fundaÇÃo centro estadual de estatÍsticas, pesquisas e...
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Governador
Wilson Witzel
Vice-governador
Claudio Castro
Secretário de Estado da Casa Civil e Governança
José Luís Zamith
FUNDAÇÃO CENTRO ESTADUAL DE ESTATÍSTICAS, PESQUISAS
E FORMAÇÃO DE SERVIDORES PÚBLICOS DO RIO DE JANEIRO
Presidência
Márcia Cristiane de Andrade
Vice-Presidente
Mario de Araújo Almeida Neto
Órgãos Executivos:
Escola de Gestão e Políticas Públicas
Leonardo Mazzurana
Diretoria de Concursos e Processos Seletivos
Leonardo Tognoc
Diretoria de Cooperação Técnica e Desenvolvimento Institucional
Cipriana Nicolitt
Diretoria Administrativa e Financeira
Ricardo Vilalba
Centro de Estatísticas, Estudos e Pesquisas
Rosana Fernandes
Coordenadoria de Políticas Sociais
Marcos Thimoteo Dominguez (Org.)
Autoria
Claudionor de Almeida Geremias - COPOS
Equipe Técnica envolvida
Monique Rocha do Nascimento - COPOS
Vanessa Gomes Pereira - COPOS
Lorena de Freitas Pereira- COGEO
Chayenne Furtado de Souza- COGEO
Delfina Honrado Cabral- COGEO
Fundação Centro de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro –
CEPERJ
Av. Carlos Peixoto, 54 – Botafogo – Rio de Janeiro – CEP 22.290-090 – Tel. (21) 2334-7115
www.ceperj.rj.gov.br e-mail: [email protected]
ISBN Nº 978-85-68879-03-0
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................................... 1
SÍNTESE METODOLÓGICA ....................................................................................................................... 2
Aspectos Demográficos ..................................................................................................................................... 3
Educação ............................................................................................................................................................ 8
Saúde ................................................................................................................................................................ 14
Segurança Pública ............................................................................................................................................ 22
Trabalho, Renda e Pobreza .............................................................................................................................. 26
Habitação e Saneamento .................................................................................................................................. 34
CONCLUSÃO ................................................................................................................................................ 40
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................... 42
CEPERJ CEEP COPOS
1
Aspectos da Qualidade de Vida do Estado do Rio de Janeiro
Olhar Comparativo
APRESENTAÇÃO
APRESENTAÇÃO
A publicação de indicadores socioeconômicos a respeito da qualidade de vida no Estado do Rio de
Janeiro (ERJ) é uma das tarefas da Fundação CEPERJ. A divulgação das condições de vida da população é
estratégica para o acompanhamento das transformações sociais, econômicas e urbanas nos municípios e nas
regiões fluminenses. Da mesma forma permite comparar o estado com outras Unidades da Federação, por
meio do desempenho dos indicadores e temas aqui selecionados.
O presente texto verifica o comportamento de áreas temáticas no âmbito da política social ao longo
dos últimos anos. Com um formato sucinto e informativo, o estudo “Aspectos da Qualidade de Vida do Estado
do Rio de Janeiro - Olhar Comparativo” é uma publicação periódica, trazendo a cada início de ano um
diagnóstico geral do Estado, um pouco da realidade de seus municípios e a posição fluminense no contexto
nacional. Cabe destacar ainda que cada indicador será apresentado conceitualmente e a partir de números e
dados, favorecendo uma tradução simples de suas funcionalidades e das possibilidades de uso para o público
em geral.
As dimensões escolhidas para esta edição são: Demografia; Educação; Saúde; Habitação e
Saneamento; Trabalho e Renda; e Segurança Pública. Mesmo não esgotando a totalidade do conceito
qualidade de vida, acredita-se que essas são importantes facetas que o agente público deve conhecer e levar
em consideração como ponto de partida para a elaboração de ações e de proposituras para as políticas públicas.
CEPERJ CEEP COPOS
2
Aspectos da Qualidade de Vida do Estado do Rio de Janeiro
Olhar Comparativo
SÍNTESE METODOLÓGICA
SÍNTESE METODOLÓGICA
O estudo tem como principal referência o Relatório Aspectos Sociais da Qualidade de Vida da
População do Estado do Rio de Janeiro, que anualmente integra a prestação de contas do governo estadual
ao final de cada exercício orçamentário. As principais informações e fontes de consulta são oriundas da
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), que conta com um conjunto de indicadores
socioeconômicos sobre as famílias, os domicílios e as pessoas no ERJ. Além disso, a PNAD Contínua permite
comparabilidade com outros estados do país, já que se trata de uma pesquisa nacional coordenada pelo IBGE.
Para fins de complementariedade e ganho na análise, foram incorporadas outras fontes de consulta
pública, como o Censo escolar (INEP/MEC); estatísticas do Instituto de Segurança Pública do ERJ (ISP) e
secretarias de segurança pública de outros estados; informações do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de
Saúde (CNES) e do DATASUS.
As unidades da federação selecionadas para fins de comparabilidade foram os estados da Região
Sudeste: Minas Gerais (EMG), Espírito Santo (EES) e São Paulo (ESP). Justamente por conta da inserção do
Rio de Janeiro nesta macrorregião e outros estados de porte populacional e econômico similares, que são o
Rio Grande do Sul (ERS) e o estado da Bahia (EBA).
Por fim, além de gráficos e tabelas, foram elaborados alguns mapas temáticos, de maneira a expressar
espacialmente os indicadores nos municípios e regiões fluminenses, trabalhando assim com as escalas
estadual, regional e municipal.
Aspectos Demográficos
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Aspectos Demográficos
Aspectos da Qualidade de Vida do Estado do Rio de Janeiro Olhar Comparativo
Aspectos Demográficos
O Estado do Rio de Janeiro possuía a terceira maior população do país em 2018, com um total de
17.159.960 pessoas. Isso corresponde a aproximadamente 8,2% da população do Brasil, concentrada em
apenas 0,5% do território nacional.
Com densidade demográfica de aproximadamente 392,0 hab./km2, a maior dentre as UF’s
examinadas, sua população vive quase que totalmente em áreas urbanas.
Ao observar a trajetória do tamanho da população, projeta-se que o ERJ atinja sua maior população
em 2041, com cerca de 18.391.358 pessoas. Após essa data, espera-se redução da população.
Hoje, o ERJ possui taxas de crescimento próximas a 0,64% ao ano. A taxa observada é inferior às
observadas em relação ao Brasil, São Paulo e Espirito Santo, sendo superior apenas à Bahia e ao Rio Grande
do Sul.
O crescimento populacional ocorre de acordo com a equação “Número de Nascidos Vivos menos o
Número de Óbitos, mais o Saldo Migratório”. Assim como o Brasil e as demais UF’s, o ERJ tem apresentado
desaceleração no seu ritmo de crescimento.
RegiãoPopulação
Residente(% no Brasil) Área - km2
Densidade
demográfica
(hab./km2)
Taxa de
urbanização
2010
Brasil 208 494 900 100,0 8 502 728 24,5 84,4
Bahia 14 812 617 7,1 564 831 26,2 72,1
Minas Gerais 21 040 662 10,1 586 520 35,9 85,3
Espírito Santo 3 972 388 1,9 46 099 86,2 83,4
Rio de Janeiro 17 159 960 8,2 43 780 392,0 96,7
São Paulo 45 538 936 21,8 248 197 183,5 95,9
Rio Grande do Sul 11 329 605 5,4 268 782 42,2 85,1
Fonte: IBGE - Estimativas da População
População Residente, percentual da população no Brasil,
Área e Densidade demográfica - 2018
Fonte: IBGE - Projeção da população do Brasil e Unidades da Federação
População Residente - Estado do Rio de Jeneiro - 2000-2060
2018
2041
17.159.960
18.391.358
2 000 000
4 000 000
6 000 000
8 000 000
10 000 000
12 000 000
14 000 000
16 000 000
18 000 000
20 000 000
2000 2010 2020 2030 2040 2050 2060
Po
pu
lação
resid
en
te
Ano
Fonte: IBGE - Projeção da população do Brasil e Unidades da Federação
Taxa de Crescimento Geométrica - TCG (%)
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
1,40
1,60
1,80
2001 2003 2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017
TCG
(%
)
TCG - BRASIL TCG - Bahia TCG - Minas Gerais
TCG - Espírito Santo TCG - Rio de Janeiro TCG - São Paulo
TCG - Rio Grande do Sul
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Aspectos da Qualidade de Vida do Estado do Rio de Janeiro Olhar Comparativo
Aspectos Demográficos
Ao examinar a população por sexo e faixa
etária, o ERJ apresentou, em 2018, uma população de
mulheres maior que a de homens. Nesse ano, a
população feminina representa cerca de 52,2% do
total; e a população masculina, 47,8% do mesmo. Em
relação a faixa etária, o ERJ possui, em sua
composição, cerca de 19,10% de crianças (0 a 14
anos); 69,70% de jovens e adultos (15 a 64 anos); e
11,20 de idosos (65 anos ou mais).
Na trajetória da população por sexo e faixa
etária, acredita-se que as pirâmides etárias passarão,
ao longo do tempo, por profundas mudanças em
termos de formato e contornos. A base da pirâmide
para o ano de 2060 estará mais estreita, se comparada
a de 1980 e a de 2018. No mesmo ano, fenômeno
inverso ocorrerá no topo da pirâmide: o ERJ
apresentará uma população mais envelhecida
Fonte: IBGE - Censos Demográficos 1980 e 2000, Projeção da população do
Brasil e Unidades da Federação
.
Fonte: IBGE - Projeção da população do Brasil e Unidades da Federação
Em 2010, o ERJ contava com 21,6% de
Jovens (até 14 anos), e espera que chegue aos 14,0%,
em 2060. Já os idosos - que correspondiam a 8,9% da
população, em 2010 – deverão atingir 26,8%, em
2060.
