falando de ancel e haushofer

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Tratado de Westfalia marco inicial na constituição de um sistema moderno de fronteiras na Europa Ocidental Por moderno = tipo muito particular de centralização do poder politico cuja base social é representada pela nação. Assim problemática das fronteiras confunde-se com a questão de nacionalidades. Estado nacional responsável pelo estabelecimento de limites rígidos e precisos, tanto quanto possíveis, entre as sociedades “nacionais”. Há, porém, um aspecto técnico, que não pode de modo algum ser negligenciado Com os mapas as fronteiras passavam a ser não apenas representadas, mas também projetadas, possibilitando a introdução e traçados precisos entre soberanias. Surge a fronteira Linear como concepção geográfica moderna. Linha de Tordesilhas primeira tentativa de estabelecimento de fronteira linear, por mais que não se “respeite”, uma vez fronteiras estabelecidas custam a desaparecer. Brasil não tem saída pro pacifico e hispânicos tem pouca influencia no Atlantico. Sebastien Munster fronteiras segundo critério de diferença linguística. Montanha e rios que no passado eram barreiras agora já não eram. Reforma Protestante: as guerras religiosas devastam a Europa durante século XVI. Vai além das fronteiras linguísticas e naturais. Contribuem para a emergência das nacionalidades. Faixas observadas por Perry Anderson no inicio da Idade Média se mantem: Norte (Paises Baixos e Escandinávia) predomínio presbiteriano, sul (península Iberica e Italia) romanizado vitória católica, centro (França) situação intermediaria. Guerras de sucessão devido as vacância dos tronos, casamento de casais reais, intervenção de um Estado no outro a cada sucessão. Não aceitação por parte dos boêmios da imposição de um governador católico, deflagrando a guerra dos 30 anos. Durante guerra dos 30 anos: Cardeal Richelieu politica exterior inusitada para a época, despreza aspecto religioso, alia-se a

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Apontamento sobre o pensamento de Ancel e Haushofer

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Page 1: Falando de Ancel e Haushofer

Tratado de Westfalia marco inicial na constituição de um sistema moderno de fronteiras na Europa Ocidental

Por moderno = tipo muito particular de centralização do poder politico cuja base social é representada pela nação. Assim problemática das fronteiras confunde-se com a questão de nacionalidades.

Estado nacional responsável pelo estabelecimento de limites rígidos e precisos, tanto quanto possíveis, entre as sociedades “nacionais”. Há, porém, um aspecto técnico, que não pode de modo algum ser negligenciado

Com os mapas as fronteiras passavam a ser não apenas representadas, mas também projetadas, possibilitando a introdução e traçados precisos entre soberanias. Surge a fronteira Linear como concepção geográfica moderna.

Linha de Tordesilhas primeira tentativa de estabelecimento de fronteira linear, por mais que não se “respeite”, uma vez fronteiras estabelecidas custam a desaparecer. Brasil não tem saída pro pacifico e hispânicos tem pouca influencia no Atlantico.

Sebastien Munster fronteiras segundo critério de diferença linguística. Montanha e rios que no passado eram barreiras agora já não eram.

Reforma Protestante: as guerras religiosas devastam a Europa durante século XVI. Vai além das fronteiras linguísticas e naturais. Contribuem para a emergência das nacionalidades.

Faixas observadas por Perry Anderson no inicio da Idade Média se mantem: Norte (Paises Baixos e Escandinávia) predomínio presbiteriano, sul (península Iberica e Italia) romanizado vitória católica, centro (França) situação intermediaria.

Guerras de sucessão devido as vacância dos tronos, casamento de casais reais, intervenção de um Estado no outro a cada sucessão. Não aceitação por parte dos boêmios da imposição de um governador católico, deflagrando a guerra dos 30 anos.

Durante guerra dos 30 anos: Cardeal Richelieu politica exterior inusitada para a época, despreza aspecto religioso, alia-se a príncipes protestantes, católicos e protestantes do mesmo lado. França introduz conceito de “equilíbrio europeu”. França unificada. Inaugurava assim calculo geopolítico nacional nas relações exteriores.

Assim fronteira marca limite territorial onde o Estado-nação exerce a sua soberania. Em consequência algumas “doutrinas sobre a fronteira” passaram a disputar, por sua vez, a hegemonia dentro do aparelho de Estado.

