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AutorHelen Fernanda Barbosa BatistaEnfermeira, Pós graduada em Docência do Nível Superior e Profissional, em Gestão e Orientação Educacional e em Ensino em Saúde. Professora no Centro de Educação Profissionalizante em Saúde – SEEDF. Coordenadora do Curso de Técnico de Enfermagem no CEP – ETSP – SEEDF.

Copyright © 2016 por NT Editora.Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por

qualquer modo ou meio, seja eletrônico, fotográfico, mecânico ou outros, sem autorização prévia e escrita da NT Editora.

Batista, Helen Fernanda Barbosa.

Prevenção de Doenças e Promoção da Saúde do Adulto / Helen Fernanda Barbosa Batista – 1. ed. – Brasília: NT Editora, 2016.

178 p. il. ; 21,0 X 29,7 cm.

ISBN 978-85-8416-130-0

1. Saúde. 2. Adulto.

I. Título

Design InstrucionalNT Editora

RevisãoErick Guilhon

Editoração EletrônicaMarcelo Moraes

Projeto GráficoNT Editora

CapaNT Editora

IlustraçãoMarcelo Moraes

NT Editora, uma empresa do Grupo NT SCS Quadra 2 – Bl. C – 4º andar – Ed. Cedro IICEP 70.302-914 – Brasília – DFFone: (61) [email protected] e www.grupont.com.br

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LEGENDA

ÍCONES

Prezado(a) aluno(a),Ao longo dos seus estudos, você encontrará alguns ícones na coluna lateral do mate-rial didático. A presença desses ícones o(a) ajudará a compreender melhor o conteúdo abordado e também como fazer os exercícios propostos. Conheça os ícones logo abaixo:

Saiba maisEsse ícone apontará para informações complementares sobre o assunto que você está estudando. Serão curiosidades, temas afins ou exemplos do cotidi-ano que o ajudarão a fixar o conteúdo estudado.

ImportanteO conteúdo indicado com esse ícone tem bastante importância para seus es-tudos. Leia com atenção e, tendo dúvida, pergunte ao seu tutor.

DicasEsse ícone apresenta dicas de estudo.

Exercícios Toda vez que você vir o ícone de exercícios, responda às questões propostas.

Exercícios Ao final das lições, você deverá responder aos exercícios no seu livro.

Bons estudos!

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Sumário

1 O PROGRAMA NACIONAL DE SAÚDE DO HOMEM ��������������������������������������� 91.1 Evolução das políticas de saúde do homem ..................................................................91.2 Quais os entraves para a atenção à saúde dos homens no SUS? ......................... 121.3 Homem e gênero: os desafios na construção das políticas públicas ................ 181.4 Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem ................................... 211.5 Atribuições do agente comunitário nas políticas de saúde dos homens ......... 27

2 CARACTERÍSTICAS E NECESSIDADES FÍSICAS E SOCIAIS DO HOMEM ���� 322.1 Caracteres sexuais masculinos, vamos conhecer? .................................................... 322.2 Direitos sexuais e reprodutivos: uma questão para os homens ........................... 372.3 Necessidades e práticas sexuais na população masculina ..................................... 432.4 Atribuições do agente comunitário de saúde no cuidado da saúde do homem na vida reprodutiva ..................................................................................................................... 46

3 NECESSIDADES PSICOLÓGICAS E SOCIAIS DOS HOMENS ������������������������ 533.1 Qual a situação da saúde mental entre os homens .................................................. 533.2 Impacto da violência na saúde dos homens .............................................................. 553.3 Impacto do uso de álcool e outras drogas na saúde dos homens ...................... 583.4 Política de atenção ao usuário de álcool e outras drogas ...................................... 613.5 Agente comunitário de saúde e as necessidades psicológicas dos homens .. 68

4 GESTAÇÃO, PARTO E PUERPÉRIO: É COISA DE HOMEM? ������������������������������������������������������������������������������������������������������� 744.1 Qual o papel do homem durante a gestação? ........................................................... 744.2 Qual a importância da participação paterna durante o trabalho de parto? .... 794.3 O homem no puerpério ...................................................................................................... 844.4 Aleitamento materno e a participação dos homens ................................................ 86

5 MAIS UMA ETAPA DA VIDA MASCULINA: O ENVELHECIMENTO �������������� 955.1 Aspectos organizacionais da recuperação pós-anestésica .................................... 955.2 Doenças prevalentes na população masculina.........................................................1005.3 Os aspectos biopsicossociais da andropausa ...........................................................1045.4 Promoção da saúde do homem durante o envelhecimento ..............................1065.5 Aspectos da assistência e internação domiciliar no SUS .....................................109

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5Prevenção de Doenças e Promoção da Saúde do Adulto

6 PROMOÇÃO DA SAÚDE E PREVENÇÃO DE DOENÇAS NA POPULAÇÃO MASCULINA ����������������������������������������������������������������������������������������������������� 1166.1 Câncer de próstata ..............................................................................................................1166.2 Atribuições do agente comunitário na prevenção do câncer de próstata .....1226.3 Cuidados paliativos e o agente comunitário .............................................................1246.4 Obesidade e saúde do homem: a importância dos cuidados com a nutrição .....1276.5 Promoção de hábitos saudáveis .......................................................................................131

7 VIGILÂNCIA EM SAÚDE: UMA QUESTÃO IMPORTANTE PARA A SAÚDE DO ADULTO ������������������������������������������������������������������������������������������������������������ 1367.1 O que é vigilância em saúde? ............................................................................................1367.2 Quais os eixos da vigilância em saúde? .......................................................................1427.3 Vigilância em saúde e a atenção básica ......................................................................1437.4 Doenças prevalentes na população adulta de relevância para a vigilância em saúde ..............................................................................................................................................1467.5 Quais as atribuições do agente comunitário na vigilância em saúde? ............152

8 PROGRAMAS DE SAÚDE NA ATENÇÃO BÁSICA PARA OS ADULTOS ������ 1578.1 Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) ..................................................................1578.2 Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares .................................1668.3 Política Nacional de Saúde Bucal .....................................................................................1698.4 Política Nacional de Alimentação e Nutrição ................................................................1708.5 Atribuições do agente comunitário na implementação das políticas de saúde .174

BIBLIOGRAFIA �������������������������������������������������������������������������������������������������179

GLOSSÁRIO ������������������������������������������������������������������������������������������������������ 181

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APRESENTAÇÃO

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Olá!

É com imenso prazer que vamos trabalhar, ao longo do módulo, a atenção à saúde de um grupo populacional pouco explorado nos serviços de saúde: os homens.

