequena poupança, à abertura de contas individuais, terde ser aumentado o montante mínimo para um valor maielevado. O cliente individual quer faça um reforço de 3 m30 mil ou 50 mil euros na sua conta, esta vai ser ajustade gerida individualmente, e isto também representa umcusto de atenção. A partir do momento em que temos essserviço, temos que oferecer um serviço de primeira classÉ claro que nós não o vamos poder fazer para centenas

    centenas de clientes. Nesta altura temos pouco mais de 20clientes e não iremos alargar muito mais, porque entendemoque depois se perde a qualidade do serviço. Nunca vamquerer pôr em causa a rentabilidade dos nossos clientesNão temos interesse nenhum em ser muito grandes, temointeresse em ser a melhor gestora em Portugal, os melhorgestores de dinheiro em Portugal. Isso acho que já somoSomos mais pequenos, ainda gerimos valores baixos, mtambém é a natureza do investidor português que muita vezes não distingue risco de volatilidade. As acções sde facto, mais voláteis e não quer dizer que tenham marisco do que muitas obrigações ou investimentos. O qupara nós é importante é mostrar esta diferença.

    O que é que considera investimentos seguros?

    O investimento seguro passa por seleccionar activos sólidoA solidez de uma empresa é que transmite a segurançadepois a rentabilidade alcança-se comprando baratoprincípio deve ser comprar um activo sólido barato. H

    ir à pesca num oceano muito grande e gostamos sobretudode muitas características que vemos em empresas ameri-canas. Nós gostamos de empresas europeias e americanas,mas as europeias que são hoje excelentes empresas, muitasdelas não são bons investimentos, não estão com grandedesconto. emos algumas, mas continuamos a encontrarmais valor a um preço mais baixo nos Estados Unidos.

    Quem são os vossos principais clientes? Empresários?

    Sim, são empresários, prossionais liberais, médicos. Esta-mos sicamente em Braga, mas temos clientes um poucopor todo o país e grande parte dos contactos que nos sãofeitos – a Casa de Investimentos não tem comerciais – sãorecomendações dos nossos clientes a familiares ou amigose tem sido esse o nosso crescimento.

    Qual é o montante mínimo para ser cliente da Casade Investimentos?

    São 50 mil euros.

    O segredo éesperar. Costumodizer que primeirofaz-se uma aná-lise profunda dosactivos e depois édisciplina férrea,só comprar quan-do está barato eter paciência paraaguardar os frutos.É por isso que aCasa de Investi-mentos é a insti-tuição em Portugalcom melhoresrentabilidades

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    20/148020 Executive Digest FEVEREIRO 2016

    entrevista

    Ninguém nos ensina como é que devemosgerir o dinheiroe, hoje, a complexidade dos

    produtos que a banca apresenta às pessoas é de talordem que não consigo entender por que é que as

    pessoas põem uma assinatura no escuro.

    Warren Buffetttem uma fraseque é “A primeiraregra é não perderdinheiro e a segun-da é não esquecera primeira”.Este deve ser oprincípio do inves-timento seguro

    pouco tempo escrevi um artigo em que perguntava “Vendiaa sua casa se lhe pagassem menos 30% do que vale? Porque é que o faz nas acções?”. Quando estamos a falar deempresas como a Microsoft, Apple, Google ou Pzer ouJohnson ou Nestlé, estamos a falar de activos que têm umaliquidez tão grande que no dia-a-dia é possível entrar e sairsem perdas. Esta grande liquidez, e a vantagem de poderaproveitá-la e comprar um activo com grande desconto,o investidor não a usa, tem medo. E uma parte do quefazemos é ensinar, é explicar às pessoas. Essa também foia ideia que nos levou a traduzir o livro “Investimento emValor”. Somos pioneiros em Portugal, não há mais nenhu-ma instituição que verdadeiramente o faça: olhar para odinheiro do cliente e não o “atirar” todo para o mercado aomesmo tempo. Este é um investimento gradual que se vaifazendo à medida que se encontrem os tais activos sólidosa desconto de valor. Dito isto, eles vão ter volatilidade, mas

    não quer dizer que sejam mais arriscados. Risco é a pbilidade de perda permanente de capital. Volatilidad variações que por vezes são temporárias. Não vou que o investidor não tem razão para ter medo.Hoje, encontramos empresas extraordinárias a trancionar em múltiplos que não víamos há cinco, seis aHoje, o potencial da nossa carteira de investimentouma valorização de cerca de 80%, o que não sabequanto tempo vai ser necessário para fazermos essesMas mesmo que fosse em quatro ou cinco anos era rentabilidade muito boa. O que procuramos é motivpessoa primeiro para preservar valor. A grande qudo investimento é não perder dinheiro, por isso WarBuffett tem uma frase que é “A primeira regra é não pdinheiro e a segunda é não esquecer a primeira”. Estser o princípio do investimento seguro. O investidoPortugal tem uma história terrível. Há dias víamBloomberg o comportamento do PSI20 nos últimos 15e efectivamente perdeu dois terços do seu valor... Dereceu um conjunto de empresas de grande capitaliza

    Numa conferência na Faculdade de Direito de Lisboa,Jorge Tomé, antigo presidente do Banif, criticoufortemente a actuação do Banco de Portugal e daDGCom relativamente ao processo de resolução doBanif. Partilha da opinião de que o Banco de Portugalneste momento não actua como regulador do mercado?

