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07-10-2013 1 HISTÓRIA DAS POLÍTICAS DE AMBIENTE António Gonçalves Henriques 1968 Conferência Intergovernamental sobre o Uso e a Conservação da Biosfera UNESCO – Discussão inicial sobre o conceito de sustentabilidade.

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07-10-2013

1

HISTÓRIA DAS POLÍTICAS DE AMBIENTE

António Gonçalves Henriques

1968

Conferência Intergovernamental sobre o

Uso e a Conservação da Biosfera

UNESCO

– Discussão inicial sobre o conceito de

sustentabilidade.

07-10-2013

2

1968

Missão da Apolo 8

1969

Criação da ONG "Friends of the Earth“

– Objectivos: Proteger o planeta da degradação

ambiental; conservação da diversidade biológica,

cultural e étnica; dar voz aos cidadãos para a

protecção do ambiente.

07-10-2013

3

1969

National Environment Policy Act

EUA

– Estabelece a política nacional de ambiente.

1970

Primeiro Dia da Terra

EUA

– 20 milhões de pessoas participam em

manifestações pacíficas em defesa do ambiente.

07-10-2013

4

1971

Criação da ONG "Greenpeace“

Canada

– Lançamento de uma agenda para a protecção do

ambiente, através de acções não-violentas da sociedade

civil.

Princípio do poluidor-pagador

OCDE

– Introdução de instrumentos económicos nas políticas

ambientais.

07-10-2013

5

1972

Conferência das Nações Unidas

sobre o Ambiente Humano

Estocolmo – Primeira grande Conferência Inter-Governamental

de Ambiente, presidida por Maurice Strong,

centrada nos problemas da poluição regional e, em

particular, das chuvas ácidas.

– Adoptada a Declaração de Estocolmo, o Plano de

Acção com 109 Recomendações e uma Resolução.

– Criado o Programa das Nações Unidas para o

Ambiente (UNEP), com sede em Nairobi.

– Instituido o Dia Mundial do Ambiente, 5 de Junho.

Declaração de Estocolmo Princípio 1:

O homem tem o direito fundamental à liberdade, igualdade e condições adequadas de

vida, num ambiente de qualidade tal que permita uma vida de dignidade e bem-estar, e

tem a responsabilidade solene de proteger e melhorar o ambiente para as gerações

presentes e futuras. As políticas que promovem ou perpetuam o apartheid, segregação

racial, a discriminação, formas coloniais e outras formas de opressão e de dominação

estrangeira são condenadas e devem ser eliminadas.

Princípio 2:

Os recursos naturais da terra, incluindo o ar, a água, os solos, a flora e a fauna e

especialmente as amostras representativas dos ecossistemas naturais, devem ser

preservados em benefício das gerações presentes e futuras, mediante um cuidadoso

planeamento e gestão.

Princípio 3

A capacidade da terra para produzir recursos vitais renováveis deve ser mantida e,

sempre que possível, restaurada ou melhorada.

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Declaração de Estocolmo Princípio 4:

O homem tem uma responsabilidade especial de preservar e administrar

judiciosamente o património da fauna e seu habitat, que estão em grave perigo por uma

combinação de factores adversos. A conservação da natureza, incluindo a fauna, deve,

portanto, ser alvo de especial importância no planeamento do desenvolvimento

económico.

Princípio 5:

Os recursos não renováveis da terra devem ser usados de forma a evitar o seu

esgotamento e assegurar que os benefícios de tal uso sejam compartilhados por toda a

humanidade.

Princípio 6:

A descarga de substâncias tóxicas ou de outras substâncias, e a libertação de calor, em

quantidades ou concentrações tais que excedem a capacidade do ambiente para os

tornar inócuos, deve ser evitada, a fim de assegurar que não sejam causados danos

graves ou irreversíveis aos ecossistemas. A justa luta dos povos dos países afectados

pela poluição deve ser apoiada.

Declaração de Estocolmo Princípio 7:

Os Estados devem tomar todas as medidas possíveis para evitar a poluição dos mares

por substâncias susceptíveis de criar riscos para a saúde humana, prejudicar os

recursos biológicos e a vida marinha ou interferir com outras utilizações legítimas do

mar.

Princípio 8:

O desenvolvimento económico e social é essencial para garantir a vida e o ambiente de

trabalho favorável para o homem e para a manutenção das condições necessárias para

a melhoria da qualidade de vida.

Princípio 9:

As condições ambientais degradadas pelas situações de subdesenvolvimento e pelos

desastres naturais colocam graves problemas e podem ser compensadas pelo

desenvolvimento acelerado mediante a transferência atempada e oportuna de recursos

financeiros e tecnológicos como complemento dos esforços internos dos países em

desenvolvimento.

