exercícios português...se há algum tempo a medicina tinha como grandes concorrentes os...
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Exercícios
Português
Período 2009 – 2017
Exercícios de Português
Sumário
Português ................................................................................................................................................ 3
Gabarito .............................................................................................................................................. 188
Exercícios de Português
Português
Questão 1: AOCP - Moto (Pref JF)/Pref JF/Veículo Leve I/2016
Assunto: Fatos da Língua Portuguesa (porque, por que, porquê e por quê; onde, aonde e
donde; há e a, etc)
Na realidade, seus amigos não gostam de você,
diz a ciência
Sabe da última? As pessoas que você acha que são suas amigas provavelmente não são.
Na verdade, de um modo geral, você é terrível em julgar a forma como as outras pessoas
se sentem sobre você.
Esta conclusão otimista e iluminada saiu de um estudo publicado na PLOS ONE, que
descobriu que quase metade das pessoas que pensamos ser nossos amigos não
compartilham do sentimento.
Cientistas da Tel Aviv University trabalharam com pesquisadores do Massachusetts
Institute of Technology para avaliar o que 84 alunos de graduação israelenses pensam
sobre seus colegas em uma escala de zero a cinco. Um zero significaria algo como “não
conheço essa pessoa”, um três significava “amigo” e um cinco seria “um dos melhores
amigos”.
Os pesquisadores também perguntaram aos alunos como eles achavam que seus amigos
iriam avaliá-los. Apenas metade dos alunos que acharam que suas classificações sobre seus
amigos seriam igualmente retribuídas estavam certos. 47% das classificações de amizade
foram unilaterais, com um aluno classificando outro como amigo, mas não sendo
classificado da mesma forma.
“A maioria das pessoas está errada sobre metade dos seus relacionamentos”, disse o Dr.
Erez Shmueli, um dos autores do estudo, em uma entrevista por telefone. “Somos muito
ruins em julgar os tipos de relacionamentos que temos”. Isso é lamentável, já que esta
habilidade é crucial para determinar nossa própria influência social.
Dito isso, os pesquisadores descobriram alguns fatores que poderiam ajudar a prever se
duas pessoas selecionariam um ao outro como amigos. Um dos fatores era o tamanho do
círculo social de ambos e o outro, o número aproximado de amigos. Uma pessoa com
Exercícios de Português
poucos amigos, por exemplo tinha uma maior probabilidade de sentir uma conexão
unilateral com alguém que tem muitos amigos, o que parece bastante intuitivo.
Então, se os fatores que determinam nossas amizades parecem tão óbvios, por que
erramos tanto em nossos julgamentos? Os pesquisadores acham que o ego é um ponto
cego que nos impede de reconhecer quando as amizades são mútuas ou unilaterais.
“Se você considera alguém como amigo, você automaticamente espera que a pessoa sinta
o mesmo”, disse Shmueli. Ou, como foi dito na pesquisa, “uma amizade não recíproca
desafia a autoimagem”.
Então, basicamente, se você quer ter bons resultados na hora de saber quem são seus
amigos verdadeiros, é melhor superar o ego e encarar a realidade de seus relacionamentos
de forma honesta. “Em nossa vida diária, como indivíduos, podemos tentar entender os
tipos de relacionamentos que temos de fato”, disse Shmueli. “Em quem podemos
realmente confiar?”.
Disponível em: https://br.noticias.yahoo.com/na-realidade-seus-amigos-n%C3%A3o-
gostam-de-voc%C3%AA-diz-081853584.html?-nhp=1. Acesso em 10 mai. 2016.
Em relação ao uso dos porquês, assinale a alternativa correta.
a) Você não vem porque?
b) Você não vem por que?
c) Por quê você não vem?
d) Você não vem por quê?
e) Você não vem porquê?
Questão 2: AOCP - Moto (Pref JF)/Pref JF/Veículo Pesado I/2016
Assunto: Fatos da Língua Portuguesa (porque, por que, porquê e por quê; onde, aonde e
donde; há e a, etc)
A internet pode ser mais estressante do que você imagina
Maribel Barros
Exercícios de Português
Você anda estressado? Se a resposta para esta pergunta for sim, é possível que seu tempo
na internet seja parcialmente responsável por isso, de acordo com um relatório da empresa
Ericsson.
A cada dia, estamos mais conectados à internet, graças aos dispositivos móveis e todas as
facilidades tecnológicas, mas poucos de nós percebem que isso pode ser uma poderosa
fonte de estresse. Mas você sabia que o simples fato de carregar um vídeo aumenta a sua
frequência cardíaca em até 38%?
Para chegar a esta conclusão, estudamos a atividade cerebral, a movimentação ocular e a
pulsação de 30 voluntários na Dinamarca e determinamos como eles reagem a uma baixa
velocidade de carregamento na internet. Todos eles receberam um dispositivo para assistir
um vídeo na internet e foram divididos pelo tempo de carregamento de cada conexão.
O primeiro grupo não teve tempo de espera. O nível de estresse registrado foi de 13
pontos, considerado o valor base para futuras comparações.
O segundo grupo, que sofreu um atraso de dois segundos, registrou 16 pontos na escala
de tensão, um aumento de 23%. O terceiro grupo, cuja conexão demorava até 6 segundos
para carregar o vídeo, registrou um nível de estresse de 19 pontos, o equivalente a um
aumento de 46%.
Além disso, eles notaram que, em média, os batimentos cardíacos dos participantes
aumentaram em 38%.
Como se deu esta comparação?
Para nos dar uma maneira de comparar o estresse gerado por carregar um vídeo em uma
internet lenta, gestores indicaram marcadores de estresse em várias outras atividades.
É correto afirmar, por exemplo, que o estresse causado por esta atividade é maior do que:
• Esperar na fila do supermercado.
• Assistir a um programa melodramático de televisão.
• Estar à beira de um precipício (literalmente).
Exercícios de Português
• Assistir a um filme de terror.
Aparentemente, o estresse de esperar um vídeo carregar é igual ao gerado para resolver
um problema de matemática.
Embora os resultados sejam interessantes, devem ser encarados com certa desconfiança,
já que a Ericsson continua a ser uma empresa envolvida no negócio das conexões de
internet e a amostragem não foi muito significativa. No entanto, há de se considerar que
este estudo se baseou apenas no estresse gerado por carregar um vídeo e não em outros
elementos, como participar de redes sociais, mensagens instantâneas, mapas, GPS e várias
outras atividades estressantes disponíveis na internet.
[...]
“Viver um momento estressante não é o mesmo que viver sob estresse. A primeira situação
é normal, inesperada e gerada pelo ambiente, enquanto a segunda é tóxica, gerada e
procurada por nós mesmos, pois se tornou um hábito que nos impede de viver de outra
forma”. Bernardo Stamateas.
Disponível em: https://br.vida-estilo.yahoo.com/post/144190143264/a-internet-pode-ser-
mais-estressante-do-que-voc%C3%AA. Acesso em: 10 mai. 2016.
Assinale a alternativa em que a palavra destacada foi utilizada corretamente.
a) Nossa, como você tem um coração mal!
b) Mau saí e você já me pediu para voltar?
c) Fiquei feliz ao saber que você não é um rapaz mau.
d) Ele está muito mau de saúde.
e) Não me leve a mau, mas esta sua roupa não está legal.
Questão 3: AOCP - Fisc PM (Pref JF)/Pref JF/2016
Assunto: Acentuação
Médico x “Dr. Google”
Exercícios de Português
Não bastassem os alertas feitos durante as consultas, os meios de comunicação de massa
estão sempre publicando reportagens e entrevistas com médicos sobre os riscos da
automedicação. Se há algum tempo a Medicina tinha como grandes concorrentes os
autodidatas e as crendices populares, com suas receitas infalíveis para todo tipo de
doença, hoje o quadro ficou ainda mais grave. Com as infinitas informações veiculadas pela
Internet, um certo senhor virtual armou-se de estetoscópio, colocou o jaleco e está
disponível 24 horas para atender e diagnosticar os sintomas de pacientes desesperados em
busca de alívio e cura para seus males. [...]
Os benefícios da Internet são inegáveis, mas nada substitui o relacionamento direto. O
médico precisa ver o paciente e se este hoje já entra no consultório com uma série de
informações que antes não tinha, o profissional deve estar pronto para dialogar e apontar
os caminhos corretos. Não basta fazer críticas à Internet. Para a pesquisadora da
Universidade de São Paulo, Wilma Madeira, o conhecimento adquirido na rede pode fazer
com que o paciente questione melhor os “médicos reais”, pois terá acesso e compreenderá
o significado de termos técnicos e de protocolos de atendimento. “Se não entendo o
especialista, como posso questioná-lo?”, ela pergunta, destacando que poderá haver uma
melhora na relação médico-paciente: “Se o médico entende dúvidas e angústias do
paciente, poderá diagnosticá-lo melhor”.
Mas não é a Internet quem deve fazer o diagnóstico e a prescrição dos remédios. Imaginem
se o cidadão, leigo e com problema cardíaco, for interpretar determinado exame pela
Internet. Ali poderá deduzir que sua doença é tal e que até corre o risco de uma morte
súbita. Como a tendência é quase sempre valorizar o pior, com certeza terá seus
batimentos cardíacos acelerados sobremaneira. Por isto, para evitar alardes, melhor ir
diretamente ao médico. [...]
(Fonte: https://prodoctor.net/blog/2015/08/medico-x-drgoogle/)
Assinale a alternativa cuja palavra apresenta a mesma regra de acentuação gráfica da
palavra “médico”.
a) Automedicação.
b) Estetoscópio.
c) Alívio.
d) Súbita.
e) Remédios.
Exercícios de Português
Questão 4: AOCP - AnaLM (CM Salvador)/CM Salvador/Taquigrafia/2011
Assunto: Acentuação
A questão baseia no texto apresentado abaixo.
Composto da mostarda pode ajudar no combate ao câncer de bexiga
Substância também está presente na raiz-forte comum e na japonesa.
O efeito foi descrito por cientistas na publicação 'Carcinogenesis'.
Plantas como a mostarda, a raiz-forte comum e a versão japonesa - que dá origem ao
tempero wasabi, típico na culinária oriental - podem ter propriedades anticâncer, segundo
um estudo publicado na publicação científica "Carcinogenesis", da Universidade de
Oxford, na Grã-Bretanha.
Os autores, ligados a institutos de pesquisa sobre o câncer nos Estados Unidos, sugerem
que uma substância presente nesses vegetais, conhecida como isotiocianato de alila -
composto responsável pelo sabor forte desses vegetais -, pode ajudar no combate ao
câncer de bexiga. Durante o estudo, feito em ratos, os cientistas notaram que o avanço da
doença foi interrompido em 30% dos casos e a contaminação de outros órgãos por células
cancerígenas (metástase) foi completamente impedida em todas as cobaias.
Plantas normalmente utilizam o isotiocianato de alila como uma arma para combater
ameaças como insetos herbívoros. Na pesquisa, os ratos foram alimentados com pó de
semente de mostarda. O tratamento durou três semanas. Os roedores com a dieta especial
foram comparados com um grupo controle - que não recebeu nenhuma comida especial
para combater o câncer.
Apesar do trabalho não ser conclusivo sobre a aplicação direta dos benefícios da
mostarda em humanos, os pesquisadores acreditam que outras pesquisas podem surgir
para provar o benefício dos vegetais no combate ao câncer.
O isoticianato também aparece em outros vegetais do grupo conhecido como crucífero,
dos quais os principais representantes são a couve-flor, o repolho, a couve e o brócolis.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer norte-americano, esta família de plantas possui
propriedades capazes de reduzir o risco de câncer de cólon.
Já o câncer de bexiga pode gerar a contaminação de outros órgãos em até 30% dos casos
em humanos. Após as células cancerígenas se espalharem, o paciente normalmente
precisa de um tratamento agressivo e, em alguns casos, remover a bexiga, com chances
pequenas de sobrevivência.
http://g1.globo.com/ciencia-e-saude
Assinale a alternativa que apresenta as duas palavras grafadas corretamente.
Exercícios de Português
a) Câncer – câncerígeno
b) Metástase – metástatico
c) Herbívoro – ervanário
d) Substântivo – substância
e) Sobrevivência – sobrevivênte
Questão 5: AOCP - Fisc PM (Pref JF)/Pref JF/2016
Assunto: Fonética (fonemas, dígrafos, encontros consonantais, vocálicos, etc)
Médico x “Dr. Google”
Não bastassem os alertas feitos durante as consultas, os meios de comunicação de massa
estão sempre publicando reportagens e entrevistas com médicos sobre os riscos da
automedicação. Se há algum tempo a Medicina tinha como grandes concorrentes os
autodidatas e as crendices populares, com suas receitas infalíveis para todo tipo de
doença, hoje o quadro ficou ainda mais grave. Com as infinitas informações veiculadas pela
Internet, um certo senhor virtual armou-se de estetoscópio, colocou o jaleco e está
disponível 24 horas para atender e diagnosticar os sintomas de pacientes desesperados em
busca de alívio e cura para seus males. [...]
Os benefícios da Internet são inegáveis, mas nada substitui o relacionamento direto. O
médico precisa ver o paciente e se este hoje já entra no consultório com uma série de
informações que antes não tinha, o profissional deve estar pronto para dialogar e apontar
os caminhos corretos. Não basta fazer críticas à Internet. Para a pesquisadora da
Universidade de São Paulo, Wilma Madeira, o conhecimento adquirido na rede pode fazer
com que o paciente questione melhor os “médicos reais”, pois terá acesso e compreenderá
o significado de termos técnicos e de protocolos de atendimento. “Se não entendo o
especialista, como posso questioná-lo?”, ela pergunta, destacando que poderá haver uma
melhora na relação médico-paciente: “Se o médico entende dúvidas e angústias do
paciente, poderá diagnosticá-lo melhor”.
Mas não é a Internet quem deve fazer o diagnóstico e a prescrição dos remédios. Imaginem
se o cidadão, leigo e com problema cardíaco, for interpretar determinado exame pela
Internet. Ali poderá deduzir que sua doença é tal e que até corre o risco de uma morte
súbita. Como a tendência é quase sempre valorizar o pior, com certeza terá seus
batimentos cardíacos acelerados sobremaneira. Por isto, para evitar alardes, melhor ir
diretamente ao médico. [...]
Exercícios de Português
(Fonte: https://prodoctor.net/blog/2015/08/medico-x-drgoogle/)
Assinale a alternativa em que a palavra contém 9 fonemas.
a) Disponível.
b) Consultas.
c) Interpretar.
d) Sintomas.
e) Publicando.
Questão 6: AOCP - Moto (Pref JF)/Pref JF/Veículo Pesado I/2016
Assunto: Fonética (fonemas, dígrafos, encontros consonantais, vocálicos, etc)
A internet pode ser mais estressante do que você imagina
Maribel Barros
Você anda estressado? Se a resposta para esta pergunta for sim, é possível que seu tempo
na internet seja parcialmente responsável por isso, de acordo com um relatório da empresa
Ericsson.
A cada dia, estamos mais conectados à internet, graças aos dispositivos móveis e todas as
facilidades tecnológicas, mas poucos de nós percebem que isso pode ser uma poderosa
fonte de estresse. Mas você sabia que o simples fato de carregar um vídeo aumenta a sua
frequência cardíaca em até 38%?
Para chegar a esta conclusão, estudamos a atividade cerebral, a movimentação ocular e a
pulsação de 30 voluntários na Dinamarca e determinamos como eles reagem a uma baixa
velocidade de carregamento na internet. Todos eles receberam um dispositivo para assistir
um vídeo na internet e foram divididos pelo tempo de carregamento de cada conexão.
O primeiro grupo não teve tempo de espera. O nível de estresse registrado foi de 13
pontos, considerado o valor base para futuras comparações.
Exercícios de Português
O segundo grupo, que sofreu um atraso de dois segundos, registrou 16 pontos na escala
de tensão, um aumento de 23%. O terceiro grupo, cuja conexão demorava até 6 segundos
para carregar o vídeo, registrou um nível de estresse de 19 pontos, o equivalente a um
aumento de 46%.
Além disso, eles notaram que, em média, os batimentos cardíacos dos participantes
aumentaram em 38%.
Como se deu esta comparação?
Para nos dar uma maneira de comparar o estresse gerado por carregar um vídeo em uma
internet lenta, gestores indicaram marcadores de estresse em várias outras atividades.
É correto afirmar, por exemplo, que o estresse causado por esta atividade é maior do que:
• Esperar na fila do supermercado.
• Assistir a um programa melodramático de televisão.
• Estar à beira de um precipício (literalmente).
• Assistir a um filme de terror.
Aparentemente, o estresse de esperar um vídeo carregar é igual ao gerado para resolver
um problema de matemática.
Embora os resultados sejam interessantes, devem ser encarados com certa desconfiança,
já que a Ericsson continua a ser uma empresa envolvida no negócio das conexões de
internet e a amostragem não foi muito significativa. No entanto, há de se considerar que
este estudo se baseou apenas no estresse gerado por carregar um vídeo e não em outros
elementos, como participar de redes sociais, mensagens instantâneas, mapas, GPS e várias
outras atividades estressantes disponíveis na internet.
[...]
“Viver um momento estressante não é o mesmo que viver sob estresse. A primeira situação
é normal, inesperada e gerada pelo ambiente, enquanto a segunda é tóxica, gerada e
procurada por nós mesmos, pois se tornou um hábito que nos impede de viver de outra
forma”. Bernardo Stamateas.
Exercícios de Português
Disponível em: https://br.vida-estilo.yahoo.com/post/144190143264/a-internet-pode-ser-
mais-estressante-do-que-voc%C3%AA. Acesso em: 10 mai. 2016.
As palavras “poucos”, “estresse” e “cardíacos” são, respectivamente,
a) dissílaba, polissílaba e monossílaba.
b) dissílaba, trissílaba e polissílaba.
c) dissílaba, monossílaba e monossílaba.
d) monossílaba, polissílaba e dissílaba.
e) trissílaba, polissílaba e dissílaba.
Questão 7: AOCP - Aux Sup (CODEM)/CODEM/Assistente Administrativo/2017
Assunto: Fonética (fonemas, dígrafos, encontros consonantais, vocálicos, etc)
Trem bala - Ana Vilela
Não é sobre ter
Todas as pessoas do mundo pra si
É sobre saber que em algum lugar
Alguém zela por ti
É sobre cantar e poder escutar
Mais do que a própria voz
É sobre dançar na chuva de vida
Que cai sobre nós
É saber se sentir infinito
Num universo tão vasto e bonito
É saber sonhar
E, então, fazer valer a pena cada verso
Daquele poema sobre acreditar
Não é sobre chegar no topo do mundo
Exercícios de Português
E saber que venceu
É sobre escalar e sentir
Que o caminho te fortaleceu
É sobre ser abrigo
E também ter morada em outros corações
E assim ter amigos contigo
Em todas as situações
A gente não pode ter tudo
Qual seria a graça do mundo se fosse
assim?
Por isso, eu prefiro sorrisos
E os presentes que a vida trouxe
Pra perto de mim
Não é sobre tudo que o seu dinheiro
É capaz de comprar
E sim sobre cada momento
Sorriso a se compartilhar
Também não é sobre correr
Contra o tempo pra ter sempre mais
Porque quando menos se espera
A vida já ficou pra trás
Segura teu filho no colo
Sorria e abrace teus pais
Enquanto estão aqui
Que a vida é trem-bala, parceiro
E a gente é só passageiro prestes a partir
Exercícios de Português
Texto extraído e adaptado de: https://www.vagalume.com.br/ana-vilela/trem-
bala.html.17/05/2017.
Acerca dos dígrafos e dos encontros vocálicos e consonantais na Língua Portuguesa,
assinale a alternativa que apresenta palavras com: dígrafo nasal e encontro vocálico;
encontro vocálico e encontro consonantal; encontro consonantal e encontro vocálico,
respectivamente:
a) Dançar; sobre; verso.
b) Chuva; escalar; poema.
c) Caminho; situações; fortaleceu.
d) Mundo; fosse; compartilhar.
e) Dinheiro; outros; venceu.
Questão 8: AOCP - ATA (BADESUL)/BADESUL/2010
Assunto: Formação e Estrutura das palavras
Lixo na rua, lixo na mente
A situação no país só não é ainda mais grave graças aos catadores
Desde o último domingo a cidade de São Paulo está mandando para aterros em outros
municípios as 13 mil toneladas diárias de lixo domiciliar e comercial que produz, pois se
esgotou a capacidade de seu último aterro em funcionamento e ainda não está licenciada
a área adicional de 435 mil metros quadrados para onde se pretende expandir o São João
(Estado, 2/10).
Mais de uma vez já foram mencionados neste espaço maus exemplos que o autor destas
linhas documentou em Nova York (EUA.) e Toronto (Canadá). Na primeira, deixou-se
esgotar o aterro para onde iam 12 mil toneladas diárias de resíduos. E a solução foi
transportá-las diariamente em caminhões para mais de 500 quilômetros de distância, no
Estado da Virginia, e depositá-las num aterro privado, ao custo de US$ 720 mil por dia (US$
30 por tonelada para o transporte, outro tanto para pagar o aterro). Em Toronto também
se esgotou o aterro para onde iam 3 mil toneladas diárias. E se teve de implantar um
comboio ferroviário para levá-las a 800 quilômetros de distância. São apenas dois de
muitos exemplos. No Brasil mesmo, Belo Horizonte já está mandando lixo para dezenas de
quilômetros de distância. O Rio de Janeiro tem de exportá-lo para a Baixada Fluminense.
Curitiba esgotou o seu aterro, como muitas outras capitais.
Exercícios de Português
Mas há boas notícias também. Uma delas foi anunciada pelo próprio ministro do Meio
Ambiente: vai criar um programa de remuneração para os catadores de lixo no Brasil, que
já são cerca de 1 milhão. É graças aos catadores que não temos uma situação ainda mais
grave no País, já que são eles que encaminham para a reciclagem em empresas (em usinas
públicas a porcentagem é insignificante cerca de um terço do papel e papelão descartado,
uns 20% do vidro, talvez outro tanto de plásticos e a quase totalidade das latas de bebidas.
Mas é preciso avançar mais: implantar coleta seletiva em toda parte, encarregar
cooperativas de reciclagem de recolher os resíduos já separados, construir usinas de
triagem operadas e administradas por elas, onde se pode reciclar cerca de 80% do lixo
recolhido - transformando todo o lixo orgânico em composto para uso na jardinagem,
contenção de encostas, etc.; todo o papel e papelão, em telhas revestidas de betume,
capazes de substituir as de amianto com muitas vantagens; transformando todo o plástico
PVC em pellets (para serem utilizados como matéria-prima) ou em mangueiras pretas;
moendo o vidro e vendendo-o a recicladoras, assim como latas de alumínio e outros
metais. Por esses caminhos se consegue reduzir para 20% o lixo destinado ao aterro.
Gerando trabalho e renda para um contingente hoje sem nenhuma proteção.
Outra boa notícia (Estado, 2/10) é a de que a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de
São Paulo e a Cetesb concluíram a vistoria dos últimos 48 lixões em território paulista. Para
18 deles já há soluções apresentadas pelas prefeituras. Outros 22 apresentarão suas
soluções ainda este mês e 7 já estão em processo de interdição; 13 lixões foram fechados
nos últimos dois anos. É uma contribuição importante, já que quase metade do lixo
domiciliar e comercial no País continua indo para lixões a céu aberto.
Não será fácil equacionar a questão. Segundo estudo da Associação Brasileira de Empresas
de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelp), implantar um aterro capaz de receber 2
mil toneladas diárias de resíduos custa em média R$ 525,8 milhões; de médio porte, para
800 toneladas/dia, R$ 236,5 milhões; e de pequeno porte, para 100 toneladas/dia, R$ 52,4
milhões (Estado, 7/9). Quantas prefeituras têm capacidade financeira para esse
investimento, lembrando que a produção média de lixo por pessoa no País já está acima
de um quilo por dia? Não por acaso, o mercado da limpeza urbana, segundo estudo da
Unesp, está em R$ 17 bilhões anuais. Mas não bastasse tanto lixo, ainda importamos desde
janeiro de 2008 mais de 220 mil toneladas de lixo, pagando R$ 257,9 milhões, para ser
reciclado e reutilizado em vários setores industriais (Estado, 26/7).
E há outros problemas. Diz, por exemplo, o noticiário deste jornal (16/8) que a Cetesb
identificou 19 áreas contaminadas por lixo tóxico só no Bairro da Mooca, que ocupam 300
mil metros quadrados - herança de seu passado industrial. Será preciso descontaminar
essas áreas, com altos custos. E encontrar depósitos para o lixo perigoso.
Exercícios de Português
Talvez num deles se possa depositar também o altamente perigoso lixo político que está
invadindo nossa vida pública e poderá ter consequências funestas. Pode-se começar
lembrando as declarações do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, segundo quem
"forças demoníacas" têm criado obstáculos ao licenciamento ambiental da Usina
Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (Estado, 30/9). A referência era a ONGs, como o
Conselho Indigenista Missionário, e vários outros movimentos sociais, além do Ministério
Público Federal, que criticam o projeto. Mas atinge também estudos de universidades que
têm demonstrado a precariedade das avaliações sobre consequências ambientais, sociais,
políticas e econômicas daquela usina e pedido novos estudos, inclusive sobre o custo da
implantação, ora estimado em R$ 9 bilhões, ora em R$ 30 bilhões. Sem argumentos, o
ministro prefere demonizar os críticos - um caminho perigoso, porque o passo seguinte
seria exorcizá-los, talvez bani-los da vida pública - ou coisa pior.
Na mesma linha, as afirmações do governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli,
de que o ministro do Meio Ambiente é "maconheiro" e "homossexual" e que gostaria de
"estuprá-lo em praça pública"(!). E, para completar, o presidente do PSC, Vitor Nósseis (O
Popular, 3/10), que, para explicar a migração de políticos para outros partidos, comparou-
a a "uma relação entre marido e mulher": "Se o dinheiro sai pela porta, a mulher sai pela
janela."
Como se pode avançar na política com tanto lixo?
Disponível em <http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/washingtonnovaes-
residuos-solidos-aterros-brasil-504843.shtml>. Acesso em 06 mar 2010.
“...a Cetesb identificou 19 áreas contaminadas por lixo tóxico só no Bairro da Mooca, que
ocupam 300 mil metros quadrados - herança de seu passado industrial. Será preciso
descontaminar essas áreas, com altos custos.”
O elemento destacado acima é um
a) elemento de composição, cujo sentido é o de privação.
b) prefixo, cujo sentido é o de ação contrária.
c) prefixo, cujo sentido é o de reiteração.
d) elemento de composição, cujo sentido é o de ação contrária.
e) prefixo, cujo sentido é o de intensidade.
Exercícios de Português
Questão 9: AOCP - Tec Desen (BADESUL)/BADESUL/Engenheiro Mecânico/2010
Assunto: Formação e Estrutura das palavras
'EUA e Brasil têm os mesmos objetivos', avalia Hillary em relação ao Irã
A secretária de estado americana, Hillary Clinton, evitou nesta quarta-feira discordar da
postura brasileira diante do enriquecimento de urânio no Irã. Depois de o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva ter dito pela manhã que "não é prudente colocar o Irã contra a parede",
a secretária insistiu que Brasil e Estados Unidos têm objetivos comuns no tema - apesar de
descartar mais tentativas de negociações e apostar na sanção internacional.
Questionada sobre qual é a posição dos Estados Unidos em relação à forma como o Brasil
tem tratado a questão do enriquecimento de urânio no Irã, Hillary disse que não há
divergência. "Nenhum dos dois quer ver o Irã ter armas nucleares", disse a secretária,
salientando que ambos concordam que a via diplomática é preferível. "Mas o presidente
dos EUA, Barack Obama, tem tentado se aproximar dos iranianos no último ano e não tem
sido recíproco".
Segundo Hillary, "o momento da ação internacional é agora", com a função de mostrar para
o Irã que haverá consequências no caso de violação das resoluções do Conselho de
Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).
"O Brasil acredita que ainda tem espaço para negociação. Nós acreditamos que a boa fé
do Irã em relação às negociações seria muito bem-vinda na comunidade internacional",
prosseguiu. "A porta está aberta para negociação, mas não vemos ninguém andando nessa
direção".
Antes da fala da americana, o ministro brasileiro das Relações Internacionais, Celso
Amorim, reforçou a postura do Brasil em relação ao tema. "Não se trata de o Brasil se curvar
a um consenso. As questões internacionais não são discutidas dessa maneira, com esse
tipo de pressão. Cada país tem que pensar com sua própria cabeça", afirmou Amorim.
"Nossos objetivos são idênticos. A questão é saber qual é o melhor caminho para se chegar
lá".
Texto adaptado de <http://veja.abril.com.br/noticia/brasil2/euabrasil-tem-mesmos-
objetivos-avalia-hillary-relacao-ao-ira-537446.shtml>. Acesso em 03 mar 2010.
Exercícios de Português
As palavras bem-vinda, quarta-feira e brasileiro são formadas, respectivamente, por
a) composição, composição e derivação sufixal.
b) composição e derivação sufixal, derivação parassintética.
c) composição, derivação sufixal, derivação sufixal.
d) derivação sufixal, derivação sufixal, derivação prefixal.
e) derivação parassintética, derivação parassintética, composição
Questão 10: AOCP - Fisc PM (Pref JF)/Pref JF/2016
Assunto: Formação e Estrutura das palavras
Texto
Automedicação pode causar sérios danos à saúde
Hábito pode inibir eficácia dos medicamentos, causar efeitos colaterais nocivos e causar a
morte
A automedicação pode trazer consequências graves à saúde, como reações alérgicas e
dependência. Além disso, de acordo com o Ministério da Saúde, o hábito pode aumentar
a resistência de micro-organismos e inibir a eficácia dos remédios.
Segundo o Ministério da Saúde, nos últimos cinco anos, quase 60 mil casos de internações
por automedicação foram registrados no Brasil.
O estudante Stuart Figueredo, por exemplo, tem bronquite asmática e compra os
medicamentos sem receita médica para tratar a doença. Ele conta que já percebeu os
efeitos da automedicação. “Eu compro bombinha, inalador, para melhorar da asma, e já
tem tanto tempo que eu faço essa automedicação que às vezes o remédio não surte tanto
efeito. Já tiveram algumas situações em que o uso da bombinha ou então do inalador, da
nebulização, não surtiu efeito que eu precisava. Eu precisava de verdade ir no hospital e
fazer o tratamento correto para que eu pudesse sarar daquele sintoma”, conta.
Segundo o ex-secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha,
optar pela automedicação pode trazer consequências graves para a saúde. “Pode matar,
os excessos de medicamentos ou às vezes o uso prolongado de um medicamento. Os
Exercícios de Português
efeitos colaterais, os efeitos adversos. Basta ler as bulas, vocês vão ver que todos os
medicamentos, eles podem ter efeitos adversos. O uso indevido de medicamentos, ele
pode piorar a qualidade de vida em vez de melhorar a qualidade de vida se ele for utilizado
inadequadamente”, reforça.
(Adaptado de http://www.brasil.gov.br/saude/2014/08/automedicacao-pode-causar-
serios-danos-a-saude)
Assinale a alternativa correta.
a) O prefixo “auto”, no termo “automedicação”, refere-se ao elevado grau de perigo que
envolve a ação de tomar remédios sem consultar um médico.
b) O termo “ex-secretário” é formado por derivação prefixal e sufixal. O prefixo “ex”, que
se refere a uma função ou um estado anterior, pode se tornar independente do radical,
sendo, muitas vezes, utilizado como um substantivo, como na frase “Encontrei o ex de
minha amiga ontem.”
c) O termo “micro-organismos” é formado por derivação regressiva, uma vez que o
prefixo “micro” remete à regressão de algo.
d) O termo “nocivos” é formado por derivação imprópria, uma vez que seu radical recebe
um sufixo “-ivo”, que se agrega para formar verbos.
e) O termo “inadequadamente” é formado por derivação parassintética, uma vez que se
anexam, simultaneamente, um prefixo e um sufixo ao radical.
Questão 11: AOCP - AISIPOA (MAPA)/MAPA/2007
Assunto: Formação e Estrutura das palavras
Agropecuário da pecuária- exportar não tem importância para nós
Eleri Hamer
É lógico que o título não reflete a realidade. Sabemos muito bem a importância
socioeconômica da pecuária e o que o mercado internacional representa para que os
preços ao produtor não despenquem mais ainda. Também é do conhecimento de muitos
que somente o PIB da atividade contribuiu com R$ 65 bilhões em 2006, além da relevância
na balança comercial e, principalmente, do lugar de destaque que a atividade ocupa no
mercado mundial, sobretudo, a partir de 2005. Para completar, sabemos ainda que boa
parte dessa riqueza fica na indústria frigorífica.
Exercícios de Português
Apesar da importância demonstrada, a julgar pela organização dos produtores, do
alinhamento e das estratégias desenvolvidas pelo conjunto da Cadeia de Produção
Pecuária (CPA.), parece que o mercado internacional e as suas exigências não têm a menor
importância.
Algumas posturas talvez justifiquem o fato de ela ser a cadeia que melhor representa a
estratégia oportunista das firmas, em vez de estratégias de coopetição(estratégias de
cooperar para competir). Nota-se que, dentre as principais cadeias que compõem o
agronegócio nacional, foi justamente a que mais perdeu renda nos últimos anos.
O primeiro destaque para essa irrelevância dada ao mercado vem dos pecuaristas e está
na comunicação que circula ao longo da cadeia e parece não ultrapassar o varejo. As
mensagens do consumidor simplesmente não chegam ao produtor. Ou o produtor faz de
conta que não é com ele e continua produzindo ao seu modo.
É de conhecimento de todos que as exigências do mercado mundial estão cada vez
maiores, principalmente em se tratando da segurança do alimento e, por conseguinte, da
garantia da qualidade. Nesse quesito, levanto dois exemplos de ineficiência.
Um é histórico e remonta à década de 70. Faz mais de 30 anos que ouço falar das
campanhas de vacinação contra a aftosa. É uma vergonha nacional. Se depois desse tempo
todo ainda precisamos gastar dinheiro público para convencer um picareta a vacinar o seu
gado, alguma coisa está errada.
Até hoje temos produtores que fazem de conta que vacinam o seu gado. Chegam ao
cúmulo (assim como há 30 anos atrás) de pagarem as vacinas para apresentarem as notas
e não aplicá-las, jogando os frascos no lixo. Para estes, proponho que sejam enquadrados
como crime lesa pátria e, por conseguinte, a cadeia.
Outra discussão a se destacar está na rastreabilidade que vem sendo debatida ou
protelada, como queiram, há quase dez anos. Enquanto outras cadeias se organizam e se
antecipam às demandas do mercado e eles próprios propõem processos de certificação e
de garantia da qualidade dos seus produtos, a pecuária parece que está brincando com o
mercado e sai na contramão.
A falta de organização e de consciência das demandas do mercado dá margem a outro
problema crônico no agronegócio e, principalmente, neste setor: a coordenação da cadeia
Exercícios de Português
nas mãos da indústria, que está cada vez mais concentrada, organizada e também atuando
oportunisticamente, ao dar guarida para as inconseqüências do elo produtor.
Nesse sentido, ganha a cadeia que se organizar e se adaptar melhor e mais rápido a essas
demandas. Não temos consciência da demanda, portanto não nos afligimos com o que
não conhecemos. Se continuarmos a desempenhar esse papel, é quase certo que
perderemos o mercado conquistado a duras penas. Temos nos revelado craques em chorar
sobre o leite derramado. Uns, sobre as dívidas; e outros, sobre o mercado perdido.
Texto adaptado de <http://www.hamer.pro.br/?f=artigos/ver_artigo&cod_art=25>. Acesso
em 18/07/007.
Assinale a alternativa INCORRETA quanto ao emprego dos afixos e aos sentidos a eles
conferidos no texto.
a) Em “O primeiro destaque para essa irrelevância...”, o prefixo tem o sentido de
“privação/falta de relevância”.
b) Em “...levanto dois exemplos de ineficiência.”, o prefixo tem o sentido de
“privação/falta de eficiência”.
c) Em “Para estes, proponho que sejam...”, o prefixo no verbo propor tem o sentido de
“movimento para frente”.
d) Em “...para que os preços ao produtor não despenquem...”, o prefixo no verbo
despencar tem o sentido de “ação contrária”.
e) Em “...estratégias de coopetição (estratégias de cooperar para competir).,” o prefixo
no verbo cooperar tem o sentido de “companhia/sociedade”.
Questão 12: AOCP - TJ TRE AC/TRE AC/Administrativa/2015
Assunto: Vocábulo "que"
Leia o texto e responda a questão.
Exemplo de cidadania: eleitores acima de 70 anos
fazem questão de votar
Eleitores com mais de 70 anos foram,
espontaneamente, às urnas para ajudar a escolher
seus representantes
Exercícios de Português
Luh Coelho
Exemplo de cidadania é o caso de pessoas como o aposentado Irineu Montanaro, de 75
anos. Ele diz que vota desde os 18, quando ainda era jovem e morava em Minas Gerais, sua
terra natal, e que, mesmo sem a obrigatoriedade do voto, vai até as urnas em todas as
eleições. “É uma maneira de expressar a vontade que a gente tem. Acho que um voto pode
fazer a diferença”, diz.
Eles questionam a falta de propostas específicas de todos os candidatos para pessoas da
terceira idade e acreditam que um voto consciente agora pode influenciar futuramente na
vida de seus filhos e netos.
O idoso afirma que sempre incentivou sua família a votar. E o maior exemplo vinha de
dentro da própria casa. Mesmo que nenhum de seus familiares tenha se aventurado na vida
política, todos de sua prole veem na vida pública uma forma de mudar os rumos do país.
Fonte: http://www.vilhenanoticias.com.br/materias/news popljp. php?id"16273. Texto
adaptado.
Assinale a alternativa cujo “que* destaque funciona como pronome relativo.
a) "É uma maneira de expressar a vontade que a gente tem. Acho que um voto pode fazer
a diferença” .
b) "Ele diz que vota desde os 18...” .
c) "Acho que um voto pode fazer a diferença” .
d) "...e acreditam que um voto consciente agora pode influenciar futuramente na vida de
seus filhos e netos” .
e) “O idoso afirma que sempre incentivou sua família a votar”.
Questão 13: AOCP - Fisc PM (Pref JF)/Pref JF/2016
Assunto: Pronomes
Médico x “Dr. Google”
Exercícios de Português
Não bastassem os alertas feitos durante as consultas, os meios de comunicação de massa
estão sempre publicando reportagens e entrevistas com médicos sobre os riscos da
automedicação. Se há algum tempo a Medicina tinha como grandes concorrentes os
autodidatas e as crendices populares, com suas receitas infalíveis para todo tipo de
doença, hoje o quadro ficou ainda mais grave. Com as infinitas informações veiculadas pela
Internet, um certo senhor virtual armou-se de estetoscópio, colocou o jaleco e está
disponível 24 horas para atender e diagnosticar os sintomas de pacientes desesperados em
busca de alívio e cura para seus males. [...]
Os benefícios da Internet são inegáveis, mas nada substitui o relacionamento direto. O
médico precisa ver o paciente e se este hoje já entra no consultório com uma série de
informações que antes não tinha, o profissional deve estar pronto para dialogar e apontar
os caminhos corretos. Não basta fazer críticas à Internet. Para a pesquisadora da
Universidade de São Paulo, Wilma Madeira, o conhecimento adquirido na rede pode fazer
com que o paciente questione melhor os “médicos reais”, pois terá acesso e compreenderá
o significado de termos técnicos e de protocolos de atendimento. “Se não entendo o
especialista, como posso questioná-lo?”, ela pergunta, destacando que poderá haver uma
melhora na relação médico-paciente: “Se o médico entende dúvidas e angústias do
paciente, poderá diagnosticá-lo melhor”.
Mas não é a Internet quem deve fazer o diagnóstico e a prescrição dos remédios. Imaginem
se o cidadão, leigo e com problema cardíaco, for interpretar determinado exame pela
Internet. Ali poderá deduzir que sua doença é tal e que até corre o risco de uma morte
súbita. Como a tendência é quase sempre valorizar o pior, com certeza terá seus
batimentos cardíacos acelerados sobremaneira. Por isto, para evitar alardes, melhor ir
diretamente ao médico. [...]
(Fonte: https://prodoctor.net/blog/2015/08/medico-x-drgoogle/)
Em “[...] Com as infinitas informações veiculadas pela Internet, um certo senhor virtual
armou-se de estetoscópio [...]”, o termo em destaque é classificado morfologicamente
como
a) substantivo.
b) adjetivo.
c) pronome.
d) conjunção.
e) preposição.
Exercícios de Português
Questão 14: AOCP - Moto (Pref JF)/Pref JF/Veículo Leve I/2016
Assunto: Questões Variadas de Classe de Palavras
Na realidade, seus amigos não gostam de você,
diz a ciência
Sabe da última? As pessoas que você acha que são suas amigas provavelmente não são.
Na verdade, de um modo geral, você é terrível em julgar a forma como as outras pessoas
se sentem sobre você.
Esta conclusão otimista e iluminada saiu de um estudo publicado na PLOS ONE, que
descobriu que quase metade das pessoas que pensamos ser nossos amigos não
compartilham do sentimento.
Cientistas da Tel Aviv University trabalharam com pesquisadores do Massachusetts
Institute of Technology para avaliar o que 84 alunos de graduação israelenses pensam
sobre seus colegas em uma escala de zero a cinco. Um zero significaria algo como “não
conheço essa pessoa”, um três significava “amigo” e um cinco seria “um dos melhores
amigos”.
Os pesquisadores também perguntaram aos alunos como eles achavam que seus amigos
iriam avaliá-los. Apenas metade dos alunos que acharam que suas classificações sobre seus
amigos seriam igualmente retribuídas estavam certos. 47% das classificações de amizade
foram unilaterais, com um aluno classificando outro como amigo, mas não sendo
classificado da mesma forma.
“A maioria das pessoas está errada sobre metade dos seus relacionamentos”, disse o Dr.
Erez Shmueli, um dos autores do estudo, em uma entrevista por telefone. “Somos muito
ruins em julgar os tipos de relacionamentos que temos”. Isso é lamentável, já que esta
habilidade é crucial para determinar nossa própria influência social.
Dito isso, os pesquisadores descobriram alguns fatores que poderiam ajudar a prever se
duas pessoas selecionariam um ao outro como amigos. Um dos fatores era o tamanho do
círculo social de ambos e o outro, o número aproximado de amigos. Uma pessoa com
poucos amigos, por exemplo tinha uma maior probabilidade de sentir uma conexão
unilateral com alguém que tem muitos amigos, o que parece bastante intuitivo.
Exercícios de Português
Então, se os fatores que determinam nossas amizades parecem tão óbvios, por que
erramos tanto em nossos julgamentos? Os pesquisadores acham que o ego é um ponto
cego que nos impede de reconhecer quando as amizades são mútuas ou unilaterais.
“Se você considera alguém como amigo, você automaticamente espera que a pessoa sinta
o mesmo”, disse Shmueli. Ou, como foi dito na pesquisa, “uma amizade não recíproca
desafia a autoimagem”.
Então, basicamente, se você quer ter bons resultados na hora de saber quem são seus
amigos verdadeiros, é melhor superar o ego e encarar a realidade de seus relacionamentos
de forma honesta. “Em nossa vida diária, como indivíduos, podemos tentar entender os
tipos de relacionamentos que temos de fato”, disse Shmueli. “Em quem podemos
realmente confiar?”.
Disponível em: https://br.noticias.yahoo.com/na-realidade-seus-amigos-n%C3%A3o-
gostam-de-voc%C3%AA-diz-081853584.html?-nhp=1. Acesso em 10 mai. 2016.
No excerto “Os pesquisadores também perguntaram aos alunos como eles achavam que
seus amigos iriam avaliá-los.”, as palavras destacadas são, respectivamente,
a) substantivos e substantivo.
b) pronome e verbo.
c) substantivo e verbo.
d) adjetivo e verbo.
e) verbo e verbo.
Questão 15: AOCP - Moto (Pref JF)/Pref JF/Veículo Pesado I/2016
Assunto: Adjetivo
A internet pode ser mais estressante do que você imagina
Maribel Barros
Você anda estressado? Se a resposta para esta pergunta for sim, é possível que seu tempo
na internet seja parcialmente responsável por isso, de acordo com um relatório da empresa
Ericsson.
Exercícios de Português
A cada dia, estamos mais conectados à internet, graças aos dispositivos móveis e todas as
facilidades tecnológicas, mas poucos de nós percebem que isso pode ser uma poderosa
fonte de estresse. Mas você sabia que o simples fato de carregar um vídeo aumenta a sua
frequência cardíaca em até 38%?
Para chegar a esta conclusão, estudamos a atividade cerebral, a movimentação ocular e a
pulsação de 30 voluntários na Dinamarca e determinamos como eles reagem a uma baixa
velocidade de carregamento na internet. Todos eles receberam um dispositivo para assistir
um vídeo na internet e foram divididos pelo tempo de carregamento de cada conexão.
O primeiro grupo não teve tempo de espera. O nível de estresse registrado foi de 13
pontos, considerado o valor base para futuras comparações.
O segundo grupo, que sofreu um atraso de dois segundos, registrou 16 pontos na escala
de tensão, um aumento de 23%. O terceiro grupo, cuja conexão demorava até 6 segundos
para carregar o vídeo, registrou um nível de estresse de 19 pontos, o equivalente a um
aumento de 46%.
Além disso, eles notaram que, em média, os batimentos cardíacos dos participantes
aumentaram em 38%.
Como se deu esta comparação?
Para nos dar uma maneira de comparar o estresse gerado por carregar um vídeo em uma
internet lenta, gestores indicaram marcadores de estresse em várias outras atividades.
É correto afirmar, por exemplo, que o estresse causado por esta atividade é maior do que:
• Esperar na fila do supermercado.
• Assistir a um programa melodramático de televisão.
• Estar à beira de um precipício (literalmente).
• Assistir a um filme de terror.
Aparentemente, o estresse de esperar um vídeo carregar é igual ao gerado para resolver
um problema de matemática.
Exercícios de Português
Embora os resultados sejam interessantes, devem ser encarados com certa desconfiança,
já que a Ericsson continua a ser uma empresa envolvida no negócio das conexões de
internet e a amostragem não foi muito significativa. No entanto, há de se considerar que
este estudo se baseou apenas no estresse gerado por carregar um vídeo e não em outros
elementos, como participar de redes sociais, mensagens instantâneas, mapas, GPS e várias
outras atividades estressantes disponíveis na internet.
[...]
“Viver um momento estressante não é o mesmo que viver sob estresse. A primeira situação
é normal, inesperada e gerada pelo ambiente, enquanto a segunda é tóxica, gerada e
procurada por nós mesmos, pois se tornou um hábito que nos impede de viver de outra
forma”. Bernardo Stamateas.
Disponível em: https://br.vida-estilo.yahoo.com/post/144190143264/a-internet-pode-ser-
mais-estressante-do-que-voc%C3%AA. Acesso em: 10 mai. 2016.
Em “A cada dia, estamos mais conectados à internet, graças aos dispositivos móveis e todas
as facilidades tecnológicas [...], a palavra destacada é um
a) artigo.
b) substantivo.
c) advérbio.
d) adjetivo.
e) pronome.
Questão 16: AOCP - AISIPOA (MAPA)/MAPA/2007
Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais
Agropecuário da pecuária- exportar não tem importância para nós
Eleri Hamer
É lógico que o título não reflete a realidade. Sabemos muito bem a importância
socioeconômica da pecuária e o que o mercado internacional representa para que os
preços ao produtor não despenquem mais ainda. Também é do conhecimento de muitos
Exercícios de Português
que somente o PIB da atividade contribuiu com R$ 65 bilhões em 2006, além da relevância
na balança comercial e, principalmente, do lugar de destaque que a atividade ocupa no
mercado mundial, sobretudo, a partir de 2005. Para completar, sabemos ainda que boa
parte dessa riqueza fica na indústria frigorífica.
Apesar da importância demonstrada, a julgar pela organização dos produtores, do
alinhamento e das estratégias desenvolvidas pelo conjunto da Cadeia de Produção
Pecuária (CPA.), parece que o mercado internacional e as suas exigências não têm a menor
importância.
Algumas posturas talvez justifiquem o fato de ela ser a cadeia que melhor representa a
estratégia oportunista das firmas, em vez de estratégias de coopetição (estratégias de
cooperar para competir). Nota-se que, dentre as principais cadeias que compõem o
agronegócio nacional, foi justamente a que mais perdeu renda nos últimos anos.
O primeiro destaque para essa irrelevância dada ao mercado vem dos pecuaristas e está
na comunicação que circula ao longo da cadeia e parece não ultrapassar o varejo. As
mensagens do consumidor simplesmente não chegam ao produtor. Ou o produtor faz de
conta que não é com ele e continua produzindo ao seu modo.
