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Graciene da Silva Mota Variação na estrutura, na composição floristica e nas formas de vida ao longo de um gradiente altitudinal na Cadeia do Espinhaço Montes Claros, MG 2012

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Graciene da Silva Mota

Variação na estrutura, na composição floristica e nas formas de vida ao longo de um

gradiente altitudinal na Cadeia do Espinhaço

Montes Claros, MG

2012

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Graciene da Silva Mota

Variação na estrutura, na composição floristica e nas formas de vida ao longo de um

gradiente altitudinal na Cadeia do Espinhaço

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

graduação em Ciências Biológicas da

Universidade Estadual de Montes Claros como

requisito necessário para a conclusão do curso

de Mestrado em Ciências Biológicas

Orientador

Prof. Dr. Geraldo Wilson Fernandes

Coorientadoras

Profa. Dr

a. Yule Roberta Ferreira Nunes

Profa. Dr

a. Maria das Dores Magalhães Veloso

Montes Claros, MG

2012

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GRACIENE DA SILVA MOTA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação Stricto Sensu em Ciências

Biológicas da Universidade Estadual de

Montes Claros como requisito necessário para

a conclusão do curso de Mestrado em Ciências

Biológicas.

APROVADA: 27 de Fevereiro de 2012

___________________________________________

D.Sc. Geraldo Wilson Fernandes

Orientador/UNIMONTES

___________________________________________

D.Sc. Yumi Oki

___________________________________________

D.Sc. Mario Marcos do Espírito Santo

UNIMONTES

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“Jamais poderemos ser suficientemente

gratos a Deus, nossos pais e nossos

mestres.”

Aristóteles

Agradecimentos

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Primeiramente, agradeço a Deus, pelo dom da vida e sustento.

Agradeço a minha querida família e isso inclui pai, mãe, irmãos, sobrinhos, cunhadas, avós,

tios e primos por todo o carinho, orações, dedicação e amizade! Amo vocês.

Ao meu orientador Geraldo Wilson Fernandes pela confiança e incentivo.

Meu eterno agradecimento à Yule e Dora pela orientação, pelo apoio, incentivo, amizade,

carinho, paciência, enfim esta página é pequena para falar bem de vocês e para agradecer por tudo

que me proporcionaram durante os quase 4 anos de convivência.

Agradeço aos queridos colegas do LEPV, a todos que passaram ou que ainda estão

presentes, especialmente aos que compartilharam comigo a alegria de conhecer as belezas da Serra

do Cipó, Etiene, Nayara, Diellen, Fran, Lílian, Marcelo, Rose Hellen, Camila, Poliana, Saimo e

Lucas pela ajuda no campo, e a Cecília, Jeferson e Claudiane, pela ajuda na confecção das

exsicatas, que foram essenciais para o desenvolvimento desse trabalho.

À Gisele Menino pela amizade, incentivo, carinho e ajuda com a estatística.

À Thiago pela ajuda no campo e pela amizade.

À Thaíse e Giovana pelo carinho, amizade e ajuda na correção deste trabalho.

À Saimo, Fátima e Luiz Falcão pela ajuda com a estatística.

Aos colegas de turma, especialmente a Etiene, companheira de todas as horas, Nanda,

Silma, Matheus e Helbert.

Ao Victor pela ajuda no Abstract.

Aos doutores Rubens Manoel dos Santos, Rosana Romero, Maria Cândida H. Mamede,

Marcos Sobral, Daniel Negreiros, Ana Claudia, Mariana Augsten, Matheus Martins e Priscila

Pimenta Hoffmann pela identificação do material botânico.

Aos colegas de república Juliana, Felipe, Áureo, Guedim e Alison. Muito obrigada pelo

convívio, amizade e pelas boas risadas.

Ao CNPq, pelo financiamento do projeto.

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À CAPES pela concessão da bolsa de mestrado.

Aos Funcionários do Parque Nacional da Serra do Cipó e a UNIMONTES pelo apoio

logístico.

Enfim, a todos que contribuíram direta ou indiretamente para realização deste trabalho.

Muito Obrigada!

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Resumo

O estudo avaliou a estrutura, as formas de vida e a composição floristica da comunidade

lenhoso de sete pontos ao longo de um gradiente altitudinal do complexo rupestre da Serra do Cipó,

MG, além disso, a influência da variações edáficas sobre a distribuição das espécies foi avaliada.

Em cada área, foram distribuídas 13 parcelas de 100 m2, totalizando uma amostragem de 0,91 ha,

onde foram amostrados todos os indivíduos com diâmetro a altura do solo (DAS) ≥ 1 cm. Foram

calculados os parâmetros quantitativos clássicos e os índices de diversidade e equabilidade.

Comparou-se a composição florística entre os pontos amostrados e a similaridade foi calculada.

Diferenças em relação a diversidade, área basal, riqueza e abundância das espécies, além da

frequência e riqueza de formas de vida entre as áreas também foram avaliadas. A relação entre a

altitude e riqueza também foi determinada e as relações entre as espécies e as variáveis ambientais.

Foram amostrados 9672 indivíduos, distribuídos em 278 espécies, sendo que as fanerófitas foram

mais representativas, seguidas de caméfitas, terófitas, hemicriptófitas e geófita. As famílias mais

ricas foram Asteraceae, Melastomataceae, Fabaceae, Eriocaulaceae, Velloziaceae, Malpighiaceae,

Myrtaceae, Rubiaceae e Vochysiaceae. As espécies com maior densidade foram Actinocephalus

polyanthus, Vellozia nivea, Richterago polymorpha, Lychnophora pinaster, Vellozia epedendroides,

Vellozia albiflora, Neea theifera, Leiothrix crassifolia, Paepalanthus bromelioides e Byrsonima

verbascifolia. A riqueza, a diversidade e a frequência e riqueza de formas de vida diferiram

significativamente entre as áreas. Além disso, a riqueza de espécies relacionou com a altitude e

houve ordenação das espécies em função das variáveis edáficas. Assim, a altitude e as variáveis

edáficas possivelmente determinaram a diferenciação e distribuição das espécies entre as áreas, o

que indica que estas são heterogêneas.

Palavras-chave: diversidade, composição florística, altitude, parâmetros fitossociológicos,

componentes lenhosos.

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Sumário

Introdução Geral ............................................................................................................... 08

Referências ......................................................................................................................... 10

Capítulo - 1 ......................................................................................................................... 12

Estrutura e composição florística da comunidade lenhosa em diferentes áreas do

complexo rupestre da Serra do Cipó, Minas Gerais ...................................................... 13

Resumo ................................................................................................................................ 14

Abstract ............................................................................................................................... 14

Introdução ........................................................................................................................... 16

Materiais e Método .............................................................................................................. 17

Resultados............................................................................................................................ 20

Discussão ............................................................................................................................ 34

Referências .......................................................................................................................... 37

Anexos ................................................................................................................................. 41

Capítulo - 2 ......................................................................................................................... 56

Formas de vida e variáveis edáficas: distribuição da flora lenhosa rupestre na Serra

do Cipó, Minas Gerais ....................................................................................................... 57

Resumo ................................................................................................................................ 58

Abstract ............................................................................................................................... 58

Introdução ........................................................................................................................... 59

Materiais e Método ............................................................................................................. 60

Resultados ........................................................................................................................... 64

Discussão ............................................................................................................................ 75

Referências .......................................................................................................................... 77

Anexos ................................................................................................................................. 83

Conclusão Geral ................................................................................................................ 91

Agradecimentos ................................................................................................................ 92

Anexos ................................................................................................................................ 93

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Introdução Geral

A Cadeia do Espinhaço ou também denominada de Serra do Espinhaço, é constituída por

áreas de montanhas que representam centros de biodiversidade (Giulietti et al. 1997). Na porção sul

dessa cadeia está localizada a Serra do Cipó que apresenta desde formações florestais, como mata

de galeria, mata decídua sobre afloramentos de calcário, cerradão e mata de capão; até formações

campestres, como campo sujo, campo cerrado e campos rupestres, sendo os últimos predominantes

na região (Giulietti et al. 1987). As formações florestais, denominadas de matas associadas aos

complexos rupestres de altitude, ocorrem em regiões mais úmidas ou mésicas e as formações

campestres estão relacionadas aos afloramentos rochosos, caracterizando-se como ambientes secos

(Benites et al. 2003).

As diferentes fitofisionomias ocorrem em resposta às variações paleoclimáticas,

paleoecológicas e adaptabilidades a determinadas condições ambientais adversas como: escassez de

solo, pobreza nutricional e pH ácido; alta insolação e declividade (Pereira 1994). Essas variações de

adaptabilidades fazem com que a vegetação da Serra do Cipó seja extremamente diversa (Pereira

1994). Conforme Giulietti & Pirani (1988), não existe outra formação vegetal com um número tão

elevado de espécies endêmicas como os campos rupestres.

O solo dessa região é de origem predominantemente quartzítica e arenítica, calcária em

menor quantidade, ácidos, arenosos e rasos, com pouca capacidade de retenção de água e pobre em

nutrientes, além da grande concentração de alumínio (Giulietti et al. 1987). As plantas que habitam

esse ambiente, desenvolvem estruturas morfológicas que possibilitam sua sobrevivência (Pereira

1994). Desta forma, a vegetação é predominantemente formada de arbustos e subarbustos,

apresentando padrões fitogeográficos similares em diferentes famílias botânicas (Giulietti & Pirani

1988) e as famílias mais representativas são: Velloziaceae, Asteraceae e Melastomataceae (Giulietti

et al. 1987, Pereira 1994).

Apesar de existir um grande número de estudos botânicos realizados na Serra do Cipó, ainda

são poucos os trabalhos sobre estrutura de comunidades vegetais (Pena 2009). A análise estrutural

da vegetação, por meio de levantamentos fitossociológicos, visa fornecer informações quantitativas

sobre a estrutura horizontal e vertical da vegetação, colocando-se como uma das alternativas para

conhecer as variações fisionômicas, florísticas e estruturais a que as comunidades vegetais estão

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sujeitas ao longo do tempo e do espaço (Scolforo 1993). Sendo assim, os estudos fitossociológicos

permitem entender a vida dos organismos e as relações de associações que estes mantêm em

presença de exigências comuns de condições do meio (Porto 2008).

Os campos rupestres são considerados como a fitofisionomia com maior biodiversidade e

maior número de espécies endêmicas e ameaçadas de extinção (Giulietti et al. 1987). Estima-se em

torno de 3000 espécies vegetais identificadas nos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço,

podendo o número total de espécies ser o dobro deste valor (Giulietti et al. 2000). Os campos

rupestres possuem formações vegetais que ocorrem em um gradiente altitudinal, com variação de

800 a 1600 m, ao longo de poucos quilômetros (Pereira 1994). A altitude pode exercer uma forte

influência na composição florística no ambiente de campos rupestres (Giulietti et al. 1987). Sabe-se

que nas altitudes mais elevadas a temperatura, o vento ou a instabilidade do solo podem limitar o

crescimento das plantas (Callaway et al. 2002). Alguns destes fatores conduzem a um padrão geral,

onde a diversidade de vegetais decresce com o aumento da altitude (Huston 1994, Gaston &

Willians 1996, Medina & Fernandes 2007, Nunes et al. 2008).

Diante disto, este trabalho visou avaliar a estrutura, as formas de vida e a composição

florística da comunidade lenhosa de sete pontos ao longo de um gradiente altitudinal da Serra do

Cipó (MG). O estudo também avaliou a influencia de fatores abióticos (altitude, solo) na

abundância e riqueza e estrutura da comunidade. Deste modo, este estudo visa contribuir para o

conhecimento desta importante fitofisionomia, considerada única.

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Referências

CALLAWAY, R.M., BROOKER, R. W., CHOLER, P., KIKVIDZE, Z., LORTIE, C. J. 2002.

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BENITES, V. M.; CAIAFA, A. N.; MENDONCA, E. S.; SCHAEFER, C. E.; KER, J. C. 2003.

Solos e vegetação nos complexos rupestres de altitude da Mantiqueira e do Espinhaco. Floresta e

Ambiente 10(1): 76-85.

GASTON, K.J. & WILLIAMS, P.H. 1996. Spatial patterns in taxonomic diversity. Pp. 202–229. In: K.J.,

Gaston (ed.). Biodiversity: a biology of numbers and difference. Oxford, U.K.: Blackwell Science.

GIULIETTI, A.M, HARLEY, R.M, QUEIROZ, L.P, WANDERLEY, M.G.L, PIRANI, J.R. 2000.

Caracterização de endemismos nos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço. In:

CAVALCANTI, T.B., WALTER, B.T.M. (eds) Tópicos Atuais em Botânica.

BrasíliaSBB/Embrapa. Pp. 311-318.

GIULIETTI, A.M.; MENEZES, N.L.; PIRANI, J.R., MEGURO, M.; WANDERLEY, M.G.L.

1987. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: caracterização e lista de espécies. Boletim de

Botânica 9: 1-151.

GIULIETTI, A.M.; PIRANI, J.R. 1988. Patterns of geographic distribution of some plant species

from the Espinhaço range, Minas Gerais and Bahia, Brazil. In: VANZOLINI, P. E.; HEYER, W. R.

(eds). Proceedings of a workshop on neotropical distribution patterns. Academia Brasileira de

Ciências, Rio de Janeiro. Pp. 39-69.

HUSTON, M. A. 1994. Biological diversity: the coexistence of species on changing landscapes.

Cambridge University Press, Cambridge.

MEDINA, B.M.O.; FERNANDES, G.W. 2007. The potential of natural regeneration of rocky

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Botânica 30(4): 665-678.

NUNES, Y.R.F. LANDAU, E.C.; VELOSO, M.D.M. 2008. Diversidade de Melastomataceae em

diferentes altitudes de campos rupestres na Serra do Cipó, MG. Unimontes Científica 10(1/2): 34-

45.

PENA, M. A. 2009. Floristica de afloramentos rochosos na Serra do cipó, MG. Instituto de

Biociências da Universidade de São Paulo (Dissertação de Mestrado).

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PEREIRA, M. C. A. 1994. Estrutura das comunidades vegetais de afloramentos rochosos dos

campos rupestres do Parque Nacional da Serra do Cipó, MG. Universidade Federal de Minas

Gerais. Belo Horizonte (Dissertacao de Mestrado).

PORTO, M.L. 2008. Comunidades vegetais e fitossociologia: fundamentos para avaliação e

manejo de ecossistemas. Editora da UFRGS, Porto Alegre.

SCOLFORO, J.R.S. 1993. Inventário florestal. Escola Superior de Agricultura de Lavras/FAEPE,

Lavras.

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Capítulo 1

Estrutura e composição florística da comunidade lenhosa em diferentes áreas do complexo

rupestre da Serra do Cipó, Minas Gerais.

Artigo formatado segundo as normas da revista Acta Botanica Brasilica

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Artigo formatado segundo as normas da revista Acta Botanica Brasilica

(as tabelas e figuras foram incluídas no texto para melhor compreensão)

Estrutura e composição florística da comunidade lenhosa ao longo do gradiente altitudinal do

complexo rupestre da Serra do Cipó, Minas Gerais.

Graciene da Silva Mota1,5

, Yule Roberta Ferreira Nunes2, Geraldo Wilson Fernandes

3, Nayara Mesquita

Mota4, Marcelo Henrique de Oliveira

4.

1Parte da dissertação de mestrado da primeira autora, Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Departamento de

Biologia Geral, Universidade Estadual de Montes Claros, CP 126, CEP 39401-089, Montes Claros, MG, Brasil 2Laboratório de Ecologia e Propagação Vegetal, Departamento de Biologia Geral, Universidade Estadual de Montes Claros,

Caixa Postal 126, CEP 39401-089, Montes Claros, MG, Brasil. 3Laboratório de Ecologia Evolutiva de Herbívoros Tropicais, Departamento de Biologia Geral, ICB, Universidade Federal de

Minas Gerais, Caixa Postal 486, CEP 30161-970, Belo Horizonte, MG, Brasil. 4Graduação em Ciências Biológicas, Departamento de Biologia Geral, Universidade Estadual de Montes Claros, CP 126, CEP

39401-089, Montes Claros, MG, Brasil. 5 Autor para correspondência: [email protected]

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RESUMO

(Estrutura e composição florística da comunidade lenhosa em diferentes áreas do complexo rupestre da

Serra do cipó, Minas Gerais). O objetivo deste trabalho foi avaliar a composição florística, os parâmetros

fitossociologicos de densidade, área basal, riqueza, abundância e a diversidade do componente lenhoso de

sete pontos localizadas em diferentes altitudes do complexo rupestre na Serra do Cipó. Em cada área

foram distribuídas 13 parcelas de 100 m2, totalizando uma amostragem de 0,91 ha, onde foram

amostrados todos os indivíduos lenhosos com diâmetro a altura do solo (DAS) ≥ 1 cm. Foram amostrados

9672 individuos, distribuídos em 278 espécies. A densidade e área basal não diferiram entre as áreas,

porém a riqueza e diversidade diferiram, além disso, a riqueza relacionou com a altitude e a composição

florística variou entre as áreas. Esses resultados evidenciam que a altitude é um dos fatores que restringe

o estabelecimento das espécies nas diferentes áreas. Os resultados encontrados evidenciam que a

composição floristica e a riqueza diferenciou em os diferentes pontos altitudinais o que indica que estes

pontos são bastante heterogêneas. Esta complexidade é resultante do controle da topografia local,

litologias próximas e solo que variam com o gradiente altitudinal.

Palavras-chave: altitude, campo rupestre, composição floristica, diversidade, parâmetros

fitossociologicos.

ABSTRACT

(Structure and floristic composition of woody community in different areas of the rupestrian complex of

Serra do Cipó, Minas Gerais). There is a large number of botanical studies being conducted in the Serra

do Cipó, but there are few studies on the plant communities structure. The objective of this study was to

evaluate the floristic, phytosociological parameters of density, basal area, richness, abundance and

diversity of the woody component of the seven areas located at different altitudes of the rupestrian

complex of Serra do Cipó. In each area 13 plots of 100 m2 were distributed, with a total sample of

0.91 ha, where all woody plants with diameter at height above the ground (DBS) ≥ 1 cm were

sampled. 9672 individuals were sampled, distributed in 278 species. The density and basal area did not

differ between areas, but the richness and diversity differed, moreover the richness related to the

altitude and the floristic composition varied between areas. These results show that the altitude is one of

the factors that restricts the establishment of species in the indifferent areas. The results found showed

there was differentiation in the seven communities studied, am nd that the floristic composition and

richness determined this differentiation indicating that these areas are quite heterogeneous, and

this complexity as a result of the control of local topography, nearby lithologies, soil and

climate ranging with the altitudinal gradient.

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Key words: altitude, rupestrian fields, floristic composition, diversity, phytosociological parameters.

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Introdução

O complexo de montanhas que forma a Cadeia do Espinhaço, localizado no sudeste brasileiro,

estende-se desde o centro-sul de Minas Gerais, em direção ao norte, até a Chapada Diamantina, na Bahia

(Menezes & Giulietti 1986). Esta cadeia de montanhas é o divisor de dois domínios de vegetação,a Mata

Atlântica, ao leste, e o Cerrado, ao oeste (Menezes & Giulietti 1986), ambos considerados hotspots

mundiais de biodiversidade (Myers et al. 2000). No Cerrado há o predomínio dos campos rupestres acima

de 900m de altitude, mas, apesar da generalização dessa unidade florística, os campos rupestres

apresentam uma elevada heterogeneidade espacial, incluindo um mosaico de habitats muito próximos

entre si (Conceição & Giulietti 2002, Conceição & Pirani 2005; 2007). De acordo com Giulietti et al.

(1987), a cobertura vegetal desses ambientes varia com a altitude e com o estado de decomposição ou

deposição do substrato. Sua vegetação é exclusiva, considerada extremamente diversa e com inúmeras

espécies endêmicas e ameaçadas de extinção (Giulietti et al. 1987).

Na porção sul da Cadeia do Espinhaço esta localizada a Serra do Cipó, em Minas Gerais, que

apresenta formações vegetais que ocorrem em um gradiente altitudinal com variação de 800 a 1600 m,

distribuído espacialmente em poucos quilômetros (Pereira 1994). É constituída por formações florestais,

como mata de galeria, mata decídua sobre afloramentos de calcário, cerradão e mata de capão; e por

formações campestres como campo sujo, campo cerrado e campo rupestre, sendo o último predominante

na região (Giulietti et al. 1987).Estima-se que nessa região ocorra cerca de 3000 espécies vegetais

identificadas, sendo um terço destas de ocorrência exclusiva (Giulietti et al. 1997; 2000). Devido às fortes

pressões antrópicas exercidas neste ecossistema, muitas espécies de campo rupestre estão em vias de

extinção (Menezes & Giulietti 2000).

Nos complexos rupestres de altitude ocorrem inúmeros sítios microclimáticos, representados pelas

fendas e pontões, além de vales e depressões, onde há uma grande deposição de areia, resultante da

decomposição das rochas e do acúmulo de matéria orgânica (Benites et al. 2003). O solo dessa região é

de origem predominantemente quartzítica e arenítica, calcária em menor quantidade, com solos ácidos,

arenosos e rasos, com pouca capacidade de retenção de água e pobre em nutrientes (Giulietti et al. 1987).

A vegetação destes ambientes é formada de arbustos e subarbustos, apresentando padrões fitogeográficos

similares em diferentes famílias botânicas (Giulietti & Pirani 1988).

Existe uma regra geral que prediz uma diminuição em torno de 0,6º C na temperatura, com o

aumento de 100 m de altitude (Cox & Moore 1993, Huston 1994). A diferença altitudinal provoca

mudanças sensíveis no clima, no solo, na vegetação natural (Fritzsons et. al 2008). A altitude é

correlacionada com uma grande variedade de recursos reguladores do crescimento das plantas, incluindo

precipitação e intensidade e qualidade de luz (Huston1994). Sendo assim, muitas condições físicas, além

das diferenças na temperatura, modificam ao longo de gradientes altitudinais, mas a temperatura do ar é,

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dentre os elementos climáticos, aquele que promove maiores efeitos diretos e significativos sobre muitos

processos fisiológicos que ocorrem em plantas (Fritzsons et. al 2008).

Apesar de existir um grande número de estudos botânicos realizados na Serra do Cipó, ainda são

poucos os trabalhos sobre estrutura das comunidades vegetais (Pena 2009). Estudos sobre estrutura da

vegetação e de florística revelam o funcionamento da comunidade vegetal e podem ajudar a esclarecer a

organização espacial da comunidade de plantas e a direção das mudanças nos processos ecológicos,

possibilitando planejar práticas de manejo que visem à conservação da diversidade (Botrel et al.

2002,Nunes et al. 2003). Além disso, estas informações permitem comparar diferenças tipológicas, na

mesma área, ou a mesma fitofisionomia, em áreas separadas (Martins 1991).