Pretendemos impressioná-lo com todos os detalhes e as curiosidades do acompanhamento à saúde desses indivíduos e construir uma concepção ampliada desse atendimento.

Nosso módulo sobre prevenção de doenças e promoção da saúde do adulto, em todas as fases do ciclo de vida, visa à compreensão da importância do acolhimento, da responsabilização e da forma-ção de vínculo do agente comunitário de saúde (ACS). Para isso, considera os contextos social, político, cultural e econômico, articulados com os principais programas de saúde, para atuar na educação em saúde e no acompanhamento desse grupo na atenção básica.

Baseado na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, nosso material enfatizará a assistência às necessidades de saúde desses sujeitos, a prevenção da violência e de doenças comuns nesse grupo populacional, bem como a promoção do planejamento reprodutivo.

Não perca tempo! Aproveite esta oportunidade para construir seus conhecimentos sobre a saú-de do adulto na atenção básica. Bons estudos!

Helen Fernanda Barbosa Batista

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1 O PROGRAMA NACIONAL DE SAÚDE DO HOMEM

Objetivos

Ao final desta lição, você deverá ser capaz de entender a evolução das políticas de saúde para o homem no Brasil. Para isso, os seguintes objetivos de aprendizagem foram traçados:

• compreender a evolução das políticas de saúde do homem;

• conhecer a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem;

• saber o impacto das questões de gênero na atenção à saúde dos homens no SUS;

• entender o Plano de ação nacional para a saúde da população masculina;

• conhecer as atribuições do agente comunitário de saúde nas políticas de saúde do homem.

1.1 Evolução das políticas de saúde do homem

Nos últimos anos, a saúde do homem passou a ter mais enfoque, tanto por parte dos gover-nantes, com a elaboração e a implementação de políticas públicas quanto pelos profissionais do setor saúde em suas práticas diárias de trabalho. Esse aumento significativo no desenvolvimento de ações para esse grupo populacional justifica-se pelos indicadores de saúde, que demonstram

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elevada mortalidade entre os homens, principalmente nas faixas etárias mais jovens, provocadas por diversas patologias.

Apesar desses avanços, observa-se que, atualmente, ainda existe uma ênfase no debate sobre os programas de saúde para as mulheres, as crianças e os idosos, deixando à parte uma abordagem que inclua a saúde do homem.

Os primeiros estudos sobre a saúde dos homens sur-giram em 1970, nos Estados Unidos, e estavam focados, principalmente, nos problemas de saúde. Esses estudos concluíram que as taxas de morbidade e mortalidade eram maiores na população masculina. A partir de 1990, a abordagem das discussões estava direcionada às singu-laridades do processo saúde e doença do homem, e lis-tavam-se possibilidades para as diferenças entre homens e mulheres que justificassem as divergências no perfil de mortalidade (as especificidades biológicas, as diferenças so-ciais, a busca e o uso dos serviços de saúde e os objetivos das políticas de saúde).

Curiosidade

No cenário internacional, as pesquisas evidenciaram que a propagação dos estudos sobre a saúde da população masculina foi impulsionada pelo aumento e pelo impacto do HIV/AIDS na sociedade – inicialmente no homem homossexual e, posteriormente, com a tendência da femi-nização dessa epidemia nas mulheres heterossexuais.

No Brasil, as políticas de saúde para o homem são consideradas um tema emergente no Siste-ma Único de Saúde (SUS). A pauta ganhou destaque no SUS, em 2009, após a formulação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), que tem como objetivo reduzir o adoeci-mento e a mortalidade entre os homens, assim como ampliar o seu acesso aos serviços de saúde, prin-cipalmente na atenção básica articulada aos demais níveis de complexidade da rede, na perspectiva da integralidade dos cuidados.

A Área Técnica de Saúde do Homem foi criada pelo Ministério da Saúde, em 2007. As propostas iniciais para a política foram formuladas em 2008, no Programa Mais Saúde, bem como os princípios e as diretrizes. A PNAISH foi lançada oficialmente apenas no ano seguinte.

Patologia/Patológica: estudo da do-ença, doença.

Feminização: tornar feminino.

Epidemia: doença ou situação que atinge um gran-de número de indivíduos em uma determina-da localidade.

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Importante: a elaboração de uma política específica para esses indivíduos representa uma ino-vação, visto que os homens, historicamente, não faziam parte das prioridades de saúde no Brasil.

As portarias publicadas pelo Ministério da Saúde a partir de 2009 respondem aos trâmites ins-titucionais com o objetivo de orientar a operacionalização da PNAISH. No quadro a seguir, você pode consultar esses marcos regulatórios.

Marcos regulatórios para a saúde do homem no Brasil

• Portaria nº 3.209 de 18 de dezembro de 2009;

• Portaria nº 1.008 de 03 de maio de 2010;

• Portaria nº 2.708 de 17 de novembro de 2011;

• Portaria nº 3.2709 de 26 de dezembro de 2013;

• Portaria nº 1.944 de 27 de agosto de 2009.

Efetivamente a PNAISH começou a ser implantada com o Plano de Ação Nacional, nas três esfe-ras de gestão, com o objetivo de orientar os gestores no planejamento local a partir de ações e estra-tégias que acolham e atendam os homens na faixa dos 20 aos 59 anos.

Essa política foi formulada em consonância com os princípios e as diretrizes da Política Nacional de Atenção Básica (PNAB). Com base no consenso construído a partir de discussões entre vários atores coletivos (sociedade civil organizada, membros da comunidade científica, pesquisadores, órgãos go-vernamentais e agências internacionais), o documento aponta os agravos à saúde dos homens como verdadeiros problemas de saúde pública.

Figueiredo (2012) afirma que o conceito de gênero permeia as discussões da PNAISH. Portanto, é fundamental que os profissionais atuantes na sua operacionalização em nível local se apropriem dos aspectos centrais dessa discus-são, visto que as questões de gênero têm influência direta no processo saúde e doença.

Apesar dos avanços nas discussões no campo da saúde sobre os ho-mens, é importante ressaltar que

esse tema ainda não foi abordado o suficiente, devido a sua relevância e

suas especificidades.

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Existem vários conceitos sobre a saúde do homem, com visões mais restritas, que abordam apenas as questões biológicas e anatômicas do corpo masculino, e outras mais amplas, que integram a dimensão dos direitos humanos e as questões de cidadania.

Nesse sentido, você já refletiu sobre o que pode interferir no processo saúde-doença dos homens?

Considerando que a saúde e a doença estão intimamente ligadas e constituem um processo resultante das situações social, econômica, cultural e histórica dos indivíduos, devemos refletir que as características sociais e de relação dos homens na sociedade implicam um impacto nas condições de saúde da população masculina. Assim, as questões de gênero devem ser consideradas como um dos determinantes da condição de saúde.

