guia reutilizacao s

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Série GUIAS TÉCNICOS 14 Reutilização de Águas Residuais Reutilização de Águas Residuais Autoria: Helena Marecos do Monte António Albuquerque

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guia de reutilizando de aguas residuais

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  • Srie GUIAS TCNICOS 14

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    14

    Srie Guias tcnicos da ERSAR Sries editoriais da ERSAR:

    Srie Relatrio anual dosservios de guas e resduosem Portugal

    Srie Relatrios tcnicos

    Srie Guias tcnicos

    Srie Estudos

    Srie Cursos tcnicos

    Srie Recomendaes

    Srie Pareceres

    Srie "Textos sobre regulao"

    Srie "Intervenes pblicas"

    Srie "Planos de actividades"

    Srie "Relatrios deactividades"

    Podem ser obtidas informaesadicionais em www.ersar.pt

    De acordo com o disposto na alnea j)do nmero 2 do artigo 5. do Decre-to-Lei n. 277/2009 de 2 de Outubro,a ERSAR tem responsabilidades desuperviso, monitorizao e avalia-o da qualidade geral no sector deservios de abastecimento pblicode gua, de saneamento de guasresiduais urbanas e de gesto de re-sduos urbanos, bem como de sensi-bilizao das entidades gestoraspara os problemas especficos detec-tados, promovendo a investigao eo desenvolvimento no sector. aindaatribuio da ERSAR coordenar e rea-lizar a recolha e a divulgao da in-formao relativa ao sector e s res-pectivas entidades gestoras, tal comoprevisto na alnea m) do nmero 2 doartigo 5. do Decreto-Lei n. 277/2009de 2 de Outubro.A Srie Guias tcnicos, editada pelaERSAR, em que esta publicao se in-sere, pretende constituir-se um ins-trumento dessa sensibilizao, paraapoio s entidades que prestam ser-vios pblicos de guas e resduos,de carcter estrutural, essenciais aobem-estar geral, sade pblica e segurana colectiva das populaes,s actividades econmicas e pro-teco do ambiente.Esta srie um contributo para que,cada vez mais, se sirva, de forma regu-lar e contnua, a maior percentagempossvel da populao portuguesa, comum elevado nvel de servio, a umpreo eficiente e justo e dentro deuma perspectiva ambientalmentesustentvel.

    Reutilizao de guas Residuais

    Reutilizao de guas residuais

    A reutilizao de guas residuais tem vindo a revelaruma importncia crescente como estratgia de conser-vao dos recursos hdricos, motivada essencialmentepela escassez destes recursos e pela necessidade de pro-teco dos meios hdricos receptores dos efluentes deestaes de tratamento de guas residuais.

    Neste contexto, a ERSAR e o ISEL decidiram publicar opresente Guia Tcnico com o objectivo de dotar o sectordos servios de guas e resduos de mais um instrumentode apoio, neste caso implementao de projectos dereutilizao de guas residuais tratadas, abordando osprincipais aspectos tcnicos, legais, econmicos e depercepo pblica a ter em conta na sua implementao.

    Reutilizaode guas Residuais

    Autoria:

    Helena Marecos do MonteAntnio Albuquerque

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  • Reutilizaode guas Residuais

    Autoria:

    Helena Marecos do Monte

    Antnio Albuquerque

  • FICHA TCNICA

    Ttulo:Reutilizao de guas Residuais

    Autoria:Helena Marecos do MonteAntnio Albuquerque

    Comisso de apreciao da ERSAR:Eng. Jaime Melo BaptistaDr. Joo Simo PiresEng. Joo AlmeidaEng. Rita F. FerreiraDr. Isabel AndradeDr. David Alves

    Edio:Entidade Reguladora dos Servios de guas e ResduosInstituto Superior de Engenharia de Lisboa

    Data:Janeiro de 2010

    ISBN:978-989-8360-01-4

    Depsito Legal:304814/10

  • PREFCIO DA ERSAR

    Um dos objectivos estratgicos da ERSAR o de procurar obter si-nergias atravs de parcerias com as instituies tcnicas e cientficasmais relevantes do sector, nomeadamente em termos de estudos, deiniciativas de divulgao e de formao. Nesse sentido, foi celebradoum protocolo de cooperao tcnica e cientfica formalizando a cola-borao com o Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, no sentidode aproveitar as potencialidades de ambas as partes com vista adesenvolver mtodos e instrumentos de apoio regulao.

    O presente Guia foi realizado no mbito desse protocolo, procurandobasear-se na reconhecida capacidade tcnica dos Autores para de-talhar os vrios procedimentos necessrios implementao de pro-jectos bem-sucedidos de reutilizao de guas residuais tratadas.

    A ERSAR, enquanto entidade reguladora das entidades gestoras deservios de guas e resduos, tem responsabilidades ao nvel da gestodo ciclo urbano da gua, da promoo do uso eficiente dos recursoshdricos e da salvaguarda da sade pblica. Nesse quadro, tem se-guido uma estratgia de permanente apoio s entidades gestoras naprocura de uma melhor gesto global dos recursos hdricos.

    A reutilizao de guas residuais para fins mltiplos hoje encaradacomo um eixo central da gesto sustentvel dos recursos hdricos. A conservao dos recursos naturais e o uso eficiente da gua cons-tituem objectivos nacionais com grande relevncia nos servios deabastecimento pblico de gua e de saneamento de guas residuaisurbanas, no havendo, no entanto, uma prtica generalizada de apro-veitamento das guas residuais urbanas em Portugal, mesmo emcontextos regionais de maior escassez hdrica.

    Esta realidade contrasta com a crescente presso sobre as massas degua e a ocorrncia de perodos de seca prolongada, que vm refor-ar a necessidade de procurar alternativas ambientalmente mais ade-quadas e financeiramente mais atractivas. A existncia de tecnologiaque possibilita que as guas residuais sejam tratadas at praticamentequalquer nvel de qualidade que se pretenda possibilita que a reutili-zao de gua residual tratada seja considerada cada vez mais umaimportante soluo ambiental como alternativa sua rejeio nosmeios receptores. De facto, uma das estratgias de gesto integradados recursos hdricos passa por dinamizar a utilizao deste recurso

    iii

  • para usos no potveis, como sejam a rega, a indstria, a recarga deaquferos ou os usos recreativos, que representam a grande maioriados consumos de gua e cujos requisitos de qualidade so substan-cialmente inferiores aos da gua para consumo humano.

    Com a edio do Guia Tcnico n. 14 - Reutilizao de guas Resi-duais, a ERSAR pretende disponibilizar ao sector um instrumentoque promova a utilizao ambientalmente sustentvel e economica-mente mais vantajosa deste recurso, salvaguardando a sade pblica.Este manual vem colmatar uma lacuna em publicaes em lngua por-tuguesa, sendo nossa expectativa que esta iniciativa venha dotar osector de mais e melhores qualificaes para o desenvolvimento deum nmero cada vez mais significativo de projectos desta ndole.