    Não é fácil resolver a crise grave que temos no sinanceiro, não é fácil para o regulador e não é fápara os governantes. As pessoas devem-se lembrarmuitas vezes, os chamados livros dos bancos nãassim tão fáceis de auditar, de supervisionar. Ditonão foi apenas Portugal que teve um problema ghouve um problema grave em Inglaterra, Irlanda, começou nos EUA. Respondo com algo que me dishá tempos. Visitei um empresário para lhe apresenCasa de Investimentos e abrir uma conta e ele disse“Perdi dinheiro no BPP, e pelos vistos houve crimninguém está preso. Perdi dinheiro no BES e ninguémpreso. Portanto, a senhora não tem qualquer incentivofazer bem ou para não deixar de fazer asneiras, portnão vou abrir a conta. Se as pessoas estivessem peu poderia abrir a conta.” Ninguém nos ensina coque devemos gerir o dinheiro e, hoje, a complexidadprodutos que a banca apresenta às pessoas é de tal orque não consigo entender por que é que as pessoas puma assinatura no escuro. E faz muito mais confusãestarmos num país tão pobre, onde precisávamos tde capital, onde precisávamos de capital estrangO que eu acho que Portugal tem de maior problema demora muito tempo a tomar as resoluções. Os acideacontecem, os problemas acontecem, mas demoraranos, a resolver problemas que se resolviam em mese

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    MIND FULNE

    GOOGLE, NIKE, INTEL, APPLE. OU BPNOVABASE, CETELEM... SIM, SÃO EMPRES

    JÁ OFERECEM SESSÕES DE MINDFULNESEUS COLABORADORES. O LEQUE É CA

    MAIS ALARGADO E OS RESULTADOS JUNORGANIZAÇÕES TENDEM A CONSOLIDA

    É DE ESTRANHAR, POR ISSO, QUE DESDOIS ANOS O FÓRUM DE DAVOS CO

    TODOS OS DIAS COM UMA SESSÃ

    MINDFULNESS. JÁ OUVIU FA

    [[[[[[[[destaque

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    24/148024 Executive Digest FEVEREIRO 2016

    Diogo Rolo defen-de que, em termosde benefícios para

    os colaborado-res, este tipo de

    trabalhos conse-gue melhorias,

    nomeadamente, aonível da atenção e

    da concentração

    [[[[[[[[destaque

    Yourself é agora um programa e uma rede mundialmreconhecidos. Colmatar as práticas seculares de trda mente com a neurociência moderna e a tecnoloajuda as pessoas em organizações a trazer o mem si mesmos, de dentro para fora”, lê-se na páginapresentação do site da instituição.

    Google, General Mills, Nike, Intel, Apple... a licompanhias com programas de Mindfulness é extensa ainda! Objectivo de todas: melhorar o fococolaboradores e a sua criatividade.

    PARA PASSAR OU PARA FICAR?Um pouco por todo o mundo, há de facto várias cpanhias e muitos líderes a abraçar o MindfulnessPortugal, os primeiros passos começam lentameser dados por empresas como o BPI, a EDP ou a Nbase, assim como por escolas de negócios como a Bussiness School.

    «Até as pessoas mais poderosas e bem pagamundo têm percebido os benefícios de investir temcuidar da coisa mais preciosa que temos e que nos de base a praticamente tudo - a nossa mente», decVasco Gaspar, psicólogo de formação e hoje “facilitde diversas organizações portuguesas, alemãs, n-americanas e espanholas.

    Mas por que é que há cada vez mais pessoas a prrar o Mindfulness? «Num mundo cada dia mais rácomplexo e volátil, a pressão está cada vez maior, faz com que seja cada dia seja mais difícil ter uma m

    semelhança de 2015, todosos dias do Fórum EconómicoMundial de Davos começam, este ano, com uma sessão de30 minutos de Mindfulness.Algo que, há uma mia dúziade anos, só com algum es-forço se poderia prever! Sebem que desde 2007 que aGoogle oferece cursos deMindfulness aos colabora-

    dores, em diferentes partes do mundo. E já noano anterior a General Mills tinha começadoa proporcionar cursos do género, na sua sede(assim como sessões de meditação e de yoga).

    O que defende a companhia fundada por Larry Pagee Sergey Brin? Que programas como o “Search InsideYourself” – que foi mesmo desenvolvido dentro da Googlee já “exportado” para outras empresas – promovem a inte-ligência emocional a qual, por sua vez, facilita as relaçõesentre colaboradores. E, logo, melhora a produtividade,a energia no local de trabalho e, no nal, os resultados!

    O “Search Inside Yourself” foi criado em 2007 porChade-Meng an, engenheiro nº 107 da Google. Naturalde Singapura, Chade-Meng Tan – que ganhou váriosprémios de Matemática – era um quadro excepcional(reformou-se da Google recentemente) mas percebeu quetinha baixa inteligência emocional. Foi o próprio quemdeu o primeiro passo para o alterar. Só que aquele quefoi o primeiro passo para Chade-Meng an tornar-se-ia,mais tarde, no primeiro passo para milhares de colabo-radores da Google e, desde 2013, de outras empresas emtodo o mundo (após a criação do Search Inside YourselfLeadership Institutute). “Nascido na Google do sonhode um engenheiro para mudar o mundo, o Search Inside

    O que defende a companhia fundada porLarry Page e Sergey Brin? Que programascomo o “Search Inside Yourself” promovem a

    inteligência emocional, a qual facilita as relações entrecolaboradores. E, logo, melhora a produtividade, a

    energia no local de trabalho e, no final, os resultados!

    À DIOGO ROLO

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    clara, presente e tranquila. Isso afecta a capacidade depensar, tomar decisões, liderar, ser, fazendo com quea procura por práticas como o Mindfulness surjam»,considera Vasco Gaspar, secundado por Gonçalo Perei-ra, director executivo do Centro Upaya em Lisboa: «Aquantidade de informação, a complexidade acrescida eo ritmo de mudança são desaos incontornáveis para,praticamente, todas as organizações. A pressão que da-qui advém afecta todos os quadros mas, de forma maiscontundente, aqueles que se encontram numa posiçãode liderança». E o Mindfulness tem vindo a ser adoptadoprecisamente como uma das melhores estratégias paraatender a estes desaos.

    Se há quem considere que isto não passa de uma ten-dência e que se diluirá como chegou, Gonçalo Pereiracontradiz armando que não é uma moda mas uma«estratégia para responder à necessidade de bem-estarfísico e mental».

    Pergunte-se, então, o que é anal o Mindfulness? Apalavra, em si, e traduzida para Português, signica“atenção plena”. E parece ir em tudo contra o actualritmo de vida e dos negócios. Sim, a ideia é abrandar,respirar e focar no momento. O que pode resultar numamelhoria do trabalho e da forma como este se executa.

    Ou seja, enquanto estratégia de gestão, o que o Min-dfulness consegue é ajudar a que qualquer trabalhador

    – seja ele líder de topo ou não – se torne mais ecaao direccionar o seu foco para determinada tarefa oassunto em particular. Mas há mais...