O que é enfoque de gênero?

O gênero refere-se a um conjunto de relações, atributos, papéis, atitudes e crenças socialmente definidas e historicamente construídas, que determinam o que significa ser homem ou ser mulher. Ele representa um elemento constitutivo nas relações estabelecidas entre homens e mulheres e de-fine modelos de masculinidade e feminilidade, determinando o que pode ou não ser feito de acordo com o sexo.

“O gênero é uma construção social sobreposta a um corpo sexuado, sendo considerado uma forma primeira de significação de poder" (BRASIL, 2004).

Devido ao contexto histórico de desenvolvimento da humanidade, na maioria das sociedades, as relações de gênero são desiguais, refletindo um desequilíbrio nas leis, nas políticas, nas práticas sociais, assim como nos comportamentos e nas identidades das pessoas. Isso provoca uma piora no cenário das desigualdades sociais, na discriminação de classe, raça, idade, orientação sexual, deficiên-cia, religião e sexo.

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Para refletir

A partir dessa análise, você consegue perceber a importância da incorporação da perspectiva de gênero no planejamento de suas ações no território de abrangência?

Entre os princípios dessa nova abordagem, destaca-se a necessidade de mudança da percep-ção dos homens em relação aos cuidados com a própria saúde, por meio de um cuidado integral or-ganizado, qualificado e humanizado em todo o território nacional. O intuito é melhorar a condição de saúde dos homens e reduzir os índices de mortalidade, considerados altos em relação aos femininos.

Atenção: um importante aspecto dessa política é facilitar o acesso desses indivíduos aos ser-viços de atendimento por meio das equipes de atenção primária, o que confere à Portaria um caráter mais abrangente no cuidado à saúde do homem.

Saiba mais

A produção teórica sobre a evolução das políticas públicas para a saúde do homem ainda é reduzida no Brasil. No artigo "O percurso da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem", os autores discutem alguns aspectos desse processo histórico. Vamos consultar?

Link: http://www.scielo.br/pdf/csc/v17n10/10.pdf

Nesse contexto, o agente comunitário é um importante ator no acompanhamento da saúde do homem. Devido à proximidade desse profissional com a realidade local de moradia e trabalho dos indivíduos, ele representa um elo do serviço com a comunidade, reconhecendo as suas necessidades básicas e intervindo de forma a melhorar a qualidade de vida dos habitantes.

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Portanto, é fundamental, para o cotidiano do agente comunitário, o conhecimento dos aspec-tos históricos relacionados às políticas de atendimento a esse grupo populacional, que não estava incluso nas prioridades governamentais e que, devido às taxas de morbidade e mortalidade, tem se mostrado relevante para o setor saúde.

Conforme as discussões, você pode perceber que a saúde dos homens tem ganhado notorieda-de nos últimos anos, em razão da maior divulgação e exploração dos dados epidemiológicos desses indivíduos e também pela criação de estratégias públicas específicas para dar atenção a esse grupo.

Contudo, o tema ainda é pouco explorado em comparação aos outros grupos sociais. Assim, é fundamental a operacionalização das estratégias já propostas pelo Ministério da Saúde, principalmen-te, na atenção básica, a fim de fortalecer o acompanhamento da saúde do homem.

Curiosidade

Em 2003 foi criado, inicialmente na Austrália, o Novembro Azul, um mês destinado à conscien-tização da importância da saúde do homem, que enfatiza a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata e de outras doenças relevantes para esse grupo populacional.

O movimento Novembro Azul é uma iniciativa para intensificar as ações de cuidado com a saú-de do homem, que, na maior parte das vezes, não realiza o acompanhamento periódico da sua situ-ação de saúde e procura atendimento somente em casos de emergência ou a pedido de familiares. Diante disso, é fundamental romper essa barreira e conscientizá-los da importância dos cuidados con-tínuos para aumentar os anos vividos com maior qualidade.

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Vamos praticar?

Saúde do homem é coisa do SUS?

João resolveu questionar o agente comu-nitário, após assistir a uma reportagem em um programa de televisão que apresentava a importância da proposta da Política Nacio-nal de Atenção Integral à Saúde do Homem, sobre as ações que a UBS desenvolvia para atender à saúde do homem. O agente, por sua vez, orientou que a unidade não de-senvolvia atividades específicas para esse grupo, ao contrário do que ocorria com as mulheres e as crianças e que, caso necessário, ele poderia agendar consultas com o médico ou enfermeiro da equipe. Preocupado com o impacto dessa falta de atenção com a saúde dos ho-mens no território, o ACS resolveu levar o assunto para discussão com a equipe.

1 – Discuta, após a motivação dada por João, a evolução histórica das políticas de saúde para os homens e a importância da atuação dos profissionais da atenção básica nesse contexto.

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Resposta: lembre-se de que a saúde do homem constitui uma discussão recente nas políticas de saúde do SUS. Apesar da sua magnitude, ainda são restritas as modificações nos serviços de saúde no sentido de atender às demandas desse grupo populacional de forma organizada e articulada.

2 – Sobre o cenário de saúde da população masculina no Brasil, assinale (V) para as alternativas verdadeiras ou (F) para as falsas.

a- ( ) As questões de gênero não interferem no pro-cesso saúde e doença da população masculina.

b- ( ) As políticas para o cuidado em saúde da po-pulação masculina são um tema emergente no SUS.

Letra a: falso, lembre-se de que existe uma relação ín-tima entre as características da sociedade (culturais, econômicas, processo histórico e outros) e a saúde dos indivíduos. Além disso, a construção social sobre o que é ser homem influencia diretamente em sua procura por cuidado nas ações de prevenção de doenças e nos agravos mais comuns entre esses sujeitos.

Letra b: verdadeiro, lembre-se de que esse tema ganhou destaque a partir de 2007 com a cria-ção da Área Técnica de Saúde do Homem e em 2009, após a formulação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem.

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1.2Quais os entraves para a atenção à saúde dos homens no SUS?

A compreensão dos fatores que interferem na procura dos serviços de saúde pela população masculina, principalmente na atenção básica, é fundamental para a melhoria na qualidade de vida desse grupo populacional. Os serviços do SUS devem reorganizar as suas práticas de trabalho, na ten-tativa de atuar diretamente sobre esses fatores, a fim de promover modificações nos indicadores de saúde dos homens, apontados como alarmantes pelos dados do Ministério nos últimos anos.

Saiba mais

A PNAISH apresenta os indicadores de saúde da população masculina e revela a necessidade de melhorias no acompanhamento desses indivíduos. No link a seguir, você pode consultar essas informações. Vamos conhecê-las?