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Declaração de Estocolmo Princípio 10:

Para os países em desenvolvimento, a estabilidade dos preços e os rendimentos

adequados dos produtos primários e das matérias-primas são essenciais para a gestão

ambiental, devendo ser devidamente considerados os factores económicos, bem como

processos ecológicos associados.

Princípio 11:

As políticas ambientais de todos os Estados devem ser melhoradas e não devem

afectar adversamente o potencial de desenvolvimento presente ou futuro dos países em

desenvolvimento, nem devem prejudicar a realização de melhores condições de vida

para todos. Devem ser adoptadas medidas adequadas pelos Estados e pelas

organizações internacionais com vista a chegar a acordo sobre as consequências

económicas resultantes da aplicação de medidas ambientais.

Princípio 12:

Devem ser disponibilizados recursos para preservar e melhorar o ambiente, tendo em

conta as circunstâncias e necessidades particulares dos países em desenvolvimento e

quaisquer custos que possam resultar da aplicação de medidas de protecção ambiental

devem ser considerados no planeamento de desenvolvimento bem como as

necessidades de assistência internacional técnica e financeira para esse fim.

Declaração de Estocolmo Princípio 13:

A fim de alcançar uma gestão mais racional dos recursos e para melhorar o ambiente,

os Estados devem adoptar uma abordagem integrada e coordenada do planeamento do

desenvolvimento, de modo a garantir que o desenvolvimento seja compatível com a

necessidade de proteger e melhorar o ambiente para o benefício das sua população.

Princípio 14:

O planeamento racional constitui um instrumento essencial para conciliar qualquer

conflito entre as necessidades de desenvolvimento e a necessidade de proteger e

melhorar o ambiente.

Princípio 15

O planeamento deve ser aplicada ao povoamento e à urbanização de forma a evitar os

efeitos adversos sobre o ambiente e obter o máximo de benefícios sociais, económicos

e ambientais para todos. Devem ser abandonados os modelos de povoamento e de

urbanização concebidos de acordo com a dominação colonialista e racista.

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Declaração de Estocolmo Princípio 16:

As políticas demográficas que, sem prejudicarem os direitos humanos básicos e que

sejam consideradas adequadas por parte dos governos legítimos, deverão ser

aplicados nas regiões onde a taxa de crescimento da população ou a concentração

populacional excessiva sejam susceptíveis de ter efeitos adversos sobre o ambiente e

impedir o desenvolvimento humano.

Princípio 17:

Deve ser confiada às instituições nacionais apropriadas a tarefa de planear, gerir ou

controlar os recursos ambientais dos Estados com vista a melhorar a qualidade

ambiental.

Princípio 18:

A ciência e a tecnologia devem contribuir para o desenvolvimento económico e social,

devem ser aplicadas para a identificação, prevenção e controle de riscos ambientais e

para a solução dos problemas ambientais e para o bem comum da humanidade.

Declaração de Estocolmo Princípio 16:

As políticas demográficas que, sem prejudicarem os direitos humanos básicos e que

sejam consideradas adequadas por parte dos governos legítimos, deverão ser

aplicados nas regiões onde a taxa de crescimento da população ou a concentração

populacional excessiva sejam susceptíveis de ter efeitos adversos sobre o ambiente e

impedir o desenvolvimento humano.

Princípio 17:

Deve ser confiada às instituições nacionais apropriadas a tarefa de planear, gerir ou

controlar os recursos ambientais dos Estados com vista a melhorar a qualidade

ambiental.

Princípio 18:

A ciência e a tecnologia devem contribuir para o desenvolvimento económico e social,

devem ser aplicadas para a identificação, prevenção e controle de riscos ambientais e

para a solução dos problemas ambientais e para o bem comum da humanidade.

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Declaração de Estocolmo Princípio 19:

A educação ambiental, para a geração mais jovem, bem como para os adultos, dando a

devida atenção aos mais desfavorecidos, é essencial para ampliar a base de uma

opinião esclarecida e uma conduta responsável pelos indivíduos, as empresas e as

comunidades para proteger e melhorar o ambiente na sua dimensão humana completa.

É também essencial que os meios de comunicação e divulgação evitem contribuir para

a deterioração do ambiente, mas, pelo contrário, divulguem informações de carácter

educativo sobre a necessidade de projetar e melhorar o ambiente.