    DA BANCA E PARA A BANCADiogo Rolo é um dos nomes que se fala quando fala de Mindfulness aplicado às organizações, nmercado português. É licenciado em Economia, teum mestrado em Finanças e trabalhou cerca de seianos em Banca de Investimento, no BPI. Ganhavbem, trabalhava muito e viajava bastante. Até ao dem que notou que o seu nível de atenção e capacidadde resposta estavam abaixo do razoável. Assim compercebeu, também, que tinha que melhorar. Algumasleituras e sessões práticas de meditação mais tarde, os primeiros resultados começam a tornar-se visíveisE Diogo não só decidiu o que queria começar a fazecomo o que queria deixar de fazer. Avançou para ummaior nível de formação, com dois programas diferentes – um de gestão de emoções, o CEB - CultivatinEmotional Balance surgido a pedido de Dalai Lama,que se seguiu, em 2012, o Search Inside Yourself..mais que testado e comprovado na Google!

    Quando se sentiu conante para adaptar conhecimentosà realidade portuguesa, propôs, ao administrador responsável pela sua área no BPI, que o deixasse testá-lo junto de pequenos grupos de colaboradores (20-25). Aprimeira edição aconteceu em Outubro-Novembro de2014, em Lisboa e no Porto. Seguiu-se uma segunem Abril-Maio de 2015 e logo em Outubro-Novembrde 2015. No total, e só no curso que contempla 24 horas, participaram 180 colaboradores da instituição, e ideia, para este ano, é continuar a estender a oferta, quse iniciou na área de I do banco, e levá-la a todos ocolaboradores do BPI.

    Pelo meio, Diogo Rolo criou a sua empresa, a MinRevolution, e estendeu a prática da «gestão de atençãem contexto organizacional» à EDP (inicialmente inseridno programa de formação da companhia e agora alocadao nível de management) e à Porto Business School onestas abordagens estão a ser integradas nos três níveide formação da escola: nos programas de MBA, nos dformação aberta e no segmento de custom education.

    Sabe que Portugal ainda está imberbe, mas não duvidque aquela que é já uma tendência global irá instalar-stambém aqui. Até porque, conforme sublinha, é umresposta ao mundo actual. «Hoje há desaos que há 2anos não havia», diz, lembrando que o trabalho é maintelectual e non stop, com as experiências laboraisserem transportadas para casa. O que resulta em níveide stress mais elevados e numa maior diculdade concentração. «Quantas vezes as pessoas não conseguemler um simples email até ao m», pergunta. Pois, es

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    [[[[[[[[destaque

    zações ainda não ouviu falar do tema. Além de que écrítico q.b. em relação ao panorama português, ondediz começarem a existir uma minoria de empresas que«sentem atracção pelo Mindfulness e que o queremfazer apenas por uma questão de moda ou de estatutomas que depois acabam por fazer grandes asneiras,contratando pessoas sem a mínima qualicação notema». Mas, pelo meio, identica uma pequena franjade empresas que sabe do que se trata e que já procurao tema de uma forma madura, não querendo levar oMindfulness «por moda ou por pensar que vai ser umapanaceia que lhes vai resolver todos os problemas,mas com uma consciência e preocupação real com obem-estar e orescimento dos seus colaboradores».

    Perfeitamente alinhado com Vasco está GonçaloPereira: «Estamos ainda numa fase muito inicial, naqual já há algumas empresas que se destacam porserem “early adopters”. Algumas já com programas deMindfulness bastante extensos tanto na sua duraçãocomo amplitude de implementação, outras, maisfrequentemente, numa fase de primeiro contactoatravés de apresentações e acções pontuais. Nota-seainda uma grande falta de informação quanto à apli-

    Há empresas em Portugal qo tema de uma forma m

    querendo levar o Mindfuln«por moou por pensar que vai ser umvai resolver todos os probleconsciência e preocupação re

    e florescimento dos seus

    é apenas um exemplo de que a pessoa em questão temdiculdade em estar atento!

    A DAR CARTAS LÁ FORACom alguns cursos tirados, muitas horas partilhadas,um livro nas bancas, várias entrevistas em diferentesmedia e sessões em alguns países, Vasco Gaspar édos nomes que se destaca quando se faz uma simplesprocura por Mindfulness em Portugal. Formado emPsicologia, desde há 10 anos que colabora como «facili-tador em diversas organizações em Portugal, Espanha,Alemanha e EUA», nas quais desenvolve três tipos deabordagens: programas de claricação do tema (curtaduração – como é o caso de palestras, workshops deintrodução); programas intensivos (workshops de doisdias presenciais seguidos de quatro a oito semanasonline) e programas de longo prazo (sessões presen-ciais de 1h30 ao longo de nove semanas). «Dentrodessas abordagens tenho também à disposição doisprotocolos de base diferentes: o ZBHD, programadesenvolvido em 2013 e actualmente já realizado porperto de 2.000 pessoas a nível mundial; e o SearchInside Yourself, programa de liderança e inteligênciaemocional baseado em Mindfulness», informa.

    Vasco Gaspar também sabe que Portugal ainda estána primeira infância, ou seja, a maioria das organi-

    Gonçalo Pereiratrabalha há 25anos na área,o que o tornao formador deMindfulness maisexperiente emPortugal. Nos últi-mos 15 anos, temensinado a milha-res de pessoas,no centro Upaya,em Lisboa, eem váriasempresas

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    cabilidade do Mindfulness nas empresas e também deformação qualicada para responder às necessidadesdas mesmas», declara. Por isso, e a partir do centroque gere em Lisboa, procura dar resposta a procuras eassegurar que o caminho percorrido tem as menorescurvas possíveis!

    E se Vasco Gaspar está rendido há vários anos,Gonçalo Pereira trabalha há 25 anos na área, o queo torna o formador de Mindfulness mais experienteem Portugal. Nos últimos 15 anos, tem ensinadoa milhares de pessoas, tanto no centro Upaya, emLisboa, como em várias empresas: Creat IT, PHC,InvestQuest, Cetelem, ACSS (Administração Centraldos Serviços de Saúde), Lisbon MBA (Nova Schoolof Business and Economics), EMCDDA (EuropeanMonitoring Centre for Drugs and Drug Addiction),Jason Associates, BCG e Novabase.

    Agora, o seu projecto mais recente passa por pro-mover a introdução desta abordagem no sistema deensino, em Portugal. Recentemente fundou o InstitutoMIndfulness, uma organização dedicada à investigaçãoe formações Mindfulness para o sector empresarial,educação e saúde.