Link: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_atencao_homem.pdf

Quando questionados sobre os motivos que impedem a procura pelos serviços de saúde, os homens respondem que esse cuidado representa uma prática social feminina historicamente consolidada. Apontam, também, a difi-culdade para se ausentarem do trabalho nos horários em que as consultas são agendadas e a falta de sensibilidade dos profissionais para atuar com os proble-mas específicos desses indivíduos.

Canesqui (2013) aborda, a partir da perspectiva de gênero, a invisibili-dade desses sujeitos no cotidiano de trabalho das equipes de atenção básica, que, apesar das recomendações do Ministério da Saúde para a superação das práticas de cuidado voltadas a grupos prioritários, ainda não aplicaram as suas diretrizes ao grupo masculino. As mulheres, as crianças e os idosos constituem esses grupos prioritários e possuem programas específicos no SUS que são dis-cutidos há vários anos. Contudo, a proposta da Política Nacional de Atenção Básica é para uma mudança na atuação profissional na perspectiva das linhas de cuidado para todos os indivíduos, superando essa concepção fragmentada de grupos vulneráveis.

Para refletirCanesqui (2013) propõe a necessidade da mudança de visão dos profissionais que atuam na área e são responsáveis pela implementação das modificações propostas nessas políticas que visam a ampliar a atenção integral à saúde dos homens, a fim de estimular a presença e a parti-cipação efetiva dos homens nos serviços.

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Outro ponto assinalado pelos homens é a dificuldade de acesso a todos os níveis dos serviços assistenciais. Isso pode ocasionar a perda do dia de trabalho, sem a certeza de que as demandas serão resolvidas em um único atendimento ou de que o agendamento de exames ou consultas será efetu-ado. Nesse cenário, a atuação do agente comunitário é indispensável, porque o acompanhamento contínuo desses indivíduos em seu território de abrangência permite identificar as demandas e enca-minhar o sujeito, quando necessário, para uma equipe específica de atendimento.

Contudo, a maior parte dos estudos identifica que os principais fatores que podem interferir nesse processo são a concepção da invulnerabilidade masculina para os problemas de saúde e a cons-trução social da falta de necessidade de acompanhar a saúde. Como consequência, adotar medidas de prevenção aos agravos durante todas as fases do ciclo da vida é imprescindível, a fim de evitar adoecimentos, principalmente, durante o envelhecimento.

Portanto, é importante atuar na consciência coletiva da necessidade de acompanhamento da situação de saúde dos homens. Além disso, é essencial estruturar os serviços de saúde para atender as suas demandas, superar os estereótipos de gênero entre os profissionais e incluir a noção do cuidado da saúde para homens em suas práticas diárias de trabalho.

Vamos praticar?

A agente comunitária Mariana observou nos dados do seu terri-tório que, apesar do expressivo número de homens sob respon-sabilidade da equipe da unidade, apenas 20% compareciam às consultas de rotina na UBS, 15% possuíam o cartão de vacina atualizado e cerca de 80% apresentavam algum tipo de queixa durante as visitas domiciliares. Preocupada com a situação, con-versou com a enfermeira responsável sobre as ações que pode-riam ser implementadas para modificar esse cenário e tentou compreender quais as razões que poderiam resultar nesse fenômeno.

3 – Discuta os principais fatores que interferem na procura dos serviços de saúde pela popula-ção masculina e apresente intervenções, cabíveis ao ACS, para auxiliar na resolução da situação apresentada por Mariana.

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Resposta: lembre-se da influência dos aspectos culturais, sociais, econômicos, de estudo e de acesso aos serviços de saúde nesse processo e da importância do vínculo do ACS com essa po-pulação na atuação no território de abrangência.

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1.3 Homem e gênero: os desafios na construção das políticas públicas

Nos últimos anos, os profissionais de saúde coletiva têm utilizado as informações sobre gêne-ro para caracterizar e explicar o cenário de morbidade e mortalidade entre a população masculina, assim como para descrever o processo histórico que resultou na cultura da invulnerabilidade do ho-mem, adotada em seu cotidiano, nas atitudes, nos comportamentos, nos pensamentos e em suas relações sociais.

Uma das razões para o início das discussões sobre a influ-ência da perspectiva de gênero na saúde desses indivíduos foi

apresentada por Couto (2012) em seu levantamento. Um pa-radoxo em relação aos homens na sociedade: “[...] ao mesmo tempo em que os homens detinham maior poder que as mu-lheres, eles tinham desvantagens em relação a elas no que se refere às taxas de morbimortalidade” (COUTO; GOMES, p. 2570, 2012).e”.

Entre esse grupo populacional não existe uma cultura preventiva que valorize o autocuidado, assim como alguns pes-

quisadores apontam o receio dos homens em relação ao diagnós-tico e ao tratamento de doenças, além da vergonha para realizar deter-

minados procedimentos e exames clínicos, aumentando a vulnerabilidade ao adoecimento e as chances de diagnósticos tardios, em estágios avançados. Esses aspectos devem ser observados pelos profissionais no planejamento das ações para o acompanhamento da saúde desses sujeitos.

As primeiras discussões sobre o impacto das questões de gênero na saúde foram iniciadas pelo movimento feminista e estabelecidas durante a formulação de políticas e programas para as mulhe-res. Contudo, essas questões têm sido incorporadas na temática do homem, porque se tem observado a relação direta dos seus indicadores de saúde com as características da sociedade onde vivem.

Portanto, com o avanço dos debates sobre a construção da concepção de masculinidade na sociedade brasileira e o entendimento de sua relação com a condição de saúde dos sujeitos, que re-fletem um alarmante cenário para os indicadores de saúde, o Ministério tem apontado a importância da incorporação das questões de gênero nas práticas profissionais.

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Essas questões devem ser atribuídas às construções sociais e culturais e, à medida que são per-passadas entre as gerações, tornam-se referências para o modo de se perceber e de se relacionar, o que inclui as preocupações com seu próprio estilo de vida.

A PNAISH tem por objetivo modificar essa cultura, enfatizando a prevenção, no sentindo de uma mudança nos paradigmas sociais da percepção masculina em relação a seus cuidados com a saúde, a compreensão do universo masculino e suas motivações e seus empecilhos para realizar essas prevenções.

Apesar dos avanços nas discussões no campo da saúde sobre os ho-mens, é importante ressaltar que

esse tema ainda não foi abordado o suficiente, devido a sua relevância e

suas especificidades.