A mudança na composição da população
terá efeitos expressivos sobre as condições de vida
para a sociedade como um todo. A redução do
número de crianças e jovens implica na redução da
pressão fiscal sobre o sistema educacional; de outro
lado, o aumento acentuado das idades média e
mediana da população e da parcela idosa em relação
ao total da população trará novas e poderosas
pressões sobre os gastos com saúde pública e com
previdência social. (TAFNER, BOTELHO,
ERBISTI, 2014)
2018
População residente, sexo e grupos de idade - Rio de Janeiro
-8,00 -6,00 -4,00 -2,00 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00
0 - 4
5 - 9
10 - 14
15 - 19
20 - 24
25 - 29
30 - 34
35 - 39
40 - 44
45 - 49
50 - 54
55 - 59
60 - 64
65 - 69
70 - 74
75 - 79
80 +
MulheresHomens
2040 2060
1980 2000
-8,00 -6,00 -4,00 -2,00 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00
0 - 4
5 - 9
10 - 14
15 - 19
20 - 24
25 - 29
30 - 34
35 - 39
40 - 44
45 - 49
50 - 54
55 - 59
60 - 64
65 - 69
70 - 74
75 - 79
80 +
MuheresHomens
-8,00 -6,00 -4,00 -2,00 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00
0 - 4
5 - 9
10 - 14
15 - 19
20 - 24
25 - 29
30 - 34
35 - 39
40 - 44
45 - 49
50 - 54
55 - 59
60 - 64
65 - 69
70 - 74
75 - 79
80 +
MuheresHomens
-8,00 -6,00 -4,00 -2,00 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00
0 - 4
5 - 9
10 - 14
15 - 19
20 - 24
25 - 29
30 - 34
35 - 39
40 - 44
45 - 49
50 - 54
55 - 59
60 - 64
65 - 69
70 - 74
75 - 79
80 +
MulheresHomens
-8,00 -6,00 -4,00 -2,00 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00
0 - 4
5 - 9
10 - 14
15 - 19
20 - 24
25 - 29
30 - 34
35 - 39
40 - 44
45 - 49
50 - 54
55 - 59
60 - 64
65 - 69
70 - 74
75 - 79
80 +
MulheresHomens
Proporção de Pessoas por Grandes Grupos Etários 2010-2060
Rio de Janeiro
21,6 18,9 17,7 15,7 14,6 14,0
69,569,2
66,164,4
61,5 59,2
8,9 12,016,2 19,9
24,0 26,8
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
2010 2020 2030 2040 2050 2060
0-14 Anos 15-64 Anos 65 ou mais Anos
CEPERJ CEEP COPOS
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Aspectos da Qualidade de Vida do Estado do Rio de Janeiro Olhar Comparativo
Aspectos Demográficos
Fonte: IBGE - Projeção da população do Brasil e Unidades da Federação
Além disso, verificam-se taxas de fecundidade total (TFT) para o ERJ inferiores às registradas pelo
Brasil, entre 2000 e 2018. A TFT no estado possui uma trajetória decrescente na maioria do período. Porém,
a partir de 2011, a TFT vem apresentando elevação em seus níveis, comportamento também observado em
ESP, EES e ERS. Em 2018, a TFT do ERJ foi de aproximadamente de 1,74 filho por mulher. Taxas inferiores
a 2,1 sugerem níveis de fecundidade insuficiente para assegurar a reposição populacional (RIPSA, 2008).
O ERJ possui a maior Taxa Bruta de Mortalidade (TBM) em comparação com Brasil e às demais
UF’s - 7,41, em 2018. A TBM é influenciada pela estrutura etária da população. Assim, populações com
estrutura mais envelhecidas costumam ter TBM maiores do que populações com estrutura etária mais jovem.
No caso da Taxa de Mortalidade Infantil (TMI), o indicador é fortemente influenciado pelas
condições de saúde, pelos serviços de assistência à saúde materno-infantil. No ERJ observa-se uma importante
redução nos últimos anos, partindo de 19,8 mortes por 1.000 nascidos vivos, em 2000, para 10,8 mortes por
1.000 nascidos vivos, em 2018.
Já a Esperança de Vida ao Nascer (e0) é uma síntese da longevidade, que permite retratar as condições
de saúde e de sobrevivência de uma população. A e0 no estado e nas demais áreas tem apresentado uma
tendência de crescimento. A e0 do ERJ saiu de 70,0 anos, em 2000, para 76,6, em 2018. O cenário apresentado,
com aumento da expectativa de vida, demonstra o consequente aumento da longevidade na população
fluminense, desafiando a criação de políticas públicas destinadas com mais intensidade para o contingente de
idosos (CEPERJ, 2018).
Taxa de Fecundidade Total - TFT (média de filhos nascidos vivos por uma mulher)
1,00
1,20
1,40
1,60
1,80
2,00
2,20
2,40
2,60
2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018
TF
T
TFT - BRASIL TFT - Bahia TFT - Minas Gerais
TFT - Espírito Santo TFT - Rio de Janeiro TFT - São Paulo
TFT - Rio Grande do Sul
Taxa de Mortalidade Infantil - TMI (óbitos infantis por mil nascidos vivos)
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018
TM
I (‰
)
TMI - BRASIL TMI - Bahia TMI - Minas Gerais
TMI - Espírito Santo TMI - Rio de Janeiro TMI - São Paulo
TMI - Rio Grande do Sul
Taxa Bruta de Mortalidade - TBM ( mortos por 1.000 habitantes)
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
10,00
2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018
TB
M (‰
)
TBM - BRASIL TBM - Bahia TBM - Minas Gerais
TBM - Espírito Santo TBM - Rio de Janeiro TBM - São Paulo
TBM - Rio Grande do Sul
Esperança de Vida Ao Nascer - e0 (em anos)
60,00
62,00
64,00
66,00
68,00
70,00
72,00
74,00
76,00
78,00
80,00
2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018e0
(em
an
os)
e0 - BRASIL e0 - Bahia e0 - Minas Gerais
e0 - Espírito Santo e0 - Rio de Janeiro e0 - São Paulo
e0 - Rio Grande do Sul
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Aspectos da Qualidade de Vida do Estado do Rio de Janeiro Olhar Comparativo
Aspectos Demográficos
Na distribuição da população estimada para
2018 nos municípios do ERJ, destacaram-se a capital,
com a maior população - cerca de 6.688.927 pessoas
- representando 39,0% da população do estado; São
Gonçalo, com 1.077.687 pessoas (6,3%); e Duque de
Caxias, com 914.383 pessoas (5,3%) - três
municípios da Região Metropolitana. Cabe ressaltar
o município de Campos dos Goytacazes, localizado
na Região Norte Fluminense, com população de
503.424 pessoas (2,9%)
Por outro lado, dentre os municípios com as menores populações, destacaram-se Macuco (5.574
pessoas), São José de Ubá (7.134 pessoas) e Laje do Muriaé (7.386 pessoas).
Apesar da quase totalidade da população do estado viver em áreas urbanas, tal como mencionado
anteriormente, o Noroeste Fluminense é, dentre as Regiões de Governo, a que possui o menor percentual de
população vivendo em áreas urbanas (82,6%) população. Mesmo assim, é um percentual superior a 80,0%
Regiões de Governo
Taxa de
urbanização
2010
Estado 17 159 960 100,0% 96,7
Região Metropolitana 12 699 743 74,0% 99,5
Região Noroeste Fluminense 334 097 1,9% 82,6
Região Norte Fluminense 948 195 5,5% 88,1
Região Serrana 849 293 4,9% 85,8
Região das Baixadas Litorâneas 845 672 4,9% 87,6
Região do Médio Paraíba 909 136 5,3% 95,6
Região Centro-Sul Fluminense 287 098 1,7% 85,5
Região da Costa Verde 286 726 1,7% 91,6
Fonte: IBGE - Estimativas da População
População
2018
População residente estimada e Taxa de Urbanização
Educação
CEPERJ CEEP COPOS
9
Aspectos da Qualidade de Vida do Estado do Rio de Janeiro Olhar Comparativo
Educação
No ano de 2017, o ERJ possuía 11.150
estabelecimentos de ensino, sendo a maior parcela
pertencente a Rede Municipal e a Rede Privada,
possuindo respectivamente 46,7% e 41,2%,
totalizando 87,9% dos estabelecimentos. Neste
mesmo tempo, a Rede Estadual possuía 1.294
estabelecimentos de ensino, representando 11,6% do
total. A Rede Federal possuía a menor parcela, apenas
0,5% dos estabelecimentos.
Desde 2008 o total de matrículas na
educação básica apresenta uma tendência de queda.
O total de matrículas para o ERJ, no período de 2008
a 2017, apresentou uma redução de aproximadamente
12,39 %. Em 2008, o número total de matrículas era
de 4.067.351, esse número cai para 3.563.661 no ano
de 2017. Já as matrículas em educação infantil
apresentam tendência de crescimento, um acréscimo
de 29,12% no período considerado.
Observa-se que o Ensino Fundamental
representa a maior fração das matrículas em 2017,
uma parcela de 56,4% do total. Seguida pela
matriculas na Educação Infantil e Ensino Médio. As
matrículas na Educação Profissional representaram
somente 3,1% do total de matrículas no ERJ.
Fonte: MEC/INEP/Secretaria de Estado de Educação - Censo Escolar
Estabelecimentos de Ensino, por Dependência Administrativa - 2017
Estado do Rio de Janeiro
Total11.150
Federal59
0,5%Estadual
1.29411,6%
Municipal5.20746,7%
Privada4.59041,2%
Fonte: MEC/INEP/Secretaria de Estado de Educação - Censo Escolar
Total de matrículas da Educação Básica, por modalidade de ensino - 2017
Estado do Rio de Janeiro
607.31717,0%
2.009.87756,4%
572.96816,1%
11.2740,3%
171.0724,8%
64.4151,8%
109.8163,1%
16.9220,5%
Educação infantil Ensino Fundamental Ensino médio
Educação Especial EJA presencial (1) Eja semi-presencial
Educação Profissional EAD- educação à distância
Fonte: MEC/INEP/Secretaria de Estado de Educação - Censo Escolar
Total de matrículas da Educação Básica e Matriculas em Educaçao Infantil - 2008 - 2017
Estado do Rio de Janeiro
0200.000400.000600.000800.000
1.000.0001.200.0001.400.0001.600.0001.800.0002.000.0002.200.0002.400.0002.600.0002.800.0003.000.0003.200.0003.400.0003.600.0003.800.0004.000.0004.200.0004.400.000
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Matrículas totais Educação infantil
CEPERJ CEEP COPOS
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Aspectos da Qualidade de Vida do Estado do Rio de Janeiro Olhar Comparativo
Educação
Fonte: INEP
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, Ideb, serve para mensurar o desempenho do
sistema educacional brasileiro a partir da combinação entre a proficiência em língua portuguesa e matemática,
obtida pelos estudantes em avaliações1 e a Taxa de Aprovação. Essas duas dimensões refletem atributos
estruturais da educação básica, revelando qualidades e também problemas, possibilitando assim,
aprimoramento de níveis educacionais.