    Jaime Melo Baptista (Presidente do Conselho Directivo da ERSAR)Joo Simo Pires (Vogal do Conselho Directivo da ERSAR)

    iv REUTILIZAO DE GUAS RESIDUAIS

  • PREFCIO DO ISEL

    O Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, ISEL, sendo uma dasmais antigas instituies de ensino superior portuguesas (a sua cria-o remonta a 1852), pode orgulhar-se legitimamente do contributosignificativo que tem prestado para o desenvolvimento da engenhariaem Portugal, atravs da elevada competncia tcnica dos engenheirosdiplomados nesta escola.

    Juntar o saber ao saber fazer constitui um reconhecido apangio quefaz do ISEL um marco do ensino da Engenharia em Portugal, com va-lncias em permanente evoluo e de acordo com o desenvolvimentoda engenharia em termos mundiais.

    Apostando num modelo nico e original de ensinar engenharia, que sebaseia numa grande proximidade com o que de melhor se tem feitono domino da engenharia ao longo dos tempos, possvel encontrarno ISEL os melhores profissionais que exercem engenharia presente-mente, lado a lado com acadmicos conceituados no desenvolvimentode actividades de I&D.

    Com este modelo tem sido possvel alcanar a excelncia em termosde parcerias com outras entidades, suportadas por protocoloscelebrados entre o ISEL e outras entidades.

    O presente Guia Tcnico sobre Reutilizao de guas Residuais cons-titui um exemplo desta excelncia e surge na sequncia de um proto-colo recentemente celebrado entre o ISEL e a ERSAR. A obra emapreo, atravs da sua actualidade marcante, procura contribuir paramelhorar a eficincia do uso da gua em Portugal e consequentementepara o desenvolvimento sustentvel do pas.

    Reconhecendo desde j a excelncia do trabalho alcanado pelos Au-tores, pelo qual os felicito, com orgulho que recomendo vivamentea utilizao deste Guia Tcnico a todos os interessados no sector.

    Jos Carlos Quadrado (Presidente do Conselho Directivo do ISEL)

    v

  • NOTA DOS AUTORES

    A gua o recurso natural mais valioso do planeta, pelo que a suaconservao constitui um dos mais importantes pilares do desenvol-vimento sustentvel. Nas regies em que a escassez de recursoshdricos constitui uma realidade natural e naquelas em que o cresci-mento demogrfico e/ou as alteraes climticas perspectivam essaescassez, a gesto sustentvel dos recursos hdricos implica a con-servao destes recursos e inclui, por conseguinte, a reutilizao dagua. Noutras situaes de menor escassez de gua, a reutilizao praticada por imperativos de proteco ambiental dos meios recepto-res. Em Portugal, a reutilizao da gua para usos no potveis cons-titui uma estratgia de conservao da gua que se revela necessriana actualidade, em face da escassez de gua que afecta principal-mente extensas reas das regies do Alentejo e do Algarve, mas tam-bm do nordeste transmontano e do leste da Beira. As previses rela-tivas s alteraes climticas traam um cenrio de agravamento nosul do pas no que toca disponibilidade de recursos hdricos, ondea reutilizao da gua constituir um imperativo, nomeadamente narega agrcola, na rega paisagstica e de campos de golfe.

    Portugal dispe actualmente de uma significativa taxa de cobertura dopas com servio de tratamento de guas residuais urbanas, ao nvel detratamento secundrio e tercirio, prevendo-se que em 2013, com aexecuo do PEAASAR, este servio abranja 90% da populaoportuguesa. O efluente final das ETAR existentes e a construir no mbitodo PEAASAR representa um aprecivel volume de gua, o qual podeconstituir uma origem alternativa a aproveitar para novas utilizaes.

    A prtica da reutilizao da gua deve basear-se no s no conheci-mento cientfico e tecnolgico do tratamento de guas residuais, mastambm num adequado enquadramento institucional e regulamentar,bem como no apoio pblico a esta estratgia de gesto sustentveldos recursos hdricos.

    O presente Guia, cuja elaborao resulta de um protocolo estabelecidoentre o Instituto Superior de Engenharia (ISEL) e a Entidade Reguladorade Sistemas de guas e Resduos (ERSAR), com o apoio da Universi-dade da Beira Interior (UBI), tem por objectivo contribuir para alicerarem moldes sutentveis o desenvolvimento da prtica da reutilizaode guas residuais no nosso pas.

    viiNDICE GERAL

  • Os Autores manifestam o seu profundo apreo pelo inestimvel apoioconsultivo prestado durante a elaborao deste Guia pelo Dr. TakashiAsano, Professor Emeritus do Departamento de Engenharia Civil eAmbiental da Universidade da Califrnia, em Davis, laureado em 2001com o Stockholm Water Prize, pelo seu trabalho no domnio da reuti-lizao da gua.

    O esforo e empenho dedicado pelos Autores elaborao do pre-sente Guia Tcnico ser plenamente recompensado se esta publica-o for considerada pelos seus utilizadores um instrumento til deapoio implementao sustentada de sistemas de reutilizao deguas residuais tratadas.

    Helena Marecos do MonteAntnio Albuquerque

    viii REUTILIZAO DE GUAS RESIDUAIS

  • NDICE GERAL

    pg.FICHA TCNICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ii

    PREFCIO DA ERSAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . iii

    PREFCIO DO ISEL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . v

    NOTA DOS AUTORES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . vii

    NDICE GERAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ix

    NDICE DE FIGURAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . xv

    NDICE DE QUADROS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . xix

    SIGLAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

    PARTE I INTRODUO E CONCEITOS BSICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

    1. A REUTILIZAO DE GUAS RESIDUAIS: ESTRATGIA DE CONSERVAODA GUA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

    1.1 Objectivos do captulo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

    1.2 A conservao da gua princpio de gesto sustentveldos recursos hdricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

    1.3 Recursos hdricos em Portugal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

    1.4 A reutilizao da gua como estratgia de conservao dos recursoshdricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

    1.5 Conceitos e definies . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

    1.6 Aplicaes da reutilizao da gua . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

    1.7 Desafios da reutilizao da gua em Portugal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

    1.8 Objectivos do Guia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

    1.9 Organizao do Guia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

    2. EFEITOS AMBIENTAIS E SANITRIOS NO PROCESSO DE REUTILIZAODA GUA ASSOCIADOS S CARACTERSTICAS DAS GUAS RESIDUAIS. . . . . . 17

    2.1 Objectivos do captulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

    2.2 Caractersticas das guas residuais relevantes em reutilizao. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

    2.3 Riscos sanitrios e ambientais da reutilizao de guas residuais . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

    2.4 Microrganismos patognicos veiculados pela gua . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

    2.4.1 Tipologia dos microrganismos presentes em guas residuais . . . . . . . . . . . . . . . 21

    2.4.2 Concentrao de microrganismos presentes nas guas residuais. . . . . . . . . . . . . . 24

    2.4.3 Riscos de sade pblica decorrentes das caractersticasmicrobiolgicas das guas residuais reutilizadas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

    2.5 Poluentes qumicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

    2.5.1 Composio qumica das guas residuais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

    2.5.2 Composio qumica das guas residuais tratadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

    2.5.3 Riscos decorrentes da composio qumica das guas residuais. . . . . . . 34

    2.6 Concluses . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

    ixNDICE GERAL

  • 3. APLICAES DA REUTILIZAO DE GUAS RESIDUAIS TRATADAS. . . . . . . . . . . . . . . . . 39

    3.1 Objectivos do captulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

    3.2 Aplicaes da reutilizao de guas residuais tratadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

    3.3 Reutilizao de guas residuais tratadas para a rega agrcola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

    3.3.1 Breve descrio da situao mundial. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

    3.3.2 Critrios de qualidade de guas residuais tratadas utilizadaspara rega agrcola. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