Princípio 20

A investigação científica e o desenvolvimento dos problemas ambientais, tanto

nacionais e multinacionais, deve ser promovida em todos os países, especialmente nos

países em desenvolvimento. Neste contexto, o livre fluxo de informação científica

actualizada e a transferência de experiências deve ser apoiada, para facilitar a solução

dos problemas ambientais. As tecnologias ambientais devem ser disponibilizados aos

países em desenvolvimento em termos que permitam encorajar a sua ampla divulgação

sem constituir um ónus económico para os países em desenvolvimento.

Declaração de Estocolmo Princípio 21:

Os Estados, de acordo com a Carta das Nações Unidas e os princípios do direito

internacional, têm o direito soberano de explorar seus próprios recursos segundo suas

políticas ambientais, e a responsabilidade de assegurar que actividades sob sua

jurisdição ou controle não causem danos ao ambiente de outros Estados ou de áreas

para além dos limites da jurisdição nacional.

Princípio 22:

Os Estados devem cooperar para desenvolver o direito internacional relativo à

responsabilidade e indemnização das vítimas de poluição e outros danos ambientais

causados por actividades dentro da jurisdição ou controle desses Estados que atinjam

áreas fora de sua jurisdição.

Princípio 23:

Sem prejuízo dos critérios que venham a ser acordados pela comunidade internacional,

ou das normas que sejam definidos nacionalmente, será essencial em todos os casos,

considerar os sistemas de valores predominantes em cada país e a extensão da

aplicabilidade de normas que, sendo válidas para os países mais avançados, podem

ser inadequadas e ter custos sociais inaceitáveis para os países em desenvolvimento.

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Declaração de Estocolmo Princípio 24:

As questões internacionais relativas à protecção e melhoria do ambiente deve ser

tratadas numa base de cooperação por todos os países, grandes e pequenos, em pé de

igualdade. A cooperação através de acordos multilaterais ou bilaterais ou outros meios

adequados é essencial para controlar eficazmente, prevenir, reduzir e eliminar os

efeitos ambientais negativos decorrentes das acividades realizadas em todas as

esferas, tendo em devida conta a soberania e os interesses de todos os Estados.

Princípio 25:

Os Estados devem assegurar que as organizações internacionais desempenham um

papel coordenado, eficiente e dinâmico para a protecção e melhoria do meio ambiente.

Princípio 26:

Homem e o ambiente devem ser poupados dos efeitos das armas nucleares e todos os

outros meios de destruição maciça. Os estados devem esforçar-se para chegar a um

acordo imediato, nos órgãos internacionais pertinentes, sobre a eliminação e a

destruição completa de tais armas.

Plano de Acção de Estocolmo O Plano de Acção de Estocolmo é constituído pelas seguintes

linhas:

(a) O programa de avaliação ambiental global (Earthwatch);

(b) Actividades de gestão ambiental;

(c) Medidas internacionais para apoiar as acções nacionais e

internacionais de avaliação e gestão.

As recomendações são agrupadas nas seguintes áreas:

(a) Recomendações para a acção a nível internacional

(b) Identificação e controlo da poluição de Importância

Internacional

(b.1) poluição em geral

(b.2) poluição marinha

(c) Aspectos educacionais, informativos, sociais e culturais das

questões ambientais

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Programa das Nações Unidas para o Ambiente

O Programa das Nações Unidas para o Ambiente, PNUA, (em

inglês: United Nations Environment Programme, UNEP) é uma

agência para o ambiente do sistema das Nações Unidas.

O PNUA tem como objectivo coordenar as acções internacionais

de protecção do ambiente e de promoção do desenvolvimento

sustentável. Para isso, trabalha com grande número de parceiros,

incluindo outras entidades das ONU, organizações internacionais,

organizações ligadas aos governos nacionais e organizações não

governamentais.

Dia Mundial do Ambiente

O Dia Mundial do Ambiente é celebrado a 5 de junho, foi criado

pela Assembleia Geral das Nações Unidas na resolução (XXVII)

de 15 de dezembro de 1972. Foi o dia em que foi aberta a

Conferência de Estocolmo.

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1972

Publicação de "Limites do Crescimento“

Clube de Roma – Lança alerta para os limites de recursos naturais, que não comportam o ritmo

de crescimento da população.

1973

Crise de petróleo

OPEP

– Debate sobre os limites dos combustíveis.

Repercussões na indústria automóvel e

aeronáutica e nas políticas de transportes. Arábia Saudita (1960)

Irão (1960)

Iraque (1960)

Kuwait (1960)

Venezuela (1960)

Quatar (1961)

Líbia (1962)

Indonésia (1962 a 2009)

Emirados Árabes Unidos (1967)

Argélia (1969)

Nigéria (1971)

Equador (1973 até 1992, e a

partir de 2007)

Gabão (1975 a 1994)

Angola (2007)

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1974

Alerta para o perigo da degradação da

Camada de Ozono Estratosférico

Revista “Nature”

– Artigo de Rowland e Molina alerta para a degradação da

camada de ozono provocada pelo uso de CFCs.