Os resultados do Ideb nas UF’s para o Ensino Fundamental - Anos Iniciais contaram com a elevação
do indicador em todas as unidades federativas em análise, entre 2005 e 2017. Porém, o ERJ, mesmo com a
evolução na qualidade do Ensino Fundamental - Anos Iniciais, não conseguiu alcançar as metas estabelecidas
nas últimas três edições. No ano de 2017, o estado apresentou Ideb no Ensino Fundamental - Anos Iniciais de
5,8, superior somente à Bahia, com índice semelhante ao Brasil e ao Rio Grande do Sul.
Na Prova Brasil, constata-se melhoria das notas em todas as UF’s em comparação, tanto em língua
portuguesa e matemática. Em 2017, o ERJ apresentou notas superiores as observadas na média nacional,
contudo, inferiores a Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo.
1 Avaliações inseridas no Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB).
Ideb Observado e Metas Projetadas - 2005-2017
Ensino Fundamental - Anos Iniciais
0
1
2
3
4
5
6
7
2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017
BRASIL Bahia Minas Gerais Espírito Santo Rio de Janeiro São Paulo Rio Grande do Sul Metas
100
120
140
160
180
200
220
240
260
280
300
2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017
Prova Brasil Língua Portuguesa Ensino Fundamental - Anos Iniciais
Brasil Bahia Minas Gerais Espírito Santo
Rio de Janeiro São Paulo R. G. do Sul
100
120
140
160
180
200
220
240
260
280
300
2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017
Prova Brasil Matemática Ensino Fundamental - Anos Iniciais
Brasil Bahia Minas Gerais Espírito Santo
Rio de Janeiro São Paulo R. G. do Sul
CEPERJ CEEP COPOS
11
Aspectos da Qualidade de Vida do Estado do Rio de Janeiro Olhar Comparativo
Educação
Fonte: INEP
Considerando os resultados do Ideb para o Ensino Fundamental - Anos Finais nas UF’s, verifica-se
uma melhora no índice fluminense desde 2005. Porém, os indicadores não conseguiram atingir a meta nas
últimas três edições, conforme gráfico acima. Convém ressaltar que para as UF’s consideradas neste estudo,
o índice também não foi alcançado ou superado nas duas últimas edições, 2015 e 2017. O mais recente
resultado para o ERJ foi 4,7, semelhante ao resultado obtido pelo Brasil, Minas Gerais e Espírito Santo,
superior à Bahia e ao estado de São Paulo. Destaca-se o Rio Grande do Sul, que vem apresentando os melhores
resultados para o Ideb do Ensino Fundamental - Anos Finais, ao longo do período.
As notas de língua portuguesa e de matemática têm apresentado tendência positiva. Em língua
portuguesa, o Rio de Janeiro registrou nota 266,20, em 2017, já em matemática, 265,58. Resultados similares
aos observado no restante das UF’s do Sudeste e no Rio Grande do Sul. Ao longo do período, o ERJ, vem
apresentando notas superiores as observadas no Brasil e na Bahia.
Ideb Observado e Metas Projetadas - 2005-2017
Ensino Fundamental - Anos Finais
0
1
2
3
4
5
6
2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017
BRASIL Bahia Minas Gerais Espírito Santo Rio de Janeiro São Paulo Rio Grande do Sul Metas
200
210
220
230
240
250
260
270
280
290
300
2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017
Prova Brasil Língua Portuguesa Ensino Fundamental - Anos Finais
Brasil Bahia Minas Gerais Espírito Santo
Rio de Janeiro São Paulo R. G. do Sul
200
210
220
230
240
250
260
270
280
290
300
2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017
Prova Brasil Matemática Ensino Fundamental - Anos Finais
Brasil Bahia Minas Gerais Espírito Santo
Rio de Janeiro São Paulo R. G. do Sul
CEPERJ CEEP COPOS
12
Aspectos da Qualidade de Vida do Estado do Rio de Janeiro Olhar Comparativo
Educação
Fonte: INEP
Analisando o Ideb para o Ensino Médio, as metas para o indicador não foram alcançadas nas três
últimas edições em todas os estados selecionados. O ERJ registrou Ideb de 3,3, em 2005, apresentando
melhora em 2013, 4,0, e repetindo o mesmo patamar em 2015. Entretanto, em 2017 registrou queda para 3,9,
despencando da 5ª posição no país, em 2015, para 17ª posição no ranking nacional. Cabe ressaltar que as UF’s
têm apresentado baixíssima evolução do indicador, mostrando assim dificuldade em avançar na qualidade do
Ensino Médio.
Na Prova Brasil, ocorreram melhorias nas notas entre 2005 e 2011, contudo, com uma tendência à
queda nas três últimas edições. Em 2017, o estado registrou em língua portuguesa nota de 274,48, e em
matemática nota de 277,09. Esses números se assemelham aos observado no restante das UF’s do Sudeste e
no Rio Grande do Sul, ficando acima da média nacional e da Bahia.
Ideb Observado e Metas Projetadas - 2005-2017
Ensino Médio
0
1
2
3
4
5
6
2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017
BRASIL Bahia Minas Gerais Espírito Santo Rio de Janeiro São Paulo Rio Grande do Sul Metas
200210220230240250260270280290300310320330340350
2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017
Prova Brasil Língua Portuguesa Ensino Médio
Brasil Bahia Minas Gerais Espírito Santo
Rio de Janeiro São Paulo R. G. do Sul
200210220230240250260270280290300310320330340350
2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017
Prova Brasil Matemática Ensino Médio
Brasil Bahia Minas Gerais Espírito Santo
Rio de Janeiro São Paulo R. G. do Sul
CEPERJ CEEP COPOS
13
Aspectos da Qualidade de Vida do Estado do Rio de Janeiro Olhar Comparativo
Educação IDEB do Ensino Médio na rede pública estadual por municípios - 2017
Estado do Rio de Janeiro
Direcionando o olhar para os municípios do ERJ, o mapa acima representa a distribuição do Ideb
Ensino Médio na rede pública estadual, em 2017. É possível observar que os piores desempenhos se encontram
concentrados principalmente nos aglomerados urbanos da faixa costeira fluminense. Sugerindo uma relação
com as principais áreas urbanas fluminenses, envolvendo diversas cidades com população superior a 100 mil
habitantes. Destacam-se com os piores resultados os municípios de Mangaratiba (2,8); Duque de Caxias (3,0);
e Queimados (3,0). Contrastando com os municípios de melhores índices, entre eles Italva (5,2); Cardoso
Moreira (4,7); e Itaocara (4,7).
No caso dos indicadores educacionais Taxa
de Aprovação, Taxas de Distorção Idade-Série,
Reprovação e Abandono há um quadro geral de
evolução no desempenho dos últimos anos. Contudo,
a Taxa de Aprovação não apresenta melhorias desde
de 2013, oscilando em torno de 77,8%.
Para elevar o Ideb, as redes de ensino e as
escolas precisam melhorar as duas dimensões do
indicador (Taxas de Aprovação e Notas na Prova
Brasil), uma vez que a natureza composta do índice
dificulta sua elevação por intermédio de um ou outro
componente. É preciso garantir um avanço
simultâneo.
Fonte: INEP
Indicadores Educacionais - 2008-2017
Ensino Médio Rede Estadual - Rio de Janeiro
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Taxa de Aprovação Taxa de Distorção Idade-Série
Taxa de Reprovação Taxa de Abandono
Saúde
CEPERJ CEEP COPOS
15
Aspectos da Qualidade de Vida do Estado do Rio de Janeiro
Olhar Comparativo
Saúde
Os indicadores de saúde disponibilizados
pelo DATASUS permitem apresentar um panorama
do tema no Estado do Rio de Janeiro e, também,
verificar a situação deste em relação às demais
unidades da federação incluídas neste trabalho.
Ao observar a quantidade de
estabelecimentos de saúde no território fluminense,
verifica-se que os consultórios médicos privados
configuram a maior parte das instalações (57%),
enquanto os centros e unidades básicas de saúde
pública representam 9%; e as clínicas e ambulatórios
especializados, 20% do total.
A quantidade média anual de leitos hospitalares no país sofreu uma diminuição entre 2011 e 2017,
de aproximadamente 0,2 leitos por mil habitantes. O mesmo fenômeno ocorreu em todos os estados sob
análise, com exceção do Rio Grande do Sul. No comparativo, o Rio de Janeiro é a unidade cuja a perda foi
mais acentuada no período (0,5 leitos por 1.000 habitantes), ficando abaixo da média nacional, 1,43 contra
1,47, respectivamente. Dentre o total médio de 3.481 leitos pertencentes ao SUS do estado, 34% são leitos
clínicos, 23% cirúrgicos e 4%, hospitalares, enquanto os leitos obstétricos, pediátricos e de outras
especialidades somam 39%.
Fonte: DATASUS
Número e distribuição percentual de Estabelecimentos por Tipo
Estado do Rio de Janeiro - Outubro de 2018
22369%
4974
20%
1460057%
4752% 2045
8%
1067
4%
Centro de Saúde/Unidade Básica
de Saúde
Clínica Especializada/Ambultório
Especializado
Consultório
Hospitais
Unidade de Serviço de Apoio de
Diagnose e Terapia
Demais unidades
Fonte: DataSUS
Quantidade média anual de leitos hospitalares por 1.000 habitantes, por UF 2011-2017
1,00
1,10
1,20
1,30
1,40
1,50
1,60
1,70
1,80
1,90
2,00
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Brasil Rio de Janeiro Bahia Minas Gerais
Espírito Santo São Paulo Rio Grande do Sul
Fonte: DataSUS
Os dados referem-se aos meses de janeiro a outubro de 2018
Proporção da quantidade média de leitos SUS por especialidade no Estado do Rio de Janeiro - 2018
Cirúrgicos81023%
Clínicos119634%
Obstétrico33610%
Pediátrico2357%
Outras Especialidades77422%
Hospital/DIA1304%
CEPERJ CEEP COPOS
16
Aspectos da Qualidade de Vida do Estado do Rio de Janeiro
Olhar Comparativo
Saúde
O estado leva vantagem, do ponto de vista
comparativo, no indicador da quantidade média anual
de médicos no SUS por mil habitantes, atingindo, em
2017, a marca de 2,51, seguido de São Paulo, com 2,40,
Rio Grande do Sul (2,28), Espírito Santo (2,03) e
Minas Gerais (2,00). Dentre as UF’s, a Bahia, com
1,17, foi a única abaixo da média nacional, de 1,82
médicos por mil habitantes.