É de conhecimento de todos que as exigências do mercado mundial estão cada vez
maiores, principalmente em se tratando da segurança do alimento e, por conseguinte, da
garantia da qualidade. Nesse quesito, levanto dois exemplos de ineficiência.
Um é histórico e remonta à década de 70. Faz mais de 30 anos que ouço falar das
campanhas de vacinação contra a aftosa. É uma vergonha nacional. Se depois desse tempo
todo ainda precisamos gastar dinheiro público para convencer um picareta a vacinar o seu
gado, alguma coisa está errada.
Até hoje temos produtores que fazem de conta que vacinam o seu gado. Chegam ao
cúmulo (assim como há 30 anos atrás) de pagarem as vacinas para apresentarem as notas
e não aplicá-las, jogando os frascos no lixo. Para estes, proponho que sejam enquadrados
como crime lesa pátria e, por conseguinte, a cadeia.
Outra discussão a se destacar está na rastreabilidade que vem sendo debatida ou
protelada, como queiram, há quase dez anos. Enquanto outras cadeias se organizam e se
antecipam às demandas do mercado e eles próprios propõem processos de certificação e
de garantia da qualidade dos seus produtos, a pecuária parece que está brincando com o
mercado e sai na contramão.
Exercícios de Português
A falta de organização e de consciência das demandas do mercado dá margem a outro
problema crônico no agronegócio e, principalmente, neste setor: a coordenação da cadeia
nas mãos da indústria, que está cada vez mais concentrada, organizada e também atuando
oportunisticamente, ao dar guarida para as inconseqüências do elo produtor.
Nesse sentido, ganha a cadeia que se organizar e se adaptar melhor e mais rápido a essas
demandas. Não temos consciência da demanda, portanto não nos afligimos com o que
não conhecemos. Se continuarmos a desempenhar esse papel, é quase certo que
perderemos o mercado conquistado a duras penas. Temos nos revelado craques em chorar
sobre o leite derramado. Uns, sobre as dívidas; e outros, sobre o mercado perdido.
Texto adaptado de <http://www.hamer.pro.br/?f=artigos/ver_artigo&cod_art=25>. Acesso
em 18/07/007.
Assinale a alternativa em que a forma verbal sublinhada NÃO está no modo subjuntivo.
a) “...os preços ao produtor não despenquem mais ainda.”
b) “Algumas posturas talvez justifiquem o fato...”
c) “Se continuarmos a desempenhar esse papel...”
d) “...que vem sendo debatida ou protelada, como queiram, há quase dez anos.”
e) “...produtores que fazem de conta que vacinam o seu gado...”
Questão 17: AOCP - Aud CE (TCE-PA)/TCE-PA/Fiscalização/Contabilidade/2012
Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais
Chaplin e Camões na chuva
Eduardo Escorel
1.° Meia hora de chuva moderada foi suficiente para alagar a rua Luís de Camões, no centro
do Rio. Para ir a pé até lá, saindo da Rua da Assembleia, foi preciso atravessar a Avenida
Rio Branco, seguir pela rua da Carioca, dobrar na Ramalho Ortigão, contornar a igreja São
Francisco de Paula, passar em frente ao Real Gabinete Português de Leitura, cruzar a
avenida Passos e chegar ao nº 68, sede do Centro Municipal de Arte Helio Oiticica,
Exercícios de Português
instalado em um edifício neoclássico, onde foi aberta em 6 de março a exposição Chaplin
e sua imagem.
2.° No caminho, além do aguaceiro, pessoas vindo em sentido contrário, ou seguindo na
mesma direção, mas andando devagar – muitas com dificuldade de seguir em linha reta,
tornaram o percurso ainda mais difícil. Isso sem falar das barracas dos ambulantes
ocupando a maior parte das calçadas, e dos vendedores apregoando guarda-chuvas
chineses por dez reais.
3.° Não ficar encharcado de todo, nem molhar demais os pés, requereu paciência – uma
parada de meia-hora na entrada de uma farmácia no Largo de São Francisco – e perícia,
buscando proteção debaixo de um pequeno guarda-chuva em decomposição. E na
chegada, antes de poder subir os degraus de entrada do Centro Municipal de Arte Helio
Oiticica, foi necessário atravessar a estreita e alagada Luís de Camões na ponta dos pés.
4.° Logo na entrada, a falta de sinalização levou a perguntar por onde seguir a uma guarda
desabada numa cadeira. Em tom incompreensível à primeira escuta, ela indicou com má
vontade, e certo ar de desprezo pela desorientação do visitante, a porta em frente como a
de acesso à exposição e fez a caridade de informar que ocupa salas do primeiro e segundo
andar.
5.° Uma primeira suposição provou ser infundada – não há interdição para entrar com
guarda-chuva e pasta molhados, circunstância inédita em locais do gênero mundo afora.
Outra, ainda menos auspiciosa, também caiu por terra. Ao contrário do que imaginara
durante a travessia aquática do centro da cidade, havia algumas pessoas vendo a
exposição, por volta de meio-dia, nas amplas salas, na pequena rua fora de mão, numa
sextafeira chuvosa.
6.° Não eram muitas, mas pareciam interessadas, dando impressão de estarem vendo pela
primeira vez painéis fotográficos e trechos de filmes de Chaplin projetados em monitores.
7.° A modesta exposição não passa disso – uma série de painéis e alguns trechos de filmes
exibidos em monitores –, sendo surpreendente que instituições tão respeitáveis, como a
Cinemateca de Bologna, por exemplo, difundam pelo mundo mostra tão pobre, muito
aquém, por exemplo, do que é possível ver nas duas horas e meia do documentário O
Chaplin que Ninguém Viu (Unknown Chaplin), de 1983, realizado por Kevin Brownlow e
David Gill para ser exibido na televisão, e disponível em DVD desde 2005. Como introdução
a Chaplin, mais valeria promover em praça pública sessões gratuitas desse documentário.
Exercícios de Português
8.° O Chaplin que Ninguém Viu inclui imagens da coleção particular de Chaplin e
demonstra seu perfeccionismo através das filmagens dos exaustivos ensaios para chegar à
gag perfeita, e das várias tomadas feitas de uma mesma cena até obter a encenação mais
eficaz. Nessa época, o custo de produção e do filme virgem ainda não haviam tornado
proibitivo descobrir filmando o que se queria fazer.
9.° Percorrida a exposição, com decepção crescente a cada sala, eis que uma risada
distante se fez ouvir, parecendo vir do primeiro andar. Voltando sobre os próprios passos,
descendo a sinuosa escadaria monumental com corrimão de madeira envernizada, numa
das primeiras salas, lá estava a origem do riso: um rapaz de fones nos ouvidos, postado
diante de um monitor, divertindo-se à grande.
10.° O motivo da alegria era a sequência da luta de boxe de Luzes da cidade (1931).
Disponível no Youtube, é possível comprovar a perenidade do humor chapliniano, sem
correr o risco de se molhar.
11.° A exposição Chaplin e sua imagem estará aberta, até 29 de abril, no Centro Municipal
de Arte Helio Oiticica. Para quem não tiver acesso ao Youtube ou não puder ver O Chaplin
que Ninguém Viu, pode valer a pena. As risadas do rapaz comprovam que ressalvas feitas
à exposição talvez não façam sentido.
12.° Evitem apenas dias de chuva para não ficarem com os pés encharcados.
Revista Piauí, edição 66.
“Não ficar encharcado de todo, nem molhar demais os pés, requereu paciência...”
A forma verbal requerer, se conjugada no pretérito mais que perfeito, apresentará a
seguinte forma:
a) requerera.
b) requisera.
c) requereu.
d) requis.
e) requeriu
Exercícios de Português
Questão 18: AOCP - Fisc PM (Pref JF)/Pref JF/2016
Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais
Texto
Automedicação pode causar sérios danos à saúde
Hábito pode inibir eficácia dos medicamentos, causar efeitos colaterais nocivos e causar a
morte
A automedicação pode trazer consequências graves à saúde, como reações alérgicas e
dependência. Além disso, de acordo com o Ministério da Saúde, o hábito pode aumentar
a resistência de micro-organismos e inibir a eficácia dos remédios.
Segundo o Ministério da Saúde, nos últimos cinco anos, quase 60 mil casos de internações
por automedicação foram registrados no Brasil.
O estudante Stuart Figueredo, por exemplo, tem bronquite asmática e compra os
medicamentos sem receita médica para tratar a doença. Ele conta que já percebeu os
efeitos da automedicação. “Eu compro bombinha, inalador, para melhorar da asma, e já
tem tanto tempo que eu faço essa automedicação que às vezes o remédio não surte tanto
efeito. Já tiveram algumas situações em que o uso da bombinha ou então do inalador, da
nebulização, não surtiu efeito que eu precisava. Eu precisava de verdade ir no hospital e
fazer o tratamento correto para que eu pudesse sarar daquele sintoma”, conta.
Segundo o ex-secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha,
optar pela automedicação pode trazer consequências graves para a saúde. “Pode matar,
os excessos de medicamentos ou às vezes o uso prolongado de um medicamento. Os
efeitos colaterais, os efeitos adversos. Basta ler as bulas, vocês vão ver que todos os
medicamentos, eles podem ter efeitos adversos. O uso indevido de medicamentos, ele
pode piorar a qualidade de vida em vez de melhorar a qualidade de vida se ele for utilizado
inadequadamente”, reforça.
(Adaptado de http://www.brasil.gov.br/saude/2014/08/automedicacao-pode-causar-
serios-danos-a-saude)
Exercícios de Português
Assinale a alternativa em que o verbo em destaque está conjugado no pretérito imperfeito
do modo indicativo.
a) “[...]Hábito pode inibir eficácia dos medicamentos [...]”
b) “[...]quase 60 mil casos de internações por automedicação foram registrados no Brasil
[...]”
c) “[...]Eu compro bombinha, inalador, para melhorar da asma [...]”
d) “[...]Eu precisava de verdade ir no hospital [...]”
e) “[...]se ele for utilizado inadequadamente [...]”
Questão 19: AOCP - Moto (Pref JF)/Pref JF/Veículo Pesado I/2016
Assunto: Conjugação. Reconhecimento e emprego dos modos e tempos verbais
A internet pode ser mais estressante do que você imagina
Maribel Barros
Você anda estressado? Se a resposta para esta pergunta for sim, é possível que seu tempo
na internet seja parcialmente responsável por isso, de acordo com um relatório da empresa
Ericsson.
A cada dia, estamos mais conectados à internet, graças aos dispositivos móveis e todas as
facilidades tecnológicas, mas poucos de nós percebem que isso pode ser uma poderosa
fonte de estresse. Mas você sabia que o simples fato de carregar um vídeo aumenta a sua
frequência cardíaca em até 38%?
Para chegar a esta conclusão, estudamos a atividade cerebral, a movimentação ocular e a
pulsação de 30 voluntários na Dinamarca e determinamos como eles reagem a uma baixa
velocidade de carregamento na internet. Todos eles receberam um dispositivo para assistir
um vídeo na internet e foram divididos pelo tempo de carregamento de cada conexão.
O primeiro grupo não teve tempo de espera. O nível de estresse registrado foi de 13
pontos, considerado o valor base para futuras comparações.
O segundo grupo, que sofreu um atraso de dois segundos, registrou 16 pontos na escala
de tensão, um aumento de 23%. O terceiro grupo, cuja conexão demorava até 6 segundos
Exercícios de Português
para carregar o vídeo, registrou um nível de estresse de 19 pontos, o equivalente a um
aumento de 46%.
Além disso, eles notaram que, em média, os batimentos cardíacos dos participantes
aumentaram em 38%.
Como se deu esta comparação?
Para nos dar uma maneira de comparar o estresse gerado por carregar um vídeo em uma
internet lenta, gestores indicaram marcadores de estresse em várias outras atividades.
É correto afirmar, por exemplo, que o estresse causado por esta atividade é maior do que:
• Esperar na fila do supermercado.
• Assistir a um programa melodramático de televisão.
• Estar à beira de um precipício (literalmente).
• Assistir a um filme de terror.
Aparentemente, o estresse de esperar um vídeo carregar é igual ao gerado para resolver
um problema de matemática.
Embora os resultados sejam interessantes, devem ser encarados com certa desconfiança,
já que a Ericsson continua a ser uma empresa envolvida no negócio das conexões de
internet e a amostragem não foi muito significativa. No entanto, há de se considerar que
este estudo se baseou apenas no estresse gerado por carregar um vídeo e não em outros
elementos, como participar de redes sociais, mensagens instantâneas, mapas, GPS e várias
outras atividades estressantes disponíveis na internet.
[...]
“Viver um momento estressante não é o mesmo que viver sob estresse. A primeira situação
é normal, inesperada e gerada pelo ambiente, enquanto a segunda é tóxica, gerada e
procurada por nós mesmos, pois se tornou um hábito que nos impede de viver de outra
forma”. Bernardo Stamateas.
Disponível em: https://br.vida-estilo.yahoo.com/post/144190143264/a-internet-pode-ser-
mais-estressante-do-que-voc%C3%AA. Acesso em: 10 mai. 2016.
Exercícios de Português
Referente à conjugação verbal das palavras empregadas no texto, assinale a alternativa
correta.
a) No excerto “[...] mas poucos de nós percebem que isso pode ser uma poderosa fonte
de estresse. ”, o verbo em destaque pertence à segunda conjugação.
b) No trecho “Você anda estressado?”, o verbo em destaque pertence à segunda
conjugação.
c) Em “pois se tornou um hábito que nos impede de viver de outra forma”, o verbo em
destaque pertence à terceira conjugação.
d) No excerto “os batimentos cardíacos dos participantes aumentaram em 38%.”, o verbo
em destaque pertence à terceira conjugação.
e) Em “o estresse de esperar um vídeo carregar é igual [...]”,o verbo em destaque pertence
à primeira conjugação.
Questão 20: AOCP - AnaLM (CM Salvador)/CM Salvador/Comissões/Assessoria Técnica a
Comissão de Planejamento Urbano e Meio Ambiente/2011
Assunto: Locução verbal
A questão baseia no texto apresentado abaixo.
O Colapso do Enem
Se restava alguma dúvida quanto à credibilidade do Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem) e do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), ela foi desfeita depois que a Justiça
Federal concedeu liminar prorrogando por seis dias o prazo de inscrições somente nas
universidades federais situadas no Estado do Rio de Janeiro. Com isso, a confusão
aumentou ainda mais, pois o sistema de informática do Ministério da Educação (MEC) não
está preparado para "isolar" os estudantes fluminenses. O término das inscrições estava
previsto para as 23h59 da última terça-feira e já havia sido prorrogado até o último minuto
de quinta-feira pelo Ministério da Educação.
Além das trapalhadas administrativas e eletrônicas, as inscrições agora estão marcadas
por indefinições e incertezas na área jurídica. Como a disputa pelas 83.125 vagas oferecidas
pelo Sisu envolve um concurso de amplitude nacional, o adiamento das inscrições somente
no Estado do Rio de Janeiro fere o princípio da isonomia - e isso poderá levar para o âmbito
da Justiça o processo seletivo das 83 universidades públicas que aceitaram a proposta do
MEC de substituir o vestibular tradicional pelas notas do Enem.
Exercícios de Português
Depois de todas as trapalhadas ocorridas em 2009, esperava-se que o MEC tivesse
tomado as medidas necessárias para evitar que elas se repetissem. Infelizmente, isso não
aconteceu. Entre outros tropeços, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais (Inep) - o órgão encarregado do Enem e do Sisu - não conseguiu explicar por
que vestibulandos que se inscreveram para determinados cursos de determinadas
instituições tiveram seus nomes registrados em cursos diferentes oferecidos por outras
universidades - com uma distância superior a mil quilômetros entre elas.
O Inep chegou a reconhecer que o sistema de informática não foi planejado para atender
à demanda, mas afirmou que ele estava imune a erros e riscos de manipulação. Com cópias
de imagens extraídas do site do MEC, os estudantes desmoralizaram o órgão, mostrando
que as opções de curso realizadas entre a manhã de domingo e a tarde de segunda-feira
foram alteradas entre a terça e a quarta-feira. Além disso, mais uma vez o Inep não
conseguiu evitar o vazamento de informações sigilosas dos vestibulandos e houve até
casos de dados que foram modificados com nítida má-fé por concorrentes.
O novo fracasso do MEC pode comprometer o início do ano letivo das instituições que
fazem parte do Sisu e pôr em risco o planejamento do ensino superior público para 2011.
Os prazos de inscrição no Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior e no
ProUni, por exemplo, já tiveram de ser prorrogados.
Como ocorreu em 2009, para aplacar críticas, a cúpula do MEC substituiu o presidente
do Inep. Em pouco mais de um ano, o órgão - que também é responsável pelo Ideb, pelos
censos da educação e pelo Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes - teve três
presidentes.
Os dois primeiros assumiram o cargo prometendo resolver as trapalhadas administrativas
na condução do Enem. E a terceira - a pedagoga Malvina Tuttman -, assim que foi
nomeada, esta semana, propôs a criação de uma Concursobrás - uma estatal para gerir o
Enem e fazer avaliações. A ideia já havia sido discutida pelo MEC com o Ministério do
Planejamento, em 2009, mas não prosperou.
Em vez de cobrar eficiência e corrigir os problemas de gestão da máquina do MEC, uma
das maiores da administração pública federal, a presidente do Inep - seguindo uma triste
tradição do serviço público brasileiro - quer ampliar ainda mais a burocracia. E isso pode
resultar em mais contratações e gastos, sem qualquer garantia de que sejam sanadas as
deficiências que levaram à desmoralização do Enem.
Na realidade, o desafio não é criar órgãos novos, mas requalificar a burocracia do MEC,
reestruturar o sistema de avaliação desfigurado pelo último governo e rever o Sisu - esse
gigantesco vestibular das universidades federais que a União não consegue gerir.
É o caso de discutir a possibilidade de voltar ao esquema em que cada universidade
federal tinha autonomia para definir seu vestibular, sem qualquer interferência dos ineptos
burocratas de Brasília.
O Estado de S.Paulo, 22 de janeiro de 2011. A3
Assinale a alternativa cuja sequência verbal destacada constitui um tempo composto.
Exercícios de Português
a) “ término das inscrições [...] já havia sido prorrogado...”
b) “ isso pode resultar em mais contratações e gastos...”
c) “ Inep chegou a reconhecer que o sistema de informática...”
d) “Os prazos de inscrição [...] tiveram de ser prorrogados.”
e) “...mais uma vez o Inep não conseguiu evitar o vazamento...”
Questão 21: AOCP - ATA (BADESUL)/BADESUL/2010
Assunto: Advérbio
Lixo na rua, lixo na mente
A situação no país só não é ainda mais grave graças aos catadores
Desde o último domingo a cidade de São Paulo está mandando para aterros em outros
municípios as 13 mil toneladas diárias de lixo domiciliar e comercial que produz, pois se
esgotou a capacidade de seu último aterro em funcionamento e ainda não está licenciada
a área adicional de 435 mil metros quadrados para onde se pretende expandir o São João
(Estado, 2/10).
Mais de uma vez já foram mencionados neste espaço maus exemplos que o autor destas
linhas documentou em Nova York (EUA.) e Toronto (Canadá). Na primeira, deixou-se
esgotar o aterro para onde iam 12 mil toneladas diárias de resíduos. E a solução foi
transportá-las diariamente em caminhões para mais de 500 quilômetros de distância, no
Estado da Virginia, e depositá-las num aterro privado, ao custo de US$ 720 mil por dia (US$
30 por tonelada para o transporte, outro tanto para pagar o aterro). Em Toronto também
se esgotou o aterro para onde iam 3 mil toneladas diárias. E se teve de implantar um
comboio ferroviário para levá-las a 800 quilômetros de distância. São apenas dois de
muitos exemplos. No Brasil mesmo, Belo Horizonte já está mandando lixo para dezenas de
quilômetros de distância. O Rio de Janeiro tem de exportá-lo para a Baixada Fluminense.
Curitiba esgotou o seu aterro, como muitas outras capitais.
Mas há boas notícias também. Uma delas foi anunciada pelo próprio ministro do Meio
Ambiente: vai criar um programa de remuneração para os catadores de lixo no Brasil, que
já são cerca de 1 milhão. É graças aos catadores que não temos uma situação ainda mais
grave no País, já que são eles que encaminham para a reciclagem em empresas (em usinas
públicas a porcentagem é insignificante) cerca de um terço do papel e papelão
Exercícios de Português
descartado, uns 20% do vidro, talvez outro tanto de plásticos e a quase totalidade das latas
de bebidas.
Mas é preciso avançar mais: implantar coleta seletiva em toda parte, encarregar
cooperativas de reciclagem de recolher os resíduos já separados, construir usinas de
triagem operadas e administradas por elas, onde se pode reciclar cerca de 80% do lixo
recolhido - transformando todo o lixo orgânico em composto para uso na jardinagem,
contenção de encostas, etc.; todo o papel e papelão, em telhas revestidas de betume,
capazes de substituir as de amianto com muitas vantagens; transformando todo o plástico
PVC em pellets (para serem utilizados como matéria-prima) ou em mangueiras pretas;
moendo o vidro e vendendo-o a recicladoras, assim como latas de alumínio e outros
metais. Por esses caminhos se consegue reduzir para 20% o lixo destinado ao aterro.
Gerando trabalho e renda para um contingente hoje sem nenhuma proteção.
Outra boa notícia (Estado, 2/10) é a de que a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de
São Paulo e a Cetesb concluíram a vistoria dos últimos 48 lixões em território paulista. Para
18 deles já há soluções apresentadas pelas prefeituras. Outros 22 apresentarão suas
soluções ainda este mês e 7 já estão em processo de interdição; 13 lixões foram fechados
nos últimos dois anos. É uma contribuição importante, já que quase metade do lixo
domiciliar e comercial no País continua indo para lixões a céu aberto.
Não será fácil equacionar a questão. Segundo estudo da Associação Brasileira de Empresas
de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), implantar um aterro capaz de receber
2 mil toneladas diárias de resíduos custa em média R$ 525,8 milhões; de médio porte, para
800 toneladas/dia, R$ 236,5 milhões; e de pequeno porte, para 100 toneladas/dia, R$ 52,4
milhões (Estado, 7/9). Quantas prefeituras têm capacidade financeira para esse
investimento, lembrando que a produção média de lixo por pessoa no País já está acima
de um quilo por dia? Não por acaso, o mercado da limpeza urbana, segundo estudo da
Unesp, está em R$ 17 bilhões anuais. Mas não bastasse tanto lixo, ainda importamos desde
janeiro de 2008 mais de 220 mil toneladas de lixo, pagando R$ 257,9 milhões, para ser
reciclado e reutilizado em vários setores industriais (Estado, 26/7).
E há outros problemas. Diz, por exemplo, o noticiário deste jornal (16/8) que a Cetesb
identificou 19 áreas contaminadas por lixo tóxico só no Bairro da Mooca, que ocupam 300
mil metros quadrados - herança de seu passado industrial. Será preciso descontaminar
essas áreas, com altos custos. E encontrar depósitos para o lixo perigoso.
Talvez num deles se possa depositar também o altamente perigoso lixo político que está
invadindo nossa vida pública e poderá ter consequências funestas. Pode-se começar
lembrando as declarações do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, segundo quem
"forças demoníacas" têm criado obstáculos ao licenciamento ambiental da Usina
Exercícios de Português
Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (Estado, 30/9). A referência era a ONGs, como o
Conselho Indigenista Missionário, e vários outros movimentos sociais, além do Ministério
Público Federal, que criticam o projeto. Mas atinge também estudos de universidades que
têm demonstrado a precariedade das avaliações sobre consequências ambientais, sociais,
políticas e econômicas daquela usina e pedido novos estudos, inclusive sobre o custo da
implantação, ora estimado em R$ 9 bilhões, ora em R$ 30 bilhões. Sem argumentos, o
ministro prefere demonizar os críticos - um caminho perigoso, porque o passo seguinte
seria exorcizá-los, talvez bani-los da vida pública - ou coisa pior.
Na mesma linha, as afirmações do governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli,
de que o ministro do Meio Ambiente é "maconheiro" e "homossexual" e que gostaria de
"estuprá-lo em praça pública"(!). E, para completar, o presidente do PSC, Vitor Nósseis (O
Popular, 3/10), que, para explicar a migração de políticos para outros partidos, comparou-
a a "uma relação entre marido e mulher": "Se o dinheiro sai pela porta, a mulher sai pela
janela."
Como se pode avançar na política com tanto lixo?
Disponível em <http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/washingtonnovaes-
residuos-solidos-aterros-brasil-504843.shtml>. Acesso em 06 mar 2010.
Assinale a alternativa em que a expressão destacada apresenta sentido de intensidade.
a) “’Se o dinheiro sai pela porta, a mulher sai pela janela.’"
b) “...a produção média de lixo por pessoa no País já está acima de um quilo por dia?”
c) “Talvez num deles se possa depositar também o altamente perigoso lixo político...”
d) “...o passo seguinte seria exorcizá-los, talvez bani-los da vida pública - ou coisa pior.”
e) “Outros 22 apresentarão suas soluções ainda este mês e 7 já estão em processo de
interdição...”
Questão 22: AOCP - Tec A (Valença-BA)/Pref Valença-BA/2016
Assunto: Advérbio
A felicidade é deprimente
Contardo Calligaris
Exercícios de Português
É possível que a depressão seja o mal da nossa época.
Ela já foi imensamente popular no passado. Por exemplo, os românticos (sobretudo os
artistas) achavam que ser langoroso e triste talvez fosse o único jeito autêntico de ser
fascinante e profundo.
Em 1859, Baudelaire escrevia à sua mãe: “O que sinto é um imenso desânimo, uma sensação
de isolamento insuportável, o medo constante de um vago infortúnio, uma desconfiança
completa de minhas próprias forças, uma ausência total de desejos, uma impossibilidade
de encontrar uma diversão qualquer”.
Agora, Baudelaire poderia procurar alívio nas drogas, mas ele e seus contemporâneos não
teriam trocado sua infelicidade pelo sorriso estereotipado das nossas fotos das férias. Para
um romântico, a felicidade contente era quase sempre a marca de um espírito simplório e
desinteressante.
Enfim, diferente dos românticos, o deprimido contemporâneo não curte sua fossa: ao
contrário, ele quer se desfazer desse afeto, que não lhe parece ter um grande charme.
Alguns suspeitam que a depressão contemporânea seja uma invenção. Uma vez achado
um remédio possível, sempre é preciso propagandear o transtorno que o tal remédio
poderia curar. Nessa ótica, a depressão é um mercado maravilhoso, pois o transtorno é
fácil de ser confundido com estados de espírito muito comuns: a simples tristeza, o
sentimento de inadequação, um luto que dura um pouco mais do que desejaríamos etc.
De qualquer forma, o extraordinário sucesso da depressão e dos antidepressivos não
existiria se nossa cultura não atribuísse um valor especial à felicidade (da qual a depressão
nos privaria.). Ou seja, ficamos tristes de estarmos tristes porque gostaríamos muito de
sermos felizes.
Coexistem, na nossa época, dois fenômenos aparentemente contraditórios: a depressão e
a valorização da felicidade. Será que nossa tristeza, então, não poderia ser um efeito do
valor excessivo que atribuímos à felicidade? Quem sabe a tristeza contemporânea seja uma
espécie de decepção.
Exercícios de Português
Em agosto de 2011, I. B. Mauss e outros publicaram em “Emotion” uma pesquisa com o
título: “Será que a procura da felicidade faz as pessoas infelizes?”. Eles recorreram a uma
medida da valorização da felicidade pelos indivíduos e, em pesquisas com duas amostras
de mulheres (uma que valorizava mais a felicidade e a outra, menos), comprovaram o
óbvio: sobretudo em situações positivas (por exemplo, diante de boas notícias), as pessoas
que perseguem a felicidade ficam sempre particularmente decepcionadas.
Numa das pesquisas, eles induziram a valorização da felicidade: manipularam uma das
amostras propondo a leitura de um falso artigo de jornal anunciando que a felicidade cura
o câncer, faz viver mais tempo, aumenta a potência sexual – em suma, todas as trivialidades
nunca comprovadas, mas que povoam as páginas da grande imprensa.
Depois disso, diante de boas notícias, as mulheres que tinham lido o artigo ficaram bem
menos felizes do que as que não tinham sido induzidas a valorizar especialmente a
felicidade.
Conclusão: na população em geral, a valorização cultural da felicidade pode ser
contraprodutiva.
Mais recentemente, duas pesquisas foram muito além e mostraram que a valorização da
felicidade pode ser causa de verdadeiros transtornos. A primeira, de B. Q. Ford e outros,
no “Journal of Social and Clinical Psychology”, descobriu que a procura desesperada da
felicidade constitui um fator de risco para sintomas e diagnósticos de depressão.
A pesquisa conclui que o valor cultural atribuído à felicidade leva a consequências sérias
em saúde mental. Uma grande valorização da felicidade, no contexto do Ocidente, é um
componente da depressão. E uma intervenção cognitiva que diminua o valor atribuído à
felicidade poderia melhorar o desfecho de uma depressão. Ou seja, o que escrevo
regularmente contra o ideal de felicidade talvez melhore o humor de alguém. Fico feliz.
Enfim, em 2015, uma pesquisa de Ford, Mauss e Gruber, em “Emotion”, mostra que a
valorização da felicidade é relacionada ao risco e ao diagnóstico de transtorno bipolar.
Conclusão: cuidado, nossos ideais emocionais (tipo: o ideal de sermos felizes) têm uma
função crítica na nossa saúde mental.
Como escreveu o grande John Stuart Mill, em 1873: Só são felizes os que perseguem outra
coisa do que sua própria felicidade.
Exercícios de Português
Adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligaris/2015/10/1699663-
a-felicidade-e-deprimente.shtml Acesso em 10 de março de 2016.
Na frase “Mais recentemente, duas pesquisas foram muito além e mostraram que a
valorização da felicidade pode ser causa de verdadeiros transtornos”, a expressão
destacada indica
a) modo.
b) tempo.
c) intensidade.
d) lugar.
e) afirmação.
Questão 23: AOCP - Ass Adm (BRDE)/BRDE/2012
Assunto: Advérbio
Os quadrinhos podem destruir a literatura
Luís Antônio Giron
Observo um fato cada vez mais frequente: o desprezo dos jovens por certas obras literárias,
sobretudo as adotadas nas escolas e exigidas no vestibular. Os estudantes já não têm
paciência para lidar com Iracema, de José de Alencar, Dom Casmurro, de Machado de
Assis, O Ateneu, de Raul Pompeia, e nem mesmo conseguem tirar proveito das
humorísticas Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida. Eles
tratam os títulos que acabei de citar com uma falta absoluta de respeito – pior, uma falta
de noção de respeito. Não entendem a grandeza desses e outros grandes romances do
passado. Os professores, por seu turno, não parecem fazer questão de transmitir um
entusiasmo literário que eles próprios não possuem. Os professores jogaram a toalha. Aí
tudo se torna rotineiro e entediante como uma lição de casa que não pode ser executada.
Quanto mais são obrigados a ler, mais os jovens repudiam os livros. Eles já não veem
sentido no ato da leitura, até porque são encorajados pelos mais velhos a se valer da
internet, dos videogames e da televisão, em detrimento dos meios tradicionais.
Muitos pensam que ser moderno significa não precisar mais ler. Daí o apelo dos tablets:
essas tabuletas altamente tecnológicas são os novos aparelhos de televisão, receptores
ideais para analfabetos ou cidadãos pós-alfabetizados. Gente que não precisa mais
enfrentar um texto com começo, desenvolvimento e conclusão, que adora a
Exercícios de Português
fragmentação. Os mesmos que exaltam os tablets acham que o ensino tradicional não
consegue mais acompanhar a evolução tecnológica. Então, o que pôr no lugar da tradição?
Claro, como não pensamos nisto antes? Se os estudantes querem diversão, vamos dar-
lhes histórias em quadrinhos – de preferência, em monitores de LED, via tablets.
Mas a transposição pura e simples não é o problema. As formas e conteúdos podem migrar
à vontade, eternamente. A questão é outra: os quadrinhos andam tão salientes que
avançam pelo campo literário com avidez dos bárbaros e autoconfiança dos consagrados.
As adaptações em HQ de obras literárias e teatrais têm surgido a cada minuto, para
supostamente acrescentar algo aos textos originais. Elas vêm abençoadas pela crítica e
aprovadas pelo olhar indulgente dos adultos que desacreditam de tudo, notadamente da
capacidade de ler das novas gerações. E os jovens correspondem à expectativa,
consumindo quadrinhos literários para evitar dar conta de livros que não têm paciência
para ler. Como resultado, essas adaptações têm feito um desserviço à literatura – e à
cultura como um todo. São, em geral, transposições de má qualidade, criadas por editores
oportunistas, sequiosos de aproveitar a falta de vontade de ler da mocidade. Sob o
pretexto de facilitar a leitura, esse tipo de adaptação destrói a vontade de ler. Traz um
atalho enganoso. Isso porque, em vez de encurtar o caminho, o atalho elimina uma etapa
importante da formação do jovem: a da compreensão, análise e, por consequência, do
domínio de textos complexos. Ora, para mim isso configura um crime.
Não vou me deter em exemplos de adaptações infelizes, que são inúmeros. Já me deparei
com muitas adaptações, em quadrinhos ou não, porque minhas duas filhas estão se
preparando para o vestibular e precisam ler o maior número de obras consagradas no
menor tempo possível. Percebi que, nas provas do ensino médio, elas recorriam aos
famigerados resumos de obras na internet, copiando nomes e ações sem sentido e sem
contextualização. Para obter alguma interpretação das obras, elas recorriam às histórias
em quadrinhos, aliás recomendadas pelo colégio. Elas leram assim Os Lusíadas, de
Camões, Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, e atéMemórias Póstumas de Brás
Cubas, de Machado de Assis. Não preciso dizer que se tratava de transposições forçadas,
mal realizadas e desprezíveis – cheias de erros de português e, pior, erros de interpretação
das obras originais. Uma versão de Memórias de um sargento de milícias, por exemplo,
traz um vocabulário pobre no final das páginas, sem nenhuma explicação sobre o emprego
de determinados termos. As ilustrações são feias e caricatas, limitando-se a servir aos
balões e descrições extraídas diretamente do livro. Bom, diante de tanta bandalheira,
decidi banir de casa essas HQs. Até entendo algumas adaptações facilitadoras de livros
universais, como a que Clarice Lispector fez de Dom Quixote, ou Fernando Sabino de
Silvia, de Gerard de Nerval. Esses livrinhos servem como rito de passagem para
dificuldades maiores a serem vencidas num estágio posterior. Adaptações literárias em
geral geram uma perda de informação. Obviamente, a melhor lei não é a do menor esforço,
e esses livros servem como incentivo a futuras viagens de leitura. O que não perdoo são
adaptações ruins e quadrinhos malfeitos, que só envergonham o gênero.
Exercícios de Português
Convém não confundir certos quadrinhos oportunistas com a grande arte estabelecida por
Will Eisner, Crumb, Frank Miller, Alan Moore e Joe Sacco, entre outros. As HQs nasceram
na imprensa e jamais negaram sua vocação popular. Aos poucos, foram experimentando
uma ascensão intelectual e artística, graças aos artistas que fizeram delas o seu meio de
expressão. Repare que esses grandes artistas dificilmente se submetem a adaptações feitas
diretamente de uma obra.
Sou um admirador dos quadrinistas. Os gibis e romances gráficos estimulam minha
imaginação, algo que nenhum livro seria capaz de proporcionar. Algumas das melhores
ideias do cinema vêm hoje dos quadrinhos. O Brasil experimenta uma fase de produção de
alto valor nessa área. Não há como negar a influência dos quadrinhos na cultura atual. O
problema é o uso que se faz deles. A culpa não é da HQ, mas da qualidade das adaptações.
É de quem aceita o recurso fácil de ler tudo depressa. Infelizmente, os quadrinhos são
inocentes úteis, pois viraram instrumentos eficientes para a desmoralização da literatura.
Disponível em <http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,EMI244437-
15230,00.html>. Acesso em 09 nov 2011.
Assinale a alternativa em que o autor NÃO manifesta sua opinião.
a) “essas tabuletas altamente tecnológicas” (2.º parágrafo)
b) “Obviamente, a melhor lei não é a do menor esforço” (4.º parágrafo)
c) “Infelizmente, os quadrinhos são inocentes úteis” (6.º parágrafo)
d) “para supostamente acrescentar algo aos textos originais.” (3.º parágrafo)
e) “esses grandes artistas dificilmente se submetem a adaptações” (5.º parágrafo)
Questão 24: AOCP - Aux Tec CE (TCE-PA)/TCE-PA/Informática/2012
Assunto: Advérbio
Novo fôlego
Bernardo Esteves
1.° A disseminação das redes sociais e dos tablets tem ajudado a dar popularidade na
internet a um gênero jornalístico que se consagrou no meio impresso: a grande
reportagem. Estimulados pelo sucesso do formato, dois jornalistas britânicos resolveram
Exercícios de Português
lançar uma revista dedicada a textos de fôlego sobre grandes questões de ciência e
tecnologia.
2.° A nova onda de popularidade das grandes reportagens se explica em parte pela
facilidade de leitura nos dispositivos móveis. Textos longos que não se deixam ler com
facilidade no computador agora podem ser salvos para serem lidos depois, com a ajuda de
aplicativos como o Read it Later. Assim, podem ser apreciados nas circunstâncias de
preferência do leitor – na cama, em sua poltrona favorita, numa viagem de avião.
3.° O jornalista Lewis Dvorkin atribui o interesse crescente pelos textos de fôlego ao
declínio dos grandes portais, que aconteceu em paralelo à ascensão das redes sociais.
“Agora, as notícias digitais estão nas mãos de cada um, e não de uma elite restrita”,
escreveu ele no site na Forbes. “O desenvolvimento de novas plataformas digitais e a
fragmentação da audiência formam uma combinação que está mudando dramaticamente
a natureza do conteúdo que está sendo distribuído através da web social.”
4.° ‘Recomendação’ é a palavra-chave da popularidade das grandes reportagens na
internet. Têm feito sucesso na rede agregadores que reúnem textos de fôlego de várias
publicações recomendados pelos leitores. [...]
5.° No exterior, grandes reportagens de ciência e tecnologia são publicadas rotineiramente
em revistas como a New Yorker, a Wired ou a Slate. Mas não havia ainda uma publicação
destinada exclusivamente a textos de fôlego sobre o tema.
6.° A lacuna será preenchida pela revista Matter (‘Matéria’, em tradução imperfeita), cujo
lançamento foi anunciado no fim de fevereiro. Seus fundadores são os jornalistas Jim Giles,
com passagem pelas revistas Nature, The Atlantic, The Economist e New Scientist, e
Bobbie Johnson, ex-repórter do Guardian e colaborador de várias outras publicações.
7.° Com a promessa de mobilizar “repórteres investigativos extraordinários” para fazer “o
melhor jornalismo sobre o futuro”, Giles e Johnson não foram nada modestos ao
apresentar os objetivos da revista: “Matter vai se concentrar em fazer excepcionalmente
bem uma única coisa. A cada semana, publicaremos uma reportagem de fôlego sobre
grandes temas de ciência e tecnologia. Nada de resenhas baratas, artigos de opinião
sarcásticos ou listas dos dez mais. Apenas uma matéria imperdível.”
8.° Matter será uma revista eletrônica com versões para web e dispositivos móveis Apple e
Android. O conteúdo será pago – provavelmente 99 centavos de dólar por matéria,
segundo a previsão dos editores (“fazer bom jornalismo não é barato”, justificaram-se).
Exercícios de Português
9.° Eles aproveitaram para passar o chapéu junto aos leitores. E o resultado do
crowdfunding foi surpreendente: em uma semana, conseguiram cerca de 85 mil dólares de
quase 1.200 doadores, que investiram cotas que iam de 10 a 3 mil dólares. Os leitores que
contribuíram com pelo menos 25 dólares poderão ajudar a pautar a publicação; quem deu
mil dólares será considerado editor convidado e poderá participar da formatação de
matérias desde o esboço da pauta.
10.° Se os editores honrarem suas promessas, Matter será uma experiência única no
jornalismo de ciência. Boa sorte a eles na empreitada.
Revista Piauí, edição 65.
Assinale a expressão (destacada no texto) que NÃO foi empregada pelo autor para
modificar a forma verbal.
a) Dramaticamente
b) Rotineiramente
c) Em paralelo
d) Com facilidade
e) Provavelmente
Questão 25: AOCP - AnaLM (CM Salvador)/CM Salvador/Comissões/Assessoria Técnica a
Comissão de Finanças, Orçamento e Gestão/2011
Assunto: Advérbio
A questão baseia no texto apresentado abaixo.
As torcidas organizadas não são as (únicas) culpadas
Torcidas organizadas agora recebem o rótulo de "facções". É uma clara tentativa de
relacioná-las ao mundo do crime, como se todas as suas atitudes fossem ilícitas. Mas a
realidade é diferente. O torcedor organizado não é bandido. Ele trabalha (a média de
desemprego nas torcidas é de 2,8%, em comparação com os 8,1% da média brasileira),
mora com os pais (86,8%) e tem um significativo grau de instrução (80,8% possui de 10 a 12
anos de escolaridade).
Exercícios de Português
Esses números fazem parte do resultado de uma pesquisa que realizei com 813
integrantes das três maiores organizadas de São Paulo. São dados que desmentem a visão
de que seus filiados são vagabundos que se associam para o crime. Costuma-se
generalizar, mostrando que as mortes que ocorrem no futebol têm a ver apenas com as
torcidas. Não é verdade. Por isso, pregar a extinção das organizadas para estancar a
violência é a mesma coisa que defender o fim do Senado para acabar com a corrupção.
Enquanto alguns culpam apenas as torcidas organizadas, outros responsáveis pelo
problema são poupados. Há o Estado, que muitas vezes não oferece um policiamento de
qualidade, preparado para atuar em jogos de futebol. Jogadores e dirigentes incitam a
violência com declarações impensadas. E grande parte da imprensa, na ânsia de encontrar
respostas imediatas a um problema histórico, comete equívocos básicos, como não ouvir
todas as partes envolvidas. O resultado é uma visão deturpada e preconceituosa, que não
contribui para a superação do problema.
Outros números da pesquisa apontam que é um erro subestimar a capacidade de
discernimento dos torcedores organizados. A maioria tem compreensão dos fatores que
causam a violência e apontam a imprensa (78,1%) e a polícia (19,5%) como co-responsáveis.
Engana-se também quem pensa que estão pretendendo transferir a responsabilidade, pois
61,8% remete o problema a situações em que os próprios torcedores são os protagonistas,
como rivalidade, provocação dos rivais, falta de educação e ignorância.
Além disso, os torcedores organizados, especialmente os jovens, se reúnem não apenas
para torcer por suas cores. Eles discutem a política do clube, o esporte, entre outros
assuntos. São questões que atualmente não são abordadas em outro espaço da sociedade.
Mesmo que possuam uma parcela da responsabilidade pelo clima bélico nos estádios, as
torcidas organizadas apresentam características positivas. Essas agremiações têm grande
importância para os clubes, apresentando um alto grau de fidelidade (85% dos
entrevistados vão ao estádio de uma a duas vezes por semana, independentemente da
situação do seu time e de onde o jogo será realizado).
E não apenas nas arquibancadas as agremiações demonstram aspectos construtivos.
Geralmente, são compostas por representantes de diversas origens e classes sociais, que
promovem ações de assistência social voltadas para a comunidade. Há, portanto, uma
inegável importância de cunho social. Mais do que isso, trata-se de um ambiente de
aprendizado político, derivado da convivência entre os integrantes. Assim, alguns
membros se destacam, pleiteiam cargos e acabam tornando-se dirigentes, enquanto os
demais exercem alguns dos seus direitos de cidadania. É um espaço de discussão política,
que preenche uma lacuna.
Obviamente, os crimes e delitos praticados por membros de torcidas devem ser punidos,
como deveria acontecer com todos. Mas a falta de leis específicas e a cultura da
impunidade no Brasil jogam contra a paz no futebol. No Senado, tramita um projeto de lei
que talvez mude esse panorama, modificando e ampliando os direitos e deveres dos
torcedores e dos organizadores das partidas de futebol. Mas, até que essa lei surta efeito,
poderíamos ao menos abandonar o preconceito com que tratamos as torcidas
organizadas. E deixar de apontá-las como as únicas vilãs de uma história que não tem
mocinhos.
Exercícios de Português
Revista Galileu, n.18, de setembro de 2009. p.96-97
Assinale a alternativa cujo advérbio destacado foi empregado para expressar uma opinião
do autor.
a) “São questões que atualmente não são abordadas em outro espaço da sociedade.”
b) “Obviamente, os crimes e delitos praticados por membros de torcidas devem ser
punidos...”
c) “...os torcedores organizados, especialmente os jovens, se reúnem não apenas para
torcer...”
d) “...independentemente da situação do seu time e de onde o jogo será realizado.”
e) “Geralmente, são compostas por representantes de diversas origens e classes
sociais...”
Questão 26: AOCP - Ana Proj (BRDE)/BRDE/Agronomia/2012
Assunto: Preposição
Condenados à tradição
O que fizeram com a poesia brasileira
Iumna Maria Simon
Por um desses quiproquós da vida cultural, a tradicionalização, ou a referência à tradição,
tornou-se um tema dos mais presentes na poesia contemporânea brasileira, quer dizer, a
que vem sendo escrita desde meados dos anos 80.
Pode parecer um paradoxo que a poesia desse período, a mesma que tem continuidade
com ciclos anteriores de vanguardismo, sobretudo a poesia concreta, e se seguiu a
manifestações antiformalistas de irreverência e espontaneísmo, como a poesia marginal,
tenha passado a fazer um uso relutantemente crítico, ou acrítico, da tradição. Nesse
momento de esgotamento do moderno e superação das vanguardas, instaura-se o
consenso de que é possível recolher as forças em decomposição da modernidade numa
espécie de apoteose pluralista. É uma noção conciliatória de tradição que, em lugar da
invenção de formas e das intervenções radicais, valoriza a convencionalização a ponto de
até incentivar a prática, mesmo que metalinguística, de formas fixas e exercícios regrados.
Exercícios de Português
Ainda assim, não se trata de um tradicionalismo conservador ou “passadista”, para lembrar
uma expressão do modernismo dos anos 20. O que se busca na tradição não é nem o
passado como experiência, nem a superação crítica do seu legado. Afinal, não somos mais
como T. S. Eliot, que acreditava no efeito do passado sobre o presente e, por prazer de
inventar, queria mudar o passado a partir da atualidade viva do sentimento moderno. Na
sua conhecidíssima definição da tarefa do poeta moderno, formulada no ensaio “Tradição
e talento individual”, tradição não é herança. Ao contrário, é a conquista de um trabalho
persistente e coletivo de autoconhecimento, capaz de discernir a presença do passado na
ordem do presente, o que, segundo Eliot, define a autoconsciência do que é
contemporâneo.
Nessa visada, o passado é continuamente refeito pelo novo, recriado pela contribuição do
poeta moderno consciente de seus processos artísticos e de seu lugar no tempo. Tal
percepção de que passado e presente são simultâneos e inter-relacionados não ocorre na
ideia inespecífica de tradição que tratarei aqui. O passado, para o poeta contemporâneo,
não é uma projeção de nossas expectativas, ou aquilo que reconfigura o presente. Ficou
reduzido, simplesmente, à condição de materiais disponíveis, a um conjunto de técnicas,
procedimentos, temas, ângulos, mitologias, que podem ser repetidos, copiados e
desdobrados, num presente indefinido, para durar enquanto der, se der.
Na cena contemporânea, a tradição já não é o que permite ao passado vigorar e
permanecer ativo, confrontando-se com o presente e dando uma forma conflitante e
sempre inacabada ao que somos. Não implica, tampouco, autoconsciência crítica ou
consciência histórica, nem a necessidade de identificar se existe uma tendência dominante
ou, o que seria incontornável para uma sociedade como a brasileira, se as circunstâncias
da periferia pós-colonial alteram as práticas literárias, e como.
Não estou afirmando que os poetas atuais são tradicionalistas, ou que se voltaram todos
para o passado, pois não há no retorno deles à tradição traço de classicismo ou revivalismo.
Eles recombinam formas, amparados por modelos anteriores, principalmente os
modernos. A tradição se tornou um arquivo atemporal, ao qual recorre a produção poética
para continuar proliferando em estado de indiferença em relação à atualidade e ao que
fervilha dentro dela.
Até onde vejo, as formas poéticas deixaram de ser valores que cobram adesão à
experiência histórica e ao significado que carregam. Os velhos conservadorismos culturais
apodreceram para dar lugar, quem sabe, a configurações novas e ainda não identificáveis.
Mesmo que não exista mais o “antigo”, o esgotado, o entulho conservador, que
sustentavam o tradicionalismo, tradição é o que se cultua por todos os lados.