Diante disso, este trabalho foi desenvolvido com objetivo de avaliar a composição florística, os

parâmetros fitossociologicos e a diversidade do componente arbustivo-arbóreo de sete áreas localizadas

em diferentes altitudes do complexo rupestre na Serra do Cipó. Assim, com este estudo, procurou-se

responder as seguintes questões: (i) a composição florística, os parâmetros fitossociologicos, a riqueza e a

área basal da vegetação de campo rupestre variam entre os sítios de amostragem?; e (ii) existe alguma

tendência de riqueza e diversidade florística relacionada com o aumento ou diminuição da altitude entre

as áreas?

2. Material e métodos

Área de estudo

A Serra do Cipó estálocalizada na porção central do estado Minas Gerais, fazendo parte da Cadeia

do Espinhaço, a cerca de 100 km a nordeste de Belo Horizonte (Fig. 1). Abrange os municípios de

Santana do Riacho e Jabuticatubas. O clima da região, de acordo com Köppen (1931), é do tipo Cwp, ou

seja, clima mesotérmico com verões brandos e estação chuvosa de 3 a 4 meses no verão (Galvão & Nimer

1965). As temperaturas médias anuais são em torno de 21,2° C e a precipitação média anual é de 1.622

mm (Madeira & Fernandes 1999).

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Figura 1. Localização geográfica da Serra do Cipó em Minas Gerais e indicação dos sítios de

amostragem da vegetação.

Amostragem da vegetação

As coletas foram realizadas no período de dezembro de 2010 a março de 2011. Foram definidas

sete pontos ao longo de um gradiente altitudinal, as quais foram denominadas de Rio Cipó (RC), Usina

(US), Serra Morena (SM), Cedro (CE), Pedra do Elefante (PE), Quadrante 16 (Q16) e Alto do Palácio

(AP), entre as altitudes de 800 e 1500 m. Nesse complexo rupestre de altitude os pontos de afloramento

rochoso e campo rupestre, são mais elevadas, enquanto as áreas ecotonais de cerrado/campo rupestre ou

campo cerrado possuem altitudes intermediárias ou mais baixas (Tab. 1).

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Tabela 1. Localização das áreas amostradas em diferentes altitudes na Serra do Cipó, em Minas Gerais.

Áreas Coordenadas Altitude

(m)

Características das áreas

Rio Cipó 19°21'36,2'' S e

43°36'25,2'' W

824 Área ecotonal de cerrado rupestre e campo

rupestre

Usina

19°16'17,8" S e

43°36'18,1'' W

977

Área ecotonal de cerrado rupestre e campo

rupestre, presença de afloramento rochoso e

incidência de fogo no ano 2009 em três parcelas

amostradas

Serra Morena 19°15'50,6'' S e

43°35'10,3'' W

1001 Área ecotonal de cerrado rupestre, campo

rupestre e encharcamento em duas parcelas

amostradas

Cedro 19°13'56,5'' S e

43°34'34,8'' W

1101 Afloramento rochoso e campo rupestre

Pedra do Elefante

19°17'43,0'' S e

43°33'17,4'' W

1255

Afloramento rochoso e campo rupestre;

encharcamento em duas parcelas amostradas

Quadrante 16

19°17’49,6” S e

43°35'28,2" W

1303

Afloramento rochoso e campo rupestre

Alto do Palácio 19°16'59,3'' S e

43°32'08,9'' W

1420 Campo rupestre

* Classificação das fitofisionomias segundo Ribeiro & Walter (2008)

Em cada área foi traçado um transecto de 250 m, no qual foram plotadas 13 parcelas de 100 m2

(10 m × 10 m), distantes 10 m entre si, totalizando uma amostragem de 0,91 ha. No interior das parcelas,

todos os indivíduos arbustivo-arbóreos com diâmetro a altura do solo (DAS) ≥ 1 cm foram inventariados

e marcados com plaquetas de alumínio numeradas, sendo ainda registrado o nome da espécie, o DAS e a

altura total.

De todas as espécies amostradas, fez-se coleta de material vegetal. Este material foi tratado

segundo as técnicas convencionais de herborização e depositado no Herbário Montes Claros (HMC), da

Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES). A identificação do material botânico coletado

foi realizada através de consultas a especialistas, uso de literatura especializada e comparações com as

exsicatas existentes no Herbário da Universidade Federal de Minas Gerais (BHCB). Para a classificação

das espécies em famílias, foi utilizado o sistema do Angiosperm Phylogeny Group III (APG III 2009).

Análises dos dados

Para cada espécie amostrada, foram calculados os parâmetros quantitativos clássicos (Mueller-

Dombois & Ellenberg 1974) de: densidade absoluta (DA), densidade relativa (DR), dominância absoluta

(DoA), dominância relativa (DoR), frequência absoluta (FA), frequência relativa (FR) e índice de valor de

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20

importância (VI).Também foram calculados os índices de diversidade de Shannon (H’) e de equibilidade

Pielou (J’) (Brower & Zar 1984) para a amostragem total e para cada área separadamente. Para

determinar diferenças de diversidade entre as áreas, os índices de diversidade de Shannon obtidos para

cada altitude foram comparados pelo teste de t de Hutcheson (Zar 1996). Estas comparações foram feitas

aos pares (Nunes et al.2003).

Diferenças de riqueza, densidade e área basal entre as áreas foram avaliadas pelaAnálise de

Variância – ANOVA e posteriormente o pós-teste de Tukey, a 5% de probabilidade, aplicados após teste

para verificar a normalidade dos dados (Zar 1996). Para isto, foi considerado um delineamento em blocos

com número de parcelas igual (13 parcelas/ area) e as áreas como tratamento (sete áreas). A variação da

riqueza, abundância e área basal em relação à altitude (representada por cada área) foi avaliada por meio

de regressões lineares simples (Zar 1996).

Para comparação da composição florística entre as diferentes áreas, as parcelas foram ordenadas

através da técnica de NMDS (Non-metric multidimensional scaling), utilizando-se o índice Raup-Crick de

similaridade, que é o mais adequado para matrizes de presença ausência (Hammeret al. 2001), calculado a

partir de matrizes de presença/ausência de espécies para cada área. Para testar a significância das

possíveis diferenças na composição florística indicada pelo NMDS, realizou-se a comparação das

distribuições de similaridades entre as áreas por ANOSIM (Analysis of Similarity), teste análogo à

ANOVA (Clarke & Green 1988). As análises de composição foram realizadas no software PAST

(Hammeret al. 2001).

Resultados

Nas sete áreas foram amostrados 9672 indivíduos, distribuídos em 278 espécies. Estas espécies

foram agrupadas em 156 gêneros, pertencentes a 54 famílias (Tab. 2). Os índices de diversidade de

Shannon e equitabilidade de Pielou foram 4,09 e 1,37, respectivamente, para a área total amostrada (0,91

ha). As famílias mais ricas foram Asteraceae (43 espécies), Melastomataceae (34), Fabaceae (29),

Eriocaulaceae e Velloziaceae (21 cada), Malpighiaceae (15), Myrtaceae, Rubiaceae e Vochysiaceae (nove

cada) e Verbenaceae (oito). Juntas, representaram 67,22% do total de espécies amostradas. Os gêneros

mais ricos foram Chamaecrista (10 espécies), Miconia (nove), Vellozia e Byrsonima (sete cada),

Paepalanthus, Myrcia e Microlicia (seis cada), Erytroxylum, Dyckia, Baccharis, Lippia, Lychnophora,

Kielmeyra e Vouchysia (quatro cada) (Tab. 3).

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21

Tabela 2. Lista das famílias e espécies arbóreo-arbustivas amostradas no complexo rupestre da Serra do

Cipó, áreas de suas respectivas ocorrências. Rio Cipó (RC); Usina (US); Serra Morena (SM); Cedro (CE);

Pedra do Elefante (PE); Quadrante 16 (Q16); Alto Palácio (AP) e o número de registro (voucher) do

herbário Montes Claros.

Famílias/ Espécies RC US SM CE PE Q16 AP Voucher

ACANTHACEAE Ruellia villosa (Nees) Lindau. X X X X

2602

ANACARDIACEAE Anacardium occidentale L. X

X

2392

Tapirira guianensis Aubl. X X

2493

ANNONACEAE Annona cornifolia A. St.-Hil. X

X X

2395

Annona crassiflora Mart. X

X

2396

Duguetia furfuraceae (St. Hil.) X

X

2427

APOCYNACEAE Alamandra sp. 1 X

2509

Aspidosperma tomentosum Mart. X

2397

Hancornia speciosa Gomes X X

X

2441

Himatanthus lancifolius (Müll. Arg.) Woodson X

2556

ASCLEPIADACEAE Oxypetalum strictum Mart. X

2863

AQUIFOLIACEAE Ilex conocarpa Reiss. X

X

2656

Ilex protrata & Pirani

X 2326

Ilex sp.

X

X

2560

Ilex Thezans Mart. ex Reissek

X

2657 Schefflera macrocarpa (Cham. & Schltdl.) Frodin X X X X X X

2695

ARECACEAE Allagoptera campestris (Drude) O. Kuntze. X

2510

Syagrus glaucescens Glaz. ex Becc. X X X X

2610

Syagrus pleiocada Burret.

X

2772

ASTERACEAE Acritopappus longifolius (Gardner) R.M. King & H. Rob. X

X

2505

Aspilia jolyana G.M. Barroso

X X

2621

Asteraceae sp. 1 X

2398

Ayapana amygdalina (Lam.) R.M.King & H.Rob. X

2622

Baccharis axillaris DC. det. G.M. Barroso X X

X

2513

Baccharis dentata (Vell) G.M. X X

X

2514

Baccharis elaeagnoides Steud. ex Baker X X X X X

2515

Baccharis serrulata (Lam.) Pers. X

X

2516

Chaptalia sp.

X 2320

Chromolaena chaseae (B. L. Rob.) King. & Rob. X

X X

2531

Dasyphyllum reticulatum (DC) Cabrera X X X 2542

Continua

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22

Tabela 2. Continuação Famílias/ Espécies RC US SM CE PE Q16 AP Voucher

Echinocoryne schwenkiifolia (Mart. ex DC.) H. Rob. X X X

X

2547

Echinocoryne sp.

X

2738

Eremanthus glomerulatus Less. X X X X

X

2739

Eremanthus mattogrossensis Kuntze X

X

2432

Eupatorium perfoliatum L. X X X

2550

Gochnatia polymorpha (Less) X

2437

Graciellia intermedia R. M. King & H. Roob. X

X

2552

Inulopsis sp.

X 2327

Lepidaploa lilacina (Mart. ex DC.) H. Rob.

X

X 2328

Lepidaploa rufogrisea (A. St.-Hil.) H. Rob. X X

2453

Lessingianthus linearifolius (Less.) H.Rob. X

2749

Lessingianthus sp.

X X

2750

Lessingianthus sp. 1

X

2666

Lychnophora pinaster Mart. X X X X X

2668

Lychnophora sp.

X 2330

Lychnophora sp. 1 X

X X

2455

Lychophora Sellowii Sch Bip

X

2670

Mikania luetzelburgii Mattf. X

X X

X 2679

Porophyllum sp. X X

2476 Pseudobrickellia brasiliensis (Spreng.) R.M. King & H. Rob. X

X

2764

Richaterago sp.

X

2379

Richaterago sp. 2

X 2333

Richterago polymorpha (Less.) X X X X X X X 2766

Richterago sp. 1 X

2600

Stenocline sp.

X

2700

Symphyopappus reticulatus Baker. X

X X

2702

Tribo heliantheae Cassini X

X

2614

Trichogonia villosa Sch.Bip. X X

X X

2615

Vernonanthura phephorica (Vell.) H. Rob. X X

X

2618

BIGNONIACEAE Arrabidaea sp. 1 X X

2512

Anemopaegma sp. X

2394

Handroanthus ochraceus (Cham.) Mattos X

X

2442

Jacaranda rugosa A.H.Gentry

X

2658

Zeyhera montana Mart. X

2503

Mansoa sp.

X

2830

BROMELIACEAE Dyckia sordida Bker

X 2322

Dyckia sp. X

X X

2360

Dyckia sp. 1

X X

2645

Dyckia sp. 2

X

2646

Encholirium sp. X 2429

Continua

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23

Tabela 2. Continuação Famílias/ Espécies RC US SM CE PE Q16 AP Voucher

CACTACEAE Cipocereus minensis (Werderm.) F.Ritter

X

2356

Cipocereus sp. X

2532

CARYOCARACEAE Caryocar brasiliensis Camb. X

2413

CELASTRACEAE Salacia crassifolia (Mart.) X X

2603

CLUSIACEAE Kielmeyera coriacea Mart. & Zucc. X

X

2447

Kielmeyera lathrophyton Saddi X X X X X X

2561

Kielmeyera rubriflora Chb. X X

X

2562

Kielmeyera speciosa St. Hil. X

2450

COMBRETACEAE Terminalia glabrescens Mart. X

2494

CONNARACEAE Rourea induta Planch. X X

2483

CRYSOBALANACEAE Hirtella glandulosa Spreng. X

2444

CYPERACEAE sp. 1 X

2864

DILENIACEAE Davilla rugosa Poir. X X X X

X X 2425

DROSERACEAE Drosera tomentosa A.St.-Hil. var.

X

2643

ERICACEAE Agarista duartei (Sleumer) Judd X

X

2345

Agarista sp.

X

2788

Gaylussacia montana (Pohl) Sleumer.

X X X 2362

ERIOCAULACEAE Actinocephalus polyanthus (Bong) X X X X X X X 2315

Leiothrix crassifolia (Bong.) Ruhl. X X

X X 2367

Leiothrix curvifolia (Bong.) Ruhl.

X

2368

Paepalanthus argenteus var. argenteus X

2761

Paepalanthus bromelioides Silveira X X

2842

Paepalanthus geneculatus (Bong.) Kunth X

2762

Paepalanthus polyanthus (Bong.) Kunth

X

2686

Paepalanthus sp.

X X

X

2376

ERYTHROXYLACEAE Erythroxylum deciduum A.St.-Hil. X

X X X

2433

Erythroxylum nummularia Peyer

X

2650

Erythroxylum tortuosum Mart. X

2814

Erythroxylum suberosum Mart. X X X 2434

Continua

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24

Tabela 2. Continuação Famílias/ Espécies RC US SM CE PE Q16 AP Voucher

EUPHORBIACEAE Euphorbiaceae sp. X

2551

Manihot tripartita Müll. Arg. X

2571

Maprounea guianensis Aubl. X

2457

Sapium glandulatum (Vell.) Pax X

2769

FABACEAE CAESALPINIOIDEAE Chamaecrista orbiculata (Benth.) Irwin &

Barneby Var. X

2415

Chamaecrista desvauxii var. X

X

2525

Chamaecrista ochnaceae (Vogel) Irwin & Barneby. X

2865

Chamaecrista sp. 1 X X X X X X

2526

Chamaecrista sp. 2 X

X

2527

Chamaecrista sp. 3

X

2353

Chamaecrista sp. 4

X

2354

Chamaecrista sp. 5 X

X

2528

Chamaecrista sp. 6 X

X

2529

Chamaecrista sp. 7

X

2866

Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne X X X

2445

Senna glandulosa var. X

2605

Senna rugosa (G.Don) H.S.Irwin & Barneby X

X

2486

Senna velutina (Vog.) I. & B.

X

2867

Tachigali aurea Tul. X

2492

FABACEAE FABOIDEAE Acosmium dasycarpum (Vogel) Yakovlev X X

2390

Andira vermifuga Mart. ex Benth. X

2393

Bowdichia virgilioides Kunth X X

2404

Cratylia sp. X X

X X

2421

Dalbergia miscolobium Benth. X X X X X

2424

Machaerium opacum Vogel X

2456

Periandra mediterranea (Vell.) Taub. X

2845

Swartzia macrostachya Bent. var. X

2491

FABACEAE MIMOSOIDEAE Calliandra depauperata Benth. X

2411

Calliandra dysantha Benth. X X

2412

Enterolobium gummiferum (Mart.) J.F.Macbr. X

X

2430

Mimosa sp. X

2466

Plathymenia reticulata Benth. X X

2475

Stryphnodendron obovatum Benth X X X

2490

GENTIANACEAE Giatiananeceae sp.

X X 2363

IRIDACEAE Pseudotrimezia recurvata Ravenna.

X

2688

LAMIACEAE Hyptidendron canum (Pohl ex Benth.) Harley X X 2446

Continua

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25

Tabela 2. Continuação Famílias/ Espécies RC US SM CE PE Q16 AP Voucher

Hyptis complicata A St. - Hill ex Benth. X

X X X

2559

Hyptis sp.

X

2822

Jacaranda caroba (Vell.) A. DC. X

2824

Sp. 4

X 2868

LAURACEAE Lauraceae sp. X

2564

Ocotea langsdorffii (meisn.) Mez. X

X X

2589

LOGANIACEAE Strychnos pseudoquina A.St.-Hil. X

2489

Antonia ovata Pohl var.

X

2717

LYTRACEAE Couepia grandiflora (Mart. & Zucc.) Benth. & Hook. X X

2535

Cuephea pseudovaccinium A. St-Hil X

X X X

2537

Cuphea engrata Cham & Schetde X

2538

Diplusodon orbicularis Koehne X X X

X

2545

Lafoensia pacari A.St.-Hil. X

2451

MALPHIGHIACEAE Byrsonima cipoenses mamade

X

2349

Byrsonima coccolobifolia H.B.K. X

X

2406

Byrsonima crassifolia (L.) Kunth X X X

X X

2407

Byrsonima intermedia A. Juss. X X X X X

2408

Byrsonima pachyphylla Griseb. X

X X X X

2409

Byrsonima vacciniifolia A.Juss.

X

2629

Byrsonima verbascifolia Rich. ex A. Juss X

X

2410

Heteropterys byrsonimifolia A. Juss. X X X X

2443

Mascagnia sp. 1 X X X X X X

2458

Mascagnia sp. 2 X X X

X X

2459

Peixotoa tomentosa A. Juss. X

2474

Psidium sp.

X

2847

Banisteriopsis parviflora (A.Juss.) B.Gates. X

2402

MALVACEAE Sida sp. X

2869

MELASTOMATACEAE Cambessedesia corymbosa Mart. & Schr. ex DC. X

2630

Cambessedesia sp. X

2523

Clidemia urceolata DC. X X

2419

Comolia sp. 1 X

2420

Lavoisiera macrocarpa Naudin X

X

2565

Lavoisiera subulata Triana. X

X

2452

Leandra aurea Cogn.

X

2748

Leandra sp. 1

X

2366

Marcetia taxifolia (A. St.-Hil.) DC. X X X X X

2572

Miconia albicans (Sw.) Triana X X X 2460

Continua

Tabela 2. Continuação

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Famílias/ Espécies RC US SM CE PE Q16 AP Voucher

Miconia alborufescens Naud.

X X

2753

Miconia coralina Spring. X

X

2575

Miconia crassifolia Triana X

2461

Miconia ferruginata DC. X X X

X

2576

Miconia irwinii Wurdack

X

2755

Miconia sp. 1

X

2677

Miconia sp. 2 X

X

2678

Miconia tristis Spring

X

2756

Microlicia avicularis Mart.

X

2757

Microlicia hirticalyx X

2464

Microlicia sp. 2 X

2577

Microlicia sp. 3 X

2578

Microlicia sp. 4 X

2579

Microlicia taxifolia Naudin X

2465

Ossaea congestiflora Cogn. X

X

2840

Tibouchina sp. X

X

2495

Tibouchina sp. 2 X

X

2496

Trembleya laniflora Cogn.

X X

2704

Trembleya parviflora (D.Don) Cogn. X

2613

MORACEAE Brosimum gaudichaudii Trécul X

2405

MYRSINACEAE Cybianthus glaber A. DC. X X

2422

Myrsine sp. 1

X 2331

Myrsine umbellata Mart X X X X X

X 2470

MYRTACEAE Accara elegans (DC) Landrum.

X

2343

Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O.Berg X X X

2403 Campomanesia adamantium (Cambess.) O. Berg X X

X

2417

Chpomanesia pubescens (DC.) O. Berg X

2729

Eugenia punicifolia (Kunth) DC X

2815

Eugenia sonderiana O.Berg X

X

X 2436

Myrcia guianensis (Aubl.) DC. X X X X X X

2467

Myrcia lasiantha DC. X X

2468

Myrcia pulchra (O.Berg) Kiaersk. X

2583

Myrcia sp. X

X

2584

Myrcia sp. 1 X

2585

Myrcia tomentosa (Aubl.) DC X

X

2837

Psidium pohlianum Berg X

2846

Eugenia dysenterica DC. X

2435

NYCTAGINACEAE Guapira graciliflora (Schmidt) Lundell X X X

2438

Guapira noxia (Netto) Lund X X 2654

Continua

Tabela 2. Continuação

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Famílias/ Espécies RC US SM CE PE Q16 AP Voucher

Guapira venosa (Choisy) Lundell X

X X

2440

Neea theifera Oerst. X X X X

2471

OCHNACEAE Ouratea semiserrata (Mart.) Engl. X X X X X

2590

OPILIACEAE Agonandra brasiliensis Miers ex Benth. & Hook. X

2391

ORCHIDACEAE Cyrtopodium sp. X X

X

2423

Oncidium spilopterum Lindley. X

2332

PENTAPLYLACACEAE Ternstroemia alnifolia Wawra.

X

2775

PERACEAE Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. X

2592

POACEAE Aulonemia effusa (Hack.) McClure. X

2870

PROTEACEAE Roupala montana Aubl. X

X X X

2482

RUBIACEAE Chomelia sericea Müll. Arg. X

2530

Chomelia sp.

X

2633

Cordiera concolor (Cham.) Kuntze. X

2801

Cordiera sessilis (Vell.) Kuntze X X

X

2802

Declieuxia fruticosa (Willd. ex Roem. & Schult.) Kuntze X X

2641

Diodia mello-barretoi-Standel X

2544

Palicourea rigida Kunth X X X X X

2591

Remijia ferruginea (Saint-Hilaire) DC. X X X

2378

Sabicea brasiliensis Wernham. X X X X X

2694

Simira sampaioana (Standl.) Steyerm. X X X

X

2487

Spermacoce sp. X

2608

Spermacoce sp. 1

2337

Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K.Schum. X

X

X 2497

RUTACEAE Zanthoxylum rhoifolium Lam X

2871

SALICACEAE Casearia sylvestris Sw. X

X

2414

SAPOTACEAE Pouteria ramiflora (Mart.) Radlk X

2872

Pouteria torta (Mart.) Radlk. X X

2477

SIPARUNACEAE Siparuna reginae (Tul.) X

2488

SYMPLOCACEAE Symplocos lancifolia Sieb. et Zucc. X X 2774

Continua

Tabela 2. Continuação Famílias/ Espécies RC US SM CE PE Q16 AP Voucher

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TRIGONIACEAE Trigonia cipoensis Fromm & E.Santos

X

2706

VELLOZIACEAE Barbacenia flava Mart. X X

2316

Barbacenia magalhaessii L. B. SM

X 2317

Barbacenia sp.

X X 2346

Barbacenia sp. 1

X

2347

Barbacenia sp. 2

2318

Barbacenia sp. 3

X X 2348

Barbacenia sp. 4 X

2517

Barbacenia sp. 5

2319

NI

X X 2873

Vellozia albiflora Pohl. X

X

X X

2338

Vellozia compacta Mart. ex Schult. f.