1974

Modelo Mundial sobre os Recursos Naturais

Fundacion Bariloche

– Resposta do 3º Mundo a “Limites do Crescimento",

reclama o crescimento e equidade para o 3º Mundo.

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1975

Convenção CITES

Washington

– regula o comércio internacional de espécies de

flora e fauna em perigo de extinção (assinada em

1973).

1977

Conferência das Nações Unidas sobre

Desertificação

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1978

Acidente do “Amoco Cadiz”

Costa da Bretanha, França

– Derrame de petróleo.

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1979

Convenção sobre poluição atmosférica

transfronteirça de longa distância

CEE/ONU Genebra

– Estabelece princípios gerais de cooperação internacional para a redução da poluição do ar e estabelece um quadro institucional ligando a Ciência e a Tecnologia, desenvolvendo políticas e medidas para o controlo da poluição fundamentadas cientificamente.

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1979

Acidente de “Three Mile Island”

Pensilvania, EUA

– Acidente com central nuclear.

1980

Estratégia Mundial para a Conservação

UICN – No capítulo sobre "desenvolvimento sustentável" são identificados os

principais agentes de destruição dos habitats, incluindo a pobreza, a

pressão demográfica, a inequidade social e o comércio. Apela a uma

nova estratégia internacional de desenvolvimento para alcançar uma

economia mundial mais estável e dinâmica, combatendo os impactes

da pobreza.

“Desenvolvimento Sustentável – manutenção dos processos

ecológicos essenciais e dos sistemas de suporte da vida, a

preservação da diversidade genética e a utilização sustentável das

espécies e dos ecossistemas” (IUCN, 1980, Estratégia Mundial de

Conservação).

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1980

Global 2000

EUA – Relatório promovido pelo Presidente Jimmy Carter,

reconhece que a biodiversidade é uma questão crítica

para o adequado funcionamento do ecossistema

planetário. A extinção das espécies enfraquece a robustez

dos ecossistemas.

1982

Convenção das Nações Unidas

sobre o Direito do Mar

ONU

– Estabele regras sobre o estabelecimento de

normas ambientais, bem como a aplicação de

medidas para a poluição do ambiente marinho.

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1982

Carta Mundial da Natureza

ONU

– Adopta o princípio de que qualquer forma de vida

é única e deve ser respeitada,

independentemente do seu valor para a

humanidade.

– Apela para um melhor conhecimento da

dependência da humanidade dos recursos

naturais e para a necessidade de controlar a

exploração desses recursos.

1984

Acidente de Bhopal

Bhopal, Índia

Emissão de 30 ton de gases

tóxicos letais (compostos de

cianeto) da fábrica da Union

Carbide provoca a morte

imediata de 3 787 pessoas e

afecta a saúde de cerca de

300 000 pessoas.

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1984

Conferência Internacional sobre

Ambiente e Economia

OCDE

– Conclui que a economia e o ambiente se

reforçam mutuamente. Lança as bases para o

relatório "O Nosso Futuro Comum“ da Comissão

sobre Ambiente e Desenvolvimento das Nações

Unidas.

1985

“Responsible Care”

Canadá – Estabelece um código de conduta da indústria química canadiana. É

actualmente aplicado em muitos países.

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1985

Alterações Climáticas

Áustria – Reunião do PNUA, da Sociedade Meteorológica Mundial e do

Conselho das Uniões Científicas Internacionais analisa o aumento da

concentração de CO2 e de outros gases com efeito de estufa na

atmosfera. Prevê o aquecimento global.

1985

Buraco da Camada de Ozono na Antártida

– Descoberto por cientistas ingleses e americanos.

Convenção de Viena para a Protecção da

Camada de Ozono

Nações Unidas

– Os Estados signatários acordaram tomar as medidas

apropriadas para proteger a saúde humana e o ambiente

contra os efeitos adversos resultantes ou que

provavelmente resultem das actividades humanas que

modificam a Camada de Ozono.

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1986

Acidente de Chernobyl

Ucrânia (União Soviética)

– Acidente com central nuclear, provoca uma

explosão radiactiva maciça.

1986

Acto Único Europeu

Comunidade Económica Europeia

– O ambiente é uma acção comunitária.

– São introduzidos no Tratado da Comunidade

Económica Europeia três artigos sobre o

ambiente.