    3.3.3 Mtodos de rega com guas residuais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68

    3.3.4 Metodologias de controlo dos SRART para rega agrcola. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77

    3.4 Reutilizao de guas residuais tratadas para a rega paisagstica. . . . . . . . . . . . . . . . . . 80

    3.4.1 Breve descrio da situao mundial. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81

    3.4.2 Critrios de qualidade de guas residuais tratadas utilizadaspara rega paisagstica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83

    3.4.3 Mtodos de rega paisagstica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87

    3.4.4 Metodologias de controlo dos SRART para rega paisagstica . . . . . . . . . . . . . . . 88

    3.4.5 Rega de campos de golfe com guas residuais tratadas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89

    3.5 Reutilizao de guas residuais tratadas para a indstria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90

    3.5.1 Breve descrio da situao a nvel mundial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91

    3.5.2 Critrios de qualidade de guas residuais tratadas reutilizadasna indstria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95

    3.5.3 Metodologias de controlo dos SRART na indstria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102

    3.6 Reutilizao de guas residuais tratadas para a recarga de aquferos . . . . . . . . . . . . . . . 103

    3.6.1 Breve descrio da situao a nvel mundial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104

    3.6.2 Critrios de qualidade de guas residuais tratadas reutilizadasna recarga de aquferos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108

    3.6.3 Metodologias de controlo de SRATR para recarga de aquferos . . . . . . . . . . . . . 110

    3.7 Reutilizao de guas residuais para usos ambientais e recreativos. . . . . . . . . . . . . 110

    3.7.1 Breve descrio da situao a nvel mundial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111

    3.7.2 Critrios de qualidade de guas residuais tratadas reutilizadaspara usos ambientais e recreativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114

    3.7.3 Metodologias de controlo em SRART para usos ambientaise recreativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114

    3.8 Reutilizao de guas residuais para usos urbanos no potveis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115

    3.8.1 Breve descrio da situao a nvel mundial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116

    3.8.2 Critrios de qualidade de guas residuais tratadasreutilizadas para usos urbanos no potveis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118

    3.8.3 Metodologias de controlo de SRART para usos urbanosno potveis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120

    3.9 Concluses . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121

    x REUTILIZAO DE GUAS RESIDUAIS

  • 4. REQUISITOS DE QUALIDADE DE GUAS RESIDUAIS TRATADASPARA REUTILIZAO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123

    4.1 Objectivos do captulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123

    4.2 Tipologia da regulamentao. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123

    4.3 Elaborao de normas de qualidade de guas residuais tratadas parareutilizao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125

    4.4 Requisitos de qualidade de guas residuais tratadas para reutilizaona rega agrcola. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126

    4.4.1 Regulamentao internacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126

    4.4.2 A norma portuguesa NP 4434 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129

    4.5 Requisitos de qualidade de guas residuais tratadas para reutilizaona rega paisagstica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134

    4.6 Requisitos de qualidade de guas residuais tratadas para reutilizaona indstria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135

    4.6.1 Aplicaes da reutilizao de guas residuais na indstria. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135

    4.6.2 Reutilizao de guas residuais para gua de arrefecimento. . . . . . . . . . . . . . . . . 136

    4.6.3 Reutilizao de guas residuais para caldeiras de aquecimento . . . . . . . . . 138

    4.6.4 Reutilizao de guas residuais na indstria do papel. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 140

    4.6.5 Reutilizao de guas residuais na indstria txtil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 142

    4.7 Requisitos de qualidade de guas residuais tratadas para reutilizaona recarga de aquferos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 143

    4.8 Requisitos de qualidade de guas residuais tratadas para reutilizaoem usos recreativos e ambientais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 146

    4.9 Requisitos de qualidade de guas residuais tratadas para reutilizaoem usos urbanos no potveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147

    4.10Concluses . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 150

    5. O CONTEXTO LEGAL E INSTITUCIONAL DA REUTILIZAO DE GUASRESIDUAIS TRATADAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 155

    5.1 Objectivos do captulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 155

    5.2 A reutilizao da gua no contexto internacional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 155

    5.3 A reutilizao da gua no quadro legal portugus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 158

    5.3.1 Regras relativas ao licenciamento da actividade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 159

    5.3.2 Requisitos de qualidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 162

    5.3.3 Outros regimes legais com relevncia para SRART. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 162

    5.3.4 Principais aspectos omissos na regulamentao legal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 167

    PARTE II ESTRATGIA PARA IMPLEMENTAO DE UM SISTEMADE REUTILIZAO DE GUA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

    6. METODOLOGIA PARA IMPLEMENTAO DE SISTEMAS DE REUTILIZAODE GUAS RESIDUAIS TRATADAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 171

    6.1 Objectivos do captulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 171

    xiNDICE GERAL

  • 6.2 Fases de implementao de um projecto de reutilizao deguas residuais tratadas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 171

    6.2.1 Definio dos objectivos do projecto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 171

    6.2.2 Planeamento do projecto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 172

    6.2.3 Estudos e projectos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 178

    6.2.4 Construo de SRART. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 179

    6.2.5 Operao e manuteno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 180

    6.2.6 Monitorizao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 180

    6.3 Concluses . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 187

    7. ASPECTOS TCNICOS DE SISTEMAS DE REUTILIZAO DA GUA . . . . . . . . . . . . . . . . 189

    7.1 Objectivos do captulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 189

    7.2 Sistemas de reutilizao de guas residuais tratadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 190

    7.3 Tecnologias de tratamento de guas residuais para reutilizao do efluente. . . . . . 191

    7.3.1 Nota introdutria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 191

    7.3.2 Requisitos de tratamento de guas residuais para reutilizao . . . . . . . . . . . . 192

    7.4 Sistemas de tratamento de guas residuais para reutilizao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 193

    7.5 Seleco da fileira de tratamento de guas residuais para reutilizao . . . . . . . 198

    7.5.1 Factores a considerar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 198

    7.5.2 Fiabilidade da instalao de tratamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 198

    7.5.3 Consumo energtico das operaes e processos de tratamento. . . . . . . . 201

    7.6 Operaes e processos de tratamento para reutilizao da gua. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 202

    7.6.1 Nota introdutria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 202

    7.6.2 Processos de remoo de microrganismos patognicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 202

    7.6.3 Remoo de teores residuais de partculas em suspenso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 231

    7.6.4 Remoo de slidos dissolvidos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 241

    7.7 Sistemas de armazenamento e distribuio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 246

    7.7.1 Sistemas de armazenamento de guas residuais parareutilizao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 246

    7.7.2 Sistemas de transporte e distribuio aplicao. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 250

    7.8 Concluses . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 253

    8. A ECONOMIA DA REUTILIZAO DE GUAS RESIDUAIS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 255

    8.1 Enquadramento da actividade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 255

    8.2 Enquadramento da formulao de um tarifrio para o serviode fornecimento de guas residuais tratadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 255