X X 2339

Vellozia epidendroides Mart. ex Schult. X X X X 2708

Vellozia nivea L. B. Smith. & Ayensu. X X X X X X

2340

Vellozia stipitata L.B.Sm. & Ayensu X

X X

X 2617

Vellozia variabilis Mart. ex Schult. & Schult. X

2874

Velozia patens L. B. SM & Ayense

2341

VERBENACEAE

X Aegifila sellowiana Cham. X

2507

Lippia sp.

X X X X

2567

Lippia sp. 1 X

X 2568

Lippia sp. 2 X

X

2875

Lippia sp. 4 X

2569

Lantana sp. X

X

2876

VOCHYSIACEAE Qualea dichotoma (Mart.) Warm. X X

X X

2597

Qualea multiflora Mart. X X

2598

Qualea parviflora Mart. X

2480

Vochisia sp.

X

2389

Vochysia elliptica Mart. X

2619

Vochysia pygmaea Bong. X X X

2776

Vochysia rufa Mart. X

2502

MORFOESPÉCIES sp. 1

X

2858

Sp. 3

2335

Sp. 5

X

X 2607

sp. 6

X

2699

Sp. 7 X 2877

As espécies comuns às sete áreas foram Richterago polymorpha (Less.) e Actinocephalus

polyanthus (Bong). Das 278 espécies identificadas, 192 (68,05%), tiveram densidade menor que 10

indivíduos, o que representa em média 0,59 indivíduo ha-1

. As 10 espécies de maior densidade foram A.

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29

polyanthus (1640 indiv.ha-1

), Vellozia nivea L. B. Smith. & Ayensu. (422), R. polymorpha (361),

Lychnophora pinaster Mart.(341), Vellozia epedendroides Mart. ex Schult. (321), Vellozia albiflora Pohl.

(275), Neea theifera (224), Leiothrix crassifolia (Bong.) Ruhl. (223), Paepalanthus bromelioides Silveira

(211) e Byrsonima verbascifolia Rich. ex A. Juss (207), perfazendo 48,89% dos indivíduos amostrados.

Destas, oito espécies apresentaram os maiores valores de VI, sendo, A. polyanthus, V. nivea, R.

polymorpha, L. pinaster, V. epedendroides, V. albiflora, N. theifera e P. bromelioides.

Os resultados resumidos da flora e dos parâmetros fitossociológicos de cada área, como gêneros e

famílias mais abundantes, além de espécies mais importantes encontram-se na tabela 3 os resultados

completos de cada área separadamente encontram-se nos anexos de 1 a 7. O número de indivíduos nas

sete áreas variou de 1479 a 1683, sendo encontrados no PE e RC, respectivamente. O RC também

apresentou maior número de espécies exclusivas (40 espécies) e área basal (6,98 m2 ha). Em

contrapartida, a área SM apresentou os menores valores de espécies exclusivas (14 espécies) e de área

basal (2,51 m2ha

-1). A diversidade variou de 1,20 (AP) a 3,93 (US) e a equitabilidade de 0,35 (AP) a 0,77

(US).

Tabela 3. Abundância, riqueza, área basal, altura média, espécies exclusivas, diversidade de Shannon

(H’) e equitabilidade de Pielou (J’), das espécies arbustivo-arbóreas amostradasem sete áreas de

diferentes altitudes do complexo rupestre na Serra do Cipó, Minas Gerais. Rio Cipó (RC), Usina (US),

Serra Morena (SM), Cedro (CE), Pedra do Elefante (PE), Quadrante dezesseis (Q16) e Alto Palácio (AP).

RC US SM CE PE Q16 AP

Abundância 1683 1422 1201 1456 1479 1010 1421

Riqueza 117 119 78 84 94 48 29

Espécies exclusivas 40 30 14 21 19 15 16

Área Basal (m2ha

-1) 6.98 2.79 2.51 3.5 2.63 3.09 4.11

Altura (cm) 117.3 110.3 81.79 71.46 60.95 23.81 20.51

H' 3,70 3,93 3,37 3,09 3,27 2,43 1,20

J' 0,77 0,82 0,77 0,69 0,71 0,62 0,35

A densidade e área basal não diferiram significativamente entre as áreas, porém, a riqueza foi

diferente (gl = 6; F =15.19; P < 0, 001). As comparações realizadas entre os índices de Shannon, pelo

teste de t de Hutcheson feitas aos pares (Tab. 4), demostraram que também ocorreu diferenças

significativas entre os pares formados por todas as áreas. A análise de regressão demonstrou que os

parâmetros abundância e área basal não foram relacionados com a altitude, porém a riqueza relacionou-se

significativamente (n = 91, r2 = 0, 684, P < 0,05) (Fig. 2).

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Tabela 4. Teste t do índice de diversidade de Shannon para espécies arbustivo-arbóreas amostradas em

sete áreas em diferentes altitudes do complexo rupestre na Serra do Cipó, MG. Rio Cipó (RC), Usina

(US), Serra Morena (SM), Cedro (CE), Pedra do Elefante (PE), Quadrante 16 (Q16) e Alto Palácio (AP).

Os valores dos graus de liberdade (v) e a probabilidade (P) de cada teste.

Áreas T V P

AP e CE -32.72 2871 < 0,001

AP e PE -36.1 2886 < 0,001

AP e Q16 -13.19 3065 < 0,001

AP e RC -47.88 2733 < 0,001

AP e SM -40.05 2607 < 0,001

AP e US -53.19 2572 < 0,001

CE E PE -3.2 2933 < 0,005

CE e Q16 22.05 3181 < 0,001

CE e RC -11.67 2839 < 0,001

CE e SM -5.52 2655 < 0,001

CE e US -16.51 2666 < 0,001

PE e Q16 25.66 3243 < 0,001

PE e RC -8.2 2897 < 0,001

PE E SM -2.17 2680 < 0,025

Pe e US -13.03 2717 < 0,001

Q16 e RC -37.79 3700 < 0,001

Q16 e SM -29.54 2993 < 0,001

Q16 e US -43.6 3442 < 0,001

RC e SM 6.31 2644 < 0,001

RC e US -5.41 3100 < 0,001

SM e US -11.46 2457 < 0,001

t- tab (0,05%): 1.64; t- tab (0,25%): 1.96; t- tab (0.001%): 3.32

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Figura 2. Riqueza total de espécies arbustivo-arbóreas amostradas em sete áreas, em diferentes altitudes,

do complexo rupestre na Serra Cipó, MG.

Na área RC, as dez espécies que apresentaram maiores VIs devem-se aos altos valores de

frequência de B. verbascifolia, Heteropterys byrsonimifolia A. Juss., N. theifera, Aspidosperma

tomentosum Mart. e Davilla rugosa Poir.; de densidade de L. pinaster, Roupala montana Aubl. e

Hyptidendron canum (Pohl ex Benth.) Harley; de dominância de V. albiflora e A. polyanthus. Na US

podem ser atribuídos aos valores de frequência Dalbergia miscolobium Benth., Byrsonima intermedia A.

Juss., Guapira graciliflora (Schmidt) Lundell, Kielmeyera lathrophyton Saddi, Marcetia taxifolia (A. St.-

Hil.) DC. e D. rugosa; de dominância de Dyckia sp., Aulonemia effusa (Hack.) McClure., Lippia sp. e

Mascagnia sp. 1. Na SM, à frequência de P. bromelioides, Paepalanthus sp., Myrcia guianensis (Aubl.)

DC., N. theifera, Guapira venosa (Choisy) Lundell e G. graciliflora; e a alta dominância de Vochysia

pygmaea Bong., L. pinaster, L. crassifolia e Miconia ferruginata DC. foram responsáveis pelas maiores

valores de VI. No CE, esse fato foi devido à alta dominância A. polyanthus, V. nivea, V. ependendroides,

Paepalanthus argenteus var. argenteus, Myrsine umbellata Mart, Acritopappus longifolius (Gardner)

R.M. King & H. Rob, K. lathrophyton e L. pinaster; e de frequência de Mikania luetzelburgii Mattf. Na

PE, à dominância de V. nivea, V. albiflora, A. polyanthus, Symphyopappus reticulatus Baker., Aspilia

jolyana G.M. Barroso, Kielmeyera rubriflora Chb., Paepalanthus polyanthus (Bong.) Kunth e

Erythroxylum deciduum A.St.-Hil.; e a densidade de R. polymorpha e Byrsonima pachyphylla Griseb.

foram determinantes do VI. No Q16 esse fato pode ser atribuído aos maiores valores de frequência de V.

epidendroides, V. nivea, Schefflera macrocarpa (Cham. & Schltdl.) Frodin, Leiothrix curvifolia (Bong.)

Ruhl., Barbacenia sp., Agarista duartei (Sleumer) Judd, Lippia sp., Vochysia sp. e Chamaecrista sp. 1; e

de dominância de Barbacenia sp. 1. Já no AP a ocorrênciade altos valores de densidade de A. polyanthus,

V. albiflora, R. polymorpha, Vochysia rufa Mart., V. nivea, Oncidium spilopterum Lindley., L. crassifolia,

R² = 0,6846

y = -0,1219x + 220,35

0

20

40

60

80

100

120

700 800 900 1000 1100 1200 1300 1400 1500

Riq

ueza

Altitude

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Barbacenia magalhaessii L. B. SM e Barbacenia flava Mart.; e de frequência de Myrsine sp.1 indicaram

altos valores de IV. Dessa forma, duas espécies estão entre as dez de maior VI em pelo menos quatro

áreas, como é o caso de V. nivea, que foi uma das mais importantes no CE, PE, Q16 e AP;e A.

polyanthus,que só não ocorreu no SM e Q16 (Tab. 5).

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Tabela 5. Resumo dos principais parâmetros florísticos encontrados para as espécies arbustivo-arbóreas amostradas em sete áreas de diferentes altitudes do

complexo rupestre na Serra do Cipó, Minas Gerais.

Parâmetros Rio Cipó Usina Serra Morena Cedro Pedra do Elefante Quadrante 16 Alto do Palácio

Famílias

mais ricas

Fabaceae (18) Asteraceae (24) Asteraceae (9) Asteraceae (19) Asteraceae (21) Velloziaceae (8) Velloziaceae (8)

Asteraceae (15) Fabaceae (14) Malphighiaceae (8) Fabaceae (10) Melastomataceae (12) Asteraceae (6) Asteraceae (7)

Malphighiaceae (11) Melastomataceae (10) Fabaceae (6) Melastomataceae (10) Malphighiaceae (7) Malphighiaceae (5)

Melastomataceae (11) Myrtaceae (7) Rubiaceae (6) Eriocaulaceae (6) Rubiaceae (7) Eriocaulaceae (4)

Myrtaceae (6) Rubiaceae (7) Melastomataceae (5) Malphighiaceae (5) Fabaceae (6) Fabaceae (4)

Vochysiaceae (4) Verbenaceae (6) Myrtaceae (5) Velloziaceae (5) Myrtaceae (4)

Nyctaginaceae (4) Malphighiaceae (5) Eriocaulaceae (4) Rubiaceae (4) Velloziaceae (4)

Rubiaceae (4) Lytraceae (4)

Clusiaceae (4)

Gêneros

mais ricos

Byrsonima (5) Chamaecrista (5) Actinocephalus (5) Chamaecrista (7) Actinocephalus (6) Chamaecrista (4) Vellozia (4)

Kielmeyera (4) Myrcia (5) Byrsonima (4) Vellozia (5) Byrsonima (5) Byrsonima (4)

Miconia (4) Baccharis (4) Paepalanthus (3) Miconia (4) Miconia (5) Vellozia (4)

Baccharis (3) Lippia (4) Paepalanthus (4) Vellozia (4)

Guapira (3) Microlicia (3) Actinocephalus (3) Paepalanthus (3).

Microlicia (3) Baccharis (3) Lychnophora (3)

Myrcia (3) Dyckia (3) Dyckia (3)

Qualea (3)

Espécies de

maior Valor

de

Importância

V. albiflora Dykia sp. P. bromelioides A. polyanthus V. nívea V. epidendroides V. albiflora

H. byrsonimifolia A. effusa Paepalanthus sp. V. nivea V. albiflora V. nivea A. polyanthus

A. polyanthus D. miscolobium L. pinaster V. epedendroides A. polyanthus Barbacenia sp. R. polymorpha

L. pinaster B. intermedia M. guianensis P. argenteus A. jolyana S. macrocarpa O. spilopterum

B. verbascifolia Myrsia sp. 1 L. crassifolia M. umbellata S. reticulatus Barbacenia sp. 1 Richaterago sp.2

N. theifera G. graciliflora N. theifera A. longifolius P. polyanthus L. curvifolia B. magalhaessii

R. montana Lippia sp. G. venosa K. lathrophyton K. rubriflora A. duartei V. nivea

A. tomentosum K. lathrophyton G. graciliflora M. luetzelburgii E. deciduum Lippia sp. 2 Myrsine sp.1

H. canum M. taxifolia V. pygmaea L. pinaster R. polymorpha Vochysia sp. V. rufa

D. rugosa D. rugosa M. Ferruginata E. deciduum B. pachyphylla Chamaecrista sp. 1 L. crassifolia

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A composição floristica apresentou significativa dissimilaridade entre as áreas (R = 0,67, p <

0,001). Na análise de ordenação foi observado que as parcelas das diferentes áreas apresentaram forte

agregação, porém foram separadas pelos eixos das duas dimensões, mostrando maior homogeneidade

dentro das áreas que entre estas (Fig. 3). As parcelas das áreas RC e SM se agruparam entre si, com

exceção das parcelas 12 e 13 da SM, que se assemelharam floristicamente com as parcelas1 e 2 da PE.

Além disso, houve agrupamento entre as outras parcelas da PE com as do CE. Já as parcelas da US se

agruparam entre si, sendo o mesmo observado para aquelas do AP, que ainda se aproximaram-se das

parcelas da área Q16 (5, 7, 8 e 10).

Figura 3. Diagrama de ordenação multidimensional não paramétrica (nMDS) de 91 parcelas de sete áreas

estudadas de vegetação rupestre em diferentes altitudes na Serra do Cipó, MG. Rocho: Rio Cipó (RC),

amarelo: Usina (US), azul claro: Serra Morena (SM), vermelho: Cedro (CE), azul escuro: Pedra do

Elefante (PE), rosa: Quadrante 16 (Q16), e verde: Alto do Plácio (AP).

Discussão

As famílias mais ricas, principalmente as Asteraceae, Melastomataceae, Fabaceae, Eriocaulaceae e

Velloziaceae, encontradas nesse estudo, foram bem representadas nos levantamentos florísticos realizados

em áreas de campos rupestres na Bahia e em Minas Gerais (Andrade et al. 1986, Giulietti et al.

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1987,Giullietti & Pirani 1988, Conceição & Giulietti 2002, Vitta 2002, Conceição & Pirani 2005, 2007,

Mourão & Stehmann 2007, Pena 2009, Carvalho 2012). O predominio dessas famílias pode ser devido à

capacidade de muitas espécies em colonizar esses locais, com quantidade reduzida de solo, alta

declividade e intensa insolação, que possivelmentesão os principais fatores que ocasionam baixa

disponibilidade de água e nutrientes no solo deste ecossistema (Giulietti et al. 1987) .Algumas espécies

possuem adaptações fisiológicas e morfológicas, que permitem seu estabelecimento nessas condições

adversas (Benites et al. 2007).

O valor de diversidade das áreas como um todo (4,09) pode ser considerado alto em relação a

outros estudos de campos rupestre da Cadeia do Espinhaço na Bahia e em Minas Gerais (Meguro et al.

1994, Andrade et al. 1996, Conceição et al. 2002). Além disto, a equitabilidade foi alta indicando que as

populações de espécies ocorrentes no complexo rupestre da Serra do Cipó apresentam distribuição mais

homogênea, sugerindo estabilidade na abundância destas espécies (Battilani et al. 2005). Essa grande

diversidade de espécies pode estar associadaao mosaico de microhábitats e à influência de outras

formações vegetais (Andrade et al. 1986, Giulietti et al. 1987, 1997, Giulietti & Pirani 1988, Alves &

Kolbeck 1993, Conceição 2000, Conceição & Giulietti 2002, Vitta 2002, Benites 2003, 2007, Conceição

& Pirani 2005, 2007). Muitas espécies encontradas nos sítios amostrados são descritas por Oliveira-Filho

(2006) como sendo de fisionomias vegetacionais adjacentes, como por exemplo Jacaranda rugosa

A.H.Gentry, encontrada na área PE, é típica de florestas de galeria. Do mesmo modo, Himatanthus

lancifolius (Müll. Arg.) Woodson, encontrada na US, é ocorrente em Florestas Estacionais Semideciduais.

Já Gochnatia polymorpha (Less), amostrada na área RC, é apontada como típica de florestas, tanto

Ombrófilas como Estacionais e de galeria, e Heteropterys byrsonimifolia, amostrada em quatro sítios

(RC, US, SM e CE) é característica de Floresta Estacional e de galeria. Além disso, uma espécie da

fisionomia caatinga Erythroxylum nummularia Peyer foi amostrada no PE.

As espécies com maiores números de indivíduos foram as mais importantes, mostrando que a

densidade contribuiu bastante para a importância estrutural das espécies amostradas. Actinocephalus

polyanthus e P. bromelioides (Eriocaulaceae); V. epedendroides, V. albiflora, e V.nivea (Velloziaceae);e

R. polymorpha e L. pinaster (Asteraceae)foram as espécies mais importantes e, de acordo Oliveira &

Felfili (2005), essa característica está relacionada com o maior sucesso em explorar os recursos naturais,o

que indicaque essas espécies são mais adaptadas a esses ambientes.

A maioria das espécies amostradas apresentou baixo número de indivíduos por ha e apenas duas

espécies foram comuns às sete áreas, o mostra a presença de espécies raras. Segundo Townsend et al.

(2006), espécies são consideradas raras quando são encontradas com pequena distribuição geográfica,

habitat incomum ou quando ocorrem em baixas densidades. As espécies de campos rupestres são

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geralmente endêmicas e com distribuições restritas podendo está relacionadas com o isolamento desses

locais(Giulietti & Pirani 1988, Ibischet al.1995, Safford & Martinelli 2000).

As diferenças na riqueza e diversidade de espécies encontradas entre as áreas podem estar

relacionadas com as variações microtopográficas, variações climáticas e adaptabilidades das espécies a

determinadas condições ambientais consideradas como adversas, tais como, a escassez de solo, pobreza

nutricional e pH ácido; alta insolação e declividade (Benites et al. 2007, Ribeiro et al. 2007). A área US

apresentou maior riqueza e diversidade, possivelmente por ser uma área ecotonal de cerrado rupestre e

campo rupestre (segundo Ribeiro & Walter 2008) e apresenta afloramento rochoso, sendo mais

heterogênia, o que permite diferentes tipos de microhabitas para estabelecimento das plantas. Nesse

sentido, segundo Larson et al. (2000), a diversidade da vegetação de afloramentos rochosos tende a

aumentar de acordo com a umidade, a estabilidade da rocha e a disponibilidade de lugares para a

germinação de sementes.

A diversidade foi maior nas áreas de menores altitudes (US e RC) e menor nas de maiores

altitudes (Q16 e AP), corroborando com o padrão geral observado para a diversidade de vegetais, que

diminui com o aumento da altitude (Huston 1994, Gaston & Willians 1996, Medina & Fernandes 2007).

Os principais fatores que modificam a vegetação são o clima e o solo. Os campos rupestres que ocorrem

sobre quartizito, possuem solos poucos profundos, e apresentam-se pobres em nutrientes, com textura

arenosa e elevados teores de alumínio (Benites et al. 2003). Nas altitudes mais elevadas, alguns fatores

como as baixas temperaturas, a grande variação térmica diária e a grande exposição ao vento,

determinamrestrições ao estabelecimento de elevado número de espécies (Huston 1994). Assim, nas

altitudes mais baixas o número de espécies seria maior como observado neste estudo.

Aequitabilidade foi maior nas áreas US, RC, SM, PE e CE, o que mostra maior uniformidade nas

proporções de indivíduos por espécies dentro dessas comunidades vegetais. Os menores valores de

equitabilidade encontrados nos sítios Q16 e AP podem ser explicados pela maior densidade de indivíduos

de V. epidendroides (Velloziaceae) no Q16 e de A. polyanthus (Eriocaulaceae) no AP.

A composição floristica diferiu entre as áreas amostradas, o mesmo observado em áreas de

campos rupestre por Conceição & Giulietti (2002), Conceição & Pirani (2005), Conceição et al. (2005) e

Nunes et al. (2008). A baixa similaridade entre as áreas provavelmenteestá relacionada com a topografia e

altitude, pois, percebe-se que o Q16 e AP se assemelharam, possivelmente, por serem áreas com

fitofisionomia de campo rupestre e de maiores altitudes, e as áreas RC e SM foram mais similares, por

estarem na transição cerrado rupestre/campo rupestre e em menor altitude. Já os sítios CE e PE são

similares, provavelmente, por se situarem em locais de afloramentos e campo rupestre e estarem em

altitude intermediária. Segundo Nunes et al. (2008), várias condições físicas, além da temperatura,

modificam ao longo de gradientes altitudinais. Sendo assim, a altitude está correlacionada com uma

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grande variedade de recursos reguladores do estabelecimento das plantas, incluindo precipitação,

variações climáticas e características do solo (Huston 1994, Fritzsons et al. 2008). Esses fatores, que

variam com a altitude, e a migração de espécies a partir de outras formações vegetais localizadas

próximas parecem ser os principais fatores que definem a composição destas comunidades vegetais.

Os resultados encontrados neste estudo evidenciam que houve diferenciação das sete comunidades

estudadas, sendo que a composição floristica e a riqueza determinaram essa diferenciação, o que indica

que estas áreas são bastante heterogêneas. Esta complexidade, resultante das variações da topografia,

dalitologia, do solo e do clima, relacionadas ou não com o gradiente altitudinal, além das formações

vegetacionais adjacentes, contribuem para a formação de uma flora diversa e dissimilar entre áreas

próximas em uma mesma cadeia de montanhas.

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Anexo 1. Espécies, com seus respectivos parâmetros fitossociológicos, amostradas na vegetação rupestre

da área Rio Cipó, Serra do Cipó (MG). NI = número de indivíduos, NP = número de parcelas; DR =

densidade relativa (%); DoR = dominância relativa (%); FR = freqüência relativa (%); e VI = valor de

importância (%).