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1987

Relatório Brundtland "O Nosso Futuro

Comum“

Nações Unidas

– Relatório da Comissão Mundial sobre

Ambiente e Desenvolvimento, analisa

conjuntamente as questões sociais,

económicas, culturais e ambientais a nível

mundial e formula soluções globais.

“Desenvolvimento Sustentável – desenvolvimento que procura

satisfazer as necessidades das gerações actuais sem

comprometer as gerações futuras de satisfazer as suas próprias

necessidades” (Comissão Mundial sobre Ambiente e

Desenvolvimento, Nações Unidas 1987, Relatório Brundtland).

“Desenvolvimento Sustentável – manutenção dos processos ecológicos essenciais e dos sistemas de suporte da vida, a preservação da diversidade genética e a utilização sustentável das espécies e dos ecossistemas” (IUCN, 1980, Estratégia Mundial de Conservação).

“Desenvolvimento Sustentável – desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades das gerações actuais sem comprometer as gerações futuras de satisfazer as suas próprias necessidades” (Comissão Mundial sobre Ambiente e Desenvolvimento, Nações Unidas 1987, Relatório Brundtland).

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1987

Protocolo de Montreal sobre as

Substâncias que Empobrecem a Camada

de Ozono

Nações Unidas – O Protocolo estabelece as medidas para aplicar a Convenção de Viena

de 1985, mas inclui clausulas de derrogação que permite que os

países em desenvolvimento possam, em determinadas circunstâncias,

não aplicar essas medidas.

1988

Painel Intergovernamental sobre as

Alterações Climáticas

Nações Unidas

– Painel constituído para avaliar o estado da

investigação científica, técnica e sócio-económica

das alterações climáticas.

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1989

Acidente do Exxon Valdez

Alasca

– O petroleiro Exxon Valdez

encalha e derrama 38800 ton

de crude na costa do Alasca.

1990

Cimeira Mundial da Criança

UNICEF

– Reconhecimento da importância do impacte sobre

o ambiente para as gerações futuras.

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1991

Colapso dos bancos de pesca do bacalhau da costa leste do Canadá – Existem apenas 2700 ton de biomassa é

regenerada, após um esforço de pesca de 190 000 ton

1991

Incêndio de poços de petróleo do

Kuwait

– Incêndio incontrolado em centenas

de poços de petróleo durante meses,

no Kuwait, após a Guerra do Golfo

Pérsico.

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CONVENÇÃO ENMOD

Convenção sobre a proibição do uso de técnicas de alteração ambiental

para fins militares ou quaisquer outras finalidades hostis ou Convenção

ENMOD é um tratado internacional para proibir o uso de técnicas de

alteração ambiental para fins militares ou hostis. Entrou em vigor em

Outubro de 1978: 74 países são partes ou signatários.

PROTOCOLO 1 À CONVENÇÃO DE GENEBRA DE 1949 (1977)

Artigo 55º

1. Devem ser adoptadas providencias na guerra para proteger o

ambiente natural contra danos generalizados e graves, a longo prazo.

Esta protecção inclui a proibição de utilização de métodos e meios de

guerra que se destinam ou que possam causar danos ao ambiente

natural e, desta forma, prejudicar a saúde ou a sobrevivência da

população.

2. São proibidos os ataques contra o ambiente natural por represálias.

1991

Convenção sobre Avaliação do Impacte Ambiental num

Contexto Transfronteiriço

CEE/ONU, Espoo

– Estabelece a obrigação das Partes de avaliar o impacte ambiental de determinados projectos na fase inicial de concepção.

– Estabelece a obrigação das Partes de notificação e consulta mútua sobre todos os projectos que possam ter um impacte significativo sobre o ambiente de outro Estado.

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1992

Cimeira da Terra

Rio de Janeiro

“Conferência das Nações Unidas sobre

Ambiente e Desenvolvimento”

– presidida por Maurice Strong. Foram adoptados:

• Declaração de Princípios do Rio,

• Agenda 21,

• Convenção sobre Diversidade Biológica,

• Convenção Quadro sobre Alterações Climáticas, e

• Declaração de Princípios sobre Florestas.

Declaração de Princípios do Rio Princípio 1:

Os seres humanos são o centro das preocupações para o desenvolvimento sustentável.

Têm direito a uma vida saudável e produtiva em harmonia com a natureza.

Princípio 2:

Os Estados, de acordo com a Carta das Nações Unidas e com os princípios do direito

internacional, têm o direito soberano de explorar os seus recursos próprios de acordo

com as suas próprias políticas de ambiente e desenvolvimento, e a responsabilidade de

assegurar que as actividades exercidas dentro da sua jurisdição ou controlo não

prejudiquem o ambiente de outros Estados ou de áreas para além dos limites da

jurisdição nacional.