Exercícios de Português
Na literatura brasileira, que sempre sofreu de extrema carência de renovação e variados
complexos de inferioridade e provincianismo, em decorrência da vida longa e recessiva,
maior do que se esperaria, de modas, escolas e antiqualhas de todo tipo, essa
retradicionalização desculpabilizada e complacente tem inegável charme liberador.
Revista Piauí, edição 61, 2011.
“Por um desses quiproquós da vida cultural, a tradicionalização, ou a referência à tradição,
tornou-se um tema dos mais presentes na poesia contemporânea brasileira, quer dizer, a
que vem sendo escrita desde meados dos anos 80.”
O fragmento em que o elemento por (ou pelo/pela) estabelece a mesma relação
semântica do elemento por do fragmento acima é
a) “Nessa visada, o passado é continuamente refeito pelo novo” (4.º parágrafo)
b) “sustentavam o tradicionalismo, tradição é o que se cultua por todos os lados” (7.º
parágrafo)
c) “Eles recombinam formas, amparados por modelos anteriores” (6.º parágrafo)
d) “pela contribuição do poeta moderno consciente de seus processos artísticos” (4.º
parágrafo)
e) “por prazer de inventar, queria mudar o passado a partir da atualidade viva” (3.º
parágrafo)
Questão 27: AOCP - Aud (TCE-PA)/TCE-PA/2012
Assunto: Preposição
Bad boy com toque patético
O afã de afrontar conveniências parece condição
necessária para que Lars von Trier consiga se
expressar
Eduardo Escorel
Usar o prelúdio da abertura de Tristão e Isolda, de Wagner, como trilha musical é prova da
audácia de Lars von Trier, roteirista e diretor de Melancolia. Recorrendo a tamanho lugar-
Exercícios de Português
comum para dar tom solene e impressão de grandiosidade ao filme, Trier corre o alto risco
de ultrapassar o limite que separa ambição legítima de artifício pretensioso.
Trier consegue, porém, escapar pela tangente dessa armadilha que preparou para si
mesmo, e evita a gratuidade formal, apesar de, além de recorrer a Wagner, dedicar os dez
minutos iniciais de Melancolia a imagens alegóricas de instantes descontextualizados,
reproduzidas em câmera lentíssima. Em retrospecto, o sentido dos planos da abertura fica
claro, constituindo figura de linguagem conhecida – antecipação estilizada do desfecho
da narrativa para criar expectativa pelo que virá.
Depois de dois anos de trabalho, horrorizado com o resultado, Trier declarou estar pronto
para rejeitar Melancolia “como um órgão mal transplantado” por ter “chantili em cima de
chantili” e ser “um filme de mulher!”. Ele quisera “mergulhar de cabeça no abismo do
romantismo alemão. Wagner ao quadrado”. Isso estava claro para ele, mas ainda assim se
perguntava: “Essa não será apenas outra maneira de expressar derrota? Derrota para um
dos denominadores comuns mais baixos do cinema? O romantismo é maltratado de tudo
quanto é forma no insuportavelmente entediante cinema industrial.” Tinha esperança,
contudo, que “em meio a todo o creme houvesse uma lasca de osso que pudesse afinal
quebrar um dente frágil”.
A primeira reação de Trier a Melancolia denota senso crítico incomum e pode tê-lo ajudado
a fazer um filme mais a seu gosto – ácido, pessimista e opressor –, evitando um estilo
meloso e ornamental. Mesmo frustrado, por não ter sido capaz de incluir um pouco da
feiura que tanto aprecia em meio às belíssimas imagens, Trier não deixa de provocar
inquietação no espectador. Nem o uso de câmera instável, estilo já banalizado pela
linguagem corrente, nem o elenco de estrelas internacionais apagam sua marca autoral,
fácil de reconhecer desde O Elemento do Crime, seu primeiro filme, realizado em 1984 –
qualquer que seja o enredo, os personagens devem percorrer sua via dolorosa.
Inconformado com a própria maturidade, há algo de patético na resistência de Trier em
deixar de ser, aos 55 anos, um bad boy. Nostálgico das transgressões da juventude, parece
ter orgulho da coleção de notas zero em comportamento recebidas ao longo da sua
premiada carreira. Propenso a ser sempre do contra e a causar sofrimento, foi irresponsável
na entrevista coletiva do último Festival de Cannes. Sem medir as palavras, declarou em
tom irônico entender e simpatizar com Hitler, que “fez algumas coisas erradas, sim, com
certeza. […] Eu sou, é claro, muito a favor dos judeus, não, não muito porque Israel não
presta”. Arrematou dizendo, depois de um suspiro: “O.k., eu sou um nazista.”
Declarado persona non grata pela direção do evento, no qual Melancolia foi exibido na
mostra oficial, é possível que Trier tenha recebido a notícia como um prêmio por sua
Exercícios de Português
leviandade. O paradoxo é que seu compromisso de afrontar conveniências, traço que
imprime a seus personagens, parece condição necessária para que consiga se expressar.
Revista Piauí, Edição 59, 2011.
“Declarado persona non grata pela direção do evento, no qual Melancolia foi exibido na
mostra oficial, é possível que Trier tenha recebido a notícia como um prêmio por sua
leviandade.”
A alternativa em que o elemento por estabelece a mesma relação semântica daquela
encontrada no fragmento acima é
a) Pedro planta milho e, no final do ano, vende-o por quilo.
b) Os jornalistas sempre lutam por liberdade de expressão.
c) A lista de chamada da escola é feita por ordem alfabética.
d) Após o acidente, Jorge aposentou-se por invalidez.
e) Selma chorou por três anos a morte dos pais e do filho.
Questão 28: AOCP - TJ TRE AC/TRE AC/Administrativa/2015
Assunto: Conjunção
Leia o texto e responda a questão.
A vida em sociedade
1º de março 2011
Ao contrário do que muitos podem imaginar, o homem não é o único a viver em sociedade,
E essa discussão aparece no episódio “A Cultura e a Casca de Banana”, dirigido por Toni
Venturi. Durante a conversa no zoológico, o homem tenta provar ao macaco os benefícios
que ele tem sobre todos os outros animais e o benefício principal: o de viver em sociedade.
O macaco discorda totalmente e conta ao homem, como um primeiro exemplo, sobre a
sociedade das formigas. Ela é organizada em sociedade, mantém no topo do formigueiro
a rainha, que põe os ovos, depois vêm as trabalhadoras que alimentam a chefe, e os
Exercícios de Português
machos são a terceira casta, não trabalham e a sua função se resume apenas em acasalar
com as rainhas.
Outros exemplos da vida organizada em sociedade ficam por conta de cupins, abelhas e
pingüins. A abelha, por exemplo, é incapaz de viver sozinha. Suas colmeias são um
exemplo de organização social, com as rainhas na função de colocar os ovos, os zangões,
que as fecundam, e as operárias, que cuidam de todas as tarefas.
Os cupins repartem todas as tarefas, trabalham juntos na construção de casas enormes e
resolvem problemas complicados de moradia, como ventilação e drenagem. Já os
pingüins, que também vivem em sociedade, dividem tarefa entre macho e fêmea. Ambos
se revezam para chocar os filhotes, que se reúnem em creches e são supervisionados por
adultos enquanto os pais saem em busca de comida. Os casais ficam juntos no verão para
cuidar dos filhotes e, para identificar os membros de sua família, possuem cantos e danças
próprios.
Fonte: http://www.soinos1so.com.br/2011/03/01/a-vida-em-sociedade/.Texto adaptado.
Em “Já os pingüins, que também vivem em sociedade, dividem tarefa entre macho e fêmea.
Ambos se revezam para chocar os filhotes, reúnem-se em creches e são supervisionados
por adultos enquanto os pais saem em busca de comida”, a expressão em destaque
a) expressa ideia de finalidade, pois, para os pais saírem em busca de comida, precisam
deixar seus filhotes sob a supervisão de adultos.
b) expressa ideia de conseqüência, pois primeiro os pais deixam seus filhos sob a
supervisão de adultos, para, depois, buscarem alimento.
c) expressa ideia de tempo simultâneo, pois, enquanto os pais saem em busca de comida,
outros adultos supervisionam seus filhotes.
d) expressa ideia de tempo simultâneo, pois, enquanto os pais saem em busca de
alimento, as mães se reúnem para supervisionarem seus filhotes.
e) expressa ideia de tempo seqüencial, pois os pais deixam seus filhos para serem
supervisionados para depois irem à busca de comida.
Questão 29: AOCP - Sold (BM RS)/BM RS/2009
Assunto: Conjunção
Texto 1
Exercícios de Português
O desastre: duas guerras, um déficit e uma crise
O aprendiz de alfaiate Andrew Johnson, que presidiu os Estados Unidos de 1865 a 1869, já
foi considerado um dos grandes líderes americanos. Isso foi no tempo em que barrar a
integração social dos negros era visto como uma louvável forma de impedir a corrupção
de valores. Racista, Johnson combateu todos os esforços para criar uma democracia
multirracial. Com a mudança na leitura da história, e o consequente sepultamento da
odiosa supremacia branca, mudou também o conceito sobre Johnson, hoje considerado
um dos piores presidentes americanos. Com seu adeus definitivo à Casa Branca, George
Walker Bush, 62 anos, sai do poder como um dos piores, se não o pior, presidentes que os
Estados Unidos já tiveram. Pode ser que Bush seja visto sob melhores luzes daqui a meio
século. Mas, por enquanto, o republicano voltará para o seu rancho no Texas deixando
para trás um governo desastroso cujo balanço é um desserviço completo: a maior potência
econômica e militar da história conseguiu, em oito anos, ficar menos temida pelos inimigos
e menos admirada pelos amigos.
Bush chegou dizendo que faria um governo “para unir, não para dividir”, e agora entrega
um país com duas guerras (Iraque e Afeganistão), um déficit monumental (já na casa do
trilhão de dólares) e uma economia em frangalhos (a pior crise desde a II Guerra Mundial).
Logo que assumiu, Bush foi atropelado pelos atentados de 11 de setembro de 2001 – e isso,
nos sete anos seguintes, serviria como justificativa e desculpa para tudo: a espionagem de
cidadãos americanos, as prisões secretas e a tortura contra prisioneiros, numa lamentável
quebra da tradição americana de respeito aos direitos humanos. Em defesa de seu
governo, Bush afirmou, em seu último pronunciamento, que se pode debater se suas
decisões foram acertadas, mas não é possível questionar os resultados. “Estamos há mais
de sete anos sem nenhum ataque terrorista em nosso solo”, disse.
É uma defesa pobre de seus efeitos. Afinal, mesmo sem Bush, também não houve ataques
de terroristas estrangeiros nos sete anos que antecederam o 11 de Setembro. Mesmo daqui
a 100 anos, Bush ainda será lembrado pela sua principal obra, a guerra do Iraque, que
começou por um motivo falso (as tais armas de destruição em massa que nunca
apareceram), já matou mais de 4 000 militares americanos e 100 000 civis iraquianos,
consome 10 bilhões de dólares por mês e elegeu o opositor, Barack Obama. É preciso
reconhecer, porém, que a guerra no Iraque não chegou a ser o fracasso vietnamita que
muitos previram que seria.
Em dezembro de 2006, o historiador Eric Foner, da Universidade Colúmbia, assinou um
artigo afirmando que Bush era o pior presidente da história. Fazia um governo obtuso como
o de Franklin Pierce (1853-1857), corrupto como o de Warren Harding (1921-1023) e abusivo
como o de Richard Nixon (1969-1974). Na semana passada, convidado por VEJA a voltar a
avaliar o governo, o historiador disse: “Os últimos dois anos só confirmaram meu
Exercícios de Português
julgamento. Mas, ainda que ruim, o segundo mandato de Bush foi melhor que o primeiro.
Nele, o presidente foi mais habilidoso, teve um convívio frutífero com a China, abriu as
portas do clube atômico à Índia e abandonou a aversão ao uso da diplomacia, adotando-a
para lidar com a Coréia do Norte e o Irã”. Parece pouco, mas, em se tratando de Bush,
talvez não se pudesse esperar muito mais.
Texto extraído da Revista Veja, edição 2096, ano 42, n.3, de 21 de janeiro de 2009. p. 82-83.
Assinale a alternativa correta. Em “É preciso reconhecer, porém, que a guerra no Iraque
não chegou a ser o fracasso vietnamita que muitos previram que seria.”, o conectivo
destacado introduz uma idéia de
a) alternância.
b) conclusão.
c) adição.
d) adversidade.
e) explicação.
Questão 30: AOCP - Tec A (Valença-BA)/Pref Valença-BA/2016
Assunto: Conjunção
A felicidade é deprimente
Contardo Calligaris
É possível que a depressão seja o mal da nossa época.
Ela já foi imensamente popular no passado. Por exemplo, os românticos (sobretudo os
artistas) achavam que ser langoroso e triste talvez fosse o único jeito autêntico de ser
fascinante e profundo.
Em 1859, Baudelaire escrevia à sua mãe: “O que sinto é um imenso desânimo, uma sensação
de isolamento insuportável, o medo constante de um vago infortúnio, uma desconfiança
completa de minhas próprias forças, uma ausência total de desejos, uma impossibilidade
de encontrar uma diversão qualquer”.
Exercícios de Português
Agora, Baudelaire poderia procurar alívio nas drogas, mas ele e seus contemporâneos não
teriam trocado sua infelicidade pelo sorriso estereotipado das nossas fotos das férias. Para
um romântico, a felicidade contente era quase sempre a marca de um espírito simplório e
desinteressante.
Enfim, diferente dos românticos, o deprimido contemporâneo não curte sua fossa: ao
contrário, ele quer se desfazer desse afeto, que não lhe parece ter um grande charme.
Alguns suspeitam que a depressão contemporânea seja uma invenção. Uma vez achado
um remédio possível, sempre é preciso propagandear o transtorno que o tal remédio
poderia curar. Nessa ótica, a depressão é um mercado maravilhoso, pois o transtorno é
fácil de ser confundido com estados de espírito muito comuns: a simples tristeza, o
sentimento de inadequação, um luto que dura um pouco mais do que desejaríamos etc.
De qualquer forma, o extraordinário sucesso da depressão e dos antidepressivos não
existiria se nossa cultura não atribuísse um valor especial à felicidade (da qual a depressão
nos privaria.). Ou seja, ficamos tristes de estarmos tristes porque gostaríamos muito de
sermos felizes.
Coexistem, na nossa época, dois fenômenos aparentemente contraditórios: a depressão e
a valorização da felicidade. Será que nossa tristeza, então, não poderia ser um efeito do
valor excessivo que atribuímos à felicidade? Quem sabe a tristeza contemporânea seja uma
espécie de decepção.
Em agosto de 2011, I. B. Mauss e outros publicaram em “Emotion” uma pesquisa com o
título: “Será que a procura da felicidade faz as pessoas infelizes?”. Eles recorreram a uma
medida da valorização da felicidade pelos indivíduos e, em pesquisas com duas amostras
de mulheres (uma que valorizava mais a felicidade e a outra, menos), comprovaram o
óbvio: sobretudo em situações positivas (por exemplo, diante de boas notícias), as pessoas
que perseguem a felicidade ficam sempre particularmente decepcionadas.
Numa das pesquisas, eles induziram a valorização da felicidade: manipularam uma das
amostras propondo a leitura de um falso artigo de jornal anunciando que a felicidade cura
o câncer, faz viver mais tempo, aumenta a potência sexual – em suma, todas as trivialidades
nunca comprovadas, mas que povoam as páginas da grande imprensa.
Exercícios de Português
Depois disso, diante de boas notícias, as mulheres que tinham lido o artigo ficaram bem
menos felizes do que as que não tinham sido induzidas a valorizar especialmente a
felicidade.
Conclusão: na população em geral, a valorização cultural da felicidade pode ser
contraprodutiva.
Mais recentemente, duas pesquisas foram muito além e mostraram que a valorização da
felicidade pode ser causa de verdadeiros transtornos. A primeira, de B. Q. Ford e outros,
no “Journal of Social and Clinical Psychology”, descobriu que a procura desesperada da
felicidade constitui um fator de risco para sintomas e diagnósticos de depressão.
A pesquisa conclui que o valor cultural atribuído à felicidade leva a consequências sérias
em saúde mental. Uma grande valorização da felicidade, no contexto do Ocidente, é um
componente da depressão. E uma intervenção cognitiva que diminua o valor atribuído à
felicidade poderia melhorar o desfecho de uma depressão. Ou seja, o que escrevo
regularmente contra o ideal de felicidade talvez melhore o humor de alguém. Fico feliz.
Enfim, em 2015, uma pesquisa de Ford, Mauss e Gruber, em “Emotion”, mostra que a
valorização da felicidade é relacionada ao risco e ao diagnóstico de transtorno bipolar.
Conclusão: cuidado, nossos ideais emocionais (tipo: o ideal de sermos felizes) têm uma
função crítica na nossa saúde mental.
Como escreveu o grande John Stuart Mill, em 1873: Só são felizes os que perseguem outra
coisa do que sua própria felicidade.
Adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligaris/2015/10/1699663-
a-felicidade-e-deprimente.shtml Acesso em 10 de março de 2016.
No período “o extraordinário sucesso da depressão e dos antidepressivos não existiria se
nossa cultura não atribuísse um valor especial à felicidade”, a oração sublinhada estabelece
com a anterior uma relação de
a) concessão.
b) finalidade.
c) conclusão.
d) condição.
Exercícios de Português
e) causa.
Questão 31: AOCP - Ana Proj (BRDE)/BRDE/Agronomia/2012
Assunto: Conjunção
Condenados à tradição
O que fizeram com a poesia brasileira
Iumna Maria Simon
Por um desses quiproquós da vida cultural, a tradicionalização, ou a referência à tradição,
tornou-se um tema dos mais presentes na poesia contemporânea brasileira, quer dizer, a
que vem sendo escrita desde meados dos anos 80.
Pode parecer um paradoxo que a poesia desse período, a mesma que tem continuidade
com ciclos anteriores de vanguardismo, sobretudo a poesia concreta, e se seguiu a
manifestações antiformalistas de irreverência e espontaneísmo, como a poesia marginal,
tenha passado a fazer um uso relutantemente crítico, ou acrítico, da tradição. Nesse
momento de esgotamento do moderno e superação das vanguardas, instaura-se o
consenso de que é possível recolher as forças em decomposição da modernidade numa
espécie de apoteose pluralista. É uma noção conciliatória de tradição que, em lugar da
invenção de formas e das intervenções radicais, valoriza a convencionalização a ponto de
até incentivar a prática, mesmo que metalinguística, de formas fixas e exercícios regrados.
Ainda assim, não se trata de um tradicionalismo conservador ou “passadista”, para lembrar
uma expressão do modernismo dos anos 20. O que se busca na tradição não é nem o
passado como experiência, nem a superação crítica do seu legado. Afinal, não somos mais
como T. S. Eliot, que acreditava no efeito do passado sobre o presente e, por prazer de
inventar, queria mudar o passado a partir da atualidade viva do sentimento moderno. Na
sua conhecidíssima definição da tarefa do poeta moderno, formulada no ensaio “Tradição
e talento individual”, tradição não é herança. Ao contrário, é a conquista de um trabalho
persistente e coletivo de autoconhecimento, capaz de discernir a presença do passado na
ordem do presente, o que, segundo Eliot, define a autoconsciência do que é
contemporâneo.
Exercícios de Português
Nessa visada, o passado é continuamente refeito pelo novo, recriado pela contribuição do
poeta moderno consciente de seus processos artísticos e de seu lugar no tempo. Tal
percepção de que passado e presente são simultâneos e inter-relacionados não ocorre na
ideia inespecífica de tradição que tratarei aqui. O passado, para o poeta contemporâneo,
não é uma projeção de nossas expectativas, ou aquilo que reconfigura o presente. Ficou
reduzido, simplesmente, à condição de materiais disponíveis, a um conjunto de técnicas,
procedimentos, temas, ângulos, mitologias, que podem ser repetidos, copiados e
desdobrados, num presente indefinido, para durar enquanto der, se der.
Na cena contemporânea, a tradição já não é o que permite ao passado vigorar e
permanecer ativo, confrontando-se com o presente e dando uma forma conflitante e
sempre inacabada ao que somos. Não implica, tampouco, autoconsciência crítica ou
consciência histórica, nem a necessidade de identificar se existe uma tendência dominante
ou, o que seria incontornável para uma sociedade como a brasileira, se as circunstâncias
da periferia pós-colonial alteram as práticas literárias, e como.
Não estou afirmando que os poetas atuais são tradicionalistas, ou que se voltaram todos
para o passado, pois não há no retorno deles à tradição traço de classicismo ou revivalismo.
Eles recombinam formas, amparados por modelos anteriores, principalmente os
modernos. A tradição se tornou um arquivo atemporal, ao qual recorre a produção poética
para continuar proliferando em estado de indiferença em relação à atualidade e ao que
fervilha dentro dela.
Até onde vejo, as formas poéticas deixaram de ser valores que cobram adesão à
experiência histórica e ao significado que carregam. Os velhos conservadorismos culturais
apodreceram para dar lugar, quem sabe, a configurações novas e ainda não identificáveis.
Mesmo que não exista mais o “antigo”, o esgotado, o entulho conservador, que
sustentavam o tradicionalismo, tradição é o que se cultua por todos os lados.
Na literatura brasileira, que sempre sofreu de extrema carência de renovação e variados
complexos de inferioridade e provincianismo, em decorrência da vida longa e recessiva,
maior do que se esperaria, de modas, escolas e antiqualhas de todo tipo, essa
retradicionalização desculpabilizada e complacente tem inegável charme liberador.
Revista Piauí, edição 61, 2011.
“Mesmo que não exista mais o “antigo”, o esgotado, o entulho conservador, que
sustentavam o tradicionalismo, tradição é o que se cultua por todos os lados.” (7.°
parágrafo)
Exercícios de Português
No fragmento acima
a) o autor apresenta relação de causa e consequência entre o fato de não haver mais o
“antigo”, o esgotado o entulho conservador e haver a presença recorrente da tradição.
b) o autor conclui sua ideia principal, a de que a tradição é cultuada por todos os lados e
supera o “antigo”, o esgotado, o entulho conservador, traços que sustentam o
tradicionalismo.
c) é apresentado um contraste entre as ideias expressas, ou seja, a tradição é cultuada
por todos os lados, ainda que o “antigo”, o esgotado, o entulho conservador não existam
mais.
d) o autor expressa a alternância entre os gostos dos literatos, que cultuam tanto o
tradicionalismo quanto o “antigo”, o esgotado e o entulho conservador da literatura
tradicional.
e) é apresentada uma justificativa para o fato de haver uma co-ocorrência tanto do
“antigo”, do esgotado, do entulho conservador quanto da tradição, que é cultuada por
todos os lados.
Questão 32: AOCP - Fisc PM (Pref JF)/Pref JF/2016
Assunto: Conjunção
Médico x “Dr. Google”
Não bastassem os alertas feitos durante as consultas, os meios de comunicação de massa
estão sempre publicando reportagens e entrevistas com médicos sobre os riscos da
automedicação. Se há algum tempo a Medicina tinha como grandes concorrentes os
autodidatas e as crendices populares, com suas receitas infalíveis para todo tipo de
doença, hoje o quadro ficou ainda mais grave. Com as infinitas informações veiculadas pela
Internet, um certo senhor virtual armou-se de estetoscópio, colocou o jaleco e está
disponível 24 horas para atender e diagnosticar os sintomas de pacientes desesperados em
busca de alívio e cura para seus males. [...]
Os benefícios da Internet são inegáveis, mas nada substitui o relacionamento direto. O
médico precisa ver o paciente e se este hoje já entra no consultório com uma série de
informações que antes não tinha, o profissional deve estar pronto para dialogar e apontar
os caminhos corretos. Não basta fazer críticas à Internet. Para a pesquisadora da
Universidade de São Paulo, Wilma Madeira, o conhecimento adquirido na rede pode fazer
com que o paciente questione melhor os “médicos reais”, pois terá acesso e compreenderá
o significado de termos técnicos e de protocolos de atendimento. “Se não entendo o
especialista, como posso questioná-lo?”, ela pergunta, destacando que poderá haver uma
Exercícios de Português
melhora na relação médico-paciente: “Se o médico entende dúvidas e angústias do
paciente, poderá diagnosticá-lo melhor”.
Mas não é a Internet quem deve fazer o diagnóstico e a prescrição dos remédios. Imaginem
se o cidadão, leigo e com problema cardíaco, for interpretar determinado exame pela
Internet. Ali poderá deduzir que sua doença é tal e que até corre o risco de uma morte
súbita. Como a tendência é quase sempre valorizar o pior, com certeza terá seus
batimentos cardíacos acelerados sobremaneira. Por isto, para evitar alardes, melhor ir
diretamente ao médico. [...]
(Fonte: https://prodoctor.net/blog/2015/08/medico-x-drgoogle/)
Assinale a alternativa correta quanto à relação estabelecida entre as orações pelas
expressões destacadas.
a) “[...] fazer com que o paciente questione melhor os ‘médicos reais’, pois terá acesso e
compreenderá o significado de termos técnicos [...]” (comparação).
b) “[...] pode piorar a qualidade de vida em vez de melhorar a qualidade de vida se ele for
utilizado inadequadamente [...]” (condição).
c) “[...] Eu compro bombinha, inalador, para melhorar da asma [...]” (conclusão).
d) “[...] Hábito pode inibir eficácia dos medicamentos, causar efeitos colaterais nocivos e
causar a morte [...]” (oposição).
e) “[...]. Ali poderá deduzir que sua doença é tal e que até corre o risco de uma morte
súbita. [...]” (finalidade).
Questão 33: AOCP - AnaLM (CM Salvador)/CM Salvador/Comissões/Assessoria Técnica a
Comissão de Finanças, Orçamento e Gestão/2011
Assunto: Conjunção
A questão baseia no texto apresentado abaixo.
As torcidas organizadas não são as (únicas) culpadas
Torcidas organizadas agora recebem o rótulo de "facções". É uma clara tentativa de
relacioná-las ao mundo do crime, como se todas as suas atitudes fossem ilícitas. Mas a
realidade é diferente. O torcedor organizado não é bandido. Ele trabalha (a média de
desemprego nas torcidas é de 2,8%, em comparação com os 8,1% da média brasileira),
Exercícios de Português
mora com os pais (86,8%) e tem um significativo grau de instrução (80,8% possui de 10 a 12
anos de escolaridade).
Esses números fazem parte do resultado de uma pesquisa que realizei com 813
integrantes das três maiores organizadas de São Paulo. São dados que desmentem a visão
de que seus filiados são vagabundos que se associam para o crime. Costuma-se
generalizar, mostrando que as mortes que ocorrem no futebol têm a ver apenas com as
torcidas. Não é verdade. Por isso, pregar a extinção das organizadas para estancar a
violência é a mesma coisa que defender o fim do Senado para acabar com a corrupção.
Enquanto alguns culpam apenas as torcidas organizadas, outros responsáveis pelo
problema são poupados. Há o Estado, que muitas vezes não oferece um policiamento de
qualidade, preparado para atuar em jogos de futebol. Jogadores e dirigentes incitam a
violência com declarações impensadas. E grande parte da imprensa, na ânsia de encontrar
respostas imediatas a um problema histórico, comete equívocos básicos, como não ouvir
todas as partes envolvidas. O resultado é uma visão deturpada e preconceituosa, que não
contribui para a superação do problema.
Outros números da pesquisa apontam que é um erro subestimar a capacidade de
discernimento dos torcedores organizados. A maioria tem compreensão dos fatores que
causam a violência e apontam a imprensa (78,1%) e a polícia (19,5%) como co-responsáveis.
Engana-se também quem pensa que estão pretendendo transferir a responsabilidade, pois
61,8% remete o problema a situações em que os próprios torcedores são os protagonistas,
como rivalidade, provocação dos rivais, falta de educação e ignorância.
Além disso, os torcedores organizados, especialmente os jovens, se reúnem não apenas
para torcer por suas cores. Eles discutem a política do clube, o esporte, entre outros
assuntos. São questões que atualmente não são abordadas em outro espaço da sociedade.
Mesmo que possuam uma parcela da responsabilidade pelo clima bélico nos estádios, as
torcidas organizadas apresentam características positivas. Essas agremiações têm grande
importância para os clubes, apresentando um alto grau de fidelidade (85% dos
entrevistados vão ao estádio de uma a duas vezes por semana, independentemente da
situação do seu time e de onde o jogo será realizado).
E não apenas nas arquibancadas as agremiações demonstram aspectos construtivos.
Geralmente, são compostas por representantes de diversas origens e classes sociais, que
promovem ações de assistência social voltadas para a comunidade. Há, portanto, uma
inegável importância de cunho social. Mais do que isso, trata-se de um ambiente de
aprendizado político, derivado da convivência entre os integrantes. Assim, alguns
membros se destacam, pleiteiam cargos e acabam tornando-se dirigentes, enquanto os
demais exercem alguns dos seus direitos de cidadania. É um espaço de discussão política,
que preenche uma lacuna.
Obviamente, os crimes e delitos praticados por membros de torcidas devem ser punidos,
como deveria acontecer com todos. Mas a falta de leis específicas e a cultura da
impunidade no Brasil jogam contra a paz no futebol. No Senado, tramita um projeto de lei
que talvez mude esse panorama, modificando e ampliando os direitos e deveres dos
torcedores e dos organizadores das partidas de futebol. Mas, até que essa lei surta efeito,
poderíamos ao menos abandonar o preconceito com que tratamos as torcidas
Exercícios de Português
organizadas. E deixar de apontá-las como as únicas vilãs de uma história que não tem
mocinhos.
Revista Galileu, n.18, de setembro de 2009. p.96-97
“Mesmo que possuam uma parcela da responsabilidade pelo clima bélico nos estádios, as
torcidas organizadas apresentam características positivas.”
A relação lógico-semântica estabelecida pela expressão mesmo que é a de
a) consecução.
b) condição.
c) causa.
d) comparação.
e) concessão.
Questão 34: AOCP - AnaLM (CM Salvador)/CM Salvador/Comissões/Assessoria Técnica a
Comissão de Planejamento Urbano e Meio Ambiente/2011
Assunto: Conjunção
A questão baseia no texto apresentado abaixo.
O Colapso do Enem
Se restava alguma dúvida quanto à credibilidade do Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem) e do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), ela foi desfeita depois que a Justiça
Federal concedeu liminar prorrogando por seis dias o prazo de inscrições somente nas
universidades federais situadas no Estado do Rio de Janeiro. Com isso, a confusão
aumentou ainda mais, pois o sistema de informática do Ministério da Educação (MEC) não
está preparado para "isolar" os estudantes fluminenses. O término das inscrições estava
previsto para as 23h59 da última terça-feira e já havia sido prorrogado até o último minuto
de quinta-feira pelo Ministério da Educação.
Além das trapalhadas administrativas e eletrônicas, as inscrições agora estão marcadas
por indefinições e incertezas na área jurídica. Como a disputa pelas 83.125 vagas oferecidas
pelo Sisu envolve um concurso de amplitude nacional, o adiamento das inscrições somente
no Estado do Rio de Janeiro fere o princípio da isonomia - e isso poderá levar para o âmbito
da Justiça o processo seletivo das 83 universidades públicas que aceitaram a proposta do
MEC de substituir o vestibular tradicional pelas notas do Enem.
Exercícios de Português
Depois de todas as trapalhadas ocorridas em 2009, esperava-se que o MEC tivesse
tomado as medidas necessárias para evitar que elas se repetissem. Infelizmente, isso não
aconteceu. Entre outros tropeços, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais (Inep) - o órgão encarregado do Enem e do Sisu - não conseguiu explicar por
que vestibulandos que se inscreveram para determinados cursos de determinadas
instituições tiveram seus nomes registrados em cursos diferentes oferecidos por outras
universidades - com uma distância superior a mil quilômetros entre elas.
O Inep chegou a reconhecer que o sistema de informática não foi planejado para atender
à demanda, mas afirmou que ele estava imune a erros e riscos de manipulação. Com cópias
de imagens extraídas do site do MEC, os estudantes desmoralizaram o órgão, mostrando
que as opções de curso realizadas entre a manhã de domingo e a tarde de segunda-feira
foram alteradas entre a terça e a quarta-feira. Além disso, mais uma vez o Inep não
conseguiu evitar o vazamento de informações sigilosas dos vestibulandos e houve até
casos de dados que foram modificados com nítida má-fé por concorrentes.
O novo fracasso do MEC pode comprometer o início do ano letivo das instituições que
fazem parte do Sisu e pôr em risco o planejamento do ensino superior público para 2011.
Os prazos de inscrição no Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior e no
ProUni, por exemplo, já tiveram de ser prorrogados.
Como ocorreu em 2009, para aplacar críticas, a cúpula do MEC substituiu o presidente
do Inep. Em pouco mais de um ano, o órgão - que também é responsável pelo Ideb, pelos
censos da educação e pelo Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes - teve três
presidentes.
Os dois primeiros assumiram o cargo prometendo resolver as trapalhadas administrativas
na condução do Enem. E a terceira - a pedagoga Malvina Tuttman -, assim que foi
nomeada, esta semana, propôs a criação de uma Concursobrás - uma estatal para gerir o
Enem e fazer avaliações. A ideia já havia sido discutida pelo MEC com o Ministério do
Planejamento, em 2009, mas não prosperou.
Em vez de cobrar eficiência e corrigir os problemas de gestão da máquina do MEC, uma
das maiores da administração pública federal, a presidente do Inep - seguindo uma triste
tradição do serviço público brasileiro - quer ampliar ainda mais a burocracia. E isso pode
resultar em mais contratações e gastos, sem qualquer garantia de que sejam sanadas as
deficiências que levaram à desmoralização do Enem.
Na realidade, o desafio não é criar órgãos novos, mas requalificar a burocracia do MEC,
reestruturar o sistema de avaliação desfigurado pelo último governo e rever o Sisu - esse
gigantesco vestibular das universidades federais que a União não consegue gerir.
É o caso de discutir a possibilidade de voltar ao esquema em que cada universidade
federal tinha autonomia para definir seu vestibular, sem qualquer interferência dos ineptos
burocratas de Brasília.
O Estado de S.Paulo, 22 de janeiro de 2011. A3
Exercícios de Português
“Como ocorreu em 2009, para aplacar críticas, a cúpula do MEC substituiu o presidente do
Inep.”
A expressão destacada estabelece, no contexto, uma relação lógico-semântica de
a) Causa.
b) Conformidade.
c) Consecução.
d) Comparação.
e) Concessão.
Questão 35: AOCP - Ass Adm (BRDE)/BRDE/2012
Assunto: Colocação pronominal
Os quadrinhos podem destruir a literatura
Luís Antônio Giron
Observo um fato cada vez mais frequente: o desprezo dos jovens por certas obras literárias,
sobretudo as adotadas nas escolas e exigidas no vestibular. Os estudantes já não têm
paciência para lidar com Iracema, de José de Alencar, Dom Casmurro, de Machado de
Assis, O Ateneu, de Raul Pompeia, e nem mesmo conseguem tirar proveito das
humorísticas Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida. Eles
tratam os títulos que acabei de citar com uma falta absoluta de respeito – pior, uma falta
de noção de respeito. Não entendem a grandeza desses e outros grandes romances do
passado. Os professores, por seu turno, não parecem fazer questão de transmitir um
entusiasmo literário que eles próprios não possuem. Os professores jogaram a toalha. Aí
tudo se torna rotineiro e entediante como uma lição de casa que não pode ser executada.
Quanto mais são obrigados a ler, mais os jovens repudiam os livros. Eles já não veem
sentido no ato da leitura, até porque são encorajados pelos mais velhos a se valer da
internet, dos videogames e da televisão, em detrimento dos meios tradicionais.
Muitos pensam que ser moderno significa não precisar mais ler. Daí o apelo dos tablets:
essas tabuletas altamente tecnológicas são os novos aparelhos de televisão, receptores
ideais para analfabetos ou cidadãos pós-alfabetizados. Gente que não precisa mais
enfrentar um texto com começo, desenvolvimento e conclusão, que adora a
fragmentação. Os mesmos que exaltam os tablets acham que o ensino tradicional não
consegue mais acompanhar a evolução tecnológica. Então, o que pôr no lugar da tradição?
Exercícios de Português
Claro, como não pensamos nisto antes? Se os estudantes querem diversão, vamos dar-
lhes histórias em quadrinhos – de preferência, em monitores de LED, via tablets.
Mas a transposição pura e simples não é o problema. As formas e conteúdos podem migrar
à vontade, eternamente. A questão é outra: os quadrinhos andam tão salientes que
avançam pelo campo literário com avidez dos bárbaros e autoconfiança dos consagrados.
As adaptações em HQ de obras literárias e teatrais têm surgido a cada minuto, para
supostamente acrescentar algo aos textos originais. Elas vêm abençoadas pela crítica e
aprovadas pelo olhar indulgente dos adultos que desacreditam de tudo, notadamente da
capacidade de ler das novas gerações. E os jovens correspondem à expectativa,
consumindo quadrinhos literários para evitar dar conta de livros que não têm paciência
para ler. Como resultado, essas adaptações têm feito um desserviço à literatura – e à
cultura como um todo. São, em geral, transposições de má qualidade, criadas por editores
oportunistas, sequiosos de aproveitar a falta de vontade de ler da mocidade. Sob o
pretexto de facilitar a leitura, esse tipo de adaptação destrói a vontade de ler. Traz um
atalho enganoso. Isso porque, em vez de encurtar o caminho, o atalho elimina uma etapa
importante da formação do jovem: a da compreensão, análise e, por consequência, do
domínio de textos complexos. Ora, para mim isso configura um crime.
Não vou me deter em exemplos de adaptações infelizes, que são inúmeros. Já me deparei
com muitas adaptações, em quadrinhos ou não, porque minhas duas filhas estão se
preparando para o vestibular e precisam ler o maior número de obras consagradas no
menor tempo possível. Percebi que, nas provas do ensino médio, elas recorriam aos
famigerados resumos de obras na internet, copiando nomes e ações sem sentido e sem
contextualização. Para obter alguma interpretação das obras, elas recorriam às histórias
em quadrinhos, aliás recomendadas pelo colégio. Elas leram assim Os Lusíadas, de
Camões, Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, e atéMemórias Póstumas de Brás
Cubas, de Machado de Assis. Não preciso dizer que se tratava de transposições forçadas,
mal realizadas e desprezíveis – cheias de erros de português e, pior, erros de interpretação
das obras originais. Uma versão de Memórias de um sargento de milícias, por exemplo,
traz um vocabulário pobre no final das páginas, sem nenhuma explicação sobre o emprego
de determinados termos. As ilustrações são feias e caricatas, limitando-se a servir aos
balões e descrições extraídas diretamente do livro. Bom, diante de tanta bandalheira,
decidi banir de casa essas HQs. Até entendo algumas adaptações facilitadoras de livros
universais, como a que Clarice Lispector fez de Dom Quixote, ou Fernando Sabino de
Silvia, de Gerard de Nerval. Esses livrinhos servem como rito de passagem para
dificuldades maiores a serem vencidas num estágio posterior. Adaptações literárias em
geral geram uma perda de informação. Obviamente, a melhor lei não é a do menor esforço,
e esses livros servem como incentivo a futuras viagens de leitura. O que não perdoo são
adaptações ruins e quadrinhos malfeitos, que só envergonham o gênero.
Convém não confundir certos quadrinhos oportunistas com a grande arte estabelecida por
Will Eisner, Crumb, Frank Miller, Alan Moore e Joe Sacco, entre outros. As HQs nasceram
Exercícios de Português
na imprensa e jamais negaram sua vocação popular. Aos poucos, foram experimentando
uma ascensão intelectual e artística, graças aos artistas que fizeram delas o seu meio de
expressão. Repare que esses grandes artistas dificilmente se submetem a adaptações feitas
diretamente de uma obra.
Sou um admirador dos quadrinistas. Os gibis e romances gráficos estimulam minha
imaginação, algo que nenhum livro seria capaz de proporcionar. Algumas das melhores
ideias do cinema vêm hoje dos quadrinhos. O Brasil experimenta uma fase de produção de
alto valor nessa área. Não há como negar a influência dos quadrinhos na cultura atual. O
problema é o uso que se faz deles. A culpa não é da HQ, mas da qualidade das adaptações.
É de quem aceita o recurso fácil de ler tudo depressa. Infelizmente, os quadrinhos são
inocentes úteis, pois viraram instrumentos eficientes para a desmoralização da literatura.
Disponível em <http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,EMI244437-
15230,00.html>. Acesso em 09 nov 2011.
Com base no texto, julgue os itens a seguir.
I. O fragmento “minhas duas filhas estão se preparando” pode ser substituído por “estão
preparando-se”.
II. O fragmento “que se tratava de transposições” pode ser substituído por “se tratavam”.
III. O fragmento “Não vou me deter” pode ser substituído por “Não deter-me-ei”.
IV. A próclise, em “Aí tudo se torna” e “Já me deparei”, ocorre devido à presença de
expressões indefinidas.
Está(ão) correta(s)
a) apenas I.
b) apenas III.
c) apenas I e II.
d) apenas II e IV.
e) apenas II, III e IV.
Exercícios de Português
Questão 36: AOCP - Ag (Pref JF)/Pref JF/Transporte e Trânsito I/2016
Assunto: Colocação pronominal
Considerações sobre a loucura
Ferreira Gullar
Ouço frequentemente pessoas opinarem sobre tratamento psiquiátrico sem na verdade
conhecerem o problema. É bacana ser contra internação. Por isso mesmo traçam um
retrato equivocado de como os pacientes eram tratados no passado em manicômios
infernais por médicos que só pensavam em torturá-los com choques elétricos, camisas de
força e metê-los em solitárias.
Por isso mesmo exaltam o movimento antimanicomial, que se opõe à internação dos
doentes mentais. Segundo eles, os pacientes são metidos em hospitais psiquiátricos
porque a família quer se ver livre deles. Só pode fazer tal afirmação quem nunca teve que
conviver com um doente mental e, por isso, ignora o tormento que tal situação pode
implicar.
Nada mais doloroso para uma mãe ou um pai do que ter de admitir que seu filho é
esquizofrênico e ser, por isso, obrigado a interná-lo. Há certamente pais que se negam a
fazê-lo, mas ao custo de ser por ele agredido ou vê-lo por fim à própria vida, jogando-se
da janela do apartamento.
Como aquelas pessoas não enfrentam tais situações, inventam que os hospitais
psiquiátricos, ainda hoje, são locais de tortura. Ignoram que as clínicas atuais, em sua
maioria, graças aos remédios neuroléticos, nada têm dos manicômios do passado.
Recentemente, num desses programas de televisão, ouvi pessoas afirmarem que o
verdadeiro tratamento psiquiátrico foi inventado pela médica Nise da Silveira, que curava
os doentes com atividades artísticas. Trata-se de um equívoco. A terapia ocupacional,
artística ou não, jamais curou algum doente.
Trata-se, graças a Nise, de uma ocupação que lhe dá prazer e, por mantê-lo ocupado,
alivia-lhe as tensões psíquicas. Quando o doente é, apesar de louco, um artista talentoso,
como Emygdio de Barros ou Arthur Bispo do Rosário, realiza-se artisticamente e encontra
assim um modo de ser feliz.
Exercícios de Português
Graças à atividade dos internados no Centro Psiquiátrico Nacional, do Engenho de Dentro,
no Estado do Rio, criou-se o Museu de Imagens do Inconsciente, que muito contribuiu
para o reconhecimento do valor estético dos artistas doentes mentais. Mas é bom entender
que não é a loucura que torna alguém artista; de fato, ele é artístico apesar de louco.
Tanto isso é verdade que, das dezenas de pacientes que trabalharam no ateliê do Centro
Psiquiátrico, apenas quatro ou cinco criaram obras de arte. Deve-se reconhecer, também,
que conforme a personalidade de cada um seu estado mental compõe a expressão estética
que produz.
No tal programa de TV, alguém afirmou que, graças a Nise da Silveira, o tratamento
psiquiátrico tornou-se o que é hoje. Não é verdade, isso se deve à invenção dos remédios
neurolépticos que possibilitam o controle do surto psíquico.
É também graças a essa medicação que as internações se tornaram menos frequentes e,
quando necessárias, duram pouco tempo – o tempo necessário ao controle do surto por
medicação mais forte. Superada a crise, o paciente volta para casa e continua tomando as
doses necessárias à manutenção da estabilidade mental.
Não pretendo com esses argumentos diminuir a extraordinária contribuição dada pela
médica Nise da Silveira ao tratamento dos doentes mentais no Brasil. Fui amigo dela e
acompanhei de perto, juntamente com Mário Pedrosa, o seu trabalho no Centro
Psiquiátrico Nacional.
Uma das qualidades dela era o seu afeto pelas pessoas e particularmente pelo doente
mental. Eis um exemplo: como o Natal se aproximava, ela perguntou aos pacientes o que
queriam de presente. Emygdio respondeu: um guarda-chuva.
Como dentro do hospital naturalmente não chovia, ela concluiu que ele queria ir embora
para casa. E era. Ela providenciou para que levasse consigo tinta e tela, a fim de que não
parasse de pintar.
Ele se foi, mas, passado algum tempo, alguém toca a campainha do gabinete da médica.
Ela abre a porta, era o Emygdio, de paletó, gravata e maleta na mão. “Voltei para continuar
pintando, porque lá em casa não dava pé.” E ficou pintando ali até completar 80 anos,
quando, por lei, teve que deixar o hospital e ir para um abrigo de idosos, onde morreu anos
depois.
Exercícios de Português
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ferreiragullar/ 2016/02/1741258-
consideracoes-sobre-a-loucura.shtml)
Considerando as regras gramaticais, assinale a alternativa em que há erro quanto à
colocação pronominal dos termos destados.
a) Não se pode obrigar os pacientes a irem ao hospital psiquiátrico.
b) Quem se preocupa com o doente mental geralmente são os familiares mais próximos.
c) Observar-se-á que é possível viver “normalmente” se o paciente aceita e entende que
precisa tomar o remédio para manter a estabilidade.
d) Se fala muito em qualidade de vida durante o tratamento psiquiátrico.
e) Nota-se a participação da família como quesito fundamental para a evolução do
tratamento.
Questão 37: AOCP - Sold (BM RS)/BM RS/2009
Assunto: Sinônimos e Antônimos
Texto 1
O desastre: duas guerras, um déficit e uma crise
O aprendiz de alfaiate Andrew Johnson, que presidiu os Estados Unidos de 1865 a 1869, já
foi considerado um dos grandes líderes americanos. Isso foi no tempo em que barrar a
integração social dos negros era visto como uma louvável forma de impedir a corrupção
de valores. Racista, Johnson combateu todos os esforços para criar uma democracia
multirracial. Com a mudança na leitura da história, e o consequente sepultamento da
odiosa supremacia branca, mudou também o conceito sobre Johnson, hoje considerado
um dos piores presidentes americanos. Com seu adeus definitivo à Casa Branca, George
Walker Bush, 62 anos, sai do poder como um dos piores, se não o pior, presidentes que os
Estados Unidos já tiveram. Pode ser que Bush seja visto sob melhores luzes daqui a meio
século. Mas, por enquanto, o republicano voltará para o seu rancho no Texas deixando
para trás um governo desastroso cujo balanço é um desserviço completo: a maior potência
econômica e militar da história conseguiu, em oito anos, ficar menos temida pelos inimigos
e menos admirada pelos amigos.
Exercícios de Português
Bush chegou dizendo que faria um governo “para unir, não para dividir”, e agora entrega
um país com duas guerras (Iraque e Afeganistão), um déficit monumental (já na casa do
trilhão de dólares) e uma economia em frangalhos (a pior crise desde a II Guerra Mundial).
Logo que assumiu, Bush foi atropelado pelos atentados de 11 de setembro de 2001 – e isso,
nos sete anos seguintes, serviria como justificativa e desculpa para tudo: a espionagem de
cidadãos americanos, as prisões secretas e a tortura contra prisioneiros, numa lamentável
quebra da tradição americana de respeito aos direitos humanos. Em defesa de seu
governo, Bush afirmou, em seu último pronunciamento, que se pode debater se suas
decisões foram acertadas, mas não é possível questionar os resultados. “Estamos há mais
de sete anos sem nenhum ataque terrorista em nosso solo”, disse.
É uma defesa pobre de seus efeitos. Afinal, mesmo sem Bush, também não houve ataques
de terroristas estrangeiros nos sete anos que antecederam o 11 de Setembro. Mesmo daqui
a 100 anos, Bush ainda será lembrado pela sua principal obra, a guerra do Iraque, que
começou por um motivo falso (as tais armas de destruição em massa que nunca
apareceram), já matou mais de 4 000 militares americanos e 100 000 civis iraquianos,
consome 10 bilhões de dólares por mês e elegeu o opositor, Barack Obama. É preciso
reconhecer, porém, que a guerra no Iraque não chegou a ser o fracasso vietnamita que
muitos previram que seria.