Quanto aos procedimentos do SUS, demonstrados nos gráficos acima, os dados indicam que o ERJ
possui a mais baixa taxa de internações hospitalares por 100 habitantes, sofrendo variações de 4,17, em 2010,
para 3,81, em 2013; e, em 2017, atingindo 3,95. No caso de 2017, o Rio de Janeiro consolidou-se 1,27 pontos
atrás do EBA (5,21); 2,69 pontos em relação ao ERS (6,64); e a 1,60 pontos da taxa nacional, que foi de 5,55.
Em relação aos grupos de causas de internações, no estado fluminense a proporção caiu para doenças
infecciosas e parasitárias, doenças do aparelho circulatório; e aumentou para as internações por neoplasias,
gravidez, parto, puerpério e causas externas. As proporções de internações por neoplasias e por causas externas
aumentaram em todas as unidades federativas e no Brasil, enquanto a proporção de internações por doenças
infecciosas e parasitárias diminuiu, com exceção do estado de Minas Gerais.
Fonte: CEPERJ
Quantidade média anual de médicos no SUS por 1.000 habitantes
Brasil e das Unidades da Federação - 2011-2017
0,00
0,25
0,50
0,75
1,00
1,25
1,50
1,75
2,00
2,25
2,50
2,75
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Brasil Rio de Janeiro Bahia Minas Gerais
Espírito Santo São Paulo Rio Grande do Sul
Fonte: DataSUS
Taxa de Internações Hospitalares por 100 habitantes
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Brasil Rio de Janeiro Bahia Minas Gerais
Espírito Santo São Paulo Rio Grande do Sul
Fonte: DataSUS
Proporção de internações por grupo CID-10
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
2008 2017 2008 2017 2008 2017 2008 2017 2008 2017 2008 2017 2008 2017
Brasil Rio de Janeiro São Paulo Bahia Rio Grande doSul
Minas Gerais Espírito Santo
Algumas doenças infecciosas e parasitárias Neoplasias (tumores)
Doenças do aparelho circulatório Gravidez parto e puerpério
Causas externas Outras doenças
CEPERJ CEEP COPOS
17
Aspectos da Qualidade de Vida do Estado do Rio de Janeiro
Olhar Comparativo
Saúde
No gráfico anterior, a maior parcela de atendimentos por grupos de procedimentos nos estados
pertenceu aos procedimentos clínicos. No Rio de Janeiro, em 2017, o percentual chegou a 44,1%, valor
próximo ao observado em 2008 (45,8%). O estado é precedido por Bahia e pelo Rio Grande do Sul. Já a
parcela de atendimentos para medicamentos no ERJ foi a menor, em 2017. Destacam-se São Paulo e Espírito
Santo com os maiores percentuais em atendimentos para medicamentos. No caso dos diagnósticos o ERJ não
apresentou mudanças.
No grupo dos procedimentos clínicos, as taxas de consultas, atendimentos e acompanhamentos
realizados por médicos no SUS equivaleram a 2,20 por habitante, no Rio de Janeiro, em 2017. Esse valor vem
caindo em relação a 2015, com taxa de 2,54. O Rio Grande do Sul, apesar de reduzir sua taxa em 0,5, segue
como o estado que mais realiza procedimentos clínicos por habitante, 3,25. A Bahia, por sua vez, sofreu
redução de 2,31, em 2008, para 1,57, em 2017.
Fonte: DataSUS
Total e taxa de atendimentos por grupos de procedimento
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
2008 2017 2008 2017 2008 2017 2008 2017 2008 2017 2008 2017 2008 2017
Brasil Rio de Janeiro São Paulo Bahia Rio Grande doSul
Minas Gerais Espírito Santo
Procedimentos com finalidade diagnóstica Procedimentos clínicos Medicamentos Outros
Fonte: DATASUS, Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS). IBGE, Estimativa da População.
Nota: Metodologia de Cálculo em Anexo 1.
Procedimentos Clínicos realizados por Médicos no SUS por Habitante - 2008-2016
Consultas, Atendimentos, Acompanhamentos
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Brasil Rio de Janeiro Bahia Minas Gerais
Espírito Santo São Paulo Rio Grande do Sul
CEPERJ CEEP COPOS
18
Aspectos da Qualidade de Vida do Estado do Rio de Janeiro
Olhar Comparativo
Saúde
Seguindo no campo da saúde, a taxa bruta de mortalidade resulta do total de óbitos ocorridos por
cada mil habitantes da população residente. O gráfico acima demonstra que apenas o EES não sofreu aumento
da taxa bruta de mortalidade, apresentando, em 2016, o valor de 5,7. O ERJ, por sua vez, contou com a curva
mais elevada entre 2008 e 2016, com taxa de 8,5. Para entender melhor a dinâmica desse indicador, é
necessário analisar as taxas de mortalidade por causas específicas, conforme indicado na tabela a seguir:
De acordo com esses dados, as taxas de mortalidade por doenças do aparelho circulatório atingiram,
no estado do Rio de Janeiro 233,6 e 247,9, entre 2008 e 2016. As elevações dos valores ao longo do período,
podem ter sido provocadas pela própria dinâmica de envelhecimento da população.
Tanto para mortalidade por doenças do aparelho circulatório, como também para as causas de
mortalidade por doenças transmissíveis, tuberculose e acidente vascular cerebral, o ERJ representou as mais
altas no comparativo com as demais UF’s. Por fim, analisando as taxas de mortalidade por AIDS, neoplasias
e causas externas, somente o ERS obteve taxas superiores aquelas registradas no ERJ.
Fonte: DATASUS,Sistema de Informações de Mortalidade. IBGE, Estimativas Populacionais.
Taxa Bruta de Mortalidade por UF - 2008-2016
(Óbitos/1.000 habitantes)
4,00
4,50
5,00
5,50
6,00
6,50
7,00
7,50
8,00
8,50
9,00
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Ób
ito
s/1
.00
0 h
ab
ita
nte
s
Brasil Bahia Minas Gerais Espírito Santo
Rio de Janeiro São Paulo Rio Grande do Sul
2008 2016 2008 2016 2008 2016 2008 2016 2008 2016 2008 2016 2008 2016
Brasil 24,9 27,8 2,6 2,2 6,2 6,1 88,4 104,4 167,6 175,7 39,7 45,7 71,7 75,6
Rio de Janeiro 37,9 48,4 5,5 4,4 10,2 10,5 117,2 131,4 233,6 247,9 50,2 59,6 90,8 87,5
São Paulo 24,2 23,9 2,2 2,0 7,9 5,7 107,4 120,5 186,7 198,5 45,7 52,9 58,1 50,3
Bahia 23,9 25,9 3,0 2,1 3,5 3,9 56,8 76,6 124,3 133,5 25,9 29,1 73,5 89,7
Rio Grande do Sul 28,6 31,2 2,7 2,2 13,3 11,9 146,2 165,3 208,0 212,9 52,8 52,4 68,1 74,7
Minas Gerais 25,8 30,6 1,5 1,3 4,3 3,9 84,9 107,1 159,2 164,2 30,6 33,1 61,4 66,8
Espírito Santo 16,6 17,7 2,1 1,9 5,2 5,3 94,8 104,8 184,3 167,5 46,7 49,6 115,4 86,4
Fonte: DATASUS, CEPERJ
Acidente
vascular
cerebral
Causas externasRegião
Taxas de mortalidade especifica por 100.000 habitantes - 2008 -2016
Doenças
transmissíveisTuberculose AIDS Neoplasias
Doenças do
aparelho
circulatório
CEPERJ CEEP COPOS
19
Aspectos da Qualidade de Vida do Estado do Rio de Janeiro
Olhar Comparativo
Saúde
No caso da mortalidade por tuberculose, em 2016, o ERJ apresentou taxa de 4,4, enquanto nos outros
estados e no Brasil os valores não ultrapassaram os 2,2 pontos. Além disso, a partir da representação
cartográfica dos municípios fluminenses tidos como prioritários - ou seja, aqueles com mais de 100.000
habitantes ou com mais de 30 notificações, e/ou mais de cinco óbitos pela doença nos últimos três anos -,
verifica-se uma concentração de incidência na Região Metropolitana do ERJ e na Região da Costa Verde.
O município de Japeri apresentou a maior taxa entre todos, com 189,6 por 100 hab. Em seguida, a
capital obteve a segunda maior taxa: 112,5. Na sequência seguem os municípios, Nova Iguaçu (94,1), Paraty
(89,2), São João de Meriti (88,1), Guapimirim (86,3), Duque de Caxias (85,4) e Mesquita (81,1)
CEPERJ CEEP COPOS
20
Aspectos da Qualidade de Vida do Estado do Rio de Janeiro
Olhar Comparativo
Saúde
Já no caso da taxa de mortalidade por causas externas, o Estado do Rio de Janeiro, em 2016,
apresentou 87,5 casos por 100 mil habitantes. As mortes causadas por agressões, apesar da diminuição da taxa
nos últimos anos, ainda é a maior causa externa de mortalidade. A proporção de mortes por agressões foi de
37,9%, em 2016, enquanto as ocorrências de mortes por acidentes de transporte representaram 15,6%. Mortes
provocadas por quedas figuraram com 9,7% das mortes e aquelas classificadas como “outras causas”,
chegaram a 16,2% de mortalidade.
No mesmo ano, em 2016, as “intervenções
legais e operações de guerra” chegaram a 3,7% do
total de mortalidade por causas externas. Essa taxa,
que não superava o valor de 2,0 desde 2010, de certa
forma reflete o aumento das mortes em confrontos
policiais de combate ao tráfico e à violência.
Fonte: DataSUS
Taxa de Mortalidade por causas externas Estado do Rio de Janeiro - 2001-2016
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Mo
rtes p
or
100.0
00
hab
itan
tes
Agressões Outras causas externas
Acidentes de transporte Quedas
Eventos (fatos) cuja intenção é indeterminada Lesões autoprovocadas voluntariamente
Intervenções legais e operações de guerra Afogamento e submersões acidentais
Envenenamento, intoxicação por ou exposição a substâncias nocivas Exposição à fumaça, ao fogo e às chamas
Mortalidade por Causas Externas por categoria Estado do Rio de Janeiro - 2016
Fonte: DataSUS
37,9
16,2
15,6
9,7
9,0
3,9
3,7
1,7
1,4
0,8
7,6
Agressões
Outras causas externas
Acidentes de transporte
Quedas
Eventos (fatos) cuja intenção éindeterminada
Lesões autoprovocadasvoluntariamente
Intervenções legais e operações deguerra
Afogamento e submersõesacidentais
Envenenamento, intoxicação porou exposição a substâncias nocivas
Exposição à fumaça, ao fogo e àschamas
CEPERJ CEEP COPOS
21
Aspectos da Qualidade de Vida do Estado do Rio de Janeiro
Olhar Comparativo
Saúde
Por fim, outro aspecto das políticas de saúde que merece destaque é o valor dos gastos nos estados
com internações e atendimentos. O valor total no ERJ vem caindo ao longo dos anos. Em valores
deflacionados, em 2008, os gastos com internações foram de 1,2 bilhão de reais e, com atendimentos, 1,6
bilhão. Já em 2017, os valores foram de 800 milhões em internações e 1,4 bilhão em atendimentos,
representando uma queda de 600 milhões de reais no valor total.