Aspectos teóricos

Pós unificação: Administração real trata de conhecer de conhecer com precisão os limites do território. Encontra Sebastien Le Preste conhecido por Vauban

Page 2: Falando de Ancel e Haushofer

Sebastien Le Preste(Vauban): Seu plano de estruturar fronteiras se baseou em estudos profundos de topografia, geologia, sistema de comunicação, além de ocupar-se das fronteiras marítimas e do comercio exterior. Condena noção de fronteiras naturais, barreira tanto para nós quanto para os inimigos, que podem ser ultrapassadas cedo ou tarde. Assim, doutrina voltada a subordinação da fronteira à linha de defesa persistira até a Primeira Guerra Mundial. Na PGM estratégia guerra de fronteiras colocada em xeque devido a sangria provocada. Na segunda guerra mundial cai a Linha de Maginot (Linha de defesa da fronteira francesa com a Alemanha)

Contradição:

Franceses teoricamente nunca chegaram a eleger as fronteiras naturais como doutrinas de Estado, na pratica elas foram insistentemente perseguidas

X

Alemães defendem fronteiras naturais no discurso mas, em compensação, não as respeita na prática.

=

Assim tudo parece indicar que, enquanto os alemães de certo modo “invejavam” a condição da França possuir evidentes “fronteiras naturais”, os franceses menosprezavam as mesmas, argumentando sobre seu caráter mais ilusório do que real.

Fronteiras são construções humanas, são os grupos humanos que atribuem a esse ou aquele acidente geográfico a condição de divisão entre um espaço conquistado e outro não. Nem o mar constitui um obstáculo a unificação (Indonésia).

Jacques Ancel: natureza só cria fronteira quando ordena um “alto” homem.

Franceses prevalece teoria da “fronteira espiritual” que foi lentamente se constituindo num valor cultural mais significativo do que a “fronteira natural”

Alemães as fronteiras naturais eram fundamentais e sua ausência uma das causas principais da fragmentação politica e do atraso histórico germânico frente às outras potencias.

Potência em Potência, apresenta uma poderosa indústria mas não possui colônias, orientará os alemães na direção de um nacionalismo belicista, devido as fronteiras apertadas sendo obstáculo ao desenvolvimento nacional.

Falta de fronteiras naturais físicas, levam os alemães a enxergar na lingua uma fronteira natural humana, assegurando assim o fermento ideológico da unificação e expansionismo germânicos.

Ancel x Haushofer

Page 3: Falando de Ancel e Haushofer

Ratzel: forma-se mais rápido um povo que possui limites. Fronteiras naturais seriam mais importantes para os povos menos desenvolvidos, assim quanto mais a natureza favorecesse a constituição do limite, mais rápido esse povo se formaria, explicando o relativo atraso histórico da Alemanha.

Passagem do século indústria alemã supera inglesa, mudança ideológica, fronteiras apertadas passa a ser encarado como vantagem. Posição central da Alemanha como que a predestinaria a liderar o continente.

Haushofer: lebensraum (espaço vital) de dimensões mundiais para a Alemanha. Radicaliza algumas formulações de Ratzel

Estado organismo vivo e as fronteiras ou limites são parte integrante e inseparável desse organismo elas estão sujeitas portanto a alterações permanentes. Ratzel: “A fronteira aparentemente rígida não é mais do que a detenção temporária de um movimento”

Não pode haver limites fixos para a necessidade de expansão do Estado, todo lado que se olha encontraremos a fronteira como campo de batalha.

Ao invés de falar limites, considera mais apropriado utilizar a noção de região de fronteira.

Escola de Munique conceitos:

Primeiramente Região cultural: Intenção de incorporar territórios que em algum momento houvessem sido parte do Império Alemão e que, mesmo não falando a mesma lingua, guardavam estreita relação com o universo cultural alemão.

Em seguida Regiões glacis (Estados Tampões), anteparos frente agressão direta inimigas. Distingue limite militar e limite cultural .

Limite militar: defesa contra armas inimigas, ligado ao progresso da indústria bélica assim sujeitos a constantes alterações.

Limite cultural: se movia lentamente, seja como for mais cedo ou mais tarde devido o crescimento demográfico essas regiões glacis acabariam povoadas por gente genuinamente alemã, o que forçaria o avanço do limite militar e assim sucessivamente.

Jacques Ancel: frança, em oposição a Haushofer defende o principio herdado da Revolução Francesa a “Inviolabilidade das fronteiras.

Inviolabilidade das fronteiras, condição jurídica internacional para a manutenção da paz.

Critica: Fronteira linear como resultado da ilusão cartográfica provocada por riscos observados nos mapas e Fronteira Natura, fruto de uma ilusão causada pela paisagem.

Invocar-se a história comum que coagulou um sentimento ou um espirito de fronteira

Page 4: Falando de Ancel e Haushofer

Fronteiras de princípios, crescimento lento e pacifico da França em contraste a abrupta e violenta formação da Alemanha, feita de anexações forçadas à Prussia.

Preciso diferenciar o uso politico que Haushofer fazia da geopolítica das formulações validas que efetivamente possuíam maior significado. Assim: “o método cientifico em si não é uma arma de Guerra”.