    Como lembra Gonçalo Pereira, estudos recentesindicam que as pessoas passam 47% do tempo queestão acordadas, distraídas, ou seja, não estão atentasao que estão a fazer. Dados que representam, tanto emtermos organizacionais, como pessoais, um desperdícioenorme de produtividade e de qualidade de vida. «Com

    Uma vida profissional mais equilibrada

    Melhorar o clima organizacional

    O que levou a EDP a proporcionar sessões de Mindfulnessaos seus colaboradores?A EDP, através da Universidade EDP, tem a missão de realizar a Gestão deGrupo EDP, promovendo o desenvolvimento dos saberes que nos diferenciaa coesão cultural do Grupo. No seguimento da promoção do desenvolvimenEDP, a Universidade EDP ajuda a desenvolver competências tanto a nível ppessoal, pois estão interligados e complementam-se. Além desta vertente taestar sempre atualizados e o Mindfullness é uma nova forma de nos desenvconhecermos e gerirmos a nossa vida.Que resultados práticos, até à data? Será para continuar?Será para continuar e como os resultados dos questionários de avaliação datão positivos, incorporámos esta formação no nosso Guia de Soluções FormAlguns dos resultados indicam que: “a formação nesta temática capacita-noprática diária, de ter uma vida prossional, social e familiar mais equilibraduma das ações mais interessantes que tive, tendo cado com bases para fazeno que respeita ao meu bem estar, tanto a nível prossional como privado”;esta formação pela atualidade dos conteúdos, pois é muito importante sermprossionais. No relacionamento, este curso ajuda a conhecermo-nos melhoindivíduos, a treinar a mente equilibrada e a atenção através de exercícios d

    Qual foi a motivação da Direcção de Sistemas de Informação (DSI) do BPpara proporcionar sessões de Mindfulness aos seus colaboradores?Uma das principais preocupações numa área simultaneamente tão crítica, edinâmica como a DSI é a de proporcionar as ferramentas necessárias a garaclima organizacional possível aos seus colaboradores. Os projectos exigenta cumprir, o elevado número de solicitações que ocorrem no nosso ambientexigem aos Colaboradores da DSI uma elevada capacidade de gestão indivo correcto equilíbrio da sua vida prossional, pessoal e familiar (aumento dredução da atenção/foco, redução da produtividade, entre outros).

    Proporcionar a cada colaborador formação especíca para que, sozinho, codesenvolver competências que vão potenciar o equilíbrio nestas três vertentnos levou a apostar claramente na formação de Mindfulness no âmbito de uespecíco a decorrer na Academia DSI.Quantos colaboradores estiveram envolvidos e que resultados práticos?Até à data já realizaram esta formação cerca de 120 colaboradores. Dos inqefectuámos no início, após a formação e no programa de follow-up que realpermite consolidar conceitos e melhorar as práticas, é muito claro o impactteve nas três vertentes já mencionadas (vida prossional, pessoal e familiarmaior nível de resiliência por parte de alguns dos colaboradores, maior cone stress, maior índice de atenção/escuta activa e de uma maneira geral, umaconsciência, resultando para um número signicativo de colaboradores numprodutividade e ecácia. Estas melhorias foram sentidas não só pelos colabtambém pelos coordenadores das equipas ondes estão integrados estes colaO facto desta formação assentar em quatro equilíbrios fundamentais para o (Fisiológico; Atencional; Emocional; Cognitivo), permite que cada um dosadeque a aprendizagem ao longo das oito semanas de formação (uma vez pà sua experiência pessoal e às suas maiores necessidades de desenvolvimencompetências, dando tempo aos colaboradores para, entre sessões, assimilaos conceitos e praticarem. Diria que o sucesso desta formação na DSI é exaexibilidade de ajustar toda a aprendizagem e práticas às necessidades de cque cada colaborador veja todas as suas opções com maior clareza e tome acom uma maior consciência. Vamos continuar a promover esta formação encolaboradores interessados em frequentar.

    Paula Cristina GuerraCOORDENADORA DA ÁREA DE GESTÃO DE TALENTO DA DSI DO BPI

    Susana ManiqueTRAINING MANAGER UEDP DA EDP

    BPI

    EDP

    NOVABASE

  • 8/16/2019 Execut Dig 0216

    28/148028 Executive Digest FEVEREIRO 2016

    [[[[[[[[destaque

    Dados de perto de 500 pesdata, mostram que têm, emum aumento de 15% na sua cestarem “mindful”, 13% em tmental, assim como de confiatermos de florescimento humuma escala que mostra descid

    base no conhecimento quanto à neuro-plasticidadedo cérebro, hoje em dia sabe-se que a maneira comoutilizamos a atenção tem um papel determinante nofuncionamento do cérebro», informa, explicando que,em termos práticos, isso signica que através do treinoda atenção podemos optimizar as nossas capacidadesmentais: «Capacidade de manter o foco de atenção,capacidade de meta-cognição, inteligência emocional,capacidade de auto-regulação e, consequente, bem--estar físico e emocional são alguns dos benefícioscienticamente comprovados ao adoptar a práticade Mindfulness. Em termos organizacionais, nota-seuma relação inegável entre stress e impulsividade nolocal de trabalho. Através do Mindfulness, temos umaestratégia para reduzir o stress e, consequentemente,contribuir para uma cultura de empresa mais empáticae cooperadora».

    Mais ainda, conforme reforça Vasco Gaspar, o Min-dfulness contribui no mundo organizacional não só anível do indivíduo (maior inteligência emocional, capa-cidade de concentração, capacidade de liderança, clarezamental, criatividade e produtividade), mas também anível das equipas (melhor capacidade de comunicaçãoou resolução de conitos) e a nível organizacional(redução do turnover, maior produtividade, menorabsentismo). E Vasco desa mesmo alguns resultadosque permitem aferir o trabalho: «Dados de perto de

    500 pessoas até à data (i.e. muito robustos do pode vista estatístico, com um p

  • 8/16/2019 Execut Dig 0216

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    30/148030 Executive Digest FEVEREIRO 2016

    [[[[[[[[destaque

    Depois disso, tem sido um semnúmero de desenvolvimentos emdiferentes áreas!