Espécie NI NP DR DoR FR VI

Vellozia albiflora 19 3 1,128936 43,14239 0,759494 45,03082

Heteropterys byrsonimifolia 75 10 4,456328 19,91748 2,531647 26,90545

Actinocephalus polyanthus 146 4 8,674985 14,57228 1,012659 24,25992

Lychnophora pinaster 180 4 10,69519 3,163971 1,012659 14,87182

Byrsonima verbascifolia 162 12 9,625668 1,84889 3,037976 14,51253

Neea Thifera 108 11 6,417112 1,370606 2,784812 10,57253

Roupala montana 72 10 4,278075 1,103954 2,531647 7,913676

Aspidosperma tomentosum 61 9 3,62448 0,566426 2,278482 6,469388

Hyptidendron canum 35 7 2,07962 1,369864 1,772153 5,221636

Davilla rugosa 37 10 2,198455 0,488681 2,531647 5,218783

Myrcia guianensis 40 8 2,376708 0,775833 2,025317 5,177859

Kielmeyera speciosa 33 11 1,960784 0,427301 2,784812 5,172896

Eremanthus glomerulatus 33 10 1,960784 0,671158 2,531647 5,163589

Chamaecrista sp1 33 10 1,960784 0,61569 2,531647 5,108121

Miconia albicans 39 8 2,317291 0,620747 2,025317 4,963355

Handroanthus ochraceus 32 8 1,901367 0,193042 2,025317 4,119726

Byrsonima crassifolia 30 8 1,782531 0,213038 2,025317 4,020886

Tocoyena formosa 28 8 1,663696 0,241115 2,025317 3,930128

Acosmium dasycarpum 24 8 1,426025 0,381847 2,025317 3,83319

Miconia ferruginata 24 7 1,426025 0,592019 1,772153 3,790196

Machaerium opacum 19 6 1,128936 0,971393 1,518988 3,619318

Mascagnia sp2 26 7 1,54486 0,106845 1,772153 3,423858

Schefflera macrocarpa 15 8 0,891266 0,11376 2,025317 3,030343

Erythroxylum deciduum 24 5 1,426025 0,275946 1,265823 2,967795

Guapira noxia 16 5 0,950683 0,494371 1,265823 2,710878

Qualea multiflora 19 5 1,128936 0,280633 1,265823 2,675393

Tachigali aurea 13 6 0,77243 0,252748 1,518988 2,544166

Baccharis elaeagnoides 16 6 0,950683 0,046555 1,518988 2,516226

Sabicea brasiliensis 15 6 0,891266 0,065876 1,518988 2,47613

Qualea parviflora 11 6 0,653595 0,241036 1,518988 2,413619

Richterago polymorpha 22 4 1,30719 0,058784 1,012659 2,378632

Palicourea rigida 11 6 0,653595 0,175227 1,518988 2,34781

Annona crassiflora 10 4 0,594177 0,662177 1,012659 2,269013

Erythroxylum suberosum 10 5 0,594177 0,286467 1,265823 2,146467

Casearia sylvestris 12 5 0,713012 0,049668 1,265823 2,028504

Guapira venosa 14 3 0,831848 0,383702 0,759494 1,975044

Mimosa sp. 8 5 0,475342 0,067079 1,265823 1,808244

Cratylia sp. 7 5 0,415924 0,122401 1,265823 1,804148

Vernonanthura phephorica 7 5 0,415924 0,014038 1,265823 1,695786

Continua

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42

Anexo 1. Continuação

Espécie NI NP DR DoR FR VI

Lafoensia pacari 8 3 0,475342 0,322973 0,759494 1,557809

Qualea dichotoma 8 4 0,475342 0,044501 1,012659 1,532501

Gochnatia polymorpha 6 4 0,356506 0,065719 1,012659 1,434884

Guapira graciliflora 5 4 0,297089 0,044566 1,012659 1,354313

Vochysia rufa 6 3 0,356506 0,167843 0,759494 1,283843

Cybianthus glaber 4 4 0,237671 0,007216 1,012659 1,257545

Mascagnia sp2 7 3 0,415924 0,044464 0,759494 1,219882

Myrsine umbellata 4 3 0,237671 0,211981 0,759494 1,209146

Annona cornifolia 7 3 0,415924 0,017365 0,759494 1,192783

Hymenaea stigonocarpa 4 3 0,237671 0,192211 0,759494 1,189375

Tapirira guianensis 6 3 0,356506 0,030954 0,759494 1,146954

Agonandra brasiliensis 4 3 0,237671 0,111543 0,759494 1,108708

Microlicia taxifolia 9 2 0,534759 0,024278 0,506329 1,065367

Calliandra depauperata 4 3 0,237671 0,007205 0,759494 1,00437

Swartzia macrostachya 7 2 0,415924 0,028369 0,506329 0,950622

Byrsonima pachyphylla 6 2 0,356506 0,058705 0,506329 0,921541

Byrsonima intermedia 4 2 0,237671 0,107733 0,506329 0,851733

Dalbergia miscolobium 2 2 0,118835 0,197156 0,506329 0,822321

Andira vermifuga 4 2 0,237671 0,058402 0,506329 0,802402

Kielmeyera rubriflora 3 2 0,178253 0,083357 0,506329 0,767939

Vellozia nivea 4 1 0,237671 0,271473 0,253165 0,762309

Encholirium sp 3 2 0,178253 0,055288 0,506329 0,739871

Lavoisiera subulata 3 2 0,178253 0,005463 0,506329 0,690045

Kielmeyera coriacea 2 2 0,118835 0,029864 0,506329 0,655029

Lychnophora sp3 2 2 0,118835 0,027807 0,506329 0,652972

Eugenia dysenterica 2 2 0,118835 0,021625 0,506329 0,64679

Anacardium occidentale 2 2 0,118835 0,02103 0,506329 0,646194

Maprounea guianensis 2 2 0,118835 0,01233 0,506329 0,637495

Simira sampaioana 2 2 0,118835 0,009554 0,506329 0,634719

Clidemia urceolata 2 2 0,118835 0,007306 0,506329 0,632471

Peixotoa tomentosa 2 2 0,118835 0,004102 0,506329 0,629267

Terminalia glabrescens 2 2 0,118835 0,003563 0,506329 0,628728

Strychnos pseudoquina. 2 2 0,118835 0,002136 0,506329 0,6273

Cyrtopodium sp 4 1 0,237671 0,111757 0,253165 0,602592

sp 2 2 1 0,118835 0,160526 0,253165 0,532526

Platymenia reticulata 3 1 0,178253 0,008464 0,253165 0,439881

Chamaecrista arbiculata 1 1 0,059418 0,099314 0,253165 0,411897

Stryphnodendron obovatum 1 1 0,059418 0,091042 0,253165 0,403624

Tibouchina sp2 2 1 0,118835 0,030347 0,253165 0,402347

Byrsonima coccolobifolia 2 1 0,118835 0,029055 0,253165 0,401055

Enterolobium gummiferum 2 1 0,118835 0,028774 0,253165 0,400774

Paepalanthus sp1 2 1 0,118835 0,016736 0,253165 0,388736

Baccharis dentata 2 1 0,118835 0,00526 0,253165 0,37726

Continua

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43

Anexo 1. Continuação

Espécie NI NP DR DoR FR VI

Anemopaegma sp 2 1 0,118835 0,003866 0,253165 0,375867

Echinocoryne schwenkiifolia 2 1 0,118835 0,003327 0,253165 0,375327

Calliandra dysantha 2 1 0,118835 0,002967 0,253165 0,374967

Pouteria torta 1 1 0,059418 0,04461 0,253165 0,357193

Chpomanesia adamantium 1 1 0,059418 0,013769 0,253165 0,326351

Diplusodon orbicularis 1 1 0,059418 0,010801 0,253165 0,323384

Miconia sp2 1 1 0,059418 0,009587 0,253165 0,32217

Oxypetalum strictum 1 1 0,059418 0,006519 0,253165 0,319101

Caryocar brasiliensis 1 1 0,059418 0,005946 0,253165 0,318528

Eugenia sonderiana 1 1 0,059418 0,005946 0,253165 0,318528

Kielmeyera lathrophyton 1 1 0,059418 0,005946 0,253165 0,318528

Asteraceae sp1 1 1 0,059418 0,005833 0,253165 0,318416

Duguetia furfuraceae 1 1 0,059418 0,005339 0,253165 0,317921

Hancornia speciosa 1 1 0,059418 0,004957 0,253165 0,317539

Zeyhera montana 1 1 0,059418 0,004957 0,253165 0,317539

Rourea induta 1 1 0,059418 0,004058 0,253165 0,31664

Miconia crassifolia 1 1 0,059418 0,003642 0,253165 0,316224

Baccharis axillaris 1 1 0,059418 0,003248 0,253165 0,315831

Myrcia tomentosa 1 1 0,059418 0,003248 0,253165 0,315831

Brosimum gaudichaudii 1 1 0,059418 0,002877 0,253165 0,31546

Cida sp 1 1 0,059418 0,002877 0,253165 0,31546

Hirtella glandulosa 1 1 0,059418 0,002529 0,253165 0,315111

Banisteriopsis parviflora 1 1 0,059418 0,0019 0,253165 0,314482

Blepharocalyx salicifolius 1 1 0,059418 0,0019 0,253165 0,314482

Lepidaploa rufogrisea 1 1 0,059418 0,0019 0,253165 0,314482

Microlicia hirticalyx 1 1 0,059418 0,001641 0,253165 0,314223

Eremanthus mattogrossensis 1 1 0,059418 0,001619 0,253165 0,314201

Senna rugosa 1 1 0,059418 0,001619 0,253165 0,314201

Siparuna reginae 1 1 0,059418 0,001619 0,253165 0,314201

Myrcia lasiantha 1 1 0,059418 0,00136 0,253165 0,313942

Tibouchina sp 1 1 0,059418 0,001338 0,253165 0,31392

Comolia sp1 1 1 0,059418 0,001146 0,253165 0,313729

Bowdichia virgilioides 1 1 0,059418 0,001124 0,253165 0,313706

Porophyllum sp 1 1 0,059418 0,001124 0,253165 0,313706

Trichogonia villosa 1 1 0,059418 0,001124 0,253165 0,313706

Anexo 2. Espécies, com seus respectivos parâmetros fitossociológicos, amostradas na vegetação rupestre

da área Usina, Serra do Cipó (MG), NI = número de indivíduos, NP = número de parcelas; AB = área

basal (m2ha

-1); DR = densidade relativa (%); DoR = dominância relativa (%); FR = freqüência relativa

(%); e VI = valor de importância (%).

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44

Espécie NI NP DR DoR FR VI

Dyckia sp 13 3 0,914205 30,72105 0,691244 32,3265

Aulonemia effusa 51 7 3,586498 15,46315 1,612903 20,66255

Dalbergia miscolobium 92 11 6,469761 5,704307 2,534562 14,70863

Byrsonima intermedia 59 11 4,149086 3,002151 2,534562 9,685799

Mascagnia sp1 77 10 5,414909 1,857635 2,304147 9,576691

Guapira graciliflora 73 11 5,133615 1,398666 2,534562 9,066843

Lippia sp 85 1 5,977496 2,245513 0,230415 8,453424

Kielmeyera lathrophyton 41 11 2,883263 2,726333 2,534562 8,144158

Marcetia taxifolia 21 11 1,476793 3,809197 2,534562 7,820552

Davilla rugosa 61 11 4,289733 0,926498 2,534562 7,750793

Palicourea rigida 73 2 5,133615 2,035198 0,460829 7,629642

Vellozia stipitata 30 3 2,109705 4,141747 0,691244 6,942696

Kielmeyera rubriflora 50 10 3,516174 0,625631 2,304147 6,445952

Neea Thifera 53 6 3,727145 1,289777 1,382488 6,39941

Calliandra dysantha 45 9 3,164557 0,618097 2,073732 5,856386

Actinocephalus polyanthus 37 5 2,601969 0,926019 1,152074 4,680062

Erythroxylum suberosum 22 8 1,547117 0,951688 1,843318 4,342122

Simira sampaioana 27 2 1,898734 1,632926 0,460829 3,99249

Schefflera macrocarpa 17 4 1,195499 1,687747 0,921659 3,804905

Myrcia guianensis. 25 7 1,758087 0,355358 1,612903 3,726348

Syagrus glaucescens. 19 1 1,336146 2,035957 0,230415 3,602518

Myrcia lasiantha 19 1 1,336146 1,802955 0,230415 3,369516

Mikania luetzelburgii 10 10 0,703235 0,253019 2,304147 3,260401

Ouratea semiserrata 2 12 0,140647 0,02086 2,764977 2,926484

Diplusodon orbicularis 23 5 1,61744 0,100448 1,152074 2,869962

N ident (sp9) 1 11 0,070323 0,044981 2,534562 2,649866

Lippia sp2 27 1 1,898734 0,409947 0,230415 2,539095

Ilex sp 3 2 0,21097 1,863876 0,460829 2,535676

Baccharis axillaris 8 4 0,562588 1,017135 0,921659 2,501382

Hyptis complicata 10 7 0,703235 0,161763 1,612903 2,477901

Mascagnia sp2 19 3 1,336146 0,367355 0,691244 2,394745

Lepidaploa rufogrisea 6 8 0,421941 0,031515 1,843318 2,296774

Vellozia nivea 1 9 0,070323 0,124963 2,073732 2,269019

Lauraceae sp1 11 5 0,773558 0,343346 1,152074 2,268978

Cuephea pseudovaccinium 12 5 0,843882 0,200166 1,152074 2,196121

Senna glandulosa 6 7 0,421941 0,058588 1,612903 2,093432

Lantana sp 3 8 0,21097 0,016924 1,843318 2,071212

Salacia crassifolia 4 7 0,281294 0,161173 1,612903 2,05537

Pouteria torta 3 2 0,21097 1,314179 0,460829 1,985979

Miconia coralina 4 7 0,281294 0,070311 1,612903 1,964508

Cybianthus glaber 10 5 0,703235 0,08642 1,152074 1,941728

Agarista duartei 11 3 0,773558 0,339242 0,691244 1,804044

Stryphnodendron obovatum 8 4 0,562588 0,178687 0,921659 1,662934

Myrsine umbellata 10 1 0,703235 0,704235 0,230415 1,637885

Eupatorium perfoliatum 6 5 0,421941 0,057323 1,152074 1,631337

Continua

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45

Anexo 2. Continuação

Espécie NI NP DR DoR FR VI

Ocotea langsdorffii 11 2 0,773558 0,293614 0,460829 1,528002

Echinocoryne schwenkiifolia 8 4 0,562588 0,033595 0,921659 1,517842

Spermacoce sp 1 6 0,070323 0,002811 1,382488 1,455623

Alamandra sp1 7 4 0,492264 0,024543 0,921659 1,438466

Hancornia speciosa 3 3 0,21097 0,514471 0,691244 1,416686

Chamaecrista sp1 5 4 0,351617 0,116782 0,921659 1,390058

Graciellia intermedia 8 3 0,562588 0,10191 0,691244 1,355742

Chamaecrista sp2 5 4 0,351617 0,066544 0,921659 1,33982

Himatanthus lancifolius 6 3 0,421941 0,202584 0,691244 1,315769

Manihot tripartita 2 5 0,140647 0,019623 1,152074 1,312344

Lavoisiera macrocarpa 8 2 0,562588 0,288441 0,460829 1,311859

Ruellia villosa 5 4 0,351617 0,037644 0,921659 1,31092

Myrcia sp1 2 5 0,140647 0,00686 1,152074 1,29958

Miconia ferruginata 10 1 0,703235 0,345033 0,230415 1,278683

Lychnophora pinaster 9 2 0,632911 0,176551 0,460829 1,270292

Sabicea brasiliensis 6 3 0,421941 0,151811 0,691244 1,264996

Tribo heliantheae 1 5 0,070323 0,004076 1,152074 1,226473

Rourea induta 6 3 0,421941 0,092408 0,691244 1,205593

Cratylia sp 5 3 0,351617 0,147566 0,691244 1,190428

Heteropterys byrsonimifolia 6 3 0,421941 0,049254 0,691244 1,162439

Acosmium dasycarpum 3 1 0,21097 0,672692 0,230415 1,114078

Cyrtopodium sp 3 3 0,21097 0,189792 0,691244 1,092007

Lippia sp4 2 4 0,140647 0,013551 0,921659 1,075856

Byrsonima crassifolia 6 2 0,421941 0,148213 0,460829 1,030983

Richterago sp1 1 4 0,070323 0,009137 0,921659 1,001119

Acritopappus longifolius 6 2 0,421941 0,109979 0,460829 0,992749

sp 5 5 1 0,351617 0,388552 0,230415 0,970585

Chamaecrista sp6 3 3 0,21097 0,032808 0,691244 0,935023

Clidemia urceolata 9 1 0,632911 0,066066 0,230415 0,929392

Dasyphyllum reticulatum 3 3 0,21097 0,025133 0,691244 0,927348

Baccharis elaeagnoides 3 3 0,21097 0,02443 0,691244 0,926645

Chamaecrista sp5 4 2 0,281294 0,122011 0,460829 0,864135

Porophyllum sp 2 3 0,140647 0,01445 0,691244 0,846341

Hymenaea stigonocarpa 3 1 0,21097 0,352792 0,230415 0,794178

Microlicia sp4 1 3 0,070323 0,007197 0,691244 0,768765

Lippia sp1 1 3 0,070323 0,002811 0,691244 0,764379

Qualea multiflora 1 3 0,070323 0,002811 0,691244 0,764379

Richterago polymorpha 6 1 0,421941 0,081528 0,230415 0,733884

Trichogonia villosa 6 1 0,421941 0,059094 0,230415 0,71145

Aegifila sellowiana 3 2 0,21097 0,033567 0,460829 0,705367

Allagoptera campestris 2 2 0,140647 0,052009 0,460829 0,653486

Pseudobrickellia brasiliensis 2 2 0,140647 0,028113 0,460829 0,62959

Baccharis serrulata 2 2 0,140647 0,020382 0,460829 0,621858

Continua

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46

Anexo 2. Continuação

Espécie NI NP DR DoR FR VI

Barbacenia sp4 2 2 0,140647 0,010936 0,460829 0,612412

Diodia mello 2 2 0,140647 0,008912 0,460829 0,610388

Plathymenia reticulata 1 2 0,070323 0,076018 0,460829 0,607171

Blepharocalyx salicifolius 3 3 0,140647 0,005623 0,460829 0,607099

Myrcia sp 1 2 0,070323 0,030615 0,460829 0,561768

Vernonanthura phephorica 4 1 0,281294 0,025611 0,230415 0,53732

Arrabidaea sp1 2 1 0,140647 0,14914 0,230415 0,520202

Antonia ovata 1 1 0,070323 0,184057 0,230415 0,484795

Pera glabrata 3 1 0,21097 0,024993 0,230415 0,466378

Cambessedesia sp 2 1 0,140647 0,062889 0,230415 0,433951

Trembleya parviflora 1 1 0,070323 0,129995 0,230415 0,430734

Qualea dichotoma 2 1 0,140647 0,008153 0,230415 0,379215

Couepia grandiflora 1 1 0,070323 0,06199 0,230415 0,362728

Cordiera sessilis 1 1 0,070323 0,024065 0,230415 0,324803

Cipocereus sp 1 1 0,070323 0,023475 0,230415 0,324213

Vochysia elliptica 1 1 0,070323 0,022041 0,230415 0,322779

Bowdichia virgilioides 1 1 0,070323 0,019005 0,230415 0,319743

Hyptidendron canum 1 1 0,070323 0,014872 0,230415 0,31561

Campomanesia odoratum 1 1 0,070323 0,011245 0,230415 0,311983

Chomelia sericea 1 1 0,070323 0,011245 0,230415 0,311983

Symphyopappus reticulatus 1 1 0,070323 0,010149 0,230415 0,310887

Microlicia sp3 1 1 0,070323 0,006325 0,230415 0,307064

Euphorbiaceae sp 1 1 0,070323 0,005201 0,230415 0,305939

Baccharis dentata 1 1 0,070323 0,004751 0,230415 0,305489

Cuphea engrata 1 1 0,070323 0,004751 0,230415 0,305489

Myrcia pulchra 1 1 0,070323 0,004751 0,230415 0,305489

Chromolaena chaseae 1 1 0,070323 0,004048 0,230415 0,304787

Microlicia sp2 1 1 0,070323 0,004048 0,230415 0,304787

Tapirira guianensis 1 1 0,070323 0,004048 0,230415 0,304787

Eremanthus glomerulatus 1 1 0,070323 0,003402 0,230415 0,30414

Chamaecrista desvauxii 1 1 0,070323 0,002811 0,230415 0,30355

Anexo 3. Espécies, com seus respectivos parâmetros fitossociológicos, amostradas na vegetação rupestre

da área Serra Morena, Serra do Cipó (MG), NI = número de indivíduos, NP = número de parcelas; DR =

densidade relativa (%); DoR = dominância relativa (%); FR = freqüência relativa (%); e VI = valor de

importância (%).