    8.3 Perspectiva da ERSAR quanto ao modelo tarifrio a adoptar parao servio de fornecimento de guas residuais tratadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2568.3.1 Diferenciao de servios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2568.3.2 Custos a repercutir no tarifrio de guas residuais tratadas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2578.3.3 Repartio de custos entre utilizadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2578.3.4 Recuperao dos custos de investimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2588.3.5 Estrutura do tarifrio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2588.3.6 Entrada de novos utilizadores. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 261

    xii REUTILIZAO DE GUAS RESIDUAIS

  • 8.4 A avaliao dos projectos de utilizao de guas residuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 261

    8.4.1 Custos relevantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 261

    8.4.2 Anlise de sensibilidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 262

    8.4.3 Estratgias de mitigao de risco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 263

    8.4.4 Aspectos qualitativos a considerar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 264

    8.5 Concluses . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 265

    9. PARTICIPAO PBLICA NO DESENVOLVIMENTO DE SISTEMASDE REUTILIZAO DA GUA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 267

    9.1 Objectivos do captulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 267

    9.2 Necessidade da participao pblica em projectos de sistemasde reutilizao de guas residuais tratadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 267

    9.3 Factores que afectam a aceitao pblica de SRART . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 268

    9.4 Comunicao com o pblico em SRART . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 270

    9.4.1 Consideraes gerais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 270

    9.4.2 Nvel de comunicao com o pblico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 270

    9.4.3 Fases do programa de comunicao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 271

    9.4.4 Contedo da comunicao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 272

    9.4.5 Transmisso da informao a comunicar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 274

    9.4.6 Comunicao em situao de crise . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 276

    9.5 Concluses . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 277

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 279

    GLOSSRIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 287

    ANEXO I TABELAS DE TOLERNCIA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 295

    ANEXO II CLCULO DA RNa-aj . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 297

    ANEXO III Processos de tratamento tercirio para a remoo de nutrientes. . . . . . . . . . 299

    I. Processos avanados para remoo de slidos em suspensofina e coloidal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 299

    II. Processos avanados para remoo de slidos dissolvidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 299

    ANEXO IV ESTRUTURA DO TARIFRIO DE REUTILIZAODE GUAS RESIDUAIS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 317

    xiiiNDICE GERAL

  • NDICE DE FIGURAS

    pg.

    Figura 1-1 Disponibilidade de ARU tratadas em 2013. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

    Figura 1-2 Ciclo de reutilizao da gua. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

    Figura 1-3 Estrutura geral do Guia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

    Figura 2-1 Bactrias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

    Figura 2-2 Protozorio patognico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

    Figura 2-3 Ovo de helminta. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

    Figura 2-4 Ciclo de vida da Taenia saginata . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

    Figura 2-5 Vias de exposio a microrganismos patognicos em sistemasde reutilizao de guas residuais tratadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

    Figura 3-1 Absoro da gua ao longo do comprimento da zona radicular[Marecos do Monte, 1996]. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50

    Figura 3-2 Efeito da condutividade e da RNa da gua de rega sobre a taxa de infiltrao do solo [FAO, 1985] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52

    Figura 3-3 Diagrama de classificao das plantas em funo da tolerncia salinidade da gua de rega [Maas, 1984]. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55

    Figura 3-4 Vias de transmisso de patognicos num sistema de reutilizaode guas residuais para rega agrcola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64

    Figura 3-5 Rega por sulcos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69

    Figura 3-6 Rega por asperso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70

    Figura 3-7 Rega gota-a-gota . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70

    Figura 3-8 Rega por microasperso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71

    Figura 3-9 Zona de acumulao de sais no solo em funo do mtodode rega . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80

    Figura 3-10 Localizao dos campos de golfe no Algarve(fonte: [Martins, 2007]) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82

    Figura 3-11 Marcao de tubagem de sistemas de reutilizao de gua. . . . . . . . . . . . . . . . . 88

    Figura 3-12 Rega de campo de golfe por asperso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89

    Figura 3-13 Alternativas de reutilizao da gua na indstria: a) sem reutilizaoe sem reciclagem; b) com reutilizao; c) com tratamento prvio reutilizao; d) com tratamento prvio reciclagem (adaptadade [Asano et al., 2007]). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93

    Figura 3-14 Sistema tpico de reutilizao da gua para alimentaode caldeira de aquecimento (adaptado de [Asano et al., 2007]) . . . . . . . . . . 98

    Figura 3-15 Diagrama tpico de uma indstria de produo de pasta e papel(adaptado de [Asano et al., 2007]). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99

    xvNDICE DE FIGURAS

  • Figura 3-16 Fluxograma de uma fbrica txtil (adaptado de [Asano et al, 2007] . . . . . . . 101

    Figura 3-17 Componentes de um sistema de recarga (adaptado de[Asano et al., 2007]). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105

    Figura 3-18 Mtodos de recarga de aquferos (adaptado de [Asano et al., 2007]) . . . . . . . 106

    Figura 3-19 Zona hmida para a vida selvagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112

    Figura 3-20 Lavagem de veculos com gua reutilizada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119

    Figura 3-21 Abastecimento de efluente da ETAR de Mafra em camio-cisternapara reutilizar na construo de autoestrada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120

    Figura 6-1 Fases do planeamento de um projecto de reutilizao de gua . . . . . . . . . 172

    Figura 6-2 rea de reutilizao de guas residuais para usos urbanos nopotveis na rea metropolitana de Tquio (fonte: [JSWA, 2005]) . . . . . . . . 187

    Figura 7-1 Cloragem ao breakpoint . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 209

    Figura 7-2 Esquema da desinfeco de guas residuais por ozonizao . . . . . . . . . . . . . 214

    Figura 7-3 Banda de UV germicida no espectro da radiao electromagntica(fonte: [Asano et al., 2007]). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 215

    Figura 7-4 Alterao das ligaes no ADN por aco dos UV(fonte: [Asano et al, 2007]) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 216

    Figura 7-5 Interferncia dos SS na gua coma aco germicida dos UV. . . . . . . . . . . . . . 219

    Figura 7-6 Instalao de desinfeco por UV . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 220

    Figura 7-7 Configurao de reactores de UV em canal aberto e em condutafechada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 222

    Figura 7-8 Infiltrao rpida (adaptado de [Metcalf & Eddy, 1991]) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 225

    Figura 7-9 Sistema de lagunagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 228

    Figura 7-10 Variao diria de pH e OD numa lagoa aerbia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 230

    Figura 7-11 Filtro em presso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 233

    Figura 7-12 Filtro contnuo (ETAR de Beirolas. Cortesia da SIMTEJO.). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 233

    Figura 7-13 Esquema de um processo de filtrao por membrana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 237

    Figura 7-14 Diagrama de produo de gua ultrapura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 238

    Figura 7-15 Mdulos de OI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 239

    Figura 7-16 Membranas em espiral para NF e OI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 243

    Figura 7-16 Representao esquemtica do sistema de armazenamento. . . . . . . . . . . . . . . 247

    Figura 7-18 Reservatrio parcialmente enterrado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 250

    Figura 7-19 Componentes de um sistema de armazenamento e distribuiode guas residuais tratadas (adaptado de [Asano et al., 2007]). . . . . . . . . . . 252

    xvi REUTILIZAO DE GUAS RESIDUAIS

  • NDICE DE QUADROS

    pg.