    Hoje, vários estudos têm vindoa provar que, após estas práticas,as decisões tomadas têm comobase uma maior informação e osgestores que praticam e promovemMindfulness com as suas equipasconseguem um ambiente de maiorpartilha e envolvimento! Mais ainda,alivia ansiedades e melhora o bem--estar f ísico e emocional, defendemalguns especialistas.

    Em paralelo, há outra motivaçãosubjacente a toda esta tendência.Um estudo avançado pela Organi-

    zação Mundial de Saúde prevê queas empresas norte-americanas ve-nham a ter que pagar qualquer coisacomo 300 mil milhões de dólarespor ano por doenças resultantesdo stress. Fruto da diminuiçãoda produtividade e criatividade,aliado ao aumento do absentismoe rotatividade das equipas.

    Não é de estranhar, por isso, quea partir de colaboradores “sobrecar-regados” de trabalho, o Mindfulnessse tenha estendido um pouco portoda a região de Silicon Valley, comempresas da Fortune 500 a ofereceremaulas de meditação e yoga, a abriremsalas de descanso e a aconselharemalimentação saudável. E, de SiliconValley, para o mundo.

    odo este conjunto alargado deestudos cientícos sobre programase respectivos resultados em con-texto organizacional é que estará aajudar, segundo Diogo Rolo, ao seudesenvolvimento junto de empresase instituições. E Diogo não temqualquer dúvida que, em termos debenefícios para os colaboradores,este tipo de trabalhos conseguemelhorias, nomeadamente, ao ní- vel da atenção e da concentração.«Começam a ter capacidade de

    direccionar a atenção e estabiliem determinado objecto. A atencomeça a tornar-se mais estávo que se traduz em melhoriasnível da produtividade. A memcomeça a ser mais treinada, pmitindo reter mais informaçConsegue-se uma melhoriaqualidade do sono e a sua regurização, assim como da gestãoemoções e uma redução dos nívde ansiedade», vai enumeranDiogo Rolo, sem deixar tambde lembrar: «Quando a mente emais estável, consegue-se ncom maior naturalidade os insigque surgem mais facilmente, pque se consegue aumentar a tde criatividade».

    Sendo este um trabalho individe a organização feita de um conjude indivíduos, no nal, a emprou instituição acaba por reectiresultados conquistados por esmesmos colaboradores.

    Quanto às abordagens, emessas podem ser muito diferentcom programas distintos, pelo os resultados também divergiem função do trabalho realizapara gestão do stress ou para trede atenção, por exemplo.

    O Serviço Nacional de Sabritânico recomenda-o como forde combater o stress. No parmento inglês, mais de 80 pessparticiparam numa acção de Mdfulness. E, em Portugal, GonPereira está a começar a levàs escolas. Porque, como diz, mesma forma que, hoje em diinquestionável que precisamosexercitar o corpo para nos mtermos saudáveis, começa aincontornável termos que treinamente para nos mantermos são

    O NOVO YOGA?Há quem defenda que o Mindfness está rapidamente a seguirpassos do Yoga e a tornar-se uindústria de milhões. Sendo qpara além da meditação, há ou

    «Até as pessoasmais poderosase bem pagas domundo têm perce-

    bido os benefíciosde investir tempoa cuidar da coisamais preciosa quetemos e que nosserve de base apraticamente tudo- a nossa mente»,declara VascoGaspar, que já ti-rou um curso comChade-Meng Tan

    CHADE-MENG TAN E VASCO GASPAR

    O QUE SE CONSEGUE?Alguns estudos têm vindo amostrar que a meditação:

    R Desenvolve ou melhora acapacidade de resiliência;

    R Aumenta a inteligência emocional;R Aumenta os níveis de criatividade;R Melhora as relações, seja laborais

    ou pessoais;R Ajuda a manter o foco

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    formas em prática no mundo dosnegócios, incluindo o conceito deter uma mentalidade aberta e evi-tar a arrogância complacente quenasce da «ilusão da certeza», comoEllen Langer lhe chama. Langer tem67 anos e foi a primeira mulher aconseguir um cargo no departa-mento de Psicologia de Harvard.Já realizou dezenas de estudos dealteração de contexto – envolvendosituações tão diversicadas comodoenças, criatividade individual,inovação organizacional, gestãode incapacidade e vício - e todossão comuns num ponto: cultivaro “Mindfulness” pode mudar anossa vida.

    O escritor Bruce Grierson, noperl que escreveu sobre EllenLanger em 2014 para a “New York

    imes Magazine”, descreveu a sua

    forma de “Mindfulness” como otrabalho para «perceber as altera-ções à nossa volta, das diferençasna face do cônjuge à variabilidadedos sintomas de asma». Esta abor-dagem vai, obviamente, contra aaltamente focada da liderança, aqual prevalece em muitas empresas.O que Ellen Langer argumenta éque as distracções, sempre quesão abordadas com a mentalidadecerta, podem transformar-se emfontes de oportunidade.

    «O Mindfulness faz parte de umarevolução que se está a passar anível da saúde pública mundial. Ouseja, de um paradigma emergentede que é tão importante cultivar etratar da mente como é cultivar etratar do corpo, e aqui não é só oMindfulness que entra, mas tam-bém o próprio yoga, o desporto, a

    qualidade do sono, a alimentação,o que consumimos nos media... Épor aí, creio, que caminharemos»considera Vasco Gaspar.

    Estará Portugal a começar a iniciaresse mesmo caminho?

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    MAINSTREAM JUNTO DEEMPRESAS TÃO DISTINTASCOMO A GOOGLE OU A AETNA

    O Serviço Nade Saúde britrecomenda oMindfulnesscomo forma combater o s.Em Portugal, GPereira está a ca levá-lo às esc

  • 8/16/2019 Execut Dig 0216

    32/148032 Executive Digest FEVEREIRO 2016

    OS ÚLTIMOS ANOS, COM A ACENTUADACOMPLEXIFICAÇÃO DA VIDA SOCIAL E DA VIDAEMPRESARIAL, O INCREMENTO EXPONENCIAL DACONCORRÊNCIA E AS CONSEQUENTES PRESSÕESPARA OS AUMENTOS DA COMPETITIVIDADE, ASEMPRESAS TÊM VINDO A PRESTAR CADA VEZ MAISATENÇÃO À NECESSIDADE DE TIRAR O MAIOR PARTIDOPOSSÍVEL DA SUA “CADEIA DE VALOR”, GERINDOTODOS OS SEUS RECURSOS COM MAIOR PARCIMÓNIA

    E RIGOR, ATRAVÉS DE POLÍTICAS ORIENTADASNUMA CLARA PERSPETIVA DE “LESS IS MORE”, OUSEJA, MENOS RECURSOS E MAIS PRODUTIVIDADE.