Espécie NI NP DR DoR FR VI

Paepalanthus bromelioides 200 10 16,65279 29,22745 4,070833 49,95107

Paepalanthus sp. 63 6 5,245629 25,59155 2,4425 33,27968

Lychnophora pinaster 90 11 7,493755 3,800531 4,477916 15,7722

Continua

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47

Anexo 3. Continuação

Espécie NI NP DR DoR FR VI

Myrcia guianensis 74 11 6,161532 4,423458 4,477916 15,06291

Leiothrix crassifolia 90 2 7,493755 4,092598 0,814167 12,40052

Neea theifera 62 10 5,162365 1,026905 4,070833 10,2601

Guapira venosa 47 9 3,913405 1,714206 3,663749 9,29136

Guapira graciliflora 40 11 3,330558 1,006166 4,477916 8,81464

Vochisia pygmaea 15 4 1,248959 5,541504 1,628333 8,418796

Miconia ferruginata 29 5 2,414654 3,654388 2,035416 8,104459

Erythroxylum deciduum 48 4 3,996669 1,485449 1,628333 7,110452

Baccharis elaeagnoides 39 5 3,247294 1,203564 2,035416 6,486274

Eremanthus glomerulatus 28 4 2,331391 1,644773 1,628333 5,604496

Stryphnodendron obovatum 20 7 1,665279 1,025656 2,849583 5,540518

Schefflera macrocarpa 21 6 1,748543 1,116172 2,4425 5,307214

Psidium pohlianum 34 4 2,830974 0,745988 1,628333 5,205296

Vellozia albiflora 14 4 1,165695 2,124837 1,628333 4,918865

Mascagnia sp. 1 22 6 1,831807 0,573921 2,4425 4,848228

Kielmeyera coriacea 19 6 1,582015 0,482812 2,4425 4,507327

Richterago polymorpha 14 4 1,165695 1,614039 1,628333 4,408067

Byrsonima pachyphylla 18 6 1,498751 0,402479 2,4425 4,34373

Byrsonima intermedia 11 6 0,915903 0,323707 2,4425 3,68211

Chamaecrista sp. 1 10 6 0,832639 0,20099 2,4425 3,476129

Lavoisiera subulata 7 5 0,582848 0,604562 2,035416 3,222826

Miconia albicans 12 5 0,999167 0,177502 2,035416 3,212085

Myrcia tomentosa 19 2 1,582015 0,715098 0,814167 3,11128

Diplusodon orbicularis 10 4 0,832639 0,302624 1,628333 2,763597

Palicourea rigida 8 4 0,666112 0,243593 1,628333 2,538037

Dalbergia miscolobium 9 3 0,749376 0,351537 1,22125 2,322162

Salacia crassifolia 11 3 0,915903 0,099855 1,22125 2,237008

Byrsonima verbascifolia 5 4 0,41632 0,148923 1,628333 2,193576

Cordiera sessilis 13 2 1,082431 0,13821 0,814167 2,034807

Sabicea brasiliensis 4 4 0,333056 0,021895 1,628333 1,983284

Couepia grandiflora 5 3 0,41632 0,265487 1,22125 1,903057

Eremanthus mattogrossensis 4 2 0,333056 0,725687 0,814167 1,872909

Actinocephalus polyanthus 3 2 0,249792 0,721033 0,814167 1,784991

Hyptis sp. 4 3 0,333056 0,051879 1,22125 1,606185

Eugenia punicifolia 3 3 0,249792 0,106507 1,22125 1,577549

Heteropterys byrsonimifolia 6 2 0,499584 0,159699 0,814167 1,473449

Cordiera concolor 6 2 0,499584 0,072962 0,814167 1,386712

Enterolobium gummiferum 5 2 0,41632 0,136492 0,814167 1,366978

Roupala montana 3 2 0,249792 0,104321 0,814167 1,168279

Byrsonima crassifolia 2 2 0,166528 0,164946 0,814167 1,14564

Anacardium occidentale 3 2 0,249792 0,037356 0,814167 1,101314

Myrsine umbellata 3 2 0,249792 0,025331 0,814167 1,089289

Syagrus glaucescens 2 2 0,166528 0,0248 0,814167 1,005494

Continua

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48

Anexo 3. Continuação

Espécie NI NP DR DoR FR VI

Tocoyena formosa 2 2 0,166528 0,019896 0,814167 1,00059

Kielmeyera lathrophyton 3 1 0,249792 0,340417 0,407083 0,997292

Vellozia nivea 2 1 0,166528 0,272515 0,407083 0,846126

Sp. 4 1 0,333056 0,052941 0,407083 0,79308

Annona cornifolia 4 1 0,333056 0,04279 0,407083 0,782929

Barbacenia flava 1 1 0,083264 0,248121 0,407083 0,738469

Erythroxylum suberosum 1 1 0,083264 0,199896 0,407083 0,690244

Simira sampaioana 2 1 0,166528 0,109131 0,407083 0,682742

Mascagnia sp. 2 2 1 0,166528 0,012618 0,407083 0,58623

Ouratea semiserrata 2 1 0,166528 0,008277 0,407083 0,581888

Ruellia villosa 2 1 0,166528 0,008027 0,407083 0,581638

Erythroxylum tortuosum 1 1 0,083264 0,057002 0,407083 0,547349

Lippia sp. 1 1 0,083264 0,041041 0,407083 0,531388

Hymenaea stigonocarpa 1 1 0,083264 0,02811 0,407083 0,518458

Ilex conocarpa 1 1 0,083264 0,019521 0,407083 0,509868

Annona crassiflora 1 1 0,083264 0,016523 0,407083 0,50687

Agarista sp. 1 1 0,083264 0,015117 0,407083 0,505464

Senna rugosa 1 1 0,083264 0,015117 0,407083 0,505464

Zanthoxylum rhoifolium 1 1 0,083264 0,010401 0,407083 0,500748

Ossaea congestiflora 1 1 0,083264 0,007277 0,407083 0,497625

Handroanthus ochraceus 1 1 0,083264 0,006122 0,407083 0,496469

Periandra mediterranea 1 1 0,083264 0,006122 0,407083 0,496469

Duguetia furfuraceae 1 1 0,083264 0,00531 0,407083 0,495657

Davilla rugosa 1 1 0,083264 0,005279 0,407083 0,495626

Blepharocalyx salicifolius 1 1 0,083264 0,004498 0,407083 0,494845

Arrabidaea sp. 1 1 1 0,083264 0,003779 0,407083 0,494127

Echinocoryne schwenkiifolia 1 1 0,083264 0,003779 0,407083 0,494127

Mansoa sp. 1 1 0,083264 0,003779 0,407083 0,494127

Marcetia taxifolia 1 1 0,083264 0,003779 0,407083 0,494127

Eupatorium perfoliatum 1 1 0,083264 0,003123 0,407083 0,493471

Jacaranda caroba 1 1 0,083264 0,003123 0,407083 0,493471

Psidium sp. 1 1 0,083264 0,003123 0,407083 0,493471

Anexo 4. Espécies, com seus respectivos parâmetros fitossociológicos, amostradas na vegetação rupestre

da área Cedro, Serra do Cipó (MG), NI = número de indivíduos, NP = número de parcelas; DR =

densidade relativa (%); DoR = dominância relativa (%); FR = freqüência relativa (%); e VI = valor de

importância (%)

Espécie NI NP DR DoR FR VI

Actinocephalus polyanthus 352 13 24,1758 29,8075 4,67626 58,6596

Vellozia nivea 212 9 14,5604 17,7162 3,23741 35,514

Continua

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49

Anexo 4. Continuação

Espécie NI NP DR DoR FR VI

Velozia epedendroides 59 3 4,0522 12,5913 1,07914 17,7226

Paepalanthus argenteus 110 9 7,55495 3,18758 3,23741 13,9799

Myrsine umbellata 44 6 3,02198 7,72852 2,15827 12,9088

Acritopappus longifolius 102 7 7,0055 2,20496 2,51799 11,7284

Kielmeyera lathrophyton 31 8 2,12912 2,40524 2,8777 7,41206

Mikania luetzelburgii 43 10 2,9533 0,71015 3,59712 7,26057

Lychnophora pinaster 63 5 4,32692 1,10534 1,79856 7,23082

Erythroxylum deciduum 24 9 1,64835 0,94615 3,23741 5,83191

Syagrus pleiocada 13 7 0,89286 2,13421 2,51799 5,54505

Palicourea rigida 20 10 1,37363 0,49676 3,59712 5,46751

Lippia sp 22 7 1,51099 0,6722 2,51799 4,70118

Marcetia taxifolia 18 4 1,23626 1,77991 1,43885 4,45503

Aspilia jolyana 19 7 1,30495 0,12081 2,51799 3,94374

Ocotea langsdorffii 14 7 0,96154 0,40258 2,51799 3,8821

Paepalanthus sp 18 5 1,23626 0,79837 1,79856 3,83319

Miconia coralina 13 6 0,89286 0,76582 2,15827 3,81695

Cuephea pseudovaccinium 16 7 1,0989 0,10276 2,51799 3,71965

Byrsonima intermedia. 9 7 0,61813 0,29163 2,51799 3,42775

Dalbergia miscolobium 13 5 0,89286 0,55986 1,79856 3,25128

Eupatorium perfoliatum 15 5 1,03022 0,06589 1,79856 2,89467

Paepalanthus bromelioides 11 3 0,7555 0,952 1,07914 2,78663

Miconia tristis 7 4 0,48077 0,78606 1,43885 2,70568

Dasyphyllum reticulatum 16 4 1,0989 0,07654 1,43885 2,61429

Vochysia pygmaea 6 3 0,41209 1,11603 1,07914 2,60725

Leiothrix crassifolia 14 3 0,96154 0,33914 1,07914 2,37981

Byrsonima pachyphylla 12 4 0,82418 0,09797 1,43885 2,36099

Pouteria ramiflora 1 1 0,06868 1,88534 0,35971 2,31374

Chpomanesia pubescens 9 4 0,61813 0,20286 1,43885 2,25984

Remijia ferruginea 3 3 0,20604 0,93332 1,07914 2,2185

Schefflera macrocarpa 6 4 0,41209 0,21268 1,43885 2,06362

Sapium glandulatum 8 4 0,54945 0,06324 1,43885 2,05154

Myrcia guianensis 6 4 0,41209 0,03551 1,43885 1,88645

Baccharis elaeagnoides 9 3 0,61813 0,17531 1,07914 1,87258

Heteropterys byrsonimifolia 9 3 0,61813 0,14377 1,07914 1,84103

Baccharis axillaris 10 3 0,68681 0,05643 1,07914 1,82238

Ternstroemia alnifolia 4 3 0,27473 0,45024 1,07914 1,8041

Symplocos lancifolia 2 2 0,13736 0,76358 0,71942 1,62036

Guapira venosa 4 3 0,27473 0,26086 1,07914 1,61472

Ilex sp 1 1 0,06868 1,08503 0,35971 1,51342

Dyckia sp 1 2 1 0,13736 1,00712 0,35971 1,5042

Chamaecrista sp1 5 3 0,34341 0,06194 1,07914 1,48448

Continua

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50

Anexo 4. Continuação

Espécie NI NP DR DoR FR VI

Tibouchinea sp 4 3 0,27473 0,06568 1,07914 1,41955

Cratylia sp 4 3 0,27473 0,02289 1,07914 1,37675

Syagrus glaucescens. 4 1 0,27473 0,71583 0,35971 1,35026

Casearia sylvestris 3 3 0,20604 0,00874 1,07914 1,29392

Vellozia variabilis 2 2 0,13736 0,36714 0,71942 1,22393

Chamaecrista sp6 4 2 0,27473 0,19033 0,71942 1,18448

Mascagnia sp1 4 2 0,27473 0,0938 0,71942 1,08795

Pseudobrickellia brasiliensis 4 2 0,27473 0,08624 0,71942 1,08039

Chamaecrista sp2 3 2 0,20604 0,1218 0,71942 1,04727

Chromolaena chaseae 4 2 0,27473 0,01267 0,71942 1,00682

Eremanthus glomerulatus 3 2 0,20604 0,01867 0,71942 0,94414

Hancornia speciosa 2 2 0,13736 0,01684 0,71942 0,87362

Declieuxia fruticosa 2 2 0,13736 0,0126 0,71942 0,86939

Microlicia avicularis 2 2 0,13736 0,00903 0,71942 0,86582

Ouratea semiserrata 2 2 0,13736 0,0087 0,71942 0,86549

Sabicea brasiliensis 4 1 0,27473 0,02544 0,35971 0,65988

Lessingianthus linearifolius 1 1 0,06868 0,17757 0,35971 0,60597

Ilex Thezans 3 1 0,20604 0,02585 0,35971 0,5916

Barbacenia flava 1 1 0,06868 0,15818 0,35971 0,58657

Miconia irwinii 1 1 0,06868 0,14347 0,35971 0,57187

Vellozia stipitata 2 1 0,13736 0,04129 0,35971 0,53837

Roupala montana 2 1 0,13736 0,02533 0,35971 0,52241

Neea Thifera 1 1 0,06868 0,0807 0,35971 0,5091

Vellozia epidendroides 1 1 0,06868 0,0807 0,35971 0,5091

Chamaecrista ochnaceae 1 1 0,06868 0,03587 0,35971 0,46426

Miconia alborufescens 1 1 0,06868 0,02083 0,35971 0,44922

Davilla rugosa 1 1 0,06868 0,02056 0,35971 0,44895

Hyptis complicata 1 1 0,06868 0,0152 0,35971 0,44359

Baccharis dentata 1 1 0,06868 0,01515 0,35971 0,44355

Leandra aurea 1 1 0,06868 0,01457 0,35971 0,44297

Ruellia villosa 1 1 0,06868 0,01401 0,35971 0,44241

Styrax sp. 1 1 0,06868 0,01049 0,35971 0,43889

Richterago polymorpha 1 1 0,06868 0,00767 0,35971 0,43606

Annona cornifolia 1 1 0,06868 0,00726 0,35971 0,43566

Lessingianthus sp 1 1 0,06868 0,00543 0,35971 0,43382

Paepalanthus geneculatus 1 1 0,06868 0,00504 0,35971 0,43344

Antonia ovata 1 1 0,06868 0,00379 0,35971 0,43218

Chamaecrista desvauxii 1 1 0,06868 0,00379 0,35971 0,43218

Chamaecrista sp7 1 1 0,06868 0,00361 0,35971 0,432

Echinocoryne sp 1 1 0,06868 0,00323 0,35971 0,43162

Senna velutina 1 1 0,06868 0,00271 0,35971 0,43111

Symphiopappus reticulatum 1 1 0,06868 0,00271 0,35971 0,43111

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Anexo 5. Espécies, com seus respectivos parâmetros fitossociológicos, amostradas na vegetação rupestre

da área Pedro do Elefante, Serra do Cipó (MG), NI = número de indivíduos, NP = número de parcelas;

DR = densidade relativa (%); DoR = dominância relativa (%); FR = freqüência relativa (%); e VI = valor

de importância (%).

Espécie NI NP DR DoR FR VI

Vellozia nivea 366 8 24,74645 45,44976 2,996255 73,19246

Vellozia albiflora 121 3 8,181204 15,70653 1,123596 25,01133

Actinocephalus polyanthus 55 6 3,718729 6,969504 2,247191 12,93542

Aspilia jolyana 113 11 7,640297 0,857385 4,11985 12,61753

Symphyopappus reticulatus 24 2 1,622718 5,173785 1,872659 8,669163

Paepalanthus polyanthus 102 5 6,896552 0,824853 0,374532 8,095936

Kielmeyera rubriflora 26 1 1,757945 3,953227 2,247191 7,958363

Erythroxylum deciduum 44 6 2,974983 0,814195 3,745319 7,534496

Richterago polymorpha 54 10 3,651116 0,451929 1,498127 5,601172

Byrsonima pachyphylla 26 4 1,757945 0,405411 3,370787 5,534143

Palicourea rigida 27 9 1,825558 0,234301 3,370787 5,430645

Lavoisiera macrocarpa 37 9 2,50169 0,235462 2,621723 5,358875

Baccharis elaeagnoides 30 7 2,028398 0,157967 2,621723 4,808087

Byrsonima intermedia 15 7 1,014199 1,655674 1,872659 4,542533

Cambessedesia corymbosa 32 5 2,163624 0,725855 1,498127 4,387607

Guapira noxia 25 4 1,690331 0,78772 1,498127 3,976179

Mascagnia sp1 22 4 1,487492 0,194407 2,247191 3,92909

Miconia albicans 13 6 0,878972 0,691172 1,872659 3,442803

Vellozia epidendroides 53 5 1,081812 0,094524 2,247191 3,423527

Myrcia guianensis 14 6 0,946586 0,081782 2,247191 3,275559

Chamaecrista desvauxii 25 6 1,690331 0,108107 1,123596 2,922034

Dalbergia miscolobium 12 3 0,811359 0,478426 1,498127 2,787912

Dasyphyllum reticulatum 15 4 1,014199 0,234449 1,498127 2,746776

Ruellia villosa 10 4 0,676133 0,065021 1,872659 2,613812

Dyckia sp 1 4 5 0,270453 0,775068 1,498127 2,543648

Simira sampaioana 12 4 0,811359 0,222667 1,498127 2,532154

Qualea dichotoma 6 4 0,40568 0,5951 1,498127 2,498907

Chromolaena chaseae 8 4 0,540906 0,057816 1,872659 2,471381

Lippia sp 6 5 0,40568 0,189078 1,498127 2,092885

Hyptis complicata 6 4 0,40568 0,071064 1,498127 1,974871

Tibouchina sp2 6 4 0,40568 0,030784 1,498127 1,934591

Mikania luetzelburgii 4 4 0,270453 0,148529 1,498127 1,91711

Vellozia stipitata 3 4 0,20284 0,547644 1,123596 1,874079

Lychophora Sellowii 10 3 0,676133 0,442164 0,749064 1,86736

Roupala montana 9 2 0,608519 0,0739 1,123596 1,806015

Cuephea pseudovaccinium 7 3 0,473293 0,036061 1,123596 1,632949

Vochisia pygmaea 3 3 0,20284 0,297505 1,123596 1,623941

Sabicea brasiliensis 5 3 0,338066 0,039536 1,123596 1,501198

Continua

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52

Anexo 5. Continuação

Espécie NI NP DR DoR FR VI

Chamaecrista sp1 4 3 0,270453 0,024383 1,123596 1,418431

Ocotea langsdorffii 3 3 0,20284 0,049718 1,123596 1,376154

Diplusodon orbicularis 3 3 0,20284 0,042275 1,123596 1,368711

Drosera tomentosa 8 3 0,540906 0,44355 0,374532 1,358987

Miconia alborufescens 3 1 0,20284 0,028342 1,123596 1,354778

Myrsine umbellata 7 3 0,473293 0,109052 0,749064 1,331409

Cordiera sessilis 6 2 0,40568 0,073893 0,749064 1,228636

Ouratea semiserrata 6 2 0,40568 0,021644 0,749064 1,176387

Byrsonima vacciniifolia 7 2 0,473293 0,308253 0,374532 1,156077

Mascagnia 5 1 0,338066 0,029742 0,749064 1,116872

Trembleya laniflora 2 2 0,135227 0,221023 0,749064 1,105313

Lavoisiera subulata 4 2 0,270453 0,065967 0,749064 1,085484

Echinocoryne schwenkiifolia 2 2 0,135227 0,193901 0,749064 1,078191

Dyckia sp2 2 2 0,135227 0,084938 0,749064 0,969228

Ilex conocarpa 2 2 0,135227 0,447315 0,374532 0,957073

Byrsonima crassifolia 2 1 0,135227 0,04823 0,749064 0,93252

Remijia ferruginea 2 2 0,135227 0,016999 0,749064 0,90129

Lessingianthus sp1 2 2 0,135227 0,014945 0,749064 0,899235

Symphyopappus reticulatus 2 2 0,135227 0,009438 0,749064 0,893728

Cratylia sp 2 2 0,135227 0,008857 0,749064 0,893147

Erythroxylum nummularia 6 2 0,40568 0,04392 0,374532 0,824132

Pseudotrimezia recurvata 5 1 0,338066 0,032153 0,374532 0,744751

Lessingianthus sp 1 1 0,067613 0,288038 0,374532 0,730183

Enterolobium gummiferum ( 3 1 0,20284 0,129386 0,374532 0,706758

Spsp (n ident.) 1 1 0,067613 0,26306 0,374532 0,705205

Chpomanesia adamantium 3 1 0,20284 0,072612 0,374532 0,649984

Chomelia sp 3 1 0,20284 0,017744 0,374532 0,595115

Stenocline sp 2 1 0,135227 0,042305 0,374532 0,552063

Declieuxia fruticosa 1 1 0,067613 0,093363 0,374532 0,535508

Marcetia taxifolia 1 1 0,067613 0,080502 0,374532 0,522647

Lantana sp 2 1 0,135227 0,010599 0,374532 0,520357

Jacaranda rugosa 2 1 0,135227 0,009676 0,374532 0,519434

Ayapana amygdalina 2 1 0,135227 0,006914 0,374532 0,516673

Paepalanthus sp 1 1 0,067613 0,055047 0,374532 0,497192

Schefflera macrocarpa 1 1 0,067613 0,052517 0,374532 0,494662

Trichogonia villosa 1 1 0,067613 0,043228 0,374532 0,485373

Byrsonima coccolobifolia 1 1 0,067613 0,040757 0,374532 0,482902

Miconia ferruginata 1 1 0,067613 0,034565 0,374532 0,47671

Dyckia sp 1 1 0,067613 0,026794 0,374532 0,468939

Gaylussacia montana 1 1 0,067613 0,01883 0,374532 0,460975

Lychnophora sp3 1 1 0,067613 0,018607 0,374532 0,460752

Vernonanthura phephorica 1 1 0,067613 0,014677 0,374532 0,456822

Kielmeyera lathrophyton 1 1 0,067613 0,013963 0,374532 0,456108

Continua

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53

Anexo 5. Continuação

Espécie NI NP DR DoR FR VI

Miconia sp2 1 1 0,067613 0,009676 0,374532 0,451821

Trigonia cipoensis 1 1 0,067613 0,009646 0,374532 0,451791

Eugenia sonderiana 1 1 0,067613 0,009318 0,374532 0,451464

Miconia sp1 1 1 0,067613 0,008604 0,374532 0,450749

Ossaea congestiflora 1 1 0,067613 0,007621 0,374532 0,449767

Graciellia intermedia 1 1 0,067613 0,006699 0,374532 0,448844

Baccharis serrulata 1 1 0,067613 0,005835 0,374532 0,44798

Ilex Thezans 1 1 0,067613 0,005508 0,374532 0,447653

Syagrus glaucescens. 1 1 0,067613 0,003602 0,374532 0,445747

Lychnophora pinaster 1 1 0,067613 0,002977 0,374532 0,445122

Senna rugosa 1 1 0,067613 0,002977 0,374532 0,445122

Myrcia sp 1 1 0,067613 0,002263 0,374532 0,444408

Lepidaploa lilacina 1 1 0,067613 0,002233 0,374532 0,444378

Anexo 6. Espécies, com seus respectivos parâmetros fitossociológicos, amostradas na vegetação rupestre

da área Quadrante 16, Serra do Cipó (MG), NI = número de indivíduos, NP = número de parcelas; DR =

densidade relativa (%); DoR = dominância relativa (%); FR = freqüência relativa (%); e VI = valor de

importância (%).