Os acidentes de trânsito são a maior causa de morte de jovens no mundo

Eles constituem a principal causa de mortes de jovens entre os 10 e 24 anos, de acordo com dados da OMS. Além disso, a pesquisa também indica que a taxa de mortalidade por acidentes de trânsito é bem maior entre homens em relação às mulheres na mesma faixa etária.

Os acidentes de trânsito são classificados como causas externas nas taxas de mortalidade dos indivíduos, e os estudos apontam que o número de mortes entre os homens é maior por causa da imprudência, do uso abusivo de álcool e da condução em alta velocidade. E, geralmente, esses com-portamentos estão associados ao pensamento de que os homens são excelentes condutores e de que, consequentemente, o risco de acidentes não existe.

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Essa concepção foi construída ao longo dos anos na sociedade e constitui um problema no cenário de saúde desses indivíduos, exigindo intervenções como a elaboração de políticas que incen-tivem a cultura de paz no trânsito.

Dessa forma, o agente comunitário, no acompanhamento dos homens em seu território de abrangência, deve estar atento à influência das questões de gênero que podem atuar de forma posi-tiva ou negativa sobre a condição de saúde deles.

Saiba mais

No artigo “Gênero e saúde: o cuidar do homem em debate”, você pode ler mais sobre o tema. Vamos consultar?

Link: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/ptp/v13n3/v13n3a12.pdf

Vamos praticar?

4 – Sobre a influência das questões de gênero na saúde do homem, assinale (V) para os itens verdadeiros ou (F) para os falsos.

a- ( ) O conceito de gênero está relacionado às características biológicas do que é ser homem ou mulher.

b- ( ) Apesar da importância das questões de gênero na saúde dos homens, elas não foram incorporadas às políticas dessa área.

c- ( ) Socialmente, apesar das mulheres, ao longo dos anos, serem consideradas o sexo frágil, elas apresentam indicadores de saúde melhores em relação aos homens.

Letra a: falso, lembre-se de que gênero refere-se a um conjunto de relações, atributos, papéis, atitudes e crenças socialmente definidas e historicamente construídas, que determinam o que significa ser homem ou ser mulher.

Letra b: falso, lembre-se de que a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem incorpora a discussão da importância da mudança nas práticas de cuidado com os homens na perspectiva da prevenção e da compreensão ampliada do conceito de saúde.

Letra c: verdadeiro, lembre-se de que as políticas de saúde para as mulheres constituem a agen-da do Ministério há vários anos, enquanto as de saúde para os homens são um avanço relativa-mente recente, desigualdade que interfere nos indicadores de saúde desses sujeitos.

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1.4 Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem

A PNAISH representa um avanço no atendimento às necessidades de saúde da população mas-culina no SUS, porque ela apresenta esse grupo como uma das prioridades para as políticas de saúde. Foi construída a partir da colaboração entre diversas instituições e setores sociais e implicou a cons-trução da compreensão do homem como um indivíduo complexo e com diversas particularidades.

O principal objetivo dessa política é nortear ações de atenção integral à saúde do homem, com-preendendo a influência da realidade singular masculina nos variados contextos sociais, culturais, po-líticos, geográficos e econômicos. Essas ações são realizadas por meio do estímulo do autocuidado e do reconhecimento da saúde como um direito social básico e de cidadania de todos os homens no Brasil, além de uma oferta de serviços nos diferentes níveis de cuidado.

Essa perspectiva possibilita um aumento na expectativa de vida

e uma redução dos índices de adoecimento e mortalidade por

causas evitáveis entre os homens!

A PNAISH é direcionada a todos os homens em território nacional, com foco nos indivíduos en-tre 25 e 59 anos, uma vez que esse grupo etário corresponde a mais de 40% da população masculina e 20% da população brasileira. Esse recorte é estratégico pela parcela preponderante responsável pela força produtiva na sociedade, e também porque exerce um papel social, político e cultural significa-tivo.

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A Portaria nº 1.944, de 2009, estabelece os princípios, as diretrizes, os objetivos, as responsabi-lidades institucionais das unidades federativas e o processo de avaliação e monitoramento da opera-cionalização da PNAISH, além de apresentar um panorama epidemiológico, destacando os principais agravos relacionados à morbidade e à mortalidade masculina na faixa de 20 a 59 anos.

Esse panorama constitui uma importante estratégia do Ministério da Saúde, com o objetivo de incentivar o fortalecimento da atenção à saúde no nível primário, antes que os agravos requeiram cuidados especializados.

Curiosidade

Você sabia que cerca de setenta e cinco por cento (75%) das doenças que atingem a população masculina pertence a cinco grandes áreas? São elas: urologia, saúde mental, gastroenterologia e pneumologia.

Essa política possui algumas características particulares que são importantes na construção da visão ampliada da atenção à saú-de do homem. Primeiro, uma mudança no foco dos cuidados, saindo do campo restrito dos programas assistenciais para uma perspecti-va ampla que privilegia a atenção integral e a educação para pro-mover mudanças comportamentais indispensáveis à consolidação das ações propostas. Segundo, a articulação entre os setores go-vernamentais e sociais; e, finalmente, a articulação com a PNAB, fortalecendo as ações e os serviços da Estratégia Saúde da Família.

Urologia: especialida-de médica dedicada ao sistema urinário masculino.

Gastroen-terologia: especialidade médica do sis-tema digestivo.

Pneumologia: especialidade médica que acompanha o sistema respira-tório.

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Os princípios que orientam a ação dos profissionais de saúde propostos pela política encon-tram-se no diagrama a seguir:

A compreensão da integralidade ocorre com a concretização de práticas que facilitem o acesso dos indivíduos aos cuidados de saúde de forma resolutiva e que atendam às necessidades específicas de cada fase da vida, considerando as características culturais, sociais e econômicas, ou seja, atenden-do às necessidades mais amplas de saúde, valorizando o contexto em que se apresentam.

Em relação ao acolhimento, a discussão aponta para uma postura ética que sugere uma escuta ativa das queixas e das necessidades do sujeito, reconhecendo-o como protagonista no seu processo de saúde e adoecimento e na responsabilidade pela resolução de suas dificuldades, ou seja, acolher é um compromisso de resposta às necessidades de todos os cidadãos que precisam dos serviços de saúde.

A equidade, por sua vez, refere-se a oferecer condições melhores para os indivíduos em situa-ção de desigualdade, ou seja, oferecer os serviços de saúde aos sujeitos que mais precisam.

Parece ser desnecessário discutir o conceito de humanização na área da saúde, considerando que o objeto de trabalho e a mão de obra são os seres humanos. Contudo, ao longo dos anos, devido às diversas situações, como a precarização dos ambientes de trabalho e o aumento na demanda dos serviços, houve um distanciamento na relação profissional-usuário e uma mecanização do processo de cuidar.