    Quadro 2-1 Caractersticas fsicas, qumicas e biolgicas das guas residuaise suas origens [Metcalf & Eddy, 1991] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

    Quadro 2-2 Grupos de patognicos mais correntes veiculados pela guae doenas associadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

    Quadro 2-3 Concentrao de patognicos em guas residuais no tratadas. . . . . 26

    Quadro 2-4 Eficincia de remoo microbiana por processo de tratamentode guas residuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

    Quadro 2-5 Caractersticas epidemiolgicas dos principais microrganismospatognicos presentes nas guas residuais urbanasFonte: [Feachem et al., 1983]. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

    Quadro 2-6 Vias de exposio consoante a utilizao de guas residuaistratadas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

    Quadro 2-7 Composio tpica de guas residuais urbanas no tratadas. . . . . . . . . . . . 33

    Quadro 2-8 Eficincia de remoo de poluentes qumicos submetidos a tratamento primrio, secundrio, tercirio e avanado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

    Quadro 3-1 Principais factores condicionantes da reutilizao de guas residuais tratadas (adaptado de [Asano et al., 2007]) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

    Quadro 3-2 Exemplos no mundo de reutilizao de ART para rega na agricultura [US EPA, 2004; ASANO et al, 2007; EUWI, 2007] . . . . . . . . . . . . . 44

    Quadro 3-3 Caractersticas das guas residuais que mais afectam o biossistema solo-planta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47

    Quadro 3-4 Valores de Ca a utilizar no clculo da RNa ajustada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

    Quadro 3-5 Concentrao de microelementos em guas residuais tratadas . . . . . . 61

    Quadro 3-6 Factores condicionantes da sobrevivncia de bactrias patognicas no solo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67

    Quadro 3-7 Tempo de sobrevivncia mdio de microrganismos patognicos[Feachem, R. et al., 1983] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69

    Quadro 3-8 Comparao dos mtodos de rega . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74

    Quadro 3-9 Exemplos no mundo de reutilizao de ART para rega paisagstica[US EPA, 2004; ASANO et al., 2007; EUWI, 2007]. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82

    Quadro 3-10 Tolerncia de plantas de ornamentao paisagstica salinidade(Adaptado de [Asano et al., 2007]) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84

    Quadro 3-11 Valores tpicos dos coeficientes de plantas paisagsticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87

    Quadro 3-12 Tolerncia dos relvados salinidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90

    xviiNDICE DE QUADROS

  • Quadro 3-13 Condies de utilizao dos diferentes mtodos de recarga (adaptado de [Metcalf e Eddy, 2003; Asano et al., 2007]) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108

    Quadro 4-1 Critrios de qualidade de guas residuais tratadas para regaagrcola propostos em diversos pases: culturas de consumo emcru, de consumo aps processamento e de culturas industriais[EU, 2006; USEPA, 2004] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130

    Quadro 4-2 Critrios de qualidade de guas residuais tratadas para regade campos de golfe e espaos verdes sem restrio de acesso[EU, 2006; USEPA, 2004] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132

    Quadro 4-3 Critrios de qualidade agronmica para gua de rega . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133

    Quadro 4-4 Aplicaes da reutilizao de guas residuais na indstria. . . . . . . . . . . . . . . . . 135

    Quadro 4-5 Caractersticas de qualidade das guas residuais tratadas queafectam a generalidade das aplicaes industriais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136

    Quadro 4-6 Requisitos de qualidade da gua em funo do processode arrefecimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137

    Quadro 4-7 Requisitos de qualidade tpicos para gua de arrefecimento. . . . . . . . . . . . . 138

    Quadro 4-8 Valores de Turvao, SST e Coliformes recomendados em guade arrefecimento (adaptado de [EU, 2006]) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 139

    Quadro 4-9 Padres de qualidade recomendados pela APAVE para guapara caldeiras de aquecimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 140

    Quadro 4-10 Padres de qualidade recomendados nos EUA para gua paracaldeiras de aquecimento (adaptado de [US EPA, 1992]) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 141

    Quadro 4-11 Requisitos de qualidade de gua para produo de diversostipos de papel. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 141

    Quadro 4-12 Requisitos de qualidade de gua para utilizaona indstria txtil. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 142

    Quadro 4-13 Requisitos de qualidade de gua para reutilizao na recargade aquferos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 144

    Quadro 4-14 Requisitos de qualidade da gua a reutilizar para diversos usosambientais e recreativos (valores mximos admissveis)(adaptado de [US EPA 2004; Asano et al., 2007]) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147

    Quadro 4-15 Requisitos de qualidade de guas residuais tratadas a reutilizar para diversos usos urbanos (valores mximos admissveis na gua)(adaptado de [EPA, 2003; Asano et al., 2007]). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149

    Quadro 4-16 Requisitos de qualidade de guas residuais tratadas utilizadas em edifcios (descarga de autoclismos e gua de servio) e na lavagem de ruas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 150

    Quadro 4-17 Critrios de qualidade recomendados para reutilizao de guasresiduais tratadas em Portugal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152

    xviii REUTILIZAO DE GUAS RESIDUAIS

  • Quadro 5-1 Legislao comunitria e portuguesa com incidncia na reutilizao de guas residuais tratadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 165

    Quadro 6-1 Recolha de dados de base . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 173

    Quadro 6-2 Requisitos mnimos de monitorizao de sistemas de reutilizaode guas residuais tratadas para rega agrcola e paisagstica(adaptado de NP 4434 e [Asano et al., 2007]) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 184

    Quadro 6-3 Requisitos de monitorizao tpicos em SRART para usos recreativos e ambientais (adaptado de [Asano et al, 2007]) . . . . . . . . . . . . . . . . 186

    Quadro 6-4 Requisitos de monitorizao em SRART para usos urbanos no potveis (adaptado de [US EPA, 2004]) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 188

    Quadro 7-1 Valores tpicos de alguns parmetros caractersticos para diferentes tipos de guas residuais urbanas [adaptado de Critese Tchobanoglous, 1998; Metcalf e Eddy, 2003]. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 194

    Quadro 7-2 Processos de tratamento mais utilizados para a remoo de classes de poluentes em guas residuais tratadas para reutilizao (adaptado de [Asano et al., 2007]) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 196

    Quadro 7-3 Concentrao tpica de poluentes no efluente consoante o processo de tratamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 197

    Quadro 7-4 Factores a considerar na seleco da fileira de tratamento de guasresiduais para reutilizao (adaptado de[Asano et al., 2007]). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 199

    Quadro 7-5 Factores de fiabilidade da fileira de tratamento de guas residuais (adaptado de [Asano et al, 2007]) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 201

    Quadro 7-6 Diferencial de consumo energtico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 202

    Quadro 7-7 Concentrao tpica em microrganismos indicadoresde contaminao fecal nas ART em funo do processode tratamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 203

    Quadro 7-8 Processos de desinfeco de guas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 204

    Quadro 7-9 Efeitos das caractersticas das guas residuais tratadas sobrea desinfeco por cloro, por UV e por ozono . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 207

    Quadro 7-10 Processos emergentes de desinfeco. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 208

    Quadro 7-11 Vantagens e desvantagens da desinfeco de guas residuaistratadas por cloragem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 209

    Quadro 7-12 Caractersticas dos desinfectantes clorados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 211