Princípio 3:

O direito ao desenvolvimento deverá ser exercido por forma a atender equitativamente

às necessidades, de desenvolvimento e ambientais, das gerações presentes e futuras.

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Declaração de Princípios do Rio Princípio 4:

Para se alcançar um desenvolvimento sustentável, a protecção do ambiente deverá

constituir parte integrante do processo de desenvolvimento e não pode ser considerada

separadamente.

Princípio 5:

Todos os Estados e todos os povos deverão cooperar na tarefa fundamental de

erradicação da pobreza como condição indispensável ao desenvolvimento sustentável,

de forma a reduzir as disparidades nos níveis de vida e melhor satisfazer as

necessidades da maioria dos povos do mundo.

Princípio 6:

Deverá ser dada especial prioridade à situação e necessidades específicas dos países

em desenvolvimento, especialmente dos menos desenvolvidos e dos mais vulneráveis

em termos ambientais.

As acções internacionais no domínio do ambiente e desenvolvimento deverão também

dar resposta aos interesses e necessidades de todos os países.

Declaração de Princípios do Rio Princípio 7:

Os Estados deverão cooperar num espírito de parceria global para conservar, proteger

e recuperar a integridade do ecossistema da Terra.

Tendo em conta os diferentes contributos para a degradação ambiental global, os

Estados têm responsabilidades comuns mas diferenciadas.

Os países desenvolvidos reconhecem a responsabilidade que lhes cabe na procura, a

nível internacional, do desenvolvimento sustentável, considerando as pressões

exercidas pelas suas sociedades sobre o ambiente global e as tecnologias e os

recursos financeiros de que dispõem.

Princípio 8:

Para se alcançar um desenvolvimento sustentável e uma qualidade de vida mais

elevada para todos os povos, os Estados deverão reduzir e eliminar padrões

insustentáveis de produção e de consumo e promover políticas demográficas

apropriadas.

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Declaração de Princípios do Rio Princípio 9:

Os Estados deverão cooperar para reforçar as capacidades próprias endógenas para o

desenvolvimento sustentável, melhorando os conhecimentos científicos através do

intercâmbio de informações científicas e técnicas, e aumentando o desenvolvimento, a

adaptação, a difusão e a transferência de tecnologias, incluindo tecnologias novas e

inovadoras.

Princípio 10:

As questões ambientais são melhor tratadas com a participação de todos os cidadãos

interessados, ao nível apropriado.

Ao nível nacional, cada pessoa deverá ter acesso adequado à informação relativa ao

ambiente detidas pelas autoridades, incluindo informação sobre materiais e actividades

perigosas nas suas comunidades, e a oportunidade de participar nos processos de

tomada de decisão.

Os Estados deverão facilitar e incentivar a sensibilização e participação do público,

disponibilizando amplamente as informações.

O acesso efectivo aos processos judiciais e administrativos, incluindo os de

recuperação e de reparação, deverá ser garantido.

Declaração de Princípios do Rio Princípio 11:

Os Estados deverão promulgar legislação ambiental eficaz.

Os padrões ambientais, os objectivos e as prioridades de gestão deverão reflectir o

contexto ambiental e de desenvolvimento a que se aplicam.

Os padrões aplicados por alguns países podem ser inapropriados e ter um custo

económico e social injustificado para outros países, em particular para os países em

desenvolvimento.

Princípio 12:

Os Estados deverão cooperar na promoção de um sistema económico internacional

aberto e sustentado que deverá conduzir ao crescimento económico e ao

desenvolvimento sustentável em todos os países, de forma a melhor tratar os

problemas de degradação ambiental.

As medidas de política comercial motivadas por razões ambientais não deverão

constituir um instrumento de discriminação arbitrária ou injustificada ou uma restrição

disfarçada ao comércio internacional.

As acções unilaterais para tratar dos desafios ambientais fora da área de jurisdição do

pais importador deverão ser evitadas.

As medidas ambientais para tratar de problemas ambientais transfronteiriços ou globais

deverão, tanto quanto possível, ser baseadas num consenso internacional.

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Declaração de Princípios do Rio Princípio 13:

Os Estados deverão elaborar legislação nacional relativa à responsabilidade civil e à

compensação das vítimas da poluição e de outros prejuízos ambientais.

Os Estados deverão também cooperar de um modo expedito e mais determinado na

elaboração de legislação internacional relativa à responsabilidade civil e compensação

por efeitos adversos causadores por danos ambientais em áreas fora da sua área de

jurisdição, e causados por actividades realizadas dentro da área da sua jurisdição ou

controlo.