Os gastos totais per capta do Rio de Janeiro, em 2008, aproximaram-se a 176 reais, e 134 reais em
2017. Dentre as UF’s em análise, o ERJ é um dos estados com menores valores de gastos com internações e
atendimentos, ficando apenas a frente da EBA, que gastou, em média, 129 reais per capta, em 2017. Já o
estado com maior gasto, desde 2013, é o ERS, (200 reais per capta, em 2017).
Fonte: DATASUS
Nota: Em valores Médios de 2017.
Valor total de gastos com Internações e Atendimentos em Bilhoes de Reias - 2008-2017
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Bil
hõ
es d
e R
$
Título do Eixo
Internações Atendimentos
Fonte: DATASUS
Nota: Em valores Médios de 2017.
Gastos Totais de Internação e Atendimento per capta (R$) - 2008-2017
0
50
100
150
200
250
300
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Brasil Rio de Janeiro São Paulo Minas Gerais
Bahia Espírito Santo Rio Grande do Sul
Segurança Pública
CEPERJ CEEP COPOS
23
Aspectos da Qualidade de Vida do Estado do Rio de Janeiro Olhar Comparativo
Segurança Pública
Na área da Segurança Pública é possível traçar alguns padrões territoriais relacionados ao tema da
violência no ERJ. Os dados serão apresentados por meio das taxas de incidência por 100.000 habitantes. No
caso do indicador “Letalidade Violenta” presente na tabela abaixo, o mesmo é composto pelo somatório das
vítimas de homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e homicídio decorrente de oposição
à intervenção policial (“autos de resistência”). É possível observar que após alguns anos de queda, 2006 e
2012, o índice voltou a crescer, chegando a 39,3 por 100 mil habitantes, em 2018.
No caso do Roubos e Furtos, ao totalizar os
dados por regiões do ERJ, foi possível construir as
taxas de incidência regional para 2018. Como
esperado, a Região Metropolitana, maior aglomerado
urbano fluminense, expressou as maiores taxas, com
2.644 casos por 100 mil hab. Chama a atenção a
Região das Baixadas Litorâneas, que mesmo com
população inferior à Região Norte, por exemplo,
ficou em segundo lugar em termos taxa de Roubos e
Furtos.
O Médio Paraíba, por sua vez, mesmo sendo
um importante centro urbano, teve a terceira menor
taxa, apenas 675.
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Vítimas de crimes violentos
Letalidade violenta 50,0 49,7 45,6 44,9 36,5 30,8 28,8 32,7 34,8 30,3 37,6 40,1 39,3
Homicídio doloso 41,3 39,6 36,5 36,6 29,8 26,6 25,1 29,0 30,0 25,4 30,3 31,8 29,0
Lesão corporal seguida de morte 0,4 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3 0,2 0,2 0,3 0,2 0,3 0,2 0,4
Latrocínio 1,4 1,2 1,5 1,4 1,0 0,7 0,9 0,9 0,9 0,8 1,4 1,4 1,0
Homicídio decorrente de oposição à
intervenção policial6,9 8,6 7,3 6,6 5,4 3,3 2,6 2,5 3,6 3,9 5,6 6,7 9,0
Vítimas de crimes de trânsito
Homicídio culposo 17,2 18,9 17,6 15,0 15,0 15,6 15,1 13,6 12,6 10,8 10,7 12,6 11,4
Lesão corporal culposa 230,6 254,2 261,1 260,7 268,0 290,0 293,0 287,8 283,1 243,9 210,0 159,7 161,8
Registros de crimes contra o
patrimônio
Roubo de rua 422,3 499,7 553,4 559,6 491,2 412,9 362,0 441,4 580,4 515,3 764,0 746,6 767,8
Roubo a transeunte 302,6 384,4 434,9 449,4 396,2 339,4 305,3 370,3 488,8 395,4 564,0 511,0 519,8
Roubo em coletivo 67,7 66,2 63,4 56,5 51,3 40,1 29,8 37,7 44,4 47,2 82,5 90,8 92,0
Roubo de aparelho celular 52,0 49,1 55,1 53,7 43,7 33,5 26,9 33,4 47,1 72,7 117,5 144,9 155,9
Roubo de veículo 890,4 777,0 644,5 547,7 411,3 359,2 395,5 470,5 520,0 470,6 611,3 779,2 730,0
Totais de registros
Roubos 810,3 887,9 902,4 874,4 752,4 662,1 639,4 770,9 959,8 893,9 1.254,2 1.369,5 1.361,0
Furtos 919,9 1.015,3 1.079,9 1.076,5 1.093,0 1.092,3 1.101,2 1.116,8 1.107,7 1.086,7 1.016,9 863,4 845,2
Alguns indicadores e tipos de infração
penal
Taxa de incidência criminal por 100.000 habitantes
Taxa de incidência criminal por 100.000 habitantes, segundo alguns indicadores e tipos de infração penal
Estado do Rio de Janeiro – 2006 – 2018
Fonte: Secretaria de Estado de Segurança Pública - SESP, Instituto de Segurança Pública - ISP, Núcleo de Pesquisa em Justiça Criminal e Segurança Pública - NUPESP.
Fonte: ISP, Instituto de Segurança Pública
Taxa Roubos e Furtos por 100.000 habitantes por Região de Governo - 2018
Estado do Rio de Janeiro
653
887
1276
675
2644
607
1073
729
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
Centro-SulFluminense
Costa Verde BaixadasLitorâneas
Médio Paraíba Metropolitana NoroesteFluminense
NorteFluminense
Serrana
CEPERJ CEEP COPOS
24
Aspectos da Qualidade de Vida do Estado do Rio de Janeiro Olhar Comparativo
Segurança Pública
No caso dos Homicídios Dolosos, seguem duas escalas de análise. A primeira traz um comparativo
entre algumas Unidades da Federação (UF’s), expostos no gráfico a seguir; e, a segunda, apresenta as taxas
por municípios fluminenses.
No caso dos estados selecionados, a Bahia obteve a maior taxa de incidência, com 37 casos por 100
mil, em 2018. Porém, o número vem apresentando queda nos últimos anos, afinal, em 2016, o estado contou
com uma taxa de 56,0 homicídios dolosos. São Paulo, ao contrário, possui as menores taxas entre as UF’s
comparadas, saindo de 10,0 homicídios dolosos por 100 mil habitantes, em 2014, para 6,7, em 2018.
O ERJ possui a segunda maior taxa do grupo. Em 2018, foram 29,0 casos por 100 mil habitantes,
número superior aos 25,0 casos apresentados em 2015. De qualquer forma, o estado vem mantendo taxas
próximas a 30,0, demonstrando um padrão elevado, ultrapassando, inclusive, o Espírito Santo, que até então
representava as maiores taxas da Região Sudeste.
Fonte: Secretarias de Segurança dos Estados
Taxa de Homicídio por 100 mil habitantes - 2014 - 2018
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
2014 2015 2016 2017 2018
Taxa
de
Ho
mic
ídio
Bahia Espírito Santo Minas Gerais Rio de Janeiro Rio Grande do Sul São Paulo
CEPERJ CEEP COPOS
25
Aspectos da Qualidade de Vida do Estado do Rio de Janeiro Olhar Comparativo
Segurança Pública
Nota: Dados Apresentados para Munícipios com mais 100 mil habitantes ou com Taxas superiores a 29,0 homicídios dolosos por 100 mil habitantes, valor registrado
pelo ERJ em 2018.
Observado o comportamento dos Homicídios Dolosos por municípios do estado, percebe-se uma
forte relação entre as elevadas taxas de incidência e a faixa costeira. Por se tratar do maior aglomerado urbano
do litoral brasileiro (BRASIL, 2008), esse quadro é significativo. As taxas de incidência já são
reconhecidamente elevadas na Região da Baixada Fluminense, zona historicamente integrada à Região
Metropolitana por via da violência, da precariedade e da vulnerabilidade socioambiental de seus moradores2.
Nas demais regiões, no entanto, identifica-se taxas elevadas tanto em municípios com população
inferior a 50 mil habitantes, a exemplo de Paraty, na Costa Verde, como municípios com mais de 100 mil
habitantes, como Cabo Frio, na Baixadas Litorâneas, Macaé e Campos dos Goytacazes, na Região Norte do
Estado. Além de pertenceram as zonas costeiras do estado, todas essas cidades enfrentaram um processo
acelerado de urbanização nas últimas décadas.
Além do eixo do litoral, formado pela interligação das vias BR-101 sentido Rio-Santos e sentido Rio-
Espírito Santo, no eixo da Rodovia Presidente Dutra (RJ-SP), especialmente na região industrial do Médio
Paraíba, notam-se taxas acima de 44,0 de homicídios dolosos. São eles: Porto Real, Resende e Itatiaia. Por
outro lado, há um padrão formado pelas menores taxas nos municípios de menor população, geralmente
localizados na Região Serrana, no Centro-Sul e Noroeste Fluminense.
2ALVES, J.C.S. Dos Barões ao Extermínio: uma história de violência na Baixada Fluminense. Duque de Caxias, RJ: APPH-CLIO, 2003.
Trabalho, Renda e Pobreza
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27
Aspectos da Qualidade de Vida do Estado do Rio de Janeiro
Olhar Comparativo
Trabalho, Renda e Pobreza
No campo do trabalho e renda, os
rendimentos domiciliares per capita médio e mediano
permitem inferir sobre o padrão de consumo dos
domicílios, possibilitando assim uma melhor
compreensão do bem-estar da população.
O rendimento médio, por ser influenciado
por valores extremos, há a possibilidade de retratar
um quadro pouco fidedigno em relação à realidade de
fato dos rendimentos.