    Quadro 7-13 Vantagens e desvantagens da desinfeco de guas residuaistratadas por ozonizao (adaptado de [EU, 2006]) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 213

    Quadro 7-14 Vantagens e desvantagens da desinfeco de guas residuaistratadas por radiao UV (adaptado de [EU, 2006]) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 218

    xixNDICE GERAL

  • Quadro 7-15 Comparao das caractersticas operacionais de lmpadas de UV [EU, 2006; Asano et al., 2007]. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 221

    Quadro 7-16 Caractersticas de qualidade de guas residuais tratadaspor infiltrao rpida no solo [Bower, 1993]de UV . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 227

    Quadro 7-17 Comparao da eficincia de inactivao de patognicos. . . . . . . . . . . . . . . . . . 232

    Quadro 7-18 Caractersticas dos materiais do leito filtrante(adaptado de [Asano et al., 2007]). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 235

    Quadro 7-19 Critrios de dimensionamento de filtros de leito granular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 235

    Quadro 7-20 Caractersticas dos filtros superficiais [Asano et al., 2007] . . . . . . . . . . . . . . . . . . 237

    Quadro 7-21 Caractersticas dos sistemas de Microfiltrao e de Ultrafiltrao[Metcalf & Eddy, 2003; Asano et al., 2007] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 240

    Quadro 7-22 Operaes e processos para pr-tratamento de gua a tratarpor NF e/ou OI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 245

    Quadro 7-23 Parmetros operacionais tpicos dos processos de NF e de OI (adaptado de [Asano et al., 2007]). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 245

    Quadro 7-24 Classificao dos sistemas de armazenamento de acordocom vrios critrios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 249

    Quadro 9-1 Guia de relaes pblicas para engenheiros. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 276

    xx REUTILIZAO DE GUAS RESIDUAIS

  • ADN cido desoxirribonucleico

    APAVE Grupo francs dedicado aos riscos tcnicos, humanose ambientais no sector da construo

    ART guas residuais tratadas

    ARU guas residuais urbanas

    CBO5 Carncia bioqumica de oxignio em cinco dias

    CEN Comit Europeu de Normalizao

    COT Concentrao de ozono transferido (para a gua)

    CQO Carncia qumica de oxignio

    CT Concentrao de ozono residual transferido para a gua

    DALY Durao de Vida Ajustada em funo da Doena(Disability Adjusted Life Years)

    DOHS Department of Health Services (of the State of California)

    DR Dotao de rega

    ED Electrodilise

    EG Entidade gestora

    EN Norma Europeia

    ET Evapotranspirao

    ETA Estao de tratamento de guas

    ETAR Estao de tratamento de guas residuais

    EU Unio Europeia

    F/M Rcio alimento/microrganismos (Food/microorganism)

    FAL Fraco de gua de lavagem

    IPQ Instituto Portugus de Qualidade

    ISO Organizao Internacional de Normas

    MLVSS Slidos suspensos volteis nas lamas activadas (Mixedliquor-volatile suspended solids)

    1

    SIGLAS/ABREVIATURAS

  • MF Microfiltrao

    NAE National Academy of Engineering (EstadosUnidos da Amrica)

    NAS National Academy of Science (Estados Unidos daAmrica)

    NDMA Nitrodimetilamina

    NF Nanofiltrao

    OI Osmose inversa

    OMS Organizao Mundial da Sade

    PEAASAR Plano Estratgico de Abastecimento de gua e deSaneamento de guas Residuais

    RDART Redes de Distribuio de guas Residuais Tratadas

    RSU Resduos slidos urbanos

    SAART Sistema de Armazenamento de guas Residuais Tratadas

    SAT Tratamento em aquferos (Soil aquifer treatment)

    SDART Sistema de distribuio de guas residuais tratadas

    SD (T/V/F) Slidos dissolvidos (totais/volteis/fixos)

    SIG Sistema de informao geogrfica

    SRART Sistema de Reutilizao de guas Residuais Tratadas

    SS (T/V/F) Slidos em suspenso (totais/volteis/fixos)

    STDART Sistema de Transporte e Distribuio de guasResiduais Tratadas

    UF Ultrafiltrao

    USEPA United States Environmental Protection Agency.

    WPCF Water Pollution Control Federation

    2 REUTILIZAO DE GUAS RESIDUAIS

  • PARTE I Introduo e Conceitos Bsicos

  • 1.1 Objectivos do captulo

    O primeiro captulo do Guia sobre Reutilizao de guas Residuaisapresenta uma descrio geral das razes que tm determinado o desen-volvimento mundial de prticas de reutilizao de guas residuais, moti-vadas essencialmente pela escassez de recursos hdricos e pela protec-o dos meios hdricos receptores dos efluentes de estaes de trata-mento de guas residuais (ETAR). A escassez de recursos hdricos podeser uma situao natural, decorrente do clima da regio ou tambm umaconsequncia do crescimento demogrfico e do desenvolvimento scio--econmico, evidenciando a necessidade de uma gesto sustentvel dosrecursos hdricos, na qual se inclui a conservao da gua, de que a reu-tilizao constitui uma componente estratgia muito importante.

    1.2 A conservao da gua princpio de gestosustentvel dos recursos hdricos

    Os recursos hdricos de uma regio dependem, em primeiro lugar, do seuclima da precipitao atmosfrica, da temperatura e da evapotranspira-o e tambm da eventual afluncia de gua proveniente de bacias hi-drogrficas, que podem ser partilhadas com outros pases.

    A disponibilidade de recursos hdricos no constante ao longo do ano,reflectindo a sazonalidade climtica. Por outro lado, as necessidades degua para as actividades humanas tambm no so constantes: algunsfactores induzem um permanente aumento das necessidades de gua,como o crescimento populacional, a crescente urbanizao, o desenvol-vimento industrial e a agricultura; outros factores determinam aumentossazonais de necessidade de gua, principalmente a agricultura e o turis-mo (que determina elevado crescimento de populao num prazo muitocurto), frequentemente em perodos de baixa precipitao atmosfrica ede elevada evaporao. Tais situaes podem originar srios desequi-lbrios entre necessidades e disponibilidades de gua, que podem atingirnveis graves em anos de uma anormal escassez de precipitao.

    5A REUTILIZAO DE GUAS RESIDUAIS: ESTRATGIA DE CONSERVAO DA GUA

    1 A REUTILIZAO DE GUASRESIDUAIS: ESTRATGIA DE CONSERVAO DA GUA

  • A degradao da qualidade das guas naturais, decorrente de insuficien-te controlo da poluio de origem antropognica, introduz limitaes aoaproveitamento de alguns recursos hdricos, acentuando os desequil-brios quantitativos entre a procura e a disponibilidade de gua.

    Aos problemas de disponibilidade de gua, em quantidade e em qualida-de suficientes para a satisfao das necessidades, juntam-se as conse-quncias das alteraes climticas. Os estudos sobre as previses de taisconsequncias so ainda insuficientes para configurar sobre elas umaclara perspectiva. No entanto, tanto as secas como as cheias, anunciadascomo provveis consequncias das alteraes climticas, concorrempara menor disponibilidade de gua em quantidade, no caso das secas,e em qualidade, no caso das cheias.