Assim, é fundamental refletir sobre o que queremos dizer com humanização em saúde. A hu-manização ocorre com a valorização dos sujeitos envolvidos no processo, incentivando a sua autono-mia, a corresponsabilização e a formação de vínculos (BRASIL, 2001).

Para cumprir os princípios propostos, são necessários: a promo-ção, o reconhecimento e o respeito das questões éticas e dos direitos dos homens; o favorecimento do acesso aos serviços de saúde nos dife-rentes níveis de atenção; a articulação intersetorial e multiprofissional; as orientações de promoção da saúde e prevenção de doenças; a cap-tação precoce dos problemas da população masculina para as ações de atenção primária.

Depois de revermos esses conceitos que norteiam a PNAISH, você deve estar se perguntando por que eles são importantes nesse momento. Vamos descobrir juntos? Maria Tereza, Agente Comunitária de Saúde, irá nos ajudar.

Mecanização: substituição do trabalho humano por máquinas.

Corresponsa-bilização: res-ponsabilidade compartilhada entre duas ou mais pessoas.

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Olá, amigo! Você já conheceu os objetivos da PNAISM? Não? Então

vamos conhecê-los juntos para que você possa entender essa relação.

Os objetivos gerais da PNAISM incluem a melhoria das condições de vida e saúde das mulheres brasileiras, assegurando os direitos constituídos e a ampliação do acesso aos serviços de promoção, prevenção, assistência e recuperação da saúde, que ofereçam qualidade e humanização no cuidado, a fim de reduzir a morbidade e a mortalidade feminina em todas as fases da vida.

No quadro, a seguir, encontram-se os principais objetivos específicos da PNAISH e a contribui-ção do ACS para sua implementação no Sistema Único de Saúde (SUS).

Os objetivos específicos e os agentes comunitários de saúde

• Promover, na população masculina, a prevenção e o controle de doenças sexualmente transmissíveis e da infeção pelo HIV.

• Estimular a implantação e a implementação da assistência em saúde sexual e reprodutiva.

• Encorajar a participação e a inclusão do homem nas ações de planejamento da vida sexual e reprodutiva, enfocando a paternidade responsável.

ACS: contribui com a distribuição dos métodos contraceptivos para a população, realizando orientações sobre o uso e sua importância para a saúde, e facilitar o acesso às reuniões de planeja-mento reprodutivo da UBS.

• Promover a parceria com a sociedade civil organizada e outras entidades para realizar a divulgação das medidas de promoção da saúde entre os homens.

ACS: ajuda no fortalecimento do vínculo da equipe de saúde com os indivíduos, as famílias e as comunidades sociais.

• Ampliar, por meio da educação, o acesso da população masculina às informações sobre as medidas de prevenção de doenças comuns nesse grupo populacional, fortalecendo o incentivo à prática do autocuidado.

ACS: contribui para ampliar o acesso dos homens aos serviços oferecidos na unidade básica de saúde (UBS) e realiza ações de promoção da saúde e prevenção de doenças.

• Promover a atenção integral à saúde do homem em condições especiais (indígenas, ne-gros, gays, bissexuais, trabalhadores rurais, indivíduos com deficiência e outros).

ACS: auxilia a identificar indivíduos em situação de vulnerabilidade que necessitem de acom-panhamento da equipe de saúde.

• Garantir o acesso aos serviços especializados de atenção à saúde para os casos que neces-sitem desse atendimento.

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ACS: contribui para identificar os casos que necessitem de avaliação da equipe de saúde a fim de realizar os encaminhamentos necessários aos pontos de atenção da Rede SUS.

• Estimular, implantar e qualificar os profissionais para a atenção às disfunções sexuais masculinas.

• Estimular a implantação e a implementação da assistência em planejamento reprodutivo masculino, no âmbito da atenção integral à saúde.

ACS: contribui realizando o encaminhamento desses indivíduos para avaliação da equipe de saúde.

• Fortalecer a assistência básica no cuidado com o homem, facilitando e garantindo o aces-so e a qualidade da atenção necessária ao enfrentamento dos fatores de risco das doenças e dos agravos à saúde.

ACS: realiza acompanhamento desses indivíduos, orientando a promoção da saúde e a pre-venção de doenças, fortalecendo os vínculos com o serviço de saúde e atendendo às necessidades ao longo das fases de vida.

Após conhecer os objetivos da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, você pode perceber que ela pretende melhorar a qualidade de vida da população masculina, ampliando o acesso aos serviços de saúde e outros setores. Além disso, a PNAISH valoriza a participação e a res-ponsabilização tanto do profissional como do usuário no processo saúde/doença (humanização) e considera o conjunto de determinantes e condicionantes envolvidos no contexto (integralidade).

A perspectiva da PNAISH de fortalecer a atenção básica e a preven-ção de agravos à saúde é baseada no resultado de vários estudos que têm comprovado o fato de que a população masculina é mais vulnerável ao adoecimento que a feminina, principalmente em relação às enfermidades graves e crônicas, assim como apresentam índices de mortalidade mais precoce do que a das mulheres.

Uma das explicações para esse cenário consiste no fato de que os homens não procuram atendimento e acompanhamento nos serviços de atenção básica e aden-tram o sistema de saúde por meio da atenção especializa-da, com condições de saúde mais graves, implicando retar-do da atenção e maiores custos de assistência para o SUS.

Nesse cenário, é fundamental reconhecer a importância das ações qualificadas e organizadas na atenção primária, a fim de garantir uma promoção da saúde e prevenção dos agravos evitáveis de forma efetiva.

Quais os motivos que podem levar os homens a não procurarem as unidades básicas de saúde?

Geralmente, a dificuldade de adesão dos homens às medidas de aten-ção integral propostas pelos profissionais da atenção básica é decorrente de variáveis culturais e de estereótipos de gênero. Essas concepções favo-recem a construção da imagem do homem como indivíduo forte, incapaz de adoecer, e da doença como um sinal de fragilidade que não é inerente à condição biológica masculina. “O homem julga-se invulnerável, o que acaba contribuindo para que ele cuide menos de si mesmo e se exponha mais às situações de risco" (BRASIL, 2009).

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O entendimento dessas barreiras construídas social e cultural-mente é importante para o trabalho do agente comunitário, na ela-boração de medidas estratégicas que venham a promover o acesso e a continuidade do acompanhamento da saúde da população masculina no território de abrangência da unidade básica, a fim de resguardar a prevenção e a promoção como eixos de intervenção.