Em dezembro de 2006, o historiador Eric Foner, da Universidade Colúmbia, assinou um
artigo afirmando que Bush era o pior presidente da história. Fazia um governo obtuso como
o de Franklin Pierce (1853-1857), corrupto como o de Warren Harding (1921-1023) e abusivo
como o de Richard Nixon (1969-1974). Na semana passada, convidado por VEJA a voltar a
avaliar o governo, o historiador disse: “Os últimos dois anos só confirmaram meu
julgamento. Mas, ainda que ruim, o segundo mandato de Bush foi melhor que o primeiro.
Nele, o presidente foi mais habilidoso, teve um convívio frutífero com a China, abriu as
portas do clube atômico à Índia e abandonou a aversão ao uso da diplomacia, adotando-a
para lidar com a Coréia do Norte e o Irã”. Parece pouco, mas, em se tratando de Bush,
talvez não se pudesse esperar muito mais.
Texto extraído da Revista Veja, edição 2096, ano 42, n.3, de 21 de janeiro de 2009. p. 82-83.
Assinale a alternativa correta. Em “...deixando para trás um governo desastroso cujo
balanço é um desserviço completo...”, o sentido atribuído à expressão destacada é o de
a) falta de serviço.
b) mau serviço.
c) abuso de serviço.
d) excesso de serviço.
e) deficiência de serviço.
Exercícios de Português
Questão 38: AOCP - Ag Tran (Valença-BA)/Pref Valença-BA/2016
Assunto: Sinônimos e Antônimos
Pressionar crianças para que sejam bons alunos resulta em desânimo
Rosely Sayão
Pesquisas apontam aumento na taxa de suicídio entre os jovens brasileiros, e o fenômeno
é mundial. Por esse motivo, alguns países têm se preocupado com a depressão em crianças
e jovens. A Academia Americana de Pediatria, por exemplo, recomendou que os médicos
devem sempre procurar sinais dessa doença nos mais novos. Sinal amarelo piscando.
Precisamos pensar com atenção na saúde mental de nossas crianças e de nossos jovens.
Mas parece que nem as famílias e nem as escolas têm essa questão como importante:
ambas são criadoras de muitas causas que podem afetar negativamente a qualidade de
vida emocional de quem elas deveriam cuidar. Vamos levantar alguns pontos que podem
provocar pressão em demasia, ansiedade e medos de fracasso nas crianças e nos jovens.
Primeiramente, a pressão sobre a vida escolar. Nunca, nunca antes tivemos famílias e
escolas tão empenhadas em fazer com que filhos e alunos tenham alta performance
escolar, o que significa, é claro, boas notas, aprovação com destaque em exames e provas
etc. Mas por quê?
Porque, de repente, decidimos que o bom rendimento escolar da criança é pré-requisito
fundamental para um futuro profissional promissor. Posso assegurar-lhe que não é, por
dois motivos bem simples. Primeiro: bom rendimento escolar não significa,
necessariamente, bom aprendizado. Segundo: estamos um pouco atrasados nessa
premissa, já que, hoje, ter estudos não garante nada, absolutamente nada em termos
profissionais, e não apenas em nosso país. Agora, imagine crianças – inclusive as mais
novas – e jovens pressionados até o limite para que sejam bons alunos. Só pode resultar
em ansiedade, desânimo, receios etc. Junte a isso as acirradas competições às quais eles
são submetidos, o bullying – que eu reputo à ausência de adultos na tutela dos mais novos
–, as agendas lotadas de compromissos, as intermináveis lições de casa (muitas vezes
motivos para brigas entre pais e filhos), a erotização precoce que promove busca infantil
por um determinado tipo de beleza etc.
Exercícios de Português
Uau! Se para um adulto essa mistura já pode ser explosiva para a sanidade mental, imagine,
caro leitor, para crianças e adolescentes! E o que podemos fazer? Muita coisa! Deixar de
confundir cobrança com pressão já pode ser um grande passo. Nossos filhos e alunos
precisam ser cobrados a levar sempre adiante sua vida escolar. Mas precisamos ser mais
compreensivos quando eles não conseguem, e ajudá-los no esforço que precisam investir
para aprender, em vez de pressioná-los mais ainda.
As famílias podem e devem também ensinar os filhos a lidar com suas emoções. Sabe
quando uma criança pequena pega algum objeto de vidro e os pais o ensinam a tomar
cuidado porque é frágil e ela pode quebrar, mesmo sem querer? Podemos fazer a mesma
coisa com os sentimentos que ela experimenta. Posso ilustrar isso que acabei de dizer com
o seguinte exemplo: quando uma criança manifesta raiva, devemos ensiná-la que essa
emoção e suas manifestações podem machucá-la e também os outros.
E a escola precisa se dar conta de que o ambiente escolar pode ser – e em geral é –
neurotizante para muitas crianças! E não é por falta de conhecimento que não mudamos
esse panorama.
Vamos cuidar da saúde mental de nossas crianças e jovens tanto quanto cuidamos de sua
saúde física!
Adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/roselysayao/2016/03/1747467-
pressionar-criancas-ate-o-limite-para-que-sejam-bons-alunos-so-pode-resultar-em-
ansiedade-edesanimo.shtml Acesso em 10 de março de 2016.
Para que o produtor do texto obtenha o mesmo sentido atribuído à palavra destacada em
“Junte a isso as acirradas competições às quais eles são submetidos, o bullying – que eu
reputo à ausência de adultos na tutela dos mais novos [...]”, ela deve ser substituída por
a) considero.
b) estabeleço.
c) estimo.
d) julgo.
e) imputo.
Questão 39: AOCP - Ana Proj (BRDE)/BRDE/Agronomia/2012
Exercícios de Português
Assunto: Sinônimos e Antônimos
Condenados à tradição
O que fizeram com a poesia brasileira
Iumna Maria Simon
Por um desses quiproquós da vida cultural, a tradicionalização, ou a referência à tradição,
tornou-se um tema dos mais presentes na poesia contemporânea brasileira, quer dizer, a
que vem sendo escrita desde meados dos anos 80.
Pode parecer um paradoxo que a poesia desse período, a mesma que tem continuidade
com ciclos anteriores de vanguardismo, sobretudo a poesia concreta, e se seguiu a
manifestações antiformalistas de irreverência e espontaneísmo, como a poesia marginal,
tenha passado a fazer um uso relutantemente crítico, ou acrítico, da tradição. Nesse
momento de esgotamento do moderno e superação das vanguardas, instaura-se o
consenso de que é possível recolher as forças em decomposição da modernidade numa
espécie de apoteose pluralista. É uma noção conciliatória de tradição que, em lugar da
invenção de formas e das intervenções radicais, valoriza a convencionalização a ponto de
até incentivar a prática, mesmo que metalinguística, de formas fixas e exercícios regrados.
Ainda assim, não se trata de um tradicionalismo conservador ou “passadista”, para lembrar
uma expressão do modernismo dos anos 20. O que se busca na tradição não é nem o
passado como experiência, nem a superação crítica do seu legado. Afinal, não somos mais
como T. S. Eliot, que acreditava no efeito do passado sobre o presente e, por prazer de
inventar, queria mudar o passado a partir da atualidade viva do sentimento moderno. Na
sua conhecidíssima definição da tarefa do poeta moderno, formulada no ensaio “Tradição
e talento individual”, tradição não é herança. Ao contrário, é a conquista de um trabalho
persistente e coletivo de autoconhecimento, capaz de discernir a presença do passado na
ordem do presente, o que, segundo Eliot, define a autoconsciência do que é
contemporâneo.
Nessa visada, o passado é continuamente refeito pelo novo, recriado pela contribuição do
poeta moderno consciente de seus processos artísticos e de seu lugar no tempo. Tal
percepção de que passado e presente são simultâneos e inter-relacionados não ocorre na
ideia inespecífica de tradição que tratarei aqui. O passado, para o poeta contemporâneo,
não é uma projeção de nossas expectativas, ou aquilo que reconfigura o presente. Ficou
reduzido, simplesmente, à condição de materiais disponíveis, a um conjunto de técnicas,
procedimentos, temas, ângulos, mitologias, que podem ser repetidos, copiados e
desdobrados, num presente indefinido, para durar enquanto der, se der.
Exercícios de Português
Na cena contemporânea, a tradição já não é o que permite ao passado vigorar e
permanecer ativo, confrontando-se com o presente e dando uma forma conflitante e
sempre inacabada ao que somos. Não implica, tampouco, autoconsciência crítica ou
consciência histórica, nem a necessidade de identificar se existe uma tendência dominante
ou, o que seria incontornável para uma sociedade como a brasileira, se as circunstâncias
da periferia pós-colonial alteram as práticas literárias, e como.
Não estou afirmando que os poetas atuais são tradicionalistas, ou que se voltaram todos
para o passado, pois não há no retorno deles à tradição traço de classicismo ou revivalismo.
Eles recombinam formas, amparados por modelos anteriores, principalmente os
modernos. A tradição se tornou um arquivo atemporal, ao qual recorre a produção poética
para continuar proliferando em estado de indiferença em relação à atualidade e ao que
fervilha dentro dela.
Até onde vejo, as formas poéticas deixaram de ser valores que cobram adesão à
experiência histórica e ao significado que carregam. Os velhos conservadorismos culturais
apodreceram para dar lugar, quem sabe, a configurações novas e ainda não identificáveis.
Mesmo que não exista mais o “antigo”, o esgotado, o entulho conservador, que
sustentavam o tradicionalismo, tradição é o que se cultua por todos os lados.
Na literatura brasileira, que sempre sofreu de extrema carência de renovação e variados
complexos de inferioridade e provincianismo, em decorrência da vida longa e recessiva,
maior do que se esperaria, de modas, escolas e antiqualhas de todo tipo, essa
retradicionalização desculpabilizada e complacente tem inegável charme liberador.
Revista Piauí, edição 61, 2011.
Dentre as alternativas abaixo, assinale aquela cujas expressões são empregadas no texto
como expressões sinônimas.
a) “velhos conservadorismos culturais” e “tendência dominante”
b) “configurações novas e ainda não identificáveis” e “a poesia concreta”
c) “configurações novas e ainda não identificáveis” e “apoteose pluralista”
d) “apoteose pluralista” e “noção conciliatória de tradição”
e) “a poesia concreta” e “noção conciliatória de tradição”
Questão 40: AOCP - Moto (Pref JF)/Pref JF/Veículo Pesado I/2016
Exercícios de Português
Assunto: Sinônimos e Antônimos
A internet pode ser mais estressante do que você imagina
Maribel Barros
Você anda estressado? Se a resposta para esta pergunta for sim, é possível que seu tempo
na internet seja parcialmente responsável por isso, de acordo com um relatório da empresa
Ericsson.
A cada dia, estamos mais conectados à internet, graças aos dispositivos móveis e todas as
facilidades tecnológicas, mas poucos de nós percebem que isso pode ser uma poderosa
fonte de estresse. Mas você sabia que o simples fato de carregar um vídeo aumenta a sua
frequência cardíaca em até 38%?
Para chegar a esta conclusão, estudamos a atividade cerebral, a movimentação ocular e a
pulsação de 30 voluntários na Dinamarca e determinamos como eles reagem a uma baixa
velocidade de carregamento na internet. Todos eles receberam um dispositivo para assistir
um vídeo na internet e foram divididos pelo tempo de carregamento de cada conexão.
O primeiro grupo não teve tempo de espera. O nível de estresse registrado foi de 13
pontos, considerado o valor base para futuras comparações.
O segundo grupo, que sofreu um atraso de dois segundos, registrou 16 pontos na escala
de tensão, um aumento de 23%. O terceiro grupo, cuja conexão demorava até 6 segundos
para carregar o vídeo, registrou um nível de estresse de 19 pontos, o equivalente a um
aumento de 46%.
Além disso, eles notaram que, em média, os batimentos cardíacos dos participantes
aumentaram em 38%.
Como se deu esta comparação?
Para nos dar uma maneira de comparar o estresse gerado por carregar um vídeo em uma
internet lenta, gestores indicaram marcadores de estresse em várias outras atividades.
Exercícios de Português
É correto afirmar, por exemplo, que o estresse causado por esta atividade é maior do que:
• Esperar na fila do supermercado.
• Assistir a um programa melodramático de televisão.
• Estar à beira de um precipício (literalmente).
• Assistir a um filme de terror.
Aparentemente, o estresse de esperar um vídeo carregar é igual ao gerado para resolver
um problema de matemática.
Embora os resultados sejam interessantes, devem ser encarados com certa desconfiança,
já que a Ericsson continua a ser uma empresa envolvida no negócio das conexões de
internet e a amostragem não foi muito significativa. No entanto, há de se considerar que
este estudo se baseou apenas no estresse gerado por carregar um vídeo e não em outros
elementos, como participar de redes sociais, mensagens instantâneas, mapas, GPS e várias
outras atividades estressantes disponíveis na internet.
[...]
“Viver um momento estressante não é o mesmo que viver sob estresse. A primeira situação
é normal, inesperada e gerada pelo ambiente, enquanto a segunda é tóxica, gerada e
procurada por nós mesmos, pois se tornou um hábito que nos impede de viver de outra
forma”. Bernardo Stamateas.
Disponível em: https://br.vida-estilo.yahoo.com/post/144190143264/a-internet-pode-ser-
mais-estressante-do-que-voc%C3%AA. Acesso em: 10 mai. 2016.
No excerto “[...] pois se tornou um hábito que nos impede de viver de outra forma.”, a
palavra em destaque tem o mesmo sentido que o termo
a) desuso.
b) descostume.
c) costume.
d) exemplo.
e) empecilho.
Exercícios de Português
Questão 41: AOCP - AnaLM (CM Salvador)/CM Salvador/Redação e Revisão/2011
Assunto: Sinônimos e Antônimos
São deveres fundamentais do servidor público, entre outros, “ser probo, reto, leal e justo,
demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver
diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum”.
A palavra probo, citada no texto acima, pode ser substituída por?
a) Urbano.
b) Enfático.
c) Profícuo.
d) Empático.
e) Honesto.
Questão 42: AOCP - Ana Fun (CODEM)/CODEM/Advogado/2017
Assunto: Sinônimos e Antônimos
O Lado Negro do Facebook
Por Alexandre de Santi
O Facebook é, de longe, a maior rede da história da humanidade. Nunca existiu, antes, um
lugar onde 1,4 bilhão de pessoas se reunissem. Metade de todas as pessoas com acesso à
internet, no mundo, entra no Facebook pelo menos uma vez por mês. Em suma: é o meio
de comunicação mais poderoso do nosso tempo, e tem mais alcance do que qualquer
coisa que já tenha existido. A maior parte das pessoas o adora, não consegue conceber a
vida sem ele. Também pudera: o Facebook é ótimo. Nos aproxima dos nossos amigos,
ajuda a conhecer gente nova e acompanhar o que está acontecendo nos nossos grupos
sociais. Mas essa história também tem um lado ruim. Novos estudos estão mostrando que
o uso frequente do Facebook nos torna mais impulsivos, mais narcisistas, mais desatentos
e menos preocupados com os sentimentos dos outros. E, de quebra, mais infelizes.
No ano passado, pesquisadores das universidades de Michigan e de Leuven (Bélgica.)
recrutaram 82 usuários do Facebook. O estudo mostrou uma relação direta: quanto mais
tempo a pessoa passava na rede social, mais infeliz ficava. Os cientistas não sabem explicar
Exercícios de Português
o porquê, mas uma de suas hipóteses é a chamada inveja subliminar, que surge sem que a
gente perceba conscientemente. Já deve ter acontecido com você. Sabe quando você
está no trabalho, e dois ou três amigos postam fotos de viagem? Você tem a sensação de
que todo mundo está de férias, ou que seus amigos viajam muito mais do que você. E fica
se sentindo um fracassado. “Como as pessoas tendem a mostrar só as coisas boas no
Facebook, achamos que aquilo reflete a totalidade da vida delas”, diz o psiquiatra Daniel
Spritzer, mestre pela UFRGS e coordenador do Grupo de Estudos sobre Adições
Tecnológicas. “A pessoa não vê o quanto aquele amigo trabalhou para conseguir tirar as
férias”, diz Spritzer.
E a vida em rede pode ter um efeito psicológico ainda mais assustador. Durante 30 anos,
pesquisadores da Universidade de Michigan aplicaram testes de personalidade a 14 mil
universitários. O resultado: os jovens da geração atual, que cresceram usando a internet,
têm 40% menos empatia que os jovens de três décadas atrás. A explicação disso, segundo
o estudo, é que na vida online fica fácil ignorar as pessoas quando não queremos ouvir
seus problemas ou críticas – e, com o tempo, esse comportamento indiferente acaba
sendo adotado também na vida offline.
Num meio competitivo, onde precisamos mostrar como estamos felizes o tempo todo, há
pouco incentivo para diminuir o ritmo e prestar atenção em alguém que precisa de ajuda.
Há muito espaço, por outro lado, para o egocentrismo. Em 2012, um estudo da
Universidade de Illinois com 292 voluntários concluiu que, quanto mais amigos no
Facebook uma pessoa tem, e maior a frequência com que ela posta, mais narcisista tende
a ser – e maior a chance de fazer comentários agressivos.
Esse último resultado é bem surpreendente, porque é contraintuitivo. Ora, uma pessoa que
tem muitos amigos supostamente os conquistou adotando comportamentos positivos,
como modéstia e empatia. O estudo mostra que, no Facebook, tende a ser justamente o
contrário.
Adaptado de Superinteressante. Disponível em: http://super.abril.com.br/tecnologia/o-
lado-negro-do-facebook/
Considere o excerto: “A pessoa que tem muitos amigos supostamente os conquistou
adotando comportamentos positivos, como modéstia e empatia.” De acordo com o
contexto, o sentido do elemento grifado pode ser adequadamente entendido como
a) apatia.
b) indiferença.
c) alteridade.
Exercícios de Português
d) moderação.
e) singeleza.
Questão 43: AOCP - Aud CE (TCE-PA)/TCE-PA/Fiscalização/Direito/2012
Assunto: Outras questões de semântica
Pobres bancos
Vladimir Safatle
1.° Quando o governo resolveu, enfim, denunciar a “lógica perversa” que guia o sistema
financeiro brasileiro, era de esperar que os consultores e economistas regiamente
recompensados pelos bancos aparecessem para contemporizar. Como em uma peça de
teatro na qual as máscaras acabam por cair, foi isto o que ocorreu.
2.° Há algo de cômico em ver adeptos do livre mercado e da concorrência procurando
argumentos para defender uma banca de oligopólio especializada em espoliar os
brasileiros com “spreads” capazes de deixar qualquer banco mundial corado de vergonha.
3.° Se os bancos brasileiros estão entre os que mais lucram no Universo, é porque nunca
precisaram, de fato, viver em um sistema no qual o poder estatal impediria a extorsão
institucionalizada à qual ainda estamos submetidos.
4.° No mundo inteiro, o sistema bancário faz jus à frase do dramaturgo Bertolt Brecht: “O
que é roubar um banco se você imaginar o que significa fundar um banco?”
5.° Nos últimos anos, vimos associações bancárias com comportamentos dignos da máfia,
pois são especializadas em maquiar dados e balanços, criar fraudes, ajudar a evasão fiscal,
operar em alto risco e passar a conta para a frente, além de corromper entes públicos.
6.° Mas a maior astúcia do vício é travestir-se de virtude. Assim, o sistema financeiro criou
a palavra “austeridade” a fim de designar o processo de assalto dos recursos públicos para
pagamento de rombos bancários e “stock-options” de executivos criminosos, com a
consequente descapitalização dos países mais frágeis.
Exercícios de Português
7.° Se não tivemos algo da mesma intensidade no Brasil, vemos agora um processo
semelhante do ponto de vista retórico. Assim, os “spreads” bancários seriam o resultado
indigesto do risco alto de inadimplência, já que a população brasileira teria o hábito pouco
salutar de não pagar suas dívidas e se deixar endividar além da conta.
8.° Neste sentido, os lucros bancários seriam (vejam só vocês) o remédio amargo, porém
necessário, até que a população brasileira aprenda a viver com o que tem e assuma gastos
de maneira responsável. O mais impressionante é encontrar pessoas que se acham capazes
de nos fazer acreditar nessa piada de mau gosto.
9.° A verdade é que quanto menos poder e margem de manobra o sistema financeiro tiver,
melhor é a sociedade. Há sempre aqueles “consultores” que dirão: “É fácil falar mal dos
bancos”, apresentando o espantalho do populismo. A estas pessoas devemos dizer: “Sim,
é fácil. Ainda mais quando não se está na folha de pagamento de um”. Já sobre o “risco”
do populismo, pobres são aqueles para os quais a defesa dos interesses econômicos da
população sempre é sinal de irracionalidade.
Folha de S.Paulo, 08 de maio de 2012.
A partir da reescrita livre de porções retiradas do texto, assinale os fragmentos que NÃO
representam, respectivamente, uma causa (1) e seu efeito (2).
a) (1) As associações bancárias têm comportamentos dignos da máfia. (2) Elas são
especializadas em maquiar dados e balanços, criar fraudes e ajudar a evasão fiscal.
b) (1) A população brasileira tem o hábito de não pagar suas dívidas. (2) Os ‘spreads’
bancários são o resultado do risco alto de inadimplência.
c) (1) Os lucros bancários são a solução necessária para os inadimplentes. (2) A população
brasileira aprenderá a conviver com o que tem e assumirá gastos responsáveis.
d) (1) O governo denunciou a “lógica perversa” que guia o sistema financeiro brasileiro.
(2) Consultores e economistas contemporizaram essa atitude.
e) (1) O sistema financeiro utilizou recursos públicos para pagamento de rombos
bancários. (2) Os países mais frágeis descapitalizaram.
Questão 44: AOCP - Moto (Pref JF)/Pref JF/Veículo Leve I/2016
Assunto: Frase, oração e período
Na realidade, seus amigos não gostam de você,
Exercícios de Português
diz a ciência
Sabe da última? As pessoas que você acha que são suas amigas provavelmente não são.
Na verdade, de um modo geral, você é terrível em julgar a forma como as outras pessoas
se sentem sobre você.
Esta conclusão otimista e iluminada saiu de um estudo publicado na PLOS ONE, que
descobriu que quase metade das pessoas que pensamos ser nossos amigos não
compartilham do sentimento.
Cientistas da Tel Aviv University trabalharam com pesquisadores do Massachusetts
Institute of Technology para avaliar o que 84 alunos de graduação israelenses pensam
sobre seus colegas em uma escala de zero a cinco. Um zero significaria algo como “não
conheço essa pessoa”, um três significava “amigo” e um cinco seria “um dos melhores
amigos”.
Os pesquisadores também perguntaram aos alunos como eles achavam que seus amigos
iriam avaliá-los. Apenas metade dos alunos que acharam que suas classificações sobre seus
amigos seriam igualmente retribuídas estavam certos. 47% das classificações de amizade
foram unilaterais, com um aluno classificando outro como amigo, mas não sendo
classificado da mesma forma.
“A maioria das pessoas está errada sobre metade dos seus relacionamentos”, disse o Dr.
Erez Shmueli, um dos autores do estudo, em uma entrevista por telefone. “Somos muito
ruins em julgar os tipos de relacionamentos que temos”. Isso é lamentável, já que esta
habilidade é crucial para determinar nossa própria influência social.
Dito isso, os pesquisadores descobriram alguns fatores que poderiam ajudar a prever se
duas pessoas selecionariam um ao outro como amigos. Um dos fatores era o tamanho do
círculo social de ambos e o outro, o número aproximado de amigos. Uma pessoa com
poucos amigos, por exemplo tinha uma maior probabilidade de sentir uma conexão
unilateral com alguém que tem muitos amigos, o que parece bastante intuitivo.
Então, se os fatores que determinam nossas amizades parecem tão óbvios, por que
erramos tanto em nossos julgamentos? Os pesquisadores acham que o ego é um ponto
cego que nos impede de reconhecer quando as amizades são mútuas ou unilaterais.
Exercícios de Português
“Se você considera alguém como amigo, você automaticamente espera que a pessoa sinta
o mesmo”, disse Shmueli. Ou, como foi dito na pesquisa, “uma amizade não recíproca
desafia a autoimagem”.
Então, basicamente, se você quer ter bons resultados na hora de saber quem são seus
amigos verdadeiros, é melhor superar o ego e encarar a realidade de seus relacionamentos
de forma honesta. “Em nossa vida diária, como indivíduos, podemos tentar entender os
tipos de relacionamentos que temos de fato”, disse Shmueli. “Em quem podemos
realmente confiar?”.
Disponível em: https://br.noticias.yahoo.com/na-realidade-seus-amigos-n%C3%A3o-
gostam-de-voc%C3%AA-diz-081853584.html?-nhp=1. Acesso em 10 mai. 2016.
Em “A maioria das pessoas está errada [...]”, há um
a) predicado verbo-nominal.
b) sujeito inexistente.
c) predicado verbal.
d) sujeito oculto.
e) predicado nominal.
Questão 45: AOCP - Tec Desen (BADESUL)/BADESUL/Engenheiro Mecânico/2010
Assunto: Funções sintáticas (sujeito, predicado, objeto, adjunto, complemento etc)
'EUA e Brasil têm os mesmos objetivos', avalia Hillary em relação ao Irã
A secretária de estado americana, Hillary Clinton, evitou nesta quarta-feira discordar da
postura brasileira diante do enriquecimento de urânio no Irã. Depois de o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva ter dito pela manhã que "não é prudente colocar o Irã contra a parede",
a secretária insistiu que Brasil e Estados Unidos têm objetivos comuns no tema - apesar de
descartar mais tentativas de negociações e apostar na sanção internacional.
Questionada sobre qual é a posição dos Estados Unidos em relação à forma como o Brasil
tem tratado a questão do enriquecimento de urânio no Irã, Hillary disse que não há
divergência. "Nenhum dos dois quer ver o Irã ter armas nucleares", disse a secretária,
salientando que ambos concordam que a via diplomática é preferível. "Mas o presidente
Exercícios de Português
dos EUA, Barack Obama, tem tentado se aproximar dos iranianos no último ano e não tem
sido recíproco".
Segundo Hillary, "o momento da ação internacional é agora", com a função de mostrar para
o Irã que haverá consequências no caso de violação das resoluções do Conselho de
Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).
"O Brasil acredita que ainda tem espaço para negociação. Nós acreditamos que a boa fé
do Irã em relação às negociações seria muito bem-vinda na comunidade internacional",
prosseguiu. "A porta está aberta para negociação, mas não vemos ninguém andando nessa
direção".
Antes da fala da americana, o ministro brasileiro das Relações Internacionais, Celso
Amorim, reforçou a postura do Brasil em relação ao tema. "Não se trata de o Brasil se curvar
a um consenso. As questões internacionais não são discutidas dessa maneira, com esse
tipo de pressão. Cada país tem que pensar com sua própria cabeça", afirmou Amorim.
"Nossos objetivos são idênticos. A questão é saber qual é o melhor caminho para se chegar
lá".
Texto adaptado de <http://veja.abril.com.br/noticia/brasil2/euabrasil-tem-mesmos-
objetivos-avalia-hillary-relacao-ao-ira-537446.shtml>. Acesso em 03 mar 2010.
Em “A secretária de estado americana, Hillary Clinton, evitou nesta quarta-feira discordar
da postura brasileira ...”, temos, respectivamente,
a) adjunto adnominal, objeto direto, complemento nominal.
b) aposto, adjunto adverbial, objeto indireto.
c) sujeito, adjunto adnominal, complemento nominal.
d) aposto, objeto direto, objeto indireto.
e) adjunto adnominal, adjunto adverbial, objeto indireto.
Questão 46: AOCP - Ag (Pref JF)/Pref JF/Transporte e Trânsito I/2016
Assunto: Funções sintáticas (sujeito, predicado, objeto, adjunto, complemento etc)
Considerações sobre a loucura
Exercícios de Português
Ferreira Gullar
Ouço frequentemente pessoas opinarem sobre tratamento psiquiátrico sem na verdade
conhecerem o problema. É bacana ser contra internação. Por isso mesmo traçam um
retrato equivocado de como os pacientes eram tratados no passado em manicômios
infernais por médicos que só pensavam em torturá-los com choques elétricos, camisas de
força e metê-los em solitárias.
Por isso mesmo exaltam o movimento antimanicomial, que se opõe à internação dos
doentes mentais. Segundo eles, os pacientes são metidos em hospitais psiquiátricos
porque a família quer se ver livre deles. Só pode fazer tal afirmação quem nunca teve que
conviver com um doente mental e, por isso, ignora o tormento que tal situação pode
implicar.
Nada mais doloroso para uma mãe ou um pai do que ter de admitir que seu filho é
esquizofrênico e ser, por isso, obrigado a interná-lo. Há certamente pais que se negam a
fazê-lo, mas ao custo de ser por ele agredido ou vê-lo por fim à própria vida, jogando-se
da janela do apartamento.
Como aquelas pessoas não enfrentam tais situações, inventam que os hospitais
psiquiátricos, ainda hoje, são locais de tortura. Ignoram que as clínicas atuais, em sua
maioria, graças aos remédios neuroléticos, nada têm dos manicômios do passado.
Recentemente, num desses programas de televisão, ouvi pessoas afirmarem que o
verdadeiro tratamento psiquiátrico foi inventado pela médica Nise da Silveira, que curava
os doentes com atividades artísticas. Trata-se de um equívoco. A terapia ocupacional,
artística ou não, jamais curou algum doente.
Trata-se, graças a Nise, de uma ocupação que lhe dá prazer e, por mantê-lo ocupado,
alivia-lhe as tensões psíquicas. Quando o doente é, apesar de louco, um artista talentoso,
como Emygdio de Barros ou Arthur Bispo do Rosário, realiza-se artisticamente e encontra
assim um modo de ser feliz.
Graças à atividade dos internados no Centro Psiquiátrico Nacional, do Engenho de Dentro,
no Estado do Rio, criou-se o Museu de Imagens do Inconsciente, que muito contribuiu
para o reconhecimento do valor estético dos artistas doentes mentais. Mas é bom entender
que não é a loucura que torna alguém artista; de fato, ele é artístico apesar de louco.
Exercícios de Português
Tanto isso é verdade que, das dezenas de pacientes que trabalharam no ateliê do Centro
Psiquiátrico, apenas quatro ou cinco criaram obras de arte. Deve-se reconhecer, também,
que conforme a personalidade de cada um seu estado mental compõe a expressão estética
que produz.
No tal programa de TV, alguém afirmou que, graças a Nise da Silveira, o tratamento
psiquiátrico tornou-se o que é hoje. Não é verdade, isso se deve à invenção dos remédios
neurolépticos que possibilitam o controle do surto psíquico.
É também graças a essa medicação que as internações se tornaram menos frequentes e,
quando necessárias, duram pouco tempo – o tempo necessário ao controle do surto por
medicação mais forte. Superada a crise, o paciente volta para casa e continua tomando as
doses necessárias à manutenção da estabilidade mental.
Não pretendo com esses argumentos diminuir a extraordinária contribuição dada pela
médica Nise da Silveira ao tratamento dos doentes mentais no Brasil. Fui amigo dela e
acompanhei de perto, juntamente com Mário Pedrosa, o seu trabalho no Centro
Psiquiátrico Nacional.
Uma das qualidades dela era o seu afeto pelas pessoas e particularmente pelo doente
mental. Eis um exemplo: como o Natal se aproximava, ela perguntou aos pacientes o que
queriam de presente. Emygdio respondeu: um guarda-chuva.
Como dentro do hospital naturalmente não chovia, ela concluiu que ele queria ir embora
para casa. E era. Ela providenciou para que levasse consigo tinta e tela, a fim de que não
parasse de pintar.
Ele se foi, mas, passado algum tempo, alguém toca a campainha do gabinete da médica.
Ela abre a porta, era o Emygdio, de paletó, gravata e maleta na mão. “Voltei para continuar
pintando, porque lá em casa não dava pé.” E ficou pintando ali até completar 80 anos,
quando, por lei, teve que deixar o hospital e ir para um abrigo de idosos, onde morreu anos
depois.
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ferreiragullar/ 2016/02/1741258-
consideracoes-sobre-a-loucura.shtml)
Exercícios de Português
“Ouço frequentemente pessoas opinarem sobre tratamento psiquiátrico...”. Assinale a
alternativa em que o verbo possui o mesmo tipo de complemento do verbo grifado no
contexto apresentado.
a) ...seu filho é esquizofrênico...
b) ... que se opõe à internação dos doentes mentais.
c) ...alguém toca a campainha do gabinete da médica.
d) ... os hospitais psiquiátricos, ainda hoje, são locais de tortura...
e) ...A terapia ocupacional, artística ou não, jamais curou algum doente.
Questão 47: AOCP - Ag (Pref JF)/Pref JF/Transporte e Trânsito I/2016
Assunto: Funções sintáticas (sujeito, predicado, objeto, adjunto, complemento etc)
Considerações sobre a loucura
Ferreira Gullar
Ouço frequentemente pessoas opinarem sobre tratamento psiquiátrico sem na verdade
conhecerem o problema. É bacana ser contra internação. Por isso mesmo traçam um
retrato equivocado de como os pacientes eram tratados no passado em manicômios
infernais por médicos que só pensavam em torturá-los com choques elétricos, camisas de
força e metê-los em solitárias.
Por isso mesmo exaltam o movimento antimanicomial, que se opõe à internação dos
doentes mentais. Segundo eles, os pacientes são metidos em hospitais psiquiátricos
porque a família quer se ver livre deles. Só pode fazer tal afirmação quem nunca teve que
conviver com um doente mental e, por isso, ignora o tormento que tal situação pode
implicar.
Nada mais doloroso para uma mãe ou um pai do que ter de admitir que seu filho é
esquizofrênico e ser, por isso, obrigado a interná-lo. Há certamente pais que se negam a
fazê-lo, mas ao custo de ser por ele agredido ou vê-lo por fim à própria vida, jogando-se
da janela do apartamento.
Como aquelas pessoas não enfrentam tais situações, inventam que os hospitais
psiquiátricos, ainda hoje, são locais de tortura. Ignoram que as clínicas atuais, em sua
maioria, graças aos remédios neuroléticos, nada têm dos manicômios do passado.
Exercícios de Português
Recentemente, num desses programas de televisão, ouvi pessoas afirmarem que o
verdadeiro tratamento psiquiátrico foi inventado pela médica Nise da Silveira, que curava
os doentes com atividades artísticas. Trata-se de um equívoco. A terapia ocupacional,
artística ou não, jamais curou algum doente.
Trata-se, graças a Nise, de uma ocupação que lhe dá prazer e, por mantê-lo ocupado,
alivia-lhe as tensões psíquicas. Quando o doente é, apesar de louco, um artista talentoso,
como Emygdio de Barros ou Arthur Bispo do Rosário, realiza-se artisticamente e encontra
assim um modo de ser feliz.
Graças à atividade dos internados no Centro Psiquiátrico Nacional, do Engenho de Dentro,
no Estado do Rio, criou-se o Museu de Imagens do Inconsciente, que muito contribuiu
para o reconhecimento do valor estético dos artistas doentes mentais. Mas é bom entender
que não é a loucura que torna alguém artista; de fato, ele é artístico apesar de louco.
Tanto isso é verdade que, das dezenas de pacientes que trabalharam no ateliê do Centro
Psiquiátrico, apenas quatro ou cinco criaram obras de arte. Deve-se reconhecer, também,
que conforme a personalidade de cada um seu estado mental compõe a expressão estética
que produz.
No tal programa de TV, alguém afirmou que, graças a Nise da Silveira, o tratamento
psiquiátrico tornou-se o que é hoje. Não é verdade, isso se deve à invenção dos remédios
neurolépticos que possibilitam o controle do surto psíquico.
É também graças a essa medicação que as internações se tornaram menos frequentes e,
quando necessárias, duram pouco tempo – o tempo necessário ao controle do surto por
medicação mais forte. Superada a crise, o paciente volta para casa e continua tomando as
doses necessárias à manutenção da estabilidade mental.
Não pretendo com esses argumentos diminuir a extraordinária contribuição dada pela
médica Nise da Silveira ao tratamento dos doentes mentais no Brasil. Fui amigo dela e
acompanhei de perto, juntamente com Mário Pedrosa, o seu trabalho no Centro
Psiquiátrico Nacional.
Uma das qualidades dela era o seu afeto pelas pessoas e particularmente pelo doente
mental. Eis um exemplo: como o Natal se aproximava, ela perguntou aos pacientes o que
queriam de presente. Emygdio respondeu: um guarda-chuva.
Exercícios de Português
Como dentro do hospital naturalmente não chovia, ela concluiu que ele queria ir embora
para casa. E era. Ela providenciou para que levasse consigo tinta e tela, a fim de que não
parasse de pintar.
Ele se foi, mas, passado algum tempo, alguém toca a campainha do gabinete da médica.
Ela abre a porta, era o Emygdio, de paletó, gravata e maleta na mão. “Voltei para continuar
pintando, porque lá em casa não dava pé.” E ficou pintando ali até completar 80 anos,
quando, por lei, teve que deixar o hospital e ir para um abrigo de idosos, onde morreu anos
depois.
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ferreiragullar/ 2016/02/1741258-
consideracoes-sobre-a-loucura.shtml)
Assinale a alternativa em que a expressão ou termo destacado apresenta a mesma função
sintática da expressão destacada a seguir: “...ir para um abrigo de idosos...”.
a) ...teve que deixar o hospital...
b) ...os pacientes são metidos em hospitais psiquiátricos...
c) ...o paciente volta para casa...
d) ...continua tomando as doses necessárias à manutenção da estabilidade mental.
e) ...o tratamento psiquiátrico tornou-se o que é hoje...
Questão 48: AOCP - Fisc PM (Pref JF)/Pref JF/2016
Assunto: Funções sintáticas (sujeito, predicado, objeto, adjunto, complemento etc)
Médico x “Dr. Google”
Não bastassem os alertas feitos durante as consultas, os meios de comunicação de massa
estão sempre publicando reportagens e entrevistas com médicos sobre os riscos da
automedicação. Se há algum tempo a Medicina tinha como grandes concorrentes os
autodidatas e as crendices populares, com suas receitas infalíveis para todo tipo de
doença, hoje o quadro ficou ainda mais grave. Com as infinitas informações veiculadas pela
Internet, um certo senhor virtual armou-se de estetoscópio, colocou o jaleco e está
disponível 24 horas para atender e diagnosticar os sintomas de pacientes desesperados em
busca de alívio e cura para seus males. [...]
Exercícios de Português
Os benefícios da Internet são inegáveis, mas nada substitui o relacionamento direto. O
médico precisa ver o paciente e se este hoje já entra no consultório com uma série de
informações que antes não tinha, o profissional deve estar pronto para dialogar e apontar
os caminhos corretos. Não basta fazer críticas à Internet. Para a pesquisadora da
Universidade de São Paulo, Wilma Madeira, o conhecimento adquirido na rede pode fazer
com que o paciente questione melhor os “médicos reais”, pois terá acesso e compreenderá
o significado de termos técnicos e de protocolos de atendimento. “Se não entendo o
especialista, como posso questioná-lo?”, ela pergunta, destacando que poderá haver uma
melhora na relação médico-paciente: “Se o médico entende dúvidas e angústias do
paciente, poderá diagnosticá-lo melhor”.
Mas não é a Internet quem deve fazer o diagnóstico e a prescrição dos remédios. Imaginem
se o cidadão, leigo e com problema cardíaco, for interpretar determinado exame pela
Internet. Ali poderá deduzir que sua doença é tal e que até corre o risco de uma morte
súbita. Como a tendência é quase sempre valorizar o pior, com certeza terá seus
batimentos cardíacos acelerados sobremaneira. Por isto, para evitar alardes, melhor ir
diretamente ao médico. [...]
(Fonte: https://prodoctor.net/blog/2015/08/medico-x-drgoogle/)
Assinale a alternativa correta quanto à classificação sintática do sujeito das orações.
a) Em “[...]um certo senhor virtual armou-se de estetoscópio [...]”, o sujeito é
indeterminado.
b) Em “[...]Se não entendo o especialista, como posso questioná-lo? [...]”, o sujeito é
inexistente.
c) Em “[...] os meios de comunicação de massa estão sempre publicando reportagens e
entrevistas [...]”, o sujeito é composto.
d) Em “[...] nada substitui o relacionamento direto [...]”, o sujeito é simples.
e) Em “[...] a tendência é quase sempre valorizar o pior. [...]”, o sujeito é oculto.
Questão 49: AOCP - Aux Tec CE (TCE-PA)/TCE-PA/Informática/2012
Assunto: Adjunto adnominal x Complemento Nominal
Novo fôlego
Bernardo Esteves
Exercícios de Português
1.° A disseminação das redes sociais e dos tablets tem ajudado a dar popularidade na
internet a um gênero jornalístico que se consagrou no meio impresso: a grande
reportagem. Estimulados pelo sucesso do formato, dois jornalistas britânicos resolveram
lançar uma revista dedicada a textos de fôlego sobre grandes questões de ciência e
tecnologia.
2.° A nova onda de popularidade das grandes reportagens se explica em parte pela
facilidade de leitura nos dispositivos móveis. Textos longos que não se deixam ler com
facilidade no computador agora podem ser salvos para serem lidos depois, com a ajuda de
aplicativos como o Read it Later. Assim, podem ser apreciados nas circunstâncias de
preferência do leitor – na cama, em sua poltrona favorita, numa viagem de avião.
3.° O jornalista Lewis Dvorkin atribui o interesse crescente pelos textos de fôlego ao
declínio dos grandes portais, que aconteceu em paralelo à ascensão das redes sociais.
“Agora, as notícias digitais estão nas mãos de cada um, e não de uma elite restrita”,
escreveu ele no site na Forbes. “O desenvolvimento de novas plataformas digitais e a
fragmentação da audiência formam uma combinação que está mudando dramaticamente
a natureza do conteúdo que está sendo distribuído através da web social.”
4.° ‘Recomendação’ é a palavra-chave da popularidade das grandes reportagens na
internet. Têm feito sucesso na rede agregadores que reúnem textos de fôlego de várias
publicações recomendados pelos leitores. [...]
5.° No exterior, grandes reportagens de ciência e tecnologia são publicadas rotineiramente
em revistas como a New Yorker, a Wired ou a Slate. Mas não havia ainda uma publicação
destinada exclusivamente a textos de fôlego sobre o tema.
6.° A lacuna será preenchida pela revista Matter (‘Matéria’, em tradução imperfeita), cujo
lançamento foi anunciado no fim de fevereiro. Seus fundadores são os jornalistas Jim Giles,
com passagem pelas revistas Nature, The Atlantic, The Economist e New Scientist, e
Bobbie Johnson, ex-repórter do Guardian e colaborador de várias outras publicações.
7.° Com a promessa de mobilizar “repórteres investigativos extraordinários” para fazer “o
melhor jornalismo sobre o futuro”, Giles e Johnson não foram nada modestos ao
apresentar os objetivos da revista: “Matter vai se concentrar em fazer excepcionalmente
bem uma única coisa. A cada semana, publicaremos uma reportagem de fôlego sobre
grandes temas de ciência e tecnologia. Nada de resenhas baratas, artigos de opinião
sarcásticos ou listas dos dez mais. Apenas uma matéria imperdível.”
Exercícios de Português
8.° Matter será uma revista eletrônica com versões para web e dispositivos móveis Apple e
Android. O conteúdo será pago – provavelmente 99 centavos de dólar por matéria,
segundo a previsão dos editores (“fazer bom jornalismo não é barato”, justificaram-se).
9.° Eles aproveitaram para passar o chapéu junto aos leitores. E o resultado do
crowdfunding foi surpreendente: em uma semana, conseguiram cerca de 85 mil dólares de
quase 1.200 doadores, que investiram cotas que iam de 10 a 3 mil dólares. Os leitores que
contribuíram com pelo menos 25 dólares poderão ajudar a pautar a publicação; quem deu
mil dólares será considerado editor convidado e poderá participar da formatação de
matérias desde o esboço da pauta.
10.° Se os editores honrarem suas promessas, Matter será uma experiência única no
jornalismo de ciência. Boa sorte a eles na empreitada.
Revista Piauí, edição 65.
“O jornalista Lewis Dvorkin atribui o interesse crescente pelos textos de fôlego ao declínio
dos grandes portais, que aconteceu em paralelo à ascensão das redes sociais.”
O sinal indicativo de crase foi empregado para marcar a introdução de uma expressão que
funciona como
a) objeto indireto.
b) adjunto adverbial.
c) agente da passiva.
d) complemento nominal.
e) adjunto adnominal.
Questão 50: AOCP - Ana Fun (CODEM)/CODEM/Advogado/2017
Assunto: Orações coordenadas
O Lado Negro do Facebook
Por Alexandre de Santi
Exercícios de Português
O Facebook é, de longe, a maior rede da história da humanidade. Nunca existiu, antes, um
lugar onde 1,4 bilhão de pessoas se reunissem. Metade de todas as pessoas com acesso à
internet, no mundo, entra no Facebook pelo menos uma vez por mês. Em suma: é o meio
de comunicação mais poderoso do nosso tempo, e tem mais alcance do que qualquer
coisa que já tenha existido. A maior parte das pessoas o adora, não consegue conceber a
vida sem ele. Também pudera: o Facebook é ótimo. Nos aproxima dos nossos amigos,
ajuda a conhecer gente nova e acompanhar o que está acontecendo nos nossos grupos
sociais. Mas essa história também tem um lado ruim. Novos estudos estão mostrando que
o uso frequente do Facebook nos torna mais impulsivos, mais narcisistas, mais desatentos
e menos preocupados com os sentimentos dos outros. E, de quebra, mais infelizes.
No ano passado, pesquisadores das universidades de Michigan e de Leuven (Bélgica.)
recrutaram 82 usuários do Facebook. O estudo mostrou uma relação direta: quanto mais
tempo a pessoa passava na rede social, mais infeliz ficava. Os cientistas não sabem explicar
o porquê, mas uma de suas hipóteses é a chamada inveja subliminar, que surge sem que a
gente perceba conscientemente. Já deve ter acontecido com você. Sabe quando você
está no trabalho, e dois ou três amigos postam fotos de viagem? Você tem a sensação de
que todo mundo está de férias, ou que seus amigos viajam muito mais do que você. E fica
se sentindo um fracassado. “Como as pessoas tendem a mostrar só as coisas boas no
Facebook, achamos que aquilo reflete a totalidade da vida delas”, diz o psiquiatra Daniel
Spritzer, mestre pela UFRGS e coordenador do Grupo de Estudos sobre Adições
Tecnológicas. “A pessoa não vê o quanto aquele amigo trabalhou para conseguir tirar as
férias”, diz Spritzer.
E a vida em rede pode ter um efeito psicológico ainda mais assustador. Durante 30 anos,
pesquisadores da Universidade de Michigan aplicaram testes de personalidade a 14 mil
universitários. O resultado: os jovens da geração atual, que cresceram usando a internet,
têm 40% menos empatia que os jovens de três décadas atrás. A explicação disso, segundo
o estudo, é que na vida online fica fácil ignorar as pessoas quando não queremos ouvir
seus problemas ou críticas – e, com o tempo, esse comportamento indiferente acaba
sendo adotado também na vida offline.
Num meio competitivo, onde precisamos mostrar como estamos felizes o tempo todo, há
pouco incentivo para diminuir o ritmo e prestar atenção em alguém que precisa de ajuda.
Há muito espaço, por outro lado, para o egocentrismo. Em 2012, um estudo da
Universidade de Illinois com 292 voluntários concluiu que, quanto mais amigos no
Facebook uma pessoa tem, e maior a frequência com que ela posta, mais narcisista tende
a ser – e maior a chance de fazer comentários agressivos.
Esse último resultado é bem surpreendente, porque é contraintuitivo. Ora, uma pessoa que
tem muitos amigos supostamente os conquistou adotando comportamentos positivos,
Exercícios de Português
como modéstia e empatia. O estudo mostra que, no Facebook, tende a ser justamente o
contrário.
Adaptado de Superinteressante. Disponível em: http://super.abril.com.br/tecnologia/o-
lado-negro-do-facebook/
Assinale a alternativa correta quanto à relação semântica existente entre as seguintes
orações: “O Facebook é ótimo. Nos aproxima dos nossos amigos.”
a) Concessiva.
b) Consecutiva.
c) Temporal.
d) Adversativa.
e) Explicativa.
Questão 51: AOCP - Tec Desen (BADESUL)/BADESUL/Engenheiro Mecânico/2010
Assunto: Orações subordinadas substantivas
'EUA e Brasil têm os mesmos objetivos', avalia Hillary em relação ao Irã
A secretária de estado americana, Hillary Clinton, evitou nesta quarta-feira discordar da
postura brasileira diante do enriquecimento de urânio no Irã. Depois de o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva ter dito pela manhã que "não é prudente colocar o Irã contra a parede",
a secretária insistiu que Brasil e Estados Unidos têm objetivos comuns no tema - apesar de
descartar mais tentativas de negociações e apostar na sanção internacional.