    A gesto dos recursos hdricos emerge assim, j no incio do sculo XXI,como um dos paradigmas da sustentabilidade do desenvolvimento scio--econmico. Aplicar o conceito de sustentabilidade utilizao dos recur-sos hdricos pode traduzir-se como a optimizao dos benefcios decor-rentes desse uso no presente, sem pr em risco a possibilidade de as ge-raes futuras poderem dispor de benefcios anlogos. Em termos prti-cos, a gesto sustentvel dos recursos hdricos deve procurar respostapara questes como: Durante quanto tempo ser possvel assegurar adisponibilidade de origens de gua fiveis para as necessidades de umaregio? Como gerir o antagonismo entre a crescente explorao dos re-cursos hdricos e a conservao do ambiente? Como evitar as conse-quncias desastrosas da escassez de gua que ameaam reas cada vezmais extensas?

    O desenvolvimento tecnolgico traz resposta a algumas questes de de-senvolvimento dos recursos hdricos, como, por exemplo, a construode grandes barragens ou a dessalinizao de gua do mar, mas no suficiente para assegurar a sustentabilidade da gesto desses recursos.Torna-se necessria a concomitante adopo de outras estratgias, como objectivo de conservar os recursos hdricos existentes, como sejam aimplementao de medidas de uso mais eficiente da gua e a reutilizaoda gua. Esta ltima estratgia reutilizao da gua para fins mltiplos tem emergido nos ltimos anos, de forma enftica, como um paradigmada sustentabilidade da gesto dos recursos hdricos. Torna-se, assim, deinteresse relevante a compreenso de alguns conceitos associados gesto sustentvel dos recursos hdricos e importncia da recuperaode guas residuais, atravs de tratamento adequado, para subsequenteutilizao para uma ou mais finalidades.

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  • 1.3 Recursos hdricos em Portugal

    Portugal , aparentemente, um pas com abundantes recursos hdricos,dos quais mais de 40%, porm, provm de Espanha (o que evidencia aimportncia da gesto das bacias hidrogrficas dos rios Minho, Douro,Tejo e Guadiana).

    Se Portugal no regista escassez de recursos hdricos potenciais, o mes-mo no se pode dizer quando se consideram os recursos hdricos dis-ponveis, visto que a utilizao das disponibilidades hdricas nacionais muito dificultada pela irregularidade da sua ocorrncia, tanto no espaoterritorial como no tempo.

    A variabilidade climtica do territrio portugus a primeira razo para asacentuadas diferenas espaciais que se observam na disponibilidade de re-cursos hdricos no nosso pas. O balano hdrico de Portugal continental a sulda zona do Mdio Tejo deficitrio, pois a evapotranspirao excede a somada infiltrao e do escoamento superficial [Henriques, A. G., 1985]. Porm, asconsequncias da diversidade climtica sobre a disponibilidade de gua solargamente amplificadas por outros factores, nomeadamente as caractersticasdemogrficas e a presso de algumas actividades econmicas importantes.

    Segundo os dados do Plano Nacional da gua [INAG, 2001], a agricultura, de longe, o maior consumidor de gua, com 87,3% do consumo total.

    O turismo tem registado elevado desenvolvimento em Portugal nas lti-mas trs dcadas. No que se refere a recursos hdricos, o problema daactividade turstica reside no facto de o consumo de gua por turista serquase o dobro do consumo local, ao que acresce o elevado consumo degua para usos recreativos (campos de golfe, piscinas, parques aqu-ticos, neve artificial) e o facto de as estncias tursticas se situarem geral-mente em zonas costeiras de escassa precipitao e elevada insolao,coincidindo a poca alta, de necessidades mais elevadas, com o estio, demenor disponibilidade hdrica.

    A regio do Algarve um exemplo paradigmtico em Portugal, por se tra-tar de uma regio em que o turismo e o golfe constituem a base estruturalda sua economia, mas que sofre de acentuada escassez de recursoshdricos, com uma precipitao mdia anual de aproximadamente 500mm. A manuteno do Algarve como um destino de eleio para o golfedebate-se com o elevado consumo de gua desta actividade, o qualequivaler, num futuro prximo, a cerca de 200 mil habitantes. A gestosustentvel dos recursos hdricos nesta regio fundamental para o

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  • equilbrio scio-econmico e ambiental do Algarve e s poder ser as-segurada com a integrao dos efluentes das ETAR no cmputo dosrecursos hdricos disponveis para utilizao na rega dos campos de golfe.

    Em resumo, do ponto de vista quantitativo, pode dizer-se que Portugaldispe de abundantes recursos hdricos, cuja distribuio territorial etemporal condiciona o seu aproveitamento a um dispndio de consider-veis investimentos em infra-estruturas hidrulicas, que permitam o seuarmazenamento, captao e transporte das zonas com excesso para aszonas mais carenciadas.

    Do ponto de vista qualitativo, tambm ocorrem limitaes ao aproveita-mento de alguns recursos hdricos disponveis, em virtude de a qualidadeda gua no apresentar caractersticas compatveis com algumas utiliza-es. Esta situao deve-se expanso urbana e ao desenvolvimentoindustrial, que no foram acompanhados, ao mesmo ritmo, por medidasde controlo da poluio gerada.

    O desenvolvimento dos recursos hdricos em Portugal j no poder as-sentar essencialmente nos rios e nos aquferos menos profundos, de maisfcil acesso, os quais j se encontram largamente aproveitados. Torna-seassim mais evidente a necessidade do desenvolvimento de origens degua alternativas para satisfao do crescimento das necessidades.

    Portugal dispe actualmente de uma significativa taxa de cobertura dopas com servio de tratamento de guas residuais urbanas, o que repre-senta a produo de guas residuais tratadas ao nvel de tratamentosecundrio e tercirio de aproximadamente 70% da populao portuguesa[INSAAR, 2006]. Com a execuo do PEAASAR II prev-se que 90% dapopulao portuguesa disponha do servio de tratamento de guas resi-duais urbanas em 2013.

    O efluente final das estaes de tratamento de guas residuais urbanas(ETAR) existentes e a construir no mbito do PEAASAR constitui um apre-civel volume de gua, superior a 500 milhes de m3 anuais [Marecos doMonte, 1996], cuja disponibilidade apresenta um paralelismo com adistribuio da populao, conforme ilustrado na Figura 1-1.

    Este importante volume de gua pode constituir uma origem alternativa aaproveitar para novas utilizaes, tanto em utilizao directa como aps umtratamento complementar, consoante j apresentar sada da ETAR carac-tersticas de qualidade compatveis com a utilizao subsequente ou estanova utilizao requerer ainda a afinao de algumas dessas caractersticas.

    8 REUTILIZAO DE GUAS RESIDUAIS

  • 1.4 A reutilizao da gua como estratgiade conservao dos recursos hdricos

    As guas residuais urbanas so guas residuais domsticas ou a misturadestas com guas residuais industriais e pluviais colectadas para a redede drenagem pblica. As guas residuais urbanas resultam, portanto, dautilizao de gua que foi captada e tratada para assegurar o abas-tecimento de gua potvel s populaes e s actividades econmicasligadas ao comrcio e indstria.