Numa comparação entre o Brasil e as UF’s selecionadas, o ERJ, em 2017, apresentou rendimento
domiciliar per capita médio de R$ 1.713, valor acima da média no Brasil (R$ 1.511), na Bahia (R$1.195), em
Minas Gerias (R$1.450) e no Espírito Santo (R$1.389). Porém, ficando abaixo dos registros de São Paulo
(R$1.984) e do Rio Grande do Sul (R$ 1.877). A média nacional, no caso, representou apenas 88% (-R$202)
da média do ERJ, enquanto a renda média de SP superou em 15,8% (+R$202) a renda dos domicílios
fluminenses.
Já o rendimento mediano não é influenciado por valores extremos, sendo assim um indicador mais
próximo do real poder de compra da população. Nesse sentido, o ERJ apresentou rendimento domiciliar per
capita mediano de R$ 996, em 2017, aproximadamente R$ 63 acima da mediana brasileira. Mas, superado por
São Paulo (R$ 1.135) e por Rio Grande do Sul (R$ 1.193).
O coeficiente de Gini, indicador utilizado
para medir a desigualdade social em termos de renda,
varia entre 0 e 1, onde 0 corresponde a uma completa
igualdade na renda e 1, que corresponde a uma
completa desigualdade. Pequenas variações na
segunda casa decimal do indicador representam
grandes ganhos para a redução da desigualdade. O
Rio de Janeiro, em 2017, somou 0,521 de coeficiente
de Gini, abaixo do valor nacional. Dentre as UF’s
selecionadas, o Rio Grande do Sul é o que aparenta
ser o menos desigual em termos de renda, com 0,492.
Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, 2017, consolidado de primeiras entrevistas.
Nota: Rendimentos deflacionados para reais médios de 2017.
Rendimento real efetivo domiciliar per capita, médio e mediano - 2017
R$ 0
R$ 500
R$ 1.000
R$ 1.500
R$ 2.000
R$ 2.500
Médio Mediano
Brasil Bahia Minas Gerais Espírito Santo Rio de Janeiro São Paulo Rio Grande do Sul
Índice de Gini - 2017
Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, 2017, consolidado de primeiras entrevistas.
0,549
0,599
0,506 0,514 0,521 0,534 0,492
0,000
0,100
0,200
0,300
0,400
0,500
0,600
0,700
0,800
0,900
1,000
Brasil Bahia Minas Gerais Espírito
Santo
Rio de
Janeiro
São Paulo Rio Grande
do Sul
CEPERJ CEEP COPOS
28
Aspectos da Qualidade de Vida do Estado do Rio de Janeiro
Olhar Comparativo
Trabalho, Renda e Pobreza
Uma das formas para avaliar a pobreza e a extrema pobreza é adotada por meio das faixas de renda
e dos critérios de elegibilidade previstos no Programa Bolsa Família (PBF). Considerando esse universo
específico, em 2017, no ERJ encontravam-se em extrema pobreza cerca 3,0% da população fluminense, e
1,6% em situação de pobreza. Considerando as duas faixas, totalizaram-se 4,6% no estado, percentual abaixo
dos patamares do país, que registrou 8,8% de famílias consideradas elegíveis para PBF. Dentre as demais
unidades somente ESP (3,7%) e ERS (3,9%) possuem percentuais de famílias elegíveis para o PBF menores
que o ERJ.
Uma outra forma de avaliar pobreza e extrema pobreza é a construção de linhas de análise a partir
das proporções do salário mínimo (SM). No caso do Benefício de Prestação Continuada - BPC, a concessão
deste programa é destinada a pessoas pobres com renda per capita de até 1/4 de salário mínimo; e vulneráveis
à pobreza com até 1/2 SM per capita. A partir desta classificação, em 2017, o ERJ possuía 3,5% de população
pobre e 11,4% de vulneráveis a pobreza, totalizando nas duas categorias 14,9%. Números inferiores ao
registrados pelo Brasil, entretanto superiores a São Paulo e ao Rio Grande do Sul.
No caso dos domicílios sem rendimento, cabe ressaltar que são domicílios cuja a presente pesquisa
não conseguiu captar de forma precisa a renda, podendo estes possuírem algum tipo de rendimento. Nesta
situação o ERJ registrou perto de 2,7% dos domicílios. Por fim, as três categorias - até 1/4, até 1/2 e sem
rendimentos - representam juntas quase 18% dos domicílios do ERJ.
Em última análise, essas diferenças entre rendimentos devem levar em conta sua composição,
formada por rendimentos do trabalho, aposentadoria e pensão, programas sociais e outras fontes (doações e
mesadas, rentabilidades de aplicações financeiras, bolsas de estudos, etc.).
Situação
de rendaBrasil Bahia Minas Gerais
Espírito
Santo
Rio de
JaneiroSão Paulo
Rio Grande
do Sul
Extrema Pobreza
(Até R$85) 4,7 9,4 3,6 3,7 3,0 2,3 2,6
Pobres
(de R$85 a R$170) 4,1 8,8 2,5 3,1 1,6 1,4 1,3
Percentual das Pessoas residentes em domicílios particulares em situação de pobreza e
extrema pobreza, segundo as linhas de corte do Programa Bolsa Família - 2017.
Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, 2017, consolidado de primeiras entrevistas.
Nota: Rendimentos deflacionados para reais médios de 2017.
Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, 2017, consolidado de primeiras entrevistas.
Domicílios particulares por por classes de rendimento real efetivo domiciliar per capita - 2017.
2,2
3,3
2,4
2,9
2,7
1,9
2,0
8,3
17,9
5,5
5,7
3,5
3,0
2,7
14,0
20,2
13,0
14,2
11,4
9,4
7,7
26,4
26,2
28,0
28,6
27,7
23,4
22,0
28,7
21,5
32,1
30,0
30,2
33,5
36,2
9,0
4,8
8,8
8,5
10,1
12,1
13,6
6,0
3,0
5,6
5,6
7,8
8,2
9,1
5,4
3,1
4,6
4,4
6,6
8,5
6,7
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Brasil
Bahia
Minas Gerais
Espírito Santo
Rio de Janeiro
São Paulo
Rio Grande do Sul
Sem rendimento Mais de zero até ¼ Mais de ¼ até ½ Mais de ½ até 1 Mais de 1 a 2 Mais de 2 a 3 Mais de 3 a 5 Mais de 5
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29
Aspectos da Qualidade de Vida do Estado do Rio de Janeiro
Olhar Comparativo
Trabalho, Renda e Pobreza
A Taxa de Desocupação refere-se ao percentual das pessoas que procuraram, mas não encontraram
ocupação profissional remunerada, entre todas aquelas na força de trabalho. Nota-se que a Taxa de
Desocupação no ERJ apresentou uma tendência de queda entre o 1º trimestre de 2012 ao 4º trimestre de 2014.
Entretanto, a partir do 1º trimestre de 2015 a taxa ganhou um intenso movimento de crescimento, atingindo
seu valor máximo no 2º trimestre de 2017, 15,64%. Desde então a Taxa de Desocupação apresenta estabilidade
em torno de 14,80%.
No último trimestre aqui apresentado, o 3º trimestre de 2018, o ERJ possuía Taxa de Desocupação
de 14,6%, superior à registrada no Brasil (11,9%). Entre as UF’s em comparação, o ERJ possui a segunda
maior Taxa de Desocupação, superado somente pela Bahia. Destaca-se o Rio Grande do Sul com uma taxa de
8,2%, a menor entre as unidades.
A crescente falta de ofertas de trabalho tem
gerado uma massa de pessoas desocupadas. No
último trimestre de 2018, o estado somou 1,3 milhões
de pessoas procurando trabalho. Este cenário reflete
as consequências da crise fiscal e econômica
enfrentada nos últimos anos (CEPERJ, 2018).
Fonte: IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua trimestral
Taxa de desocupação, na semana de referência, das pessoas de 14 anos ou mais de idade (%)
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
16,00
18,00
20,00
1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Brasil Bahia Minas Gerais Espírito Santo
Rio de Janeiro São Paulo Rio Grande do Sul
Fonte: IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua trimestral
Número de pessoas desocupadas ( 1.000 pessoas) - Rio de Janeiro - 2013 a 2018
671
586 574542 529
485518
665
813
992
1214 12411287
1253
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
CEPERJ CEEP COPOS
30
Aspectos da Qualidade de Vida do Estado do Rio de Janeiro
Olhar Comparativo
Trabalho, Renda e Pobreza
Entre a população ocupada (formais e informais), o ERJ possuía 63,4% dos trabalhadores no setor de
serviços. Na análise comparada com as demais unidades federadas, é o estado com maior percentual nesse
segmento de atividade econômica. No caso dos serviços domésticos, Rio de Janeiro e Minas Gerais são os que
apresentam as maiores parcelas de ocupados, conforme indicado no gráfico a seguir.
No estado fluminense, percebe-se que o
indicador Nível de Informalidade no Setor Privado
apresenta comportamento similar à Taxa de
Desocupação, com queda entre 2012 e 2014, e
elevação a partir do início de 2015. Mostrando uma
crescente precarização das relações de trabalhos.
O Nível de Informalidade atingiu 50,91%,
no 3º trimestre de 2018. Tal realidade significa que
para cada trabalhador do setor privado com carteira
assinada existe outro trabalhador em situação de
emprego informal.
O ERJ, contudo, em todo período analisado, tem apresentado Níveis de Informalidade inferiores aos
registrados pelo país, 53,15%. No período, destacam-se a Bahia com os maiores níveis e São Paulo com os
menores.
Fonte: IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicíl ios Contínua trimestra l
Pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência - por grupamento de atividades no trabalho principal
Trimestre - 3º trimestre 2018
18,9 19,8 17,5 19,0 18,2 18,1 17,8
17,6 17,516,4
16,621,2
15,6 17,1
12,88,0 13,0 10,9
9,916,0 15,9
11,0
7,29,1 9,7
14,8 15,6 11,0
9,5
16,512,8
15,4 1,43,1 11,2
7,3 7,6 7,67,0
7,07,3
7,1
6,8 7,0 7,66,1
7,66,8
6,1
5,8 7,0 5,6 5,7
6,96,0
4,4
5,3 4,6 5,7 4,66,0 6,2 4,4
5,0 4,6 4,7 4,8 6,6 5,3 5,0
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Brasil Bahia Minas Gerais Espírito Santo Rio de Janeiro São Paulo Rio Grande do Sul
Transporte, armazenagem e correio
Outro serviço
Alojamento e alimentação
Serviço doméstico
Construção
Agricultura, pecuária, produçãoflorestal, pesca e aquicultura
Informação, comunicação eatividades financeiras, imobiliárias,profissionais e administrativasIndústria geral
Administração pública, defesa,seguridade social, educação, saúdehumana e serviços sociaisComércio, reparação de veículosautomotores e motocicletas
Fonte: IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua trimestral
Nível de Informalidade no setor privado
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
50,00
55,00
60,00
65,00
70,00
1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Brasil Bahia Minas Gerais Espírito Santo
Rio de Janeiro São Paulo Rio Grande do Sul
CEPERJ CEEP COPOS
31
Aspectos da Qualidade de Vida do Estado do Rio de Janeiro
Olhar Comparativo
Trabalho, Renda e Pobreza
O rendimento médio real habitual dos trabalhadores foi estimado para o Rio de Janeiro em R$ 2.584,
no 3º trim. de 2018. Na comparação com os demais trimestres, o rendimento médio habitual dos trabalhadores
fluminenses permaneceu estável ao longo do período analisado, em torno de R$ 2.447.