Questionada sobre qual é a posição dos Estados Unidos em relação à forma como o Brasil
tem tratado a questão do enriquecimento de urânio no Irã, Hillary disse que não há
divergência. "Nenhum dos dois quer ver o Irã ter armas nucleares", disse a secretária,
salientando que ambos concordam que a via diplomática é preferível. "Mas o presidente
dos EUA, Barack Obama, tem tentado se aproximar dos iranianos no último ano e não tem
sido recíproco".
Segundo Hillary, "o momento da ação internacional é agora", com a função de mostrar para
o Irã que haverá consequências no caso de violação das resoluções do Conselho de
Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).
Exercícios de Português
"O Brasil acredita que ainda tem espaço para negociação. Nós acreditamos que a boa fé
do Irã em relação às negociações seria muito bem-vinda na comunidade internacional",
prosseguiu. "A porta está aberta para negociação, mas não vemos ninguém andando nessa
direção".
Antes da fala da americana, o ministro brasileiro das Relações Internacionais, Celso
Amorim, reforçou a postura do Brasil em relação ao tema. "Não se trata de o Brasil se curvar
a um consenso. As questões internacionais não são discutidas dessa maneira, com esse
tipo de pressão. Cada país tem que pensar com sua própria cabeça", afirmou Amorim.
"Nossos objetivos são idênticos. A questão é saber qual é o melhor caminho para se chegar
lá".
Texto adaptado de <http://veja.abril.com.br/noticia/brasil2/euabrasil-tem-mesmos-
objetivos-avalia-hillary-relacao-ao-ira-537446.shtml>. Acesso em 03 mar 2010.
Em “Depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter dito pela manhã que ‘não é
prudente colocar o Irã contra a parede...’", a oração destacada é
a) subordinada substantiva predicativa.
b) subordinada adverbial concessiva.
c) subordinada substantiva subjetiva.
d) subordinada substantiva completiva nominal.
e) subordinada adverbial conformativa.
Questão 52: AOCP - Aud CE (TCE-PA)/TCE-PA/Fiscalização/Contabilidade/2012
Assunto: Orações subordinadas substantivas
Chaplin e Camões na chuva
Eduardo Escorel
1.° Meia hora de chuva moderada foi suficiente para alagar a rua Luís de Camões, no centro
do Rio. Para ir a pé até lá, saindo da Rua da Assembleia, foi preciso atravessar a Avenida
Rio Branco, seguir pela rua da Carioca, dobrar na Ramalho Ortigão, contornar a igreja São
Francisco de Paula, passar em frente ao Real Gabinete Português de Leitura, cruzar a
Exercícios de Português
avenida Passos e chegar ao nº 68, sede do Centro Municipal de Arte Helio Oiticica,
instalado em um edifício neoclássico, onde foi aberta em 6 de março a exposição Chaplin
e sua imagem.
2.° No caminho, além do aguaceiro, pessoas vindo em sentido contrário, ou seguindo na
mesma direção, mas andando devagar – muitas com dificuldade de seguir em linha reta,
tornaram o percurso ainda mais difícil. Isso sem falar das barracas dos ambulantes
ocupando a maior parte das calçadas, e dos vendedores apregoando guarda-chuvas
chineses por dez reais.
3.° Não ficar encharcado de todo, nem molhar demais os pés, requereu paciência – uma
parada de meia-hora na entrada de uma farmácia no Largo de São Francisco – e perícia,
buscando proteção debaixo de um pequeno guarda-chuva em decomposição. E na
chegada, antes de poder subir os degraus de entrada do Centro Municipal de Arte Helio
Oiticica, foi necessário atravessar a estreita e alagada Luís de Camões na ponta dos pés.
4.° Logo na entrada, a falta de sinalização levou a perguntar por onde seguir a uma guarda
desabada numa cadeira. Em tom incompreensível à primeira escuta, ela indicou com má
vontade, e certo ar de desprezo pela desorientação do visitante, a porta em frente como a
de acesso à exposição e fez a caridade de informar que ocupa salas do primeiro e segundo
andar.
5.° Uma primeira suposição provou ser infundada – não há interdição para entrar com
guarda-chuva e pasta molhados, circunstância inédita em locais do gênero mundo afora.
Outra, ainda menos auspiciosa, também caiu por terra. Ao contrário do que imaginara
durante a travessia aquática do centro da cidade, havia algumas pessoas vendo a
exposição, por volta de meio-dia, nas amplas salas, na pequena rua fora de mão, numa
sextafeira chuvosa.
6.° Não eram muitas, mas pareciam interessadas, dando impressão de estarem vendo pela
primeira vez painéis fotográficos e trechos de filmes de Chaplin projetados em monitores.
7.° A modesta exposição não passa disso – uma série de painéis e alguns trechos de filmes
exibidos em monitores –, sendo surpreendente que instituições tão respeitáveis, como a
Cinemateca de Bologna, por exemplo, difundam pelo mundo mostra tão pobre, muito
aquém, por exemplo, do que é possível ver nas duas horas e meia do documentário O
Chaplin que Ninguém Viu (Unknown Chaplin), de 1983, realizado por Kevin Brownlow e
David Gill para ser exibido na televisão, e disponível em DVD desde 2005. Como introdução
a Chaplin, mais valeria promover em praça pública sessões gratuitas desse documentário.
Exercícios de Português
8.° O Chaplin que Ninguém Viu inclui imagens da coleção particular de Chaplin e
demonstra seu perfeccionismo através das filmagens dos exaustivos ensaios para chegar à
gag perfeita, e das várias tomadas feitas de uma mesma cena até obter a encenação mais
eficaz. Nessa época, o custo de produção e do filme virgem ainda não haviam tornado
proibitivo descobrir filmando o que se queria fazer.
9.° Percorrida a exposição, com decepção crescente a cada sala, eis que uma risada
distante se fez ouvir, parecendo vir do primeiro andar. Voltando sobre os próprios passos,
descendo a sinuosa escadaria monumental com corrimão de madeira envernizada, numa
das primeiras salas, lá estava a origem do riso: um rapaz de fones nos ouvidos, postado
diante de um monitor, divertindo-se à grande.
10.° O motivo da alegria era a sequência da luta de boxe de Luzes da cidade (1931).
Disponível no Youtube, é possível comprovar a perenidade do humor chapliniano, sem
correr o risco de se molhar.
11.° A exposição Chaplin e sua imagem estará aberta, até 29 de abril, no Centro Municipal
de Arte Helio Oiticica. Para quem não tiver acesso ao Youtube ou não puder ver O Chaplin
que Ninguém Viu, pode valer a pena. As risadas do rapaz comprovam que ressalvas feitas
à exposição talvez não façam sentido.
12.° Evitem apenas dias de chuva para não ficarem com os pés encharcados.
Revista Piauí, edição 66.
Em “...é possível comprovar a perenidade do humor chapliniano.”, a oração destacada
funciona como
a) subordinada substantiva objetiva direta
b) subordinada substantiva subjetiva.
c) subordinada substantiva predicativa.
d) subordinada adverbial condicional.
e) subordinada adverbial comparativa.
Questão 53: AOCP - AnaLM (CM Salvador)/CM Salvador/Comissões/Assessoria Técnica a
Comissão de Planejamento Urbano e Meio Ambiente/2011
Exercícios de Português
Assunto: Orações subordinadas substantivas
A questão baseia no texto apresentado abaixo.
O Colapso do Enem
Se restava alguma dúvida quanto à credibilidade do Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem) e do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), ela foi desfeita depois que a Justiça
Federal concedeu liminar prorrogando por seis dias o prazo de inscrições somente nas
universidades federais situadas no Estado do Rio de Janeiro. Com isso, a confusão
aumentou ainda mais, pois o sistema de informática do Ministério da Educação (MEC) não
está preparado para "isolar" os estudantes fluminenses. O término das inscrições estava
previsto para as 23h59 da última terça-feira e já havia sido prorrogado até o último minuto
de quinta-feira pelo Ministério da Educação.
Além das trapalhadas administrativas e eletrônicas, as inscrições agora estão marcadas
por indefinições e incertezas na área jurídica. Como a disputa pelas 83.125 vagas oferecidas
pelo Sisu envolve um concurso de amplitude nacional, o adiamento das inscrições somente
no Estado do Rio de Janeiro fere o princípio da isonomia - e isso poderá levar para o âmbito
da Justiça o processo seletivo das 83 universidades públicas que aceitaram a proposta do
MEC de substituir o vestibular tradicional pelas notas do Enem.
Depois de todas as trapalhadas ocorridas em 2009, esperava-se que o MEC tivesse
tomado as medidas necessárias para evitar que elas se repetissem. Infelizmente, isso não
aconteceu. Entre outros tropeços, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais (Inep) - o órgão encarregado do Enem e do Sisu - não conseguiu explicar por
que vestibulandos que se inscreveram para determinados cursos de determinadas
instituições tiveram seus nomes registrados em cursos diferentes oferecidos por outras
universidades - com uma distância superior a mil quilômetros entre elas.
O Inep chegou a reconhecer que o sistema de informática não foi planejado para atender
à demanda, mas afirmou que ele estava imune a erros e riscos de manipulação. Com cópias
de imagens extraídas do site do MEC, os estudantes desmoralizaram o órgão, mostrando
que as opções de curso realizadas entre a manhã de domingo e a tarde de segunda-feira
foram alteradas entre a terça e a quarta-feira. Além disso, mais uma vez o Inep não
conseguiu evitar o vazamento de informações sigilosas dos vestibulandos e houve até
casos de dados que foram modificados com nítida má-fé por concorrentes.
O novo fracasso do MEC pode comprometer o início do ano letivo das instituições que
fazem parte do Sisu e pôr em risco o planejamento do ensino superior público para 2011.
Os prazos de inscrição no Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior e no
ProUni, por exemplo, já tiveram de ser prorrogados.
Como ocorreu em 2009, para aplacar críticas, a cúpula do MEC substituiu o presidente
do Inep. Em pouco mais de um ano, o órgão - que também é responsável pelo Ideb, pelos
censos da educação e pelo Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes - teve três
presidentes.
Exercícios de Português
Os dois primeiros assumiram o cargo prometendo resolver as trapalhadas administrativas
na condução do Enem. E a terceira - a pedagoga Malvina Tuttman -, assim que foi
nomeada, esta semana, propôs a criação de uma Concursobrás - uma estatal para gerir o
Enem e fazer avaliações. A ideia já havia sido discutida pelo MEC com o Ministério do
Planejamento, em 2009, mas não prosperou.
Em vez de cobrar eficiência e corrigir os problemas de gestão da máquina do MEC, uma
das maiores da administração pública federal, a presidente do Inep - seguindo uma triste
tradição do serviço público brasileiro - quer ampliar ainda mais a burocracia. E isso pode
resultar em mais contratações e gastos, sem qualquer garantia de que sejam sanadas as
deficiências que levaram à desmoralização do Enem.
Na realidade, o desafio não é criar órgãos novos, mas requalificar a burocracia do MEC,
reestruturar o sistema de avaliação desfigurado pelo último governo e rever o Sisu - esse
gigantesco vestibular das universidades federais que a União não consegue gerir.
É o caso de discutir a possibilidade de voltar ao esquema em que cada universidade
federal tinha autonomia para definir seu vestibular, sem qualquer interferência dos ineptos
burocratas de Brasília.
O Estado de S.Paulo, 22 de janeiro de 2011. A3
Em “...esperava-se que o MEC tivesse tomado as medidas necessárias...”, a oração
destacada é subordinada
a) adverbial temporal.
b) adverbial concessiva.
c) substantiva subjetiva.
d) substantiva predicativa.
e) substantiva objetiva direta.
Questão 54: AOCP - AnaLM (CM Salvador)/CM Salvador/Comissões/Assessoria Técnica a
Comissão de Planejamento Urbano e Meio Ambiente/2011
Assunto: Orações subordinadas substantivas
A questão baseia no texto apresentado abaixo.
O Colapso do Enem
Se restava alguma dúvida quanto à credibilidade do Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem) e do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), ela foi desfeita depois que a Justiça
Exercícios de Português
Federal concedeu liminar prorrogando por seis dias o prazo de inscrições somente nas
universidades federais situadas no Estado do Rio de Janeiro. Com isso, a confusão
aumentou ainda mais, pois o sistema de informática do Ministério da Educação (MEC) não
está preparado para "isolar" os estudantes fluminenses. O término das inscrições estava
previsto para as 23h59 da última terça-feira e já havia sido prorrogado até o último minuto
de quinta-feira pelo Ministério da Educação.
Além das trapalhadas administrativas e eletrônicas, as inscrições agora estão marcadas
por indefinições e incertezas na área jurídica. Como a disputa pelas 83.125 vagas oferecidas
pelo Sisu envolve um concurso de amplitude nacional, o adiamento das inscrições somente
no Estado do Rio de Janeiro fere o princípio da isonomia - e isso poderá levar para o âmbito
da Justiça o processo seletivo das 83 universidades públicas que aceitaram a proposta do
MEC de substituir o vestibular tradicional pelas notas do Enem.
Depois de todas as trapalhadas ocorridas em 2009, esperava-se que o MEC tivesse
tomado as medidas necessárias para evitar que elas se repetissem. Infelizmente, isso não
aconteceu. Entre outros tropeços, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais (Inep) - o órgão encarregado do Enem e do Sisu - não conseguiu explicar por
que vestibulandos que se inscreveram para determinados cursos de determinadas
instituições tiveram seus nomes registrados em cursos diferentes oferecidos por outras
universidades - com uma distância superior a mil quilômetros entre elas.
O Inep chegou a reconhecer que o sistema de informática não foi planejado para atender
à demanda, mas afirmou que ele estava imune a erros e riscos de manipulação. Com cópias
de imagens extraídas do site do MEC, os estudantes desmoralizaram o órgão, mostrando
que as opções de curso realizadas entre a manhã de domingo e a tarde de segunda-feira
foram alteradas entre a terça e a quarta-feira. Além disso, mais uma vez o Inep não
conseguiu evitar o vazamento de informações sigilosas dos vestibulandos e houve até
casos de dados que foram modificados com nítida má-fé por concorrentes.
O novo fracasso do MEC pode comprometer o início do ano letivo das instituições que
fazem parte do Sisu e pôr em risco o planejamento do ensino superior público para 2011.
Os prazos de inscrição no Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior e no
ProUni, por exemplo, já tiveram de ser prorrogados.
Como ocorreu em 2009, para aplacar críticas, a cúpula do MEC substituiu o presidente
do Inep. Em pouco mais de um ano, o órgão - que também é responsável pelo Ideb, pelos
censos da educação e pelo Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes - teve três
presidentes.
Os dois primeiros assumiram o cargo prometendo resolver as trapalhadas administrativas
na condução do Enem. E a terceira - a pedagoga Malvina Tuttman -, assim que foi
nomeada, esta semana, propôs a criação de uma Concursobrás - uma estatal para gerir o
Enem e fazer avaliações. A ideia já havia sido discutida pelo MEC com o Ministério do
Planejamento, em 2009, mas não prosperou.
Em vez de cobrar eficiência e corrigir os problemas de gestão da máquina do MEC, uma
das maiores da administração pública federal, a presidente do Inep - seguindo uma triste
tradição do serviço público brasileiro - quer ampliar ainda mais a burocracia. E isso pode
Exercícios de Português
resultar em mais contratações e gastos, sem qualquer garantia de que sejam sanadas as
deficiências que levaram à desmoralização do Enem.
Na realidade, o desafio não é criar órgãos novos, mas requalificar a burocracia do MEC,
reestruturar o sistema de avaliação desfigurado pelo último governo e rever o Sisu - esse
gigantesco vestibular das universidades federais que a União não consegue gerir.
É o caso de discutir a possibilidade de voltar ao esquema em que cada universidade
federal tinha autonomia para definir seu vestibular, sem qualquer interferência dos ineptos
burocratas de Brasília.
O Estado de S.Paulo, 22 de janeiro de 2011. A3
Em “Na realidade, o desafio não é criar órgãos novos...”, a oração destacada é subordinada
substantiva
a) objetiva direta.
b) predicativa.
c) objetiva indireta.
d) subjetiva.
e) completiva nominal.
Questão 55: AOCP - Aud CE (TCE-PA)/TCE-PA/Fiscalização/Contabilidade/2012
Assunto: Orações reduzidas
Chaplin e Camões na chuva
Eduardo Escorel
1.° Meia hora de chuva moderada foi suficiente para alagar a rua Luís de Camões, no centro
do Rio. Para ir a pé até lá, saindo da Rua da Assembleia, foi preciso atravessar a Avenida
Rio Branco, seguir pela rua da Carioca, dobrar na Ramalho Ortigão, contornar a igreja São
Francisco de Paula, passar em frente ao Real Gabinete Português de Leitura, cruzar a
avenida Passos e chegar ao nº 68, sede do Centro Municipal de Arte Helio Oiticica,
instalado em um edifício neoclássico, onde foi aberta em 6 de março a exposição Chaplin
e sua imagem.
2.° No caminho, além do aguaceiro, pessoas vindo em sentido contrário, ou seguindo na
mesma direção, mas andando devagar – muitas com dificuldade de seguir em linha reta,
Exercícios de Português
tornaram o percurso ainda mais difícil. Isso sem falar das barracas dos ambulantes
ocupando a maior parte das calçadas, e dos vendedores apregoando guarda-chuvas
chineses por dez reais.
3.° Não ficar encharcado de todo, nem molhar demais os pés, requereu paciência – uma
parada de meia-hora na entrada de uma farmácia no Largo de São Francisco – e perícia,
buscando proteção debaixo de um pequeno guarda-chuva em decomposição. E na
chegada, antes de poder subir os degraus de entrada do Centro Municipal de Arte Helio
Oiticica, foi necessário atravessar a estreita e alagada Luís de Camões na ponta dos pés.
4.° Logo na entrada, a falta de sinalização levou a perguntar por onde seguir a uma guarda
desabada numa cadeira. Em tom incompreensível à primeira escuta, ela indicou com má
vontade, e certo ar de desprezo pela desorientação do visitante, a porta em frente como a
de acesso à exposição e fez a caridade de informar que ocupa salas do primeiro e segundo
andar.
5.° Uma primeira suposição provou ser infundada – não há interdição para entrar com
guarda-chuva e pasta molhados, circunstância inédita em locais do gênero mundo afora.
Outra, ainda menos auspiciosa, também caiu por terra. Ao contrário do que imaginara
durante a travessia aquática do centro da cidade, havia algumas pessoas vendo a
exposição, por volta de meio-dia, nas amplas salas, na pequena rua fora de mão, numa
sextafeira chuvosa.
6.° Não eram muitas, mas pareciam interessadas, dando impressão de estarem vendo pela
primeira vez painéis fotográficos e trechos de filmes de Chaplin projetados em monitores.
7.° A modesta exposição não passa disso – uma série de painéis e alguns trechos de filmes
exibidos em monitores –, sendo surpreendente que instituições tão respeitáveis, como a
Cinemateca de Bologna, por exemplo, difundam pelo mundo mostra tão pobre, muito
aquém, por exemplo, do que é possível ver nas duas horas e meia do documentário O
Chaplin que Ninguém Viu (Unknown Chaplin), de 1983, realizado por Kevin Brownlow e
David Gill para ser exibido na televisão, e disponível em DVD desde 2005. Como introdução
a Chaplin, mais valeria promover em praça pública sessões gratuitas desse documentário.
8.° O Chaplin que Ninguém Viu inclui imagens da coleção particular de Chaplin e
demonstra seu perfeccionismo através das filmagens dos exaustivos ensaios para chegar à
gag perfeita, e das várias tomadas feitas de uma mesma cena até obter a encenação mais
eficaz. Nessa época, o custo de produção e do filme virgem ainda não haviam tornado
proibitivo descobrir filmando o que se queria fazer.
Exercícios de Português
9.° Percorrida a exposição, com decepção crescente a cada sala, eis que uma risada
distante se fez ouvir, parecendo vir do primeiro andar. Voltando sobre os próprios passos,
descendo a sinuosa escadaria monumental com corrimão de madeira envernizada, numa
das primeiras salas, lá estava a origem do riso: um rapaz de fones nos ouvidos, postado
diante de um monitor, divertindo-se à grande.
10.° O motivo da alegria era a sequência da luta de boxe de Luzes da cidade (1931).
Disponível no Youtube, é possível comprovar a perenidade do humor chapliniano, sem
correr o risco de se molhar.
11.° A exposição Chaplin e sua imagem estará aberta, até 29 de abril, no Centro Municipal
de Arte Helio Oiticica. Para quem não tiver acesso ao Youtube ou não puder ver O Chaplin
que Ninguém Viu, pode valer a pena. As risadas do rapaz comprovam que ressalvas feitas
à exposição talvez não façam sentido.
12.° Evitem apenas dias de chuva para não ficarem com os pés encharcados.
Revista Piauí, edição 66.
As orações reduzidas de gerúndio (em destaque no texto) são, na ordem em que
aparecem,
a) subordinada adverbial temporal e adverbial temporal.
b) subordinada adjetiva e coordenada aditiva.
c) coordenada aditiva e coordenada aditiva.
d) subordinada adjetiva e subordinada adjetiva.
e) coordenada aditiva e subordinada adverbial temporal.
Questão 56: AOCP - Aud CE (TCE-PA)/TCE-PA/Fiscalização/Direito/2012
Assunto: Orações reduzidas
Pobres bancos
Vladimir Safatle
Exercícios de Português
1.° Quando o governo resolveu, enfim, denunciar a “lógica perversa” que guia o sistema
financeiro brasileiro, era de esperar que os consultores e economistas regiamente
recompensados pelos bancos aparecessem para contemporizar. Como em uma peça de
teatro na qual as máscaras acabam por cair, foi isto o que ocorreu.
2.° Há algo de cômico em ver adeptos do livre mercado e da concorrência procurando
argumentos para defender uma banca de oligopólio especializada em espoliar os
brasileiros com “spreads” capazes de deixar qualquer banco mundial corado de vergonha.
3.° Se os bancos brasileiros estão entre os que mais lucram no Universo, é porque nunca
precisaram, de fato, viver em um sistema no qual o poder estatal impediria a extorsão
institucionalizada à qual ainda estamos submetidos.
4.° No mundo inteiro, o sistema bancário faz jus à frase do dramaturgo Bertolt Brecht: “O
que é roubar um banco se você imaginar o que significa fundar um banco?”
5.° Nos últimos anos, vimos associações bancárias com comportamentos dignos da máfia,
pois são especializadas em maquiar dados e balanços, criar fraudes, ajudar a evasão fiscal,
operar em alto risco e passar a conta para a frente, além de corromper entes públicos.
6.° Mas a maior astúcia do vício é travestir-se de virtude. Assim, o sistema financeiro criou
a palavra “austeridade” a fim de designar o processo de assalto dos recursos públicos para
pagamento de rombos bancários e “stock-options” de executivos criminosos, com a
consequente descapitalização dos países mais frágeis.
7.° Se não tivemos algo da mesma intensidade no Brasil, vemos agora um processo
semelhante do ponto de vista retórico. Assim, os “spreads” bancários seriam o resultado
indigesto do risco alto de inadimplência, já que a população brasileira teria o hábito pouco
salutar de não pagar suas dívidas e se deixar endividar além da conta.
8.° Neste sentido, os lucros bancários seriam (vejam só vocês) o remédio amargo, porém
necessário, até que a população brasileira aprenda a viver com o que tem e assuma gastos
de maneira responsável. O mais impressionante é encontrar pessoas que se acham capazes
de nos fazer acreditar nessa piada de mau gosto.
9.° A verdade é que quanto menos poder e margem de manobra o sistema financeiro tiver,
melhor é a sociedade. Há sempre aqueles “consultores” que dirão: “É fácil falar mal dos
bancos”, apresentando o espantalho do populismo. A estas pessoas devemos dizer: “Sim,
Exercícios de Português
é fácil. Ainda mais quando não se está na folha de pagamento de um”. Já sobre o “risco”
do populismo, pobres são aqueles para os quais a defesa dos interesses econômicos da
população sempre é sinal de irracionalidade.
Folha de S.Paulo, 08 de maio de 2012.
Em “É fácil falar mal dos bancos”, a oração em destaque funciona como
a) adjunto adnominal.
b) adjunto adverbial.
c) predicativo.
d) sujeito.
e) objeto direto.
Questão 57: AOCP - TJ TRE AC/TRE AC/Administrativa/2015
Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Leia o texto e responda a questão.
Exemplo de cidadania: eleitores acima de 70 anos
fazem questão de votar
Eleitores com mais de 70 anos foram,
espontaneamente, às urnas para ajudar a escolher
seus representantes
Luh Coelho
Exemplo de cidadania é o caso de pessoas como o aposentado Irineu Montanaro, de 75
anos. Ele diz que vota desde os 18, quando ainda era jovem e morava em Minas Gerais, sua
terra natal, e que, mesmo sem a obrigatoriedade do voto, vai até as urnas em todas as
eleições. “É uma maneira de expressar a vontade que a gente tem. Acho que um voto pode
fazer a diferença”, diz.
Exercícios de Português
Eles questionam a falta de propostas específicas de todos os candidatos para pessoas da
terceira idade e acreditam que um voto consciente agora pode influenciar futuramente na
vida de seus filhos e netos.
O idoso afirma que sempre incentivou sua família a votar. E o maior exemplo vinha de
dentro da própria casa. Mesmo que nenhum de seus familiares tenha se aventurado na vida
política, todos de sua prole veem na vida pública uma forma de mudar os rumos do país.
Fonte: http://www.vilhenanoticias.com.br/materias/news popljp. php?id"16273. Texto
adaptado.
No texto, o período “‘É uma maneira de expressar a vontade que a gente tem. Acho que
um voto pode fazer a diferença’” encontra-se entre aspas para indicar
a) um ponto de vista do autor do texto.
b) uma ironia do autor do texto,
c) um argumento de senso comum.
d) uma explicação referente ao termo antecedente, utilizado no período anterior.
e) que quem está falando não é diretamente o autor do texto.
Questão 58: AOCP - AJ TRE AC/TRE AC/Administrativa/Contabilidade/2015
Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Leia o texto e responda a questão.
DIREITO DO IDOSO
Hoje, o envelhecimento se encontra na ordem do dia. Os mais importantes veículos de
comunicação dão destaque a esse fenômeno, abordando as suas causas e conseqüências.
O envelhecimento populacional, portanto, transformou-se em uma questão social
relevante, uma vez que impacta marcantemente nos destinos da própria sociedade. Isso
tanto é verdade que hã estudiosos falando em uma revolução dos idosos. E não é para
menos. Mais de dois bilhões de pessoas terão mais de sessenta anos até 2050, o que
representará um contingente expressivo, considerando a população total do planeta.
Exercícios de Português
Ora, se um contingente tão grande de pessoas passa a ter uma idade a partir da qual é
caracterizada como idosa, isso significa que direitos específicos desse contingente
populacional precisam ser garantidos.
É preciso destacar que o Estado brasileiro não se preparou para o impacto que o
envelhecimento populacional acarretou nos sistemas previdenciário e de saúde, por
exemplo. Não houve planejamento, de modo que o sistema previdenciário, uma espécie
de seguro para
garantir dignidade ao ser humano na velhice, corre riscos de continuidade, mantidos os
parâmetros atuais. Da mesma forma, o sistema de saúde apresenta uma dinâmica incapaz
de atender às demandas dos idosos, os quais são os principais clientes desse sistema,
porquanto mais vulneráveis a doenças, inclusive algumas próprias dessa fase da vida, como
câncer, hipertensão, osteoporose, demência, para só citar algumas.
Portanto, o impacto que as pessoas que acumulam muitos anos provocam na sociedade,
considerando apenas esses dois sistemas, e
a necessidade de que os direitos fundamentais desse segmento populacional sejam
efetivamente garantidos, já se revela suficiente para que se perceba a importância da
disciplina Direito do Idoso.
Vale destacar que o envelhecimento não é um fenômeno estático. Na medida em que as
condições sociais e econômicas melhoram, as pessoas têm oportunidade de viver mais.
Caso se associem a esses elementos os avanços da tecnologia médica em todas as suas
dimensões, a expectativa de vida pode realmente surpreender.
É a vitória da vida.
Sendo, portanto, o envelhecimento a oportunidade de uma vida mais longa, pode ser
traduzido como o próprio direito de existir, na medida em que viver é ter oportunidade de
envelhecer. Ora, se é assim, o envelhecimento é um direito e, mais do que isso, é um direito
fundamental, na medida em que se traduz no direito à vida com dignidade, o que quer
dizer que as pessoas não perdem direitos na medida em que envelhecem. Pelo contrário,
demandam mais direitos para que possam usufruir plenamente o direito à liberdade em
todos os aspectos, patrimônio do qual nenhum ser humano pode abdicar.
Apesar de a expectativa de vida no Brasil vir aumentando ano após ano, ainda não estão
sendo oferecidas condições de vida adequadas para os velhos. O processo de
envelhecimento no país apresenta nuances artificiais, na medida em que as pessoas têm
suas vidas alongadas mais pela universalização da tecnologia médica {notadamente do
Exercícios de Português
sistema de vacinação, que abortou mortes prematuras causadas por doenças endêmicas)
do que propriamente pela experimentação de padrões sociais e econômicos de
excelência, a exemplo dos países desenvolvidos.
Portanto, a ausência de serviços e ações específicas e necessárias para a garantia dos
direitos das pessoas idosas contribui para o descrédito da efetividade dos seus direitos, os
quais estão declarados deforma direta ou indireta, em convenções, acordos etratados
internacionais, além das previsões constitucionais e legais em relação a esse segmento,
destacando-se o Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741/03) [...].
Sendo assim, a garantia dos direitos dos idosos no Brasil depende de uma profunda
compreensão das causas e conseqüências do processo de envelhecimento populacional,
do papel que deve ser reservado aos velhos em uma sociedade tecnológica, da
necessidade de garantir-lhes todos os direitos fundamentais inerentes à condição humana,
destacando-se a necessidade de desenvolver esforços para que tenham autonomia o
máximo de tempo possível, do enfrentamento de todas as formas de violência, por meio
da construção de uma rede de proteção e defesa dos direitos desse contingente
populacional.
REFERÊNCIA: Adaptado de RAMOS, Paulo Roberto Barbosa. Direito do idoso. Jornal
Estado do Direito. 42a. ed. Porto Alegre, 3 set. 2014. Disponível
em:www.estadodedireito.com.br. Acessado em: 27/06/2015.
Em "[...] de modo que o sistema previdenciário, uma espécie de seguro para garantir
dignidade ao ser humano na velhice, corre riscos de continuidade [...]', as vírgulas foram
empregadas
a) por haver no período uma explicação intercalada referente a “sistema previdenciário” .
b) por haver no período uma oração adverbial intercalada com função de indicar
finalidade.
c) para separar entre si elementos de mesma função sintática.
d) para indicar a elipse (omissão) do verbo "é” , no primeiro caso, e, no segundo caso,
para substituir a conjunção "e” .
e) inadequadamente, pois, a segunda vírgula está separando sujeito e verbo, e, no caso
da primeira vírgula, em seu lugar, deveria constar a conjunção “e” .
Exercícios de Português
Questão 59: AOCP - Sold (BM RS)/BM RS/2009
Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Texto 1
O desastre: duas guerras, um déficit e uma crise
O aprendiz de alfaiate Andrew Johnson, que presidiu os Estados Unidos de 1865 a 1869, já
foi considerado um dos grandes líderes americanos. Isso foi no tempo em que barrar a
integração social dos negros era visto como uma louvável forma de impedir a corrupção
de valores. Racista, Johnson combateu todos os esforços para criar uma democracia
multirracial. Com a mudança na leitura da história, e o consequente sepultamento da
odiosa supremacia branca, mudou também o conceito sobre Johnson, hoje considerado
um dos piores presidentes americanos. Com seu adeus definitivo à Casa Branca, George
Walker Bush, 62 anos, sai do poder como um dos piores, se não o pior, presidentes que os
Estados Unidos já tiveram. Pode ser que Bush seja visto sob melhores luzes daqui a meio
século. Mas, por enquanto, o republicano voltará para o seu rancho no Texas deixando
para trás um governo desastroso cujo balanço é um desserviço completo: a maior potência
econômica e militar da história conseguiu, em oito anos, ficar menos temida pelos inimigos
e menos admirada pelos amigos.
Bush chegou dizendo que faria um governo “para unir, não para dividir”, e agora entrega
um país com duas guerras (Iraque e Afeganistão), um déficit monumental (já na casa do
trilhão de dólares) e uma economia em frangalhos (a pior crise desde a II Guerra Mundial).
Logo que assumiu, Bush foi atropelado pelos atentados de 11 de setembro de 2001 – e isso,
nos sete anos seguintes, serviria como justificativa e desculpa para tudo: a espionagem de
cidadãos americanos, as prisões secretas e a tortura contra prisioneiros, numa lamentável
quebra da tradição americana de respeito aos direitos humanos. Em defesa de seu
governo, Bush afirmou, em seu último pronunciamento, que se pode debater se suas
decisões foram acertadas, mas não é possível questionar os resultados. “Estamos há mais
de sete anos sem nenhum ataque terrorista em nosso solo”, disse.
É uma defesa pobre de seus efeitos. Afinal, mesmo sem Bush, também não houve ataques
de terroristas estrangeiros nos sete anos que antecederam o 11 de Setembro. Mesmo daqui
a 100 anos, Bush ainda será lembrado pela sua principal obra, a guerra do Iraque, que
começou por um motivo falso (as tais armas de destruição em massa que nunca
apareceram), já matou mais de 4 000 militares americanos e 100 000 civis iraquianos,
consome 10 bilhões de dólares por mês e elegeu o opositor, Barack Obama. É preciso
reconhecer, porém, que a guerra no Iraque não chegou a ser o fracasso vietnamita que
muitos previram que seria.
Exercícios de Português
Em dezembro de 2006, o historiador Eric Foner, da Universidade Colúmbia, assinou um
artigo afirmando que Bush era o pior presidente da história. Fazia um governo obtuso como
o de Franklin Pierce (1853-1857), corrupto como o de Warren Harding (1921-1023) e abusivo
como o de Richard Nixon (1969-1974). Na semana passada, convidado por VEJA a voltar a
avaliar o governo, o historiador disse: “Os últimos dois anos só confirmaram meu
julgamento. Mas, ainda que ruim, o segundo mandato de Bush foi melhor que o primeiro.
Nele, o presidente foi mais habilidoso, teve um convívio frutífero com a China, abriu as
portas do clube atômico à Índia e abandonou a aversão ao uso da diplomacia, adotando-a
para lidar com a Coréia do Norte e o Irã”. Parece pouco, mas, em se tratando de Bush,
talvez não se pudesse esperar muito mais.
Texto extraído da Revista Veja, edição 2096, ano 42, n.3, de 21 de janeiro de 2009. p. 82-83.
Em relação ao emprego dos sinais de pontuação, assinale a alternativa INCORRETA.
a) “Andrew Johnson, que presidiu os Estados Unidos de 1865 a 1869,”. (as vírgulas isolam
uma oração adjetiva restritiva)
b) “...iria como justificativa e desculpa para tudo: a espionagem de cidadãos
americanos...”. (os dois pontos introduzem uma enumeração das justificativas)
c) “Bush foi atropelado pelos atentados de 11 de setembro de 2001 – e isso...”. (o travessão
substitui a vírgula para imprimir maior expressão ao que será dito)
d) “...e agora entrega um país com duas guerras (Iraque e Afeganistão)...”. (os parênteses
intercalam uma explicação)
e) “Estamos há mais de sete anos sem nenhum ataque terrorista em nosso solo”. (as aspas
marcam o início e o fim de uma transcrição de fala)
Questão 60: AOCP - Ass Adm (BRDE)/BRDE/2012
Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Os quadrinhos podem destruir a literatura
Luís Antônio Giron
Observo um fato cada vez mais frequente: o desprezo dos jovens por certas obras literárias,
sobretudo as adotadas nas escolas e exigidas no vestibular. Os estudantes já não têm
paciência para lidar com Iracema, de José de Alencar, Dom Casmurro, de Machado de
Exercícios de Português
Assis, O Ateneu, de Raul Pompeia, e nem mesmo conseguem tirar proveito das
humorísticas Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida. Eles
tratam os títulos que acabei de citar com uma falta absoluta de respeito – pior, uma falta
de noção de respeito. Não entendem a grandeza desses e outros grandes romances do
passado. Os professores, por seu turno, não parecem fazer questão de transmitir um
entusiasmo literário que eles próprios não possuem. Os professores jogaram a toalha. Aí
tudo se torna rotineiro e entediante como uma lição de casa que não pode ser executada.
Quanto mais são obrigados a ler, mais os jovens repudiam os livros. Eles já não veem
sentido no ato da leitura, até porque são encorajados pelos mais velhos a se valer da
internet, dos videogames e da televisão, em detrimento dos meios tradicionais.
Muitos pensam que ser moderno significa não precisar mais ler. Daí o apelo dos tablets:
essas tabuletas altamente tecnológicas são os novos aparelhos de televisão, receptores
ideais para analfabetos ou cidadãos pós-alfabetizados. Gente que não precisa mais
enfrentar um texto com começo, desenvolvimento e conclusão, que adora a
fragmentação. Os mesmos que exaltam os tablets acham que o ensino tradicional não
consegue mais acompanhar a evolução tecnológica. Então, o que pôr no lugar da tradição?
Claro, como não pensamos nisto antes? Se os estudantes querem diversão, vamos dar-
lhes histórias em quadrinhos – de preferência, em monitores de LED, via tablets.
Mas a transposição pura e simples não é o problema. As formas e conteúdos podem migrar
à vontade, eternamente. A questão é outra: os quadrinhos andam tão salientes que
avançam pelo campo literário com avidez dos bárbaros e autoconfiança dos consagrados.
As adaptações em HQ de obras literárias e teatrais têm surgido a cada minuto, para
supostamente acrescentar algo aos textos originais. Elas vêm abençoadas pela crítica e
aprovadas pelo olhar indulgente dos adultos que desacreditam de tudo, notadamente da
capacidade de ler das novas gerações. E os jovens correspondem à expectativa,
consumindo quadrinhos literários para evitar dar conta de livros que não têm paciência
para ler. Como resultado, essas adaptações têm feito um desserviço à literatura – e à
cultura como um todo. São, em geral, transposições de má qualidade, criadas por editores
oportunistas, sequiosos de aproveitar a falta de vontade de ler da mocidade. Sob o
pretexto de facilitar a leitura, esse tipo de adaptação destrói a vontade de ler. Traz um
atalho enganoso. Isso porque, em vez de encurtar o caminho, o atalho elimina uma etapa
importante da formação do jovem: a da compreensão, análise e, por consequência, do
domínio de textos complexos. Ora, para mim isso configura um crime.
Não vou me deter em exemplos de adaptações infelizes, que são inúmeros. Já me deparei
com muitas adaptações, em quadrinhos ou não, porque minhas duas filhas estão se
preparando para o vestibular e precisam ler o maior número de obras consagradas no
menor tempo possível. Percebi que, nas provas do ensino médio, elas recorriam aos
famigerados resumos de obras na internet, copiando nomes e ações sem sentido e sem
contextualização. Para obter alguma interpretação das obras, elas recorriam às histórias
em quadrinhos, aliás recomendadas pelo colégio. Elas leram assim Os Lusíadas, de
Exercícios de Português
Camões, Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, e atéMemórias Póstumas de Brás
Cubas, de Machado de Assis. Não preciso dizer que se tratava de transposições forçadas,
mal realizadas e desprezíveis – cheias de erros de português e, pior, erros de interpretação
das obras originais. Uma versão de Memórias de um sargento de milícias, por exemplo,
traz um vocabulário pobre no final das páginas, sem nenhuma explicação sobre o emprego
de determinados termos. As ilustrações são feias e caricatas, limitando-se a servir aos
balões e descrições extraídas diretamente do livro. Bom, diante de tanta bandalheira,
decidi banir de casa essas HQs. Até entendo algumas adaptações facilitadoras de livros
universais, como a que Clarice Lispector fez de Dom Quixote, ou Fernando Sabino de
Silvia, de Gerard de Nerval. Esses livrinhos servem como rito de passagem para
dificuldades maiores a serem vencidas num estágio posterior. Adaptações literárias em
geral geram uma perda de informação. Obviamente, a melhor lei não é a do menor esforço,
e esses livros servem como incentivo a futuras viagens de leitura. O que não perdoo são
adaptações ruins e quadrinhos malfeitos, que só envergonham o gênero.
Convém não confundir certos quadrinhos oportunistas com a grande arte estabelecida por
Will Eisner, Crumb, Frank Miller, Alan Moore e Joe Sacco, entre outros. As HQs nasceram
na imprensa e jamais negaram sua vocação popular. Aos poucos, foram experimentando
uma ascensão intelectual e artística, graças aos artistas que fizeram delas o seu meio de
expressão. Repare que esses grandes artistas dificilmente se submetem a adaptações feitas
diretamente de uma obra.
Sou um admirador dos quadrinistas. Os gibis e romances gráficos estimulam minha
imaginação, algo que nenhum livro seria capaz de proporcionar. Algumas das melhores
ideias do cinema vêm hoje dos quadrinhos. O Brasil experimenta uma fase de produção de
alto valor nessa área. Não há como negar a influência dos quadrinhos na cultura atual. O
problema é o uso que se faz deles. A culpa não é da HQ, mas da qualidade das adaptações.
É de quem aceita o recurso fácil de ler tudo depressa. Infelizmente, os quadrinhos são
inocentes úteis, pois viraram instrumentos eficientes para a desmoralização da literatura.
Disponível em <http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,EMI244437-
15230,00.html>. Acesso em 09 nov 2011.
Assinale a alternativa cuja frase, extraída do texto, mantém-se correta após a alteração em
sua pontuação.
a) A melhor lei não é a do menor esforço e esses livros servem como incentivo. (4.º
parágrafo)
b) Elas recorriam às histórias em quadrinhos, aliás, recomendadas pelo colégio. (4.º
parágrafo)
c) Os estudantes já não têm paciência, para lidar com Iracema, de José de Alencar. (1.º
parágrafo)
Exercícios de Português
d) As HQs nasceram na imprensa, e jamais negaram sua vocação popular. (5.º parágrafo)
e) A culpa não é da HQ mas da qualidade das adaptações. (6.º parágrafo)
Questão 61: AOCP - AISIPOA (MAPA)/MAPA/2007
Assunto: Pontuação (ponto, vírgula, travessão, aspas, parênteses etc)
Agropecuário da pecuária- exportar não tem importância para nós
Eleri Hamer
É lógico que o título não reflete a realidade. Sabemos muito bem a importância
socioeconômica da pecuária e o que o mercado internacional representa para que os
preços ao produtor não despenquem mais ainda. Também é do conhecimento de muitos
que somente o PIB da atividade contribuiu com R$ 65 bilhões em 2006, além da relevância
na balança comercial e, principalmente, do lugar de destaque que a atividade ocupa no
mercado mundial, sobretudo, a partir de 2005. Para completar, sabemos ainda que boa
parte dessa riqueza fica na indústria frigorífica.
Apesar da importância demonstrada, a julgar pela organização dos produtores, do
alinhamento e das estratégias desenvolvidas pelo conjunto da Cadeia de Produção
Pecuária (CPA.), parece que o mercado internacional e as suas exigências não têm a menor
importância.
Algumas posturas talvez justifiquem o fato de ela ser a cadeia que melhor representa a
estratégia oportunista das firmas, em vez de estratégias de coopetição (estratégias de
cooperar para competir). Nota-se que, dentre as principais cadeias que compõem o
agronegócio nacional, foi justamente a que mais perdeu renda nos últimos anos.
O primeiro destaque para essa irrelevância dada ao mercado vem dos pecuaristas e está
na comunicação que circula ao longo da cadeia e parece não ultrapassar o varejo. As
mensagens do consumidor simplesmente não chegam ao produtor. Ou o produtor faz de
conta que não é com ele e continua produzindo ao seu modo.
É de conhecimento de todos que as exigências do mercado mundial estão cada vez
maiores, principalmente em se tratando da segurança do alimento e, por conseguinte, da
garantia da qualidade. Nesse quesito, levanto dois exemplos de ineficiência.
Exercícios de Português
Um é histórico e remonta à década de 70. Faz mais de 30 anos que ouço falar das
campanhas de vacinação contra a aftosa. É uma vergonha nacional. Se depois desse tempo
todo ainda precisamos gastar dinheiro público para convencer um picareta a vacinar o seu
gado, alguma coisa está errada.
Até hoje temos produtores que fazem de conta que vacinam o seu gado. Chegam ao
cúmulo (assim como há 30 anos atrás) de pagarem as vacinas para apresentarem as notas
e não aplicá-las, jogando os frascos no lixo. Para estes, proponho que sejam enquadrados
como crime lesa pátria e, por conseguinte, a cadeia.
Outra discussão a se destacar está na rastreabilidade que vem sendo debatida ou
protelada, como queiram, há quase dez anos. Enquanto outras cadeias se organizam e se
antecipam às demandas do mercado e eles próprios propõem processos de certificação e
de garantia da qualidade dos seus produtos, a pecuária parece que está brincando com o
mercado e sai na contramão.
A falta de organização e de consciência das demandas do mercado dá margem a outro
problema crônico no agronegócio e, principalmente, neste setor: a coordenação da cadeia
nas mãos da indústria, que está cada vez mais concentrada, organizada e também atuando
oportunisticamente, ao dar guarida para as inconseqüências do elo produtor.
Nesse sentido, ganha a cadeia que se organizar e se adaptar melhor e mais rápido a essas
demandas. Não temos consciência da demanda, portanto não nos afligimos com o que
não conhecemos. Se continuarmos a desempenhar esse papel, é quase certo que
perderemos o mercado conquistado a duras penas. Temos nos revelado craques em chorar
sobre o leite derramado. Uns, sobre as dívidas; e outros, sobre o mercado perdido.
Texto adaptado de <http://www.hamer.pro.br/?f=artigos/ver_artigo&cod_art=25>. Acesso
em 18/07/007.
Assinale a alternativa cujo emprego da vírgula foi justificado de maneira CORRETA.
a) “Não temos consciência da demanda, portanto...” (separação entre oração principal e
oração subordinada.)
b) “Se continuarmos a desempenhar esse papel, é quase certo...” (anteposição de oração
subordinada adverbial)
c) “...indústria, que está cada vez mais concentrada, organizada...” (isolamento da oração
adjetiva restritiva.)
Exercícios de Português
d) “...que vem sendo debatida ou protelada, como queiram, há quase dez anos.”
(intercalação de aposto explicativo)
e) “Uns, sobre as dívidas; e outros, sobre o mercado perdido.” (isolamento de adjunto
adverbial)
Questão 62: AOCP - AnaLM (CM Salvador)/CM Salvador/Comissões/Assessoria Técnica a
Comissão de Finanças, Orçamento e Gestão/2011
Assunto: Regência
A questão baseia no texto apresentado abaixo.
As torcidas organizadas não são as (únicas) culpadas
Torcidas organizadas agora recebem o rótulo de "facções". É uma clara tentativa de
relacioná-las ao mundo do crime, como se todas as suas atitudes fossem ilícitas. Mas a
realidade é diferente. O torcedor organizado não é bandido. Ele trabalha (a média de
desemprego nas torcidas é de 2,8%, em comparação com os 8,1% da média brasileira),
mora com os pais (86,8%) e tem um significativo grau de instrução (80,8% possui de 10 a 12
anos de escolaridade).
Esses números fazem parte do resultado de uma pesquisa que realizei com 813
integrantes das três maiores organizadas de São Paulo. São dados que desmentem a visão
de que seus filiados são vagabundos que se associam para o crime. Costuma-se
generalizar, mostrando que as mortes que ocorrem no futebol têm a ver apenas com as
torcidas. Não é verdade. Por isso, pregar a extinção das organizadas para estancar a
violência é a mesma coisa que defender o fim do Senado para acabar com a corrupção.
Enquanto alguns culpam apenas as torcidas organizadas, outros responsáveis pelo
problema são poupados. Há o Estado, que muitas vezes não oferece um policiamento de
qualidade, preparado para atuar em jogos de futebol. Jogadores e dirigentes incitam a
violência com declarações impensadas. E grande parte da imprensa, na ânsia de encontrar
respostas imediatas a um problema histórico, comete equívocos básicos, como não ouvir
todas as partes envolvidas. O resultado é uma visão deturpada e preconceituosa, que não
contribui para a superação do problema.
Outros números da pesquisa apontam que é um erro subestimar a capacidade de
discernimento dos torcedores organizados. A maioria tem compreensão dos fatores que
causam a violência e apontam a imprensa (78,1%) e a polícia (19,5%) como co-responsáveis.
Engana-se também quem pensa que estão pretendendo transferir a responsabilidade, pois
61,8% remete o problema a situações em que os próprios torcedores são os protagonistas,
como rivalidade, provocação dos rivais, falta de educação e ignorância.