    Aps a sua transformao em gua residual, a gua captada na natureza(subterrnea ou superficial) retorna ao meio natural, atravs da sua des-carga em guas superficiais doces e costeiras ou da sua infiltrao nosolo, desejavelmente aps tratamento adequado. A gua captada paraabastecimento pode, assim, conter guas residuais, o que configura umasituao de reutilizao indirecta e no planeada da gua bastante fre-quente, conforme ilustrado na Figura 1-2.

    9A REUTILIZAO DE GUAS RESIDUAIS: ESTRATGIA DE CONSERVAO DA GUA

    Figura 1-1 Disponibilidade de ARU tratadas em 2013

  • Do que se trata, quando se fala de reutilizao da gua como estratgiade combate escassez de recursos hdricos, de uma reutilizao pla-neada, em que as guas residuais so tratadas e utilizadas para uma apli-cao que representa um benefcio scio-econmico.

    A utilizao de guas residuais tratadas contribui para uma gesto dosrecursos hdricos mais sustentvel, na medida em que:

    a) contribui para aumentar os recursos hdricos necessrios para satis-fao das necessidades presentes e futuras para usos mais nobres;

    b) ao reduzir o caudal de guas residuais tratadas descarregado nos meiosreceptores aquticos, protege os ecossistemas, na medida em quereduz a quantidade de poluentes lanados no meio.

    1.5 Conceitos e definies

    O objecto deste Guia a reutilizao planeada da gua, como componen-te estratgica da gesto sustentvel dos recursos hdricos. A implemen-tao dessa estratgia deve assentar no claro entendimento dos ineren-tes conceitos fundamentais, como forma preventiva de interpretaesdivergentes da mesma situao. Apresentam-se seguidamente as defini-

    10 REUTILIZAO DE GUAS RESIDUAIS

    1 Captao de gua subterrnea ou superficial; 2 ETA; 3 Reservatrio; 4 Abastecimento urbano; 5 Abastecimento industrial; 6 guas residuais urbanas;7 guas residuais industriais; 8 Pr-tratamento; 9 ETAR; 10 Descarga no meio

    receptor; Reutilizao de guas residuais tratadas: 11 Rega paisagstica; 12 Rega agrcola; 13 Recarga de aquferos em furo de injeco directa;

    14 Recarga de aquferos em bacias de infiltrao.

    Figura 1-2 Ciclo de reutilizao da gua

  • es dos conceitos fundamentais associados problemtica da reutiliza-o. Outros conceitos relevantes no mbito da reutilizao constam doGlossrio, cuja consulta se recomenda.

    A reutilizao da gua consiste na utilizao de guas residuais tratadaspara qualquer finalidade que constitua um benefcio scio-econmico.

    O conceito de reutilizao da gua portanto perfeitamente sinnimo deutilizao de guas residuais (tratadas).

    Frequentemente emprega-se uma terminologia menos rigorosa, quimais significante: reutilizao de guas residuais, a qual considera impli-citamente que estas foram submetidas a tratamento compatvel com asua posterior utilizao.

    Neste texto utilizam-se indistintamente as trs designaes como sin-nimas reutilizao da gua, utilizao de guas residuais e reutilizaode guas residuais.

    A gua pode ser reutilizada mltiplas vezes e para finalidades diferentes,sempre correspondendo a uma utilizao de gua tornada residual e ge-ralmente submetida a tratamento. Na literatura da especialidade, designa-damente na de lngua espanhola, encontra-se frequentemente a expres-so reutilizao de gua regenerada em lugar de reutilizao da gua,denominao em correspondncia mais directa com a terminologia norte--americana reuse of reclaimed water.

    1.6 Aplicaes da reutilizao da gua

    A utilizao de guas residuais tratadas praticada preferencialmentepara usos que requerem maior procura deste recurso e que sejam com-patveis com a qualidade mais corrente dos efluentes de ETAR. A regaagrcola o grande domnio de aplicao da reutilizao de guas resi-duais, pois a agricultura consome cerca de 65% dos recursos hdricosutilizados [Asano et al., 2007], percentagem que diminui nos pases deagricultura mais desenvolvida e aumenta nos restantes. Mas a gua reu-tilizada para diversas outras finalidades, nomeadamente as seguintes,citadas por ordem decrescente de volume utilizado: a rega paisagstica(aplicao na qual se destaca a rega de campos de golfe), a reutilizaoindustrial (principalmente como reciclagem de gua de arrefecimento), arecarga de aquferos, determinados usos recreativos e ambientais, usosurbanos que no obrigam utilizao de gua potvel e at como reforode origem de gua bruta para produo de gua para consumo humano.

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  • 1.7 Desafios da reutilizao da gua em Portugal

    O desenvolvimento da reutilizao da gua em Portugal no tem regista-do o nvel que seria de esperar no nosso pas, luz dos factores que ajustificam e que se expem nas seces 1.2 e 1.3. Os motivos que con-correm para que a reutilizao de guas residuais tratadas no seja aindauma prtica vulgarizada em Portugal so de ndole diversa, mas entre osde maior peso encontra-se, certamente, a existncia de um certo receio,associado a algum desconhecimento, por parte dos promotores de pro-jectos de reutilizao e at das autoridades envolvidas na aprovao elicenciamento desses projectos, face aos riscos de ordem sanitria eambiental.

    O sistema institucional portugus associado aos sistemas de guas resi-duais praticamente omisso quanto implementao de sistemas dereutilizao de guas residuais tratadas, o que, alm de no facilitar asiniciativas dos promotores destes sistemas, pode mesmo desincentiv--los, pelos obstculos e demoras na obteno de pareceres favorveisdas autoridades competentes.

    Em Portugal, os projectos de reutilizao de guas residuais tratadasconstituem ainda prticas inovadoras, o que s por si justifica algumarelutncia na sua aceitao pblica. Alm disso, trata-se de um tipo deprojecto susceptvel de gerar alguma controvrsia na sociedade, pela ori-gem e caractersticas das guas residuais tratadas. Conseguir a aceita-o pblica dos projectos de reutilizao da gua constitui, naturalmente,um desafio importante.

    Nos pases onde a reutilizao da gua j constitui uma prtica comum,a maior dificuldade geralmente associada ao desenvolvimento de siste-mas de reutilizao de guas residuais tratadas reside no seu custo. Deum modo geral, a reutilizao do efluente de uma ETAR s economica-mente atractiva se os locais de aplicao da gua se situarem nas proxi-midades dessa ETAR, pois de contrrio obriga a investimento de vulto emsistemas de transporte dessa gua. Obviamente, o peso do factor de custo,determinado pela distncia entre a origem da gua (ETAR) e o local da suautilizao, depende da presso da procura da gua e da eventual disponi-bilidade de outras origens de gua alternativas, como a gua dessalinizada,por exemplo.

    Para que a reutilizao da gua se desenvolva em Portugal de forma sus-tentada ter que se basear no s no conhecimento cientfico e tecno-lgico do tratamento de guas residuais e dos impactes sanitrios e am-

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  • bientais da utilizao deste tipo de guas, mas tambm na adaptao dosistema institucional e normativo de gesto da gua, de modo a propor-cionar um enquadramento adequado a esta estratgia de gesto susten-tvel dos recursos hdricos, e ainda na aceitao da reutilizao da guapor parte do pblico.

    1.8 Objectivos do Guia

    Este guia tcnico tem como objectivo orientar as e