Princípio 14:

Os Estados deverão cooperar para reforçar as capacidades próprias endógenas para o

desenvolvimento sustentável, melhorando os conhecimentos científicos através do

intercâmbio de informações científicas e técnicas, e aumentando o desenvolvimento, a

adaptação, a difusão e a transferência de tecnologias, incluindo tecnologias novas e

inovadoras.

Declaração de Princípios do Rio Princípio 15:

Para que o ambiente seja protegido, uma abordagem precaucionária deverá ser

aplicada pelos Estados, de acordo com as suas capacidades.

Quando existam ameaças de riscos sérios ou irreversíveis não deverá ser utilizada a

incerteza científica como razão para adiar as medidas com uma boa relação

custo/eficácia para prevenir a degradação ambiental.

Princípio 16:

As autoridades nacionais deverão esforçar-se por promover a internalização dos custos

ambientais e a utilização de instrumentos económicos, tendo em conta a abordagem de

que o poluidor deverá, em principio, suportar o custo da poluição, com o devido

respeito pelo interesse público e sem distorcer o comércio e investimento

internacionais.

Princípio 17:

A avaliação do impacte ambiental deverá ser realizada, enquanto instrumento nacional,

para certas actividades susceptíveis de terem um impacte significativo adverso no

ambiente e que estejam sujeitas a uma decisão por parte de uma autoridade nacional

competente.

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Declaração de Princípios do Rio Princípio 18:

Os Estados deverão notificar imediatamente os outros Estados de quaisquer desastres

naturais ou outras emergências que possam produzir efeitos súbitos nocivos no

ambiente desses Estados.

Deverão ser envidados todos os esforços pela comunidade internacional para ajudar os

Estados afectados por tais efeitos.

Princípio 19:

Os Estados deverão notificar, prévia e atempadamente, os Estados potencialmente

afectados, e fornecer-lhes todas as informações pertinentes sobre as actividades que

possam ter um efeito transfronteiriço adverso significativo sobre o ambiente, e

deverão consultar atempadamente e de boa fé esses Estados.

Princípio 20:

As mulheres desempenham um papel vital na gestão e desenvolvimento do ambiente.

A sua participação plena é portanto essencial para alcançar um desenvolvimento

sustentável.

Declaração de Princípios do Rio Princípio 21:

A criatividade, os ideais e a coragem da juventude de todo o mundo deverão ser

mobilizados para criar uma parceria global com o fim de se alcançar um

desenvolvimento sustentável e assegurar um futuro melhor para todos.

Princípio 22:

Os povos indígenas e suas comunidades e outras comunidades locais desempenham

um papel vital na gestão e desenvolvimento do ambiente devido aos seus

conhecimentos e práticas tradicionais.

Os Estados deverão reconhecer e apoiar devidamente a sua identidade, cultura e

interesses e tornar possível a sua participação efectiva na concretização de um

desenvolvimento sustentável.

Princípio 23:

O ambiente e os recursos naturais dos povos oprimidos, dominados e sujeitos a

ocupação deverão ser protegidos.

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Declaração de Princípios do Rio Princípio 24:

A guerra é intrinsecamente destruidora do desenvolvimento sustentável.

Os Estados deverão portanto respeitar a lei internacional que protege o ambiente, em

tempo de conflito armado, e cooperar no seu desenvolvimento, conforme for

necessário.

Princípio 25:

A paz, o desenvolvimento e a protecção ambiental são interdependentes e

inseparáveis.

Princípio 26:

Os Estados deverão resolver todas as suas disputas ambientais pacificamente e por

meios apropriados de acordo com a Carta das Nações Unidas.

Princípio 27:

Os Estados e os povos deverão cooperar de boa fé e com espírito de parceria no

cumprimento dos princípios consagrados nesta Declaração no maior desenvolvimento

do direito internacional em matéria de desenvolvimento sustentável.

Agenda 21

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Agenda 21 A Agenda 21 é um plano de acção não vinculativo e implementado voluntariamente

pelos Estados, pelas regiões, pelos poderes locais e pelas organizações internacionais,

visando o desenvolvimento sustentável.

O "21" na Agenda 21 refere-se ao século 21.

A Agenda 21 tem cerca de 350 páginas, agrupadas em 40 capítulos, que por sua vez

estão agrupados em quatro secções principais:

Secção I: Dimensões Sociais e Económicas.

Esta seção é orientada para o combate à pobreza, especialmente para países em

desenvolvimento, mudando padrões de consumo, promovendo saúde, alcançando uma

população mais sustentável e a tomada de decisões sustentáveis.

Secção II: Conservação e Gestão de Recursos para o Desenvolvimento.