Exercícios de Português
Além disso, os torcedores organizados, especialmente os jovens, se reúnem não apenas
para torcer por suas cores. Eles discutem a política do clube, o esporte, entre outros
assuntos. São questões que atualmente não são abordadas em outro espaço da sociedade.
Mesmo que possuam uma parcela da responsabilidade pelo clima bélico nos estádios, as
torcidas organizadas apresentam características positivas. Essas agremiações têm grande
importância para os clubes, apresentando um alto grau de fidelidade (85% dos
entrevistados vão ao estádio de uma a duas vezes por semana, independentemente da
situação do seu time e de onde o jogo será realizado).
E não apenas nas arquibancadas as agremiações demonstram aspectos construtivos.
Geralmente, são compostas por representantes de diversas origens e classes sociais, que
promovem ações de assistência social voltadas para a comunidade. Há, portanto, uma
inegável importância de cunho social. Mais do que isso, trata-se de um ambiente de
aprendizado político, derivado da convivência entre os integrantes. Assim, alguns
membros se destacam, pleiteiam cargos e acabam tornando-se dirigentes, enquanto os
demais exercem alguns dos seus direitos de cidadania. É um espaço de discussão política,
que preenche uma lacuna.
Obviamente, os crimes e delitos praticados por membros de torcidas devem ser punidos,
como deveria acontecer com todos. Mas a falta de leis específicas e a cultura da
impunidade no Brasil jogam contra a paz no futebol. No Senado, tramita um projeto de lei
que talvez mude esse panorama, modificando e ampliando os direitos e deveres dos
torcedores e dos organizadores das partidas de futebol. Mas, até que essa lei surta efeito,
poderíamos ao menos abandonar o preconceito com que tratamos as torcidas
organizadas. E deixar de apontá-las como as únicas vilãs de uma história que não tem
mocinhos.
Revista Galileu, n.18, de setembro de 2009. p.96-97
Assinale a alternativa que NÃO apresenta a transitividade verbal correta da forma verbal
destacada.
a) “Jogadores e dirigentes incitam a violência com declarações impensadas.” (verbo
transitivo direto)
b) “Ele trabalha (a média de desemprego nas torcidas é de 2,8%...)” (verbo intransitivo)
c) “No Senado, tramita um projeto de lei que talvez mude esse panorama...” (verbo
intransitivo)
d) “É uma clara tentativa de relacioná-las ao mundo do crime...” (verbo transitivo indireto)
e) “Há o Estado, que muitas vezes não oferece um policiamento de qualidade...” (verbo
transitivo direto)
Questão 63: AOCP - TJ TRE AC/TRE AC/Administrativa/2015
Exercícios de Português
Assunto: Crase
Leia o texto e responda a questão.
Exemplo de cidadania: eleitores acima de 70 anos
fazem questão de votar
Eleitores com mais de 70 anos foram,
espontaneamente, às urnas para ajudar a escolher
seus representantes
Luh Coelho
Exemplo de cidadania é o caso de pessoas como o aposentado Irineu Montanaro, de 75
anos. Ele diz que vota desde os 18, quando ainda era jovem e morava em Minas Gerais, sua
terra natal, e que, mesmo sem a obrigatoriedade do voto, vai até as urnas em todas as
eleições. “É uma maneira de expressar a vontade que a gente tem. Acho que um voto pode
fazer a diferença”, diz.
Eles questionam a falta de propostas específicas de todos os candidatos para pessoas da
terceira idade e acreditam que um voto consciente agora pode influenciar futuramente na
vida de seus filhos e netos.
O idoso afirma que sempre incentivou sua família a votar. E o maior exemplo vinha de
dentro da própria casa. Mesmo que nenhum de seus familiares tenha se aventurado na vida
política, todos de sua prole veem na vida pública uma forma de mudar os rumos do país.
Fonte: http://www.vilhenanoticias.com.br/materias/news popljp. php?id"16273. Texto
adaptado.
Em “Eleitores com mais de 70 anos foram, espontaneamente, às urnas para ajudar a
escolher seus representantes” , a crase
a) foi empregada para atender à regência do verbo “ ir” , o qual tem como complemento
uma palavra pertencente ao gênero feminino.
b) foi empregada para atender à regência de “espontaneamente” , que tem como
complemento nominal uma palavra do gênero feminino.
c) foi empregada para atender à regência do verbo posposto “ajudar”.
Exercícios de Português
d) foi empregada inadequadamente.
e) é facultativa.
Questão 64: AOCP - Ag (Pref JF)/Pref JF/Transporte e Trânsito I/2016
Assunto: Crase
Considerações sobre a loucura
Ferreira Gullar
Ouço frequentemente pessoas opinarem sobre tratamento psiquiátrico sem na verdade
conhecerem o problema. É bacana ser contra internação. Por isso mesmo traçam um
retrato equivocado de como os pacientes eram tratados no passado em manicômios
infernais por médicos que só pensavam em torturá-los com choques elétricos, camisas de
força e metê-los em solitárias.
Por isso mesmo exaltam o movimento antimanicomial, que se opõe à internação dos
doentes mentais. Segundo eles, os pacientes são metidos em hospitais psiquiátricos
porque a família quer se ver livre deles. Só pode fazer tal afirmação quem nunca teve que
conviver com um doente mental e, por isso, ignora o tormento que tal situação pode
implicar.
Nada mais doloroso para uma mãe ou um pai do que ter de admitir que seu filho é
esquizofrênico e ser, por isso, obrigado a interná-lo. Há certamente pais que se negam a
fazê-lo, mas ao custo de ser por ele agredido ou vê-lo por fim à própria vida, jogando-se
da janela do apartamento.
Como aquelas pessoas não enfrentam tais situações, inventam que os hospitais
psiquiátricos, ainda hoje, são locais de tortura. Ignoram que as clínicas atuais, em sua
maioria, graças aos remédios neuroléticos, nada têm dos manicômios do passado.
Exercícios de Português
Recentemente, num desses programas de televisão, ouvi pessoas afirmarem que o
verdadeiro tratamento psiquiátrico foi inventado pela médica Nise da Silveira, que curava
os doentes com atividades artísticas. Trata-se de um equívoco. A terapia ocupacional,
artística ou não, jamais curou algum doente.
Trata-se, graças a Nise, de uma ocupação que lhe dá prazer e, por mantê-lo ocupado,
alivia-lhe as tensões psíquicas. Quando o doente é, apesar de louco, um artista talentoso,
como Emygdio de Barros ou Arthur Bispo do Rosário, realiza-se artisticamente e encontra
assim um modo de ser feliz.
Graças à atividade dos internados no Centro Psiquiátrico Nacional, do Engenho de Dentro,
no Estado do Rio, criou-se o Museu de Imagens do Inconsciente, que muito contribuiu
para o reconhecimento do valor estético dos artistas doentes mentais. Mas é bom entender
que não é a loucura que torna alguém artista; de fato, ele é artístico apesar de louco.
Tanto isso é verdade que, das dezenas de pacientes que trabalharam no ateliê do Centro
Psiquiátrico, apenas quatro ou cinco criaram obras de arte. Deve-se reconhecer, também,
que conforme a personalidade de cada um seu estado mental compõe a expressão estética
que produz.
No tal programa de TV, alguém afirmou que, graças a Nise da Silveira, o tratamento
psiquiátrico tornou-se o que é hoje. Não é verdade, isso se deve à invenção dos remédios
neurolépticos que possibilitam o controle do surto psíquico.
É também graças a essa medicação que as internações se tornaram menos frequentes e,
quando necessárias, duram pouco tempo – o tempo necessário ao controle do surto por
medicação mais forte. Superada a crise, o paciente volta para casa e continua tomando as
doses necessárias à manutenção da estabilidade mental.
Não pretendo com esses argumentos diminuir a extraordinária contribuição dada pela
médica Nise da Silveira ao tratamento dos doentes mentais no Brasil. Fui amigo dela e
acompanhei de perto, juntamente com Mário Pedrosa, o seu trabalho no Centro
Psiquiátrico Nacional.
Uma das qualidades dela era o seu afeto pelas pessoas e particularmente pelo doente
mental. Eis um exemplo: como o Natal se aproximava, ela perguntou aos pacientes o que
queriam de presente. Emygdio respondeu: um guarda-chuva.
Exercícios de Português
Como dentro do hospital naturalmente não chovia, ela concluiu que ele queria ir embora
para casa. E era. Ela providenciou para que levasse consigo tinta e tela, a fim de que não
parasse de pintar.
Ele se foi, mas, passado algum tempo, alguém toca a campainha do gabinete da médica.
Ela abre a porta, era o Emygdio, de paletó, gravata e maleta na mão. “Voltei para continuar
pintando, porque lá em casa não dava pé.” E ficou pintando ali até completar 80 anos,
quando, por lei, teve que deixar o hospital e ir para um abrigo de idosos, onde morreu anos
depois.
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ferreiragullar/ 2016/02/1741258-
consideracoes-sobre-a-loucura.shtml)
Em “...isso se deve à invenção dos remédios neurolépticos...”, o uso da crase ocorreu
devido à regência do verbo, que requereu a preposição “a”, somado ao artigo definido “a”
que acompanhou o substantivo “invenção”. Assinale a alternativa em que deve ocorrer o
acento indicativo de crase no termo destacado pela mesma razão apresentada.
a) As vezes precisamos descansar para estudar mais.
b) A medida que foi calculada durante o projeto não foi suficiente.
c) Eles se referiam a ela como se a conhecessem.
d) Os meninos pediram a minha mãe que trouxesse uma bola nova.
e) Não obedeço a coordenadora de área desta instituição.
Questão 65: AOCP - Ag (Pref JF)/Pref JF/Transporte e Trânsito I/2016
Assunto: Crase
Considerações sobre a loucura
Ferreira Gullar
Ouço frequentemente pessoas opinarem sobre tratamento psiquiátrico sem na verdade
conhecerem o problema. É bacana ser contra internação. Por isso mesmo traçam um
retrato equivocado de como os pacientes eram tratados no passado em manicômios
infernais por médicos que só pensavam em torturá-los com choques elétricos, camisas de
força e metê-los em solitárias.
Exercícios de Português
Por isso mesmo exaltam o movimento antimanicomial, que se opõe à internação dos
doentes mentais. Segundo eles, os pacientes são metidos em hospitais psiquiátricos
porque a família quer se ver livre deles. Só pode fazer tal afirmação quem nunca teve que
conviver com um doente mental e, por isso, ignora o tormento que tal situação pode
implicar.
Nada mais doloroso para uma mãe ou um pai do que ter de admitir que seu filho é
esquizofrênico e ser, por isso, obrigado a interná-lo. Há certamente pais que se negam a
fazê-lo, mas ao custo de ser por ele agredido ou vê-lo por fim à própria vida, jogando-se
da janela do apartamento.
Como aquelas pessoas não enfrentam tais situações, inventam que os hospitais
psiquiátricos, ainda hoje, são locais de tortura. Ignoram que as clínicas atuais, em sua
maioria, graças aos remédios neuroléticos, nada têm dos manicômios do passado.
Recentemente, num desses programas de televisão, ouvi pessoas afirmarem que o
verdadeiro tratamento psiquiátrico foi inventado pela médica Nise da Silveira, que curava
os doentes com atividades artísticas. Trata-se de um equívoco. A terapia ocupacional,
artística ou não, jamais curou algum doente.
Trata-se, graças a Nise, de uma ocupação que lhe dá prazer e, por mantê-lo ocupado,
alivia-lhe as tensões psíquicas. Quando o doente é, apesar de louco, um artista talentoso,
como Emygdio de Barros ou Arthur Bispo do Rosário, realiza-se artisticamente e encontra
assim um modo de ser feliz.
Graças à atividade dos internados no Centro Psiquiátrico Nacional, do Engenho de Dentro,
no Estado do Rio, criou-se o Museu de Imagens do Inconsciente, que muito contribuiu
para o reconhecimento do valor estético dos artistas doentes mentais. Mas é bom entender
que não é a loucura que torna alguém artista; de fato, ele é artístico apesar de louco.
Tanto isso é verdade que, das dezenas de pacientes que trabalharam no ateliê do Centro
Psiquiátrico, apenas quatro ou cinco criaram obras de arte. Deve-se reconhecer, também,
que conforme a personalidade de cada um seu estado mental compõe a expressão estética
que produz.
No tal programa de TV, alguém afirmou que, graças a Nise da Silveira, o tratamento
psiquiátrico tornou-se o que é hoje. Não é verdade, isso se deve à invenção dos remédios
neurolépticos que possibilitam o controle do surto psíquico.
Exercícios de Português
É também graças a essa medicação que as internações se tornaram menos frequentes e,
quando necessárias, duram pouco tempo – o tempo necessário ao controle do surto por
medicação mais forte. Superada a crise, o paciente volta para casa e continua tomando as
doses necessárias à manutenção da estabilidade mental.
Não pretendo com esses argumentos diminuir a extraordinária contribuição dada pela
médica Nise da Silveira ao tratamento dos doentes mentais no Brasil. Fui amigo dela e
acompanhei de perto, juntamente com Mário Pedrosa, o seu trabalho no Centro
Psiquiátrico Nacional.
Uma das qualidades dela era o seu afeto pelas pessoas e particularmente pelo doente
mental. Eis um exemplo: como o Natal se aproximava, ela perguntou aos pacientes o que
queriam de presente. Emygdio respondeu: um guarda-chuva.
Como dentro do hospital naturalmente não chovia, ela concluiu que ele queria ir embora
para casa. E era. Ela providenciou para que levasse consigo tinta e tela, a fim de que não
parasse de pintar.
Ele se foi, mas, passado algum tempo, alguém toca a campainha do gabinete da médica.
Ela abre a porta, era o Emygdio, de paletó, gravata e maleta na mão. “Voltei para continuar
pintando, porque lá em casa não dava pé.” E ficou pintando ali até completar 80 anos,
quando, por lei, teve que deixar o hospital e ir para um abrigo de idosos, onde morreu anos
depois.
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ferreiragullar/ 2016/02/1741258-
consideracoes-sobre-a-loucura.shtml)
“É também graças a essa medicação que as internações se tornaram menos frequentes e,
quando necessárias, duram pouco tempo – o tempo necessário ao controle do surto por
medicação mais forte.” O “a” empregado após a palavra “graças” deveria receber acento
indicativo de crase caso a expressão destacada fosse substituída por
a) produção desses medicamentos.
b) tal fármaco.
c) remédios para doentes mentais.
d) esta droga.
e) iniciativas como a de Nise.
Exercícios de Português
Questão 66: AOCP - Ag Tran (Valença-BA)/Pref Valença-BA/2016
Assunto: Concordância (Verbal e Nominal)
Pressionar crianças para que sejam bons alunos resulta em desânimo
Rosely Sayão
Pesquisas apontam aumento na taxa de suicídio entre os jovens brasileiros, e o fenômeno
é mundial. Por esse motivo, alguns países têm se preocupado com a depressão em crianças
e jovens. A Academia Americana de Pediatria, por exemplo, recomendou que os médicos
devem sempre procurar sinais dessa doença nos mais novos. Sinal amarelo piscando.
Precisamos pensar com atenção na saúde mental de nossas crianças e de nossos jovens.
Mas parece que nem as famílias e nem as escolas têm essa questão como importante:
ambas são criadoras de muitas causas que podem afetar negativamente a qualidade de
vida emocional de quem elas deveriam cuidar. Vamos levantar alguns pontos que podem
provocar pressão em demasia, ansiedade e medos de fracasso nas crianças e nos jovens.
Primeiramente, a pressão sobre a vida escolar. Nunca, nunca antes tivemos famílias e
escolas tão empenhadas em fazer com que filhos e alunos tenham alta performance
escolar, o que significa, é claro, boas notas, aprovação com destaque em exames e provas
etc. Mas por quê?
Porque, de repente, decidimos que o bom rendimento escolar da criança é pré-requisito
fundamental para um futuro profissional promissor. Posso assegurar-lhe que não é, por
dois motivos bem simples. Primeiro: bom rendimento escolar não significa,
necessariamente, bom aprendizado. Segundo: estamos um pouco atrasados nessa
premissa, já que, hoje, ter estudos não garante nada, absolutamente nada em termos
profissionais, e não apenas em nosso país. Agora, imagine crianças – inclusive as mais
novas – e jovens pressionados até o limite para que sejam bons alunos. Só pode resultar
em ansiedade, desânimo, receios etc. Junte a isso as acirradas competições às quais eles
são submetidos, o bullying – que eu reputo à ausência de adultos na tutela dos mais novos
–, as agendas lotadas de compromissos, as intermináveis lições de casa (muitas vezes
motivos para brigas entre pais e filhos), a erotização precoce que promove busca infantil
por um determinado tipo de beleza etc.
Exercícios de Português
Uau! Se para um adulto essa mistura já pode ser explosiva para a sanidade mental, imagine,
caro leitor, para crianças e adolescentes! E o que podemos fazer? Muita coisa! Deixar de
confundir cobrança com pressão já pode ser um grande passo. Nossos filhos e alunos
precisam ser cobrados a levar sempre adiante sua vida escolar. Mas precisamos ser mais
compreensivos quando eles não conseguem, e ajudá-los no esforço que precisam investir
para aprender, em vez de pressioná-los mais ainda.
As famílias podem e devem também ensinar os filhos a lidar com suas emoções. Sabe
quando uma criança pequena pega algum objeto de vidro e os pais o ensinam a tomar
cuidado porque é frágil e ela pode quebrar, mesmo sem querer? Podemos fazer a mesma
coisa com os sentimentos que ela experimenta. Posso ilustrar isso que acabei de dizer com
o seguinte exemplo: quando uma criança manifesta raiva, devemos ensiná-la que essa
emoção e suas manifestações podem machucá-la e também os outros.
E a escola precisa se dar conta de que o ambiente escolar pode ser – e em geral é –
neurotizante para muitas crianças! E não é por falta de conhecimento que não mudamos
esse panorama.
Vamos cuidar da saúde mental de nossas crianças e jovens tanto quanto cuidamos de sua
saúde física!
Adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/roselysayao/2016/03/1747467-
pressionar-criancas-ate-o-limite-para-que-sejam-bons-alunos-so-pode-resultar-em-
ansiedade-edesanimo.shtml Acesso em 10 de março de 2016.
Em “[...] alguns países têm se preocupado com a depressão em crianças e jovens [...]”, é
correto afirmar que o acento circunflexo no verbo destacado
a) foi utilizado indevidamente, pois não está de acordo com a ortografia da língua
portuguesa.
b) é facultativo se o verbo “ter” estiver conjugado na terceira pessoa do singular ou do
plural.
c) indica a concordância que se estabelece entre o verbo conjugado e o seu respectivo
sujeito.
d) poderia ser omitido, caso o sujeito na terceira pessoa do plural fosse composto.
e) indica a regência do verbo “ter” que é complementado por um objeto direto
Exercícios de Português
Questão 67: AOCP - AJ TRE AC/TRE AC/Administrativa/Contabilidade/2015
Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos,
Conjunções etc)
Leia o texto e responda a questão.
DIREITO DO IDOSO
Hoje, o envelhecimento se encontra na ordem do dia. Os mais importantes veículos de
comunicação dão destaque a esse fenômeno, abordando as suas causas e conseqüências.
O envelhecimento populacional, portanto, transformou-se em uma questão social
relevante, uma vez que impacta marcantemente nos destinos da própria sociedade. Isso
tanto é verdade que hã estudiosos falando em uma revolução dos idosos. E não é para
menos. Mais de dois bilhões de pessoas terão mais de sessenta anos até 2050, o que
representará um contingente expressivo, considerando a população total do planeta.
Ora, se um contingente tão grande de pessoas passa a ter uma idade a partir da qual é
caracterizada como idosa, isso significa que direitos específicos desse contingente
populacional precisam ser garantidos.
É preciso destacar que o Estado brasileiro não se preparou para o impacto que o
envelhecimento populacional acarretou nos sistemas previdenciário e de saúde, por
exemplo. Não houve planejamento, de modo que o sistema previdenciário, uma espécie
de seguro para
garantir dignidade ao ser humano na velhice, corre riscos de continuidade, mantidos os
parâmetros atuais. Da mesma forma, o sistema de saúde apresenta uma dinâmica incapaz
de atender às demandas dos idosos, os quais são os principais clientes desse sistema,
porquanto mais vulneráveis a doenças, inclusive algumas próprias dessa fase da vida, como
câncer, hipertensão, osteoporose, demência, para só citar algumas.
Portanto, o impacto que as pessoas que acumulam muitos anos provocam na sociedade,
considerando apenas esses dois sistemas, e
a necessidade de que os direitos fundamentais desse segmento populacional sejam
efetivamente garantidos, já se revela suficiente para que se perceba a importância da
disciplina Direito do Idoso.
Exercícios de Português
Vale destacar que o envelhecimento não é um fenômeno estático. Na medida em que as
condições sociais e econômicas melhoram, as pessoas têm oportunidade de viver mais.
Caso se associem a esses elementos os avanços da tecnologia médica em todas as suas
dimensões, a expectativa de vida pode realmente surpreender.
É a vitória da vida.
Sendo, portanto, o envelhecimento a oportunidade de uma vida mais longa, pode ser
traduzido como o próprio direito de existir, na medida em que viver é ter oportunidade de
envelhecer. Ora, se é assim, o envelhecimento é um direito e, mais do que isso, é um direito
fundamental, na medida em que se traduz no direito à vida com dignidade, o que quer
dizer que as pessoas não perdem direitos na medida em que envelhecem. Pelo contrário,
demandam mais direitos para que possam usufruir plenamente o direito à liberdade em
todos os aspectos, patrimônio do qual nenhum ser humano pode abdicar.
Apesar de a expectativa de vida no Brasil vir aumentando ano após ano, ainda não estão
sendo oferecidas condições de vida adequadas para os velhos. O processo de
envelhecimento no país apresenta nuances artificiais, na medida em que as pessoas têm
suas vidas alongadas mais pela universalização da tecnologia médica {notadamente do
sistema de vacinação, que abortou mortes prematuras causadas por doenças endêmicas)
do que propriamente pela experimentação de padrões sociais e econômicos de
excelência, a exemplo dos países desenvolvidos.
Portanto, a ausência de serviços e ações específicas e necessárias para a garantia dos
direitos das pessoas idosas contribui para o descrédito da efetividade dos seus direitos, os
quais estão declarados deforma direta ou indireta, em convenções, acordos etratados
internacionais, além das previsões constitucionais e legais em relação a esse segmento,
destacando-se o Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741/03) [...].
Sendo assim, a garantia dos direitos dos idosos no Brasil depende de uma profunda
compreensão das causas e conseqüências do processo de envelhecimento populacional,
do papel que deve ser reservado aos velhos em uma sociedade tecnológica, da
necessidade de garantir-lhes todos os direitos fundamentais inerentes à condição humana,
destacando-se a necessidade de desenvolver esforços para que tenham autonomia o
máximo de tempo possível, do enfrentamento de todas as formas de violência, por meio
da construção de uma rede de proteção e defesa dos direitos desse contingente
populacional.
Exercícios de Português
REFERÊNCIA: Adaptado de RAMOS, Paulo Roberto Barbosa. Direito do idoso. Jornal
Estado do Direito. 42a. ed. Porto Alegre, 3 set. 2014. Disponível
em:www.estadodedireito.com.br. Acessado em: 27/06/2015.
Assinale a alternativa correta quanto ao que se afirma, entre os parênteses, a respeito dos
mecanismos de coesão em destaque em cada trecho a seguir.
a) "Hoje, o envelhecimento se encontra na ordem do dia. Os mais importantes veículos
de comunicação dão destaque a esse fenômeno, abordando as suas causas e
conseqüências” (refere-se à “ordem do dia").
b) “O envelhecimento populacional, portanto, transformou-se em uma questão social
relevante, uma vez que impacta marcantemente nos destinos da própria sociedade” (pode
ser substituído, sem prejuízo semântico, por “no entanto” ).
c) “ [...]. Da mesma forma, o sistema de saúde apresenta uma dinâmica incapaz de atender
às demandas dos idosos [...]” (exprime ideia de causa).
d) “Na medida em que as condições sociais e econômicas melhoram, as pessoas têm
oportunidade de viver mais” (expressa intensidade).
e) "Portanto, a ausência de serviços e ações específicas e necessárias para a garantia dos
direitos das pessoas idosas contribui para o descrédito da efetividade dos seus direitos
[...]” (remete a pessoas idosas).
Questão 68: AOCP - Aux Tec CE (TCE-PA)/TCE-PA/Informática/2012
Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos,
Conjunções etc)
Novo fôlego
Bernardo Esteves
1.° A disseminação das redes sociais e dos tablets tem ajudado a dar popularidade na
internet a um gênero jornalístico que se consagrou no meio impresso: a grande
reportagem. Estimulados pelo sucesso do formato, dois jornalistas britânicos resolveram
lançar uma revista dedicada a textos de fôlego sobre grandes questões de ciência e
tecnologia.
Exercícios de Português
2.° A nova onda de popularidade das grandes reportagens se explica em parte pela
facilidade de leitura nos dispositivos móveis. Textos longos que não se deixam ler com
facilidade no computador agora podem ser salvos para serem lidos depois, com a ajuda de
aplicativos como o Read it Later. Assim, podem ser apreciados nas circunstâncias de
preferência do leitor – na cama, em sua poltrona favorita, numa viagem de avião.
3.° O jornalista Lewis Dvorkin atribui o interesse crescente pelos textos de fôlego ao
declínio dos grandes portais, que aconteceu em paralelo à ascensão das redes sociais.
“Agora, as notícias digitais estão nas mãos de cada um, e não de uma elite restrita”,
escreveu ele no site na Forbes. “O desenvolvimento de novas plataformas digitais e a
fragmentação da audiência formam uma combinação que está mudando dramaticamente
a natureza do conteúdo que está sendo distribuído através da web social.”
4.° ‘Recomendação’ é a palavra-chave da popularidade das grandes reportagens na
internet. Têm feito sucesso na rede agregadores que reúnem textos de fôlego de várias
publicações recomendados pelos leitores. [...]
5.° No exterior, grandes reportagens de ciência e tecnologia são publicadas rotineiramente
em revistas como a New Yorker, a Wired ou a Slate. Mas não havia ainda uma publicação
destinada exclusivamente a textos de fôlego sobre o tema.
6.° A lacuna será preenchida pela revista Matter (‘Matéria’, em tradução imperfeita), cujo
lançamento foi anunciado no fim de fevereiro. Seus fundadores são os jornalistas Jim Giles,
com passagem pelas revistas Nature, The Atlantic, The Economist e New Scientist, e
Bobbie Johnson, ex-repórter do Guardian e colaborador de várias outras publicações.
7.° Com a promessa de mobilizar “repórteres investigativos extraordinários” para fazer “o
melhor jornalismo sobre o futuro”, Giles e Johnson não foram nada modestos ao
apresentar os objetivos da revista: “Matter vai se concentrar em fazer excepcionalmente
bem uma única coisa. A cada semana, publicaremos uma reportagem de fôlego sobre
grandes temas de ciência e tecnologia. Nada de resenhas baratas, artigos de opinião
sarcásticos ou listas dos dez mais. Apenas uma matéria imperdível.”
8.° Matter será uma revista eletrônica com versões para web e dispositivos móveis Apple e
Android. O conteúdo será pago – provavelmente 99 centavos de dólar por matéria,
segundo a previsão dos editores (“fazer bom jornalismo não é barato”, justificaram-se).
9.° Eles aproveitaram para passar o chapéu junto aos leitores. E o resultado do
crowdfunding foi surpreendente: em uma semana, conseguiram cerca de 85 mil dólares de
Exercícios de Português
quase 1.200 doadores, que investiram cotas que iam de 10 a 3 mil dólares. Os leitores que
contribuíram com pelo menos 25 dólares poderão ajudar a pautar a publicação; quem deu
mil dólares será considerado editor convidado e poderá participar da formatação de
matérias desde o esboço da pauta.
10.° Se os editores honrarem suas promessas, Matter será uma experiência única no
jornalismo de ciência. Boa sorte a eles na empreitada.
Revista Piauí, edição 65.
Assinale a expressão (em destaque no texto) que NÃO foi empregada para retomar algo já
mencionado. Para responder, você tem de reler o texto.
a) “a grande reportagem”
b) “dispositivos móveis”
c) “o tema”
d) “A lacuna”
e) “na empreitada”
Questão 69: AOCP - AnaLM (CM Salvador)/CM Salvador/Taquigrafia/2011
Assunto: Coerência. Coesão (Anáfora, Catáfora, Uso dos Conectores - Pronomes relativos,
Conjunções etc)
A questão baseia no texto apresentado abaixo.
Composto da mostarda pode ajudar no combate ao câncer de bexiga
Substância também está presente na raiz-forte comum e na japonesa.
O efeito foi descrito por cientistas na publicação 'Carcinogenesis'.
Plantas como a mostarda, a raiz-forte comum e a versão japonesa - que dá origem ao
tempero wasabi, típico na culinária oriental - podem ter propriedades anticâncer, segundo
um estudo publicado na publicação científica "Carcinogenesis", da Universidade de
Oxford, na Grã-Bretanha.
Os autores, ligados a institutos de pesquisa sobre o câncer nos Estados Unidos, sugerem
que uma substância presente nesses vegetais, conhecida como isotiocianato de alila -
Exercícios de Português
composto responsável pelo sabor forte desses vegetais -, pode ajudar no combate ao
câncer de bexiga. Durante o estudo, feito em ratos, os cientistas notaram que o avanço da
doença foi interrompido em 30% dos casos e a contaminação de outros órgãos por células
cancerígenas (metástase) foi completamente impedida em todas as cobaias.
Plantas normalmente utilizam o isotiocianato de alila como uma arma para combater
ameaças como insetos herbívoros. Na pesquisa, os ratos foram alimentados com pó de
semente de mostarda. O tratamento durou três semanas. Os roedores com a dieta especial
foram comparados com um grupo controle - que não recebeu nenhuma comida especial
para combater o câncer.
Apesar do trabalho não ser conclusivo sobre a aplicação direta dos benefícios da
mostarda em humanos, os pesquisadores acreditam que outras pesquisas podem surgir
para provar o benefício dos vegetais no combate ao câncer.
O isoticianato também aparece em outros vegetais do grupo conhecido como crucífero,
dos quais os principais representantes são a couve-flor, o repolho, a couve e o brócolis.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer norte-americano, esta família de plantas possui
propriedades capazes de reduzir o risco de câncer de cólon.
Já o câncer de bexiga pode gerar a contaminação de outros órgãos em até 30% dos casos
em humanos. Após as células cancerígenas se espalharem, o paciente normalmente
precisa de um tratamento agressivo e, em alguns casos, remover a bexiga, com chances
pequenas de sobrevivência.
http://g1.globo.com/ciencia-e-saude
Assinale a alternativa cuja expressão entre parênteses NÃO retoma no texto outra
expressão já mencionada. Para tanto, você deve ler o texto novamente.
a) “...os cientistas notaram que o avanço da doença foi interrompido em 30% dos casos...”
(retoma câncer de bexiga)
b) “...a contaminação [...] foi completamente impedida em todas as cobaias. (retoma
ratos)
c) “O tratamento durou três semanas.” (retoma os ratos foram alimentados com pó de
semente de mostarda)
d) “...esta família de plantas possui propriedades...” (retoma outros vegetais do grupo
conhecido como crucífero)
e) “...utilizam o isotiocianato de alila como uma arma para combater ameaças...” (retoma
câncer de bexiga)
Questão 70: AOCP - Ana Fun (CODEM)/CODEM/Advogado/2017
Assunto: Figuras de Linguagem
Exercícios de Português
O Lado Negro do Facebook
Por Alexandre de Santi
O Facebook é, de longe, a maior rede da história da humanidade. Nunca existiu, antes, um
lugar onde 1,4 bilhão de pessoas se reunissem. Metade de todas as pessoas com acesso à
internet, no mundo, entra no Facebook pelo menos uma vez por mês. Em suma: é o meio
de comunicação mais poderoso do nosso tempo, e tem mais alcance do que qualquer
coisa que já tenha existido. A maior parte das pessoas o adora, não consegue conceber a
vida sem ele. Também pudera: o Facebook é ótimo. Nos aproxima dos nossos amigos,
ajuda a conhecer gente nova e acompanhar o que está acontecendo nos nossos grupos
sociais. Mas essa história também tem um lado ruim. Novos estudos estão mostrando que
o uso frequente do Facebook nos torna mais impulsivos, mais narcisistas, mais desatentos
e menos preocupados com os sentimentos dos outros. E, de quebra, mais infelizes.
No ano passado, pesquisadores das universidades de Michigan e de Leuven (Bélgica.)
recrutaram 82 usuários do Facebook. O estudo mostrou uma relação direta: quanto mais
tempo a pessoa passava na rede social, mais infeliz ficava. Os cientistas não sabem explicar
o porquê, mas uma de suas hipóteses é a chamada inveja subliminar, que surge sem que a
gente perceba conscientemente. Já deve ter acontecido com você. Sabe quando você
está no trabalho, e dois ou três amigos postam fotos de viagem? Você tem a sensação de
que todo mundo está de férias, ou que seus amigos viajam muito mais do que você. E fica
se sentindo um fracassado. “Como as pessoas tendem a mostrar só as coisas boas no
Facebook, achamos que aquilo reflete a totalidade da vida delas”, diz o psiquiatra Daniel
Spritzer, mestre pela UFRGS e coordenador do Grupo de Estudos sobre Adições
Tecnológicas. “A pessoa não vê o quanto aquele amigo trabalhou para conseguir tirar as
férias”, diz Spritzer.
E a vida em rede pode ter um efeito psicológico ainda mais assustador. Durante 30 anos,
pesquisadores da Universidade de Michigan aplicaram testes de personalidade a 14 mil
universitários. O resultado: os jovens da geração atual, que cresceram usando a internet,
têm 40% menos empatia que os jovens de três décadas atrás. A explicação disso, segundo
o estudo, é que na vida online fica fácil ignorar as pessoas quando não queremos ouvir
seus problemas ou críticas – e, com o tempo, esse comportamento indiferente acaba
sendo adotado também na vida offline.
Num meio competitivo, onde precisamos mostrar como estamos felizes o tempo todo, há
pouco incentivo para diminuir o ritmo e prestar atenção em alguém que precisa de ajuda.
Há muito espaço, por outro lado, para o egocentrismo. Em 2012, um estudo da
Universidade de Illinois com 292 voluntários concluiu que, quanto mais amigos no
Exercícios de Português
Facebook uma pessoa tem, e maior a frequência com que ela posta, mais narcisista tende
a ser – e maior a chance de fazer comentários agressivos.
Esse último resultado é bem surpreendente, porque é contraintuitivo. Ora, uma pessoa que
tem muitos amigos supostamente os conquistou adotando comportamentos positivos,
como modéstia e empatia. O estudo mostra que, no Facebook, tende a ser justamente o
contrário.
Adaptado de Superinteressante. Disponível em: http://super.abril.com.br/tecnologia/o-
lado-negro-do-facebook/
Em “Já deve ter acontecido com você. Sabe quando você está no trabalho, e dois ou três
amigos postam fotos de viagem?”, em função da valorização a um elemento da
comunicação, predomina qual função da linguagem?
a) Metalinguística.
b) Apelativa.
c) Referencial.
d) Emotiva.
e) Fática.
Questão 71: AOCP - Tec Desen (BADESUL)/BADESUL/Engenheiro Mecânico/2010
Assunto: Partícula "se"
'EUA e Brasil têm os mesmos objetivos', avalia Hillary em relação ao Irã
A secretária de estado americana, Hillary Clinton, evitou nesta quarta-feira discordar da
postura brasileira diante do enriquecimento de urânio no Irã. Depois de o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva ter dito pela manhã que "não é prudente colocar o Irã contra a parede",
a secretária insistiu que Brasil e Estados Unidos têm objetivos comuns no tema - apesar de
descartar mais tentativas de negociações e apostar na sanção internacional.
Questionada sobre qual é a posição dos Estados Unidos em relação à forma como o Brasil
tem tratado a questão do enriquecimento de urânio no Irã, Hillary disse que não há
divergência. "Nenhum dos dois quer ver o Irã ter armas nucleares", disse a secretária,
salientando que ambos concordam que a via diplomática é preferível. "Mas o presidente
Exercícios de Português
dos EUA, Barack Obama, tem tentado se aproximar dos iranianos no último ano e não tem
sido recíproco".
Segundo Hillary, "o momento da ação internacional é agora", com a função de mostrar para
o Irã que haverá consequências no caso de violação das resoluções do Conselho de
Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).
"O Brasil acredita que ainda tem espaço para negociação. Nós acreditamos que a boa fé
do Irã em relação às negociações seria muito bem-vinda na comunidade internacional",
prosseguiu. "A porta está aberta para negociação, mas não vemos ninguém andando nessa
direção".
Antes da fala da americana, o ministro brasileiro das Relações Internacionais, Celso
Amorim, reforçou a postura do Brasil em relação ao tema. "Não se trata de o Brasil se curvar
a um consenso. As questões internacionais não são discutidas dessa maneira, com esse
tipo de pressão. Cada país tem que pensar com sua própria cabeça", afirmou Amorim.
"Nossos objetivos são idênticos. A questão é saber qual é o melhor caminho para se chegar
lá".
Texto adaptado de <http://veja.abril.com.br/noticia/brasil2/euabrasil-tem-mesmos-
objetivos-avalia-hillary-relacao-ao-ira-537446.shtml>. Acesso em 03 mar 2010.
"Não se trata de o Brasil se curvar a um consenso. As questões internacionais não são
discutidas dessa maneira, com esse tipo de pressão. Cada país tem que pensar com sua
própria cabeça", afirmou Amorim. "Nossos objetivos são idênticos. A questão é saber qual
é o melhor caminho para se chegar lá".
Os três elementos destacados acima são, respectivamente,
a) conjunção, pronome, conjunção.
b) conjunção, conjunção, conjunção.
c) pronome, pronome, conjunção.
d) conjunção, conjunção pronome.
e) pronome, pronome, pronome.
Questão 72: AOCP - Ag (Pref JF)/Pref JF/Transporte e Trânsito I/2016
Exercícios de Português
Assunto: Partícula "se"
Considerações sobre a loucura
Ferreira Gullar
Ouço frequentemente pessoas opinarem sobre tratamento psiquiátrico sem na verdade
conhecerem o problema. É bacana ser contra internação. Por isso mesmo traçam um
retrato equivocado de como os pacientes eram tratados no passado em manicômios
infernais por médicos que só pensavam em torturá-los com choques elétricos, camisas de
força e metê-los em solitárias.
Por isso mesmo exaltam o movimento antimanicomial, que se opõe à internação dos
doentes mentais. Segundo eles, os pacientes são metidos em hospitais psiquiátricos
porque a família quer se ver livre deles. Só pode fazer tal afirmação quem nunca teve que
conviver com um doente mental e, por isso, ignora o tormento que tal situação pode
implicar.
Nada mais doloroso para uma mãe ou um pai do que ter de admitir que seu filho é
esquizofrênico e ser, por isso, obrigado a interná-lo. Há certamente pais que se negam a
fazê-lo, mas ao custo de ser por ele agredido ou vê-lo por fim à própria vida, jogando-se
da janela do apartamento.
Como aquelas pessoas não enfrentam tais situações, inventam que os hospitais
psiquiátricos, ainda hoje, são locais de tortura. Ignoram que as clínicas atuais, em sua
maioria, graças aos remédios neuroléticos, nada têm dos manicômios do passado.
Recentemente, num desses programas de televisão, ouvi pessoas afirmarem que o
verdadeiro tratamento psiquiátrico foi inventado pela médica Nise da Silveira, que curava
os doentes com atividades artísticas. Trata-se de um equívoco. A terapia ocupacional,
artística ou não, jamais curou algum doente.
Trata-se, graças a Nise, de uma ocupação que lhe dá prazer e, por mantê-lo ocupado,
alivia-lhe as tensões psíquicas. Quando o doente é, apesar de louco, um artista talentoso,
como Emygdio de Barros ou Arthur Bispo do Rosário, realiza-se artisticamente e encontra
assim um modo de ser feliz.
Exercícios de Português
Graças à atividade dos internados no Centro Psiquiátrico Nacional, do Engenho de Dentro,
no Estado do Rio, criou-se o Museu de Imagens do Inconsciente, que muito contribuiu
para o reconhecimento do valor estético dos artistas doentes mentais. Mas é bom entender
que não é a loucura que torna alguém artista; de fato, ele é artístico apesar de louco.
Tanto isso é verdade que, das dezenas de pacientes que trabalharam no ateliê do Centro
Psiquiátrico, apenas quatro ou cinco criaram obras de arte. Deve-se reconhecer, também,
que conforme a personalidade de cada um seu estado mental compõe a expressão estética
que produz.
No tal programa de TV, alguém afirmou que, graças a Nise da Silveira, o tratamento
psiquiátrico tornou-se o que é hoje. Não é verdade, isso se deve à invenção dos remédios
neurolépticos que possibilitam o controle do surto psíquico.
É também graças a essa medicação que as internações se tornaram menos frequentes e,
quando necessárias, duram pouco tempo – o tempo necessário ao controle do surto por
medicação mais forte. Superada a crise, o paciente volta para casa e continua tomando as
doses necessárias à manutenção da estabilidade mental.
Não pretendo com esses argumentos diminuir a extraordinária contribuição dada pela
médica Nise da Silveira ao tratamento dos doentes mentais no Brasil. Fui amigo dela e
acompanhei de perto, juntamente com Mário Pedrosa, o seu trabalho no Centro
Psiquiátrico Nacional.
Uma das qualidades dela era o seu afeto pelas pessoas e particularmente pelo doente
mental. Eis um exemplo: como o Natal se aproximava, ela perguntou aos pacientes o que
queriam de presente. Emygdio respondeu: um guarda-chuva.
Como dentro do hospital naturalmente não chovia, ela concluiu que ele queria ir embora
para casa. E era. Ela providenciou para que levasse consigo tinta e tela, a fim de que não
parasse de pintar.
Ele se foi, mas, passado algum tempo, alguém toca a campainha do gabinete da médica.
Ela abre a porta, era o Emygdio, de paletó, gravata e maleta na mão. “Voltei para continuar
pintando, porque lá em casa não dava pé.” E ficou pintando ali até completar 80 anos,
quando, por lei, teve que deixar o hospital e ir para um abrigo de idosos, onde morreu anos
depois.
Exercícios de Português
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ferreiragullar/ 2016/02/1741258-
consideracoes-sobre-a-loucura.shtml)
Em “Trata-se de um equívoco.”, o termo destacado é
a) um pronome reflexivo.
b) uma partícula de realce.
c) um índice de indeterminação do sujeito.
d) uma conjunção integrante.
e) um pronome apassivador.
Questão 73: AOCP - Fisc PM (Pref JF)/Pref JF/2016
Assunto: Partícula "se"
Em “76,4% dos brasileiros se automedicam”, o termo em destaque tem função de
a) pronome reflexivo.
b) conjunção subordinativa integrante.
c) conjunção subordinativa condicional.
d) parte integrante do verbo.
e) índice de indeterminação do sujeito.
Exercícios de Português
Questão 74: AOCP - Tec Desen (BADESUL)/BADESUL/Engenheiro Mecânico/2010
Assunto: Vocábulo "que"
'EUA e Brasil têm os mesmos objetivos', avalia Hillary em relação ao Irã
A secretária de estado americana, Hillary Clinton, evitou nesta quarta-feira discordar da
postura brasileira diante do enriquecimento de urânio no Irã. Depois de o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva ter dito pela manhã que "não é prudente colocar o Irã contra a parede",
a secretária insistiu que Brasil e Estados Unidos têm objetivos comuns no tema - apesar de
descartar mais tentativas de negociações e apostar na sanção internacional.
Questionada sobre qual é a posição dos Estados Unidos em relação à forma como o Brasil
tem tratado a questão do enriquecimento de urânio no Irã, Hillary disse que não há
divergência. "Nenhum dos dois quer ver o Irã ter armas nucleares", disse a secretária,
salientando que ambos concordam que a via diplomática é preferível. "Mas o presidente
dos EUA, Barack Obama, tem tentado se aproximar dos iranianos no último ano e não tem
sido recíproco".
Segundo Hillary, "o momento da ação internacional é agora", com a função de mostrar para
o Irã que haverá consequências no caso de violação das resoluções do Conselho de
Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).
"O Brasil acredita que ainda tem espaço para negociação. Nós acreditamos que a boa fé
do Irã em relação às negociações seria muito bem-vinda na comunidade internacional",
prosseguiu. "A porta está aberta para negociação, mas não vemos ninguém andando nessa
direção".
Antes da fala da americana, o ministro brasileiro das Relações Internacionais, Celso
Amorim, reforçou a postura do Brasil em relação ao tema. "Não se trata de o Brasil se curvar
a um consenso. As questões internacionais não são discutidas dessa maneira, com esse
tipo de pressão. Cada país tem que pensar com sua própria cabeça", afirmou Amorim.
"Nossos objetivos são idênticos. A questão é saber qual é o melhor caminho para se chegar
lá".
Texto adaptado de <http://veja.abril.com.br/noticia/brasil2/euabrasil-tem-mesmos-
objetivos-avalia-hillary-relacao-ao-ira-537446.shtml>. Acesso em 03 mar 2010.
Exercícios de Português
Em todas as alternativas abaixo, o elemento QUE é conjunção integrante, EXCETO em
a) “Depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter dito pela manhã que ‘não é
prudente colocar o Irã...’”
b) “...a secretária insistiu que Brasil e Estados Unidos têm objetivos comuns no tema...”
c) “’Nós acreditamos que a boa fé do Irã em relação às negociações seria muito bem-
vinda...’"
d) “’Cada país tem que pensar com sua própria cabeça", afirmou Amorim.’”
e) “‘...com a função de mostrar para o Irã que haverá consequências...”
Questão 75: AOCP - TNS I (Pref JF)/Pref JF/Administrador/2016
Assunto: Vocábulo "que"
O difícil, mas possível, diálogo entre a arte e a ciência
Daniel Martins de Barros
Estabelecer pontes entre a ciência e a arte não é tarefa fácil. Se a revolução científica, com
sua valorização da metodologia experimental e sua necessidade de rigor, trouxe avanços
inegáveis para a humanidade, por outro lado também tornou o trabalho científico distante
do homem comum. Com isso, distanciou-o também da arte, que talhada para captar a
essência humana, o faz de maneira basicamente intuitiva. Tentativas de reaproximação até
existem, mas a inconstância e variabilidade no seu sucesso atestam a dificuldade da
empreitada. Um dos diálogos mais interessantes entre ciência e arte se deu nas primeiras
décadas do século 20, na relação entre o surrealismo e a psicanálise.
Os sonhos eram considerados proféticos e reveladores, até que, em 1899, Sigmund Freud
apresentou uma das primeiras tentativas de interpretá-los cientificamente no livro A
Interpretação dos Sonhos. Simplificando bastante, sonhos seriam um momento em que
conteúdos inconscientes surgiriam para nós, ainda que disfarçados, e caberia à psicanálise
desmascarar seu real significado.
O movimento artístico do surrealismo imediatamente se apropriou dessas teorias. Os
surrealistas já nutriam um interesse especial pelo
Exercícios de Português
inconsciente, tentando retratar esses conteúdos em suas obras, mas após a tradução do
livro de Freud para o espanhol, o pintor catalão Salvador Dalí tornou-se um dos maiores
entusiastas da obra freudiana. Segundo ele mesmo, o objetivo de sua pintura era
materializar as imagens de sua “irracionalidade concreta”.
Desde que se tornou fã declarado do médico austríaco, Dalí tentou se encontrar com ele.
Tanto insistiu que conseguiu, quando Freud já estava idoso e bastante doente. A reunião
não foi das mais frutíferas, já que os dois eram incapazes de conversar: Dalí não falava
alemão nem inglês, e Freud, além do câncer de mandíbula, não estava ouvindo bem. A
interação ficou limitada: Freud analisou um quadro recente de Dalí, enquanto esse passava
o tempo desenhando o psicanalista e o observava a conversar com o amigo e escritor
Stephan Zweig.
O resultado tímido do encontro poderia bem ser emblemático da complicada engenharia
que é construir pontes entre tão distantes universos. As conversas nem sempre são
frutíferas, as trocas muitas vezes são frustrantes. Mas a retomada desse episódio na peça
Histeria, do dramaturgo Terry Johnson, mostra que não desistimos, e que novas maneiras
podem ser tentadas. Usando a liberdade que só se encontra na arte, Johnson expande o
diálogo que não aconteceu, mostrando – ainda que numa realidade alternativa e em chave
cômica – que os caminhos que ligam arte e ciência podem ser acidentados, mas não
deixam de ser possíveis. Embora a psicanálise não seja mais considerada científica pelos
critérios atuais e o surrealismo já não exista como movimento organizado, o encontro
dessas duas formas de saber, no alvorecer do século 20, persiste como emblema de um
diálogo que, mesmo que cheio de ruídos, não pode ser abandonado.