    [[[[[[[[destaque

    esta linha, as empresas têmvindo a interessar-se pormodelos e perspectivas deintervenção que, de formaexplícita e concreta, visamconseguir que os seus co-laboradores desenvolvamo seu máximo potencial,mudem ou melhorem osseus comportamentos ealcancem maiores níveis de

    produtividade e de rendimento no exercíciodas respectivas actividades.

    É neste contexto que o coaching, enquanto modalidadede intervenção especicamente orientada para a mu-dança de comportamentos e competências, tem vindoa registar um crescente desenvolvimento e notoriedade,a ponto de, em muitas organizações, ser hoje o tipode dispositivo de mudança pessoal mais valorizadoe extensivamente aplicado às funções de topo e aosquadros intermédios.

    Da combinação das inúmeras denições propostaspelas diferentes escolas e correntes neste domínio, po-demos denir o coaching como um processo de ajudaindividualizado que visa “libertar o talento e o potencialdas pessoas, maximizando a ecácia das suas actividadesatravés da execução de um plano de acção acordado”.

    Consoante os contextos e os referenciais actualmenteaplicados, o coaching pode dirigir-se a uma só pessoa

    (executive coaching, performance coaching, lifeching, entre outras modalidades) a uma equipa (tcoaching) ou, conforme metodologias e modelos recentes, à própria organização como um todo, atrda construção e expansão de uma “cultura de coach

    Do ponto de vista metodológico, consiste num pcesso que se desenrola em torno do relacionamprossional coach/coachee, que se destina a ajud“transportar” o coachee (daí a designação originaremete para uma pequena aldeia húngara, denomda Kocs, cujos habitantes ganharam fama de sbons construtores e condutores do tipo de carruagque conhecemos como “coches”) de um estado ac

    N

    COACHING PARAEXECUTIVOS

    Mário CeitilCOORDENADOR DA ESCOLADE COACHING EXECUTIVO

    DA CEGOC

  • 8/16/2019 Execut Dig 0216

    33/148EXECUTIVE DIGEST.PT 033

    percebido a um outro estado desejado que, na suaperspectiva (do coachee), seja percebido como umamelhoria, tanto no domínio pessoal como na esfera daactividade prossional.

    A popularização e a rápida expansão do coaching,para além do efeito “moda” que é sempre de considerarnos domínios da gestão e do desenvolvimento pessoal,deve-se igualmente ao facto de, em vários estudos que vêm citados na vasta literatura que hoje existe sobre amatéria, ser evidenciado que as intervenções de coa-ching apresentam um maior retorno na mudança decomportamentos e competências do que outros tipos deintervenções como, por exemplo, as mais “tradicionais”sessões de formação presencial em grupo.

    Esta maior ecácia pode ser explicada, em parte, pelapotencial maior motivação do coachee neste processo,porque se sente mais à vontade a falar de si, dos seusmodos próprios de pensar, de sentir e de agir, quandoestá sozinho com o coach, do que numa sala com outraspessoas que ou não conhece, (nos casos da formaçãointer), ou conhece “demasiado” bem (nas formaçõesintra) e onde sobrevêm resistências e inibições váriasresultantes dos receios de “parecer mal” ou “perder a face” junto dos seus pares. Para além deste importante factor,associado à “coachabilidade” do coachee, evidenciadaatravés de um conjunto de características especícas dapessoa em causa, as técnicas de coaching alicerçam-seem estudos, modelos e metodologias sobre aprendi-zagem e mudança comportamental, que assentam emprincípios extremamente importantes para o êxito (ounão) destes processos.

    Passamos a referir três dos princípios que conside-ramos mais importantes

    CADA PESSOA SABE SEMPRE MAIS DO QUE AQUILO QUE APLICANA SUA VIDADe acordo com este princípio, cada um de nós tem emsi incorporado um conjunto vasto de conhecimentosque, todavia, não são completa e ecazmente utilizados.

    A nalidade do processo de coaching não consiste,portanto, em adicionar novos conhecimentos, mas simdesenvolver mais plena e integralmente o potencial deconhecimento e de capacidades que a pessoa tem, comoesteio da sua experiência de vida.

    CADA PESSOA É O PRINCIPAL RESPONSÁVEL PELA SUA PRÓPRIAMUDANÇA PESSOALO coach não é uma espécie de demiurgo ou fabricantede soluções “pronto-a-vestir. O papel do coach é, atravésda técnica de questionamento, ajudar o coachee a terum maior self-awarenees , ter uma maior consciênciados seus modos de representação da realidade e aassumir a responsabilidade por ser o primeiro autor

    de tudo aquilo que lhe acontece. Por essa razão, a“agenda” do processo de coaching é sempre determi-nada pelo coachee

    A CONFIDENCIALIDADE E A ÉTICA CONSTITUEM REGRAS FUN-DAMENTAIS PARA O PROCESSOMesmo nos processos de Coaching Executivo em queo pedido de intervenção é feito não pelo coachee direc-tamente, mas pelo sponsor (DG, director de RecursosHumanos ou outro) a condencialidade é totalmentegarantida, só passando a informação que o própriocoachee entender prestar e a quem entender prestá-la.

    No contexto das práticas de coaching, os processosde Coaching Executivo são, actualmente, os mais co-nhecidos e os mais generalizados nas intervenções em

    contexto organizacional. Embora os processos de coa-ching para indivíduos (não considerando o Coaching deEquipas e o Coaching para organizações) sigam passosmetodológicos semelhantes, os vários tipos de coachingapresentam algumas especicidades, de acordo com ocontexto em que são aplicados.

    Assim, o Coaching Executivo adopta esta designaçãopelo facto de incidir directamente sobre “executivos”,pessoas que têm autoridade e responsabilidade de ges-tão numa organização e tem o seu foco na “pessoa” doexecutivo, do “quem”, e no signicado que essa pessoaatribui à sua experiência do mundo e, mais particular-mente, do contexto organizacional em que se insere.