Inclui a protecção atmosférica, combate ao desmatamento, protecção dos ambientes

frágeis, conservação da diversidade biológica (biodiversidade), controle da poluição e

gestão da biotecnologia e dos resíduos radioactivos.

Secção III: Fortalecimento do papel dos principais grupos.

Inclui os papéis das crianças e jovens, mulheres, ONGs, autoridades locais,

empresários e trabalhadores e reforço do papel dos povos indígenas, suas

comunidades e agricultores.

Secção IV: Meios de Implementação.

Inclui a ciência, a transferência de tecnologia, educação, instituições internacionais e

mecanismos financeiros.

Agenda 21 Preâmbulo

Secção I. Dimensões sociais e económicas

1. Cooperação internacional para acelerar o desenvolvimento sustentável dos países

em desenvolvimento das políticas internas conexas

2. Luta contra a pobreza

3. Evolução das modalidades de consumo

4. Dinâmica demográfica e sustentabilidade

5. Protecção e fomento da saúde humana

6. Fomento do desenvolvimento sustentável dos recursos humanos

7. Integração do ambiente e o desenvolvimento na tomada de decisões

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35

Agenda 21 Secção II. Conservação e gestão dos recursos para o desenvolvimento

8. Protecção da atmosfera.

9. Planeamento o ordenamento dos recursos dos solos.

10.Luta contra o desmatamento.

11.Ordenamento dos ecossistemas frágeis: luta contra a desertificação e a seca.

12.Ordenamento dos ecossistemas frágeis: desenvolvimento sustentável das zonas

montanhosas.

13.Fomento da agricultura e do desenvolvimento rural sustentável.

14.Conservação da diversidade biológica.

Agenda 21 Secção II. Conservação e gestão dos recursos para o desenvolvimento

(continuação)

15.Gestão ecologicamente racional da biotecnologia.

16.Protecção dos oceanos e dos mares de todo tipo, incluídos os mares fechados e

semi-fechados e as zonas costeiras, e o uso racional e o desenvolvimento de seus

recursos vivos.

17.Protecção da qualidade dos recursos de água doce: aplicação de critérios

integrados para o aproveitamento, ordenamento e uso dos recursos de água doce.

18.Gestão ecologicamente racional dos produtos químicos tóxicos, incluindo a

prevenção do tráfico internacional ilícito de produtos tóxicos e perigosos.

19.Gestão ecologicamente racional dos resíduos perigosos, incluída a prevenção do

tráfico internacional ilícito de resíduos perigosos

20.Gestão ecologicamente racional dos resíduos sólidos e questões relacionadas com

as matérias fecais

21.Gestão inócua e ecologicamente racional dos resíduos radioativos.

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Agenda 21 Secção III. Fortalecimento do papel dos grupos principais

22.Preâmbulo

23.Medidas mundiais em favor da mulher para atingir um desenvolvimento sustentável

e equitativo.

24.A infância e a juventude no desenvolvimento sustentável.

25.Reconhecimento e fortalecimento do papel das populações indígenas e suas

comunidades.

26.Fortalecimento do papel das organizações não-governamentais associadas na

busca de um desenvolvimento sustentável.

27. Iniciativas das autoridades locais em apoio ao Programa 21.

28.Fortalecimento do papel dos trabalhadores e seus sindicatos.

29.Fortalecimento do papel do comércio e da indústria.

30.A comunidade científica e tecnológica.

31.Fortalecimento do papel dos agricultores.

Agenda 21 Secção IV. Meios de execução

32.Recursos e mecanismos de financiamento.

33.Transferência de tecnologia ecologicamente racional, cooperação e aumento da

capacidade.

34.A ciência para o desenvolvimento sustentável.

35.Fomento da educação, capacitação e consciencialização.

36.Mecanismos nacionais e cooperação internacional para aumentar a capacidade

nacional nos países em desenvolvimento.

37.Acordos institucionais internacionais.

38. Instrumentos e mecanismos jurídicos internacionais.

39. Informação para a adopção de decisões

40. ligados à eco 92

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1992

Cimeira da Terra - Forum Global das ONG

Rio de Janeiro

– O Forum Global foi realizado em paralelo à Cimeira da

Terra, por ONG, que publicaram documentos alternativos

aos documentos oficiais.

“The Earth Council”

Costa Rica

– ONG estabelecida na Costa Rica como ponto focal para

acompanhar a implementação dos acordos do Rio.

1992

“Changing Course”

Genebra

– Uma associação de empresas

multinacionais, lança o livro para a

Cimeira do Rio, associando-se aos

objectivos para a redução da

pobreza, que deu origem ao

WBCSD (World Business Council for

Sustainable Development).