Entre 2012 a 2018, o trabalhador fluminense conservava médias salariais maiores ao Brasil. Porém,
com níveis salariais semelhantes ao Rio Grande do Sul. A Bahia, novamente, obteve os menores rendimentos
médios, oscilando em torno de R$ 1.483, e São Paulo com maiores rendimentos, variando em R$ 2.917.
As diferenças entre os rendimentos resultam de como o mercado de trabalho se organiza em cada
região do país. Assim, o rendimento do trabalhador sofre influência das características locais (potencialidades
locais, incentivos ficais, concorrência entre as empresas, etc.) e dos atributos pessoais do trabalhador (sexo,
idade, escolaridade, cursos profissionalizantes, treinamento e experiência profissional, etc.).
Fonte: IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicíl ios Contínua trimestra l
Nota: Para cá lculo do va lor rea l , é uti l i zado o deflator do mês do meio do úl timo trimestre de coleta divulgado.
Rendimento médio real de todos os trabalhos
R$ 1.000,00
R$ 1.500,00
R$ 2.000,00
R$ 2.500,00
R$ 3.000,00
R$ 3.500,00
1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Brasil Bahia Minas Gerais Espírito Santo
Rio de Janeiro São Paulo Rio Grande do Sul
CEPERJ CEEP COPOS
32
Aspectos da Qualidade de Vida do Estado do Rio de Janeiro
Olhar Comparativo
Trabalho, Renda e Pobreza
O mercado de trabalho formal fluminense possuía cerca de 4.044.736 trabalhadores, em 2017.A
maioria encontrava-se no setor de Serviço, ao todo 64% de empregados, mostrando o peso desta atividade na
economia fluminense. No caso do Rio de Janeiro, porém, uma boa parcela desses trabalhadores atua na
Administração Pública, aproximadamente 30% de acordo com os dados da Relação Anual de Informações
Sociais – RAIS, em 2017.
Número de Empregos Formais em 31/12/2017 por setor de atividade econômica.
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, Relação Anual de Informações Sociais – RAIS
.
O setor de Comércio é o segundo em número de posto de trabalho no estado, 20% do total de
empregados. Seguido pela Indústria, 11%, onde se sobressaem os maiores empregadores: Indústrias de
Alimentos, Bebidas e Indústria Química.
Comparando a renumeração média do mercado formal, o ERJ alcançou, em 2017, a maior
renumeração, R$3.197. Em quase todos os setores o estado possui renumeração média superior, exceto
agropecuária. Destaca-se o rendimento da Indústria fluminense, com valor de R$ 4.500, R$ 1.000 acima da
média de São Paulo.
457.035 11%
155.923 4%
820.833
20%
2.588.243 64%
22.702 1%
Estado do Rio de Janeiro
1 -Indústria 2 - Construção Civil 3 - Comércio 4 - Serviços 5 - Agropecuária
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, Relação Anual de Informações Sociais – RAIS
Remuneração Média Nominal por Setor de Atividade Econômica - 2017
R$ 0
R$ 500
R$ 1.000
R$ 1.500
R$ 2.000
R$ 2.500
R$ 3.000
R$ 3.500
R$ 4.000
R$ 4.500
R$ 5.000
Total Indústria Construção Civil Comércio Serviços Agropecuária
Brasil Bahia Minas Gerais Espírito Santo Rio de Janeiro São Paulo Rio Grande do Sul
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Aspectos da Qualidade de Vida do Estado do Rio de Janeiro
Olhar Comparativo
Trabalho, Renda e Pobreza
Número de Empregos Formais em 31/12/2017 por setor de atividade econômica, segundo região de governo – Estado do Rio de Janeiro
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, Relação Anual de Informações Sociais - RAIS
O painel supra representado traz as regiões oficias do Governo do ERJ. O setor de Serviços é o que mais emprega em todas as regiões, respondendo pela
maior parte dos empregos no estado. Em segundo lugar, aparece o setor de Comércio como forte empregador, exceto nas Regiões Norte Fluminense e Médio
Paraíba. Cabe ressaltar que as Regiões Norte Fluminense, Serrana e Médio Paraíba são as que apresentam as maiores parcelas dos trabalhadores do mercado
formal na Indústria, com proporções maiores que 20% dos trabalhadores totais.
301.582 9%
124.087 4%
632.856 20%
2.118.349 67%
6.583 0%
Região Metropolitana
1 -Indústria 2 - Construção Civil 3 - Comércio 4 - Serviços 5 - Agropecuária
8.338 6%
6.762 5%
39.339 26%
92.417 62%
1.522 1%
Região das Baixadas Litorâneas
1 -Indústria 2 - Construção Civil 3 - Comércio 4 - Serviços 5 - Agropecuária
9.276 17%
787 1%
13.311 24%
29.468 54%
2.192 4%
Região Noroeste Fluminense
1 -Indústria 2 - Construção Civil 3 - Comércio 4 - Serviços 5 - Agropecuária
49.107 24%
5.778 3%
41.593 21%
102.276 51%
2.871 1%
Região do Médio Paraíba
1 -Indústria 2 - Construção Civil 3 - Comércio 4 - Serviços 5 - Agropecuária
44.968 20%
13.413 6%
41.493 18%
124.087 55%
3.025 1%
Região Norte Fluminense
1 -Indústria 2 - Construção Civil 3 - Comércio 4 - Serviços 5 - Agropecuária
11.062 18%
914 2%
14.444 24%
32.282 53%
1.983 3%
Região Centro-Sul Fluminense
1 -Indústria 2 - Construção Civil 3 - Comércio 4 - Serviços 5 - Agropecuária
25.580 22%
3.303 3%
27.022 23%
55.825 48%
4.041 4%
Região Serrana
1 -Indústria 2 - Construção Civil 3 - Comércio 4 - Serviços 5 - Agropecuária
7.122 13%
879 2%
10.775 20%
33.539 64%
485 1%
Região da Costa Verde
1 -Indústria 2 - Construção Civil 3 - Comércio 4 - Serviços 5 - Agropecuária
Habitação e Saneamento
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Aspectos da Qualidade de Vida do Estado do Rio de Janeiro
Olhar Comparativo
Habitação e Saneamento
Em 2017, o Estado do Rio de Janeiro contabilizou 6,2 milhões de domicílios (PNAD Contínua). Na
relação com o total da população, calcula-se uma média de 2,75 habitantes por domicílio. No que tange ao
tipo de residência, 76,25% das moradias eram do tipo casa e 23,5% de apartamentos. Desse conjunto, 73%
são de domicílios próprios, enquanto 18,3% são formados por domicílios alugados.
Percentuais de domicílios particulares permanentes,
segundo a condição de ocupação. Estado do Rio de Janeiro
– 2017
Fonte: IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - PNAD
Contínua
A título de análise, essas características não se apresentam de forma homogênea sobre as regiões e
territórios do estado. Os dados indicados pelo Censo 2010 para a cidade do Rio, por exemplo, já demonstravam
a presença de importantes diferenças na relação entre tipos de domicílios e uso do solo urbano. Particularmente
na Área de Planejamento 02 (AP), que abarcava os bairros da Zona Sul e da Zona Norte (Tijuca) do município,
apenas 19% dos domicílios eram do tipo casa, com 81% de apartamentos. Por outro lado, a AP5, região
representada pela Zona Oeste (Bangu, Campo Grande, Santa Cruz etc.), em constante expansão imobiliária, o
percentual de casas foi de 90% contra apenas 10% de apartamentos3.
No caso da condição de construção dos domicílios, a PNAD Contínua apontou a presença de uma
boa estrutura geral no ERJ, em 2017. No total, 96% dos domicílios eram construídos de alvenaria com
revestimentos; enquanto 52% possuíam telhas com laje de concreto e, for fim, 89% contavam com piso de
cerâmica ou pedra. Vale lembrar, assim como no caso dos tipos de domicílios, essa condição pode se
configurar diferentemente dependo da localidade e do grupo social da população.
3 Informações retiradas do DATA.RIO, do Instituto Pereira Passos, Prefeitura do Rio. Disponível em: http://www.data.rio/
Absoluto %
Total 6.183 100
Apartamento 1.451 23,47
Casa 4.715 76,25
Casa de cômodos, cortiço
ou cabeça de porco17 0,28
Fonte: IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - PNAD Contínua
TipoTotal de domicílios
Estado do Rio de Janeiro
Total de domicílios particulares permanentes
por tipo de domicílio(Mil unidades) - 2017
Fonte: IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - PNAD Contínua
Material Predominante nas Paredes Material Predominante no Telhado Material Predominante no Piso
89,3%
3,9% 5,9%0,9%Cerâmica, lajota
ou pedra
Madeiraapropriada paraconstruçãoCimento
Outro material
20,4%
52,0%
27,2% 0,4%Telha sem lajede concreto
Telha com lajede concreto
Somente laje deconcreto
Outro material
96,2%
3,8%
Alvenaria/taipacomrevestimento
Alvenaria/Taipasemrevestimento
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Aspectos da Qualidade de Vida do Estado do Rio de Janeiro
Olhar Comparativo
Habitação e Saneamento
Posse de bens e serviços nos domicílios (%) – 2017
Estado do Rio de Janeiro
Fonte: IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - PNAD Contínua
Já a presença de bens e serviços por
domicílios, observa-se um elevado consumo do
telefone móvel celular, presente em 93% das
moradias. Em 2017, com exceção da bem durável
geladeira, a TV foi o eletrodoméstico mais popular do
estado, com aproximadamente 98,6% de presença
nos domicílios. O automóvel está presente em 41%
dos lares fluminenses.