    A nalidade deste tipo coaching, e de acordo com osreferenciais que são utilizados na nossa Escola de CoachingExecutivo, centra-se em “dar um sentido ao crescimentodo indivíduo, de maneira a que ele possa realizar commaior ecácia, as suas missões organizacionais.”

    Sendo, portanto, uma intervenção directa sobre apessoa, o Coaching Executivo serve em simultâneoos objectivos organizacionais porque consubstanciauma modalidade de intervenção onde o progresso eo sentimento de bem-estar das pessoas se constituemcomo verdadeiros alicerces do sucesso e da perenidadedas organizações.

    A popularização e a rápidaexpansão do coaching, para além doefeito “moda”, deve-se igualmde, em vários estudos ser evideapresenta um maior retorno na de comportamentos e competên

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    ESPECIAL CONTEÚDOS DA REVISTA

    Um dos documentos mais interessantes da era dainformação foi colocado na internet há 11 anos, como parte da oferta pública inicial da Google. Essedocumento, assinado pelos fundadores Larry Pagee Sergey Brin, revelava um profundo entusiasmopela inovação tecnológica e uma desconfiança emrelação a Wall Street. Page e Brin sugeriam queseria possível equilibrar os riscos com a noção deresponsabilidade fiduciária. Iriam implementar

    «uma estrutura empresarial concebida para proteger a ca-pacidade de inovar da Google».

    O QUE SERÁ AALPHABETQUANDOCRESCER?

    PorJonGertner

    PARA MUDAR REALMENTE O MUNDO, A HOLDINGDA GOOGLE PRECISARÁ DE ALGO QUE FALTOU AMUITOS OUTROS LABORATÓRIOS INDUSTRIAIS:UMA ESTRATÉGIA DE COMERCIALIZAÇÃO EFICAZ

    Acima de tudo, a Google não seriauma empresa com o objectivo únicode obter lucros e expandir quota demercado – em vez disso, aspiraria a«desenvolver serviços que melhoremsignicativamente as vidas das pes-soas». Page avisou: «Os investidoresfazem aqui uma aposta a longoprazo potencialmente arriscada,principalmente eu e Sergey.»

    De acordo com quase todas asmétricas – lucros, crescimento,branding, produtos, colaboradores– as coisas correram bastante bem,ainda que seja discutível até queponto é que o AdWords, o produtopor detrás da enorme riqueza daGoogle, melhorou assim tanto a vida das pessoas . Mas, em todo ocaso, a Google já não existe. Quer

    Cibersegurança, manipulação gou cidades interligadas são algutendências futuras. Mas há empe cidades que já as adoptarame as estão a testar.

    VISLUMBRES DO

    [[]039

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    36/148036 Executive Digest FEVEREIRO 2016

    dizer, o nome Google ainda vive,mas como parte de uma holdingconhecida como Alphabet, anun-ciada por Page após o fecho dosmercados nanceiros dos EstadosUnidos da América, no dia 10 deAgosto. Na reorganização, as partesrentáveis do império Google – onegócio de procura na internet eda publicidade, juntamente com oYou ube e o Google Maps – carãonum sector da empresa a que osanalistas nanceiros chamaram de“núcleo Google”. O resto do conglo-merado de Page e Brin, incluindoo laboratório de Investigação eDesenvolvimento conhecido comoGoogle X, a sua estreia na área dasciências da vida e do prolongamentoda vida, e o Nest Labs, a divisão deprodutos para o lar – por outraspalavras, todas as partes do vastoimpério que não fazem dinheiro– irão ganhar mais autonomia.

    Podemos interpretar a reorga-nização em termos puramentenanceiros – como uma jogadaprática feita para dar a Wall Streetmais clareza em relação aos lucrosdo núcleo Google e dos investimen-tos feitos em empreendimentosmais especulativos, como o X, quedesenvolveu um automóvel inde-pendente e balões de alta altitudeque oferecem acesso à internet. Pagereconheceu a validade desta visão aoanunciar a Alphabet, notando que areformulação tornaria a sua empresa«mais simples e mais responsável».Para lá do resultado nanceiro,porém, surge uma questão maisinteressante: será que a Alphabet vai demonstrar uma nova via pro-dutiva para a inovação industrial?

    A história dos Bell Labs, funda-dos em 1925 como um laboratóriode pesquisa da AT&T durante aera (1913-1984) em que a AT&Taproveitou o monopólio no serviçotelefónico dos EUA, pode ajudar aresponder a essa questão – e revelaros desaos que a Alphabet enfren-tará. Os Bell Labs criaram muitas

    na área da Física vendendo servde telefone.

    Mesmo assim, é importanteem mente que, apesar de muitareputação dos Bell Labs se banas inovações do seu departamede pesquisa, o seu departamentodesenvolvimento, menos fascinte mas consideravelmente mafez muito do trabalho heróicoorganização. John Pierce, um gestores de investigação dos Labs, armou uma vez que a estruda organização reectia o factoque «desenvolver uma ideia excalculo eu, 14 vezes mais esfdo que tê-la». É uma informapertinente, nascida das décadasexperiência de Pierce. Criar um pduto funcional a partir de uma idinovadora – como o transístor, pexemplo – exigiu não só um esfoextraordinário, como também uquantidade incrível de tempo.

    É crucial fazer-se outra distinOs Bell Labs focaram os seus esfo

    AS PARTES RENTÁVEISDO IMPÉRIO GOOGLE:

    O NEGÓCIO DE PROCURANA INTERNET E

    DA PUBLICIDADE,JUNTAMENTE COMO YOUTUBE E OGOOGLE MAPS

    R Ficarão num sectorda empresa a que osanalistas nanceiroschamaram de “núcleo

    Google”. O restodo conglomeradode Page e Brin,

    incluindo o laboratóriode Investigação eDesenvolvimentoconhecido comoGoogle X, a sua

    estreia na área dasciências da vida e doprolongamento da

    vida, e o Nest Labs,a divisão de produtospara o lar – por outras

    palavras, todas aspartes do vasto

    império que não fazemdinheiro – irão ganhar

    mais autonomia.

    tecnologias fundamentais da era dainformação, incluindo o transístor,os primeiros lasers, os satélites decomunicação e o sistema operativoUNIX. Representa o melhor exemplodo que uma organização inovadora etecnológica pode conseguir. Não eraapenas o laboratório industrial maisimportante do país; esteve, durantedécadas, entre as instituições maiselitistas do mundo no que toca apesquisas na área da Matemática,Física e Ciência dos Materiais. Foitambém onde surgiu, pela primeira vez, o estudo formalizado da acústica,dos semicondutores e das comuni-cações celulares.