Espécies NI NP DR DoR FR VI

Vellozia epidendroides 303 2 30 58,37089 7,258064 95,62896

Vellozia nivea 107 1 10,59406 13,4153 7,258064 31,26742

Barbacenia sp. 9 7 0,891089 20,00375 2,419355 23,31419

Schefflera macrocarpa 141 3 13,9604 0,021582 7,258064 21,24004

Barbacenia sp. 1 121 7 11,9802 0,117227 5,645161 17,74259

Leiothrix curvifolia 108 1 10,69307 0,33106 6,451613 17,47574

Agarista duartei 32 3 3,168317 0,459334 5,645161 9,272812

Lippia sp. 2 24 1 2,376238 0,003068 4,838709 7,218015

Vochisia sp 19 1 1,881188 0,163016 4,838709 6,882914

Chamaecrista sp. 1 18 4 1,782178 0,002618 3,225806 5,010603

Qualea dichotoma 14 1 1,386139 0,006718 3,225806 4,618663

Richterago polymorpha 8 1 0,792079 1,405757 2,419355 4,617191

Byrsonima cipoenses 13 1 1,287129 0,155062 2,419355 3,861546

Vellozia albiflora 9 1 0,891089 0,492608 2,419355 3,803052

Kielmeyera lathrophyton 3 1 0,29703 0,008391 2,419355 2,724776

Davilla rugosa 3 1 0,29703 0,003664 2,419355 2,720048

Trichogonia villosa 8 3 0,792079 0,002947 1,612903 2,40793

Paepalanthus sp. 3 1 0,29703 1,297367 0,806452 2,400849

Byrsonima crassifolia 12 1 1,188119 0,035931 0,806452 2,030501

Mascagnia sp. 2 4 1 0,39604 0,000614 1,612903 2,009557

Actinocephalus polyanthus 2 2 0,19802 0,990323 0,806452 1,994794

Continua

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Anexo 6. Continuação

Espécie NI NP DR DoR FR VI

Trembleya laniflora 2 1 0,19802 0,166333 1,612903 1,977256

Accara elegans 3 3 0,29703 0,026175 1,612903 1,936108

Giatiananeceae sp. 1 2 1 0,19802 0,105394 1,612903 1,916317

Leiothrix crassifolia 1 1 0,09901 0,877238 0,806452 1,7827

Ouratea semiserrata 5 8 0,49505 0,010223 0,806452 1,311724

Byrsonima pachyphylla 3 6 0,29703 0,142721 0,806452 1,246202

Dyckia sp. 1 1 0,09901 0,336146 0,806452 1,241607

Cyrtopodium sp. 1 1 0,09901 0,254351 0,806452 1,159813

Barbacenia sp. 3 1 1 0,09901 0,22652 0,806452 1,131981

Richaterago sp 3 2 0,29703 0,025488 0,806452 1,128969

Eremanthus glomerulatus 3 1 0,29703 0,017138 0,806452 1,120619

Hyptis complicata 3 1 0,29703 0,014882 0,806452 1,118363

Cuephea pseudovaccinium 3 1 0,29703 0,003473 0,806452 1,106954

Chamaecrista sp. 5 2 1 0,19802 0,075548 0,806452 1,08002

Remijia ferruginea 2 4 0,19802 0,039295 0,806452 1,043767

NI 2 1 0,19802 0,036202 0,806452 1,040674

Leandra sp. 1 2 1 0,19802 0,002341 0,806452 1,006813

tribo heliantheae 1 3 0,09901 0,080798 0,806452 0,98626

Lychnophora sp. 3 1 9 0,09901 0,069717 0,806452 0,975179

Marcetia taxifolia 1 2 0,09901 0,055673 0,806452 0,961134

Cipocereus minensis 1 1 0,09901 0,048063 0,806452 0,953524

Vellozia compacta 1 2 0,09901 0,047444 0,806452 0,952905

Mascagnia sp. 1 1 3 0,09901 0,025366 0,806452 0,930828

Gaylussacia montana 1 1 0,09901 0,009836 0,806452 0,915298

Chamaecrista sp. 4 1 9 0,09901 0,00862 0,806452 0,914081

Myrcia guianensis 1 9 0,09901 0,00507 0,806452 0,910532

Chamaecrista sp. 3 1 6 0,09901 0,002408 0,806452 0,90787

Anexo 7. Espécies, com seus respectivos parâmetros fitossociológicos, amostradas na vegetação rupestre

da área Alto do Palácio, Serra do Cipó (MG), NI = número de indivíduos, NP = número de parcelas; DR

= densidade relativa (%); DoR = dominância relativa (%); FR = freqüência relativa (%); e VI = valor de

importância (%).

Espécie NI NP DR DoR FR VI

Vellozia albiflora 131 9 9,21886 95,74978 10,11236 115,081

Actinocephalus

polyanthus 1015 13 71,42857 1,324356 14,60674 87,359668

Richterago polymorpha 122 12 8,585503 0,167201 13,48315 22,23585

Oncidium spilopterum 13 5 0,914849 0,965606 5,617977 7,4984319

Richaterago sp2 5 5 0,351865 0,00161 5,617977 5,9714525

Barbacenia magalhaessii 11 4 0,774103 0,534549 4,494382 5,8030334

Continua

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Anexo 7. Continuação

Espécie NI NP DR DoR FR VI

Vellozia nivea 13 4 0,914849 0,006605 4,494382 5,4158357

Myrsine sp1 8 4 0,562984 0,038209 4,494382 5,0955747

Vochysia rufa 39 2 2,744546 0,093712 2,247191 5,0854487

Leiothrix crassifolia 11 3 0,774103 0,049112 3,370786 4,1940008

Velozia patens 8 2 0,562984 0,713236 2,247191 3,5234106

Barbacenia sp5 3 2 0,211119 0,008469 2,247191 2,4667791

Dyckia sórdida 2 2 0,140746 0,014633 2,247191 2,4025699

Inulopsis sp, 2 2 0,140746 0,004466 2,247191 2,3924026

Mikania luetzelburgii 2 2 0,140746 0,002323 2,247191 2,3902596

Lepidaploa lilacina 2 2 0,140746 0,002021 2,247191 2,3899578

Eugenia punicifolia 2 2 0,140746 0,001104 2,247191 2,3890407

Chaptalia sp 2 2 0,140746 0,000382 2,247191 2,3883189

Barbacenia flava 9 1 0,633357 0,054842 1,123595 1,8117941

Vellozia compacta 8 1 0,562984 0,070036 1,123595 1,7566157

Barbacenia sp2 2 1 0,140746 0,09694 1,123595 1,3612811

Ilex protrata 3 1 0,211119 0,000936 1,123595 1,3356503

Gaylussacia montana 1 1 0,070373 0,082845 1,123595 1,2768138

sp 3 1 1 0,070373 0,010744 1,123595 1,2047126

Spermacoce sp1 1 1 0,070373 0,002559 1,123595 1,1965279

sp 4 1 1 0,070373 0,001883 1,123595 1,1958518

Giatiananeceae sp1 1 1 0,070373 0,000965 1,123595 1,194933

Davilla rugosa 1 1 0,070373 0,000457 1,123595 1,194425

Lippia sp 1 1 0,070373 0,000323 1,123595 1,1942913

Lychnophora sp2 1 1 0,070373 0,000191 1,123595 1,1941595

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Capitulo 2

Formas de vida e variáveis edáficas: distribuição da flora lenhosa rupestre na Serra do Cipó,

Minas Gerais

Artigo formatado segundo as normas da revista Revista Brasileira de Botânica

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Artigo formatado segundo as normas da revista Revista Brasileira de Botânica

(as tabelas e figuras foram incluídas no texto para melhor compreensão)

Formas de vida e variáveis edáficas: distribuição da flora lenhosa rupestre na Serra do Cipó,

Minas Gerais1

GRACIENE DA SILVA MOTA2, YULE ROBERTA FERREIRA NUNES

3,5, GERALDO

WILSON FERNANDES4, MARIA DAS DORES MAGALHÃES VELOSO

3 ,ETIENE SILVA

COUTINHO2

1 Parte da dissertação de mestrado do primeiro autor

2 Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, Departamento de Biologia Geral, C. Postal

126, 39401-089 Montes Claros, MG, Brasil 3 Universidade Estadual de Montes Claros, CCBS, Departamento de Biologia Geral, Laboratório de

Ecologia e Propagação Vegetal, Campus Universitário Professor Darcy Ribeiro, Vila Mauricéia, C.

Postal 126, 39401-089 Montes Claros, MG, Brasil 4 Universidade Federal de Minas Gerais, ICB/Departamento de Biologia Geral, Laboratório

Ecologia Evolutiva & Biodiversidade, C. Postal 486, 30161-970 Belo Horizonte, MG, Brasil 5 Autor para correspondência: [email protected]

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RESUMO - (Formas de vida e variáveis edáficas: distribuição da flora lenhosa rupestre na Serra do

Cipó, Minas Gerais). Este trabalho teve como objetivo caracterizar a forma de vida das espécies

lenhosas encontradas em sete áreas do complexo rupestre da Serra do Cipó (Minas Gerais) e

verificar a influência das variáveis edáficas na distribuição destas espécies. Em cada área foram

distribuídas 13 parcelas de 100 m2, totalizando uma amostragem de 0,91 ha, onde foram amostrados

todos os indivíduos lenhosos com diâmetro a altura do solo (DAS) ≥ 1 cm. Foram amostrados 9672

indivíduos, distribuídos em 278 espécies. Destas espécies o maior número foi de fanerófitas,

seguido de caméfitas, terófitas, hemicriptófitas e geófita. A frequência e a riqueza de formas de vida

diferiram significativamente entre as áreas. As variáveis edáficas pH, fósforo remanescente,

saturação por base, hidrogênio + alumínio, matéria orgânica e potássio foram os atributos que mais

influenciaram na distribuição das espécies. Os resultados evidenciaram que os aspectos da litologia

e as características do solo determinam a distribuição de formas de vida das plantas nesse ambiente.

Palavras-chave: altitude, campo rupestre, atributos do solo,

ABSTRACT -

(Forms of life and edaphic variables: distribution of woody rupestrian flora in Serra do Cipó,

Minas Gerais State). This study aimed to characterize the life form of woody species found in

seven areas of the rupestrian complex of Serra do Cipó (Minas Gerais) and the influence of edaphic

variables in the distribution of these species. In each area, 13plots of 100 m2 were distributed , with

a total sampling of 0.91 ha, where we sampled all woody plants with diameter at the base of the

stem (DBS) ≥ 1 cm. We sampled 9672 individuals distributed in 278 species. Among these, the

largest number of species was from phanerophytes, followed by chamaephytes, therophytes,

hemicryptophyte and geophyte. The frequency and richness of life

forms differed significantly between areas. The edaphic variables pH, remnant phosphorus, base

saturation, hydrogen + aluminium, organic matter and potassium were the attributes that most

influenced the distribution of species.The results showed that lithological aspects and soil

characteristics determine the distribution of life forms of plants in this environment.

Keywords: altitude, rupestrian field, soil attributes,

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Introdução

Os campos rupestres geralmente ocorrem em altitudes superiores a 900 m, sobre

afloramentos rochosos, com solos poucos profundos, litólicos, de relevo íngreme e montanhoso,

constituído por um mosaico de habitats bastante diversificado, que propicia uma composição

floristica rica e com muitas espécies endêmicas (Giulietti et al. 2000). Em escala regional, a

vegetação desse ambiente é formada por mosaicos de comunidades, sob o controle da topografia

local, microclima e substrato (Vitta 2002). De acordo com Giulietti et al. (1987), a cobertura vegetal

desses ambientes varia com o estado de decomposição ou deposição do substrato e com a altitude.

A altitude é correlacionada com uma grande variedade de recursos reguladores do

crescimento das plantas, incluindo precipitação e intensidade e qualidade de luz (Huston 1994).

Sendo assim, muitas condições físicas, além das diferenças na temperatura, modificam ao longo de

gradientes altitudinais, mas a temperatura do ar promove maiores efeitos diretos e significativos

sobre muitos processos fisiológicos que ocorrem em plantas (Fritzsons et al. 2008).

As plantas que ocupam ambientes de afloramento rochoso apresentam diferentes formas de

vida, que mostram adaptação ao sobreaquecimento ou a seca, tais como: suculência, esclerofilia,

tricomas ou bainhas de folhas persistentes, para captação de isolamento e acumulação de água, e

tolerância à dessecação, nas plantas chamadas de ressurreição (Porembski & Barthlott 2000). As

plantas podem ser classificadas em diferentes classes de forma de vida, dependendo de suas

semelhanças na estrutura e função (Mueller-Dombois & Ellenberg 1974, Harrison et al. 2010). As

formas de vida são caracterizadas pela adaptação das plantas a condições ecológicas especificas

(Mera et al. 1999). Foram descritas por Raunkiaer (1934) cinco grandes classes de formas de vida:

fanerófitas, caméfitas, hemicriptófitas, criptófitas e terófitas, caracterizadas de acordo com a

posição e grau de proteção das gemas, que são responsáveis pela renovação do corpo aéreo da

planta no momento da chegada da estação favorável ao crescimento. Segundo Begon et al. (1996)

essa classificação é considerada a explicação mais fundamentada para responder por que as espécies

de plantas co-ocorrem em um mesmo habitat.

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Dois fatores têm fortes efeitos sobre as plantas: o clima e as condições edáficas. Assim,

diferenças de substrato, topografia e drenagem podem mudar completamente o domínio das formas

de vida (Messias et al. 2011). Estudos sobre interações solo-planta da Serra do Cipó têm sugerido

que o solo é um dos fatores determinantes dos diferentes tipos de fitofisionomias, por serem pobres

em nutrientes e apresentarem pouca espessura (Ribeiro & Fernandes 2000, Fernandes et al. 2007,

Negreiros et al. 2008, 2009). Neste sentido, este trabalho teve como objetivo caracterizar as formas

de vida das espécies lenhosas encontradas em sete áreas do complexo rupestre da Serra do Cipó

(Minas Gerais) e analisar a influência das variáveis edáficas na distribuição destas espécies. Com

base nisto, pergunta-se: (I) os aspectos florísticos e a freqüência de formas de vida diferem entre as

áreas amostradas?; e (II) quais variáveis físico-químicas do solo influenciam a distribuição das

espécies nessas áreas?

Materiais e Métodos

Área de estudo

O estudo foi desenvolvido na Serra do Cipó, em Minas Gerais, na porção sul da Cadeia do

Espinhaço, a cerca de 100 Km a nordeste de Belo Horizonte (Fig. 1). Abrange os municípios de

Santana do Riacho e Jabuticatubas. O clima da região, de acordo com Köppen (1931), é do tipo

Cwp, ou seja, clima mesotérmico com verões brandos e estação chuvosa de 3 a 4 meses no verão

(Galvão & Nimer 1965). As temperaturas médias anuais são em torno de 21,2° C e a precipitação

média anual é de 1.622 mm (Madeira & Fernandes 1999).

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Figura 1 – Localização geográfica da Serra do Cipó, em Minas Gerais, e indicação dos sítios de

amostragem.

Para este estudo foram definidas sete áreas de amostragem localizadas nos municípios de

Santana do Riacho e Jabuticatubas, em diferentes ambientes e altitudes, denominadas de Rio Cipó,

Usina, Serra Morena, Cedro, Pedra do Elefante, Quadrante 16 e Alto do Palácio (Fig. 1). As áreas

que apresentaram fitofisionomias associadas a afloramento rochoso e de campo rupestre estavam

localizadas em altitudes mais elevadas, enquanto as áreas ecotonais de cerrado/campo rupestre ou

campo cerrado localizaram-se em altitudes intermediárias e mais baixas (tab. 1). Foi utilizada neste

estudo a terminologia proposta por Ribeiro & Walter (2008) para classificação das fitofisionomias.

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Tabela 1. Localização e características da vegetação das áreas selecionadas para amostragem do

estrato lenhoso no complexo rupestre da Serra do Cipó, em Minas Gerais. Rio Cipó (RC), Usina

(US), Serra Morena (SM), Cedro (CE), Pedra do Elefante (PE), Quadrante 16 (Q16) e Alto do

Palácio (AP).

Áreas Coordenadas Altitude

(m)

Densidade*

(ind. ha-1

)

Riqueza* Altura média*

(cm)

Fitofisionomia

RC 19°21'36,2'' S

43°36'25,2'' W

824 1683 117 117,3 Área ecotonal de cerrado rupestre

e campo rupestre

US 19°16'17,8" S

43°36'18,1'' W

977 1422 119 110,3 Área ecotonal de cerrado rupestre

e campo rupestre, presença de

afloramento rochoso e incidência

de fogo no ano 2010 em três

parcelas amostradas

SM 19°15'50,6'' S

43°35'10,3'' W

1001 1201 78 81.79 Área ecotonal de cerrado

rupestre, campo rupestre e

encharcamento em duas parcelas

CE 19°13'56,5'' S

43°34'34,8'' W

1101 1456 84 71,46 Afloramento rochoso e campo

rupestre

PE 19°17'43,0'' S

43°33'17,4'' W

1255 1479 94 60,95 Afloramento rochoso e campo

rupestre, encharcamento em duas

parcelas amostradas

Q16 19°17’49,6” S

43°35'28,2" W

1303 1010 48 23,81 Afloramento rochoso e campo

rupestre

AP 19°16'59,3'' S

43°32'08,9'' W

1420 1421 29 20,51 Campo rupestre

* Fonte: Mota et al. 2012

Amostragem da vegetação

Em cada área, foi demarcado um transecto de 250 m, onde foram plotadas 13 parcelas de

100 m2 (10 m × 10 m), distantes 10 m entre si, totalizando uma amostragem total de 0,91 ha. Nas

parcelas, todos os indivíduos arbustivo-arbóreos com DAS (diâmetro a altura do solo) maior ou

igual a 1 cm foram inventariados e marcados com plaquetas de alumínio numeradas, sendo ainda

registrados o nome da espécie, o DAS e altura. De todas as espécies amostradas, fez-se coleta de

material vegetal, que foi identificado através de consultas a especialistas, uso de literatura

especializada e comparações com as exsicatas existentes no Herbário da Universidade Federal de

Minas Gerais (BHCB). Posteriormente, este material foi incorporado, como material-testemunho,

ao acervo do Herbário Montes Claros (HMC), da Universidade Estadual de Montes Claros

(UNIMONTES). A classificação das espécies em famílias foi feita de acordo com o sistema do

Angiosperm Phylogeny Group III (APG III 2003).

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Formas de vida

Foram consideradas, nesta análise, apenas as principais classes de formas de vida, segundo

Raunkiaer (1934): (i) fanerófitas: plantas com gemas vegetativas situadas acima de 25 a 50 cm,

geralmente são arbustos ou árvores; (ii) caméfitas: plantas com gemas vegetativas no sistema aéreo,

acima da superfície do solo, algumas tem como característica vários eixos caulinares lenhosos; (iii)

hemicriptófitas: plantas com gemas vegetativas ao nível do solo, frequentemente protegidas por

escamas, bainhas ou folhas; (iv) terófitas: vegetais que vivem apenas uma estação de crescimento; e

(v) geófitas: plantas com gemas vegetativas no sistema subterrâneo. As lianas foram incluídas na

classe fanerófitas. Para a construção dos espectros biológicos, para cada espécie, foi atribuída uma

única classe de forma de vida. A frequência de cada espécie foi ponderada pelo número de parcelas

em que a espécie foi amostrada (Mueller-Dombois & Ellenberg 1974).

Caracterização das variáveis ambientais

Para verificar se o espectro de forma de vida é influenciado por variáveis ambientais locais,

foi caracterizado o solo através de análise física e química. Para isso foi coletada uma amostra

composta do solo superficial (0-20 cm de profundidade) de 500 g em cada parcela de 100 m2. Cada

amostra foi constituída de cinco sub-amostras, sendo uma coletada no centro e as outras quatro nos

vértices da parcela. Todo o material coletado foi armazenado em sacos plásticos e identificado. As

análises químicas e textuais das amostras foram feitas no Laboratório de Análise de Solo, do

Instituto de Ciências Agrárias, da Universidade Federal de Minas Gerais, seguindo o protocolo da

Embrapa (1997). As variáveis do solo obtidas foram: pH em água (pH), teores de potássio (K),

fósforo (P-Mehlic), fósforo remanescente (P-rem), cálcio (Ca), magnésio (Mg), alumínio (Al),

hidrogênio + alumínio (H+Al), soma de bases (SB), saturação por bases (V), capacidade de troca

catiônica efetiva (t), saturação por alumínio (m), capacidade de troca catiônica a pH 7,0 (T), matéria

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orgânica (MO), e proporções de areia grossa (2 a 0,2 mm), areia fina (0,2 a 0,05 mm), silte (0,05 a

0,02mm) e argila (< 0,02mm).

Análise de dados

Para detectar diferenças na riqueza e frequências de formas de vida entre as áreas foi feita

Análise de Variância – ANOVA e o pós-teste de Tukey, a 5% de probabilidade, e, anteriormente às

análises, foi aplicado o teste de Kolmogorov-Smirnov para detectar a normalidade dos dados (Zar

1996). Para análise de similaridade dos espectros de forma de vida entre as áreas, empregou-se uma

análise de agrupamento (Cluster Analysis) das áreas, com base nas espécies identificadas, sobre a

matriz básica de abundância das espécies amostradas.

Para determinar as relações entre as espécies e as variáveis edáficas foi empregada a análise

de correspondência canônica (CCA) (Ter Braak 1987), utilizando o programa PCORD for Windows

versão 4.14 (McCune & Mefford 1999). A matriz principal consistiu das espécies por parcelas e a

matriz de variáveis ambientais incluiu, inicialmente, 18 variáveis quantitativas fisíco-químicas do

solo. No entanto, após a execução de uma CCA preliminar, 14 dessas variáveis mostraram-se muito

pouco correlacionadas ou redundantes e foram excluídas da análise final. A CCA final foi

processada com quatro variávies mais representativas (fósforo remanescente, saturação por base,

Hidrogênio + alumínio, Potássio, Matéria orgânica e pH) e fortemente relacionadas com os eixos de

ordenação. Foi utilizado o teste de permutação de Monte Carlo (Ter Braak 1998) para testar a

significância o modelo.

Resultados

Foram amostrados 9672 indivíduos, distribuídos em 269 espécies e 10 morfoespécies

(anexo). Destas espécies, 140 (53,24%) foram consideradas fanerófitas, 56 (20,15%) caméfitas, 51

(18,35%) terófitas, 31 (11,14%) hemicriptófitas e uma (0,35%) geófita. A forma de vida

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hemicriptófita foi a mais abundante, com 3855 indivíduos, seguida das fanerófitas (3412), terófitas

(1466), caméfitas (938) e geófita (1).

As espécies identificadas foram distribuídas em 159 gêneros, onde 89 (32,07%) foram

considerados fanerófitos, 34 (21,38%) caméfitos, 31(19,49%) terófitos, nove (5,66%)

hemicriptófitos e um (0,62%) geófito. Os gêneros mais ricos (tab. 2), Byrsonima, Kielmeyera,

Miconia, Guapira e Myrcia, que também estão entre os mais abundantes nas áreas Rio Cipó, Usina

e Serra Morena, determinaram a maior frequência da forma de vida fanerófita nessas áreas.

Enquanto que, nos sítios Cedro, Pedra do Elefante, Quadrante 16 e Alto do Palácio, os gêneros mais

ricos e entre os mais abundantes (Actinocephalus, Vellozia, Paepalanthus, Barbacenia e Dyckia)

são representantes da maior frequência da forma de vida hemicriptófita. Microlicia, Chamaecrista e

Lychnophora foram os gêneros mais ricos e mais abundantes nas áreas Rio Cipó, Usina, Serra

Morena, Cedro e Pedra do Elefante, sendo que essa dominância foi responsável pela frequência das

caméfitas nessas áreas. Por outro lado, o gênero mais rico (Lippia) na área Usina, também um dos

mais abundantes, foi responsável pela frequência de terófita nesta área. Já os gêneros mais

abundantes Aulonemia, Lippia, Leiothrix, Aspilia e Richterago foram responsáveis pela maior

frequência de terófitas nas áreas Serra Morena, Cedro e Pedra do Elefante.

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Tabela 2. Gêneros e espécies mais abundantes das espécies lenhosas amostradas em sete áreas de

diferentes altitudes do complexo rupestre na Serra do Cipó, Minas Gerais.