O Estado do Rio de Janeiro é o segundo da
Região Sudeste em termos de acesso à internet por
qualquer dispositivo, seja ele móvel ou não. O
estado perde apenas para São Paulo, conforme
indica o gráfico ao lado. Da mesma forma, ocorreu
um crescimento recente no percentual, saindo de
70,8% de domicílios com internet, em 2016, para
75,9%, em 2017.
Fonte: PNAD Contínua 2016; 2017
Em 2017, mais de 75% dos domicílios acessaram de alguma maneira a internet, números expressivos
quando comparados ao ano anterior, quando o percentual foi de 70%. Seguindo a tendência mundial, a maioria
absoluta dessas conexões se fez pelo uso de telefone celular (74%), contra 46% de acessos por meio da
utilização de microcomputador, que vem perdendo espaço. Como consequência do consumo de TVs de tela
fina, há um crescimento do percentual de acesso à internet via TV, chegando a 11%, em 2017. Por fim, vale
lembrar que a PNAD Contínua prevê que em cada domicílio é possível que haja mais de uma forma de acesso
à internet.
Telefone móvel
celular
Telefone fixo
convencionalGeladeira
Máquina de lavar
roupa
93,0 50,1 99,6 82,9
Televisão Microcomputador Automóvel Motocicleta
98,6 50,8 41,0 7,8
63,6
52,3
64,0 63,5
70,876,5
67,070,5
60,2
72,1 71,175,9
80,9
72,5
-
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
100,0
Brasil Bahia MinasGerais
EspíritoSanto
Rio deJaneiro
São Paulo Rio Grandedo Sul
Acesso à Internet - Total
2016 2017
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Aspectos da Qualidade de Vida do Estado do Rio de Janeiro
Olhar Comparativo
Habitação e Saneamento
Fonte: PNAD Contínua 2016; 2017
Fonte: PNAD Contínua 2016; 2017
No tema do Saneamento Básico (SB), pode-se utilizar tanto informações oriundas da própria PNAD
Contínua - com dados por domicílios -, como indicadores de população beneficiada. Esta última é elaborada
no âmbito da política do ICMS Ecológico, com base nas informações enviadas pela Secretaria de Estado do
Ambiente e Sustentabilidade – SEAS, e organizadas, consolidadas e publicadas pela Fundação CEPERJ. No
caso da PNAD Contínua, não existem informações para a escala municipal, já que se trata de uma pesquisa
baseada em uma amostra, extrapolada para o conjunto do Estado. Contudo, é possível realizar comparações
com as outras Unidades da Federação.
Com exceção do ESP, todos os estados comparados apresentaram cobertura pela rede geral de esgoto
abaixo de 90%. No caso do ERJ, o estado possuía 88% dos domicílios atendidos, em 2017, e valores acima
da média nacional de 85,7%. No caso da coleta de lixo, os números são muito próximos e superiores à média
do país de 83% de cobertura. A exceção fica por conta da Bahia, com apernas 68% dos domicílios contando
com coleta diário de resíduos, enquanto no Rio de Janeiro foram 91% de cobertura.
-
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
100,0
Brasil Bahia EspíritoSanto
Rio deJaneiro
São Paulo Rio Grandedo Sul
MinasGerais
Coleta diária de Lixo (%)
2016 2017
-
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
100,0
Brasil Bahia Espírito Santo Rio de Janeiro São Paulo Rio Grande doSul
Minas Gerais
Esgotamento Sanitário - Rede Geral (%)
2016 2017
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Aspectos da Qualidade de Vida do Estado do Rio de Janeiro
Olhar Comparativo
Habitação e Saneamento
Ao deslocar o foco para escala municipal, os primeiros dados disponíveis sobre esgotamento sanitário
podem ser retirados do Censo 2010 (IBGE). Na época, a informação sobre cobertura dos domicílios pela rede
geral de esgoto identificou entre os piores indicadores os municípios São Francisco do Itabapoana (1,5%), São
João da Barra (23,5%), Paraty (17%), Mangaratiba (23%) e a região que se estende de Maricá (12,4%) em
direção a Região das Baixadas Litorâneas, com destaque negativo para Saquarema (20,25%), Araruama
(17,6%) e Armação de Búzios (18,6%).
Agora, o indicador “Percentual de pessoas beneficiadas com coleta e tratamento de esgoto”, inserido
nos cálculos do ICMS Ecológico, traz algumas diferenças em relação aos dados do Censo. Antes, porém, vale
destacar que essas informações são extraídas da capacidade de atendimento das estações e redes de
esgotamento sanitário licenciadas no estado e de funcionamento autorizado pelo órgão ambiental fiscalizador,
neste caso o INEA.
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39
Aspectos da Qualidade de Vida do Estado do Rio de Janeiro
Olhar Comparativo
Habitação e Saneamento
Observando o mapa acima, o ICMS Ecológico demonstra que, em 2018, houve uma melhora nas
condições de Saneamento Básico nas Baixadas Litorâneas, principalmente. De fato, nos últimos anos, o
governo estadual e o consórcio formado pelas empresas responsáveis pelo saneamento na região investiram
importantes recursos financeiros e técnicos na despoluição das lagoas de Araruama e de Juturnaíba
(Saquarema, Silva Jardim), o que parece ter gerado efeitos positivos à região. Vale destacar positivamente,
também, os municípios de Niterói, Nova Friburgo, Campos dos Goytacazes, Resende, entre outros, que
apresentaram cobertura igual e superior a 75% de pessoas atendidas por esgotamento sanitário.
Por outro lado, a condição de precariedade do sistema de saneamento básico permanece em grande
parte dos municípios no estado. Diferente do Censo, em que o dado registrado não leva em consideração se o
esgoto coletado no domicílio é de fato tratado, no caso do ICMS Ecológico o indicador envolve as duas etapas
do serviço (coleta e tratamento). Essa condição agregada do indicador permite avaliar o saneamento de forma
mais aproximada da realidade socioeconômica das populações e dos lugares. Nesse cenário, ainda há inúmeros
municípios, em todas as regiões do estado, que ainda não alcançaram 25% de cobertura.
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40
Aspectos da Qualidade de Vida do Estado do Rio de Janeiro
Olhar Comparativo
CONCLUSÃO
CONCLUSÃO
O estudo Olhar Comparativo buscou disponibilizar um conjunto de informações para fins de
comparabilidade da qualidade de vida entre alguns estados brasileiros e entre os municípios fluminenses.
Alguns fenômenos podem ser observados como processos amplos, ou seja, afetam grande parte das unidades
federativas, a exemplo das quedas das taxas de crescimento populacional e o não atingimento das metas do
IDEB para o ensino médio. Por outro lado, há questões particulares, que afetam de forma distinta o ERJ, como
o desempenho no ensino fundamental e a incidência dos casos de tuberculose no estado e nos municípios.
Para efeitos de síntese dos capítulos e dos indicadores trabalhados no texto, foi organizado um quadro
resumo com os principais pontos identificados por tema como meio para auxiliar o leitor a situar o desempenho
do ERJ no conjunto geral dos estados e ao longo dos últimos anos.
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Aspectos da Qualidade de Vida do Estado do Rio de Janeiro
Olhar Comparativo
CONCLUSÃO QUADRO RESUMO DO ERJ
● O ERJ possui a terceira maior população do pais● População do ERJ, em 2018, era 17.159.960 pessoas● A população do ERJ continuará crescendo em ritmo lento até 2041, quando iniciará o processo de redução● Envelhecimento da Estrutura populacional, até que em 2060 o ERJ terá mais de 1/4 de população formada por idosos
● Apresentou melhorias dos indicadores educacionais nos últimos anos para EF● Crescimento das notas médias de Língua Portuguesa e Matemática da prova Brasil no EF● Estabilização das notas médias de Língua Portuguesa e Matemática da prova Brasil no EM● A meta do Ideb não foi atingida por nenhuma etapa de ensino, em 2017
● Queda na quantidade de leitos internação oferecidos pelos SUS ● Maior quantidade de médicos por habitantes entre as UF's comparadas. Em 2017, 2,51 médicos por mil habitantes● Maiores taxas de mortalidade por doenças transmissíveis, tuberculose e acidente vascular cerebral entre as UF'S● Municípios de Japeri e Rio de Janeiro com maiores taxas de incidência de Tuberculose● Taxa de mortalidade por causas externas por 100.000 habitantes foi de 87,5, em 2016● A proporção de mortes por agressões entre as causa externas foi de 37,9%, em 2016● As intervenções legais e operações de guerra responderam por 3,7% das mortes por causas externas, em 2016● Redução no valor dos gastos com internações e atendimentos
● Taxa de Letalidade Violenta obteve queda entre 2006 a 2012● Taxa de Letalidade Violenta apresentou crescimento a partir de 2012, chegando, em 2018, a 39,3 por 100mil/hab..● Taxa de homicídio doloso de 29 por 100mil/hab., em 2018● Eixo do litoral, formado pela interligação das vias da BR-101 (Santos-Rio-EES), com maiores taxas de homicídios
● Renda domiciliar per capita média de R$ 1.713 e mediana de R$ 996, em 2017● Coeficiente de Giní de 0,521, em 2017● População em extrema pobreza de aprox. 3,0% da população total; em situação de pobreza, 1,6%. ● 3,5% do total de domicílios possuem renda per capita inferior a 1/4 salário mínimo (pop.pobre)● 11,4% do total de domicílios com renda per capita inferior a 1/2 salário mínimo ( pop. vulneráveis a pobreza)● Taxa de Desocupação de 14,80%; cerca de 1,3 milhões de pessoas desocupadas no 3º trimestre de 2018● Nível de Informalidade do ERJ atingiu 50,91%, no 3º trimestre de 2018● Rendimento médio real de R$ 2.584, no 3º trimestre de 2018● 64% dos trabalhadores formais estão empregados no setor de Serviços
● O ERJ possuía 6,2 milhões de domicílios, em 2017● O automóvel está presente em 41% dos lares fluminenses● Mais de 75% dos domicílios acessam a internet● 88% dos domicílios são atendidos pela rede geral de esgoto● 91% dos domicílios estão cobertos por coleta de lixo
● De acordo com os dados do ICMS Ecológico, 68 municípios do ERJ apresentam cobertura inferior a 25% da população,
em termos de coleta e tratamento de esgoto
Habitação e Saneamento
Demografia
Educação
Saúde
Segurança Pública
Trabalho, Renda e Pobreza
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Aspectos da Qualidade de Vida do Estado do Rio de Janeiro
Olhar Comparativo
Referências bibliográficas
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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