Adaptado de: http://m.cultura.estadao.com.br/noticias/teatro-e-danca, analise-o-dificil--
mas-possivel--dialogo-entre-a-arte-e-a-ciencia,10000048930 Acesso em 17 de maio de
2016.
Assinale a alternativa em que o “que” destacado possui a mesma função exercida pelo
“que” presente em: “[...] distanciou-o também da arte, que talhada para captar a essência
humana, o faz de maneira basicamente intuitiva.”.
a) “Os sonhos eram considerados proféticos e reveladores, até que, em 1899, Sigmund
Freud apresentou uma das primeiras tentativas de
interpretá-los cientificamente [...]”.
b) “Tanto insistiu que conseguiu [...]”.
c) “A reunião não foi das mais frutíferas, já que os dois eram incapazes de conversar [...]”.
d) “[...] a retomada desse episódio na peça Histeria, do dramaturgo Terry Johnson, mostra
que não desistimos [...]”.
Exercícios de Português
e) “[...] Johnson expande o diálogo que não aconteceu [...]”.
Questão 76: AOCP - AnaLM (CM Salvador)/CM Salvador/Comissões/Assessoria Técnica a
Comissão de Finanças, Orçamento e Gestão/2011
Assunto: Vocábulo "que"
A questão baseia no texto apresentado abaixo.
As torcidas organizadas não são as (únicas) culpadas
Torcidas organizadas agora recebem o rótulo de "facções". É uma clara tentativa de
relacioná-las ao mundo do crime, como se todas as suas atitudes fossem ilícitas. Mas a
realidade é diferente. O torcedor organizado não é bandido. Ele trabalha (a média de
desemprego nas torcidas é de 2,8%, em comparação com os 8,1% da média brasileira),
mora com os pais (86,8%) e tem um significativo grau de instrução (80,8% possui de 10 a 12
anos de escolaridade).
Esses números fazem parte do resultado de uma pesquisa que realizei com 813
integrantes das três maiores organizadas de São Paulo. São dados que desmentem a visão
de que seus filiados são vagabundos que se associam para o crime. Costuma-se
generalizar, mostrando que as mortes que ocorrem no futebol têm a ver apenas com as
torcidas. Não é verdade. Por isso, pregar a extinção das organizadas para estancar a
violência é a mesma coisa que defender o fim do Senado para acabar com a corrupção.
Enquanto alguns culpam apenas as torcidas organizadas, outros responsáveis pelo
problema são poupados. Há o Estado, que muitas vezes não oferece um policiamento de
qualidade, preparado para atuar em jogos de futebol. Jogadores e dirigentes incitam a
violência com declarações impensadas. E grande parte da imprensa, na ânsia de encontrar
respostas imediatas a um problema histórico, comete equívocos básicos, como não ouvir
todas as partes envolvidas. O resultado é uma visão deturpada e preconceituosa, que não
contribui para a superação do problema.
Outros números da pesquisa apontam que é um erro subestimar a capacidade de
discernimento dos torcedores organizados. A maioria tem compreensão dos fatores que
causam a violência e apontam a imprensa (78,1%) e a polícia (19,5%) como co-responsáveis.
Engana-se também quem pensa que estão pretendendo transferir a responsabilidade, pois
61,8% remete o problema a situações em que os próprios torcedores são os protagonistas,
como rivalidade, provocação dos rivais, falta de educação e ignorância.
Além disso, os torcedores organizados, especialmente os jovens, se reúnem não apenas
para torcer por suas cores. Eles discutem a política do clube, o esporte, entre outros
assuntos. São questões que atualmente não são abordadas em outro espaço da sociedade.
Mesmo que possuam uma parcela da responsabilidade pelo clima bélico nos estádios, as
torcidas organizadas apresentam características positivas. Essas agremiações têm grande
Exercícios de Português
importância para os clubes, apresentando um alto grau de fidelidade (85% dos
entrevistados vão ao estádio de uma a duas vezes por semana, independentemente da
situação do seu time e de onde o jogo será realizado).
E não apenas nas arquibancadas as agremiações demonstram aspectos construtivos.
Geralmente, são compostas por representantes de diversas origens e classes sociais, que
promovem ações de assistência social voltadas para a comunidade. Há, portanto, uma
inegável importância de cunho social. Mais do que isso, trata-se de um ambiente de
aprendizado político, derivado da convivência entre os integrantes. Assim, alguns
membros se destacam, pleiteiam cargos e acabam tornando-se dirigentes, enquanto os
demais exercem alguns dos seus direitos de cidadania. É um espaço de discussão política,
que preenche uma lacuna.
Obviamente, os crimes e delitos praticados por membros de torcidas devem ser punidos,
como deveria acontecer com todos. Mas a falta de leis específicas e a cultura da
impunidade no Brasil jogam contra a paz no futebol. No Senado, tramita um projeto de lei
que talvez mude esse panorama, modificando e ampliando os direitos e deveres dos
torcedores e dos organizadores das partidas de futebol. Mas, até que essa lei surta efeito,
poderíamos ao menos abandonar o preconceito com que tratamos as torcidas
organizadas. E deixar de apontá-las como as únicas vilãs de uma história que não tem
mocinhos.
Revista Galileu, n.18, de setembro de 2009. p.96-97
Em todas as alternativas abaixo o elemento QUE é pronome relativo, EXCETO em
a) “No Senado, tramita um projeto de lei que talvez mude esse panorama...”
b) “Costuma-se generalizar, mostrando que as mortes que ocorrem no futebol...”
c) “...representantes de diversas origens e classes sociais, que promovem ações...”
d) “Esses números fazem parte do resultado de uma pesquisa que realizei...”
e) “O resultado é uma visão deturpada e preconceituosa, que não contribui...”
Questão 77: AOCP - Ana Fun (CODEM)/CODEM/Advogado/2017
Assunto: Vocábulo "que"
O Lado Negro do Facebook
Por Alexandre de Santi
Exercícios de Português
O Facebook é, de longe, a maior rede da história da humanidade. Nunca existiu, antes, um
lugar onde 1,4 bilhão de pessoas se reunissem. Metade de todas as pessoas com acesso à
internet, no mundo, entra no Facebook pelo menos uma vez por mês. Em suma: é o meio
de comunicação mais poderoso do nosso tempo, e tem mais alcance do que qualquer
coisa que já tenha existido. A maior parte das pessoas o adora, não consegue conceber a
vida sem ele. Também pudera: o Facebook é ótimo. Nos aproxima dos nossos amigos,
ajuda a conhecer gente nova e acompanhar o que está acontecendo nos nossos grupos
sociais. Mas essa história também tem um lado ruim. Novos estudos estão mostrando que
o uso frequente do Facebook nos torna mais impulsivos, mais narcisistas, mais desatentos
e menos preocupados com os sentimentos dos outros. E, de quebra, mais infelizes.
No ano passado, pesquisadores das universidades de Michigan e de Leuven (Bélgica.)
recrutaram 82 usuários do Facebook. O estudo mostrou uma relação direta: quanto mais
tempo a pessoa passava na rede social, mais infeliz ficava. Os cientistas não sabem explicar
o porquê, mas uma de suas hipóteses é a chamada inveja subliminar, que surge sem que a
gente perceba conscientemente. Já deve ter acontecido com você. Sabe quando você
está no trabalho, e dois ou três amigos postam fotos de viagem? Você tem a sensação de
que todo mundo está de férias, ou que seus amigos viajam muito mais do que você. E fica
se sentindo um fracassado. “Como as pessoas tendem a mostrar só as coisas boas no
Facebook, achamos que aquilo reflete a totalidade da vida delas”, diz o psiquiatra Daniel
Spritzer, mestre pela UFRGS e coordenador do Grupo de Estudos sobre Adições
Tecnológicas. “A pessoa não vê o quanto aquele amigo trabalhou para conseguir tirar as
férias”, diz Spritzer.
E a vida em rede pode ter um efeito psicológico ainda mais assustador. Durante 30 anos,
pesquisadores da Universidade de Michigan aplicaram testes de personalidade a 14 mil
universitários. O resultado: os jovens da geração atual, que cresceram usando a internet,
têm 40% menos empatia que os jovens de três décadas atrás. A explicação disso, segundo
o estudo, é que na vida online fica fácil ignorar as pessoas quando não queremos ouvir
seus problemas ou críticas – e, com o tempo, esse comportamento indiferente acaba
sendo adotado também na vida offline.
Num meio competitivo, onde precisamos mostrar como estamos felizes o tempo todo, há
pouco incentivo para diminuir o ritmo e prestar atenção em alguém que precisa de ajuda.
Há muito espaço, por outro lado, para o egocentrismo. Em 2012, um estudo da
Universidade de Illinois com 292 voluntários concluiu que, quanto mais amigos no
Facebook uma pessoa tem, e maior a frequência com que ela posta, mais narcisista tende
a ser – e maior a chance de fazer comentários agressivos.
Esse último resultado é bem surpreendente, porque é contraintuitivo. Ora, uma pessoa que
tem muitos amigos supostamente os conquistou adotando comportamentos positivos,
Exercícios de Português
como modéstia e empatia. O estudo mostra que, no Facebook, tende a ser justamente o
contrário.
Adaptado de Superinteressante. Disponível em: http://super.abril.com.br/tecnologia/o-
lado-negro-do-facebook/
O termo destacado em “uma de suas hipóteses é a chamada inveja subliminar, que surge
sem que a gente perceba conscientemente”, no contexto, é
a) partícula expletiva.
b) conjunção integrante.
c) conjunção subordinativa causal.
d) conjunção subordinativa consecutiva.
e) pronome relativo.
Questão 78: AOCP - AJ TRE AC/TRE AC/Administrativa/Contabilidade/2015
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Leia o texto e responda a questão.
DIREITO DO IDOSO
Hoje, o envelhecimento se encontra na ordem do dia. Os mais importantes veículos de
comunicação dão destaque a esse fenômeno, abordando as suas causas e conseqüências.
O envelhecimento populacional, portanto, transformou-se em uma questão social
relevante, uma vez que impacta marcantemente nos destinos da própria sociedade. Isso
tanto é verdade que hã estudiosos falando em uma revolução dos idosos. E não é para
menos. Mais de dois bilhões de pessoas terão mais de sessenta anos até 2050, o que
representará um contingente expressivo, considerando a população total do planeta.
Ora, se um contingente tão grande de pessoas passa a ter uma idade a partir da qual é
caracterizada como idosa, isso significa que direitos específicos desse contingente
populacional precisam ser garantidos.
É preciso destacar que o Estado brasileiro não se preparou para o impacto que o
envelhecimento populacional acarretou nos sistemas previdenciário e de saúde, por
Exercícios de Português
exemplo. Não houve planejamento, de modo que o sistema previdenciário, uma espécie
de seguro para
garantir dignidade ao ser humano na velhice, corre riscos de continuidade, mantidos os
parâmetros atuais. Da mesma forma, o sistema de saúde apresenta uma dinâmica incapaz
de atender às demandas dos idosos, os quais são os principais clientes desse sistema,
porquanto mais vulneráveis a doenças, inclusive algumas próprias dessa fase da vida, como
câncer, hipertensão, osteoporose, demência, para só citar algumas.
Portanto, o impacto que as pessoas que acumulam muitos anos provocam na sociedade,
considerando apenas esses dois sistemas, e
a necessidade de que os direitos fundamentais desse segmento populacional sejam
efetivamente garantidos, já se revela suficiente para que se perceba a importância da
disciplina Direito do Idoso.
Vale destacar que o envelhecimento não é um fenômeno estático. Na medida em que as
condições sociais e econômicas melhoram, as pessoas têm oportunidade de viver mais.
Caso se associem a esses elementos os avanços da tecnologia médica em todas as suas
dimensões, a expectativa de vida pode realmente surpreender.
É a vitória da vida.
Sendo, portanto, o envelhecimento a oportunidade de uma vida mais longa, pode ser
traduzido como o próprio direito de existir, na medida em que viver é ter oportunidade de
envelhecer. Ora, se é assim, o envelhecimento é um direito e, mais do que isso, é um direito
fundamental, na medida em que se traduz no direito à vida com dignidade, o que quer
dizer que as pessoas não perdem direitos na medida em que envelhecem. Pelo contrário,
demandam mais direitos para que possam usufruir plenamente o direito à liberdade em
todos os aspectos, patrimônio do qual nenhum ser humano pode abdicar.
Apesar de a expectativa de vida no Brasil vir aumentando ano após ano, ainda não estão
sendo oferecidas condições de vida adequadas para os velhos. O processo de
envelhecimento no país apresenta nuances artificiais, na medida em que as pessoas têm
suas vidas alongadas mais pela universalização da tecnologia médica {notadamente do
sistema de vacinação, que abortou mortes prematuras causadas por doenças endêmicas)
do que propriamente pela experimentação de padrões sociais e econômicos de
excelência, a exemplo dos países desenvolvidos.
Portanto, a ausência de serviços e ações específicas e necessárias para a garantia dos
direitos das pessoas idosas contribui para o descrédito da efetividade dos seus direitos, os
Exercícios de Português
quais estão declarados deforma direta ou indireta, em convenções, acordos etratados
internacionais, além das previsões constitucionais e legais em relação a esse segmento,
destacando-se o Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741/03) [...].
Sendo assim, a garantia dos direitos dos idosos no Brasil depende de uma profunda
compreensão das causas e conseqüências do processo de envelhecimento populacional,
do papel que deve ser reservado aos velhos em uma sociedade tecnológica, da
necessidade de garantir-lhes todos os direitos fundamentais inerentes à condição humana,
destacando-se a necessidade de desenvolver esforços para que tenham autonomia o
máximo de tempo possível, do enfrentamento de todas as formas de violência, por meio
da construção de uma rede de proteção e defesa dos direitos desse contingente
populacional.
REFERÊNCIA: Adaptado de RAMOS, Paulo Roberto Barbosa. Direito do idoso. Jornal
Estado do Direito. 42a. ed. Porto Alegre, 3 set. 2014. Disponível
em:www.estadodedireito.com.br. Acessado em: 27/06/2015.
O texto discute, predominantemente,
a) o crescimento da população e as conseqüências negativas para o sistema
previdenciário e de saúde do Brasil.
b) o crescimento da população idosa e a necessidade de assegurar os direitos a essa
parcela considerável da população.
c) o crescimento da população idosa e a necessidade de instituir novas leis, no Estatuto
do idoso, como medida urgente a ser tomada pelo Estado.
d) o crescimento da população, no Brasil, como conseqüência, em primeiro lugar, de
políticas públicas eficientes e de avanços na tecnologia médica.
e) o crescimento da população idosa e a necessidade de inclusão de disciplinas em
programas sociais específicos como forma de refletir e discutir a situação do idoso na
sociedade.
Questão 79: AOCP - Ag Tran (Valença-BA)/Pref Valença-BA/2016
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Pressionar crianças para que sejam bons alunos resulta em desânimo
Rosely Sayão
Exercícios de Português
Pesquisas apontam aumento na taxa de suicídio entre os jovens brasileiros, e o fenômeno
é mundial. Por esse motivo, alguns países têm se preocupado com a depressão em crianças
e jovens. A Academia Americana de Pediatria, por exemplo, recomendou que os médicos
devem sempre procurar sinais dessa doença nos mais novos. Sinal amarelo piscando.
Precisamos pensar com atenção na saúde mental de nossas crianças e de nossos jovens.
Mas parece que nem as famílias e nem as escolas têm essa questão como importante:
ambas são criadoras de muitas causas que podem afetar negativamente a qualidade de
vida emocional de quem elas deveriam cuidar. Vamos levantar alguns pontos que podem
provocar pressão em demasia, ansiedade e medos de fracasso nas crianças e nos jovens.
Primeiramente, a pressão sobre a vida escolar. Nunca, nunca antes tivemos famílias e
escolas tão empenhadas em fazer com que filhos e alunos tenham alta performance
escolar, o que significa, é claro, boas notas, aprovação com destaque em exames e provas
etc. Mas por quê?
Porque, de repente, decidimos que o bom rendimento escolar da criança é pré-requisito
fundamental para um futuro profissional promissor. Posso assegurar-lhe que não é, por
dois motivos bem simples. Primeiro: bom rendimento escolar não significa,
necessariamente, bom aprendizado. Segundo: estamos um pouco atrasados nessa
premissa, já que, hoje, ter estudos não garante nada, absolutamente nada em termos
profissionais, e não apenas em nosso país. Agora, imagine crianças – inclusive as mais
novas – e jovens pressionados até o limite para que sejam bons alunos. Só pode resultar
em ansiedade, desânimo, receios etc. Junte a isso as acirradas competições às quais eles
são submetidos, o bullying – que eu reputo à ausência de adultos na tutela dos mais novos
–, as agendas lotadas de compromissos, as intermináveis lições de casa (muitas vezes
motivos para brigas entre pais e filhos), a erotização precoce que promove busca infantil
por um determinado tipo de beleza etc.
Uau! Se para um adulto essa mistura já pode ser explosiva para a sanidade mental, imagine,
caro leitor, para crianças e adolescentes! E o que podemos fazer? Muita coisa! Deixar de
confundir cobrança com pressão já pode ser um grande passo. Nossos filhos e alunos
precisam ser cobrados a levar sempre adiante sua vida escolar. Mas precisamos ser mais
compreensivos quando eles não conseguem, e ajudá-los no esforço que precisam investir
para aprender, em vez de pressioná-los mais ainda.
As famílias podem e devem também ensinar os filhos a lidar com suas emoções. Sabe
quando uma criança pequena pega algum objeto de vidro e os pais o ensinam a tomar
cuidado porque é frágil e ela pode quebrar, mesmo sem querer? Podemos fazer a mesma
coisa com os sentimentos que ela experimenta. Posso ilustrar isso que acabei de dizer com
Exercícios de Português
o seguinte exemplo: quando uma criança manifesta raiva, devemos ensiná-la que essa
emoção e suas manifestações podem machucá-la e também os outros.
E a escola precisa se dar conta de que o ambiente escolar pode ser – e em geral é –
neurotizante para muitas crianças! E não é por falta de conhecimento que não mudamos
esse panorama.
Vamos cuidar da saúde mental de nossas crianças e jovens tanto quanto cuidamos de sua
saúde física!
Adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/roselysayao/2016/03/1747467-
pressionar-criancas-ate-o-limite-para-que-sejam-bons-alunos-so-pode-resultar-em-
ansiedade-edesanimo.shtml Acesso em 10 de março de 2016.
Sobre a expressão “Sinal amarelo piscando”, presente no texto, é correto afirmar que
a) um “sinal vermelho” deve acender quando as escolas e as famílias compreenderem que
as cobranças relacionadas ao desempenho intelectual das crianças brasileiras são
totalmente prejudiciais para a saúde mental delas.
b) o comprovado aumento de suicídio entre jovens no Brasil e a atenção que outros países
têm dado a esse mesmo problema entre os seus jovens soam como um alerta (sinal amarelo
piscando) para que prestemos mais atenção às causas de depressão entre os jovens
brasileiros.
c) apesar do alerta das pesquisas funcionar como um “sinal amarelo piscando” não há
como reverter o processo de aumento dos suicídios entre os jovens brasileiros, pois os
pesquisadores desconhecem as reais causas desses suicídios.
d) o “sinal amarelo” é uma expressão utilizada pelos cientistas responsáveis pelas
pesquisas que indicam o aumento da taxa de suicídio entre jovens brasileiros para indicar
que algum fenômeno social contemporâneo causa depressão nas crianças e jovens.
e) o “sinal amarelo” faz referência à recomendação da Academia Americana de Pediatria
que, ao indicar a necessidade de investigar as causas de depressão nas crianças e jovens,
colocou em alerta os pediatras de diversos outros países, inclusive os brasileiros.
Questão 80: AOCP - Tec Desen (BADESUL)/BADESUL/Engenheiro Mecânico/2010
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
'EUA e Brasil têm os mesmos objetivos', avalia Hillary em relação ao Irã
Exercícios de Português
A secretária de estado americana, Hillary Clinton, evitou nesta quarta-feira discordar da
postura brasileira diante do enriquecimento de urânio no Irã. Depois de o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva ter dito pela manhã que "não é prudente colocar o Irã contra a parede",
a secretária insistiu que Brasil e Estados Unidos têm objetivos comuns no tema - apesar de
descartar mais tentativas de negociações e apostar na sanção internacional.
Questionada sobre qual é a posição dos Estados Unidos em relação à forma como o Brasil
tem tratado a questão do enriquecimento de urânio no Irã, Hillary disse que não há
divergência. "Nenhum dos dois quer ver o Irã ter armas nucleares", disse a secretária,
salientando que ambos concordam que a via diplomática é preferível. "Mas o presidente
dos EUA, Barack Obama, tem tentado se aproximar dos iranianos no último ano e não tem
sido recíproco".
Segundo Hillary, "o momento da ação internacional é agora", com a função de mostrar para
o Irã que haverá consequências no caso de violação das resoluções do Conselho de
Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).
"O Brasil acredita que ainda tem espaço para negociação. Nós acreditamos que a boa fé
do Irã em relação às negociações seria muito bem-vinda na comunidade internacional",
prosseguiu. "A porta está aberta para negociação, mas não vemos ninguém andando nessa
direção".
Antes da fala da americana, o ministro brasileiro das Relações Internacionais, Celso
Amorim, reforçou a postura do Brasil em relação ao tema. "Não se trata de o Brasil se curvar
a um consenso. As questões internacionais não são discutidas dessa maneira, com esse
tipo de pressão. Cada país tem que pensar com sua própria cabeça", afirmou Amorim.
"Nossos objetivos são idênticos. A questão é saber qual é o melhor caminho para se chegar
lá".
Texto adaptado de <http://veja.abril.com.br/noticia/brasil2/euabrasil-tem-mesmos-
objetivos-avalia-hillary-relacao-ao-ira-537446.shtml>. Acesso em 03 mar 2010.
Leia as assertivas abaixo e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta apenas a(s)
correta(s).
I. Hillary Clinton desistiu de negociar com o Brasil e prefere apostar na sanção
internacional.
Exercícios de Português
II. Segundo Hillary Clinton, Brasil e Estados Unidos têm os mesmo objetivos em relação ao
Irã.
III. Brasil e Estados Unidos têm tentado usar da diplomacia com o Irã, mas não têm obtido
resultado.
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) Apenas II e III.
Questão 81: AOCP - Ass Adm (BRDE)/BRDE/2012
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Os quadrinhos podem destruir a literatura
Luís Antônio Giron
Observo um fato cada vez mais frequente: o desprezo dos jovens por certas obras literárias,
sobretudo as adotadas nas escolas e exigidas no vestibular. Os estudantes já não têm
paciência para lidar com Iracema, de José de Alencar, Dom Casmurro, de Machado de
Assis, O Ateneu, de Raul Pompeia, e nem mesmo conseguem tirar proveito das
humorísticas Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida. Eles
tratam os títulos que acabei de citar com uma falta absoluta de respeito – pior, uma falta
de noção de respeito. Não entendem a grandeza desses e outros grandes romances do
passado. Os professores, por seu turno, não parecem fazer questão de transmitir um
entusiasmo literário que eles próprios não possuem. Os professores jogaram a toalha. Aí
tudo se torna rotineiro e entediante como uma lição de casa que não pode ser executada.
Quanto mais são obrigados a ler, mais os jovens repudiam os livros. Eles já não veem
sentido no ato da leitura, até porque são encorajados pelos mais velhos a se valer da
internet, dos videogames e da televisão, em detrimento dos meios tradicionais.
Muitos pensam que ser moderno significa não precisar mais ler. Daí o apelo dos tablets:
essas tabuletas altamente tecnológicas são os novos aparelhos de televisão, receptores
Exercícios de Português
ideais para analfabetos ou cidadãos pós-alfabetizados. Gente que não precisa mais
enfrentar um texto com começo, desenvolvimento e conclusão, que adora a
fragmentação. Os mesmos que exaltam os tablets acham que o ensino tradicional não
consegue mais acompanhar a evolução tecnológica. Então, o que pôr no lugar da tradição?
Claro, como não pensamos nisto antes? Se os estudantes querem diversão, vamos dar-
lhes histórias em quadrinhos – de preferência, em monitores de LED, via tablets.
Mas a transposição pura e simples não é o problema. As formas e conteúdos podem migrar
à vontade, eternamente. A questão é outra: os quadrinhos andam tão salientes que
avançam pelo campo literário com avidez dos bárbaros e autoconfiança dos consagrados.
As adaptações em HQ de obras literárias e teatrais têm surgido a cada minuto, para
supostamente acrescentar algo aos textos originais. Elas vêm abençoadas pela crítica e
aprovadas pelo olhar indulgente dos adultos que desacreditam de tudo, notadamente da
capacidade de ler das novas gerações. E os jovens correspondem à expectativa,
consumindo quadrinhos literários para evitar dar conta de livros que não têm paciência
para ler. Como resultado, essas adaptações têm feito um desserviço à literatura – e à
cultura como um todo. São, em geral, transposições de má qualidade, criadas por editores
oportunistas, sequiosos de aproveitar a falta de vontade de ler da mocidade. Sob o
pretexto de facilitar a leitura, esse tipo de adaptação destrói a vontade de ler. Traz um
atalho enganoso. Isso porque, em vez de encurtar o caminho, o atalho elimina uma etapa
importante da formação do jovem: a da compreensão, análise e, por consequência, do
domínio de textos complexos. Ora, para mim isso configura um crime.
Não vou me deter em exemplos de adaptações infelizes, que são inúmeros. Já me deparei
com muitas adaptações, em quadrinhos ou não, porque minhas duas filhas estão se
preparando para o vestibular e precisam ler o maior número de obras consagradas no
menor tempo possível. Percebi que, nas provas do ensino médio, elas recorriam aos
famigerados resumos de obras na internet, copiando nomes e ações sem sentido e sem
contextualização. Para obter alguma interpretação das obras, elas recorriam às histórias
em quadrinhos, aliás recomendadas pelo colégio. Elas leram assim Os Lusíadas, de
Camões, Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, e atéMemórias Póstumas de Brás
Cubas, de Machado de Assis. Não preciso dizer que se tratava de transposições forçadas,
mal realizadas e desprezíveis – cheias de erros de português e, pior, erros de interpretação
das obras originais. Uma versão de Memórias de um sargento de milícias, por exemplo,
traz um vocabulário pobre no final das páginas, sem nenhuma explicação sobre o emprego
de determinados termos. As ilustrações são feias e caricatas, limitando-se a servir aos
balões e descrições extraídas diretamente do livro. Bom, diante de tanta bandalheira,
decidi banir de casa essas HQs. Até entendo algumas adaptações facilitadoras de livros
universais, como a que Clarice Lispector fez de Dom Quixote, ou Fernando Sabino de
Silvia, de Gerard de Nerval. Esses livrinhos servem como rito de passagem para
dificuldades maiores a serem vencidas num estágio posterior. Adaptações literárias em
geral geram uma perda de informação. Obviamente, a melhor lei não é a do menor esforço,
e esses livros servem como incentivo a futuras viagens de leitura. O que não perdoo são
adaptações ruins e quadrinhos malfeitos, que só envergonham o gênero.
Exercícios de Português
Convém não confundir certos quadrinhos oportunistas com a grande arte estabelecida por
Will Eisner, Crumb, Frank Miller, Alan Moore e Joe Sacco, entre outros. As HQs nasceram
na imprensa e jamais negaram sua vocação popular. Aos poucos, foram experimentando
uma ascensão intelectual e artística, graças aos artistas que fizeram delas o seu meio de
expressão. Repare que esses grandes artistas dificilmente se submetem a adaptações feitas
diretamente de uma obra.
Sou um admirador dos quadrinistas. Os gibis e romances gráficos estimulam minha
imaginação, algo que nenhum livro seria capaz de proporcionar. Algumas das melhores
ideias do cinema vêm hoje dos quadrinhos. O Brasil experimenta uma fase de produção de
alto valor nessa área. Não há como negar a influência dos quadrinhos na cultura atual. O
problema é o uso que se faz deles. A culpa não é da HQ, mas da qualidade das adaptações.
É de quem aceita o recurso fácil de ler tudo depressa. Infelizmente, os quadrinhos são
inocentes úteis, pois viraram instrumentos eficientes para a desmoralização da literatura.
Disponível em <http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,EMI244437-
15230,00.html>. Acesso em 09 nov 2011.
A leitura do texto nos permite afirmar que as adaptações ruins de obras literárias para HQs
NÃO provocam
a) a perda de informação.
b) a pobreza vocabular.
c) o estímulo da imaginação.
d) a destruição da vontade de ler.
e) o atalho da etapa de formação dos jovens.
Questão 82: AOCP - AJ TRE RO/TRE RO/Apoio Especializado/Medicina/2009
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Separados pela cama
Pesquisa indica que dividir os lençóis
pode prejudicar o sono do casal e causar
problemas de saúde crônicos
Exercícios de Português
Ao menos duas vezes por semana, a cena se repete. A publicitária Renata Lino, 27 anos, e
o marido, o cirurgião dentista Sandro Ferreira, 32 anos, dormem tranquilos até Renata
começar a roncar. Sandro tenta cutucá-la, arrisca até uns tapinhas de alerta. "Eu tenho que
usar artifícios para tentar dormir", argumenta o marido. "Mas, em último caso, vou para
outro cômodo mesmo", confessa. Segundo uma pesquisa da Universidade de Surrey, na
Inglaterra, a solução é simples: é só oficializar as camas separadas.
O estudo concluiu que, em média, 50% dos casais que compartilham o leito têm dificuldade
para dormir e desenvolvem algum problema de saúde em decorrência dessas noites
insones. E não é só o ronco que atrapalha. Um constante puxar de lençóis ou um
companheiro com sono agitado, que se mexe muito, também podem fazer o merecido
descanso se transformar num filme de terror.
Ainda assim, pelo menos entre Renata e Sandro, casados há cinco anos, o romantismo
prevalece. "Comprei o pacote completo e a fuga noturna com o edredom veio junto",
brinca Sandro. "Sinto falta dela quando durmo sozinho." A publicitária já fez exames de
sonoterapia para detectar as causas da apnéia - termo médico para o ronco. "Boa parte da
minha família sofre com o problema", afirma Renata. Situações assim são comuns. No
Brasil, 40% da população têm distúrbios do sono, de acordo com um estudo da Academia
Brasileira de Neurologia. O problema é que dormir mal pode levar a problemas mais
graves, como depressão, doenças cardíacas e derrame.
As consequências de uma noite mal dormida são imediatas. "Já compromete a capacidade
de funcionamento intelectual no dia seguinte", diz Flavio Alóe, médico especialista em
distúrbios do sono do Hospital das Clínicas de São Paulo. "E quem ouve o ronco sofre os
mesmos efeitos de quem dorme mal cronicamente." Ainda assim, Alóe acredita que seriam
necessários estudos mais profundos para se recomendar dormir em camas separadas.
"Casais que se entendem bem sentem falta se cada um dorme sozinho."
A advogada Neutra Magalhães, 67 anos, aderiu há dez à separação de leitos, porque o
marido vê televisão até tarde. "A gente dorme bem melhor, mas atrapalhou a intimidade",
reconhece Neutra. Tanto sacrifício não é necessário. "É preciso sincronizar as rotinas. Se
um deles tiver algum problema, pode e deve ser tratado", diz a especialista em medicina
do sono Luciane Fujita, do Instituto do Sono, da Universidade Federal de São Paulo. Vale
tudo para que o sonho de dormir juntinho não vire um pesadelo.
Disponível em <http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2081/artigo152593-1.htm>. Acesso
em 20 out 2009.
Assinale a alternativa correta quanto ao conteúdo do texto.
Exercícios de Português
a) O ronco, ou apnéia, prejudica apenas aqueles que sofrem desse mal.
b) Não é apenas o ronco que atrapalha o relacionamento entre casais.
c) Noites sem dormir, embora desagradáveis, não fazem mal à saúde.
d) As consequências de uma noite mal dormida surgem a longo prazo.
e) Noites mal dormidas podem levar a problemas como o câncer.
Questão 83: AOCP - Aud (TCE-PA)/TCE-PA/2012
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Bad boy com toque patético
O afã de afrontar conveniências parece condição
necessária para que Lars von Trier consiga se
expressar
Eduardo Escorel
Usar o prelúdio da abertura de Tristão e Isolda, de Wagner, como trilha musical é prova da
audácia de Lars von Trier, roteirista e diretor de Melancolia. Recorrendo a tamanho lugar-
comum para dar tom solene e impressão de grandiosidade ao filme, Trier corre o alto risco
de ultrapassar o limite que separa ambição legítima de artifício pretensioso.
Trier consegue, porém, escapar pela tangente dessa armadilha que preparou para si
mesmo, e evita a gratuidade formal, apesar de, além de recorrer a Wagner, dedicar os dez
minutos iniciais de Melancolia a imagens alegóricas de instantes descontextualizados,
reproduzidas em câmera lentíssima. Em retrospecto, o sentido dos planos da abertura fica
claro, constituindo figura de linguagem conhecida – antecipação estilizada do desfecho
da narrativa para criar expectativa pelo que virá.
Depois de dois anos de trabalho, horrorizado com o resultado, Trier declarou estar pronto
para rejeitar Melancolia “como um órgão mal transplantado” por ter “chantili em cima de
chantili” e ser “um filme de mulher!”. Ele quisera “mergulhar de cabeça no abismo do
romantismo alemão. Wagner ao quadrado”. Isso estava claro para ele, mas ainda assim se
perguntava: “Essa não será apenas outra maneira de expressar derrota? Derrota para um
dos denominadores comuns mais baixos do cinema? O romantismo é maltratado de tudo
quanto é forma no insuportavelmente entediante cinema industrial.” Tinha esperança,
Exercícios de Português
contudo, que “em meio a todo o creme houvesse uma lasca de osso que pudesse afinal
quebrar um dente frágil”.
A primeira reação de Trier a Melancolia denota senso crítico incomum e pode tê-lo ajudado
a fazer um filme mais a seu gosto – ácido, pessimista e opressor –, evitando um estilo
meloso e ornamental. Mesmo frustrado, por não ter sido capaz de incluir um pouco da
feiura que tanto aprecia em meio às belíssimas imagens, Trier não deixa de provocar
inquietação no espectador. Nem o uso de câmera instável, estilo já banalizado pela
linguagem corrente, nem o elenco de estrelas internacionais apagam sua marca autoral,
fácil de reconhecer desde O Elemento do Crime, seu primeiro filme, realizado em 1984 –
qualquer que seja o enredo, os personagens devem percorrer sua via dolorosa.
Inconformado com a própria maturidade, há algo de patético na resistência de Trier em
deixar de ser, aos 55 anos, um bad boy. Nostálgico das transgressões da juventude, parece
ter orgulho da coleção de notas zero em comportamento recebidas ao longo da sua
premiada carreira. Propenso a ser sempre do contra e a causar sofrimento, foi irresponsável
na entrevista coletiva do último Festival de Cannes. Sem medir as palavras, declarou em
tom irônico entender e simpatizar com Hitler, que “fez algumas coisas erradas, sim, com
certeza. […] Eu sou, é claro, muito a favor dos judeus, não, não muito porque Israel não
presta”. Arrematou dizendo, depois de um suspiro: “O.k., eu sou um nazista.”
Declarado persona non grata pela direção do evento, no qual Melancolia foi exibido na
mostra oficial, é possível que Trier tenha recebido a notícia como um prêmio por sua
leviandade. O paradoxo é que seu compromisso de afrontar conveniências, traço que
imprime a seus personagens, parece condição necessária para que consiga se expressar.
Revista Piauí, Edição 59, 2011.
Da leitura do texto depreende-se que
I. as críticas desfavoráveis a seu filme Melancolia se referem à presença de um elenco de
estrelas internacionais e ao emprego do prelúdio da abertura de Tristão e Isolda, de
Wagner.
II. as marcas de Trier em seus filmes são tão marcantes que o elenco de estrelas
internacionais e a câmera instável não apagaram suas marcas autorais.
Exercícios de Português
III. o tão esperado tema romântico ficou longe do filme de Trier, o que, para o autor do
texto, provocou a inquietação do público telespectador.
IV. Trier é sempre premiado devido ao seu comportamento transgressor, característica que
imprime também a seus personagens.
Está(ão) correta(s)
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas III.
d) apenas I e II.
e) apenas II e III.
Questão 84: AOCP - Aux Tec CE (TCE-PA)/TCE-PA/Informática/2012
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Novo fôlego
Bernardo Esteves
1.° A disseminação das redes sociais e dos tablets tem ajudado a dar popularidade na
internet a um gênero jornalístico que se consagrou no meio impresso: a grande
reportagem. Estimulados pelo sucesso do formato, dois jornalistas britânicos resolveram
lançar uma revista dedicada a textos de fôlego sobre grandes questões de ciência e
tecnologia.
2.° A nova onda de popularidade das grandes reportagens se explica em parte pela
facilidade de leitura nos dispositivos móveis. Textos longos que não se deixam ler com
facilidade no computador agora podem ser salvos para serem lidos depois, com a ajuda de
aplicativos como o Read it Later. Assim, podem ser apreciados nas circunstâncias de
preferência do leitor – na cama, em sua poltrona favorita, numa viagem de avião.
3.° O jornalista Lewis Dvorkin atribui o interesse crescente pelos textos de fôlego ao
declínio dos grandes portais, que aconteceu em paralelo à ascensão das redes sociais.
“Agora, as notícias digitais estão nas mãos de cada um, e não de uma elite restrita”,
Exercícios de Português
escreveu ele no site na Forbes. “O desenvolvimento de novas plataformas digitais e a
fragmentação da audiência formam uma combinação que está mudando dramaticamente
a natureza do conteúdo que está sendo distribuído através da web social.”
4.° ‘Recomendação’ é a palavra-chave da popularidade das grandes reportagens na
internet. Têm feito sucesso na rede agregadores que reúnem textos de fôlego de várias
publicações recomendados pelos leitores. [...]
5.° No exterior, grandes reportagens de ciência e tecnologia são publicadas rotineiramente
em revistas como a New Yorker, a Wired ou a Slate. Mas não havia ainda uma publicação
destinada exclusivamente a textos de fôlego sobre o tema.
6.° A lacuna será preenchida pela revista Matter (‘Matéria’, em tradução imperfeita), cujo
lançamento foi anunciado no fim de fevereiro. Seus fundadores são os jornalistas Jim Giles,
com passagem pelas revistas Nature, The Atlantic, The Economist e New Scientist, e
Bobbie Johnson, ex-repórter do Guardian e colaborador de várias outras publicações.
7.° Com a promessa de mobilizar “repórteres investigativos extraordinários” para fazer “o
melhor jornalismo sobre o futuro”, Giles e Johnson não foram nada modestos ao
apresentar os objetivos da revista: “Matter vai se concentrar em fazer excepcionalmente
bem uma única coisa. A cada semana, publicaremos uma reportagem de fôlego sobre
grandes temas de ciência e tecnologia. Nada de resenhas baratas, artigos de opinião
sarcásticos ou listas dos dez mais. Apenas uma matéria imperdível.”
8.° Matter será uma revista eletrônica com versões para web e dispositivos móveis Apple e
Android. O conteúdo será pago – provavelmente 99 centavos de dólar por matéria,
segundo a previsão dos editores (“fazer bom jornalismo não é barato”, justificaram-se).
9.° Eles aproveitaram para passar o chapéu junto aos leitores. E o resultado do
crowdfunding foi surpreendente: em uma semana, conseguiram cerca de 85 mil dólares de
quase 1.200 doadores, que investiram cotas que iam de 10 a 3 mil dólares. Os leitores que
contribuíram com pelo menos 25 dólares poderão ajudar a pautar a publicação; quem deu
mil dólares será considerado editor convidado e poderá participar da formatação de
matérias desde o esboço da pauta.
10.° Se os editores honrarem suas promessas, Matter será uma experiência única no
jornalismo de ciência. Boa sorte a eles na empreitada.
Exercícios de Português
Revista Piauí, edição 65.
De acordo com o texto,
a) os grandes portais entraram em decadência devido ao decesso dos grandes portais.
b) a grande reportagem popularizou-se na internet por meio das redes sociais e dos
tablets.
c) a disseminação dos tablets empobreceu, em parte, o conteúdo veiculado pela internet.
d) a elite restrita da internet passou a ler textos de fôlego acessíveis a todos os internautas.
e) a mescla de usuários da internet levou as plataformas digitais a fragmentarem a
audiência.
Questão 85: AOCP - Fisc PM (Pref JF)/Pref JF/2016
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Assinale a alternativa correta em relação ao texto..
a) A resposta dada pelo cliente corresponde à resposta esperada do farmacêutico, uma
vez que fechar os olhos e tomar o remédio pode ser uma receita popularmente adotada
para se medicar.
b) Ao dizer que “são muitos medicamentos...”, o farmacêutico deixa claro que, se fossem
poucos medicamentos, não haveria a necessidade de receita médica.
Exercícios de Português
c) O farmacêutico se contradiz, pois, mesmo estando com a receita em mãos, pede
novamente a receita médica ao cliente.
d) O humor da charge se dá pela resposta inusitada do cliente, a qual revela uma
naturalização do hábito de se automedicar.
e) Ao pedir uma receita, o farmacêutico se refere a uma determinada maneira de consumir
os medicamentos.
Questão 86: AOCP - Moto (Pref JF)/Pref JF/Veículo Pesado I/2016
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
A internet pode ser mais estressante do que você imagina
Maribel Barros
Você anda estressado? Se a resposta para esta pergunta for sim, é possível que seu tempo
na internet seja parcialmente responsável por isso, de acordo com um relatório da empresa
Ericsson.
A cada dia, estamos mais conectados à internet, graças aos dispositivos móveis e todas as
facilidades tecnológicas, mas poucos de nós percebem que isso pode ser uma poderosa
fonte de estresse. Mas você sabia que o simples fato de carregar um vídeo aumenta a sua
frequência cardíaca em até 38%?
Para chegar a esta conclusão, estudamos a atividade cerebral, a movimentação ocular e a
pulsação de 30 voluntários na Dinamarca e determinamos como eles reagem a uma baixa
velocidade de carregamento na internet. Todos eles receberam um dispositivo para assistir
um vídeo na internet e foram divididos pelo tempo de carregamento de cada conexão.
O primeiro grupo não teve tempo de espera. O nível de estresse registrado foi de 13
pontos, considerado o valor base para futuras comparações.
O segundo grupo, que sofreu um atraso de dois segundos, registrou 16 pontos na escala
de tensão, um aumento de 23%. O terceiro grupo, cuja conexão demorava até 6 segundos
para carregar o vídeo, registrou um nível de estresse de 19 pontos, o equivalente a um
aumento de 46%.
Exercícios de Português
Além disso, eles notaram que, em média, os batimentos cardíacos dos participantes
aumentaram em 38%.
Como se deu esta comparação?
Para nos dar uma maneira de comparar o estresse gerado por carregar um vídeo em uma
internet lenta, gestores indicaram marcadores de estresse em várias outras atividades.
É correto afirmar, por exemplo, que o estresse causado por esta atividade é maior do que:
• Esperar na fila do supermercado.
• Assistir a um programa melodramático de televisão.
• Estar à beira de um precipício (literalmente).
• Assistir a um filme de terror.
Aparentemente, o estresse de esperar um vídeo carregar é igual ao gerado para resolver
um problema de matemática.
Embora os resultados sejam interessantes, devem ser encarados com certa desconfiança,
já que a Ericsson continua a ser uma empresa envolvida no negócio das conexões de
internet e a amostragem não foi muito significativa. No entanto, há de se considerar que
este estudo se baseou apenas no estresse gerado por carregar um vídeo e não em outros
elementos, como participar de redes sociais, mensagens instantâneas, mapas, GPS e várias
outras atividades estressantes disponíveis na internet.
[...]
“Viver um momento estressante não é o mesmo que viver sob estresse. A primeira situação
é normal, inesperada e gerada pelo ambiente, enquanto a segunda é tóxica, gerada e
procurada por nós mesmos, pois se tornou um hábito que nos impede de viver de outra
forma”. Bernardo Stamateas.
Disponível em: https://br.vida-estilo.yahoo.com/post/144190143264/a-internet-pode-ser-
mais-estressante-do-que-voc%C3%AA. Acesso em: 10 mai. 2016.
Em relação ao texto “A internet pode ser mais estressante do que você imagina”, assinale
a alternativa correta.
Exercícios de Português
a) Com certeza, atualmente, a internet é a grande responsável pelo estresse da
população.
b) Ao carregar um vídeo na internet, a frequência cardíaca de um indivíduo pode reduzir
em até 38%.
c) Para realização da pesquisa relacionada ao estresse, os voluntários foram divididos em
dois grupos e evidenciou-se que o tempo de espera para o carregamento do vídeo não
afetava negativamente as pessoas.
d) Segundo os pesquisadores, o estresse gerado ao esperar um vídeo carregar é muito
superior ao gerado para resolver um problema de matemática.
e) O estudo apresentado no texto não diz respeito a todas as atividades praticadas na
internet.
Questão 87: AOCP - AISIPOA (MAPA)/MAPA/2007
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Texto 1
Projeto de Lei de Gestão de Florestas Públicas (PL 4776/2005)
Projeto de Lei que regulamenta o uso sustentável das florestas públicas brasileiras e cria
o Serviço Florestal Brasileiro (SFB.)
Objetivos:
• regulamentar a gestão de florestas em áreas públicas(domínio da União, dos Estados e
dos Municípios);
• criar o Serviço Florestal Brasileiro como órgão regulador da gestão das florestas públicas
e promotor do desenvolvimento florestal sustentável no Brasil;
• criar o Fundo nacional de Desenvolvimento Florestal voltado para o desenvolvimento
tecnológico, a promoção da assistência técnica e os incentivos para o desenvolvimento
florestal sustentável.
Regulamentação da Gestão de Florestas Públicas
Exercícios de Português
O Projeto de Lei define três formas de gestão das florestas públicas para produção
sustentável:
• criação de unidades de conservação que permitam a produção florestal sustentável (ex.
Florestas Nacionais);
• destinação para uso comunitário como assentamentos florestais, reservas extrativistas,
áreas quilombolas, PDS (Projetos de Desenvolvimento Sustentável);
• concessões Florestais pagas, baseadas em processo de licitação pública.
Texto adaptado de http://www.cultiva.org.br/textopdf/resumo_pl_gestao_florestas.pdf.
Acesso em 20/03/2007.
Texto 2
Lei de florestas pára na regulamentação
Carolina Rangel
da Folha de São Paulo
Sancionada há um ano e 15 dias, a Lei de Gestão de Florestas ainda não saiu do papel. (...)
Organizações ambientais que apóiam a lei reclamam da lentidão da sua aplicação. Citam
a falta de fiscalização e a incompatibilidade entre os projetos de assentamento do Incra
(Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária.) com as propostas de ocupação do
Ministério do Meio Ambiente para áreas na Amazônia. (...)
A demora na regulamentação, segundo Tasso Azevedo, diretor-geral do SFB (Serviço
Florestal Brasileiro), órgão criado pela lei, deve-se à prioridade do governo na aprovação
do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e à complexidade da regulamentação.
(...)
Para Azevedo, a falta de Orçamento próprio em 2006 não colaborou com a lentidão da
regulamentação. No ano passado, o Serviço Florestal operava com recursos do Programa
Nacional de Florestas. A previsão para 2007, segundo Azevedo, é de R$ 25 milhões, sendo
R$ 15 milhões do Tesouro Nacional e R$ 10 milhões de arrecadação com os planos de
manejo.
Exercícios de Português
Não só os atrasos na execução da lei preocupam as ONGs. André Lima, do ISA (Instituto
Socioambiental), afirma que esperava uma regulamentação demorada, já que a
implementação da lei exigia uma série de consultas às entidades. "[Mas] não deixa de ser
um contra-senso, já que a lei foi aprovada em caráter de urgência". (...)
Não somos contra a reforma agrária, mas só pode fazer isso com um jogo de comunicação.
Como você vai oferecer a concessão de uma área ao mesmo tempo em que o Incra está
com um projeto de assentamento? Aí você tem uma situação grave, que ocorreu também
nos anos 70, quando dois terços da reforma agrária eram feitos na Amazônia para suplantar
os problemas sociais do Brasil".
Tasso Azevedo diz que está caminhando para a convergência de ações entre o Incra e o
Ibama. Mas é taxativo: "Caso não aconteça, inviabiliza o programa de gestão de florestas".
Críticas à lei
(...) O geógrafo Aziz Ab´Sáber é contrário à lei. "Alugar uma floresta biodiversa? Se o
governo não sabe como explorar a floresta de maneira sustentável, como os vencedores
das licitações saberão?".
Azevedo rebate as acusações de que a lei seria uma forma de privatizar florestas. "A lei é o
oposto disso. O processo que tinha era o reconhecimento de posse. Você titula a terra e
ela é privatizada. O que essa lei fez definir as florestas como um patrimônio público. Ela
prevê que a floresta pode ser utilizada para gerar bens e serviços".