Essas considerações favorecem a promoção da equidade na aten-ção a grupo que deve ser considerado em suas diferenças por idade, por con-dições sociais, de moradia, econômicas, étnicas, raciais, físicas e mentais, além da orientação sexual e da identidades de gênero que assume o indivíduo. A PNAISH, portanto, além de evidenciar os principais fatores de adoecimento e mor-talidade entre os homens, reconhece a influência dos determinantes sociais que resultam na vulnerabilidade da população masculina aos problemas de saúde, considerando que as questões sociais sobre o que é ser homem podem comprometer o acesso à atenção integral. Des-sa forma, os profissionais envolvidos na concretização das propostas dessa política precisam estar aptos a mobilizar a população masculina brasileira para a aluta e a ga-rantia do seu direito social à saúde, tornando-a protagonista de suas demandas.

Vamos praticar?

5 – Sobre a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, assinale (V) para as alter-nativas verdadeiras ou (F) para as falsas.

a- ( ) O principal objetivo da PNAISH é fortalecer o atendimento hospitalar em resposta às demandas de saúde da população masculina.

b- ( ) O acolhimento refere-se a um processo de escuta ativa com postura empática das ne-cessidades e das queixas dos sujeitos.

c- ( ) É comum observar nos serviços de saúde que os homens, geralmente, procuram aten-dimento nas emergências.

Letra a: falso, lembre-se de que a polí-tica possui características particulares importantes na construção da visão ampliada da assistência em saúde com ações centradas na atenção primária.

Letra b: verdadeiro, lembre-se de que o acolhimento é um importante prin-cípio orientador das mudanças nas práticas no SUS, tornando o indivíduo o objeto central do cuidado em saúde.

Letra c: verdadeiro, lembre-se de que, frequentemente, esse grupo populacional não realiza o acompanhamento nos serviços de atenção básica e entra no SUS por meio dos serviços especia-lizados com condições de saúde mais graves.

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1.5 Atribuições do agente comunitário nas políticas de saúde dos homens

A equipe de saúde deve trabalhar de forma multidisciplinar e integrada para garantir a ofer-

ta de cuidados com qualidade para os homens, assim como para identificar indivíduos desse grupo populacional em situação de vulnerabilidade. É fundamental que todos os profissionais da equipe conheçam os recursos comunitários disponíveis para a sua atuação, as peculiaridades e os princípios da assistência integral à saúde desses sujeitos.

Nesse contexto, o agente comunitário é crucial na identificação de sujeitos que necessitam de cuidados especiais, bem como no acompanhamento dessas pessoas, além de sua efetiva participação nas ações de promoção à saúde e prevenção de doenças, visando a atender às necessidades da popu-lação masculina durante o ciclo de vida.

A formação do vínculo entre o agente comunitário e o homem ocorre a partir de uma atitude de escuta ativa e de compreensão do contexto de vida e dos fatores que interferem no processo saúde e doença. Dessa forma, é necessário propiciar um espaço que permita aos indivíduos sentirem-se à vontade para falar sobre suas dúvidas, angústias, medos, dificuldades e curiosidades em relação à pre-venção do adoecimento. É importante, portanto, oferecer as orientações de forma simples, objetiva e em linguagem acessível, respeitando os valores sociais e culturais dos sujeitos e também levando em conta o contexto de sua realidade.

Vamos conhecer as principais atividades desempenhadas pelo agente comunitário de saúde no cuidado ao homem?

Atribuições dos agentes cmunitários no cuidado à saúde do homem

• Captar homens que não estejam realizando acompanhamento regular na unidade ou que nunca foram atendidos nos serviços de saúde.

• Realizar orientações para promoção da saúde e prevenção de doenças comuns na popula-ção masculina.

• Orientar sobre os programas e as consultas oferecidos, além do funcionamento da unidade básica de saúde.

• Identificar situações de risco e vulnerabilidade no contexto de vida dos homens.

• Observar a adesão ao plano terapêutico proposto, quando necessário, pela equipe de saúde.

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• Informar a equipe de saúde sobre homens que estão em situação de vulnerabilidade social ou biológica.

• Realizar o cadastramento de todos os homens do seu território de abrangência na unidade básica.

• Realizar visitas domiciliares regulares às famílias do território de abrangência.

• Fomentar a formação do vínculo entre o homem e a equipe de saúde.

• Verificar a atualização do cartão de vacinação do homem.

Vamos praticar?

O que podemos fazer nesse caso?

Rodrigo, 25 anos, solteiro, professor, reside na cidade de Berim-bau desde que nasceu. Era habitante do território de abrangên-cia da unidade do agente comunitário Antônio. Nas últimas visi-tas domiciliares, Antônio observou que Rodrigo não comparecia às consultas agendadas na UBS, e, quando questionado sobre os métodos contraceptivos que utilizava com sua namorada, res-pondeu que só usava camisinha quando lembrava. Ele queixou-se para o agente sobre um incômodo na região íntima, mas disse que ir à unidade de saúde era coisa de mulher. Preocupado com a situação, Antônio resolveu levar o caso para a equipe.

6 – A partir dos estudos ao longo da lição, discuta o impacto das questões de gênero no caso apresentado e proponha duas intervenções para o agente comunitário de saúde.

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Dica: lembre-se de que, socialmente, grande parcela dos homens considera desnecessário o acom-panhamento de sua situação de saúde, sendo fundamental o papel do ACS na orientação médica, bem como na comunicação da equipe de saúde de casos que necessitem de intervenção.

Resumindo

O profissional da atenção básica tem um papel funda-mental na assistência à saúde dos homens, devido à proximi-dade e ao acompanhamento contínuo desse grupo popula-cional. É importante que o agente comunitário compreenda a evolução das políticas públicas que visam a garantir os di-reitos desses indivíduos para oferecer uma assistência com maior qualidade e humanização. Considerando os conceitos de integralidade, humanização e gênero, as políticas de aten-ção à saúde avançaram ao longo dos anos, superando a visão fragmentada e biologicista.

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Portanto, atualmente, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem visa a cons-truir e consolidar os avanços em relação aos direitos sexuais e reprodutivos, favorecendo o planeja-mento contínuo de ações e enfatizando a melhoria da atenção às condições crônicas e o combate à violência em suas diversas formas. Agrega, também, a prevenção de doenças e o acompanhamento de homens portadores do vírus HIV, de doenças crônicas não transmissíveis e câncer, com uma aten-ção integral, humanizada e de qualidade em todo o seu ciclo de vida.

Estudamos, nesta lição, a evolução das políticas de assistência ao homem no Brasil. Veja se você se sente apto a:

• discutir a evolução das políticas de saúde do homem;

• descrever a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem;

• compreender o impacto das questões de gênero na atenção à saúde dos homens no SUS;

• conhecer o Plano de Ação Nacional para a Saúde da População Masculina;

• explicar as atribuições do agente comunitário de saúde nas políticas de saúde do homem.