Área Gêneros + abundantes Espécies + abundantes

Rio Cipó Byrsonima (204) Lychnophora pinaster (180)

Lychnophora (180) Byrsonima verbascifolia (162)

Actinocephalus (146) Actinocephalus polyanthus (146)

Neea (180) Neea Thifera (108)

Heteropterys (75) Heteropterys byrsonimifolia (75)

Roupala (72) Roupala montana (72)

Miconia (65) Aspidosperma tomentosum (61)

Usina Lippia (115) Dalbergia miscolobium (92)

mascagnia (96) Lippia sp. (85)

Dalbergia (92) mascagnia sp. 1 (77)

Kielmeyera (91) Guapira graciliflora (73)

Palicoura e Guapira (73) Palicourea rigida (74)

Byrsonima (65) Davilla rugosa (61)

Davilla (61) Byrsonima intermedia (59)

Serra Morena Paepalanthus (200) Paepalanthus bromelioides (200)

Myrcia (93) Leiothrix crassifolia (90)

Leiothrix (90) Lychnophora pinaster (90)

Lychnophora (90) Myrcia guianensis (74)

Guapira (87) Paepalanthus sp. (63)

Neea (6) Neea Thifera (62)

Erythroxylum (50) Erythroxylum deciduum (48)

Cedro Actinocephalus (352) Actinocephalus polyanthus (352)

Vellozia (276) Vellozia nivea (212)

Paepalanthus (140) Paepalanthus argenteus (110)

Acritopappus(102) Acritopappus longifolius (102)

Lychnophora pinaster (63) Lychnophora pinaster (63)

Lychnophora (63) Velozia epedendroides (60)

Myrsine (44) Myrsine umbellata (44)

Pedra do Elefante Vellozia (543) Vellozia nivea (366)

Aspilia (113) Vellozia albiflora (121)

Paepalanthus (102) Aspilia jolyana (113)

Actinocephalus (55) Paepalanthus polyanthus (102)

Richterago (54) Actinocephalus polyanthus (55)

Byrsonima (51) Richterago polymorpha (54)

Cambessedesia (32) Vellozia epidendroides (53)

Quadrante 16 Vellozia (441) Vellozia epidendroides (303)

Schefflera (141) Schefflera macrocarpa (141)

Barbacenia (131) Barbacenia sp. 1 (121)

Leiothrix (109) Leiothrix curvifolia (108)

Agarista (32) Vellozia nivea (107)

Byrsonima (28) Agarista duartei (32)

Lippia (24) Lippia sp. 2 (24)

Alto do Palácio Actinocephalus (1015) Actinocephalus polyanthus (1015)

Vellozia (160) Vellozia albiflora (131)

Richaterago (127) Richterago polymorpha (122)

Vochysia (39) Vochysia rufa (39)

Barbacenia (25) Oncidium spilopterum (13)

Oncidium (13) Vellozia nivea (13)

Leiothrix (11) Barbacenia magalhaessii (11)

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As espécies Byrsonima verbascifolia, Neea theifera, Heteropterys byrsonimifolia, Roupala

montana, Aspidosperma tomentosum, Myrcia guianensis, Miconia albicans, Davilla rugosa,

Dalbergia miscolobium, Palicourea rigida, Byrsonima intermedia, Kielmeyera rubriflora,

Erythroxylum deciduum, Guapira venosa e Guapira graciliflora estão entre as dez de maior

abundância e contribuíram para a maior riqueza de formas de vida fanerófita nas áreas Rio Cipó,

Usina e Serra Morena (Tab. 2). Richterago polymorpha, Lippia sp. Acritopappus longifolius estão

entre as dez espécies mais abundantes e contribuíram para a frequência de caméfitas nas áreas

Usina, Cedro, Pedra do Elefante e Quadrante 16. Já as espécies Vellozia nivea, Vellozia albiflora e

Actinocephalus polyanthus estão entre as dez mais abundantes e contribuíram para a frequência de

hemicriptófitas nas áreas Cedro, Pedra do Elefante, Quadrante 16 e Alto do Palácio.

A frequência e a riqueza de formas de vida diferiram significativamente entre as áreas (gl =

6; F = 1,42 P < 0,001, n = 91; gl = 6; F = 7,49, P < 0,001, n = 91; respectivamente). Em relação à

frequência (Fig. 2a), houve um elevado número de fanerófitas nas áreas de menor altitude, como o

Rio Cipó, Usina e Serra Morena, comparadas com as áreas de maiores altitudes, Cedro, Pedra do

Elefante, Quadrante 16 e Alto do Palácio, que apresentaram maior número de hemicriptófitas. Já a

riqueza (Fig. 2b), nas áreas de menores altitudes (Rio Cipó, Usina e Serra Morena) as fanerófitas

foram predominantes, enquanto que o número de espécies hemicriptófitas nas áreas Cedro, Pedra do

Elefante, Quadrante 16 e Alto do Palácio, de maiores altitudes, foi baixo.

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Figura 2. Média da frequência (A) e da riqueza (B) de formas de vidas das espécies lenhosas

amostradas em sete áreas de vegetação rupestre na Serra do Cipó, MG. CAM = caméfitas; FAN =

fanerófitas; TER = terófitos; HEM = hemicriptófitos; GEO = geófitos; RC = Rio Cipó; US = Usina;

SM = Serra Morena; CE = Cedro; PE = Pedra do Elefante; Q16 = Quadrante 16; e AP = Alto

Palácio.

Em relação à similaridade de formas de vida entre as áreas (Fig. 3), foram formados dois

grandes grupos: o primeiro composto das áreas: Usina, Serra Morena e Rio Cipó; e o segundo pelas

áreas: Quadrante 16, Pedra do Elefante e Cedro, sendo as duas últimas áreas as mais similares entre

si. Entretanto, a área Alto do Palácio diferiu das outras áreas de amostragem, mostrando a maior

dissimilaridade.

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Figura 3. Dendrograma de similaridade (cluster analysis) de formas de vida entre sete áreas de

vegetação rupestre na Serra do Cipó, MG. RC =- Rio Cipó; US = Usina; SM = Serra Morena; CE =

Cedro; PE = Pedra do Elefante; Q16 = Quadrante 16; e AP = Alto Palácio.

As diferentes áreas também foram segregadas na CCA (fig. 4). Os autovalores (eigenvalues)

dos dois primeiros Eixos do diagrama da CCA foram 0,46 (eixo1) e 0,37 (eixo 2), explicando 3,8%

e 3,0%, respectivamente, da variância total dos dados. Os dois autovalores foram baixos para os

dois eixos, o que significa que os gradientes são curtos, ou seja, com baixa substituição de espécies

no gradiente formado. Por outro lado, as correlações espécie-ambiente foram altas em ambos os

eixos: 0,865 (eixo 1) e 0,811 no (eixo 2). Além disso, o teste de Monte Carlo mostrou que a

abundância de espécies foi significativamente correlacionada com os atributos do solo (p < 0,05).

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Figura 4. Diagrama de ordenação da análise de correspondência canônica (CCA) com a

distribuição do número de indivíduos de 278 espécies amostradas nas 91 parcelas (100 m2) em sete

áreas do complexo rupestre da Serra do Cipó, MG, e a correlação com as variáveis: pH em água

(pH), fósforo remanescente (P rem), saturação por base (V), hidrogênio + alumínio (H + AL),

Potássio (K) e matéria orgânica (MO).

A forma de organização das parcelas de acordo com a abundância de espécies (Fig. 4)

mostrou que no eixo 1 houve a formação de três grupos. O primeiro, da esquerda para a direita,

composto pela maioria das parcelas das áreas Usina, Cedro e Pedra do Elefante, o segundo grupo

formado por parcelas do Alto do Palácio e algumas do Quadrante 16. Já o terceiro grupo foi

representado pela maioria da Serra Morena e algumas da Usina. No eixo 2, houve a formação de

dois grupos, um com todas as parcelas do Rio Cipó e o outro com parcelas da Pedra do Elefante.

As correlações internas entre as variáveis ambientais e os dois primeiros eixos de ordenação

(Tab. 3) mostraram que as variáveis ambientais correlacionadas positivamente ao Eixo 1 foram pH

e saturação por base e negativamente foi o hidrogênio + alumínio e matéria orgânica. Já no Eixo 2,

foi correlacionado positivamente com o fósforo remanescente e negativamente com o potássio.

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Tabela 3. Análise de correspondência canônica da abundância de 278 espécies amostradas em 91

parcelas (100 m2), em um complexo rupestre da Serra do Cipó, MG. Os valores representam as

correlações internas (intraset) entre as variáveis ambientais e os dois primeiros eixos de ordenação e

a matriz de correlações ponderadas entre as variáveis ambientais. pH em água (pH), fósforo

remanescente (P rem), saturação por base (V), hidrogênio + alumínio (H + AL), potássio (K) e

matéria orgânica (MO).

Correlações

internas

Variáveis ambientais

Variáveis ambientais Eixo 1 Eixo 2 pH P rem K H + Al V MO

pH 0,572 0,105

P REM 0,207 0,865 0,099

K 0,285 -0,870 -0,003 -0,552

H + Al -0,728 -0,562 -0,339 -0,638 0,284

V 0,818 0,389 0,391 0,493 -0,012 -0,834

MO -0,735 -0,546 -0,326 -0,676 0,326 -0,705 -0,705

Ao ordenar as espécies com as variáveis ambientais através da CCA (Fig. 5), observou-se

que as espécies Leandra sp. 1, Pseudotrimezia recuvata, Cipocereus minensis, Drosera tomentosa,

Chromolaena chaseae, Leiothrix curvifolia e Trembleya parviflora, apresentaram relação positiva

com fósforo remanescente. Em outro extremo, as espécies Psidium sp., Zanthoxylum rhoifolium,

Salacia crassifolia e Myrcia tomentosa foram fortemente correlacionadas com potássio. Já Syagrus

pleiocada, Lychophora sellowii, Declieuxia fruticosa, Rourea induta, Ouratea semiserrata e

Pouteria ramiflora correlacionaram-se com o hidrogênio + alumínio e matéria orgânica. Enquanto

que, Qualea multiflora, Hirtella glandulosa, Neea theifera, Agonandra brasiliensis, Sabicea

brasiliensis, Roupala montana, Enterolobium gummiferum, Erythroxylum suberosum e

Stryphnodendron obovatum correlacionaram-se positivamente com pH.

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Figura 5. Diagrama de ordenação da análise de correspondência canônica (CCA) com a

distribuição do número de indivíduos de 278 espécies amostradas nas 91 parcelas (100 m2) de sete

áreas do complexo rupestre da Serra do Cipó, MG, e a correlação com as variáveis: pH em água

(pH), fósforo remanescente (P rem), saturação por base (V), hidrogênio + alumínio (H + AL),

potássio (K) e matéria orgânica (MO).

Nas análises dos componentes do solo entre as áreas (Tab. 4), o pH variou e foi

significativamente maior nas áreas de menores altitudes Rio Cipó, Usina e Serra Morena, quando

comparado com as áreas de maiores altitudes (Pedra do Elefante, Quadrante 16 e Alto do Palácio).

Assim, nas áreas de menores altitudes o solo pode ser considerado moderadamente ácido e nas de

maiores altitudes fortemente ácidos (Meurer 2007). Além disto, os teores de fósforo (P-Mehlich) e

potássio (K) não variaram entre as áreas Rio Cipó e Pedra do Elefante e diferiram das demais. Já os

teores de hidrogênio + alumínio (H+Al) não variaram entre as áreas Usina, Cedro e Pedra do

Elefante. Enquanto que, o teor de matéria orgânica não variou entre as áreas Usina e Cedro e entre

as áreas Rio Cipó, Serra Morena e Quadrante 16. A porcentagem de saturação por bases (V) variou

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entre as áreas Serra Morena e Quadrante 16, mas não diferiu entre as áreas Usina, Cedro, Pedra do

Elefante e Alto do Palácio.

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Tabela 4. Comparação das propriedades do solo entre as sete áreas de amostragem do componente lenhoso do complexo rupestre da Serra do Cipó,

Minas Gerais. Rio Cipó (RC), Usina (US), Serra Morena (SM), Cedro (CE), Pedra do Elefante (PE), Quadrante 16 (Q16) e Alto do Palácio (AP); pH

em água (pH), teores de potássio (K), fósforo (P-Mehlich), fósforo remanescente (P-rem), cálcio (Ca), magnésio (Mg), alumínio (Al), hidrogênio +

alumínio (H+Al), soma de bases (SB), saturação por bases (V), capacidade de troca catiônica efetiva (t), saturação por alumínio (m), capacidade de

troca catiônica a pH 7,0 (T), matéria orgânica (MO), e proporções de areia grossa (2 a 0,2 mm), areia fina (0,2 a 0,05 mm), silte (0,05 a 0,02mm) e

argila (< 0,02mm).

Variáveis edáficas RC US SM CE PE Q16 AP ANOVA/Kruskal-Wallis

F/ X2 p

pH em H2O 5.15 ± 0.08a 5.05 ± 0.07

a 5.19 ± 0.06

a 4.99 ± 0.05

b 4.81 ± 0.11

c 4.74 ± 0.17

c 4.7 ± 0.08

c 4.52 <0.001

P - Mehlich (mg.kg-1

) 2.92 ± 0.81a 1.16 ± 0.32

b 1.16 ± 0.32

b 1.15 ± 0.32

b 2.71 ± 0.75

a 1.07 ± 0.31

b 2.38 ± 0.66

a 8.9 <0.001

P rem (mg.L-1

) 32.60 ± 0.83b 30.30 ± 1.37

bc 32.81 ± 1.81

b 29.14 ± 1.58

c 24.86 ± 1.92

d 39.04 ± 1.21

a 33.90 ± 2.62

b 6.42 <0.002

K+ (mg.kg

-1) 49.45 ± 3.89

a 31.66 ± 2.80

b 30.08 ± 4.90

bc 33.06 ± 2.60

b 41.15 ± 5.45

a 15.26 ± 0.69

d 25.06 ± 3.82

c 8.19 <0.003

Ca++

(cmolc.dm-3

) 0.25 ± 0.02a 0.2

b 0.2

b 0.21 ± 0.01

b 0.22 ± 0.02

ab 0.2

b 0.29 ± 0.03

a 30.16 <0.004

Mg++

(cmolc.dm-3

) 0.15 ± 0.01a 0.1

b 0.1

b 0.11 ± 0.01

b 0.1

b 0.1

b 0.17 ± 0.02

a 40.53 <0.005

Al (cmolc.dm-3

) 1.43 ± 0.07bc

1.69 ± 0.21b 1.62 ± 0.22

bc 1.87 ± 0.12

b 2.47 ± 0.24

a 1.29 ± 0.12

c 2.66 ± 0.24

a 7.68 <0.006

H + Al (cmolc.dm-3

) 1.95 ± 0.13b 5.09 ± 0.70

a 2.47 ± 0.36

b 5.87 ± 0.62

a 5.87 ± 0.58

a 2.04 ± 0.16

b 5.90 ± 0.47

a 50 <0.007

SB (cmolc.dm-3

) 0.53 ± 0.03a 0.38 ± 0.001

c 0.38 ± 0.01

c 0.40 ± 0.02

b 0.42 ± 0.02

b 0.34 ± 0.001

d 0.52 ± 0.05

a 25.39 <0.008

t (cmolc.dm-3

) 1.97 ± 0.09c 2.07 ± 0.21

b 2.00 ± 0.23

b 2.27 ± 0.13

b 2.90 ± 0.25

a 1.63 ± 0.12

d 3.18 ± 0.25

a 7.93 <0.009

m (%) 72.65 ± 1.07c 78.67 ± 2.49

b 74.41 ± 1.35

c 82.01 ± 0.76

a 84.04 ± 1.53

a 78.09 ± 1.43

b 82.81 ± 1.69

a 6.04 <0.010

T (cmolc.dm-3

) 2.49 ± 0.14b 5.47 ± 0.71

a 2.85 ± 0.37

b 6.27 ± 0.64

a 6.29 ± 0.59

a 2.38 ± 0.16

b 6.41 ± 0.47

a 50 <0.011

V - saturação por bases (%) 21.92 ± 1.11a 8.75 ± 1.24

c 15.10 ± 1.24

b 7.04 ± 0.68

c 7.39 ± 0.73

c 14.92 ± 0.87

b 8.55 ± 0.87

c 30.77 <0.012

MO (dag.kg-1

) 3.51 ± 0.14c 5.04 ± 0.48

b 3.57 ± 0.41

c 5.59 ± 0.48

b 6.90 ± 0.65

a 3.56 ± 0.21

c 6.90 ± 0.58

a 10.98 <0.013

Areia grossa (dag.kg-1

) 17.85 ± 1.08a 4.18 ± 0.68

d 17.65 ± 1.48

a 4.88 ± 0.45

d 12.80 ± 1.09

b 18.14 ± 1.50

a 9.35 ± 1.41

c 27.95 <0.014

Areia fina (dag.kg-1

) 62.77 ± 1.01f 72.59 ± 1.17

d 67.12 ± 1.66

e 81.13 ± 1.21

a 75.66 ± 0.97

c 73.69 ± 1.52

cd 78.49 ± 1.27

b 25.31 <0.015

Silte (dag.kg-1

) 11.52 ± 0.69a 12.46 ± 1.20

a 8.15 ± 0.77

b 5.54 ± 0.40

cd 6.00 ± 0.51

c 5.00 ± 0.46

d 7.85 ± 0.58

b 45.5 <0.016

Argila (dag.kg-1

) 7.85 ± 0.53b 10.78 ± 0.36

a 7.08 ± 0.66

b 8.46 ± 0.79

b 5.54 ± 0.33

c 3.17 ± 0.30

e 4.31 ± 0.21

d 47.42 <0.017

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75

Discussão

As espécies, com formas de vida fanerófitas e caméfitas, foram as mais representativas nesse

estudo, sendo geralmente bem representadas nos campos rupestres brasileiros quartzíticos

(Conceição & Giulietti 2002, Conceição & Pirani 2005, Alves & Kolbek 2009, Conceição & Pirani

2007), graníticos (Caiafa & Silva 2005), ferruginosos (Mourão & Stehmann 2007, Jacobi et al 2007,

Jacobi & Carmo 2008) e nefelina-sienitos (Ribeiro et al. 2007). A dominância da forma de vida

fanerófita nesses ambientes pode ser explicada pela profundidade do solo, ocorrência de fissuras nas

rochas que permitem o enraizamento de espécies mais altas e também pelos níveis mais elevados de

alguns nutrientes nesses microhabitats (Vincent & Meguro 2008). Além disso, os arbustos

fanerófitos presentes em afloramentos rochosos, geralmente possuem folhas esclerófilas e podem

extrair água do solo seco, em baixo potencial hídrico (Messias et al. 2011). Os elevados custos para

o crescimento são então compensados ao longo dos anos e a capacidade fotossintética é baixa

devido a alta resistência do mesófilo para difusão do CO2 (Lloyd et al. 1992). Por outro lado, as

caméfitas foram bem representadas e ocorrem em maior quantidade por serem bem adaptadas a

estes ambientes, uma vez que, na época de condições climáticas desfavoráveis (inverno; estação

seca) suas gemas encontram-se protegidas ao nível do solo e/ou pelas escamas e folhas (Caiafa &

Silva 2005).

As terófitas também foram encontradas em menor proporção no espectro biológico de outros

afloramentos rochosos do Rio de Janeiro, Bahia e Minas Gerais (Meirelles et al.1999, Ribeiro &

Medina 2002, Conceição & Pirani 2005, Jacobi et al. 2007, Ribeiro et al. 2007). Segundo Harrison

et al. (2010), terófitas dominam geralmente alguns dos ambientes mais secos e mais frios do mundo,

no entanto, para Messias et al. (2011), as condições desfavoráveis em afloramentos rochosos não

são suficientes para beneficiar a estratégia das terófitas. Conforme Ribeiro et al. (2007), essa forma

de vida pode ser pouco expressiva devido a uma combinação de curtos períodos de crescimento e

pequena entrada de nutrientes em superfícies rochosas, que impedem a rápida germinação e

crescimento. Na área da Usina, por exemplo, a maior riqueza da forma de vida terófita reforça esse

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76

fato, pois, possivelmente nessa área, após o fogo, teve a entrada de nutrientes limitantes como o

fósforo para o estabelecimento e crescimento dessas espécies anuais, como encontrado por Ribeiro

(2002) em um levantamento da vegetação após fogo em um sítio no Rio de Janeiro.

De acordo com Caiafa & Silva (2005), as hemicriptófitas são apropriadas para sobreviverem

nos ambientes de campos rupestres, uma vez que nas épocas de condições climáticas desfavoráveis

(inverno; estação seca) suas gemas encontram-se protegidas pelas escamas ou folhas secas da

estação anterior. Entretanto, foi encontrada baixa riqueza desta forma de vida, principalmente nas

áreas de baixa altitude (Rio Cipó, Usina e Serra Morena). Provavelmente, este fato deve-se aos

diferentes fatores locais, como disponibilidade de água e nutrientes, e profundidade dos solos, que

agem sobre o estabelecimento dos indivíduos (Ribeiro & Walter 2008).

As diferenças observadas para frequência de formas de vida entre as áreas podem ser

evidenciadas pela dominância de algumas espécies. Segundo Haridsan (2005), espécies de maior

densidade e dominância em áreas de cerrado rupestre são as que apresentam menores concentrações

foliarias de nutriente. Essa menor exigência nutricional atribui vantagens competitivas sobre as

demais, possibilitando seu bom desenvolvimento e estabelecimento em solos pobres como o do

complexo rupestre estudado.

A baixa similaridade entre as áreas Serra Morena, Usina e Rio Cipó e a maior similaridade

entre as áreas de Cedro e Pedra do Elefante, pode está associada com a proximidade destes sítios

com fitofisionomias vizinhas e características microtopográficas semelhantes, relacionada com as

características do solo, como acidez, espessura e quantidade de nutrientes. As áreas Serra Morena,

Usina e Rio Cipó são áreas ecotonais de cerrado e campo rupestre e de menores altitudes e

apresentaram a mesma faixa de pH, e as áreas Cedro e Pedra do Elefante são áreas de afloramentos

rochosos e de altitude intermediária e não diferiram quanto aos teores de hidrogênio e alumínio (H

+ AL), soma de bases (SB), capacidade de troca catiônica a pH 7,0 (T) e teor de matéria orgânica

(MO). Por outro lado, a área Alta do Palácio diferiu de todas as outras, possivelmente por ser uma

área típica da fitofisionomia de campo rupestre e de maior altitude. Além disso, o solo do Alto do

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Palácio apresenta maiores teores de micronutrientes (cálcio, magnésio e fósforo), de silte e de

saturação por alumínio. As várias condições físicas, além da temperatura, modificam ao longo de

gradientes altitudinais (Nunes et al. 2008). Portanto, a altitude está correlacionada com uma grande

variedade de recursos reguladores do estabelecimento das plantas, incluindo precipitação, variações

climáticas e características do solo (Huston 1994, Fritzsons et al. 2008). De acordo com Callaway et

al. (2002), nas altitudes mais elevadas, a temperatura, o vento ou a instabilidade do solo podem

limitar mais o crescimento de plantas, do que a disponibilidade de recursos.

As variáveis edáficas pH, fósforo remanescente, saturação por base, hidrogênio + alumínio,

matéria orgânica e potássio foram os atributos que mais influenciaram na distribuição das espécies e

na formação de agrupamentos das parcelas e, consequentemente, das áreas estudadas. Deste modo,

a ordenação das espécies em função das variáveis ambientais parece indicar concentrações de

espécies em habitats preferenciais, em função do gradiente de acidez e fertilidade do solo.