Texto adaptado de http://www.cultiva.org.br/textopdf/resumo_pl_gestao_florestas.pdf.
Acesso em 20/03/2007.
Texto 3
Da floresta ao deserto
Na última terça-feira, o jornal americano The New York Times escreveu em editorial: “A
Amazônia parece imune à lei, especialmente em um país em que não há polícia suficiente
para fazer valer as regras, onde o crescimento econômico parece ser mais importante do
Exercícios de Português
que qualquer outra coisa e onde poderosos políticos locais parecem ter mais influência
que o governo nacional”.
Revista Veja, de 8 de junho de 2005, p. 126.
As opiniões manifestadas no texto 2 evidenciam que as causas para a lentidão da aplicação
da Lei de Gestão de Florestas NÃO se devem
a) à ausência de fiscalização.
b) à morosidade na regulamentação.
c) à falta de recursos financeiros.
d) aos regulamentos complexos.
e) à incompatibilidade ambiental e econômica.
Questão 88: AOCP - AISIPOA (MAPA)/MAPA/2007
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Agropecuário da pecuária- exportar não tem importância para nós
Eleri Hamer
É lógico que o título não reflete a realidade. Sabemos muito bem a importância
socioeconômica da pecuária e o que o mercado internacional representa para que os
preços ao produtor não despenquem mais ainda. Também é do conhecimento de muitos
que somente o PIB da atividade contribuiu com R$ 65 bilhões em 2006, além da relevância
na balança comercial e, principalmente, do lugar de destaque que a atividade ocupa no
mercado mundial, sobretudo, a partir de 2005. Para completar, sabemos ainda que boa
parte dessa riqueza fica na indústria frigorífica.
Apesar da importância demonstrada, a julgar pela organização dos produtores, do
alinhamento e das estratégias desenvolvidas pelo conjunto da Cadeia de Produção
Pecuária (CPA.), parece que o mercado internacional e as suas exigências não têm a menor
importância.
Algumas posturas talvez justifiquem o fato de ela ser a cadeia que melhor representa a
estratégia oportunista das firmas, em vez de estratégias de coopetição (estratégias de
Exercícios de Português
cooperar para competir). Nota-se que, dentre as principais cadeias que compõem o
agronegócio nacional, foi justamente a que mais perdeu renda nos últimos anos.
O primeiro destaque para essa irrelevância dada ao mercado vem dos pecuaristas e está
na comunicação que circula ao longo da cadeia e parece não ultrapassar o varejo. As
mensagens do consumidor simplesmente não chegam ao produtor. Ou o produtor faz de
conta que não é com ele e continua produzindo ao seu modo.
É de conhecimento de todos que as exigências do mercado mundial estão cada vez
maiores, principalmente em se tratando da segurança do alimento e, por conseguinte, da
garantia da qualidade. Nesse quesito, levanto dois exemplos de ineficiência.
Um é histórico e remonta à década de 70. Faz mais de 30 anos que ouço falar das
campanhas de vacinação contra a aftosa. É uma vergonha nacional. Se depois desse tempo
todo ainda precisamos gastar dinheiro público para convencer um picareta a vacinar o seu
gado, alguma coisa está errada.
Até hoje temos produtores que fazem de conta que vacinam o seu gado. Chegam ao
cúmulo (assim como há 30 anos atrás) de pagarem as vacinas para apresentarem as notas
e não aplicá-las, jogando os frascos no lixo. Para estes, proponho que sejam enquadrados
como crime lesa pátria e, por conseguinte, a cadeia.
Outra discussão a se destacar está na rastreabilidade que vem sendo debatida ou
protelada, como queiram, há quase dez anos. Enquanto outras cadeias se organizam e se
antecipam às demandas do mercado e eles próprios propõem processos de certificação e
de garantia da qualidade dos seus produtos, a pecuária parece que está brincando com o
mercado e sai na contramão.
A falta de organização e de consciência das demandas do mercado dá margem a outro
problema crônico no agronegócio e, principalmente, neste setor: a coordenação da cadeia
nas mãos da indústria, que está cada vez mais concentrada, organizada e também atuando
oportunisticamente, ao dar guarida para as inconseqüências do elo produtor.
Nesse sentido, ganha a cadeia que se organizar e se adaptar melhor e mais rápido a essas
demandas. Não temos consciência da demanda, portanto não nos afligimos com o que
não conhecemos. Se continuarmos a desempenhar esse papel, é quase certo que
perderemos o mercado conquistado a duras penas. Temos nos revelado craques em chorar
sobre o leite derramado. Uns, sobre as dívidas; e outros, sobre o mercado perdido.
Exercícios de Português
Texto adaptado de <http://www.hamer.pro.br/?f=artigos/ver_artigo&cod_art=25>. Acesso
em 18/07/007.
Assinale a alternativa INCORRETA quanto ao conteúdo do texto
a) Os pecuaristas não estão preparados economicamente para as atividades de
exportação.
b) Apesar da importância conferida à exportação, os pecuaristas não se interessam pelo
mercado externo.
c) O conjunto da Cadeia de Produção Pecuária parece não se importar com as exigências
impostas pelo mercado internacional.
d) A Cadeia de Produção Pecuária não adota estratégias de coopetição para melhor
competir no mercado.
e) O oportunismo das firmas, nos últimos anos, tem feito a Cadeia de Produção Pecuária
perder rendas.
Questão 89: AOCP - AISIPOA (MAPA)/MAPA/2007
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Agropecuário da pecuária- exportar não tem importância para nós
Eleri Hamer
É lógico que o título não reflete a realidade. Sabemos muito bem a importância
socioeconômica da pecuária e o que o mercado internacional representa para que os
preços ao produtor não despenquem mais ainda. Também é do conhecimento de muitos
que somente o PIB da atividade contribuiu com R$ 65 bilhões em 2006, além da relevância
na balança comercial e, principalmente, do lugar de destaque que a atividade ocupa no
mercado mundial, sobretudo, a partir de 2005. Para completar, sabemos ainda que boa
parte dessa riqueza fica na indústria frigorífica.
Apesar da importância demonstrada, a julgar pela organização dos produtores, do
alinhamento e das estratégias desenvolvidas pelo conjunto da Cadeia de Produção
Pecuária (CPA.), parece que o mercado internacional e as suas exigências não têm a menor
importância.
Exercícios de Português
Algumas posturas talvez justifiquem o fato de ela ser a cadeia que melhor representa a
estratégia oportunista das firmas, em vez de estratégias de coopetição (estratégias de
cooperar para competir). Nota-se que, dentre as principais cadeias que compõem o
agronegócio nacional, foi justamente a que mais perdeu renda nos últimos anos.
O primeiro destaque para essa irrelevância dada ao mercado vem dos pecuaristas e está
na comunicação que circula ao longo da cadeia e parece não ultrapassar o varejo. As
mensagens do consumidor simplesmente não chegam ao produtor. Ou o produtor faz de
conta que não é com ele e continua produzindo ao seu modo.
É de conhecimento de todos que as exigências do mercado mundial estão cada vez
maiores, principalmente em se tratando da segurança do alimento e, por conseguinte, da
garantia da qualidade. Nesse quesito, levanto dois exemplos de ineficiência.
Um é histórico e remonta à década de 70. Faz mais de 30 anos que ouço falar das
campanhas de vacinação contra a aftosa. É uma vergonha nacional. Se depois desse tempo
todo ainda precisamos gastar dinheiro público para convencer um picareta a vacinar o seu
gado, alguma coisa está errada.
Até hoje temos produtores que fazem de conta que vacinam o seu gado. Chegam ao
cúmulo (assim como há 30 anos atrás) de pagarem as vacinas para apresentarem as notas
e não aplicá-las, jogando os frascos no lixo. Para estes, proponho que sejam enquadrados
como crime lesa pátria e, por conseguinte, a cadeia.
Outra discussão a se destacar está na rastreabilidade que vem sendo debatida ou
protelada, como queiram, há quase dez anos. Enquanto outras cadeias se organizam e se
antecipam às demandas do mercado e eles próprios propõem processos de certificação e
de garantia da qualidade dos seus produtos, a pecuária parece que está brincando com o
mercado e sai na contramão.
A falta de organização e de consciência das demandas do mercado dá margem a outro
problema crônico no agronegócio e, principalmente, neste setor: a coordenação da cadeia
nas mãos da indústria, que está cada vez mais concentrada, organizada e também atuando
oportunisticamente, ao dar guarida para as inconseqüências do elo produtor.
Nesse sentido, ganha a cadeia que se organizar e se adaptar melhor e mais rápido a essas
demandas. Não temos consciência da demanda, portanto não nos afligimos com o que
não conhecemos. Se continuarmos a desempenhar esse papel, é quase certo que
Exercícios de Português
perderemos o mercado conquistado a duras penas. Temos nos revelado craques em chorar
sobre o leite derramado. Uns, sobre as dívidas; e outros, sobre o mercado perdido.
Texto adaptado de <http://www.hamer.pro.br/?f=artigos/ver_artigo&cod_art=25>. Acesso
em 18/07/007.
De acordo com o texto, assinale a alternativa CORRETA. As indústrias
a) não protegem os atos inconseqüentes do elo produtor.
b) não se importam com o processo de certificação dos produtos.
c) não têm consciência das demandas do mercado.
d) não se aproveitam dos atos inconseqüentes do elo produtor.
e) não coordenam a Cadeia de Produção Pecuária (CPA.)
Questão 90: AOCP - Ana Fun (CODEM)/CODEM/Advogado/2017
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
O Lado Negro do Facebook
Por Alexandre de Santi
O Facebook é, de longe, a maior rede da história da humanidade. Nunca existiu, antes, um
lugar onde 1,4 bilhão de pessoas se reunissem. Metade de todas as pessoas com acesso à
internet, no mundo, entra no Facebook pelo menos uma vez por mês. Em suma: é o meio
de comunicação mais poderoso do nosso tempo, e tem mais alcance do que qualquer
coisa que já tenha existido. A maior parte das pessoas o adora, não consegue conceber a
vida sem ele. Também pudera: o Facebook é ótimo. Nos aproxima dos nossos amigos,
ajuda a conhecer gente nova e acompanhar o que está acontecendo nos nossos grupos
sociais. Mas essa história também tem um lado ruim. Novos estudos estão mostrando que
o uso frequente do Facebook nos torna mais impulsivos, mais narcisistas, mais desatentos
e menos preocupados com os sentimentos dos outros. E, de quebra, mais infelizes.
No ano passado, pesquisadores das universidades de Michigan e de Leuven (Bélgica.)
recrutaram 82 usuários do Facebook. O estudo mostrou uma relação direta: quanto mais
tempo a pessoa passava na rede social, mais infeliz ficava. Os cientistas não sabem explicar
o porquê, mas uma de suas hipóteses é a chamada inveja subliminar, que surge sem que a
gente perceba conscientemente. Já deve ter acontecido com você. Sabe quando você
Exercícios de Português
está no trabalho, e dois ou três amigos postam fotos de viagem? Você tem a sensação de
que todo mundo está de férias, ou que seus amigos viajam muito mais do que você. E fica
se sentindo um fracassado. “Como as pessoas tendem a mostrar só as coisas boas no
Facebook, achamos que aquilo reflete a totalidade da vida delas”, diz o psiquiatra Daniel
Spritzer, mestre pela UFRGS e coordenador do Grupo de Estudos sobre Adições
Tecnológicas. “A pessoa não vê o quanto aquele amigo trabalhou para conseguir tirar as
férias”, diz Spritzer.
E a vida em rede pode ter um efeito psicológico ainda mais assustador. Durante 30 anos,
pesquisadores da Universidade de Michigan aplicaram testes de personalidade a 14 mil
universitários. O resultado: os jovens da geração atual, que cresceram usando a internet,
têm 40% menos empatia que os jovens de três décadas atrás. A explicação disso, segundo
o estudo, é que na vida online fica fácil ignorar as pessoas quando não queremos ouvir
seus problemas ou críticas – e, com o tempo, esse comportamento indiferente acaba
sendo adotado também na vida offline.
Num meio competitivo, onde precisamos mostrar como estamos felizes o tempo todo, há
pouco incentivo para diminuir o ritmo e prestar atenção em alguém que precisa de ajuda.
Há muito espaço, por outro lado, para o egocentrismo. Em 2012, um estudo da
Universidade de Illinois com 292 voluntários concluiu que, quanto mais amigos no
Facebook uma pessoa tem, e maior a frequência com que ela posta, mais narcisista tende
a ser – e maior a chance de fazer comentários agressivos.
Esse último resultado é bem surpreendente, porque é contraintuitivo. Ora, uma pessoa que
tem muitos amigos supostamente os conquistou adotando comportamentos positivos,
como modéstia e empatia. O estudo mostra que, no Facebook, tende a ser justamente o
contrário.
Adaptado de Superinteressante. Disponível em: http://super.abril.com.br/tecnologia/o-
lado-negro-do-facebook/
Considerando o gênero textual do texto de apoio, o uso das aspas duplas no segundo
parágrafo indica que o produtor
a) desconhece a voz do sujeito que escreveu a informação citada, mas deve relatá-la com
a maior fidelidade e objetividade possível, recurso comum em Notícias.
b) utiliza uma estratégia discursiva para criticar o fato de as pessoas apenas postarem
aspectos positivos de sua vida, de modo a dar ao leitor uma visão múltipla e consistente
dos fatos relatados, característica comum em Artigos de Opinião.
c) expressa ironicamente seu pensamento pessoal em relação às informações, de modo
a persuadir e sensibilizar o leitor, característica comum a Reportagens.
Exercícios de Português
d) organiza as informações, segundo o ponto de vista de um locutor não onisciente,
demarcando não ser responsável pelo discurso citado, recurso comum em Artigos de
Opinião.
e) demarca uma outra voz que não a sua, a qual pode ser reproduzida na íntegra ou em
parte, para produzir um efeito de credibilidade e objetividade, recurso comum em
Reportagens.
Questão 91: AOCP - Aux Sup (CODEM)/CODEM/Assistente Administrativo/2017
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Trem bala - Ana Vilela
Não é sobre ter
Todas as pessoas do mundo pra si
É sobre saber que em algum lugar
Alguém zela por ti
É sobre cantar e poder escutar
Mais do que a própria voz
É sobre dançar na chuva de vida
Que cai sobre nós
É saber se sentir infinito
Num universo tão vasto e bonito
É saber sonhar
E, então, fazer valer a pena cada verso
Daquele poema sobre acreditar
Não é sobre chegar no topo do mundo
E saber que venceu
É sobre escalar e sentir
Que o caminho te fortaleceu
É sobre ser abrigo
Exercícios de Português
E também ter morada em outros corações
E assim ter amigos contigo
Em todas as situações
A gente não pode ter tudo
Qual seria a graça do mundo se fosse
assim?
Por isso, eu prefiro sorrisos
E os presentes que a vida trouxe
Pra perto de mim
Não é sobre tudo que o seu dinheiro
É capaz de comprar
E sim sobre cada momento
Sorriso a se compartilhar
Também não é sobre correr
Contra o tempo pra ter sempre mais
Porque quando menos se espera
A vida já ficou pra trás
Segura teu filho no colo
Sorria e abrace teus pais
Enquanto estão aqui
Que a vida é trem-bala, parceiro
E a gente é só passageiro prestes a partir
Texto extraído e adaptado de: https://www.vagalume.com.br/ana-vilela/trem-
bala.html.17/05/2017.
Em seu texto, intitulado Trem bala, a cantora Ana Vilela aborda qual das seguintes
temáticas?
Exercícios de Português
a) A brevidade da vida e a importância de valorizarmos o tempo, os acontecimentos e as
pessoas.
b) A efemeridade da vida e a necessidade de a vivermos intensamente.
c) A importância de lutarmos para sermos felizes durante nossa vida.
d) A passagem do tempo e a importância da família.
e) A necessidade de sabermos viver, para obtermos nossas conquistas e sonhos.
Questão 92: AOCP - Aux Sup (CODEM)/CODEM/Assistente Administrativo/2017
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Trem bala - Ana Vilela
Não é sobre ter
Todas as pessoas do mundo pra si
É sobre saber que em algum lugar
Alguém zela por ti
É sobre cantar e poder escutar
Mais do que a própria voz
É sobre dançar na chuva de vida
Que cai sobre nós
É saber se sentir infinito
Num universo tão vasto e bonito
É saber sonhar
E, então, fazer valer a pena cada verso
Daquele poema sobre acreditar
Não é sobre chegar no topo do mundo
E saber que venceu
É sobre escalar e sentir
Que o caminho te fortaleceu
Exercícios de Português
É sobre ser abrigo
E também ter morada em outros corações
E assim ter amigos contigo
Em todas as situações
A gente não pode ter tudo
Qual seria a graça do mundo se fosse
assim?
Por isso, eu prefiro sorrisos
E os presentes que a vida trouxe
Pra perto de mim
Não é sobre tudo que o seu dinheiro
É capaz de comprar
E sim sobre cada momento
Sorriso a se compartilhar
Também não é sobre correr
Contra o tempo pra ter sempre mais
Porque quando menos se espera
A vida já ficou pra trás
Segura teu filho no colo
Sorria e abrace teus pais
Enquanto estão aqui
Que a vida é trem-bala, parceiro
E a gente é só passageiro prestes a partir
Texto extraído e adaptado de: https://www.vagalume.com.br/ana-vilela/trem-
bala.html.17/05/2017.
Leia os excertos a seguir:
Exercícios de Português
“É sobre dançar na chuva de vida / Que cai sobre nós”
“Segura teu filho no colo / Sorria e abrace teus pais / enquanto estão aqui”
“Que a vida é trem-bala, parceiro / E a gente é só passageiro prestes a partir”
Tendo em vista tais excertos, é correto afirmar que a autora
a) realiza uma reflexão direcionada a um ouvinte, não se incluindo na narração.
b) realiza uma reflexão sobre a vida, mencionando apenas seu interlocutor.
c) realiza uma reflexão na qual inclui a si mesma e a seu ouvinte na narração, ao mesmo
tempo em que se dirige a um interlocutor, orientando-o.
d) realiza uma reflexão introspectiva, ou seja, não se direciona a ninguém fora da narração.
e) apresenta uma narração, a fim de colocar seus pensamentos em ordem para se orientar
em relação às “coisas da vida”.
Questão 93: AOCP - Aux Sup (CODEM)/CODEM/Assistente Administrativo/2017
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Trem bala - Ana Vilela
Não é sobre ter
Todas as pessoas do mundo pra si
É sobre saber que em algum lugar
Alguém zela por ti
É sobre cantar e poder escutar
Mais do que a própria voz
É sobre dançar na chuva de vida
Que cai sobre nós
É saber se sentir infinito
Num universo tão vasto e bonito
É saber sonhar
Exercícios de Português
E, então, fazer valer a pena cada verso
Daquele poema sobre acreditar
Não é sobre chegar no topo do mundo
E saber que venceu
É sobre escalar e sentir
Que o caminho te fortaleceu
É sobre ser abrigo
E também ter morada em outros corações
E assim ter amigos contigo
Em todas as situações
A gente não pode ter tudo
Qual seria a graça do mundo se fosse
assim?
Por isso, eu prefiro sorrisos
E os presentes que a vida trouxe
Pra perto de mim
Não é sobre tudo que o seu dinheiro
É capaz de comprar
E sim sobre cada momento
Sorriso a se compartilhar
Também não é sobre correr
Contra o tempo pra ter sempre mais
Porque quando menos se espera
A vida já ficou pra trás
Segura teu filho no colo
Sorria e abrace teus pais
Exercícios de Português
Enquanto estão aqui
Que a vida é trem-bala, parceiro
E a gente é só passageiro prestes a partir
Texto extraído e adaptado de: https://www.vagalume.com.br/ana-vilela/trem-
bala.html.17/05/2017.
Observe o seguinte excerto:
“Não é sobre chegar no topo do mundo
E saber que venceu
É sobre escalar e sentir
Que o caminho te fortaleceu
É sobre ser abrigo
E também ter morada em outros corações
E assim ter amigos contigo
Em todas as situações”
Com base na composição desse excerto, é possível afirmar que a autora apresenta uma
discussão em que ela nega uma ação e, em seguida, apresenta a ação que considera como
válida, encerrando o parágrafo por meio da apresentação de uma conclusão para essas
ações. Pistas disso são, sequencialmente:
a) a negação “não é sobre” seguida da afirmação “é sobre” e da conclusão “ter morada”.
b) a negação “não é sobre” precedida da afirmação “é sobre” e a conclusão “ter amigos
em todas as situações”.
c) a afirmação “é sobre” precedida pela negação “não é sobre” e a conclusão “ter amigos
em todas as situações”.
d) a afirmação “é sobre” seguida pela negação “não é sobre” e a conclusão “ter moradas”.
e) a afirmação “é sobre” seguida pela negação “não é sobre” e a conclusão “ter muitos
amigos.
Questão 94: AOCP - AnaLM (CM Salvador)/CM Salvador/Taquigrafia/2011
Exercícios de Português
Assunto: Paralelismo
A questão baseia no texto apresentado abaixo.
Composto da mostarda pode ajudar no combate ao câncer de bexiga
Substância também está presente na raiz-forte comum e na japonesa.
O efeito foi descrito por cientistas na publicação 'Carcinogenesis'.
Plantas como a mostarda, a raiz-forte comum e a versão japonesa - que dá origem ao
tempero wasabi, típico na culinária oriental - podem ter propriedades anticâncer, segundo
um estudo publicado na publicação científica "Carcinogenesis", da Universidade de
Oxford, na Grã-Bretanha.
Os autores, ligados a institutos de pesquisa sobre o câncer nos Estados Unidos, sugerem
que uma substância presente nesses vegetais, conhecida como isotiocianato de alila -
composto responsável pelo sabor forte desses vegetais -, pode ajudar no combate ao
câncer de bexiga. Durante o estudo, feito em ratos, os cientistas notaram que o avanço da
doença foi interrompido em 30% dos casos e a contaminação de outros órgãos por células
cancerígenas (metástase) foi completamente impedida em todas as cobaias.
Plantas normalmente utilizam o isotiocianato de alila como uma arma para combater
ameaças como insetos herbívoros. Na pesquisa, os ratos foram alimentados com pó de
semente de mostarda. O tratamento durou três semanas. Os roedores com a dieta especial
foram comparados com um grupo controle - que não recebeu nenhuma comida especial
para combater o câncer.
Apesar do trabalho não ser conclusivo sobre a aplicação direta dos benefícios da
mostarda em humanos, os pesquisadores acreditam que outras pesquisas podem surgir
para provar o benefício dos vegetais no combate ao câncer.
O isoticianato também aparece em outros vegetais do grupo conhecido como crucífero,
dos quais os principais representantes são a couve-flor, o repolho, a couve e o brócolis.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer norte-americano, esta família de plantas possui
propriedades capazes de reduzir o risco de câncer de cólon.
Já o câncer de bexiga pode gerar a contaminação de outros órgãos em até 30% dos casos
em humanos. Após as células cancerígenas se espalharem, o paciente normalmente
precisa de um tratamento agressivo e, em alguns casos, remover a bexiga, com chances
pequenas de sobrevivência.
http://g1.globo.com/ciencia-e-saude
“Após as células cancerígenas se espalharem, o paciente normalmente precisa de um
tratamento agressivo e, em alguns casos, remover a bexiga, com chances pequenas de
sobrevivência.”
Exercícios de Português
O fragmento acima apresenta um problema de paralelismo sintático. Assinale a alternativa
que apresenta a reescrita correta desse fragmento sem esse problema de paralelismo.
a) À medida que as células cancerígenas se espalharem, o paciente normalmente
precisará de um tratamento agressivo e, em alguns casos, de remoção da bexiga, com
chances pequenas de sobrevivência.
b) Após as células cancerígenas se espalharam, o paciente normalmente precisará de um
tratamento agressivo e, em alguns casos, de remover a bexiga, com chances pequenas de
sobrevivência.
c) Após as células cancerígenas se espalharem, o paciente normalmente precisa de um
tratamento agressivo e, em alguns casos, da remoção da bexiga, com chances pequenas
de sobrevivência.
d) Porque as células cancerígenas se espalham, o paciente normalmente precisa de um
tratamento agressivo e, em alguns casos, remover a bexiga, com chances pequenas de
sobrevivência.
e) À medida que as células cancerígenas se espalham, o paciente normalmente precisa
de um tratamento agressivo e, em alguns casos, remover a bexiga, com chances pequenas
de sobrevivência.
Questão 95: AOCP - Aud (TCE-PA)/TCE-PA/2012
Assunto: Reescrita de Frases. Substituição de palavras ou trechos de texto.
Bad boy com toque patético
O afã de afrontar conveniências parece condição
necessária para que Lars von Trier consiga se
expressar
Eduardo Escorel
Usar o prelúdio da abertura de Tristão e Isolda, de Wagner, como trilha musical é prova da
audácia de Lars von Trier, roteirista e diretor de Melancolia. Recorrendo a tamanho lugar-
comum para dar tom solene e impressão de grandiosidade ao filme, Trier corre o alto risco
de ultrapassar o limite que separa ambição legítima de artifício pretensioso.
Trier consegue, porém, escapar pela tangente dessa armadilha que preparou para si
mesmo, e evita a gratuidade formal, apesar de, além de recorrer a Wagner, dedicar os dez
Exercícios de Português
minutos iniciais de Melancolia a imagens alegóricas de instantes descontextualizados,
reproduzidas em câmera lentíssima. Em retrospecto, o sentido dos planos da abertura fica
claro, constituindo figura de linguagem conhecida – antecipação estilizada do desfecho
da narrativa para criar expectativa pelo que virá.
Depois de dois anos de trabalho, horrorizado com o resultado, Trier declarou estar pronto
para rejeitar Melancolia “como um órgão mal transplantado” por ter “chantili em cima de
chantili” e ser “um filme de mulher!”. Ele quisera “mergulhar de cabeça no abismo do
romantismo alemão. Wagner ao quadrado”. Isso estava claro para ele, mas ainda assim se
perguntava: “Essa não será apenas outra maneira de expressar derrota? Derrota para um
dos denominadores comuns mais baixos do cinema? O romantismo é maltratado de tudo
quanto é forma no insuportavelmente entediante cinema industrial.” Tinha esperança,
contudo, que “em meio a todo o creme houvesse uma lasca de osso que pudesse afinal
quebrar um dente frágil”.
A primeira reação de Trier a Melancolia denota senso crítico incomum e pode tê-lo ajudado
a fazer um filme mais a seu gosto – ácido, pessimista e opressor –, evitando um estilo
meloso e ornamental. Mesmo frustrado, por não ter sido capaz de incluir um pouco da
feiura que tanto aprecia em meio às belíssimas imagens, Trier não deixa de provocar
inquietação no espectador. Nem o uso de câmera instável, estilo já banalizado pela
linguagem corrente, nem o elenco de estrelas internacionais apagam sua marca autoral,
fácil de reconhecer desde O Elemento do Crime, seu primeiro filme, realizado em 1984 –
qualquer que seja o enredo, os personagens devem percorrer sua via dolorosa.
Inconformado com a própria maturidade, há algo de patético na resistência de Trier em
deixar de ser, aos 55 anos, um bad boy. Nostálgico das transgressões da juventude, parece
ter orgulho da coleção de notas zero em comportamento recebidas ao longo da sua
premiada carreira. Propenso a ser sempre do contra e a causar sofrimento, foi irresponsável
na entrevista coletiva do último Festival de Cannes. Sem medir as palavras, declarou em
tom irônico entender e simpatizar com Hitler, que “fez algumas coisas erradas, sim, com
certeza. […] Eu sou, é claro, muito a favor dos judeus, não, não muito porque Israel não
presta”. Arrematou dizendo, depois de um suspiro: “O.k., eu sou um nazista.”
Declarado persona non grata pela direção do evento, no qual Melancolia foi exibido na
mostra oficial, é possível que Trier tenha recebido a notícia como um prêmio por sua
leviandade. O paradoxo é que seu compromisso de afrontar conveniências, traço que
imprime a seus personagens, parece condição necessária para que consiga se expressar.
Revista Piauí, Edição 59, 2011.
Exercícios de Português
“Declarado persona non grata pela direção do evento, no qual Melancolia foi exibido na
mostra oficial...”
Uma reescrita do fragmento acima que atende à norma padrão da língua portuguesa é
a) Declarado persona non grata pela direção do evento, de cuja mostra oficial foi exibido
Melancolia...
b) Declarado persona non grata pela direção do evento, de que na mostra oficial
Melancolia foi exibido...
c) Declarado persona non grata pela direção do evento, cuja mostra oficial foi exibido
Melancolia...
d) Declarado persona non grata pela direção do evento, da qual mostra oficial Melancolia
foi exibido...
e) Declarado persona non grata pela direção do evento, em cuja mostra oficial Melancolia
foi exibido...
Questão 96: AOCP - Aud CE (TCE-PA)/TCE-PA/Fiscalização/Direito/2012
Assunto: Clareza e Correção
Pobres bancos
Vladimir Safatle
1.° Quando o governo resolveu, enfim, denunciar a “lógica perversa” que guia o sistema
financeiro brasileiro, era de esperar que os consultores e economistas regiamente
recompensados pelos bancos aparecessem para contemporizar. Como em uma peça de
teatro na qual as máscaras acabam por cair, foi isto o que ocorreu.
2.° Há algo de cômico em ver adeptos do livre mercado e da concorrência procurando
argumentos para defender uma banca de oligopólio especializada em espoliar os
brasileiros com “spreads” capazes de deixar qualquer banco mundial corado de vergonha.
3.° Se os bancos brasileiros estão entre os que mais lucram no Universo, é porque nunca
precisaram, de fato, viver em um sistema no qual o poder estatal impediria a extorsão
institucionalizada à qual ainda estamos submetidos.
Exercícios de Português
4.° No mundo inteiro, o sistema bancário faz jus à frase do dramaturgo Bertolt Brecht: “O
que é roubar um banco se você imaginar o que significa fundar um banco?”
5.° Nos últimos anos, vimos associações bancárias com comportamentos dignos da máfia,
pois são especializadas em maquiar dados e balanços, criar fraudes, ajudar a evasão fiscal,
operar em alto risco e passar a conta para a frente, além de corromper entes públicos.
6.° Mas a maior astúcia do vício é travestir-se de virtude. Assim, o sistema financeiro criou
a palavra “austeridade” a fim de designar o processo de assalto dos recursos públicos para
pagamento de rombos bancários e “stock-options” de executivos criminosos, com a
consequente descapitalização dos países mais frágeis.
7.° Se não tivemos algo da mesma intensidade no Brasil, vemos agora um processo
semelhante do ponto de vista retórico. Assim, os “spreads” bancários seriam o resultado
indigesto do risco alto de inadimplência, já que a população brasileira teria o hábito pouco
salutar de não pagar suas dívidas e se deixar endividar além da conta.
8.° Neste sentido, os lucros bancários seriam (vejam só vocês) o remédio amargo, porém
necessário, até que a população brasileira aprenda a viver com o que tem e assuma gastos
de maneira responsável. O mais impressionante é encontrar pessoas que se acham capazes
de nos fazer acreditar nessa piada de mau gosto.
9.° A verdade é que quanto menos poder e margem de manobra o sistema financeiro tiver,
melhor é a sociedade. Há sempre aqueles “consultores” que dirão: “É fácil falar mal dos
bancos”, apresentando o espantalho do populismo. A estas pessoas devemos dizer: “Sim,
é fácil. Ainda mais quando não se está na folha de pagamento de um”. Já sobre o “risco”
do populismo, pobres são aqueles para os quais a defesa dos interesses econômicos da
população sempre é sinal de irracionalidade.
Folha de S.Paulo, 08 de maio de 2012.
A partir da livre reescrita dos fragmentos abaixo, assinale a alternativa que apresenta a
correta e clara redação.
a) Os brasileiros ainda estão subjugados a extorsão praticada pelas instituições
financeiras.
b) A defesa dos interesses econômicos da população é sinal de irracionalidade pelos
pobres.
Exercícios de Português
c) Apesar do brasileiro não ter máfia nos bancos, há semelhança do ponto de vista
retórico.
d) A população brasileira assume dívidas bancárias com as quais não sabe lidar muito bem.
e) O livre mercado cujos adeptos são admiradores defendem a atitude adotada pelos
bancos.
Questão 97: AOCP - TJ TRE AC/TRE AC/Administrativa/2015
Assunto: Análise das estruturas linguísticas do texto
Analise o texto a seguir e responda a questão.
Assinale a alternativa INCORRETA quanto ao que se afirma a seguir.
a) No primeiro quadrinho, o termo mãe funciona como um vocativo.
b) No segundo quadrinho, a expressão onde se encontra o verbo "lembrar” poderia se
apresentar da seguinte forma: “nem me lembrei dos números...”
c) No terceiro quadrinho, a locução verbal “acabei votando” indica uma ação acabada,
apesar de apresentar o gerúndio “votando” , que expressa uma ação em curso.
d) No terceiro quadrinho, a colocação pronominal em “não me enche” está adequada,
pois o advérbio “não” atrai o pronome,
e) Nos três quadrinhos, o termo “ lá” remete ao mesmo lugar.
Questão 98: AOCP - Ana Proj (BRDE)/BRDE/Agronomia/2012
Exercícios de Português
Assunto: Análise das estruturas linguísticas do texto
Condenados à tradição
O que fizeram com a poesia brasileira
Iumna Maria Simon
Por um desses quiproquós da vida cultural, a tradicionalização, ou a referência à tradição,
tornou-se um tema dos mais presentes na poesia contemporânea brasileira, quer dizer, a
que vem sendo escrita desde meados dos anos 80.
Pode parecer um paradoxo que a poesia desse período, a mesma que tem continuidade
com ciclos anteriores de vanguardismo, sobretudo a poesia concreta, e se seguiu a
manifestações antiformalistas de irreverência e espontaneísmo, como a poesia marginal,
tenha passado a fazer um uso relutantemente crítico, ou acrítico, da tradição. Nesse
momento de esgotamento do moderno e superação das vanguardas, instaura-se o
consenso de que é possível recolher as forças em decomposição da modernidade numa
espécie de apoteose pluralista. É uma noção conciliatória de tradição que, em lugar da
invenção de formas e das intervenções radicais, valoriza a convencionalização a ponto de
até incentivar a prática, mesmo que metalinguística, de formas fixas e exercícios regrados.
Ainda assim, não se trata de um tradicionalismo conservador ou “passadista”, para lembrar
uma expressão do modernismo dos anos 20. O que se busca na tradição não é nem o
passado como experiência, nem a superação crítica do seu legado. Afinal, não somos mais
como T. S. Eliot, que acreditava no efeito do passado sobre o presente e, por prazer de
inventar, queria mudar o passado a partir da atualidade viva do sentimento moderno. Na
sua conhecidíssima definição da tarefa do poeta moderno, formulada no ensaio “Tradição
e talento individual”, tradição não é herança. Ao contrário, é a conquista de um trabalho
persistente e coletivo de autoconhecimento, capaz de discernir a presença do passado na
ordem do presente, o que, segundo Eliot, define a autoconsciência do que é
contemporâneo.
Nessa visada, o passado é continuamente refeito pelo novo, recriado pela contribuição do
poeta moderno consciente de seus processos artísticos e de seu lugar no tempo. Tal
percepção de que passado e presente são simultâneos e inter-relacionados não ocorre na
ideia inespecífica de tradição que tratarei aqui. O passado, para o poeta contemporâneo,
não é uma projeção de nossas expectativas, ou aquilo que reconfigura o presente. Ficou
reduzido, simplesmente, à condição de materiais disponíveis, a um conjunto de técnicas,
procedimentos, temas, ângulos, mitologias, que podem ser repetidos, copiados e
desdobrados, num presente indefinido, para durar enquanto der, se der.
Exercícios de Português
Na cena contemporânea, a tradição já não é o que permite ao passado vigorar e
permanecer ativo, confrontando-se com o presente e dando uma forma conflitante e
sempre inacabada ao que somos. Não implica, tampouco, autoconsciência crítica ou
consciência histórica, nem a necessidade de identificar se existe uma tendência dominante
ou, o que seria incontornável para uma sociedade como a brasileira, se as circunstâncias
da periferia pós-colonial alteram as práticas literárias, e como.
Não estou afirmando que os poetas atuais são tradicionalistas, ou que se voltaram todos
para o passado, pois não há no retorno deles à tradição traço de classicismo ou revivalismo.
Eles recombinam formas, amparados por modelos anteriores, principalmente os
modernos. A tradição se tornou um arquivo atemporal, ao qual recorre a produção poética
para continuar proliferando em estado de indiferença em relação à atualidade e ao que
fervilha dentro dela.
Até onde vejo, as formas poéticas deixaram de ser valores que cobram adesão à
experiência histórica e ao significado que carregam. Os velhos conservadorismos culturais
apodreceram para dar lugar, quem sabe, a configurações novas e ainda não identificáveis.
Mesmo que não exista mais o “antigo”, o esgotado, o entulho conservador, que
sustentavam o tradicionalismo, tradição é o que se cultua por todos os lados.
Na literatura brasileira, que sempre sofreu de extrema carência de renovação e variados
complexos de inferioridade e provincianismo, em decorrência da vida longa e recessiva,
maior do que se esperaria, de modas, escolas e antiqualhas de todo tipo, essa
retradicionalização desculpabilizada e complacente tem inegável charme liberador.
Revista Piauí, edição 61, 2011.
Assinale a alternativa correta quanto ao que se afirma abaixo.
a) Em “A tradição se tornou um arquivo atemporal ao qual recorre a produção poética (6º
parágrafo)”, o pronome relativo funciona como objeto direto.
b) Em “as circunstâncias da periferia pós-colonial alteram as práticas literárias, e como.”
(5.º parágrafo), a vírgula pode ser retirada sem prejuízo ao texto.
c) Em “A tradição se tornou um arquivo atemporal” (6.º parágrafo), o pronome também
pode ser colocado após a forma verbal, visto que se trata de verbo com sujeito explícito.
d) Em “é possível recolher as forças em decomposição da modernidade” (2.º parágrafo),
a oração destacada é subordinada substantiva subjetiva.
Exercícios de Português
e) Em “ideia inespecífica de tradição que tratarei aqui” (4.º parágrafo) e em “aquilo que
reconfigura o presente” (4.º parágrafo), os pronomes relativos destacados têm a mesma
função sintática.
Questão 99: AOCP - Ass Adm (BRDE)/BRDE/2012
Assunto: Análise das estruturas linguísticas do texto
Os quadrinhos podem destruir a literatura
Luís Antônio Giron
Observo um fato cada vez mais frequente: o desprezo dos jovens por certas obras literárias,
sobretudo as adotadas nas escolas e exigidas no vestibular. Os estudantes já não têm
paciência para lidar com Iracema, de José de Alencar, Dom Casmurro, de Machado de
Assis, O Ateneu, de Raul Pompeia, e nem mesmo conseguem tirar proveito das
humorísticas Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida. Eles
tratam os títulos que acabei de citar com uma falta absoluta de respeito – pior, uma falta
de noção de respeito. Não entendem a grandeza desses e outros grandes romances do
passado. Os professores, por seu turno, não parecem fazer questão de transmitir um
entusiasmo literário que eles próprios não possuem. Os professores jogaram a toalha. Aí
tudo se torna rotineiro e entediante como uma lição de casa que não pode ser executada.
Quanto mais são obrigados a ler, mais os jovens repudiam os livros. Eles já não veem
sentido no ato da leitura, até porque são encorajados pelos mais velhos a se valer da
internet, dos videogames e da televisão, em detrimento dos meios tradicionais.
Muitos pensam que ser moderno significa não precisar mais ler. Daí o apelo dos tablets:
essas tabuletas altamente tecnológicas são os novos aparelhos de televisão, receptores
ideais para analfabetos ou cidadãos pós-alfabetizados. Gente que não precisa mais
enfrentar um texto com começo, desenvolvimento e conclusão, que adora a
fragmentação. Os mesmos que exaltam os tablets acham que o ensino tradicional não
consegue mais acompanhar a evolução tecnológica. Então, o que pôr no lugar da tradição?
Claro, como não pensamos nisto antes? Se os estudantes querem diversão, vamos dar-
lhes histórias em quadrinhos – de preferência, em monitores de LED, via tablets.
Mas a transposição pura e simples não é o problema. As formas e conteúdos podem migrar
à vontade, eternamente. A questão é outra: os quadrinhos andam tão salientes que
avançam pelo campo literário com avidez dos bárbaros e autoconfiança dos consagrados.
As adaptações em HQ de obras literárias e teatrais têm surgido a cada minuto, para
supostamente acrescentar algo aos textos originais. Elas vêm abençoadas pela crítica e
aprovadas pelo olhar indulgente dos adultos que desacreditam de tudo, notadamente da
Exercícios de Português
capacidade de ler das novas gerações. E os jovens correspondem à expectativa,
consumindo quadrinhos literários para evitar dar conta de livros que não têm paciência
para ler. Como resultado, essas adaptações têm feito um desserviço à literatura – e à
cultura como um todo. São, em geral, transposições de má qualidade, criadas por editores
oportunistas, sequiosos de aproveitar a falta de vontade de ler da mocidade. Sob o
pretexto de facilitar a leitura, esse tipo de adaptação destrói a vontade de ler. Traz um
atalho enganoso. Isso porque, em vez de encurtar o caminho, o atalho elimina uma etapa
importante da formação do jovem: a da compreensão, análise e, por consequência, do
domínio de textos complexos. Ora, para mim isso configura um crime.
Não vou me deter em exemplos de adaptações infelizes, que são inúmeros. Já me deparei
com muitas adaptações, em quadrinhos ou não, porque minhas duas filhas estão se
preparando para o vestibular e precisam ler o maior número de obras consagradas no
menor tempo possível. Percebi que, nas provas do ensino médio, elas recorriam aos
famigerados resumos de obras na internet, copiando nomes e ações sem sentido e sem
contextualização. Para obter alguma interpretação das obras, elas recorriam às histórias
em quadrinhos, aliás recomendadas pelo colégio. Elas leram assim Os Lusíadas, de
Camões, Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, e atéMemórias Póstumas de Brás
Cubas, de Machado de Assis. Não preciso dizer que se tratava de transposições forçadas,
mal realizadas e desprezíveis – cheias de erros de português e, pior, erros de interpretação
das obras originais. Uma versão de Memórias de um sargento de milícias, por exemplo,
traz um vocabulário pobre no final das páginas, sem nenhuma explicação sobre o emprego
de determinados termos. As ilustrações são feias e caricatas, limitando-se a servir aos
balões e descrições extraídas diretamente do livro. Bom, diante de tanta bandalheira,
decidi banir de casa essas HQs. Até entendo algumas adaptações facilitadoras de livros
universais, como a que Clarice Lispector fez de Dom Quixote, ou Fernando Sabino de
Silvia, de Gerard de Nerval. Esses livrinhos servem como rito de passagem para
dificuldades maiores a serem vencidas num estágio posterior. Adaptações literárias em
geral geram uma perda de informação. Obviamente, a melhor lei não é a do menor esforço,
e esses livros servem como incentivo a futuras viagens de leitura. O que não perdoo são
adaptações ruins e quadrinhos malfeitos, que só envergonham o gênero.
Convém não confundir certos quadrinhos oportunistas com a grande arte estabelecida por
Will Eisner, Crumb, Frank Miller, Alan Moore e Joe Sacco, entre outros. As HQs nasceram
na imprensa e jamais negaram sua vocação popular. Aos poucos, foram experimentando
uma ascensão intelectual e artística, graças aos artistas que fizeram delas o seu meio de
expressão. Repare que esses grandes artistas dificilmente se submetem a adaptações feitas
diretamente de uma obra.
Sou um admirador dos quadrinistas. Os gibis e romances gráficos estimulam minha
imaginação, algo que nenhum livro seria capaz de proporcionar. Algumas das melhores
ideias do cinema vêm hoje dos quadrinhos. O Brasil experimenta uma fase de produção de
alto valor nessa área. Não há como negar a influência dos quadrinhos na cultura atual. O
Exercícios de Português
problema é o uso que se faz deles. A culpa não é da HQ, mas da qualidade das adaptações.
É de quem aceita o recurso fácil de ler tudo depressa. Infelizmente, os quadrinhos são
inocentes úteis, pois viraram instrumentos eficientes para a desmoralização da literatura.
Disponível em <http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,EMI244437-
15230,00.html>. Acesso em 09 nov 2011.
Assinale a alternativa correta sobre o que se afirma a seguir.
a) Em “Isso porque, em vez de encurtar o caminho, o atalho elimina uma etapa
importante”, a expressão em vez de pode ser substituída, sem prejuízo para o texto, pela
expressão ao invés de.
b) Em “Aí tudo se torna rotineiro e entediante como uma lição de casa que não pode ser
executada.”, uma vírgula após a expressão casa não compromete a correção gramatical.
c) Em “criadas por editores oportunistas, sequiosos de aproveitar a falta de vontade de ler
da mocidade.”, a expressão sequiosos pode ser substituída por enfileirados.
d) Em “Quanto mais são obrigados a ler, mais os jovens repudiam os livros.”, quer-se dizer
que o repúdio dos jovens pelos livros aumenta com a obrigação de lê-los.
e) Em “esses livros servem como incentivo a futuras viagens de leitura”, a substituição de
a por às não compromete o sentido original do texto e a sua correção gramatical.
Questão 100: AOCP - AnaLM (CM Salvador)/CM Salvador/Taquigrafia/2011
Assunto: Análise das estruturas linguísticas do texto
A questão baseia no texto apresentado abaixo.
Composto da mostarda pode ajudar no combate ao câncer de bexiga
Substância também está presente na raiz-forte comum e na japonesa.
O efeito foi descrito por cientistas na publicação 'Carcinogenesis'.
Plantas como a mostarda, a raiz-forte comum e a versão japonesa - que dá origem ao
tempero wasabi, típico na culinária oriental - podem ter propriedades anticâncer, segundo
um estudo publicado na publicação científica "Carcinogenesis", da Universidade de
Oxford, na Grã-Bretanha.
Os autores, ligados a institutos de pesquisa sobre o câncer nos Estados Unidos, sugerem
que uma substância presente nesses vegetais, conhecida como isotiocianato de alila -
Exercícios de Português
composto responsável pelo sabor forte desses vegetais -, pode ajudar no combate ao
câncer de bexiga. Durante o estudo, feito em ratos, os cientistas notaram que o avanço da
doença foi interrompido em 30% dos casos e a contaminação de outros órgãos por células
cancerígenas (metástase) foi completamente impedida em todas as cobaias.
Plantas normalmente utilizam o isotiocianato de alila como uma arma para combater
ameaças como insetos herbívoros. Na pesquisa, os ratos foram alimentados com pó de
semente de mostarda. O tratamento durou três semanas. Os roedores com a dieta especial
foram comparados com um grupo controle - que não recebeu nenhuma comida especial
para combater o câncer.
Apesar do trabalho não ser conclusivo sobre a aplicação direta dos benefícios da
mostarda em humanos, os pesquisadores acreditam que outras pesquisas podem surgir
para provar o benefício dos vegetais no combate ao câncer.
O isoticianato também aparece em outros vegetais do grupo conhecido como crucífero,
dos quais os principais representantes são a couve-flor, o repolho, a couve e o brócolis.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer norte-americano, esta família de plantas possui
propriedades capazes de reduzir o risco de câncer de cólon.
Já o câncer de bexiga pode gerar a contaminação de outros órgãos em até 30% dos casos
em humanos. Após as células cancerígenas se espalharem, o paciente normalmente
precisa de um tratamento agressivo e, em alguns casos, remover a bexiga, com chances
pequenas de sobrevivência.
http://g1.globo.com/ciencia-e-saude
“O isoticianato também aparece em outros vegetais do grupo conhecido como
crucífero...”
A expressão crucífero está relacionada a
a) esfera.
b) pirâmide.
c) quadrado.
d) cruz.
e) cilindro.
Exercícios de Português
Gabarito
1) D 2) C 3) D 4) C 5) E 6) B 7) E 8) B 9) A 10) B 11) D 12) A 13) C 14) C 15) D 16) E 17) A 18) D
19) A 20) A 21) C 22) B 23) A 24) E 25) B 26) E 27) D 28) C 29) D 30) D 31) C 32) B 33) E 34) D
35) A 36) D 37) B 38) E 39) D 40) C 41) E 42) C 43) A 44) E 45) B 46) B 47) E 48) D 49) D 50) E
51) C 52) B 53) C 54) B 55) B 56) D 57) E 58) A 59) A 60) B 61) B 62) D 63) A 64) E 65) A 66) C
67) E 68) A 69) E 70) B 71) E 72) C 73) D 74) D 75) E 76) B 77) E78) B 79) B 80) B 81) C 82) B
83) B 84) B 85) D 86) E 87) C 88) A 89) B 90) E 91) A 92) C 93) C 94) C 95) E 96) D 97) E 98) C
99) D 100) D