Parabéns, você finalizou os estu-dos sobre a evolução das políticas de saúde para os homens. Vamos

colocar em prática o conhecimento adquirido? Até a próxima!

Parabéns, você fina-lizou esta lição!

Agora res-ponda às questões ao lado.

Exercícios

Questão 1 – As políticas de atenção à saúde do homem sofreram modificações ao longo dos últimos anos, na perspectiva da elaboração de estratégias para o cuidado com esses indi-víduos. Sobre o tema, assinale a alternativa incorreta.

a) Apesar dos avanços na atenção à saúde do homem, os programas elaborados pelo Ministério ainda são centrados em grupos considerados como vulneráveis, como as crian-ças, as mulheres e os idosos.

b) No Sistema Único de Saúde, as políticas de atenção à saúde do homem ganharam destaque após a formulação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, em 2009.

c) A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem tem por objetivo reduzir o perfil de adoecimento e mortalidade entre esses indivíduos, assim como aumentar a sua acessibilidade aos serviços de saúde, principalmente em nível hospitalar.

d) A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem foi elaborada em conso-nância com os objetivos da Política Nacional de Atenção Básica.

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Questão 2 – Considerando a importância da implementação das políticas de saúde para melhoria na qualidade de vida da população masculina, assinale a alternativa que não compreende uma atribuição do agente comunitário sobre o tema.

a) Identificar homens em situação de vulnerabilidade e risco.b) Realizar atualização da situação vacinal da população masculina.c) Realizar o cadastramento da população masculina do seu território de abrangência.d) Realizar visitas domiciliares periódicas para os homens e suas famílias.

Questão 3 – As portarias publicadas pelo Ministério da Saúde, a partir de 2009, são di-recionadas para a operacionalização da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem. Sobre o tema, assinale a alternativa que não compreende um marco regulatório.

a) Portaria nº 3.209 de 2009. b) Portaria nº 1.008 de 2010.c) Portaria nº 2.708 de 2011.d) Portaria nº 9.606 de 2012.

Questão 4 – O conceito “conjunto de relações, atributos, papéis, atitudes e crenças, so-cialmente definidas e historicamente construídas, que determinam o que significa ser ho-mem ou ser mulher” refere-se ao:

a) conceito de gênero.b) conceito de empatia.c) conceito de sexo.d) conceito de humanização.

Questão 5 – Sobre a influência das questões de gênero na saúde do homem, assinale a alternativa correta.

a) Devido às construções históricas e sociais, as questões de gênero não são desiguais na sociedade.

b) As questões de gênero de uma determinada sociedade influenciam no modo como os homens se relacionam na comunidade e determinam comportamentos que podem ser prejudiciais ou protetores para a saúde.

c) As características sociais e de relação dos homens na sociedade implicam um impacto nas condições de saúde da população masculina. Desse modo, as questões de gênero não são consideradas determinantes da saúde.

d) A construção do conceito ampliado de saúde para além das questões biológicas não envolve a compreensão das questões de gênero.

Questão 6 – Em comparação com os indicadores de saúde da população feminina, os homens possuem taxas de morbidade e mortalidade superiores às das mulheres. Sobre o tema, assinale a alternativa incorreta.

a) Entre os motivos apontados pelos homens que dificultam o acesso aos serviços de saúde, estão a incompatibilidade com o horário de trabalho e os preconceitos sociais.

b) Os serviços de saúde estão estruturados para acolher as demandas da população mas-culina, visto que os homens constituem um grupo prioritário para o SUS há vários anos.

c) Apesar de reconhecidas as necessidades de saúde da população masculina, ainda é invisível para muitos profissionais de saúde a importância das demandas desses sujeitos.

d) A concepção de invulnerabilidade ao adoecimento entre os homens dificulta a sua procura pelos serviços de saúde, principalmente da atenção básica.

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Questão 7 – A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem foi elaborada em consonância com os princípios da Política Nacional de Atenção Básica. Assinale a alter-nativa correta sobre o tema.

a) Humanização é oferecer condições desiguais para os indivíduos em situação de desi-gualdade, ou seja, oferecer os serviços de saúde aos sujeitos que mais precisam.

b) A compreensão da integralidade ocorre com a concretização de práticas que difi-cultam o acesso dos indivíduos às ações de saúde de forma resolutiva e que atendam às necessidades específicas de cada ciclo de vida.

c) O acolhimento refere-se a uma postura ética que implica a escuta ativa das quei-xas e das necessidades do sujeito, reconhecendo-o como protagonista no seu processo de saúde.

d) A equidade ocorre com a valorização dos sujeitos envolvidos no processo, incenti-vando a sua autonomia, a corresponsabilização e a formação de vínculos.

Questão 8 – A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem representou um importante avanço no direito à saúde desses indivíduos. Sobre o tema, assinale a alter-nativa que não compreende um objetivo dessa lei.

a) Aumentar a capacidade de atendimento aos homens nos hospitais.b) Assistência às necessidades de saúde sexual e reprodutiva do homem.c) Mobilização social para promoção da saúde do homem.d) Capacitação dos recursos humanos para trabalho com os homens.

Questão 9 – Sobre as atribuições do agente comunitário na implementação das políti-cas de cuidado à saúde do homem, assinale a alternativa incorreta.

a) Para a formação do vínculo entre os ACS e a população masculina, é fundamental uma postura de acolhimento, com escuta ativa das necessidades desses indivíduos.

b) O ACS deve oferecer as orientações de forma simples, objetivas e em linguagem aces-sível, respeitando os valores sociais e culturais dos sujeitos.

c) Para oferecer uma atenção integral e qualificada às necessidades de saúde da popu-lação masculina, o ACS deve trabalhar de forma integrada e articulada com a equipe de atenção básica.

d) O ACS não está apto a identificar indivíduos na população masculina em situação de vulnerabilidade, cabendo aos demais profissionais da equipe esse cuidado.

Questão 10 – A equipe de atenção básica é fundamental para a construção e a concre-tização da assistência em saúde da população masculina. Sobre o tema assinale a alterna-tiva incorreta.

a) A equipe de atenção básica constitui um importante instrumento de apoio aos servi-ços hospitalares de assistência em saúde.

b) A equipe de atenção básica é importante para a identificação da situação de saúde dos homens do território de abrangência.

c) O vínculo da equipe de atenção básica é importante para o fortalecimento da promo-ção da saúde entre a população masculina do território de abrangência.

d) A equipe de atenção básica é importante para facilitar o acesso da população mascu-lina aos serviços de saúde.