    Há muitos admiradores e cola-boradores dos Bell Labs a trabalharna Google. E, quase de certeza, adisponibilidade da Google parair para além dos limites e apoiarprojectos durante bastante tempopermite-nos a analogia mais próxi-ma aos Bell Labs da era moderna.Anal de contas, a Google tambémé mais ou menos um monopólio, eestá a custear as suas pesquisas como negócio mundano do AdWords,tal como a A & custeou algumasdas pesquisas mais impressionantes

    As partes rentáveis do império Gcarão num sector da emp

    a que os analistas nancechamaram de “núcleo Go

    GOOGLEREORGANIZADA

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    APOIO:

    EXECUTIVE DIGEST.PT 037

    à frustração após o seu trabalhona área da supercondutividade tersido considerado irrelevante paraas investigações nas comunicações.Duvidamos que o mesmo aconteçana Google (ou na Alphabet). De facto,ao longo dos anos, a Google custeouconsistente e intencionalmentetrabalhos de I&D dispendiosos quenão estão relacionados com o seunegócio principal, o que pode ser o

    talentosos), deixam que esta sejasubsidiada por empreendimentosmais lucrativos.

    Mas no que toca à maior ambiçãoaqui, criar rapidamente um conjuntode inovações que mudem drasti-camente a forma como vivemose trabalhamos, as perspectivas desucesso parecem dúbias, no mínimoA divisão Calico da Alphabet, quese concentra em projectos de pro-

    de I&D em ideias relacionadas comcomunicações – a única forma de justicar o trabalho custeado pelaempresa-mãe, a AT&T. Era umadirectiva sucientemente abran-gente que permitia todos os tiposde trabalho periférico na área daQuímica Física, e até na Astronomia.Havia espaço para a exibilidade,principalmente no departamentode Matemática: antes de chegarao MIT, Claude Shannon, cujasteorias sobre informação criarama base das comunicações digitaisecientes, chegou a gastar dias in-teiros a trabalhar com programas dexadrez computorizados e aparelhosautomatizados. Contudo, as políticasforam sucientemente rígidas paralevar à saída de um dos f ísicos maisbrilhantes do século XX, John Bar-deen, co-inventor do transístor, quesaiu dos Bell Labs em parte graças

    perspectivas futuras da Alphabet vale a pena denir com mais preci-são o que signica sucesso. Parecerazoável pensar que as áreas maismaduras da Alphabet – como oYouTube e o Nest, ambas aquisi-ções – podem tornar-se motores decrescimento que complementam osenormes lucros gerados pelo negóciode publicidade da Google. Parecigualmente plausível que algunsdos investimentos da Google emempresas jovens e focadas nas informações podem transformar-se nalgoincrivelmente rentável. Entretanto,devemos lembrar-nos de que Page eBrin por vezes contentam-se em teruma abordagem de portefólio paraa I&D; se uma das suas ideias novatem poucos lucros mas um grandeimpacto (avaliado pelo número deutilizadores, por exemplo, ou pelasua capacidade de atrair engenheiros

    mais aspecto mais extraordinárioda gestão de Page e Brin.

    Ao longo das últimas décadas,a capacidade de Wall Street pararecompensar mentalidades a curtoprazo e de risco baixo prejudicouos laboratórios de pesquisa, queeram formidáveis, de empresascomo a IBM e afastou quase todasas grandes empresas tecnológicasnorte-americanas de investigaçõesmais básicas e ambiciosas. A Googleencontrou até agora um modelo quelhe permite mais exibilidade doque as suas concorrentes. Existemduas razões para tal. A primeira é arentabilidade insana do negócio depublicidade da Google. A segunda é odesejo extraordinário – alguns dirãoaté ingénuo – de gastar dinheiro emideias novas e arriscadas.

    As suas posses dão-lhes esse di-reito. Mas ao olharmos para as

    A Google encontrou até agoraum modelo que lhe permite mais flexibilidade do que as suasconcorrentes: a rentabilidade insanado negócio de publicidade da Googlee o desejo extraordinário de gastardinheiro em ideias novas e arriscadas

    Parece razoá-vel pensar queas áreas maismaduras daAlphabet – como oYouTube e o Nest,ambas aquisições– podem tornar--se motores decrescimento quecomplementamos enormes lucrosgerados pelonegócio de publi-cidade da Google

    A HISTÓRIASUGERE...QUE ORGANIZAR

    ESFORÇOS COMPLEXOS

    E INOVADORES À VOLTADE TECNOLOGIAS EMPARTICULAR (COMUNI-CAÇÕES NO CASO DOSBELL LABS) É MAISDO QUE UM ACTO DE

    CONVENIÊNCIA.

    Aumenta asprobabilidades desucesso, porque odesenvolvimentode conhecimentos

    reforça as pesquisas,e os conhecimentosde produção ajudamao desenvolvimentotecnológico contínuo

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    38/148038 Executive Digest FEVEREIRO 2016

    Se a Alphabet quer ter sucesso a satisfazer asgrandes ambições de Page e Brin, terá de descobrira peça do puzzle da inovação que acabou por escapar aos Bell

    Labs e ao PARC. Como se comercializam avanços que nrelacionados com o negócio base da empresa?

    longamento de vida, por exemplo,apesar de estar cheia de talentos,é um completo tiro no escuro,como o são muitos dos projectosda Google X. Além disso a Calico,que procura compreender melhoro processo de envelhecimento, nãoparece encaixar na empresa maior,excepto no facto de aproveitar oslucros da Google e o mecenato, qualMédicis, de Page e Brin.

    A história sugere que organizaresforços complexos e inovadores à volta de tecnologias em particular(comunicações no caso dos Bell Labs)é mais do que um acto de conveni-ência. Aumenta as probabilidadesde sucesso, porque o desenvolvi-mento de conhecimentos reforçaas pesquisas, e os conhecimentosde produção ajudam ao desen