Assim, este resultado evidencia que o solo é um dos fatores reponsaveis pela variedade de

habitats (Vargas & Hungria 1997). As interações entre os fatores ambientais, como o solo, e as

respectivas respostas das espécies, resultam em uma heterogeineidade ambiental que determina a

formação de um mosaico de habitats (Huston 1994). A identificação dos grupos de espécies

amostradas indica que as áreas estudadas possuem variações na composição e na abundância de

espécies. As espécies com formas de vida fanerófitas e caméfitas foram as mais abundantes nas

áreas estudadas. Não só os aspectos da litologia, mas a altitude e as características do solo

influenciam na distribuição das espécies nesses ambientes.

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83

Anexo. Lista das famílias e espécies arbóreo-arbustivas amostradas em sete áreas no complexo

rupestre da Serra do Cipó, e suas respectivas ocorrências. Rio Cipó (RC); Usina (US); Serra Morena

(SM); Cedro (CE); Pedra do Elefante (PE); Quadrante dezesseis (Q16); Alto Palácio (AP); formas

de vida (FV); o número de registro (voucher) do herbário Montes Claros (HMC); TER (Terófita);

FAN (Fanerófita); CAN (Caméfitas); HEM (Hemicriptófitas) e GEO (Geófitas).

Famílias/ Espécies FV RC US SM CE PE Q16 AP Voucher

ACANTHACEAE

Ruellia villosa (Nees) Lindau. TER

X X X X

2602

ANACARDIACEAE

Anacardium occidentale L. FAN X

X

2392

Tapirira guianensis Aubl. FAN X X

2493

ANNONACEAE

Annona cornifolia A. St.-Hil. FAN X

X X

2395

Annona crassiflora Mart. FAN X

X

2396

Duguetia furfuraceae (St. Hil.) FAN X

X

2427

APOCYNACEAE

Alamandra sp. 1 FAN

X

2509

Aspidosperma tomentosum Mart. FAN X

2397

Hancornia speciosa Gomes FAN X X

X

2441

Himatanthus lancifolius (Müll. Arg.) Woodson FAN

X

2556

ASCLEPIADACEAE

Oxypetalum strictum Mart. TER X

2863

AQUIFOLIACEAE

Ilex conocarpa Reiss. FAN

X

X

2656

Ilex protrata & Pirani FAN

X 2326

Ilex sp. FAN

X

X

2560

Ilex Thezans Mart. ex Reissek FAN

X

2657

Schefflera macrocarpa (Cham. & Schltdl.)

Frodin

X X X X X X

2695

ARECACEAE

Allagoptera campestris (Drude) O. Kuntze. FAN

X

2510

Syagrus glaucescens Glaz. ex Becc. FAN

X X X X

2610

Syagrus pleiocada Burret. FAN

X

2772

ASTERACEAE

Acritopappus longifolius (Gardner) R.M. King &

H. Rob. TER

X

X

2505

Aspilia jolyana G.M. Barroso TER

X X

2621

Asteraceae sp. 1 TER X

2398

Ayapana amygdalina (Lam.) R.M.King &

H.Rob. TER

X

2622

Baccharis axillaris DC. det. G.M. Barroso TER X X

X

2513

Baccharis dentata (Vell) G.M. TER X X

X

2514

Baccharis elaeagnoides Steud. ex Baker TER X X X X X

2515

continuação

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84

Anexo Continuação

Famílias/ Espécies FV RC US SM CE PE Q16 AP Voucher

Baccharis serrulata (Lam.) Pers. TER

X

X

2516

Chaptalia sp. TER

X 2320

Chromolaena chaseae (B. L. Rob.) King. & Rob. TER

X

X X

2531

Dasyphyllum reticulatum (DC) Cabrera CAM

X

X X

2542

Echinocoryne schwenkiifolia (Mart. ex DC.) H.

Rob. TER X X X

X

2547

Echinocoryne sp. HEM

X

2738

Eremanthus glomerulatus Less. FAN X X X X

X

2739

Eremanthus mattogrossensis Kuntze FAN X

X

2432

Eupatorium perfoliatum L. TER

X X X

2550

Gochnatia polymorpha (Less) FAN X

2437

Graciellia intermedia R. M. King & H. Roob. TER

X

X

2552

Inulopsis sp. TER

X 2327

Lepidaploa lilacina (Mart. ex DC.) H. Rob. TER

X

X 2328

Lepidaploa rufogrisea (A. St.-Hil.) H. Rob. TER X X

2453

Lessingianthus linearifolius (Less.) H.Rob. TER

X

2749

Lessingianthus sp. TER

X X

2750

Lessingianthus sp. 1 TER

X

2666

Lychnophora pinaster Mart. CAM X X X X X

2668

Lychnophora sp. TER

X 2330

Lychnophora sp. 1 CAM X

X X

2455

Lychophora Sellowii Sch Bip CAM

X

2670

Mikania luetzelburgii Mattf. TER

X

X X

X 2679

Porophyllum sp. TER X X

2476

Pseudobrickellia brasiliensis (Spreng.) R.M.

King & H. Rob. TER

X

X

2764

Richaterago sp. TER

X

2379

Richaterago sp. 2 TER

X 2333

Richterago polymorpha (Less.) TER X X X X X X X 2766

Richterago sp. 1 TER

X

2600

Stenocline sp. TER

X

2700

Symphyopappus reticulatus Baker. TER

X

X X

2702

Tribo heliantheae Cassini TER

X

X

2614

Trichogonia villosa Sch.Bip. TER X X

X X

2615

Vernonanthura phephorica (Vell.) H. Rob. TER X X

X

2618

BIGNONIACEAE

Arrabidaea sp. 1 FAN

X X

2512

Anemopaegma sp. FAN X

2394

Handroanthus ochraceus (Cham.) Mattos FAN X

X

2442

Jacaranda rugosa A.H.Gentry FAN

X

2658

Zeyhera montana Mart. FAN X

2503

Mansoa sp. FAN

X

2830

BROMELIACEAE

Dyckia sordida Bker HEM

X 2322

Dyckia sp. HEM

X

X X

2360

Dyckia sp. 1 HEM

X X

2645

Continuação

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85

Anexo Continuação

Famílias/ Espécies FV RC US SM CE PE Q16 AP Voucher

Dyckia sp. 2 HEM

X

2646

Encholirium sp. HEM X

2429

CACTACEAE

Cipocereus minensis (Werderm.) F.Ritter FAN

X

2356

Cipocereus sp. FAN

X

2532

CARYOCARACEAE

Caryocar brasiliensis Camb. FAN X

2413

CELASTRACEAE

Salacia crassifolia (Mart.) CAM

X X

2603

CLUSIACEAE

Kielmeyera coriacea Mart. & Zucc. FAN X

X

2447

Kielmeyera lathrophyton Saddi FAN X X X X X X

2561

Kielmeyera rubriflora Chb. FAN X X

X

2562

Kielmeyera speciosa St. Hil. FAN X

2450

COMBRETACEAE

Terminalia glabrescens Mart. FAN X

2494

CONNARACEAE

Rourea induta Planch. FAN X X

2483

CRYSOBALANACEAE

Hirtella glandulosa Spreng. FAN X

2444

CYPERACEAE

sp. 1 TER X

2864

DILENIACEAE

Davilla rugosa Poir. FAN X X X X

X X 2425

DROSERACEAE

Drosera tomentosa A.St.-Hil. var. FAN

X

2643

ERICACEAE

Agarista duartei (Sleumer) Judd FAN

X

X

2345

Agarista sp. FAN

X

2788

Gaylussacia montana (Pohl) Sleumer. FAN

X X X 2362

ERIOCAULACEAE

Actinocephalus polyanthus (Bong) HEM X X X X X X X 2315

Leiothrix crassifolia (Bong.) Ruhl. TER

X X

X X 2367

Leiothrix curvifolia (Bong.) Ruhl. TER

X

2368

Paepalanthus argenteus var. argenteus HEM

X

2761

Paepalanthus bromelioides Silveira HEM

X X

2842

Paepalanthus geneculatus (Bong.) Kunth HEM

X

2762

Paepalanthus polyanthus (Bong.) Kunth HEM

X

2686

Paepalanthus sp. HEM

X X

X

2376

ERYTHROXYLACEAE

Erythroxylum deciduum A.St.-Hil. FAN X

X X X

2433

Erythroxylum nummularia Peyer FAN

X

2650

Erythroxylum tortuosum Mart. FAN

X

2814

Erythroxylum suberosum Mart. FAN X X X

2434

Euphorbiaceae sp. FAN

X

2551

continuação

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86

Anexo. Continuação

Famílias/ Espécies FV RC US SM CE PE Q16 AP Voucher

Manihot tripartita Müll. Arg. FAN

X

2571

Maprounea guianensis Aubl. FAN X

2457

Sapium glandulatum (Vell.) Pax FAN

X

2769

FABACEAE CAESALPINIOIDEAE

Chamaecrista orbiculata (Benth.) Irwin &

Barneby Var. CAM X

2415

Chamaecrista desvauxii var. CAM

X

X

2525

Chamaecrista ochnaceae (Vogel) Irwin &

Barneby. CAM

X

2865

Chamaecrista sp. 1 CAM X X X X X X

2526

Chamaecrista sp. 2 CAM

X

X

2527

Chamaecrista sp. 3 CAM

X

2353

Chamaecrista sp. 4 CAM

X

2354

Chamaecrista sp. 5 CAM

X

X

2528

Chamaecrista sp. 6 CAM

X

X

2529

Chamaecrista sp. 7 CAM

X

2866

Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne FAN X X X

2445

Senna glandulosa var. CAM

X

2605

Senna rugosa (G.Don) H.S.Irwin & Barneby CAM X

X

2486

Senna velutina (Vog.) I. & B. CAM

X

2867

Tachigali aurea Tul. FAN X

2492

FABACEAE FABOIDEAE

Acosmium dasycarpum (Vogel) Yakovlev FAN X X

2390

Andira vermifuga Mart. ex Benth. FAN X

2393

Bowdichia virgilioides Kunth FAN X X

2404

Cratylia sp. FAN X X

X X

2421

Dalbergia miscolobium Benth. FAN X X X X X

2424

Machaerium opacum Vogel FAN X

2456

Periandra mediterranea (Vell.) Taub. CAM

X

2845

Swartzia macrostachya Bent. var. FAN X

2491

FABACEAE MIMOSOIDEAE

Calliandra depauperata Benth. CAM X

2411

Calliandra dysantha Benth. CAM X X

2412

Enterolobium gummiferum (Mart.) J.F.Macbr. TER X

X

2430

Mimosa sp. CAM X

2466

Plathymenia reticulata Benth. FAN X X

2475

Stryphnodendron obovatum Benth CAM X X X

2490

GENTIANACEAE

Giatiananeceae sp. CAM

X X 2363

IRIDACEAE

Pseudotrimezia recurvata Ravenna. TER

X

2688

LAMIACEAE

Hyptidendron canum (Pohl ex Benth.) Harley TER X X

2446

Hyptis complicata A St. - Hill ex Benth. TER

X

X X X

2559

Hyptis sp. TER

X

2822

Jacaranda caroba (Vell.) A. DC. TER

X

2824

continuação

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87

Anexo. Continuação

Famílias/ Espécies FV RC US SM CE PE Q16 AP Voucher

sp. 4 TER

X 2868

LAURACEAE

Lauraceae sp. FAN

X

2564

Ocotea langsdorffii (meisn.) Mez. FAN

X

X X

2589

LOGANIACEAE

Strychnos pseudoquina A.St.-Hil. FAN X

2489

Antonia ovata Pohl var. CAM

X

2717

LYTRACEAE

Couepia grandiflora (Mart. & Zucc.) Benth. &

Hook. FAN

X X

2535

Cuephea pseudovaccinium A. St-Hil CAM

X

X X X

2537

Cuphea engrata Cham & Schetde CAM

X

2538

Diplusodon orbicularis Koehne CAM X X X

X

2545

Lafoensia pacari A.St.-Hil. FAN X

2451

MALPHIGHIACEAE

Byrsonima cipoenses Mamade FAN

X

2349

Byrsonima coccolobifolia H.B.K. FAN X

X

2406

Byrsonima crassifolia (L.) Kunth FAN X X X

X X

2407

Byrsonima intermedia A. Juss. FAN X X X X X

2408

Byrsonima pachyphylla Griseb. FAN X

X X X X

2409

Byrsonima vacciniifolia A.Juss. FAN

X

2629

Byrsonima verbascifolia Rich. ex A. Juss FAN X

X

2410

Heteropterys byrsonimifolia A. Juss. FAN X X X X

2443

Mascagnia sp. 1 FAN X X X X X X

2458

Mascagnia sp. 2 FAN X X X

X X

2459

Peixotoa tomentosa A. Juss. FAN X

2474

Psidium sp. FAN

X

2847

Banisteriopsis parviflora (A.Juss.) B.Gates. FAN X

2402

MALVACEAE

Sida sp. CAM X

2869

MELASTOMATACEAE

Cambessedesia corymbosa Mart. & Schr. ex DC. CAM

X

2630

Cambessedesia sp. FAN

X

2523

Clidemia urceolata DC. CAM X X

2419

Comolia sp. 1 CAM X

2420

Lavoisiera macrocarpa Naudin CAM

X

X

2565

Lavoisiera subulata Triana. CAM X

X

2452

Leandra aurea Cogn. CAM

X

2748

Leandra sp. 1 CAM

X

2366

Marcetia taxifolia (A. St.-Hil.) DC. FAN

X X X X X

2572

Miconia albicans (Sw.) Triana FAN X

X

X

2460

Miconia alborufescens Naud. FAN

X X

2753

Miconia coralina Spring. FAN

X

X

2575

Miconia crassifolia Triana FAN X

2461

Miconia ferruginata DC. FAN X X X

X

2576

continuação

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88

Anexo. Continuação

Famílias/ Espécies FV RC US SM CE PE Q16 AP Voucher

Miconia irwinii Wurdack FAN

X

2755

Miconia sp. 1 FAN

X

2677

Miconia sp. 2 FAN X

X

2678

Miconia tristis Spring FAN

X

2756

Microlicia avicularis Mart. CAM

X

2757

Microlicia hirticalyx CAM X

2464

Microlicia sp. 2 CAM

X

2577

Microlicia sp. 3 CAM

X

2578

Microlicia sp. 4 CAM

X

2579

Microlicia taxifolia Naudin CAM X

2465

Ossaea congestiflora Cogn. FAN

X

X

2840

Tibouchina sp. FAN X

X

2495

Tibouchina sp. 2 FAN X

X

2496

Trembleya laniflora Cogn. FAN

X X

2704

Trembleya parviflora (D.Don) Cogn. FAN

X

2613

MORACEAE

Brosimum gaudichaudii Trécul FAN X

2405

MYRSINACEAE

Cybianthus glaber A. DC. FAN X X

2422

Myrsine sp. 1 FAN

X 2331

Myrsine umbellata Mart FAN X X X X X

X 2470

MYRTACEAE

Accara elegans (DC) Landrum. CAM

X

2343

Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O.Berg CAM X X X

2403

Campomanesia adamantium (Cambess.) O. Berg CAM X X

X

2417

Chpomanesia pubescens (DC.) O. Berg CAM

X

2729

Eugenia punicifolia (Kunth) DC FAN

X

2815

Eugenia sonderiana O.Berg FAN X

X

X 2436

Myrcia guianensis (Aubl.) DC. FAN X X X X X X

2467

Myrcia lasiantha DC. FAN X X

2468

Myrcia pulchra (O.Berg) Kiaersk. FAN

X

2583

Myrcia sp. FAN

X

X

2584

Myrcia sp. 1 FAN

X

2585

Myrcia tomentosa (Aubl.) DC FAN X

X

2837

Psidium pohlianum Berg FAN

X

2846

Eugenia dysenterica DC. FAN X

2435

NYCTAGINACEAE

Guapira graciliflora (Schmidt) Lundell FAN X X X

2438

Guapira noxia (Netto) Lund FAN X

X

2654

Guapira venosa (Choisy) Lundell FAN X

X X

2440

Neea theifera Oerst. FAN X X X X

2471

OCHNACEAE

Ouratea semiserrata (Mart.) Engl. FAN

X X X X X

2590

OPILIACEAE

Agonandra brasiliensis Miers ex Benth. & Hook. FAN X

2391

continuação

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89

Anexo. Continuação

Famílias/ Espécies FV RC US SM CE PE Q16 AP Voucher

ORCHIDACEAE

Cyrtopodium sp. HEM X X

X

2423

Oncidium spilopterum Lindley. HEM X

2332

PENTAPLYLACACEAE

Ternstroemia alnifolia Wawra. FAN

X

2775

PERACEAE

Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. FAN

X

2592

POACEAE

Aulonemia effusa (Hack.) McClure. TER

X

2870

PROTEACEAE

Roupala montana Aubl. FAN X

X X X

2482

RUBIACEAE

Chomelia sericea Müll. Arg. CAM

X

2530

Chomelia sp. CAM

X

2633

Cordiera concolor (Cham.) Kuntze. FAN

X

2801

Cordiera sessilis (Vell.) Kuntze FAN

X X

X

2802

Declieuxia fruticosa (Willd. ex Roem. & Schult.)

Kuntze FAN

X X

2641

Diodia mello-barretoi-Standel CAM

X

2544

Remijia ferruginea (Saint-Hilaire) DC. FAN

X X X

2378

Sabicea brasiliensis Wernham. CAM X X X X X

2694

Simira sampaioana (Standl.) Steyerm. CAM X X X

X

2487

Spermacoce sp. TER

X

2608

Spermacoce sp. 1 TER

2337

Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K.Schum. FAN X

X

X 2497

RUTACEAE

Zanthoxylum rhoifolium Lam FAN

X

2871

SALICACEAE

Casearia sylvestris Sw. FAN X

X

2414

SAPOTACEAE

Pouteria ramiflora (Mart.) Radlk FAN

X

2872

Pouteria torta (Mart.) Radlk. FAN X X

2477

SIPARUNACEAE

Siparuna reginae (Tul.) FAN X

2488

SYMPLOCACEAE

Symplocos lancifolia Sieb. et Zucc. CAM

X X

2774

Trigonia cipoensis Fromm & E.Santos CAM

X

2706

VELLOZIACEAE

Barbacenia flava Mart. HEM

X X

2316

Barbacenia magalhaessii L. B. SM HEM

X 2317

Barbacenia sp. HEM

X X 2346

Barbacenia sp. 1 HEM

X

2347

Barbacenia sp. 2 HEM

2318

Barbacenia sp. 3 HEM

X X 2348

Barbacenia sp. 4 HEM

X

2517

continuação

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90

Anexo. Continuação

Famílias/ Espécies FV RC US SM CE PE Q16 AP Voucher

Barbacenia sp. 5 HEM

2319

NI HEM

X X 2873

Vellozia albiflora Pohl. HEM X

X

X X

2338

Vellozia compacta Mart. ex Schult. f. HEM

X X 2339

Vellozia epidendroides Mart. ex Schult. HEM

X X X X 2708

Vellozia nivea L. B. Smith. & Ayensu. HEM X X X X X X

2340

Vellozia stipitata L.B.Sm. & Ayensu HEM

X

X X

X 2617

Vellozia variabilis Mart. ex Schult. & Schult. HEM

X

2874

Velozia patens L. B. SM & Ayense HEM

2341

VERBENACEAE

Aegifila sellowiana Cham. TER

X

2507

Lippia sp. TER

X X X X

2567

Lippia sp. 1 TER

X

X 2568

Lippia sp. 2 TER

X

X

2875

Lippia sp. 4 TER

X

2569

Lantana sp. TER

X

X

2876

VOCHYSIACEAE

Qualea dichotoma (Mart.) Warm. FAN X X

X X

2597

Qualea multiflora Mart. FAN X X

2598

Qualea parviflora Mart. FAN X

2480

Vochisia sp. FAN

X

2389

Vochysia elliptica Mart. FAN

X

2619

Vochysia pygmaea Bong. FAN

X X X

2776

Vochysia rufa Mart. FAN X

2502

MORFOESPÉCIES

sp. 1 FAN

X

2856

sp. 3 TER

2335

sp. 5 TER

X

2607

sp. 6 TER

X

2699

sp. 7 TER X 2877

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91

Conclusão Geral

A flora lenhosa rupestre da Serra do Cipó apresenta alta diversidade de espécies e elevada

riqueza florística. Sendo que foi encontrada grande variação na riqueza nas diferentes áreas

amostradas, com a maior riqueza e diversidade nas áreas de menor altitude Rio Cipó, Usina e Serra

Morena e menor nas áreas de maior altitude Cedro, Pedra do Elefante, Quadrante dezesseis e Alto

do Palácio.

Nas áreas de menores altitudes Rio Cipó, Usina e Serra Morena foram encontradas a maior

frequência e abundancia de espécies com forma de vida fanerófitas e nas outras de maiores altitudes

a forma de vida com maiores frequência foi à hemicriptófitas. Já a ordenação das espécies em

função das variáveis ambientais parece indicar concentrações de espécies em habitats preferenciais.

A identificação dos grupos de espécies amostradas formados sugere que as áreas estudadas possuem

variações na composição de espécies.

Desta forma, foi possível observar que a complexidade, resultante das variações da

topografia, do solo e do clima, relacionadas ou não com o gradiente altitudinal e as formações

vegetacionais adjacentes, contribuem para a formação de uma flora diversa e dissimilar quanto a

floristica e similar quanto as formas de vida entre áreas próximas em uma mesma cadeia de

montanhas.

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Agradecimentos

Os autores agradecem ao Conselho de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq

(Processo nº 558250/2009-2 – PELD - Projeto Bioindicares para Avaliação do efeito de Mudanças

Climáticas Globais em Montanhas Tropicais) e pela consessão de bolsa (PIBIC) para N. M. Mota.

A CAPES pela concessãode bolsa ao primeiro autor. Y.R.F. Nunes agradece a FAPEMIG pelo

apoio (CRA-PPM-00504-10). Aos funcionários do Parque Nacional da Serra do Cipó e a

UNIMONTES pelo apoio logístico. Aos estagiários do Labóratorio de Ecologia e Propagação

vegetal pelo auxilio no trabalho de campo e confecção das exsicatas. Ao Dr. Rubens Manoel dos

Santos (UFLA), à Dra. Rosana Romero (UFU), à Dra. Maria Candida H. Mamede (IBT), ao Dr.

Marcos Sobral (UFSJ), ao Msc. Daniel Negreiros (UFMG), à Ana Claudia (UFMG), à Mariana

Augsten (UFMG), ao Matheus Martins (UFVJM) e à Priscila Pimenta Hoffmann (UFMG) pela

identificação do material botânico.

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93

Anexos

Anexo 1: Aspectos da área Rio Cipó (RC), Parque nacional da Serra do Cipó (MG)

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Anexo 2: Aspectos da área Usina (US), Serra do Cipó (MG)

Anexo 3: Aspectos da área Serra Morena (SM), Serra do Cipó (MG)

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95

Anexo 4: Aspectos da área Cedro (CE), Serra do Cipó (MG)

Anexo 5: Aspectos da área Pedra do Elefante (PE), Serra do Cipó (MG)

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Anexo 6: Aspectos da área Quadrante dezeseis, Serra do Cipó (MG)

Anexo 7: Aspectos da área Alto Palácio, Serra do cipó (MG)